POS GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA ELTON HIDEYOSHI KONISHI Perfil do uso de antimicrobianos na área pediátrica Londrina 2012 ELTON HIDEYOSHI KONISHI Uso de antimicrobianos na área pediátrica Monografia apresentada ao curso de Especialização em Farmacologia do Centro Universitário Filadélfia – UniFil. Orientadora Profa. Dra.Lenita Brunetto Bruniera Co-orientadora Profa. Esp. Fabiane Yuri Yamacita Londrina 2012 A Deus por sua infinita luz que em nenhum momento me deixou esmorecer, mesmo nas horas em que eu estive prestes a desanimar. Aos meus pais Hideo Konishi e Neusa Yoshiko Konishi, por terem sempre a preocupação em me educar e apontar os caminhos corretos a serem trilhados. AGRADECIMENTOS A minha orientadora Profa. Dra.Lenita Brunetto Bruniera por ter repartido seus conhecimentos. A minha Co-orientadora Profa. Esp. Fabiane Yuri Yamacita pelos apontamentos, atenção, zelo e paciência. Aos colegas de turma pelo companheirismo e horas de convívio. “Eu não me envergonho de corrigir e mudar minhas opiniões, porque não me envergonho de raciocinar e de aprender.” Alexandre Herculano KONISHI, Elton Hideyoshi. Uso de antimicrobianos na área pediátrica. 2012. 49 f. Monografia (Farmacologia) - Centro Universitário Filadélfia – UniFil, Londrina, 2012. RESUMO Nos pais, o índice maior de incidência de intoxicação medicamentosa está diretamente ligado a automedicação e de acordo com a ANVISA um brasileiro a cada 20 segundos é vitima de intoxicação devido ao uso irracional de medicamentos. O uso de antimicrobianos tem se destacado nas políticas de racionalização de medicamentos por serem um dos mais consumidos em nível de atenção primaria. Sabe-se que os antimicrobianos são singulares por influenciarem não apenas o individuo que o consome como também em todo o ecossistema em que se encontra inserido. Há estudos que evidenciam que a inapropriação de medicamentos antimicrobianos acarretam em seleção e disseminação de microorganismos resistentes e, levam a necessidade de medicamentos mais novos e com maior custo, sem falar no desenvolvimento de resistência microbiana e conseqüentes problemas devido a este fato. Entre as causas encontram-se que o difícil acesso ao atendimento médico seja decorrente de problema financeiro ou não e da cultura familiar; outra problemática é a influência da mídia. O presente trabalho realizou um levantamento bibliográfico sobre as pesquisas referentes ao uso de medicamentos antimicrobianos em crianças dispostos na BIREME por meio das palavras antimicrobianos e automedicação. Foi percebido que os antimicrobianos mais utilizados é a penicilina, em muitas ocasiões sem qualquer cuidado em verificar a real necessidade de uso do medicamento, o que é pior, muitas vezes a indicação da terapia é realizada por profissionais da saúde. Um outro ponto a ser considerado é a falta de publicação a respeito da automedicação antimicrobiana em crianças dispostos na BIREME levando a inferência de que os trabalhos científicos que são produzidos sobre o assunto não contemplam as exigências de conteúdo desse bancos de dados ou, a produção de estudos com a temática ainda não vem causando impacto suficiente para que os pesquisadores se voltem ao assunto. Salienta-se que é o farmacêutico o profissional capacitado em avaliar prescrições médicas, propor o uso racional de medicamentos, executar a pratica na atenção farmacêutica, proporcionando assim informações sobre a utilização adequada tanto de antibióticos quanto de outros medicamentos como forma de melhorar a qualidade de vida desses pacientes Palavras-chave: Automedicação. Antimicrobiano. Crianças. KONISHI, Elton Hideyoshi. The use of antimicrobials in the Pediatric area. 2012. 48 p. Paper (Pharmacology) - Centro Universitário Filadélfia – UniFil, Londrina, 2012. ABSTRACT In the country, the highest indication of the incidence of drug intoxication is strictly related to self-medication, and according to ANVISA, every 20 seconds one Brazilian is the victim of intoxication due to the irrational use of medicines. The use of antimicrobials has stood out in the actions of medicines’ rationalization since they are among the most consumed in terms of primary attention. It is known that the antimicrobials are singular for influencing not only the individual consuming it, but all the ecosystem in which it is inserted. There are studies evidencing that the inadequacy of antimicrobial’s medicines lead to the selection and dissemination of resistant microorganisms, and lead to the need of newer and more expensive medicines, not to mention the development of microbial resistance, and the consequent problems originating from that. Among the causes are: the difficult access to medical care either resulting from financial problems or from family culture; another problematic is the media influence. The present study has carried out a bibliographic research over the studies related to the use of antimicrobial medicines in children available at BIREME through the use of the words antimicrobials and selfmedication. It could be noticed that the most used antimicrobials are those originating from penicillin, many times without any concern to check the real need of using that medicine, and, what is worse, the therapy indication is usually made by health professionals. Another point to be considered is the lack of publications concerning the antimicrobials’ self-medication in children at BIREME, leading to the inference that the scientific studies produced over the subject do not consider the content demand of such data bank, or the production of studies under that theme hasn’t yet caused enough impact for researchers to turn onto that. It is stressed that the pharmacist is the professional skilled to evaluate medical prescriptions, propose the rational use of drugs, execute the practice in pharmaceutical attention, providing, thus, information about the adequate use of either antibiotics or of any other medicine as a means to improve the quality of life of those patients. Key words: Self-medication. Antimicrobial. Children. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8 2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 10 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 11 4 REFERENCIAL TEORICO..................................................................................... 12 4.1 Automedicação .................................................................................................. 12 5 ANTIMICROBIANOS ............................................................................................. 17 5.1 Antimicrobianos Beta-Lactâmicos .................................................................. 21 5.1.1 Penicilina .......................................................................................................... 22 5.1.2 Cefalosporina .................................................................................................. 23 5.1.3 Carbapenens .................................................................................................... 24 5.1.4 Monobactans .................................................................................................... 25 5.2 Quinolonas......................................................................................................... 25 5.3 Glicopeptídeos .................................................................................................. 26 5.4 Oxazolidinonas .................................................................................................. 26 5.5 Aminoglicosideos ............................................................................................. 27 5.6 Macrolideos ....................................................................................................... 27 5.6.1 Lincosaminas ................................................................................................... 28 5.7 Papel do farmaceutico ...................................................................................... 28 6 APRESENTAÇÃO DOS DADOS ENCONTRADOS .............................................. 31 7 ANÁLISE DOS DADOS ......................................................................................... 34 8 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 40 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42 8 1 INTRODUÇÃO O uso de antimicrobianos tem se destacado nas políticas de racionalização de medicamentos por serem um dos mais consumidos em nível de atenção primaria por meio da prática médica. Em muitos casos, os antibióticos usados para tratar infecções virais ou nos casos em que eles não são provavelmente necessários (PICAZO; PÉREZ-CECILIA; HERRERAS, 2003). Há estudos que evidenciam que a inapropriação de medicamentos antimicrobianos acarretam em seleção e disseminação de microorganismos resistentes e, levam a necessidade de medicamentos mais novos e com maior custo, sem falar no desenvolvimento de resistência microbiana e conseqüentes problemas devido a este fato (ABRANTES et al., 2008). A título de informação, se estima que o Estados Unidos anualmente tem um custo entre 4 a 5 bilhões de dólares apenas com tratamento da resistência bacteriana (DEL FIOL et al., 2010). Deste modo, a não compreensão da problemática na área de saúde, maximiza e contribui para o aumento indiscriminado do uso de antimicrobianos. De forma generalizada, os antibióticos são substâncias de origem biológica semi-sintética ou sintética sendo usados para impedir o desenvolvimento de microorganismos patogênicos vindo a atuar por meio de diversos mecanismos farmacológicos a exemplo, penicilina e tetraciclina. De acordo com Rodrigues e Bertoldi (2010), as doenças infecciosas são combatidas por meio do uso dessas medicações e seu uso adequado é uma das preocupações mundiais na atualidade. Sabe-se que os antimicrobianos são singulares por influenciarem não apenas o individuo que o consume como também em todo o ecossistema em que se encontra inserido, assim, provocando repercussão como um todo (MALDONADO; LLANOS-ZAVALAGA; MAYKA, 2002). Seu uso indiscriminado é prevalente, em especial, em países em desenvolvimento. No Brasil, como meio de diminuir seu uso a partir de 28 de novembro de 2010 por meio da Resolução da Diretoria Colegiada 20/2011 (ANVISA, 2011), no capítulo IV, artigo 9 foi preconizado que: 9 Art. 9º A dispensação em farmácias e drogarias públicas e privadas dar-seá mediante a retenção da 2ª (segunda) via da receita, devendo a 1ª (primeira) via ser devolvida ao paciente.§ 1º O farmacêutico não poderá aceitar receitas posteriores ao prazo de validade estabelecido nos termos desta Resolução.§ 2º As receitas somente poderão ser dispensadas pelo farmacêutico quando apresentadas de forma legível e sem rasuras.§ 3º No ato da dispensação devem ser registrados nas duas vias da receita os seguintes dados: I - a data da dispensação; II - a quantidade aviada do antimicrobiano; III - o número do lote do medicamento dispensado; e IV - a rubrica do farmacêutico, atestando o atendimento, no verso dareceita. A automedicação é fato real constatado recentemente por Medeiros, Pereira e Medeiros (2011) no estudo com crianças entre 2 anos e 11 meses e 4 anos e 4 meses, sendo apontado a prevalência de 55,8% de consumo de medicamentos sem prescrição médica, por intermédio das mães. Entre as causas encontram-se que o difícil acesso ao atendimento médico seja decorrente de problema financeiro ou não e da cultura familiar; outra problemática é a influência da mídia. O estudo sobre eventos tóxicos com medicamentos em crianças realizado por Matos et al. (2008), apontou que a principal classe terapêutica apresentado nos eventos tóxicos, associa-se primeiramente ao sistema nervoso central e, em segundo lugar os antimicrobianos em especial, os que atuam no sistema respiratório. Nesse caso, a prevalência ocorreu com a amoxicilina, indicando a necessidade da divulgação dos fatores de risco e a possível mudança de comportamento pelos responsáveis por crianças de faixa etária de maior risco. Damasceno et al. (2007) que afirma ser o farmacêutico um profissional que possui conhecimento sobre os fármacos, modo de atuação e administração sendo desta forma, primordial no tocante a orientação quanto ao uso da medicação. Tendo em vista a situação apresentada por meio dos autores referidos e, percebendo que mesmo com os avanços na área de farmacologia pediátrica ainda se faz necessário informar-se sobre aspectos relevantes quanto a terapêutica, aliado a escassez em estudos em especial, com o perfil do uso de antimicrobianos em crianças, pretende-se por meio de revisão bibliográfica contribuir no tocante ao assunto. 10 2 OBJETIVOS Este trabalho apresenta como objetivo geral realizar levantamento bibliográfico sobre as pesquisas referentes ao uso de medicamentos antimicrobianos em crianças e como objetivos específicos: - Realizar levantamento sobre a quantidade de trabalhos que falam sobre o uso de antimicrobianos e automedicação em crianças no Banco de dados BIREME com o uso de antimicrobianos e automedicação como palavras-chave; - informar os assuntos mais discutidos nos estudos encontrados. - Apontar a maior prevalência do uso das classes de antimicrobianos em crianças. - Informar sobre o papel do farmacêutico em relação a problemática. 11 3 METODOLOGIA Sabe-se não haver ciência sem o emprego de métodos científicos. Desta forma o presente estudo tem como instrumento metodológico o uso de revisão bibliográfica , nesse sentido, a metodologia tem a atribuição de descrever e explicar os procedimentos que serão realizados buscando alcançar os objetivos anteriormente planejados em um trabalho científico. Para Lakatos e Marconi (2010) a pesquisa bibliográfica possibilita fornecer bases ao pesquisador para que esteja em contato com a produção científica de um determinado assunto. 12 4 REFERENCIAL TEORICO 4.1 Automedicação A automedicação é comum no Brasil, sendo assunto polêmico, em muitas ocasiões controverso e, de extrema importância. Define- se como um ato que abrange diversas formas pelos quais o individuo ou cuidadores decidem, sem critérios médicos as formas de utilizá-la para alivio sintomático e “cura”, compartilhando remédios com outros membros familiares ou do circulo social, usando sobras de prescrições ou, descumprindo a indicação profissional, prolongando ou interrompendo precocemente a dosagem e o período de tempo indicados na receita (OGAWA et al., 2008). Assim classifica-se como o uso de medicação sem prescrição médica a fim de tratar sintomas ou problemas de saúde (BECKHAUSER, 2010). Entre suas práticas está a de usar receituário antigo, interromper ou prolongar a dosagem e/ou tempo de tratamento e também dividir os medicamentos com os demais membros da família e de acordo com Cella e Almeida (2012) tal prática pode ter influência de vizinhos, amigos, familiares, atendentes de farmácia, entre outros. Beckhauser et al. (2010, p. 263) informa que para a Organização Mundial da Saúde (OMS) a automedicação “consiste na seleção e utilização de medicamentos isentos de prescrição (sem tarja) para tratar doenças autolimitadas ou seus sintomas, estando inclusa no processo de autocuidado”. O hábito de utilizar medicação sem indicação médica preocupa as autoridades de vários países, uma vez que o índice de internações devido aos efeitos colaterais e reações adversas chega a ultrapassar a casa dos 10%, nesse sentido o Brasil visa alertar a população para os riscos da automedicação e o Ministério da Saúde por meio do Política de Medicamentos do Ministério da Saúde procura conscientizar a nação da necessidade de usar os remédios com precaução (BRASIL, 2012). Entretanto Aquino (2007) é taxativo ao afirmar que o brasileiro se automedica porque o estado não disponibiliza serviços de saúde de forma acessível, obrigando o cidadão a enfrentar horas, dias e até meses para ser atendido por um médico. 13 Confirmando a idéia, Pereira et al. (2007) consideram que o consumo de medicamentos é um indicador indireto de qualidade dos serviços de saúde sendo as crianças e adolescentes representados e predispostos de forma explícita ao uso irracional de medicamentos com ou sem controle médico e para Pereira et al. (2007, p. 455) “a prevalência da automedicação em crianças e adolescentes é uma prática real e freqüente, independente do nível socioeconômico”. O uso indiscriminado de fármacos pode contribuir na dificuldade de detecção de enfermidades já que as complicações são verificadas em longo prazo, fazendo com que não se perceba os efeitos indesejáveis, mascaramento de doenças, interação medicamentosa e intoxicações (BERTOLDI et al., 2004). Desse modo, “o uso abusivo, insuficiente ou inadequado de medicamentos lesa a população e desperdiça os recursos públicos” (WANNMACHER, 2010, p. 1). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2004, p. 68) os fatores que interferem no uso Racional dos Medicamentos são os seguintes: a) Demografia - Populações em processo de envelhecimento - Populações pediátricas vulneráveis - Crescimento populacional - Mudanças nos padrões das doenças/epidemiologia - Distribuição geográfica das populações b) Fatores econômicos - Aumentos nos custos de atenção à saúde - Economias nacional e global - Aumento no hiato entre ricos e pobres c) Tecnologia - Desenvolvimento de novos medicamentos - Novas técnicas de acesso à informação informações sobre os medicamentos disponíveis - Medicamentos mais complexos e potentes - Biotecnologia d) Fatores Sociológicos e novas 14 - Expectativas e participação dos consumidores - Abuso e mau uso dos medicamentos - Uso de medicamentos tradicionais e) Fatores Políticos - Prioridades no uso dos recursos nacionais (alocados para a saúde) - Filosofia de mercado em mutação - Compreensão da farmácia por parte dos que elaboram as políticas f) - Regulamentação dos medicamentos - Políticas nacionais de medicamentos - Lista de Medicamentos Essenciais Fatores Profissionais - Variações na formação/capacitação dos farmacêuticos - Distribuição dos recursos humanos farmacêuticos - Evolução da filosofia rumo à atenção do usuário na farmácia - Base de remuneração dos farmacêuticos g) Fatores relativos á prestação de Serviços de Saúde - Acesso aos serviços de saúde - Tendência de tratamento de doenças graves fora dos hospitais. No Brasil, o índice maior de incidência de intoxicação medicamentosa está diretamente ligado a automedicação e de acordo com a ANVISA um brasileiro a cada 20 segundos é vitima de intoxicação por uso irracional de medicamentos (CELLA; ALMEIDA, 2012). Por ser cuidada pela própria família, tal prática é potencializada na população infantil, onde seus membros não levam em conta os riscos relacionados aos medicamentos, a exemplo, “intoxicação, reações inesperadas, interações com outros medicamentos e alimentos e as super dosagens que podem causar o óbito (SCARCELA; MUNIZ; CIRQUEIRA, 2011, p. 1). O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) os medicamentos são os primeiros na lista de causadores de intoxicações e somente no ano de 2002 provocaram 26,9% do total de intoxicações registradas no 15 país (BRASIL, 2012), destancando-se nesse sentido os benzodiazepínicos, antidepressivos, antiinflamatórios e os para alívio sintomático da gripe como os que mais causam intoxicação (BRITO; NASCIMENTO JR., 2012). Para Oliveira et al. (2012, p. 342) : [...] as diferenças no padrão de uso de medicamentos e na prevalência de automedicação podem ser parcialmente atribuídas a especificidades das populações, ao estado de saúde, à utilização de serviços e modelo de atenção à saúde, bem como a características demográficas, sociais e culturais ligadas ao consumo de medicamentos. Braios et al. (2012) destacam que os antibióticos são responsáveis por causar reações adversas como diarréia por tetraciclina, arritmia pelo uso de fluoroquinolonas e macrolídeos e mielossupressão por trimetoprima. Não se discorda que a automedicação é um hábito que coloca em risco a saúde do indivíduo, todavia esse fato torna-se particularmente relevante quando os sujeitos são crianças o que torna necessário políticas públicas com intervenções e estratégias de promoção da saúde, a fim de que a população se previna dos males que podem ser potencializados com a automedicação, seguindo a idéia da Organização Mundial da Saúde que afirma que a melhor forma de combater a automedicação em especial nos países em desenvolvimento é o investimento tanto na educação e supervisão dos profissionais de saúde, quanto na educação do consumidor , além disso, os governos devem garantir a população o acesso a medicamentos apropriados (WANNMACHER, 2010). Scarcela, Muniz e Cirqueira (2011) salientam que o antibiótico Amoxicilina é um dos mais conhecidos, procurados e vendidos em grandes quantidades pelas drogarias, com ou sem prescrição médica e seu uso indiscriminado cria cepas microbianas resistentes e consequentemente dificulta os tratamentos futuros onde realmente seja necessária o seu uso, exigindo assim intervenções mais fortes. A problemática envolve os custos desses tratamentos, pesquisa e fabricação de medicamentos que sejam mais potentes, vindo a refletir nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, como é o caso do Brasil (SCARCELA; MUNIZ; CIRQUEIRA, 2011). Os autores reforçam que a automedicação envolve não somente medicamentos industrializados, mas os remédios caseiros, ministrados às crianças antes de encaminhá-las ao pediatra e em grande parte das vezes essa ação apenas 16 se realiza quando os sintomas da doença persistem ainda se tem o hábito de utilizar receitas de consultas anteriores, informações de parentes ou vizinhos, além indicação das propagandas comerciais (SCARCELA; MUNIZ; CIRQUEIRA, 2011). Nesse sentido: O objetivo da OMS na área de medicamentos é contribuir para salvar vidas e promover a saúde, assegurando a qualidade, segurança e o uso racional dos medicamentos, incluindo medicamentos tradicionais e promovendo o acesso eqüitativo e sustentável a medicamentos essenciais, principalmente àqueles para os pobres e necessitados (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2004, p. 4). Oliveira et al. (2012) alertam que a automedicação também pode ser induzida por meio de campanhas publicitárias que apresentam os medicamentos como bem de consumo invés de insumo crucial para a promoção, prevenção e recuperação da saúde , sem esclarecer a população dos riscos associados o uso indevido, visando somente ao lucro dos fabricantes. Tendo em vista que os canais de comunicação também colaboram para a divulgação de novos medicamentos e alguns casos induz o uso desses produtos, não há como contestar a importância quanto a monitoração e fiscalização da propaganda de medicamentos que no Brasil fica por competência da ANVISA. Nesse sentido, a Resolução RDC nº 96, de 17 de dezembro de 2008 (ANVISA, 2008) define como propaganda e/ou publicidade de medicamentos como um conjunto de técnicas ˝ e atividades de informação e persuasão com o objetivo de divulgar conhecimentos, tornar mais conhecido e/ou prestigiado determinado produto ou marca, visando exercer influência sobre o público por meio de ações que objetivem promover e/ou induzir à prescrição, dispensação, aquisição e utilização de medicamento. 17 5 ANTIMICROBIANOS Devido aos problemas causados pela automedicação a preocupação com o uso inadequado de antimicrobianos vem tomando maior proporção. Um dos maiores agravantes é o crescimento de microrganismos multi-resistentes que causam limitações das possibilidades terapêuticas e por consequinte aumentam as taxas de letalidade e custos de tratamento (SOUZA, 2008). De acordo com Castro et al. (2003) os países em desenvolvimento empregam mínimos recursos na monitorização de ações em relação ao uso racional de antimicrobianos, todavia o consumo de antibióticos na Espanha em especial as penicilinas de amplo espectro e macrolídeos, é alarmante (GRANIZO, 2001). A nível mundial, os três grupos de medicamentos mais utilizados em crianças são os antibióticos, seguidos de analgésicos e/ou antitérmicos. Essas medicações são usadas incorretamente, destacando-se os problemas quanto ao uso de antibióticos para tratar de doenças cuja etiologia é viral, fármacos cuja efetividade ainda não o está comprovada, erros na dose, no intervalo de administração e no tempo de uso, vindo a acarretar riscos a saúde da criança e, no caso dos antibióticos à comunidade (SCARCELA; MUNIZ; CIRQUEIRA, 2011). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a efetividade dos antimicrobianos acabará em aproximadamente 20 anos (FANHANI; BELTÃO, 2011), doravante a situação: A emergência dos microrganismos resistentes preocupa pesquisadores e profissionais responsáveis pelo controle de infecção relacionada ao cuidar em saúde, sendo essa uma prioridade em todo o mundo. Para estabelecer o controle desses patógenos, torna-se essencial conhecer os fatores de risco para o desenvolvimento de infecções (OLIVEIRA et al., 2010, p. 9). Em seu estudo Scarcela, Muniz e Cirqueira (2011) informam que no Brasil anualmente os antibióticos correspondem a 12% do total das prescrições ambulatoriais, economicamente o valor chega a 15 bilhões de dólares, sendo que grande parte dessas medicações são indicadas de forma incorreta, dessa forma o uso racional de medicamentos inclui entre outras coisas uma escolha terapêutica correta, dose, administração e duração do tratamento adequado, dispensação correta, incluindo informação apropriada sobre os medicamentos prescritos etc. Os antimicrobianos pertencem a classe de fármacos que tem um 18 consumo frequente tanto em hospitais quanto na comunidade sendo o seu uso racional para o século XXI, uma das metas dispostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) já que são eles os únicos agentes farmacológicos que não afetam somente quem os utiliza mas também interferem significativamente na alteração da ecologia microbiana, nesse sentido, Os agentes antimicrobianos ß-lactâmicos compartilham o anel central de ßlactâmico que possui quatro elementos, sendo seu principal modo de ação a inibição da síntese da parede celular. Estruturas anelares adicionais ou grupos substituintes acrescentados ao anel ß-lactâmico determinam se o agente é penicilina,cefem, carbapenem, ou monobactam PADRONIZAÇÃO...., 2003, p. 26) Assim, os antibióticos beta lactâmicos possuem uma peculiaridade, ou seja, a presença do anel beta-lactâmico é conforme demonstra a figura 1 a seguir. comum a todos deste grupo, 19 Figura 1 - Estrutura química dos antibióticos beta-lactâmicos Fonte: Ensina et al. (2009, p. 75) De acordo com Rosário e Grumach (2006) a penicilina é uma substância química de baixo peso molecular. Tal fato faz com que tenha necessidade de se ligar covalentemente a macromoléculas tissulares para que seja possível a produção de complexos hapteno-proteína e indução da resposta imune. Desta forma, o anel ß- lactâmico de forma espontânea se abre por meio de condições fisiológicas, vindo a formar uma ligação amido com grupos epsilonamino de proteínas adjacentes (ROSARIO; GRUMACH, 2006). Albelo e Tallet (2009) consideram que o conhecimento dos princípios gerais que norteiam o uso de antimicrobianos de suas propriedades e características básicas são essenciais para uma escolha terapêutica adequada, uma vez que, tanto a taxa quanto a absorção do fármaco dependem de suas propriedades físicoquímicas e do ambiente no local da administração (NODA ALBELLO; VIDAL TALLET, 2009). Já Amato Neto, Nicodemo e Lopes (2007) abordam os problemas relacionados à qualidade do uso clínico dos antimicrobianos, entre eles é o fato de 20 que quase a metade das prescrições médicas destes medicamentos são realizadas inadequadamente e seu uso excessivo associa-se tanto a emergência, quanto a seleção de cepas de bactérias mais resistentes, efeitos adversos, elevação de morbi-mortalidade, de custos, entre outros. Ou seja, os antimicrobianos: constituem a mais receitada das classes de medicamentos. Eles são empregados com diversas finalidades nas infecções e profilaxia de infecções. Devido ao emprego indiscriminado dos antibióticos, surgiram cepas resistentes de diversos microrganismos patogênicos. Antibióticos de amplo espectro podem provocar o fenômeno da superinfecção (HARAMAGUCHI, 2000, p. 7). A eficácia do antimicrobiano depende de vários fatores, a exemplo: concentração ideal no local da infecção, capacidade em atravessar a parede celular, afinidade pelo sítio de ligação no interior da bactéria, permanência suficiente de modo a exercer seu efeito inibitório, etc (HARAMAGUCHI, 2000). Quando administrados na pele os antimicrobianos primeiramente atingem o órgão-alvo, em concentrações decrescentes da superfície para o subcutâneo, depois se distribui pelo organismo em quantidades variáveis e, por fim, são eliminados (WANNMACHER, 2006). Para melhor compreensão tem-se a figura 2 abaixo: Figura 2- Fatores relacionados a ação dos antimicrobianos Fonte: ANVISA (2012) 21 5.1 Antimicrobianos Beta-Lactâmicos Devido a sua eficácia e segurança os antimicrobianos do grupo dos beta-lactâmicos são os principais antibióticos prescritos, todavia apresentam alta incidência de reações alérgicas com variáveis manifestações entre elas urticária, anafilaxia, citopenias, vasculites e exantemas (ENSINA et al., 2009). Deste modo que: Reações de hipersensibilidade podem ocorrer com qualquer tipo de droga, fazendo com que as atenções e os cuidados requeridos para as penicilinas sejam os mesmos dedicados aos demais medicamentos (ROSÁRIO; GRUMACH; 2006, p. 185). Desse modo, a reação alérgica a penicilina tem a chance de ocorrer em aproximadamente 2% por tratamento, sendo raríssimas as ocorrências anafiláticas (ROSÁRIO; GRUMACH, 2006). Assim, Alergia é a hipersensibilidade provocada por mecanismo imunológico, podendo ser mediada por anticorpos (humoral) ou por células (celular). Reações a drogas que surgem em conseqüência de reação imunológica são chamadas de alergia a drogas, acrescentando-se o tipo de mecanismo da reação, por exemplo, alergia a droga mediada por IgE. Pinto (2002) afirma que as reações alérgicas em crianças devido a fármacos na grande maioria provem dos antibióticos beta-lactâmicos e sulfonamidas Para Rosário e Grumach (2006) a hipersensibilidade a esses medicamentos podem ser avaliada por meio de testes cutâneos realizados com os determinantes maior e menores, como meio de evitar o choque anafilático em indivíduos alérgicos. Todavia, Geller et al. (2005) apontam que o diagnóstico de alergia à penicilina em muitas ocasiões é realizado de forma inapropriada e sem adequada documentação imunológica, fazendo com que muitas pessoas sejam alérgicas, passando a evitar permanentemente o uso de rotuladas de antibióticos beta- lactâmicos. Nesse sentido, é essencial que se faça uma correlação entre a história clínica apresentada e a investigação alergoimunológica. Nos testes cutâneos a alergia a penicilina pode ser avaliada por meio de moléculas determinantes maiores (benzilpeniciloil) e determinantes menores (penicilina G ou mistura de determinantes menores), assim, os testes cutâneos com 22 determinantes utilizam o grupo benzilpenicilil unido agregado a uma cadeia polipeptídica (peniciloil-polilisina, PPL maiores) como reagente. Tal teste permite a prevenção de reações urticarianas e aceleradas e se positivo demostra que o individuo apresenta anticorpos IgE para a penicilina tendo potencialidade de apresentar reação alérgica imediata se entrar em contato com a droga (BERND, 2005). Já o resultado do teste cutâneo quando negativo, demonstra ausência de sensibilização mediada por IgE (BERND, 2005). Rosário e Grumach (2006) alertam que os testes devem ser realizados com os preparados adequados, e em nenhuma hipótese deve ser aplicada a própria penicilina por via intradérmica ou outra via sob o risco de ocorrer uma reação anafilática imediata. Tem-se na figura 3 o roteiro prático para o diagnóstico de alergia a penicilina. Figura 3 - Roteiro para o diagnostico de alergia a penicilina. Fonte: Rosário NA & Grumach (2006, p.185) 5.1.1 Penicilina Tal medicamento foi descoberto em 1928 pelo estudioso Fleming sendo muito utilizada até hoje. Divide-se em penicilinas naturais ou benzilpenicilinas; aminopenicilinas; penicilinas resistentes às penicilinases e penicilinas de amplo espectro sendo estas desenvolvidas de modo a evitar resistência bacteriana. Tem finalidade profilática ou de combater pneumonias, otites, sinusites, faringites, epiglotites, infecções cutâneas, e do aparelho reprodutor, meningites e endocardites 23 bacterianas, entre outras (GRUMACH; FERRARONI, 2006). Para Grumach et al. (2007) os casos de hipersensibilidade ao uso da penicilina divide-se em: a) Reações imediatas: podem ocorrer até 20 minutos após a administração parenteral do medicamento, ou, ate 60 minutos quando por via oral. Dentre as características destaca-se rubor cutâneo, prurido e urticária, entretanto em casos mais graves podem ocorrer edema laríngeo, arritmia cardíaca e choque prurido. Ressalta-se que a erupção cutânea é a principal sintomatologia da alergia, entretanto em muitas ocasiões pode estar associada a manifestações da doença a ser tratada e também efeito direto do uso concomitante de outro medicamento; b) Reações aceleradas: ocorre no período de uma a 72 horas após o uso de penicilina, podendo provocar angioedema, edema laríngeo e até mesmo hipotensão e morte, embora esses dois últimos ocorram em raras excessoes; c) Reações tardias: o processo fisiopatológico desse mecanismo é motivo de estudos por não ser totalmente conhecido e os sintomas aparecem após 72 atraves de erupções cutâneas benignas, morbiliformes. Há casos em que ocorrem hipertermia, doença do soro-símile, trombocitopenia, nefrite intersticial, anemia hemolítica imune, infiltrado pulmonar com eosinofilia e ate mesmo e vasculite de hipersensibilidade. Ressalta-se que os testes cutâneos de hipersensibilidade imediata são métodos eficazes e adequados para avaliar quanto a alergia à penicilina (GRUMACH et al.,2007). 5.1.2 Cefalosporina Os de primeira geração podem ser usados durante a gestação, combatem os cocos gram-positivos, tendo atividade moderada contra E. coli, 24 Proteus mirabilis e K. pneumoniae adquiridos na comunidade, sendo também ativo contra H. influenzae e, porem não possuem efeito contra estafilococos resistentes à oxacilina, pneumococos resistentes à penicilina, Enterococcus spp. e anaeróbios (BELTRÃO; FANHANI, 2011). As cefalosporinas de primeira geração são apropriadas no tratamento de infecções causadas por S. aureus sensíveis à oxacilina e estreptococos, infecções de pele, partes moles, faringite estreptocócica, do trato urinário não complicadas, principalmente durante a gravidez. Por sua baixa toxicidade, espectro de ação, custo e meia vida prolongada é recomendado como profilaxia de várias cirurgias (BELTRÃO; FANHANI, 2011). Possui ação limitada contra bacilos gram-negativos, além disso, não são adequados em infecções causadas por Haemophilus influenzae ou Moraxella catarrhalis nos quais encaixan-se as seguintes enfermidades: sinusite, otite média e algumas infecções do trato respiratório baixo (BELTRÃO; FANHANI, 2011). Uma vez que não atravessam a barreira hematoencefálica, são contra-indicadas em infecções do sistema nervoso central (BELTRÃO; FANHANI, 2011). As reações de hipersensibilidade às cefalosporinas são imediatas e de acordo com Amato Neto, Nicodemo e Lopes (2007) manifestações como anafilaxia, broncoespasmo e urticária ocorrem com menor freqüência, os exantemas maculopapulares após diversos dias de terapia acompanhado ou não de febre e eosinofilia concomitantes. 5.1.3 Carbapenens Possuem amplo espectro de ação quanto ao uso em infecções sistêmicas sendo estáveis à maioria das beta–lactamases. Em relação a sua atividade antimicrobiana, o meropenem é mais ativo em bactérias gram-negativas, e o imipenem contra gram-positivos, em contrapartida, o ertapenem não tem atividade contra P. aeruginosa e A.baumannii (SCHAECHTER et al., 2009). Para Schaechter et al. (2009) quanto ao mecanismo de resistência em algumas ocasiões são encontrados amostras sensíveis a um carbapenem, porém resistentes ao outro estando esse fato relacionado a mecanismo de resistência envolvendo as porinas, porém, principalmente em cepas de 25 Pseudomonas aeruginosa. Dentre as reações causadas pela hipersensibilidade ao uso do medicamento estão vômitos, diarréias, erupções cutâneas, urticária, cefaléias, sonolência, entre outras. Já em casos mais graves convulsões e confusão mental (AMATO NETO; NICODEMO; LOPES, 2007). 5.1.4 Monobactans Tem como característica principal um anel monocíclico em sua estrutura. De ação bactericida, atuam como as penicilinas e cefalosporinas e interferem com a síntese da parede bacteriana (SCHAECHTER et al., 2009). Sua absorção não ocorre via oral e sua administração deve ser pelas via intramuscular ou endovenosa, tendo ligação protéica de 50 a 60% (SCHAECHTER et al., 2009). Possui boa distribuição tecidual e consegue penetrar na maioria dos tecidos e líquidos orgânicos incluindo ossos, próstata, pulmão, secreção traqueal, sistema nervoso central e trato gastrintestinal (SCHAECHTER et al., 2009). De acordo com Rosário e Grumach (2006) o grupo que compõem os monobactans possuem pouca imunogenicidade e baixa reatividade cruzada, deste modo são bem tolerados por pacientes alérgicos a outros antibióticos beta- lactâmicos. 5.2 Quinolonas Seu uso deu-se no início dos anos 60 através do acido nalidíxico na prática clínica e através do acréscimo de um átomo de flúor na posição 6 do anel quinolônico, surgiram as fluorquinolonas nos anos 80, sendo seu principal representante: a ciprofloxacina. Possui eficácia para os bacilos gram-negativos e alguns cocos gram-positivos, mas é ineficaz contra o Streptococcus spp., Enterococus spp. e anaeróbio, sendo esse um dos motivos pelos quais foram desenvolvidos novas quinolonas: levofloxacina, gatifloxacina, moxifloxacina e gemifloxacina (AMATO NETO; NICODEMO; LOPES, 2007). Indicado nos tratos genito-urinário, gastrintestinal e respiratório, osteomielites, partes moles, além de ação contra micobactérias, entretanto, estudos 26 descreveram alterações nos níveis de glicemia devido ao uso das quinolonas associadas com a gatifloxacina, em idosos e diabéticos, motivando a retirada da quinolona no mercado (SCHAECHTER et al., 2009). Quanto a hipersensibilidade o individuo pode apresentar, rash cutâneo, fototoxicidade quando exposto a luz ultravioleta, urticária e angioedema. Já reações anafiláticas e vasculite, assim como nefrite intersticial raramente ocorrem (AMATO NETO; NICODEMO; LOPES, 2007). 5.3 Glicopeptídeos Diversos glicopeptídeos encontram-se em fase de pesquisa clínica sendo a vancomicina, teicoplanina e ramoplanina os principais representantes desse grupo. estão em fase de pesquisa clínica. Por isso não se encontram dispostos ao uso no mercado nacional (AMATO NETO; NICODEMO; LOPES, 2007). Tem a ação de inibir a síntese do peptideoglicano, alterar a permeabilidade da membrana citoplasmática e interfere na síntese de RNA citoplasmático coibindo assim a síntese da parede celular bacteriana (ANVISA, 2012). Dentre as reações alérgicas ao uso de glicopertideos destacam-se as anafilactóides dentre elas a hipotensão, urticaria sibilos, dispnéia, prurido, dor e espasmo muscular no tórax e costas, náuseas, vômitos diarreia, entre outras. (MARINHO, 2005). 5.4 Oxazolidinonas Este grupo tem a linezolida como seu representante comercial embora atue em uma ampla variedade de patógeno sua atividade é bacteriostática, devendo ser utilizada em infecções graves por patógenos gram-positivos multirresistentes (ANVISA, 2012). São poucos os que apresentam reações alérgicas a esse medicamento e dentre os sintomas zumbidos, ou colite pseudomembranosa (ANVISA, 2012). 27 5.5 Aminoglicosideos O primeiro aminoglicosídeo foi obtido a partir do fungo Streptomyces griséus e levou o nome de estreptomicina. Atualmente este grupo compõe-se de gentamicina, tobramicina, amicacina, netilmicina, paramomicina e espectinomicina. Encontram-se ligados a fração 30S dos ribossomos por isso, inibem a síntese protéica então produzem proteínas defeituosas (AMATO NETO; NICODEMO; LOPES, 2007). Quanto o modo de atuação o aminoglicosídeo primeiramente liga-se a superfície da célula bacteriana e depois é transportado por meio da através da parede por um processo dependente de energia oxidativa (AMATO NETO; NICODEMO; LOPES, 2007). Eficazes no tratamento contra bactérias gram-positivas e micobactérias. São utilizados para combater septicemias, meningites em recémnascidos, infecções do trato urinário, respiratórias, oculares, intra-abdominais, endocardites, osteomielites e infecções de articulações (BURTON; ENGELKIRK, 2005). De acordo com Minelli, Nonino e Neme (2000) a hipersensiblidade por essa medicação é diagnosticada por meio de exantemas, urticária, prurido e pênfigo induzido por droga, em algumas ocasiões também podem aparecer trombocitopenia, proteinúria de cadeias leves, diminuição da função hepática e da resposta imune. 5.6 Macrolideos Antimicrobianos onde a forma química constitui-se por um anel macrocíclico de lactona tornando possível a ligação aos açúcares. Como exemplo tem-se a claritromicina, azitromicina, eritromicina, espiramicina, miocamicina, roxitromicina entre outros (AMATO NETO; NICODEMO; LOPES, 2007). Tal grupo é uma alternativa terapêutica aos alérgicos à penicilina nos casos de infecções superficiais de pele provocadas por Streptococcus pyogenes, pneumonia por S. Pneumoniae, infecções por estreptococos do grupo A no trato respiratório, prevenção de endocardite após procedimento odontológico, etc. Quanto a hipersensibilidade os macrolídeos segundo Ensina et al. 28 (2009) possuem fraco perfil imunogênico colaborando para a existência de descrições esporádicas de exantema, eosinofilia e síndrome de Stevens Johnson ou seja um processo eruptivo bolhoso agudo que por decorrência da ruptura da bolhas formam pseudomembrana nos lábios edemaciados além de incrustações e fissuras sangrantes (FALCÃO et al., 2008). 5.6.1 Lincosaminas Inibem a síntese protéica nos ribossomos, ligando-se a subunidade 50S o que as tornam bacteriostáticas. Assim, alteram a superfície bacteriana e por conseqüência facilitam a opsonização, a fagocitose e destruição intracelular dos microrganismos (ANVISA, 2012). São indicados no tratamento de infecções intra-abdominais, pélvicas, pulmonares, odontogênicas,otite crônica, sinusites ,osteomielites infecções de pele causados por estreptococos ou estafilococos, erisipela e infecções de partes moles em alérgicos a penicilina, etc. Podem ser consideradas como alternativas para pacientes alérgicos a penicilinas por serem de pouca imunogenicidade (AMATO NETO; NICODEMO; LOPES, 2007). 5.7 Papel do farmaceutico A automedicação é um sério entrave na saúde pública, nesse sentido, necessita da efetivação maciça dos profissionais da aérea da saúde no sentido de mobilização da sociedade em relação aos seus efeitos. De acordo com Miguel et al. (2002) o uso indiscriminado dos antibióticos potentes é um grande vilão na luta contra a resistência de bactérias contribuindo pela perda gradativa da eficiência terapêutica, assim, Oliveira et al. (2012) consideram que os profissionais como médicos, farmacêuticos e enfermeiros, em muitas ocasiões desconhecem os danos causados pelo uso indiscriminado de medicamentos. Vitor et al. (2009) afirmam que em países desenvolvidos devido o controle rígido estabelecidos pelas agências reguladoras e o envolvimento dos farmacêuticos no uso racional dos medicamentos está gradativamente aumentando e o hábito da automedicação diminuindo. 29 O paciente necessita ser alertado sobre o risco da potencialização de efeitos colaterais com o uso de medicamentos em consonância com ingestão de alimentos, bebidas e/ou outros fármacos e sua interferência na biodisponibilidade do medicamento de modo a comprometer a eficiência terapêutica (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008). Sendo assim: o farmacêutico é um profissional que tem curso superior, com prática permeada pela ética e é essencial para a sociedade, pois é a sua garantia de receber toda orientação necessária para um resultado eficaz de tratamento, além do acompanhamento terapêutico. E ainda tem responsabilidade em prestar atenção e assistência farmacêutica (SCARCELA; MUNIZ; CIRQUEIRA, 2011, p. 20). Seu papel é orientar o paciente de modo a utilizar de forma correta o medicamento a fim de que a terapêutica usada tenha resultados positivos (MIGUEL; MIGUEL, 2000). Ou seja: o propósito do farmacêutico é garantir a otimização da terapia medicamentosa, tanto contribuindo para a fabricação, abastecimento e controle de medicamentos e produtos para a saúde quanto provendo informações e aconselhando aqueles que prescrevem ou usam produtos farmacêuticos ... esclarece dúvidas do paciente quanto à posologia pretendida e método de administração e aconselha o paciente sobre as precauções que deve tomar com os medicamentos (OMS, 2004, p. 22-24). Vieira e Perassolo (2011) apontam que muitos cuidadores de crianças não possuem informações sobre o uso adequado de medicamentos, modo de administração e tão pouco quem os possa orientar de forma eficaz, tornando um problema que reflete no cumprimento do tratamento medicamentoso. Para Gomes (2007) a motivação a adesão da farmacoterapia deve ser também um fator de preocupação do farmacêutico. Na opinião de Scarcela, Muniz e Cirqueira, (2011) os antibióticos ainda são dispensados livremente nas drogarias, sem apresentação da prescrição e os balconistas, por receberem de forma comissional sobre as vendas acabam induzindo o uso indiscriminado de medicamentos, a famosa “empurroterapia” (uma antítese do uso racional de medicamentos) favorece o aumento da resistência bacteriana e ineficácia terapêutica, cabendo dessa forma orientação e acompanhamento farmacêutico a fim de alcançar a eficiência esperada (SCARCELA; MUNIZ; CIRQUEIRA, 2011). 30 A atuação do farmacêutico está sendo pouco efetiva, segundo Vieira e Perassolo (2011) e na opinião de Santos (2009) cabe ao profissional a preocupação de evitar a “empurroterapia” e promover a orientação vez que: o diagnóstico que definirá o tratamento é exclusivo do médico. Portanto, “empurrar” ao paciente um medicamento sem o diagnóstico da doença é uma imperícia. Para ser mais preciso e justo, é uma irresponsabilidade do tamanho da fome de comissão sobre as vendas de quem perpetra esse ato execrável (SANTOS, 2009, p. 4). Nos chama a atenção a preocupação de Santos (2009) quanto ao lucro aético, provindo da “empurroteria” que pode gerar problemas de saúde, vindo a opor quanto a ética do profissional farmacêutico. O autor explica que “tudo o que o farmacêutico defende é que os medicamentos sejam usados com racionalidade, ainda que ele receba pressões em sentido contrário de proprietários leigos (não farmacêuticos) de farmácias” (SANTOS, 2009). Salienta-se que é o farmacêutico o profissional capacitado em avaliar prescrições médicas, propor o uso racional de medicamentos, executar a prática na atenção farmacêutica, proporcionando assim informações sobre a utilização adequada tanto de antibióticos quanto de outros medicamentos como forma de melhorar a qualidade de vida desses pacientes (SCARCELA; MUNIZ; CIRQUEIRA, 2011). 31 6 APRESENTAÇÃO DOS DADOS ENCONTRADOS A análise dos dados foi realizada apenas em documentos dispostos na BIREME em busca bibliográfica realizada no dia 14 de junho do corrente ano, e a título de informação viu-se a necessidade de citar que tal banco de dados utilizado tem suas informações atualizadas constantemente. Desta forma ao utilizar as palavras antimicrobianos e automedicação na caixa de pesquisa foi retornado o total de 16 documentos sendo 15 artigos (93,75%) e uma tese (6,25%). Respondendo a um dos objetivos específicos que foi o de identificar os assuntos abordados nos documentos dispostos na BIREME elaborou-se um quadro 1 demonstrativo para melhor visualização. Quadro 1 – Descritores disponíveis na BIREME Assunto Automedicação Antibacterianos Uso de Medicamentos Prescrições de Medicamentos Atenção Primária à Saúde Espanha Farmacoepidemiologia Revisão de Uso de Medicamentos Pomadas Assistência Farmacêutica Infecções Respiratórias Soluções Tabaco Tobramicina Administração Cutânea Consumo de Bebidas Alcóolicas Candidíase Vulvovaginal Resistência a Medicamentos Trabalho de Parto Gravidez Qtde 10 08 07 04 03 03 02 02 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 Assunto Dexametadona Faringite Tonsilite Características da Família Saúde da Família Prevalência Estudos Transversais Administração Tópica Grupos Diagnósticos Relacionados Infecções Comunitárias Adquiridas Resfriado Comum Medicamentos Essenciais Farmacorresistência Bacteriana Serviços de Saúde Bucal Período Pós-Parto Dermatomicoses Avaliação de Medicamentos Medicamentos sem Prescrição Serviço Hospitalar de Emergência Géis Qtde 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 Fonte: do autor Quanto a língua, dos 16 documentos encontrados 11 ou seja, 68,75% estão em espanhol, quatro (25%) em português e um (6,25%) em inglês. 32 Abaixo tem-se o gráfico 1 dos documentos para melhor visualização. Gráfico 1 – Documentos quanto a língua Fonte: do autor Quanto ao ano de publicação foi percebido a prevalência dos anos de 1999 e 2001, ambos com duas publicações. Nesse sentido, a porcentagem e quantidade de documentos estão distribuídos conforme quadro 2 abaixo: Quadro 2 – Ano de publicação Ano 2011 2010 2008 2005 2003 2002 2001 1999 1996 1993 1992 1991 1987 Quantidade Porcentagem 1 6,25% 1 6,25% 1 6,25% 1 6,25% 2 12,50% 1 6,25% 2 12,50% 2 12,50% 1 6,25% 1 6,25% 1 6,25% 1 6,25% 1 6,25% Fonte: do autor Torna-se importante informar que a BIREME dispõe de clusters ou 33 seja, conjunto de dados em subgrupos que, podem ser montados em função de suas características. Entretanto, o cluster limite para o resultado do termo criança foram de quatro documentos. Por ser inviável discutir os dados com esse resultado optou-se em estudar os 16 documentos a fim de conhecer em quais deles houve a preocupação de pontuar a automedicação em crianças. 34 7 ANÁLISE DOS DADOS A população brasileira tem incutida a cultura da pílula (LIMA; NUNES; BARROS, 2007) e juntamente com as falhas no seguimento da terapia farmacológica tornam-se os principais fatores que acabam comprometendo a saúde da população, onerando gastos ao poder público e aumentando o processo de resistência antimicrobiana ( MENEZES; DOMINGUES; BAISCH, 2009). De acordo com Castro et al. (2002) uma das maiores preocupaçöes mundiais quanto ao uso de medicamentos é a utilizaçäo de antimicrobianos como meio de evitar a resistência microbiana, todavia os países em desenvolvimento, empregam poucos recursos na monitorizaçäo do uso racional de medicamentos. O estudo quantitativo publicado por Mori Vara et al.(2011), realizado sistemicamente e de forma contínua entre dezembro de 2005 a novembro de 2007, cujo objetivo foi de conhecer o uso e consumo de antimicrobianos na Espanha, revelou que o consumo nacional de medicamentos foi de 1.221 milhões, sendo que 41.755.951 equivalente a 3,42%, foram de antimicrobianos, havendo um aumento de 2,36% entre os anos de 2006 a 2007. Por saber que a resistência bacteriana é um problema complexo causado por uma combinação de fatores que enfatizam o uso de antimicrobianos o estudo de Espino Hernández e Abín Vázquez (2008) objetivou descrever a freqüência de uso de antimicrobianos por meio da automedicação, na cidade de Havana em Cuba durante os meses de janeiro a junho de 2007. Assim participaram 857 sendo explorado o uso de antimicrobianos nos últimos seis meses e hábito de automedicação. Os dados apontaram que no periodo do estudo 68% dos entrevistados consumiram antimicrobianos e 20,5% se automedicaram, sendo prevalentes os seguintes farmacos: cloridrato de tetraciclina (32,5%), penicilina G (29,8%) e ciprofloxacina (24,5%). Diante do resultado, Espino Hernández e Abín Vázquez (2008) consideraram a necessidade de ampliação das campanhas de informação e implementação de programas educacionais direcionadas de modo a interver no hábito da automedicação da população estudada. Entre os anos de 200 a 2005 Agudelo et al. (2009) analisaram na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, México, Paraguai, República Dominicana, Uruguai e Venezuela crianças de 0 a 06 anos com diagnóstico de infecções 35 proveniente de S. pneumonia resistentes tendo sido observado o aumento da freqüência de resistência a antibióticos na maioria dos países estudados, demonstrando então a necessidade de implantação de políticas no controle do uso indiscriminado de antibióticos nesses países, e assim, Nascimento-Carvalho e Souza-Marques (2004) atentam sobre o crescimento a nível mundial do número de casos de pneumococos não suscetíveis a penicilina. Naves e Silver (2005) na busca de avaliar os aspectos da assistência farmacêutica na atenção primária, em centros de saúde no ano de 2001 através de estudo transversal utilizando indicadores da assistência farmacêutica propostos pela OMS, em amostra aleatória em 15 das 62 UBSs do Distrito Federal, através de entrevista com 450 indivíduos, sendo 30 de cada unidade de saúde informou que o índice de prescição de amoxilina em crianças entre 1 e 5 anos,foi de 38,8% por cento. Os pesquisadores observaram que os grupos farmacológicos mais prescritos foram: cardiovasculares (26,8%), antimicrobianos (13,1%), analgésicos (8,9%), antiasmáticos (5,8%), antidiabéticos (5,3%), psicoativos (3,7%) e associações (2,7%) e que a eficiência das ações de assistência farmacêutica é comprometida devido aos baixos níveis de compreensão dos pacientes e pela dificuldade de acesso a compra da medicação necessária da população estudada. Em muitas ocasiões, os antibióticos são receitados antes de realizar um estudo para encontrar a etiologia microbiológica da doença ou, são usados por meio de automedicação para tratar de infecções que não carecem desse tipo de fármaco, como no caso das infecções virais (PICAZO; PÉREZ-CECILIA; HERRERAS, 2003). O estudo de Veras et al. (2010) apontaram que dos 93 pacientes entre 0 a 6 anos hospitalizados por pneumonia, o uso de pneumonia como a primeira escolha foi de aproximandamente 2/3 e o mais agravante é que na maioria dos casos a terapia foi decidida a partir da experiência do pediatra, sem qualquer utilização de critérios laboratoriais. Nesse sentido o uso do prognóstico é uma técnica recomendada, devendo ser levada em conta de que a resistência antimicrobiana é um fenômeno que vem preocupando a área de saúde e também médicos e autoridades públicas a nível mundial, cabendo ao médico considerar tanto o quadro clínico, os possíveis patógenos e sua resistência aos antimicrobianos, as interações medicamentosas e 36 custo-benefício desses fármacos (PICAZO; PÉREZ-CECILIA; HERRERAS, 2003). No estudo prospectivo realizado na Espanha por Picazo, PérezCecilia e Herreras (2003) envolvendo centros de cuidados primários de todo País onde participaram 720 médicos foi percebido uma alta frequência de prescrição de antibióticos para o tratamento de processos virais. Para os autores é necessario que se realize campanhas incentivando a educação de saúde tanto à população quanto à classe médica a respeito do uso de antibióticos sem necessidade, os riscos que podem ocasionar a saúde do indivíduo e, à saude pública. Lara Bastanzuri, Cires Pujol e García Miliam (2003) em estudo realizado em Cuba consideraram que as penicilinas, aminoglicosídeos e tetraciclina são os mais propensos ao aumento de consumo. Os autores perceberam em seu estudo o uso indiscriminado dessas medicações e, revelaram preocupação sobre os efeitos adversos aos usuários, a potencialização do aumento de custo aos cofres públicos e a resistência bacteriana. Em um dos poucos trabalhos encontrados através do uso das palavras-chave automedicação e antimicrobianos no banco de dados BIREME, realizados no Brasil cuja finalidade era a de determinar os padrões de uso de antimicrobianos em hospital no período de 1990 a 1996, em um hospital universitário, com 690 leitos, localizado na cidade de Porto Alegre no estado do Rio Grande do Sul, nesse período Castro et al. (2003) revisaram os registros hospitalares a fim de identificar o consumo de antimicrobianos por pacientes internados. Os resultados encontrados foram expressos em dose diária definida (DDD) por 100 leitos-dia, além disso foi realizado a análise de conglomerados de modo a determinar as tendências de consumo dos agentes individuais (CASTRO et al., 2003). O resultado vem de encontro aos obtidos por Lara Bastanzuri, Cires Pujol e García Miliam (2003) em Cuba uma vez que o estudo de Castro et al. (2003) mostraram um aumento no consumo de antimicrobianos passando de 83,8 DDD por 100 leitos-dia, em 1990, a 124,58 DDD por 100 leitos-dia em 1996, sendo a penicilinas o fármaco mais utilizado com 39,6%, na sequencia as cefalosporinas com 15,0%, seguido dos aminoglicosídeos com 14,4%, sulfonamidas com 12,8%, glicopeptídeos com 3,6% e lincosaminas com 3,1%. 37 A Espanha possui uma grande prevalência de organismos resistentes a vários antibióticos comumente utilizados, ocupando na União Européia o ranking do país de maior consumo de antibiótico, estando a França em segundo lugar (GRANIZO, 2001). De acordo com Granizo (2001) a amoxicilina é utilizada nas crianças espanholas em larga escala e mais de 50% das que fizeram parte de seu estudo foram medicadas por seus pais sem prescrição médica. Um outro agravante da automedicação na Espanha é revelado no estudo de Alou Cervera, Maestre Vera e Moreno Úbeda (2001) que considera a alta do uso de antifúngico decorrente ao uso indiscriminado de antimicrobianos. Bavestrello Fernández e Cabello (1999) realizaram no Chile um estudo visando determinar o consumo de antimicrobianos na população. Tal pesquisa fez parte de um projeto do Ministério da Saúde do país a fim de criar uma proposta de uso racional desses fármacos. O resultado apontou alto aumento entre os anos de 1996 a 1997 do uso de penicilinas, cefalosporinas, fluoroquinolonas e macrolídeos, onde mais uma vez foi comprovado os dados dos estudos de Lara Bastanzuri, Cires Pujol e García Miliam (2003) em Cuba e de Castro et al. (2003) no Brasil. Na Colombia, Baena Restrepo et al. (1996) constataram uma alta taxa de automedicação em pacientes atendidos em duas clínicas públicas de emergência odontológica entre julho a dezembro de 1995 e fevereiro a março de 1996 onde os fármacos mais usados foram anti-inflamatórios, analgésicos nãoopióides e beta-lactâmicos antimicrobianos. Em um estudo epidemiológico com 586 grávidas na cidade de Porto Alegre, Martins-Costa et al. (1993) buscaram conhecer sobre o uso de medicamentos na gravidez e apontou um índice de automedicaçåo de 18% . Mestanza e Pamo (1992) apotaram que os estudos realizados no Peru sobre automedicação em muitas ocasiões informam os procedimentos utilizados para obter os dados. Os autores lamentam o fato e informam que a falta dessas informações acabam impossibilitando a continuidade de estudos tendo como base os resultados anteriores. Ainda no Peru, Mestanza Malaspina (1991) informou que os médicos peruanos em muitas ocasiões não são claros o suficiente para que seus pacientes utilzem de foram correta as medicações prescritas. 38 Em Cubatão, cidade localizada no estado de São Paulo, Lucia et al. (1987) observaram que os medicamentos mais utilizados por operários com a prática de automedicação eram os analgésicos-antiinflamatórios, antimicrobianos, antiácidos e bloqueadores H2, ansiolíticos e anti-hipertensivos. Fegadolli et al. (1999) a fim de caracterizar a antibioticoterapia em crianças atendidas em UBS, estudaram 3.111 prescrições entre janeiro a junho de 1997, utilizando as seguintes variáveis: idade, sexo, e morbidade para as quais foram indicadas as prescrições. Nesse sentido observaram que 29,5% das prescrições de antibióticos eram para crianças entre 1 e 5 anos, sendo a amoxicilina (38,8%) o mais prescrito e a via oral a de maior indicação com 61%, seguida da cutânea com 13,5%. Dentre as morbidades prescritas para o uso de antibióticos, 38,3% foram para as doenças respiratórias sendo que em 67,3% eram infecções respiratórias agudas. Estudando o perfil da utilização de antimicrobianos em um hospital privado de na cidade de Santa Maria localizada no estado do Rio Grande do Sul Rodrigues e Bertoldi (2008) perceberam que o uso das penicilinas em crianças e adolescentes que representaram 1/3 de todos os antimicrobianos. Fegadolli et al. (1999) concluíram que a prescrição dos antibióticos deve ser melhor avaliada, pois 19,5 % foram prescritos para sinais, sintomas e afecções mal definidas. Embora necessários, estudos sobre a prevalência do consumo de medicamentos em crianças ainda são escassos e, Considerando os problemas relacionados com a aplicação direta dos ensaios clínicos na população pediátrica, os estudos de utilização de medicamentos devem ser, tanto em países industrializados quanto em países em desenvolvimento, um instrumento prático voltado para a promoção do uso adequado dos medicamentos. Todavia, para que se possa obter resultados que permitam estabelecer perfis comparáveis e avaliar os determinantes do uso de medicamentos, é necessário que tais investigações sejam desenhadas de maneira adequada, com explicitação das definições adotadas, critérios de inclusão e exclusão de pacientes e análise detalhada das variáveis em estudo considerando os problemas relacionados (SANTOS et al., 2011, p.28-29) No que se refere ao uso pediátrico de medicamentos, Menezes, Domingues e Baisch (2009) salientam que a comunicação entre pais e prescritores é fator determinante para a adesão ao tratamento. Os autores avaliaram a compreensão da prescrição de antimicrobianos por acompanhantes de crianças em 39 uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no município de Bagé/RS e observaram que 41% dos entrevistados não compreenderam adequadamente as informações relacionadas ao uso dos antimicrobianos prescritos. O estudo identificou a ausência de informações relacionadas aos medicamentos nas prescrições e durante a dispensação, entre outros aspectos, como responsáveis por essa falha. Furini et al. (2009) destacam que o uso de antibióticos em pediatria deve ser bem avaliado e justificado devido à resistência desenvolvida pelo uso inadequado decorrente da escolha incorreta, não realização de antibiograma para confirmação de sensibilidade pelo micro-organismo e tratamento de doenças de etiologia viral e fúngica (OLIVEIRA; DESTEFANI, 2011). Os analgésicos/antitérmicos sem prescrição são freqüentemente utilizados em crianças, provavelmente devido ao fato da febre ser uma manifestação comum em crianças, sendo comum o uso de antibióticos sistêmicos nos quadros de tosse, gripe/resfriado (SANTOS; BARRETO; COLELHO, 2009). Esse procedimento é desaconselhável pois expõe as crianças a riscos sem lhes trazer benefício compatível (SANTOS; BARRETO; COLELHO, 2009). 40 8 CONCLUSÃO Sabe-se que toda e qualquer medicação possui efeitos colaterais e contraindicações, a exemplo os antigripais para pessoas com insuficiência coronariana, medicamentos para hipertensão para asmáticos, desta forma, a prescrição médica é individualizada para as características de cada paciente . A automedicação também pode ser induzida através de campanhas publicitárias que visando o lucro não tomam o cuidado em esclarecer a população dos riscos associados o uso indevido, visando somente o lucro dos fabricantes. Um outro ponto que favorece a prática é a falta de uma assistência médica eficaz e gratuita a população, não sendo raros os casos divulgados pelos canais de comunicação de filas e dias de espera para atendimento em muitas regiões do País. Entretanto, ao realizar a automedicação o indivíduo põe em risco não somente a integridade de sua saúde, como também a da comunidade no qual faz parte. No que se refere a automedicação em crianças a situação torna-se ainda mais preocupante não sendo raros os casos de intoxicação medicamentosa provindo desse hábito. Estudos apontam que muitos responsáveis por crianças não possuem informações sobre o uso adequado de medicamentos e de sua forma de administração, além do mais, não sabem a quem recorrer sobre as dúvidas referentes ao tratamento medicamentoso. Salienta-se que é o farmacêutico o profissional capacitado em avaliar prescrições médicas, propor o uso racional de medicamentos, executar a prática na atenção farmacêutica, proporcionando assim informações sobre a utilização adequada tanto de antibióticos quanto de outros medicamentos como forma de melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Em relação aos antimicrobianos, a automedicação vem sendo discutida e causando preocupações a nível mundial uma vez que tem se percebido um aumento significativo da resistência bacteriana. Por saberem que a resistência bacteriana é um problema complexo causado por uma combinação de fatores. No presente estudo, foi percebido que os antimicrobianos mais utilizados é a penicilina, em muitas ocasiões sem qualquer cuidado em verificar a real necessidade de uso do medicamento, o que é pior, muitas vezes a indicação da 41 terapia é realizada por profissionais da saúde. Sabe-se que a eficácia do antimicrobiano depende de fatores, como concentração ideal no local da infecção, capacidade em atravessar a parede celular, afinidade pelo sítio de ligação no interior da bactéria, permanência suficiente de modo a exercer seu efeito inibitório, entre outras. Sendo assim vê-se a necessidade de conscientizar a população sobre os riscos da automedicação, melhoria nas políticas públicas em relação ao atendimento da população, cumprimento das legislações vigentes e também uma atenção farmacêutica envolvendo macrocomponentes como atenção à saúde, orientação, atendimento e seguimento farmacoterapêutico. Um outro ponto a ser considerado é a falta de publicação a respeito da automedicação antimicrobiana em crianças dispostos no banco de dados BIREME, o qual realiza um trabalho de excelência e credibilidade, o que nos leva a inferência de que os trabalhos científicos que são produzidos sobre o assunto não contemplam as exigências de conteúdo de bancos de dados ou a produção de estudos com a temática ainda não vem causando impacto suficiente para que os pesquisadores se voltem ao assunto. 42 REFERÊNCIAS ABRANTES, P. M. et al. A qualidade da prescrição de antimicrobianos em ambulatórios públicos da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, MG. 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