CAMPANHA CONTRA A DENGUE NO ELA 2011: RELATO DE EXPERIÊNCIA ALVES, Maressa Stephanie Ovidio1; CANÊDO, Marília Caixeta2; LIMA, Luana Duarte3; PELEJA, Marina Berquó4; CORREIA, Wilsterman Freitas5; BARBOSA, Alverne Passos6. Palavras-chave: Dengue, Campanha, ELA JUSTIFICATIVA/BASE TEÓRICA Atualmente, a dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Um dos problemas maiores é que o Aedes aegypti, é um mosquito de difícil controle, pois seus ovos são muito resistentes e sobrevivem vários meses até que a chegada de água propicia a incubação. Normalmente, eles escolhem locais que estejam sombreados e em zonas residenciais. Por isso, é importante não deixar objetos com água parada dentro de casa ou no quintal. Sem este ambiente favorável, o Aedes aegypti não consegue se reproduzir. O Brasil registrou queda de 62% nos casos de dengue no início de 2012. Foram registrados 40.486 casos da doença, contra 106.373 no mesmo período de comparação (a análise foi feita entre os dias 1 de janeiro a 11 de fevereiro). Dados do Portal da Saúde indicam que em 2011 Goiás teve 6.738 de dengue. O combate e a prevenção à dengue são considerados como prioridades dos governos federais e estaduais, e para isso é imprescindível a mobilização da população, um dos meios é a realização de campanhas, não adianta só você fazer a sua parte, o seu vizinho também tem que fazer e assim sucessivamente. Outro fator importante nas campanhas é que a medida tem o objetivo de identificar sinais e sintomas de gravidade da doença, possibilitando, dessa maneira, o tratamento precoce e adequado. __________________________ *Resumo revisado por: Prof. Dr. Alverne Passos Barbosa. Liga Acadêmica Multidisciplinar de Doenças Infecciosas e Parasitárias - código IPTSP-22: 1 Universidade Federal de Goiás - e-mail: [email protected] 2 Universidade Federal de Goiás - e-mail: [email protected] 3 Universidade Federal de Goiás - e-mail: [email protected] 4 Universidade Federal de Goiás - e-mail: [email protected] 5 Universidade Federal de Goiás - e-mail: [email protected] 6 Universidade Federal de Goiás - e-mail: [email protected] OBJETIVOS O objetivo do presente trabalho é expor como foi a participação da Liga Acadêmica Multidisciplinar de Doenças infecciosas e Parasitárias (LAMDIP) na campanha contra a dengue realizada no Encontro das Ligas Acadêmicas (ELA), em setembro de 2011, a qual foi organizada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás. METODOLOGIA Inicialmente, como preparação para o ELA foram desenvolvidas duas atividades: uma aula expositiva sobre o vírus causador da dengue e uma aula prática com enfoque no vetor da doença. No dia do evento foi montado um stand onde foram realizadas atividades educacionais com a população, com o apoio de uma maquete, falava-lhe sobre os principais focos de criatório do mosquito transmissor da dengue, a importância de eliminá-los, os sintomas e algumas curiosidades sobre a doença. Por último, mostrava-lhe ovos, larvas, pupas e formas aladas do mosquito Aedes aegypti, falando sobre seu ciclo de vida. Ainda nesta etapa, as pessoas tiveram a oportunidade de diferenciar no microscópio tal mosquito do pernilongo comum. RESULTADOS/DISCUSSÃO Segundo a Secretaria de Saúde do estado de Goiás, houve redução de 61,82% dos números de casos registrados de dengue no ano de 2011 comparado ao ano anterior e queda de 68,82% do número de óbitos causados pela doença. Confirmando estes dados, foi possível observar que a maioria dos visitantes do nosso estande já chegavam com conhecimento prévio de formas básicas de prevenção e eliminação de focos do mosquito como também da morfologia do vetor. Muitos diziam ser pelo fato de assistirem as propagandas veiculadas pela prefeitura municipal e governo do estado e panfletos que receberam na rua. Esta maioria afirmou que realiza periodicamente a busca por focos em sua residência e muitos reclamaram com indignação sobre falta de zelo dos vizinhos que mantinham criadouros que poderiam afetar todo o bairro e que de nada vale o esforço de um se o outro também não se empenhar. Alguns se recusavam a entrar no estande relatando já conhecer o suficiente sobre a doença, mas eram convencidos a entrar e não escondiam a surpresa quando descobriam detalhes sobre a dengue hemorrágica, novos locais de criadouro do mosquito e medicamentos que não podem ser utilizados em caso de suspeita de dengue. No caso dos medicamentos, os visitantes citaram que não se pode ingerir o paracetamol e a dipirona sódica, entretanto o maior causador de complicação na dengue é o AAS (ácido acetilsalicílico) e poucas pessoas o mencionaram quando era questionadas e associaram este medicamento ao desenvolvimento de dengue hemorrágica, fato que não ocorre em todos os casos. Sobre os criadouros do mosquito, muitos visitantes do nosso estande se surpreenderam em saber que também devem observar com frequência os reservatórios de água de geladeiras Frost Free e ralos de banheiros pouco usados. Estes visitantes acreditavam que o mosquito apenas se reproduzia em locais com água limpa como caixas d’água e outros pequenos resevatórios. Ao conhecer o ciclo do mosquito, a maioria dos visitantes se impressionou com a rapidez da transição do ovo para o mosquito adulto, cerca de 15 dias, e que os ovos permanecem viáveis por cerca de 1 ano em local seco. Foi evidente para nós que mesmo com todo o esforço do governo em divulgar os perigos da dengue realizando campanhas periódicas e veiculando na mídia informações básicas, ainda é necessário maior esclarecimento da população quanto às particularidades da doença e a população demonstra interesse deste conhecimento. As crianças foram nossos visitantes mais interessados. Muitos precisaram ser levantados por nós para observarem os mosquitos na lupa. Também se animavam ao ver os mosquitos vivos presos nas armadilhas e alguns nos questionavam preocupados se havia a possibilidade dos mosquitos se libertarem das garrafas e transmitir o vírus da dengue para quem estivesse no estande. Ao final da explicação sobre o ciclo e a importância de combater a dengue, as crianças eram encaminhadas para a área externa lateral ao estande onde disponibilizamos material educativo para ser colorido, lápis de cor e também estávamos fazendo pinturas na pele. É importante que o interesse das crianças seja incentivado, pois elas são vigilantes “dengueiros” em potencial dentro de suas casas e estimulam seus familiares no combate à dengue, além de que já crescem conscientizadas e se tornarão jovens e adultos ativos neste combate. CONCLUSÃO Verifica-se com o trabalho feito junto à comunidade que o tema dengue desperta bastante interesse, principalmente entre as crianças, devido à alta prevalência e vontade comum de eliminar o vetor e a doença. Há muitos mitos e crendices, o que confunde a população, dificultando e até mesmo atrapalhando o tratamento e combate ao mosquito. Os veículos de informação prestam sempre os mesmos esclarecimentos, deixando aspectos importantes fora do domínio público. As pessoas reconhecem sua importância no ciclo que vem mantendo os altos níveis de infecção pelo vírus, porém muitos admitem não utilizar esse conhecimento, deixando locais propícios para reprodução do Aedes aegypti. Como acadêmicos participantes, sendo dos cursos de enfermagem, farmácia e medicina, tivemos a oportunidade de exteriorizar conhecimentos adquiridos na universidade. Tivemos um contato real com as necessidades da população, procurando entender e ajudar, além de compreender melhor o motivo do crescente incidência da doença. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. Boletim semana de dengue – Goiás 2011. Disponivel em: <http://www.sgc.goias.gov.br/upload/links/arq_291_BoletimASemanalA52.pdf> Acesso em: 28 abr 2012. Disponível em: <www.combateadengue.com.br> Acesso em 08 de maio de 2012. Disponível em : <http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude> maio de 2012. Acesso em 08 de