Ajuste oclusal por desgaste seletivo Patologia tratamento do cisto ósseo solitário como proceder? carga imediata Como manipular tecidos moles www.apcd-saude.org.br Rua Rondinha, 54 - C. Inglesa São Paulo - SP - CEP 04140-010 Outubro | novembro | Dezembro | 2009 | nº 26 TRATAMENTO ENDODÔNTICO PCD Saúd sA A APCD Saúde deseja a todos um Feliz Natal e um Ano Novo próspero! 20l1im0itadas. e Curs o Recurso possibilita reabilitação mais rápida e segura re s suas Vaga m já Faça ições. inscr IMPRESSO Pode ser aberto pela ECT 1º semest | APCD SAÚDE | out | nov |dez | 2009 Editorial expediente P cer aos colaboradores da nossa revista “O Sorriso”. Muitos dei- xam de lado seus afazeres para elaborar e nos enviar artigos esclarecedores, com casos clínicos detalhados e explicativos. Nesta edição, por exemplo, podemos destacar: “Tratamento endodôntico - recurso possibilita reabilitação mais rápida e segura”; “Ajuste oclusal por desgaste seletivo, como proceder?”; “Patologia, Dr. Sérgio Yunes - Editor tratamento do cisto ósseo solitário”; “Carga imediata - como manipular tecidos moles”, E por falar em ano, mais um se finda e desejamos ao que se inicia e no seu decorrer, um entre outros. Também não poderia deixar de agradecer período de paz, felicidade e muita saúde! aos nossos anunciantes que no passar do ano Desejamos a todos uma boa leitura! sempre estiveram presente. Índice Ajuste oclusal por desgaste seletivo........ 4 Profissionais da Saúde Bucal se reúnem Tratamento em dentes com rizogênese para primeiro encontro....................... 16 incompleta e polpa necrosada................. 6 Cursos APCD Saúde - 1º Semestre 2010... 18 Diagnóstico e tratamento do cisto ósseo Implantes, anestesia e sedação............ 20 solitário............................................. 10 Viagem à João Pessoa........................ 22 Tecidos moles na carga imediata......... 14 Ficha de Adesão - 28º CIOSP............. 15 6 13 Humor............................................... 23 Aniversariantes................................... 24 Indicador Profissional......................... 26 14 carga imediata Desvio do canal radicular.................... 13 Endodontia Presidente Gilberto Machado Coimbra 1º Vice-Presidente Takashi Yagui 2º Vice-Presidente Wagner Nascimento Moreno Assessor da Presidência Admar Kfouri Secretária Geral Arne Aued Guirar Ventura 1º Secretário Durval Paupério Sério Tesoureiro Geral Ossamu Massaoka 1º Tesoureiro Kunio Shimabukuro Depto. Assessor de Benefícios Auro Massatake Minei Depto. Assessores Científico Cheng Te Hua Cidney Hiroaki Cato Jum Kasawara Luci Z. Finotti Depto. Assessor de Comunicações Luis Ide Depto. Assessor de Congressos e Feiras Luis Afonso de Souza Lima Depto. Assessores Cultural Sonia Maria Moraes Ceccone Valsuir José Vezzoni Depto. Assessores de Defesa de Classe Elizabeth Aparecida Braga Helenice Formentin Ikegami Depto. Assessores E.A.P Hiroshi Miasiro Milton de Souza Teixeira Samuel Cecconi Depto. Assessores de Esportes Carlos Teruo Itabashi Mauricio Fazzura Depto. Assessores de Patrimônio Moacyr Nunes Leite Jr. Paulo Yoshiteru Nagamine Depto. Assessor de Prevenção Luiz Carlos Serrano Lima Nicola Felipe L. Bempensante Depto. Assessor de Rel. Internacionais Arnaldo Baptista F. Júnior Depto. Assessores da Revista e Informática Sérgio Yunes Depto. Assessores Social Julia Uchida Marta Tashiro Mauricio Nishimura Depto. Assessores de Turismo Ricardo Ugayama Shindi Nakajima Jornalista Responsável Israel Correia de Lima (Mtb 14.204) - Tel. 3477-4156 Edição de Arte Guilherme Gonçalves Impressão GT Editora e Gráfica rimeiramente gostaria de agrade- Endodontia Foto capa: Andres Rodriguez Rua Rondinha, 54 - Chácara Inglesa São Paulo - SP - CEP 04140-010 Fone (11) 5078-7960 www.apcd-saude.org.br [email protected] [email protected] Atendimento: 2ª a 6ª das 9h às 18h Agradecimento aos nossos parceiros APCD SAÚDE | out | nov |dez | 2009 | Oclusão Ajuste oclusal por desgaste seletivo: como proceder? O objetivo deste artigo é mostrar aspectos importantes do ajuste oclusal, que é uma terapia que objetiva o equilíbrio oclusal, considerado fator de estabilização dentária na Odontologia Restauradora, Prótese Dentária e Ortodontia. Equilíbrio oclusal é definido como a obtenção de contatos oclusais em que prevaleçam as resultantes de forças no sentido do longo eixo do dente visto que resultantes horizontais da força de oclusão são indesejáveis, pois geram tendência ao movimento, comprometendo a estabilização dentária e mandibular2. Da mesma forma, há necessidade de que se distribua a força da oclusão sobre todos os dentes posteriores para que haja contatos bilaterais simultâneos e estáveis, evitando a sobrecarga em determinadas regiões4. O periodonto receberia, assim, estímulo fisiológico, produzindo fibras colágenas e mantendo a espessura das trabéculas ósseas no osso alveolar2. É benéfico para a oclusão dental que os dentes inferiores ocluam contra os superiores ao mesmo tempo, de ambos os lados, com o maior número possível de contatos. Para que isto ocorra, são necessários contatos bem estabelecidos e coincidência da posição dental de máxima intercuspidação (MIH) com a posição condilar de relação cêntrica (RC), sem desvios, ou seja, que não ocorra deslize de uma para outra1. O deslize pode levar a uma instabilidade dos côndilos dentro de suas respectivas fossas mandibulares e resultar em patologias intraarticulares. Alguns autores consideram a diferença de 1,5mm como compatível com a normalidade articular5 enquanto outros consideram aceitável a diferença de RC para MIH de até 3mm3. Deslizes maiores que 5,0mm são danosos ao sistema estomatognático2. Pacientes que desenvolvem hábitos parafuncionais de apertamento e/ou rangimento em oclusões instáveis, são os mais susceptíveis a desenvolverem disfunções temporomandibulares musculares e articulares, provavelmente por não conseguirem apertar e ranger um bases estáveis4. Uma modalidade terapêutica de se proporcionar oclusão estável é o ajuste oclusal por desgaste seletivo, que deve ser realizado seguindo-se algumas etapas descritas a seguir, para evitar iatrogenias1. O paciente deve estar assintomático para facilitar a montagem de modelos no articulador semi-ajustável em relação cêntrica com o auxílio do JIG de Lúcia (Figura 1), que tem a função de desprogramação neuromuscular. Após a montagem dos modelos no articulador (Figura 2), deve-se proceder à análise oclusal dos mesmos, o mapeamento | APCD SAÚDE | out | nov |dez | 2009 Figura 1 - Jig e registro intra-oral de cera Figura 2 - Modelos montados no articulador semi-ajustável Figura 3 - Fita de papel celofane entre os dentes 18 e 47 Figura 4 - Papel carbono articular entre os dentes prematuros 18 e 47 Figura 5 - Jig entre os dentes anteriores Figura 6 - Marca de carbono no Jig e fresa para desgaste Figura 7 - Carbono articular entre os dentes prematuros 18 e 47 Figura 8 - Ajuste do dente 18 (prematuro) das prematuridades e do desgaste seletivo com fitas de papel celofane (Figura 3) e papel carbono articular (Figura 4) com a finalidade de direcionar a sequência da realização do desgaste dos dentes envolvidos na prematuridade no articulador antes da realização do ajuste oclusal clínico1. Após ter-se mapeado a sequência do ajuste no articulador, o procedimento pode ser realizado clinicamente, também com o auxílio do JIG, instalado entre os incisivos centrais do paciente (Figura 5). A face palatina do JIG é marcada com fita de papel carbono articular e seqüencialmente desgastada com fresa (Figura 6) até a ocorrência do primeiro contato de dentes antagonistas, que serão os prematuros. Na sequência, interpomos o carbono entre esses dentes (Figura 7) desgastando os contatos prematuros (Figura 8) com brocas multilaminadas priorizando planos inclinados e evitando o desgaste de ponta de cúspides cêntricas1. Ajustado o primeiro contato, repete-se o procedimento, ou seja, marca-se a face palatina do JIG, desgasta-a novamente com fresas, até novo contato prematuro ocorrer e ser desgastado. Este procedimento deve ser sucessivamente realizado até a inexistência de prematuridades que denotará a finalização do ajuste observando-se a máxima intercuspidação dos dentes ocorrerem sem desvios e sem deslizes. Dessa forma será obtida uma oclusão estável com equilíbrio oclusal sem iatrogenias ao paciente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BATAGLION, C. Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo: Procedimentos Laboratoriais e Clínicos. São Paulo: Livraria Santos Editora, 2009. 2. BRANDÃO, R.C.B.; BRANDÃO, L.B.C. Ajuste oclusal na orthodontia: porque, quando e como? R. Dental Press. Ortodon Ortop Facial. Maringá, v.13, n.3, p.124-156, maio/junho, 2008. 3.MULLIGAN, T. F. Common sense mechanic: static equilibrium.J. Clin. Orthod., Boulder, v. 13, no. 11, p. 762-766, Nov. 1979. 4.OKESON, J. P. Critérios para uma oclusão funcional ideal. In: OKESON, J. P. Tratamento das desordens temporomandibulares e oclusão. 4. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2000. p. 87-100. 5.SCHUYLER, C. H. Freedom in Centric. Dent. Clin. North Am., Philadelphia, v. 13, no. 3, p. 681-686, July 1969. Prof. Dr. César Bataglion Professor Associado (Livre Docente) da Área de Oclusão da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; Especialista em Disfunção Temporomandibular e Dor orofacial; Professor Responsável pela Disciplina de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial da FORP-USP; Professor Responsável pelo Setor de Dor Orofacial do Centro para Pacientes Especiais da FORP-USP. [email protected] APCD SAÚDE | out | nov |dez | 2009 | Endodontia Tratamento endodôntico em dentes com rizogênese incompleta e polpa necrosada em sessão única O tratamento endodôntico em dentes com rizogênese incompleta está entre uma das maiores dificuldades técnicas encontradas pelo clinico e até mesmo por especialista em endodontia. Basicamente existem duas situações clínicas que determinam qual o tipo de terapia endodôntica a ser aplicada: a) dentes com vitalidade pulpar total ou parcial; b) dentes com necrose total pulpar. Indiscutivelmente, a primeira opção de tratamento em dentes imaturos com vitalidade pulpar, seja total ou parcial, é a indução da formação fisiológica do ápice. Processo este, denominado apicogênese ou apicigênese. Nos casos onde a polpa encontra-se totalmente necrosada, com presença ou não de radioluscência periapical, o tratamento e a reparação estão na dependência da formação de um tecido calcificado no ápice e mantém estreitas relações com diferentes fatores como: estágio de desenvolvimento da raiz do dente, condição da polpa dentária e dos tecidos perirradiculares e substância utilizada como material obturador. Foram propostas diversas técnicas para se tratar o dente imaturo despolpado com ou sem rarefação óssea periapical. A mais estuda e utilizada preconiza a limpeza e obturação do canal utilizando uma pasta temporária, geralmente a base de hidróxido de cálcio com variados veículos, para estimular a formação de um tecido calcificado no ápice, processo este denominado apicificação. Após um determinado tempo esta pasta é removida e quando constatada a evidência radiográfica da formação desta barreira apical fisiológica a obturação permanente com guta percha é concluída. Várias desvantagens são atribuídas a esta técnica como, por exemplo, a necessidade de diversas sessões (3 a 24 meses) e a possibilidade de uma reinfecção através do selamento temporário entre sessões1. Fatores adicionais ainda dificultam a execução da técnica como: paredes dentinárias extremamente finas e ápices amplamente abertos (em forma de bacamarte) dificultando o selamento apical e deixando o dente, muitas vezes, suscetível às fraturas. Atualmente técnicas utilizando barreiras artificiais permitem uma obturação imediata do canal do dente imaturo possibilitando uma rápida e eficiente reabilitação do dente2. O MTA é um material amplamente utilizado na endodontia e dentre suas diversas indicações está à formação da barreira artificial imediata3. Apresenta como principal propriedade um | APCD SAÚDE | out | nov |dez | 2009 Fig. 1 - Trauma e fratura da coroa do dente 11 Fig. 2 - Radiografia apresentando radioluscência periapical nos dentes 11 e 12 e rizogênese incompleta no dente 11 Fig. 3 - Radiografia de confirmação da odontometria eletrônica Fig. 4 - Localizador Apical Eletrônico - Root ZX II - J. Morita Ph de superfície alto (12,5) promovendo o reparo tecidual similar àqueles visto pelo hidróxido de cálcio4. No entanto, o MTA fornece uma superfície dura, não reabsorvível com boa adaptação à cavidade. Segundo alguns autores, o MTA mostrou ser osteocondutor e promotor de osteogênese5, formador de camada de cemento6 e cemento-condutivo7, é biocompatível e não induz à inflamação mostrando aposição óssea direta sobre o MTA8, 9, além de apresentar excelentes propriedades de selamento independente da presença ou não de sangue10, 11, 12, 13, 14, 15. O objeto deste trabalho é a apresentação de um caso clínico e sugestão de procedimentos, utilizando o MTA como barreira artificial, seguido de obturação imediata do canal radicular propiciando ao dente tratado uma reabilitação mais rápida e previsível. Fig. 5 - A- radiografia confirmando a posição do Porta MTA no comprimento de trabalho. B- esponja de colágeno Hemospon utilizada como anteparo ao MTA servindo também como hemostático inserida 1 mm além do comprimento de trabalho com calcador de guta percha no 2. C- Porta MTA – Map System. D- MTA Branco da Angelus CASO CLÍNICO Paciente do sexo feminino com 11 anos de idade compareceu ao consultório com histórico de trauma e fratura do incisivo central superior - dente 11 (figura 1). Ao exame clínico observa edema sobre a região do 11 e 12 com histórico pregresso de dor. Ao exame radiográfico observa-se radioluscência periapical em ambos os dentes. O dente 11 apresentava-se com rizogênese incompleta (figura 2). O tratamento proposto foi à colocação imediata de uma barreira artificial com MTA, tratamento endodôntico e colocação de um pino de fibra de vidro para estruturar o remanescente dental para posterior confecção de coroa total no dente 11. O tratamento foi autorizado pelos responsáveis sendo iniciado imediatamente após a proposição do tratamento. O paciente foi anestesiado, realizou-se o acesso Fig. 6 - MTA preenchendo Fig. 7 - Radiografia final a câmara pulpar, o dente foi isolado e iniciou-se o 4 mm apicais imediata mostrando o adequado preenchimento do canal com MTA preparo químico mecânico (PQC) seguindo os prinna porção mais apical, guta percha cípios crown down (coroa ápice) de instrumentação. no terço médio e pino de fibra de Foi realizada a odontometria eletrônica confirmada vidro no terço mais cervical pelo raio-X (figuras 3 e 4). A substância irrigadora utilizada foi a clorexidina gel 2% combinado com soro fisiológico com trocas freqüentes a cada instrumento utilizado. Uma complementação com ultra som e irrigação com soro fisiológico foi utilizado ao final do PQC. Com o objetivo de realizar um anteparo ao MTA introduzimos com auxílio de um calcador número 2, 1 mm além do comprimento de trabalho, uma esponja de colágeno16 (HEMOSPON). Em seguida o MTA Branco (Angelus) foi colocado com Fig. 8 - Fotografia após 1 semana com auxílio de uma porta MTA (MAP SYSTEM) reconstrução da coroa com resina composta Fig. 9 - Radiografia de previamente calibrado com um cursor de acompanhamento após silicone até o comprimento de trabalho 4 meses. Observar significativo (ffigura 5). Foram realizadas 4 aplicações indício de reparo apical APCD SAÚDE | out | nov |dez | 2009 | Endodontia de MTA recuando 1 mm a cada aplicação deixando aproximadamente 4 mm do terço apical preenchido com o MTA (figura 6). Segundo o fabricante o MTA Branco leva 15 minutos para endurecer e decorrido este tempo o canal foi preenchido por guta percha pré aquecida (EASY PACK) com auxílio de um condensador de Mc Spadden. Imediatamente após a obturação do contudo, o espaço para núcleo foi preparado e procederam-se os passos para instalação do pino de fibra de vidro: hibridização da dentina com sistema adesivo Clearfill (Kuraray) e cimentação do pino de fibra de vidro (Angelus) com cimento resinoso dual Relyx ARC (3M ESPE) (figura 7). Após 1 semana o dente já se encontrava restaurado e com ausência de sintomatologia (figura 8). Radiograficamente já se observa indícios de reparação no dente 11 após 4 meses de retorno da paciente (figura 9). PASSO A PASSO 1) Anestesia, abertura e isolamento; 2) Odontometria: 3) Preparo químico mecânico; 4) Colocação de um anteparo (espuma de colágeno) 1 mm além ápice; 5) Inserção do MTA; 6) Preenchimento com guta percha; 7) Blindagem final da entrada do canal com pino de fibra de vidro e resina composta. E (1999) REACTION OF DOG’S TEETH TO ROOT CANAL FILLING WITH MINERAL TRIOXIDE AGGREGATE OR A GLASS IONOMER SEALER. J ENDODON 25:728. 5. MORETTON TR, VAN AMERONGEM WE, VINGERLING PA (2000) TISSUE REACTION AFTER SUBCUTANEOUS AND INTRAOSSEOUS IMPLANTATION OF MINERAL TRIOXIDE AGGREGATE AND ETHOXICBENZOIC ACID CEMENT, J BIOMED MATER RES 52:528. 6. TORABINEJAD M, PITT FORD TR, MCKENDRY DJ, ABEDI HR, MILLER DA, KARIYAWASAM SP. (1997) HISTOLOGIC ASSESSMENT OF MINERAL TRIOXIDE AGGREGATE AS A ROOT-END FILLING IN MONKEYS. J ENDOD. APR; 23(4):225. 7. THOMSON TS, BERRY JE, SOMERMAN MJ, KIRKWOOD KL. (2003) CEMENTOBLASTS MAINTAIN EXPRESSION OF OSTEOCALCIN IN THE PRESENCE OF MINERAL TRIOXIDE AGGREGATE. J ENDOD. JUN;29(6):407. 8. TORABINEJAD M, FORD TR, ABEDI HR, KARIYAWASAM SP, TANG HM (1998) TISSUE REACTION TO IMPLANTED ROOT-END FILLING MATERIALS IN THE TIBIA AND MANDIBLE OF GUINEA PIGS. J ENDOD. JUL;24(7):468. 9. MITCHELL PJ, PITT FORD TR, TORABINEJAD M, MCDONALD F. (1999) OSTEOBLAST BIOCOMPATIBILITY OF MINERAL TRIOXIDE AGGREGATE. BIOMATERIALS. JAN;20(2):167-73. 10. AQRABAWI J (2000). SEALING ABILITY OF AMALGAM, SUPER EBA CEMENT, AND MTA WHEN USED AS RETROGRADE FILLING MATERIALS.BR DENT J. MAR 11;188(5):266-8 11. BATES CF, CARNES DL, DEL RIO CE (1996). LONGITUDINAL SEALING ABILITY OF MINERAL TRIOXIDE AGGREGATE AS A ROOT-END FILLING MATERIAL. J ENDOD. NOV;22(11):575-8. 12. FISCHER EJ, ARENS DE, MILLER CH. (1998) BACTERIAL LEAKAGE OF MINERAL TRIOXIDE AGGREGATE AS COMPARED WITH ZINC-FREE AMALGAM, INTERMEDIATE RESTORATIVE MATERIAL, AND SUPER-EBA AS A ROOT-END FILLING MATERIAL. J ENDOD. MAR;24(3):176. 13. TORABINEJAD M, WATSON TF, PITT FORD TR. (1993) SEALING ABILITY OF A MINERAL TRIOXIDE AGGREGATE WHEN USED AS A ROOT END FILLING MATERIAL. J ENDOD. DEC;19(12):591. 14. TORABINEJAD M, HONG CU, PITT FORD TR, KETTERING JD (1995) CYTOTOXICITY OF FOUR ROOT END FILLING MATERIALS. J ENDOD. OCT;21(10):489. 15. DYE LEAKAGE OF FOUR ROOT END FILLING MATERIALS: EFFECTS OF BLOOD CONTAMINATION. (1994) TORABINEJAD M, HIGA RK, MCKENDRY DJ, PITT FORD TR. J ENDOD. APR;20(4):159. 16. THE USE OF WHITE PORTLAND CEMENT AS AN APICAL PLUG IN A TOOTH WITH A NECROTIC PULP AND WIDE-OPEN APEX: A CASE REPORT. (2007) DE-DEUS G, COUTINHOFILHO T. INT ENDOD J. AUG;40(8):653. CONCLUSÃO A utilização de MTA como barreira imediata para tratamento de dentes com rizogênese incompleta em dentes necrosados com ou sem lesão vêm sendo amplamente demonstrado na literatura e neste caso, sua utilização, demonstrou ser um recurso previsível possibilitando uma reabilitação mais rápida e segura. Prof. Dr. Ruy Hizatugu Especialista em Endodontia e em Biologia Celular e Livre-Docente em Endodontia [email protected] AGRADECIMENTO Agradecimento especial a Dra. Fabiana Mesquita Barros, Especialista em Endodontia e Mestre em Ciências da Saúde, por ter acompanhado desde o início este caso clínico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. FRANK AL (1966) THERAPY FOR THE DIVERGENT PULPLESS TOOTH BY CONTINUED APICAL FORMATION. JOURNAL OF AMERICAN DENTAL ASSOCIATION 72, 87–93. 2. SHABAHANG S, TORABINEJAD M (2000) TREATMENT OF TEETH WITH OPEN APICES USING MINERAL TRIOXIDE AGGREGATE. PRACTICAL PERIODONTICS & AESTHETIC DENTISTRY 12, 315–20. 3. TITTLE KW, FARLEY J, LINKHARDT M, TORABINEJAD M (1996) APICAL CLOSURE INDUCTION USING BONE QRWTH FACTOR AND MINERAL TRIOXIDO AGGREGATE. J ENDODON 22:198 4. HOLLAND R, DE SOUZA V, NERY MJ, OTOBONI FILHO JA, BERNABE PF,DEZAN JUNIOR | APCD SAÚDE | out | nov |dez | 2009 Dr. Eduardo Fregnani Especialista em Endodontia, Mestre em Patologia Bucal e Doutor em Ciências [email protected] Prof. Dr. Gustavo Meneghine Especialista em Endodontia e Biologia Molecular e Celular [email protected] Patologia Diagnóstico e tratamento do cisto ósseo solitário D entre as patologias ósseas podemos encontrar os cistos, definido como uma cavidade patológica limitada por um epitélio, contendo no seu interior material fluido, semi-fluido ou pastoso, são classificados como odontogênicos ou não-odontogênicos. O caso clínico apresentado será sobre o cisto ósseo solitário, conhecido também como cisto ósseo traumático e para muitos autores é considerado um pseudocisto. Esta pesquisa analisou o caso clínico, da paciente tratada na Clínica Odontológica da Universidade São Francisco, de Bragança Paulista, tendo o acompanhamento de 2006 a 2009. INTRODUÇÃO A etiologia do Cisto Ósseo Solitário - COS é desconhecida, porém, várias teorias têm sido propostas, dentre elas a degeneração cística a partir de tumores ósseos; o defeito do metabolismo do cálcio, a necrose da medula óssea devido à isquemia, a infecção crônica de baixa intensidade, as alterações intra-ósseas e hemorragia intramedular após traumatismo são comumente aceitas. Dentro da literatura a hipótese mais aceita é o trauma hemorrágico e acredita-se que ocorra a partir de um trauma antecedente (JOSEPH, 2000, p.280). Após um traumatismo há uma hemorragia nos espaços medulares em uma situação normal há cicatrização pela organização do coágulo e formação final de um tecido conjuntivo e novo osso. De acordo com a teoria traumática, sugere-se que após a lesão de uma área de osso esponjoso contendo medula hematopoiética encerrada em uma camada de osso cortical denso, não há a organização do coágulo sanguíneo e, por alguma razão ainda não se explicada, a degeneração subseqüente do coágulo produz uma cavidade vazia no interior do osso. Em seu desenvolvimento as trabéculas ósseas na área envolvida necrosam após a degeneração do coágulo, ainda que possa persistir algum tecido medular viável para iniciar a reabsorção das trabéculas envolvidas. A lesão parece aumentar de tamanho pela expansão constante produzida pelo edema infiltrante progressivo devido à restrição da drenagem venosa. Não é comum o paciente lembrar-se de qualquer acidente traumático. Isto pode indicar que qualquer traumatismo tão leve, a ponto de o paciente não ter recordado ou tomado conhecimento, é suficiente para causar o desenvolvimento da lesão (SHEAR, 1999, p.498). É considerada uma lesão óssea não neoplásica que representa aproximadamente 1% de todos os cistos dos maxilares (VALLADARES, 2008, p.133). Normalmente esta entidade clínica é assintomática, mas pode estar associada à dor, edema, sensibilidade dentária, fístula, fratura patológica, retardo na erupção dentária e parestesia (LAUREANO FILHO, 2003, p.23). A vitalidade pulpar dificilmente é alterada, porém, devido à expansão cística pode ocorrer o aumento da pressão na raiz dos dentes envolvidos, que devido à força traumática pode causar diminuição temporária da resposta ao teste térmico da polpa, portanto, faz-se necessária a avaliação dos dentes e tecidos periodontais próximo à lesão, pois a lâmina dura pode ou não estar comprometida, embora raramente ocorrendo 10 | APCD SAÚDE | out | nov |dez | 2009 Fig. 1 - Exame físico regional intra bucal Fig. 2 - Radiografia oclusal total da mandíbula, mostrando o abaulamento da cortical óssea vestibular e lingual Fig. 3 - Radiografia panorâmica inicial Fig. 4 Fig. 5 - Abertura da cavidade, mostrando cavidade óssea vazia Fig. 6 - Controle radiográfico após 9 meses: neoformação óssea reabsorção e/ou deslocamentos dentários (LAGO, 2005, p.24). Normalmente a descoberta do cisto ósseo solitário é acidental. Descobre-se, por exemplo, em uma radiografia periapical ou panorâmica de rotina, documentação ortodôntica e radiografia para acompanhamento ortodôntico, observando-se na maioria dos casos uma única área radiolúcida (LAGO, 2005, p.23). Para o diagnóstico do COS deve haver uma associação entre história clínica, exame físico, achados imaginológicos, exploração cirúrgica e resultados histopatológicos, e deve-se discutir diagnósticos diferenciais como cisto dentígero, ceratocisto odontogênico, tumor odontogênico adenomatóide, ameloblastoma e granuloma central de células gigantes (LAGO, 2005, p.26). Radiograficamente é caracterizada pela presença de áreas radiolúcidas delimitadas, podendo apresentar formas com digitações interradiculares (aspecto festonado). As corticais alveolares são respeitadas, bem como os dentes da região, que estão hígidos (FREITAS, 1998, p.455). Alguns cistos ósseos solitário podem medir apenas um centímetro de diâmetro, enquanto outros podem ser tão grandes que envolvem a maior parte da área de molares do corpo da mandíbula, bem como parte do ramo (SHAFER, 1987, p.499). O deslocamento dos dentes é raro e, em muitos casos a lâmina dura apresenta-se intacta (SHAFER, 1987, p.499). É preciso ter cuidado para diferenciar o cisto ósseo solitário pequeno, que ocorre na área de molares e aparece como uma área radiolúcida redonda associada a dentes com polpa viva, da depressão lingual na mandíbula causada por glândula salivar (fóvea submandibular), com aspecto radiográfico semelhante. Contudo, esta lesão geralmente esta localizada abaixo do canal mandibular, enquanto o COS usualmente fica acima do mesmo (SHAFER, 1987, p.499). Seu exame histopatológico de um modo geral, apresenta somente uma quantidade mínima de tecido fibroso da parede do osso é observada. Esta lesão pode, ocasionalmente, conter sangue ou fluido serosanguinolento. Microscopicamente, tecido conjuntivo fibroso delicado, bem-vascularizado e sem evidências de um componente epitelial é identificado (JOSEPH, 2000, p.280). Quando a cavidade é aberta cirurgicamente, verifica-se que ela pode conter uma pequena quantidade de líquido, cor de palha, fragmento de coágulos sanguíneos necrosadas, tecido conjuntivo fibroso ou então estar vazia (LAUREANO FILHO, 2003, p.22). Como o diagnóstico definitivo do cisto ósseo solitário não pode ser estabelecido sem a exploração cirúrgica, o cirurgião dentista usualmente ao abrir a cavidade e no curso de sua manipulação cirúrgica estabelece sangramento no interior da lesão e, com a cavidade fechada na seqüência, promove uma rápida obliteração da lesão e nova formação óssea, que ocorre em media de 6 a 12 meses. (VOLPATO, 1997, p.23). O mais importante para que essa reparação se realize rapidamente é produzir o sangramento nesta cavidade através da curetagem de suas paredes, fazendo com que o coágulo formado oriente a reparação óssea, sendo rara a necessária uma segunda intervenção cirúrgica (VOLPATO, 1997, p.23). Sverzut apud Lago (2006, p.26) relata que se pode optar por fechamento da cavidade por segunda intenção, com curativos de gaze com Nitrofurazona trocada a cada 02 dias, por 20 dias, irrigação da cavidade APCD SAÚDE | out | nov |dez | 2009 | 11 Patologia remanescente com Soro Fisiológico 0,9% e bochecho com Clorexidina a 0,12%, 03 vezes ao dia. Outros autores sugerem o enchimento da cavidade com esponja de gelatina absorvível, osso desmineralizado ou injeção de sangue autógeno, com resultados favoráveis (LAUREANO FILHO, 2003, p.24). Relato de caso Paciente gênero feminino, G.G.N., 29 anos, nascida em 13-08-1976, melanoderma, casada, natural da Bahia, procedente de Extrema - MG, dona de casa, foi encaminhada para a equipe de Estomatologia da Universidade São Francisco de Bragança Paulista no dia 21-02-2006, devido à imagem radiolúcida em região de molares inferior lado direito, encontrada pela sua dentista em exame de radiografia panorâmica solicitado antes do tratamento odontológico. Na história da doença atual a paciente relatou que há mais ou menos 03 meses o osso da mandíbula “subiu”, começou a sentir dormência na região e quando passa fio dental sangra e demora para parar. Ao ser questionada sobre algum trauma ocorrido, a paciente relata que caiu da escada e bateu com o queixo, aos 20 anos de idade. No exame físico geral apresentava-se com bom estado geral (BEG). Ao exame físico regional extra bucal, não foi observada nenhuma alteração. Já no exame físico regional intra bucal, observou-se na região de pré-molares inferiores lado direito, aumento de volume, consistente e doloroso a palpação, de coloração esbranquiçada, medindo aproximadamente 1,5 cm de diâmetro, de superfície lisa e brilhante (Fig. 1). Na radiografia panorâmica e oclusal, observou-se imagem radiolúcida, unilocular, envolvendo as raízes dos dentes 43 a 46 do lado direito, com abaulamento das corticais óssea vestibular e lingual (Fig. 2 e 3). Ao teste térmico de vitalidade pulpar e a percussão dos dentes 44, 45 e 46 tiveram resposta positiva, sendo todas essas raízes estavam radiograficamente envolvidas na lesão. As hipóteses de diagnóstico inicialmente aventadas foram: Ameloblastoma X Mixoma X Queratocisto X Cisto Ósseo Solitário. Diante da avaliação clínica e radiográfica optou-se pela realização da biópsia, para confirmação do diagnóstico. No momento do procedimento, com a paciente sob anestesia local, iniciando com a punção e aspiração na região, obtendo-se como resultado punção branca, ou seja, não houve aspiração de conteúdo proveniente do interior da lesão (Fig. 4). Logo em seguida foi realizada a incisão cirúrgica com bisturi, onde houve exposição da área da lesão com observação de cavidade óssea “vazia” em seu interior (não havia presença de líquido ou qualquer outro material fluido ou sólido em seu interior e não havia presença de tecido epitelial envolvendo a cavidade óssea) (Fig.5). Foi realizada remoção de fragmento tecido ósseo para envio a estudo anatomopatológico, que foi acondicionado em frasco contendo formol a 10%. Diante do comportamento da lesão no trans-operatório, o tratamento de escolha foi curetagem para a formação do coágulo e fechamento da cavidade. O laudo anatomapatológico teve como resultado tecido ósseo maduro, que exibe de permeio tecido conjuntivo fibroso e hemácias. Diante deste resultado o diagnóstico final foi de Cisto Ósseo Solitário. Foi realizado desgaste dos dentes 44, 45 e 46, para obter melhor oclusão dos dentes antagonistas, diminuindo qualquer tipo de contato prematuro. Paciente vem sendo acompanhada periodicamente na clínica e radiograficamente apresentando neoformação óssea (Fig. 6). 12 | APCD SAÚDE | out | nov |dez | 2009 Considerações Finais A descoberta desse tipo de lesão, pelo fato de o paciente não apresentar sintomatologia dolorosa, normalmente se faz por meio de radiografias de rotina, como se pode notar no caso aqui descritos. O diagnóstico por sua vez, só pode ser estabelecido após a exploração cirúrgica da cavidade, que pode conter um pouco de fluido, coágulo, fragmentos de tecido conjuntivo, ou mesmo estar vazia. A teoria mais aceita é a que relaciona a lesão com trauma na região, seguido de hematoma intra-ósseo e liquefação desse tecido sendo uma enfermidade óssea essencialmente benigna do ponto de vista clínico. Apesar disso, por ser uma lesão incomum, os clínicos devem estar atentos a esta enfermidade, devendo o diagnóstico final envolver análises minuciosas dos achados clínicos, radiográficos e cirúrgicos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JOSEPH, A.; et al., Patologia Bucal correlações clinico patológicas, 3ª ed, 2000, Rio de Janeiro - RJ. LAUREANO FILHO, J. R.; ARAÚJO DE MORAIS, H. H.; RALDI, F. V. et al. Cisto ósseo solitário. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe, vol. 3, n. 3, p. 21-25, jul./set. 2003. LAGO, C. A.; CAUÁS, M.; PEREIRA, A. M. P. et al. Cisto ósseo traumático em mandíbula: relato de caso. Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac. vol. 6, nº 2, abr/jun. 2006. FREITAS, A.; ROSA, J. E., Radiologia odontológica, 4ª ed, Pouso Alegre – MG, 1998. TOMMASI, A. F. Diagnóstico em Patologia Bucal. 2 ed., p.268-280 4 Reimp. São Paulo: Pancast Editorial, 2000. SHAFER, W. G.; HINE, M. K, LEVY, B. L. Tratado de Patologia Bucal, 4ª ed., Rio de janeiro- RJ, 1987. SHEAR, M.; Cistos da Região Bucomaxilofacial – Diagnóstico e Tratamento, 3 ed., São Paulo-SP, 1999. VALLADARES, C. P.; ISRAEL. M. S.; NOLETO, J. W.; BRAGA, C. L. S.; LORENÇO, S. Q. L.; DIAS, E. P., Cisto ósseo simples em pacientes sob tratamento ortodôntico – relato de dois casos, R. Dental Press Ortodon Ortop Facial 133 Maringá, v. 13, nº 2, mar.-abr. 2008. VOLPATO, P. A.; Cisto traumático: cisto ósseo solitário, cisto hemorrágico, cavidade óssea idiopatica, lesão traumática interna da mandíbula, hematoma intra-ósseo, Bragança Paulista 1997. Monografia (especialização) - Universidade São Francisco. Dra. Alessa Donizete Abrão Cirurgiã-Dentista; Clínica Geral Dra. Silvia Cristina Mazeti Torres Mestre em Radiologia e Diagnóstico Estomatológico pelo CPO São Leopoldo Mandic; Professora Responsável pela Disciplina de Radiologia Odontológica e Clínica Integrada de Pacientes Especiais do Curso de Odontologia da Universidade São Francisco; Professora do Curso de Pós Graduação em Radiologia da CPO São Leopoldo Mandic Luiz Alexandre Thomaz Especialista em estomatologia; Mestrando radiologia na CPO São Leopoldo Mandic; Professor do curso de Estômatologia da Universidade São Francisco e da UNISANTA Endodontia Desvio do canal radicular O desvio do canal anatômico acontece geralmente no terço cervical e médio do canal radicular, travando o instrumento (lima) de alcançar o comprimento de trabalho previamente estabelecido. Desvio do canal radicular (degrau) é observado na literatura cientifica como causa freqüente: • Falha na cirurgia de acesso. • Instrumentação agressiva. • Acumulo de debris na porção apical do degrau. • Ineficiência na irrigação/aspiração. caso clínico: Paciente do sexo feminino relatou que o dente 34 havia sofrido duas tentativas de retratamento endodôntico sem sucesso. Durante o exame clínico reclamou de dor e palpação apical e vertical. Radiograficamente (RX) de diagnostico foi observado desvio do canal anatômico e rarefação óssea peri-radicular. O tratamento foi realizado com desobstrução do canal radicular e a passagem pelo degrau voltando ao canal original (anatômico). A descontaminação do canal radicular com a remoção do material obturador contaminado foi utilizado Hipoclorito de sódio (2,5 % Formula & Aação) + EDTA-T 17 % (Formula & Ação) com auxilio de ultra-som para ativar a irrigação. Vencido o degrau estabeleceu- se o comprimento de trabalho com localizador apical (Root XII J. Morita) e radiografia periapical confirmando o comprimento de trabalho de 20,5 mm. O preparo terço cervical e médio foi realizado com lima NITI Rotatório SX,S1 e S2 (Proteper D. Maillefer) o preparo apical com limas manuais (Flexo File D. Maillefer) usando a técnica de força balanceada. O hidróxido de cálcio foi usado com medicação intra-canal (expectante) e o selante da cavidade com guta-percha e cimento de fosfato de zinco. Durante cinco meses foi feita a troca de medicação com intervalos de 20 dias. Quando percebeu-se radiograficamente o início da cicatrização o canal foi obturado com técnica de condensação lateral. O controle radiográfico de dois anos mostra completa formação de osso na região apical e função normal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS IMURA, N/ZUOLO, Endodontia para o Clínico Geral: EAP- APCD, 1998. Roane JB, SABALA CL, DUNCANSON JR MG. The “Balanced Force” concept for instrumentation of curved canal. J. Endodon; 11:203-11, 1985. Sehneirder . A Comparison of canal preparation in straight and curved root canals. Oral sug Oral Pathol, v. 32, n. 2, p. 271-275. August de 1971. RX 2- Volta ao canal anatômico RX 1 - Inicial RX 4 - Obturação do canal radicular RX 3 - Com CA (OH) no interior do canal radicular Dr. José Maria de Oliveira Castro Especialista em Endodontia [email protected] APCD SAÚDE | out | nov |dez | 2009 | 13