Atlas Digital de MINAS GERAIS

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1 de 14 Cobertura Vegetal
A localização espacial e a diversidade da vegetação estão sistematicamente
integradas às especificidades do meio físico e a ação humana sobre o território no qual
estão inseridos. O solo, a disponibilidade hídrica, o relevo, o clima, a evolução histórica de
uso dos recursos naturais, bem como a geologia, são fatores que vão propiciar o
aparecimento de paisagens distintas recobertas por vegetações características. Neste
contexto a cobertura vegetal do estado de Minas Gerais resume-se em três biomas
principais. São eles: Cerrado, Mata Atlântica e a Caatinga.
CERRADO
Ocupa em torno de 57% da extensão territorial do Estado. Encontra-se localizado na
porção centro-ocidental e está associado ao clima tropical com estações alternadamente
seca e chuvosa bem definida. Aparecem especialmente nas bacias dos rios São Francisco e
Jequitinhonha.
A vegetação é formada por árvores de troncos tortuosos e cascas grossas, arbustos e
uma vegetação rasteira constituída de capins e ervas. O sistema radicular (raízes) da
vegetação do cerrado é muito profundo e alcança o lençol freático até 18 metros. Os solos
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Coordenadora - Ana Maria S. Bruzzi Andrade – Geógrafa – MSc.
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2 de 14 com carência de nutrientes e com altas concentrações de alumínio seriam os principais
responsáveis pelo aspecto retorcido da vegetação.
Dentro das formações que compõem o cerrado estão espécies como o pequi, o barbatimão,
araticum e o capim-flexa. O bioma abriga importantes espécies da fauna, sendo que
algumas estão ameaçadas de extinção como o lobo-guará, o veado-campeiro, o pato
mergulhão, dentre outras.
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3 de 14 O clima desta área apresenta temperaturas médias anuais entre 19º e 24ºC. As
precipitações periódicas mostram um índice pluviométrico médio variando de acordo com os
locais de 1000 a 1800 mm anuais.
De acordo com o porte e a estrutura, esta formação, herbáceo lenhosa, pode ser
distinguida em diferentes tipos: cerradão e campos.
Cerradão: também conhecido como cerrado denso, esta formação é a mais densa e a mais
alta entre as fitofisionomias do cerrado. Apresenta contínua cobertura arbórea, com arbustos
e gramíneas mais ralas, em função do sombreamento resultante da maior densidade de
árvores. Sua ocorrência está relacionada a solos mais férteis.
Campos: são comunidades herbáceas onde nota-se algumas vezes a ocorrência de
arbustos espalhados. Ocorre em solos pouco desenvolvidos ou de fertilidade muito baixa e
com drenagem deficiente. Estas formações originam-se provavelmente do cerrado, em
conseqüência de desmatamentos sucessivos e de incêndios. São encontrados nas serras
da Mantiqueira, da Canastra e do Espinhaço.
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4 de 14 Existem outros domínios de menor expressividade territorial no bioma cerrado: as
veredas e as matas de galeria.
Veredas: geralmente, ocorrem em torno de nascentes e pequenos cursos d’água com
predomínio de árvores chamadas buritis.
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5 de 14 Matas de Galeria: ocorrem ao longo dos rios e seu nome se dá pelo fato das copas das
árvores de cada margem se encontrar formando uma galeria. Se os rios forem muito largos,
impedindo que as copas das árvores se toquem, têm-se as matas ciliares.
Estes tipos de vegetação (mata de galeria, mata ciliar e as veredas) são muito
importantes na proteção dos rios contra assoreamentos e a regulagem do regime hídrico,
daí, a necessidade de preservar estas matas.
MATA ATLÂNTICA
É o segundo maior bioma de Minas, detendo em torno de 28.939.588 hectares.
A Mata Atlântica é classificada como “amiga da chuva”. A faixa que se estende de
norte ao sul na região leste mineira, recebe a umidade relacionada à influência dos ventos
alíseos marítimos do Atlântico, com alto índice pluviométrico propiciando uma vegetação
densa.
Geralmente, nesta mesma faixa encontram-se solos mais ricos em nutrientes
derivados de rochas magmáticas e metamórficas. Na medida em que distanciamos da
região leste indo no sentido oeste tem-se cada vez menos a disposição da umidade e maior
duração do período seco.
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6 de 14 Encontram-se nesse ecossistema: bromélias, cipós, samambaias, orquídeas, liquens,
e árvores como o caju, o palmito-juçara e a erva-mate. Além do Pau-Brasil, encontram-se
grandes árvores como o Jequitibá, a Castanheira e a Aroeira. Abriga também uma enorme
variedade de macacos, preguiças, capivaras, onças, araras, papagaios, beija-flores, além de
répteis, anfíbios e invertebrados.
O domínio da Mata Atlântica é composto pelas formações florestais (primárias e
secundárias) de: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila
Aberta, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual. Nas áreas de
contato entre as formações mencionadas existem matas ciliares ou de galerias e
remanescentes de outras formações incrustados.
Floresta Ombrófila Densa: este tipo de vegetação tem como característica, uma
formação arbórea florestal densa e fechada, além de lianas lenhosas e epífitas em
abundância. Seria uma vegetação predominantemente de porte arbóreo com entranças de
cipós, trepadeiras e espécies que procuram se hospedar sobre as árvores para alcançar
melhor os raios de sol como as orquídeas, além de grande diversidade de espécies por
área.
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7 de 14 Fatores climáticos tropicais de elevadas temperaturas (média de 25º) e de alta
precipitação bem distribuída durante o ano possibilitam uma situação praticamente sem
período seco. Além disso, solos mais ricos em nutrientes predominam nestes ambientes de
florestas ombrófila densas. Encontra-se este tipo de formação florestal na Serra da
Mantiqueira, Serra do Mar e Serra do Caparaó.
Floresta Ombrófila Mista: também conhecida como “mata de araucária” ou “pinheiral”,
esta formação florestal é típica do planalto sul do Brasil com clima mais frio. No entanto,
ocorre em refúgios ecológicos situados nas Serras do Mar e Serra da Mantiqueira.
Este tipo de formação encontra, sobre as serras mineiras, ambiente semelhante ao
planalto, localizado nos estados da região sul do Brasil. A espécie típica desta formação é a
Araucária de composição relativamente homogênea. Trata-se de uma árvore com folhas em
formato de agulha. Esta formação é classificada como mista, pois geralmente, encontra-se
disseminada e intercalada em meio a outras espécies arbóreas não acicufoliadas.
Floresta Ombrófila Aberta: este tipo de vegetação florestal é a alteração da fisionomia
ecológica da Floresta Ombrófila em uma composição arbórea mais espaçada, mais aberta,
com maior presença de estrato arbustivo se comparar com a floresta densa. Segundo o
manual técnico do IBGE (1992) esta formação seria faciações da Floresta Ombrófila Densa.
Ocorrem em clima que pode apresentar um período entre dois a quatro meses secos,
encontrada em pequenos fragmentos de vegetação, dispostas em Faixas lineares
descontínuas no extremo leste mineiro segundo o mapa de vegetação do Brasil (IBGE,
2004).
Floresta Estacional Semidecidual: floresta sujeita a um ritmo climático com estação
seca bem definida, perdendo somente “parte” de suas folhas como forma de adaptação ao
período seco, o que é traduzido como semideciduidade foliar ou vegetação semicaducifólia.
Geralmente, está localizada sobre solos bastante arenosos e mais ácidos.
Em tal tipo de vegetação, a porcentagem das árvores que perdem as folhas no
conjunto florestal situa-se entre 20 e 50%, isto considerando a perda das folhas do conjunto
florestal e não das espécies que perdem suas folhas individualmente dentro do conjunto
(VELOSO; FILHO; LIMA, pag. 63, 1991).
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8 de 14 A floresta semidecidual é a formação florestal que compõem a maior área coberta por
Mata Atlântica no Estado segundo classificação do IBGE (1994), estendendo-se desde o
norte até os vales do Rio Grande e Rio Paranaíba na região do Triângulo mineiro.
Floresta Estacional Decidual: floresta sujeita a um ritmo climático com estação seca
bem definida, com mais de 50% dos indivíduos despidos de folhagem no período
desfavorável como forma de adaptação a longos períodos mais secos, o que é traduzido
como deciduidade foliar ou vegetação caducifólia. Encontra-se a vegetação decídua nos
arredores da caatinga (savana estépica) na região Norte e em disjunções florestais.
Campos de Altitude: outro domínio de menor expressividade nos biomas Mata Atlântica
e Cerrado é o domínio dos campos de altitude ou rupestres. Localizam-se em áreas de
altitude acima de 900 metros e com afloramentos rochosos do tipo quartzo. Caracterizam-se
por uma cobertura vegetal de menor porte, mas com grande variedade.
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9 de 14 Predomina a vegetação herbácea e os arbustos são escassos e as árvores raras. São
encontrados nos pontos mais elevados das serras da Mantiqueira, Espinhaço e da
Canastra. Podemos citar a canela de ema, o capim estrela, orquídeas e sempre-vivas.
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10 de 14 CAATINGA
A área central do domínio da caatinga está localizada na Região Nordeste do Brasil,
estendendo-se até o Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha.
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11 de 14 A ocorrência do bioma caatinga em Minas na sua fito fisionomia arbórea é encontrada
no vale do Jequitinhonha na Região Nordeste e no Norte mineiro. Nas demais disjunções,
ela estaria intercalada com o cerrado ou com a Floresta Estacional Decidual que na sua
composição fisionômica é similar a Caatinga arbórea, podendo ser distintas, as formações
florestais, através da composição florística conforme (Santos, 2009). Dentre as espécies que
compõem a caatinga estão os cactos como o mandacaru e o xiquexique e as lenhosas
como o imbu, o algodão-mocó, a aroeira e o juazeiro.
Recebe influência do regime climático abrupto e irregular na qual está submetida por
dois períodos secos anuais, um com longo déficit hídrico seguido de chuvas intermitentes e
outro com seca curta seguido de chuvas torrenciais que podem faltar durante anos
(VELOSO; FILHO; LIMA, pag. 89, 1991).
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas espaciais – INPE em diagnóstico
elaborado com base em imagens de satélites, Minas foi o Estado que mais devastou a Mata
Atlântica.
O Município de Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha está entre as 10 cidades
brasileiras que mais perderam cobertura vegetal nativa. Foram desmatados na localidade
1779 ha de Mata Atlântica entre 2000 e 2005.
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12 de 14 Outras cidades como Capelinha (Vale do Jequitinhonha), Ninheira (Norte de Minas),
Jequitinhonha (Vale do Jequitinhonha) e Rio Vermelho (Região Central) também fazem
parte desta devastação.
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