Visualização do documento Desemprego.doc (344 KB) Baixar O DESEMPREGO  O desemprego e a inflação são os dois problemas mais graves que as economias ocidentais devem enfrentar. O desemprego, devido a suas conseqüências sociais e seus efeitos que podem incidir sobre grupos sociais muito definidos (jovens sem experiência de trabalho, mulheres e pessoas maiores de 45 anos), é especialmente grave, e a maioria dos governos deve dedicar grandes quantidades de dinheiro para remediar suas conseqüências.  A INFORMAÇÃO SOBRE 0 DESEMPREGO: TAXA DE DESEMPREGO  No Brasil, a informação mais completa sobre a situação do mercado de trabalho é fornecida pelo IBGE para seis regiões metropolitanas: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Recife.  0 IBGE define uma pessoa como desempregado nos seguintes termos “Considera-se desempregada toda pessoa de 16 ou mais anos que, durante a semana de referência, isto é, a semana em que se fez a pesquisa, esteve procurando trabalho, isto é, que tomou medidas para procurar trabalho ou que procurou estabelecer-se durante a semana precedente―.  A TAXA DE DESEMPREGO  A porcentagem de pessoas desocupadas em relação ao total da população ativa (os ocupados mais os desempregados) é conhecida como taxa de desemprego.                           Desempregados              Taxa de desemprego =              x 100                           População ativa total   Taxa de desemprego é o quociente entre o número de pessoas desempregadas e o de ativos, expresso como porcentagem.  TIPOS DE DESEMPREGO  Para iniciar o estudo do desemprego, definiremos a seguinte tipologia: desemprego sazonal, desemprego cÃclico, desemprego friccional e desemprego estrutural.  DESEMPREGO SAZONAL  0             desemprego sazonal surge sistematicamente em determinadas épocas do ano.  0 desemprego sazonal e o causado por variações na demanda de trabalho em diferentes momentos do ano.  Assim, na agricultura, o desemprego pode apresentar fortes variações sazonais em função das épocas do plantio e da colheita. 0 mesmo ocorre com o emprego no setor de turismo que, em determinadas épocas do ano, especialmente durante as férias de verão, sofrem uma forte ascensão, e durante os meses de inverno reduz consideravelmente suas atividades, sendo despedidos vários trabalhadores.  DESEMPREGO CÕCLICO  O desemprego cÃclico está ligado à s alterações de ritmo da atividade econômica, durante as flutuações da economia. 0 desemprego tem um forte componente cÃclico; durante as recessões a taxa de desemprego aumenta, e nas fases de recuperação e expansão ela diminui. Quanto maior é a expansão e mais elevada a taxa de crescimento da produção, maior é a redução do desemprego. 0 fator-chave que explica este comportamento é a taxa de perda do emprego: esta aumenta durante as recessões e diminui durante as fases de expansão.               0 desemprego cÃclico acontece quando os trabalhadores e, em geral, os fatores produtivos, ficam ociosos devido ao gasto de a economia, durante certos perÃodos de tempo, ser insuficiente para dar emprego a todos os recursos.  Assim, quando se diz que a economia passou por uma “recessão― ou que está “estancada―, o desemprego resultante é um desemprego cÃclico. Durante as fases em que a atividade econômica é muito fraca, a taxa de desemprego aumenta e, nas fases de recuperação e expansão, ela diminui.  DESEMPREGO FRICCIONAL  Algumas pessoas estão desempregadas porque procuram um emprego melhor ou porque desejam mudar para uma região mais rica. Outras foram obrigadas a trocar de empresa, porque foram despedidas ou porque a antiga empresa está atravessando uma crise, devido à s alterações do mercado. Porém, senão todos, urna boa parte desses trabalhadores encontrará um novo emprego; até que isso aconteça, pode passar algum tempo, que dependera, entre outros fatores, da informação disponÃvel. Sempre haverá um deterÂminado número de indivÃduos que estará desempregado pelas razões apontadas, mesmo que se admita que eles não serão os mesmos que estão atualmente parados. Por outro lado, a cada ano incorpora-se ao mercado de trabalho, pela primeira vez, um deterÂminado número de trabalhadores, e não é de se estranhar que aconteça uma certa defasagem temporal, do abandono dos estudos até o ingresso no respectivo trabalho.               0 desemprego friccional é originado pela saÃda de seus empregos de alguns trabalhadores que procuram outros melhores, porque algumas empresas estão atravessando uma crise, ou porque os novos membros da força de trabalho levam um certo tempo procurando emprego.  A existência de um certo nÃvel de desemprego friccional é normal, porque a mobilidade de trabalhadores de um emprego para outro ou de uma cidade para outra requer um certo tempo, e o mesmo ocorre com as pessoas que se incorporam pela primeira vez ao mercado de trabalho. O normal é que a maior parte dos desempregados friccionais não tarde muito em encontrar um emprego.  DESEMPREGO ESTRUTURAL  Os desempregados estruturais são aqueles trabalhadores que, por razões de qualificação, não correspondem à s necessidades reveladas pela demanda. A origem desse tipo de desemprego é encontrada nas contÃnuas redistribuições de recursos que resultam das variações na demanda de produtos, que ocorram no processo de crescimento econômico.               0 desemprego estrutural deve-se a desajustes entre a qualificação ou localização da força de trabalho e à qua1ificação ou localização requerida pelo empregador.  A renovação tecnológica e a automação fazem com que, dadas as novas condições de produção, a capacitação e a experiência de certos trabalhadores não sejam as desejadas. O desemprego estrutural também pode originar-se pelo deslocamento de uma indústria de uma zona geográfica para outra.  0 trabalhador que está desempregado por motivos estruturais — diferentemente do que ocorre com o desemprego friccional —, não pode ser considerado como se estivesse numa situação transitória entre dois empregos, de fato, só há duas opções: enfrentar um prolongado perÃodo de desemprego ou trocar drasticamente de ocupação.  0 desemprego friccional e o desemprego estrutural formam o chamado desemprego involuntário. Representam o montante de trabalhadores que desejam empregar-se ao salário real vigente e que não encontram emprego.  AS CAUSAS DO DESEMPREGO  Para justificar a aparição do desemprego, pode-se recorrer basicamente a dois tipos de explicações: a) o funcionamento do mercado de trabalho; e b) o nÃvel da demanda agregada.  0 FUNCIONAMENTO DO MERCADO DE TRABALHO  Para alguns economistas — especialmente para os chamados clássicos ou monetaristas 1 — (Esquema 20.1) —, a explicação do desemprego baseia-se no funcionamento do mercado de trabalho e, em particular, no desejo dos trabalhadores de receberem salários excessivamente elevados. Essa atitude dos trabalhadores, segundo os economistas, é motivada pela própria legislação — que introduz normas, tais corno salários mÃnimos — e pela pressão dos sindicatos por salários mais altos.               Numa perspectiva clássica ou monetarista, o desemprego acima do friccional deve-se a uma polÃtica de salários inadequada. Esse desemprego é qualificado como voluntário.  Quando os salários são elevados, as empresas demandam uma quantidade de mão-de-obra menor do que na situação em que os salários fossem baixos. Defende-se, pois, em sÃntese, que o funcionamento do mercado de trabalho não difere de qualquer outro bem ou serviço. Se o salário é excessivamente alto, isto é, se o salário é superior ao salário de equilÃbrio, aparecerá um certo número de trabalhadores que não encontram emprego. Assim, o desemprego pode dever-se ao próprio comportamento dos trabalhadores, quando esses, sob determinadas circunstancias, recusam-se a trabalhar, devido ao elevado seguro-desemprego que lhes compensa mais do que a busca por trabalho. 1. Os monetaristas são os continuadores das idéias dos economistas clássicos.  Keynesianos Monetaristas    O controle sobre a   Controle estrito dos Controle da inflação quantidade de dinheiro não agregados monetários (oferta é o único meio. A monetária). Tem de ser evitado competitividade e a todo o excesso de liquidez sobre produtividade têm de ser as necessidades que apresenta a consideradas, o que implica economia. certo intervencionismo.    Um déficit produtivo    O equilÃbrio  pode ser admissÃvel. orçamentário deve ser a Déficit público norma.   Uma polÃtica fiscal expansiva pode incrementar a    Deve-se reduzir a produção intervenção do setor público ao mÃnimo possÃvel.   Os efeitos redistributivos do gasto público são    Uma polÃtica fiscal desejáveis. expansiva não consegue aumentar a produção. Luta contra o desemprego    Estimular a demanda    O desemprego deve-se agregada. basicamente ao fato de os salários serem muitos elevados:    Os ajustes devem recair crescem a um ritmo maior que a não só sobre os salários, produtividade do trabalho. mas também sobre os excedentes.  Esquema: Diferentes opções diante dos grandes problemas da polÃtica econômica.  ANÕLISE GRAFICA  Na Figura abaixo observa-se que, quando salário é W1, as empresas só demandam trabalho pela quantidade OA, sendo que a esses salários os trabalhadores que se dispõem a trabalhar são OC. Em conseqüência, o número de trabalhadores desempregados será representado pelo segmento AC. Se o salário desce e alcança o nÃvel de equilÃbrio W0, então haveria pleno emprego, pois as empresas aumentariam a demanda por emprego em AB e, por outro lado, a oferta de trabalho diminuiria na quantidade representada por BC, dado que o salário foi reduzido.                     Figura - 0 mercado de trabalho.  Para o nÃvel de trabalho W0, o mercado de trabalho está em equilÃbrio, com nÃvel de emprego representado por OB. Quando o salário é W1, o desemprego vem representado pelo segmento AC.  O NIVEL DA DEMANDA AGREGADA  Para os economistas keynesianos, o desemprego deve-se, fundamentalmente, ao nÃvel insuficiente da demanda agregada por bens e serviços. 0 emprego só aumentará se aumentar o gasto total da economia, e para isso o consumo das economias domésticas, os gastos com investimentos das empresas e o gasto público ou as importações deverão ser estimulados.               Numa perspectiva keynesiana, defende-se que o desemprego acima do friccional é involuntário, e ele ocorre porque o nÃvel da demanda agregada é insuficiente.  Deve assinalar-se que o aumento do gasto não criará, necessariamente, muito emprego, já que ele pode ser canalizado para a importação de bens do exterior. Mesmo assim, há a possibilidade de que o aumento do gasto transfira-se para os preços, ao procurarem as empresas aumentar seus lucros. Assim, se na economia brasileira aumenta-se o gasto agregado de forma brusca, numa quantidade importante, possivelmente não se poderia atender, de modo imediato, a toda a demanda por produtos nacionais, porque as fábricas estão obsoletas ou porque não se dispõe dos meios necessários para produzir os bens desejados.  ANÕLISE GRÕFICA  As idéias keynesianas podem ser representadas graficamente. Numa ótica keynesiana supõe-se que a demanda e a oferta de trabalho são ambas notavelmente inelásticas (Figura abaixo). Isso contribui para a exp1icação de que tanto um aumento como uma diminuição dos salários, teriam um reduzido efeito sobre a demanda e a oferta de trabalho. A rigidez de ambas as curvas são justificadas, levando-se em conta que as empresas necessitam dos trabalhadores para produzir, pois, caso contrário, elas teriam de fechar as fábricas. Por outro lado, os trabalhadores necessitam de trabalho para obter receitas que lhes permitam viver. A Figura abaixo(a) mostra como uma notável redução dos salários de W 1 para W0 só faria aumentar o emprego de OA para OB.  Além disso, a redução dos salários pode fazer com que — mediante o decréscimo da demanda agregada, ao se diminuÃrem os gastos dos consumos dos trabalhadores — a curva de demanda de trabalho sofra um deslocamento para a esquerda, de DT para D’T’, como conseqüência da redução do consumo, devido à queda das receitas dos trabalhadores. Esse deslocamento da curva de demanda de trabalho para a esquerda implicaria uma nova redução do emprego. Na Figura abaixo(b), o nÃvel de emprego seria OC’.  Assim, numa perspectiva keynesiana, a estratégia adequada para combater o desemprego é aumentar a demanda ou o gasto agregado e, consequentemente, conseguir que a curva de demanda de trabalho desloque-se para a direita.               Figura - 0 mercado de trabalho: modelo keynesiano.  Como pode ser observado, mudanças bruscas no nÃvel de salários só conseguem alterar o nÃvel de emprego em quantidades moderadas. Se os salários reduzem-se de W1 para W0, o emprego só aumentará de OA para OB. Além disso, na redução dos salários, reduz-se o consumo e a demanda de trabalho desloca-se para a esquerda.  OS EFEITOS ECONÔMICOS DO DESEMPREGO  ... Arquivo da conta: AnaaRaquel Outros arquivos desta pasta: A América Latina e o Modelo Neoliberal.doc (27 KB) A economia do Brasil.doc (33 KB) A evolução da Ciência Econômica e seus pensadores.doc (47 KB) A Evolução da Economia como Ciência.doc (28 KB) A história da humanidade.doc (90 KB) Outros arquivos desta conta: AULAS Economia Economia Economia - MOZART FOSCHETE Economia - Samuelson & Nordhaus Economia [Francisco Mariotti] Relatar se os regulamentos foram violados Página inicial Contacta-nos Ajuda Opções Termos e condições PolÃtica de privacidade Reportar abuso Copyright © 2012 Minhateca.com.br