São Paulo, 02 de abril de 2011. OFÍCIO Nº 021/2011 Ao MINISTÉRIO DA SAÚDE Ilustre Sr. Dr. Alexandre Rocha Santos Padilha Esplanada dos Ministérios – Bloco G Zona Cívico-Administrativa, Brasília/DF CEP 70058-900 REF: Tratamento Onco-hematológico pelo Sistema Único de Saúde Ilustríssimo Sr. Dr. Alexandre Rocha Santos Padilha, Cumprimentando-o cordialmente, sirvo-me do presente para encaminhar a V. Exa. uma série de demandas relacionadas à atenção à saúde de doenças oncohematológicas, sendo certo que, para a elaboração deste documento, contamos com o respaldo dos membros do Comitê Médico Científico da ABRALE (ANEXOI), composto por 33 (trinta e três) renomados médicos oncohematologistas, com atuação nas mais respeitadas instituições públicas e privadas do país. Por fim, aproveito a oportunidade para reiterar o convite para que V.Exa. conheça a sede da ABRALE, nossos projetos, programas e ações, para que possamos atuar com maior cooperação, somando esforços para aprimorar a promoção da saúde à população. Certa de contar com sua atenção, reafirmo os votos de elevada estima e extrema consideração. Cordialmente, Merula Steagall Presidente ABRALE - Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia Email: [email protected] Site: www.abrale.org.br A ABRALE – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia – é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, criada em 2002, por iniciativa de pacientes de doenças onco-hematológicas e seus familiares. A nossa missão é produzir e disseminar conhecimento, oferecer suporte e mobilizar parceiros para alcançar a excelência e humanização no cuidado integral dos portadores de doenças onco-hematológicas (leucemia, linfoma, mielodisplasia e mieloma múltiplo) no Brasil. Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] 1. A ABRALE A Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia - ABRALE é uma organização sem fins lucrativos, criada em 2002, com a missão, produzir e disseminar conhecimento, oferecer suporte e mobilizar parceiros para alcançar a excelência e a humanização no cuidado integral aos portadores de doenças oncohematológicas (leucemia, linfoma, mielodisplasia e mieloma múltiplo), no Brasil. Suas ações estão planejadas nas áreas de educação, apoio ao paciente e políticas públicas, mais especificamente, nos aspectos relacionados à onco-hematologia, sempre visando somar esforços às ações já desenvolvidas, no âmbito do Sistema Único de Saúde, pelos centros de referência e de especialidades, hoje existentes. Portanto, a presente manifestação tem por escopo solicitar a reavaliação de pedidos feitos anteriormente pela ABRALE e apresentar novas demandas, referentes à construção ao aprimoramento de políticas públicas de saúde, voltadas aos pacientes de doenças onco-hematológicas. 2. QUESTÕES ESTRUTURAIS a. Diagnóstico, Avaliação Complementar e Tratamento O exercício ideal da onco-hematologia, como sabido, está pautado no diagnóstico preciso, feito de forma rápida, com o adequado estadiamento de prognóstico para a escolha da melhor opção terapêutica para cada caso. Assim, esse tripé: diagnóstico, avaliação complementar e tratamento é o alicerce que sustenta eventual cura ou prolongamento da sobrevida. A falha em qualquer uma dessas vertentes acarretará gastos desnecessários e resultados pífios. Em que pese o reconhecimento das conquistas e dos avanços havidos nessa área, nos últimos vinte anos, temos observado que o avanço tecnológico verificado, nesse período, sobretudo com relação ao aprimoramento de exames diagnósticos e ao surgimento de drogas mais eficazes, não foi amplamente incorporado pelas políticas públicas de atenção integral à saúde dos pacientes em questão. Temos identificado que a falta de treinamento e tecnologias específicos voltados à detecção precoce de onco-hematologias tem retardado o encaminhamento de pacientes da Rede de Atenção Primárias para os serviços especializados. Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] No serviço terciário, por sua vez, algumas ferramentas imprescindíveis para a complementação diagnóstica, monitoramento e avaliação de prognóstico não estão na rotina, tais como as que se utilizam de biologia molecular ou codificação genética (testagem de HLA, cariótipos, PCR, imunofenotipagem etc.). Com isso, opções terapêuticas são escolhidas sem o devido embasamento na fisiopatologia genético-molecular das doenças, ainda que ancoradas na melhor das intenções de tratamento para o paciente. Desnecessário dizer que, à luz do conhecimento atual, muitas análises específicas se fazem necessárias para a definição terapêutica, o que não tem sido praticado, a nosso ver, de forma satisfatória nos serviços de saúde, onde se faz necessária a implantação de programas de qualificação dos serviços e de disponibilização de testes delicados, com vistas a oferecer, na plenitude, o essencial para a avaliação complementar. Para tanto, entendemos ser de vital importância a criação de Centros Regionais de Diagnósticos, aptos a acolher exames pelo Sistema Único de Saúde - SUS. No caso do exame de Antígenos Leucocitários Humanos - HLA, por exemplo, pacientes e familiares de possíveis transplantes já poderiam ser tipados inicialmente nestas unidades diagnósticas, para que o processo do Transplante de Medula Óssea (TMO) pudesse ser agilizado. Sugerimos, igualmente, incentivo na utilização de unidades de saúde da rede privada, estratégicas para desenvolvimento de tecnologias, realização de exames laboratoriais e programas de transplantes de medula óssea complexos, como haploidênticos, doenças auto-imunes, duplo cordão umbilical, imunodeficiências congênitas, terapias celulares complexas. b. Registro Epidemiológico de doenças onco-hematológicas Entendemos existir necessidade, urgente, de implementação de um Registro Epidemiológico de Câncer no Brasil. A esse respeito, sabemos do total interesse do NCI (National Cancer Institute) em firmar parceria com o Ministério da Saúde, no sentido de contribuir com nosso governo na construção de um sistema confiável para o levantamento e monitoramento dos casos diagnosticados em todo o país. Vale ressaltar, como exemplo, que, atualmente, para a formulação de políticas públicas relacionadas ao combate ao Linfoma, no Brasil, são utilizados dados dos Estados Unidos. Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] É evidente, portanto, que a ausência desta ferramenta inviabiliza a construção de qualquer política pública para o setor que leve em consideração a heterogeneidade epidemiológica existente no Brasil, decorrência de nossa diversidade regional, cultural e, sobretudo, social. c.Leucemias Agudas e Transplantes de Medula Óssea Como sabido, a Leucemia Aguda é uma doença de progressão rápida. O seu tratamento é longo - pode alcançar até três anos de duração - e requer repetidas transfusões, internações, mielogramas e punções lombares, além do uso de medicamentos, tornando o seu custo muito elevado. Os pacientes deveriam receber tratamento em unidades de transplante, mas, na realidade, não conseguem sequer leitos para tratamento em tempo razoável, o que tem levado vários pacientes a óbito, já que a doença avança com rapidez. Apesar de ser um tratamento caro, o repasse de recursos feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para este fim tem sido considerado insatisfatório pelos profissionais envolvidos. Por isso, diversos hospitais têm evitado receber pacientes com Leucemia Aguda, o que tem se convertido, talvez, em um dos mais graves problemas da oncologia pública, no Brasil. O jornal “O Estado de São Paulo”, na edição de 14 de Junho de 2010, publicou reportagem sobre o compromisso assumido pelo Ministério da Saúde, de R$ 15 milhões para implantação de 80 (oitenta) novos leitos para transplantes de medula óssea no país, em até um ano, o que pode ser decisivo para resolver a situação dos 122 (cento e vinte e dois)1 pacientes, que ainda aguardam a realização de transplante não aparentado, mesmo já tendo encontrado doadores compatíveis para a realização do procedimento. A ABRALE tem identificado, no entanto, que um dos grandes problemas relacionados aos transplantes de medula óssea reside na necessidade, não só de ampliação, mas de otimização de leitos hospitalares existentes no Brasil, voltados ao transplante de medula óssea. 2 1 Segundo dados Ministério da Saúde, atualmente, 1035 pacientes procuram doadores para realização de TMO. 2 Em 2010, foram realizados 164 transplantes não aparentados, sendo que, destes, 33 com células de cordão umbilical. Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] Segundo dados da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO) e do SUS, que cerca de 70% dos transplantes de medula óssea (TMO) realizados no Brasil são feitos exclusivamente no Estado de São Paulo. Entendemos que esta concentração dos serviços é nociva, tanto por sobrecarregar a rede de alta complexidade instalada no Estado de São Paulo, quanto – e principalmente – por dificultar e encarecer o acesso a esses serviços à população menos favorecida. No entanto, para que se possa planejar adequadamente a descentralização da realização desse procedimento, é imperioso o levantamento de dados sobre os transplantes de medula óssea realizados nas diversas regiões do país, especialmente no que concerne à identificação da quantidade de leitos disponíveis em cada Estado, tempo de espera para a realização do transplante depois de encontrado doador compatível, índices de sucesso por tipo de doença onco-hematológica indicada e instituição de saúde responsável pelo procedimento. Adicionalmente, entendemos que a ausência de fornecimento gratuito de antivirais, antifúngicos e imunossupressores a pacientes pós-transplantados, já disponíveis aos transplantes renais, cardíacos e hepáticos é injustificável, constituindo grave distorção3 que tem contribuído, inclusive, para a redução de leitos hospitalares disponíveis para o transplante de medula óssea, pois os hospitais equipados com centros cirúrgicos e instalações aptos a realizar esse tipo de procedimento têm evitado a ampliação de seus programas, na medida em que se veem obrigados a arcar com o elevado custo de referidas drogas. O paciente submetido a transplante de medula óssea alogênico, necessita de seguimento preventivo para infecções virais e fúngicas pelo risco de desenvolver doença infecciosa que pode culminar com alta morbidade e mortalidade. Estes pacientes realizam profilaxia com terapia imunossupressora, a fim de evitar doença do enxerto contra hospedeiro (DECH). De outra parte, a maior parte da comunidade científica especializada na matéria, tem entendido que, para o sucesso do transplante de medula óssea, deveria ser obrigatória a realização dos exames de Antigenemia para CMV , PCR quantitativo para CMV, PCR quantitativo para EBV, PCR para BK vírus quantitative, PCR para adenovírus sérico, urinário e fezes, swab para pesquisa viral (detalhes ver anexo II). Igualmente importante é a pesquisa de Antígeno aspegillus galactoman, em pacientes com suspeita e infecção fúngica. É imprescindível, 3 Exemplos de drogas usadas em transplantes de órgãos sólidos e não disponíveis para transplante de medula óssea: Tacrolimus, Sirulimus e Cell Cept. Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] portanto, a inclusão desses procedimentos na Tabela SUS. A agravar essa situação, o valor pago pelo Sistema de Único de Saúde a esse tipo de procedimento, como dito anteriormente, tem sido considerado baixo por diversos membros da comunidade médica, o que tem representado um desestímulo para que novos profissionais de saúde adquiram especialização na área, visto que, infelizmente, a matéria ainda não é uma disciplina de base das universidades. Por fim, ressaltamos a disponibilidade da ABRALE em contribuir com o Ministério da Saúde e com o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea – REDOME - no desenvolvimento de suas ações voltadas à conscientização e ao incentivo à doação voluntária de medula óssea e à fidelização de doadores, de modo a ampliar a eficácia na obtenção de mais resultados positivos. d. Cuidados paliativos e apoio multidisciplinar Os pacientes fora de possibilidade terapêutica muitas vezes, não têm condições de ficar em casa, pois a família não tem como dar suporte adequado. Ciosos desta condição, os centros de alta complexidade acabam prolongando a permanência desses pacientes, ocupando leitos que deveriam ser ocupados por pacientes com chances reais de cura. Nesse sentido, temos identificado a necessidade de ampliação da rede e de reestruturação do modelo das Casas de Apoio hoje existente, ampliando sua interface com a rede de atenção primária. Para além dessa medida, entendemos que o apoio multidisciplinar e humanizado no tratamento do câncer é tão importante quanto os cuidados médicos. No entanto, o próprio Instituto Nacional do Câncer - INCA - tem reconhecido que a atenção multidisciplinar ainda é bastante falha, nos principais centros de tratamento, no Brasil. Para tentar minimizar esse problema, ABRALE tem buscado parcerias para viabilizar a implementação de projetos, de modo a garantir a atenção adequada e multidisciplinar à saúde dos pacientes onco-hematológicos, no Brasil. Tais projetos se dividem, basicamente, duas linhas: a) Capacitação de integrantes de equipes do Programa Saúde da Família agentes comunitários de saúde, enfermeiros, psicólogos e assistentes Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] sociais - para dar suporte técnico a familiares e cuidadores de pacientes onco-hematológicos em estado terminal sobre os cuidados paliativos, bem como para ministrarem os cuidados especiais de que necessitam os pacientes em tratamento, tais como aqueles relacionados à sua imunossupressão (campanhas de vacinação, p.ex.), apoio psicológico, cuidados nutricionais, enfermagem especializada em oncologia. b) capacitação de membros da comunidade escolar, visando à sua instrumentalização para o apoio psicossocial a professores, colegas e familiares de alunos com diagnóstico de onco-hematologias. Vimos nos ressentindo, no entanto, de apoio institucional mais efetivo no sentido de viabilizar a implementação desses Programas no âmbito do Sistema Único de Saúde. Nesse sentido, entendemos que seria muito interessante que o Ministério da Saúde promovesse a implantação desses Programas, de forma modelar, em alguma área específica de abrangência, possibilitando a avaliação dos resultados e eventual multiplicação da experiência. e. Do “PET SCAN” A Organização Mundial da Saúde, em sua última revisão dos critérios de resposta dos linfomas agressivos e da Doença de Hodgkin, considera indispensável a execução e confirmação da resposta completa por meio do PET-CT. A não incorporação dessa tecnologia no âmbito do sistema público de saúde tem comprometido o diagnóstico e o tratamento adequado dos pacientes de referidas doenças, uma vez que o procedimento realizado na rede particular custa por volta de R$ 3.700,00 (três mil e setecentos reais), inviável, portanto, à imensa maioria da população brasileira e, por conseguinte, dos usuários do Sistema Único de Saúde – SUS. f. Acesso a Medicamentos. Reconhecer a eficácia terapêutica de uma droga de alto custo e não oferecê-la, gratuitamente, à parcela mais necessitada da população, constitui uma espécie de “segregação social”, o que não se coaduna com os princípios que norteiam nossa Constituição e a construção do Sistema Único de Saúde - SUS. Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] A agravar esta situação, a ABRALE tem recebido de pacientes, familiares e profissionais de saúde freqüentes denúncias de que médicos são orientados (“pressionados”) por alguns gestores de unidades de saúde a não prescrever determinados medicamentos e tratamentos, que venham a ocasionar impacto no orçamento da instituição, chegando, inclusive, a fixar dosagens inferiores àquelas preconizadas nos respectivos protocolos clínicos. Entendemos que, nesse momento em que a sociedade brasileira vem discutindo, de forma madura, a prerrogativa do ato médico, a ingerência do gestor de unidade no livre exercício da profissão de médico, só vem contribuir para o aumento da chamada judicialização da Saúde e a fragilização da relação médicopaciente. Ademais, é sabido que o uso de drogas ou tratamentos mais avançados, ainda que um pouco mais caros, pode ser determinante para salvar, ou não, a vida do paciente. Em contrapartida, muitas vezes, a redução de custos adicionais com internações, desnecessidade de utilização de outras drogas alternativas, além da melhoria da qualidade de vida do paciente (objetivo principal), pode significar uma efetiva redução no custo final do tratamento. Com efeito, a definição de controles rígidos e protocolos clínicos bem estabelecidos e devidamente pactuados com a comunidade científica, podem impedir abusos e fraudes, possibilitando aos pacientes que se beneficiem das terapias que, de fato, precisam. g. Registro de Novas Tecnologias A análise sobre protocolos clínicos e registro de novas drogas deve decorrer de uma análise rigorosa e criteriosa, que possa avaliar, detalhadamente, as evidências cientificas completas e seus benefícios concretos frente a outras terapias vigentes, antes de sua submissão a pacientes. No entanto, a demora na avaliação desses procedimentos é um grave problema que precisa ser superado, rapidamente. Infelizmente, a avaliação da incorporação de novas tecnologias em saúde, no Brasil, não acompanha a evolução das drogas criadas para o tratamento das mais variadas doenças, o que nos leva a um cenário de protocolos clínicos desatualizados em relação àqueles aplicados, há diversos anos, em outros países. De outra parte, a ausência de publicidade e transparência com relação aos trâmites e prazos para a avaliação e atualização de protocolos clínicos e novas Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] tecnologias não se coaduna aos princípios de controle social que devem nortear todas as ações realizadas no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, impossibilitando aos interessados acompanhar esse processo, com condições de, inclusive, reivindicar sua continuidade e cumprimento pontual de prazos. Entre os exemplos de drogas ainda pendentes de registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, mas reconhecidas em seus benefícios pela comunidade médica internacional e nacional, encontram-se as seguintes: Princípio Ativo Nome Comercial Lenalidomida REVLIMID® Clofarabina (CLORAR®) Mesilato de Imantinibe (GLIVEC ®) Bussulfano injetável BUSILVEX 60mg/ 60mL Micofenolato Mofetil Injetável CELLCEPT 500mg Defibrotide injetável NORAVID 200mg Bendamustina injetável TREANDA 100mg Cidofovir injetável VISTIDE 375mg Observações Tratamento da mielodisplasia e do mieloma múltiplo, aprovada em 66 países a partir de 2005 Para tratamento de algumas leucemias agudas Para a população infantil e Leucemia Linfóide Aguda Ph positivo Para condicionamento de TMO Para prevenção da rejeição em TMO Para reduzir o risco de uma complicação póstransplante, denominada doença venoclusiva Utilizada em LLC e alguns protocolos de estudo de linfoma nãoHodgkin indolente de célula B Para tratamento de complicações Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] Treosulfan injetável TREOSULFAN 5g Thiotepa 15mg injetável Thiplex 15mg Foscavir/ foscarnet 6g injetável Foscavir 6g causadas pelo citomegalovírus em pacientes pós TMO Usado no tratamento de algumas leucemias e TMO Para condicionamento de TMO Para tratamento de complicações causadas pelo citomegalovírus em pacientes pós TMO O processo de incorporação de novas tecnologias e drogas inovadoras deve ser mais ágil e transparente para que todos os interessados possam acompanhar com clareza o raciocínio definido pelas autoridades. A morosidade e burocracia no processo prejudicam muito os pacientes que poderiam se beneficiar a tempo de terapias inovadoras. Os medicamentos citados estão disponíveis em diversos países desenvolvidos e indisponíveis aos nossos pacientes. Enquanto o processo de registro não ocorre, há de se procurar uma política de exceção, respaldada em protocolos e na comunidade médica, que possa em casos de medicamentos não registrados, permitir sua importação justificada, com menor ou nenhuma burocracia, por meio de instituições médico – hospitalares. Hoje, esta prática é feita por importação direta dos pacientes, o que gera demora e custos a estes indivíduos já tão fragilizados pelo seu processo de doença. h. Pesquisas Clínicas. A evolução do tratamento de doenças onco-hematológicas, assim como do câncer, de uma forma geral, depende diretamente da realização e da validação de pesquisas clínicas. Infelizmente, o Brasil encontra-se entre os países mais morosos no processo de aprovação de Protocolos de Pesquisa. Se, por um lado, entende-se a preocupação das autoridades e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) com a ética e direitos dos pacientes, Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] por outro, esses mesmos fatores – ética e direito - são desconsiderados aos pacientes que poderiam ser beneficiados pelos protocolos (clinical trials). Há necessidade de imprimir maior agilidade aos processos de aprovação das pesquisas clínicas ou promover a descentralização das análises de processos aos Comitês de Ética locais, deixando ao CONEP, apenas, situações especiais como pesquisas em índios, incapazes ou mesmo em casos específicos de crianças. Outro ponto importante é separar o que se considera assistência do que é pesquisa clínica. As normas não esclarecem em um mesmo paciente quais custos devem ser cobertos pelos patrocinadores das pesquisas e quais são exclusivos e decorrentes do atendimento assistencial do paciente. Isto gera distorções como a inclusão no custo Sistema Único de Saúde - SUS - de projetos que deveriam ser pagos pelos patrocinadores, inviabilizando determinadas pesquisas em hospitais privados, pelo fato de as seguradoras não arcarem com os custos decorrentes da doença do paciente, objeto da pesquisa. 4. QUESTÕES ESPECÍFICAS a. Compra Centralizada dos Medicamentos de Alto Custo A partir do corrente ano, o Ministério da Saúde passou a centralizar a compra do medicamento Mesilato de Imatinibe (Glivec), utilizado, principalmente, como medicamento de primeira linha aos pacientes portadores de Leucemia Mielóide Crônica, o que deve gerar uma economia de cerca de R$ 400 milhões aos cofres públicos. Todavia, nos últimos dias, pacientes e familiares apresentaram queixas relacionadas à dificuldade no acesso ao medicamento, por falta, principalmente, de informações claras sobre os novos locais e trâmites para a sua retirada. Pelo exposto, ainda que reconheçamos a responsabilidade das Secretarias de Estado da Saúde sobre a distribuição dos medicamentos fornecidos pelo Ministério da Saúde, entendemos que deveriam ser criados procedimentos que condicionassem o repasse de verbas à efetiva entrega dos medicamentos enviados, de modo a garantir o acesso à integralidade do tratamento, mesmo a pacientes que residam em locais ermos, ou não possuam condições de se deslocar para retirá-los. Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] Nesse sentido, colocamo-nos à disposição para colaborar na difusão da informação correta a respeito da distribuição do Mesilato de Imatinibe (Glivec), razão pela qual solicitamos a este Ministério a relação completa dos centros de referencia que receberão o medicamento. Assim, os pacientes que procurarem nossa Associação terão acesso à informação precisa. b. Medicamentos não disponíveis em diversos Centros de Tratamento Recebemos a informação, por meio dos pacientes, familiares e médicos que os seguintes medicamentos não se encontram disponíveis em diversos Centros de Tratamento: • • • • • Hidroxiuréia (Hydrea), utilizado no tratamento de Doenças Mieloproliferativas, anemia falciforme e talassemia major; Bortezomibe (Velcade), eficaz nos pacientes com Mieloma Múltiplo, com aumento na possibilidade de controle da patologia; Azacitidina (Vidaza) eficaz no tratamento de pacientes com Síndrome Mielodisplasica , anemia refratária com excesso de blastos e Leucemia Miclomonocítica crônica. Decitabina (Dacogen), eficaz nos pacientes com Síndrome Mielodisplásica, reduzindo a necessidade transfusional, com aumento na sobrevida global; Plerizafor injetável (Mozobil), eficaz no tratamento de adultos com mieloma múltiplo e linfoma não-Hodgkin. c. Do Rituximabe O medicamento Rituximabe (MabThera®) foi inserido no tratamento de primeira linha e de salvamento dos linfomas difusos de grandes células-B, cujos valores foram reduzidos, em dezembro último, por meio da Portaria nº 720. Contudo, é notório que o valor correspondente para o tratamento dos demais linfomas está desatualizado há quase uma década e, também, não abarca os custos dessa droga, limitando, por isso, o seu uso e inviabilizando o tratamento aos pacientes do SUS. Desse modo, urge que sejam atualizados os valores de reembolso das APACs, a fim de contemplar tais custos, para que os portadores de linfomas tenham acesso Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] ao uso dessa importante droga que garante a comprovada sobrevida para um expressivo número de pacientes. Outra alternativa seria disponibilizar essas drogas no sistema de drogas de alto custo. O Comitê Científico da ABRALE, formado pelos mais renomados oncohematologistas do país, recomendam o uso do medicamento Rituximab (MabThera®) para o sucesso do tratamento nos seguintes casos: 1. Uso como medicamento de primeira linha para adultos nos casos devidamente diagnosticados de linfoma difuso de grandes células B, linfoma MALT, linfoma folicular sintomático, linfoma da zona do manto. No caso do linfoma folicular, inclusive para manutenção. 2. Uso como medicamento de primeira linha para crianças nos casos devidamente diagnosticados de linfoma de grandes células B. 3. Uso como medicamento de primeira linha para pacientes com LLC – Leucemia Linfóide Crônica (protocolo FCR´Fludarabina, Ciclofiosfamida e Rituximab) 4. Uso em caráter de exceção para pacientes com citopenias auto-imunes refratários a corticoterapia. 4. Conclusão Cumpre ressaltar, primeiramente, a importância da atitude adotada pelo Ministério da Saúde, no sentido de conferir à ABRALE a oportunidade de apresentar suas contribuições visando à consolidação e à melhoria dos tratamentos atualmente disponíveis aos pacientes onco-hematológicos, no Brasil. A nosso ver, é de extrema relevância que o Ministério da Saúde siga valorizando o caráter tripartite do Sistema Único de Saúde, dando voz a associações de usuários, categoria em que se insere nossa entidade. Ressaltamos, também, que recebemos com entusiasmo o anúncio feito no ano passado por este Ministério da Saúde sobre um investimento de R$ 412 milhões para tratamento de câncer, por meio de um pacote de medidas que inclui tratamentos para a leucemia aguda e linfoma, entre outros, no Sistema Único de Saúde (SUS). Gostaríamos de acompanhar de perto tais investimentos e medidas implementadas. De outra parte, reiteramos o pedido para que esse digno Ministério da Saúde reavalie todos os pedidos constantes do “Manifesto do Linfoma”, enriquecidos das considerações constantes deste documento, respaldadas na melhor cultura Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] médica científica nacional, derivada de estudos internacionais absolutamente relevantes, além das orientações da própria Organização Mundial da Saúde. Entendemos que é imprescindível que seja estabelecido um cronograma para que esses assuntos apresentem soluções definitivas e possam ser postos em operacionalização. O aprimoramento das políticas públicas de saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, é fundamental para garantir o pleno exercício do direito à vida e à saúde a todos os cidadãos, em igualdade de condições com aqueles que têm condições de prover, por si, através de instituições particulares, o acesso a exames e drogas mais eficazes para seu tratamento. Lembramos, também, que o próprio Sistema Único de Saúde –SUS foi criado, tendo como diretrizes constitucionais (segundo o artigo 198, CF) o acesso universal e integral ao tratamento dos pacientes, não admitindo, portanto, distinções sociais de qualquer espécie, além de contemplar as assistências hospitalar, ambulatorial, terapêutica e farmacêutica, o direito à informação e a participação da comunidade. Assim, na condição de representantes de importante parcela dos usuários do Sistema Único de Saúde - SUS, gostaríamos de continuar colaborando, dentro de uma visão crítica, como é nossa obrigação, mas, também, produtiva, no sentido de oferecer qualidade de vida aos nossos pacientes, por meio de um tratamento digno e de excelência, sempre reconhecendo os esforços promovidos por este Ministério para aprimorar os serviços de saúde, em nosso país. Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] ANEXO I - COMITÊ MÉDICO CIENTÍFICO DA ABRALE Dra. Ana Lúcia Cornacchioni Dr. Ângelo Maiolino ITACI - Instituto de Tratamento Contra o Câncer Infantil/SP Fund. de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco - HEMOPE/PE Universidade Federal do Rio de Janeiro/RJ Dr.Bernardo Garicochea PUC-RS/Hospital Sírio Libanês/SP Dr. Cármino Antônio de Souza Dr. Carlos Chiattone Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e UNICAMP/SP Santa Casa/SP Dr. Celso Massumoto Hospital Sírio Libanês e Hospital Oswaldo Cruz/SP Dra.Alita Andrade Azevedo Dra.Clarisse Lobo HEMORIO - Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti/RJ Dr.Daniel Tabak CENTRON - Centro de Tratamento Oncológico e Clínica São Vicente/RJ Dr.Evandro Maranhão Fagundes Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais/MG Dr.Frederico Dulley Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas/SP e Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea Dr. Jairo José do Nascimento Sobrinho Hospital Israelita Albert Einstein/SP Dr.Jacques Tabacof Dr.José Orlando Bordin CPO - Centro Paulista de Oncologia e Hospital Israelita Albert Einstein/SP Hospital São Paulo/SP Dr.Jose Salvador R. de Oliveira Hospital Santa Marcelina/UNIFESP/SP Dr. Júlio César Voltarelli Dra.Maria Aparecida Zanichelli Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP/Hemocentro de Ribeirão Preto/SP Hospital Brigadeiro/SP Dra.Maria Lydia Melo de Andréa Hospital Darcy Vargas/SP Dra.Maria de Lourdes Chauffaille Escola Paulista de Medicina/SP Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] Dra.Monika Conchon Hospital das Clínicas de São Paulo/SP Dr.Nelson Hamerschlak Hospital Israelita Albert Einstein/SP Dr.Nelson Spector Universidade Federal do Rio de Janeiro/RJ Dr.Renato Sampaio Dr.Roberto Passeto Falcão Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiânia e Hemolabor/GO Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná/PR Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/SP Dr.Ronald Pallota Central de Transplante de Medula Óssea/BA Dra.Silvia Maria Meire Magalhães Serviço de Hematologia Hospital Universitário Walter Cantídio/CE Santa Casa/SP Dr.Ricardo Pasquini Dra.Vania Hungria Dr.Vicente Odone Filho Dr.Waldir Veiga Pereira ITACI - Instituto de Tratamento do Câncer Infantil e Hospital Israelita Albert Einstein/SP Universidade Federal de Santa Maria/RS Dr.Wellington Azevedo Núcleo de Hematologia e Oncologia/MG Dra.Yana Sarkis Novis Hospital Sírio Libanês/SP Dr.Yuri Vasconcelos INGOH - Instituto Goianio de Oncologia e Hematologia/GO Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] ANEXO II – Detalhes sobre os exames relevantes ainda não disponíveis na tabela SUS O paciente submetido a transplante de medula óssea alogênico necessita de seguimento preventivo para infecções virais e fúngicas pelo risco de desenvolver doença infecciosa que pode culminar com alta morbidade e mortalidade. Estes pacientes realizam profilaxia com terapia imunossupressora a fim de evitar doença do enxerto contra hospedeiro (DECH). Seguimento laboratorial planejado e rotineiro: Antigenemia e PCR quantitativo para citomegalovírus semanal até D+100 e prolongar vigilância se paciente manter DECH. Antígeno aspergilus galactoman semanal, enquanto paciente estiver neutropênico ou em vigência de imunossupressores e DECH. PCR quantitativo para EBV quinzenal em pacientes de alto risco para desenvolver PTLD-EBV (nos casos de pacientes que realizaram depleção de células T, transplante de cordão umbilical ou haploidêntico). PCR quantitativo para adenovírus. (nos casos de transplante de cordão umbilical ou não aparentado com depleção de células T). Citomegalovírus (CMV) Realizar exame para detecção de infecção por citomegalovírus semanal, através de antigenemia e PCR quantitativo para CMV. Se exame preempitivo positivo deve-se iniciar tratamento com ganciclovir dose terapêutica por 2 semanas e manter seguimento laboratorial semanal. Se paciente tiver realizado transplante de cordão umbilical devemos iniciar plano terapêutico com foscarnet. Realizar seguimento semanal até D+100 e prolongar vigilância se paciente manter DECH EBV Realizar exame com PCR quantitativo para EBV. Se exame positivo deve-se realizar tratamento com mabthera 375mg/m2 dose única e manter seguimento laboratorial semanal na data da mabthera, 1 semana após o dia do tratamento e após manter acompanhamento quinzenal a fim de evitar doença por EBV ˆ PTLD (doença linfoproliferativa pós transplante) que apresenta alta mortalidade. Iniciar seguimento no D15 pós enxertia neutrofílica e manter até D+100. Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] Adenovírus Estratificação de risco para infecção ou reativação por adenovírus: Alto risco: DECH refratário, transplante de cordão umbilical ou haploidêntico , depleção de células T >2-3 log , uso de ATGAM, e/ou pacientes relacionados ou não relacionados com depleção de células T (2-3 log), HLA mismatched, pacientes com DECH que recebem corticoesteróides e pacientes pediátricos. Realizar monitoramento semanal nos primeiros 6 meses pós transplante ou durante a duração da imunossupressão. Seguimento laboratorial planejado a critério clínico: 1)Cistite hemorrágica Na apresentação de cistite hemorrágica deve-se solicitar pesquisa de PCR qauntitativo para BK vírus em urina, PCR quantitativo para adenovírus em urina e pesquisa de CMV em urina. - BK vírus na urina Coletar na vigência de cistite hemorrágica e manter controle na resolução da hematúria. Se exame positivo deve-se elevar hidratação sistêmica, se coágulos em bexiga, realizar irrigação vesical. Manter plaquetas acima de 50.000. Na não resolução do quadro devemos iniciar tratamento com Cidofovir semanal. - Adenovírus na urina Quando sintoma urinário. 2)Diarréia Na apresentação de diarréia devemos pesquisar: adenovírus nas fezes. Se positivo, investigar adenovírus sérico e urinário a fim de detectar adenovírus sistêmico e disseminado. que estava negativo. 3) Sintomas respiratórios Coletar pesquisa de swab nasal para pesquisa de vírus respiratórios ( influenza, parainfluenza, adenovírus, vírus sincicial respiratório). Infecção respiratória viral em pacientes pós transplante de medula óssea e imunossuprimidos devem ser seguidas, avaliados com exame de imagem e tratadas conforme o vírus encontrado e clínica apresentada a fim de evitar morbidade e mortalidade. Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] ANEXO III – Registro de Óbitos por Onco-Hematologias de pacientes cadastrados na ABRALE. Leucemia Linfoma Mielodisplasia BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PR RJ RN RO RS SC SE SP TO Total geral 7 16 3 3 22 4 6 2 24 44 45 2 1 9 3 418 609 20 32 1 4 38 2 8 1 2 2 2 8 27 24 3 36 4 1 442 5 662 Mieloma Múltiplo Outros Hematológicos 5 2 1 3 1 3 1 1 Talassemia Total geral 2 1 2 6 6 5 3 1 5 1 6 2 2 1 48 84 15 13 60 111 22 27 Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. Paulista – São Paulo - SP CEP 01405-000 (11) 3149-5190 | www.abrale.org.br | [email protected] 32 51 4 8 66 6 18 1 3 4 2 46 79 83 5 1 48 8 1 1020 5 1491 ANEXO IV - Pacientes Cadastrados na ABRALE AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Total geral Leucemia Linfoma 6 5 8 4 207 502 23 21 604 34 285 30 22 18 32 492 9 715 713 22 11 2 460 87 9 2141 28 2 7 3 3 127 447 22 12 330 14 202 11 17 6 17 154 10 254 214 11 6 405 15 4 2263 10 6490 4566 Mielodisplasia Mieloma Múltiplo 4 1 16 53 3 1 42 5 44 1 4 1 5 164 5 31 59 2 2 1 1 1 1 58 55 20 3 105 2 47 3 1 5 2 107 5 51 106 1 1 8 4 78 3 145 3 603 Outros hematológicos Talassemia Total geral 2 23 56 2 4 48 1 39 6 12 3 3 67 6 71 145 1 5 20 10 7 23 7 53 6 3 7 8 144 1 42 38 11 3 13 16 502 3 54 27 1 239 1 322 2 11 14 19 9 436 1133 80 48 1152 63 670 57 59 40 67 1128 36 1164 1275 48 23 2 1018 152 14 5612 47 1162 811 745 14377 1 1 2 Rua Pamplona, 518 – 5º Andar – Jd. 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