Percepções sobre a prática-docente: a presença da língua inglesa no cotidiano dos alunos de um quinto ano do ensino fundamental Tálita Suelen de Oliveira Guarino Licenciada em Letras, habilitação em Inglês, pelas Faculdades Integradas Teresa D’Ávila – FATEA. Docente ETEC Guaratinguetá. e-mail: [email protected] Luciani Vieira Gomes Alvareli Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. Docente FATEA – Lorena; FATEC – Cruzeiro. e-mail: [email protected] RESUMO Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa realizada como trabalho de conclusão de curso e fundamenta-se na abordagem teórica sociointeracionista vygotskiana, no que se relaciona ao ensino-aprendizagem de língua estrangeira, especificamente, língua inglesa. Por meio da pesquisa-ação e auto-reflexão do professor, busca contribuir para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem de língua inglesa, fornecendo como subsídios aos educadores uma possibilidade de reflexão para reconstruir sua prática pedagógica. PALAVRAS-CHAVE: sociointeracionismo, língua inglesa, pesquisa-ação ABSTRACT This article presents results of a survey conducted as a graduation course work and it is based on social interactionist Vygotskian theoretical approach, as it relates to teaching and learning of foreign languages, specifically English. Through action research and self -reflection of the teacher, it aims at contributing to the development of English teaching and learning process by providing grants to educators as a chance for reflection to rebuild their pedagogical practice. KEYWORDS: social interactionism, English language, action research 72 Janus, Lorena, n.13, Jan./Jun., 2011. p. 071 - 079 INTRODUÇÃO A educação é um desafio para os profissionais que decidem fazer dela mais do que um trabalho, uma dedicação para auxiliar na formação de cidadãos críticos. Sabe-se que a educação tem sido estudada pela abordagem de diversas teorias de aprendizagem, recebendo influências de diversos pensadores, pedagogos e estudiosos e assim ocorre também no ensino de língua inglesa. Ensinar língua inglesa nem sempre é uma tarefa fácil, pois vários alunos trazem para as aulas conceitos pré-estabelecidos sobre a língua, traumas de aprendizagem e desinteresse por achar que, devido à realidade em que estão inseridos, nunca precisarão desse idioma. Ao observar a desmotivação e a relutância de alguns alunos frente à aprendizagem da língua inglesa, achou-se necessária a realização de uma pesquisa sobre o assunto que fosse capaz de, além de investigar os motivos desse comportamento, contribuir para uma mudança nessa realidade. Este artigo apresenta uma pesquisa-ação e uma auto-reflexão sobre a aprendizagem de língua inglesa de uma turma de educação fundamental. Após a apresentação da metodologia utilizada na pesquisa, são apresentadas a análise dos dados obtidos e as considerações sobre o trabalho realizado. Para o desenvolvimento da pesquisa, adotou-se o sociointeracionismo, pois, conforme explica Vygotsky (1994), o trabalho e a interação com as outras pessoas são essenciais, e podem estimular a transformação do sujeito, que, ao mesmo tempo é influenciado pelo seu meio social, influenciando-o pela sua capacidade de internalizar as formas culturais e transformá-las. FUNDAMENTAÇÃO Segundo Vygotsky (1994), a interação e o trabalho com os outros são fundamentais, já que a transformação pode se dar com a interação. Ainda de acordo com Vygotsky (1994), ao longo de seu processo de desenvolvimento, o indivíduo internaliza as formas culturais, transforma-as e intervém em seu meio social ao mesmo tempo em que é por ele transformado. Essa interação possibilita o crescimento, a ampliação de ideias, o debate, a descoberta em conjunto, enfim a aprendizagem. Para realizar um trabalho em sala de aula o professor precisa estar consciente dos obstáculos que, possivelmente, irá enfrentar, das diferentes situações e algumas respostas desfavoráveis, como por exemplo, a falta de motivação dos alunos inicialmente. De acordo com os PCN (1998, p. 82), “Cabe ao professor acompanhar atentamente as reações dos alunos e refletir sobre elas.” Além disso, essa abordagem considera a reflexão muito importante, pois é ela que permite ao professor, um ator essencial desse processo, refletir sobre tudo, especialmente Janus, Lorena, n.13, Jan./Jun., 2011. p. 071 - 079 73 sobre sua ação em sala de aula, que num futuro não muito distante, possivelmente, poderá ser resgatada pelos alunos em suas ações e escolhas. De acordo com Freire (1975, p. 59), deve-se ter “uma educação que, por ser educação, haveria de ser corajosa, propondo ao povo a reflexão sobre si mesmo, sobre seu tempo, sobre suas responsabilidades”. Segundo Freire (1996), há um princípio de que, quando uma pessoa ensina, ela aprende ao ensinar e, enquanto um indivíduo aprende, ele ensina ao aprender. Na pesquisa, aqui relatada, as atividades de sala de aula foram propostas com o intuito de contribuir para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem numa perspectiva de reflexão crítica, ou seja, procurou-se fazer um exercício reflexivo da prática pedagógica, superando a divisão existente entre teoria e prática. Essa pesquisa focalizou a língua inglesa e buscou trabalhar com os alunos conteúdos relevantes, próximos ao contexto real deles a fim de dar-lhes a oportunidade de, ao trabalhar, refletir, criticar, opinar e enxergar sozinhos se o inglês estava, ou não presente no seu dia-a-dia, conforme sugere o PCN (1998, p. 54): é fundamental que desde o início da aprendizagem de LE (Língua Estrangeira) o professor desenvolva um trabalho que possibilite aos alunos confiarem na própria capacidade de aprender, de forma cooperativa com os colegas. Na reflexão, a presença do outro é muito importante, pois o auxilia a enxergar pontos que necessitam ser modificados, os quais seriam difíceis ou até impossíveis de serem encontrados quando se está sozinho. Nesse sentido, Celani (2003, p. 27) afirma que: “o processo reflexivo não acontece sozinho. É na verdade, um trabalho ativo, consciente que pressupõe esforço, vontade e que tem lugar quando condições são criadas para isso”. É importante que os sujeitos interajam no processo ensino-aprendizagem. Vygotsky (1994) concebe o homem como um ser histórico e produto de um conjunto de relações sociais que os próprios homens estabelecem entre si. Na abordagem vygotskyana, o homem é visto como alguém que transforma e é transformado nas relações que acontecem em uma determinada cultura. O que ocorre não é uma adição entre fatores inatos e adquiridos e sim uma interação dialética que se dá a partir do nascimento, entre o ser humano e o meio social, histórico e cultural no qual está inserido. Para Vygotsky (1982), o sujeito é ativo, sendo então capaz de agir sobre o meio. Para ele não há a tão conhecida e citada natureza humana. Somos primeiro sociais e depois nos individualizamos. A interação com outras pessoas e a possibilidade de interagir com o professor e com os outros alunos, debater, discutir sobre algum texto é essencial para o desenvolvimento de todo aluno. Assim, as interações entre os alunos de diferentes níveis de desenvolvimento, tanto na linguagem como em outras múltiplas experiências são extremamente positivas, pois um aluno pode contribuir com o outro, visto que dificilmente ambos terão o mesmo contexto 74 Janus, Lorena, n.13, Jan./Jun., 2011. p. 071 - 079 social de vida e de desenvolvimento cognitivo. Essa relação é que vai tornar o ambiente de aprendizagem enriquecedor. Percebe-se que aprender é um processo contínuo. É importante ressaltar que o conceito de interação com o qual trabalha o sociointeracionismo não é um conceito vasto e opinativo, mas significa, no campo do processo de aprendizagem, especificamente, afetação mútua (Schneider, 2008). A ação ou o discurso do outro causa modificações na forma de pensar e agir, interferindo no modo como a elaboração e a apropriação do conhecimento irão se consolidar. METODOLOGIA Este artigo reflete o trabalho de uma pesquisa-ação, a qual foi uma forma para a professora pesquisadora refletir sobre sua ação na sala de aula junto a seus alunos e assim melhorar ou mesmo mudar alguns aspectos de sua prática docente. Na visão de Celani (2000, p. 25): “o processo reflexivo relacionado às questões de linguagem, seu papel e sua construção social deve acompanhar a formação dos graduandos. É refletindo sobre seu próprio processo de aprendizagem que ele irá desenvolver a compreensão crítica de seu trabalho como educador professor (...)”. (Celani, 2000, p. 25) Participaram do estudo quatorze alunos de um quinto ano do ensino fundamental, com idade entre nove e dez anos. A maioria dos alunos residia na cidade onde a escola está situada, e alguns moravam em cidades vizinhas. Para a coleta de dados, foram utilizados os instrumentos conforme a seguir: - Questionário I (Anexo A): contendo onze perguntas diretas (estilo padronizado) a fim de identificar se os alunos gostavam ou não de Inglês, se achavam a língua inglesa importante para a realidade em que viviam e se eles recebiam algum incentivo em casa para estudar a língua. - Entrevista semi-padronizada: Os alunos foram convidados a esse procedimento, pois foi objetivo da pesquisa descortinar pontos de vista pessoais e permitir acesso a informações que no questionário, provavelmente, não seriam identificadas. - Questionário II (Anexo B): foi elaborado a partir da observação das aulas ministradas pela professora-pesquisadora durante o período de aplicação do trabalho. Decidiu-se usar essa ferramenta, pois era necessário obter algumas informações que o primeiro questionário não havia abordado. Após a aplicação do questionário I (Anexo A) foi feito o cruzamento das respostas obtidas com aquelas dadas à entrevista e, por último, um novo cruzamento com as respostas dadas ao segundo questionário (Anexo B). Janus, Lorena, n.13, Jan./Jun., 2011. p. 071 - 079 75 ANÁLISE DE DADOS A coleta de dados para esta pesquisa aconteceu durante as aulas de inglês junto a uma turma em que a professora-pesquisadora ministrava aulas. Os dados foram coletados por meio de diferentes instrumentos e da observação do professor participante. Esta pesquisa é de cunho qualitativo-interpretativista, a qual propõe trabalhar com dados subjetivos, valores, opiniões, hábitos. Segundo Minayo (1994), esse tipo de pesquisa responde a questões muito particulares, as quais não podem ser quantificadas, ou seja, ela trabalha com os significados, motivos, aspirações. Isso corresponde a um nível mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos, que não se reduzem à quantificação e à análise de variáveis. Apesar disso, foi importante para a professora-pesquisadora utilizar de artifício quantitativo de análise do questionário I (conforme Anexo I), pois num primeiro momento da pesquisa buscou-se estabelecer um quadro identificador das características do grupo dos alunos participantes. Ao analisar os questionários aplicados (Anexo I), foi possível perceber que a maioria dos alunos, 67%, gosta de estudar inglês. No entanto, ao questionar o motivo que impedia alguns deles de gostar de estudar este idioma, notou-se que 80% têm dificuldades quanto ao vocabulário e os outros 20% encontram dificuldades em relação ao tempo de estudo necessário para aprender a língua. Conforme a análise feita no questionário (Anexo I), verificou-se que 47% dos alunos são incentivados pelos pais a estudar a língua inglesa, e que geralmente esses incentivos são feitos a partir de argumentos que direcionam a aprendizagem da língua como uma necessidade para o mercado de trabalho, como é possível observar na resposta de um dos alunos entrevistados: “Os meus pais falam: vai estudar inglês, lembra do trabalho, né?” (Aluno P) Quando foi perguntado aos alunos se eles consideravam importante o estudo do inglês conforme ensinado na escola onde eles estudavam, todos os alunos entrevistados afirmaram que consideravam muito importante estudar inglês em sua escola, pois eles aprendiam muito nessas aulas. Alguns ainda afirmaram que achavam inglês tão importante quanto às outras matérias, conforme podemos observar nas afirmações abaixo: “Sim, pois ele (inglês ensinado na escola) é importante para o futuro.” (Aluno B) “Igual às outras disciplinas da escola, o inglês é importante.” (Aluno P) Relacionado à importância do inglês para o futuro ou para possíveis viagens, 87% dos alunos julgam-na importante, conforme podemos observar nas respostas a seguir: “Sim, porque é bom se a gente for viajar fora do Brasil a gente tem que saber o inglês.” (Aluna A) “Sim, porque eu quero ser engenheiro, esse tipo de trabalho viaja muito, principalmente para os Estados Unidos.” (Aluno E) 76 Janus, Lorena, n.13, Jan./Jun., 2011. p. 071 - 079 “Sim, porque pode me ajudar no futuro.” (Aluno C) Percebe-se que os alunos vêem muito o inglês focalizado no futuro e, muitas vezes, não conseguem enxergar a importância dessa língua no momento atual, ou seja, notase que, apesar de muitos deles afirmarem que é importante estudar a língua, eles não conseguem compreender o significado da aprendizagem na sua vivência hoje, como se pode observar abaixo: “Hoje em dia o inglês é uma língua mundialmente falada e quem sabe, em um futuro próximo, tenhamos que viajar para outras partes do mundo em que se fala inglês? É por isso que eu gosto de estudar inglês.” (Aluno C) A resposta apresentada pelo Aluno C explicita a percepção da língua como uma ferramenta que poderá ser usada no futuro, ideia e resposta que muitos alunos da turma externaram quando foram perguntados por que eles gostam de estudar inglês. No segundo momento da pesquisa, objetivou-se aproximar os alunos de produtos escritos em inglês e apresentar, com o uso de um projetor de imagens, palavras que pudessem ser bem comuns à realidade vivida por eles, para que percebessem o grande número de palavras escritas em inglês que estão ao seu redor. Também foram levados para a sala revistas e panfletos com vários produtos escritos em inglês, como: alimentícios, de limpeza, informática, e nomes de estabelecimentos comerciais, etc. Foi muito interessante a reação dos alunos ao encontrarem palavras que já havíamos estudado em sala nos nomes dos objetos e dos materiais escritos em inglês, os quais faziam parte do seu cotidiano. Percebeu-se que os alunos não sabiam relacionar a teoria com a realidade, pois geralmente eles não param para fazer essa relação, por isso é de extrema importância que o professor tenha sensibilidade para perceber isso e incentivá-los a fazerem essa relação em todas as aulas ministradas. Foi possível ver essa relação entre conteúdo e mundo real nas falas de dois alunos. “Isso tudo que está em inglês minha mãe tem lá em casa.” (Aluno E) “Mas, teacher, tudo isso tá em inglês?” (Aluno F) De acordo com Vygotsky (1988), a aprendizagem não começa na escola e toda situação de aprendizagem está relacionada a uma história de aprendizagem prévia. Para Vygotsky (1988), o ambiente social é a fonte de modelos dos quais as construções devem se aproximar. É a fonte do conhecimento socialmente construído que serve de modelo e media as construções do indivíduo. A aprendizagem e o desenvolvimento são adquiridos por modelos e pela motivação da criança. Vygotsky (1988) afirma que as crianças observam no cotidiano o que os outros dizem, por que dizem, o que falam, por que falam, ou seja, elas internalizam tudo o que é observado e apropriam-se do que viram e ouviram, elas recriam e conservam o que se passa ao redor. Num terceiro momento foi aplicado outro questionário (Anexo II) com o objetivo Janus, Lorena, n.13, Jan./Jun., 2011. p. 071 - 079 77 de identificar as principais dificuldades e os desafios encontrados pelos alunos referentes à aprendizagem do inglês. Por meio dele, foi possível perceber que dentre as dificuldades encontradas pelos alunos destaca-se a leitura como principal motivo, como afirmam 53% dos alunos. “Ler, porque eu tenho mais dificuldade.”/ “Ler, porque tem palavras difíceis.” (Aluno J) Já a escrita é o segundo motivo mais citado, com 33% das respostas: “Escrever, porque eu me confundo.” (Aluno B) “Escrever, porque a gente não escreve do jeito que fala.” (Aluno F) Seguindo a dificuldade da leitura, descrita anteriormente, aparece a dificuldade da escrita, pois a aprendizagem da leitura e escrita pressupõe um vocabulário abrangente, que ainda está em desenvolvimento na faixa etária dos alunos participantes. Podemos perceber a dificuldade da leitura e escrita, por meio da fala de um dos alunos na citação abaixo: “Ler, porque tem essas sílabas sh, w, y, k, etc. Escrever, porque a mesma coisa que nós falamos em português nós escrevemos e em inglês confunde.” (Aluno D) Após desenvolver essa pesquisa, achou-se necessário ressaltar algumas considerações. Ao analisar os dois questionários (Anexo I e II) percebeu-se que 92% dos alunos conhecem ao menos um produto com o nome em inglês, dois ou mais artistas americanos britânicos ou ingleses, e dois ou mais programas de televisão. Além disso, todos os alunos conhecem esportes ou jogos e lojas com o nome em inglês. Observando as respostas fornecidas pelos alunos, foi possível perceber que a questão principal não é somente mostrar as palavras escritas em inglês que os cercam, pois, muitas vezes, eles já as conhecem. O que os professores precisam é encontrar formas de estimular seus alunos a estudar a língua utilizando o que se usa no cotidiano. Ou seja, a questão não é somente mostrar as regras da língua ou onde podemos encontrar palavras em inglês, mas ajudá-los a reconhecer palavras escritas em inglês e, sobretudo, perceber que estas palavras fazem parte do nosso cotidiano e a partir da compreensão delas na própria realidade pode contribuir para a formação do pensamento crítico dos alunos. CONSIDERAÇÕES Por meio da pesquisa relatada, foi possível notar que as atividades em sala de aula podem contribuir para o aluno reconhecer a existência e, consequentemente, importância da língua inglesa no seu cotidiano. Além disso, foi percebido que o incentivo do professor e sua sensibilidade para promover atividades próximas ao contexto real do aluno fazem muita diferença na qualidade da aula. Após analisar os questionários, foram observadas as devolutivas dos alunos e podese afirmar que esse trabalho contribuiu para o crescimento e despertar da sala no que se refere ao interesse individual pela língua inglesa, sem obrigação de um indivíduo exterior 78 Janus, Lorena, n.13, Jan./Jun., 2011. p. 071 - 079 que mostra o inglês unicamente como a porta de emprego do futuro ou seu estudo como uma exigência escolar. Ao analisar os dados, foi possível notar que os alunos usavam o inglês diariamente, mas não o percebiam. Sem perceber ou fazer a ligação entre a língua que se aprende na escola e o grande número de palavras desse idioma no cotidiano, pode-se afirmar que existe uma necessidade de os educadores criarem possibilidades de atividades que possam despertar nesses alunos reflexão e criticidade para trabalharem de forma a relacionar essas duas vertentes e tirarem do conhecimento cotidiano elementos que possam favorecer a processo de ensino-aprendizagem. REFERÊNCIAS CELANI, M. A. 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