Vitral Art nouveau do Cine Teatro Jandaia será restaurado pelo IPAC

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Vitral Art nouveau do Cine Teatro Jandaia será restaurado pelo IPAC
Centro Antigo
Postado em: 17/11/2015 13:11
O tradicional vitral da fachada do Cine Teatro Jandaia, em Salvador, de cinco metros de altura e 3,5
metros de largura, vai ser restaurado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia
(IPAC), da Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA).
O tradicional vitral da fachada do Cine Teatro Jandaia, em Salvador, de cinco metros de altura e 3,5
metros de largura, vai ser restaurado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia
(IPAC), da Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA). O imóvel inaugurado em 1931 detém
relevante importância arquitetônico-histórica, por suas influências Art nouveau e Art déco, e pela
extensa lista de artistas locais, nacionais e internacionais que se apresentaram no local.
Desde 2010 o cine teatro é tombado como ‘Patrimônio da Bahia’ e foi o IPAC que retirou o vitral em
2013 por risco de desmoronamento, já que o proprietário deixou a edificação se arruinar. Diante do
abandono do imóvel, o governador Rui Costa, anunciou no último dia 6 (novembro/2015) que o
IPAC fará obras emergenciais de conservação com escoramento e logo depois o Jandaia deverá ser
desapropriado pelo Estado.
“A contenção da estrutura do imóvel deverá ser a primeira ação, já que o prédio se encontra com
ameaça de desmoronar, aliado às primeiras ações de restauração do vitral que já se está de posse
do IPAC”, explica o diretor geral do Instituto, João Carlos de Oliveira. O cine teatro pertence,
atualmente, a Carlos Valensi, um descendente de franceses que mora no Rio de Janeiro e é
herdeiro de uma rede de cinemas em várias cidades brasileiras.
CONSTITUIÇÃO – Segundo leis municipais, estaduais e federais vigentes, a primeira
responsabilidade de um imóvel é do proprietário. Ou seja, caso ocorra desabamento, pessoas
fiquem feridas ou morram, o proprietário pode ser responsabilizado criminalmente. Em segunda
instância é a Prefeitura Municipal, pois responde pelo uso, ocupação e licenciamento do solo urbano
da cidade que ela administra. Ações de isolar e retirar pessoas ameaçadas por imóveis em ruínas
também é obrigação legal da prefeitura. Em última instância, é o órgão através do qual foi feito o
tombamento do imóvel.
“O tombamento não retira a propriedade de um imóvel; pelo contrário, o proprietário passa a ter
mais responsabilidade por se tratar de um bem cultural importante para o estado ou o país”, diz a
diretora de Preservação Cultural do IPAC, Etelvina Rebouças. Em contrapartida, o proprietário de
imóvel tombado tem prioridade nas linhas de financiamento para projetos arquitetônicos ou obras de
restauro do seu prédio.
“Parte dos vitrais chegaram intactos, outra parte recuperamos”, ressalta Kathia Berbert,
coordenadora de Restauro de Elementos Artísticos do IPAC. A remoção foi orientada pelo professor
da Universidade Federal da Bahia, José Dirson Argolo. Os vitrais foram forrados com isopor e
acondicionados em caixas de madeira. A peça artística foi idealizada pelo fundador do Jandaia,
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João Oliveira, tendo uma ave, a jandaia, em uma das mãos de uma figura feminina Art nouveau.
História – O Cine Jandaia trata-se de uma exemplar referência da arquitetura proto-moderna na
Bahia, concebido a partir de elementos do vocabulário Art Déco. Suas linhas seguem uma simetria,
havendo integração / articulação entre arquitetura, interiores e design (mobiliário, luminárias e
serralheria artística). Observa-se, em sua decoração interna, que alguns elementos decorativos
recorrem, de forma estilizada, a modelos clássicos da antiga Grécia. Foi edificado em estrutura de
concreto armado, com fachadas revestidas em pó de pedra, com grande quantidade de janelas
venezianas, com bandeira de vidro. Na fachada principal há um barrado em mármore preto, onde
encontramos algumas lojas comerciais, além de um grande vitral decorado na área central.
Observa-se a busca por uma verticalidade na lateral esquerda do frontispício, onde foi implantada
uma pequena torre. A leitura dos espaços internos registra a preocupação com a ornamentação
estética do cine-teatro, apreendida a partir de diversos detalhes: o foyer recebeu revestimento
mármore rosa nas paredes, com moldura em mármore preto, guarda-corpo com desenhos em ferro,
camarotes com contorno circular em metais e colunas, além de painéis em gesso com figuras
mitológicas. A área da audiência possui grande rosácea no centro do forro e figuras femininas nas
laterais do palco. Desde sua fundação, o Cine Teatro Jandaia foi palco de significativos eventos
culturais, tanto na área da música quanto na do teatro, com apresentações de renomados artistas
nacionais e estrangeiros, e isso, apesar da discriminação manifestada então pela elite
soteropolitana, em decorrência de sua localização na Baixa dos Sapateiros (Avenida J.J. Seabra),
localidade considerada de natureza popular quando confrontada com a Rua Chile, lugar elegante e
por ela preferido. O Cine Teatro Jandaia atingiu a sua função cultural maior e, sem dúvida, de cunho
bastante popular, com realizações de sessões de cinema pela manhã aos domingos e feriados,
diariamente pela tarde (matinês) com dois filmes e à noite com exibição de apenas um único filme
em duas sessões.
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