a 3 SÉRIE ENSINO MÉDIO Volume 2 QUÍMICA Ciências da Natureza Nome: Escola: CADERNO DO PROFESSOR GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR QUÍMICA ENSINO MÉDIO 3a SÉRIE VOLUME 2 Nova edição 2014 - 2017 São Paulo Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretária-Adjunta Cleide Bauab Eid Bochixio Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Dione Whitehurst Di Pietro Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colaboradores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abordagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orientações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avaliação constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo A NOVA EDIÇÃO Os materiais de apoio à implementação do Currículo do Estado de São Paulo são oferecidos a gestores, professores e alunos da rede estadual de ensino desde 2008, quando foram originalmente editados os Cadernos do Professor. Desde então, novos materiais foram publicados, entre os quais os Cadernos do Aluno, elaborados pela primeira vez em 2009. Na nova edição 2014-2017, os Cadernos do Professor e do Aluno foram reestruturados para atender às sugestões e demandas dos professores da rede estadual de ensino paulista, de modo a ampliar as conexões entre as orientações oferecidas aos docentes e o conjunto de atividades propostas aos estudantes. Agora organizados em dois volumes semestrais para cada série/ ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e série do Ensino Médio, esses materiais foram revistos de modo a ampliar a autonomia docente no planejamento do trabalho com os conteúdos e habilidades propostos no Currículo Oficial de São Paulo e contribuir ainda mais com as ações em sala de aula, oferecendo novas orientações para o desenvolvimento das Situações de Aprendizagem. Para tanto, as diversas equipes curriculares da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica (CGEB) da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo reorganizaram os Cadernos do Professor, tendo em vista as seguintes finalidades: f incorporar todas as atividades presentes nos Cadernos do Aluno, considerando também os textos e imagens, sempre que possível na mesma ordem; f orientar possibilidades de extrapolação dos conteúdos oferecidos nos Cadernos do Aluno, inclusive com sugestão de novas atividades; f apresentar as respostas ou expectativas de aprendizagem para cada atividade presente nos Cadernos do Aluno – gabarito que, nas demais edições, esteve disponível somente na internet. Esse processo de compatibilização buscou respeitar as características e especificidades de cada disciplina, a fim de preservar a identidade de cada área do saber e o movimento metodológico proposto. Assim, além de reproduzir as atividades conforme aparecem nos Cadernos do Aluno, algumas disciplinas optaram por descrever a atividade e apresentar orientações mais detalhadas para sua aplicação, como também incluir o ícone ou o nome da seção no Caderno do Professor (uma estratégia editorial para facilitar a identificação da orientação de cada atividade). A incorporação das respostas também respeitou a natureza de cada disciplina. Por isso, elas podem tanto ser apresentadas diretamente após as atividades reproduzidas nos Cadernos do Professor quanto ao final dos Cadernos, no Gabarito. Quando incluídas junto das atividades, elas aparecem destacadas. Além dessas alterações, os Cadernos do Professor e do Aluno também foram analisados pelas equipes curriculares da CGEB com o objetivo de atualizar dados, exemplos, situações e imagens em todas as disciplinas, possibilitando que os conteúdos do Currículo continuem a ser abordados de maneira próxima ao cotidiano dos alunos e às necessidades de aprendizagem colocadas pelo mundo contemporâneo. Seções e ícones Leitura e análise Para começo de conversa Aprendendo a aprender Você aprendeu? ? ! Lição de casa Pesquisa individual O que penso sobre arte? Situated learning Pesquisa em grupo Learn to learn Homework Roteiro de experimentação Ação expressiva Pesquisa de campo Para saber mais Apreciação SUMÁRIO Orientação sobre os conteúdos do volume Situações de Aprendizagem 7 10 Situação de Aprendizagem 1 – A biosfera como fonte de materiais úteis ao ser humano 10 Situação de Aprendizagem 2 – Composição, processamento e usos do petróleo, do gás natural e do carvão mineral 12 Situação de Aprendizagem 3 – Composição, processamento e usos da biomassa 41 Situação de Aprendizagem 4 – A biosfera como fonte de alimentos para o ser humano 47 Situação de Aprendizagem 5 – Desequilíbrios ambientais causados pela introdução de materiais na atmosfera 62 Situação de Aprendizagem 6 – Poluição das águas: conhecendo para saber analisar e agir 81 Situação de Aprendizagem 7 – Perturbações na biosfera 96 Situação de Aprendizagem 8 – Contribuições para a diminuição da poluição no planeta 111 Propostas de Situação de Recuperação 117 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 118 Considerações finais 121 Quadro de conteúdos do Ensino Médio 122 Química – 3a série – Volume 2 ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME Neste volume, o foco do estudo recairá sobre a biosfera enquanto fonte de materiais úteis para a sobrevivência do ser humano. Biosfera é a região do planeta Terra onde existe vida. Dada a diversidade de materiais que o ser humano extrai da biosfera (e considerando o tempo disponível nas aulas), optou-se aqui por estudar o petróleo, o gás natural e o carvão mineral – obtidos de vegetais e animais fossilizados –, a biomassa como fonte de energia e os componentes principais da alimentação humana: proteínas, lipídios e carboidratos obtidos de vegetais e animais. O estudo dos processos a que são submetidos o petróleo, o carvão mineral e o gás natural retomará conhecimentos sobre as propriedades físicas dos compostos de carbono já estudados na 2a série do Ensino Médio. Essas propriedades serão usadas para diferenciar os compostos e possibilitar a comparação entre suas estruturas e nomes. Pesquisas sobre a biomassa permitirão aos alunos reconhecer transformações químicas envolvidas em processos alternativos de obtenção de energia e refletir sobre as potencialidades desses recursos e suas aplicações tecnológicas e de interesse social. A análise de rótulos de diferentes alimentos industrializados permitirá o reconhecimento de diferenças nas suas composições, relacionando-as, primeiro, com propriedades organolépticas comuns presentes em cada um dos grupos estudados (carboidratos, lipídios e proteínas). Em um segundo momento, será feito o estudo da estrutura dos compostos pertencentes a cada um dos grupos e o reconhecimento de suas funções orgânicas. Além disso, os alunos poderão usar os conhecimentos químicos já aprendidos ao longo das três séries do Ensino Médio para entender melhor alguns problemas relacionados à poluição, causados pela intervenção do ser humano no ambiente ao extrair recursos, transformá-los, utilizá-los e descartar os resíduos. Essas ações afetam os equilíbrios biogeoquímicos que sustentam a vida no planeta. São sugeridas, então, atividades que permitem a compreensão e a discussão de alguns desequilíbrios ambientais. Serão retomados e ampliados conhecimentos referentes a alguns desequilíbrios ambientais causados pela introdução dos gases SO2, CO2 e NOx, seus tempos de permanência, suas solubilidades e seus efeitos, bem como possíveis mudanças climáticas a eles associadas. Serão discutidas também as relações entre as concentrações de poluentes atmosféricos e os riscos à saúde, a poluição das águas por esgotos domésticos e seu processo de tratamento e os efeitos que os íons fosfato podem causar no meio aquático. Propõe-se, ainda, uma reflexão sobre o descarte de plásticos, assim como um estudo sobre os problemas causados pelo uso de pesticidas. 7 Você pode se sentir livre para decidir com que profundidade vai desenvolver cada Situação de Aprendizagem com seus alunos. Explicações químicas mais detalhadas são fornecidas para melhor subsidiar seu trabalho. f selecionar, organizar, relacionar e interpretar dados e informações de textos, tabelas e infográficos sobre combustíveis fósseis brutos – como o petróleo e o carvão mineral – para compreender os processos de separação e de refino; As estratégias propostas ao longo das Situações de Aprendizagem – pesquisas, análises de tabelas, leituras de textos e discussões, entre outras – buscam permitir aos alunos desenvolver competências e habilidades como: f relacionar as propriedades das substâncias constituintes dos combustíveis fósseis com seus usos e processos de separação, retomando conhecimentos aprendidos em outros momentos, tais como forças intermoleculares e destilação fracionada; f entender que, com base na nomenclatura atualmente utilizada para representar compostos orgânicos, é possível construir suas estruturas moleculares e que estas oferecem pistas sobre as propriedades – tais como temperaturas de fusão e de ebulição – e as reatividades dos compostos em questão; f compreender que, na Química Orgânica, fórmulas moleculares oferecem poucas informações sobre os compostos, dada a possibilidade de existência de isomeria; f construir e aplicar conceitos da área da Biologia – como metabolismo e nutrição – e da área da Física – como ondas, polarização da luz e imagens reais – para reconhecer isômeros ópticos; f aplicar conhecimentos das áreas da Matemática e da Geografia para avaliar a importância da jazida de petróleo e gás natural da Bacia de Santos; 8 f relacionar as informações apresentadas em rótulos de alimentos com as funções orgânicas e suas representações estruturais; f recorrer aos conhecimentos adquiridos sobre as transformações químicas envolvidas em processos atualmente utilizados para a obtenção de combustíveis a partir da biomassa e, também, recorrer aos conhecimentos pesquisados e discutidos com os colegas sobre os impactos ambientais causados por esses processos para avaliar a importância dessa fonte de energia na melhoria da qualidade de vida individual e coletiva; f reconhecer a biosfera como fonte de materiais úteis ao ser humano; f dominar o uso das linguagens química, matemática e de outras áreas do conhecimento para obter informações e descrever problemas relacionados com a extração, o Química – 3a série – Volume 2 processamento, o uso e o descarte de substâncias, a fim de avaliar seus impactos na atmosfera, na hidrosfera e na biosfera; f construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos decorrentes de processos naturais e tecnológicos, discutindo possíveis alternativas de soluções para preservar a vida no planeta; f selecionar, organizar, relacionar e interpretar dados e informações contidos em tabelas, gráficos e textos científicos para enfrentar situações-problema, como a elaboração de uma proposta experimental de separação de plásticos, usando para isso dados relativos às densidades; f relacionar informações e conhecimentos disponíveis sobre poluição do ar, das águas e do solo a processos naturais – tais como alterações climáticas, efeito estufa, aquecimento global, destruição da camada de ozônio e outros – para construir argumentações consistentes; professor, o acompanhamento da aprendizagem de conteúdos específicos da Química e o desenvolvimento do conjunto de competências e habilidades aqui descritas. Metodologias e estratégias Continuando com o propósito de favorecer a participação efetiva dos estudantes na construção de seu conhecimento e no desenvolvimento de competências relacionadas ao aprimoramento de sua cidadania, neste Caderno, como em todos os outros, procurou-se desenvolver o estudo de maneira a organizar e valorizar o que eles já conhecem do mundo físico. Para isso, foram relembrados os ciclos do carbono, do oxigênio, do enxofre e da água, para que neles pudessem ser explicitados os impactos causados por atividades humanas. Pesquisas sobre alguns impactos já estudados anteriormente, tanto em anotações de sala de aula quanto em livros didáticos, são propostas como auxiliares na organização e no aprofundamento dos conhecimentos. Aulas expositivo-dialogadas, discussões entre pares, em grupos e com toda a classe, assim como seminários e simulações, são propostos para que os alunos desenvolvam competências relativas à comunicação e à expressão, focalizando aspectos argumentativos. f recorrer aos conhecimentos desenvolvidos durante as aulas para saber fazer escolhas de consumo conscientes, defendê-las e discuti-las na comunidade. Avaliação O desenvolvimento das Situações de Aprendizagem apresenta questões abertas, interpretação de textos, gráficos, tabelas e representações químicas. As atividades realizadas ao longo do Caderno permitem a você, Propõe-se que os alunos sejam avaliados por sua participação em sala de aula, pela qualidade, consistência, clareza e objetividade de seus argumentos e pela execução das tarefas solicitadas. 9 SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 A BIOSFERA COMO FONTE DE MATERIAIS ÚTEIS AO SER HUMANO Esta primeira Situação de Aprendizagem tem por objetivo problematizar o estudo da biosfera enquanto fonte de materiais úteis ao ser humano. Para tanto, procurou-se criar situações que permitam aos alunos organizar os conhecimentos e as vivências que já possuem sobre os produtos provenientes da biosfera, que são utilizados por eles direta ou indiretamente, e estabelecer uma ponte entre esses conhecimentos e os que serão estudados neste volume. Os alunos terão a oportunidade de reconhecer que o ser humano extrai materiais da biosfera e desenvolve processos para utilizá-los, bem como observar a importância desses materiais na vida cotidiana. A discussão pretende organizar as informações que eles já possuem sobre os temas e iniciar o estudo de algumas funções orgânicas. Conteúdos e temas: materiais extraídos de recursos animais ou vegetais e de animais e vegetais fossilizados. Competências e habilidades: reconhecer e valorizar a biosfera como fonte de materiais úteis para o ser humano; conhecer alguns usos cotidianos e algumas aplicações industriais desses materiais. Sugestão de estratégias de ensino: discussão em grupos desencadeada por associação de palavras. Sugestão de recursos: artigos de jornais ou revistas. Sugestão de avaliação: participação e envolvimento nas atividades desenvolvidas. Pode-se iniciar a organização das ideias dos alunos por meio de uma atividade de associação de palavras. Para isso, pode-se escrever na lousa cinco conjuntos de palavras, explicitando os materiais extraídos diretamente da biosfera (1), suas origens (2), seus derivados (3), seus processos de obtenção/extração (4) e suas aplicações (5). Em grupos, os alunos podem ser solicitados 10 a associar essas palavras e a explicar as associações feitas. Outra possibilidade é pedir a eles que criem frases usando uma palavra de cada grupo. A cada associação discutida ou frase criada, você, professor, pode apresentar informações sobre o uso dos materiais envolvidos e sua procedência e perguntar aos alunos se conhecem os processos de separação ou transformações químicas envol- Química – 3a série – Volume 2 f Saúde, vida, obesidade, fraqueza, frio, fome, calor, transporte, eletricidade, alimentação, plásticos, aquecimento, energia, açúcar, farinha de trigo, indústria siderúrgica, gorduras, combustível, vitaminas, colesterol, produção de ferro-gusa, produção de cal virgem, roupas e garrafas PET (polietileno tereftalato). vidos em sua obtenção. As palavras sugeridas a seguir estão presentes nos estudos a ser realizados neste volume. Você deve fazer uma seleção e escolher as palavras que julgar adequadas. f Carvão mineral, gás liquefeito de petróleo (GLP), gás natural, petróleo, carvão vegetal, proteínas, carboidratos e lipídios. f Recursos vegetais, recursos animais e recursos de vegetais e animais fossilizados. Um exemplo de frase que poderia ser composta pelos alunos é: “O petróleo foi formado a partir de animais e vegetais fossilizados e fornece gasolina e diesel, usados no transporte de mercadorias e pessoas”. f GLP, gasolina, álcool, diesel, hidrocarbonetos, nafta, querosene, ômega-3, gorduras trans, açúcar, aminas, ácidos e aldeídos. Associações esquemáticas podem também aparecer como respostas. Veja uma possibilidade a seguir. f Destilação fracionada, craqueamento e poços de perfuração. recursos animais e vegetais fossilizados A petróleo Para discutir a associação de palavras, ou mesmo as frases, pode ser pedido inicialmente ao aluno que a formulou que a explique. Depois, as ideias podem ser discutidas pelos colegas. É interessante apontar que a gasolina é um derivado do petróleo e perguntar aos alunos se reconhecem outros derivados do petróleo na lista de palavras. Eles podem também ser questionados se conhecem outros materiais obtidos de vegetais e animais fossilizados. A gasolina A transporte, aquecimento, energia e combustível Caso os alunos não façam referências às palavras que indicam funções orgânicas, você pode perguntar o que eles acham que significa a palavra hidrocarboneto ou indagar sobre o porquê de a palavra hidrocarboneto estar na lousa. Independentemente da resposta deles, pode-se adiantar que a gasolina, por exemplo, é uma mistura formada principalmente por hidrocarbonetos, isto é, por uma classe de compostos constituídos somente de átomos de carbono e 11 átomos de hidrogênio, o que será estudado na próxima Situação de Aprendizagem. Grade de avaliação da Situação de Aprendizagem 1 Caso seja possível, peça aos alunos que tragam artigos de jornais ou revistas nos quais apareçam alguns dos termos apresentados na atividade e que tratem também da importância do petróleo – ou de outros combustíveis fósseis – e da sua influência na economia brasileira. Esse material pode ser exposto em um mural na sala de aula para que todos tenham conhecimento da importância de tais recursos. Uma discussão mais detalhada sobre esses assuntos será proposta nas próximas Situações de Aprendizagem. Esta Situação de Aprendizagem poderá ser avaliada por meio da participação e do envolvimento dos alunos ao criarem e discutirem as frases solicitadas. Pode-se também pedir a eles que registrem, no Caderno do Aluno, um resumo das ideias discutidas. Não é esperado que eles conheçam os atributos de todas as palavras: o objetivo desta atividade é iniciar o estudo da biosfera e organizar os conhecimentos que já possuem sobre os conteúdos e temas a ser discutidos nas Situações de Aprendizagem que seguem. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 COMPOSIÇÃO, PROCESSAMENTO E USOS DO PETRÓLEO, DO GÁS NATURAL E DO CARVÃO MINERAL Esta Situação de Aprendizagem vai, inicialmente, abordar o petróleo, o gás natural e o carvão mineral como materiais utilizados pelo ser humano, sua importância econômica e formas de obtenção e refino. Essa discussão servirá como contexto para aprofundar o estudo das estruturas dos compostos de carbono e para relacioná-las com suas propriedades. Conteúdos e temas: processos de obtenção e purificação do petróleo, do gás natural e do carvão mineral e seus derivados; utilização e importância econômica desses materiais; estrutura e nomenclatura de hidrocarbonetos; isomeria em cadeias abertas e fechadas. Competências e habilidades: interpretar e analisar textos referentes à descoberta e à exploração de jazida de petróleo e gás natural; compreender os processos de transformação do petróleo, do carvão mineral e do gás natural em materiais e substâncias utilizados no sistema produtivo – refino do petróleo, destilação seca do carvão mineral e purificação do gás natural; estabelecer relações entre a temperatura de ebulição, a estrutura e a nomenclatura de hidrocarbonetos por meio de dados apresentados em tabelas; construir estruturas de hidrocarbonetos com base na fórmula molecular para compreender o conceito de isomeria; analisar fluxograma dos produtos obtidos do carvão mineral e reconhecer suas diversas aplicações. 12 Química – 3a série – Volume 2 Sugestão de estratégias de ensino: leitura e interpretação de textos, aulas expositivo-dialogadas e pesquisas. Sugestão de recursos: textos, artigos e livros. Sugestão de avaliação: participação, consistência das informações pesquisadas e respostas aos questionários. Atividade 1 – Petróleo e gás natural como fontes de materiais em: <http://www.anp.gov.br>, acesso em: 6 jan. 2014), podem-se acessar links sobre as reservas brasileiras de petróleo e de gás natural, tanto as reconhecidas como as ainda Você pode iniciar a atividade solicitando aos alunos uma pesquisa. não reconhecidas. Os alunos devem ser orientados a buscar informações que lhes forneçam subsídios para discutir a importância econô- Busque notícias que relacionem as jazidas de petróleo presentes no litoral brasileiro com a economia brasileira e registre as informações pesquisadas. mica do petróleo na sociedade atual. Após pesquisa e discussão promovida por você, professor, proponha as seguintes questões. Os alunos podem encontrar dados diferentes em jornais e revistas. A validade das informações dependerá da atualidade da notícia e da fonte dos dados. Muitas vezes, as notícias se baseiam em suposições de especialistas. Na página da Agência Nacional do Petróleo, ANP (disponível 1. Qual é o volume calculado das reservas brasileiras de petróleo? Em quanto se avalia que essas reservas tenham aumentado com as recentes descobertas? Petróleo Milhões de Milhões de m3 barris Gás natural Milhões de m3 Reservas totais do Brasil em 31/12/2013 4 106 25 829 696 193 Reservas (31/12/2013) ainda não formalmente reconhecidas pela ANP, segundo a Portaria no 9 de 21/1/2000, art. 4. 697 4 384 143 376 2 684 16 887 369 958 555 3 492 214 513 Reservas totais do Brasil em 31/12/2007 Reservas (31/12/2007) ainda não formalmente reconhecidas pela ANP, segundo a Portaria no 9 de 21/1/2000, art. 4. Tabela 1. Fonte: Agência Nacional de Petróleo. Disponível em: <http://www.anp.gov.br/?pg=42906>. Acesso em: 7 mar. 2014. A análise desses dados permite observar que houve um au- com as reservas de gás natural. Caso os alunos se interessem, mento significativo nas estimativas de reservas de petróleo podem pesquisar como reservas de petróleo e de gás são brasileiras no período de 2007 a 2013. O mesmo ocorreu calculadas. 13 2. O que é a camada pré-sal? e ampliar seus conhecimentos em relação aos usos das dife- Trata-se de uma camada que se localiza abaixo da camada rentes frações desse produto. Em geral, conhecem a gasoli- salina situada no fundo dos oceanos. Na costa sudeste bra- na, o gás liquefeito de petróleo (GLP) e o óleo diesel. Reco- sileira, na Bacia de Santos, foram encontradas, em 2006, as nhecem também sua importância nos meios de transporte primeiras jazidas de petróleo nessa camada. (em motores a explosão) e em sistemas de aquecimento. Apresentamos, a seguir, algumas informações. 3. A que profundidade se inicia a camada pré-sal no litoral brasileiro? Qual é a estimativa de quanto deverá ser perfurado para que se atinja a reserva de petróleo e gás? t(ÈTOBUVSBMVTBEPDPNPDPNCVTUÓWFMFNBUÏSJBQSJNBOB síntese de compostos orgânicos e na fabricação de plásticos. t(-1 VTBEP DPNP DPNCVTUÓWFM DPNP HÈT QBSB DP[JOIBS como matéria-prima na síntese de compostos orgânicos e A camada pré-sal inicia-se entre 5 mil e 7 mil metros abaixo na fabricação de borracha. da superfície do mar; logo, as perfurações devem atingir pro- t²UFSEFQFUSØMFPVTBEPFNMBWBHFOTBTFDPEFUFDJEPT fundidades maiores que essas. t#FO[JOBVTBEBDPNPTPMWFOUFPSHÉOJDP t/BGUBPVMJHSPÓOBVTBEBDPNPTPMWFOUFFNBUÏSJBQSJNBOB 4. Posicione-se: Neste momento, no qual se buscam fontes de energia alternativas e menos poluentes, você investiria na exploração dessas reservas? Busque dados para subsidiar sua posição. Os alunos deverão expressar e discutir suas opiniões. indústria petroquímica. t(BTPMJOBVTBEBDPNPDPNCVTUÓWFMEFNPUPSFTBFYQMPTÍP t2VFSPTFOFVTBEPQBSBJMVNJOBÎÍPDPNPTPMWFOUFDPNP combustível doméstico e como combustível para aviões. t»MFP EJFTFM VTBEP DPNP DPNCVTUÓWFM QBSB ÙOJCVT DBNJnhões e tratores. t»MFPMVCSJmDBOUFVTBEPDPNPMVCSJmDBOUFEFNÈRVJOBTF A pesquisa a seguir pode favorecer tanto o estudo dos materiais derivados do petróleo como o desenvolvimento de habilidades relativas à busca de informações. motores. t7BTFMJOBVTBEBDPNPMVCSJmDBOUFOBGBCSJDBÎÍPEFQPNBdas e cosméticos e na indústria alimentícia. t1BSBmOB VTBEB OB GBCSJDBÎÍP EF WFMBT FN JOEÞTUSJBT EF alimentos, de cosméticos, em impermeabilizações e como A unidade de comercialização do petróleo é o barril. Pesquise qual é o volume de um barril de petróleo e qual é a sua cotação e calcule o preço por litro de petróleo. Pesquise, também, quais produtos são extraídos do petróleo, quais são seus principais derivados, assim como algumas de suas aplicações industriais e no dia a dia. 14 revestimento de papel. t"TGBMUP VTBEP FN QBWJNFOUBÎÍP EF SVBT F DBMÎBEBT WFdação de encanamentos e paredes, impermeabilização de cascos de embarcações e como revestimento antioxidante. t$PRVFVTBEPFNVTJOBTTJEFSÞSHJDBToSFEVÎÍPEPGFSSPF BRVFDJNFOUPEPTBMUPTGPSOPToOPSFWFTUJNFOUPEFGPSOPT refratários, na obtenção do alumínio e como fonte de gás de síntese. Os alunos não deverão ter dificuldade para achar que um Com relação ao preço, os alunos poderão encontrar duas barril de petróleo equivale a 158,98 L. Por meio dessa pes- cotações: para o petróleo Brent e para o petróleo WTI. Nes- quisa, eles poderão conhecer alguns derivados do petróleo te momento, é importante discutir que, como o petróleo é Química – 3a série – Volume 2 uma mistura cuja composição depende do local de onde EUA. Sua cotação é feita diariamente (mercado spot) e reflete é extraído, é necessária uma referência para a sua comer- o preço dos barris entregues em Cushing, Oklahoma, nos EUA. cialização. A cotação é feita usando-se como referência os Apresenta entre 38 e 40 graus API e teor de enxofre de 0,3%. petróleos Brent e WTI. Também é interessante refletir sobre Observações: grau API é uma escala usada para medir a den- como e por quem são feitas as cotações diárias do barril de sidade relativa de líquidos; varia inversamente à densidade re- petróleo. lativa, isto é, quanto maior a densidade relativa, menor o grau t1FUSØMFP#SFOUSFGFSFTFBVNBNJTUVSBEFQFUSØMFPTQSP- API. Mercado spot é a cotação de curto prazo e flutuante. duzidos no Mar do Norte, oriundos dos sistemas petrolífeSPT#SFOUF/JOJBO²OFHPDJBEPFN-POESFTFTFSWFEFSFferência para os mercados de derivados da Europa e Ásia. Quais processos estão envolvidos na obtenção dos derivados do petróleo? Apresenta 39,4 graus API e teor de enxofre de 0,34%. Sua cotação diária é publicada no Platts Crude Oil Marketwire. Essa cotação reflete o preço de cargas embarcadas de 7 a 17 dias após a data de fechamento do negócio, no terminal de 4VMMPN7PFOB*OHMBUFSSB t85*ÏBTJHMBEF8FTU5FYBT*OUFSNFEJBUF1SPWFOJFOUFEBSFgião oeste do Texas, nos Estados Unidos, é negociado em Nova Iorque e serve de referência para os mercados de derivados dos Processos envolvidos na obtenção dos derivados do petróleo Os alunos podem ler o texto a seguir e responder às questões propostas. Alguns termos podem ser desconhecidos por eles (por exemplo: cadeia aberta, cadeia ramificada, cadeia cíclica etc.), mas não é necessário que seus significados sejam explicados neste momento, pois serão explorados nas próximas atividades. sões e temperaturas. Nesses depósitos também havia sedimentos que, nessas condições, formaram rochas chamadas sedimentares. O petróleo é uma fonte de materiais muito Acredita-se ainda que o petróleo não seja sem- importante para a sociedade moderna por ser pre encontrado na rocha em que foi formado, utilizado na produção de inúmeras matérias- pois, dependendo das características do sub- -primas e de diversos combustíveis. O petró- solo, pode se deslocar até encontrar um local leo é uma mistura menos densa do que a água, mais apropriado para acumular-se, formando inflamável, de aspecto oleoso e de cor que pode jazidas. Nesse local também pode ser encon- variar desde o castanho até o preto, passando trado gás natural. pelo verde; sua cor depende de sua composição e esta depende da sua região de origem. O petróleo é uma mistura que contém principalmente hidrocarbonetos (compos- Acredita-se que o petróleo tenha sido for- tos formados exclusivamente por carbono e mado há milhões de anos pela decomposição hidrogênio) e, em proporções bem menores, de seres vivos acumulados em ambientes com compostos nitrogenados, oxigenados e sul- pouco gás oxigênio e submetidos a altas pres- furados. Conforme a composição, o petróleo 15 pode ser classificado como petróleo de base (ciclanos), como o metilciclopentano, o ciclo- parafínica, de base naftênica e de base inter- exano, o dimetilciclopentano etc. O terceiro é mediária. O primeiro é constituído principal- o petróleo cuja composição está entre os de mente por hidrocarbonetos de cadeia aberta, base parafínica e os de base naftênica. ramificada ou não. O segundo é constituído principalmente por hidrocarbonetos cíclicos A composição da mistura varia de acordo © Marcos Peron/Kino com a formação geológica do terreno onde foi formada. Conhecê-la é importante para que sejam determinadas as condições específicas em que ocorrerá o refino, o qual consiste em uma série de processos sequenciais para transformar o petróleo bruto em seus derivados. A primeira etapa desse processo é a destilação fracionada, na qual são obtidos, entre outros, a nafta, o gás liquefeito de petróleo (GLP), o querosene e as principais frações que serão © Claudio Ripinskas/R2 Criações Figura 1. utilizadas na produção da gasolina e do óleo diesel. Conforme foi visto no volume 1 da 3a série, quanto menor a temperatura de ebulição de Detalhe do prato uma substância, maior a tendência de que ela se condense nas partes mais altas da coluna de destilação. Dessa forma, os compostos de menor massa molecular são recolhidos no topo da coluna, enquanto os outros, de maior massa molecular, vão sendo recolhidos nos níveis mais baixos. Os resíduos dessa destilação são redestilados mediante um processo a vácuo que possibilita a extração de outras frações, também Figura 2. Esquema que representa o funcionamento de uma torre de destilação de petróleo. Adaptado de: GEPEQ - Grupo de Pesquisa em Educação Química. Interações e transformações III. Química e sobrevivência: atmosfera, fonte de materiais. São Paulo: Edusp, 2000. p. 54. 16 utilizadas na indústria petroquímica. Dependendo do tipo de produto que se deseja e do tipo de petróleo de que se dispõe, alguns dos produtos obtidos nos processos de Química – 3a série – Volume 2 destilação podem ser submetidos ao craqueamento, à reforma ou à alquilação. Na reforma, moléculas de alta massa molecular são obtidas a partir de outras de baixa massa molecular. No craqueamento, as moléculas formadas por um grande número de átomos (alta massa Na alquilação, obtêm-se moléculas com um molecular) e saturadas (só possuem ligações número maior de ramificações. Isso é interessante simples entre os átomos de carbono) são que- especialmente no caso da produção da gasolina, bradas em outras, com um número menor de a qual, para ter uma adequada resistência à com- átomos (baixa massa molecular) e insaturadas pressão, deve conter em sua composição certa (possuem ligações duplas e triplas entre os car- quantidade de hidrocarbonetos ramificados. bonos). As moléculas resultantes do processo de craqueamento têm mais tendência a sofrer reações químicas do que as moléculas originais. Questões para análise do texto 1. O que é petróleo? Por que ele é considerado economicamente importante ? O petróleo é uma mistura formada principalmente por hi- Elaborado por Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos e Maria Fernanda Penteado Lamas especialmente para o São Paulo faz escola. 3. O petróleo é uma mistura? Justifique sua resposta. O petróleo é uma mistura pois é composto por várias substâncias. Por exemplo: metilciclopentano, cicloexano, dimetilciclopentano. drocarbonetos. Estes são compostos formados unicamente por átomos de carbono e de hidrogênio. O petróleo tem 4. O que é o refino do petróleo? grande importância econômica por ser uma das principais O refino pode ser descrito como uma série de operações fontes de energia utilizadas atualmente e também por se de beneficiamento do petróleo bruto para que se obte- constituir em fonte de matéria-prima para vários produtos nham produtos específicos. No refino, o petróleo bruto da indústria. é submetido à destilação fracionada e os resíduos são redestilados. Dependendo do que se deseja, alguns produ- 2. Quais explicações são dadas para o processo de formação do petróleo? Você diria que o petróleo faz parte da biosfera? Explique. tos obtidos nessas destilações podem ser submetidos aos processos de craqueamento, alquilação e reforma. Acredita-se que o petróleo tenha sido formado pela de- 5. Cite alguns materiais que podem ser obtidos a partir do refino do petróleo. composição de seres vivos submetidos durante milhões de Gás natural, GLP, gasolina, querosene, gasóleo, óleos com- anos a altas pressões e temperaturas, na presença de pou- bustíveis e lubrificantes, parafina, vaselina, asfalto, piche etc. co ou nenhum oxigênio. O petróleo faz parte da biosfera QPSRVF Ï GPSNBEP FN BNCJFOUFT POEF FYJTUF o PV FYJTUJV oWJEB 6. No texto, são citados processos envolvidos no refino do petróleo: destilação fracionada, 17 craqueamento, reforma e alquilação. Explique com suas palavras o que ocorre em cada um deles e para que são utilizados. e insaturadas. (3) Na reforma, moléculas de baixas massas mo- O aluno vai explicar com suas palavras; o importante é ele das. (5) Todos esses processos são realizados para obtenção de perceber que: (1) A destilação fracionada é um processo de produtos com diferentes especificações de consumo. leculares são transformadas em outras com altas massas moleculares. (4) Na alquilação são obtidas moléculas mais ramifica- separação de mistura de substâncias que apresentam temperaturas de ebulição próximas. Esse processo é usado para separar as principais frações do petróleo (as que dão origem à gasolina, ao GLP, ao querosene). (2) No craqueamento, moléculas saturadas e com alta massa molecular são quebradas e transformadas em outras com massas moleculares menores A tabela a seguir, elaborada a partir de dados do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), apresenta alguns derivados do petróleo e suas aplicações. Alguns derivados do petróleo Produto 18 Utilização Produto Utilização Eteno Matéria-prima para a fabricação de polietileno, polietileno tereftalato (PET), inseticidas, explosivos, plastificantes, borracha sintética etc. Lubrificantes básicos Motores, engrenagens, freios e sistemas de arrefecimento Propeno Matéria-prima para a fabricação de polipropileno, medicamentos, cosméticos, anticongelantes, tintas etc. Parafinas Fabricação de velas; indústria de alimentos Butanos especiais Propelentes Óleos combustíveis Combustíveis industriais Gás liquefeito de petróleo (mistura de butano e propano) Combustível doméstico Asfalto Pavimentação Gasolinas Combustível automotivo Enxofre Produção de ácido sulfúrico Química – 3a série – Volume 2 Hexano comercial Solvente; utilizado na extração de óleos e gorduras Benzeno Solvente; antidetonante em gasolina; matéria-prima na fabricação de compostos orgânicos Tolueno Solvente para tintas e revestimentos; matéria-prima na fabricação de benzeno e fenol; utilizado para elevar a octanagem da gasolina Xilenos Solventes; matéria-prima para a fabricação de anidrido ftálico, gasolina de aviação, corantes, inseticidas etc. Querosene de aviação Combustível para aviões Óleo diesel Combustível para veículos automotores Tabela 2. Fonte: Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada (Cepa). Disponível em: <http://www.cepa.if.usp.br/energia/energia1999/Grupo1A/refino. html>. Acesso em: 7 mar. 2014. O gás natural e sua purificação O texto a seguir fornecerá mais informações a respeito do gás natural. Peça aos alunos que grifem as palavras desconhecidas que, porventura, surjam no texto: seus sig- O gás natural e sua purificação nificados serão esclarecidos até o final desta Situação de Aprendizagem. Antes da leitura, peça que vejam também as questões para análise do texto e pensem em possíveis respostas. Após a leitura, eles devem responder por escrito. O principal constituinte do gás natural é o gás metano (de 50% a 70%), mas outras O gás natural é um combustível fós- substâncias, como o butano, o propano, o sil e, assim como o petróleo, foi for- etano, o nitrogênio, o dióxido de carbono mado pela decomposição de matéria gasoso, a água e o sulfeto de hidrogênio, orgânica durante milhões de anos. Ele também podem estar presentes. Depois de é encontrado em rochas porosas no extraído da jazida, o gás natural precisa pas- subsolo e, em geral, em uma camada acima sar por um tratamento para se adequar ao da reserva de petróleo. No entanto, as rochas consumo, tratamento este feito nas unidades porosas que armazenam o gás também de processamento. Em uma primeira etapa, podem estar em locais onde não se encontra são retiradas as frações condensáveis (pro- reserva de petróleo. pano e butano), que têm interesse industrial. 19 Depois, é necessário retirar a água e o sulfeto de hidrogênio (H2S), que, além de causar cor- de hidrogênio antes de o gás ser enviado para rosão nas linhas de transmissão, forma óxi- as linhas de transmissão. Quando a água não dos de enxofre gasosos (SO2 e SO3) quando é retirada, as linhas de transmissão sofrem queimado. Esses gases, se liberados para a um intenso processo de corrosão. A remoção atmosfera, reagem com águas de chuvas, de água pode ser feita pela passagem do gás aumentando-lhes a acidez. por substâncias secantes como alumina, cloreto de cálcio, ácido sulfúrico etc. A legislação também exige a eliminação do gás sulfeto Elaborado por Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos e Maria Fernanda Penteado Lamas especialmente para o São Paulo faz escola. Questões para análise do texto de transmissão? Por que se deve retirar o vapor-d’água do gás natural? 1. Como foi formado o gás natural? Onde pode ser encontrado? Você diria que o gás natural faz parte da biosfera? Justifique. Sim. Para evitar a corrosão das linhas de transmissão. composição de matéria orgânica durante milhões de anos. 4. Que problema ambiental pode ser agravado se o sulfeto de hidrogênio presente no gás natural não for eliminado? Ele é encontrado em rochas porosas no subsolo e, em geral, A combustão do sulfeto de hidrogênio forma óxidos de enxofre, em uma camada acima da reserva de petróleo. No entanto, poluentes atmosféricos que intensificam a acidez das chuvas. O gás natural é um combustível fóssil e foi formado pela de- as rochas porosas que armazenam o gás também podem estar em locais onde não se encontra reserva de petróleo. O gás natural faz parte da biosfera, pois é encontrado na região EPQMBOFUBPOEFFYJTUFoPVFYJTUJVoWJEB 5. Escreva dois parágrafos explicitando o processo de formação, a composição média, os processos de separação e de purificação e os usos do petróleo e do gás natural. 2. Quais são os principais constituintes do gás natural? Os alunos registrarão as ideias que lhes pareceram mais im- O gás natural é constituído principalmente por metano (de ral e sua purificação”. Professor, avalie as respostas dos alunos 50% a 70%), dióxido de carbono gasoso (de 20% a 25%) e, com base nesse texto. Na correção, você pode observar se as em pequena proporção, por água e outros gases, como o expectativas de aprendizagem foram atingidas. portantes. Os processos estão descritos no texto “O gás natu- butano, o propano, o etano, o nitrogênio e o sulfeto de hidrogênio. 3. O gás natural precisa passar por um tratamento antes de ser enviado para as linhas 20 Grade de avaliação da atividade 1 A pesquisa de notícias sobre as jazidas brasileiras de petróleo e gás natural permite ava- Química – 3a série – Volume 2 liar os alunos quanto à habilidade de localizar informações em um texto, além de propiciar o reconhecimento da importância econômica do petróleo na economia atual. As respostas às perguntas referentes aos textos sobre o petróleo, o gás natural e seus processos de refinamento podem ser obtidas diretamente nos textos. A leitura dirigida busca permitir aos alunos que identifiquem explicações referentes às composições desses materiais e aos processos envolvidos nas separações de seus componentes e no seu refino. Além de permitir o desenvolvimento de habilidades leitoras e escritoras, a leitura e a análise dos textos e tabelas possibilitam relacionar fatos e notícias atuais com o estudo a ser desenvolvido, ou seja, a atividade visa à contextualização do estudo dos compostos orgânicos no sistema produtivo. Atividade 2 – Relação entre propriedades, estrutura e nomenclatura de hidrocarbonetos Nesta atividade, os hidrocarbonetos serão estudados formalmente, retomando-se o que foi tratado sobre a composição e o processamento do petróleo. Para iniciá-la, você pode discutir o significado de alguns termos apresentados no texto da atividade 1, tais como hidrocarbonetos de cadeia aberta ou fechada, hidrocarbonetos de cadeia ramificada e compostos saturados ou insaturados. Você pode ainda estabelecer relações entre as propriedades e as estruturas desses compostos, considerando também os procedimentos e as regras envolvidos na sua nomenclatura. É importante frisar que esta atividade não pretende detalhar tais regras, mas permitir ao aluno compreender as bases das regras da nomenclatura e associar diferentes estruturas a diferentes nomes. Dessa forma, não se deve investir muito tempo em discussões detalhadas das regras de nomenclatura de compostos de carbono. Neste momento, pode-se relembrar o que foi visto na 2a série (volume 2) a respeito das relações entre as diferentes temperaturas de ebulição dos hidrocarbonetos não ramificados e os tamanhos de suas cadeias e de como isso reflete na destilação fracionada do petróleo (como visto na atividade 1). Para introduzir algumas regras de nomenclatura dos hidrocarbonetos, pode ser feita a análise da tabela a seguir (reproduzida também no Caderno do Aluno), que apresenta algumas temperaturas de ebulição desses compostos. Para isso são propostas algumas questões que permitem aos alunos associar os prefixos met-, et-, prope but- ao número de carbonos que compõem a cadeia. Caso ache interessante, mencione também os outros prefixos. As questões ainda permitirão aos alunos concluir que, nos diferentes grupos de hidrocarbonetos (alcanos, alcenos e alcinos), há regularidades envolvendo os números de átomos de carbono e hidrogênio. Elas também possibilitam apresentar as definições 21 de alcanos, alcenos e alcinos: os alcanos podem ser definidos como os compostos de carbono que apresentam somente ligações simples entre carbonos e sua fórmula geral é CnH(2n+2); os alcenos apresentam uma ligação dupla entre carbonos e sua fórmula geral é CnH2n; os alcinos apresentam ligação tripla entre carbonos e sua fórmula geral é CnH(2n2). Temperaturas de ebulição e massas molares de alguns hidrocarbonetos Temperatura de ebulição a 1 atm (oC) Massa molar (g · mol1) Metano (CH4) – 161,5 16 Etano (C2H6) – 88,6 30 Propano (C3H8) – 42,1 44 Butano (C4H10) – 0,48 58 Pentano (C5H12) 36,1 72 Hexano (C6H14) 68,7 86 Eteno (C2H4) – 103,7 28 Propeno (C3H6) – 47,7 42 But-1-eno (C4H8) (ou 1-buteno) – 6,3 56 Pent-1-eno (C5H10) (ou 1-penteno) 30,0 70 Hex-1-eno (C6H12) (ou 1-hexeno) 63,5 84 Etino (C2H2) – 84,0 26 Propino (C3H4) – 23,2 40 But-1-ino (C4H6) (ou 1-butino) 8,1 54 Pent-1-ino (C5H8) (ou 1-pentino) 40,1 68 Hex-1-ino (C6H10) (ou 1-hexino) 71,3 82 Hidrocarboneto Alcanos Alcenos Alcinos Tabela 3. Elaborado pelas autoras especialmente para o São Paulo faz escola. Questões para a sala de aula 1. Ao comparar os compostos pertencentes ao grupo dos alcanos, é possível relacionar o número de átomos que compõem as 22 moléculas e suas temperaturas de ebulição? Justifique. Faça a mesma análise para os alcenos e os alcinos. 2VBOUPNBJPSPOÞNFSPEFDBSCPOPTNBJPSBUFNQFSBUVSBEF ebulição dos compostos. Pode-se mostrar exemplos numéricos. Química – 3a série – Volume 2 Desafio! No de carbonos Alcano Alceno Alcino Usando o que estudou na 2a série sobre 2 Etano Eteno Etino forças interpartículas, você saberia explicar 3 Propano Propeno Propino as relações observadas entre o número de 4 Butano Buteno Butino átomos que compõem as moléculas e suas 5 Pentano Penteno Pentino 6 Hexano Hexeno Hexino temperaturas de ebulição? Os alunos devem perceber que, aumentando o Tabela 4. tamanho da molécula (o número de carbonos em uma cadeia aberta), aumenta também a tempera- Todos os alcanos apresentam o sufixo -ano, todos os alcenos, tura de ebulição. Isso pode ser explicado pela maior o sufixo -eno e todos os alcinos, o sufixo -ino. Todos os com- possibilidade de interações intermoleculares (for- postos lineares com dois carbonos apresentam o prefixo et-; ças de London) entre elas. Para que uma molécula os com três carbonos, o prefixo prop-; os com quatro, o sufi- passe a constituir o estado gasoso, essas forças de- xo but-; os com cinco, o sufixo pent-; e os com seis, o sufixo vem ser vencidas. Assim, quanto maiores as intera- hex-. Professor, apesar de a Tabela Temperaturas de ebulição ções entre as partículas, maior a energia necessária e massas molares de alguns hidrocarbonetos mencionar a para que elas sejam superadas e maior a tempera- posição da insaturação na cadeia carbônica, sugerimos que tura de ebulição. você não se detenha em tal questão neste momento. Men- Observação: até este momento, estamos traba- cione que a posição é indicada por um número que repre- lhando com cadeias lineares, o que deve ser apon- senta determinado átomo de carbono, mas que essa discus- tado para os alunos. Seria desejável sinalizar que, ao são será realizada posteriormente. trabalharmos com a Tabela Temperaturas de ebulição e massas molares de alguns hidrocarbonetos, veremos que ramificações nas moléculas isômeras também influenciam suas propriedades. 2. Cite os nomes do alcano, do alceno e do alcino que possuem dois átomos de carbono em suas moléculas. Qual regularidade você observa em suas nomenclaturas (seus nomes)? Faça o mesmo para os alcanos, alcenos e alcinos cujas moléculas possuem três, quatro, cinco e seis átomos de carbono. 3. É possível estabelecer alguma relação matemática entre os números de átomos de carbono e de hidrogênio dos compostos pertencentes ao grupo dos alcanos? Qual? E para os alcenos e os alcinos? Sim. Nos alcanos, o número de hidrogênios nas moléculas é igual ao dobro do número de carbonos mais dois, ou seja, sua fórmula genérica pode ser representada por CnH(2n2). Já nos alcenos, o número de hidrogênios corresponde ao dobro do número de carbonos; podem ser representados por CnH2n. Nos alcinos, o número de hidrogênios corresponde ao dobro do número de carbonos menos dois; podem ser representados por CnH(2n2). 23 A Tabela 3 mostra a nomenclatura segundo as regras propostas pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac, em inglês), em 1993, e também as formas utilizadas antes. Como as regras antigas ainda são frequentemente aplicadas, é importante que os alu- nos tenham acesso aos dois procedimentos. Há mais detalhes em: RODRIGUES, José Augusto R. Recomendações da Iupac para a nomenclatura de moléculas orgânicas (disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/ qnesc13/>; acesso em: 19 nov. 2013). Desafio! 1. Lembre-se de que o processo de craqueamento envolve a produção de compostos insaturados. Um exemplo é a estrutura a seguir: H H H H H H H H H H C C C C C C C H ´ H H C C C C H H H H H H H H + H H C C C H + H2 H H H heptano H H H but-1-eno propeno Observe as estruturas do but-1-eno e do propeno. Como o seu professor já informou, esses compostos são alcenos, pois contêm duplas ligações entre átomos de carbono. Procure explicar por que a fórmula genérica dos alcenos é CnH2n e a dos alcanos é CnH(2n+2). Na formação de uma dupla ligação, dois átomos de hidrogênio são eliminados; logo, o número de hidrogênios diminui em dois, o que é indicado na fórmula genérica CnH2n. Como os alcanos possuem dois hidrogênios a mais, apresentam a fórmula CnH(2n2). 2. Os alcinos apresentam a fórmula geral CnH(2n2). Tente então escrever as fórmulas estruturais dos seguintes alcinos: C2H2 (etino) H C C H C6H10 (hex-1-ino) H C C C6H10 (hex-2-ino) H H H H C C C C H H H H H H H C H C C H H H C C C H H H H Tabela 5. Na correção do exercício, os alunos podem ser informados de que a reatividade dos compostos que contêm ligações duplas ou triplas (ou ambas) é diferente da reatividade dos com- 24 postos que só possuem ligações simples em sua estrutura. Dependendo do tipo de ligação presente no hidrocarboneto, pode-se classificá-lo como saturado ou insaturado. Podem ser tam- Química – 3a série – Volume 2 bém apresentadas as estruturas que caracterizam os grupos dos alcanos, alcenos, alcinos e alcadienos e a associação entre os sufixos -ano, -eno, -ino e -dieno e as estruturas desses hidrocarbonetos. É interessante apontar que os compostos estudados até esta etapa podem ser classificados como compostos de cadeia aberta (principais constituintes do petróleo de base parafínica) e que também há os que podem ser classificados como compostos de cadeia fechada, chamados hidrocarbonetos cíclicos (principais constituintes do petróleo de base naftênica). Neste momento, é conveniente mostrar as estruturas que caracterizam os ciclanos, os ciclenos e os compostos aromáticos. Nome do composto Os alunos podem ter dificuldade para compreender a mudança de representação que ocorre quando se deixa de usar a fórmula estrutural estendida dos compostos e se passa a representar os átomos de hidrogênio de forma condensada. Para auxiliá-los, pode-se lançar mão de exercícios nos quais seja feita essa passagem e, também, o raciocínio inverso, como os apresentados a seguir. 1. Observe as fórmulas estruturais estendidas e condensadas do etano e complete a tabela fornecendo as fórmulas estruturais dos compostos. Fórmula estrutural estendida Fórmula estrutural condensada H H H C C H Etano H 3C H H Etino H C C C C H H H H C C C H H H 3C H H H H H C C C C C H H H H H H H C C H H C C H Pent-2-ino H C H C C H C C H H H C C H H CH CH CH2 CH3 H H H CH H ou Pent-2-eno Hex-3-ino HC H H H H CH3 H H H 3C CH2 H 3C C C C C CH2 CH2 CH3 CH3 Tabela 6. 25 Observação: neste momento, o aluno ainda não estudou isomeria cis-trans. Sugere-se retomar este exercício depois da discussão sobre isomeria geométrica e perguntar aos alunos se mudariam algo nas estruturas que desenharam. 2. Analise as fórmulas moleculares das substâncias do exercício anterior. Observe os átomos nelas presentes. Sabendo que são denominadas hidrocarbonetos, como você definiria um hidrocarboneto? Depois, pesquise em um livro didático e compare sua definição com a do livro. São semelhantes? Ao apresentar as respostas na sala de aula, discuta-as com seus colegas e com seu professor para chegarem a um consenso. Para responder a essa questão, os alunos deverão analisar as estruturas e perceber que elas têm em comum o fato de ser formadas unicamente por átomos de carbono e de hidrogê- É extremamente importante que os alunos compreendam que os átomos de hidrogênio estão ligados aos átomos de carbono e que as duas representações significam a mesma coisa. Pode-se pedir a eles que representem as estruturas estendidas e condensadas de cada um dos alcanos cujas propriedades foram estudadas, explicitando seus nomes. Para aprofundar o estudo sobre as estruturas dos hidrocarbonetos, sugere-se a discussão de um problema que envolva a construção das diferentes estruturas possíveis para uma mesma fórmula molecular (como a questão 4, a seguir). Desse modo, podem ser trabalhados conceitos relacionados à nomenclatura e à existência de isomeria nos compostos de carbono. nio. Assim, poderão concluir que hidrocarbonetos são substâncias formadas exclusivamente por átomos de carbono e Questões para a sala de aula (continuação) de hidrogênio. A definição pode ser encontrada em qualquer livro didático de 3ª série. Caso os alunos não a encontrem, poderão aprender por meio de discussões em sala de aula. O objetivo é que analisem as estruturas dos compostos e percebam as semelhanças entre eles, pois a análise de estruturas é essencial no estudo da química denominada orgânica. 4. Considerando que o átomo de carbono faz quatro ligações covalentes e o átomo de hidrogênio faz uma ligação covalente, construa todas as estruturas possíveis para o composto de fórmula C 4H8. 4 H H3C 3 CH3 CH2 H 2 3 1 2 C C C C 1 H H Trans-but-2-eno 4 CH3 H But-1-eno 4 1 CH3 H H C C 1 2 CH3 3 Metilpropeno 26 CH3 H3C H 2 3 C C H Cis-but-2-eno Química – 3a série – Volume 2 O professor fornecerá os dados de algumas propriedades dos compostos cons- truídos para o preenchimento da tabela a seguir. Temperatura de fusão a 1 atm (oC) Temperatura de ebulição a 1 atm (oC) Densidade a 25 oC (g · mL –1) But-1-eno o o 0,5951 Cis-but-2-eno o 3,73 0,6213 Trans-but-2-eno o 0,96 0,6042 Metilpropeno o o 0,5942 Composto Tabela 7. Os alunos podem resolver essa questão em grupos e expor para a sala as estruturas encontradas. Possíveis dificuldades serão minimizadas se forem utilizados modelos tridimensionais feitos com bolas de isopor (cerca de 15 cm de diâmetro), que podem ser pintadas com tinta guache de cores diferentes e montadas com palitos de churrasco para representar as ligações. Os modelos podem ser construídos considerando-se aproximações dos ângulos esperados (ligações simples: 104,9o; ligações duplas: 120o; ligações triplas: 180o). São compostos desiguais, pois suas propriedades são diferenUFT²JNQPSUBOUFRVFMFWFNOPNFTEJTUJOUPTQBSBRVFQPTsam ser diferenciados. 6. Compare as estruturas do but-1-eno e do cis-but-2-eno. Em seguida, compare as estruturas do but-1-eno e do trans-but-2-eno. Por que foram utilizados os números 1 e 2 nesses nomes? Foram utilizados números para indicar a posição da dupla ligação na cadeia carbônica, isto é, onde os átomos de carbono estão unidos por ligação dupla. Primeiro, você pode considerar os compostos de cadeia aberta que foram encontrados pelos alunos. A nomenclatura dos compostos de cadeia fechada poderá ser discutida em seguida. 7. Compare as estruturas do cis-but-2-eno e do trans-but-2-eno. Sabendo que os termos cis e trans vêm do latim e que cis significa “do mesmo lado” e trans significa “do outro lado”, explique os nomes cis-but-2-eno e trans-but-2-eno. 5. Considerando as estruturas encontradas, você diria que elas representam compostos diferentes? Justifique sua resposta com base nas propriedades físicas desses compostos. É importante que seus nomes sejam diferentes? No cis-but-2-eno os hidrogênios e os grupos CH3 (grupos metil) encontram-se do mesmo lado em relação à dupla ligação. No trans-but-2-eno encontram-se em lados opostos. 8. Observe as estruturas que você construiu na questão 4. Procure justificar por que uma 27 delas é denominada metilpropeno. (Dica: procure a maior sequência de carbonos que contenha as ligações duplas em cada composto. Para isso, imagine uma linha que passa sobre os carbonos. Para traçar essa linha, você não pode tirar o lápis do papel. Observe o número de carbonos que foi englobado pela linha em cada um dos compostos.) Na estrutura denominada metilpropeno a cadeia principal pode ter no máximo três carbonos; portanto, seu nome deve Podem ainda ser introduzidos os conceitos de cadeia principal e de ramificações. A cadeia principal pode ser considerada a maior sequência de carbonos que, no caso dos compostos insaturados, contenha as ligações duplas e triplas. Se houver duas sequências com o mesmo número de carbonos, a cadeia principal será a que contém o maior número de ramificações (carbonos que não fazem parte da cadeia principal). No caso dos compostos cíclicos, a cadeia principal será o ciclo. se iniciar com o prefixo prop-. 4 H H3C CH3 2 3 C C 1 H Trans-but-2-eno 3 1 2 C C H But-1-eno 4 carbonos 1 CH3 C C 1 2 CH3 H CH3 H 4 carbonos H 4 CH2 H 3 4 CH3 H3C 2 3 C C H H Metilpropeno Cis-but-2-eno 3 carbonos 4 carbonos A construção de diferentes estruturas para uma mesma fórmula molecular possibilita que os alunos verifiquem a existência de isômeros. Esse conceito deve ser formalizado. É interessante também mostrar a eles que os alcanos não apresentarão a isomeria cis-trans, pois as ligações simples permitem a rotação dos átomos de carbono no próprio eixo. 28 A resposta à questão 5 auxiliará os alunos a compreender como se numera uma cadeia principal. A numeração é iniciada, prioritariamente, pela extremidade mais próxima à dupla ligação e deve ser feita de forma que as ramificações fiquem com os menores números possíveis. Pode-se deixar claro que esse tipo de isomeria ocorre em dois casos: f quando houver uma ligação dupla entre os átomos de carbono e os ligantes de cada átomo de carbono forem diferentes entre si (não pode existir isomeria geométrica quando qualquer dos átomos de carbono de ligação dupla estiver ligado a grupos idênticos); f quando os átomos de carbono formarem uma cadeia fechada e pelo menos dois carbonos do ciclo possuírem ligantes diferentes entre si. Um exemplo do segundo caso é apresentado na questão a seguir. 9. Observe as estruturas dos compostos a seguir, assim como a sua resposta para a questão 7. Química – 3a série – Volume 2 H H CH3 H H H H H H CH3 CH3 H H H H H composto 1 H H H CH3 composto 2 a) Qual composto você diria que é o cis-1,2-dimetilciclopentano? Explique sua resposta. sor e com seus colegas até chegarem a um consenso. O composto 1 é o cis-1,2-dimetilciclopentano, pois os gru- tante mencionarem que compostos isômeros são com- pos metil (CH3) encontram-se do mesmo lado do anel; o postos de mesma fórmula molecular e diferentes fórmulas mesmo se dá com os hidrogênios. estruturais. b) Como você nomearia o outro composto? O nome do composto 2 é trans-1,2-dimetilciclopentano. 10.Os compostos construídos a partir da fórmula C4H8 são ditos isômeros. Escreva uma definição para compostos isômeros. Depois, busque em um livro a definição de isômero. A sua definição e a do livro são coerentes? Se não, discuta com seu profes- Alcano 0T BMVOPT FTDSFWFSÍP TVBT QSØQSJBT EFGJOJÎÜFT ² JNQPS- 11.Complete a tabela apresentando a fórmula molecular de cada um dos compostos. Identifique também a cadeia principal e as ramificações nas estruturas de cada um dos compostos. Estrutura Na coluna “Estrutura” da tabela, a resposta é indicada pelos traços azuis. Em alguns casos, há mais de uma maneira de JEFOUJmDBSBDBEFJBQSJODJQBM²JNQPSUBOUFNPTUSBSBPTBMVnos que essa diferença de representação não significa diferença entre as estruturas. Temperatura de ebulição a 1 atm (oC) Fórmula molecular 69 C6H14 H H H H Hexano H3C C C C C CH3 H H H H 29 1 H 2 3 4 5 H3C C CH2 CH2 CH3 CH3 2-metilpentano H 2 3 4 60 C6H14 63 C6H14 50 C6H14 5 H3C C CH2 CH2 CH3 1 CH3 1 3-metilpentano 2 4 3 5 H3C CH2 CH CH2 CH3 CH3 CH3 1 H3C C 2 3 CH2 4 CH3 CH3 1 CH3 2,2-dimetilbutano 2 H3C C 3 CH2 4 CH3 CH3 CH3 H3C C 2 CH2 3 CH3 1 30 CH3 4 Química – 3a série – Volume 2 CH3 H3C1 CH CH CH 3 2 3 4 CH3 CH3 H3C1 CH CH CH3 2 3 CH 3 4 2,3-dimetilbutano 58 1 CH3 2 3 C6H14 4 H3C CH CH CH3 CH3 1 CH3 2 3 H3C CH CH CH3 4 CH3 Tabela 8. 12. Sabendo que a ramificação -CH3 é chamada metil, explique a utilização dos nomes 2-metilpentano e 3-metilpentano. Existe a necessidade desses números? Justifique. que um deles é chamado de pentano e o outro de butano, se ambos possuem seis átomos de carbono. Sim, os números são para indicar em qual carbono se loca- o número de átomos de carbono da cadeia principal, liza o radical metil. chega-se a uma cadeia com, no máximo, cinco carbo- No 2-metilpentano, de qualquer maneira que se conte nos, e no 2,2-dimetilbutano, a maior cadeia é de quatro 13. Observe as estruturas dos compostos 2,2-dimetilbutano e 2,3-dimetilbutano. Explique a necessidade do uso desses números e do prefixo di-. O prefixo di- indica que há dois grupos metil no composto; os números mostram a quais carbonos os grupos metil estão ligados. 14. Observe as estruturas do 2-metilpentano e do 2,2-dimetilbutano. Explique por carbonos. 15. Compare as temperaturas de ebulição dos compostos sem ramificação com as temperaturas de ebulição dos compostos com uma ramificação e com duas ramificações. Que relação há entre o número de ramificações e a temperatura de ebulição desses isômeros? Como você explicaria essa relação? 31 2VBOUPNFOPSPOÞNFSPEFSBNJmDBÎÜFTNBJPSBUFNQFSBUVSBEFFCVMJÎÍP²JNQPSUBOUFMFNCSBSRVFJTTPWBMFQBSB Desafio! compostos com o mesmo número de carbonos, pois, caso Existe um composto de nome 4-metil- fosse mudado o tamanho da cadeia, ter-se-ia mais de uma pentano? E but-3-eno (ou 3-buteno)? E variável a ser observada ao se comparar as temperaturas de 2-etilbutano? Explique. ebulição e, consequentemente, não se poderia chegar a Não se pode denominar um composto de 4-metil- uma conclusão. pentano, pois a numeração da cadeia principal, no Os compostos em questão são apolares; portanto, as forças caso dos alcanos, deve ser iniciada pelo carbono interpartículas que aparecem entre eles são do tipo dipolo mais próximo ao carbono mais ramificado. Não se instantâneo. Compostos mais lineares são mais polarizáveis, pode denominar um composto de but-3-eno (ou além de apresentarem maiores superfícies de contato; as for- 3-buteno), pois a numeração da cadeia principal ças atuantes entre eles são, portanto, maiores. Para que essas deve ser iniciada pelo carbono mais próximo ao da forças sejam vencidas é necessário mais energia; por isso, as dupla ligação. Não se pode denominar um compos- temperaturas de ebulição de compostos menos ramificados to de 2-etilbutano, pois a cadeia principal deve ser a são maiores. maior possível e englobar o maior número possível de carbonos ramificados. O nome do composto a - Em seguida, podem ser apresentadas outras ramificações, como o etil (H3C-CH2-), o propil (H 3C-CH 2-CH 2-) ou o isopropil (H3C-CH-CH3). Você pode explicitar também a importância de localizar as ramificações em relação aos carbonos da cadeia principal, de modo que sejam utilizados os menores números possíveis. Pode ser deduzido que isômeros apresentam a mesma fórmula molecular, porém, são compostos diferentes e com propriedades diferentes (por exemplo, temperatura de ebulição), e que suas estruturas podem ser conhecidas por meio da nomenclatura. Para finalizar a abordagem dos hidrocarbonetos, você pode ainda ressaltar alguns pontos relativos à nomenclatura para melhorar a compreensão do processo de localização e de numeração da cadeia principal. que se faz referência deve ser 3-metilpentano. Compostos cíclicos são formados por átomos de carbono ligados em forma de anel. Nesses compostos, os átomos de carbono continuam fazendo quatro ligações. Tente construir isômeros cíclicos do C4H8. H CH3 H H HH H H H H H H metilciclopropano H ciclobutano Neste momento, você pode falar da representação condensada dos compostos cíclicos (exemplificada a seguir), explicando que os vértices de cada figura representam os átomos de carbono e os de hidrogênio ligados a ele. CH3 metilciclopropano 32 H ciclobutano Química – 3a série – Volume 2 Grade de avaliação da atividade 2 Nas Questões para a sala de aula 1 a 3, os alunos devem entender a relação entre tamanho das moléculas e propriedades como a temperatura de ebulição e saber como utilizar os prefixos met-, et-, but- etc. e os sufixos -ano, -eno e -ino com alcanos, alcenos e alcinos. Nas questões 4 a 8, é construída a ideia de isomeria. Espera-se que os alunos percebam que compostos com as mesmas fórmulas moleculares podem apresentar estruturas diferentes, constituindo, portanto, compostos diferentes, com propriedades distintas. As questões permitem também que aprendam a identificar a cadeia principal, numerá-la e localizar as posições das ligações duplas e triplas. A questão 9 permite que entendam o que são isômeros cis e trans. Uma vez que os alunos costumam apresentar dificuldades na visualização desse tipo de isomeria, pode-se sugerir a construção de modelos com bolas de isopor para que percebam a O carvão mineral como fonte de materiais diferença entre os dois tipos de compostos. Nas questões 11 a 14, os alunos aprendem a traduzir fórmulas estruturais em fórmulas moleculares, exercitam a identificação de cadeias principais e verificam a necessidade de numerar a posição de radicais. Atividade 3 – O carvão mineral como fonte de materiais É importante iniciar a atividade retomando alguns conceitos discutidos no volume 1 da 1a série. O texto a seguir fornece mais informações a respeito do carvão mineral. Peça aos alunos que grifem as palavras desconhecidas que, porventura, surjam no texto: seus significados serão esclarecidos até o final desta Situação de Aprendizagem. Peça também que, antes da leitura, vejam as questões para análise do texto e pensem em possíveis respostas. Depois de lerem o texto, eles devem respondê-las por escrito. Quando o carvão sofre pirólise térmica (destilação destrutiva), converte-se em diversos produtos sólidos, líquidos e gasosos. Pirólise é a O carvão mineral, além de ser um combustí- degradação de qualquer material orgânico pelo vel importante, divide com as substâncias petro- calor na ausência parcial ou total de oxigênio. químicas o fornecimento de matérias-primas A falta de oxigênio tem como objetivo evitar a utilizadas em indústrias de corantes, remédios, combustão. Os produtos obtidos por esse pro- pesticidas, elastômeros e plásticos, entre outras. cesso dependem da temperatura e do tipo de Por isso, considera-se que o carvão mineral carvão utilizado. Normalmente, a pirólise do car- constitui a maior reserva mundial de matéria- vão é conduzida a temperaturas que variam de -prima orgânica (compostos de carbono) con- 454 oC a 982 oC; nas temperaturas baixas, centrada; é bom lembrar que, apesar de levar o obtêm-se maiores quantidades de produ- nome de mineral, trata-se de um fóssil. tos líquidos, enquanto nas temperaturas mais 33 altas a quantidade de produtos gasosos é maior. apresenta altos teores de cinzas e de enxofre, baixo Os produtos líquidos são água, alcatrão e óleo cru poder calorífico, que seu processo de beneficia- leve. Os produtos gasosos são hidrogênio, metano, mento é difícil e que os custos envolvidos na remo- etileno, monóxido de carbono, dióxido de car- ção de poluentes nele presentes são elevados, ele bono, sulfeto de hidrogênio, amônia e nitrogênio. não é explorado muito intensamente no Brasil. As reservas de carvão brasileiras estão loca- O fluxograma a seguir mostra os principais lizadas principalmente no Rio Grande do Sul e produtos que podem ser obtidos na pirólise do em Santa Catarina. Visto que o carvão brasileiro carvão mineral. Carvão Fração sólida Coque Fração líquida Alcatrão Fração gasosa Óleo cru Piches Estireno Naftaleno Tolueno Piridina Benzeno Fenol Orto, meta e paraxileno Gás combustível Sulfato de amônia Carvão de retorta Figura 3. Elaborado por Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos e Maria Fernanda Penteado Lamas especialmente para o São Paulo faz escola. Questões para análise do texto Acredita-se que o carvão mineral seja produto da fossilização de troncos, raízes, galhos e folhas de árvores gigantes que 1. Qual é a diferença entre carvão mineral e carvão vegetal? Reveja o texto sobre o carvão estudado no volume 1 da 1a série. cresceram há 250 milhões de anos em pântanos rasos. Após Os dois são obtidos a partir da madeira. O carvão vegetal OFTTFNBUFSJBMUSBOTGPSNBSBNOPFNVNBNBTTBOFHSBoBT é obtido por meio da carbonização da madeira e o carvão jazidas de carvão. morrer, essas partes vegetais se depositaram no fundo lodoso e ficaram encobertas. O tempo e a pressão da terra, ao agirem mineral é formado pelo processo de fossilização da madeira durante milhões de anos. 3. Cite algumas aplicações do carvão mineral. Exemplos: uso como combustível e fonte de matérias-primas 2. Como é formado o carvão mineral na natureza? Reveja o texto sobre o carvão estudado no volume 1 da 1a série. 34 utilizadas em indústrias de corantes, remédios, pesticidas, elastômeros e plásticos. Química – 3a série – Volume 2 4. O que é pirólise térmica? Para que ela é utilizada? Pirólise é a degradação de qualquer material orgânico pelo calor, realizada na ausência parcial ou total de oxigênio (a falta de oxigênio tem como objetivo evitar a combustão). Ela é utilizada para obtenção de materiais com melhores propriedades do que os componentes do carvão mineral, que podem ser empregados como matérias-primas em diferentes setores industriais. 5. Por que o carvão mineral não é muito explorado no Brasil? Porque o carvão mineral brasileiro apresenta altos teores de cinzas e de enxofre, baixo poder calorífico, processo de beneficiamento difícil e elevados custos para remoção de poluentes. 6. Qual é a principal utilização do carvão mineral no Brasil? Por quê? Como combustível. Seu uso como fonte de matérias-primas se torna difícil por causa da sua baixa qualidade, o que torna seu processo de beneficiamento difícil e caro. O estudo pode ser completado solicitando-se uma pesquisa aos alunos. Eles podem ser divididos em grupos, ficando cada grupo responsável por pesquisar a utilização de uma substância orgânica obtida do carvão. Para essa pesquisa, pode-se levar para a sala de aula alguns livros, revistas, textos da internet etc. A intenção, neste momento, não é que os alunos se preocupem com as fórmulas ou nomes, mas que se familiarizem com algumas substâncias orgânicas e suas aplicações. Tanto para a pesquisa quanto para a construção da tabela, pode ser realizada uma rápida atividade que enfatize o relacionamento das aplicações das substâncias obtidas do carvão mineral com materiais que os alunos conhecem de seu cotidiano. De acordo com as orientações de seu professor, pesquise sobre a utilização das substâncias obtidas a partir do carvão mineral. Essa pesquisa poderá ser realizada em livros, revistas, jornais e textos da internet. Utilize a tabela a seguir para organizar as informações obtidas. Algumas substâncias obtidas a partir do carvão mineral e algumas de suas aplicações Fração Substância Fórmula estrutural Naftaleno Fração Piridina líquida N Fórmula molecular Usos C10H8 Matéria-prima para a produção de medicamentos, corantes, herbicidas, inseticidas, fluidizantes e poliésteres C5H5N Matéria-prima para a síntese de fungicidas, vitaminas e medicamentos; usada também como solvente e como auxiliar para tingimento têxtil C6H6O Desinfetante; matéria-prima na produção de medicamentos, tensoativos, defensivos agrícolas, resinas sintéticas e corantes OH Fenol 35 Estireno Tolueno C8H8 Matéria-prima na fabricação de poliestireno, borracha sintética, resinas e poliésteres C7H8 Solvente para tintas e revestimentos; matéria-prima na fabricação de benzeno e fenol; utilizado para elevar a octanagem da gasolina C6H6 Solvente; antidetonante em gasolina; matéria-prima na fabricação de compostos orgânicos C8H10 Solvente para resinas; matéria-prima para a fabricação de anidrido ftálico, gasolina de aviação, corantes, inseticidas; constituinte de asfalto e nafta C8H10 Intermediário para corantes e sínteses orgânicas; solvente; inseticida C8H10 Usado na fabricação de medicamentos e de inseticidas, como matéria-prima para o ácido tereftálico (usado na produção de corantes, sacarina, perfumes etc.) e na indústria de polímeros sintéticos e de poliésteres CH3 Benzeno CH3 Fração líquida H 3C Ortoxileno CH3 Xilenos H 3C Metaxileno H3C CH 3 Paraxileno Coque – Carvão de retorta – Fração sólida O componente principal do carvão é o carbono. A quantidade de carbono varia dependendo do tempo de petrificação (no caso do carvão mineral) ou de como a pirólise é conduzida (no caso do carvão vegetal). Costuma-se representar o carvão por C, mas ele não é uma substância simples, e sim uma mistura. Usado na produção industrial do ferro e como combustível Usado na produção de eletrodos Tabela 9. Questões para a sala de aula Observe a tabela da página seguinte, em que estão explicitadas algumas propriedades dos xilenos, e reveja algumas de suas aplicações discutidas anteriormente. 36 1. Pode-se dizer que o ortoxileno, o metaxileno e o paraxileno são a mesma substância? Justifique sua resposta. Os compostos têm a mesma fórmula molecular, mas possuem propriedades diferentes (e suas aplicações também o são); portanto, devem ser substâncias diferentes. Química – 3a série – Volume 2 Temperatura de ebulição (oC) Temperatura de fusão (oC) Densidade (g · mL1) Fórmula molecular Ortoxileno 144,4 – 25,5 0,880 C8H10 Metaxileno 139,1 – 47,9 0,864 C8H10 Paraxileno 138,3 13,3 0,861 C8H10 Nome Tabela 10. 2. Exponha suas conclusões a respeito da isomeria quando uma molécula apresenta um anel benzênico. O aluno apresentará um texto próprio. Deve, entretanto, mencionar que a mudança da posição do grupo metil ligado ao anel faz que as propriedades dos compostos mudem, caracterizando compostos isômeros. Seria interessante desenhar na lousa duas estruturas que podem parecer diferentes, mas que são iguais se considerarmos as posições das ramificações em relação ao anel benzênico. Depois, pode-se perguntar aos alunos se as estruturas são iguais ou diferentes e pedir a eles que justifiquem as respostas. Você pode explicar aos alunos que chamamos de composto orto aquele que possui duas ramificações ligadas em posições consecutivas ou vizinhas no anel benzênico; de para aquele cujas duas ramificações estão em posições opostas no anel benzênico; e de meta aquele que possui duas ramificações em posições que não são vizinhas nem opostas no anel benzênico. Essa discussão deve levá-los a perceber que não existe a posição 1,5 porque esse composto é igual ao de posição 1,3 (meta), pois o anel benzênico é um ciclo. Com essa explicação, poderá ser retomada a ideia de que diferenças nas propriedades das substâncias podem ser resultantes de diferenças nas posições das ramificações em compostos que têm a mesma fórmula molecular. Assim, você poderá retomar também o conceito de isomeria anteriormente estudado. De acordo com a orientação de seu professor, pesquise em um livro a estrutura característica, a solubilidade em água e a acidez ou a basicidade das soluções aquosas preparadas com substâncias pertencentes a diferentes grupos (funções orgânicas). Pesquise também alguns usos dessas classes de compostos. Dando continuidade à atividade, podem ser sistematizados os grupos funcionais a que pertencem os compostos de carbono, apresentando as estruturas que os caracterizam. 37 Nome da função Estrutura do grupo característico Álcool R CH2 C O Os aldeídos que apresentam massas molares pequenas são solúveis em água (as soluções assim formadas apresentarão caráter básico); apresentam odores desagradáveis; são bastante reativos; são usados como solventes e como matéria-prima na fabricação de vários materiais, como plásticos e resinas, na fabricação de espelhos, na indústria de material fotográfico. O R C OH R R1 C Cetona O O Éster R C O R1 Éter Amina R R O CH2 R Tabela 11. 38 Os ésteres têm solubilidade mediana em água (os mais solúveis possuem massa molecular baixa); podem ser utilizados como solventes; têm odores característicos; são importantes na indústria de perfumaria e essências artificiais e são empregados na produção de sabões. NH2 As aminas têm solubilidade mediana em água e produzem soluções básicas; têm grande importância biológica, pois compostos como a adrenalina, a noradrenalina, a mescalina e os aminoácidos são aminas; são usadas na indústria para o preparo de várias substâncias sintéticas, a vulcanização da borracha e como tensoativos. NH2 OH As cetonas têm solubilidade mediana em água; sua principal aplicação é como solvente, mas também são usadas para a fabricação de pólvora, medicamentos hipnóticos, na extração de óleo de gorduras e sementes; suas soluções aquosas apresentam caráter básico. Os éteres são pouco solúveis em água e pouco reativos; são usados principalmente como solventes. C Fenol Os ácidos carboxílicos produzem soluções ácidas e reagem com alcoóis gerando ésteres; apresentam odor característico (os que têm até 12 átomos de carbono possuem cheiro desagradável); podem ser usados na indústria como matéria-prima para a fabricação de polímeros, ésteres, fibras têxteis etc. R1 O Amida Usos e propriedades OH H Ácido carboxílico Acidez ou basicidade da solução aquosa A solubilidade dos alcoóis diminui com o aumento da cadeia carbônica (metanol e etanol são solúveis em qualquer proporção); podem ser sólidos ou líquidos à temperatura ambiente dependendo do tamanho da cadeia carbônica; os alcoóis líquidos são usados como solventes e aplicados em várias reações na indústria química. R Aldeído Solubilidade em água As amidas produzem soluções praticamente neutras; são bastante solúveis em água em decorrência de seu caráter polar, sendo muito utilizadas em sínteses em laboratórios, na produção de medicaNFOUPTFEPOÈJMPOoBVSFJBÏVNBEJBNJEB"NJEBTNPOPGVODJPnais com até cinco carbonos são solúveis em água. Os fenóis são, em geral, pouco solúveis ou insolúveis em água; possuem cheiro forte e característico; formam soluções aquosas com caráter ácido, mas são ácidos mais fracos do que os ácidos carboxílicos; são usados como desinfetantes e na produção de resinas e polímeros. Química – 3a série – Volume 2 É importante enfatizar que essa classificação permite um estudo mais aprofundado dos diferentes grupos de substâncias e que os compostos que pertencem a cada um desses grupos apresentam algumas propriedades comuns. CH3 CH2 CH2 CH 2 OH butan-1-ol 1. Dê a fórmula molecular de cada um dos compostos. Os dois compostos têm a mesma fórmula molecular: C4H10O. 2. Identifique a função orgânica presente nesses compostos. Função álcool. 3. Esses compostos podem ser considerados isômeros? Por quê? Sim, pois possuem a mesma fórmula molecular, mas são substâncias diferentes, visto que a mudança de posição do Questões para a sala de aula Considere os dois compostos representados a seguir e responda às questões. CH3 CH2 CH CH3 OH butan-2-ol Essas questões recordam que compostos diferentes possuem nomes diferentes e que a numeração das cadeias é iniciada pelo carbono mais próximo ao grupo que caracteriza a função. Caso os alunos tenham dificuldade para perceber que, por exemplo, o composto butan-3-ol é igual ao butan-2-ol ou que o butan-4-ol é igual ao butan-1-ol, pode-se recorrer aos modelos tridimensionais feitos com bolas de isopor. Quando montarem as estruturas, eles perceberão que os compostos são iguais. grupo OH faz que esses compostos tenham propriedades distintas. 4. Faria sentido nomear um composto como butan-3-ol ou como butan-4-ol? Justifique. Não. Pode-se perceber que o composto butan-3-ol é igual ao composto butan-2-ol e o butan-4-ol é igual ao butanPM²JNQPSUBOUFOPUBSRVFTØGB[TFOUJEPFTDSFWFSOPNFT distintos para compostos diferentes e, por convenção, usa-se o nome no qual a numeração do grupo funcional é a menor possível. a O álcool etílico (etanol) e o éter dimetílico (metoximetano) apresentam calores de combustão diferentes; isso se deve ao fato de os átomos estarem arranjados de maneira diferente apesar de terem a mesma quantidade de carbono, hidrogênio e oxigênioa. São, portanto, substâncias diferentes. Os alunos podem ser solicitados a consultar seus livros e a responder às questões a seguir. Essas relações foram estudadas no volume 1 da 2a série. 39 5. A qual função orgânica pertence o etanol? E o metoximetano? Eles são isômeros? Justifique. Um álcool com dois ou mais átomos de carbono terá um éter como isômero. Isso é possível, pois sempre se pode rearranjar os átomos de maneira a formar um éter e vice-versa. O etanol pertence à função orgânica álcool e o metoximetano pertence à função orgânica éter. Sim, eles são isômeros: As respostas às questões mostrarão aos alunos possíveis isomerias de função entre alcoóis e éteres e os ajudarão a perceber que um éter tem sempre um álcool que é seu isômero. Para que eles compreendam outras isomerias de função, você pode fornecer uma lista contendo vários compostos orgânicos, como ácido etanoico e metanoato de metila, propanona e propanal. Na Lição de casa a seguir, será solicitado que os alunos construam a estrutura desses compostos. Caso não consigam realizar essa atividade em casa, pode-se recorrer aos modelos tridimensionais com bolas de isopor, já citados na atividade 2. o etanol tem fórmula molecular (C2H6O) igual à do éter; no entanto, são substâncias diferentes. Isso fica claro quando se observa que eles pertencem a funções orgânicas diferentes. 6. Escreva a fórmula estrutural do propan-1-ol e do metoxietano. A que funções orgânicas pertencem esses compostos? Eles são isômeros? Justifique. CH3CH2CH2OH CH3OCH2CH3 propan-1-ol metoxietano álcool éter Os compostos são isômeros, pois possuem a mesma fórmula molecular (C3H8O), mas pertencem a funções orgânicas diferentes. 1. Preencha a tabela a seguir, inserindo as estruturas de cada composto. 7. Discuta a afirmação: “um álcool sempre tem um éter que é seu isômero e vice-versa”. Isômeros Fórmula molecular Estrutura e função orgânica Estrutura e função orgânica Ácido etanoico Metanoato de metila O C 2H 4O 2 H 3C O C HC OH O Função: ácido carboxílico CH3 Função: éster Propanona Propanal O H C 3H 6O H3C CH2 H3C C CH3 O Função: aldeído Tabela 12. 40 C Função: cetona Química – 3a série – Volume 2 2. Considere o composto butan-1-ol. a) Escreva a estrutura e o nome do composto que é isômero desse álcool pela mudança na posição do grupo hidroxila. moleculares em se tratando de Química Orgânica. 0TBMVOPTSFEJHJSÍPTFVTQSØQSJPTUFYUPT²OFDFTTÈSJPQPrém, que abordem os seguintes conceitos: isômeros de cadeia são aqueles compostos que apresentam a mesma fórmula molecular e cadeias carbônicas diferentes; isôme- H3C CH2 CH2 OH CH2 ros de posição diferem entre si apenas pela mudança de posição de um grupo ligado à cadeia principal; isômeros de função apresentam também a mesma fórmula molecular, butan-1-ol mas pertencem a funções orgânicas distintas. Professor, é importante não exigir dos alunos uma resposta memori- OH H 3C zada, mas estimulá-los a escrever com suas palavras essas CH CH2 CH3 butan-2-ol b) Escreva a estrutura dos compostos que são isômeros desse álcool, mas pertencem a outra função da Química Orgânica. CH3CH2CH2o0o$)3 (metoxipropano) CH3CH2o0o$)2CH3 (etoxietano) Defina isômeros de cadeia, de posição e de função e discuta as limitações de fórmulas químicas diferenças. Grade de avaliação da atividade 3 O estudo dos compostos isômeros permite aos alunos construir o conceito de que isômeros são aqueles compostos que apresentam a mesma fórmula molecular, porém diferentes propriedades, reatividades e fórmulas estruturais, podendo ou não pertencer à mesma função orgânica. Também é importante que, após esta atividade, eles saibam representar as fórmulas estruturais com base na nomenclatura e vice-versa. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 COMPOSIÇÃO, PROCESSAMENTO E USOS DA BIOMASSA Nesta Situação de Aprendizagem será proposto o estudo da biomassa como alternativa energética aos combustíveis fósseis. Conteúdos e temas: processos de transformação, usos sociais da biomassa e questões ambientais. Competências e habilidades: reconhecer a biomassa (e exemplos de materiais a ela pertencentes) como recurso alternativo ao uso de combustíveis fósseis; valorizar conhecimentos químicos como 41 instrumentos para a busca de alternativas energéticas; avaliar a biomassa como fonte de energia alternativa; aplicar conceitos de nomenclatura orgânica para melhor entender as informações relativas à biomassa; desenvolver atitudes como saber ouvir, dialogar e argumentar. Sugestão de estratégias de ensino: aulas expositivo-dialogadas; levantamento de ideias que os alunos já possuem sobre biomassa; pesquisa orientada por perguntas; discussão de informações pesquisadas em roda de conversa. Sugestão de recursos: livros, material de outras séries, jornais, revistas e internet. Sugestão de avaliação: apresentação do material de pesquisa solicitado; apresentação dos resultados das pesquisas; síntese das informações pesquisadas; participação. Tem sido amplamente divulgada na mídia a necessidade de se usarem combustíveis que não sejam derivados de materiais fósseis. Uma dessas fontes – chamadas alternativas – para a geração de energia é a biomassa. Esta Situação de Aprendizagem propõe uma pesquisa sobre esse tema e sua importância na sociedade atual. Pode ser considerado biomassa todo recurso renovável que provém de matéria orgânica – de origem vegetal ou animal – tendo por objetivo principal a produção de energia. A biomassa é uma forma indireta de aproveitamento da luz solar: ocorre a conversão da radiação solar em A sensibilização pode ser feita pelo levantamento das ideias que os alunos já possuem sobre biomassa. energia química por meio da fotossíntese, base dos processos biológicos de todos os seres vivos. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Biomassa. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/clima/ energia/energias-renovaveis/biomassa>. Acesso em: 18 nov. 2013. Questão para a sala de aula 1. Leia a definição de biomassa a seguir e forneça exemplos de materiais pertencentes à biomassa e de combustíveis que deles podem ser obtidos. A Tabela 13 traz exemplos de respostas possíveis. Matérias-primas provenientes da biomassa »MFPTWFHFUBJTFHPSEVSBTBOJNBJT Biodiesel Cana-de-açúcar, beterraba, uva; milho e outros cereais Etanol ou bioálcool .BUFSJBJTPSHÉOJDPTSFTUPTEFDVMUVSBTWFHFUBJTEFKFUPTBOJNBJTFIVNBOPToDPNPGF[FTF VSJOBoFSFTÓEVPTPSHÉOJDPTEPNÏTUJDPT Biogás Tabela 13. 42 Biocombustíveis Química – 3a série – Volume 2 Em seguida, pode ser solicitada uma pesquisa sobre a importância do uso da biomassa nas sociedades atuais, os possíveis materiais que podem ser utilizados como biomassa, os combustíveis que a biomassa pode fornecer e as vantagens e desvantagens desse uso. Os alunos, divididos em grupos, pesquisarão diferentes temas. A pesquisa será realizada na internet ou, se isso não for possível, será feita com material e livros didáticos fornecidos por você ou material solicitado em aula anterior. Nesse caso, as questões orientadoras da pesquisa devem ser apresentadas ao se fazer a solicitação do material. Sob a orientação do seu professor, vocês vão realizar uma pesquisa sobre o tema “biomassa”. A seguir, algumas sugestões de questões que podem ajudá-los no desenvolvimento da pesquisa. f Álcool combustível: Quais materiais da biomassa podem ser utilizados para a obtenção de álcool combustível? Quais produtos são obtidos da cana-de-açúcar? Os processos de obtenção de açúcar e de álcool a partir da cana-de-açúcar são os mesmos? Quanto etanol é produzido da cana-de-açúcar no Brasil? Qual é o processo de obtenção do etanol usado como combustível? Quais subprodutos são obtidos nesse processo? Quais são as vantagens e as desvantagens do uso do etanol como combustível automotivo quando comparado à gasolina e ao gás natural? f Biogás: O que é um biodigestor? Quais tipos de biomassa podem ser usados em biodigestores? Quais são os produtos obtidos no processo de biodigestão? Por que se deve controlar o pH e a temperatura do meio reacional? Por que os resíduos sólidos da biodigestão podem ser considerados bons fertilizantes? Analise o processo de obtenção do biogás e aponte as principais dificuldades que podem ser encontradas. Os seguintes pontos podem ser considerados: a) a possibilidade de interrupção do processo; b) a possibilidade de armazenamento; c) a distância entre os locais de produção e de consumo; d) o tratamento de resíduos. f Biodiesel: O que é biodiesel? Como é obtido? Quais matérias-primas podem ser utilizadas? Como podemos descrever a obtenção de um biodiesel por meio de equação química? Onde está sendo utilizado/consumido? Quais são os aspectos positivos e negativos que podem ser apontados na produção e no uso do biodiesel? Vejam a seguir endereços de algumas páginas que contêm informações sobre o tema. (Acessos em: 18 nov. 2013.) f <http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/ pdf/05-Biomassa(2).pdf>; f <http://cenbio.iee.usp.br>; 43 f <http://www.mme.gov.br/programas/ biodiesel>; -prima utilizada no Brasil para esse fim, mas que em outros países são bastante utilizados outros vegetais, como milho, beterraba e batata-doce. f <www.cetesb.sp.gov.br/biogas/biogas/ 220-pagina-inicial>; Os caules da cana-de-açúcar, após ser esmagados, fornecem o caldo e o bagaço. No caldo há um grande teor de sacarose (dímero da glicose e da frutose). f <http://www.cepea.esalq.usp.br/especialagro/ EspecialAgroCepea_4.doc>; As principais reações envolvidas na fermentação alcoólica são a inversão da sacarose e a fermentação do monossacarídeo. As equações adiante são representações simplificadas do proces- f <http://www.inovacao.unicamp.br/report/ entre-cortez.shtml>. so industrial de obtenção do álcool. A fermentação industrial Com relação ao álcool combustível, é desejável que os alu- envolvendo diferentes intermediários. A vinhaça (subproduto nos aprendam que a cana-de-açúcar é a principal matéria- na produção do álcool) pode ser usada como fertilizante. C12H22O11 H2O invertase sacarose (dissacarídeo) C6H12O6 C6H12O6 d-glicose (monossacarídeo) zimase monossacarídeo 44 é certamente mais complicada do que a representada a seguir, 2 C2H5OH C6H12O6 d-frutose (monossacarídeo) 2 CO2 etanol Para a produção do açúcar, o caldo é coado e tratado com melaço e pode ser usado como fonte de carboidratos e na cal para retirar impurezas e corrigir o pH; depois, fosfato é ração de gado. As tortas (resíduos) que ficam nos filtros usados adicionado, para melhorar o processo de clarificação, e o na filtração a vácuo do lodo são usadas como adubo. O baga- caldo é aquecido com vapor-d’água a alta pressão. Ocorre ço pode ser utilizado na fabricação de papel, compensado ou então a decantação seguida de filtração a vácuo. O filtrado material isolante e como combustível em usinas termoelétri- é evaporado (contém aproximadamente 85% de água) até se cas. O caldo da cana também pode ser consumido diretamen- obter um xarope amarelado, que contenha cerca de 40% de te como garapa. Como se pode perceber, praticamente todos água. Esse xarope é novamente filtrado a vácuo até atingir os resíduos da agroindústria canavieira são reaproveitados. um estado de supersaturação. Adicionam-se núcleos de açú- 2VBOUPBPbiogás, é um combustível gasoso semelhante ao gás car para que ocorra o crescimento dos cristais de açúcar. A natural, constituído principalmente pelos gases metano (CH4) e mistura de xarope e cristais é transferida para um cristalizador, carbônico (CO2). Sua composição varia de acordo com o ma- onde é colocada uma quantidade adicional de sacarose so- terial orgânico utilizado como matéria-prima e com o tipo de CSFPTDSJTUBJTKÈGPSNBEPTFBDSJTUBMJ[BÎÍPEPBÎÞDBSoMJHFJ- tratamento anaeróbio a que é submetido. Pode conter, além SBNFOUFBNBSFMBEPoTFDPNQMFUB0BÎÞDBSÏFOWJBEPQBSB do metano (de 50% a 70%) e do gás carbônico (de 25% a 50%), as usinas de refinamento. A massa é centrifugada para a re- pequenas quantidades dos gases hidrogênio (H2), sulfídrico (ou moção do xarope (que é reciclado para outras cristalizações). sulfeto de hidrogênio gasoso, H2S), oxigênio (O2), nitrogênio O líquido residual das reciclagens do açúcar é chamado de (N2) e amônia (NH3). Química – 3a série – Volume 2 O biogás é obtido pela digestão anaeróbica (realizada na au- (indiano); no Brasil, o modelo contínuo foi o mais difundido sência de oxigênio) de carboidratos, lipídios e proteínas en- por sua simplicidade e funcionalidade. contrados em materiais como fezes (humanas e de animais), A biodigestão, além de oferecer o biogás como produto, vem palhas, bagaço de vegetais e lixo orgânico. sendo utilizada também para saneamento rural e como fonte Esse processo é realizado por micro-organismos e pode de biofertilizantes. Por se tratar de um processo anaeróbio, des- ocorrer em regiões pantanosas, em aterros e em outras re- trói organismos patogênicos e parasitas aeróbicos presentes nos giões que apresentem condições adequadas à sobrevivência resíduos orgânicos sem, entretanto, reduzir seu valor fertilizante. e à atividade deles, tais como ausência de oxigênio, tempe- Muitos biodigestores são construídos em zonas rurais com raturas entre 15 °C e 45 °C, pH entre 6 e 8 (a faixa ideal está o objetivo de aproveitar resíduos vegetais e animais para a entre 7,0 e 7,2) e umidade do material entre 90% e 95% em obtenção de gás e para sanear resíduos, obtendo-se assim massa, além da presença de nutrientes. Esses parâmetros são biofertilizantes limpos. Nessas regiões, porém, nem sempre necessários tanto nos locais em que o processo ocorre de a demanda de combustível é compatível com a produção forma natural quanto nos equipamentos biodigestores; caso do biogás. A distribuição e o armazenamento do biogás são contrário, a biodigestão cessará por morte ou inatividade dos processos caros e tais questões devem ser pensadas ao se micro-organismos envolvidos. planejar a construção de biodigestores. O biogás produzido Pode-se conduzir esse processo em equipamentos chama- em biodigestores construídos em aterros sanitários próximos dos biodigestores, que são sistemas fechados e isolados com a centros urbanos e em estações de tratamento de esgoto aquecimento controlado, nos quais existem câmaras vedadas não apresenta essas desvantagens. para impedir a entrada de ar. Eles possuem agitadores que Com relação ao biodiesel, é importante que os alunos per- permitem melhor homogeneização do substrato, o que pro- cebam que ele é obtido principalmente pela reação de tran- picia maior contato deste com os micro-organismos, melhor sesterificação de óleos ou gorduras. A transesterificação é a distribuição do calor na biomassa e maior uniformidade dos reação do óleo ou da gordura com um álcool, em geral, eta- produtos intermediários e finais da biodigestão. Existem dois nol ou metanol. Um exemplo dessa reação é representado tipos principais de biodigestor: o de batelada e o contínuo a seguir. O O CH2 H3C C O O CH H3C C O C O CH2 O + C 3 CH3OH 3 H3C biodiesel O CH3 + HO CH2 HO CH HO CH2 H3C Os óleos usados para a produção do biodiesel são obtidos estacionários, como geradores de eletricidade e de calor. O principalmente a partir de vegetais, como babaçu, palma, ma- biodiesel pode substituir total ou parcialmente o óleo diesel mona, girassol etc. O biodiesel atualmente é utilizado no Brasil de petróleo. como combustível para motores de caminhões, tratores, ca- Não se espera que os alunos obtenham todas as informações mionetes e automóveis, entre outros, e também em motores que foram descritas aqui sobre álcool combustível, biogás e 45 biodiesel, mas você pode, com elas, enriquecer a discussão em sala de aula. Se for possível o acesso à internet, você, professor, pode orientar a pesquisa, ajudando os alunos a realizar buscas mediante palavras-chave, como biomassa, biocombustível, biodiesel, biodigestor e biogás, ou por meio de combinações de palavras-chave para refino da pesquisa, como álcool etílico fermentação processo usinas resíduos. É também desejável que os alunos sejam alertados quanto ao fato de que nem todas as fontes da internet são confiáveis e, por isso, devem restringir a pesquisa a páginas ligadas a instituições, como agências de pesquisa, universidades, associações, jornais e revistas, entre outras. Páginas pessoais, páginas em que todos podem escrever suas opiniões e páginas de perguntas e respostas não são confiáveis. Uma sugestão útil seria consultar sempre mais de uma fonte e comparar as informações obtidas. Para que o objetivo dessa pesquisa seja alcançado, os alunos podem também ser orientados a anotar as principais informações solici- tadas sem se preocupar em escrever ou copiar textos. Devem anotar o endereço eletrônico, fornecendo inclusive a data do acesso. Caso não haja disponibilidade de computadores com acesso à internet, a pesquisa poderá ser iniciada utilizando-se textos retirados da internet ou de outras fontes trazidos por você e pelos alunos. Esta Situação de Aprendizagem pode ser finalizada com uma roda de conversa em que cada grupo apresentará aos colegas as respostas pesquisadas. Sugere-se também que as questões que envolvam aspectos positivos e negativos, vantagens e desvantagens da produção e uso das diferentes fontes de energia sejam discutidas pela turma toda. Uma discussão bastante atual gira em torno de possíveis impactos no abastecimento mundial de alimentos por causa da substituição de áreas antes destinadas à produção de alimentos por áreas de cultivo de vegetais que serão utilizados na produção de biocombustíveis. As apresentações podem ser acompanhadas por registros na lousa das principais ideias pesquisadas. Caso a escola permita, pode ser proposta uma intervenção na comunidade por meio da construção de um biodigestor. Essa construção, se acompanhada de relatos de experiências reais de obtenção de gás combustível, pode permitir a revalorização da escola como espaço para aprendizagens úteis, além de promover condições para uma alfabetização científica em sua dimensão prática. 46 Química – 3a série – Volume 2 Grade de avaliação da Situação de Aprendizagem 3 Espera-se que, ao final dessas atividades, os alunos sejam capazes de compreender a importância da biomassa como fonte alter- nativa de energia. É desejável que sejam estimuladas atitudes de tolerância e respeito a opiniões alheias durante a roda de conversa. Também é importante que se incentive a fundamentação das opiniões com base nas pesquisas realizadas. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 A BIOSFERA COMO FONTE DE ALIMENTOS PARA O SER HUMANO Nesta Situação de Aprendizagem serão retomadas as noções de nutrição estudadas no Caderno de Biologia da 3a série (volume 1), no que se refere às necessidades energéticas diárias de indivíduos com características diferentes. Os alunos ainda identificarão e farão uma análise quantitativa dos valores energéticos dos componentes presentes em diferentes alimentos. Serão identificadas algumas características organolépticas comuns aos principais grupos de alimentos (carboidratos, lipídios e proteí- nas) e, além disso, serão estudadas as funções orgânicas presentes nesses grupos de compostos, retomando o que foi visto nas Situações de Aprendizagem anteriores. Espera-se também que os alunos consigam usar os conhecimentos referentes às funções que esses nutrientes desempenham no organismo humano para fazer escolhas e tomar decisões de consumo mais conscientes em relação a dietas alimentares. Conteúdos e temas: componentes nutricionais dos alimentos; propriedades e funções orgânicas encontradas em carboidratos, lipídios e proteínas; nutrição e saúde. Competências e habilidades: reconhecer as funções orgânicas presentes nos diferentes grupos de alimentos; reconhecer polímeros, assim como os monômeros que os compõem. Sugestão de estratégias de ensino: retomada da análise de rótulos de alimentos realizada em Biologia, focalizando os valores energéticos de cada componente e sua relação com as respectivas estruturas; discussões relacionadas às funções de cada grupo de alimentos na manutenção da vida. Sugestão de recursos: questões; observação de estruturas; livro didático. Sugestão de avaliação: participação em aula; realização das atividades; respostas aos exercícios. 47 Atividade 1 – Estudo da composição de alimentos A contextualização do estudo pode ser feita com uma sondagem inicial, pedindo-se aos alunos que citem alimentos ricos em carboidratos, em proteínas e em lipídios. Para a continuação da atividade, os alunos podem ser divididos em três grandes grupos (10 a 15 componentes), apenas para que possam se organizar para trazer o material necessário para a próxima aula. O primeiro grupo estudará alimentos ricos em carboidratos; o segundo estudará alimentos ricos em proteínas; e o terceiro estudará alimentos ricos em lipídios. Portanto, você pode pedir a cada aluno do primeiro grupo que traga para a aula uma embalagem de um alimento como farinha de trigo, açúcar, macarrão ou arroz; a cada aluno do segundo grupo, que traga uma embalagem de um alimento como atum, peito de peru ou presunto magro; e a cada aluno do terceiro grupo, que traga uma embalagem de um alimento como óleo, azeite ou margarina. Como nem sempre é fácil para os alunos conseguirem rótulos de peito de peru ou de presunto – produtos comprados geralmente a granel –, segue a composição média desses dois produtos. Presunto de peru cozido: valor nutricional Por unidade de peso médio, porção de 40 g (2 1/2 fatias), tal qual exposto à venda VD* Valor calórico 38 kcal = 160 kJ 2% Carboidratos 0,5 g 0% Proteínas 6,4 g 9% Gorduras totais 1,2 g 2% Gordura saturada 0,4 g 2% Gordura monoinsaturada 0,5 mg ** Gordura poli-insaturada 0,4 g ** 0g ** 17 mg 6% 0g 0% 433 mg 18% Gordura trans Colesterol Fibra alimentar Sódio Tabela 14. Valores nutricionais de presunto de peru cozido. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola a partir de rótulo de produto encontrado no mercado. * % de valores diários (VD) com base em uma dieta de 2 000 kcal ou 8 400 kJ; seus valores diários podem ser maiores ou menores, dependendo de suas necessidades energéticas. ** VD não estabelecido. 48 Química – 3a série – Volume 2 Presunto tipo tender: valor nutricional Por unidade de peso médio, porção de 100 g (2 1/2 fatias), tal qual exposto à venda VD* Valor calórico 105 kcal = 441 kJ 5% Carboidratos 0g 0% Proteínas 23 g 31% Gorduras totais 1,2 g 2% Gordura saturada 0,4 g 2% Gordura trans 0g ** Colesterol 20 g 7% Fibra alimentar 0g 0% 679 mg 28% Sódio Tabela 15. Valores nutricionais de presunto tipo tender. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola a partir de rótulo de produto encontrado no mercado. * % de valores diários (VD) com base em uma dieta de 2 000 kcal ou 8 400 kJ; seus valores diários podem ser maiores ou menores, dependendo de suas necessidades energéticas. ** VD não estabelecido. Na aula seguinte, os alunos podem ser separados em grupos de três ou quatro integrantes, de forma que todos os membros de cada grupo tenham trazido alimentos do mesmo tipo. 2. Quais são as porcentagens de carboidratos, proteínas e lipídios (gorduras totais) presentes no alimento analisado por você? O aluno deve calcular a porcentagem dos macronutrientes Questões para a sala de aula a partir dos dados das embalagens. Em alguns rótulos, esses valores já aparecem calculados. 1. Qual é o valor energético citado na embalagem que você trouxe? A qual massa de alimento esse valor se refere? Qual é o valor energético de 100 g desse alimento? Cálculo do valor energético: 3. Copie, na tabela a seguir, as informações de alimentos pertencentes ao mesmo grupo que você pesquisou, com base em diferentes rótulos de embalagens. 7BMPSDJUBEPOBFNCBMBHFNoNBTTBEFBMJNFOUP YoHEFBMJNFOUP O preenchimento da tabela dependerá dos alimentos pesquisados pelos alunos. Alimentos com o mesmo componente predominante Alimento % do componente predominante Valor energético por 100 g do alimento Tabela 16. 49 4. Compare os valores nutricionais explicitados no rótulo do alimento que você trouxe com os valores dos alimentos dos seus colegas que pesquisaram o mesmo grupo de alimentos. São parecidos? Quais são as diferenças nas composições dos três grupos de alimentos estudados? Quais são as semelhanças? Quais são os componentes predominantes em cada grupo? Os alunos precisam perceber que os alimentos de um mes- ferentes possuem sempre um componente em maior quan- mo grupo apresentam determinado macronutriente em tidade; por exemplo, o grupo dos alimentos de origem ani- maior quantidade na sua composição; por exemplo, o grupo mal tem as proteínas como componente predominante; no da proteína terá a presença de proteína em maior quantida- grupo das farinhas, esses componentes são os carboidratos; de, embora possa apresentar certas quantidades de gorduras e, no grupo dos óleos e das gorduras, os lipídios são predo- e carboidratos. minantes. Depois de consultar os colegas que pesquisaram os outros dois grupos de alimentos, os alunos podem responder a mais algumas questões: Os alunos terão de concluir que os alimentos de grupos di- 6. Complete a tabela a seguir com as informações obtidas. Os alunos completarão a tabela com diferentes informações. Dependendo do alimento, a porcentagem do componente predominante pode variar, assim como o valor energético. 5. Compare as composições dos alimentos pesquisados pelo seu grupo com as composições dos outros dois grupos de alimentos. Espera-se, entretanto, que percebam alguma regularidade nos valores energéticos, de acordo com o componente predominante (carboidrato, proteína ou lipídio). Alimentos com componentes predominantes diferentes Alimento rico em % do componente predominante Valor energético por 100 g do alimento Carboidratos Proteínas Lipídios Tabela 17. 50 7. Em uma dieta para emagrecimento, que tipos de nutriente devem ser evitados? Justifique. de 9 kcal). Os alimentos ricos em carboidratos ou ricos em Levando-se em conta somente a quantidade de calorias dos aproximado de 4 kcal). Os alunos deverão concluir que todos produtos pesquisados, deve-se evitar a ingestão excessiva de os alimentos devem ser ingeridos em proporções adequadas gorduras, pois alimentos mais ricos em gorduras são em geral às necessidades diárias de cada indivíduo, considerando-se mais calóricos (1 g de gordura tem valor calórico de cerca massa corpórea, tipo de atividade, idade etc. proteínas são menos energéticos do que os ricos em gorduras (1 g de carboidrato ou de proteína tem valor calórico Química – 3a série – Volume 2 Você, professor, pode também propor aos alunos a seguinte questão: f Os diferentes tipos de alimentos têm diferentes funções na manutenção da vida. Relacione o que você estudou no volume 1 de Biologia e busque em livros quais são as principais funções no organismo de cada grupo de alimentos pesquisados. Pode-se eliminar totalmente o consumo de algum dos grupos de alimentos? Quais as recomendações para a ingestão de cada um deles? A análise dos dados que foram utilizados para preencher a segunda tabela permitirá que os alunos percebam diferenças nas características dos alimentos e as relacionem com sua classificação (o grupo cujo componente predominante são os carboidratos abrange alimentos como cereais, pães, massas e açúcares; o grupo cujo componente predominante são as proteínas abrange produtos de origem animal; e o grupo cujo componente predominante são os lipídios abrange alimentos como óleos e gorduras). de servirem como fonte de energia, eles possuem outras funções, como proteção e isolamento (no caso das gorduras) ou constituição e manutenção das estruturas celulares (no caso das proteínas), conforme estudado no volume 2 de Biologia (3a série). Observe os rótulos das embalagens dos alimentos que você costuma consumir quando faz um passeio ou quando come fora de casa. Compare os valores nutricionais com os valores calóricos. Você considera essa refeição (ou esse lanche) adequada tanto em termos nutritivos como energéticos? Explique. O que você poderia modificar nessa refeição para que ela fosse nutritiva e não excessivamente calórica? Os alunos deverão buscar saber qual é a quantidade calórica aconselhada para seu peso e altura, dependendo das atividades físicas desempenhadas. Devem compreender que seu lanche faz parte do cardápio diário e avaliar se a quantidade calórica inferida nesse lanche é razoável. Nos rótulos das embalagens geralmente há informações nutricionais e os valores diários de referência de cada componente. Deverão também buscar conhecer as orientações para uma dieta Além disso, perceberão que o valor energético dos alimentos ricos em gordura está em torno de 9 kcal · g1 (37,6 kJ · g1) e que o valor energético dos alimentos ricos em carboidratos ou em proteínas está em torno de 4 kcal · g1 (16,7 kJ · g1). saudável e decidir se esse lanche contribui para essa dieta ou OÍP²JNQPSUBOUFmDBSDMBSPRVFOÍPFYJTUFVNBSFDFJUBEF dieta ideal, pois as pessoas são diferentes e suas necessidades nutricionais também o são, e que há dietas que passam longe de ser saudáveis. O objetivo dessa atividade é conscientizar os alunos a respeito da alimentação saudável. Eles podem modificar suas dietas É importante salientar que os diferentes tipos de alimento têm diferentes funções na manutenção da vida. Pode ser dito que, além buscando consumir diferentes tipos de alimento, com diferentes valores nutricionais e quantidades calóricas adequadas às suas necessidades específicas. 51 Atividade 2 – Estudo das estruturas de lipídios, carboidratos e proteínas Nesta atividade serão identificadas as funções orgânicas que podem ser encontradas nos carboidratos, nos lipídios e nas proteínas a partir da observação de suas estruturas. O estudo pode ser iniciado com o grupo dos carboidratos. Para tanto, sugere-se que os alunos observem as estruturas da glicose e da frutose. 2. Identifique nas estruturas as funções orgânicas presentes. São as mesmas para as duas substâncias? Justifique. As duas estruturas possuem a função álcool; no entanto, uma (a da glicose) possui a função aldeído e a outra (a da frutose) possui a função cetona. 3. Comente a frase: “Cada substância pode apresentar somente uma função orgânica”. Observando-se a estrutura da glicose e da frutose percebe-se que cada uma delas possui duas funções orgânicas diferentes, o que mostra que uma substância pode apresentar Questões para a sala de aula mais de um grupo funcional em sua estrutura. Observe a estrutura da glicose e a da frutose e responda às questões propostas. O H C H HO H C OH C O HO C H H C OH C H H C OH H C OH H C OH H C OH H C OH H C OH H H Glicose (cadeia aberta) Frutose (cadeia aberta) 1. A que grupo de alimentos estudado pertencem a glicose e a frutose? Grupo dos carboidratos. 52 4. Lembre-se do que foi estudado na 2a série sobre interações intermoleculares. Você diria que esses compostos tendem a ser solúveis ou insolúveis em água? Justifique. Esses compostos tendem a ser solúveis, pois apresentam grupos OH que podem formar ligações de hidrogênio com a água, facilitando a solubilização. Neste momento, pode ser introduzido o conceito de polímero. Inicialmente, pode-se perguntar aos alunos se já ouviram falar de polímeros e se conhecem algum exemplo desse tipo de material. 5. “Polímero é um material de alta massa molecular cuja estrutura consiste na repetição de unidades chamadas monômeros.” Considerando essa definição e as estruturas a seguir, pode-se dizer que o amido é um polímero? Justifique. Química – 3a série – Volume 2 Questões para a sala de aula (continuação) Amido H CH2 OH OH H H OH O OH 6. Observe as estruturas a seguir e responda: O H OH CH2 OH H H OH CH2 OH OH H H H OH C O CH2 H 3C CH2 OH H H OH H H OH O C O CH H 3C O C O CH2 H 3C OH H OH O O H OH OH Lipídio A: trilaurato de glicerina ou triundecanato de glicerina H OH Glicose (cadeia fechada) CH2 OH H H O H H OH OH H H 3C H H 3C H OH H OH H H 3C O C O CH2 O C O CH O C O CH2 Lipídio B: α-cis-oleato β-trans-elaidiato ν-estearato de glicerina O amido é considerado um polímero, pois é formado pela repetição de unidades de glicose. O polietileno e o poliéster são polímeros. Busque a estrutura desses compostos e reconheça os monômeros que lhes dão origem. Diversas informações podem ser obtidas nesta pesquisa. O importante é que os alunos reconheçam que se trata de polímeros, ou seja, que há uma estrutura que se repete. a a) Qual é a função orgânica presente nesses lipídiosa? Função éster. b) Considerando o que foi estudado na 2a série sobre interações intermoleculares, os lipídios devem ser solúveis ou insolúveis em água? Justifique. Esses lipídios são chamados de triacilgliceróis (ou triglicérides). Há também outros tipos de lipídios, como os glicerofosfolipídios (ou fosfolipídios), os glicolipídios e os esteroides. 53 Os lipídios devem ser insolúveis, pois apresentam longas cadeias carbônicas − que são apolares − e, portanUPTFEJTTPMWFNQPVDPPVRVBTFOBEBFNÈHVBoRVF é polar. c) Observando as representações, você diria que o lipídio A é saturado ou insaturado? E o lipídio B? Justifique. Se possível, faça o experimento da produção do sabão. Um procedimento é detalhado no livro: SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação/Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. Subsídios para a implementação da proposta curricular de Química para o 2o grau. Coordenação Marcello de Moura Campos. São Paulo: SE/CENP/Funbec, 1979. O lipídio A é saturado, pois só possui ligações simples entre carbonos; já o lipídio B é insaturado, pois possui ligações duplas entre carbonos. A isomeria cis-trans pode ser relembrada e relacionada à gordura trans, atualmente em grande evidência. a) Identifique as funções orgânicas presentes nos aminoácidos representados. Amina e ácido carboxílico. b) Com base na resposta anterior, procure explicar o porquê do nome aminoácido. Antes de prosseguir, pode-se dizer que as proteínas são polímeros formados por centenas de aminoácidos. 7. Observe as estruturas a seguir e responda às questões propostas. peptídicas. Inicialmente, pode ser abordada a formação de um peptídeo. Os alunos deverão perceber que o grupo carboxila de um aminoácido interage com o grupo amino de outro aminoácido, ocorrendo a eliminação de uma molécula de água. Os aminoácidos possuem esse nome porque neles sempre estão presentes as funções amina e ácido carboxílico ligadas a um mesmo carbono. Para que os alunos construam o conhecimento de como os aminoácidos se ligam para formar as proteínas, há de se discutir as ligações 54 Você pode apresentar a ligação peptídica entre os aminoácidos alanina e lisina – antes de generalizar a equação – e mostrar que o grupo carboxila da alanina pode interagir com o grupo amino da lisina, formando uma ligação peptídica com a eliminação de uma molécula Química – 3a série – Volume 2 de água. Pode então apontar que é possível que o grupo amino da alanina interaja com o grupo carboxila da lisina, também formando uma ligação peptídica, e que o peptídeo formado neste caso é diferente do anterior. aminoácido que interage com o grupo amino de outro aminoácido, ocorrendo a eliminação de uma molécula de água. As representações solicitadas são apresentadas a seguir. 8. Explique o que é uma ligação peptídica. H H 3N + C C CH3 + O- H 2O H+ O + H 3N C CH2 alanina H 3N + C O- O H H O C N O- H O C – ligação peptídica é a ligação de um grupo carboxila de um Deve ser ressaltado que os peptídeos assim formados apresentam em suas estruturas pelo menos um grupo amino e um grupo ácido terminais, que podem, por sua vez, reagir com outros aminoácidos e formar cadeias polipeptídicas contendo centenas ou mesmo milhares de aminoácidos, ou ainda, como ressaltam os professores Marzzoco e Torresb, contendo até milhares de resíduos de aminoácidos, visto que, a cada ligação peptídica formada, uma molécula de água é eliminada. = Os alunos explicarão com suas palavras. Precisam notar que 9. As ligações peptídicas ocorrem sempre entre dois aminoácidos. Nesse tipo de ligação, o grupo amino ligado ao carbono de um aminoácido reage com o grupo carboxílico ligado ao carbono de outro aminoácido liberando uma molécula de água. Os aminoácidos alanina (Ala) e lisina (Lys) podem formar os compostos Ala-Lys e Lys-Ala, que diferem apenas quanto à ordem dos aminoácidos. Sabendo que o grupo carboxílico do aminoácido escrito em primeiro lugar liga-se ao grupo amino do aminoácido escrito em segundo lugar, escreva as equações que podem representar a formação dos compostos Ala-Lys e Lys-Ala. As fórmulas da alanina e da lisina foram apresentadas na questão 7. C C CH2 CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 + ligação peptídica N H3 + N H3 lisina H + H 3N C C CH2 CH2 + O- H 2O H O H 3N + C O C CH3 O- + H 3N H O H H C C N C CH2 O- CH2 CH2 N H3 CH3 CH2 alanina CH2 + O C CH2 + ligação peptídica N H3 lisina b MARZZOCO, Anita; TORRES, Bayardo Baptista. Bioquímica básica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. p. 17. 55 Os alunos poderão então ser informados de que as proteínas encontradas nos seres vivos são formadas por uma ou mais cadeias polipeptídicas que contêm diferentes combinações de 20 aminoácidos diferentes. Uma molécula de proteína pode conter de 50 até milhares de combinações distintas desses 20 aminoácidos. Esses 20 aminoácidos diferem entre si pela estrutura das cadeias late- H H O H rais ligadas ao carbono , que é o carbono ao qual se ligam o grupo amino e o grupo carboxila. Caso haja interesse, as estruturas dos 20 aminoácidos podem ser facilmente encontradas em livros didáticos de Biologia, em livros de Bioquímica e em páginas da internet. As funções e, consequentemente, a importância das proteínas nos organismos vivos são estudadas em Biologia. H 2O O H3 N+ C_ C O- + H N+ C_ C OR1 H H O H3N + C_ C R1 R2 H O N C _ C O- H R2 ligação peptídica Seria também conveniente mostrar aos alunos que os grupos amino e carboxila ligados ao carbono dos aminoácidos podem se apresentar protonados ou não, dependendo do pH do meio. A síntese proteica ocorre em COOH + NH3 C R ambientes com valores de pH por volta de 7,4. Os aminoácidos, nessas condições, apresentam-se como íons dipolares. Mais informações podem ser encontradas em livros de Bioquímica. -H+ + H +H + NH3 Desafio! COO- -H+ C H NH2 + +H R COOC H R aminoácidos que formam os peptídios, estes Os polímeros formados no exercício 9 são apresentam, em cada uma de suas extremida- chamados dipeptídios, pois neles se encontram des, um grupamento amino e um grupamento dois aminoácidos ligados por ligação peptídica. ácido livres. Proteínas são formadas por uma Quando o número de aminoácidos de um pep- ou mais cadeias polipeptídicas e desempenham tídio é igual a três, dizemos que se trata de um funções específicas no nosso organismo. tripeptídio e assim por diante. Polipeptídios são 56 polímeros formados por vários aminoácidos. Considere, como você estudou nas aulas de Repare que, independentemente do número de Biologia da 2a série (Situação de Aprendizagem Química – 3a série – Volume 2 4 do volume 2), que as proteínas são sintetiza- mas. A equação é apenas um esquema didático das nos organismos vivos de acordo com um para descrever a formação da ligação peptídica.” código determinado pelos genes. Considere também as equações que você escreveu na resposta à questão 9. Agora, comente a frase dos professores Anita Marzzoco e Bayardo Torres: MARZZOCO, Anita; TORRES, Bayardo Baptista. Bioquímica básica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. p. 17. 0TBMVOPTGBSÍPTFVTQSØQSJPTDPNFOUÈSJPT²JNQPSUBOUF que percebam que a produção de proteína em um organismo vivo não acontece por reação direta entre aminoá- “[...] Nos seres vivos, a união dos aminoáci- cidos. Uma proteína só é produzida nos organismos vivos dos por ligação peptídica não é feita por reação por meio do processo de síntese proteica, que envolve direta entre eles, mas através de um complexo %/"3/"FSJCPTTPNPT²JNQPSUBOUFMFNCSBSRVFVNB aparato de síntese proteica, que inclui ribosso- proteína é uma estrutura muito mais complexa do que mos, ácidos ribonucleicos, várias proteínas e enzi- apenas ligações peptídicas entre aminoácidos. Como atividade, você pode apresentar algumas estruturas de diferentes compostos, pertencentes a diferentes funções orgânicas, e pedir aos alunos que as identifiquem e que apontem os grupos funcionais característicos. diferentes da alanina e da lisina. Escolha três desses aminoácidos e escreva duas equações químicas que representem possíveis interações entre eles que formem um peptídio. Não se esqueça de colocar o nome dos aminoácidos que você escolheu. Procure em livros de Biologia, Bioquímica ou mesmo na internet a estrutura de outros aminoácidos Para responder a essa questão existem várias possibilidades, tendo em vista a existência de 20 aminoácidos diferentes. Uma das possibilidades está descrita a seguir, na forma não ionizada. 57 Para finalizar a Situação de Aprendizagem, pode-se estimular os alunos a refletirem sobre as pirâmides alimentares e as decisões relativas à nossa nutrição. brio/noticias/ult263u4125.shtml>; acesso em: 18 nov. 2013.) O que precisamos conhecer para tomar decisões relativas à nossa nutrição? Como tomar decisões sobre o consumo de alimentos? A professora Sonia Tucunduva Philippi, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, é contra a pirâmide proposta pela Universidade de Harvard, na qual as gorduras estariam na base. O clínico-geral Paulo Olzon Monteiro da Silva, chefe da clínica médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é a favor; e Marcio Mancini, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, concorda em termos com a posição dos especialistas de Harvard. (Veja reportagem disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/equili Esse tipo de discussão, quando baseada em informações, permite aos alunos perceber que o conhecimento científico é construído pelo ser humano, sofrendo, portanto, influências de sua cultura, do momento histórico em que vive, do meio em que vive, do conhecimento disponível na época e do que cada um acredita. Espera-se que este tipo de discussão permita aos alunos entender que o conhecimento científico não é sinônimo de conhecimento verdadeiro, absoluto e imutável. Em face de situações-problema, cidadãos críticos devem aplicar conhecimentos para julgar, fazer escolhas e propor alternativas. Isso é feito em conjunto com outras pesTPBTFNTPDJFEBEF²OFDFTTÈSJPTBCFSPVWJSPVUSBTPQJOJÜFT fundamentadas, por vezes, em conhecimentos conflitantes com os nossos, mas que nem por isso têm menos valor. Atividade optativa – Isomeria óptica A compreensão desse tipo de isomeria nem sempre é fácil, pois exige certa habilidade de visualização espacial. Caso se decida por esse estudo, ele pode ser contextualizado a partir da informação de que existem duas conformações do gliceraldeído e que, por algum motivo não muito bem esclarecido, somente uma delas, o D-gliceraldeído, participa e intervém na composição e no meta1 bolismo das células de muitos seres vivos . Os alunos podem ser informados de que as duas conformações do gliceraldeído apresentam as mesmas propriedades, como temperaturas de H O H C H C O C OH CH2OH HO C H CH2OH fusão e de ebulição, densidade, solubilidade etc. Fica a pergunta: no que diferem? 1 58 D-gliceraldeído L-gliceraldeído Pode também ser lembrado o problema causado pelo medicamento talidomida. Esse fármaco foi comercializado nos anos 1960 com o objetivo de tratar náuseas, comuns no período inicial da gravidez. O medicamento era composto por uma mistura dos dois isômeros ópticos em proporções iguais (mistura racêmica). O que não se sabia na época era que apenas um dos isômeros (a conformação dextrógira) tinha as propriedades terapêuticas desejadas, e o outro (a conformação levógira) era teratogênico, ou seja, causava má-formação em fetos. O uso da talidomida levou ao nascimento de milhares de crianças com má-formação, principalmente em braços e pernas. Tábuas formando uma fenda © André Salvatierra S. Santos Química – 3a série – Volume 2 Pode-se mostrar que esses compostos são como imagens um do outro em um espelho, não podendo ser superpostas. Para que entendam que os L isômeros desviam a luz polarizada para a esquerda e que os D isômeros a desviam para a direita, os alunos terão de entender o que é uma luz polarizada. Esse entendimento pode ser concretizado por meio de uma demonstração usando duas ripas de madeira coladas de maneira a formar uma fenda vertical não muito larga (veja a figura ao lado) e um barbante ou cordinha com um diâmetro muito parecido com a largura Barbante ou cordinha Figura 4. da fenda. A cordinha deve ser colocada através da fenda e balançada na mesma direção da abertura. Os alunos poderão verificar que as ondas atraves- sarão a fenda formada entre as ripas. A cordinha deve então ser balançada em outras direções, para que se possa verificar que as ondas que não coincidem com a direção da fenda não passam para o outro lado. Lembre-os de que a luz pode ser entendida como ondas e que fontes luminosas irradiam essas ondas em todas as direções; caso se deseje que as ondas se propaguem em uma só direção, devem ser polarizadas. Figuras sobre polarímetros e representações de ondas luminosas incidindo sobre eles podem ser apresentadas; tais figuras são encontradas em muitos livros de Física e de Química para o Ensino Médio. Os alunos poderão entender que, ao se incidir uma luz polarizada no D-gliceraldeído, esse plano é desviado para a direita. O L-gliceraldeído desvia o plano de luz polarizada para a esquerda. Elaborado por Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos e Maria Fernanda Penteado Lamas especialmente para o São Paulo faz escola. Grade de avaliação da Situação de Aprendizagem 4 É desejável que os alunos, realizando as atividades propostas, consigam identificar as funções orgânicas presentes nos compostos pertencentes aos grupos dos carboidratos, das proteínas e das gorduras. As respostas das questões propostas foram discutidas ao longo do texto. Neste momento do curso, podem-se retomar os assuntos já abordados, por meio dos exercícios a seguir. 59 1. (Fuvest – 1991) Na vitamina K (fórmula a seguir) reconhece-se o grupo funcional: O CH3 O a) ácido carboxílico. b) aldeído. maturação. Para isso, sintetizam substâncias voláteis que os atraem. Um exemplo desse tipo de substâncias é o 3-penten-2-ol, encontrado em algumas variedades de manga, morango, pêssego, maçã, alho, feno e até mesmo em alguns tipos de queijo como, por exemplo, o parmesão. Alguns dos seus isômeros atuam também como feromônios de agregação de certos insetos. Sabendo que o 3-penten-2-ol apresenta isomeria cis-trans, desenhe a fórmula estrutural da forma trans. H H 3C C C OH C H c) éter. d) fenol. CH 3 2. (Comvest/Vestibular Unicamp – 2005 – adaptada) As plantas necessitam se comunicar com insetos e mesmo com animais superiores na polinização, frutificação e 3. (Vunesp – 2005) As proteínas constituem a maior parte dos componentes não aquosos e apresentam uma variedade de funções nas células. As ligações peptídicas possíveis entre os 20 aminoácidos são responsáveis pela formação das proteínas. Esse tipo de ligação ocorre na reação química seguinte, que representa a síntese de um dipeptídeo: A estrutura que representa o aminoácido valina é: c) HOCH2(CH3)CHCH(NH2)COOH. e) cetona. 60 H a) (CH3)2CHCH2CH(NH2)COOH. d) CH3CH(CH3)CHCH(NH2)COOH. b) (CH3)2CHCH(NH2)COOH. e) CH3CH(NH2)COOH. Química – 3a série – Volume 2 4. (Enem – 2000) Para compreender o processo de exploração e o consumo dos recursos petrolíferos, é fundamental conhecer a gênese e o processo de formação do petróleo descritos no texto a seguir. “O petróleo é um combustível fóssil, originado provavelmente de restos de vida aquática acumulados no fundo dos oceanos primitivos e cobertos por sedimentos. O tempo e a pressão do sedimento sobre o material depositado no fundo do mar transformaram esses restos em massas viscosas de coloração negra denominadas jazidas de petróleo.” as regiões, independentemente da sua origem. e) o petróleo é um recurso não renovável em curto prazo, explorado em áreas continentais de origem marinha ou em áreas submarinas. 5. (Fuvest – 1980) Quantos compostos diferentes estão representados pelas seguintes fórmulas estruturais? Br Br Br Br Br Br Br Br Adaptado de: TUNDISI, Helena da Silva F. Usos de Br energia. São Paulo: Atual, 1991. p. 11. Br As informações do texto permitem afirmar que: Br Br Br Br Br Br a) o petróleo é um recurso energético renovável em curto prazo, em razão de sua constante formação geológica. b) a exploração de petróleo é realizada apenas em áreas marinhas. Br Br a) 6. b) 5. c) a extração e o aproveitamento do petróleo são atividades não poluentes dada sua origem natural. c) 4. d) 3. d) o petróleo é um recurso energético distribuído homogeneamente, em todas e) 2. 61 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5 DESEQUILÍBRIOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA INTRODUÇÃO DE MATERIAIS NA ATMOSFERA Nesta Situação de Aprendizagem serão retomados e aprofundados conhecimentos relativos aos impactos causados na atmosfera por atividades humanas, já estudados em momentos anteriores. Consequências como a intensificação do efeito estufa, a chuva ácida e a diminuição da espessura da camada de ozônio serão relacionadas à introdução de determinadas substâncias químicas na atmosfera. Algumas transformações químicas envolvidas serão retomadas e outras serão estudadas pela primeira vez. Destaca-se aqui o papel ecológico do ar atmosférico como distribuidor, para todos os recantos do planeta, dos componentes indispensáveis à vida: o gás oxigênio, utilizado na respiração dos seres vivos; o dióxido de carbono, utilizado na fotossíntese; o nitrogênio, presente na composição das proteínas; e a água, presente, em seu ciclo natural, no ar atmosférico sob a forma de vapor. Com esse estudo, pretende-se subsidiar os estudantes com conhecimentos que os tornem aptos a ver, de uma nova óptica, a intervenção do ser humano na natureza, em busca de seu bem-estar e de sua sobrevivência, levando em conta também os impactos ambientais decorrentes dessa intervenção; mostrar a necessidade de mudança de estilo de vida e estimular a compreensão de que não se deve pensar somente no bem-estar e na sobrevivência da espécie humana, mas também na sobrevivência do próprio planeta. Com isso, a intenção é alcançar certo grau de conscientização que permita aos estudantes avaliarem por si mesmos os diferentes problemas a ser enfrentados e a contribuição que cada um pode e deve dar para as suas soluções. Conteúdos e temas: ciclos biogeoquímicos; regiões da atmosfera e suas características; poluentes atmosféricos e tempo de residência – seus efeitos sobre o ambiente e sobre os seres vivos; transformações químicas na atmosfera. Competências e habilidades: buscar, selecionar e organizar informações em fontes diversas sobre problemas de poluição; aplicar conhecimentos sobre fontes de emissão de gases poluentes e problemas por eles causados para promover ações solidárias. Sugestão de estratégias de ensino: pesquisa de informações em periódicos, livros didáticos e paradidáticos; aulas expositivo-dialogadas. Sugestão de recursos: livros didáticos e paradidáticos; materiais de outras séries. Sugestão de avaliação: apresentação de tarefas; participação nas aulas. 62 Química – 3a série – Volume 2 Atividade 1 – Os ciclos da matéria e a existência de vida no planeta A figura a seguir ilustra o acoplamento dos ciclos do carbono, do nitrogênio e da água. Como se pode observar, não foram estabelecidas todas as relações, mas fez-se um recorte para que o ciclo do nitrogênio pudesse ser mais bem compreendido. Esta é uma atividade introdutória, cujo objetivo é desenvolver ideias capazes de oferecer aos alunos certo grau de conscientização que lhes permita compreender o importante papel do ar na troposfera (camada da atmosfera mais próxima da superfície terrestre) nos chamados ciclos biogeoquímicos – ciclos simultaneamente biológicos, geológicos e químicos –, os quais formam os pilares básicos da vida e da sobrevivência do ser humano. N2(g) CO2(g) CO2(g) bactérias bactérias denitri¿cantes GHVQLWUL¿FDQWHV H 2O transpiração respiração fotossíntese bactérias ¿[adoras H 2O queimadas © Claudio Ripinskas/R2 Criações Com a intenção de criar condições para que os alunos assumam o centro da atividade educativa, como agentes de seu aprendizado, pode-se iniciar a discussão do que a figura representa, propondo-lhes que a analisem e procurem correlacionar as informações ali fornecidas, respondendo às questões formuladas para esse fim. transpiração evaporação calcário respiração uréia ureia organismos em decomposição fotossíntese amônia nitratos amônia nitritos decompositores petróleo Figura 5. Acoplamento dos ciclos do carbono, do nitrogênio e da água. 63 A classe pode ser dividida em grupos e cada um deles responderá a uma ou duas das questões propostas, em um limite de tempo estabelecido. Após esse tempo, você poderá iniciar uma discussão, solicitando a cada grupo que apresente suas respostas e esclarecendo o que for necessário. A análise da figura e a discussão das questões visam permitir que os alunos organizem suas ideias a respeito de alguns ciclos biogeoquímicos e que percebam que eles se inter-relacionam, o que possibilitará melhor compreensão das consequências da emissão de gases para o equilíbrio entre os ciclos. t TÍP SFNPWJEPT EB BUNPTGFSB P WBQPSEÈHVB QPS DPOdensação e precipitação na forma de chuva; o nitrogênio, por fixação com o auxílio de bactérias fixadoras na forma de nitratos, nitritos e amônia; e o CO2, pela fotossíntese e pela formação e dissolução de rochas e sedimentos; t TÍP JOUSPEV[JEPT OB BUNPTGFSB P $02, resultante da combustão de combustíveis fósseis, de emanações vulcânicas e da respiração de animais e plantas; o N2, pela desnitrificação da matéria orgânica; e o vapor-d’água, pela transpiração que ocorre nas folhas dos vegetais e pela evaporação da água dos diferentes corpos de água do planeta, formando nuvens. Assim, a partir da análise feita, foi possível observar que os gases CO2, N2 e O2 e o vapor de H2O, formados pelos mesmos átomos que constituem a matéria viva (C, H, N e O), são continuamente reciclados. Questões para a sala de aula 1. A vida, pode-se dizer, está continuamente sendo recriada a partir dos mesmos átomos – carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O) e nitrogênio (N) –, presentes nos principais constituintes da matéria viva: água, carboidratos, gorduras, proteínas e ácidos nucleicos. Assim, esses átomos fazem parte de um ciclo permanente. Analise a Figura Acoplamento dos ciclos do carbono, do nitrogênio e da água e identifique, observando o sentido das setas, os materiais que são removidos da atmosfera e os que são a ela reconduzidos. Identifique também as suas fontes e os processos envolvidos. Nessas trocas, o que foi possível observar? Que espécies químicas constituem esses materiais? A análise da ilustração mostra que: 64 2. Os processos mostrados na ilustração a seguir podem ser inseridos na figura que apresenta o acoplamento dos ciclos do carbono, do nitrogênio e da água. Preencha adequadamente os retângulos em branco, identificando os processos envolvidos. O que mostra essa ilustração? A partir dela, descreva um dos processos de transporte do dióxido de carbono (CO2) e explique como ele é absorvido e reconduzido à atmosfera. O ciclo esboçado a seguir refere-se a algumas das rotas do CO2 na atmosfera. O dióxido de carbono presente na atmosfera é removido dela por meio da fotossíntese, que envolve a sua interação com o vapor-d’água atmosférico e com a energia solar absorvida pela clorofila, transformando-se em carboidratos, como a glicose. No decorrer da respiração de animais e plantas, a glicose é transformada, liberando energia e CO2, que é reconduzido à atmosfera. Dióxido de carbono na atmosfera Respiração animal Chuva ácida e fotossíntese Respiração vegetal Chuva ácida Combustão da madeira Formação de materiais usados como combustíveis: madeira, carvão, petróleo, gás natural Decomposição de matéria orgânica © Claudio Ripinskas/R2 Criações Química – 3a série – Volume 2 Hidrosfera Morte Figura 6. 3. Quais processos naturais podem estar associados à produção de dióxido de carbono e podem contribuir para alterar a concentração desse gás na atmosfera? Que atividades humanas podem estar associadas à emissão de CO2 e também contribuir para alterar a composição da atmosfera? Como? Utilize uma equação química capaz de representar o processo de produção desse gás. Além das queimadas, outros processos naturais tendem a aumentar a concentração de CO2 na atmosfera, como as erupções vulcânicas, que lançam na atmosfera gases tóxicos e partículas de DJO[BTRVFQPEFNTFSUSBOTQPSUBEBTQFMPWFOUP2VBOUPËTBUJWJdades humanas associadas à emissão de CO2, os alunos podem DJUBSBTDPNCVTUÜFToBRVFJNBEFDPNCVTUÓWFJTGØTTFJTVUJMJ[Bdos em motores automotivos e no aquecimento em indústrias e 4. Analisando a figura da questão 2, discuta o que pode acontecer se forem destruídas grandes áreas florestais. Como isso pode afetar a composição da atmosfera? A eliminação de árvores reduz a fotossíntese: menos CO2 será removido da troposfera e, como consequência, sua concentração na atmosfera tende a aumentar. 5. Descargas elétricas na atmosfera fornecem a energia necessária para a ocorrência de transformações químicas que resultam na fixação do nitrogênio na forma de nitratos. Localize, na Figura Acoplamento dos ciclos do carbono, do nitrogênio e da água, esse trajeto do nitrogênio e represente, por equações químicas, as transformações envolvidas nesse processo. em termoelétricas. Um exemplo é a queima da gasolina: De acordo com a ilustração, bactérias fixadoras e descar- 2 C8H18(g) 25 O2(g) A 16 CO2(g) 18 H2O(g) energia. gas elétricas fixam o nitrogênio atmosférico, formando 65 compostos nitrogenados. Após sua formação, esses compostos podem ser arrastados por correntes de ar, dissolver-se na água presente na atmosfera e atingir solos e águas sob a forma de chuva ácida. N2(g) O2(g) A 2 NO(g) 2 NO(g) O2(g) A 2 NO2(g) 2 NO2(g) H2O(l) A HNO2(aq) HNO3(aq) 6. O esquema a seguir representa uma das rotas do elemento enxofre (S) na atmosfera. Descreva o trajeto do elemento enxofre, presente no composto sulfeto de hidrogênio (H2S), quando ele é introduzido na atmosfera, sofre transformações e é reconduzido ao solo. Utilize equações químicas quando necessário. Atmosfera H2S H2S da indústria SO2 SO2 da indústria SO3 H2SO4 (NH4)2SO4 SO2 nas folhas SO2 vulcânico Decomposição de matéria orgânica SO2 na água da chuva H2SO4 na água da chuva (NH4)2SO4 na água da chuva Superfície terrestre Figura 7. Nota: O (NH4)2SO4 forma-se pela interação entre H2SO4 e NH3 presentes na atmosfera. As fontes de NH3 atmosférico são a decomposição enzimática da ureia (urina, excrementos), a queima de biomassa e as perdas durante a aplicação e a produção de fertilizantes. Numa primeira etapa, o H2S proveniente da decomposição da ma- SO3(g) + H2O(g) A H2SO4(aq) (3) téria orgânica ou de alguma indústria sofre transformação com a H2SO4(aq) (4) + 2 NH3(g) A (NH4)2SO4(aq) formação de SO2(g), que reage com o oxigênio, formando SO3(g). 2 H2S(g) 3 O2(g) A 2 SO2(g) 2 H2O(g) (1) 2 SO2(g) O2(g) A 2 SO3(g) (2) O SO3, sendo muito solúvel em água, ao se dissolver, interage com o vapor-d’água, formando H2SO4 (equação 3), que, por sua vez, interagindo com a amônia, proveniente da decomposição da ureia (de urina e excrementos animais), da queima de biomassa e de perdas durante a produção de fertilizantes, forma o sulfato de amônio (equação 4), que é reconduzido ao solo pela água da chuva. 66 É bem provável que os alunos tenham dificuldades em responder às questões. O que se pretende é que eles percebam que a atmosfera, em razão da concentração de gás oxigênio, é um ambiente propício à ocorrência de transformações de oxidação, em que os gases nitrogênio, oxigênio e dióxido de carbono são produzidos e reconduzidos para lá. Ou seja, há uma troca contínua das moléculas desses gases entre Química – 3a série – Volume 2 a atmosfera, o solo, os oceanos e os organismos vivos, porém essa troca ocorre de tal maneira que as respectivas quantidades desses gases no ar permanecem praticamente constantes. Desafio! Representando a transformação do H2S em SO2 pela sua O gás natural pode conter pequena quanti- equação, temos: dade de gás sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico, 2 H2S(g) 3 O2(g) A 2 H2O(g) 2 SO2(g) H2S). Este deve ser retirado antes de o gás ser dis- 1% de 48 000 m3 = 480 m3 de H2S ou 480 000 L de H2S. tribuído, pois, além de acelerar a corrosão dos Considerando que, a 25 oC e 1 atm, 1 mol de qualquer gás tubos de distribuição, também produz dióxido ocupa o volume de 24 L, tem-se: 480 000/24 = 20 000 mol de enxofre (SO2) ao ser queimado. Considere de H2S. 3 48 000 m de gás natural contendo 1% (em Pela leitura da equação, 1 mol de H2S produz 1 mol de SO2. volume) de H2S. Que volume de SO2 será liberado Assim, será lançada na atmosfera uma quantidade de SO2 para a atmosfera na combustão total desse gás? igual a 20 000 mol de SO2. Como o volume molar é o mes- Escreva a equação química da queima do gás sul- mo para todos os gases, nas mesmas condições de tempera- fídrico. Leve em conta que, nas condições dessa tura e pressão, 20 000 mol correspondem a 480 000 L de SO2 queima, 1 mol de gás ocupa 24 L. ou 480 m3 desse gás. Grade de avaliação da atividade 1 Nesta atividade é importante que o aluno compreenda a troposfera como a camada atmosférica mais próxima da Terra, onde ocorrem os ciclos biogeoquímicos (do carbono, do nitrogênio e da água), e que reconheça os principais constituintes da matéria viva, como a água, os carboidratos, as gorduras, as proteínas e os ácidos nucleicos. O ciclo esboçado na questão 2 corresponde a algumas das rotas do CO2 na atmosfera. Os alunos podem identificar na figura o processo de respiração animal e vegetal, a combustão da madeira e a decomposição da matéria orgânica, bem como associá-los aos ciclos biogeoquímicos. Para que a troca de moléculas na atmosfera seja bem compreendida, ao discutir a questão, podem-se tomar a fotossíntese e a respiração como exemplos. Algumas informações sobre esses processos encontram-se a seguir. Fotossíntese e respiração A fotossíntese é um processo celular realizado por algas, por plantas e por certas bactérias, o qual consiste na obtenção de açúcares a partir de CO2 e H2O, usando a energia solar absorvida pela clorofila. A equação da fotossíntese pode ser assim representada: 67 6 CO2(g) + 6 H2O(l) luz solar C6H12O6(aq) + 6 O2(g) 6H = +2 820 kJ mol1 Na fotossíntese ocorre uma transformação de oxidorredução, em que o carbono é reduzido e o oxigênio é oxidado a dióxido de carbono. Ela pode ser descrita pelas etapas: Oxidação da água: 2 H2O(l) A O2(g) + 4 H+(aq) + 4 e Redução do dióxido de carbono que não necessita de luz solar: CO2(g) + 4 H+(aq) + 4 e A [CH2O](aq) + H2O(l) Observação: [CH2O] representa a unidade básica do açúcar (exemplo: glicose = [CH2O]6). A respiração dos animais e das plantas envolve a oxidação do açúcar, formando CO2 e H2O e liberando energia. [CH2O]n(aq) + O2(g) A n CO2(g) + n H2O(l) 6H = 2 820 kJ mol1 Concluindo: o carbono é removido da troposfera, fazendo parte do CO2, e é transformado em açúcar (por exemplo, a glicose: C6H12O6) no decorrer da fotossíntese. A glicose interage com o oxigênio na respiração, formando CO2 e H2O. O dióxido de carbono é reconduzido à atmosfera. Com a fotossíntese, portanto, sua concentração tende a decrescer e, com a respiração, a aumentar. Esses processos, inversos em termos de reagentes e de produtos, são biologicamente complementares: enquanto a fotossíntese consome CO2 e energia e produz O2, a respiração consome O2 e produz CO2 e energia. Assim, por meio dessa discussão, podem-se relacionar conhecimentos estudados em Biologia com conhecimentos químicos, ou seja, pode-se promover a integração dos saberes disciplinares relativos ao entendimento e à preservação da vida no planeta. Na questão 3, você pode, como exemplo, referir-se à erupção do vulcão Chaitén, na região dos rios ao sul do Chile, ocorrida em maio de 2008. Naquele episódio, além de gases tóxicos, foram lançadas para a atmosfera partículas de cinzas. Houve contaminação da água potável, algumas escolas foram fechadas e muitos casos de irritação dos olhos e de problemas respirató- 68 rios foram relatados. Transportadas pelo vento, as partículas de cinzas alcançaram a Argentina. Atividade 2 – Atmosfera terrestre: composição e regiões Esta atividade tem por objetivo recuperar conhecimentos que os alunos já possuem so- Química – 3a série – Volume 2 bre a composição do ar atmosférico e ampliá-los, para que possam refletir sobre os impactos ambientais causados por ações humanas. Os alunos devem relembrar a composição atmosférica, já apresentada no volume 1 desta série, e você pode acrescentar outros dados. Questões para a sala de aula 1. Complete a tabela a seguir. Se considerar necessário, recorra ao volume 1 desta série e pesquise qual é a composição do ar atmosférico. Composição do ar atmosférico isento de vapor-d’água (seco) Substâncias Fórmulas % em volume Nitrogênio N2 78,1 Oxigênio O2 20,9 Argônio Ar 9,34 101 Dióxido de carbono CO2 Neônio Fórmulas % em volume Óxido de dinitrogênio N 2O 2,00 105 Hidrogênio H2 5,00 105 Xenônio Xe 8,00 106 3,14 102 Ozônio O3 7,00 106 Ne 1,80 103 Amônia NH3 – Hélio He 5,20 104 Dióxido de enxofre SO2 – Metano CH4 1,50 104 Monóxido de carbono CO – Kr 1,00 104 Criptônio Substâncias Tabela 18. 2. Elabore um texto sobre a composição atmosférica, resumindo as ideias discutidas em aula. animais em condições anaeróbias (ausência de oxigê- O aluno deverá elaborar um texto próprio. Examinando pestades. Alguns poderão saber que a porcentagem de a tabela, pode, por exemplo, reconhecer que 99% do ar vapor-d’água foi omitida da tabela porque ela depende corresponde aos gases N2 e O2 (componentes em maiores da temperatura e da taxa de evaporação. Na atmosfera quantidades). O restante (1%) corresponde a outros gases, existem materiais sólidos chamados particulados, de ori- chamados componentes-traço. Pode mencionar que as gem antropogênica ou de origens naturais, constituídos espécies H2S, SO2 e CO provêm de atividades vulcânicas; por partículas sólidas em suspensão, como partículas que CH4, H2S e NH3 provêm da putrefação de plantas e do solo levantadas pelo vento, carbono resultante das nio); e que os óxidos de nitrogênio (NO, NO2 e N2O) são produzidos por descargas elétricas no decorrer das tem- 69 combustões incompletas e metais pesados, como Fe, Mn e Pb, provenientes de indústrias metalúrgicas, entre outras. brasileira utilizam unidades como ppm, ppb ou μg m3. Podem ser apresentadas outras ideias relevantes sobre a composição da atmosfera. © Claudio Ripinskas/R2 Criações Se achar conveniente, trabalhe a conversão de unidades, levando em consideração que a Iupac recomenda a unidade mol L1 e que os meios de comunicação e a legislação 1. Observe a ilustração das regiões que compõem a atmosfera. Quais são as características das diferentes regiões atmosféricas em relação à densidade, a temperaturas médias e a espécies químicas que apresentam? Figura 8. Regiões da atmosfera. Fonte: GEPEQ (Grupo de Pesquisa em Educação Química). Interações e transformações: Química para o Ensino Médio, v. III. Guia do professor. Química e sobrevivência: atmosfera, fonte de materiais. São Paulo: Edusp, 2001. 70 Os alunos escreverão textos próprios, resultantes de suas t%JTTPDJBÎÍP EF QBSUÓDVMBT 02 em átomos isolados sob a pesquisas. O importante é que descrevam as característi- BÎÍPEFSBEJBÎÜFTVMUSBWJPMFUB67 02(g) cas das diferentes regiões da atmosfera (extensão, tem- t*OUFSBÎÍPFOUSFPPYJHÐOJPBUÙNJDPFNPMÏDVMBTEF02, re- peratura, pressão, densidade e outras) e observem que na sultando em O3: O(g) + O2(g) A O3(g) estratosfera se forma a camada de ozônio, que absorve a t%FDPNQPTJÎÍPEPP[ÙOJPTPCBBÎÍPEFSBEJBÎÜFTVMUSB- SBEJBÎÍPVMUSBWJPMFUB67 QSPUFHFOEPPTTFSFTWJWPTEPT violeta, reconstituindo o O2: 2 O3(g) efeitos dessa radiação. Descrição sobre a formação da "TUSBOTGPSNBÎÜFToGPSNBÎÍPFEFDPNQPTJÎÍPEPP[ÙOJP camada de ozônio: oDPOTUJUVFNVNTJTUFNBFNFRVJMÓCSJPEJOÉNJDPFNRVF hi UV 2 O(g) 3 O2(g) Química – 3a série – Volume 2 O2 e O3 coexistem em contínua interação e de maneira Grade de avaliação da atividade 2 tal que suas concentrações se mantêm constantes na estratosfera. Mais informações sobre as diferentes camadas podem ser encontradas em livros didáticos e paradidáticos, como: TOLENTINO, Mario; ROCHA-FILHO, Romeu C.; 4*-7" 3PCFSUP 3 EB A atmosfera terrestre. São Paulo: Moderna, 2004. 2. De acordo com a orientação de seu professor, faça uma das seguintes pesquisas: a) Na atmosfera existe também o chamado material particulado, isto é, partículas sólidas em suspensão que podem acarretar contaminação ou poluição. Pesquise o que são essas partículas e quais são suas possíveis fontes. Os alunos devem mencionar que materiais particulados são materiais sólidos ou líquidos, de origem antropogênica ou natural, em suspensão no ar. Podem citar várias fontes, entre elas, as emanações vulcânicas; o vento que levanta partículas do solo ou transporta gotículas de água (spray marinho); combustões incompletas em que ocorre a formação de partículas de carbono; e as indústrias metalúrgicas, que lançam metais pesados, como Fe, Mn e Pb. b) Pesquise em que região da atmosfera ocorrem fenômenos meteorológicos, como nuvens, ventos, chuvas, relâmpagos, tempestades, neblina, furacões etc. Fenômenos meteorológicos, como nuvens, ventos, chuvas, relâmpagos, tempestades, neblina, furacões etc., ocorrem na troposfera, a região onde vivemos, mais próxima do solo, com cerca de 18 km e que corresponde a aproximadamente 75% da massa atmosférica total. A aula expositivo-dialogada introduz e retoma dados importantes sobre a atmosfera. Podem-se avaliar competências relacionadas à compreensão e à comunicação de ideias. Nesta atividade será importante o aluno compreender as características das diferentes regiões da atmosfera, os materiais particulados encontrados em suspensão e também a ocorrência de fenômenos meteorológicos. Atividade 3 – Poluentes atmosféricos: tempo de permanência, solubilidade e interações na atmosfera Alguns problemas da poluição atmosférica já foram tratados anteriormente. Nesta atividade, outros aspectos serão abordados com a intenção de contribuir para a ampliação e o aprofundamento dos conhecimentos dos alunos, visando subsidiar suas decisões sobre os problemas ambientais. Você pode iniciar questionando: Quais são os poluentes atmosféricos que vocês conhecem? Por que são chamados poluentes? O objetivo das perguntas é conhecer as ideias que eles têm sobre um problema frequentemente abordado pelos meios de comunicação: a agressão ao meio ambiente causada pelo lançamento de poluentes. As questões apresentadas dão abertura para contextualizar o tema desta atividade e iniciar o estudo de alguns problemas que afetam os seres humanos, os materiais, a vegetação, a economia; enfim, a vida no planeta. 71 Embora a composição média da atmosfera tenha se mantido constante desde os primórdios da humanidade, ela vem sofrendo alterações significativas em decorrência de atividades humanas (atividades antropogênicas), como o lançamento de materiais gasosos e particulados em quantidades consideráveis – monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), óxidos de nitrogênio (NOx), óxidos de enxofre (SO2 e SO3), ozônio (O3) e componentes voláteis orgâAno Local nicos (hidrocarbonetos, HC) –, impondo ameaças à saúde humana e degradando o meio ambiente. Você pode discutir quais são, de maneira geral, as fontes de emissão desses materiais, lembrando as atividades produtivas, a queima de combustíveis etc. Se julgar conveniente, pode apresentar alguns exemplos de episódios agudos provocados pela contaminação do ar, como os citados a seguir. Histórico 1930 Bélgica – Em uma região com numerosas indústrias, a alta concentração Vale do de poluentes provocou congestão de vias respiratórias, Rio Meuse especialmente em crianças e pessoas idosas. 60 1948 Estados Unidos – Donnora Em uma região com muitas indústrias metalúrgicas, a alta concentração de poluentes provocou congestão de vias respiratórias. 17 1950 México – Poza Rica A concentração de compostos de enxofre na região provocou a internação de 320 pessoas acometidas por problemas respiratórios e nervosos. 32 1952 Brasil – Bauru Doenças respiratórias agudas em 150 pessoas causadas por alergia ao pó da semente de mamona, usada na fabricação de óleo. 9 1957 Inglaterra Smog (mistura de fumaça com neblina) 1000 1960 Inglaterra Smog 800 1962 Inglaterra Smog 700 Tabela 19. Fonte: DERISIO, J. C. Introdução ao controle de poluição ambiental. 4. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2012. p. 115. 72 No de mortes Química – 3a série – Volume 2 Você pode comentar que os diversos materiais diretamente lançados na atmosfera (chamados de poluentes primários) podem ser transportados a diferentes regiões, com velocidades que variam de acordo com a topografia, com os ventos, com a temperatura e com a pressão; esses fatores tempo de residência na atmosfera = influem no chamado tempo de residência. Questões para a sala de aula 1. O tempo de residência pode ser estimado pela equação: concentração de determinada espécie química velocidade com que a espécie é removida Defina tempo de residência. O tempo de residência pode ser entendido como o tempo médio em que uma espécie permanece na atmosfera até ser SFNPWJEB²FYQSFTTPQFMBSFMBÎÍPFOUSFBDPODFOUSBÎÍPEF determinada espécie química na atmosfera e a velocidade com que é removida. É importante conhecer o tempo de residên- cia de um poluente porque esse tempo permite conhecer seu raio de ação, tomando-se por base o local onde ocorreu sua emissão. Deve ser considerado que o tempo de residência é um valor médio de referência que pode mudar de acordo com as condições ambientais. Em seguida, você pode mostrar à turma o resumo de uma notícia veiculada na mídia, apresentado a seguir. Imagens de satélite mostram que o monóxi- mosas pela pureza de seus ares, não estão livres do de carbono expelido na cidade de São Paulo de poluentes atmosféricos. Em São Francisco pode, dependendo da direção dos ventos, avan- Xavier, povoado turístico na Serra da Man- çar rumo ao interior por cerca de 600 km ou tiqueira, foram realizados testes com plantas ir para o litoral. Dessa maneira, poluentes pro- usadas para monitorar a poluição do ar e foram duzidos na região metropolitana de São Paulo verificadas alterações similares às observadas afetam regiões distantes, mesmo áreas rurais, o somente em centros urbanos. Os pesquisadores que pode explicar parte da nota ruim dada pela sugerem que uma das possíveis causas para essa Cetesb ao ar de cidades do interior, pois, além alteração é o transporte de poluição produzida dos poluentes que produzem, elas recebem a pelos dois maiores centros urbanos do país: as re- poluição da capital. giões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Segundo dados de pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, mesmo pequenas comunidades da Mantiqueira, fa- Texto adaptado de: CREDENDIO, José Ernesto; BALAZINA, Afra. Poluição de SP “viaja” mais de 600 km. Folha de S.Paulo, 2 mar. 2009. 73 2. Utilizando o conceito de tempo de residência, seus conhecimentos sobre solubilidade de gases e as informações das tabelas a seguir, procure explicar os diferentes tempos de residência de alguns desses poluentes. que o vento conseguir transportá-los durante esse período. O O exame das tabelas mostra uma regularidade: os poluentes mais em água (3,5 cm3 100 cmo de água), é mais solúvel do que o solúveis em água são os que apresentam menor tempo de resi- CO2. Em vista disso, seu tempo de residência é menor (1 a 4 me- dência na atmosfera e, portanto, menor raio de ação. Assim, por ses) e, portanto, seu raio de ação também será menor do que o exemplo, os óxidos de nitrogênio, cujo tempo de residência é de do CO2. Os clorofluorcarbonos são praticamente insolúveis em 4 dias, quando emitidos, podem atuar somente nas regiões em água e pouco reativos, com tempo de residência muito alto. CO2, cujo tempo de residência é de aproximadamente 4 anos, poderá, em função desse longo tempo, espalhar-se por toda a atmosfera do planeta, seja qual for o local onde ocorreu a sua emissão. Por outro lado, o CO, embora também pouco solúvel Alguns poluentes, possíveis fontes e tempos de residência na atmosfera Material Fonte antropogênica Tempo de residência Dióxido de carbono (CO2) Queima de combustíveis Degradação de matéria orgânica, respiração 4 anos Monóxido de carbono (CO) Veículos motorizados, combustões incompletas Incêndios florestais 1 a 4 meses Hidrocarbonetos Veículos motorizados, evaporação de solventes, indústrias, combustão Processos biológicos 3 a 16 anos Dióxido de enxofre (SO2) Queima de combustível fóssil, centrais termoelétricas, fábricas de ácido sulfúrico Erupções vulcânicas 3 a 7 dias Metano (CH4) Agricultura, indústria e mineração Decomposição bacteriana, jazidas de hulha, gás natural e petróleo 8 a 10 anos Sulfeto de hidrogênio (H2S) Indústria química Erupções vulcânicas, processos biológicos 2 dias Óxidos de nitrogênio Combustão, processos industriais, incêndios florestais etc. Processos biológicos, decomposição de compostos nitrogenados 4 dias CFC-11 e CFC-12 (clorofluorcarbonetos) Aerossóis, refrigeradores, solventes Tabela 20. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. 74 Fonte natural CFC-11, 65 anos; CFC-12, 130 anos Química – 3a série – Volume 2 Solubilidade de gases em cm3 100 cm3 de água em determinada temperatura Poluentes Temperatura Solubilidade NH3 (amônia) 15 ºC 727 CO2 (dióxido de carbono) 25 ºC 0,003 CO (monóxido de carbono) 25 ºC 3,5 SO2 (dióxido de enxofre) 0 ºC 47 SO3 (trióxido de enxofre) – Muito solúvel, forma H2SO4 NO (monóxido de nitrogênio) 0 ºC 7,34 N2O3 (trióxido de dinitrogênio) – Muito solúvel, forma HNO3 CH4 (gás metano) 17 ºC 3,5 H2S (sulfeto de hidrogênio) 0 ºC 437 CFC-11 (triclorofluormetano) – Insolúvel CFC-12 (diclorodifluormetano) – Insolúvel Tabela 21. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. Você pode pedir aos alunos que tentem explicar o tempo de residência de alguns poluentes. Como já sabem que os óxidos de nitrogênio e enxofre, por exemplo, sofrem transformações (formando a chuva ácida), eles podem atribuir o baixo tempo de residência a essas interações. Assim, você pode sintetizar, informando-os de que esse tempo de residência depende das interações e transformações químicas que os materiais podem sofrer durante o seu transporte e da sua absorção por sorvedouros, isto é, processos de consumo desses materiais, como a chuva que dissolve os gases solúveis, o vento que arrasta os poluentes em direção ao solo ou, ainda, um sorvedouro em que o material sofre transformação química, ocorrendo a formação de outras espécies (poluente secundário) etc. 3. De acordo com o que foi discutido em aula e com outras informações que você possui, descreva o que poderá acontecer com os materiais lançados na atmosfera. Os materiais podem: tEJTTPMWFSFNTFOBTÈHVBTEBTDIVWBTDPNPPTØYJEPTEFFOYPfre e de nitrogênio, ou simplesmente ser arrastados por elas, retornando à superfície terrestre, como os materiais particulados; tQBSUJDJQBSEFJOUFSBÎÜFTOBBUNPTGFSBRVFMFWBNËGPSNBção de poluentes secundários, como o ozônio; tQFSNBOFDFSOBUSPQPTGFSBTFNQBSUJDJQBSEFJOUFSBÎÜFTPV subir à estratosfera. 4. Analise a figura que representa alguns danos causados pela precipitação ácida. Quais danos correspondem às letras A, B, C, D, E e F? 75 © Claudio Ripinskas/R2 Criações A B E D A C F Figura 9. "oFNJTTÍPEFHBTFT402, NO2, CO e CO2) provenientes da envolvem a participação de radicais livres − agrupamentos queima de combustíveis na indústria e no transporte. EFÈUPNPTDPNFMÏUSPOTMJWSFTOÍPDPNQBSUJMIBEPT oPRVF #oSFUPSOPEPTQPMVFOUFTËTVQFSGÓDJFUFSSFTUSFFNGPSNBEF torna essas espécies químicas altamente reativas. ácidos dissolvidos na água de chuva. O texto “Ozônio na troposfera”, apresentado adiante, oferece $F%oBDJEJmDBÎÍPEFÈHVBTEFMBHPTFSFTFSWBUØSJPTQP- informações mais detalhadas sobre o assunto. dendo causar a morte de seres aquáticos e comprometer a qualidade da água para abastecimento. &oDPSSPTÍPEFFTUÈUVBTFNPOVNFOUPT 'oNPSUFEFÈSWPSFTFQMBOUBÎÜFTFNEFDPSSÐODJBEBBDJEF[ das chuvas. Procure saber por que o ozônio (O3) e o PAN (nitrato de peroxiacetila) são considerados poluentes secundários e como eles são formados. Utilize seu caderno ou uma folha avulsa para registrar sua pesquisa. 76 A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) estabelece parâmetros para medir a qualidade do ar em nosso Estado. No site <http://sistemasinter.cetesb. sp.gov.br/Ar/php/ar_resumo_hora.php> (acesso em: 7 mar. 2014), você pode encontrar as condições diárias da qualidade do ar. Tente interpretar essa qualidade em termos de concentração de poluentes, de acordo com os parâmetros estabelecidos pela Cetesb. Os alunos produzirão textos próprios. Trabalho realizado pelo aluno para avaliar a qualidade do O ozônio e o PAN (nitrato de peroxiacetila) são considera- ar de uma região de sua cidade. A Cetesb mede a quan- dos poluentes secundários porque resultam de interações de tidade de material particulado inalável de tamanhos infe- poluentes primários na atmosfera. Algumas dessas interações riores a 10 μm (MP10), SO2, CO, NO2 e O3. Química – 3a série – Volume 2 Classificação da qualidade do ar Índice MP10 (μg m3) SO2 (μg m3) O3 (μg m3) CO (ppm) NO2 (μg m3) Boa 0 – 40 0 – 50 0 – 20 0 – 100 0–9 0 – 200 Moderada 41 – 80 > 50 – 100 > 20 – 40 > 100 – 130 > 9 – 11 > 200 – 240 Ruim 81 – 120 > 100 – 150 > 40 – 365 > 130 – 160 > 11 – 13 > 240 – 320 Muito ruim 121 – 200 > 150 – 250 > 365 – 800 > 160 – 200 > 13 – 15 > 320 – 1130 > 200 > 800 > 200 > 15 > 1130 Qualidade Péssima > 250 Tabela 22. Fonte: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Disponível em: <http://www.cetesb. sp.gov.br/ar/Informações-Básicas/22->. Acesso em: 7 mar. 2014. Qualidade do ar e efeitos à saúde Qualidade Índice Significado Boa 0 – 40 Moderada 41 – 80 Ruim Toda a população pode apresentar sintomas como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta. Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e 81 – 120 pessoas com doenças respiratórias e cardíacas) podem apresentar efeitos mais sérios. Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas) podem apresentar sintomas como tosse seca e cansaço. A população, em geral, não é afetada. Toda a população pode apresentar agravamento dos sintomas como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta e ainda falta de ar e respiração Muito ruim 121 – 200 ofegante. Efeitos ainda mais graves à saúde de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas). Péssima > 200 Toda a população pode apresentar sérios riscos de manifestações de doenças respiratórias e cardiovasculares. Aumento de mortes prematuras em pessoas de grupos sensíveis. Tabela 23. Fonte: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Disponível em: <http://www.cetesb. sp.gov.br/ar/Informações-Básicas/22->. Acesso em: 7 mar. 2014. As informações a seguir estão bastante detalhadas e foram escritas para facilitar o seu trabalho, caso queira aprofundar o estudo da formação do ozônio na troposfera. 77 Ozônio na troposfera A concentração de ozônio permanece consO ozônio na troposfera pode agravar sintomas tante, pois o NO formado na primeira etapa reage de doenças respiratórias, além de provocar na popu- com o ozônio formado na segunda, regenerando lação em geral ardência nos olhos, nariz e garganta, NO2. Isso está descrito na equação a seguir. dores de cabeça, tosse seca e cansaço. Segundo a Cetesb, em 2007, as concentrações de ozônio ultra- NO(g) + O3(g) A NO2(g) + O2(g) passaram os níveis aceitáveis na Grande São Paulo por 72 vezes, 56% a mais do que em 2006. Outras O acúmulo de ozônio na troposfera pode ocorrer regiões do Estado também apresentaram níveis de se esse equilíbrio for perturbado, e isso pode aconte- concentração de ozônio considerados sérios, entre cer por meio da reação do NO com peróxidos. elas São José dos Campos e Paulínia; outras ainda foram classificadas com nível de ozônio moderado, como Americana, Ribeirão Preto e Sorocaba. NO + RO2% A NO2 + RO% RO2% ou ROO% = radical peróxido O ozônio detectado na troposfera pode advir Esses peróxidos podem ser formados por da estratosfera, de onde é transportado por con- meio de reações entre compostos orgânicos vo- vecção ou por fortes correntes de ar causadas por láteis (conhecidos como COV) e oxidantes. frentes frias, pela transformação fotoquímica de hidrocarbonetos emitidos pela vegetação e tam- Hidrocarbonetos olefínicos, como o propeno, bém por ações antropogênicas, como a queima reagem com o oxigênio e com o NO2 por meio de combustíveis fósseis, principalmente em zonas de uma série de transformações, acontecendo a urbanas, e a queima de biomassa nas zonas rurais. formação do nitrato de peroxiacetila (PAN). Um mecanismo possível para a formação do PAN está descrito nas etapas a seguir. 1: R – CH = CH – R + O3 A R – C inglês, da contração das palavras smoke (fumaça) e 2: R – C NO2(g) + luz A NO(g) + O(g) O(g) + O2(g) A O3(g) 78 3: R – C% H O + RO% HCO% O + O+luz AR – C% + OH% O + O2 AR – C – O – O% O O 4: R – C – O – O% TV2 AR – C – O – O – TV2 = formação pode ser descrita pelas equações a seguir. = fog (neblina). Nesse smog, encontra-se o ozônio, cuja O H = = causar o smog fotoquímico. Esse termo provém do O = trializadas, a queima de combustíveis fósseis pode = assim explicada: em centros urbanos e zonas indus- = A formação do ozônio na troposfera pode ser Elaborado por Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Maria Eunice Ribeiro Marcondes e Yvone Mussa Esperidião especialmente para o São Paulo faz escola. Química – 3a série – Volume 2 Para que os alunos possam entender melhor os problemas causados pelo aumento da concentração de CO, são sugeridas algumas atividades. Para iniciá-las, pode-se retomar o texto adaptado da matéria “Poluição de SP ‘viaja’ mais de 600 km” e propor um desafio aos alunos. Desafio! Quais são as consequências da presença do monóxido de carbono (CO) no ar que respiramos? Considerando-se o equilíbrio 1, se a concentração de O2 tornar-se muito baixa, a reação inversa será favorecida, o que causará aumento na quantidade de O2 livre e diminuição da concentração de HbO2, desfavorecen- Para responder a essa pergunta, resolva as questões1 a seguir. do a função da hemoglobina como transportadora de 1. O transporte de oxigênio (O2) dos pulmões às células do organismo dos vertebrados é uma das principais funções da hemoglobina do sangue. Esse transporte é feito por meio da interação da hemoglobina (Hb) com o O2 do ar inspirado. A hemoglobina forma com o oxigênio um complexo, a oxi-hemoglobina (HbO2). 2. Pessoas podem morrer envenenadas se existir CO em elevada concentração no ar (700 a 800 ppm), pois esse gás forma com a hemoglobina a carboxi-hemoglobina (HbCO). Hb + O2 HbO2 (equilíbrio 1) hemoglobina oxi-hemoglobina (vermelho-arroxeado) (vermelho) Chegando às células do organismo, o oxigênio é liberado e o sangue arterial (vermelho) transforma-se em venoso (vermelho-arroxeado). A hemoglobina livre pode ser reutilizada no transporte de oxigênio. Considerando o equilíbrio 1, que efeito será causado em um indivíduo se a concentração de O2 tornar-se muito baixa? Justifique. 1 oxigênio. Hb + CO HbCO (equilíbrio 2) Essa transformação tem maior tendência a ocorrer do que a do O2 com a Hb. Sendo assim, como a formação de HbCO (equilíbrio 2) pode interferir no processo respiratório e na concentração de HbO2 a ponto de levar o indivíduo à morte? Se no ar existir CO em elevada concentração (700 a 800 ppm), haverá no sangue uma competição entre o CO e o O2 pelas moléculas de hemoglobina. Sendo maior a tendência de a hemoglobina reagir com o CO do que com o O2, o equilíbrio 2 será favorecido e a hemoglobina perderá a sua função de transportadora do O2. Por causa dessa interferência na concentração de O2, as células ficarão com menos oxigênio do que o necessário e o indivíduo poderá morrer. GEPEQ (Grupo de Pesquisa em Educação Química). Interações e transformações: Química para o Ensino Médio, v. II. Livro do aluno. Reelaborando conceitos sobre transformações químicas: cinética e equilíbrio. São Paulo: Edusp, 2005. p. 129. 79 3. A formação de HbCO pode ser desfavorecida quando se injeta azul de metileno diretamente na corrente sanguínea do indivíduo. Essa substância tem maior afinidade com o CO do que com a hemoglobina. De que modo o azul de metileno poderá interferir nos equilíbrios 1 e 2, impedindo a morte do indivíduo? Com a presença do azul de metileno, haverá competi- Porcentagem de hemoglobina desativada com as moléculas de CO. Como o azul de metileno tem mais tendência a interagir com o CO do que a hemoglobina, a formação de HbCO será desfavorecida, deixando a hemoglobina livre para formar HbO2 e transportar o oxigênio às células, impedindo, dessa forma, a morte do indivíduo. 4. Considere as informações apresentadas a seguir: Sintomas 0 – 1,9 Nenhum 2 – 7,9 Diminuição da capacidade visual 8 – 13,9 Dor de cabeça 14 – 26,9 Tontura, fraqueza muscular 27 – 32,9 Vômito 33 – 64,9 Inconsciência Acima de 65 ção entre essa substância e a hemoglobina pela interação Morte Tabela 24. Relação entre a porcentagem de hemoglobina desativada e os sintomas apresentados por seres humanos. Figura 10. Relação entre a porcentagem de hemoglobina desativada e a concentração de CO. Fonte: GEPEQ (Grupo de Pesquisa em Educação Química). Interações e transformações: Química para o Ensino Médio, v. III. Guia do professor. Química e sobrevivência: atmosfera, fonte de materiais. São Paulo: Edusp, 2001. p. 33. Relacione as concentrações de CO a possíveis sintomas apresentados pelos seres humanos e responda: Qual é a porcentagem de hemoglobina desativada quando a concentração de CO no ar for igual a 250 ppm? Que sintomas deve apresentar uma pessoa que respira esse ar? 80 Correlacionando a quantidade de CO com a porcentagem de hemoglobina desativada e utilizando os dados da tabela, pode-se concluir que, quando a concentração de CO for de 250 ppm, a de hemoglobina desativada será de aproximadamente 33%. Nessa situação, o indivíduo que respirar esse ar poderá apresentar inconsciência, vômito, tontura, fraqueza, dor de cabeça e diminuição da capacidade visual. Química – 3a série – Volume 2 Grade de avaliação da atividade 3 Espera-se que os alunos reconheçam os poluentes lançados na atmosfera, seu tempo de permanência e as fontes poluidoras. É importante analisar os efeitos causados à saúde humana, à vegetação, à economia, ou seja, à vida no planeta. Entre esses efeitos, destaca-se que os poluentes presentes na atmosfera podem acidificar a água da chuva e tornar os rios e reservatórios mais ácidos, comprometendo a vida de seres aquáticos e possivelmente levando árvores e plantações à morte. Outro fator considerado é a corrosão do mármore que constitui as estátuas. É importante que os alunos organizem os conhecimentos adquiridos e proponham ações que visem minimizar ou solucionar esses desequilíbrios ambientais causados pelos poluentes. Quanto à solubilidade dos poluentes em água, os alunos deverão perceber que os gases mais solúveis são o NH3, o SO3, o N2O3 e o H2S e que os menos solúveis são CO, CO2 e CH4. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6 POLUIÇÃO DAS ÁGUAS: CONHECENDO PARA SABER ANALISAR E AGIR Esta Situação de Aprendizagem tem como objetivo ampliar os conhecimentos dos alunos sobre problemas de poluição da água, dando subsídios para que possam avaliá-los, construir suas próprias opiniões e refletir sobre formas de ações individuais e coletivas para a busca de soluções ou a mitigação de tais problemas. Lembre-os de que a questão da qualidade da água foi abordada no volume 1 da 2a série, tendo sido enfatizados os parâmetros que definem a água potável e os aspectos da legislação brasileira sobre os tipos de água e os respectivos padrões de qualidade. Na 3a série, outras informações serão apresentadas e discutidas, ampliando os conhecimentos dos alunos. Conteúdos e temas: poluição das águas; tratamento de esgotos domésticos; DBO; fosfatos em águas; ciclo da água. Competências e habilidades: reconhecer como as atividades humanas podem contribuir para a poluição das águas; reconhecer a importância da coleta e do tratamento de esgotos para a qualidade das águas; avaliar as consequências do uso de materiais que introduzem fosfato nas águas; buscar informações, interpretá-las e tirar suas próprias conclusões sobre aspectos da poluição das águas. Sugestão de estratégias de ensino: aulas expositivo-dialogadas; trabalho em grupo; elaboração de painéis. Sugestão de recursos: textos; pesquisa bibliográfica. Sugestão de avaliação: respostas às questões; elaboração de texto. 81 Atividade 1 – Perturbações no ciclo da água Os conhecimentos que os alunos já têm sobre problemas ambientais que alteram a qualidade da água serão recuperados e ampliados, de maneira que possam construir uma visão mais integrada, baseada em conhecimentos científicos, e refletir sobre possíveis formas de intervenção para enfrentar tais problemas. Propõe-se que essa construção se inicie pelo ciclo da água, já estudado por eles, analisando-se agora como esse ciclo é afetado pela presença de certos materiais. © Claudio Ripinskas/R2 Criações Para retomar o ciclo da água, você pode utilizar um quadro ilustrativo (como um mapa, se a escola dispuser de um), desenhá-lo na lousa ou pedir aos alunos que o elaborem. Pode, se preferir, fazer apenas um esquema contendo as etapas que o constituem. É importante que na ilustração feita sejam focalizadas uma região urbana e uma rural. Para despertar a atenção dos alunos e a evocação de seus conhecimenFertilizantes tos, peça que descrevam e localizem na figura as etapas de evaporação, precipitação, condensação e transpiração. A seguir, você pode problematizar, questionando-os sobre como as atividades que a sociedade realiza hoje introduzem no ambiente materiais que podem interagir com a água, modificando suas propriedades. Para organizar as possíveis sugestões apresentadas pelos alunos, você pode focar, inicialmente, as cidades, apontando materiais que são introduzidos na água, provenientes de atividades realizadas em centros urbanos. Em seguida, pode focar as áreas rurais, questionando quais são os materiais envolvidos nas atividades agrícolas e pecuárias que podem perturbar o ambiente aquático. No desenho feito na lousa, peça aos alunos que anotem suas sugestões, considerando as zonas urbana e rural. Questões para a sala de aula Você já pensou como as atividades que a sociedade realiza podem poluir o meio aquático? Fuligem, gás carbônico Dejetos industriais Dejetos animais Agrotóxicos Lixo doméstico Embalagens Chuva ácida Esgotos domésticos Plásticos, restos de construções, lixo Detergentes, produtos de limpeza Figura 11. 1. Aponte materiais que são introduzidos no ambiente e que interagem com a água, provenientes de atividades domésticas, de 82 transporte, industriais, agrícolas e outras. Aponte, também, possíveis problemas decorrentes dessas interações. Química – 3a série – Volume 2 Materiais introduzidos no ambiente Possíveis problemas t%JTTPMVÎÍPOBÈHVBEF402 e de óxidos de nitrogênio, provenientes da queima de combustíveis fósseis. t%FTQFKPOPTPMPEFNBUFSJBJTOÍPTPMÞWFJTFNÈHVBFRVFQPEFN ser por ela transportados. t%JTTPMVÎÍPEFNBUFSJBJTTPMÞWFJTEFUFSHFOUFTÈHVBTBOJUÈSJBCFbidas, íons metálicos etc.) na água de abastecimento. t%FTQFKPEFNBUFSJBJTQPVDPTPMÞWFJTFNÈHVBØMFPDPNFTUÓWFM gorduras, restos de alimentos, dejetos etc.) na água de abastecimento. t'PSNBÎÍPEFDIVWBÈDJEB t"VNFOUPEBBDJEF[EFMBHPTFSFTFSWBUØSJPT t"VNFOUPEBiBDJEF[EPTPMPwEBÈHVBDPOUJEBOPTPMP t"MBHBNFOUPTQPSFOUVQJNFOUPT t$POUBNJOBÎÍPEPTPMPFEBÈHVB t"DÞNVMPEFDFSUPTNBUFSJBJTRVFBQSFTFOUBNUFNQPMPOHPEF degradação (plásticos, metais, inseticidas). t"VNFOUPEB%#0EFNBOEBCJPRVÓNJDBEFPYJHÐOJPRVBO tidade de oxigênio requerida por uma população mista de micro-organismos para a oxidação dos compostos orgânicos contidos em uma amostra de água) de rios e de reservatórios naturais. t7BSJBÎÍPEFQ)EBÈHVBEFSJPT t"VNFOUPEBDPODFOUSBÎÍPEFTTBTFTQÏDJFTRVÓNJDBTQPEFOEP ultrapassar o limite permitido por lei. Isso pode ocasionar problemas de saúde e desequilíbrios ecológicos. t7BSJBÎÍPEBUFOTÍPTVQFSmDJBMEBÈHVB t"VNFOUPEB%#0EBÈHVBEFSJPT t7BSJBÎÍPEFQ)EBÈHVBEFSJPT t1SFTFOÎBEFNJDSPPSHBOJTNPTOBÈHVB Tabela 25. Não se esperam respostas completas, mas, com base em conhecimentos anteriormente discutidos (1a e 2a séries), é possível mencionar a possibilidade de que vários desses materiais se dissolvam e interajam com a água presente no solo; além disso, espera-se que os alunos reconheçam que os materiais não dissolvidos podem ficar na superfície de rios e lagos ou afundar e também que pode ocorrer diminuição da quantidade de oxigênio dissolvida na água etc., podendo levar ao comprometimento de sua qualidade. O esquema apresentado a seguir, que pode ser elaborado em diálogo com os alunos, representa uma síntese sobre os materiais presentes nas águas. Materiais que podem estar contidos na água Como? Quais? Quais? ESTADOS FÍSICOS Sólidos Líquidos ESPÉCIES QUÍMICAS Gases Substâncias inorgânicas ESPÉCIES BIOLÓGICAS Substâncias orgânicas Animais Seres vivos Suspensos Solúveis Dissolvidos Pouco solúveis Matéria em decomposição Vegetais Protistas Figura 12. Adaptado de: VON SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. In: Princípios do tratamento biológico de águas residuárias. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental/UFMG, 1995. v. 1, p. 22. 83 2. Tendo em vista os problemas discutidos, elabore um texto, em colaboração com seus colegas, mostrando como suas ações podem contribuir para a manutenção desses problemas e as possíveis consequências na qualidade da água. Texto próprio do aluno ou de um grupo. A elaboração desta resposta é uma atividade importante de reflexão, podendo levar a questionamentos das ações individuais e coletivas em relação ao ambiente. A situação atual das bacias hidrográficas de São Paulo tem sido alvo de preocupações ambientais: a demanda hídrica é maior do que a oferta e ocorre excesso de poluição industrial e residencial. Um dos casos mais graves de poluição da água é o da Bacia do Alto Tietê, onde se localiza a região metropolitana de São Paulo. Os rios Tietê e Pinheiros estão muito poluídos, o que compromete o uso da água pela população. Avalie se as ações apresentadas a seguir são adequadas para se reduzir a poluição desses rios. I. Investir em mecanismos de reciclagem da água utilizada nos processos industriais. II. Investir em obras que viabilizem a transposição de águas de mananciais adjacentes para os rios poluídos. III. Implementar obras de saneamento básico e construir estações de tratamento de esgotos. Das ações apresentadas, a I e a III podem contribuir para a redução da poluição dos rios, uma vez que ela é causada por resíduos industriais e domésticos. 84 Grade de avaliação da atividade 1 Esta atividade tem como função sensibilizar os alunos e mobilizar conhecimentos já consolidados. Assim, a avaliação deve considerar, sobretudo, a participação do aluno no desenvolvimento da atividade. O texto produzido pode ser avaliado quanto ao envolvimento demonstrado a partir das situações por eles apresentadas e à sua coerência com as discussões realizadas em sala de aula. Com relação à Lição de casa, espera-se que eles apresentem argumentos coerentes. Atividade 2 – Esgotos domésticos: tratamento e qualidade da água O objetivo desta atividade é problematizar e ampliar os conhecimentos dos alunos sobre o tratamento das águas servidas nas cidades, em particular as de uso doméstico. Um dos grandes problemas ambientais é a poluição causada pelo despejo de dejetos humanos e animais provenientes do esgoto nos diferentes corpos d’água do Estado de São Paulo. Muito se discute também sobre o uso de detergentes de limpeza, que, segundo alguns pesquisadores, contribuem para o aumento da concentração de íons fosfato (PO43-) nas águas. Como os compostos de fósforo são nutrientes, podem causar o crescimento excessivo de algas nos reservatórios, lagos e rios. Além disso, os detergentes causam diminuição da tensão superficial da água, dificultando a manutenção na superfície de espécies da flora e da fauna que ali vivem. Química – 3a série – Volume 2 Em pesquisa realizada em 2008, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que 99,8% dos municípios do Estado de São Paulo possuíam rede coletora de esgoto e 78,4% realizavam o tratamento de esgoto. saneamento> e <http://saladeimprensa.ibge. gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1 &idnoticia=1691>; acessos em: 19 nov. 2013). Para introduzir a atividade 2, seria interessante apresentar o ciclo de uso da água nas regiões urbanas. Os alunos, às vezes, não relacionam as informações sobre a captação e o despejo da água para uso doméstico. Assim, tal ciclo poderia ser construído com eles. As estações de tratamento de água e de esgoto poderiam ser adicionadas ao esquema. A necessidade de tratar as águas servidas poderia ser discutida com base em informações sobre a composição dos esgotos domésticos. O esquema a seguir apresenta alguns dados. Em relação ao total do volume de esgoto gerado em todo o Estado de São Paulo, obteve-se um índice de tratamento de 41%. No Estado de São Paulo, 82,1% dos domicílios possuíam acesso à rede geral de esgotos (dados disponíveis em: <http://www.ibge.gov.br/ home/estatistica/populacao/condicaodevida/ pnsb2008/PNSB_2008.pdf>, <http://www.ce tesb.sp.gov.br/tecnologia-ambiental/cas-ematividade/54-camara-ambiental-do-setor-de- Esgoto doméstico 99,9 % 0,1 % ÁGUA SÓLIDOS 70 % MICRO-ORGANISMOS 30 % ORGÂNICOS INORGÂNICOS BACTÉRIAS FUNGOS PROTEÍNAS AREIA PROTOZOÁRIOS CARBOIDRATOS SAIS VÍRUS LIPÍDIOS METAIS Figura 13. Adaptado de: MELO, Wanderley José; MARQUES, Marcos Omir. Potencial do lodo de esgoto como fonte de nutrientes para as plantas. In: BETTIOL, W.; CAMARGO, O. A. Impacto ambiental do uso agrícola do lodo de esgoto. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2000. p. 109-141. 85 Questão para a sala de aula 1. Levando em conta seus conhecimentos sobre a demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e considerando que os esgotos domésticos contêm grandes quantidades de substâncias orgânicas, quais seriam as consequências do lançamento desses esgotos sem tratamento nas águas dos rios? As substâncias orgânicas presentes nos esgotos lançados nos lembrando que conhecimentos sobre esse assunto fazem parte do Currículo de Biologia e são abordados no volume 2 da 1a série dessa disciplina. Uma maneira de discutir o tratamento de esgoto consiste em retomar os diferentes materiais nele presentes, lembrando que alguns são sólidos e outros estão dissolvidos. Assim, você pode propor a seguinte Pesquisa individual. rios interagem com o oxigênio dissolvido na água, causando, por exemplo, a diminuição da quantidade de O2 disponível para a respiração de peixes e de outros seres aquáticos. Também pode-se discutir a presença de micro-organismos patogênicos nessas águas, Tratamento preliminar Tratamento primário Numa estação de tratamento de esgoto (ETE), o tratamento é feito em várias etapas, conforme o esquema a seguir. Cada etapa tem uma finalidade específica. Tratamento secundário Tratamento terciário Figura 14. f Busque informações (em livros ou fazendo uma visita a uma ETE) sobre as etapas do tratamento de esgoto. f Anote as fontes de informação que você consultou. Utilize seu caderno ou uma folha avulsa. Os alunos poderão encontrar informações sobre o tratamento de esgoto no Estado de São Paulo no portal da Sabesp: no item “Esgotos” há o subitem “Tratamento de esgotos”, que contém informações e animações sobre o tratamento das águas servidas, as estações e as regiões que abrange. (Dis- 86 ponível em: <http://site.sabesp.com.br/site/>. Acesso em: 19 nov. 2013.) Com relação ao tratamento secundário, em que as substâncias orgânicas são transformadas, é provável que os alunos tenham muitas dúvidas sobre os processos utilizados, pois, embora já tenham as ferramentas para compreender as transformações envolvidas, não estão familiarizados com a linguagem específica. Assim, é conveniente e necessário esclarecer, em uma aula dialogada, as informações por eles apre- Química – 3a série – Volume 2 sentadas e expor outras que considerar necessárias. O principal é que o aluno perceba que essa etapa tem a função de remover, por meio de transformações químicas, a matéria orgânica em suspensão na água não removida nos tratamentos anteriores. Essas transformações necessitam da presença de micro-organismos para acontecer. Os alunos, certamente, vão verificar que a degradação das substâncias orgânicas pode ocorrer por um processo aeróbio ou anaeróbio. Assim, você pode retomar esses conceitos. O tratamento de esgoto pode ser abordado de maneira mais superficial ou podem ser discutidas as transformações químicas que nele ocorrem. Alguns aspectos que podem orientar essa aula C6H12O6(aq) + 6 O2(g) dialogada são discutidos a seguir, explicitando-se detalhadamente as transformações químicas envolvidas. Cabe a você decidir com que profundidade desenvolverá o estudo. f Transformação das substâncias por processo aeróbio no esgoto Provavelmente, os alunos já estudaram em Biologia o que é um processo aeróbio. Relembrando: certos micro-organismos, em presença de oxigênio, que permite a respiração deles, decompõem a matéria orgânica, promovendo a emissão de CO2. Pode-se representar tal processo para a glicose: micro-organismo 6 CO2(g) + 6 H2O(l) Outras substâncias orgânicas, como proteínas e gorduras, sofrem transformações semelhantes, gerando água e gás carbônico. Como proteínas contêm nitrogênio, em sua decomposição forma-se amônia: N (orgânico) bactérias NH3(aq) nitrosômonas Pode-se escrever uma equação química geral para descrever o processo aeróbio de transformação de substâncias orgânicas: CxHyOz(aq) + ¼ (4x + y 2z) O2(g) xCO2(g) + ½y H2O(l) A amônia formada, por sua vez, também pode sofrer ação de determinados micro-organismos, gerando nitritos: 2 NH3(aq) + 3 O2(g) 2 NO2 (aq) + 2 H+(aq) + 2 H2O(l) 87 Compostos como nitritos e sais de amônia também podem ser decompostos nesse processo, na presença de certos micro-organismos: 2 NO2– (aq) + O2(g) NH+4 (aq) + 2 O2(g) gênero Nitrosomonas) 2 NO3– (aq) (na presença de bactérias do gênero Nitrobacter) NO3–(aq) + 2 H+(aq) + H2O(l) (na presença de bactérias do Você deve chamar a atenção dos alunos para o fato de que o oxigênio consumido no processo está dissolvido na fase líquida, sendo necessária sua reposição. Também pode questionar se o processo de degradação da matéria orgânica ocorreria naturalmente em um rio, lago ou reservatório, ou seja, se os processos que ocorrem na estação de tratamento de esgoto imitam os que ocorrem na natureza. Pode, ainda, problematizar a formação de nitrato, que, como os alunos já sabem, é um nutriente cujo excesso pode contribuir para o crescimento exagerado de plantas nas águas. f Remoção do nitrato Os nitratos podem ser removidos também por ação de micro-organismos, transformando-se em gás nitrogênio na presença de substâncias orgânicas. Para citar um exemplo, na presença de metanol o processo pode ser representado pela seguinte equação: 6 NO3–(aq) + 5 CH3OH(aq) + 6 H+(aq) micro-organismo 3 N2(g) + 5 CO2(aq) + 13 H2O(l) 88 f Reposição do oxigênio de maneira a garantir a eficiência do processo f Transformação das substâncias por processo anaeróbio no esgoto Na pesquisa sobre os diferentes métodos empregados nas ETEs para o tratamento secundário, os alunos possivelmente verificaram que um deles, chamado de lodo ativado, faz uso de agitação contínua do material, pela introdução de ar atmosférico no sistema. Eles também podem se referir às lagoas de estabilização em que o tratamento é feito. São lagoas de baixa profundidade (menos de 2 m) onde algas que fazem fotossíntese se desenvolvem na presença de luz e de matéria orgânica. Como já é do conhecimento dos alunos, na reação de fotossíntese há formação de oxigênio; em virtude disso, a aeração da lagoa é mantida. Os alunos já sabem que, em processos anaeróbios, micro-organismos decompõem substâncias orgânicas na ausência de oxigênio (por exemplo, a digestão de lixo orgânico e de dejetos animais), ocorrendo a formação de metano. Da mesma maneira, a decomposição de carboidratos, proteínas, gorduras e outras substâncias orgânicas presentes no esgoto doméstico pode ocorrer por processos anaeróbios, com a formação de metano e gás carbônico. Você pode explicar que o processo ocorre em várias etapas, envolvendo diferentes micro-organismos. Em um primeiro estágio, as substâncias, na presença de Química – 3a série – Volume 2 micro-organismos, sofrem transformações em que se obtêm substâncias orgânicas de menor massa molar, como ácidos carboxílicos, aminoácidos e açúcares. Essas, na presença de outros micro-organismos, sofrem decomposição, obtendo-se principalmente o ácido acético e os gases hidrogênio e dióxido de carbono. Na presença de micro-organismos metanogêni- cos, essas substâncias sofrem reações, havendo formação de metano. CH3COOH(l) micro-organismo CH4(g) + CO2 (g) 4H2(g) + CO2(g) micro-organismo CH4(g) + 2H2O(l) O diagrama a seguir pode auxiliar na visão geral do processo anaeróbio. Águas residuárias domésticas com material orgânico em suspensão PROTEÍNAS CARBOIDRATOS LIPÍDIOS Hidrólise ÁCIDOS GRAXOS Fermentação metanogênica Acidificação AMINOÁCIDOS, AÇÚCARES Acidogênese PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS, PROPIONATO, BUTIRATO ETC. Acetogênese HIDROGÊNIO ACETATO Metanogênese METANO Figura 15. Sequência de processos na digestão anaeróbia de substâncias orgânicas. FERNANDES, Carlos. Digestão anaeróbia. Disponível em: <http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/DigeAnae.html>. Acesso em: 19 nov. 2013. Com relação ao tratamento terciário, pouco aplicado nas ETEs, você pode sintetizar as informações que os alunos coletarem. De maneira geral, o tratamento terciário inclui um ou vários dos seguintes processos: f remoção de compostos orgânicos dissolvidos por adsorção em carvão ativado; f remoção de metais pesados pela adição de hidróxidos ou sulfetos, com a formação de hidróxidos e sulfetos pouco solúveis em água; f remoção de fosfatos pela adição de hidróxido de cálcio, com a formação do sal pouco solúvel em água Ca5(PO4)3OH. 89 Questões para a sala de aula 1. Explique quais são as finalidades do tratamento preliminar. acordo com as pesquisas feitas por você e seus colegas. Discuta por que esses processos muitas vezes não são realizados. As respostas dependerão das informações obtidas nas pesquisas Espera-se que os alunos apontem que o tratamento preliminar realizadas. Espera-se que os alunos mencionem que o tratamento do esgoto tem a finalidade de remover materiais sólidos grossei- terciário tem por objetivo a remoção de poluentes específicos e, ros, areia e materiais que se encontram em sua superfície com principalmente, de substâncias que contêm nitrogênio e fósforo. a utilização de uma grade e de uma caixa que retém a areia. 2. Explique quais são as finalidades do tratamento primário e como é feito. Os alunos devem apontar que sua finalidade é a remoção de sólidos de menores dimensões do que os retirados no tratamento 1. Indique e justifique a sequência em que ocorrem os acontecimentos 1 a 5, causados pelo lançamento, numa represa, de grande quantidade de esgoto com resíduos orgânicos: preliminar, presentes na água. São utilizados tanques de decantação, nos quais parte desses sólidos se deposita no fundo dos (1) proliferação de seres anaeróbios; tanques (lodo primário) e o líquido é decantado, seguindo o tratamento. Podem mencionar também outros processos em- (2) proliferação intensa de micro-organismos; pregados no tratamento primário, como a floculação, utilizada para a remoção de sólidos de menores dimensões. Para que (3) aumento de matéria orgânica disponível; esse processo ocorra, são adicionados ao tanque de decantação sais de alumínio ou de ferro (mesmo princípio da floculação no tratamento da água de abastecimento). 3. Descreva os processos envolvidos no tratamento secundário do esgoto, apontando suas finalidades. (4) diminuição da quantidade de oxigênio disponível na água; (5) morte dos seres aeróbios. Sequência: (3), (2), (4), (5) e (1). Com o lançamento de grande quantidade de esgoto com resíduos orgânicos, ocorre aumento Os alunos deverão apresentar uma síntese das aulas e de suas da matéria orgânica disponível (3) e proliferação intensa de micro- pesquisas. O principal é que percebam que essa etapa tem a -organismos (2). A destruição desse material orgânico consome função de remover, por meio de transformações químicas, a oxigênio, o que causa redução na quantidade de oxigênio disponí- matéria orgânica em suspensão na água que não foi removida vel (4), morte de seres aquáticos (5) e proliferação de seres anaeró- nos tratamentos anteriores. Essas transformações necessitam bicos (1), que não necessitam de oxigênio para se manter vivos. da presença de micro-organismos. A degradação das substâncias orgânicas pode se dar por um processo aeróbio ou anaeróbio. Caso você, professor, tenha apresentado as equações químicas em sala de aula, os alunos podem escrevê-las. 4. Apresente alguns dos processos que fazem parte do tratamento terciário do esgoto, de 90 2. Três afirmações foram feitas sobre a consequência do despejo de esgotos sem tratamento em rios e lagoas: I. A quantidade de nutrientes orgânicos diminui. Química – 3a série – Volume 2 II. A taxa de fosfato e nitrato dos rios e lagoas aumenta. c) II e III estão corretas. d) apenas I está correta. III. As águas podem ser contaminadas por organismos patogênicos. Dessas afirmações: e) as três estão corretas. b) I e III estão corretas. Para que os alunos possam aplicar os conceitos construídos e conhecer suas próprias realidades, pode-se propor a realização de algumas tarefas, como as descritas a seguir. Desafio! 2. Esgotos e DBO a) I e II estão corretas. A partir de uma visita a uma estação de tratamento de esgoto e seguindo as orientações de seu professor, selecione uma das situações apresentadas e faça o que se pede. 1. Conhecendo o saneamento básico na cidade Procure conhecer a situação de sua cidade com relação aos seguintes aspectos: f quantidade de domicílios atendidos pela rede coletora; f condições de descarte do esgoto coletado; f existência de estação de tratamento e processos utilizados. Procure relacionar o lançamento de esgotos domésticos tratados e não tratados com a demanda bioquímica de oxigênio (DBO). Em caso de dúvida, veja o Caderno do Aluno da 2a série, volume 1. Se existem rios em sua região, procure coletar dados referentes a eles. Você pode elaborar esquemas e gráficos que representem a variação da concentração de oxigênio dissolvido na água do rio desde o lançamento do esgoto até diferentes regiões mais afastadas desse ponto. Elabore um painel com o tema “Morte e vida de um rio”, mostrando como um rio pode morrer e como poderia se autodepurar ou, metaforicamente, renascer. Espera-se que os alunos correlacionem o lançamento de esgotos em um corpo d’água com o consumo de oxigênio Elabore um relatório para apresentar à classe. dissolvido nessas águas, mencionando que a remoção de substâncias orgânicas pelo tratamento do esgoto diminuirá a DBO. Os gráficos podem ser semelhantes às Figuras 16 a 18. 91 © Claudio Ripinskas/R2 Criações © Claudio Ripinskas/R2 Criações Figura 16. Variação da concentração de oxigênio dissolvido e da quantidade de matéria orgânica em águas com o tempo. DE ÁGUA Cs – Concentração máxima de O2 (g) em água nas condições ambientais. Co – Concentração de O 2 (g) na água. © Claudio Ripinskas/R2 Criações Figura 17. Variação da concentração de oxigênio em um curso de água ao longo do percurso, com o lançamento de esgoto doméstico. Figura 18. Comparação da variação da concentração de oxigênio em um curso de água com o lançamento de esgoto tratado e não tratado. 92 Química – 3a série – Volume 2 Grade de avaliação da atividade 2 Espera-se que os alunos reconheçam a importância do tratamento e as etapas de separação do esgoto, que devem ser pesquisadas e discutidas nas aulas dialogadas. É interessante salientar a identificação de materiais poluentes, principalmente os que contêm íons fosfato, responsáveis pelo crescimento excessivo de algas em reservatórios e rios. Outro fator importante é a DBO, que relaciona a quantidade de oxigênio dissolvido na água com a preservação da vida aquática e a presença de micro-organismos patogênicos. Rios sem espumas – Resolução Conama determina redução de fósforo de sabão e detergente Atividade 3 – A presença de íons fosfato na água Nesta atividade, pretende-se que os alunos conheçam alguns dos problemas de poluição causados pelo aumento da quantidade de íons fosfato nas águas, o que pode causar a eutrofização de lagos, mananciais e rios. A presença de fosfatos nas águas pode decorrer da decomposição de substâncias orgânicas que contêm fósforo, de adubos e de detergentes para lavagem de roupas (sabão em pó). Uma sugestão é iniciar com a leitura do texto a seguir. vegação. “A Resolução vai impedir que ocorram, por exemplo, problemas como o que vimos em São Paulo, em 2003”, disse o diretor do Conama, Os fabricantes de sabões e detergentes em pó Nilo Diniz, ao lembrar a espuma que se formou no terão três anos para reduzir em 1,5% a concen- Rio Tietê e invadiu a cidade de Pirapora do Bom tração de fósforo na fórmula de seus produtos. Jesus, em decorrência da grande concentração de A medida, aprovada no Conama – Conselho poluentes na água. Nacional do Meio Ambiente, no dia 29/03/2005, visa reduzir a quantidade dessa substância nos O fósforo (bem como o nitrogênio), encon- rios brasileiros, de uma média de 64 toneladas trado nos agrotóxicos e nas fezes despejados por dia para 46 toneladas por dia, para melho- sem tratamento nos rios pelos esgotos domés- rar a qualidade da água. [...] ticos, é um dos principais responsáveis pela poluição dos rios brasileiros. A redução do fósfo- O fósforo limita os processos ecológicos. Em ro nas fórmulas de sabões e detergentes em pó é excesso, pode levar à eutrofização, ou seja, provo- um primeiro passo no sentido de minimizar os ca o enriquecimento da água com nutrientes que efeitos dessa poluição. [...] favorecem a proliferação de algas tóxicas. Além de servir de criadouros para vetores de doenças, dar gosto ruim e mudar a coloração da água, essas plantas afetam turbinas, hélices de motores e a na- Fonte: Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/informma/item/2471-resolu cao-determina-reducao-do-fosforo-no-sabao-em-po>. Acesso em: 18 nov. 2013. 93 Para o entendimento do texto, você pode pedir aos alunos que sublinhem as palavras cujo significado não conhecem e discutam-nas em classe. As questões a seguir servem para guiar a leitura e a compreensão do texto. so podem afetar turbinas e hélices de motores e atrapalhar a navegação. 6. Quais são as possíveis fontes do elemento nitrogênio nas águas? Agrotóxicos e fezes. Questões para análise do texto 7. O que é eutrofização? 1. Quais são as principais fontes de compostos de fósforo nos rios brasileiros? Processo em que a água é enriquecida com nutrientes que favorecem a proliferação de algas. Os agrotóxicos e as fezes despejados nos rios pelos esgotos domésticos sem tratamento. Os detergentes também contribuem para o aumento da quantidade de fósforo nas águas. 2. Qual é a quantidade do elemento fósforo lançada nos rios brasileiros anualmente? 8. Escreva o nome e a fórmula da substância que contém fósforo, geralmente utilizada nos detergentes empregados para lavar roupa. Tripolifosfato de sódio. O 64 toneladas/dia · 365 dias = 23 360 toneladas. ONa 3. Qual é a medida proposta pelo Conama visando controlar o lançamento de fósforo nos rios? Redução da concentração de fósforo em 1,5% na fórmula dos sabões e detergentes em pó. 4. Qual é a porcentagem de redução do elemento fósforo esperada com a adoção da medida? Redução de 64 toneladas para 46 toneladas/dia. Em um ano, redução de 23 360 toneladas para 16 790 toneladas. 5. Que efeitos o elemento fósforo pode causar nas águas? O fósforo em excesso pode levar à eutrofização. Além de servir de criadouros para vetores de doenças, dar gosto ruim e mudar a coloração da água, as algas originadas nesse proces5P3O10 (aq) + 2 H2O (l) 94 P O O ONa P O O ONa P ONa ONa Você pode sugerir aos alunos que, individualmente ou em duplas, leiam o texto e respondam às questões propostas para entendimento, discutindo-as em seguida. Deve informá-los de que os fosfatos são adicionados aos detergentes em pó com o objetivo de reagir com os íons responsáveis pela dureza das águas – como o Ca2+ e o Mg2+ –, facilitando a ação de limpeza, e que o elemento fósforo está presente nas águas na forma de fosfatos (PO43-). O excesso de tripolifosfato proveniente das águas de lavagem alcança os corpos d’água, reagindo lentamente com a água e formando íons fosfato, como é mostrado na equação: 3 PO43- (aq) + 4 H+ (aq) Química – 3a série – Volume 2 Aproveitando ainda o texto, pode-se pedir aos alunos que procurem explicar a última frase: “A redução do fósforo nas fórmulas de sabões e detergentes em pó é um primeiro passo no sentido de minimizar os efeitos dessa poluição [dos rios]”. Pode-se ainda questionar o que acontece com as substâncias orgânicas presentes nesses materiais quando alcançam as águas de rios, relembrando a decomposição da matéria orgânica. Para ampliar os conhecimentos dos alunos, pode-se sugerir que busquem informações sobre a substituição do fosfato nos sabões e detergentes em pó por outras substâncias menos agressivas. Grade de avaliação da atividade 3 Espera-se que os alunos, ao discutirem a parte final do texto, apontem que a redução da quantidade de fosfato é um primeiro passo, mas que não resolverá o problema de poluição das águas por esse material, pois sua carga nos detergentes não foi totalmente eliminada, além do fato de que há outras fontes introdutoras de fosfato nas águas, como os fertilizantes e os esgotos domésticos – mesmo quando tratados. Espera-se, ainda, que os alunos mencionem que a eutrofização também é causada pelos nitratos presentes nas águas provenientes da decomposição das substâncias orgânicas advindas de esgotos domésticos e de fertilizantes. Atividade 4 – Outros aspectos da poluição das águas: sugestões de temas para estudo A poluição das águas é um tema bastante amplo, não se esgotando nas sugestões apresentadas nas Situações de Aprendizagem anteriores. Assim, pode-se solicitar que os alunos complementem os estudos por meio de pesquisas. Para ampliar seus conhecimentos sobre a poluição das águas, são sugeridos alguns temas para que você procure informações e discuta com seus colegas. Seguindo as orientações de seu professor, prepare um trabalho escrito sobre um dos temas sugeridos a seguir. Você pode, também, sugerir outro tema relacionado ao estudo da poluição das águas que você gostaria de estudar. Consulte seu professor sobre a conveniência de pesquisar tal tema. Temas sugeridos: f Contaminação das águas por defensivos agrícolas. f Contaminação das águas por metais pesados. f Derramamento de petróleo nos mares. ²JNQPSUBOUFRVFPBMVOPFMBCPSFVNUFYUPQSØQSJPTPCSFP tema escolhido. Pode-se orientá-lo a, primeiro, caracterizar o contaminante que pesquisou e, em seguida, descrever seus principais danos e possíveis medidas para minimizá-los. 95 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7 PERTURBAÇÕES NA BIOSFERA Muitos são os impactos causados por atividades humanas na biosfera. Nesta Situação de Aprendizagem, optou-se por discutir as perturbações causadas pelo uso de pesticidas e pelo acúmulo de plásticos no meio ambiente. Conteúdos e temas: bioacumulação de pesticidas (DDT); síntese do DDT; pesticidas organofosforados e carbamatos; diferentes plásticos: PET, PEAD, PVC, PEBD, PS e outros. Competências e habilidades: reconhecer o DDT como agente poluidor da biosfera; aplicar conceitos de concentração em ppm, de solubilidade, de estrutura molecular e de equilíbrio químico para entender a bioacumulação de pesticidas ao longo da cadeia alimentar e a síntese do DDT; aplicar conceitos de densidade e de concentração para elaborar um procedimento visando à identificação e à separação de plásticos para a reciclagem; reconhecer plásticos como lixo sólido poluente. Sugestão de estratégias de ensino: análise de esquemas e tabelas; aulas expositivo-dialogadas; entrevistas; pesquisas; discussões; planejamento de prática experimental. Sugestão de recursos: livros; materiais de outras séries. Sugestão de avaliação: apresentação da proposta experimental; tarefa solicitada; participação; apresentação de material solicitado. Atividade 1 – Pesticidas e bioacumulação Nesta atividade, os alunos são convidados a aprofundar o estudo da bioacumulação do pesticida DDT, abordada no Caderno de Biologia da 1a série (volume 1). Eles aplicarão conhecimentos sobre equilíbrio químico e solubilidade em água para entender a produção do pesticida. Poderão também explicar a bioacumulação em seres vivos, relacionando a estrutura do DDT com sua alta solubilidade em gorduras e sua baixa solubilidade em água. A atividade permite também que utilizem conceitos já estudados em Biologia para julgar a importância 96 de fazer escolhas corretas de consumo e de conhecer Química para saber avaliar riscos ambientais e sociais. Como o tema já foi estudado em Biologia, fica a seu critério aprofundar os aspectos químicos e atitudinais aqui propostos. A problematização do estudo pode ser feita por meio de perguntas que busquem estabelecer conexões entre pesticidas e o que os alunos já conhecem: f O que significa dedetizar uma casa? (Provavelmente, os alunos responderão que é colocar veneno em uma casa para matar baratas, formigas e insetos.) Química – 3a série – Volume 2 Questões para a sala de aula 1. Observe a figura a seguir. Como se dá a bioacumulação do DDT nos diversos níveis tróficos? © Claudio Ripinskas/R2 Criações f Que tipo de veneno é utilizado no processo? (Provavelmente, eles não saberão ou talvez citem marcas de inseticidas existentes no mercado.) Lançamento aéreo de DDT para matar larvas de insetos que atacam as lavouras. A população de mergulhões diminuiu 97% em 10 anos. DDT/ppm 1. Água 2. Fitoplâncton e vegetais aquáticos 3. Peixes herbívoros 4. Peixes carnívoros 5. Mergulhões 0,00005 0,04 0,2 – 1,2 1–2 3 – 76 Figura 19. As plantas, ao absorverem nutrientes do meio, absorvem DDT, que é bioacumulativo. Os animais que se alimentam EFTTBT QMBOUBT JOHFSFN P %%5 OFMBT BDVNVMBEP 2VBOUP mais plantas forem ingeridas, mais DDT esses animais vão ingerir e acumular. Um animal carnívoro, ao se alimentar de animais herbívoros contaminados com DDT, ingerirá quantidades ainda maiores de DDT e o acumulará. Dessa maneira, a concentração de DDT aumenta a cada nível trófico. A figura também mostra que, na pulverização aérea do DDT, parte do produto destinado às plantações acaba caindo em outros locais. Por se tratar de sólido finamente dividido (pó), o pesticida permanece algum tempo no ar e, dependendo dos ventos, pode cair em locais inapropriados, como na água. 97 Em seguida, para se entender melhor a bioacumulação, pode se iniciar o estudo químico dos pesticidas por meio de aula expositivo-dialogada conduzida por algumas perguntas. 2. Você acha que, quando se fala em dedetizar uma residência, o pesticida a ser usado será o DDT? Talvez os alunos achem que sim. 3. Agora, leia a informação a seguir e responda novamente à questão 2: A Lei no 11.936, de 14 de maio de 2009, em seu art. 1o, proíbe, em todo o território nacional, a fabricação, a importação, a exportação, a manutenção em estoque, a comercialização e o uso do diclorodifeniltricloroetano (DDT). Em seu art. 2o, determina que todos os estoques de produtos contendo DDT, existentes no país à data de publicação desta lei, devem ser incinerados no prazo de 30 (trinta) dias, tomadas as devidas cautelas para impedir a poluição do ambiente e riscos para a saúde humana e animal. (Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ _Ato2007-2010/2009/Lei/L11936.htm>. Acesso em: 18 nov. 2013.) 98 ginou um verbo (dedetizar) que, até hoje, é utilizado para designar a aplicação de pesticida. Você pode então apresentar a fórmula estrutural do DDT (paradiclorodifeniltricloroetano) e discutir com os alunos a sua polaridade. Assim como o DDT, as moléculas de gordura apresentam baixa solubilidade em água. Com base nessa informação, procure explicar por que quanto maior o nível em que o organismo se situa na cadeia alimentar (nível trófico), maiores as concentrações de DDT que nele podem ser encontradas. Cl Cl — C — Cl Cl — —C— — Cl H Após concluírem que a molécula é pouco polarizada, os alunos poderão inferir que o DDT é bastante solúvel em gordura e pouco solúvel em água. Por isso, animais que se alimentam de plantas contaminadas com o DDT o bioacu- Espera-se que, após terem acesso a essa informação, os mulam em sua gordura. Um carnívoro, ao se alimentar de alunos respondam que o DDT não deve ser utilizado em animais herbívoros contaminados com DDT, ingerirá o DDT dedetizações domésticas, pelo menos no Brasil. Eles podem neles acumulado e também o bioacumulará. Dessa manei- ser informados de que esse pesticida foi utilizado durante ra, pode-se explicar a razão de as concentrações de DDT muito tempo para acabar com pragas em residências, em encontradas em animais que ocupam as posições mais altas hospitais e na agricultura. Por esse motivo, seu nome ori- da cadeia alimentar serem maiores. Química – 3a série – Volume 2 Neste momento, é importante explicitar que foram usados diversos conceitos aprendidos ao longo das aulas de Química para entender e explicar a reatividade e o comportamento de substâncias em diferentes situações. Os alunos deverão compreender que nem sempre são necessários saberes químicos muito sofisticados para fazer previsões e propor processos de transformação. Você pode então informá-los de que o DDT, no ambiente, sofre transformações na presença da luz solar, ocorrendo a formação do DDE. Certos organismos – inclusive o ser humano – conseguem metabolizar o DDT transformando-o em DDE, que é muito mais difícil de ser eliminado e é inócuo no combate a pragas (sua estrutura está baseada em uma unidade planar ( C=C ) que não permite a reação com as estruturas dos canais nervosos dos insetos). O DDT pode ser metabolizado em DDE e DDD (diclorodifenildicloroetano). Neste último, um átomo de cloro do carbono não aromático é substituído por hidrogênio. O DDD ainda é ativo como praguicida, pois sua estrutura é espiralada e semelhante à do DDT. Existem ainda outros metabólitos do DDT. Ainda não foi comprovado, mas estudos indicam que o DDE apresenta propriedades carcinogênicas. Cl H luz Cl — —C— — Cl C CCl2 + HCl CCl3 Cl DDT ou diclorodifeniltricloroetano ou paradiclorodifeniltricloroetano QRPHQFODWXUDR¿FLDO Para continuar o estudo, você pode fornecer informações sobre o DDT e solicitar aos alunos que avaliem se o seu uso foi positivo ou negativo. O que se pretende com esta atividade é permitir que eles percebam que, ao se optar pelo uso ou não uso de pesticidas, há custos e benefícios sociais, econômicos e ambientais. Ao final, podem-se deixar no ar as seguintes questões: É fácil julgar a proibição ou o emprego de determinado produto? Se você DDE ou diclorodifenildicloroetileno ou paradiclorodifenildicloroetileno QRPHQFODWXUD,XSDF tiver em sua casa uma praga (formigas ou baratas, por exemplo), o que fará? Espera-se que os alunos concordem que nem sempre é fácil tomar decisões proibitivas (mais difícil ainda é garantir seu cumprimento), que muitos efeitos nocivos somente são detectáveis a longo prazo e que nem sempre se sabe qual é esse prazo. Isso implica a permissão de uso e a comercialização de pesticidas que, com o tempo, podem se mostrar prejudiciais ao meio ambiente e aos seres vivos. 99 Desafio! A equação a seguir descreve a obtenção do DDT. Lembre que a dupla seta (duas seCl – missetas) indica que se trata de transformação em equilíbrio químico dinâmico. HO –H Cl – calor CH – CCl3 + Cl – HO –H clorobenzeno CH – CCl3 + 2H2O H2SO4 Cl – cloral hidratado ou 2,2,2-tricloro-1-1-etanodiol Os dados da tabela informam que o DDT e o clorobenzeno são praticamente insolúveis em água. Considerando essa informação e as outras propriedades das subs- DDT ou paradiclorodifeniltricloroetano tâncias envolvidas na obtenção do DDT, o que se pode fazer para separar o DDT das outras espécies que coexistem no equilíbrio químico descrito? Substância TF (oC) TE a 1 atm (oC) Densidade a 25 ºC (g · cm3) Clorobenzeno – 45 131 1,11 Muito pouco solúvel em água DDT 106,5 260 1,60 Solúvel em clorobenzeno, muito pouco solúvel em água Água 0 100 1,00 Muito pouco solúvel em clorobenzeno Cloral hidratado 57 98 1,91 Muito solúvel em água Ácido sulfúrico 10,3 337 1,83 Muito solúvel em água Solubilidade a 25 oC Tabela 26. O DDT está solubilizado no clorobenzeno e as demais Industrialmente, a fase orgânica é lavada várias vezes e a substâncias (ácido sulfúrico e cloral hidratado) estão solu- destilação do clorobenzeno é feita por arraste a vapor. bilizadas na água. Pode-se adicionar mais água para separar melhor as duas fases líquidas imiscíveis entre si: a camada su- Tomando posição perior, a aquosa, pois apresenta menor densidade, contém principalmente a água, o ácido sulfúrico e o cloral hidratado; a outra fase é formada principalmente pelo DDT dissol- Leia as informações relativas ao DDT fornecidas a seguir. vido no clorobenzeno. Após a separação das fases, a mistura clorobenzeno e DDT pode ser destilada, pois as substâncias apresentam temperaturas de ebulição bastante diferentes. 100 1. A síntese do DDT é simples e sua produção é barata. Química – 3a série – Volume 2 2. Quando seu uso foi iniciado, o DDT não apresentou efeitos em populações humanas, parecendo matar somente insetos. 3. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso de DDT para matar o mosquito-da-malária. 4. O DDT é bastante resistente no ambiente e sua degradação é muito lenta. Isso significa que, mesmo após a aplicação, continua agindo por ação residual, não necessitando de outras reaplicações durante um longo período. 5. O DDT bioacumula-se ao longo da cadeia alimentar. 9. Há países onde o uso do DDT é ilegal; alguns desses países, entretanto, são fabricantes e exportadores desse pesticida. 10.O DDT não foi banido em muitos países, principalmente nos subdesenvolvidos e tropicais, onde a incidência de malária, tifo e febre amarela é grande. 11.Sem o uso de agrotóxicos, a produção de alimentos requerida para suprir as necessidades humanas atuais está comprometida. 12.Reações alérgicas na pele, câncer no fígado e efeito mutagênico são consequências comprovadas do DDT em seres humanos. 6. Algumas populações de insetos tornaram-se resistentes ao DDT. Algumas espécies de moscas sofreram mutações, produzindo enzimas que catalisam a transformação do DDT em DDE (diclorodifenildicloroetileno). Levando em conta essas informações, você: 7. Ao longo do tempo, a eficácia de diversos pesticidas, entre eles o DDT, diminui. 2. Seria contra ou a favor da produção de DDT em seu país, caso o produto fosse destinado unicamente à exportação? 8. A pulverização por aviões faz que o pesticida permaneça no ar por determinado tempo e – dependendo das condições climáticas, da forma de aplicação, da altura em que é aplicado e da velocidade de pulverização – até 50% pode cair em outros locais, inclusive em corpos d’água. Os alunos poderão apresentar diferentes pontos de vista 1. Permitiria o uso de DDT para o combate à malária em países onde a incidência dessa doença é alta? com base nas informações relativas ao DDT. Essa atividade permite que os alunos debatam os prós e os contras do uso do DDT e que tomem uma posição. (Professor, caso você considere adequado, os alunos podem pesquisar mais sobre o assunto, procurando conhecer possíveis alternativas para o combate à malária.) 101 O DDT faz parte da classe de pesticidas chamados de organoclorados. Há outras classes de pesticidas: os organofosforados e os carbamatos. Para ampliar seus conhecimentos sobre pesticidas, procure informações sobre eles. Consulte seu professor sobre a conveniência de pesquisar tal tema. Utilize seu caderno ou uma folha avulsa. Os alunos deverão reconhecer que pesticidas da classe dos organofosforados e dos carbamatos, também solúveis em gorduras, dade de uma molécula de DDT para explicar sua solubilidade em gorduras e sua bioacumulação ao longo dos níveis tróficos. Deverão também saber explicar a relação entre sua baixa solubilidade em água e sua persistência em ambientes abertos e em organismos vivos. É desejável ainda que se conscientizem de que podem aplicar conhecimentos que já possuem para entender problemas ambientais e para avaliar os riscos da utilização de pesticidas. não se bioacumulam, pois se decompõem mais rapidamente que os organoclorados. Por serem pouco solúveis em água, os organofosforados acabam por ficar nos locais onde caíram ao ser aplicados (apresentam pequena mobilidade, o que é uma vantagem), Atividade 2 – Uso e reconhecimento de plásticos sendo pouco carregados para lençóis freáticos, rios, lagoas e mares. Por outro lado, são inseticidas muito agressivos, que exigem vários cuidados durante sua aplicação e nos períodos em que se mantêm ativos, o que ocasiona desequilíbrios ecológicos agudos. Grade de avaliação da atividade 1 Os alunos deverão saber analisar a polari- Governo pretende reduzir uso de sacolas plásticas Nesta atividade, os alunos deverão refletir sobre o problema da poluição causada por plásticos. Você pode iniciar a aula apresentando à turma, em uma roda de conversa, um artigo publicado em 22 de abril de 2013 acerca das discussões sobre o uso de sacolas plásticas, que envolveu vários segmentos da sociedade. há um consenso: indústria e comércio têm posições divergentes. Integrantes da sociedade civil organizada defendem, por sua vez, fór- O governo Dilma Rousseff deu início a discussões com a indústria, o comércio e entida- mulas que não gerem maiores custos aos consumidores. [...] des que representam os consumidores para 102 tentar frear o consumo de sacolas plásticas no Além da falta de um marco regulatório país. Devido à falta de uma legislação especí- nacional e da existência de leis estaduais e fica sobre o assunto, o Executivo busca obter municipais divergentes sobre o assunto, não há nesses debates subsídios para o “disciplina- estatísticas oficiais sobre a situação do setor de mento normativo” do uso sustentável do pro- sacolas plásticas no país. Segundo dados apre- duto. Pelo menos por ora, as reuniões não sentados pelos representantes da indústria no ocorrem em clima de embate. Mas tampouco grupo de trabalho, o número de unidades con- Química – 3a série – Volume 2 sumidas pela população brasileira em 2012 foi dro, o setor estima que o consumo chegaria a de aproximadamente 12 bilhões, ou 0,2% dos 16,5 bilhões de sacolas em 2015. A conta consi- resíduos sólidos do país. Em 2011, o consumo dera uma expectativa de crescimento de vendas teria sido de 13,2 bilhões de sacolas. de 2% ao ano. Em contraste, a Associação Brasileira Para neutralizar os argumentos das redes de Supermercados (Abras) estimou em varejistas, a indústria tem ponderado que as 13,9 bilhões de unidades o consumo de sacolas bases da discussão devem se dar a partir do plásticas no Brasil em 2011. Segundo relatos lema “reduzir, reutilizar e reciclar”. O setor de participantes dos encontros, alguns repre- produtivo argumenta que o problema é o des- sentantes do comércio chegaram a defender o carte inadequado, acrescentando que o desafio fim da distribuição gratuita das sacolas plás- do país é criar as normas técnicas necessárias ticas. Representantes de redes varejistas argu- ao aumento da capacidade de transporte des- mentaram que as sacolas produzidas no Brasil sas embalagens. A ideia é que os clientes do são mais caras que as importadas. Ressaltaram comércio varejista não precisem usar mais de também que os consumidores precisam se uma sacola para carregar os produtos adquiri- conscientizar que usar sacolas plásticas de dos, iniciativa que reduziria o desperdício. Para material não reciclado para embalar lixo repre- a indústria, as sacolas reutilizáveis feitas de senta um desperdício. Integrantes do colegiado pano são menos higiênicas para o transporte relataram ainda que, segundo os representantes de alimentos, argumento refutado pelos comer- do comércio, a simples cobrança pelas sacolas ciantes e ambientalistas. mudaria os hábitos de consumo no Brasil. A indústria de embalagens plásticas fle“O primeiro passo é a conscientização”, xíveis argumenta ainda que a produção de disse ao Valor Adriano Manoel dos Santos, sacolas consome menos energia que a de emba- diretor da Abras e coordenador do comitê de lagens de alumínio, aço e vidro, além de não sustentabilidade da entidade. “A Abras é a produzir desmatamento. Os industriais susten- favor de uma distribuição que não prejudique tam que as sacolas plásticas são “inertes”. Ou o meio ambiente, mas não é a favor de abolir seja: só acabam em locais indevidos e prejudi- as sacolas.” cam o meio ambiente se o descarte for inadequado. Além disso, alertam os porta-vozes do Um acordo fechado entre a Abras e o setor produtivo no grupo de trabalho, o even- Ministério do Meio Ambiente busca a redução tual banimento das sacolas plásticas eliminaria do consumo de sacolas plásticas em até 40% uma cadeia importante da indústria nacional. entre 2010 e 2015. Em 2010, tal consumo nos supermercados foi de 14,9 bilhões de unidades. “É interessante a gente ter a possibilidade de Sem medida alguma para atenuar esse qua- discutir um marco legal”, ponderou Wanderley 103 Baptista, especialista de política e indústria da de sacolas sem custos adicionais aos consumi- Gerência de Meio Ambiente da Confederação dores, proibir o seu fornecimento por estabele- Nacional da Indústria (CNI), lembrando que cimentos comerciais ou substituir esse tipo de hoje há leis diferentes em Estados e municípios embalagem por produtos ecológicos. sobre o assunto. “Isso cria uma insegurança para a indústria.” Enquanto isso, as entidades de defesa dos direitos dos consumidores acompanham a Todos os lados envolvidos citam a Política pauta com o objetivo de evitar maiores pre- Nacional de Resíduos Sólidos como um avanço juízos ao usuário final. Segundo João Paulo na chamada “logística reversa” do lixo produ- Amaral, pesquisador do Instituto Brasileiro de zido no país. Mesmo assim, a destinação desse Defesa do Consumidor (Idec), a cobrança pelo tipo de embalagem continua sendo uma preo- uso de sacolas nos supermercados não fere a cupação do Ministério do Meio Ambiente. legislação. Por outro lado, essa cobrança pre- A pasta considera a sacola plástica um pro- cisa ser devidamente divulgada e os clientes blema por seu papel como “fator agravador não podem ser surpreendidos ao chegarem aos de enchentes”, na morte de animais aquáticos, caixas. Uma proposta interessante, diz Amaral, na poluição visual das cidades e por dificultar é a concessão de descontos aos clientes que não a degradação de resíduos úmidos e orgânicos demandarem as sacolas na hora de embalar as descartados pela população. suas compras. “O que deve ser considerado no grupo de trabalho é um modelo de cobrança O Congresso também debate o assunto. Tramitam na Câmara e no Senado diversos projetos que buscam assegurar a distribuição A conversa pode ser desencadeada pelas perguntas: f Qual é a importância dessas discussões? Há consenso sobre a não utilização de sacolas plásticas como embalagens em estabelecimentos comerciais? Quais soluções os diferentes segmentos que participam das discussões apresentam para o problema? Qual delas você acha mais viável? 104 justo”, disse o pesquisador do Idec. EXMAN, Fernando. Governo pretende reduzir uso de sacolas plásticas. Valor Econômico, 22 abr. 2013. Provavelmente os alunos vão dizer que essa discussão é importante porque o plástico polui o ambiente. Alguns talvez arrisquem dizer que o plástico não é biodegradável. Sugere-se um exame mais minucioso das respostas que utilizam palavras-chave, pois estas, muitas vezes, são dadas sem que haja uma real compreensão por parte dos alunos. Deve ficar claro que ainda não há consenso sobre a retirada das sacolas plásticas de circulação. Pode-se ressaltar o alto consumo Química – 3a série – Volume 2 de sacolas plásticas no Brasil e chamar a atenção para as diferentes soluções apontadas: uso de sacolas de pano, fabricação de sacolas que comportem maior volume de produtos, descontos para clientes que levem suas próprias embalagens, substituição da matéria-prima utilizada nas sacolas etc. Os alunos devem perceber que todas as soluções vão gerar desconforto para um ou mais segmentos da cadeia produtiva. Poucos alunos terão uma ideia do volume contido em 1 671 m3, mas todos, certamente, já viram uma caixa-d’água com capacidade de 1 000 L, que corresponde a 1 m3. Logo, 1 671 m3 corresponderão a 1 671 caixas-d’água com capacidade de 1 000 L cheias de plásticos que levarão mais de 100 anos para ser degradados. No final de um ano, esse número chega a 609 915 caixas-d’água (de 1 000 L) cheias de plásticos (1 671 caixas-d’água de 1 000 L · 365 dias). Considerando agora que uma piscina olímpica (de 50 m de comprimento) tem ca- Questões para a sala de aula pacidade de 2 500 m3 de água, a quantidade de plásticos jogados no lixo por ano, somente na cidade de São Paulo, 1. O plástico representa em média 18% do lixo total, e a cidade de São Paulo gerou, em 2006, cerca de 13 mil toneladas de lixo domiciliar e comercial por dia (além de lixo industrial, resíduos de construção, lixo de estabelecimentos de saúde, lixo tecnológico e outros), o que significa 2340 toneladas de plástico, que demorarão mais de 100 anos para se degradar. A densidade dos plásticos gira entre 0,9 e 1,4 g · cm3. Calcule o volume mínimo, em metro cúbico, que essa massa de plástico pode representar nos lixões e aterros. Para calcular o volume mínimo que o plástico pode representar, usa-se o maior valor da densidade, ou seja, 1,4 g · cm3. Como a massa de plástico é de 2 340 toneladas e a densidade corresponde a aproximadamente 244 piscinas olímpicas cheias de plásticos. Continuando o estudo, você pode arrazoar: f Os plásticos, se misturados ao lixo orgânico, vão para lixões, aterros sanitários ou aterros controlados e podem levar, no mínimo, 30 anos (podendo chegar a 450 anos) para se degradar. Por quanto tempo conseguiremos dispor de espaços para aterros e lixões? Muitos dos plásticos acabam indo para rios, lagos e mares. Você pode também informar os alunos sobre o tempo de degradação de alguns plásticos: é dada em g · cm3, pode-se transformar tonelada em grama: 1 t = 106 g O volume correspondente a essa massa é: 7mínimo = 2340 106 g 1,4 g cm3 = 1671 106 cm3 = 1671 m3 f garrafas PET, sacos e sacolas plásticas: mais de 100 anos; f outros plásticos: até 450 anos; 105 f pneus, isopor e esponjas: tempo indeterminado. 2. Os plásticos, quando separados, podem ser reciclados ou incinerados. O lixo hospitalar deve ser incinerado. Alguns tipos de plástico, como polietileno tereftalato (PET), polietileno de alta densidade (PEAD), polietileno de baixa densidade (PEBD), policloreto de vinila (PVC), polipropileno (PP) e poliestireno (PS), podem ser reciclados. Quais são as vantagens e as desvantagens da incineração? Há quem defenda a incineração. Ela diminui o volume de lixo e pode ser usada como fonte de energia, mas também libera água e manutenção de autoclavesa)? E qual é o custo ambiental da queima do material plástico? É importante que os alunos percebam que não é necessário haver consenso, mas que as opiniões expressas devem ser fundamentadas e consistentes. Nem sempre a melhor solução para determinada população é a melhor para outra. Por exemplo: em uma situação de calamidade pública (após furacões, terremotos, maremotos etc.), seria possível a esterilização de seringas? Uma informação: o vírus da hepatite C só pode ser eliminado em autoclave; uma simples fervura não o inviabiliza. o gás CO2, que, como já foi estudado, contribui para a intensificação do efeito estufa e da acidez de chuvas. Gases tóxicos também são liberados pela queima de alguns plásticos, DPNPP17$RVFBPTFSRVFJNBEPMJCFSBEJPYJOBTTVCTUÉOcias tidas como mutagênicas, além do cloreto de hidrogênio Em outra etapa, os alunos deverão propor um procedimento experimental que permita a separação de plásticos de acordo com suas densidades específicas. (HCl), um gás corrosivo. Lixo hospitalar, entretanto, deve ser incinerado. As seguintes questões podem ser debatidas com a turma: f Vocês defendem a utilização de material descartável para uso hospitalar, como seringas, bolsas para sangue e para soro, luvas cirúrgicas? Quais materiais são, na sua opinião, absolutamente indispensáveis? Cirurgiões usam instrumentos (separadores, pinças etc.) de plástico? Esses instrumentos podem ser esterilizados? Qual é o custo financeiro dessa esterilização (aquecimento, a 106 O pré-laboratório pode ser assim conduzido: f Que tipos de plástico vocês conhecem? Provavelmente, vão aparecer respostas como: sacos de lixo, garrafas PET, canos de PVC etc. Os alunos serão informados de que, para reciclar plásticos, é preciso separá-los com base no polímero de origem. Logo, para que plásticos provenientes de lixos domésticos possam ser reciclados, eles devem ser separados. Quanto melhor a separação e a limpeza, maior será seu reaproveitamento. Contudo, Autoclave é um equipamento que utiliza vapor a alta pressão e alta temperatura para esterilização. Química – 3a série – Volume 2 Com essas informações os alunos deverão propor um procedimento experimental que permita a separação de plásticos produzidos com diferentes materiais: polipropileno (PP), polietileno de alta densidade (PEAD), poliestireno (PS) e polietileno tereftalato (PET). Embalagens de margarina são normalmente de PP (está escrito no fundo da embalagem); copinhos descartáveis são feitos de PS; garrafas de refrigerantes de 2 litros são de PET; e embalagens de iogurte líquido são geralmente de PEAD. Nessa etapa do Ensino Médio, espera-se que os alunos já consigam utilizar conceitos químicos para resolver problemas. Caso você ache que eles não são capazes de fazê-lo, pode ajudá-los, induzindo a discussão por meio de perguntas: O tempo de degradação de plásticos varia bastante: garrafas PET, sacos e sacolas plásticas levam, em geral, mais de 100 anos para se degradar; objetos feitos com isopor e esponjas plásticas não têm tempo determinado para se degradar. A reciclagem e a reutilização são alternativas para lixos plásticos. Para ser reciclados, os plásticos devem ser separados com base no polímero de origem. Muitas empresas de reciclagem trabalham apenas com resíduos industriais, pois estes apresentam qualidade garantida em relação à homogeneidade e à contaminação por outros plásticos ou materiais. Muitos materiais plásticos já apresentam, no rótulo ou no próprio artefato, o código internacional que indica o polímero usado ou o polímero preponderante. f O que acontece quando colocamos, em uma vasilha cheia de água, um material não solúvel em água, com densidadeb maior do que a dela? Caso os alunos não consigam responder à questão, você pode colocar um pedaço de cano de PVC em uma vasilha contendo água e perguntar: PEAD PEBD f Por que o pedaço de cano de PVC afundou? Figura 20. Código internacional para a identificação de plásticos. Espera-se que os alunos respondam que o cano afundou porque é mais denso do que a água. Como separar plásticos que não apresentem identificação? b © Claudio Ripinskas/R2 Criações essa separação tem-se mostrado problemática e tem restringido a reciclagem, pois muitos artefatos são fabricados com mais de um tipo de material, o que impossibilita sua separação. Deve ser lembrado que o conceito de densidade foi abordado na 1a série (volume 1), tendo sido sugerida uma atividade experimental. 107 Com base nas informações das tabelas a seguir, você deve, com seu grupo, propor um procedimento que permita a separação e a identificação de quatro tipos de plástico, formados por PET, PP, PEAD e PS. De acordo com as orientações de seu professor e com as condições materiais disponíveis, você e seu grupo poderão testar se o procedimento proposto permite a separação desses plásticos. Densidades de materiais plásticos a 25 oC Plástico Sigla PP PEBD PEAD Água PS PC PET PVC Densidade (g · cm–3) Nome Polipropileno Polietileno de baixa densidade Polietileno de alta densidade 0,900 – 0,910 0,910 – 0,930 0,940 – 0,960 1,000 1,040 – 1,080 1,200 1,220 – 1,400 1,220 – 1,400 Poliestireno Policarbonato Polietileno tereftalato Policloreto de vinila Tabela 27. Densidade de soluções a 25 oC Etanol C2H5OH (% em massa) 11 24 36 48 58 Densidade da solução aquosa de etanol (g · cm3) 0,98 0,96 0,94 0,92 0,90 Cloreto de sódio NaCl (% em massa) 4 8 12 16 20 Densidade da solução aquosa de cloreto de sódio (g · cm3) 1,025 1,054 1,083 1,114 1,145 Tabela 28. 108 Os alunos devem entregar uma cópia da proposta no final tenha uma densidade intermediária entre as deles, como uma da atividade para que o professor possa avaliar se eles conse- mistura de etanol e água. Para separar PET e PS, deve-se utilizar guem organizar e aplicar conhecimentos para resolver situa- um líquido cuja densidade seja um valor intermediário entre a ções-problema. Eles podem propor vários procedimentos. O desses dois plásticos, como uma solução de NaCl. importante é perceberem que têm de utilizar a diferença de Os alunos podem colocar as amostras de plástico em três re- densidade que os plásticos apresentam, colocando-os em lí- cipientes de vidro (com capacidade de 250 mL), contendo quidos de diferentes densidades em que não sejam solúveis. líquidos de diferentes densidades: Como há dois materiais que apresentam densidade menor do t3FDJQJFOUFDPMPDBSN-EFÈHVBEHrDN3); adi- que a da água (PP e PEAD), pode-se separá-los utilizando esse cionar as amostras dos quatro plásticos a ser identificados. líquido. Para diferenciá-los, deve-se escolher um líquido que Deverão flutuar somente aqueles que apresentarem densi- Química – 3a série – Volume 2 Para concluir o estudo, você pode questionar: dades menores do que a da água, ou seja, o PP e o PEAD. t3FDJQJFOUFDPMPDBSVNBTPMVÎÍPEFÈHVBFÈMDPPMDPOUFOdo uma quantidade de aproximadamente 38 a 48 g de álcool e água suficiente para que a massa total seja 100 g. A solução preparada apresentará uma densidade entre 0,92 g · cm3 e 0,94 g · cm3. Deverá flutuar somente o plástico cuja densidade é menor do que 0,92 g · cm3, ou seja, o PP. t 3FDJQJFOUF DPMPDBS VNB TPMVÎÍP BRVPTB EF DMPSFUP EF sódio, contendo entre 16 e 20 g de sal e água suficiente para f Todos os plásticos podem ser separados, com certeza, pelo método que você propôs? Por quê? Esse método é adequado para usinas de reciclagem? E em casa? É importante que as embalagens plásticas sejam codificadas com o tipo de material usado em sua composição? se obter uma massa de 100 g. A solução apresentará densidade entre 1,11 g · cm3 e 1,15 g · cm3. Colocar nessa solução os dois plásticos que afundaram na solução do recipiente 1. Deverá afundar somente o PET. Caso não se tenha uma balança, sugere-se ao professor que, aos poucos, coloque álcool no recipiente 1, deixando os alunos perceberem que, em determinado momento, o PEAD afundará. Nesse momento, pode-se apontar para os alunos que a densidade da solução deve ser menor do que a densidade do PEAD. Pode-se fazer o mesmo com o sal. Sugere-se preparar pelo menos 200 g de cada solução para que se possa Você pode comentar que plásticos feitos a partir de misturas de diferentes monômeros podem não ser eficientemente separados por métodos baseados na densidade. Os alunos devem entender também que nem sempre um método usado em laboratório é adequado para ser utilizado em grande escala. Pode-se ainda reforçar a importância da separação do lixo (limpo) para que possa ser reciclado e da existência de uma codificação internacional para os plásticos. observar melhor a flutuação. Os pedaços de plástico devem 1. Pesquise os monômeros de origem dos diferentes plásticos descritos e, no seu caderno, escreva as equações químicas que descrevem suas reações de polimerização. ser pequenos, porém, bem visíveis. Ao término da atividade, os grupos deverão apresentar suas propostas para que sejam discutidas pela classe. Nessa discussão, todos terão a oportunidade de se defrontar com diversas maneiras de solucionar problemas. PS PEAD e PEBD peróxidos n CH2 — CH2 n O2 , calor, pressão CH2 — CH2 n H HC C CH2 C n H H 17$ PP n HC CH3 CH2 cat. calor, pressão H H C C CH3 H n H 2C n CH Cl peróxidos H2C CH n Cl 109 PET O n O C n HO C HO O C C alta temperatura CH2 CH2 OH OH ácido tereftálico O H2O O CH2 CH2 O n etilenoglicol 2. Pesquise os aspectos visuais, algumas aplicações e o comportamento desses polímeros quanto à inflamabilidade. Anote os resultados da pesquisa no seu caderno. sua estrutura e suas aplicações. Analisando o comporta- Algumas propriedades podem auxiliar na identificação de Informações sobre os diferentes plásticos estão organiza- plásticos, assim como possibilitam compreender melhor das a seguir para subsidiar o trabalho do professor. mento do plástico, os alunos poderão verificar que a queima é uma alternativa para sua identificação, porém, se a intenção for a reciclagem, a queima está fora de questão. Propriedades, aplicações, estruturas e comportamentos de diferentes plásticos Tipo de plástico Aspecto visual Aplicações principais Comportamento quanto à inflamabilidade Estrutura PEAD Incolor, opaco Tampas, vasilhames, utilidades domésticas e frascos para produtos de limpeza 2VFJNBMFOUBDIBNBBNBSFMB com odor de vela CH2 CH2 PEBD Incolor, translúcido a opaco Sacos de lixo e embalagens flexíveis 2VFJNBMFOUBDIBNBBNarela, com odor forte de vela CH2 CH2 PP PS 17$ Incolor, opaco Incolor, transparente Incolor, transparente Autopeças (para-choques), potes 2VFJNBMFOUBDIBNBBNBSFla, com odor forte de vela Embalagens 2VFJNBSÈQJEBDIBNB amarelo-alaranjada, com odor duras, brinquedos, indústria eletroeletrônica1 de estireno 2VFJNBEJGÓDJMDPN Tubos e conexões, frascos carbonização e chama de água mineral amarelada, com toques verdes n H H C C H CH3 n H C C H H n CH Cl 110 n CH2 n Química – 3a série – Volume 2 PET Incolor, transparente a opaco Fibras têxteis, frascos de refrigerantes, mantas de impermeabilização 2VFJNBSB[PBWFMNFOUFSÈQJEB com chama amarela fuliginosa O C O O CH2 C O CH2 Tabela 29. 1 O poliestireno expandido, conhecido mundialmente pela marca Isopor®, é obtido pela polimerização do poliestireno por meio do emprego de um gás de expansão. Grade de avaliação da atividade 2 A avaliação dessa atividade pode ser feita pela correção dos exercícios e atividades realizados pelos alunos, pela participação deles nas discussões e, também, pela atenção e pela contribuição prestadas às propostas dos colegas. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8 CONTRIBUIÇÕES PARA A DIMINUIÇÃO DA POLUIÇÃO NO PLANETA Nesta Situação de Aprendizagem serão apresentadas algumas situações para que os alunos as avaliem e proponham intervenções solidárias que resultem em contribuições para a diminuição da poluição no planeta. Você poderá escolher, entre os temas e as sugestões a seguir, aqueles que considerar mais pertinentes e adequados à sua realidade escolar. Conteúdos e temas: tipos de poluição e intervenção do homem na natureza. Competências e habilidades: organizar conhecimentos e aplicá-los para avaliar situações-problema e propor ações que busquem minimizá-las ou solucioná-las. Sugestão de estratégias de ensino: trabalhos em grupo. Sugestão de recursos: livros; materiais de outras séries; internet. Sugestão de avaliação: apresentação da tarefa solicitada; participação; apresentação do material solicitado. 111 Pode-se solicitar aos alunos que busquem informações, em fontes diversas, sobre problemas de poluição já estudados e que, após uma rápida síntese, proponham possíveis alternativas para que eles sejam minorados ou solucionados. Posteriormente, as alternativas encontradas devem ser apresentadas para o restante da classe. Você deve orientar a pesquisa levando em conta a autonomia relativa à busca de informações que cada classe apresenta. Para alunos menos autônomos, podem ser sugeridos textos previamente selecionados nos livros didáticos e paradidáticos disponíveis, em páginas da internet, em periódicos e até mesmo em anotações de aulas de séries anteriores. A pesquisa pode também ser mais bem orientada por meio de perguntas. Os relatos devem ser objetivos, para que se prestem ao papel de sintetizadores de informações. A socialização dos dados também poderá ser feita por meio de cartazes ou pela construção de página na internet ou de blog, em que cada equipe publica suas ideias e as coloca em discussão. váveis da atual intensificação do efeito estufa? Há consenso sobre as relações entre o aquecimento global e a emissão de gases estufa? O que se pode fazer, individual ou coletivamente, para reverter esse quadro? (Consultar a Agenda 21, o Protocolo de Kyoto e artigos com opiniões diferentes sobre o aquecimento global.) f O que é a camada de ozônio na estratosfera? Qual é sua importância? Quais são as prováveis causas para a sua destruição? Quais são os efeitos da diminuição dessa camada para a saúde dos seres vivos? O que se pode fazer para minimizar esses efeitos? f O que é a chuva ácida? Quais são as causas e os efeitos no meio ambiente do aumento da acidez da chuva? O que se pode fazer para reduzir a acidez das chuvas? Os termos sugeridos são facilmente encontrados em livros didáticos e na internet. As soluções ou ações para tentar re- Seguindo as orientações de seu professor, selecione uma das situações apresentadas a seguir para procurar informações e respostas. 1 – Poluição atmosférica: causas, efeitos e intervenções sociais 112 solver ou minimizar os problemas nem sempre constam nos livros didáticos, mas é sempre possível encontrar material na internet. As soluções que os alunos apresentarem poderão ser discutidas em sala de aula. 2 – Pesticidas f O que é o smog fotoquímico e o que podemos fazer para diminuir esse problema nas grandes cidades? Pesquise no que consistem as ações descritas a seguir e avalie vantagens e desvantagens de seus usos como substitutos à utilização de pesticidas sintéticos. f O que é o efeito estufa? Poderia haver vida na Terra sem ele? Quais são as causas pro- f Substituição de adubo químico por adubação orgânica. (Dica para o professor: Química – 3a série – Volume 2 você pode sugerir que os alunos relacionem a adubação orgânica com os ciclos do carbono e do nitrogênio anteriormente estudados.) f Uso de plantas atraentes, repelentes e companheiras e controle de pragas por substâncias sexo-atrativas. f Introdução de espécies predadoras de pragas, incluindo parasitas, e espécies patogênicas (discussão controversa, pois essa introdução pode causar desequilíbrios futuros). uma estimativa da porcentagem de materiais plásticos nesse lixo. Elabore propostas concretas para diminuir o volume de lixo. f Procure informações sobre os custos e benefícios da incineração e da deposição do lixo em aterros sanitários. Procure saber também quais são os problemas causados por lixões. f Discuta as vantagens da instalação de biodigestores em aterros sanitários. Ter informações sobre a quantidade de lixo do município e sobre sua destinação pode ser um importante instrumento de cidadania, pois a situação do município ou da região e as ações individuais e coletivas que buscam solucionar os possí- f Uso de sementes geneticamente modificadas, resistentes às pragas que normalmente ocorrem na região do cultivo (discussão controversa, pois essas plantas concorrem com as espécies nativas, podendo chegar a exterminá-las). Informações sobre pesticidas podem ser obtidas também mediante entrevistas com especialistas nos referidos assuntos. Os livros didáticos de Biologia podem conter informações úteis aos alunos. O objetivo dessa pesquisa é eles perceberem que há vantagens e desvantagens nas soluções propostas para os problemas ambientais, às vezes de natureza tecnocientífica, às vezes decorrentes de interesses de grupos. 3 – Lixo e poluição: o que se pode fazer f Busque informações sobre a quantidade anual de lixo produzida no seu município e sobre o local em que esse lixo é depositado ou incinerado. Procure conhecer a diferença entre aterro sanitário e lixão. Faça veis problemas podem ser discutidas em sala de aula. 4 – Poluição do Rio Tietê: analisando a situação atual e propondo soluções f Pesquise sobre as fontes de poluição do Rio Tietê, em vários municípios por onde passa, e discuta propostas de melhoria da qualidade da água, como o aumento da calha; a floculação; a fiscalização de despejo de esgotos clandestinos e de efluentes industriais não tratados; o aumento de estações de tratamento de esgoto etc. f Caso sua cidade seja cortada por um rio, discuta a viabilidade da implantação das propostas citadas em seu município. Como a comunidade poderia participar? Informações podem ser obtidas na internet, em órgãos responsáveis pelo tratamento de água, como a Cetesb, e nas Secretarias de Estado do Meio Ambiente. 113 Grade de avaliação da Situação de Aprendizagem 8 As concentrações de fósforo nas amostras 1 e 3 são iguais (0,014 mg L1). A concentração de fósforo na amostra 2 é de 0,125 mg L1 e está fora do limite previsto pela legislação. Levando em conta que esta é uma Situação de Aprendizagem de fechamento das aulas e que seu objetivo maior é permitir que os alunos apliquem conhecimentos construídos ao longo do ano para avaliar situações-problema e propor ações para solucioná-las, sugere-se que eles sejam avaliados de acordo com esses objetivos. Você deverá escolher os instrumentos de avaliação que achar mais adequados às atividades que optou por desenvolver. Para retomar com os alunos os assuntos abordados ao longo das últimas quatro Situações de Aprendizagem, podem-se utilizar os exercícios a seguir. 1. A quantidade máxima de fósforo (P) permitida em águas doces destinadas ao abastecimento para consumo humano é de 0,020 mg · L1. Considere os dados a seguir, relativos à análise de amostras de água de três reservatórios diferentes, e aponte quais das amostras obedecem à legislação para o fósforo. Amostra Volume da amostra (mL) Quantidade de fósforo (mg) 1 100 1,4 103 2 200 2,5 102 3 50 0,7 103 Tabela 30. 114 2. (Enem – 2008) A Lei Federal no 11.097/2005 dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira e fixa em 5%, em volume, o percentual mínimo obrigatório a ser adicionado ao óleo diesel vendido ao consumidor. De acordo com essa lei, o biocombustível é “derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil”. A introdução de biocombustíveis na matriz energética brasileira: a) colabora na redução dos efeitos da degradação ambiental global produzida pelo uso de combustíveis fósseis, como os derivados do petróleo. b) provoca uma redução de 5% na quantidade de carbono emitido pelos veículos automotores e colabora no controle do desmatamento. c) incentiva o setor econômico brasileiro a se adaptar ao uso de uma fonte de energia derivada de uma biomassa inesgotável. d) aponta para pequena possibilidade de expansão do uso de biocombustíveis, Química – 3a série – Volume 2 fixado, por lei, em 5% do consumo de derivados do petróleo. e) diversifica o uso de fontes alternativas de energia que reduzem os impactos da produção do etanol por meio da monocultura da cana-de-açúcar. 3. (Enem – 1998) Um dos índices de qualidade do ar diz respeito à concentração de monóxido de carbono (CO), pois esse gás pode causar vários danos à saúde. A tabela a seguir mostra a relação entre a qualidade do ar e a concentração de CO. Suponha que você tenha lido em um jornal que, na cidade de São Paulo, foi atingido um péssimo nível de qualidade do ar. Uma pessoa que estivesse nessa área poderia: a) não apresentar nenhum sintoma. b) ter sua capacidade visual alterada. c) apresentar fraqueza muscular e tontura. d) ficar inconsciente. e) morrer. Qualidade do ar Concentração de CO – ppm1 (média de 8 h) Inadequada 15 a 30 Péssima 30 a 40 Crítica Acima de 40 Tabela 31. ppm (parte por milhão) = 1 micrograma de CO por grama de ar (10–6 g) Para analisar os efeitos do CO sobre os seres humanos, dispõe-se dos seguintes dados: Concentração de CO (ppm) Sintomas em seres humanos 10 Nenhum 15 Diminuição da capacidade visual 60 Dor de cabeça 100 Tontura, fraqueza muscular 270 Inconsciência 800 Morte Tabela 32. © Hudson Calasans 1 4. (Comvest – Vestibular Unicamp – 1999) Em um aterro sanitário, o lixo urbano é enterrado e isolado da atmosfera por uma camada de argila, conforme vem esquematizado na figura a seguir. Nessas condições, micro-organismos decompõem o lixo proporcionando, entre outras coisas, o aparecimento de produtos gasosos. O gráfico a seguir ilustra a composição dos gases emanados em função do tempo. Figura 21. 115 © Hudson Calasans 4 Figura 22. a) Em que instante do processo a composição do gás coletado corresponde à do ar atmosférico? desses polímeros, utilizou o seguinte método de separação: jogou a mistura em um tanque contendo água (densidade = 1,00 g · cm3) separando, então, a fração que flutuou (fração A) daquela que foi ao fundo (fração B). A seguir, recolheu a fração B, secou-a e jogou-a em outro tanque contendo solução salina (densidade = = 1,10 g · cm3), separando o material que flutuou (fração C) daquele que afundou (fração D). Fórmula do polímero CH2 — CH2 n Densidade (g cm3) 0,91 – 0,98 (polietileno, PE) No instante zero e bem próximo a ele. CH — CH2 b) Em que intervalo de tempo prevalece a atividade microbiológica anaeróbica? Justifique. A atividade anaeróbica prevalece no intervalo de 1,2 a 10,5 n C 6H 5 (poliestireno, PS) porque a produção de CO2 e CH4 diminui bruscamente e a CH — CH2 produção de O2 e N2 recomeça. n Cl c) Se você quisesse aproveitar, como combustível, o gás emanado, qual seria o melhor intervalo de tempo para fazer isso? Justifique sua resposta e escreva a equação química da reação utilizada na obtenção de energia térmica. Tabela 33. As frações A, C e D eram, respectivamente: a) PE, PS e PVC. b) PS, PE e PVC. CH4(g) + 2 O2(g) A CO2(g) 2 H2O(g) energia. c) PVC, PS e PE. 5. (Fuvest – 1997) Em uma indústria um operário misturou, inadvertidamente, polietileno (PE), policloreto de vinila (PVC) e poliestireno (PS), limpos e moídos. Para recuperar cada um 116 1,35 – 1,42 (policloreto de vinila, PVC) O melhor intervalo de tempo seria entre 5 e 10, quando ocorre a maior produção de gás metano. A equação é: 1,04 – 1,06 d) PS, PVC e PE. e) PE, PVC e PS. Química – 3a série – Volume 2 PROPOSTAS DE SITUAÇÃO DE RECUPERAÇÃO Você pode pedir aos alunos que consultem seus cadernos ou outras fontes de pesquisa e, a partir disso, escrevam pequenos resumos orientados. A seguir, algumas questões que podem nortear esta atividade. 2. Quais os processos envolvidos no refino do petróleo? 5. Considere os grupos carboidratos, lipídios e proteínas. Para cada um deles, cite uma função orgânica que pode ser encontrada em suas estruturas. Dê cinco exemplos de alimentos em que possam ser encontrados, majoritariamente, cada um desses grupos. 3. Discuta a importância econômica da confirmação da descoberta de grande reserva de petróleo e gás na Bacia de Santos. 6. O que são isômeros? Dê dois exemplos de compostos isômeros. 4. Discuta por que a biomassa é uma fonte de combustíveis muito valorizada. Dê 7. Analise o ciclo do enxofre e das suas perturbações, usando o seguinte roteiro: H2S/SO2 /SO42 emissões vulcânicas SO42 compostos reduzidos S SO2 /SO42 spray marinho emissões biogênicas oceanos oceano SO42 deposição sedimento magma SO2 /SO42 compostos reduzidos S SO2 SO2 /SO42 combustíveis fósseis, vapores etc. emissões biogênicas costeiras chuva e outras decomposições Terra transporte oceano chuva compostos reduzidos S emissões biogênicas vegetais © Claudio Ripinskas/R2 Criações 1. Dê exemplos de derivados do petróleo e de derivados do carvão mineral. exemplos de alguns combustíveis provenientes da biomassa atualmente utilizados no Brasil e aponte os processos envolvidos em sua obtenção. deposição seca rios rochas sedimentares rochas ígneas Figura 23. Ciclo do enxofre. Adaptado de: GEPEQ (Grupo de Pesquisa em Educação Química). Interações e transformações: Química para o Ensino Médio, v. I: Guia do professor: elaborando conceitos sobre transformações químicas. São Paulo: Edusp, 1982. 117 a) Examinando a ilustração, identifique algumas das diferentes fontes de compostos de enxofre remetidos e depois removidos da atmosfera. b) Elabore um esquema que mostre que o dióxido de enxofre presente na atmosfera provém tanto da indústria quanto da oxidação de gases como o gás sulfídrico (H2S). c) Explique, por meio de equações químicas, a formação da chuva ácida a partir da combustão do enxofre e/ou da combustão do gás sulfídrico. d) O ácido sulfúrico pode interagir com o NH3, formando sulfato de amônio. Represente essa transformação por uma equação. Represente também por equação química a corrosão do mármore de fachadas de edifícios, causada pela chuva ácida. e) São lançados, anualmente, 130 milhões de toneladas de SO2 na atmosfera. Sabe-se que, na atmosfera, esse gás sofre interações, transformando-se em SO3 e, depois, em H2SO4. Quantas toneladas de ácido sulfúrico dissolvido na água da chuva são remetidas à superfície terrestre? 8. Refaça as questões propostas durante as aulas, explicando os erros cometidos por você anteriormente. Outra possibilidade de situação de recuperação envolve o livro Água hoje e sempre: consumo sustentável, publicado pela SEE-SP, em 2004, e disponível em todas as escolas. Nele há uma atividade, na página 179, que questiona por que o mar ou o rio não são capazes de absorver naturalmente o esgoto, sendo necessário o seu tratamento. Os alunos podem ser orientados a fazer a leitura do texto, elaborar uma síntese e responder às questões propostas. RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA Livros BAIRD, Colin. Química ambiental. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. Traz uma discussão sobre a Química e o ambiente, dando subsídios para a compreensão de temas atuais como o agravamento do efeito estufa, o gerenciamento de resíduos e o tratamento de águas subterrâneas e residuais, entre outros. 118 BOYD, R.; MORRISON, R. Química Orgânica. 6. ed. Lisboa: Calouste Gulbekian, s/d. O livro contém informações sobre compostos orgânicos, funções e reatividade em geral. CANTO, Eduardo L. Plástico: bem supérfluo ou mal necessário? São Paulo: Moderna, 1995. (Coleção Polêmica). Oferece a estudantes e leigos subsídios que possibilitam enten- Química – 3a série – Volume 2 der a polêmica a respeito do uso de materiais plásticos apesar de serem agentes poluidores. MARZZOCO, A.; TORRES, B. B. Bioquímica básica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Este livro apresenta um texto conciso que privilegia conceitos básicos de Bioquímica e as vias metabólicas principais. A leitura do livro na íntegra permite a construção de uma visão sistêmica da Bioquímica, que poderá servir de ponto de partida para que os professores desenvolvam estudos temáticos e interdisciplinares, projetos e atividades adaptadas para o nível médio. TOLENTINO, M.; ROCHA-FILHO, R. C.; SILVA, R. R. O azul do planeta: um retrato da atmosfera terrestre. 5. ed. São Paulo: Moderna, 1997. Elucida temas que estão diretamente relacionados com a poluição atmosférica, como a intensificação do efeito estufa, o aumento da acidez das chuvas, o depauperamento da camada de ozônio, a formação de ciclones, o efeito el niño, as neblinas químicas e as inversões térmicas, entre outros. USBERCO, J.; SALVADOR, E.; BENABOU, J. E. A composição dos alimentos. São Paulo: Saraiva, 2004. (Química no corpo humano). O livro discute a alimentação e o balanço energético, a composição dos diferentes alimentos e as substâncias essenciais na alimentação, considerando aspectos químicos, biológicos e sociais. WOLKE, R. L. O que Einstein disse a seu cozinheiro. Trad.: M. I. D. Estrada. Rio de Janei- ro: Jorge Zahar, 2005. v. 1. Esse livro contém mais de cem perguntas e respostas que podem ser consultadas independentemente e procuram explicar os conceitos científicos envolvidos na cozinha. Artigos de revista FIORUCCI, A. R.; SOARES, M. H. F. B.; CAVALHEIRO, E. T. G. Ácidos orgânicos: dos primórdios da química experimental à sua presença em nosso cotidiano. Química Nova na Escola, p. 6-10, 15 maio 2002. Esse trabalho evidencia a importância dos ácidos orgânicos no cotidiano, assim como a relação da descoberta de tais ácidos com o próprio desenvolvimento da Química. GUIMARÃES, José R.; NOUR, Edson A. A. Tratando nossos esgotos: processos que imitam a natureza. Caderno Temático de Química Nova na Escola, n. 1, p. 19-30, maio 2001. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org. br/online/cadernos/01/>. Acesso em: 19 nov. 2013. Esse caderno trata de Química Ambiental e traz outros artigos que podem interessar ao professor. MARIA, L. C. S. et al. Petróleo: um tema para o ensino de Química. Química Nova na Escola, p. 19-23, 15 maio 2002. O artigo traz um relato de como associar os tópicos de Química Orgânica às informações sobre petróleo, além de sugerir atividades experimentais. RODRIGUES, J. R. et al. Uma abordagem alternativa para o ensino da função álcool. 119 Química Nova na Escola, p. 20-23, 12 nov. 2000. Relato de uma experiência em sala de aula desenvolvida em uma 3a série do Ensino Médio, na qual o estudo da função álcool foi desencadeado pela discussão do alcoolismo. RODRIGUES, J. A. R. Recomendações da Iupac para a nomenclatura de moléculas orgânicas. Química Nova na Escola, p. 22-28, 13 maio 2001. As recomendações atuais da Iupac para a nomenclatura de moléculas orgânicas são apresentadas em formato condensado. VIEIRA, K. R. C. F.; BAZZO, W. A. Discussões acerca do aquecimento global: uma proposta CTS para abordar esse tema controverso em sala de aula. Ciência & Ensino, v. 1, número especial, nov. 2007. Disponível em: <http://prc.ifsp.edu.br/ojs/index.php/cien ciaeensino/issue/view/15>. Acesso em: 7 mar. 2014. Esse artigo apresenta sequência didática para discussão do aquecimento global. Sites Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada (Cepa). Apresenta informações sobre os combustíveis biomassa, petróleo e álcool. Disponível em: <http://www.cepa.if.usp.br/ 120 energia/energia1999/Grupo1B/ebiomassa. html>; <http://cepa.if.usp.br/energia/energia 1999/Grupo1A/origem.html> e <http://www. cepa.if.usp.br/energia/energia1999/Grupo1 B/talcooll.html>. Acessos em: 6 jan. 2014. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos. Informações sobre as variáveis de qualidade das águas. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/ agua/aguas-superficiais/125-variaveis-dequalidade-das-aguas-e-dos-sedimentos>. Acesso em: 19 nov. 2013. No site da Cetesb podem-se, ainda, encontrar amplas informações relativas à água, ao ar, aos solos, à tecnologia e ao saneamento e controle de qualidade ambiental. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br>. Acesso em: 19 nov. 2013. Petrobras. Apresenta informações sobre a Bacia de Santos, o Campo de Tupi e a camada pré-sal. Disponível em: <http://www. petrobras.com.br/pt/quem-somos/perfil/ati vidades/exploracao-producao-petroleo-gas/> e <http://www.petrobras.com.br/pt/energiae-tecnologia/fontes-de-energia/petroleo/pre sal>. Acessos em: 6 jan. 2014. Química – 3a série – Volume 2 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste Caderno, pretende-se que os alunos apliquem os conhecimentos adquiridos no decorrer das aulas para entender e avaliar os processos de obtenção e purificação do petróleo, do gás natural e de seus derivados; a utilização e a importância econômica desses materiais; a estrutura e a nomenclatura de hidrocarbonetos; e a isomeria em cadeias abertas e fechadas. A utilização indiscriminada desses materiais é uma das causas das mudanças e desequilíbrios ambientais atualmente em curso. É importante, portanto, que os alunos reconheçam a biomassa como fonte de energia alternativa. Espera-se que eles sejam capazes de identificar as funções orgânicas presentes nos diferentes grupos de alimentos. Nosso intuito é que as atividades os capacitem e os incentivem a intervir e contribuir para um desenvolvimento sustentável, levando em conta a qualidade de vida e a sobrevivência das espécies a longo prazo. Espera-se formar alunos que saibam fazer escolhas de consumo mais conscientes, que se disponham a intervir em suas comunidades, que saibam avaliar decisões tomadas por instâncias superiores e que saibam expor e defender seus pontos de vista de maneira consistente, usando conhecimentos químicos. Propõe-se uma reflexão sobre o que pode ser feito individualmente ou em comunidade e o que depende de decisões de instâncias maiores (governos municipais, estaduais, federal e entre os países do mundo), na esperança de que os alunos possam defender suas posições, buscar maneiras de ser ouvidos, enfim, atuarem como cidadãos do mundo. 121 Volume 1 QUADRO DE CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO 122 1a série 2a série 3a série Transformações químicas no dia a dia: evidências; tempo envolvido; energia envolvida; revertibilidade Descrição das transformações em diferentes linguagens e representações Diferentes intervalos de tempo para a ocorrência das transformações Reações endotérmicas e exotérmicas Transformações que ocorrem na natureza e em diferentes sistemas produtivos Transformações que podem ser revertidas Alguns materiais usados no dia a dia: caracterização de reagentes e produtos das transformações em termos de suas propriedades; separação e identificação das substâncias Propriedade das substâncias, como temperatura de fusão e de ebulição, densidade, solubilidade Separação de substâncias por filtração, flotação, destilação, sublimação, recristalização Métodos de separação no sistema produtivo Combustíveis: transformação química, massas envolvidas e produção de energia; reagentes e produtos: relações em massa e energia; reações de combustão; aspectos quantitativos nas transformações químicas; poder calorífico dos combustíveis Conservação da massa e proporção entre as massas de reagentes e produtos nas transformações químicas Relação entre massas de reagentes e produtos e a energia nas transformações químicas Formação de ácidos e outras implicações socioambientais da produção e do uso de diferentes combustíveis Água e seu consumo pela sociedade; propriedades da água para consumo humano; água pura e água potável; dissolução de materiais em água e mudança de propriedades; concentração de soluções Concentração de soluções em massa e em quantidade de matéria (g · L-1, mol · L -1, ppm, % em massa) Alguns parâmetros de qualidade da água: concentração de materiais dissolvidos Relações quantitativas envolvidas nas transformações químicas em soluções; relações estequiométricas; solubilidade de gases em água; potabilidade da água para consumo humano Relações quantitativas de massa e de quantidade de matéria (mol) nas transformações químicas em solução, de acordo com suas concentrações Determinação da quantidade de oxigênio dissolvido nas águas (Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO) Uso e preservação da água no mundo Fontes causadoras da poluição da água Tratamento de água por filtração, flotação, cloração e correção de pH O comportamento dos materiais e os modelos de átomo; as limitações das ideias de Dalton para explicar o comportamento dos materiais; o modelo de Rutherford-Bohr; ligações químicas iônicas, covalentes e metálicas; energia de ligação das transformações químicas Condutibilidade elétrica e radiatividade natural dos elementos O modelo de Rutherford e a natureza elétrica dos materiais Extração de materiais úteis da atmosfera; produção da amônia e estudos sobre a rapidez e a extensão das transformações químicas; compreensão da extensão das transformações químicas; o nitrogênio como matéria-prima para produzir alguns materiais Liquefação e destilação fracionada do ar para obtenção de matérias-primas (oxigênio, nitrogênio e gases nobres) Variáveis que podem interferir na rapidez das transformações (concentração, temperatura, pressão, estado de agregação e catalisador) Modelos explicativos da velocidade das transformações químicas Estado de equilíbrio químico: coexistência de reagentes e produtos em certas transformações químicas Processos químicos em sistemas naturais e produtivos que utilizam nitrogênio: avaliação de produção, consumo e utilização social Extração de materiais úteis da atmosfera; acidez e alcalinidade de águas naturais – conceito de Arrhenius; força de ácidos e de bases – significado da constante de equilíbrio; perturbação do equilíbrio químico; reação de neutralização Composição das águas naturais Processos industriais que permitem a obtenção de produtos a partir da água do mar Acidez e basicidade das águas e alguns de seus efeitos no meio natural e no sistema produtivo Conceito de dissociação iônica e de ionização e a extensão das transformações químicas: equilíbrio químico Volume 2 Volume 1 Química – 3a série – Volume 2 Primeiras ideias sobre a constituição da matéria: modelo de Dalton sobre a constituição da matéria Conceitos de átomo e de elemento segundo Dalton Suas ideias para explicar transformações e relações de massa Modelos explicativos como construções humanas em diferentes contextos sociais O modelo de Bohr e a constituição da matéria O uso do número atômico como critério para organizar a tabela periódica Ligações químicas em termos de forças elétricas de atração e repulsão Transformações químicas como resultantes de quebra e formação de ligações Previsões sobre tipos de ligação dos elementos a partir da posição na tabela periódica Cálculo da entalpia de reação pelo balanço energético resultante da formação e ruptura de ligações Diagramas de energia em transformações endotérmicas e exotérmicas Constante de equilíbrio para expressar a relação entre as concentrações de reagentes e produtos numa transformação química Influência da temperatura, da concentração e da pressão em sistemas em equilíbrio químico Equilíbrios químicos envolvidos no sistema CO2/H2O na natureza Transformações ácido-base e sua utilização no controle do pH de soluções aquosas Metais – processos de obtenção; representação de transformações químicas; processos de obtenção de ferro e de cobre; linguagem simbólica da Química; tabela periódica; balanceamento e interpretação das transformações químicas; equação química – relação entre massa, número de partículas e energia Transformações químicas na produção de ferro e de cobre Símbolos dos elementos e equações químicas Balanceamento das equações químicas Organização dos elementos de acordo com suas massas atômicas na tabela periódica Equações químicas dos processos de produção de ferro e de cobre Importância do ferro e do cobre na sociedade atual Metais – processos de obtenção e relações quantitativas; relações quantitativas envolvidas na transformação química; estequiometria; impactos ambientais na produção do ferro e do cobre Massa molar e quantidade de matéria (mol) O comportamento dos materiais; relações entre propriedades das substâncias e suas estruturas; interações interpartículas e intrapartículas e algumas propriedades dos materiais Polaridade das ligações covalentes e das moléculas Forças de interação entre as partículas – átomos, íons e moléculas – nos estados sólido, líquido e gasoso Interações inter e intrapartículas para explicar as propriedades das substâncias, como temperatura de fusão e de ebulição, solubilidade e condutibilidade elétrica Dependência da temperatura de ebulição dos materiais com a pressão atmosférica Metais e sua utilização em pilhas e na galvanização; relação entre a energia elétrica e as estruturas das substâncias em transformações químicas; reatividade de metais; explicações qualitativas sobre as transformações químicas que produzem ou demandam corrente elétrica; conceito de reações de oxirredução Extração de materiais úteis da biosfera; recursos vegetais para a sobrevivência humana – carboidratos, lipídios e vitaminas; recursos animais para a sobrevivência humana – proteínas e lipídios; recursos fossilizados para a sobrevivência humana – gás natural, carvão mineral e petróleo Os componentes principais dos alimentos (carboidratos, lipídios e proteínas), suas propriedades e funções no organismo Biomassa como fonte de materiais combustíveis Arranjos atômicos e moleculares para explicar a formação de cadeias, ligações, funções orgânicas e isomeria Processos de transformação do petróleo, carvão mineral e gás natural em materiais e substâncias utilizados no sistema produtivo: refino do petróleo, destilação seca do carvão e purificação do gás Produção e uso social dos combustíveis fósseis 123 Volume 2 Cálculo estequiométrico: massas, quantidades de matéria e energia nas transformações Cálculos estequiométricos na produção do ferro e do cobre 124 Reatividade dos metais em reações com ácidos e íons metálicos Transformações que envolvem energia elétrica: processos de oxidação e de redução As ideias de estrutura da matéria para explicar oxidação e redução Transformações químicas na geração industrial de energia Implicações socioambientais das transformações químicas que envolvem eletricidade Diferentes usos sociais dos metais Poluição, perturbações da biosfera, ciclos biogeoquímicos e desenvolvimento sustentável; poluição atmosférica; poluição das águas por efluentes urbanos, domésticos, industriais e agropecuários; perturbação da biosfera pela produção, uso e descarte de materiais e sua relação com a sobrevivência das espécies vivas; ciclos biogeoquímicos e desenvolvimento sustentável Desequilíbrios ambientais pela introdução de gases na atmosfera, como SO2, CO2, NO2 e outros óxidos de nitrogênio Chuva ácida, aumento do efeito estufa e redução da camada de ozônio: causas e consequências Poluição das águas por detergentes, praguicidas, metais pesados e outras causas e contaminação por agentes patogênicos Perturbações na biosfera por pragas, desmatamentos, uso de combustíveis fósseis, indústrias, rupturas das teias alimentares e outras causas Ciclos da água, do nitrogênio, do oxigênio e do gás carbônico e suas inter-relações Impactos ambientais na óptica do desenvolvimento sustentável Ações corretivas e preventivas e busca de alternativas para a sobrevivência no planeta CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL NOVA EDIÇÃO 2014-2017 COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Coordenadora Maria Elizabete da Costa Diretor do Departamento de Desenvolvimento Curricular de Gestão da Educação Básica João Freitas da Silva Diretora do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF Valéria Tarantello de Georgel Coordenadora Geral do Programa São Paulo faz escola Valéria Tarantello de Georgel Coordenação Técnica Roberto Canossa Roberto Liberato Suely Cristina de Albuquerque BomÅm EQUIPES CURRICULARES Área de Linguagens Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Ventrella. Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt, Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Silveira. Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Espanhol): Ana Beatriz Pereira Franco, Ana Paula de Oliveira Lopes, Marina Tsunokawa Shimabukuro e Neide Ferreira Gaspar. Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves. Área de Matemática Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Yamanaka, Rosana Jorge Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Rodrigo Ponce. Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Maria da Graça de Jesus Mendes. Física: Anderson Jacomini Brandão, Carolina dos Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte. Química: Ana Joaquina Simões S. de Mattos Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Batista Santos Junior, Natalina de Fátima Mateus e Roseli Gomes de Araujo da Silva. Área de Ciências Humanas Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e Teônia de Abreu Ferreira. Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati. História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria Margarete dos Santos Benedicto e Walter Nicolas Otheguy Fernandez. Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de Almeida e Tony Shigueki Nakatani. PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO PEDAGÓGICO Área de Linguagens Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine Budiski de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes, Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz. Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva, Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos, Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista BomÅm, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Campos e Silmara Santade Masiero. Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Sílvia Regina Peres. Área de Matemática Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima, Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda Meira de Aguiar Gomes. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara Santana da Silva Alves. Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson Luís Prati. Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula Vieira Costa, André Henrique GhelÅ RuÅno, Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael Plana Simões e Rui Buosi. Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus. Área de Ciências Humanas Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal. Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez, Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos, Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório, Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato e Sonia Maria M. Romano. História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas. Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e Tânia Fetchir. Apoio: Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE CTP, Impressão e acabamento Log Print GráÅca e Logística S. A. GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL 2014-2017 FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI Presidente da Diretoria Executiva Mauro de Mesquita Spínola GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO Direção da Área Guilherme Ary Plonski Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Gestão Editorial Denise Blanes Equipe de Produção Editorial: Amarilis L. Maciel, Ana Paula S. Bezerra, Angélica dos Santos Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Bruno Reis, Carina Carvalho, Carolina H. Mestriner, Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão, Eloiza Lopes, Érika Domingues do Nascimento, Flávia Medeiros, Giovanna Petrólio Marcondes, Gisele Manoel, Jean Xavier, Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Leslie Sandes, Mainã Greeb Vicente, Maíra de Freitas Bechtold, Marina Murphy, Michelangelo Russo, Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Paula Felix Palma, Pietro Ferrari, Priscila Risso, Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Renata Regina Buset, Rodolfo Marinho, Stella Assumpção Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e Tiago Jonas de Almeida. CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS CONTEÚDOS ORIGINAIS Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira. COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS CADERNOS DOS ALUNOS Ghisleine Trigo Silveira Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e Sérgio Adas. CONCEPÇÃO Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo, Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini coordenadora! e Ruy Berger em memória!. AUTORES Linguagens Coordenador de área: Alice Vieira. Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira. Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira. LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo. LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia González. História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari. Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers. Ciências da Natureza Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes. Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo. Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume. Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos. Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da PuriÅcação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume. Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca Micsik, Dayse de Castro Novaes Bueno, Érica Marques, José Carlos Augusto, Juliana Prado da Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida Acunzo Forli, Maria Magalhães de Alencastro, Vanessa Bianco e Vanessa Leite Rios. Matemática Coordenador de área: Nílson José Machado. Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli. Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião. Edição e Produção editorial: Jairo Souza Design GráÅco e Occy Design projeto gráÅco!. Ciências Humanas Coordenador de área: Paulo Miceli. Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie. Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas * Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados. * Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais, no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos). * Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no Caderno do Professor para apoiar na identificação das atividades. S2+1m São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; química, ensino médio, 3a série / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Maria Fernanda Penteado Lamas, Yvone Mussa Esperidião. – São Paulo: SE, 2014. v. 2, 128 p. Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica – CGEB. ISBN 978-85-7849-678-4 1. Ensino médio 2. Química 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Zambom, Denilse Morais. III. Souza, Fabio Luiz de. IV. Peixoto, Hebe Ribeiro da Cruz. V. Santos, Isis Valença de Sousa. VI. Akahoshi, Luciane Hiromi. VII. Marcondes, Maria Eunice Ribeiro. VIII. Lamas, Maria Fernanda Penteado. IX. Esperidião, Yvone Mussa. X. Título. CDU: 371.3:806.90 Validade: 2014 – 2017