6º ANO UNIDADE I: Os Mesopotâmios e as primeiras cidades.......................................... 86 Das aldeias para as primeiras cidades.................................................................... 87 A vida nas primeiras cidades................................................................................... 89 UNIDADE II: Os Egípcios: a civilização do Nilo...................................................... 92 A formação do Antigo Império do Egito................................................................... 93 Viver no Antigo Egito................................................................................................ 96 UNIDADE III: Hebreus e Fenícios: povos em movimento....................................... 99 Os Hebreus e a busca pela “Terra Prometida”..................................................... 100 Os Fenícios: os grandes navegantes da Antiguidade........................................... 103 UNIDADE IV: O Império Persa................................................................................. 106 A formação e a organização do Império Persa..................................................... 107 UNIDADE V: O Mundo Grego.................................................................................. 111 A formação da civilização grega............................................................................ 113 Atenas: o berço da democracia grega.................................................................. 115 Esparta: uma polis de guerreiros........................................................................... 117 O legado cultural grego......................................................................................... 119 UNIDADE VI: O Mundo Romano............................................................................. 121 A Monarquia Romana............................................................................................ 122 Roma: da República ao Império............................................................................ 124 O fim do Império Romano..................................................................................... 127 85 UNIDADE I: Os Mesopotâmios e as primeiras cidades Você já parou para pensar que elementos fazem parte de uma cidade, ou como elas surgiram e por quantas transformações passaram? O texto a seguir descreve, sob o ponto de vista da jornalista Daniela Tófilo, a cidade de São Paulo: A cidade de todo mundo “De uma pequena vila que não contava com mais de 210 casas a quarta maior cidade do mundo. Em pouco mais de 400 anos, São Paulo se tornou uma metrópole. Com mais de 10 milhões de habitantes, 2,7 milhões de imóveis, 2018 favelas, 50 mil ruas e mais de 5 milhões de carros, a capital é uma potência econômica, política e cultural. Seus moradores, muitos vindos de outras regiões do Brasil, acostumaram-se com o seu modo caótico: trânsito, poluição, violência, filas. E se deslumbraram com a diversidade de atrações, gente, de gostos espalhados pelos muitos cantos da capital. Vestem todos os tipos de roupas. Moram em todos os tipos de casas – dos barracos de madeira às mansões nos jardins – e as decoram com todos os tipos de objeto. Os transportes dos paulistanos estão entre os mais variados: ônibus, trem, metrô, carro, moto, bicicleta, carroça, cavalo e até jet-ski. Mas, mesmo com tanta opção, a maior parte dos deslocamentos é feita a pé.” Daniela Tófoli. Jornal da Tarde, 25 de jan. de 2004. Caderno E. p. 15. Imagens representando o contraste entre as moradias e o congestionamento caótico da cidade de São Paulo. Mas, será que as primeiras cidades possuíam essas características? Quando, onde e como as cidades surgiram? Essas e outras questões serão discutidas nessa unidade. 86 DAS ALDEIAS PARA AS PRIMEIRAS CIDADES Você estudou que durante a Pré História, pouco a pouco os agrupamentos humanos foram se fixando em algumas regiões para o cultivo da terra e a criação de animais formando assim, as primeiras aldeias. Com uma alimentação mais diversificada a população dessas aldeias aumentou as áreas para o cultivo da terra e a criação de animais. Para garantir uma produção suficiente de alimentos, novos instrumentos e técnicas agrícolas foram desenvolvidas como: o arado puxado por animais, a carroça com rodas, ferramentas de metais e um sistema de irrigação. A ampliação das lavouras trouxe uma abundância de alimentos, no qual uma parte passou a ficar excedente, ou seja, se produzia mais alimentos do que o necessário para o consumo. Esse excedente agrícola passou a ser trocado com o excedente de pessoas de outras aldeias dando origem ao comércio. Com todas essas mudanças o trabalho passou a ser dividido, ou seja, cada pessoa ou grupo passou a realizar uma atividade. Enquanto uns preparavam a terra e plantavam, outros colhiam e comercializavam o excedente agrícola. A especialização do trabalho permitiu que outras atividades fossem desenvolvidas como a cerâmica, a metalurgia, a tecelagem e a carpintaria. Com tantas inovações as sociedades aldeãs foram ficando mais complexas e a organização do trabalho passou a ser feita por um líder, o chefe da família mais poderosa. Esse chefe, ao dominar outras aldeias, se transformou no rei. O rei passou a governar em seu grande palácio e as aldeias que estavam sob o seu domínio passaram a ser controladas e fiscalizadas pelos seus funcionários através da cobrança de tributos. A essas mudanças dá-se o nome de centralização do poder. Para organizar o convívio entre as pessoas e a cobrança dos impostos, surge a necessidade do registro, assim, por volta de 4mil a.C., a escrita foi inventada. Todas essas transformações indicavam um novo modo de se viver: as aldeias tinham se transformado em cidades. 87 1. Complete o esquema a seguir com as expressões do texto que indicam a transformação das aldeias em cidades: 2. Segundo estudiosos, as formas mais antigas de escrita foram encontradas na cidade de Uruk (onde hoje se localiza o Iraque) e foi desenvolvida pelos sumérios por volta de 4 mil a.C. Denominada de escrita cuneiforme, seus registros eram feitos em placas de argila na forma de cunha. A escrita é considerada por muitos historiadores como um divisor de tempos. a) Qual o período histórico que se inicia depois desse acontecimento? b) Se fosse para você escolher outro acontecimento que marcasse a passagem desse período, qual você escolheria? Justifique. 3. Você se recorda de quando começou a ler e escrever? Conte para os seus colegas como foi. O que mudou na sua vida depois que você adquiriu esse conhecimento? Para você, qual a importância da escrita? 88 A VIDA NAS PRIMEIRAS CIDADES As primeiras cidades formaram-se por volta de 4 mil a.C. na região entre os rios Tigre e Eufrates conhecida como Mesopotâmia, que em grego significa “terra entre rios”, onde hoje está localizado o Iraque. Por ser uma região bastante fértil, a Mesopotâmia atraiu muitos povos como os sumérios, amoritas, acádios, babilônios, hititas, assírios e caldeus que fundaram muitas cidades George Duby. Grand Atlas Historique. Paris: Larrousse, 2001. p.8. nas quais as principais foram Ur, Assur, Ninive e Babilônia. Mapa representando a Mesopotâmia Pela diversidade de povos, a Mesopotâmia era alvo de constantes invasões e guerras por disputas das terras mais férteis. Dessa forma, suas cidades eram cercadas com muralhas e independentes entre si, ou seja cada uma possuía um governo com leis próprias. Chamadas de cidades-estados, pois constituíam unidades políticas autônomas, as cidades da Mesopotâmia apresentavam os seguintes aspectos: • um comércio muito intenso, onde poderia se encontrar nas praças, uma espécie de feiras com uma variedade muito grande de produtos como: peixes, cereais, frutas, tecidos, vasos de cerâmica, perfumes, trabalhos em pedras, metais e joias; • templos, chamados de zigurates (prédio alto) onde eram cultuados muitos deuses (politeístas) como o deus do céu An, do ar Enlil, da água Enki e a deusa mãe-terra, Ninhursag; 89 • uma a sociedade formada por pessoas livres e escravas. A população livre era formada pela elite, (rei e sua família, altos funcionários do governo, os sacerdotes e os grandes comerciantes), pequenos comerciantes, artesãos, escribas e agricultores. Os escravos, que eram prisioneiros de guerra ou por dívidas, representavam uma pequena parcela da população; • um rei com autoridade política, religiosa e militar que governava com poderes ilimitados. Entre os principais reis da Mesopotâmia, destaca-se Hamurábi que governou a Babilônia entre 1792 a.C. a 1750 a.C. Durante o seu reinado ele conquistou várias regiões criando assim o Império Babilônico e para governar uma população tão numerosa e diferenciada criou regras e leis que ficaram conhecidas como o Código de Hamurábi. Esse código continha 282 regras sobre os mais diversos assuntos como: punições, questões familiares, herança, escravidão, comércio entre outros. Na maior parte desse código, segue o princípio da lei do talião, “Olho por olho, dente por dente”, onde as penas eram impostas conforme o crime cometido. Outro importante rei da Babilônia foi Nabucodonosor que, durante o seu reinado de 604 a.C. a 561 a.C., realizou várias reformas na cidade tornando-a um importante centro comercial do Oriente. Após a sua morte, o Império Babilônico sofreu diversas invasões, e no ano de 539 a.C. os persas (povos da região que corresponde ao atual Irã) conquistaram a Babilônia e outras cidades marcando assim o fim da Mesopotâmia. Lei do talião: punir um crime impondo ao criminoso uma pena com o mesmo valor da falta que praticou, por exemplo, punir um assassinato matando o criminoso. Sacerdote: aquele que tratava dos assuntos religiosos. 90 1. Observe as imagens a seguir e responda as questões: Representação das cidades mesopotâmicas de Ninive e Babilônia. a)Identifique algumas características das cidades mesopotâmicas (localização, construções, governo, sociedade, modo de vida das pessoas, templos religiosos, atividades comerciais entre outras). b)Essas características permanecem nas grandes cidades brasileiras atuais? Quais? O que mudou? 2. Leia algumas leis do Código de Hamurábi e responda as questões: “(...) Se um homem cegou o olho de um homem livre, o seu próprio olho será cego. Se cegou o olho de um escravo, ou quebrou-lhe um osso, pagará metade do seu valor. Se um homem tiver arrancado os dentes de um homem da sua categoria, os seus próprios dentes serão arrancados. (...) Se um construtor fizer uma casa e esta não for sólida e caindo matar o dono, este construtor será morto. (...).” Coletânea de Documentos Históricos para o 1º grau: 5ª à 8ª série. São Paulo: CENP, 1980. p.53. a) Contextualize o período em que o documento foi produzido. b) Explique a lei do talião: “Olho por olho, dente por dente”. Retire um trecho do documento como exemplo. c) Atualmente, muitas pessoas defendem a aplicação da lei do talião e a justiça com as suas próprias mãos. O que você pensa sobre isso? Explique. d) Ilustre o documento histórico. 91 UNIDADE II: Os Egípcios : a civilização do Nilo A civilização egípcia surgiu no mesmo período dos mesopotâmios e também desenvolveu formas de escrita, cidades e uma organização político-administrativa chamada Estado. No entanto, essa civilização apresentou características particulares como a centralização do governo na figura do Faraó - o rei supremo do Egito Antigo considerado um deus vivo -, a crença na vida após a morte e a construção de grandes túmulos como as pirâmides. A cidade do Cairo, atual capital do Egito, possui características modernas e antigas. Asandei Radu Prédios e carros convivem com construções históricas da antiguidade. Vista panorâmica da cidade do Cairo no ano de 2008. 92 A FORMAÇÃO DO ANTIGO IMPÉRIO DO EGITO O Egito antigo se formou no nordeste da África, entre os desertos da Líbia e da Arábia. E isso só foi possível porque os egípcios desenvolveram técnicas de represar e utilizar a água de um grandioso rio: o Nilo. O Rio Nilo nasce no lago Vitória, na região central da África, e deságua no Mar Mediterrâneo, na costa norte do Egito. O vale e o delta do rio Nilo eram habitados desde 5 mil Fernand Nathan. Atlas ilustre de Iántquité. Paris: Sh, 1980. p. 25. a.C onde se formaram os nomos, aldeias de pastores e agricultores que eram independentes entre si e governados por um nomarca, nome dado ao chefe mais poderoso. A concentração da população nessa região se deu devido à grande quantidade de água e às condições favoráveis para o desenvolvimento da agricultura. Todos os anos, na mesma época, o Rio Nilo enchia e transbordava. Suas águas alagavam vastas áreas e, após algum tempo, o rio voltava ao seu tamanho natural. Nas partes inundadas ficavam depositadas uma espessa camada de húmus, que fertilizava o solo facilitando o plantio de legumes, trigo, cevada, linho e papiro (planta que servia para fazer uma espécie de papel e para confecção de cordas, pequenos barcos e redes). Mapa representando o Egito antigo Por volta de 3500 a.C. muitos nomos foram se unindo se transformando em reinos e o os nomarcas em reis. Assim, formaram-se no Egito dois reinos: o Reino do Baixo Egito, ao Norte e o Reino do Alto Egito, ao Sul. Cerca de 300 anos depois, Menés, que reinava o Alto Egito, conquistou o Baixo Egito, unificando os dois reinos sob o seu comando recebendo o título de faraó, termo que significa “casa grande” ou “casa real”. Segundo historiadores, a partir dessa unificação, os antigos egípcios entram no período dos Impérios que está dividido da seguinte forma: Antigo Império 3200 a.C. Médio Império 2040 a.C Novo Império 1580 a.C. 93 Período de crise política e invasões 1085 a.C. 30 a.C. Antigo Império: época em que foram construídas as pirâmides Quéops, Quefrén e Miquerinos. No final desse período o faraó enfrentou várias revoltas por parte da população e a ampliação do poder dos nomarcas. As grandes pirâmides de Gizé. Médio Império: o faraó reconquista o seu poder e os egípcios expandiram o seu território com a conquista da Palestina e da Núbia (sul do Egito e parte do atual Sudão). Entre 1750 a.C. e 1580 a.C. os hicsos, povo originário da Ásia Central, invadiram e conquistaram o Egito. Afresco representando a invasão dos hicsos, século XVII a.C. . Novo Império: período que se iniciou com a expulsão dos hicsos e foi marcado por grandes faraós, conquistas e guerras: o domínio dos egípcios se estendeu para a Mesopotâmia. A partir de 1085 a.C. a população egípcia e os povos conquistados se rebelaram contra a cobrança de impostos enfraquecendo o poder do faraó. A partir do século VII a.C. o Egito foi invadido pelos assírios (670 a.C.), vindos da Mesopotâmia, pelos persas (525 a.C.), macedônios (332 a.C.) até se tornar província dos romanos em 30 a.C. Máscara mortuária de Tutancâmon, século XIV a.C. Delta: terreno de aluvião, de forma triangular na foz ou nas margens dos rios. O Rio Nilo ao desaguar no mar, abre vários canis com ilhas entre eles formando um triângulo. Húmus: matéria orgânica, formada por folhas e plantas que caem naturalmente no rio. 94 1. Leia o documento a seguir produzido por volta de 1800 a.C.: “Adoração ao Nilo! Salve, tu, Nilo! Que te manifestas nesta terra (...) E vens dar vida ao Egito! (...) Ao irrigar os prados (campos) criados por Rá (deus do Sol) , Tu fazes viver todo o gado, Tu –inesgotável– que dás de beber a terra! Senhor dos peixes, durante a inundação, Nenhum pássaro pousa nas colheitas, Tu crias o trigo, fazes nascer o grão, Garantindo a prosperidade aos templos. Se paras, a tua tarefa e o teu trabalho Tudo o que existe cai em inquietação.” Coletânea de Documentos Históricos para o 1º grau: 5ª à 8ª séries. São Paulo: CENP,1980. p.55. a) Com trechos do texto, explique por que a civilização egípcia se desenvolveu às margens do Rio Nilo. b) O historiador grego Heródoto escreveu “O Egito é uma dádiva do Nilo”. Qual a relação do texto com essa afirmação? 2. Observe o esquema a seguir, explique o que ele está representando e identifique a época aproximada de cada acontecimento. Formação dos nomos Formação do Reino do Alto e Baixo Egito 95 Unificação do Egito VIVER NO ANTIGO EGITO A principal atividade econômica no Antigo Egito era a agricultura. Os egípcios também se dedicavam à criação de animais como bois, asnos, patos, cabritos e ao artesanato no qual se produziam joias, vasos, vestimentas, barcos, armas, cobre, couro, marfim, bronze e o ouro. O comércio desses produtos era feito nas grandes cidades como Tebas, Mênfis e Tinis, à base de trocas, principalmente com outras civilizações como os palestinos, os fenícios e os cretenses. Em geral, essas cidades possuíam bairros para as diferentes camadas sociais. Nos bairros ricos ficavam os templos, com estátuas de deuses e repletos de móveis confeccionados em ouro e pedras preciosas. Todas essas atividades eram controladas pelo faraó, o rei supremo do Antigo Egito. Considerado um deus vivo, era ele quem ditava as leis, governava o Império, era proprietário de grande parte das terras e controlava o exército. Assim, sua autoridade era absoluta, ou seja, concentrava todo o poder em suas mãos. Abaixo do faraó, a sociedade dividia-se da seguinte forma: • Sacerdotes: eram os senhores da cultura egípcia. Eles tinham como função cuidar das cerimônias religiosas e administrar os bens materiais dos templos. Donos de muitas terras, viviam em palácios luxuosos desfrutando da riqueza proveniente das oferendas do povo. • Funcionários do Estado: descendentes das famílias mais importantes do Egito, eram os administradores das províncias ou comandantes dos principais postos do exército. Entre os funcionários do faraó estavam os escribas, que dominavam a escrita e a leitura, cobravam os impostos, organizavam as leis e fiscalizavam os serviços e construções de todo Império. Além dos escribas haviam muitos outros funcionários, dentre eles, o vizir, espécie de primeiro-ministro do faraó que cuidava da administração, da justiça e dos assuntos externos. • Comerciantes: eram aqueles que faziam o comércio dentro e fora do Egito. • Artesãos: eram os trabalhadores urbanos como pedreiros, marceneiros, escultores, ourives, tecelões, ceramistas entre outros. • Soldados: tinham a função de proteger o Império. Muitos deles eram estrangeiros que recebiam lotes de terras como pagamento pelos seus serviços prestados. 96 • Camponeses: conhecidos como felás, compunham a maioria da população e trabalhavam na agricultura para pagar os altos impostos. Nas épocas de seca ou entre as colheitas, eram convocados para trabalhar em obras públicas como: construções de represas, diques, barragens, canais de irrigação, estradas, templos e túmulos dos faraós, as pirâmides. • Escravos: em geral, eram prisioneiros de guerra, faziam o serviço doméstico nos palácios dos nobres e também trabalhavam nas pedreiras e minas. A posição privilegiada dos sacerdotes era devido ao importante papel que a religião desempenhava na vida dos antigos egípcios. Desde o mais humilde camponês até o poderoso faraó, eram politeístas, ou seja, cultuavam vários deuses, que representavam forças e fenômenos da vida natural. O mais importante dos deuses era Rá, considerado pelos egípcios o criador do universo. Muitos desses deuses eram representados em forma humana como Osíris (deus da vegetação, das forças da natureza e dos mortos); com forma humana e animal como Hórus (corpo de homem e cabeça de falcão) ou com forma animal como o deus Anúbis (em forma de chacal). Outro aspecto da religião dos antigos egípcios era a crença na vida após a morte. Assim, desenvolveram técnicas de mumificação, para a conservação de seus corpos e muitos faraós empenharam-se na construções de grandes túmulos: as pirâmides. Assim como os sumérios, na Mesopotâmia, por volta de 3 mil a.C., os egípcios desenvolveram um sistema de escrita denominada hieróglifos, no qual a representação de uma palavra poderia ser feita por ideias ou sons. Assim, uma coruja poderia ser o objeto coruja ou o som do m. Também desenvolveram formas mais simplificadas dessa escrita como a hierática, utilizada pelos escribas e a demótica, de uso popular. Imagem representando o deus Anúbis, considerado o guardião dos mortos, durante o ritual de mumificação. Ao fundo, detalhes dos hieróglifos. Pintura feita em Tebas por volta de 1500 a.C. 97 1. Observe a representação da sociedade do Antigo Egito e responda as questões: a) Identifique as atividades desenvolvidas por cada grupo social. b) Quais eram os grupos que possuíam privilégios? c) A sociedade do Egito Antigo foi representada aqui em forma de pirâmide. Por quê? d) A sociedade brasileira atual também poderia ser representada dessa forma? Quem estaria no topo da pirâmide e quem seria a base? Explique. 2. Construa em seu caderno um quadro comparativo dos mesopotâmios e dos antigos egípcios, como o modelo a seguir: ASSUNTOS MESOPOTÂMIOS Localização/Período Economia Sociedade Religião Escrita 98 EGÍPCIOS UNIDADE III: Hebreus e Fenícios: povos em movimento Berthold Werner Você estudou que tanto os mesopotâmios como os egípcios foram povos que se desenvolveram em regiões irrigadas por rios, propícias para o desenvolvimento da agricultura. Há cerca de 2 mil a.C., na região que atualmente corresponde à Palestina, ao Líbano e a Síria, se desenvolveram os povos hebreus e fenícios que não dispunham de terras férteis para a agricultura e a criação de animais. Assim, para sobreviverem, viviam em constante deslocamento: os fenícios se deslocavam porque tornaram-se grandes comerciantes e os hebreus porque procuravam um lugar para se estabelecer. Mas afinal, como esses povos se desenvolveram? Yoniu Vista de Jerusalém, capital de Israel, Estado criado dentro da Palestina para os judeus em 1948. Cidade de Beirute, atual capital do Líbano, que com uma pequena parte da Síria compunha a Fenícia. 99 OS HEBREUS E A BUSCA PELA “TERRA PROMETIDA” Conhecidos também como judeus ou israelitas, os hebreus percorreram várias regiões do Oriente Antigo até se instalarem na Palestina que, segundo a tradição hebraica, era a Terra Prometida, ou seja, a Terra que lhes foi dada por Deus. Assim, o nome “hebreu” quer dizer “ser em movimento, homem em marcha, atravessador de fronteiras”. As principais fontes de estudo sobre os hebreus são os textos do Antigo Testamento da Bíblia e os vestígios arqueológicos. Dessa forma, para uma melhor compreensão, estudiosos dividiram a história política dos antigos hebreus em três períodos: • Governo dos patriarcas: os hebreus viviam ao redor da cidade de Ur, no sul da Mesopotâmia, e por volta de 2 mil a.C. partiram à procura de uma terra com melhores condições para a criação de animais. Guiados por Abraão, se estabeleceram em Canaã, na Palestina (uma estreita faixa de terra cortada pelo rio Jordão) a "Terra Prometida" para os hebreus. Ali permaneceram por quase três séculos organizados em comunidades e liderados por um patriarca. Em 1700 a.C., ocorreu um longo período de seca ocasionando uma falta de alimentos. Como solução, os hebreus mudaram para as terras férteis do delta do Nilo no norte do Egito e ali viveram por quatrocentos anos até que passaram a ser escravizados para trabalharem nas minas e construções egípcias. Por volta de 1250 a.C., conduzidos por Moisés, os hebreus fugiram do Egito em direção a Canaã, episódio que ficou conhecido como Êxodo. Segundo a tradição religiosa hebraica e registros na Bíblia, nessa longa viagem de volta à Palestina, Moisés recebe de Deus os Dez Mandamentos, que se tornaram as leis básicas dos hebreus, e a adoção de uma religião monoteísta, ou seja, a crença em um único Deus, contrariando os costumes de todos os outros povos desse período, que cultuavam vários deuses. • Governo dos juízes: de volta a Canaã, os hebreus tiveram que enfrentar povos como os filisteus e cananeus que habitavam a região. Dessa forma, passaram a ser governados por juízes, chefes militares que tinham como missão expulsar esses povos da Palestina. Essa luta durou quase dois séculos e terminou com a reconquista da Palestina pelos hebreus. 100 • Governo dos Reis: no século XI a.C. os hebreus adotaram a monarquia como forma de governo, pois com o poder centralizado na figura do rei novas invasões seriam evitadas. Nesse período, a cidade de Jerusalém se tornou a capital do reino e ocorreu um grande desenvolvimento do comércio e inúmeras construções como palácios e templos. Por volta de 926 a.C., o povo hebreu foi dividido em dois reinos: ao norte, o reino de Israel, com a capital em Samaria e ao sul, o reino de Judá, com a capital em Jerusalém. Esse episódio ficou conhecido como o Cisma hebraico. Divididos, os hebreus tornaram-se alvos fáceis dos seus vizinhos, e em 722 a.C., os assírios conquistaram o reino de Israel. O reino de Judá durou mais tempo até que em 586 a.C., foi conquistado pelos babilônios comandados por Nabucodonossor, e os hebreus foram levados como escravos para a Babilônia. Esse episódio denominado de Cativeiro da Babilônia, durou até 539 a.C., quando os persas conquistaram a Babilônia e permitiram que os hebreus retornassem à Palestina, local que passou a se chamar Judéia, e seu povo de judeu. A partir daí os hebreus passaram por longos períodos sob o domínio de outros povos como os macedônios em 333 a.C., e os romanos em 70 d.C. Na luta contra a dominação dos romanos, os hebreus se dispersaram para várias partes do mundo formando pequenas comunidades. Essa dispersão ficou conhecida a diáspora judaica. Durante séculos os judeus não tiveram pátria e nem Estado, mas mantiveram-se como nação preservando elementos básicos da sua cultura, língua, religião e o desejo de retornarem à Palestina. Os fundamentos da religião dos hebreus, como a crença em um único Deus e a vinda de um Messias, que conduziria os homens à salvação eterna, tornaram-se a base das duas maiores religiões da atualidade: o Cristianismo e Islamismo. Cananeus: povo que habitava Canaã, chamado pelos egípcios de fenícios. Cisma: divisão, separação. Diáspora: dispersão, ato de espalhar-se pelo mundo. Êxodo: saída em massa de um povo. Filisteus: povo que habitava a terra de Canaã, conhecidos também como “povos do Mar”. Patriarca: líder político do povo hebreu, venerado como se fosse o “pai” da comunidade. 101 1. Identifique o ano e explique os seguintes acontecimentos da história dos hebreus: a) Formação da religião monoteísta. f) Êxodo hebraico. b) O Cisma hebraico. g) Os Dez Mandamentos. c) Busca da Terra Prometida. h) Diáspora judaica. d) O Cativeiro da Babilônia. i) Reconquista da Palestina. e) Formação dos reinos de Judá e Israel. j) Saída de Ur. Agora, elabore uma linha do tempo em seu caderno e organize os acontecimentos em ordem cronológica: Governo dos Patriarcas Governo dos Juízes Governo dos Reis José Jobson de A. Arruda. Atlas Histórico básico. São Paulo: Ática, 1980. p.6. 2. Observe o mapa seguinte e responda as questões: a)O que as setas do mapa indicam? b)Identifique o acontecimento histórico de cada seta. c)Qual a relação entre esses acontecimentos históricos e o significado da palavra “hebreu”? 102 3. Observe o significado das palavras Estado e nação e explique a afirmação seguinte: Estado: instituição político-administrativa caracterizada por um governo com poderes públicos sobre uma sociedade estabelecida em determinado território. Nação: sociedade culturalmente formada pela comunhão de elementos como etnia, língua, religião, tradição histórica entre outros. “Durante séculos os judeus não tiveram um Estado mas, mantiveram-se como nação.” OS FENÍCIOS: OS GRANDES NAVEGANTES DA ANTIGUIDADE Por volta de 3500 a.C., os fenícios passaram a ocupar uma estreita faixa de terra situada entre o litoral do Mar Mediterrâneo e as montanhas do atual Líbano. As áreas férteis dessa região eram muito pequenas e as altas montanhas impediam que os fenícios adentrassem pelo continente. Em virtude dessas características territoriais, os fenícios voltaram suas atenções para o mar, desenvolvendo ao longo do litoral cidades como Biblos, Sídon, Ugarit e Tiro, que funcionavam de modo independente uma das outras e seus habitantes dedicavam- se principalmente à pesca e ao comércio marítimo. Dessa forma, não existiu um reino unificado ou um Império chamado Fenícia, mas sim um grupo de cidades-estados, ou seja, cidades autônomas com um governo próprio, comandado por um rei com apoio dos sacerdotes, comerciantes e um Conselho de Anciãos. Na maioria das cidades fenícias a sociedade era formada por um grupo de privilegiados que eram os comerciantes marítimos, proprietários de oficinas, funcionários do governo e os sacerdotes. O restante da população era composta por artesãos, camponeses, pescadores, pequenos proprietários, marinheiros e escravos. Quanto à religião, os fenícios cultuavam diversos deuses, que eram associados às forças da natureza, aos astros e à fertilidade. O comércio marítimo era a principal atividade econômica dos fenícios e por volta de 1400 a.C. eles possuíam várias colônias no Mediterrâneo como Chipre, Sicília, Málaca, Cádiz e Cartago, na qual funcionavam como centros de armazenamento e locais de venda e compra de produtos. Os fenícios comercializavam seus produtos com os egípcios, mesopotâmios, persas, gregos e romanos. Importavam lã, marfim, ferro, estanho, ouro e prata e exportavam o cedro, a púrpura (substância de cor avermelhada extraída do molusco múrex abundante no litoral fenício, usada pra tingir tecidos), azeite, vinhos, tecidos, cereais, joias, objetos de cerâmicas e diversos enfeites. 103 Em suas idas e vindas pelo mundo antigo, os fenícios se tornaram divulgadores de hábitos, costumes, conhecimentos e línguas de diversos povos, assim desenvolveram um alfabeto fonético de 22 letras (todas consoantes), um sistema de escrita no qual os sinais correspondem aos sons e tornava os registros comerciais mais eficientes. Esse alfabeto serviu de base para o alfabeto que utilizamos atualmente. 1. Faça um fichamento sobre os fenícios destacando os seguintes assuntos: a) Localização. b) Principais cidades e colônias. c) Organização social, política e religiosa. d) Atividades econômicas. e) Contribuições culturais. 2. Leia com muita atenção o documento a seguir. Depois, enumere a ordem correta das ideias principais na forma que estão no documento: “Os fenícios descarregam as mercadorias, dispondo-as em ordem na praia. Depois voltam às suas embarcações e fazem sinais de fumaça. Os nativos vêem a fumaça e, aproximando-se da praia, colocando ao lado das mercadorias o ouro que oferecem em troca, retirando-se a seguir. Os fenícios retornam e examinam o que os nativos deixaram. Se julgarem que a quantidade de ouro corresponde ao valor das mercadorias, tomam-no e partem. Do contrário, regressam aos navios e aguardam. Os nativos voltam e vão acrescentando ouro até os fenícios se julgarem satisfeitos. Nenhuma das partes prejudica a outra, uns não tocando o ouro antes que a quantidade deixada lhes pareça corresponder às mercadorias; outros não tocando as mercadorias antes dos fenícios levarem o ouro.” Heródoto, historiador grego do século V a.C. Vários autores. Histórias. Brasília: Unb, 1998. a)( ) Autor do texto Heródoto, historiador grego do século V a.C. b)( ) Os fenícios, não satisfeitos com a quantidade do ouro, retornam para os seus navios. c)( ) Tanto os nativos como os fenícios não tocam na mercadoria do outro sem antes estarem satisfeitos com o comércio. d)( ) Os fenícios examinam a quantidade de ouro deixada pelos nativos. e)( ) Os fenícios descarregam as mercadorias na praia para os nativos. f) ( ) Os fenícios vão às suas embarcações e fazem sinais de fumaça. 104 3. Ilustre, o documento da atividade anterior, em forma de história em quadrinhos. Werner Hilgemann; Hermann Kinder. Atlas histórico mundial. Madrid: Istmo, 1983. p.38. 4. Observe o mapa sobre as rotas comerciais dos fenícios e responda as questões: a) Explique o significado das palavras exportação e importação e faça uma lista dos produtos importados e exportados pelos fenícios. b) Justifique as seguintes afirmações com dados do mapa: l- Os fenícios foram os grandes navegantes da antiguidade. ll- O governo fenício era descentralizado. lll- Os fenícios receberam influência cultural de diversos povos. lV- De porto em porto, os fenícios divulgavam a cultura de um povo para outro. 5. Que motivos levaram fenícios e hebreus a viverem em constante deslocamento? Juntamente com os seus colegas, pesquise nas mais diferentes fontes (revistas, jornais, livros, internet) informações sobre os países e a população atual dos antigos hebreus e fenícios nos seguintes assuntos: a) Localização. b) Organização política e econômica. c) Aspectos da vida desses povos (sociedade, cultura, religião). Na sala de aula, discuta a seguinte questão: Que influências dos hebreus e dos fenícios podem ser percebidas na vida dessa população atualmente? 105 UNIDADE IV: O Império Persa Você estudou que a partir do século VI a.C., os mesopotâmios, egípcios, hebreus e os fenícios foram conquistados pelos persas. Os persas, ao utilizarem a guerra como instrumento de dominação, construíram um dos maiores Impérios da Antiguidade. Mas afinal, como se formou e se organizou esse Império? Como era viver no Império Persa? Mundo por terra Essas e outras questões serão estudadas nos textos e nas atividades dessa unidade. Maryam Ashoori Ruínas da cidade de Persépolis, uma das capitais do Império Persa, que se localiza no atual Irã. Cidade de Teerã, atual capital do Irã. 106 A FORMAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO DO IMPÉRIO PERSA Na Antiguidade, a Pérsia situava-se ao leste da Mesopotâmia em um grande planalto desértico e montanhoso que atualmente corresponde ao Irã. Por volta de 2 mil a.C. medos e persas, povos indo-europeus que ocupavam o planalto do Irã, viviam em conflito entre si. Esse conflito durou até 550 a.C., quando os persas, comandados por Ciro, dominaram os medos. Após a unificação desses dois povos, iniciou-se um período de conquistas: primeiro a Mesopotâmia, depois a Fenícia e a Palestina. A Pérsia se transformou assim em um grande Império, ou seja, um reino que foi ampliado através da dominação de outros territórios e povos. Entre 529 a 485 a.C., os sucessores de Ciro, Cambíses e Dario I, realizaram novas conquistas nas quais o Império se expandiu para o Egito, nordeste da Grécia até o vale do Rio Indo, atingindo uma extensão territorial de aproximadamente 5 milhões de Km² como mostra o mapa seguinte: Mapa representando o Império Persa entre os séculos Vl e V a.C. Para cuidar de todos os domínios territoriais, durante o reinado de Dario I, foi desenvolvida uma organização administrativa bastante complexa: o Império foi o dividiu em províncias chamadas satrapias, e cada uma delas era governada por um administrador denominado sátrapa que era encarregado de aplicar a justiça e arrecadar os impostos. Dario I criou também um sistema de vigilância e controle das suas províncias, onde enviava altos funcionários, que eram conhecidos como “os olhos e ouvidos do rei”, para fiscalizar os sátrapas. 107 Diferentemente dos outros Impérios da Antiguidade, a Pérsia não possuía uma única capital, mas cinco: Susa, Babilônia, Persépolis, Ecbanata e Pasárgada. Dessa forma, o rei se deslocava com sua corte e guarda pessoal para seus palácios construídos nessas cidades. Para que esse deslocamento fosse possível, foram construídas estradas ligando essas principais cidades, e um sistema de correio bastante eficiente. Essas ações, juntamente com um sistema de cobrança de impostos, tinham como objetivo manter a unidade do Império. Além disso, foi construído um canal para ligar o Mar Vermelho ao Mar Mediterrâneo, que juntamente com a rede de estradas, impulsionou o desenvolvimento do comércio com diferentes povos e entre as várias províncias. Dos povos conquistados era exigido o pagamento de impostos e o fornecimento de homens para o exército e construções de obras do Império. Em troca, era permitida a esses povos a prática das suas leis, costumes e religião. Tudo girava em torno do Imperador persa, que tinha autoridade absoluta. Não era divinizado como os faraós egípcios, entretanto, era identificado como o deus do Bem (Ahura-Mazda) e senhor da justiça, portanto, desobedecer a lei e o rei significava ofender a própria divindade. Imagens representando o exército persa e o rei Dario, localizadas nas ruínas do palácio da cidade de Persépolis, uma das cinco capitais do Império. Abaixo do Imperador havia outros seguimentos sociais como: • Nobres: que eram grandes proprietários de terras e exerciam grande influência no direcionamento dos negócios e sobre os camponeses. • Sacerdotes: chamados magos, direcionavam a vida religiosa, social e intelectual da sociedade. • Camponeses: constituíam a maioria da população e viviam da agricultura de frutas, cereais e de flores ou eram nômades na planície do Irã. • Escravos: conquistados de guerra. 108 A religião persa era utilizada pelo Imperador como um instrumento de poder sobre a população. Inspiradas nas ideias de Zoroastro (628-551 a.C.) ou Zaratustra, a religião persa pregava que o Universo era governado por dois deuses, Ormuz (representante do bem) e Arimam (representante do mal) que viviam em uma luta permanente. Segundo o livro sagrado Avesta, esse conflito entre o “Bem” e o “Mal”, duraria até o dia do juízo final, quando os mortos ressuscitariam e ocorreria um julgamento: os bons ganhariam a vida eterna no paraíso e os maus seriam atirados no fogo do inferno. Mais tarde, essas ideias foram incorporadas ao Cristianismo e ao Islamismo. O contato comercial e o convívio com tantos povos diferentes fez com que a cultura persa sofresse influência dos mesopotâmios, egípcios e os demais povos conquistados. Assim, por todo o Império foram difundidos o uso de moedas, o alfabeto fenício, o sistema de irrigação, a vida urbana e novas técnicas agrícolas. O Império Persa durou por quase duzentos anos quando entre 500 e 479 a.C., os persas foram derrotados pelos gregos nas Guerras Médicas e enfrentaram revoltas populares. No ano de 330 a.C. foram conquistados pelos macedônios. Indo-europeus: povos que se desenvolveram originalmente no planalto do Irã que a partir do final do Neolítico se expandiram para regiões da Europa, Pérsia e Índia. Juízo final: segundo diversas religiões, julgamento a ser realizado por “Deus”, premiando os justos e punindo os pecadores. Províncias: divisão territorial posta sob a autoridade de um delegado do poder central. 1. Identifique no mapa sobre o Império Persa os seguintes assuntos: a) As civilizações que foram dominadas. b) As principais cidades. c) Os países atuais. 109 2. Observe o esquema seguinte: REI FUNCIONÁRIOS DO REI SÁTRAPAS Agora responda: a) O que o esquema está representando? Explique. b) De que forma o esquema contribuiu para que os persas governassem povos de línguas e culturas diferentes? c) Atribua um título para o esquema. Organize na Sala de Informática um quadro comparativo dos povos da Antiguidade Oriental. Siga o roteiro: a)Após ligar o computador, clique em INICIARPROGRAMASMICROSOFT WORD. b)Clique em INSERIRTABELAS e coloque 6 (seis) COLUNAS e 7 (sete) LINHAS. c)Acrescente nas colunas e linhas o nome dos povos e os assuntos a serem comparados. Depois complete as informações. Modelo: ASSSUNTOS MESOPOTÂMIOS EGÍPCIOS HEBREUS FENÍCIOS PERSAS Localização / Período Governante Sociedade Economia Religião Realizações d) Por último, salve o seu trabalho em menu, ARQUIVO SALVAR e escolha as seguintes opções: no Disco Local (C:); em um Disquete 3 ½ (A:); ou em um Disco Removível (D:). No espaço a seguir, anote o nome do arquivo e o local onde você o salvou: Nome do Arquivo: ___________________________________________________________ Local onde você salvou: _____________________________________________________ 110 UNIDADE V: O Mundo Grego Nas unidades anteriores vimos que muitos povos da Antiguidade Oriental, entre eles os mesopotâmios, egípcios, hebreus, fenícios e persas, sobreviveram da agricultura e do comércio, construíram cidades, organizaram formas de governo centralizado no rei, desenvolveram as mais diversas crenças religiosas e construíram Impérios por meio da conquista e dominação de outros povos. Nesta unidade, estudaremos parte da história dos povos da Antiguidade Ocidental, como os gregos, nas suas diferentes formas de organização e sua influência no nosso modo de pensar e viver. Vista da cidade de Atenas, principal cidade-estado da Antiguidade grega e atual capital da Grécia. A cidade divide-se entre os monumentos históricos e as construções modernas. A Grécia atual localiza-se no sul da Europa e é banhada pelos mares Mediterrâneo, Jônico e Egeu. O nome oficial desse país é República Helênica, pois os gregos da Antiguidade se autodenominavam de helenos, nome referente à região em que se estabeleceram, chamada Hélade. A Antiga Grécia estendeu-se por uma área maior que o território atual, pois além de ocupar a parte sul do continente europeu, abrangia a Península dos Bálcãs e a do Peloponeso Grécia Continental ou Peninsular - ilhas dos mares Egeu e Jônico - Grécia Insular - e a costa da Ásia Menor - Grécia Asiática. 111 M.M.Albuquerque et alii. Atlas Histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991. Mapa representando a Grècia Antiga no século Vl a.C. Para estudar a história da Grécia Antiga, pesquisadores costumam dividí-la em períodos de acordo com as mudanças nas formas de organização econômica, política e social como mostra a linha do tempo a seguir: CIVILIZAÇÃO PERÍODO PERÍODO PERÍODO PERÍODO CRETO-MICÊNICA HOMÉRICO ARCAICO CLÁSSICO HELENÍSTICO XX a.C. Xll a.C. Vll a.C. Vl a.C. lV a.C. l a.C. • Civilização Creto-Micênica: período correspondente às sociedades palacianas em Creta e Micenas. • Período Homérico: as principais fontes escritas sobre esse período são a Ilíada e a Odisséia, obras atribuídas ao poeta Homero. A Ilíada trata da Guerra de Tróia, e a Odisséia narra o retorno do herói grego Ulisses após a conquista de Tróia. • Período Arcaico: período em que se formaram as cidades-estados e ocorreu a expansão dos gregos por outras regiões. • Período Clássico: período em que as cidades-estados gregas Atenas e Esparta se destacaram. • Período Helenístico: período em que a Grécia foi conquistada pelos macedônios. As trocas culturais entre os gregos e os orientais deram origem à cultura helenística. 112 A FORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO GREGA Foi na Ilha de Creta que se desenvolveu o primeiro povoado da Grécia Antiga. Denominados de civilização cretense ou minóica, os povos dessa região sobreviviam da agricultura da vinha e da oliveira e principalmente do comércio marítimo com cidades da Ásia Menor, do Egito e das ilhas no Mar Mediterrâneo e Egeu. Todas essas atividades econômicas eram controladas pelos funcionários do rei que, de seu palácio, governava toda a população. O rei era chamado de Minos, por isso, a civilização cretense recebeu o nome de minóica. Um dos palácios mais grandiosos se localizava na cidade de Cnossos e foi lá que surgiu a lenda do Minotauro, um animal com cabeça de touro e corpo humano. Por volta de 1750 a.C. a ilha foi ocupada pelos aqueus, um povo indo-europeu da Grécia Continental, que ao entrar em contato com os cretenses, também construíram palácios, só que fortificados e em regiões montanhosas. O palácio aqueu mais grandioso ficava na cidade de Micenas, que também era o local onde o rei residia e governava. Assim, a civilização fundada pelos aqueus recebeu o nome de micênica. Entre 1400 a.C. e 1200 a.C., ocorreram invasões dos eólios, jônios e posteriormente dos dórios. Os povos eólios e jônios ocuparam a Península dos Bálcãs e se adaptaram ao modo de vida dos aqueus. Já, a invasão dos dórios que se fixaram na Península do Peloponeso, foi violenta: palácios e cidades foram destruídos, parte da população foi escravizada e o restante fugiu para a Ásia Menor e para pequenas ilhas do Mar Egeu. Após a dominação dos dórios surgiu uma nova forma de organização social: os genos, comunidades formadas por membros de uma família e seus dependentes que viviam sob a autoridade de um patriarca, o membro mais velho. Todos os genos eram governados por um rei com o auxílio de uma assembleia de guerreiros. As terras, colheitas e os animais pertenciam a toda comunidade. Por volta de 800 a.C. alguns chefes dos genos passaram a acumular riquezas e terras, levando a uma divisão da sociedade entre ricos proprietários, pequenos proprietários e camponeses. Com o passar do tempo, os proprietários de terras se uniram organizando comunidades cada vez maiores dando origem às cidades-estados, à qual os gregos deram o nome de polis. As polis eram cidades independentes umas das outras, pois tinham o seu próprio governo, moeda e leis. Eram governadas por uma assembleia composta de grandes proprietários de terras, que juntamente com a suas famílias, formavam a aristocracia. Somente eles eram considerados cidadãos, ou seja, aqueles que possuíam o direito de participar da vida política da cidade, do exército e de possuir terras. 113 De modo geral, as polis eram divididas entre uma área rural – onde a população se dedicava à agricultura e criação de animais – e uma área urbana formada por praças, edifícios públicos, centros comerciais e oficinas de artesãos. Na parte mais alta, chamada de acrópole, ficavam os templos dos deuses e os palácios da aristocracia. Entre os séculos VII e VI a.C., parte da população que ficou sem terra e sem trabalho partiu para diversas regiões do Mar Mediterrâneo e Negro. Nesses locais fundaram novas cidades, as colônias, chamadas pelos gregos de apoíkias, que significa “abrir uma nova casa”. Com essa colonização, os gregos diversificaram a produção agrícola e artesanal, ampliaram as atividades comerciais, o intercâmbio cultural com outros povos, mas também ampliaram os conflitos entre as cidades-estados. Como resultado dessas mudanças, formou-se uma nova classe social a dos hoplitas guerreiros que lutavam a pé, armados com lança, escudo e espada - e aumentou a quantidade de escravos. Nesse período, as cidades-estados mais importantes eram Messênica, Tebas, Mégare, Erétria, Atenas e Esparta e, apesar dos conflitos entre elas, possuíam elementos culturais comuns como a língua e a crença nos mesmos deuses. Em função disso, os habitantes desses locais se reconheciam como gregos e chamavam de bárbaros os povos estrangeiros, ou seja, aqueles que não tinham os seus costumes e não pertenciam ao mundo grego. Aristocracia: palavra que em grego significa “governo dos melhores”. Podemos chamar de aristocracia um grupo formado por pessoas ou famílias que, por herança ou concessão, possuem o poder ou uma série de privilégios sobre as demais pessoas. 1. Construa um mapa conceitual com as seguintes expressões: acumulo de terras pelos chefes dos genos – polis – autoridade de um patriarca – governada pela aristocracia - sociedade dividida: ricos proprietários, pequenos proprietários e camponeses - genos a) Explique o mapa conceitual. b) Pinte as partes do mapa conceitual que indicam mudança na organização social e política. c) Atribua um título para o mapa conceitual. 114 2. Observe a imagem seguinte e responda as questões: Representação da cidade-estado de Atenas na Grécia Antiga. a)Faça uma descrição da imagem. b)Identifique na imagem as seguintes partes de uma polis: parte rural, parte urbana, acrópole, moradia da aristocracia e dos pequenos proprietários, camponeses, artesãos e comerciantes. c)Explique como era a organização política de uma polis. d)Compare a cidade de Atenas na Antiga Grécia com a cidade de Atenas Atual, que está no início dessa unidade, e registre as mudanças e permanências com relação as construções e divisão dos espaços. ATENAS: O BERÇO DA DEMOCRACIA GREGA Atenas foi uma das cidades-estados mais importante da Grécia Antiga. Localizada na Ática, península do mar Egeu, foi fundada pelos jônios que ali se estabeleceram de forma pacífica, ao lado dos eólios e aqueus. Até meados do século VIII a.C., Atenas era governada por um rei que acumulava funções de juiz, sacerdote e chefe militar. Com o tempo, o rei foi substituído por um grupo de aristocratas, os eupátridas donos de grandes propriedades agrícolas. O restante da sociedade ateniense era formada pelos demiurgos (artesãos e comerciantes), metecos (estrangeiros) e escravos. À medida que os aristocratas tornavam-se donos da maior parte das terras cultiváveis, os pequenos proprietários empobreciam e suas dívidas aumentavam. Diante de tantos abusos, grande parte dos atenienses passaram a exigir reformas políticas e sociais. 115 Entre os séculos VII e VI a.C., o governo realizou algumas reformas nas leis, entre elas: o fim da escravidão por dívida, distribuição de terras aos camponeses e a divisão da sociedade ateniense em classes, com base na renda dos cidadãos. Foi determinado também que homens livres, com mais de 30 anos e nascidos em Atenas, eram considerados cidadãos e podiam participar do governo. Com isso, foi criado uma nova forma de governar denominada democracia. Em grego, demos significa povo e kratos poder, ou seja, poder do povo. Assim foi criado a Bulê, conselho formado por quinhentos cidadãos, tanto ricos como pobres, que elaboravam as leis para serem votadas na Assembleia do povo; a Eclésia na qual todo cidadão poderia participar e o Tribunal popular, a Heliéa, para julgar qualquer tipo de causas. No entanto, o princípio de igualdade política na democracia ateniense não era para todos, pois em Atenas, mulheres, jovens, escravos e estrangeiros não eram considerados cidadãos. A vida das mulheres, pobres ou ricas, estava voltada para cuidar da casa e dos filhos, a única diferença é que as ricas deixavam essa tarefa para os escravos ou escravas. Em geral, as meninas aprendiam os serviços domésticos com as mães e viviam dentro de casa sob a autoridade do pai e, após o casamento, que acontecia por volta dos 15 anos, essa autoridade era passada para o marido. Já, os meninos das famílias ricas pagavam professores para ensinar a leitura, a escrita, a música, a prática de atividades físicas e a arte de falar em público na qual discutiam questões relacionadas à política e a filosofia. Os escravos eram utilizados nos serviços domésticos, nas oficinas de artesanato, nos mercados, portos, escolas, plantações, minas e nas construções. Os estrangeiros não possuíam direitos políticos, eram proibidos de comprar terras, pagavam impostos e muitos trabalhavam no artesanato ou no comércio. A vida na cidade de Atenas era organizada em torno da ágora, uma grande praça pública onde os atenienses compravam e vendiam alimentos, cobre, madeira, roupas, artigos de cerâmica, joias e da acrópole, onde estava o Paternon, templo da deusa Atena, protetora da cidade. Eupátridas: os que têm boa ascendência, os bem-nascidos. Filosofia: do grego philein, “amar” e sophia, “sabedoria”; amor à sabedoria. 116 Esparta: uma polis de guerreiros Esparta localizava-se na Península do Peloponeso, região da Lacônia cercada por montanhas, e foi fundada pelos dórios, um povo guerreiro. Dessa forma, a cidade parecia um grande acampamento militar. A partir do século VIII a.C., a sociedade espartana estava dividida da seguinte forma: os esparciatas (espartanos), descendentes dos dórios que ocupavam os cargos políticos e militares; os periecos, homens livres, que se dedicavam ao comércio e ao artesanato urbano e os hilotas, descendentes de povos conquistados, que eram obrigados a servir o Estado. Enquanto em Atenas se desenvolveu uma forma democrática de se governar, em Esparta a organização política foi chamada de oligárquica, pois poucas pessoas participavam da política. Dessa forma, o governo era exercido por dois reis escolhidos pelos membros das famílias mais importantes no qual comandavam o exército e tinham funções religiosas. O poder político era exercido pela Gerúsia, um conselho de anciãos dos esparciatas que juntamente com os reis administravam, elaboravam e julgavam as leis. Os membros da Gerúsia eram escolhidos pela Ápela, assembleia formada pelos mais importantes cidadãos espartanos maiores de 30 anos. As decisões da Gerúsia era executada pelo Conselho dos Éforos que também administrava e fiscalizava a cidade, a população e as ações do rei. Os espartanos valorizavam a guerra, assim, a educação dos meninos das famílias ricas estava voltada para essa prática. Desde pequenos aprendiam a utilizar as armas e praticavam exercícios que desenvolviam a agilidade e a resistência à fome, à sede, ao calor e ao frio. Ler e escrever era considerado um aprendizado de menor importância. As meninas dessas famílias também praticavam ginásticas e jogos com o objetivo de fortalecer o corpo e gerar Thomas Thle filhos saudáveis. A administração da casa e dos negócios também era função das mulheres. Ruínas da cidade-estado Esparta, localizada atualmente na Lacônia, município da Grécia. 117 Oligárquica: em grego oligos significa poucos e arkhe poder, comando, assim é uma forma de governo em que um grupo reduzido de pessoas poderosas governam voltados para os seus interesses. 1. Faça um fichamento sobre as cidades-estados de Atenas e Esparta destacando os seguintes assuntos: localização, sociedade, forma de governo e educação. 2. Leia os textos seguintes e responda as questões: TEXTO I: A educação em Atenas Até os sete anos de idade, as crianças atenienses ficavam em casa, onde brincavam e recebiam os cuidados da mãe. A partir de então, os meninos iam para a escola e as meninas continuavam em casa. A educação feminina era tarefa das mulheres mais velhas da casa – mãe, avó ou a escrava – que ensinavam um pouco de leitura, matemática, música, e principalmente afazeres domésticos e manuais como tecer, fiar e cozinhar. Por volta dos 15 anos se casavam, com um marido escolhido pelo pai. A educação dos meninos era bem diferente e se dividia em duas fases: na primeira, dos 7 aos 14 anos, frequentavam a escola para aprender leitura, matemática, poesia, história, ciências e a oratória; na segunda fase, dos 14 aos 18 anos, os jovens atenienses recebiam ensinamentos militares. TEXTO II: A educação em Esparta Até os sete anos os meninos eram criados pelas mães. A partir de então, passavam a viver com os outros garotos em acampamentos do governo onde aprendiam a ler, escrever, contar, praticavam esporte, recebiam treinamento militar e treinavam sobrevivência no mato. A partir dos 16 anos, passavam por uma série de provas de resistência, força e coragem. Aos 20 anos ingressavam no exército, aos 30 anos casavam-se e recebiam um lote de terras do governo, acompanhado de um certo número de hilotas. A partir dessa idade eram considerados cidadãos, ou seja, podiam votar e ocupar cargos públicos. Eles serviam o exército até os 60 anos. As mulheres também faziam exercícios físicos, participavam de lutas e demais atividades esportivas. Com isso, estavam sendo preparadas para ser mães de filhos fortes e saudáveis, pois essa era a sua principal função. Alfredo Boulo Junior. História sociedade & cidadania. São Paulo: FTD, 2006. p. 160. 118 a) Compare a educação dos homens atenienses e espartanos apontando as semelhanças e diferenças. b) As mulheres, tanto de Atenas como de Esparta, possuíam um papel fundamental na vida de seus filhos. Que papel era esse? c) A educação dos atenienses e a dos espartanos tinha a mesma finalidade? Justifique. d) Atualmente, a nossa educação possui alguma semelhança com as dos atenienses e espartanos? Justifique. O LEGADO CULTURAL GREGO Do século V ao século IV a.C., período clássico da história grega, muitas cidades gregas, principalmente Atenas, atingiram um grande desenvolvimento econômico e intelectual, pelo fato de reunirem artistas e intelectuais que se destacaram na área da arquitetura, da escultura, do teatro, da filosofia e da história. Grande parte da literatura, escultura e da pintura grega era inspirada em temas religiosos e da mitologia, na qual representavam deuses, heróis, personagens míticos cenas de batalhas e da vida cotidiana. Os deuses eram homenageados também em festas e a mais famosa eram os jogos olímpicos. Realizados de 4 em 4 anos, esses jogos apresentavam várias modalidades esportivas como a corrida a pé ou com carros puxados por cavalos, lutas corporais e o arremesso de disco e dardo. Essa grande festa grega aconteceu pela primeira vez no ano de 776 a.C. na cidade de Olímpia. As peças de teatro eram na sua maioria apresentadas ao ar livre e encenavam histórias trágicas e cômicas que provocavam pavor, pena e risos nos espectadores. Esculturas e pinturas do Período Clássico: a primeira é um vaso com cenas de corridas, a segunda representa o principal deus grego Zeus e a terceira Hefesto, o deus do fogo e da metalurgia. 119 Filósofos gregos como Sócrates (469-399 a.C.), Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), desenvolveram pensamentos na intenção de ajudarem as pessoas a entenderem o mundo em que viviam e melhor se relacionarem com outras pessoas e a natureza. Assim propunham perguntas como: Como surgiu o homem e o mundo? Como devemos viver? Os gregos foram os primeiros povos do Ocidente a registrarem por escrito a sua própria História, iniciada pelo pensador e pesquisador Heródoto (484-425 a.C.) que é considerado o “pai da história”. Através de suas viagens pelo Egito, Pérsia, Itália e várias regiões da Grécia, Heródoto produziu textos sobre batalhas, costumes populares e a vida cotidiana, que foram reunidos no seu livro chamado História. O crescimento e a expansão econômica e cultural das cidades gregas provocaram disputas por rotas comerciais e mercados com outros povos da Antiguidade, entre eles os persas. Conhecidos como medos, persas e gregos, entre 499 a 475 a.C., se enfrentaram no conflito que ficou conhecido como Guerras Médicas ou Guerras Greco-Pérsicas. Esse conflito terminou com a vitória dos gregos no entanto, gerou uma disputa entre as cidades gregas de Esparta contra o domínio de Atenas. Durante 27 anos (431- 404 a.C.) ocorreram batalhas de gregos contra gregos na chamada Guerra do Peloponeso. Vitoriosos desse conflito, os espartanos procuraram impor o seu domínio sobre as outras cidades gregas que sob o comando da cidade de Tebas, reagiram e derrotaram o poderoso exército de Esparta. As cidades gregas, depois de tantos anos de guerras internas, estavam enfraquecidas e não puderam resistir ao domínio do exército macedônio comandado por Alexandre Magno, o Grande, no ano de 334 a.C. Da Grécia, os macedônios conquistaram a Pérsia, a Fenícia, a Mesopotâmia, o Egito e parte do Oriente, construindo um dos maiores impérios de toda Antiguidade: o Império Macedônico. A expansão macedônica foi responsável pela difusão da cultura grega desde o Egito ao extremo Oriente, com isso, costumes, línguas e crenças se misturaram dando origem a uma nova cultura, o helenismo. Com a morte de Alexandre em 323 a.C., o Império Macedônico foi dividido entre os seus principais comandantes e mais tarde, no século II a.C., os macedônios foram dominados pelos romanos. Mitologia: conjunto de narrativas baseadas em tradições que procuram explicar o universo, a origem dos seres humanos e os fenômenos naturais. 120 UNIDADE VI: O Mundo Romano Rolf Siissbrich Assim como os gregos, os romanos constituíram uma civilização na Antiguidade que influenciou profundamente nossa forma de vida e nossos costumes. Muitas das nossas palavras são de origem do latim, a língua falada pelos romanos, assim como muitos valores e princípios legais. Dessa forma, a cultura romana é considerada clássica, pois se tornou um modelo para a muitas sociedades. Slefan Bauer Vista panorâmica da cidade de Roma, atual capital da Itália, a partir da Praça de São Pedro no Vaticano. Vista panorâmica da parte antiga da cidade de Roma. Roma está situada na península Itálica, uma longa faixa de terra em forma de bota, próxima ao mar Mediterrâneo, Adriático e Tirreno. Sua posição geográfica favoreceu o desenvolvimento do comércio marítimo e o contato com diversos povos. Assim, ao longo de mil e trezentos anos, entre os séculos VIII a.C. e V d.C., Roma passou de uma simples aldeia de pastores para o centro de um grande Império da Antiguidade, com domínios no norte da África, por quase toda Europa e parte da Ásia. 121 Para estudar a história da Roma Antiga, costuma-se dividí-la em períodos de acordo com as mudanças nas formas de organização política, como mostra a linha do tempo a seguir: monarquia 753 a.C. 509 a.C. república império 27 a.C. 1 476 Nascimento de Cristo ●• Monarquia: Início da formação de Roma em que os governantes eram reis. ●• República: Durante esse período, Roma se tornou uma República, palavra que deriva do latim res pública, coisa pública, sistema político que visa servir o interesse da coletividade. ●• Império: Com as conquistas territoriais iniciadas na República, Roma se tornou o centro de um Império. Esse período também ficou marcado por uma grande crise social, política e econômica, e principalmente pelas invasões de povos bárbaros no final do século V d.C.. Bárbaros: tanto os romanos como os gregos da Antiguidade, consideravam bárbaros todo povo que não falava a sua língua, não praticava a sua cultura e estava localizado fora de suas fronteiras. A MONARQUIA ROMANA Através dos vestígios encontrados em Roma, estudiosos revelam que a península Itálica foi povoada por diversos povos em diferentes regiões e tempos. Por volta do século X a.C. a região central da península foi ocupada pelos italiotas, povos da Europa oriental, que dividiram-se em diversos grupos como os latinos e sabinos. Esses povos fundaram várias aldeias de pastores e agricultores, dentre elas Roma. Dois séculos depois, os etruscos, povos provenientes da Ásia, ocuparam a parte noroeste da península e conquistaram a região central, transformando a aldeia romana em cidade. 122 Depois dos etruscos, os gregos, no período de expansão territorial, fundaram várias colônias na parte sul da península. Após a transformação de Roma em cidade, foi adotada a monarquia como forma de governo. Assim, os romanos passaram a ser governados por reis com auxílio de um Senado e da Assembleia Curial. O rei era o chefe militar e religioso assim, podia declarar guerras, administrar a justiça e comandar os principais rituais religiosos. No entanto, seus poderes eram limitados, pois suas ações eram fiscalizadas pelo Senado - formado por cidadãos idosos que faziam parte das principais famílias romanas – e pela Assembleia Curial – composta por soldados. O Senado também possuía a função de elaborar as leis e a Assembleia Curial de julgá-las e de eleger altos funcionários. Nesse período, a sociedade romana estava dividida da seguinte forma: • Patrícios: formavam a aristocracia romana, pois descendiam das primeiras famílias que fundaram Roma. Eram considerados os cidadãos e podiam ocupar os altos cargos na política, na administração pública, na religião e no exército. Além disso, eram os ricos proprietários de terras, rebanhos e escravos. • Plebeus: formavam a maioria da população e eram homens e mulheres livres que se dedicavam ao artesanato, ao comércio e aos trabalhos na agricultura e criação de animais. No geral, trabalhavam para os patrícios e não tinham participação na política. • Clientes: grupo formado por pessoas pobres, estrangeiros e escravos libertos que prestavam os mais diversos serviços aos patrícios em troca de proteção e sobrevivência. • Escravos: pessoas endividadas ou prisioneiros de guerra que trabalhavam tanto no comércio como no campo. Na Monarquia a quantidade de escravos era pequena. Durante o período monárquico, muitas obras públicas foram realizadas em Roma: como a construção de casas e muralhas e ampliação de ruas e praças. No entanto, essa modernização beneficiou somente os patrícios, causando um descontentamento muito grande entre os plebeus que passaram a exigir melhores condições de vida, participação na política e no exército. A cidade de Roma acabou se tornando palco de muitas revoltas. Diante dessa situação, o rei passou a permitir que somente plebeus enriquecidos assumissem funções militares. Essa atitude desagradou os patrícios que, em 509 a.C., afastaram o rei etrusco Tarquínio, o Soberbo, do poder e criaram uma nova forma de governo: a República. Senado: em latim, a palavra senado deriva de senex que significa homem velho. 123 ROMA: DA REPÚBLICA AO IMPÉRIO A palavra “república”, em latim, significa coisa pública, isto é, que pertence a todos. Entretanto, essa nova forma de governo não atendeu a maioria da população romana, pois os novos donos do poder de Roma, os patrícios, organizaram o governo republicano de forma a ocuparem os mais altos cargos políticos. Assim, o governo republicano era formado por dois cônsules que governavam auxiliados pelo Senado, magistrados e assembleias. Os dois cônsules eram escolhidos pelo Senado e tinham a função de executar as decisões tomadas por esse órgão. Os senadores eram nomeados pelos magistrados que estavam divididos em: pretores, que aplicavam a justiça; censores, que realizavam o censo, ou seja, contavam o número de cidadãos e quanto possuíam de bens; edis, responsáveis pelo segurança, abastecimento e conservação das cidades e questores, que cuidavam da arrecadação dos impostos. Todos os cônsules, senadores e magistrados eram patrícios. Havia, ainda, as Assembleias que contavam com a participação de plebeus, mas controladas pelos patrícios. Descontentes com a pouca participação política, os plebeus promoveram revoltas e obtiveram inúmeras conquistas como mostra o quadro seguinte: • • Tribuno da Plebe (493 a.C.): formada somente por plebeus, tinha o poder de impedir qualquer decisão desfavorável à sua camada social. Leis das Doze Tábuas (450 a.C.): primeiro conjunto de leis escritas que valia para patrícios e plebeus. • Lei da Canuleia (445 a.C.): permitia o casamento entre plebeus e patrícios. • Lei Lucínia (367 a.C.): proibia a escravidão por dívidas e permitia que plebeus ricos ocupassem qualquer cargo político. Durante os conflitos entre patrícios e plebeus, os romanos já dominavam toda a península Itálica e partir do século III a.C. passaram a disputar o mar Mediterrâneo com os outros povos. Entre 264 a 146 a.C. os romanos travaram três guerras contra os cartagineses, povo da cidade de Cartago, localizada ao norte da África fundada por fenícios. Esses conflitos ficaram conhecidos como as Guerras Púnicas (pois os cartagineses eram chamados de punis pelos romanos). Vitoriosos nas três guerras, os romanos passaram a controlar quase todas as regiões em torno do mar Mediterrâneo, ampliando seus domínios à Macedônia, Grécia, Síria, Gália (atual França), Portugal, Egito, Ásia Menor, Britânia (atual Inglaterra) e outras regiões. 124 A partir do século I a.C., os romanos tinham dominado o comércio, a agricultura, a mineração, o artesanato, enfim, todas as atividades econômicas desenvolvidas pelos povos no Mar Mediterrâneo que passou a ser denominado de mare nostrum, ou seja, “nosso mar”. Os territórios conquistados eram transformados em províncias de Roma, suas riquezas eram exploradas ao máximo e os prisioneiros de guerra eram transformados em escravos. As conquistas possibilitaram a formação da classe social dos cavaleiros, que enriqueceram com o comércio e os impostos cobrados das áreas sob o seu domínio. Ocorreu também um aumento da população de escravos em Roma causando um desemprego em massa dos plebeus. A grande quantidade de escravos ocasionaram várias revoltas, principalmente pelas péssimas condições de vida e maus tratos em que eram submetidos. A maior delas ocorreu em Roma sob a liderança do escravo Espártaco. Além do problema com os escravos, a República Romana, enfrentou um superpovoamento de suas cidades, principalmente de plebeus que retornavam das guerras empobrecidos, fazendo com que formassem um grande número de pessoas sem trabalho. A fim de conter os problemas internos, os irmãos Tibério e Caio Graco, pertencentes ao Tribuno da Plebe, tentaram promover reformas sociais entre os anos de 133 a 122 a.C. Dentre essas medidas estavam a reforma agrária, que limitava o tamanho das propriedades rurais e propunha a distribuição de terras para camponeses pobres através da desapropriação das grandes propriedades dos patrícios. Essas propostas sofreram forte oposição dos patrícios no Senado e os irmãos Gracos acabaram sendo assassinados. Nesse período, o governo romano novamente entra em uma crise social: os conflitos entre patrícios e plebeus se intensificam e explodem revoltas de escravos e dos povos conquistados por várias regiões de domínio romano. Na tentativa de solucionar essa crise, em meados do século I a.C., o Senado aumenta para três o número de cônsules, todos chefes militares. A República Romana implantava o Triunvirato (palavra que em latim significa “junta de três homens”) e o primeiro foi organizado em 60 a.C. pelos generais Pompeu, Crasso e Júlio César. Pompeu ganhou prestígio por suas vitórias na Sícilia, Península Ibérica (onde atualmente se localizam os territórios de Portugal e Espanha) e na África. Crasso morreu em uma guerra de conquista na Ásia, e Júlio César, juntamente com sua legião, conquistou a Gália (atual França). Com a morte de Crasso, Júlio César (100-44 a.C) tornou-se o único governante de Roma, assumindo os poderes de cônsul, tribuno, sumo sacerdote e supremo comandante do exército. A fim de ganhar apoio popular, promoveu diversas reformas como a criação de novas colônias para a ocupação da plebe, concessão de cidadania romana aos povos conquistados e determinou que os grandes proprietários de terras empregassem uma certa quantidade de trabalhadores livres. Descontentes com essas medidas, os patrícios conspiraram contra César que foi assassinado em 44 a.C., a punhaladas em pleno Senado. 125 Após a morte de César, seus defensores organizaram um Segundo Triunvirato formado por Otávio, que governava o Ocidente, Marco Antônio, o Oriente e Lépido a África. Assim como aconteceu com César, Otávio acumulou poderes e títulos como o de princeps senatus (chefe do Senado e Primeiro Cidadão), Augusto (sagrado), procônsul (principal comandante militar), pontífice máximo (chefe religiosos) e principalmente o de Imperador de Roma. Dessa forma, Otávio Augusto, como passou a ser chamado, tornou-se o primeiro Imperador de Roma. Era o fim da República e o início de outro período da história romana: o Império. Durante o seu governo (de 27 a 14 a.C.), Otaviano Augusto realizou novas conquistas, dentre elas a região da Palestina, e procurou manter a paz nos territórios conquistados estabelecendo a chamada pax romana que se prolongou por mais duzentos anos. A fim de diminuir o descontentamento de plebeus, escravos e povos conquistados, criou teatros (com apresentações de peças de comédia), circos (onde aconteciam corridas de cavalos atrelados a carros de combates), anfiteatros (destinados às lutas de gladiadores), termas ou banhos públicos, rede de esgoto, aquedutos e estradas. Essas medidas faziam parte da chamada “política do pão e circo”. Utilizada desde o período republicano, essa política consistia na realização de grandes espetáculos a céu aberto gratuitos e na distribuição de trigo, ingrediente básico para a produção do pão. Assim, grande parte da população que vivia na miséria esquecia dos problemas cotidianos. Durante esse período, Roma viveu uma grande fase na economia tornando-se a capital do mundo antigo e o centro comercial entre as diferentes partes do Império. SACANNEAR IMAGEM “Maquete de Roma Antiga” Livro:Projeto Araribá – 5 série Página 189 Maquete da antiga cidade de Roma no Período Imperial Foi durante o Império que nasceu Jesus Cristo, na Palestina, uma das províncias romanas. Sua história pode ser encontrada na Bíblia, no Novo Testamento. Contam as Sagradas Escrituras que aos 30 anos, dizendo ser o messias esperado, Jesus Cristo começou a percorrer as cidades, pregando o amor, a paz, a igualdade entre os homens, a ressurreição e a vida eterna aos bons e a crença em um único Deus. Essas ideias não foram vistas com bons olhos pela autoridade romana, e durante o reinado do Imperador Tibério (14-37 d.C.), Jesus foi acusado de traidor, agitador e blasfemo e acabou sendo condenado à pena máxima romana: a crucificação. 126 Nem mesmo a sua morte fez com que os seus ensinamentos ficassem esquecidos, pois, através de seus apóstolos e seguidores, eram transmitidos para diversos povos do Império. A proposta dos seguidores de Jesus Cristo, que ficaram conhecidos como cristãos, era de uma religião universal. Os cristãos, durante muito tempo, foram perseguidos pelos romanos, pois não participavam das cerimônias oficiais do Império, não cultuavam o Imperador, não aceitavam o politeísmo e não prestavam serviço militar. Essa perseguição só teve fim quando o Imperador Constantino concedeu liberdade de culto a todos os povos cristãos através do Edito de Milão assinado em 313 e no século IV, com o Imperador Teodósio (346-395), o cristianismo se tornou a religião oficial do Império. O Fim do Império Romano A partir do século III, o Império Romano começou a enfrentar uma séria crise política, econômica e social, decorrente das disputas pelo poder entre generais e senadores, má utilização do dinheiro público, falta de mão-de-obra escrava (decorrente da diminuição das conquistas) e uma diminuição na produção agrícola. Outro fator que contribuiu para aumentar ainda mais essa crise foram as invasões das fronteiras do Império por povos bárbaros que eram na sua maioria, de origem germânica, como os alamanos, burgúndios, francos, godos, ostrogodos, saxões, suevos, vândalos e visigodos. Esses povos se deslocaram em direção ao sul da Europa penetrando na fronteira à procura de terras férteis. De cultura tribal e seminômade, dedicavam-se na maior parte do tempo à agricultura, ao pastoreio e à guerra. Muitos já agiam como aliados dos romanos incorporados aos seus exércitos. Durante o século V, essas invasões se tornaram incontroláveis, principalmente quando os hunos (povos guerreiros da Mongólia, leste da Ásia), promoveram saques e matanças por onde passavam, o pressionando os germânicos a adentrarem cada vez mais na fronteira do Império. Ao mesmo tempo em que ocorriam essas invasões, as cidades do Império eram abandonadas e grande parte da população se estabelecia no campo nas grandes propriedades rurais. Assim, parte de tudo que era produzido, destinava-se aos donos das terras que, em troca, davam proteção e moradia aos trabalhadores. Esse sistema de trabalho ficou conhecido como colonato. A fim de conter as invasões, em 395, o Imperador Teodósio dividiu o Império Romano em duas partes: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente, com a capital em Constantinopla (cidade construída onde antes era Bizâncio, antiga colônia grega). O Império Romano do Oriente conseguiu sobreviver por aproximadamente mais mil anos, até 1453. Já, o Império Romano do Ocidente, não resistiu: em 476, os hérulos, um dos povos bárbaros, invadiram e conquistaram Roma. Seu chefe, Odoacro, assumiu o poder com o título de rei de Roma. 127 M.M.Albuquerque et alii. Atlas Histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991. Esse acontecimento provoca a queda do Império Romano do Ocidente e, segundo muitos historiadores, marca também o fim da Antiguidade e o início da Idade Média. A Divisão do Império Romano no ano de 395 d.C. Apóstolos: nome dado aos seguidores de Jesus Cristo para divulgar a sua mensagem; discípulos. Blasfemo: que ofende a divindade ou religião. Desapropriar: privar da posse de propriedade ou de sua terra. Província: territórios conquistados fora da península Itálica e eram governados por magistrados romanos que deviam pagar impostos. Em geral, a cultura e a organização administrativa do local conquistado era preservada. Reforma Agrária: conjunto de medidas que tornam a propriedade, a posse e o uso da terra acessível a um número maior de pessoas ou famílias. 1. Faça um fichamento em seu caderno sobre os períodos monárquico, republicano e imperial romano destacando os seguintes assuntos: a) Organização do governo. d) Guerras e conflitos. b) Divisão da sociedade. e) Conquistas dos plebeus. c) Transformações em Roma. f) Mudanças territoriais. 128 2. Faça em seu caderno o quadro a seguir e complete as informações: FORMAS DE GOVERNO O QUE MUDOU O QUE PERMANECEU Da Monarquia para a República Da República para o Império 3. Leia o texto seguinte e responda as questões: “Roma, no apogeu do Império, era uma cidade superpovoada e muito rica. Entretanto, a beleza de seus templos, basílicas, termas e teatros contrastava violentamente com a miséria visível em sua ruas. A cidade cresceu desordenadamente e sem nenhum planejamento (...). Por essa razão, os habitantes da maior metrópole do mundo antigo estavam sujeitos a condições muito pouco satisfatórias em termos de saneamento, higiene e conforto. (...) Nos fins da República, as ruas da Roma Antiga não eram pavimentadas e sim muito sujas. Havia leis que proibiam a população de sujá-las com qualquer tipo de detritos; mesmo assim, o povo jogava nas ruas as mais variadas espécies de imundícies. Como resultado, o mau cheiro era uma constante em toda a cidade. O movimento nas ruas de Roma era intenso. Carroças, liteiras, cavaleiros montados, vendedores ambulantes, mendigos, amestradores de serpentes, engolidores de espadas, professores dando aulas, além de cães e porcos correndo e uma multidão indo e vindo. (...) O barulho era terrível durante o dia, não diminuía muito nas ruas romanas quando a noite chegava. Percorrer as ruas romanas à noite não era programa muito recomendável. Os ataques de ladrões, que agiam sem dificuldades, pois elas não eram iluminadas (cada transeunte levava uma espécie de lanterna, para clarear seu caminho), e também o perigo de atropelamento pelos veículos eram dois bons motivos para que a população evitasse deixar suas casas depois do pôr-do-sol.” O.L. Ferreira. Visita a Roma Antiga. São Paulo: Moderna, 1993. a) Atribua um título ao texto. b) Quais eram os maiores problemas enfrentados pelos moradores da Roma antiga? Explique com trechos do texto. c) Esses problemas continuam nas grandes cidades brasileiras da atualidade? Explique. d) Produza um texto com ilustrações de como seria viver na cidade de Roma durante o período Imperial. 129 M.M.Albuquerque et alii. Atlas Histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991. 4. Compare o mapa a seguir com o do Império Romano e responda: “O que aconteceu com o território que pertencia aos romanos depois das invasões bárbaras?” Mapa representando as invasões bábaras durante o século V. Assim como os gregos, os romanos influenciaram diretamente a nossa cultura. Essa presença pode ser percebida, no Direito, na língua, no teatro, na literatura, na escultura e nas construções como mostra a imagem seguinte de um aqueduto romano localizado na cidade de Lisboa, em Portugal. Juntamente com os seus colegas, na Sala de Informática, pesquise na Internet imagens e textos da cultura romana que estão presentes na nossa forma de viver. Depois apresente para a classe e organize um mural da seguinte forma: herança DOS ANTIGOS ROMANOS OS ROMANOS ANTIGOS A INFLUÊNCIA NA NOSSA CULTURA 130