O AVANÇO NEOLIBERAL NO CONTEXTO DO SERVIÇO SOCIAL: o projeto éticopolítico enquanto instrumento de defesa Ana Paula dos Reis1; Henice de Freitas Pascoal2; Reginaldo Pereira França Junior3; Valquíria Alves Mariano4 Resumo O presente trabalho resulta de pesquisa bibliográfica, que teve como objetivo analisar o trabalho profissional do assistente social sob a égide do capital em sua fase monopolista. Neste, são tratados os elementos sócio-históricos; o paradigma neoliberal e a construção teórico-metodológica do projeto ético-político do Serviço Social. Assim, a pesquisa foi realizada utilizando-se da revisão de literatura, o que possibilitou a compreensão do trabalho profissional dos assistentes sociais, elegendo como premissa a identificação dos limites e possibilidades postos na atualidade para o Serviço Social, mediante o capitalismo monopolista. Palavras-chave: Trabalho. Serviço Social. Neoliberalismo e Contemporaneidade. 1 INTRODUÇÃO A dominação imensurável da qual a classe trabalhadora é acometida, resulta dos novos padrões de acumulação, inspirados na mundialização da economia, e na globalização, operada, segundo Iamamoto (2008) pelo capital transnacional e investimentos financeiros. Após a Guerra Fria e no alvorecer do século XXI, a economia sob a hegemonia do império norte-americano sofre profundas mutações. Mudanças estas acionadas pelos grandes grupos das industriais transnacionais, passando a operar com o capital que rende juros “[...] bancos, companhias de seguro, fundos de pensão, fundos mútuos e sociedades financeiras de investimentos” (IAMAMOTO, 2008, p. 107). Todo esse processo recebe respaldo dos Estados nacionais e são fortemente consolidados por meio da força de trabalho, ou seja, cria-se a acumulação do capital por meio dos únicos que não o desfrutam e que ainda são chamados a participar deste acúmulo pagando os impostos e vendendo seu único meio de subsistência, sua força de trabalho. Sendo que, a cada dia é negado, a milhares de pessoas, até o acesso a esta venda de força de trabalho, pois 1 Bacharel em Serviço Social – UNIUBE BACHAREL EM SERVIÇO SOCIAL – UNIUBE. Contato: [email protected] 3 Mestrando em Serviço Social pela PUC-SP, sob orientação da Professora Maria Lucia Silva Barroco; Assistente Social, Professor do curso de Serviço Social da Universidade de Uberaba. Contato: [email protected] 4 Mestre em Serviço Social pela FHDSS-UNESP Franca. Assistente Social. Gestora do Curso de Serviço Social da Universidade de Uberaba. Contato: [email protected] 2 2 o avanço tecnológico acarreta a redução de postos de trabalho para a produção do capital, uma marca indelével do processo de consolidação dos monopólios e do desenvolvimento tecnológico, que favorece apenas ao capital. Neste sentido, com relação à classe trabalhadora, o exército industrial de reserva descrito na década de 1930, assume nova roupagem no cenário atual, sendo que as relações sociais de produção são constituintes de uma sociedade marcada por novos protagonistas, mas necessariamente combinada com a estrutura que fundou o país, acrescida das “transformações que vem operando na esfera do Estado e nas políticas sociais públicas, condizentes com o organismo internacionais em especial o Fundo Monetário Internacional (FMI)” (IAMAMOTO, 2007, p. 180). Sendo assim, na atualidade, o trabalho no mundo capitalista não ocorre apenas com a transformação direta da natureza, mas em todo processo de produção de mais-valia, pois é neste processo que ocorre a concentração do capital e sua expansão/consolidação. 2 SERVIÇO SOCIAL: ELEMENTOS SÓCIO-HISTÓRICOS À CONSTRUÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO Para compreensão do Serviço Social na contemporaneidade, devemos considerar seus pressupostos sócio-históricos, pois a profissão surge no Brasil influenciada pela Igreja Católica e fundamentada pelas bases neotomistas de São Tomas de Aquino5, seguindo o modo de pensar e agir do Serviço Social norte americano. O Serviço Social no Brasil emerge no ano de 1936 na cidade de São Paulo com a primeira escola de Serviço Social e no ano de 1937 no Rio de Janeiro, momento em que são formadas as primeiras assistentes sociais, com a visão conservadora, calcada em um fundamento religioso arcaico, mantenedor da “ordem”. A ordem era primar pelos “bons modos” e o “reajuste” da classe operária, pois se entendia que o homem deveria aceitar as condições naturais de sua existência. Assim, os que sofriam de falta de “caráter” como vistos na época, deveriam ser “ajustados”, conforme as necessidades de uma sociedade que era regida por uma ordem natural, em que o homem é culpabilizado por suas condições materiais de existência, pois a centralidade do problema era a falta de ajustamento do indivíduo à sociedade, sendo que os mesmos eram encarados como caso de polícia. Assim, reforçava a crença da espiritualização da miséria, da exploração e da subalternização do pobre sobre o Manto Sagrado da espiritualidade. 5 Doutrina filosófica moderna derivada da filosofia de Santo Tomás de Aquino. 3 Fundado nesta perspectiva messiânica e ajustadora, é aprovado o primeiro Código de Ética (1947) embasado na ideologia católica, fundamentado pela filosofia Neotomista, direcionada para o processo de reordenamento da vida social, com base na filosofia do ajustamento do “caráter” da classe trabalhadora, levando em consideração que os profissionais neste primeiro momento não possuíam nenhum tipo de direito, apenas deveres, assim, a ética se caracteriza como de caráter religioso. Sete anos após o primeiro código de ética, no ano de 1954, é aprovado o 1º currículo mínimo para o curso de Serviço Social, depois de muita luta da profissão, juntamente com a Associação Brasileira dos Assistentes Sociais (ABAS) e a Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social (ABESS) tendo grande repercussão para o Serviço Social brasileiro. No ano de 1967 ocorre o seminário de Araxá para discutir a revisão crítica, em nível teóricometodológico, no sentido de fomentar uma ação articulada com as lutas dos segmentos populares (AGUIAR, 1995). Já a década de 1960 representou um período de mudanças, inclusive na reformulação do código de 1947 para o de 1965, aprovado um ano após o golpe militar, sofrendo reflexos da ditadura. As mudanças no documento direcionam a importância de zelar pela família, visando à harmonia, o equilíbrio e a paz social (AGUIAR, 1995). Assim, carregado de caracteres da ideologia da autocracia burguesa (PAULO NETTO, 1991), o Código de 1965 consolida sua missão: conservar toda estrutura ideológica, a partir do contexto da autocracia burguesa, como forma ídeo-política do conservadorismo burguês. Perpassando o período da ditadura, o movimento de reconceituação foi “um fenômeno tipicamente latino-americano na década de 1965, dominado pela contradição ao tradicionalismo profissional, implicou um questionamento global da profissão” (IAMAMOTO, 2007, p. 205-206). Na década de 1970 dando continuidade a luta da categoria acontece o seminário de Teresópolis que discutiu a metodologia utilizada pelo Serviço Social, na perspectiva de uma atuação critica e contra o positivismo. Em 1975, revisado o código de 1965 aparecem os direitos do profissional, mas com a mesma visão Neotomista da igreja católica e com a postura ética do profissional em relação a seus colegas de profissão. Cabe destacar aqui que o movimento de ruptura experimentou nos anos 1960/1970 seu tímido, mas importante início, só se concretizando com a erosão do sistema governamental vigente, ou seja, o início da queda do governo militar. Paulo Netto (2005, p. 17) descreve de forma clara e evidente a erosão do governo militar na segunda metade da década de 1970, 4 [...] quando a ditadura começa a experimentar a sua erosão, que se fazem sentir no Brasil as ressonâncias das tendências que, na Reconceituação, apontavam para uma crítica radical ao tradicionalismo – e essas ressonâncias reverberam tanto mais quanto avançam as forças democráticas na cena política nacional, com claríssimas implicações no interior da categoria profissional. Esta ressonância no meio profissional só é realmente fortalecida e legitimada com o enfraquecimento da ditadura militar, porém seu processo histórico ainda aponta o intento de romper com o tradicional desde o início dos anos de chumbo da ditadura, aflorando de forma mais aberta no final da metade dos anos 1970. Efetivamente, os seminários, colóquios e congressos realizados pelas entidades de classe do Serviço Social (CFAS, CRAS, ABESS e ENESSO), foram pontos importantes do debate profissional, quando a categoria adensou-se na discussão do seu agir profissional, articulado com a CENEAS, questionando seu espaço sócio-ocupacional na divisão social e técnica do trabalho, inclusive discutindo seu piso salarial. No III CBAS, fica claro que a intenção de ruptura consolida-se no âmbito profissional, pois neste Congresso conhecido como o “Congresso da Virada”, a categoria repudia veementemente a posição conservadora da Coordenação do evento, (CFAS apud GUIMARÃES, 1997, p. 41) enfatiza a avaliação do evento: 1. a preparação da III CBAS, que não garantiu a consulta aos assistentes sociais, através de discussões amplas e democráticas; 2. a forma de organização, que impediu a participação maciça dos profissionais, pois o preço cobrado para a inscrição do Congresso e as demais despesas (passagens, estadia e alimentação) não condizia com a realidade salarial da maioria dos assistentes sociais brasileiros; 3. a limitação à participação dos estudantes de Serviço Social, principalmente daqueles próximo à conclusão do Curso, que não só têm interesse e necessidade de discutir com a categoria como podem contribuir no debate sobre os rumos da profissão na realidade brasileira; 4. a definição do tema, considerando que os assistentes sociais não participaram da sua escolha, não podendo assegurar a linha, as diretrizes e o posicionamento que contribuam para a busca de uma posição política coerente com o momento histórico; 5. o repúdio ao convite de honra feito aos representantes do governo, principalmente ao Ministro do Trabalho, Murilo Macedo, que assume atitudes patronais e repressivas, tendo determinado a intervenção nos sindicatos, numa tentativa de impedir a emancipação dos trabalhadores. Tais medidas e outras punições atingiram duramente líderes sindicais, em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, decorrentes da política governamental que reprime manifestações populares. 5 Neste momento a profissão mostra um amadurecimento e adensamento crítico depois de décadas de alienação, patrocinada pelo bloco no poder dominante, consegue superar-se, questionando de forma crítica e propositiva um novo horizonte profissional, articulando a teoria à prática. Ficavam definidas assim as bases sólidas da perspectiva de mudança na profissão, consolidando seu intento: romper com as bases conservadoras da profissão, mas a luta ainda só começaria. Em 1980 com a aproximação da teoria de Marx e a vigência do currículo mínimo, as maiores transformações do Serviço Social se deram com a aprovação do código de ética de 1986 afirmando que a profissão é autônoma inscrita na divisão sócio-técnica do trabalho coletivo, ainda que não ocorra à ruptura com o conservadorismo, este é considerado o Código Marco da profissão. E com a promulgação da Constituição da Republica Federativa do Brasil, que ocorre no ano de 1988, a profissão caminha na construção de uma identidade profissional voltada à classe trabalhadora, assumindo uma prática mais humanizada e com maior enfoque nos direitos dos cidadãos, tendo como valor central a liberdade em favor da equidade e da justiça social (BRASIL, 1988). Cabe ilustrar aqui, todo o contexto que a profissão busca também a readequação do currículo mínimo, sendo que a proposta das diretrizes curriculares gerais para os cursos de Serviço Social surgem num momento em que as diretrizes anteriores, no caso de 1982, já não mais abarcavam toda a compreensão da totalidade social na qual o assistente social está inserido, derivando desta insatisfação, a urgência em definir padrões de qualidade da formação profissional, capacitando o assistente social para intervir na realidade social. O momento de revisão do Currículo Mínimo ocorreu durante a XXVIII Convenção Nacional da Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social (ABESS), realizada na cidade paranaense de Londrina, em outubro de 1993, quando ocorreu a deliberação da revisão do Currículo Mínimo da formação profissional que perdurava desde 1982 (Parecer CFE n° 412, de 04 de Agosto de 1982). A revisão curricular da formação profissional foi em face aos movimentos contemporâneos causados pela questão social e suas múltiplas expressões que incidem no agir profissional. Na busca pela ruptura com um Currículo anacrônico, que já não atendia as demandas do Serviço Social, a ABESS promove em parceria com o Centro de Documentação e Pesquisa em Políticas Sociais e Serviço Social (CEDEPSS), Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social (ENESSO) (grifos nossos), neste momento todos os seguimentos representantes da categoria profissional, estudantes e 6 pós-graduandos. Nesta articulação, tais órgãos promoveram cerca de 200 (duzentas) oficinas em 67 (sessenta e sete) unidades acadêmicas filiadas a ABESS. Ocorreram também duas oficinas nacionais e 25 (vinte e cinco) estaduais. Os desdobramentos dos debates em torno da revisão curricular adensaram-se, sendo aprovados na XXIX Convenção Nacional da ABESS em 1995 no Recife e, finalmente em 1996 o processo de constituição de uma nova lógica curricular se faz mais próxima da realidade acadêmica, política e social do país. A ABESS encaminha a proposta de renovação curricular no ano de 1996 ao Conselho Nacional de Educação para sua apreciação e aprovação. A formação profissional do Assistente Social é expressa na nova concepção curricular que indica: 1. O Serviço Social se particulariza nas relações sociais de produção e reprodução da vida social como uma profissão interventiva no âmbito da questão social, expressa pelas contradições do desenvolvimento do capitalismo monopolista. 2. A relação do Serviço Social com a questão social – fundamento básico de sua existência – é mediatizada por um conjunto de processos sócio-históricos e teórico-metodológicos constitutivos de seu processo de trabalho. 3. O agravamento da questão social em face das particularidades do processo de reestruturação produtiva no Brasil, nos marcos da ideologia neoliberal, determina uma inflexão no campo profissional do serviço Social. Esta inflexão é resultante de novas requisições postas pelo reordenamento do capital e do trabalho, pela reforma do Estado e pelo movimento de organização das classes trabalhadoras , com amplas repercussões no mercado profissional de trabalho. 4. O processo de trabalho do Serviço Social é determinado pelas configurações estruturais e conjunturais da questão social e pelas formas históricas de seu enfrentamento, permeadas pela ação dos trabalhadores, do capital e do Estado, através das políticas e lutas sociais (CRESS, 2007, p.29). Estes pressupostos da formação profissional marcam a busca por uma nova lógica curricular que abranja toda a dinâmica da sociedade e suas interferências no cotidiano profissional do assistente social. Buscando este aprofundamento em consonância à lei 8.662/93 (Código de Ética Profissional do Assistente Social) ficam determinadas as bases para uma formação profissional livre do conservadorismo, tendo como primazia a busca de uma compreensão mais crítica da dinâmica social enfrentada pelo assistente social, definindo que estas diretrizes deveriam implicar numa “capacitação teórico-metodológica, ético-política e técnicooperativa” (CRESS, 2007, p.31, grifos dos autores). Esta capacitação encontra-se como um 7 eixo fundamental na formação profissional do assistente social, determinando que tenha em seu bojo a: 1. Apreensão crítica do processo histórico como totalidade; 2. investigação sobre a formação histórica e os processos sociais contemporâneos que conformam a sociedade brasileira, no sentido de apreender as particularidades da constituição e desenvolvimento do capitalismo e do Serviço Social no país; 3. Apreensão do significado social da profissão desvelado às possibilidades de ação contidas na realidade; 4. Apreensão das demandas – consolidadas e emergentes – postas ao Serviço Social via mercado de trabalho, visando formular respostas profissionais que potenciem o enfrentamento da questão social, considerando as novas articulações entre público e privado; 5. Exercício profissional cumprindo as competências e atribuições previstas na Legislação Profissional em vigor.” (CRESS, 2007, p. 26). A partir deste direcionamento na formação profissional, as propostas das diretrizes curriculares seguem na construção de: [...] conteúdos (teórico-ético-políticos-culturais) para a intervenção profissional nos processos sociais que estejam organizados de forma dinâmica, flexível, assegurando elevados padrões de qualidade na formação do assistente social” ( CRESS, 2007, p. 27). Estes conteúdos versam sobre a capacidade do profissional entender o processo vivenciado na sua prática profissional, capacitando-o de forma a enfrentar criticamente esta realidade tão presente na práxis profissional do assistente social, elevando seu conhecimento teórico-crítico, para assim apreender a realidade e ser um profissional competente. Assim, precisamos referir que, todo o contexto em que se insere a profissão, com base no entendimento da inserção do Serviço Social dentro da divisão social e técnica do trabalho (PAULO NETTO, 1991), remete a obrigatória reflexão sobre a profissão e o mundo do capital, em sua fase imperialista, onde prevalece os interesses de base econômica. Para maior compreensão dos interesses econômicos hoje sustentados pela classe do capital, é necessário antes de qualquer coisa conhecer alguns traços que movimentaram o processo econômico e do qual engendrou o que é visto e vivenciado principalmente pela classe trabalhadora, devido a financeirização, a reestruturação produtiva e o contexto atual neoliberal que repercute avassaladoramente nos países periféricos. 8 Toda centralidade da vida coletiva e das relações sociais por elas operadas, são frutos do trabalho coletivo, não um trabalho comum, mas um trabalho desenvolvido em consequência das necessidades humanas, que no cenário de superprodução, em detrimento destas necessidades e principalmente das necessidades do capital, acarretam as crises econômicas “contradições do próprio capitalismo” e carência financeira e de consumo para as classes subalternas. Pode-se dizer que o sistema capitalista é imbuído por transformações ocorridas por consequência das forças produtivas. A cada estágio do capitalismo a ele é acrescido novas potências e um novo mercado econômico. Contudo, o estágio dos monopólios significou o conhecimento científico nas estratégias capitalistas, a evolução tecnológica, os maquinários em substituição ao trabalho vivo, o empreendimento dos bancos e a fusão com as empresas. Não poderia ficar de fora deste estágio as indústrias bélicas na produção de armamentos e da ciência com intuito a destruição e a guerra. Há também a “partilha territorial”, apoderação de milhares de quilômetros quadrados territoriais. Essa partilha territorial do mundo foi posta em questão em 1914: como já não existiam mais territórios “livres”, qualquer nova expansão haveria de fazer-se mediante o confronto entre Estados imperialistas – é assim que explode a Primeira Guerra Mundial, expressão dos conflitos interimperialistas, conflitos que também responderiam pela Segunda Guerra Mundial. De fato, a guerra, no estágio do capitalismo dos monopólios, constitui a forma extrema de partilhas do mundo pelas potências imperialistas (PAULO NETTO, 2007, p. 183). A produção bélica passa a compor mais tarde a subprodução das indústrias civis, sua alta tecnologia científica se põe aos Estados detentores do monopólio, cuja intenção é provocar o militarismo. A busca por armamentos por “inimigos externos” no intuito de aquecer a economia. A procura por este tipo de mercadoria se dá como resposta as crises econômicas. Como pode ser visto o monopólio não é apenas o controle da economia interna sobre as forças produtivas, é sim, uma força exógena, em que países com alto poder econômico atuam sob países periféricos, o controle se torna globalizado, bancos e grandes empresas firmam a subordinação de países ao controle internacional. O modo de produção capitalista em confluência ao estágio dos monopólios se concentra em uma única arma, a dominação do capital sobre países subdesenvolvidos, empresas não monopolizadas e sobre a força de trabalho. O capitalismo clássico com a crise de 1929 configurada pela Segunda Guerra Mundial e a extrema manifestação de violência, o que também evidenciou para burguesia a necessidade do Estado intervir na economia capitalista; o capitalismo dos “anos dourados” 9 com Welfare State (Estado de Bem Estar Social) em meados dos anos de 1970 e o capitalismo contemporâneo. Devemos elencar a importância do Welfare State, no período de expansão do capitalismo. Conseguiu agregar as demandas levantadas pela classe trabalhadora, ao seu dinamismo econômico. Estabeleceu-se uma relação negociada entre Estado, capital e trabalho, como expressão concreta de ideologias que defendiam a possibilidade de compatibilizar capitalismo, bem-estar e democracia (MOTA, 2009). Conseqüentemente acarretou mudanças, no que tange a proteção social. Esses serviços públicos tinham objetivos bem claros: a) responder as reivindicações dos fortes movimentos operários que se insurgiam na época; b) assumir os custos de reprodução da força de trabalho antes pagos exclusivamente com os salários dos próprios trabalhadores; c) oferecer alternativas de fundos de reserva públicos disponíveis para serem investidos em empreendimentos privados dos capitalistas (principalmente na produção e compra de bens de capital que impulsionaram várias inovações tecnológicas); d) liberar parte do salário dos trabalhadores para serem gastos com bens duráveis, principalmente automóveis, que nesta época se transformam na mola de expansão da acumulação do capital; e) e, finalmente, mas não menos importante, oferecer barreiras ideológicas à expansão do socialismo do Leste que, nesta época, se coloca como grande ameaça à sociedade capitalista (MOTA apud MARANHÃO, 2009 p. 7). No Brasil, devido as suas particularidades regionais, culminou no processo denominado por Mota de modernização conservadora, não abarcando o Welfare State. Criaram-se políticas de proteção social, porém, o expansionismo capitalista, não contemplou a classe trabalhadora. Apenas no inicio da década de 1990 diante da lógica neoliberal, que o Brasil se insere na economia mundial, imprimindo uma reforma do Estado. Na prática, isso se traduz em medidas de ajuste econômico e retração das políticas públicas de proteção social, numa conjuntura de crescimento da pobreza, do desemprego e do enfraquecimento do movimento sindical, neutralizando, em grande medida, os avanços e conquistas sociais alcançadas pelas classes trabalhadoras nos anos 80 (MOTA, 2009 p. 8). Instauram-se assim uma nova crise econômica a nível mundial, que Mota denomina de crise orgânica. O mundo assiste a queda dos paradigmas que neste contexto sustentavam o ordem econômica mundial, tais quais, o keynesinismo, o fordismo e consequentemente o Welfare State. Ocorre também um retraimento dos movimentos sociais, diante a situação exposta. 10 Qualificado por muitos como um período em que o trabalho perdeu a sua centralidade, fato é que os anos que se seguiram à década de 80 são palco de um processo de restauração capitalista, assentada num duplo movimento: 1) a redefinição das bases da economia no mundo através da reestruturação produtiva e das mudanças no mundo do trabalho; 2) a ofensiva ideopolítica necessária à construção da hegemonia do grande capital, evidenciada na emergência de um novo imperialismo e de uma nova fase do capitalismo, marcada pela acumulação com predomínio rentista (HARVEY, 2004 apud MOTA 2009, p. 8) A ofensiva neoliberal avança, iniciando um período de minimização das ações do Estado, priorizando atendimento apenas aos sujeitos que, neste contexto, estão privados da venda de sua força de trabalho, por meio da política de assistência social. O referido processo denomina-se de novo imperialismo, tendo nos Estados Unidos seu país de referencia, perpetuando assim, sua ideologia em escala mundial. Segundo Mota (2009, p.10), A marca da acumulação por espoliação tem sido a abertura de mercados em todo o mundo, através das pressões exercidas pelo Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e Organização Mundial do Comércio que, ao estimularem a aplicação de excedentes ociosos de capital – que não encontram empreendimentos lucrativos em seus países de origem –, investem nos países periféricos, de onde jorram remessas de lucros. Este processo torna-se campo de investimento transnacional, desde o patenteamento de pesquisas genéticas, passando pela mercantilização da natureza, através do direito de poluir, até a privatização de bens públicos, com a transformação de serviços sociais em negócios, implicando degradação do meio ambiente, ampla especulação imobiliária, como vem acontecendo com o litoral do Nordeste, e criação de nichos produtivos locais, entre outros. Dentro do processo de renovação, estabelece-se uma nova divisão internacional do trabalho, em que os países considerados centrais, são responsáveis por planejar, pesquisar, construir projetos, dentre outros. Os países ditos periféricos participam disponibilizando mãode-obra barata, restando aos trabalhadores à forma mais visível de precariedade. Considerando o contexto brasileiro, data-se o inicio da reestruturação produtiva em meados da década de 1980. Com vistas ao aumento da produtividade, os trabalhadores vivenciaram aumento da jornada de trabalho. Podemos visualizar também, uma considerável redução dos postos de trabalho. Vale elencar, a utilização de programas de qualidade total, os sistemas de produção Just-in-time, kaban dentre outros aspectos. 11 O capitalismo contemporâneo assumido a partir dos anos de 1970 com o fim da “onda expansiva de lucros” e principalmente com a crise do petróleo, também colocou fim ao sonho do Welfare State e das massas populares que visavam expansão no plano econômico-social. Iniciando no plano econômico-político a consolidação Americana por demais países. Paulo Netto (2007) assinala ainda vetores sociopolíticos por parte da pressão organizada dos trabalhadores, demandando melhores salários e em contestação a organização de produção Taylor/Fordista, esta que se configurou na produção em massa de mercadorias, em grande parte de veículos, e, no trabalho parcelado e fragmentado caracterizado por um conjunto de atividades, pautado numa linha rígida de produção e determinada pela produção em série de Ford e controle cronometrado de Taylor, evidenciado também, pela utilização do maquinário e aumento da jornada de trabalho o que propiciou e propicia a apropriação da mais-valia relativa. Em consonância às quedas dos lucros, das mobilizações anticapitalistas e consequentemente das conquistas dos direitos sociais “a recessão generalizada de 1974-1975 ascende o sinal vermelho para o capital monopolista que, a partir de então, implementa uma estratégia política global para reverter a conjuntura que lhe é francamente negativa” (PAULO NETTO, 2007, p. 215). Logo, a produção em massa, característica do modo de produção fordista é substituída pela acumulação flexível, ou seja, “[...] uma flexibilização no mercado de trabalho, que vem acompanhada da desregulamentação dos direitos do trabalho, de estratégias de informatização da contratação dos trabalhadores uma flexibilização dos produtos [...]” (IAMAMOTO, 2007, p. 31). Assim, começa-se a produzir para determinadas demandas, aqueles que fazem parte do fluxo econômico, consumidores com alto potencial financeiro, devido o impulsionamento da “[...] tecnologia de base microeletrônica, pela informática e pela robótica, passa a requerer novas formas de estruturação dos serviços financeiros, inovações comerciais, o que vem gerando e aprofundando uma enorme desigualdade” (p. 31). Se antes o período de Henry Ford dava esperança para um consumo em massa às classes subalternas, agora a acumulação flexível significava uma mudança nas indústrias e nos processos de trabalho, principalmente com a inserção dos processos mecanizados e a inclusão da informática, refletindo favoravelmente na acumulação por parte do capital e na precarização das condições do trabalhador e, ainda mais se produz apenas para mercados específicos. 12 Outro ponto essencial acionado pelo capital internacional era o de “desterritorialização da produção” Paulo Netto (2007), elevar o número de indústrias para países subdesenvolvidos, aonde há pouca ou nenhuma luta sindical, e muito menos legislações trabalhistas sólidas. Nesse cenário de baixa significância da força de trabalho e supressão aos direitos sociais a ideologia neoliberal é crescente, nas grandes potências como Estados Unidos, principalmente por possuir estratégias de controle a financeirização do capital, entrando em cena o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, ficando a critério do capital a emergência do Estado no gerenciamento das políticas, ofertando-as apenas a pequenas parcelas e/ou a camadas mais atingidas pela questão social. Antes de nos referenciarmos a análise teórico-metodológica do trabalho profissional e do conteúdo ídeo-político da profissão frente à crise contemporânea e à consolidação do projeto ético-político, é necessário, mais uma vez elucidarmos que embora os assistentes sociais apresentem hoje perspectivas de mudanças relacionadas ao compromisso éticopolítico e tenham a abertura a novos campos de atuação e até mesmo na gestão e planejamento de políticas, esses se veem em um mercado concorrente, controlador das relações sociais e de produção, inseguro e extremamente conservador, no que perpetua o caráter contraditório assentado no antagonismo das classes sociais, pautado no ranqueamento e na concorrência. Assim, pela temática pode-se iniciar a discussão pelo contexto das políticas de educação, na qual envolve as entidades do Serviço Social no que refere a ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social) no que tange a reformulação curricular, no sentido de formular os eixos fundantes da formação profissional, tendo a ética como um dos pressupostos. Para a ABEPSS: O desafio para os assistentes sociais é o de tomada de posição ética e política que insurja contra os processos de alienação vinculados a lógica contemporânea, impulsionando a dimensionar nosso processo de trabalho na busca de romper com a dependência, subordinação, despolitização, construção de apatias que se institucionalizam e se expressam em nosso cotidiano de trabalho (ABEPSS, 2004, p. 79). Assim, para caracterizar a concretização do projeto ético-político, deve-se considerar a ética profundamente vinculada à democracia (participação dos usuários) e entende-la no “campo da filosofia e de um saber de caráter ontológico” (BARROCO, 2004, p. 29), pois “[…] a ética não se esgota na afirmação do compromisso ético-político. É preciso que o 13 compromisso seja mediado por estratégias concretas, articulado à competência teórica, técnica e à capacidade de objetivá-las praticamente por meio da realização dos direitos sociais” (idem, p. 31). A discussão sobre “direitos sociais” está profundamente ligada com a estrutura democrática do Estado de Direito, porém, figura-se como algo contraditório, devido ao processo de desmantelamento das políticas, o que leva-nos à questionar o direcionamento ético-político na efetivação dos direitos, o que Barroco (2004, p. 39) afirma “que está em crise a própria instituição dos direitos humanos, pois sua universalização e objetivação não estão sendo garantidos praticamente, ao mesmo tempo em que serve – como discurso - para controle ideológico […]”. A partir desta afirmação, pode-se falar da “necessidade de articular formação profissional e mercado de trabalho” (IAMAMOTO, 2007, p. 11), chamando a atenção para o cenário de desigualdades sociais, amplamente difundidas, que tem em seu cerne a reestruturação produtiva no que diz respeito aos processos de trabalho, a financeirização da economia, o emprego do capital e o neoliberalismo na falência dos direitos sociais, que Inicia-se, lenta e gradualmente, o processo de reestruturação (ajuste) capitalista no Brasil. Começa a amadurecer a ideia de reformar o Estado, eliminado aspectos “trabalhistas” e “ sociais” já vindos do período varguista nos anos de 30-60 (de desenvolvimento “industrial” e de constituição do “Estado social”), e, particularmente, esvaziando as conquistas sociais contidas na Constituição de 1988 (MONTAÑO, 2003, p. 198). Cabe-nos atentar ao fato das categorias profissionais que atuam na efetivação/acesso aos direitos e principalmente ao Serviço Social, no que tange à respeito ao enfrentamento da questão social, como também no fortalecimento de seu conteúdo ídeo-político suscitado pelo projeto ético-político e pelo amadurecimento profissional. Desta forma, no que concerne ao amadurecimento profissional, a partir da década de 1990 nota-se “[…] investimentos de instâncias da categoria em atividades dirigidas a reflexão ética e a educação instrumentaliza da ética profissional” (BARROCO, 2004, p. 32). No entanto, há num contexto contraditório, pelo agravamento da questão social, posto que “[…] a crise dos movimentos socialistas e da esquerda em geral, colocando limites objetivos ao avanço das lutas gerais dos trabalhadores, o que repercute no âmbito do projeto ético-político profissional” (BARROCO, 2004, p. 33). Nesta concepção, Iamamoto (2007) situa o exercício profissional como resultado das relações sociais, fruto de um produto histórico que tem em sua formação uma sociedade capitalista construída na e da expropriação do trabalho e legitimada pela obtenção dos meios 14 de produção nas mãos de poucos. Assim, pela atual conjuntura, o assistente social volta o seu olhar para uma perspectiva de autonomia e emancipação da classe trabalhadora, no que refere a luta de seus direitos como marca forte de um posicionamento coletivo, que se faz mediante participação popular nas políticas inerente aos mesmos, como forma de chamá-los à cidadania. Neste sentido, pode-se dizer que o conteúdo ídeo-político da profissão, se diferencia da concepção conservadora que remonta à década de 1930, mas é necessário visualizar tudo que se inscreve no contexto da profissão na atual quadra histórica. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para Iamamoto (2007, p. 161) “[...] os assistentes sociais por estar inseridos na ponta final da prestação dos serviços, vê-se, institucionalmente, cada vez mais compelido a exercer a função de um juiz rigoroso da pobreza [...]”. Assim, a complexidade que gira em torno do trabalho profissional resulta das transformações ocorridas nos processos de trabalho e das mutações engendradas pelo Serviço Social em seu contexto ético-político. Tem-se um amadurecimento teórico, principalmente no campo da ética, das vertentes filosóficas no que se referencia à teoria social de Marx, às competências inscritas no bojo da profissão se particularizam e tomam formas concretas de realização, não mais dadas a uma identidade atribuída. No entanto, defrontadas com o cenário que se apresenta como reflexo da alta incidência do capital, já que este propaga o crescimento econômico via desregulamentação das políticas sociais, demandando sua insidiosa relação de dominação no e do exercício profissional. A globalização, os avanços tecnológicos e científicos são utilizados em detrimento da classe trabalhadora, à favor do capital, fortalecendo a exclusão e minimizando os investimentos, principalmente com as políticas públicas, ou seja, esta precarização caminha para o atendimento das demandas do mercado de trabalho, contribuindo para mão de obra barata, desemprego e esfacelamento dos direitos sociais e trabalhistas. O Estado, atuando na implantação de políticas sociais públicas, vem ao longo dos anos navegando sob critérios do mercado internacional e condicionando a população brasileira ao declínio dos direitos sociais estabelecidos constitucionalmente em 1988, cravejado de lutas, subordinação, discriminação e coerção como vivenciado no período da ditadura, demonstrando o papel cartorial desempenhando pelo Estado, como legalizador do processo de aviltamento do direito social. 15 O paradigma neoliberal em suas estratégias de manutenção do poder vigente, acaba culpabilizando o individuo, reduzindo aos usuários o acesso às políticas sociais, seja de educação, de saúde, assistência, previdência ou qualquer outra, a blocos fragmentados e emergenciais que ora é atendida pelo Estado, mas em sua maioria pela sociedade civil, ou seja, o terceiro setor e empresariado, respondendo apenas à camadas isoladas e extremamente precarizadas como vem ocorrendo com a assistência social. O Estado ao repassar a sociedade civil o compromisso com as políticas sociais, individualiza as relações e imprime a retirada do caráter político das mesmas. No que repercute as características filantrópicas de suas ações juntamente com a burguesia e a Igreja na década de 1930. “No limite o capitalismo acaba com a possibilidade da própria ética, pois elimina, com sua tendência a destruir tudo que é duradouro a condição básica de existência dos valores, isto é, a sua valorização no tempo” (BARROCO, 2004, p. 39). As empresas, segundo Mestriner (2001), buscam criar a imagem de empresa social, e envolvem-se com questões ambientais e educacionais, para promoverem o marketing empresarial para o atual mercado, na forma de apadrinhamento aos serviços de responsabilidade estatal, mas por outro lado esse marketing vem reforçado pela isenção dos impostos ao grande capital (MESTRINER, 2001). Desta forma, meio a um trabalho profissional que busca se efetivar pela construção ético-política, ou seja, com o compromisso profissional e respeito aos usuários de seus serviços, identificam-se neste trabalho as dificuldades postas pela desigualdade advinda do capital e trabalho, que se faz presente em todas as frentes de trabalho. Assim, repercute na ambiência do exercício profissional compromissado, que carregado de conteúdo ideológico, sucumbe, muitas vezes, aos processos deterministas do capital, pois, como trabalhadores, os assistentes sociais sentem os reflexos da chamada reestruturação produtiva. Porém, ao passo que o capital avança, faz-se necessário e urgente, solidificar uma ação ética (enquanto ciência) e política (enquanto movimento) na contracorrente, sem esquecer-se da nossa vinculação ao grande capital, na perspectiva de avançar quando possível e recuar quando necessário. Isto é estratégia política. 4 REFERÊNCIAS ABEPSS. 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