Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção Gestão de Indicadores de Manutenção Indicadores são essenciais para um gerenciamento e tomadas de decisão precisas e embasadas, hoje podemos observar que as empresas pouco utilizam indicadores de forma eficaz. São eles que demonstram tendências com tempo hábil para uma análise precisa e em conseqüência a solução do problema impactante no resultado. Sabe-se que para melhores resultados devemos apostar no uso de recurso dedicado para geração de indicadores, emissão de relatórios e gerenciamento das analises criticas, esse recurso vem sendo denominado como “Controller”. Essa função seria especifica para uma pessoa com conhecimentos em informática aliados a noções de manutenção geral, o Controller permite a liderança tomar decisões precisas baseadas em dados estatísticos e tendências, o Controller com proatividade pode indicar a liderança onde está o problema e ainda sugerir ações já que detém os dados necessários e é responsável por liderar as reuniões de analise critica. O mais eficaz seria acompanhar indicadores prioritários como: OEE, disponibilidade, custo, tempo médio entre falhas (MTBF), tempo médio para reparo (MTTR), confiabilidade, Execução de ordens de serviço programadas, Execução de preventivas no prazo estabelecido, e atendimento a inspeções sensitivas e instrumentadas, porém cada empresa tem necessidades especificas e desenvolvem indicadores para atendê-las, deve-se restringir a quantidade de indicadores a capacidade de acompanhamento e ação de cada empresa. A analise critica do indicador não atingido ou tendência decrescente deve ser realizada com equipe multidisciplinar envolvendo pessoas que tenham a contribuir para uma analise mais efetiva, devem ser analisados os gráficos de dados e identificados os principais pontos que impactaram negativamente os indicadores, existem muitas ferramentas para a busca da causa raiz, como: Arvore de causas, Espinha de Peixe, 5 Porquês, depois de identificada a causa raiz ou fundamental deve-se propor em conjunto ações para bloqueio e não reincidência do problema, sem seguida deve-se verificar oportunidades nas demais causas levantadas para uma atuação preventiva. Podemos utilizar os métodos de PDCA para analise dos indicadores, nele seguimos passos citados acima que nos levam a identificar o problema, vejamos detalhadamente como o PDCA pode nos auxiliar. O ciclo PDCA é um ciclo de desenvolvimento que tem foco na melhoria contínua. Foi introduzido no Japão após a guerra, idealizado por Shewhart e divulgado por Deming, quem efetivamente o aplicou. O Ciclo PDCA nasceu no escopo da tecnologia TQC (Total Quality Control) como uma ferramenta que melhor representava o ciclo de gerenciamento de uma atividade. O PDCA é aplicado para se atingir resultados dentro de um sistema de gestão e pode ser utilizado em qualquer empresa de forma a garantir o sucesso nos negócios, independentemente da área de atuação da empresa. O ciclo é composto por 4 etapas: 1ª Etapa: Plan (Planejamento): Identificação do Problema Observação do Problema Análise do Problema Análise do Processo Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção www.csgm.com.br Página | 1 Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção Plano de Ação 2 ª Etapa: Do (Execução): Realização das ações 3ª Etapa: Check (Verificação): Monitoramento e avaliação 4ª Etapa: Action (Ação): Agir de acordo com a avaliação Padronizar as melhorias Corrigir os desvios Figura 01 – Fases do PDCA Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção www.csgm.com.br Página | 2 Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção Figura 02 – Fluxograma do PDCA 1ª Etapa Plan: Identificar Problemas: Geralmente utilizamos gráficos ou tabelas com informações sobre o indicador a ser analisado, observamos criticamente os dados identificando os itens não atingidos. Identificação do Problema Problema: Não atingimento Disponibilidade - Novembro/12 Meta: 98,00 0 1 120 0 2 0 3 0 4 0 5 FALSO Disponibilidade 0 6 0 7 0 8 0 9 0 10 0 11 0 12 ###### 1.200 100 1.000 80 800 60 600 40 400 20 200 0 0 Jan Fev Mar 1 Jan 1 Fev 1 Mar 1 Abr 1 1 1 1 1 1 1 0 Dez Acumulado Meta 2012 98,00 94,62 94,84 98,00 94,84 94,73 98,00 94,84 26,13 98,00 94,73 98,84 986,73 Real 2012 98,45 91,02 97,50 89,35 93,99 20,14 87,41 94,92 97,64 91,98 89,70 952,10 Desvio 0% -4% 3% -9% -1% -79% -11% 0% 274% -6% -5% -4% 2 REAL<META Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Figura – Gráfico deAgodados Mai 03 Jun Jul Setdo indicador Out Nov Dez Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção LACUNA www.csgm.com.br -34,63 Página | 3 Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção 1ª Etapa Plan: Analisar Problema: O nome provém de Vilfredo Pareto, economista italiano; O gráfico de pareto ajuda a focalizar o esforço nos problemas que oferecem maior oportunidade para melhoramento por apresentar como se relacionam em um gráfico de barras; Disponibilidade 100% 1 100% 17:05 90% 1 80% 15:06 14:42 80% 1 70% 11:53 1 60% unidade 55% 0 50% 40% 0 29% 30% 0 20% 0 10% 0 0% Vazamento de água em tubulação Rasgo correia transportadora Vazamento de gás Trocador de Quebra do paraf uso acoplamento Calor soprador Figura 03 – Gráfico de Pareto 1ª Etapa Plan: Analisar Causas/Processo: A ferramenta que pode ser usada para essa analise é o Brainstorming, Criado por Alex Osborn, Estados Unidos é uma ferramenta simples e utilizável em todas as reuniões, que estimula a criação de um máximo de idéias num curto espaço de tempo, a partir da análise das idéias geradas se pode chegar a uma decisão bem fundamentada, a ferramenta propicia participação e comprometimento de todos. Seguem algumas regras para o Brainstorming: Não criticar; Não interpretar as idéias dos outros; Não pode haver debates paralelos durante a sessão; Vale a “carona” na idéia do colega; Podemos utilizar o modelo de planilha abaixo para auxiliar a organizar as causas levantadas Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção www.csgm.com.br Página | 4 Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção Causas Prováveis 13 14 15 7 8 9 1 2 Vazamento de água em tubulação 3 Vazamento de gás Trocador de Calor Rasgo correia transportadora Problema Não atingimento Disponibilidade - Novembro/12 4 5 6 10 11 12 16 17 18 Quebra do parafuso acoplamento soprador Estratificação Realizada 1º Vazamento de água em tubulação 2º Rasgo correia transportadora 3º Vazamento de gás Trocador de Calor Outras causas levantadas no Brainstorming: Figura 04 – Planilha para apoio no Brainstorming Outra ferramenta bastante conhecida é o Diagrama de Ishikawa, Proposto pelo engenheiro químico Kaoru Ishikawa em 1943 e aperfeiçoado nos anos seguintes, conhecido também como Diagrama de Causa e Efeito ou Espinha de Peixe, é uma ferramenta utilizada para o gerenciamento e o controle da qualidade em diversos processos, este diagrama também é conhecido como 6M pois, em sua estrutura, todos os tipos de problemas podem ser classificados como sendo de seis tipos diferentes: Método Matéria-prima Mão-de-obra Máquinas Medição Meio ambiente Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção www.csgm.com.br Página | 5 Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção Figura 05 – Modelo Diagrama de Ishikawa 1ª Etapa Plan: Plano de Ação: Temos vários métodos/ferramentas para encontrar a causa raiz, uma mais simples e eficiente é o 5 Por quês, que é uma técnica japonesa da área de qualidade, e o método utilizado para buscar e encontrar a causa raiz de um problema, através da pergunta "por que ocorre uma determinada causa?". A sua resposta gera um novo "por que?" e assim sucessivamente, até que seja encontrada a causa fundamental. 5 Porquês Causa 1 Por que? Motivo Vazamento de água em tubulação Não cumprida rota de inspeção Funcionario estava em treinamento 0 0 Não cumprida rota de inspeção Funcionario estava em treinamento 1 O Que Fazer / Como Fazer 1 Definir substituto para inspetor Causa 2 Por que? 2 O Que Fazer / Como Fazer Rasgo correia transportadora rasgo ocorreu em virtude de mateiral cortante oriundo do processo rasgo ocorreu em virtude de mateiral cortante oriundo do processo separador magnetico apresentou mau funcionamento 1 Realizar manutenção em separador magnetico Inserir rota de inspeção: analise visual e observação de funcionamento do separador magnetico separador magnetico apresentou mau funcionamento 0 0 Causa 3 Por que? Vazamento de gás Trocador de Calor Motivo 3 O Que Fazer / Como Fazer Trinca no espelhou ou furo nos tubos Planejar atividade de inspeção/troca dos tubos em proxima manutenção estrategica Trinca no espelhou ou furo nos tubos 0 0 0 Causa 4 Por que? Motivo 4 O Que Fazer / Como Fazer Quebra do parafuso acoplamento soprador 0 0 0 0 Causa 5 Por que? 0 0 0 0 0 Motivo Figura 06 – Modelo de 5 Por quês 5 O Que Fazer / Como Fazer Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção www.csgm.com.br Página | 6 Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção Outra ferramenta bastante eficiente é a Arvore de Causas técnica de análise que permite, a partir de uma ocorrência, elaborar ações corretivas e preventivas, para construção da árvore é necessário se fazer as seguintes perguntas: Qual é a causa deste fato? O que foi preciso para que este fato ocorresse? Foi necessário para ocorrência do fato? Foi suficiente? Houve outras causas necessárias para ocorrência deste fato? Figura 07 – Arvore de Causas Assim que finalizado o processo de identificação das causas é necessário elaborar o plano de ação, no mínimo deve conter os seguintes dados: O que? Quem? Quando? PLANO DE AÇÃO UNIDADE GERENCIAL: LOCALIDADE/ESTADO: RESPONSÁVEL: ELABORADO EM: VALIDADO EM: FONTE DOS DADOS: PERIODICIDADE: 0 META: 98 INDICADOR: UNIDADE: Disponibilidade Realizada Nº Em andamento AÇÃO (O QUE) / ETAPA (COMO) Atrasada Cancelada Falta data QUEM INÍCIO TÉRMINO Definir substituto para inspetor João 01/01/13 05/01/13 Realizar manutenção em separador magnetico Paulo 06/01/13 10/01/13 Inserir rota de inspeção: analise visual e observação de funcionamento do separador magnetico Alice 05/01/13 05/01/13 Não iniciada Marcos 10/01/13 20/01/13 Não iniciada Alice 05/01/13 05/01/13 Não iniciada Planejar atividade de inspeção/troca dos tubos em proxima manutenção estrategica Inserir rota de inspeção: analise visual e observação de funcionamento do separador magnetico FAROL Não iniciada SITUAÇÃO DA AÇÃO/ETAPA Funcionario Marcos será o substituto por já ser treinado como inspetor Em andamento Aguardando material Realizada Figura 08– Modelo de Plano de Ação Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção www.csgm.com.br Página | 7 Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção 2ª Etapa Do: Realizar as ações / 3ª Etapa Check: Monitoramento e Avaliação / 4ª Etapa: Action: padronizar e corrigir desvios A realização das ações deve ser acompanhada de perto, em algumas empresas existe uma função especifica para realizar essa gestão, são denominados Facilitadores ou Apoios de Gestão, as atribuições para essa função são apoiar as analises criticas, padronização de documentos, apoio na condução de reuniões, acompanhamento dos planos de ação e alertar lideres quanto a ações atrasadas, não realizadas, ou realizadas sem a devida qualidade. Acompanhamento das ações e verificação de eficácia devem ser realizados para garantir que todas as ações sejam realizadas conforme o alinhado na análise critica, existe uma tendência em assumir a responsabilidade nas ações apenas em reuniões e depois elas são deixadas para segundo plano e isso implicaria na ineficácia e todo o processo estaria comprometido. Respeitado todo o processo de geração, emissão de gráficos, acompanhamento, analise das tendências, analise critica e acompanhamento das ações, pode-se garantir dados para um gerenciamento mais preciso e assertivo, muitas vezes se basear na experiência, no “sentimento” como chamamos, para tomar uma decisão pode ser incoerente, pois nem sempre a liderança esta a par de todas as informações e dados necessários e esta decisão pode ser parcial, “ouvir” os que os dados têm a nos oferecer sempre será a melhor opção. Referências Bibliográficas: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_PDCA http://www.spi.pt/documents/books/inovint/gi/acesso_ao_conteudo_integral/capitulos/3.7/cap_ap resentacao.htm http://www.qualidadebrasil.com.br/pagina/kaoru_ishikawa/114 http://qualidadenapratica.com.br/tag/5-porques/ Avelar. F,S Consultoria e Soluções para Gestão e Manutenção www.csgm.com.br Página | 8