R-Orientacoes_cap_13

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DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO
EQUIPE TÉCNICA: FÍSICA
Orientações capítulo 13 – Campos Eletromagnéticos
Campos Eletromagnéticos
No contexto científico, o eletromagnetismo é considerado uma
teoria importante, pois contempla duas expectativas da ciência
moderna:
unificação
e
revisão
de
conceitos
clássicos.
O
eletromagnetismo unifica os domínios da Óptica, Eletricidade e
Magnetismo, até então tratados isoladamente. Esta mesma teoria abre
as condições para uma revisão do uso dos conceitos clássicos,
desenvolvidos no contexto da Mecânica, tais como espaço, tempo,
massa e energia.
Em termos históricos, o eletromagnetismo se inicia com a
conhecida experiência de Orsted no início do século XIX. Nessa
experiência, Orsted percebe que correntes elétricas geram campos
magnéticos, os quais são verificados com a presença de uma bússola.
Tais resultados contrariavam o modelo newtoniano, pois a interação
entre corrente elétrica e a agulha da bússola não era do tipo “central”
(simetria radial), mas perpendicular ao fio. A experiência de Orsted foi
detalhada e precisada nos trabalhos de André Marie Ampère. Além de
Ampère, cientistas como Faraday, Thomsom e Lenz também
contribuíram bastante para a atual compreensão do eletromagnetismo.
Faraday, em particular, enfatiza a necessidade de tratar as interações
2
entre corpos como manifestações que acontecem no espaço e
demoram no tempo. A sistematização do eletromagnetismo e a
introdução do conceito de campo foi feita por Maxwell, no final do
século XIX.
Naquela época, o campo eletromagnético era entendido como
alterações de um meio real, conhecido como éter. Após o surgimento
da Teoria da Relatividade, esse meio é abandonado, assim o campo
torna-se uma entidade em si, distribuída no espaço. A partir daí, o
campo passa a assumir importante papel na ciência do final do século
XIX, e determina boa parte do desenvolvimento da Física Moderna e
Contemporânea.
Pensando em termos de conteúdos estruturantes, o campo é
uma entidade fundamental do eletromagnetismo, e é assim que deve
ser apresentado aos estudantes, ou seja, no contexto histórico em que
surge. Embora ao estudarmos o tema “Movimentos” o Campo
Gravitacional seja abordado, este é o momento de mostrar a idéia de
campo como oposição àquela de força à distância. Nesse sentido,
iremos apresentá-lo de maneira diferente do que é feito na maioria dos
livros didáticos, os quais sempre o fazem a partir da força elétrica,
como a razão matemática entre esta e a carga elétrica.
A
presente
proposta,
pretende,
a
partir
de
atividades
investigativas, que visam questionar a ação instantânea à distância,
possibilitar que estudantes incorporem o conceito de campo. Uma das
estratégias para tornar o campo menos abstrato será propor o
mapeamento dos campos magnéticos. Serão também proporcionadas
a realização de atividades de leitura, debates e pesquisas, que levem o
estudante a formular um conceito de campo, ente fundamental no
contexto do eletromagnetismo.
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Organização das atividades
Atividade
1-Problematização/
Leitura do LDP
2-Mapeamento
campo magnético
Objetivo da atividade
tempo
estimado
(horas-aula)
Instigar os estudantes a partir
de uma situação problema e
encaminhar para a leitura do
livro.
1
do Apresentar de maneira indireta
a presença de campo.
1
3-Experiência de Orsted Demonstrar a relação entre
eletricidade e magnetismo.
1
4-Leitura de um texto Síntese
do
conteúdo
e
sobre campos
discussão da idéia de campo.
1
Descrição das Atividades e encaminhamentos
Atividade 1 – Problematização/Leitura do LDP

Primeira parte:
A problematização pode ser apresentada aos estudantes com a
ajuda da TV multimídia. Para isso, o professor deve digitar e salvar o
texto da caixa abaixo como imagem.
Os estudantes devem ser organizados em pequenos grupos de
no máximo 5. Cada grupo deve propor
explicações para uma das
questões, escolhida por eles. Na seqüência, as soluções devem ser
apresentadas.
Caso o professor prefira, pode propor apenas uma das questões.
Nessa situação, todos os estudantes estariam diante do mesmo
problema, e ao invés de apresentações poderia ser feita uma discussão
4
conduzida pelo professor, o que otimizaria o tempo.
Como as partículas interagem sem se tocar?
Porque a Lua não “escapa” da órbita de Terra?
Como ímãs se atraem e atraem metais?
Como o elétron sabe o caminho a percorrer ao redor do núcleo? Porque
ele não sai pela tangente?
Nas situações listadas acima há algo invisível que mantém tudo no seu
lugar?

Segunda parte:
Leitura das páginas 166 e 167 até a atividade de pesquisa. Essa
leitura pode ser feita individualmente ou em conjunto. Esse trecho
ajudará
na
síntese
das
discussões
realizadas
a
partir
da
problematização.
Atividade 2 – Mapeamento magnético
Campo Magnético: Encaminhamentos

Realização da atividade experimental da página 171.

A atividade poderá ser realizada pelos estudantes conforme
indicado no livro. Alternativamente, o professor pode fazê-la de
modo demonstrativo, manipulando a limalha de ferro. Nesse
caso, a limalha deve ser salpicada em uma transparência, e com
a ajuda de um retro-projetor, as imagens podem ser projetadas
na parede.

Ao final da atividade, é interessante que os estudantes
5
representem o experimento através de um desenho.
Comentários do experimento
O ferro é um material ferromagnético, portanto na presença de
um campo magnético seus dipolos magnéticos se alinham. Nessa
situação a limalha de ferro se comporta como um ímã natural, ou
melhor, como a agulha de uma bússola, enquanto estiver influenciado
pelo campo. Como a limalha de ferro tem massa pequena, elas se
reorganizam na direção do campo. A causa dessa reorganização é
devido à variação da intensidade do campo magnético, no qual as
limalhas estão submetidas, e cada limalha comporta-se como se fosse
um ímã unindo pólos distintos.
Observação:
Ao colocar a limalha de ferro sobre o papel, dê pequenos petelecos no
papel/transparência, para que a limalha de ferro vença o atrito e se
alinhe com as linhas de campo.
Atividade 3 – Experiência de Orsted

Realização da experiência da página 155.

Sugere-se que ao final desta atividade, os estudantes entreguem
um relatório do experimento e das discussões.
Comentários do experimento:
Uma corrente elétrica ao atravessar um fio condutor cria em torno do fio
um campo magnético, de mesma natureza daquele de um ímã natural.
A idéia do experimento é de verificarmos a presença do campo, com a
aproximação de uma bússola. Isso acontece porque a agulha da
bússola é um ímã e assim, atrai ou repele quando aproximado de outro
6
ímã ou na presença de um campo. A agulha da bússola irá se alinhar
de acordo com o campo magnético produzido pela corrente elétrica que
passa pelo fio. Outro fator importante, é que dependendo da posição do
fio em relação à agulha, ela girará para lados distintos, ou seja,
invertendo o sentido da corrente o sentido que a agulha apontará se
inverte também.
Atividades
complementares
para
auxiliar
na
discussão
da
experiência de Orsted:
a) Realização da Pesquisa da página 167 do Livro Didático
Público – LDP
O professor pode pedir aos estudantes, como tarefa, que
pesquisem sobre a experiência de Orsted.
Material para auxiliar o professor:
1. CHAIB, J.P.M.C.; ASSIS, A. K.T. Experiência de Oersted em sala de
aula. In: Revista Brasileira de Ensino de Física, v.29, n.1, 2007.
Disponível em: http://www.ifi.unicamp.br/~assis/Revista-Bras-Ens-Fis-V29p41-51(2007).pdf. Acesso em março/2009.
2. MARTINS, R. de A . Orsted e a descoberta do eletromagnetismo.
Cadernos de História e Filosofia da Ciência, n.10, 1986. Disponível
em:http://ghtc.ifi.unicamp.br/pdf/ram-30.pdf. Acesso em: março/2009.
b) Leitura do LDP das páginas 168 até 170.
A leitura destas páginas deve ser realizada em conjunto com os
alunos, pois o texto aborda um pouco de Filosofia da Ciência, o que
pode dificultar o entendimento por parte dos estudantes. É
interessante que seja feita após a pesquisa, pois como resultado da
pesquisa, é provável que os alunos tragam apenas os fatos do
experimento. Nesse sentido, a leitura destas páginas ajudará a
7
interpretar as conseqüências e repercussão desse experimento para
a época, inclusive para a teoria newtoniana.
Atividade 4 - Leituras de um texto sobre campos
Leitura compartilhada do texto “Um Passeio pelos campos”
(Anexo 1) em sala de aula, acompanhada de discussões.
Anexos
1 - Texto para o estudante sobre campo
UM PASSEIO PELOS CAMPOS
Para os moradores das grandes cidades, pensar em um passeio
pelo campo é sinônimo de paz e descanso, quase sempre associado
às férias. E não é para menos, afinal, viver em uma metrópole significa
estar sujeito a sofrer todos os efeitos que nela ocorrem, como trânsito,
violência, barulho etc.
Assim, diante de todos esses efeitos a que estão sujeitos, os
moradores das grandes cidades vêem a idéia de um passeio pelo
campo como a realização de um sonho: o barulho dos carros dá lugar
ao suave ruído das árvores balançadas pelo vento, a poluição cede
espaço para o ar puro e nada de centenas de quilômetros de
congestionamento – apenas passeios tranqüilos! Porém, durante a
viagem, é fácil descobrir que também estamos sujeitos a determinados
tipos de efeitos (que só ocorrem no campo e não na cidade), como
poucas opções de lazer, poucos estabelecimentos comerciais, os quais
possuem horário restrito de funcionamento etc.
Claro que estamos usando a palavra “campo” como sinônimo de
“região além dos limites das cidades, e longe do litoral, na qual se
8
praticam, em maior ou menor escala, atividades agrícolas e pecuárias
ou onde estão situadas pequenas cidades utilizadas para recreio e
férias”1, em oposto à palavra metrópole.
Mas há outras interpretações diferentes para a palavra “campo”:
por exemplo, você provavelmente já deve ter visto em um filme de
guerra os soldados se referirem aos temíveis “campos minados”,
geralmente representados por uma trilha ou estrada em que o exército
inimigo enterrou explosivos. Realmente, atravessar um campo minado
é um ato de muita coragem: os efeitos a que o soldado está sujeito são
letais.
Perceba que em todas as definições que apresentamos
para a palavra campo, podemos defini-lá como uma região no espaço
em que um tipo específico de efeito deve ocorrer (como o ar puro do
campo rural, o trânsito no campo urbano ou as explosões no campo
minado).
A cada tipo de campo corresponde um efeito específico, mas não
generalizado, como uma sensação: você não pode encontrar a fumaça
que sai do escapamento dos carros em uma fazenda aonde não haja
automóveis por perto. Todo campo apresenta uma característica
específica e responde sempre pelo mesmo tipo de efeitos, que não
podem ser atribuídos a nenhum outro campo. Como uma espécie de
impressão digital.
Em Física, o conceito de campo é bem parecido, mas ao mesmo
tempo muito diferente daquilo que apresentamos. Compreendemos os
campos como sendo manifestações da matéria, que se estendem por
todo o espaço; como nas experiências que você já realizou nestas
aulas, os campos são os responsáveis pela interação entre os corpos.
Os efeitos de um campo é que permitem que um corpo seja percebido.
Mas, assim como no caso dos congestionamentos, é preciso a
1
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Consulta on-line: http://biblioteca.uol.com.br/
acessado em 06/11/2006.
9
presença de um segundo corpo, que podemos chamar de corpo de
prova, para demonstrar os efeitos de um campo gerado por outro
corpo. Porém, precisamos lembrar que os campos existem mesmo que
não haja um corpo de prova para senti-lo.
Calma! Parece complicado, mas na verdade é muito simples,
mesmo. E fica muito fácil de entender se listarmos os tipos de campo
primeiro. Há o campo gravitacional, que existe devido à presença de
massa; todo corpo que possui massa tem associado ao seu redor um
campo
gravitacional.
Também
existem
o
campo
elétrico
que
explicaremos melhor logo abaixo e o campo magnético, presente nos
ímãs. Mas, como eles funcionam, exatamente?
Primeiro, vamos imaginar um lago, ou melhor, uma piscina com
água límpida e temperatura agradável. Agora, imagine uma rolha ali
boiando na água, quietinha, bem sossegada. Como se trata de uma
piscina imaginária, vamos supor que não há nada que agite a água,
está bem?
Então, lá está a rolha boiando, quando pegamos uma segunda
rolha, fazemos pontaria na primeira rolha e atiramos com força... e
erramos! No entanto, acertamos a água, que se agitou e empurrou a
primeira rolha para o lado. Agora, volte um pouco seu filme imaginário
e aproxime a imagem das rolhas com um zoom. O que você vê agora é
que a primeira rolha se moveu devido à entrada da segunda rolha na
água. Ou seja, elas interagiram. Com isso você já é capaz de formular
sua primeira lei da física, que chamaremos de Lei da piscina
imaginária, cujo enunciado ficaria mais ou menos assim: “ao jogarmos
um objeto na água, objetos que estiverem boiando próximos ao local da
queda irão se mover”. Mas, e se jogarmos uma pedra na água bem
longe do local onde
aquela rolha está boiando? Ela não irá se mover, afinal, a pedra
moveria a água localmente, certo? Portanto, a interação nesse caso
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depende de dois fatores: Primeiro, da presença da água (realize o
mesmo experimento mental novamente, mas desta vez com a piscina
vazia, para ver o que acontece!). Segundo, da distância entre os
corpos.
Agora ficou bem fácil assimilar o conceito físico de campo. Mas,
para que você seja capaz de entender como funcionam as interações
elétricas, é preciso dar uma olhada num modelo atômico, segundo o
qual, o átomo é constituído por um núcleo formado por partículas que
não possuem carga elétrica (os nêutrons) e pelos prótons, que
possuem carga elétrica positiva. (Fig.5: modelo atômico atual – página
146 do Livro Didático Público de Física)
Ao redor deste núcleo estão os elétrons, sempre em movimento
nas diferentes órbitas que lhe são permitidas, de acordo com seu nível
de energia. Agora, lembrando que tudo o que existe no universo é
formado por átomos em constante movimento, vamos imaginar um
balão de gás (aquelas bexigas de festinhas infantis): como ela existe no
universo, é obviamente formada por átomos (o que a torna perfeita
para o nosso experimento). Em um dia seco de verão, esfregue a
bexiga contra o cabelo (também seco e sem gel), gerando atrito entre
eles.
A essa altura, você já deve saber que ao atritar a bexiga contra o
cabelo, elétrons passam de um corpo para o outro: é assim que a
bexiga (que estava inicialmente com uma carga elétrica neutra, ou seja,
com a mesma quantidade de prótons e elétrons) pode passar a ter uma
carga total positiva (ao perder elétrons) ou negativa (ao ganhar elétrons
arrancados de um outro corpo). Para pôr a prova o que estamos
dizendo, basta aproximar a bexiga dos fios de cabelo para ver o efeito
causado pelo desequilíbrio elétrico do balão de gás: os fios de cabelo
serão atraídos pela bexiga, deixando a pessoa com um visual
engraçado, pois o cabelo ficará “arrepiado”. Isso acontece porque ao
11
desequilibrar eletricamente a bexiga, um campo elétrico passa a atuar
na região ao seu redor – no caso, aproximá-la do cabelo fez com que
os fios servissem como corpos de prova (o que também poderia ser
feito com pedaços de papel). O importante, porém, é reparar que da
mesma forma como os corpos foram atraídos pela bexiga, também
poderiam ter sido repelidos – afinal, todos já ouviram falar que cargas
de mesmo sinal se repelem, enquanto cargas de sinais diferentes se
atraem.
É um conceito simples e bastante divertido: tente repetir o
experimento com a bexiga, mas desta vez, aproxime-a de uma lata de
refrigerante deitada sobre uma superfície lisa (a lata precisa estar vazia
e seca e você não deve encostar a bexiga nela, apenas aproximar). A
lata irá se mover, “seguindo” a bexiga, graças ao efeito do campo
elétrico ao redor da bexiga.
Como já dissemos lá em cima, os campos são responsáveis
pelas interações entre os corpos; no caso do campo elétrico, é ele
quem media as interações elétricas entre as cargas. Coulomb realizou
uma série de experimentos para conseguir mostrar que a intensidade
deste campo diminui com o inverso do quadrado da distância entre os
corpos – ou seja, ela cai rapidamente à medida que o corpo de prova
se afasta do corpo eletrizado. É claro que a presença do campo se
torna mais perceptível de acordo com a intensidade do desequilíbrio de
cargas do corpo.
Já no caso do Campo Magnético, é fácil observar a presença do
campo magnético gerado por um ímã, ao aproximar um pedaço de
ferro como corpo de prova, posicionando-o próximo ao ímã fica
perceptível a atração que ocorreu entre os dois. Porém, diferentemente
do campo elétrico (que possui pólos positivo e negativo), um campo
magnético possui pólos norte e sul: isso porque não existem cargas
magnéticas na natureza. É possível identificar uma carga elétrica
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positiva ou negativa, separadamente; mas não é possível encontrarmos
apenas um pólo norte magnético sem que exista um pólo sul
correspondente. Mesmo que você tire uma lasca do pólo norte de um
ímã, essa lasca irá apresentar um pólo norte e um pólo sul, dando
origem a um novo ímã. Mas é importante lembrar que, no caso do ímã,
pólos de mesmo nome se repelem enquanto pólos de nome diferente
se atraem.
Não são todos os materiais que possuem propriedades
magnéticas, apenas o ferro, o cobalto, o níquel e ligas originadas
desses elementos. O planeta Terra possui um campo magnético ao seu
redor, o chamado campo geomagnético, responsável (entre outras
coisas) por proteger o planeta de grande parte da radiação emitida pelo
Sol, o que o torna, em parte, responsável pela presença de vida na
Terra.
Para identificar a orientação do campo geomagnético, basta
utilizar uma bússola (cujo ponteiro é um metal imantado colocado de
forma a poder girar livremente) e ver que o pólo norte da agulha irá
apontar para o pólo sul magnético do planeta (pólos magnéticos de
nome diferente se atraem, lembra?), que não necessariamente
corresponde ao chamado pólo sul geográfico do planeta. A intensidade
do campo geomagnético diminui com o inverso do quadrado da
distância (1/d2), assim como o campo elétrico. O Campo Gravitacional
(capaz de mediar a interação entre todos os corpos que possuem
massa por meio da atração mútua entre eles) entre dois corpos
também diminui sua intensidade de acordo com o inverso do quadrado
da distância entre eles.
Quando soltamos um objeto ele cai em linha reta em direção ao
solo, devido à sua interação com o Campo Gravitacional que existe ao
redor do planeta Terra. Porém, se todo corpo que possui massa (você
conhece algum que não possui?) tem associado a ele um campo
13
gravitacional ao seu redor, você é capaz de dizer o que impede que
duas maçãs colocadas em repouso sobre uma mesa, colidam devido à
atração gravitacional que uma exerce sobre a outra?
A razão para que isso não ocorra é que o valor da interação
gravitacional depende do valor de uma constante chamada G, prevista
por Isaac Newton e cujo valor é muito, mas muito pequeno, o que faz
com que o campo associado a um corpo qualquer na superfície
terrestre seja muito fraco. Dessa maneira, quanto maior a massa do
corpo, maior a intensidade do campo gravitacional ao seu redor –
assim, a intensidade do campo gravitacional da Terra é tão grande, que
os efeitos de interação gravitacional entre os corpos em sua superfície
não se torna perceptível.(Adaptado de: http://www2.fe.usp.br/~lapef/)
2 - Texto de apoio para o professor sobre campo
Abaixo são indicados textos (capítulos) de livros que constituem
a Biblioteca do Professor, os quais podem ser encontrados na escola.
 Capítulo IV.1 - “Campos e Ondas – O Vácuo e os campos” do
livro: MENEZES, L. C. de. A Matéria uma aventura do espírito:
fundamentos e fronteiras do conhecimento físico. São Paulo:
Editora e Livraria da Física, 2005.
 Capítulo 9 – “O campo” do livro: BEN-DOV, Y. Convite a Física.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.
 FEYNMAN, R. P. Física em seis lições. Rio de Janeiro: Ediouro,
2004. Especificamente o item: “A física antes de 1920” - p. 66 73.
3 - Texto de apoio para o professor – esclarecedor sobre as
equações de Maxwell da página 172 do Livro Didático Público -
14
LDP
As quatro equações de Maxwell
A descrição do campo está sintetizada nas equações de
Maxwell (as quais estão apresentadas na página 172 do LDP). A
formulação dessas leis foi um fato muito importante para o
desenvolvimento da Física, especialmente para a criação de uma nova
Física.
Dentro dessas equações encontram-se os dois pilares mais
importantes que sustentam a teoria de campo elétrico e magnético, ou
campo eletromagnético. São eles:
1. A conexão entre o campo elétrico em alteração (campo elétrico
variando) ao campo magnético, resultado da experiência de Orsted
que levou a seguinte conclusão: um campo elétrico em alteração é
acompanhado de um campo magnético.
2. Resultado da experiência de Faraday (lei de Faraday – Segunda
equação de Maxwell) que verifica a conexão do campo magnético em
alteração com a corrente induzida.
Entretanto, é preciso considerar que a teoria de Maxwell vai
além dos fatos experimentais apresentados acima, o campo
eletromagnético na teoria de Maxwell é algo real. Assim, dois passos
essenciais levaram às equações de Maxwell, as experiências de
Orsted e Faraday, e a percepção do campo como algo real; o campo
eletromagnético, uma vez criado, existe, age e se altera de acordo
com as leis de Maxwell. (EINSTEIN; INFELD, 2008)
São elas:
 Primeira equação de Maxwell
Conhecida como Lei de Gauss, tendo como base experimental a Lei de
15
Coulomb diz que o campo elétrico de uma carga varia inversamente
com o quadrado da distância, e que as linhas de campo sempre
divergem da carga positiva e convergem para uma carga negativa.
 Segunda Equação de Maxwell
É a própria Lei de Faraday que implica na existência de linhas de
campo elétrico ao redor de uma área da qual há variação do campo
magnético.
 Terceira equação de Maxwell
Conhecida também como Lei de Gauss para o magnetismo, descreve o
comportamento das linhas de campo magnético. Essas são sempre
linhas fechadas.
 Quarta equação de Maxwell
É a Lei de Ampère generaliza, a qual diz que campo elétrico
variando produz um campo magnético.
Como sabemos, uma carga oscilando produz campo elétrico,
sempre acompanhado de um campo magnético em alteração. E, se um
fio condutor é colocado próximo, novamente o campo magnético em
alteração será acompanhado de uma corrente elétrica, e assim
sucessivamente. Isso já é conhecido por nós, porém as equações de
Maxwell permitem uma interpretação muito além da carga oscilante. A
partir das equações de Maxwell é possível chegar à expressão
matemática do que é uma onda eletromagnética.
É claro que as expressões matemáticas exigidas para tal
dedução não devem ser apresentadas ao Ensino Médio, porém a partir
do estudo de campo é possível apresentar qualitativamente as ondas
eletromagnéticas,
utilizando
o
mesmo
capítulo,
Campos
Eletromagnéticos, a partir da página 173.
4 – Resolução/ encaminhamentos das atividades do capítulo
16
campos eletromagnéticos.
Página 167 – Pesquisa
Atividade já discutida no decorrer do texto. No entanto, o
professor pode indicar como leitura para os estudantes o seguinte sítio:
http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/campo_corrente/exper_oersted/
Página 171 - Experimento
Atividade já discutida no decorrer do texto.
Página 173 – Pesquisa
Ao se referir ao termo extra da quarta Equação de Maxwell, a
atividade tem intenção que o estudante perceba que assim como
campo magnético variando induz campo elétrico, por simetria campo
elétrico variando deveria produzir campo magnético.
Página 176 – Pesquisa
É interessante que o estudante apresente como resultado da
pesquisa
uma
idéia
a
respeito
do
sistema
de
comunicação
televisionada – a geração e recepção da imagem. A transmissão e
recepção do som na televisão é praticamente o mesmo processo do
rádio, já apresentado no LDP. Em linhas gerais, no caso da imagem, a
câmara faz a leitura da cena, a ser transmitida detalhe por detalhe, e as
variações de luminosidade da cada pedaço são transformadas em
corrente elétrica. Essa corrente elétrica é enviada pela estação
transmissora em forma de onda eletromagnética, a qual é recebida e
convertida pelo aparelho de TV.
Material
para
consulta
da
Biblioteca
do
Professor:
GREF.
Eletromagnetismo, 4. ed. São Paulo: Edusp, 1993, especificamente a
Parte 4.
17
Página 177 – Pesquisa
 Primeira parte:
Os materiais são classificados como ferromagnético, paramagnético e
diamagnético,
conforme
o
comportamento
de
seus
momentos
magnéticos num campo magnético externo.
Ferromagnético – Exemplos: cobalto, níquel e cobre.
Paramagnético – Exemplos: vidro, alumínio.
Diamagnético – Exemplos: prata, água.
Material para consuta da Biblioteca do professor: TIPLER, P. A . Física
-
para cientistas e engenheiros, v.2. Rio de Janeiro: LTC, 2006,
especificamente o item 27.5 Magnetismo nos materiais, p. 237-249.
 Segunda parte:
Ao esfregar um ímã em um pedaço de ferro, o ferro ficará magnetizado
temporariamente, podendo atrair alguns metais.
Página 179 - Atividade
Considerar as páginas 166 e 167, as quais apresentam as idéias
iniciais de campo, e o final do texto, onde o campo aparece como um
ente material da Física.
Para aprofundamento da idéia de evolução do conceito de
campo sugere-se o texto:
BEZERRA, V. A . Maxwell, a teoria d campo e a desmecanização da
física. In: Scientle Studia, São Paulo, v.4, n.2, p. 177 – 220, 2006.
Disponível em:http://www.scientiaestudia.org.br/revista/PDF/04_02_02.pdf.
Acesso: Fevereiro/ 2009.
18
8) Referências
EINSTEIN, A.; INFELD, L. A evolução da Física. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2008.
SCHÄFFER, N. O . O livro didático e o desempenho pedagógico:
anotações de apoio à escolha do livro didático. In: CASTROGIOVANNI,
A. C.; CALLAI, H. C.; SCHÄFFER, N. O.; et al. Geografia em sala de
aula: práticas e reflexões. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003.
Martins, R. A. de. Orsted e a descoberta do eletromagnetismo.
Cadernos de História e Filosofia da Ciência (10): 89-114, 1986.
GREF, Eletromagnetismo, 4. ed. São Paulo: Edusp, 1993.
LAJOLO, M. Livro Didático: um (quase) manual de usuário. In: Em
Aberto, ano 16, n. 69, Jan/Mar, 1996.
9) Sites consultados:
http://nupic.incubadora.fapesp.br/portal
http://www2.fe.usp.br/~lapef/
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