Gab_C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 16/05/12 15:47 Página I Orientação para o Professor – Português – 8.o Ano do Ensino Fundamental 3) TEXTO DRAMÁTICO A unidade tem como objetivos levar os alunos a: 1) 4) a) identificarem e analisarem os elementos do texto dramático; b) redigirem um texto dramático. Para o alcance desses objetivos foram desenvolvidas aulas de interpretação de texto e de redação. Espera-se que esse conjunto de atividades contribua para despertar o interesse dos alunos pela leitura de textos dramáticos, bem como para começar a desenvolver neles senso crítico estético e formal com respeito a esse tipo de obra. Com relação aos conteúdos gramaticais, neste bimestre os alunos iniciam o estudo das orações subordinadas. Para introduzi-las foram escolhidas as orações substantivas, pelos seguintes motivos: • elas se constituem nos exemplos mais evidentes de orações subordinadas; • exigem a retomada de conceitos ligados aos termos da oração, há pouco estudados; • apresentam uma estrutura de complexidade intermediária, se comparadas às orações coordenadas e às orações subordinadas adverbiais. Nos exercícios, o(a) professor(a) pode perceber que não foi dada ênfase, como ocorre tradicionalmente, à classificação das orações. Maior importância foi conferida à redação e transformação das orações e à identificação de sutis alterações de sentido associadas a modificações na estrutura do período. Como esses são os aspectos que garantem a aprendizagem da redação e da interpretação de texto, objetivos principais do estudo da língua neste estágio, recomenda-se que sejam os pontos mais enfatizados nas aulas e nas avaliações. 5) desenvolver atitude de interesse e respeito pelas vivências e opiniões e pelos valores dos colegas; estabelecer paralelo entre as próprias experiências e as dos demais; analisar e avaliar as vivências, sentimentos, sensações, pontos de vista e valores a partir de um referencial ampliado pelo estudo proposto, pelo conhecimento das experiências dos colegas, pelas discussões e reflexões a respeito do assunto. Os objetivos detalhados acima revelam que questões de resposta pessoal, à primeira vista com importância menor do que todas as outras que requerem respostas claramente pontuadas no “conteúdo programático”, têm papel substantivo no processo educativo. Em decorrência, exigem do(a) professor(a) tratamento muito hábil. As recomendações apresentadas a seguir visam à criação de condições favoráveis ao desenvolvimento dos objetivos. PERGUNTAS DE RESPOSTA PESSOAL A transmissão dos conhecimentos acumulados e o desenvolvimento de habilidades, reconhecida função da escola, não se esgotam em si. Os conhecimentos e as habilidades se revestem de valor se representarem alguma transformação no indivíduo e na sociedade. Afinal, educa-se para quê? De que servem os conhecimentos e as habilidades se não resultarem em refinamento de sensibilidade, em desenvolvimento de raciocínio, em superação de preconceitos, em atuação que considere as leis naturais, a convivência social, as diferenças culturais? Ir além da transmissão de conteúdos e do desenvolvimento de habilidades, ou seja, voltar-se para a finalidade última da educação, requer estratégias cuidadosamente planejadas e atenção permanente às mudanças que se evidenciam no decorrer do processo. Nas sequências de aprendizagem aqui propostas, fazem parte dessas estratégias as perguntas cujas respostas são de cunho pessoal (indicadas no caderno do professor como “resposta pessoal”). As perguntas de resposta pessoal foram formuladas, na maior parte das vezes, com um dos dois propósitos indicados a seguir: • iniciar um assunto partindo do repertório prévio do aluno; • fechar um assunto levando o aluno a refletir sobre sua vivência a partir dos conhecimentos novos desenvolvidos durante o curso. Espera-se que este tipo de perguntas, considerando-se a acuidade possível e o nível de maturidade de cada faixa etária, leve o aluno a: 1) observar-se para identificar suas vivências, sentimentos, sensações, pontos de vista e valores; 2) utilizar recursos expressivos da linguagem verbal e/ou não verbal para transmitir o que foi capaz de identificar como experiência pessoal; I 1. As questões, tal como formuladas e apresentadas em pontos calculados da sequência de conteúdos, trazem indicadores do que o aluno deve observar nas suas experiências para fornecer a resposta. Cabe ao(à) professor(a) adotar uma postura frente à classe que evidencie a importância deste tipo de questão como atividade significativa de aprendizagem. É preciso ter em mente que os alunos só creditarão importância às questões deste tipo se o(a) professor(a) tratar a atividade como importante. Para isso, deve orientar os alunos a: a. refletirem antes de responder à questão; b. responderem à questão com o mesmo empenho e cuidado com que respondem a outros itens; c. formularem a resposta de maneira completa, buscando expressar-se com precisão. 2. Para que se criem condições para o aluno repensar julgamentos, superar preconceitos, enfim, reavaliar-se, é necessário o estabelecimento de um clima destituído de censura, a fim de que as ideias, por medo ou vergonha, não sejam camufladas ou distorcidas para agradar aos demais, sobretudo ao(à) professor(a). A criação dessas condições propícias à livre expressão requer que o(a) professor(a): a. converse com a classe a respeito de manifestações inadequadas do grupo quando alguém emite uma opinião, relata uma experiência, manifesta um sentimento etc.; b. estabeleça um compromisso entre todos que implique atitude de atenção e respeito às vivências alheias; c. evite qualquer comentário, expressão, gesto, que represente desaprovação, quando o aluno faz seu relato pessoal. 3. Para propiciar uma mudança qualitativa, levar o aluno a enriquecer ideias e reformular julgamentos, é necessário que o(a) professor(a) atue como mediador do processo: a. solicite exposição de argumentos para justificar opiniões e julgamentos (Por que você pensa desta maneira? Este fato não poderia ser visto de outra forma, por exemplo...? Você já tentou se colocar no lugar desta pessoa, já se imaginou vivendo esta situação, pode descobrir os motivos que levaram a pessoa a agir desta maneira e não de outra?); b. formule novas perguntas que possibilitem ao aluno refletir sobre a diversidade de opiniões e valores (Por que alguns pensam da maneira x e outros da maneira y? Por que este fato, aspecto, é mais importante para uns e menos para outros? Por que as famílias de alguns de nós valorizam mais algumas coisas e menos outras? As diferenças nos modos de pensar e de sentir têm relação com a origem, nacionalidade, cultura, Gab_C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 16/05/12 15:47 Página II religião de cada um? Pode-se afirmar, em certos casos, que existe o certo e o errado? etc.) c. forneça evidências que levem o aluno a superar preconceitos e julgamentos apressados, baseados em experiências isoladas (Você acredita que pessoas com esta característica x sempre ajam desta maneira? Segundo o relato de outros colegas, há pessoas com esta característica x que têm um comportamento diferente; você não teria baseado seu julgamento a partir do conhecimento de uma única ou de poucas pessoas? O fato que você relatou pode ocorrer desta forma, mas também pode ocorrer de maneira diferente, por exemplo... etc.). Estratégias: • leia, junto com a classe, o texto e as informações que antecedem cada exercício; • peça, ao final da leitura de cada grupo de informações, para que um aluno explique o que foi ensinado e faça uma síntese para a classe; • se necessário, dê explicações complementares; • corrija as respostas de cada exercício antes de passar para o exercício seguinte; • leia, junto com a classe, o item B; • forneça explicações complementares, se necessário. Ainda com relação a valores e julgamentos, é importante considerar, na mediação exercida pelo(a) professor(a), que a escola deve pautar-se: CAPÍTULO 23 TEXTO DRAMÁTICO – PERSONAGENS Objetivos: • perceber a importância das personagens na estrutura do texto dramático; • identificar características de personagens através dos diálogos; • desenvolver diálogos a partir da caracterização de personagens; • caracterizar personagens e desenvolver diálogos a partir da caracterização. • por valores de consenso social, como a igualdade de direitos, a convivência pacífica, a promoção da cidadania, o desenvolvimento social e cultural; • pelo respeito às diferenças ideológicas, culturais e religiosas. Isso significa que valores de consenso social devem ser promovidos e defendidos, e diferenças ideológicas, culturais e religiosas devem ser analisadas, sem julgamento de valor, para que sua compreensão resulte na atitude de aceitação respeitosa. Estratégias: • leia as instruções iniciais junto com a classe; • oriente os alunos para lerem o texto silenciosamente; • instrua os alunos para responderem às questões e corrija as respostas; • escolha três alunos para lerem o texto em voz alta, sendo que cada um lê as falas de uma personagem (as marcações relativas a cenário, expressões e movimentos não devem ser lidas); • organize a classe para o desenvolvimento da atividade; • discuta o item 6 para garantir que os alunos analisem criticamente os trabalhos e incorporem experiências dos colegas para aperfeiçoar seus textos. CAPÍTULO 20 HISTÓRIA DO TEATRO Objetivo: • identificar fatos relacionados com a história do teatro. Estratégias: • determine um intervalo de tempo para que os alunos formulem respostas às questões (tais questões têm por finalidade despertar a curiosidade para aspectos desenvolvidos na aula); • leia o texto junto com a classe; • peça aos alunos para reformularem as respostas iniciais; • organize o grupo para a atividade em grupo. CAPÍTULO 24 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA CAPÍTULO 21 TEXTO DRAMÁTICO – CENA Objetivo: • identificar orações subordinadas substantivas. Objetivos: • identificar os principais elementos do texto dramático; • identificar a cena como a unidade do texto dramático. Estratégias: • corrija as respostas de cada exercício antes de passar para o exercício seguinte; • leia, junto com a classe, o item A; • forneça explicações complementares, se necessário; • corrija as respostas dos exercícios. Estratégias: • oriente a classe para a atividade em grupo; • controle o tempo para que os grupos desenvolvam todos os passos da atividade; • organize os grupos para a dramatização das cenas; • após os grupos terem respondido às questões de análise das dramatizações, peça-lhes para relatarem as conclusões para o resto da classe; • discuta com a classe as conclusões de cada grupo. CAPÍTULO 25 TEXTO DRAMÁTICO – AMBIENTAÇÃO Objetivo: • identificar elementos de ambientação do texto dramático. CAPÍTULO 22 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – ORAÇÃO PRINCIPAL E ORAÇÃO SUBORDINADA Estratégias: • indique diferentes alunos para lerem a fala de cada personagem; • oriente a classe para responder às questões 1 a 7 e corrija as respostas; • organize a classe para a realização das atividades propostas nos itens 8 e 9; Objetivos: • distinguir entre oração principal e oração subordinada; • identificar orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais. II Gab_C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 16/05/12 15:47 Página III • coordene a leitura dos textos elaborados pelo grupos; • peça a um representante de cada equipe que leia as conclusões sobre os textos dos demais grupos; • promova uma discussão da classe sobre as conclusões dos grupos. Estratégias: • corrija as respostas de cada exercício antes de passar para o exercício seguinte; • leia, com a classe, o item A e forneça as explicações complementares necessárias; • corrija as respostas do exercício solicitando aos alunos para verbalizarem o raciocínio percorrido para a classificação da oração subordinada. CAPÍTULO 26 TEXTO DRAMÁTICO – ARGUMENTO Objetivo: • redigir argumento de texto dramático. CAPÍTULO 30 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA PREDICATIVA Estratégias: • organize a classe para o desenvolvimento da atividade; • se houver tempo, peça a alguns alunos para lerem seus argumentos para a classe. Objetivos: • identificar orações subordinadas substantivas predicativas; • perceber diferenças de significado produzidas por alterações na estrutura do período. CAPÍTULO 27 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – ORAÇÃO SUBORDINADA SUBJETIVA Estratégias: • corrija as respostas de cada exercício antes de passar para o exercício seguinte; • leia o item A junto com a classe; • ao corrigir o exercício B, peça aos alunos para interpretarem o significado de cada período, identificando as diferenças criadas pela alteração da estrutura. Objetivo: • identificar orações subordinadas substantivas subjetivas; • transformar período composto em período simples. Estratégias: • leia, com a classe, as instruções para cada exercício e dê explicações complementares, se necessário; • corrija as respostas de cada exercício antes de passar para o exercício seguinte. CAPÍTULO 31 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA COMPLETIVA NOMINAL CAPÍTULO 28 TEXTO DRAMÁTICO – ROTEIRO Objetivo: • identificar orações subordinadas substantivas completivas nominais. Objetivos: • identificar elementos do roteiro; • descrever cenário; • redigir roteiro; • adaptar o texto dramático ao canal em que é veiculado. Estratégias: • corrija as respostas de cada exercício antes de passar para o exercício seguinte; • leia o item B junto com a classe e acrescente as explicações necessárias. Estratégias: • oriente os alunos para responderem às questões e corrija-as; • peça a alguns alunos para lerem a descrição da sala de aula ou oriente-os para que troquem seu texto com colegas; • aponte as semelhanças e diferenças entre as descrições, mostrando que alguns detalhes que chamam a atenção de uns não são significativos para outros; • organize a classe para o desenvolvimento da atividade; • peça aos alunos para trocarem o texto com colegas ou, se possível, para lerem o texto para a classe; • faça comentários que permitam aos alunos aprimorarem seus textos, se for o caso; • organize a classe para o desenvolvimento da atividade; • se sobrar tempo, peça a alguns alunos para lerem para a classe o texto produzido, como se ele estivesse sendo transmitido por uma estação de rádio. CAPÍTULO 32 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA APOSITIVA Objetivo: • identificar orações subordinadas substantivas apositivas. Estratégias: • as usuais. CAPÍTULO 33 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – REVISÃO Objetivos: • revisar os principais conteúdos gramaticais vistos. CAPÍTULO 29 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – ORAÇÃO SUBORDINADA OBJETIVA DIRETA E OBJETIVA INDIRETA Estratégias: • corrija as respostas de cada exercício antes de passar para o exercício seguinte; • revise mais detalhadamente os conteúdos em que os alunos apresentam maior dificuldade. Objetivo: • identificar orações subordinadas objetivas diretas e objetivas indiretas. III Gab_C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 16/05/12 15:47 Página IV O cachorro é um magro vira-lata. c) Sob o sol, sentado no chão, Chico Moleza dedilha molemente o violão. Em frente à vendola, Seu Dermeval remenda uma rede de pescar. Passa-se meio minuto. Entram Mestre Ambrósio e Zelão carregando um defunto numa rede. O enterro é acompanhado por uma beata e um cachorro, um magro vira-lata, amarrado à rede. A velha reza baixinho enquanto os dois pescadores avançam até o centro da cena, com o passo não muito firme, e aí depositam o féretro. Moleza para de tocar e descobre-se, em sinal de respeito. GABARITO CAPÍTULO 20 HISTÓRIA DO TEATRO Respostas pessoais. CAPÍTULO 21 TEXTO DRAMÁTICO – CENA 1. Resposta pessoal. 2. Resposta pessoal. 3. Resposta pessoal. 4. Resposta pessoal. 5. Resposta pessoal. 6. Resposta pessoal. 7. Resposta pessoal. CAPÍTULO 22 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – ORAÇÃO PRINCIPAL E ORAÇÃO SUBORDINADA 1. Pequena venda de uma cidadezinha de veraneio do litoral baiano. Há uma grande árvore, um coreto e uma venda. 2. É um mulato gordo e bonachão, de idade já avançada. beata, velhinha, enrugada como um jenipapo, um cachorro, um magro vira-lata, Mestre Ambrósio é um velho pescador de tez morenoavermelhada, curtido do sol. Musculatura batida, chapelão de palha, calças de algodão branco, sua figura infunde respeito. Zelão é um negro reluzente, mais moço do que Mestre Ambrósio, pescador como ele. Traz vários amuletos no pescoço e um bom humor constante. O apelido o define bem: gestos lentos, descansados, fala mole, é ele um retrato vivo da cidade, onde a vida passa sem pressa. 3. a) Pequena venda de uma cidadezinha de veraneio do litoral baiano. Há uma grande árvore, um coreto e uma venda. b) Seu Dermeval é um mulato gordo e bonachão, de idade já avançada. Chico Moleza, bem definido pelo apelido, tem gestos lentos, descansados, fala mole, é ele um retrato vivo da cidade, onde a vida passa sem pressa. Mestre Ambrósio é um velho pescador de tez moreno-avermelhada, curtido do sol. Musculatura batida, chapelão de palha, calças de algodão branco, sua figura infunde respeito. Zelão é um negro reluzente, mais moço do que Mestre Ambrósio, pescador como ele. Traz vários amuletos no pescoço e um bom humor constante. A beata é velhinha, enrugada como um jenipapo. IV 4. “Pequena venda de uma cidadezinha de veraneio do litoral baiano.” A frase, sem verbo, foi usada para descrever o local. 5. Moleza para de tocar. Moleza (ou ele) descobre-se, em sinal de respeito. 6. Velha A velha reza baixinho, enquanto os dois pescadores avançam até o centro da cena. Dois pescadores Os dois pescadores avançam até o centro da cena, com o passo não muito firme. Os dois pescadores (ou eles) depositam no centro da cena (ou aí) o féretro. 7. a) “Há uma grande árvore, um coreto e uma venda.” “Sob o sol, sentado no chão, Chico Moleza dedilha molemente o violão.” “Em frente à vendola, Seu Dermeval remenda uma rede de pescar.” “É um mulato gordo e bonachão, de idade já avançada.” “Passa-se meio minuto.” “Musculatura batida, chapelão de palha, calças de algodão branco, sua figura infunde respeito.” “Zelão é um negro reluzente, mais moço do que Mestre Ambrósio, pescador como ele.” “Traz vários amuletos no pescoço e um bom humor constante.” b) São compostos. 8. a) A velha reza baixinho, enquanto os dois pescadores avançam até o centro da cena. Oração principal: a velha reza baixinho Oração subordinada: enquanto os dois pescadores avançam até o centro da mesa. A. Exercícios exploratórios 1. a) b) c) d) e) f) 2. Resposta: D 3. a) O mestre, instruído, nunca havia lido nada sobre o assunto. b) Desejo a tua tranquilidade. c) É necessário nosso trabalho. c – adjetivo a – substantivo b – substantivo d – pronome substantivo c – locução adverbial a – locução adverbial Gab_C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 16/05/12 15:47 Página V CAPÍTULO 24 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA d) Responda-me isto. e) Acordei de manhã. f) Ela se comporta de acordo com o nosso desejo. 4. a) O mestre, instruído, nunca havia lido nada sobre o assunto. substantivo b) Desejo a tua tranquilidade. verbo c) É necessário nosso trabalho. adjetivo d) Responda-me isto. verbo e) Acordei de manhã. verbo f) Ela se comporta de acordo com o nosso desejo. verbo 5. Resposta: C B. Noções gramaticais A. Exercícios exploratórios 1. Resposta: B 2. a) b) c) d) e) f) g) h) i) CAPÍTULO 23 TEXTO DRAMÁTICO – PERSONAGENS 1. Na corte (Rio de Janeiro). 2. Aplicando golpes. 3. Espertos, pois planejam golpes. 4. Dissimulados, pois conseguem enganar Tobias. 5. Não. Tobias é recém-chegado de Curral-del-Rei. 6. Ingênuo, pois acredita nos ciganos. 7. Considera-se esperto, pois acredita ter feito um bom negócio. 8. Resposta pessoal. 9. Resposta pessoal. j) k) Interessa-lhe / o que você disser. Acordei / assim que você tocou a campainha. Todos notaram / que o ator estava nervoso. O problema é / que o ator estava nervoso. Todos notaram o ator / que estava nervoso. Cheguei à conclusão / de que meus problemas não são insolúveis. Ela é uma pessoa / que tem coragem. Concordo com você nos aspectos gerais, / porém faço pequenas objeções a pontos específicos. Entre nós há um acordo: / que um sempre se coloque no lugar do outro. Há animais selvagens / que podem ser domesticados. Ele venceu o concurso; / receberá, pois, o prêmio. 3. a, c, d, f, i 4. a) c) d) f) i) 5. Resposta pessoal. 6. Resposta: C 7. a) predicativo; adjunto adnominal; complemento nominal; aposto; adjuntos adverbiais que modificam adjetivos. Interessa-lhe isto. Todos notaram isto. O problema é isto. Cheguei à conclusão disto. Entre nós há um acordo: isto. b) sujeito; objeto; agente da passiva; adjunto adverbial (com exceção dos que modificam adjetivos). 10. Resposta pessoal. 11. Resposta pessoal. 12. Resposta pessoal. B. Noções gramaticais C. Exercícios de aplicação de conceitos 13. Resposta pessoal. 14. Resposta pessoal. CAPÍTULO 25 TEXTO DRAMÁTICO – AMBIENTAÇÃO 15. Resposta pessoal. 16. Resposta pessoal. 17. Resposta pessoal. 18. Resposta pessoal. 19. Resposta pessoal. V 1. O emprego de certos termos (sege, machete, descanchado, descoco, coritiba) e a construção de frases. 2. As diferenças dizem respeito à construção de frases, pronúncia das palavras e emprego de termos específicos de cada região. Gab_C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 16/05/12 15:47 Página VI 3. Sim, devido, entre outros fatores, às peculiaridades do ambiente em que cada um vive e da maior facilidade de acesso à escola e aos meios de comunicação que tem o morador da cidade grande. 4. Piano, siege e boneca de cera. 5. Não. Talvez surpreendessem um sertanejo, com pouco acesso aos meios de comunicação, aparelhos eletrônicos de última geração, como computadores sofisticados, fax, telefone celular… 6. No Rio de Janeiro: contradanças francesas, valsas e galope. No sertão: a coritiba. 7. Resposta pessoal. Os alunos podem apontar o ritmo frenético de trabalho, a violência, o trânsito intenso, o excesso de regras formais para disciplinar a convivência na comunidade… 8. Resposta pessoal. 9. Resposta pessoal. h) Tenho uma ideia: que um comente a redação do outro. i) Estou com medo de que você falhe. j) É preciso que ele se acalme. k) Assustei-me logo que ela me contou o problema. l) Li um livro sobre um homem que nunca morre. 4. a, c, d, f, j 5. f (sujeito: o tempo) 6. a, c, d, j 7. a) É necessário participar. É necessário participação. E necessária a participação. b) É bom protestar. É bom protesto. É bom o protesto. c) É bom divertir-se. É bom diversão. É boa a diversão. d) É admitido reivindicar. É admitido reivindicação. É admitida a reivindicação. e) Era necessário discutir. Era necessário discussão. Era necessária a discussão. f) Será admitido contestar. Será admitido contestação. Será admitida a contestação. g) Foi necessário estudar. Foi necessário estudo. Foi necessário o estudo. 8. a) Resposta: B b) Resposta: B c) Resposta: A B. Noções gramaticais CAPÍTULO 26 TEXTO DRAMÁTICO – ARGUMENTO Respostas pessoais. CAPÍTULO 27 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – ORAÇÃO SUBORDINADA SUBJETIVA A. Exercícios exploratórios 1. que na escola os professores batem nas crianças 2. CAPÍTULO 28 TEXTO DRAMÁTICO – ROTEIRO 3. a) b) c) d) e) f) g) É sofrido para mim que tu te ausentes. Esperamos que todos respeitem o regulamento. Convém que te ausentes. É sabido que ele não tem escrúpulos. Ordenei-lhe que se comportasse adequadamente. O tempo obrigou a que ficássemos em casa. Participei da reunião, todavia não expressei minhas opiniões. VI 1. Nome, origem, profissão e relação com outras personagens. 2. O modo de falar da personagem principal. 3. Os alunos podem indicar aspectos como aparência física e temperamento. 4. Resposta pessoal. 5. Descrição do cenário, personagens que fazem parte da cena, ordem de entrada das personagens, vestimenta e movimentos. 6. Presente e futuro do presente do indicativo. 7. Pretérito perfeito ou imperfeito do indicativo. 8. (II) texto dramático (I) texto narrativo 9. Direto. Gab_C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 16/05/12 15:47 Página VII 10. Expressões e comportamentos das personagens e fatos que ocorrem no momento (por exemplo, o som do piano), importantes no desenvolvimento da história. g) Tememos que algumas iniciativas criem empecilho ao desenvolvimento social. 2 h) É bom que te previnas. 1 i) Imagino qual seja a sua dúvida. 2 11. No presente do indicativo, para sugerir ao leitor que os acontecimentos estão ocorrendo no momento, à sua vista. j) As mães normalmente percebem se os bebês choram de fome. 2 k) Descobri quem violou a correspondência. 2 12. Porque indicam expressões, comportamentos e acontecimentos que ocorrem no momento indicado pelos diálogos. l) É bom quando todos estão contentes. 1 m) Eu não sei como começar. 2 n) Suspeito de que ele agiu premeditadamente. 3 13. Resposta pessoal. o) Convenci-me de que estamos no caminho correto. 3 CAPÍTULO 29 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – ORAÇÃO SUBORDINADA OBJETIVA DIRETA E OBJETIVA INDIRETA A. CAPÍTULO 30 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA PREDICATIVA Exercícios exploratórios A. Exercícios exploratórios 1. I, II e V. 2. a) b) c) d) e) f) g) h) i) 3. a) Nós confiamos nisto. Nós confiamos em que o plano não falharia. Notei que os alunos estão interessados no assunto. Convém que você compareça a todas as reuniões. O certo é que você perdeu a confiança nele. Sou eu quem bato à porta. A verdade é que estamos desanimados. O problema é que o tempo está muito incerto. O correto será que ele peça desculpas. Lamento que você não se interesse pelo tema da discussão. b) Notei isto. c) Convém isto. d) O certo é isto. e) Sou eu este. f) A verdade é isto. g) O problema é isto. h) O correto será isto. i) Lamento isto. 1. a) objeto indireto. b) objeto direto. 2. Resposta pessoal. B. Noções gramaticais C. Exercício de aplicação de conceitos 4. a) b) c) d) e) f) g) h) i) 5. Resposta: A e) Avisá-lo-ei de que você partiu. 3 6. Resposta: A f) Seu desempenho depende de que você se empenhe. 3 B. Noções gramaticais a) É necessário que se tenha calma. 1 b) Percebe-se que você estudou. 1 c) Observei se eles estavam agindo corretamente. 2 d) Perguntamos qual era o problema. 2 VII objeto direto objeto direto sujeito predicativo do sujeito predicativo do sujeito predicativo do sujeito predicativo do sujeito predicativo do sujeito objeto direto Gab_C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 16/05/12 15:47 Página VIII C. Exercício de aplicação de conceitos. 1. O admirável é que ele tenha tanta erudição. Admiro que ele tenha tanta erudição. 2. O perceptível é que ele está triste. Percebo que ele está triste. 3. O lamentável é que não tenhamos civilidade. Lamento que não tenhamos civilidade. 4. O defensável é que lhe seja dada uma nova oportunidade. Defendo que lhe seja dada uma nova oportunidade. 5. O admissível é que eles se omitam. Admito que eles se omitam. 6. O vergonhoso é que haja falta de cooperação. Envergonho-me de que haja falta de cooperação. f) Temos necessidade disto. necessidade: substantivo disto: complemento nominal g) Chego à conclusão disto. conclusão: substantivo disto: complemento nominal h) Concluo isto. concluo: verbo isto: objeto direto i) A conclusão é isto. conclusão: substantivo isto: predicativo do sujeito B. 7. CAPÍTULO 32 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA APOSITIVA O condenável é que não se respeite o bem público. Condeno que não se respeite o bem público. CAPÍTULO 31 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA COMPLETIVA NOMINAL A. Exercícios exploratórios 1. a) de que os adultos andam com vontade b) impressão c) substantivo 2. Noções gramaticais A. Exercícios exploratórios 1. a) I b) II 2. a) A persistência da memória, quadro de Salvador Dalí, é um exemplo de pintura surrealista. b) A democracia, sistema de governo baseado na soberania popular, pressupõe que o povo participe das decisões da administração pública. a) Ele está de acordo com que você venha. b) Tudo depende de que você venha. c) Doença infecciosa, a dengue é causada por vírus c) É inegável que tudo depende da sua vinda. trasmitidos por um mosquito. d) O inegável é que tudo depende da sua vinda. d) O estado do Amazonas é o mais extenso do Brasil. e) Necessitamos (de) que ele chegue no horário. e) O cão, uma sombra ao lado do dono, era a personificação f) Temos necessidade de que ele chegue no horário. da fidelidade. g) Chego à conclusão de que eles agiram premeditadamente. h) Concluo que eles agiram premeditadamente. f) No começo do século, numerosos imigrantes chegaram ao i) A conclusão é que eles agiram premeditadamente. 3. Brasil: japoneses, italianos, sírios, alemães etc. a) Ele está de acordo com isto. acordo: substantivo com isto: complemento nominal b) Tudo depende disto. depende: verbo disto: objeto indireto c) É inegável isto. é: verbo isto: sujeito d) O inegável é isto. inegável: substantivo isto: predicativo do sujeito e) Necessitamos disto. necessitamos: verbo disto: objeto direto 3. VIII a) É essencial que você se manifeste. sujeito b) O essencial é que você se manifeste. predicativo do sujeito c) Afirmo que é essencial a sua manifestação. objeto direto d) Afirmo-lhe uma verdade: que sua manifestação é essencial. aposto e) Pediu-me um favor: que o acompanhasse até a classe. aposto f) Tenho confiança em que ele será bem-sucedido. complemento nominal g) Os pais têm um sonho: que os filhos recebam educação de qualidade. aposto Gab_C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 16/05/12 15:47 Página IX h) Estou com a impressão de que eles ficaram desgostosos. complemento nominal i) Estou com uma impressão: que eles ficaram desgostosos. aposto B. c) necessário a) necessário b) necessária c) necessário d) necessário Noções gramaticais 6. a) b) c) d) e) f) Verificamos que um equívoco havia ocorrido. Era desejável que todos participassem. Insistirei em que tu participes. Tenho um desejo: que todos colaborem. Ele tem medo de que eu o abandone. A solução é que o projeto seja aprovado. 7. a) b) c) d) Esperávamos o seu empenho. Queriam a nossa ajuda. Eu estava certa da tua desistência. Ela fez uma previsão: a valorização do imóvel. 8. a) O necessário é que ele colabore. b) O imprescindível é que você se contenha. c) O esperado é que ele esteja confiante. 9. a) b) c) d) CAPÍTULO 33 REFLEXÃO SOBRE A LÍNGUA – REVISÃO 1. c, d, e, f, g, h, i, j, k, l 2. c) Avisei-o: principal de que a reunião foi cancelada: subordinada d) Aconselho-o: principal a que seja cauteloso: subordinada e) Pensam: principal que não desconfiamos de nada: subordinada f) Logo que a peça começou: subordinada alguém gritou da plateia: principal g) Minha vontade é: principal que você permaneça: subordinada h) Convém: principal que você se retire: subordinada i) Jogou fora os objetos: principal que não tinham utilidade: subordinada j) Temos convicção: principal de que tudo se arranjará: subordinada k) Estamos convictos: principal de que tudo se arranjará: subordinada l) Temos somente uma convicção: principal que tudo se arranjará: subordinada 3. É necessário que ele colabore. O necessário é que ele colabore. O imprescindível é que você se contenha. É esperado que ele esteja confiante. 10. a) Tive um pressentimento: que o plano daria certo. b) Expressei meu receio: que não nos acolhessem. c) Tenho uma suspeita: que nos preparam uma surpresa. 11. a) Tive um pressentimento de que o plano daria certo. Tive um pressentimento: que o plano daria certo. b) Expressei meu receio de que não nos acolhessem. Expressei meu receio: que não nos acolhessem. c) Tenho uma suspeita de que nos preparam uma surpresa. Tenho uma suspeita: que nos preparam uma surpresa. c, d, e, g, h, j, k, l • oração subordinada adverbial. RESOLUÇÃO: f • oração subordinada adjetiva. RESOLUÇÃO: i EXERCÍCIOS-TAREFA O TEATRO NO BRASIL 4. 5. c) de que a reunião foi cancelada: subordinada substantiva objetiva indireta d) a que seja cauteloso: subordinada substantiva objetiva indireta e) que não desconfiamos de nada: subordinada substantiva objetiva direta g) que você permaneça: subordinada substantiva predicativa h) que você se retire: subordinada substantiva subjetiva j) de que tudo se arranjará: subordinada substantiva completiva nominal k) de que tudo se arranjará: subordinada substantiva completiva nominal l) que tudo se arranjará: substantiva apositiva a) proibido a) proibido b) proibido c) proibida d) proibido 1. (Espera-se que os alunos percebam que o teatro pode ter tripla função: entreter, instruir e emocionar.) 2. (Discuta com os alunos o importante papel do teatro do ponto de vista individual e coletivo, na difusão de informações, formação de valores, desenvolvimento da sensibilidade…) 3. (Como o teatro também tem uma função social, é desejável que cada país produza peças que tratem de sua realidade. Essas obras, além de contribuírem para mudanças sociais, são um registro de linguagem, dos costumes, dos problemas e da visão de mundo e da sociedade. É claro que a produção local não se contrapõe à representação de obras de outros países, apenas a complementa). PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO 1. b) bom a) bom b) bom c) boa d) bom IX a) b) c) d) Resposta pessoal. Resposta pessoal. Resposta pessoal. O diretor autorizou /que entrássemos. Oração principal: O diretor autorizou Oração subordinada: que entrássemos. Gab_C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 16/05/12 15:47 Página X e) Quando o alarme soou, /todos abandonaram o prédio. Oração principal: todos abandonaram o prédio Oração subordinada: Quando o alarme soou f) Resposta pessoal. g) Resposta pessoal. h) Ele é uma pessoa que não tem disciplina. Oração principal: Ele é uma pessoa Oração subordinada: que não tem disciplina Susanita, você não acha: oração principal – que a gente vive num mundo muito complicado: oração subordinada. 3. Eu acho muito simples: oração independente, coordenada assindética – é um mundo de pais e filhos: oração independente, coordenada assindética. O correto é que ele seja reprovado. 7. Ela está de acordo com que eu permaneça aqui. ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA Tirinha “QUINO” 2. 6. 1. Ele confessou seu desejo: a admiração de todos. (nome) 2. Desejo o teu sucesso. (verbo) 3. Nota-se a sua audácia. (verbo) 6. O correto é a sua reprovação. (nome) 7. Ela está de acordo com a minha permanência aqui. (nome) ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA VERBOS a) 1 a 10. Resposta pessoal. b) c) VERBO E SUBSTANTIVO participar: participação realizar: realização empenhar: empenho promover: promoção contestar: contestação reivindicar: reivindicação entrar: entrada sair: saída votar: votação eleger: eleição ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA 1. a) b) c) d) proibido proibido proibida proibido 2. a) b) c) d) bom bom boa bom 3. a) b) c) d) necessário necessário necessário necessário 4. a) b) c) d) permitido permitido permitida permitido VOZ PASSIVA 1. Resposta pessoal. 2. Resposta pessoal. 3. a) Não é possível transformar a frase em voz passiva: o verbo é transitivo indireto. b) Uma encomenda do exterior foi recebida por mim. Recebeu-se uma encomenda do exterior. Sujeito: uma encomenda do exterior. c) Uma observação inteligente foi feita pelo aluno. Fez-se um observação inteligente. Sujeito: uma observação inteligente. d) Todos os detalhes foram contados a ele por mim. Contaram-se a ele todos os detalhes. Sujeito: todos os detalhes. Convém a manutenção da máquina em funcionamento para que não percamos mais tempo. O controle da impulsividade é uma recomendação que todos nos fazem. É urgente a reunião dos amigos que não se veem há muito tempo. ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA 1 a 10. Resposta pessoal. ORAÇÃO SUBORDINADA OBJETIVA DIRETA E OBJETIVA INDIRETA ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA 1. 1. Ele confessou seu desejo: que todos o admirassem. 2. Desejo que tenhas sucesso. 3. Nota-se que ele é audacioso. 4. Finalmente encontrei aqui uma pessoa que é de paz. 5. Você já viu alguém que seja totalmente crédulo? a) b) c) d) e) f) g) h) i) X Não permitirei que você tenha prejuízos. Conheço o seu caráter, logo acredito em suas promessas. Verificaram que havia um erro no texto. Enquanto o sol se punha, a primeira estrela aparecia no céu. Ninguém sabe qual será o próximo passo. Ele não sabe onde ficar. Desconfiamos de que ele mentia. Quero saber se você consultou todas as fontes. Meus colegas e eu precisamos de que tu nos ajudes. Gab_C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 16/05/12 15:47 Página XI 2. 3. a) c) e) f) g) h) i) Sujeito oculto: eu Sujeito indeterminado Sujeito simples: ninguém Sujeito simples: ele Sujeito oculto: nós Sujeito oculto: eu Sujeito composto: meus colegas e eu a) b) c) e) f) g) h) i) Não permitirei isto. Conheço o seu caráter, logo acredito nisto. Verificaram isto. Ninguém sabe isto. Ele não sabe isto. Desconfiamos disto. Quero saber disto. Meus colegas e eu precisamos disto. a) b) c) e) f) g) h) i) Objeto direto Objeto direto Objeto direto Objeto direto Objeto direto Objeto indireto Objeto direto Objeto indireto 7. objeto direto: o convidado. 8. objeto direto: o. 9. objeto indireto: a todos. 10. objeto indireto: lhe. objeto direto: os bons momentos. ORAÇÃO SUBORDINADA OBJETIVA INDIRETA a) b) 4. 5. OBJETIVA DIRETA E Insisto na sua colaboração. Sujeito oculto: eu Predicado verbal: insisto na sua colaboração Objeto indireto: na sua colaboração Adjuntos adnominais: a (na), sua (colaboração) Querem sua participação. Sujeito indeterminado Predicado verbal: querem sua participação Objeto direto: sua participação Adjunto adnominal: sua (participação) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS OBJETIVA DIRETA E OBJETIVA INDIRETA Resposta: B a) PREDICATIVO DO SUJEITO b) c) Precisava de seu conselho antes que descobrissem sua desobediência ao regulamento. Queria tua ida e logo pediu tua volta. Eles se opuseram à nossa permanência ali, ainda que outros desejassem nossa companhia. 1. O administrador ficará surpreso. 2. Nós permanecemos incrédulos. 3. Ele parece um querubim. 4. O clima continuou agradável. 1. Resposta: B 5. Eles parecem contrariados. 2. Resposta: C 6. Ela parecia uma doida. 3. Resposta: A 7. O circo era nossa diversão. 4. Resposta: B 8. O dia já amanheceu. 9. Eles julgaram sua queixa improcedente. ORAÇÃO SUBORDINADA SUBJETIVA, PREDICATIVA E OBJETIVA DIRETA ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA PREDICATIVA 10. A população anda descrente. a) 1. objeto indireto: de informações. O ideal é a preservação de tudo aquilo que faz parte de nossa cultura. O meu pedido é a realização apenas dos desejos que me farão de fato feliz. A sua salvação será a reconciliação com os amigos a fim de que não viva mais tão isolado. 2. objeto direto: uma recompensa. objeto indireto: ao oficial. COMPLEMENTO NOMINAL b) OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO c) 3. objeto direto: a obra. 1. Eles têm desejo de vingança. 4. objeto direto: pressões. 2. A obediência aos preceitos morais é exigida pela sociedade. 5. objeto indireto: às questões. 3. Ele se comporta contrariamente aos próprios interesses. 6. objeto indireto: à vista. 4. A homenagem aos funcionários foi surpreendente. XI Gab_C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 16/05/12 15:47 Página XII 5. A homenagem dos funcionários foi surpreendente. 3. Tenho uma esperança: que ela acatará a minha opinião. 6. Ela é digna de confiança. 4. Expus meu desejo: que permanecêssemos unidos. 7. Segundo o poeta, a infância tem gosto de amora comida ao sol. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS 8. O respeito à autoridade conteve-o. 9. O respeito da autoridade conteve-o. Respostas pessoais. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS 10. É forte sua inclinação pelas artes. 1. Resposta pessoal. 2. Resposta pessoal. 3. Resposta pessoal. COMPLEMENTO NOMINAL E OBJETO INDIRETO 1. Complemento nominal Objeto indireto Observamos obediência à lei. Obedecemos à lei. Este material é resistente ao calor. Este material resiste ao calor. PRODUÇÃO DE TEXTO DRAMÁTICO – ARGUMENTO Respostas pessoais. PRODUÇÃO DE TEXTO DRAMÁTICO – PERSONAGENS Falou favoravelmente ao empreendimento. 2. 3. Respostas pessoais. obediência: substantivo favoravelmente: advérbio obedecemos: verbo resiste: verbo resistente: adjetivo PRODUÇÃO DE TEXTO DRAMÁTICO – CENAS Respostas pessoais. PRODUÇÃO DE TEXTO DRAMÁTICO – DIÁLOGOS E MARCAÇÕES O complemento nominal vem associado a um substantivo, adjetivo ou advérbio. O objeto indireto vem associado a um verbo. Respostas pessoais. ORAÇÃO SUBORDINADA OBJETIVA INDIRETA E COMPLETIVA NOMINAL 1. Fiquei convencido de que a história era real. 2. Tenho confiança em que o problema será solucionado. 3. Dei-lhe o aviso de que corríamos perigo. 4. Tiveram desconfiança de que ele mentia. TEXTO DRAMÁTICO – REVISÃO (Recolha os textos e aponte os erros ainda remanascentes para serem corrigidos. Marque uma data para os alunos entregarem a última versão do texto reformulada. Providencie, ou solicite aos alunos para providenciarem, pelo menos uma cópia dos textos para cada grupo da classe. Se possível, utilize um dos dias destinados às aulas de ajuste para que os alunos organizem uma exposição dos trabalhos, leiam trechos das peças, folheiem o material elaborado pelos colegas etc.) ORAÇÃO SUBORDINADA COMPLETIVA NOMINAL E APOSITIVA AUTOAVALIAÇÃO 1. Não aceito uma ideia: que ele nos incrimine. 2. É verdadeira a notícia: que o rio foi totalmente despoluído. Respostas pessoais. XII C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 109 CAPÍTULO 20 História do Teatro Desde as sociedades primitivas, até mesmo pré-históricas, os homens realizavam rituais e práticas religiosas que continham elementos teatrais: representação, dança e música. Como a maioria dos povos primitivos não tinha escrita, sabemos poucos detalhes sobre essas formas embrionárias de teatro. As informações escritas mais completas e detalhadas que chegaram até nossos dias referem-se às encenações teatrais da Grécia Antiga: a partir desse período conseguimos traçar um panorama mais preciso da história do teatro. Na Grécia, as primeiras manifestações teatrais mais parecidas com o nosso teatro atual datam do século VII antes de Cristo. Um dos deuses da mitologia grega era Dioniso — deus do vinho, denominado Baco pelos romanos. Os gregos costumavam organizar rituais religiosos em honra desse deus. Esses rituais eram comandados por um coro cujos componentes usavam máscaras representando animais, declamavam, cantavam e dançavam. Ainda não havia atores, como hoje, representando papéis. Dada a importância de tais rituais na vida dos gregos, foi criado um local especial para sua realização: edificação em encosta escavada, coberta por fileiras de arquibancadas semicirculares voltadas para um espaço circular no qual ficava o altar e se apresentava o coro. Esse local recebeu o nome de teatro, termo que com o tempo acabou designando as representações que aí ocorriam. A foto que aparece no início desta lição é de um antigo teatro grego. Observe que, em sua estrutura básica, os teatros atuais ainda conservam a concepção original do teatro grego: um local para a assistência e um local para a encenação. Você é capaz de dizer o que esta figura representa? Observe-a bem e tente descobrir. _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ O teatro originou-se no momento em que um ser humano imitou outro ser — homem, animal ou deus. Na história, este é um momento difícil de precisar: afinal, quando o homem está agindo sem ser por imitação? De maneira geral, o ser humano não aprende a andar, falar, comportar-se imitando outros seres? Se teatro é a arte de imitar, podemos então concluir que é praticamente impossível saber em que momento e onde ele surgiu, pois sua história se confunde com a história da humanidade. 109 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 110 Você já deve ter visto este desenho em alguns lugares. A que ele estava relacionado? Você saberia dizer o que este desenho representa? Segundo a mitologia, Dioniso foi quem ensinou aos homens o cultivo da vinha. Logo depois, um bode derrubou as parreiras e foi castigado com a morte. Os homens arrancaram a pele do animal e sobre ela começaram a cantar e beber até caírem desmaiados. Os mais fortes, que conseguiram dançar e cantar até o raiar do dia, foram premiados com a carne do bode e a sua pele embebida em vinho. Nos rituais ao deus Dioniso, procurava-se reproduzir o mito. O coro, cantando, em procissão, dirigia-se ao local do culto. No altar, o sacerdote preparava a cerimônia: um bode era oferecido em sacrifício. Conta-se que certa vez, no século VI a.C., um integrante do coro, de nome Téspis, fortemente imbuído do espírito do ritual, saiu do coro e afirmou ser Dioniso. Estava criada a função de ator. É nesta época que surge o texto dramático, isto é, o texto criado para teatro (a palavra drama, em grego, significa ação: o texto dramático representa acontecimentos, ações da vida das personagens, e é feito para ser levado à ação no palco, pelos atores). Inicialmente, surgem as tragédias (a palavra tragédia, em grego, relaciona-se a bode, animal sacrificado no ritual). No primitivo cortejo em homenagem a Dioniso, eram entoados cantos com partes alegres e tristes, que narravam os aspectos mais felizes e os mais dolorosos da sua vida. Com o tempo, esse canto originou a tragédia. Aproximadamente um século depois, são criadas as comédias (o termo surge da fusão entre as palavras comos, que significa desfile, cortejo, e odè, que significa canto). Durante as festas de Dioniso, eram realizados desfiles ao som de hinos. Aos hinos, acrescentavam-se zombarias dirigidas aos espectadores. Assim, esse elemento do ritual deu origem à representação alegre e zombeteira que caracteriza a comédia. Nas tragédias e comédias gregas havia o coro e os atores. O coro representava a sociedade e dialogava com os atores. Os atores, sempre homens, usavam máscaras de rostos humanos e rico figurino. A máscara era conhecida pelo nome de persona (em latim, sona deriva do verbo soar e per significa através de; persona é a voz que soa através da máscara). Com o tempo, as máscaras se tornaram o símbolo das representações teatrais: a máscara que sorri representa a comédia e a máscara triste representa a tragédia. Observe cartazes de peças teatrais, seções sobre teatro em jornais e revistas: frequentemente aí aparecem essas máscaras, para que haja associação imediata entre o conteúdo da informação e o teatro. O primeiro grande escritor de tragédias de quem se conservam textos é Ésquilo (525 a.C. – 456 a.C.), autor de Prometeu Acorrentado, entre outras peças. Dois outros principais dramaturgos da época são Sófocles (496 a.C. – 406 a.C.), que escreveu Édipo Rei entre outras _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ Sêmele e seu filho Dioniso. 110 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 111 obras primas, e Eurípedes (484 a.C. – 406 a.C.), autor de Medeia e Electra etc. Essas antigas tragédias gregas, encenadas até hoje, foram a base do teatro ocidental. Eram produções que se assemelhavam mais a uma ópera do que a um drama dos tempos atuais. As mais antigas comédias que nos sobraram são de Aristófanes (445 a.C. – 386 a.C.). Um pouco depois surge a comédia de costumes, criada a partir de fatos do cotidiano. O principal autor desse gênero é Menandro (342 a.C. – 292 a.C.). 1. Reformule as respostas às duas questões entremeadas ao texto. 2. Reúna-se com seu grupo. Cada elemento deve relatar para o grupo: • o enredo de uma peça a que assistiu (um breve resumo); • as personagens e o(s) cenário(s) da peça; • a duração; • sua apreciação (gostou, não gostou, por quê?). No Portal Objetivo Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite PORT8F301 Rituais religiosos, uma representação teatral, Edward Uphan 111 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 112 CAPÍTULO 21 Texto dramático – cena A cena é a unidade, a subdivisão do texto dramático: o desenvolvimento da história acontece pela sucessão de cenas. • Nem todos os autores, em diferentes épocas e culturas, entenderam a cena de maneira igual. De forma geral, o que caracteriza uma cena é: • a permanência das mesmas personagens (mesmo que entrem personagens no meio da cena e saiam outras, um grupo estável permanece, dando continuidade à ação). De uma cena para outra, pode ou não haver troca de cenário. Alguns autores, como o inglês Shakespeare, chegaram a desenvolver uma mesma cena em mais de um cenário, mas esse não é um procedimento habitual. o desenvolvimento de um único acontecimento; • as personagens (Quem são as pessoas que fazem parte da cena? Como elas são? Como elas costumam se comportar numa situação como a mostrada no desenho?); • o cenário (Onde a cena acontece?). b) discutam o que possivelmente aconteceria em seguida, tendo como base o que é mostrado no desenho e a maneira como cada personagem se comporta (aspectos já discutidos no item anterior). Neste primeiro momento, vocês podem discutir várias possibilidades, para depois escolher uma para dramatizar. c) entre as várias possibilidades de continuidade da história, escolham uma para ser dramatizada, levando em conta: • o interesse que a cena pode despertar no espectador; • a possibilidade de dramatizá-la na classe, em dois minutos; 1. Reúna-se com mais dois colegas. 2. Observem bem a figura anterior. Em grupo, vocês irão criar uma cena com duração máxima de dois minutos, que tenha como ponto de partida a situação mostrada na figura. Vocês não precisam criar uma peça completa; portanto, não é necessário que a cena apresente o desfecho da história. Vocês simplesmente vão criar uma cena que mostre o que acontece em seguida da situação mostrada no desenho. Após criarem a cena, vocês irão ensaiá-la e, na próxima aula, representá-la para a classe. 3. Para preparar a cena, sigam os seguintes passos: a) discutam o que está sendo mostrado no desenho, ou seja, o ponto de partida da cena que irão criar, definindo os seguintes aspectos: • as ações (Que aconteceu? Por que isso teria acontecido?); 112 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 113 • a possibilidade de mostrar a continuidade da história apenas pela movimentação e fala das personagens. d) decidam quem irá desempenhar cada um dos papéis. e) decidam como será o desempenho de cada papel: • o que cada personagem irá falar, quais serão suas expressões faciais e movimentos. O aluno que irá desempenhar o papel não precisa decorar a fala, repetindo exatamente as palavras estabelecidas pelo grupo. Ele pode improvisar, usando as palavras que lhe vierem à mente no momento, exatamente como a personagem falaria numa situação real; • qual a sequência de falas e movimentos das personagens. Observem que, se a sequência de falas e movimentos for alterada, provavelmente o desenvolvimento da história também se altera. f) ensaiem a cena uma vez em voz baixa para não atrapalhar o resto da classe, usando apenas o espaço em volta do grupo. Meçam o tempo de duração da cena; g) discutam em grupo os aspectos que devem ser melhorados. Vocês devem analisar os seguintes aspectos: • fala das personagens; • expressão das personagens; • movimentação das personagens; • sequência das falas; • duração da cena (se a dramatização excedeu a dois minutos, façam alguns cortes que não atrapalhem o desenvolvimento da história). h) ensaiem a cena uma última vez, melhorando os aspectos que não estavam satisfatórios no primeiro ensaio. 4. Junto com seu grupo, dramatize a cena criada em atividade anterior. 5. Observe a dramatização dos demais grupos, prestando especial atenção: • nas características de cada personagem. Verifique se as personagens foram caracterizadas de maneira parecida pelos diferentes grupos; • nas falas, expressões faciais e movimentos de cada personagem. Observe se as personagens se comportam como se estivessem em uma situação real e se as falas estão de acordo com os movimentos e as expressões faciais; • nos acontecimentos mostrados na cena; • na duração da cena. 6. Reúna-se com seu grupo e discutam as seguintes questões: a) As personagens foram caracterizadas de maneira semelhante ou muito diferente pelos diversos grupos? Por que vocês acham que isso aconteceu? b) Os acontecimentos mostrados nas cenas foram semelhantes ou muito diferentes? Por que vocês acham que isso aconteceu? c) Se os grupos continuassem a desenvolver as cenas subsequentes da peça, os desfechos seriam parecidos ou muito diferentes? Por quê? d) Que aspectos das cenas desenvolvidas por outros grupos poderiam fornecer ideias para melhorar a cena dramatizada pelo grupo? (Pensem em aspectos ligados aos acontecimentos mostrados nas cenas, caracterização das personagens e atuação dos atores.) 7. Escolham um representante para relatar as conclusões do grupo para a classe. Desfile mambembe, Bebeth. Na Idade Média, apareceram na Europa as companhias de teatro que iam de cidade em cidade, carregando cenários, figurinos, maquiagem etc. Os atores eram os saltimbancos. 113 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 114 CAPÍTULO 22 Reflexão sobre a língua – Oração principal e oração subordinada 3. Agora reescreva este texto, separando as informações da seguinte maneira: a) descreva o cenário; b) descreva as características das personagens; c) descreva as ações das personagens. Leia a seguir o texto explicativo do início da comédia O Bem Amado, de Dias Gomes. Essa peça conta a trajetória de Odorico Paraguaçu, político demagogo e corrupto que, eleito prefeito, resolve construir um cemitério na pequena cidade, usando verbas de serviços essenciais e mais urgentes. Ao concluir o cemitério, não consegue inaugurá-lo, por falta de um defunto para ser enterrado. 4. No texto, há uma frase nominal, isto é, uma frase sem verbo. Indique-a. Esta frase foi usada para descrever um local, uma personagem, ou para descrever uma ação? O texto deve orientar a encenação: o trabalho do diretor, dos atores, do cenógrafo, do iluminador. Quem vai assistir à peça não tem acesso a este texto. Observe como são descritos o cenário e as personagens. 5. “Moleza para de tocar e descobre-se, em sinal de respeito.” Para fornecer o roteiro passo a passo (uma ação por vez) para o ator, transforme a frase acima em duas frases e retire o e. O Bem Amado 6. “A velha reza baixinho enquanto os dois pescadores avançam até o centro da cena, com o passo não muito firme, e aí depositam o féretro.” Agora reescreva o roteiro passo a passo para a velha e depois para os dois pescadores. Dias Gomes Pequena venda de uma cidadezinha de veraneio do litoral baiano. Há uma grande árvore, um coreto e uma venda. Sob o sol, sentado no chão, Chico Moleza dedilha molemente o violão. Em frente à vendola, Seu Dermeval remenda uma rede de pescar. É um mulato gordo e bonachão, de idade já avançada. Passa-se meio minuto. Entram Mestre Ambrósio e Zelão carregando um defunto numa rede. O enterro é acompanhado por uma beata, velhinha, enrugada como um jenipapo, e um cachorro, um magro vira-lata, que vem amarrado à rede. Mestre Ambrósio é um velho pescador de tez moreno-avermelhada, curtido do sol. Musculatura batida, chapelão de palha, calças de algodão branco, sua figura infunde respeito. Zelão é um negro reluzente, mais moço do que Mestre Ambrósio, pescador como ele. Traz vários amuletos no pescoço e um bom humor constante. A velha reza baixinho enquanto os dois pescadores avançam até o centro da cena, com o passo não muito firme, e aí depositam o féretro. Moleza para de tocar e descobre-se, em sinal de respeito. O apelido o define bem: gestos lentos, descansados, fala mole, é ele um retrato vivo da cidade, onde a vida passa sem pressa. 7. Você já aprendeu que: • o período simples é formado por apenas uma oração, chamada oração absoluta; • o período composto é formado por duas ou mais orações. a) Indique, no texto de Dias Gomes, dois períodos simples. b) Os períodos que você reescreveu no exercício anterior são simples ou compostos? 8. O período composto pode apresentar três tipos básicos de oração: • independente; • subordinada; • principal. Você já aprendeu a diferenciar uma oração independente de uma oração subordinada: • a oração independente aparece, no período, ao lado de outra, sem desempenhar nesta outra função sintática alguma; ela não depende das outras orações do período. 1. Sublinhe com um traço o(s) trecho(s) que descreve(m) o cenário. Exemplo: Escorreguei,/ mas não caí. 2. Sublinhe com dois traços os trechos que descrevem as personagens. 114 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 115 • as duas orações são independentes; • uma oração não funciona como um termo da outra. • a oração subordinada depende de outra oração do período, pois funciona como um termo dessa oração, como se estivesse encaixada nela. Percebi que eles se desentenderam. Percebi o desentendimento deles. Percebi isto. A oração subordinada — que eles se desentenderam: • é introduzida por uma conjunção (que); • pode ser substituída por um substantivo (desentendimento) ou pronome substantivo (isto) que passa a compor a oração principal.) Exemplo: Observei /que você sorria. A segunda oração — que você sorria — é uma subordinada: • a segunda oração funciona como objeto direto da primeira oração; • a segunda oração, por funcionar como objeto direto da primeira, está encaixada na oração anterior; • a segunda oração depende da primeira oração. Quando anoiteceu, ele chegou. À noite, ele chegou. No caso, a oração subordinada — quando anoiteceu: • é introduzida por conjunção (quando); • pode ser substituída por uma expressão com valor de advérbio (à noite) que passa a compor a oração principal. Para saber se uma oração é principal, verifique: • se ela assimila o substantivo, adjetivo, advérbio ou expressão com valor de advérbio equivalente à transformação da oração subordinada. Chamamos principal à primeira oração, na qual a segunda está encaixada (como objeto direto). Assim, oração principal é aquela na qual se encaixa, como um termo (sujeito, predicativo do sujeito, objeto, complemento nominal, aposto, adjunto adverbial ou adjunto adnominal), a oração subordinada. Exemplo: Meu pai, que nasceu no Rio de Janeiro, vai à praia raramente. Meu pai, carioca, vai à praia raramente. A oração principal — Meu pai vai à praia raramente — assimilou o adjetivo carioca, equivalente à oração subordinada transformada. a) Ao reescrever um dos trechos, no exercício 6, você construiu um período composto por subordinação. Indique, neste período, a oração principal e a oração subordinada. Atenção! Para saber se uma oração é subordinada, verifique • se ela é introduzida por uma conjunção ou por um pronome relativo; ou • se não introduzida por conjunção ou pronome relativo, apresenta o verbo no gerúndio, particípio ou infinitivo (esses casos serão estudados mais tarde); • se pode ser substituída por um substantivo (ou pronome substantivo), adjetivo ou palavra ou expressão com valor de advérbio, compondo, desta maneira, a oração principal. A. Exercícios exploratórios 1. Assinale a palavra ou grupo de palavras que substitui a oração subordinada em negrito. Classifique a palavra assinalada (substantivo, adjetivo, advérbio, locução adverbial, pronome). No caso de você ter assinalado uma alternativa que apresenta mais de uma palavra, classifique apenas o vocábulo principal do grupo, aquele que confere o significado central da expressão. Exemplo: Quero que venhas. Quero a sua vinda. Vocábulo principal do grupo a sua vinda: vinda. Classe de palavra à qual pertence o vocábulo principal (vinda): substantivo. Exemplos: Meu pai, que nasceu no Rio de Janeiro, vai à praia raramente. Meu pai, carioca, vai à praia raramente. No caso, a oração subordinada — que nasceu no Rio de Janeiro: • é introduzida por pronome relativo (que); • pode ser substituída por um adjetivo (carioca) que passa a compor a oração principal. a) O mestre, que tinha instrução, nunca havia lido nada sobre o assunto. a) instrução b) instruiu 115 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 116 c) instruído d) instrutivamente Ao encaixar meu discurso na oração principal, formamos o período simples: Ele esperou meu discurso. b) Desejo que fiques tranquila. a) a tua tranquilidade b) tranquilize-se c) tranquilamente d) tranquila 4. Sublinhe a palavra a que se associa(m) o(s) vocábulo(s) que substituem a oração subordinada. Classifique a palavra sublinhada. Exemplo: Ele esperou meu discurso. Meu discurso é um termo associado ao verbo esperou. c) É necessário que trabalhemos. a) com trabalho b) nosso trabalho c) ao trabalho d) trabalhemos 5. Suas respostas ao exercício 4 permitem concluir que as orações subordinadas (no caso, representadas pelas palavras que as substituem) podem estar associadas a) aos nomes (substantivos e adjetivos) da oração principal. d) Responda-me se o viu hoje. a) aquele b) você c) esta d) isto b) aos verbos da oração principal. c) aos nomes ou verbos da oração principal. e) Acordei quando já havia amanhecido. a) manhã b) amanhecer c) de manhã d) amanhecendo B. Noções gramaticais I. f) Ela se comporta como desejamos. a) de acordo com nosso desejo b) nosso desejo c) desejar d) desejável O período simples é constituído por oração absoluta. II. No período composto podem ocorrer três tipos de oração: • independente; • principal; • subordinada. 2. As palavras que substituem as expressões foram classificadas como: a) substantivo, adjetivo, verbo e advérbio. b) adjetivo, pronome substantivo e verbo. c) verbo, locução adverbial, conjunção e preposição. d) substantivo, pronome substantivo, adjetivo e locução adverbial. III. A oração independente: • coloca-se ao lado de outra, sem desempenhar função sintática alguma; • não depende de outras orações do período; 3. Transforme os períodos compostos do exercício 1 em períodos simples. Para isto: encaixe a palavra ou grupo de palavras que substitui a oração subordinada na oração principal. • pode ser coordenada assindética, quando não é introduzida por conjunção, e coordenada sindética, quando é introduzida por conjunção. Exemplo: Ando muito, viajo muito, portanto, conheço os mais diferentes lugares. Oração coordenada inicial: Ando muito, Oração coordenada assindética: viajo muito, Oração coordenada sindética conclusiva: portanto conheço os mais diferentes lugares. Exemplo: Ele esperou que eu discursasse. A oração subordinada que eu discursasse pode ser substituída por “meu discurso”. 116 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 117 IV. A oração subordinada: VII. As orações subordinadas, como funcionam como termos da oração principal, estão sempre associadas a um nome ou verbo da oração principal. • funciona como um termo de outra oração; • depende de outra oração. Exemplos: Assisti a um filme que comove. Assisti a um filme comovente. Exemplo: Gosto de que me respeitem. A oração “que comove” está ligada ao substantivo filme da oração principal. A oração subordinada de que me respeitem funciona como objeto indireto da oração Gosto. Os diretores concordaram que o projeto fosse discutido. Os diretores concordaram com a discussão do projeto. • encaixa-se nessa outra oração; V. A oração principal: A oração “que o projeto fosse discutido” está ligada ao verbo concordaram da oração principal. • é aquela na qual se encaixa uma subordinada; • apresenta um de seus termos representado pela oração subordinada. VIII. Quadro de resumo Exemplo: Gosto de que me respeitem. O objeto indireto da oração Gosto é representado pela oração subordinada de que me respeitem. TIPOS DE ORAÇÃO independente subordinada principal • coloca-se ao lado • funciona como • é aquela na qual de outra, sem de- um termo de se encaixa uma sempenhar função outra oração; subordinada; sintática alguma; VI. As orações subordinadas podem ser: • substantivas: quando desempenham função sintática própria do substantivo (podem ser substituídas por um substantivo ou pronome substantivo). • não depende de ou- • encaixa-se nes- • apresenta um de tras orações do pe- sa outra oração; seus termos reríodo; presentado pela oração subor• pode ser coorde- • depende de ou- dinada. nada assindética, tra oração; quando não é introduzida por conjunção, e coor- • pode ser subsdenada sindética, tantiva, adje quando é introdu- tiva ou adverzida por conjunção. bial. Exemplo: Eles lamentaram que tu estivesses ausente. Eles lamentaram a tua ausência. • adjetivas: quando desempenham função sintática própria do adjetivo (podem ser substituídas por um adjetivo). Exemplo: Recebi uma explicação que tem coerência. Recebi uma explicação coerente. • adverbiais: quando desempenham função sintática própria do advérbio (funcionam como adjunto adverbial da principal e podem ser substituídas por uma locução adverbial ou expressão com valor adverbial). No Portal Objetivo Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite PORT8F302 Exemplo: Eles chegaram quando a sessão estava iniciando. Eles chegaram no início da sessão. 117 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 118 CAPÍTULO 23 Texto dramático – personagens Observações: • os significados das palavras em negrito encontram-se no final do texto; • o texto entre colchetes [ ] trata-se de adaptação do original de Martins Pena. Um Sertanejo na Corte Comédia em 1 ato PERSONAGENS TOBIAS, mineiro PEREIRA, negociante na Corte INÊS, sua filha GUSTAVO, amante de Inês Dois ciganos No texto dramático, as falas das personagens ou são diálogos (palavra de origem grega, composta por diá, que significa “por”, “através”, e logos, que significa “palavra”, “discurso”) ou são monólogos (a personagem fala sozinha: monos = “só”). Diálogo é a troca de discurso entre personagens. Usualmente, é por meio dos diálogos e das ações que reconhecemos características de personalidade das personagens, isto é, se são espertas, ingênuas, honestas, desonestas etc. Não é comum um texto dramático apresentar um narrador que explique, comente ou critique a história ou as personagens, como acontece em grande parte dos textos narrativos. A seguir estão transcritas cenas da primeira parte da comédia Um Sertanejo na Corte, de Martins Pena. Observe que o texto é composto de diálogos e algumas indicações sobre expressões e movimentos das personagens. Leia estas cenas com atenção, procurando descobrir características de cada uma das personagens. Um traficante de escravos Um mulato, escravo de Tobias Um meirinho D. Inácia, tia de Gustavo A cena se passa no Rio de Janeiro N. B.: A pessoa que fizer a parte de Tobias deve dar a acentuação que dão os mineiros da classe baixa. 118 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 119 CENA I PRIMEIRO CIGANO — Cala-te, alguém se aproxima! (Vai espiar.) Oh, que fortuna, que fortuna! Aí vem um patrício. Temos pechincha hoje. Anda, anda, vai-te embora; não te esqueças da lição. (Vai-se o Segundo Cigano.) O teatro representa uma rua. De um lado a casa de Pereira, a qual é um sobrado e tem uma janela. Dois ciganos. CENA II PARTE PRIMEIRA Primeiro Cigano e depois Tobias. PRIMEIRO CIGANO — [Hoje não conseguimos nada.] PRIMEIRO CIGANO, olhando por onde deve entrar Tobias — [Aí vem um otário. Tu verás como custa caro vir à Corte!] Caluda, ele chega! (Entra Tobias montado em um cavalo e vestido de calça de ganga azul com as pernas da calça metidas dentro das botas, ponche de pano azul, chapéu branco de abas largas, esporas de prata, e precedido de duas bestas carregadas com jacases e conduzidas pelo mulato, que virá vestido de camisa e cerolas de algodão de Minas, muito sujo de barro vermelho, e chapéu branco de abas largas. Logo que chegam em frente do teatro, Tobias desmonta e dá o cavalo ao mulato para segurar.) SEGUNDO CIGANO — É verdade, os melros já estão mais espertos. PRIMEIRO CIGANO — [Mas isto lhes custou caro.]. Que belas lições lhe temos nós dado! Eles têm razão de não caírem mais como patinhos, pois as lições que mais retemos são aquelas que adquirimos à custa de nossa bolsa. SEGUNDO CIGANO — O negócio não vai bem. Nesta última semana temos apenas feito quarenta mil-réis. [Se não fossem os golpes aplicados em um ou outro otário, eu não sei o que havia de ser de nós.] TOBIAS, ao mulato — Leva estes burros para algum pouso e cuidado que o patrão lhe dê bastante sal. Eu aqui fico. (O mulato conduz os burros.) A viagem estropioume; quase que fiquei dentro de algum caldeirão na serra. Já estava arrenegado por chegar. PRIMEIRO CIGANO — O que havia ser de nós! Ora esta é boa! Não há gazuas, e o sol não entra? Ainda estais muito criança! SEGUNDO CIGANO — Criança! E se nos pilharem? PRIMEIRO CIGANO, chegando-se para Tobias — Deus lhe dê muito bom dia, patrício. PRIMEIRO CIGANO — Ah, ah, ah! Está dito, é preciso que tenhas ainda uma ama por seis meses. TOBIAS — Deus lhe dê o mesmo. SEGUNDO CIGANO — Deixa-te de graças! Vamos ao que importa: o que faremos nós hoje? PRIMEIRO CIGANO — Pelo que vejo, chegou agora mesmo da serra? PRIMEIRO CIGANO — Eu te digo. Tu irás passear naquela travessa; logo que vires que eu converso com algum sujeito, vem te aproximando, porém como quem não quer a coisa; neste tempo eu estarei oferecendo este anel, que eu comprei na Cruz (mostra o anel) por uma pataca, ao sujeito. Como por acaso eu te chamo para avaliar o anel; tu aproxima-te e avalia-o em cinquenta mil-réis. Porém cuidado que ele não desconfie que tu me conheces. TOBIAS — É verdade, trouxe mês e meio de jornada. PRIMEIRO CIGANO — Neste caso o patrício não é nem de Ouro Preto, nem de São João-del Rei. TOBIAS — O senhor adivinha; eu sou do Curral-delRei, adiante de Sabará. PRIMEIRO CIGANO — Do Curral-del-Rei? Ah, dê-me cá este abraço! (Abraça a Tobias, o qual recua espantado.) SEGUNDO CIGANO — Não tenhas medo. TOBIAS — Que diabo é isto? PRIMEIRO CIGANO — E enquanto eu estiver oferecendo o anel, vê lá se podes arranjar alguma coisa pelas algibeiras do sujeito. PRIMEIRO CIGANO — Deixe matar as saudades que tenho desta bela terra. Ah, meu amigo, que belos dias passei eu no Curral-del-Rei! SEGUNDO CIGANO — Este é o meu forte. Ainda me lembro da carteira que roubei àquele mineiro no Campo de Santana. E o pateta no outro dia pôs anúncios do Diário, oferecendo alvíssaras a quem lhe levasse a carteira. Tomara eu cá muitos destes. TOBIAS — O senhor já esteve em Curral-del-Rei? PRIMEIRO CIGANO — Já, meu amigo. Que saudades tenho! Ora diga-me, como é o seu nome? 119 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 120 TOBIAS, dando o anel ao Segundo Cigano — Faça o obséquio de ver quanto vale isto. TOBIAS — Tobias da Encarnação, para vos servir. PRIMEIRO CIGANO — Ah, é o senhor Tobias! Quanto me alegro de o ver. Quando eu estive no Curral-del-Rei, ouvi falar muito do senhor, porém não esperava ter a felicidade de o encontrar cá no Rio. SEGUNDO CIGANO, examinando o anel — Oh, que excelente brilhante! É seu? TOBIAS — Não senhor, pertence aqui ao patrão. TOBIAS — Muito obrigado ao seu obséquio. (Enquanto assim falam, o Segundo Cigano passeia no fundo do teatro.) SEGUNDO CIGANO, puxando Tobias à parte — Então o patrício quer comprá-lo? PRIMEIRO CIGANO — Apesar de não ter sido feliz na minha viagem, tenho muita vontade de lá voltar. TOBIAS — É verdade. TOBIAS — Oh, senhor, não foi feliz? SEGUNDO CIGANO — E quanto pede ele? PRIMEIRO CIGANO — Oh, não, eu levei algumas obras de pedras preciosas e ouro para lá vender, porém não fiz negócios. E se o patrício quer comprar alguma coisa para fazer presente lá por cima a alguma pessoa, eu estou às suas ordens. Parece-me que tenho aqui um anel. Conhece brilhantes? TOBIAS — Cinquenta mil-réis. SEGUNDO CIGANO — Oh, isto é uma pechincha. Compre, compre quanto antes, talvez que ele se arrependa. Oh, um anel que vale duzentos mil-réis, vendido por cinquenta! Isto não se encontra todos os dias. TOBIAS — Eu, não senhor; o meu negócio é toucinhos e queijos. TOBIAS, voltando-se para o Primeiro Cigano — Está dito, eu fico com a memória; tome lá o dinheiro. (Tobias puxa por uma carteira, tira bilhetes de dentro e paga ao Primeiro Cigano. Logo que ele bota a carteira no bolso da jaqueta e antes que tenha abaixado o ponche, o Segundo Cigano furta-lhe.) PRIMEIRO CIGANO, à parte — Bom. (A Tobias:) Veja que belo brilhante; tem dois quilates. (Dá-lhe o anel.) TOBIAS — Está tão leve! PRIMEIRO CIGANO — Assim mesmo é que é a moda em Paris. SEGUNDO CIGANO — Deseja mais alguma coisa? TOBIAS — Em quê? PRIMEIRO CIGANO E TOBIAS — Não senhor. PRIMEIRO CIGANO — Em Paris. SEGUNDO CIGANO — Então às suas ordens. (Vai-se) TOBIAS — Não conheço este homem. PRIMEIRO CIGANO — O patrício queira desculpar-me se me retiro, porém tenho muito que fazer. PRIMEIRO CIGANO, à parte — Forte asno! (A Tobias:) Se o patrício quer ficar com o anel, eu o deixarei em conta. Ele vale cento e cinquenta mil-réis, mas como é para o senhor Tobias, eu o deixarei por cinquenta. TOBIAS — Sem mais. (vai-se o Primeiro Cigano.) TOBIAS, depois de ter olhado muito para o anel — Talvez não seja ouro de lei. CENA III PRIMEIRO CIGANO — Se duvida, eu chamarei alguma outra pessoa para avaliá-lo. (Chamando pelo Segundo Cigano:) O senhor faz o favor? TOBIAS, só — Que coisa de boa é vir à Corte! Cheguei neste mesmo momento e já fiz uma boa compra: eu posso vender esta memória lá por cima por cem mil-réis e ganhar cinquenta mil-réis. Oh, que coisa de boa! vamos nos recolhendo... A casa é esta; entremos. (Vai-se pela porta da casa de Pereira.) PRIMEIRO CIGANO — O senhor conhece pedras preciosas? SEGUNDO CIGANO — Como não hei de conhecer, se meu pai é ourives? Pena, Martins. “Um Sertanejo na Corte”. In Comédias de Martins Pena. Editora Tecnoprint. PRIMEIRO CIGANO — Oh, estimo muito! 120 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 121 Vocabulário Meirinho — antigo funcionário, correspondente ao atual oficial de justiça. Melro — indivíduo espertalhão, sagaz, finório. Réis — plural de real, antiga unidade do sistema monetário de Portugal e do Brasil. Gazua — ferro curvo ou torto com que se podem abrir fechaduras; chave falsa. Pataca — moeda antiga de prata, do valor de 320 réis; quantia equivalente a essa moeda. Algibeira — bolso. Alvíssaras — prêmio ou recompensa que se concede a quem entrega coisa que se perdera. Caluda — interjeição usada para pedir silêncio. Leia a caracterização de duas personagens. 1. Onde vivem os ciganos? Nome Armando 2. Como ganham a vida? Ocupação Guarda de trânsito Rígido, aplica a lei rigorosamente, preocupado com segurança; sério (não gosta de brincadeiras), fala pouco (somente o essencial), trata as pessoas com formalidade e condena o uso de gíria. Estudante Descontraída, distraída, bem-humorada, não respeita regras, trata todos com informalidade, usa muitos termos de gíria. 3. São ingênuos ou espertos? Que permite chegar a essa conclusão? Cacá 4. São sinceros ou dissimulados? Justifique. Características 5. Tobias é natural da cidade grande? 8. Você e um colega devem desenvolver um diálogo, de aproximadamente um minuto, entre as duas personagens: Armando e Cacá. Imaginem que Cacá tenta atravessar a rua com o sinal fechado para pedestre quando Armando olha na direção da estudante e... 6. É ingênuo ou esperto? Justifique. 7. Tobias se considera ingênuo ou esperto? Justifique. 9. Antes de escrever o diálogo, improvisem uma pequena conversa entre as duas personagens. Estejam atentos para que o diálogo deixe transparecer as características das personagens, ou seja, o que as personagens dizem deve mostrar os tipos de pessoas que são. Agora que vocês já refletiram sobre as características das personagens, três alunos irão ler os diálogos usando esse conhecimento, de forma a tornar as falas expressivas e convincentes, como se ocorresse uma conversa real. 121 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 122 10. Quando vocês considerarem que o diálogo improvisado reflete as características das personagens, registrem-no por escrito. Lembrem-se de reproduzir por escrito a linguagem oral. 16. Receba do(a) professor(a) uma caracterização de personagem elaborada por um colega. 11. Leia o diálogo para a classe (cada aluno lê as falas de uma personagem). 17. Escolha um par. Você e seu par devem desenvolver um diálogo entre as duas personagens caracterizadas por outros colegas. Primeiro, improvisem o diálogo para depois registrá-lo por escrito. 12. Ouça atentamente os diálogos criados pelos colegas. 18. Forneçam o diálogo para ser lido pelos autores da caracterização das personagens. 13. Dos diálogos desenvolvidos pelos colegas, que ideias vocês poderiam emprestar para melhorar o texto que escreveram? 19. Leia o diálogo desenvolvido pelos seus colegas a partir da caracterização de personagem que você elaborou. Verifique se o diálogo reflete as características da personagem que você criou. Converse com os autores do diálogo para: 14. Escreva a caracterização de uma personagem conforme visto na aula anterior. Escreva esta caracterização em uma folha destacável. • saber se as informações que você forneceu foram suficientes para imaginar qual seria o comportamento da personagem; • indicar, no texto, quais falas da personagem melhor refletem suas características e quais não refletem, se for o caso. 15. Entregue a caracterização para o(a) professor(a). 122 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 123 CAPÍTULO 24 Reflexão sobre a língua – Oração subordinada substantiva 4. Copie os períodos indicados no exercício 3, substituindo a oração subordinada por isto ou disto. A. Exercícios exploratórios 5. Nos períodos do exercício 4, sublinhe a palavra da oração principal à qual se associa isto ou disto. “Tu irás passear naquela travessa; logo que vires que eu converso com algum sujeito, vem te aproximando, porém como quem não quer a coisa; neste tempo eu estarei oferecendo este anel, que eu comprei na Cruz (...) por uma pataca, ao sujeito.” 6. A partir das respostas do exercício 5, podemos concluir que as orações subordinadas substantivas estão associadas a) sempre a um nome da oração principal. b) sempre a um verbo da oração principal. c) a um nome ou ao verbo da oração principal. 7. Nas aulas do primeiro bimestre, você estudou os termos da oração associados ao nome (substantivo e adjetivo) e associados ao verbo. Como as orações subordinadas funcionam como termos da oração principal, é necessário recordá-los para aprender a distinguir entre os vários tipos de orações subordinadas substantivas. a) Os termos da oração associados ao nome são: 1. Qual das orações sublinhadas no trecho acima poderia ser substituída por um substantivo, conservando o período gramaticalmente correto? a) logo que vires – tua vista b) que eu converso com algum sujeito – minha conversa com algum sujeito c) que eu comprei na Cruz (...) por uma pataca, ao sujeito – minha compra por uma pataca ao sujeito b) Os termos associados ao verbo são: 2. Divida os períodos em orações e sublinhe as orações subordinadas. a) Interessa-lhe o que você disser. b) Acordei assim que você tocou a campainha. c) Todos notaram que o ator estava nervoso. d) O problema é que o ator estava nervoso. e) Todos notaram o ator que estava nervoso. f) Cheguei à conclusão de que meus problemas não são insolúveis. g) Ela é uma pessoa que tem coragem. h) Concordo com você nos aspectos gerais, porém faço pequenas objeções a pontos específicos. i) Entre nós há um acordo: que um sempre se coloque no lugar do outro. j) Há animais selvagens que podem ser domesticados. k) Ele venceu o concurso; receberá, pois, o prêmio. B. Noções gramaticais I. A oração subordinada substantiva desempenha função sintática própria do substantivo. Pode ser substituída por um substantivo ou pronome substantivo. Às vezes não encontramos um substantivo adequado, que não altere o sentido da frase, para fazer a substituição. Mas sempre podemos substituir a oração subordinada substantiva pelo pronome substantivo isto (ou contração do pronome com preposição, como disto, nisto). Exemplos: Eles reconheceram que você é competente. (oração subordinada substantiva) Eles reconheceram a sua competência. (substantivo) 3. Quais das orações subordinadas sublinhadas no exercício 2 podem ser substituídas pelo pronome substantivo isto ou disto? Eles reconheceram isto. (pronome substantivo) Pensei que não tinha inimigos. 123 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 124 Neste caso, não encontramos um substantivo para substituir a oração subordinada, sem alterar seu sentido original. No entanto, podemos substituir a oração subordinada pelo pronome substantivo isto. Confessei o quê? A minha culpa. A minha culpa: objeto direto O termo “a minha culpa” está associado ao verbo confessei. Pensei isto. • objeto indireto da principal. II. Normalmente, as orações subordinadas substantivas são introduzidas pelas conjunções integrantes que e se. Exemplo: Exemplos: Ninguém confiou em que ele teria sucesso. Vi que choveu. (exprime certeza) Ninguém confiou no sucesso dele. Veja se choveu. (exprime incerteza) Ninguém confiou em quê? No sucesso dele. Em alguns casos, as orações subordinadas substantivas vêm introduzidas por outras palavras, como: No sucesso dele: objeto indireto O termo “no sucesso dele” está associado ao verbo confiou. • pronomes interrogativos: quem, qual, que... • advérbios interrogativos: onde, como, quando... IV. Quando a oração subordinada substantiva está ligada a um nome da oração principal, ela pode funcionar como: Exemplos: Ele não sabe qual será o desafio. • predicativo do sujeito. Ela não sabe onde estou. Exemplo: A verdade é que somos acomodados. III. Quando a oração subordinada substantiva está ligada ao verbo da oração principal, ela pode funcionar como: A verdade é a nossa acomodação. Qual é a verdade? A nossa acomodação. • sujeito da principal. A nossa acomodação: predicativo do sujeito Exemplo: O termo “a nossa acomodação” está associado ao substantivo verdade. Interessa-lhe que você regresse. • complemento nominal. Interessa-lhe o seu regresso. Exemplo: Tenho confiança em que ele logre êxito. Que lhe interessa? O seu regresso. Tenho confiança no êxito dele. O seu regresso: sujeito Tenho confiança em quê? No êxito dele. O termo “o seu regresso” está associado ao verbo interessa. No êxito dele: complemento nominal O termo “no êxito dele” está associado ao substantivo confiança. • objeto direto da principal. • aposto. Exemplo: Exemplo: Tenho uma convicção: que seu desejo será realizado. Confessei que tinha culpa. Confessei a minha culpa. Tenho uma convicção: a realização do seu desejo. 124 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 125 Qual é a minha convicção? A realização do seu desejo. C. Exercícios de aplicação de conceitos A realização do seu desejo: aposto 1. Releia, no item anterior, os exemplos de cada um dos tipos de oração subordinada substantiva. Tomando cada exemplo como modelo, escreva períodos com cada tipo de oração subordinada substantiva. O termo “a realização do seu desejo” está associado ao substantivo convicção. Nota: Não se preocupe, agora, com a classificação dos diferentes tipos de orações subordinadas substantivas. Você irá estudá-los, em detalhes, nas próximas aulas. Por enquanto, é suficiente que você saiba distinguir uma oração subordinada substantiva de outra adjetiva ou adverbial e saiba identificar o termo da oração principal ao qual a oração subordinada se associa. 2. Sublinhe, nos períodos que você redigiu no exercício 1, a palavra da oração principal à qual está associada a oração subordinada substantiva. Indique se esta palavra é um nome ou um verbo. V. Quadro de resumo ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS desempenham função sintática própria do substantivo ligadas ao verbo da oração principal Funcionam como: • sujeito • objeto direto • objeto indireto ligadas a um nome da oração principal Funcionam como: • predicativo do sujeito • complemento nominal • aposto ANOTAÇÕES 125 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 126 CAPÍTULO Texto dramático – ambientação 25 CENA II Inês e Tobias TOBIAS — Um criado da casa. INÊS — Uma sua criada. Deseja alguma coisa? TOBIAS — Eu trazia este escrito para o senhor Pereira. (Mostra uma carta.) INÊS — Eu o vou chamar. Tenha a bondade de esperar um pouco. (Sai.) CENA III Máscaras, Mario Tapia TOBIAS, só, olhando espantado para as paredes e trastes da casa — Que coisas de bonitas! (Examinando a mesa:) Que mesa de rica! (Examinando as cadeiras:) Oh, homem, que tamboretes tão bonitos! Senhor Pereira é bem rico! Lá por riba não há disto. (Aproxima-se do piano e o examina.) O que é isto? Tem um regimento de coisinhas brancas e pretas! (Toca em uma, e ouvindo o som recua espantado.) Oh, é um bicho! Ele canta tão bonito! (Examina com interesse, porém de longe.) Eu quero levar um destes bichos lá para riba, pra cantar no meu quarto. Nesta aula, vocês irão estudar as cenas iniciais da segunda parte da comédia Um Sertanejo na Corte, de Martins Pena. PARTE SEGUNDA CENA I Casa de Pereira, com mesa, cadeiras e um piano que estará aberto. INÊS, entrando — Nesta casa já não há sossego para mim; perseguem-me em toda a parte. (Assenta-se.) Oh, meu Deus, quando deixarei eu de ser espreitada! Se eu estou no sótão, meu pai diz que estou namorando; se na janela, peior! Eu já não saio a passeio, já não vou aos bailes. Oh, eu não sei o que me falta mais! Ah, Gustavo, Gustavo, quanto custa amar, e amar com privações! Meu pai se engana, quando pensa que a reclusão a que ele me sujeita extinguirá o meu amor. Oh, não, o amor vive de obstáculos e quanto mais fortes são estes, mais intensa é a chama. Gustavo, eu serei tua, custe o que custar. (Batem palmas.) Quem é? (Inês levanta-se.) CENA IV Entra Pereira, vestido de casaca, chapéu e bengala. PEREIRA — O senhor deseja falar-me? TOBIAS — Sim senhor. Eu trago este escrito que lhe manda o Sr. Capitão-mor Antônio da Costa. (Dá-lhe a carta. Enquanto Pereira lê a carta para si, Tobias quer chegar-se para o piano, mas não se atreve.) PEREIRA — Eu tenho muito prazer em receber em minha casa o senhor Tobias da Encarnação, primo de meu amigo, o capitão-mor. Queira considerar-se como em sua casa. TOBIAS, dentro — Um criado da casa. INÊS — Pode entrar quem é. 126 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 127 TOBIAS — Muito obrigado. PEREIRA — Qual viola nem meia viola; já lhe disse que chama-se piano. PEREIRA — Todos ficaram bons lá por cima? TOBIAS — Pois está bom. Pião, pião, seja lá como quiser! Quer ou não quer a breganha? TOBIAS — Todos, sim senhor, com a graça de Deus. PEREIRA — É a primeira vez que vem ao Rio? TOBIAS — É a primeira, senhor, sim. PEREIRA — Trataremos disto com mais vagar. Ali está o seu quarto; queira ter a bondade de entrar e ver se está a seu gosto. PEREIRA — Tem gostado? TOBIAS — Com sua licença. (Sai.) TOBIAS — Muito. Eu gostei muito de uma casinha que encontrei em riba de umas rodas. CENA V PEREIRA, só — E que tal o quadrúpede! Chamar seges casinhas e piano bicho! Há ainda muita estupidez! O que não vai por estes vastíssimos sertões que cobrem grande parte do Brasil! Não admira que este pense que o piano é um bicho, quando outros creem em reino encantado de João Antonio em Pernambuco. Enquanto instituições sábias não amelhorarem a educação de grande parte dos brasileiros, os ambiciosos terão sempre aonde se apoiar. Senão, diga-o o Rio Grande, diga-o a Bahia! Desgraçada da nação cujos povos vivem na mais crassa e estúpida ignorância! (Chamando.) Ó Inês, Inês? PEREIRA — Como é? TOBIAS — De uma casinha em riba de umas rodas e puxada por dois burros com umas cangalhas muito bonitas. PEREIRA — Oh, homem, isto é uma sege! TOBIAS — Sege! Ah, chama-se sege! E como se chama aquele bicho que está dentro daquele caixão? (Aponta para o piano.) CENA VI PEREIRA — O que está o senhor dizendo? De que bicho fala? Inês, Pereira e depois Tobias. TOBIAS — Ora, o patrão não entende? Aquele bicho que canta tão bonito e que está dentro daquele caixão. PEREIRA — Menina, tendo de passar o dia hoje fora, incumbo-te de fazeres as honras da casa. Trata bem o senhor Tobias e cuidado que nada lhe falte. PEREIRA — Ah, ah, ah! Quem poderia adivinhar que um piano era bicho! Ah, ah, ah, ora esta é boa! Ah, ah, ah! INÊS — Quem é o senhor Tobias? É este que há pouco saiu daqui? TOBIAS — O patrão manga comigo? Eu desconfio. PEREIRA — Sim, é ele mesmo. PEREIRA — Não desconfie, senhor Tobias, o caso não é para isto. Venha cá. (Leva-o para junto do piano.) Isto é um piano, é um instrumento de corda, assim como uma viola, um machete, e não um bicho como o senhor pensa. (Toca à toa no piano.) Está ouvindo? INÊS — Pode ir descansado, que eu o tratarei bem. Meu pai, a que horas volta? PEREIRA — Não sei. Adeus. Faça o favor de não ir pregar-se na janela como um papagaio e namorar a quantos badamecos passarem pela rua. [O Rio de Janeiro está perdido; qualquer sujeitinho com uma roupinha melhor já pensa que pode casar e ter casa.] Que lhe parece? Não se dá maior descoco! Meus amiguinhos, casar não é dançar uma valsa no baile do Catete. Mas aí chega o senhor Tobias. (Entra Tobias, porém sem ponche e chapéu, e com uma jaqueta de chita.) Eu tenho a honra de apresentar ao senhor Tobias a minha filha. (Tobias faz mesuras em recuando.) Eu lhe peço desculpas de o deixar só, porém os meus afazeres me chamam fora de casa. TOBIAS, muito admirado — Ah! PEREIRA — Ora, agora veja. (Abre o piano e mostra-lhe o feitio por dentro.) Está vendo? São cordas. TOBIAS — Como é bonito! Ó patrão, vamos breganhar? PEREIRA — Breganhar como? TOBIAS — Eu lhe dou um dos meus burros carregados por esta viola grande. 127 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 128 TOBIAS — Sem mais. PEREIRA — Com a sua licença. Menina, trata bem o senhor Tobias. INÊS, à parte — Como é tolo! (A Tobias.) Quando quiser algo, chame por alguma das pessoas desta casa, que será prontamente obedecido. INÊS — Sim, meu pai. TOBIAS — CENA VII Tobias e Inês Muito agradecido à senhora. (Inês vai-se.) Pena, Martins. “Um Sertanejo na Corte.” In Comédias de Martins Pena. Editora Tecnoprint. TOBIAS — Então? Vocabulário INÊS — Sim senhor. É esta a primeira vez que o senhor vem ao Rio? Machete — cavaquinho. Reino encantado de João Antonio em Pernambuco, Rio Grande, Bahia — alusão a movimentos que se rebelavam contra a política da Corte. TOBIAS — Senhora sim, e estou arrependido de não ter vindo há mais tempo; há muitas pessoas bonitas por cá. INÊS — É verdade, porém o senhor ainda não viu nada. Oh, se fosse ao baile dos Estrangeiros, então se admiraria! Crasso — grosseiro, desmarcado. TOBIAS — Baile! O que é baile? 1. Esta comédia foi escrita, provavelmente, entre 1833 e 1837. Repare na linguagem das personagens. Que diferenças você nota entre a linguagem das personagens e a linguagem que usamos hoje? Descoco — descaramento, atrevimento. INÊS — É uma casa aonde a gente vai à noute dançar. TOBIAS — Isto não se chama baile, chama-se batuque. Ora diga-me, lá dança-se a coritiba? 2. Observe a diferença entre a linguagem de Tobias — um sertanejo — e a linguagem de Pereira e Inês — moradores do Rio de Janeiro. Que diferenças você nota entre uma e outra? INÊS — Não senhor, porém dançam-se contradanças francesas, valsas, galopes... TOBIAS — Oh, oh, oh! Esta é boa! Então o meu cavalo também sabe dançar, e portanto pode ir a essa cousa. 3. Hoje em dia ainda podem ser notadas diferenças entre a fala de um sertanejo e a fala de um morador da cidade grande? Por que isso acontece? INÊS — O galope é uma dança muito bonita. TOBIAS — Oh, oh, oh! A falar-lhe a verdade, o que me tem mais admirado é ver mulheres sem pernas e barriga vivas. 4. Que objetos, comuns no Rio de Janeiro, Tobias desconhecia? INÊS — Mulheres sem pernas e barrigas, vivas! Aonde viu o senhor isto? 5. Atualmente, um sertanejo estranharia tais objetos? Em caso negativo, que objetos da cidade grande poderiam surpreender um sertanejo? TOBIAS — Em uma rua por onde passei quando para cá vim, aonde havia burgigangas penduradas pelas portas. Elas estavam dentro de uma vidraça e andavam à roda. 6. Segundo a personagem Inês, quais eram as danças em voga na Corte? E no sertão, de acordo com Tobias? INÊS — Oh, senhor, isto são bonecas de cera! 7. Hoje, que costumes de um habitante de cidade grande poderiam surpreender um sertanejo que vive isolado? TOBIAS — Que cera! E os olhos de que são? São também de cera! Não pode ser; eles estão espiando a gente! 8. Quando um autor ambienta um texto em determinada época, deve refletir na obra a linguagem, os costumes, os objetos e as vestimentas desta época. No caso da encenação do texto dramático, há duas possibilidades: conservar a ambientação original ou alterá-la, usando a linguagem, os costumes, os objetos e a vestimenta de outra época. INÊS — Os olhos são de vidros. Estas bonecas servem para mostrar a moda dos penteados. TOBIAS — Nessa não creio eu. Eu preciso que o filho do meu pai não as tivesse visto. Eu não mais quisera ateimar convosco. 128 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 129 Reúna-se com seu grupo. Vocês irão escolher uma das cenas da segunda parte de Um Sertanejo na Corte e reescrevê-la, como se ela se passasse nos dias de hoje. Para isso, devem adequar a linguagem, os costumes, os objetos e a vestimenta. Antes de iniciar a redação, discutam os elementos que serão alterados. Dividam as funções para facilitar o trabalho em grupo: • todos dão sugestões; • um aluno anota as decisões do grupo; O palco • um aluno redige o texto final, de acordo com as orientações do grupo. Vocês irão ler a cena de Um Sertanejo na Corte reescrita pelo grupo. 9. Vocês deverão ler o texto para a classe na próxima aula. Determinem quem lerá a fala de cada personagem e ensaiem a leitura. Também, irão ouvir atentamente as adaptações realizadas pelos outros grupos. Ao ouvirem a leitura dos outros grupos, observem se são atuais a linguagem, os costumes e os objetos. Ao final, discutam em grupo e indiquem aspectos da adaptação feita por colegas que poderiam ser aproveitados pelo grupo para tornar seu texto mais atual, interessante, divertido e, ao mesmo tempo, conservar o espírito e a graça do original de Martins Pena. No Portal Objetivo Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite PORT8F303 ANOTAÇÕES 129 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 130 CAPÍTULO 26 Texto dramático – argumento • • • • tempo; espaço; percurso da ação; e desfecho. Levando em conta as cenas iniciais, a lista de personagens apresentada pelo próprio Martins Pena e o desenvolvimento da história que você imaginar, crie o argumento de Um Sertanejo na Corte. 1. Antes de redigir o argumento, identifique os seus elementos: • personagens: (identificados pelo autor) TOBIAS, mineiro PEREIRA, negociante na corte INÊS, sua filha GUSTAVO, amante de Inês Dois ciganos Um traficante de escravos Um mulato, escravo de Tobias Um meirinho D. INÁCIA, tia de Gustavo Cartaz da peça Roda Viva, encenação de texto de Chico Buarque de Holanda • • • • Em aulas anteriores você leu as poucas cenas conhecidas da comédia Um Sertanejo na Corte. Alguns estudiosos acreditam que Martins Pena não chegou a concluir a obra. Outros defendem a tese de que os originais das cenas subsequentes foram perdidos. tempo: espaço: percurso da ação: desfecho: 2. Tendo definido os elementos principais, redija o argumento. Nesta aula, você deverá criar a continuação dessa comédia. 3. Leia os argumentos de pelo menos dois colegas e compare-os com o seu. Assim como o conto e o romance, o texto dramático também é baseado em um argumento, ou seja, em um brevíssimo resumo da história que será desenvolvida por meio das ações e dos diálogos das personagens. No 4.o bimestre da 7.° ano, você já aprendeu a desenvolver um argumento. Lembre-se, do argumento devem constar: • personagens; 130 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 131 CAPÍTULO 27 Reflexão sobre a língua – Oração subordinada subjetiva 3. Sublinhe as orações subordinadas substantivas (lembre-se: as orações subordinadas substantivas podem ser substituídas pelo pronome substantivo isto). a) É sofrido para mim que tu te ausentes. b) Esperamos que todos respeitem o regulamento. c) Convém que te ausentes. d) É sabido que ele não tem escrúpulos. e) Ordenei-lhe que se comportasse adequadamente. f) O tempo obrigou a que ficássemos em casa. g) Participei da reunião, todavia não expressei minhas opiniões. h) Tenho uma ideia: que um comente a redação do outro. i) Estou com medo de que você falhe. j) É preciso que ele se acalme. k) Assustei-me logo que ela me contou o problema. l) Li um livro sobre um homem que nunca morre. A. Exercícios exploratórios 4. Indique os períodos em que o verbo da oração principal está na terceira pessoa do singular. 5. Dos períodos indicados no exercício 4, qual(is) apresenta(m), no interior da oração principal, sujeito explícito ou oculto? 1. Examine, na tira, as orações iniciadas pelo que. Alguma dessas orações pode ser substituída por isto? 6. As orações subordinadas substantivas podem funcionar como sujeito da oração principal. Para descobrir se a oração subordinada substantiva funciona como sujeito da principal: • verifique se o verbo da oração principal está conjugado na terceira pessoa do singular. Se o verbo não estiver na terceira pessoa do singular, a oração subordinada não funciona como sujeito; • verifique se a oração principal apresenta o sujeito em seu interior ou se tem sujeito oculto. Se a oração principal apresentar sujeito oculto ou sujeito em seu interior, a oração subordinada não funciona como sujeito; • formule uma pergunta acrescentando que ou quem antes do verbo da oração principal. Se a resposta for a oração subordinada, então ela funciona como sujeito da principal. 2. Imagine o que Mafalda diz a Susanita e complete o balão. Depois, verifique se a oração iniciada pelo que pode ser substituída por isto. 131 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 132 Exemplo: Urge que você venha. Urge isto. a) É necessário que se participe. A oração principal — Urge — tem o verbo na terceira pessoa do singular e não apresenta sujeito em seu interior. c) É bom que se divirta. Que urge? Isto (que você venha). e) Era necessário que se discutisse. b) É bom que se proteste. d) É admitido que se reivindique. que você venha: sujeito de urge f) Será admitido que se conteste. Se o verbo da oração principal for de ligação, formule a pergunta acrescentando o predicativo. g) Foi necessário que se estudasse. 8. Analisando atentamente o exercício 7, você pode chegar a algumas conclusões, como Exemplo: É urgente que você venha. É urgente isto. a. quando a oração subordinada é transformada em um verbo, o predicado nominal formado pelo verbo ser mais um adjetivo (é necessário, será admitido etc.) a) sofre modificação. b) não sofre modificação. Que é urgente? Isto (que você venha). que você venha: sujeito de “é urgente” Cuidado para não confundir a oração subordinada substantiva que funciona como sujeito da principal com a oração subordinada substantiva que funciona como objeto direto. Exemplo: b. quando essa oração subordinada é transformada em um substantivo que não vem precedido de artigo ou de outro modificador (por exemplo, por pronome), o adjetivo do predicado nominal a) sofre modificação. b) não sofre modificação. Queremos que você venha. Quem queremos? Nós. c. quando essa oração subordinada é transformada em um substantivo que vem precedido de artigo ou de outro modificador (por exemplo, por pronome), o adjetivo do predicado nominal a) sofre modificação. b) não sofre modificação. O verbo da oração principal não está na terceira pessoa do singular, mas na primeira pessoa do plural. O sujeito da oração principal é nós (oculto). Portanto, a oração subordinada substantiva não funciona como sujeito da oração principal, mas como objeto direto. Aplicando esse procedimento, descubra quais são as orações subordinadas do exercício 3 que funcionam como sujeito da oração principal. B. Noções gramaticais I. 7. Reescreva o período, conforme os modelos. A oração que funciona como sujeito da oração principal é denominada oração subordinada substantiva subjetiva. É necessário que se cuide. É necessário cuidar-se. É necessário cuidado. É necessário o cuidado. A oração subordinada subjetiva é ligada ao verbo da oração principal. É proibido que se entre. É proibido entrar. É proibido entrada. É proibida a entrada. A oração “que venhas” está ligada ao verbo agrada da oração principal. Exemplo: Agrada-me que venhas. Seria o mesmo que dizer: A tua vinda me agrada. 132 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 133 II. Quando a oração subordinada substantiva é subjetiva: IV. Nos predicados nominais formados pelo verbo ser mais um adjetivo (é necessário, é bom, é claro), há duas construções possíveis: • ela pode ser substituída por um pronome substantivo (isto, aquilo...); • o adjetivo fica invariável se o sujeito é uma oração subordinada substantiva, um verbo no infinitivo (que também é uma oração subordinada, conforme você verá futuramente) ou um substantivo não precedido de artigo ou qualquer modificador. • o verbo da oração principal está sempre na terceira pessoa do singular; • a oração principal não apresenta sujeito em seu interior. Exemplo: Convém que ele venha. Exemplos: É necessário que se converse. (oração subordinada substantiva subjetiva) É necessário conversar. (verbo no infinitivo) É necessário conversa. (substantivo sem modificador) • a oração “que ele venha” pode ser substituída por isto (Convém isto.); • convém (verbo da oração principal) está na terceira pessoa do singular; • o adjetivo concorda com o sujeito se este é um substantivo precedido por artigo ou qualquer modificador. Exemplos: É necessária a conversa. (substantivo precedido de artigo) É necessária sua conversa. (substantivo precedido de pronome adjetivo) • convém (a oração principal) não apresenta sujeito em seu interior. III. Quando na oração principal ocorre o se como partícula apassivadora, a oração subordinada substantiva é subjetiva. Para descobrir se o se é partícula apassivadora, verifique: • se o verbo da oração principal é transitivo direto ou transitivo direto e indireto; V. Quadro de resumo • se a oração subordinada pode ser substituída por um substantivo ou pronome substantivo; ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA • se é possível transformar o período simples (criado a partir da transformação da oração subordinada substantiva) na voz passiva analítica. funciona como sujeito do verbo da oração principal Exemplo: Decidiu-se que você permaneceria. Decidiu-se: verbo transitivo direto Decidiu-se a sua permanência. Decidiu-se isto. A sua permanência foi decidida. (voz passiva analítica) A sua permanência: sujeito 133 • pode ser substituída por um pronome substantivo (isto, aquilo...); • o verbo da oração principal está sempre na terceira pessoa do singular; • a oração principal não apresenta sujeito em seu interior. C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 134 CAPÍTULO 28 Texto dramático – roteiro 5. Leia a descrição inicial de cada uma das cenas da primeira e segunda partes da comédia. Que tipos de informação elas apresentam? 6. Para fornecer essas informações, quais os tempos de verbo usados? 7. Em um texto narrativo (como um conto), que tempos de verbo são normalmente usados para fornecer essas mesmas informações? 8. Associe a coluna da esquerda com a coluna da direita. a. texto dramático I. o verbo dá a ideia de que o fato ocorreu no passado e está sendo relatado por alguém que o presenciou Máscaras latino-americanas b. texto narrativo O texto teatral, além de apresentar os diálogos, deve fornecer ao leitor ou a quem for encenar a peça uma série de informações que permitam imaginar o cenário, o movimento, as expressões das personagens... II. o verbo dá a ideia de que o fato está ocorrendo na presença do leitor 9. As falas das personagens são apresentadas em discurso direto ou indireto? Como você vem lendo comédias de Martins Pena desde o início do bimestre, já deve ter reparado nesses elementos do texto teatral. No entanto, é importante que você os analise com atenção para ter condições de escrever um texto teatral com todos esses elementos. As questões seguintes o auxiliarão a conhecer bem cada um desses elementos. 10. Observe que, entre os diálogos, são apresentadas algumas informações entre parênteses. A que se referem essas informações? 11. Muitas vezes essas informações são apresentadas por meio de frases nominais (frases sem verbo). Outras vezes, é necessário o uso de verbos para indicar ações. Quando há verbos, em que tempo estão conjugados? Por que você acha que isso ocorre? Para responder às questões, analise o texto de Um Sertanejo na Corte apresentado nas aulas anteriores. 1. Observe a lista de personagens. Que tipos de informação o autor fornece sobre as personagens? 12. Por que essas informações aparecem entremeadas aos diálogos em vez de serem apresentadas no início ou no final da cena? 2. Observe a nota (N.B.) que vem em seguida. Que tipo de informação ela fornece? 3. Que outros tipos de informação o autor poderia ter fornecido para ajudar o leitor a imaginar como são as personagens e para ajudar o ator a representá-las da maneira como foram originalmente concebidas? 13. Suponha que você irá escrever uma peça que tem como cenário do primeiro ato a sua sala de aula. Faça uma descrição da sala para que o leitor consiga imaginá-la nos seus detalhes mais identificadores, ou seja, naqueles detalhes que a diferenciam de outras salas de aula. Construa frases nominais ou empregue verbos no presente ou futuro do indicativo. 4. Fornecer muitas informações sobre personagens pode ter vantagens e desvantagens. Na sua opinião, quais seriam as vantagens e desvantagens? 134 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 135 Quando os textos dramáticos são encenados, eles se transformam em imagens (vistas pelo espectador, como o cenário, as personagens, os movimentos, as luzes) e sons (os diálogos e os barulhos indicativos de acontecimentos). Mas se um texto dramático é transmitido por um canal puramente auditivo (como fita áudio ou rádio), os elementos visuais devem ser sugeridos por meio de sons. Por exemplo, se no palco podemos simular a chuva com luzes ou água, no rádio a simulamos com sons, como o barulho típico do trovão ou dos pingos da água chocando-se com o solo. Encenação Você já imaginou uma continuação para a comédia Um Sertanejo na Corte e redigiu o argumento. Com base nesse argumento que você criou, redija a próxima cena da comédia — cena VIII, segunda parte. Da mesma forma, para indicar a mudança de cenário, podemos usar os sons típicos do local: barulho do mar para indicar que a cena se passa numa praia; barulho de carros, para cenas que acontecem na rua; som de avião, de trem, para cenas em aeroporto ou estação ferroviária; muitas vozes, para cenas que acontecem em lugares onde há muita gente. Na parte inicial, descreva o cenário, indique as personagens que participam da cena e dê outras informações que julgar necessário. Alguns recursos podem ser usados para indicar passagem do tempo: badaladas de um relógio, alguma fala de personagem mencionando a nova data, a voz de um narrador apenas situando o transcurso de tempo. Nesta aula, você irá ler para seu grupo a cena que redigiu na aula anterior, como se fosse transmitida por uma estação de rádio. Substitua por sons, quando possível, as marcações referentes a espaço, tempo, expressões das personagens e acontecimentos. Faça a leitura expressiva dos diálogos e crie efeitos sonoros que façam com que o ouvinte imagine todos os detalhes visuais que você introduziu no texto original. Escreva os diálogos e, entremeadas a eles, dê informações sobre expressões e comportamentos das personagens, bem como de acontecimentos que interferem na história. No Portal Objetivo Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite PORT8F304 Natureza morta com máscaras, Emil Nolde 135 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 136 CAPÍTULO 29 Reflexão sobre a língua – Oração subordinada objetiva direta e objetiva indireta A. Exercícios exploratórios B. Noções gramaticais I. A oração que funciona como objeto direto da oração principal denomina-se subordinada substantiva objetiva direta. A oração subordinada objetiva direta: • liga-se, sem preposição, a um verbo da oração principal; • indica o alvo sobre o qual recai a ação do verbo da oração principal. Exemplo: Quero que eles sejam felizes. Quero a felicidade deles. Quero isto. Que eles sejam felizes = a felicidade deles = isto: objeto direto (de quero) II. A oração que funciona como objeto indireto da oração principal denomina-se subordinada substantiva objetiva indireta. 1. Classifique os termos abaixo: a) disto (primeiro balão): A oração subordinada objetiva indireta: • liga-se, por meio de preposição, a um verbo da oração principal; • indica o alvo ou o destinatário do verbo da oração principal. b) isto (terceiro balão): Exemplo: Esqueci-me de que você vinha. 2. Substitua disto e isto dos períodos completando-os, de maneira que a tirinha tenha sentido e humor. a) Uma frase tão gasta como “Feliz ano novo” não convence ninguém de que Esqueci-me da sua vinda. Esqueci-me disto. De que você vinha = da sua vinda = disto: objeto indireto (de esqueci) b) Você não acha que É comum a construção da oração objetiva indireta sem a preposição. Exemplos: Esqueci-me que você vinha. Nós precisamos que nos ajudem. 136 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 137 C. Exercício de aplicação de conceitos Escreva: 1 — ao lado do período que apresenta oração subordinada subjetiva; 2 — ao lado do período que apresenta oração subordinada objetiva direta; 3 — ao lado do período que apresenta oração subordinada objetiva indireta. a. É necessário que se tenha calma. b. Percebe-se que você estudou. c. Observei se eles estavam agindo corretamente. d. Perguntamos qual era o problema. e. Avisá-lo-ei de que você partiu. f. Seu desempenho depende de que você se empenhe. g. Tememos que algumas iniciativas criem empecilho ao desenvolvimento social. h. É bom que te previnas. i. Imagino qual seja a sua dúvida. j. As mães normalmente percebem se os bebês choram de fome. k. Descobri quem violou a correspondência. l. É bom quando todos estão contentes. m.Eu não sei como começar. n. Suspeito de que ele agiu premeditadamente. o. Convenci-me de que estamos no caminho correto. 137 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 138 CAPÍTULO 30 Reflexão sobre a língua – Oração subordinada substantiva predicativa 3. Substitua as orações subordinadas substantivas por um pronome substantivo e sublinhe com dois traços a palavra da oração principal a que o pronome se liga. A. Exercícios exploratórios 4. Indique a função sintática do pronome substantivo em cada uma das orações do exercício 3. 5. Quando a oração subordinada substantiva funciona como predicativo do sujeito da oração principal, ela se liga a) a um nome da principal. b) ao verbo da principal. 6. Quando a oração subordinada substantiva funciona como predicativo do sujeito da principal, o verbo da oração principal indica a) estado ou mudança de estado (verbo de ligação). b) ação ou fenômeno da natureza. B. Noções gramaticais I. 1. Assinale os textos que poderiam completar o balão. I. que todos querem ser o pai. II. o autoritarismo de todos. III. pois todos querem dar ordens. IV. onde todos querem mandar. V. isto. A oração subordinada que funciona como predicativo do sujeito da principal denomina-se subordinada substantiva predicativa. A oração subordinada predicativa sempre se liga ao sujeito (um nome) da oração principal por meio de um verbo de ligação (geralmente o verbo ser). Exemplo: O principal é que você venha. O principal é a sua vinda. O principal é isto. 2. Sublinhe as orações subordinadas substantivas (lembre-se: são aquelas que podem ser substituídas por um pronome substantivo). a) Nós confiamos em que o plano não falharia. b) Notei que os alunos estão interessados no assunto. c) Convém que você compareça a todas as reuniões. d) O certo é que você perdeu a confiança nele. e) Sou eu quem bato à porta. f) A verdade é que estamos desanimados. g) O problema é que o tempo está muito incerto. h) O correto será que ele peça desculpas. i) Lamento que você não se interesse pelo tema da discussão. II. É comum confundir orações subordinadas substantivas subjetivas que apresentam predicado nominal com orações subordinadas predicativas. Para diferenciar uma da outra, observe: • no período com oração subordinada substantiva subjetiva, a oração principal não apresenta sujeito em seu âmbito. O predicado nominal (formado por verbo de ligação e, geralmente, um adjetivo) qualifica o sujeito representado pela oração subordinada. 138 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 139 Exemplo: É desejável que você colabore. É desejável a sua colaboração. (ordem inversa) A sua colaboração é desejável. (ordem direta) Que você colabore: oração subordinada substantiva objetiva direta Nesse caso, o emissor deixa claro que está expressando um desejo seu. Nas outras construções, ele emite uma opinião sem se posicionar claramente. Sujeito: a sua colaboração (o núcleo do sujeito é um substantivo) V. Quadro de resumo Predicado nominal: é desejável ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA PREDICATIVA Predicativo do sujeito: desejável • no período com oração subordinada substantiva predicativa, a oração principal apresenta sujeito em seu âmbito, representado por um substantivo. funciona como predicativo do sujeito da oração principal liga-se ao sujeito da oração principal por meio de um verbo de ligação Exemplo: O desejável é que você colabore. O desejável é a sua colaboração. (ordem direta) Sujeito: o desejável (o núcleo do sujeito é um substantivo) C. Exercício de aplicação de conceitos Predicado nominal: é a sua colaboração Predicativo do sujeito: a sua colaboração Transforme os períodos conforme o exemplo. Exemplo: É esperado que eu tenha tempo livre. (subjetiva) O esperado é que eu tenha tempo livre. (predicativa) Espero que eu tenha tempo livre. (objetiva direta) III. Mais importante do que saber classificar cada oração, é perceber as sutis diferenças de significado entre uma e outra forma de expressão. Exemplo: É desejável que você colabore. (subjetiva) O desejável é que você colabore. (predicativa) 1. É admirável que ele tenha tanta erudição. Observe que no primeiro período afirma-se que a colaboração é desejável, sem deixar subentendido que outras formas de atuação sejam menos desejáveis. Ou seja, a frase é restrita: faz uma afirmação somente com relação à colaboração. 2. É perceptível que ele está triste. 3. É lamentável que não tenhamos civilidade. No segundo período, afirma-se que o desejável é a colaboração. Se o desejável é a colaboração, fica subentendido que outras formas de atuação não são desejáveis. 4. É defensável que lhe seja dada uma nova oportunidade. 5. É admissível que eles se omitam. IV. Observe uma outra alteração na estrutura do período que também modifica o seu significado. 6. É vergonhoso que haja falta de cooperação. Desejo que você colabore. Desejo a sua colaboração. Sujeito oculto: eu Predicado verbal: desejo a sua colaboração Objeto direto: a sua colaboração 7. É condenável que não se respeite o bem público. 139 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 140 CAPÍTULO 31 Reflexão sobre a língua – Oração subordinada substantiva completiva nominal A. Exercícios exploratórios B. Noções gramaticais I. A oração subordinada que funciona como complemento nominal de um nome da oração principal denomina-se subordinada substantiva completiva nominal. A oração subordinada completiva nominal sempre se liga a um nome da oração principal por meio de preposição. Exemplo: Ele tem pavor de que o mundo acabe. Ele tem pavor do fim do mundo. Ele tem pavor disto. II. Para não confundir orações subordinadas substantivas completivas nominais com as orações objetivas indiretas, observe que: • as orações subordinadas substantivas completivas nominais associam-se a um nome da oração principal. • as orações subordinadas substantivas objetivas indiretas associam-se ao verbo da oração principal. Exemplo: Tenho a desconfiança de que este negócio é ilícito. desconfiança: substantivo de que este negócio é ilícito: oração subordinada substantiva completiva nominal Desconfio de que este negócio é ilícito. desconfio: verbo de que este negócio é ilícito: oração subordinada substantiva objetiva indireta É comum a construção da completiva nominal sem a preposição. Exemplo: Tenho a desconfiança que este negócio é ilícito. 1. No primeiro balão: a) qual é a oração subordinada substantiva? b) a que palavra da oração principal esta oração subordinada se associa? c) a que classe esta palavra pertence? 2. Sublinhe as orações subordinadas substantivas. a) Ele está de acordo com que você venha. b) Tudo depende de que você venha. c) É inegável que tudo depende da sua vinda. d) O inegável é que tudo depende da sua vinda. e) Necessitamos (de) que ele chegue no horário. f) Temos necessidade de que ele chegue no horário. g) Chego à conclusão de que eles agiram premeditadamente. h) Concluo que eles agiram premeditadamente. i) A conclusão é que eles agiram premeditadamente. III. Quadro de resumo ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA COMPLETIVA NOMINAL funciona como complemento nominal de um nome da oração principal 3. Substitua as orações sublinhadas por um pronome substantivo (ou preposição + pronome substantivo). Sublinhe a palavra à qual o pronome substantivo se associa. Escreva a classe à qual essa palavra sublinhada pertence. Escreva a função do pronome substantivo na oração. liga-se a um nome da oração principal por meio de preposição 140 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 141 CAPÍTULO 32 Reflexão sobre a língua – Oração subordinada substantiva apositiva a) É essencial que você se manifeste. A. Exercícios exploratórios b) O essencial é que você se manifeste. I. Temos um desejo de que encenem nossos textos. II. Temos um desejo: que encenem nossos textos. c) Afirmo que é essencial a sua manifestação. d) Afirmo-lhe uma verdade: que sua manifestação é essencial. 1. Em qual frase se dá maior destaque a a) desejo b) que encenem nossos textos e) Pediu-me um favor: que o acompanhasse até a classe. f) Tenho confiança em que ele será bem-sucedido. 2. Lembre-se: o aposto vem sempre associado a um nome, identificando-o ou esclarecendo-o. g) Os pais têm um sonho: que os filhos recebam educação de qualidade. Exemplos: A cidade de São Paulo é uma metrópole com graves problemas sociais. Neste exemplo, de São Paulo identifica o substantivo cidade. h) Estou com a impressão de que eles ficaram desgostosos. i) Estou com uma impressão: que eles ficaram desgostosos. A cidade de São Paulo, uma metrópole, tem graves problemas sociais. Neste exemplo, uma metrópole esclarece o substantivo São Paulo. B. Noções gramaticais I. Sublinhe com um traço o aposto e com dois traços o nome que ele identifica ou esclarece. a) A persistência da memória, quadro de Salvador Dali, é um exemplo de pintura surrealista. b) A democracia, sistema de governo baseado na soberania popular, pressupõe que o povo participe das decisões da administração pública. c) Doença infecciosa, a dengue é causada por vírus trasmitidos por um mosquito. d) O Estado do Amazonas é o mais extenso do Brasil. e) O cão, uma sombra ao lado do dono, era a personificação da fidelidade. f) No começo do século, numerosos imigrantes chegaram ao Brasil: japoneses, italianos, sírios, alemães etc. A oração que funciona como aposto de um nome da oração principal denomina-se subordinada substantiva apositiva. A oração subordinada apositiva sempre se liga a um nome da oração principal sem preposição e sem a mediação de um verbo de ligação. Exemplo: Tenho uma esperança: que o reencontre. Tenho uma esperança: o reencontro com ele. Tenho uma esperança: isto. II. Para não confundir orações subordinadas substantivas completivas nominais com as orações apositivas, observe que: 3. Sublinhe as orações subordinadas substantivas e escreva a função que elas exercem com relação à oração principal (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, complemento nominal ou aposto). • as orações subordinadas substantivas completivas nominais associam-se a um nome da oração principal por meio de preposição; 141 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 142 • as orações subordinadas substantivas apositivas associam-se a um nome da oração principal sem preposição. A construção do período com a oração completiva nominal dá maior ênfase a “grande esperança”. Já o período com a oração apositiva dá maior ênfase a “que eles se regenerem”. Esta última construção, inclusive, cria, pela pausa, um efeito de suspense a respeito de qual seja a grande esperança. Exemplo: Tenho uma grande esperança de que eles se regenerem. (completiva nominal) Tenho uma grande esperança: que eles se regenerem. (apositiva) III. Quadro de resumo ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA APOSITIVA funciona como aposto de um nome da oração principal Observe que a oração completiva nominal completa o sentido de “esperança”. A oração apositiva esclarece qual é essa esperança. liga-se a um nome da oração principal sem preposição ANOTAÇÕES 142 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 143 CAPÍTULO 33 Reflexão sobre a língua – Revisão 1. Assinale os períodos que apresentam orações subordinadas. b. É ____________________ entrar. c. É ____________________ a entrada. a) Ele falou, eu retruquei. d. É ____________________ entrada. b) Ele deve ter saído, pois não responde ao meu chamado. b) bom a. É ____________________ que se economize. c) Avisei-o de que a reunião foi cancelada. d) Aconselho-o a que seja cauteloso. b. É ____________________ economia. e) Pensam que não desconfiamos de nada. c. É ____________________ a economia. f) Logo que a peça começou, alguém gritou da plateia. d. É ____________________ economizar. c) necessário g) Minha vontade é que você permaneça. a. É ____________________ que se vote. h) Convém que você se retire. b. É ____________________ a votação. i) Jogou fora os objetos que não tinham utilidade. c. É ____________________ votar. j) Temos convicção de que tudo se arranjará. d. É ____________________ votação. k) Estamos convictos de que tudo se arranjará. l) Temos somente uma convicção: que tudo se arranjará. 6. Transforme o período simples em um período composto por oração subordinada substantiva. a) Verificamos a ocorrência de um equívoco. 2. Separe as orações dos períodos compostos por subordinação. Indique a oração principal e a oração subordinada. b) Era desejável a participação de todos. c) Insistirei na tua participação. 3. Indique os períodos que apresentam: • oração subordinada substantiva. • oração subordinada adverbial. • oração subordinada adjetiva. d) Tenho um desejo: a colaboração de todos. e) Ele tem medo do meu abandono. f) A solução é a aprovação do projeto. 4. Classifique as orações subordinadas substantivas (subjetiva, objetiva direta, objetiva indireta, predicativa, completiva nominal e apositiva). 7. Transforme o período composto em período simples. a) Esperávamos que você se empenhasse. 5. Complete as lacunas com a palavra indicada. Modifique-a, se necessário. a) proibido b) Queriam que nós o ajudássemos. c) Eu estava certo de que tu desistirias. a. É ____________________ que se entre. d) Ela fez uma previsão: que o imóvel valorizaria. 143 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 144 8. Transforme os períodos compostos por oração subordinada substantiva subjetiva em períodos compostos por oração subordinada substantiva predicativa. a) É necessário que ele colabore. 10. Transforme os períodos compostos por oração subordinada substantiva completiva nominal em períodos compostos por oração subordinada substantiva apositiva. a) Tive um pressentimento de que o plano daria certo. b) É imprescindível que você se contenha. c) É esperado que ele esteja confiante. b) Expressei meu receio de que não nos acolhessem. 9. Compare os períodos compostos por orações subordinadas substantivas subjetivas com os períodos compostos por orações subordinadas substantivas predicativas do exercício 3. Indique quais dos períodos responderiam mais adequadamente às questões a seguir. a) Qual é uma das coisas necessárias à conclusão do trabalho? c) Tenho uma suspeita de que nos preparam uma surpresa. 11. Compare os períodos compostos por orações subordinadas substantivas completivas nominais com os períodos compostos por orações subordinadas substantivas apositivas do exercício 5. Sublinhe o termo enfatizado em cada uma das construções. b) O que é absolutamente necessário para a conclusão do trabalho? c) O que é absolutamente imprescindível para que nos atendam? d) Qual é uma das reações que se espera dele? ANOTAÇÕES 144 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 145 EXERCÍCIOS-TAREFA Durante o restante do período colonial, o teatro brasileiro transformou-se em mera imitação do teatro português. Até o século XVIII, o teatro português era escrito em versos. Nessa época, o luso-brasileiro Antonio José da Silva, o Judeu, introduziu a prosa na composição dos textos teatrais e registrou, em algumas passagens de suas comédias, a língua portuguesa falada no Brasil. No século XIX começam a surgir autores como Gonçalves de Magalhães, João Caetano, Martins Pena e Artur Azevedo, que enfocam em suas obras temas eminentemente nacionais. Na primeira metade do século XX, o único integrante do início do Modernismo a escrever peças teatrais foi Oswald de Andrade. Suas peças, por serem muito ousadas, não foram sequer representadas. Mas, encenadas posteriormente, nas décadas de 60 e 70, obtiveram grande sucesso. Nas décadas de 30 e 40 surgiram musicais leves, bem-humorados, que tiveram grande popularidade — o teatro de revista. Abordavam fatos e personagens políticos da época e apresentavam o cotidiano de personagens populares brasileiros, como o malandro, o carioca, o funcionário público... Nas décadas de 40 e 50, com a vinda de artistas europeus ao Brasil por causa da Segunda Guerra Mundial, revigora-se a atividade teatral no país, com a fundação de novos grupos e a montagem de peças de autores estrangeiros modernos. A década de 60 foi marcada pelo surgimento de novos grupos que tentaram desenvolver um teatro voltado para questões sociais e políticas do país. Foram escritas várias peças que procuravam não só entreter ou mostrar um espetáculo comovente e belo, mas elevar a consciência política e social do povo. Durante a década de 70, com o governo militar, a atividade do teatro, por causa da censura, foi bastante prejudicada. Muitas peças foram censuradas e muitos artistas foram obrigados a deixar o País. O Teatro no Brasil Dança dos Tapuias No Brasil, antes da chegada dos portugueses, os índios tinham seus rituais, que também podem ser considerados como o início de nossas atividades teatrais. No entanto, se pensarmos no teatro tal como o entendemos hoje, fortemente influenciado pelos gregos, podemos afirmar que a atividade teatral organizada teve início com os jesuítas. Para catequizar os índios, os jesuítas os convidavam a encenar peças sobre episódios do cristianismo. Tais peças foram as primeiras a serem escritas no Brasil. São dessa fase os autos do padre José de Anchieta. Crucificação, Alberto da Veiga Guignard Alá de Oxalá, Carybe – Ritual religioso 145 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 146 Com a redemocratização do país a partir de meados da década de 80, aboliu-se a censura. Peças censuradas na época do regime militar foram então encenadas. No entanto, nem todas chegaram a provocar o impacto que se previa na época em que foram escritas: a realidade já era outra, alguns problemas já haviam sido superados e outros, novos, começavam a preocupar o país. 1. Por que as pessoas vão ao teatro? 2. No que o teatro pode influenciar as pessoas individualmente e a sociedade como um todo? 3. Por que é importante que cada sociedade tenha um teatro que também fale de sua realidade e não só da realidade de outros grupos? Período Composto por Subordinação 2. Divida o período do primeiro balão em orações e classifique-as. 1. Indique os períodos abaixo que são compostos por subordinação (formados por oração principal e oração subordinada). Identifique a oração principal e a subordinada. a) O pai repreendeu o filho e a mãe imitou o comportamento do pai. 3. Divida o período do segundo balão em orações e classifique-as. Verbos b) O pai e a mãe repreenderam o filho. Observe a conjugação do verbo agir nos tempos primitivos. Presente do indicativo: ajo, ages, age, agimos, agis, agem c) O diretor autorizou nossa entrada. d) O diretor autorizou que entrássemos. Perfeito do indicativo: agi, agiste, agiu, agimos, agistes, agiram e) Quando o alarme soou, todos abandonaram o prédio. Observação: A particularidade desse verbo consiste em mudar o g (do radical) por j antes de a e o. Exemplos: age, aja, agimos, ajo. f) Ao som do alarme, todos abandonaram o prédio. Como o verbo agir conjugam-se: afligir, erigir, ungir, restringir, coagir, refulgir, transigir, surgir. g) Ele é uma pessoa indisciplinada. A partir dos tempos primitivos você é capaz de conjugar os tempos derivados. Assim, construa frases usando o verbo agir no: h) Ele é uma pessoa que não tem disciplina. 1. presente do subjuntivo 146 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 147 2. imperativo afirmativo ção principal. Para que você acompanhe essas aulas sem dificuldade, é preciso recordar a voz passiva. 3. mais-que-perfeito do indicativo Lembre-se: 4. imperfeito do subjuntivo • só podem ser transformadas em voz passiva frases com verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto; • o objeto direto da voz ativa transforma-se em sujeito da voz passiva. 5. futuro do subjuntivo 6. futuro do presente 7. futuro do pretérito Exemplo: O escritor redigiu uma crônica. (voz ativa) Sujeito: o escritor 8. gerúndio 9. particípio Predicado verbal: redigiu uma crônica (redigiu: verbo transitivo direto) Objeto direto: uma crônica 10. infinitivo pessoal Verbo e Substantivo Uma crônica foi redigida pelo escritor. (voz passiva analítica) Sujeito: uma crônica Você irá iniciar o estudo das orações subordinadas substantivas. Durante esse estudo, aprenderá a transformar orações subordinadas substantivas em substantivos. Para isso, é necessário que saiba identificar o substantivo equivalente a determinados verbos. Redigiu-se uma crônica. (voz passiva sintética) Sujeito: uma crônica 1. Verifique quais das frases a seguir podem ser transformadas em voz passiva. Exemplo: 2. Faça a transformação em voz passiva analítica e sintética. colaborar – colaboração Escreva o substantivo equivalente a cada um dos verbos. 3. Indique qual é o sujeito das frases na voz passiva. participar: realizar: a) Eles desconfiam de mim. empenhar: b) Recebi uma encomenda do exterior. promover: c) O aluno fez uma observação inteligente. contestar: d) Contei a ele todos os detalhes. reivindicar: entrar: Oração Subordinada Substantiva sair: votar: eleger: Sublinhe as orações subordinadas substantivas, isto é, aquelas que podem ser substituídas por um substantivo ou pelo pronome substantivo isto (disto, nisto). Voz Passiva 1. Ele confessou seu desejo: que todos o admirassem. 2. Desejo que tenhas sucesso. Nas próximas aulas, você estudará as orações subordinadas substantivas que funcionam como sujeito da ora- 3. Nota-se que ele é audacioso. 147 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 148 2. bom a) É b) É c) É d) É 4. Finalmente encontrei aqui uma pessoa que é de paz. 5. Você já viu alguém que seja totalmente crédulo? 6. O correto é que ele seja reprovado. 7. Ela está de acordo com que eu permaneça aqui. Oração Subordinada Substantiva _________________ que se averigúe. _________________ averiguação. _________________ a averiguação. _________________ averiguar. 3. necessário a) É _________________ que se aplauda. b) É _________________ o aplauso. c) É _________________ aplaudir. d) É _________________ aplauso. Substitua as orações subordinadas substantivas do exercício da tarefa anterior por substantivos (lembre-se de que esses substantivos podem vir acompanhados de artigos, pronomes, adjetivos, advérbios para manter o significado da frase original). 4. permitido a) É _________________ que se comemore. b) É _________________ comemorar. c) É _________________ a comemoração. d) É _________________ comemoração. Sublinhe a palavra que é modificada por esse substantivo que substitui a oração subordinada. Indique se a palavra sublinhada é nome (substantivo ou adjetivo) ou verbo. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Complete os períodos abaixo com orações subordinadas subjetivas. Na linguagem escrita, sempre que possível devemos evitar a repetição de uma mesma palavra. Para evitarmos a repetição do que, podemos substituir, sempre que possível, a oração subordinada substantiva por um substantivo. 1. É bom ____________________________________ __________________________________________ 2. É necessário _______________________________ Reescreva as frases, transformando as orações subordinadas substantivas subjetivas em substantivos. a) Convém que se mantenha a máquina em funcionamento para que não percamos mais tempo. b) Que se controle a impulsividade é uma recomendação que todos nos fazem. c) É urgente que se reúnam os amigos que não se veem há muito tempo. __________________________________________ 3. É urgente __________________________________ __________________________________________ 4. Convém ___________________________________ __________________________________________ Oração Subordinada Substantiva Subjetiva 5. Nota-se ___________________________________ __________________________________________ Complete as lacunas com a palavra indicada. Modifiquea, se necessário. 6. Observa-se ________________________________ __________________________________________ 1. proibido a) É _________________ que se saia. b) É _________________ sair. c) É _________________ a saída. d) É _________________ saída. 7. É notório __________________________________ __________________________________________ 148 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 149 8. É óbvio ___________________________________ Predicativo do Sujeito __________________________________________ Antes de estudar as orações subordinadas que funcionam como predicativo do sujeito da oração principal, é preciso recordar o conceito de predicativo do sujeito. 9. É admirável ________________________________ __________________________________________ Lembre-se: 10. Importa ___________________________________ • o predicado nominal é formado por um verbo de ligação (ser, estar, ficar, parecer etc.) e um nome (substantivo ou adjetivo); • o núcleo do predicado nominal é o nome; • esse nome que compõe o predicado nominal é classificado como predicativo do sujeito, pois refere-se ao sujeito da oração. __________________________________________ Oração Subordinada Objetiva Direta e Objetiva Indireta 1. Sublinhe as orações subordinadas substantivas. Lembre-se: as orações subordinadas substantivas podem ser substituídas pelo pronome substantivo isto (disto, nisto...). a) Não permitirei que você tenha prejuízos. b) Conheço o seu caráter, logo acredito em suas promessas. c) Verificaram que havia um erro no texto. d) Enquanto o sol se punha, a primeira estrela aparecia no céu. e) Ninguém sabe qual será o próximo passo. f) Ele não sabe onde ficar. g) Desconfiamos de que ele mentia. h) Quero saber se você consultou todas as fontes. i) Meus colegas e eu precisamos de que tu nos ajudes. Exemplo: Os animais estão famintos. Sujeito simples: os animais Predicado nominal: estão famintos Predicativo do sujeito: famintos Sublinhe o predicativo do sujeito das orações. 1. O administrador ficará surpreso. 2. Nós permanecemos incrédulos. 3. Ele parece um querubim. 4. O clima continuou agradável. 5. Eles parecem contrariados. 2. Identifique e classifique o sujeito da oração principal dos períodos do exercício 3 compostos por subordinação. 6. Ela parecia uma doida. 7. O circo era nossa diversão. 3. Substitua as orações subordinadas substantivas dos períodos do exercício 3 pelo pronome substantivo. Sublinhe com dois traços a palavra a que este pronome substantivo se liga. 8. O dia já amanheceu. 9. Eles julgaram sua queixa improcedente. 10. A população anda descrente. 4. Indique a função sintática do pronome substantivo que substitui a oração subordinada substantiva (sujeito, objeto direto, objeto indireto etc.). Objeto Direto e Objeto Indireto 5. As respostas aos exercícios permitem concluir que as orações subordinadas substantivas que funcionam como objeto direto ou objeto indireto da oração principal estão ligadas a) a um nome da oração principal. b) a um verbo da oração principal. Para o estudo das orações subordinadas substantivas que funcionam como objeto direto e objeto indireto da oração principal, é preciso recordar esses conceitos. 149 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 150 Lembre-se: Sujeito oculto: eu • o objeto direto liga-se ao verbo sem preposição. Predicado verbal: percebi a existência de forte oposição Exemplo: Objeto direto: a existência de oposição Venderam uma casa. Adjuntos adnominais: a (existência), forte (oposição) • o objeto indireto liga-se ao verbo por meio de uma preposição. a) Insisto em que você colabore. Exemplo: b) Querem que você participe. Desconfiaram de mim. Orações Subordinadas Substantivas Objetiva Direta e Objetiva Indireta Sublinhe com um traço o objeto direto e com dois traços o objeto indireto. 1. Precisamos de informações. 2. Deram uma recompensa ao oficial. Para evitar a repetição do que, reescreva as frases, transformando as orações subordinadas substantivas objetivas diretas e objetivas indiretas em substantivos. 3. A construtora concluiu a obra. 4. Ele sofria pressões constantemente. 5. Responderam às questões. 6. Esta paisagem agrada à vista. a) Precisava de que ele a aconselhasse antes que descobrissem que ela desobedecera ao regulamento. 7. Agradeci o convidado pela sua presença. b) Queria que fosses e logo pediu que voltasses. 8. Aconselhei-o muitas vezes. c) Eles se opuseram a que permanecêssemos ali, ainda que outros desejassem que lhes fizéssemos companhia. 9. Ninguém contenta a todos. 10. Recordei-lhe os bons momentos. Oração Subordinada Subjetiva, Predicativa e Objetiva Direta Oração Subordinada Objetiva Direta e Objetiva Indireta 1. Um aluno perguntou ao professor: Transforme os períodos compostos em períodos simples, conforme o exemplo. — É necessário estudar as orações subordinadas substantivas para a prova? Faça a análise sintática dos termos do período simples. Percebi que existia forte oposição. Tendo obtido a resposta do professor, o aluno a interpretou corretamente e concluiu que as orações subordinadas substantivas seriam o principal conteúdo da prova. Percebi a existência de forte oposição. Qual das duas teria sido a resposta do professor? Exemplo: 150 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 151 a) — É necessário estudar as orações subordinadas substantivas para a prova. b) — O necessário é estudar as orações subordinadas substantivas para a prova. Complemento Nominal Antes de iniciar o estudo das orações subordinadas que funcionam como complemento nominal de um nome da oração principal, você irá rever o conceito de complemento nominal. 2. Qual é a resposta adequada para a pergunta: — Do que você tem medo? Lembre-se: a) É temível que ocorram enchentes. • o complemento nominal vem sempre associado a um substantivo, adjetivo ou advérbio, complementando a sua significação; • liga-se ao substantivo, adjetivo ou advérbio por meio de preposição; • indica o alvo sobre o qual recai a ação do nome. b) O temível é que ocorram enchentes. c) Temo que ocorram enchentes. 3. Um aluno deseja comunicar ao novo colega uma das normas da escola. Que ele deve dizer? Exemplos: Evita-se a matança de animais. a) É esperado que você não exceda o número máximo de faltas. matança: substantivo de: preposição b) O esperado é que você não exceda o número máximo de faltas. de animais: complemento nominal c) Espero que você não exceda o número máximo de faltas. O tecido é agradável ao tato. agradável: adjetivo 4. E se o aluno quisesse transmitir ao novo colega a ideia de que a regra mais importante da escola diz respeito à presença às aulas. Que ele deveria dizer? a (de ao): preposição ao tato: complemento nominal a) É importante que você não exceda o número máximo de faltas. Agiu desfavoravelmente a nós. desfavoravelmente: advérbio b) O importante é que você não exceda o número máximo de faltas. a: preposição a nós: complemento nominal Oração Subordinada Substantiva Predicativa Sublinhe com um traço o complemento nominal e com dois traços o termo a que ele se associa. Para evitar a repetição do que, reescreva as frases, transformando as orações subordinadas substantivas predicativas em substantivos. a) O ideal é que se preserve tudo aquilo que faz parte de nossa cultura. b) O meu pedido é que se realizem apenas os desejos que me farão de fato feliz. c) A sua salvação será que se reconcilie com os amigos a fim de que não viva mais tão isolado. 1. Eles têm desejo de vingança. 2. A obediência aos preceitos morais é exigida pela sociedade. 3. Ele se comporta contrariamente aos próprios interesses. 4. A homenagem aos funcionários foi surpreendente. 151 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 152 5. A homenagem dos funcionários foi surpreendente. Tive dúvida de que você tivesse estudado. (completiva nominal) 6. Ela é digna de confiança. 1. Convenci-me de que a história era real. 7. Segundo o poeta, a infância tem gosto de amora comida ao sol. 2. Confio em que o problema será solucionado. 8. O respeito à autoridade conteve-o. 3. Avisei-o de que corríamos perigo. 9. O respeito da autoridade conteve-o. 4. Desconfiaram de que ele mentia. 10. É forte sua inclinação pelas artes. Oração Subordinada Completiva Nominal e Apositiva Complemento Nominal e Objeto Indireto É comum confundir-se o complemento nominal com o objeto indireto. Você já estudou a diferença entre os dois termos. Para recordá-la, analise os exemplos de complemento nominal e objeto indireto. Complemento nominal Objeto indireto Observamos obediência à lei. Obedecemos à lei. Este material é resistente ao calor. Este material resiste ao calor. Transforme os períodos, conforme o exemplo. Exemplo: Tenho a certeza de que serei aprovado. (completiva nominal) Tenho uma certeza: que serei aprovado. (apositiva) 1. Não aceito a ideia de que ele nos incrimine. 2. É verdadeira a notícia de que o rio foi totalmente despoluído. Falou favoravelmente ao empreendimento. 3. Tenho esperança de que ela acatará a minha opinião. 1. Sublinhe a palavra a que cada um dos termos — complemento nominal e objeto indireto — vem associado. 4. Expus meu desejo de que permanecêssemos unidos. 2. Classifique as palavras sublinhadas. Orações Subordinadas Substantivas 3. Agora, responda: qual a diferença entre o complemento nominal e o objeto indireto? No bimestre passado, você fez exercícios alterando termos de frases para economizar palavras. Neste bimestre, você certamente percebeu que uma das maneiras de economizar palavras consiste em substituir orações subordinadas substantivas por substantivos, quando isso é possível. Oração Subordinada Objetiva Indireta e Completiva Nominal Transforme os períodos, conforme o exemplo. Para exercitar um pouco mais a economia de palavras, muito necessária em uma época que o espaço e o tempo para transmitir informações é cada vez mais limitado: Exemplo: • Duvidei de que você tivesse estudado. (objetiva indireta) 152 escreva cinco períodos compostos por orações subordinadas substantivas que possam ser substituídas por substantivos; C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 153 • conte o número de toques de cada período redigido; • substitua as orações subordinadas substantivas por substantivos (mais alguns termos necessários para conservar o sentido original da frase, como adjetivos e pronomes); • conte o número de toques do novo período e verifique se, de fato, diminuíram. 1. Ideias sobre temas Agora, escolha a ideia que lhe parecer mais viável e interessante. Você não terá tempo suficiente para escrever uma peça muito longa, de mais de dois atos e com duração maior do que trinta minutos. Leve esse aspecto em consideração para escolher o tema. 2. Tema escolhido Orações Subordinadas Substantivas Volte a consultar a aula 86, sobre argumento, e siga os passos ali especificados: • planeje o argumento, identifique os seus elementos principais; e • redija o argumento. 1. Redija três períodos que apresentem orações subordinadas substantivas. 2. Transforme os períodos compostos que você redigiu em períodos simples (substitua as orações subordinadas substantivas por substantivos). 3. Planejamento do argumento 4. Redação final do argumento 3. Verifique se a transformação do período composto em período simples alterou o sentido da frase. Em caso positivo, indique qual foi a alteração de sentido. Produção de texto dramático – personagens Produção de texto dramático – argumento A segunda etapa de seu trabalho será a caracterização das personagens que você já identificou ao redigir o argumento. Consulte as aulas anteriores a fim de ter elementos para a caracterização das personagens. Em geral, a caracterização detalhada de personagens apresenta benefícios como: • maior facilidade para redação dos diálogos e ações, já que as características das personagens indicam o que elas provavelmente dizem ou fazem; • apresentação de personagens mais convincentes e verossímeis; • maiores chances de encenarem o texto conforme concebido pelo autor. Encenação anual da Paixão de Cristo, em Nova Jerusalém, Pernambuco, ao ar livre com 500 atores e figurantes, em um teatro que é a réplica da cidade de Jerusalém, tal como era na época de Cristo. Nesta e nas próximas aulas, você irá criar um texto dramático. Como primeira etapa, você irá escrever o argumento do texto, conforme aprendeu anteriormente. Antes de elaborar o argumento, solte sua imaginação: pense em assuntos que poderiam ser tema de seu texto. Anote todas as ideias que lhe vierem à cabeça, sem censura. 153 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 154 entrem personagens no meio da cena e saiam outras, um grupo estável permanece, dando continuidade à ação). Algumas vezes, há troca de cenário de uma cena para outra. Em outras, a troca de cenário só acontece de um ato para outro, o que em geral simplifica o trabalho dos encenadores e dos atores. Também, em alguns casos, uma mesma cena pode ser desenvolvida em mais de um cenário. Lembre-se de que a divisão em atos pode ser determinada por um ou mais dos seguintes fatores: Teatro de bonecos No Portal Objetivo • • • Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite PORT8F305 pela duração da peça; pelo desenvolvimento da história; pela troca de cenário. Antes de redigir os diálogos e as marcações, você irá determinar a sequência de cenas de sua peça e o número de atos, se for o caso. Produção de texto dramático – cenas Para isso, desenhe um quadro como o apresentado a seguir, com o número de linhas necessário para fazer constar todas as cenas de seu texto. Este quadro preenchido será um guia muito útil para escrever o texto propriamente dito. Texto: O noviço — Ato primeiro cena Camarote com máscara dourada, Toulouse – Lautrec (1893) Você já estudou a cena nas aulas 75 e 76. Se ainda tiver dúvidas, consulte o material dessas aulas. De forma geral, o que caracteriza uma cena é: • o desenvolvimento de um único acontecimento; • a permanência das mesmas personagens (mesmo que 154 acontecimento personagens cenário I reflexão de Am- Ambrósio brósio sobre a fortuna sala da casa de Florência e Ambrósio II Ambrósio tenta con- Florência e vencer Florência a Ambrósio mandar a filha e o filho para o convento idem cena I III Ambrósio conven- Florência, ce Juca a ser frade, Ambrósio e prometendo-lhe um Juca carrinho com cavalos de ouro, e conversa com Florência sobre Carlos idem cena I C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 155 Produção de texto dramático – diálogos e marcações Autoavaliação Como nos bimestres anteriores, faça uma revisão da matéria e formule perguntas sobre suas dificuldades. Com base no argumento, na caracterização das personagens e na identificação e sequência de cenas, comece a redação do texto propriamente dito. • Oração subordinada e oração principal • Orações subordinadas substantivas • Oração subordinada substantiva subjetiva Lembre-se de: • descrever o cenário; • identificar as personagens de cada cena; • Oração subordinada substantiva objetiva direta • reproduzir os diálogos (procure reproduzir o modo característico de falar de cada personagem); • Oração subordinada substantiva objetiva indireta entremeados aos diálogos, redigir marcações referentes a expressões, comportamentos e acontecimentos. • Oração subordinada substantiva predicativa • Oração subordinada substantiva completiva nominal • Oração subordinada substantiva apositiva Texto Dramático – Revisão • Verbos — tempos primitivos e derivados Faça a revisão de seu texto dramático a fim de entregá-lo ao(à) professor(a) na próxima aula para avaliação. • Comédias de Martins Pena • Sempre que tiver dúvidas de ortografia, consulte o dicionário. Se necessário, peça orientação ao(à) professor(a). 155 C3_8o_ano_Port_SOME_DANIEL_2012 20/06/12 16:30 Page 156 ANOTAÇÕES 156