Banco de talentos como ferramenta de apoio à gestão estratégica

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Banco de talentos como ferramenta de apoio à gestão
estratégica de pessoas: um estudo de caso no Tribunal
de Justiça Catarinense
Marlow Forte de Souza
Marcos Baptista Lopez Dalmau
1Introdução
Em um mundo caracterizado pela velocidade, nas transformações culturais, políticas e sociais, constantes mudanças também ocorrem no ambiente das organizações e na maneira como elas funcionam, nos papéis desempenhados pelos funcionários e nas sociedades
em que vivem. Em uma conjuntura em que a tecnologia é altamente disponibilizada, transformando dados em informação pronta a ser
utilizada na tomada de decisão, a gestão de pessoas, de forma estratégica, representa uma oportunidade fundamental no desenvolvimento de competências organizacionais que visem ao atendimento das
diferentes exigências da sociedade e dos públicos onde a organização
está inserida.
Nesse contexto, a gestão por competências torna-se fator decisivo para a alocação das pessoas nos setores certos. O tema ainda é
considerado novo, mas é um mecanismo elementar ao bom funcionamento da organização e corresponde a uma necessidade básica,
pois sendo um referencial para os indivíduos que a compõem, promove a melhoria das estruturas e a dinamização dos resultados, tornando-se cada vez mais um recurso de interferência sobre o cenário
em que atua.
Estudos Especializados sobre a Gestão do Judiciário Catarinense – Volume 4
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Banco de talentos como ferramenta de apoio, à gestão estratégica de pessoas: um estudo de caso no
Tribunal de Justiça Catarinense
Os avanços tecnológicos e a globalização vêm exigindo cada
vez mais novas respostas das instituições públicas, no que se refere à
melhoria dos serviços prestados para a sociedade.
O ambiente atual contém necessidades que o ambiente burocrático de organização já não atende inteiramente. O modelo organizacional em que o Tribunal de Justiça se constituiu, foi estabelecido num ritmo mais lento, onde o trabalho era muito mais braçal do
que intelectual; e somente as pessoas em postos hierarquicamente
superiores dispunham de informações suficientes para a tomada de
decisão. Durante muito tempo esse modelo burocrático funcionou,
porque resolvia problemas fundamentais como segurança e estabilidade, criação de empregos e fornecimento de serviços elementares.
Entretanto, esse panorama mudou e as administrações públicas estão
sendo cada vez mais exigidas a prestarem serviços de qualidade e a
tornarem os processos de trabalho constituídos de significado para os
servidores que respondem às necessidades do público.
Desse modo, a alocação interna de servidores assume papel de
fundamental importância, tornando o ato de administrar não apenas
uma relação robotizada observando a hierarquia do organograma
funcional, mas, uma relação social construtiva, positiva, uma vez que
são pessoas interagindo, trabalhando, coordenando e executando tarefas.
A pesquisa foi realizada no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, especificamente na Diretoria de Tecnologia da Informação. Considerando que sua estrutura, foi ampliada em fevereiro de 2010, à
qual vêm agregando servidores em todas as suas divisões, a questão que
orientou a execução desse trabalho foi: como gerenciar de forma eficaz
as competências individuais e organizacionais da Diretoria de TI?
1.1Justificativa
A Diretoria de Tecnologia da Informação exerce papel de extrema importância no âmbito do Poder Judiciário Catarinense, desempenhando funções que proporcionam ganho de tempo na realização
das atividades e melhor apresentação dos resultados. Contudo, a se196
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leção e recrutamento de pessoas, para o quadro de servidores, são
feitas mediante concurso público de provas e de títulos, onde os aprovados são alocados de acordo com a necessidade de pessoal e área
de formação.
O presente estudo pretende demonstrar à organização que a
Gestão por Competências é um instrumento que precisa ser priorizado, para envolver não só as lideranças que estão em posições mais
altas na hierarquia, mas também os seus colaboradores, por meio de
um melhor conhecimento dos talentos internos, principalmente, para
lhes atribuir uma parcela de responsabilidade pelo sucesso das ações
estratégicas, visando o alcance de maior produtividade com qualidade para todos os públicos relacionados.
Elaborar este trabalho com a escolha do tema Gestão por Competências representa uma oportunidade de colocar em prática a experiência teórica obtida na especialização em Gestão Organizacional
e Tecnologia em Recursos Humanos, assim como o amadurecimento
das atividades realizadas na assessoria administrativa da Diretoria de
Tecnologia da Informação do TJSC.
2 Referencial teórico
No cenário atual, o sucesso das organizações está cada vez mais
vinculado ao desenvolvimento de processos que atendam com maior
agilidade a demanda por produtos e serviços de qualidade. Nesse
contexto, as pessoas também passam a ser responsáveis pelos resultados da organização, através da melhoria contínua dos processos, da
diminuição dos custos e da implementação de estratégias inovadoras.
2.1 Gestão de pessoas
Os recursos humanos de uma organização, que compõem seus
diversos setores ou departamentos, devem estar sintonizados acerca
dos objetivos e estratégias propostos, para assim atingir as metas da
empresa na qual estão inseridos. Conforme Dutra (2008, p. 11), “a
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forma como as organizações efetuam a gestão de pessoas passa por
grandes transformações em todo o mundo, [...] motivadas pela inadequação dos modelos tradicionais de gestão de pessoas no atendimento às necessidades e expectativas das empresas e das pessoas”.
Falhas na alocação dos profissionais têm demonstrado vários
problemas, como erros operacionais, conflitos interpessoais, gestão
ineficiente, entre outros. Cada vez mais, o sucesso das organizações
está ligado ao conhecimento das competências e deficiências de seus
funcionários, o que possibilita o planejamento de ações que desenvolvam e estimulem o crescimento profissional.
A Gestão Estratégica de Pessoas está fortemente relacionada à Estratégia da organização. Essas se influenciam
mutuamente, em várias dimensões. A Estratégia da organização é determinada pela forma como a organização
deseja atuar no ambiente e pelo seu patrimônio de conhecimento. [...] Como parceira na formação de Estratégias Organizacionais, a Gestão Estratégica de Pessoas
constitui-se em função que busca agregar valor ao Capital
Humano, gerindo competências, conhecimento e efetuando os seus processos de modo a valorizar as pessoas e
promover o desenvolvimento individual e organizacional.
Os focos são as pessoas como ativos centrais da eficácia
organizacional. (GIRARDI, 2008, p. 82).
Tendo em vista a “era digital”, é fato que as transformações
ocorridas nas sociedades, atingiram também as Organizações da Administração Pública. Nos dias de hoje, gerenciar instituições públicas
implica investimentos em novas tecnologias, mas também é imprescindível investir no capital humano, uma vez que o que se valoriza é
o potencial humano, que as desenvolvem inovando suas atividades
cotidianas, e não mais as máquinas. Um trabalhador do conhecimento é aquele que sabe selecionar, absorver informação e conhecimento
onde quer que ele se encontre e com capacidade para aplicar esse
conhecimento em ações concretas (HBR, 2000 apud SANTOS NICOLAU, 2004, p. 3).
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A organização pública deve proporcionar condições para que
o conhecimento individual seja agregado ao conhecimento coletivo
e dessa forma possibilite a criação de valores tangíveis, bem como
intangíveis. Quando esse ambiente não acontece, a deficiência institucional se reflete na amplitude do atendimento às demandas sociais,
bem como, na qualidade da prestação de serviços públicos.
O Novo Modelo, denominado “GRP – Government Resource Planning” ou Sistema Integrado de Gestão Pública
tem como foco o gestor público, o elemento chave para
a mudança. O GRP fornece ao gestor público um Painel
de Controle, fortemente baseado em fatos e dados, permitindo tomar decisões com respostas rápidas e eficazes,
mesmo com recursos humanos e financeiros escassos.
(WOLYNEC, 2005, p. 2).
De acordo com Meirelles (1997), esse novo conceito tem como
objetivo:
a) revisão e automação de processos;
b) estratégias de redimensionamento, realocação, capacitação e
valorização do serviço público;
c) redução de custos;
d) otimização da arrecadação; e
e) melhoria da qualidade dos serviços prestados.
Sendo assim, atualmente, quem exerce um papel fundamental
são os gestores, devendo priorizar pontos estratégicos da Administração Pública, tais como: planejamento estratégico; padronização de
processos; gestão do capital intelectual; ambiente de inovação; e gestão de competências individuais e organizacionais.
2.2 Processos de recursos humanos
Segundo Chiavenato (1999), as organizações são compostas de
pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas
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missões. Para as pessoas, as organizações representam o meio pelo
qual elas podem alcançar vários objetivos pessoais com um mínimo
de tempo, esforço e conflito. Portanto, é de fundamental importância
que as estratégias organizacionais sejam claras, objetivas e fáceis de
compreender para que tenham sentido para os seus colaboradores.
Ulrich (2000) alerta que visões estratégicas podem ser tão amplas, que transmitem pouco significado e orientação às pessoas da organização. O estabelecimento de estratégias não garante, necessariamente, o sucesso, mas pessoas comprometidas e competentes é que
farão as estratégias evoluírem.
O modelo de gestão estratégica de pessoas é aquele em que a
área de RH busca fazer uma ligação entre as pessoas e a estratégia
da organização. É o alinhamento do planejamento do RH com o planejamento estratégico da organização. Conforme Girardi (2008) um
planejamento estratégico adequado conduz a organização à eficiência
operacional e à eficácia dos seus negócios. Recursos humanos, quando tratados de forma estratégica, revelam o poder das táticas de RH
em influenciar não apenas o desempenho individual, mas também o
da empresa, possibilitando a produção de resultados palpáveis desde
a produção até a alta gerência.
Os profissionais de RH da atualidade devem: estimular a construção de relacionamentos confiáveis; conhecer os negócios o bastante para se engajar nas discussões; certificar-se de que os sistemas
operacionais básicos de sua área estão desenhados corretamente;
participar dos processos tanto de elaboração como de execução das
estratégias; conhecer a teoria e as ferramentas necessárias para identificar e administrar um talento; possibilitar que, nas empresas, as
coisas aconteçam de maneira certa, no momento correto (ULRICH,
2000).
Conforme Chiavenato (1999), a área de RH envolve os seguintes processos:
1. Provisão – recrutamento e seleção: deve ter critérios (valores
e crenças) bem definidos, identificados com o negócio da
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organização, pois uma seleção mal realizada ocasiona impactos diretos em seu desempenho;
2. Aplicação – orientação, modelagem de cargos, avaliação de
desempenho: verifica se as pessoas estão evoluindo nos cargos, se há necessidade de ajustes, alterações ou movimentações, buscando o melhor desempenho dos funcionários e
da organização;
3. Remuneração – remuneração, programas de incentivos, benefícios: envolve a valorização do funcionário, não apenas
com o pagamento de salários e prêmios, mas também com
o reconhecimento pelo trabalho bem feito;
4. Desenvolvimento – treinamento e desenvolvimento: investimento em formação e educação, qualificando os funcionários para que a organização seja mais competitiva.
5. Manutenção – relações trabalhistas, higiene, segurança,
qualidade de vida no trabalho: são atividades preventivas
destinadas ao bem-estar do funcionário;
6. Monitoração – banco de dados e sistemas de informações
de RH: referem-se aos controles de frequência, produtividade, balanço social e auditoria, e servem de subsídios para a
tomada de decisão. Por meio de monitoramento definem-se
os critérios de avaliação e adequação permanentes das políticas, normas e procedimentos de RH.
2.3 Gestão por competências
Os novos modelos de gestão abrem espaço para a formação
de uma cultura empresarial baseada em resultados obtidos pelo desenvolvimento de competências, Dutra (2001, p. 99) explica que este
modelo “supõe modificações profundas não só na estrutura, nos sistemas, nas políticas e nas práticas, mas também e, principalmente, na
mentalidade organizacional e individual”.
A noção de competência aparece associada a verbos
como: saber agir, mobilizar recursos, integrar saberes múl-
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tiplos e complexos, saber aprender, saber engajar-se, assumir responsabilidades, ter visão estratégica. Do lado da
organização, as competências devem agregar valor econômico para a organização e valor social para o indivíduo. (FLEURY; FLEURY, 2000).
Assim, a relação das competências individuais e organizacionais, estabelece uma influência mútua. Nesse sentido, Dutra (2008,
p. 24) argumenta que “ao colocarmos organização e pessoas lado a
lado, podemos verificar um processo contínuo de troca de competências”, ou seja, a organização transmite seu conhecimento para as
pessoas, preparando-as para enfrentar novas situações profissionais e
pessoais; em compensação, as pessoas transferem à organização seu
aprendizado, tornando-a, cada vez mais, capacitada a transformar os
imprevistos em atividades do cotidiano.
Desse modo, competência tornou-se o diferencial competitivo
da organização, e pode ser percebida como um produto impossível
de imitar,
Embora utilizado de forma ampla para traduzir diferentes
conceitos e perspectivas de análise, o termo competências
guarda em sua essência a idéia de que as capacidades
humanas, tanto coletivas quanto individuais, tornaram-se
um dos elementos mais importantes para se estabelecer
vantagens competitivas sustentáveis na realidade de hoje.
(CARVALHO; BARBOSA, 2005, p. 2).
A gestão por competência está relacionada com a competência
e o desempenho dos profissionais na organização. Disponibilizados
estes de forma específica às necessidades da organização, a gestão
possibilita o espírito de colaboração e a troca de ideias e experiências,
assim como um consenso sobre os objetivos e as metas.
Para Zafiriam (2001, p. 14), três aspectos alimentam a definição
multidimensional:
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A tomada de iniciativa e de responsabilidade do indivíduo; a inteligência prática das situações, que se apóia sobre os conhecimentos adquiridos e os transforma; a faculdade de mobilizar redes de atores em torno das mesmas
situações, co-responsabilidade e partilha do que está em
jogo em cada situação.
2.4 Competências individuais e organizacionais
Segundo Dutra (2001, p. 28), competência é compreendida
como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA),
necessários para que as pessoas desenvolvam suas atribuições e responsabilidades na organização. Considerando que as organizações
buscam maior competitividade e distinção no mercado, o foco tem
sido cada vez mais voltado para as pessoas e suas competências.
Ser competente está relacionado com um bom desempenho numa determinada tarefa, o que não garante que
este desempenho será bom sempre. Foi competente por
causalidade. Ter competências significa ter conhecimentos, habilidades e atitudes compatíveis, com o desempenho de uma atividade e ser capaz de colocar esse potencial em prática sempre que for necessário. (RABAGLIO,
2001, p. 2).
Nesse sentido, Girardi (2008, p. 52), argumenta que “o desafio
atual das organizações é agregar valor às suas atividades e transformar as pessoas no seu diferencial competitivo”. Por isso, os gestores,
responsáveis pelo setor ou departamento da organização, não só necessitam de competências compatíveis com sua área de atuação (alinhadas às competências organizacionais) como, também, possuem
a incumbência de estimular o desenvolvimento de competências de
seus subordinados.
Competências organizacionais é, segundo Hamel e Prahalad
(apud BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001), “um conjunto de habilidades e tecnologias que permite a uma empresa oferecer um determinaEstudos Especializados sobre a Gestão do Judiciário Catarinense – Volume 4
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do benefício a seus clientes”, aspecto fundamental para a competitividade e, consequentemente, para a sobrevivência da organização.
Fleury e Fleury (2001) afirmam que a definição das competências
essenciais de uma organização, está intimamente relacionada com a estratégia de negócio que a empresa adota, além do levantamento dos recursos que a empresa dispõe (capitais do conhecimento).
2.5 Banco de talentos
O atual ambiente corporativo exige cada vez mais o aumento
da capacidade de obtenção de melhores resultados através das pessoas. Assim, o grande desafio para os gestores passa a ser o desenvolvimento da capacidade de previsão dos caminhos futuros, para o
melhor aproveitamento das oportunidades. Para tanto, é fundamental
a criação de um banco de dados que configure as competências e
deficiências existentes na organização, possibilitando a criação de um
banco de talentos internos.
A adequada escolha dos participantes de uma equipe de trabalho constitui-se em uma das ferramentas vitais para o sucesso da
gestão. A troca de conhecimentos e informações entre os membros da
equipe e o trabalho em conjunto formam a sinergia necessária para a
eficiência e a eficácia dos resultados.
Pode-se afirmar então, que o talento é um elemento de
alto valor estratégico e como tal deve ter seu valor agregado, atualizado e protegido. Numa organização centrada em administrar seus talentos, não há espaço para a
convivência com a tradicional área de RH. A Gestão de
Talentos é um passo crucial para as organizações que trabalham sua visão estratégica, na busca da transformação
para alavancar vantagem competitiva. Afinal, a gestão de
talentos visa à maximização do desempenho humano,
através de um modelo “participativo” de gestão estratégica de pessoas. (COLARES, 2005, p. 305).
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Contudo, pouco adiantam estratégias inovadoras, metodologias
diferenciadas de trabalho e investimentos em tecnologias de última
geração se – o principal – as pessoas não estiverem preparadas para
exercer suas funções com qualidade e produtividade.
Nesse contexto, Nazar (2007) argumenta que através de um
mapeamento das competências individuais e organizacionais será
possível formar profissionais altamente capacitados. A ideia de criar
uma cultura de aprendizagem permanente no ambiente de trabalho,
que combine o esforço produtivo ao desenvolvimento da inteligência
e da comunicação entre os grupos, favorece a condução das carreiras
dentro da organização.
Tecnologias como Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados,
Internet, Sistemas de Informação em geral, entre outros, são consideradas na atualidade “alguns exemplos de recursos que têm viabilizado
a proliferação e o crescimento de inúmeras bases de dados de natureza comercial, administrativa, governamental e científica” (BEZERRA;
GOLDSCHMIDT, 2010, p. 1).
No atual contexto, fala-se cada vez mais da necessidade de valorização do potencial humano, ou seja, as organizações estão buscando no mercado pessoas dinâmicas, criativas e com espírito empreendedor, que mediante seu potencial façam o diferencial no ambiente
organizacional. Em resumo, as organizações inovadoras estão procurando por talentos, cujo propósito é utilizar e desenvolver ao máximo
suas capacidades.
Sendo assim, o grande desafio das organizações empresariais
constitui-se em encontrar e reter seus talentos humanos, visto que “as
empresas possuem conhecimentos disseminados e compartilhados
por todos, entretanto, existem também diversos estoques ou conjuntos de conhecimentos pertencentes a indivíduos, pequenos grupos ou
áreas funcionais” (OLIVEIRA JÚNIOR, 2001, p. 221).
Desse modo, acredita-se que um Banco de Talentos possa contribuir para a Gestão de Competências. O estudo específico da articulação entre Banco de Talentos e a Gestão de Competências demanda
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um processo na dinâmica organizacional, isto é, visa à compreensão
de diferentes elementos na recompensa da contribuição das pessoas
em função de suas competências. Corroborando com essa linha de
raciocínio, Rodrigues (2006 p. 24) afirma que “a gestão de pessoas
assume papel preponderante nesse processo, somente o ser humano
consegue mobilizar, criar e transferir conhecimentos e competências
que agreguem valor econômico à organização”; por isso é fundamental a identificação, o desenvolvimento e a avaliação de seus talentos
para o gerenciamento de pessoas em função das competências.
A qualificação e a capacitação das pessoas representam variáveis importantes nas estratégias organizacionais. É a partir da especificidade de cada organização e de acordo com as habilidades desenvolvidas pelos indivíduos que a instituição não se limita ao processo
de trabalho. Hoje os profissionais precisam possuir as competências
necessárias para garantir a competitividade corporativa, como também a sua empregabilidade. Para atender tais necessidades as empresas “precisam dispor de pessoas competentes e motivadas para
produzir, compete às empresas, agirem como facilitadoras do desenvolvimento dos seus talentos” (LACOMBE, 2005).
3Metodologia
Para alcançar os objetivos deste trabalho, o tema foi desenvolvido com a utilização da técnica de documentação indireta, envolvendo
a pesquisa temática bibliográfica e documental e a observação assistemática junto às Divisões da Diretoria de Tecnologia da Informação
do Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
3.1 Caracterização da pesquisa
A investigação qualitativa, segundo Rauen (2002), trabalha
com valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões.
Este tipo de investigação é indutivo e descritivo, na medida em
que o investigador desenvolve conceitos, ideias e entendimentos a
partir de padrões encontrados nos dados, em vez de recolher dados
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para comprovar modelos, teorias ou verificar hipóteses. Este tipo de
investigação contempla uma visão holística, na medida em que as situações e os indivíduos são vistos como um todo e estudados numa
base histórica. Os métodos qualitativos empregam, na sua generalidade, procedimentos interpretativos, não experimentais, com valorização dos pressupostos relativistas e a representação verbal dos dados
(privilegia a análise de caso ou conteúdo).
Quanto aos fins o estudo presente é classificado como uma pesquisa exploratória e descritiva.
É uma pesquisa exploratória, visto que este tipo de estudo busca maiores informações sobre o assunto a ser estudado. Não
elabora hipóteses, porém esclarece os objetivos a serem atendidos,
com o intuito de obter uma nova percepção e definição do problema.
Mattar (2001, p. 18) enfatiza que “é apropriada para os primeiros estágios da investigação quando a familiaridade, o conhecimento e a
compreensão do fenômeno por parte do pesquisador são geralmente
poucos ou inexistentes.” Portanto, pode-se dizer que a pesquisa exploratória tem como principal objetivo o aprimoramento de ideias ou
a descoberta da definição de um problema.
Apresenta-se como uma pesquisa descritiva, pois conforme
esclarecem Samara e Barros (2002, p. 30), “procura[m] descrever
situações de mercado a partir de dados primários, obtidos originalmente por meio de entrevistas pessoais, ou discussões em grupo, relacionando ou confirmando as hipóteses levantadas na definição do
problema”. Ou seja, visa descrever as características de determinada
população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre os
dados coletados.
A classificação quanto aos meios de investigação, atende como
pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa de campo, observação assistemática. Trata-se, por fim, de um Estudo de Caso.
A pesquisa bibliográfica caracteriza-se pela elaboração de textos a partir de material já publicado, constituído principalmente de li-
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vros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado
na Internet (VERGARA, 2000).
A pesquisa documental é elaborada a partir de materiais que
não receberam tratamento analítico, mas que depois de interpretados
possam vir a fortalecer a pesquisa, e que geralmente são conservados
no interior de órgãos públicos e privados (VERGARA, 2000).
A pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise e interpretação desses dados,
com base numa fundamentação teórica consistente, objetivando
compreender e explicar o problema pesquisado (VERGARA, 2000).
A observação assistemática ajuda o pesquisador a reconhecer e adquirir a comprovação dos objetivos sobre os quais os indivíduos não têm noção, mas que norteiam seu comportamento; também
obriga o pesquisador a ter um contato mais direto com a realidade: o
pesquisador procura recolher e registrar os fatos da realidade sem a
utilização de meios técnicos especiais, ou seja, sem planejamento ou
controle (LAKATOS; MARCONI, 1996).
O método utilizado foi o Estudo de Caso, que, segundo Mattar (2001), ajuda a aprofundar o conhecimento de problemas sobre
os quais ainda se dispõe de poucos elementos. Visa à profundidade e o detalhamento de uma instituição, de um grupo de pessoas ou
até mesmo de uma situação (VERGARA, 2000). Os estudos de caso
oferecem a vantagem de manter juntas as múltiplas características do
objeto a ser estudado, o que favorece a compreensão da organização
a ser estudada em sua totalidade.
3.2 Universo da pesquisa e coleta dos dados
Visitas periódicas foram efetuadas nas Divisões de Sistemas Administrativos, de Gestão do Conhecimento, Redes de Comunicação,
por serem as que têm maior número de analistas de sistemas lotados.
Os métodos de coleta de dados foram a observação assistemática e a análise documental, aplicados da seguinte forma:
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a) As Divisões foram pesquisadas por meio da observação assistemática, realizada em horários previamente combinados
para que se determinasse a organização dos trabalhos, bem
como por informações e opiniões sobre a distribuição dos
analistas de sistemas, considerando suas competências.
b) A documentação interna foi analisada para se obter uma visão mais clara e objetiva do funcionamento das atividades
de cada Divisão. Os documentos internos foram examinados
quando disponibilizados ao pesquisador. Esses documentos
são procedentes dos arquivos da organização.
4 Apresentação dos resultado
4.1 Caracterização da organização em estudo
O Poder Judiciário estadual comporta, hoje, um universo de
111 comarcas e 2 foros distritais, pertencentes à comarca da Capital,
agrupadas em 40 circunscrições judiciárias distribuídas no território
constituído de 293 municípios para a administração da justiça. Divide-se em entrâncias inicial, intermediária, final e especial, onde operam 367 Juízes de Direito e Juízes Substitutos. Essa realidade é bem
diversa da existente há pouco mais de um século, quando a estrutura
judiciária organizada na recém-instalada República era composta de
apenas quatorze comarcas e aproximadamente duas dezenas de magistrados e uns poucos servidores.
A partir da promulgação da Constituição Federativa do Brasil,
em 1988, e da Constituição Estadual de Santa Catarina, em 1989, o
Poder Judiciário passou a ter autonomia financeira e administrativa,
o que lhe possibilitou estruturar-se de forma que permitisse a administração dos recursos financeiros, materiais, humanos e tecnológicos
buscando atender com coerência aos desejos da sociedade. Sua missão maior é a de humanizar a justiça, garantindo que todos tenham
acesso com a efetivação dos direitos.
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Em 1992, com a criação do Fundo de Reaparelhamento da Justiça – FRJ, o então Presidente do Tribunal de Justiça, desembargador
Ayres Gama Ferreira de Mello, elegeu como uma das prioridades de
sua administração a ampliação da informática, criando, em consequência, as condições indispensáveis para o seu efetivo desenvolvimento. Essa iniciativa foi mantida ao longo dos anos, a tal ponto que
em 1997 as comarcas do Estado e o Tribunal foram ligados em rede
remota e lógica.
O Tribunal de Justiça de SC, desde o ano 2000, passou a demonstrar preocupação com a informatização da justiça no que se
refere à constituição de um setor específico para gestão de assuntos
relacionados à informática no 1º e 2º Graus de Jurisdição. Então, em
fevereiro de 2002 foi instituída a Comissão de Gestão de Informatização – CGInfo e, no início de 2008, foi elevada à categoria de Conselho Gestor de Tecnologia da Informação, promovendo, junto com
a, então, Diretoria de Informática, grandes avanços tecnológicos no
Judiciário Catarinense.
Em fevereiro de 2010, buscando atender a demandas reprimidas por falta de efetivo funcional, a Diretoria foi reestruturada passando a contar com 4 assessorias (administrativa, projetos, segurança e
metodologia), 8 divisões (desenvolvimento de sistemas, gestão do conhecimento, administração de dados, redes de comunicação, equipamentos de informática, suporte ao usuário e sistemas judiciais do 1º
e do 2º graus) e 2 secretarias específicas (administrativa e projetos),
sendo sua nomenclatura alterada para Diretoria de Tecnologia da Informação. Atualmente, conta com 150 colaboradores entre servidores, terceirizados e estagiários. A maioria dos servidores tem formação
superior nas áreas de Ciências da Computação, Análise de Sistemas,
Direito e Administração de Empresas. Os colaboradores estão distribuídos entre o 5º e o 10º andares no prédio da Unidade Administrativa do Tribunal de Justiça, situado à Rua Presidente Coutinho, no
Centro de Florianópolis. Compete à esta Diretoria executar os planos
e projetos referentes à informatização do Poder Judiciário, definidos
pelo Comitê Gestor da Tecnologia da Informação – CGINFO, bem
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como pesquisar, desenvolver e aplicar novas tecnologias de informação, manter sistemas, equipamentos e canais de teleprocessamento,
orientar sobre investimentos em bens de informática, disseminar conhecimento sobre a utilização da informática e prestar suporte a todas as unidades organizacionais do Poder Judiciário estadual.
4.2 Análise dos resultados
Neste capítulo são apresentados os dados da pesquisa documental e observação assistemática realizadas nas Divisões da Diretoria de Tecnologia da Informação. O objetivo da pesquisa foi reunir
informações acerca da distribuição dos servidores ocupantes do cargo
de Analista de Sistemas, bem como observar assistematicamente as
atividades que envolvem os serviços oferecidos por meio da Diretoria
de TI aos públicos interno e externo do Tribunal de Justiça de Santa
Catarina.
Sobre a captação e distribuição dos novos servidores para a Diretoria em estudo, verificou-se que nos termos do art. 37, inciso II da
Constituição Federal, a investidura em cargo ou emprego público é
condicionada à prévia aprovação em concurso público de provas ou
de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego. O princípio do concurso público, que complementa o da ampla acessibilidade dos cargos, empregos e funções públicas, tem por fim assegurar a todos iguais oportunidades para disputar
cargos ou empregos na administração direta ou indireta.
Quando o servidor já faz parte do quadro funcional do Poder
Judiciário, há a possibilidade de remoção, a qual se caracteriza pela
movimentação de servidor, pelas Unidades da Justiça de Primeiro e Segundo Graus, neste caso podendo ocorrer mudança de cidade dentro
do Estado de Santa Catarina. Do mesmo modo, também pode ocorrer
a relotação, com a diferença de que a movimentação do servidor será
internamente na unidade jurisdicional em que estiver lotado.
A Diretoria de Recursos Humanos é a responsável pelo gerenciamento e supervisão do quadro de pessoal do Poder Judiciário, tanto da Justiça de Primeiro Grau quanto da Secretaria do Tribunal de
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Tribunal de Justiça Catarinense
Justiça, envolvendo os servidores efetivos, os comissionados, os inativos, os juízes de paz, os extrajudiciais, os estagiários, os voluntários
e os terceirizados. Esse trabalho envolve o controle do ingresso na
carreira, com o acompanhamento dos processos de nomeação dos
servidores, de contratação de estagiários e terceirizados, e de adesão
dos voluntários. A Diretoria é responsável, ainda, pelo controle da
movimentação na carreira dos servidores (remoção, disposição, relotação etc.) e pelo registro de todos os incidentes ocorridos durante a
vida funcional dos colaboradores do Poder Judiciário. Após a posse,
o novo servidor é encaminhado à respectiva área que demandou o
provimento do respectivo cargo, para a alocação que esta entender
ser a mais adequada e necessária.
Considerando a ampliação da estrutura organizacional da, então, Diretoria de Informática, em virtude da crescente demanda por
novos sistemas de suporte administrativo e jurisdicional, foi realizado
concurso para o cargo de Analista de Sistemas e autorizadas 44 novas vagas, as quais já foram providas entre 2010 e 2011.
Entretanto, verificou-se que não há um processo e/ou sistema
que permita um melhor conhecimento das competências individuais,
aos quais evidenciem as habilidades e atitudes. Os novos servidores
mesmo com alto grau de conhecimento, geralmente são distribuídos
de forma empírica, sem critérios claros, tomando como base somente
a experiência passada, em virtude da área de recursos humanos, bem
como da área de TI, não dispor de ferramentas adequadas para uma
análise mais abrangente do perfil de cada servidor a tomar posse.
Nas Divisões de Sistemas Administrativos e Gestão do Conhecimento, os analistas têm sido alocados em equipes com projetos voltados para o desenvolvimento de sistemas. Entretanto nas Divisões de
Redes de Comunicação e de Administração de Dados a alocação dos
novos analistas, em alguns casos, tem sido equivocada, uma vez que,
em virtude da falta de pessoal, alguns servidores estão realizando atividades condizentes com o cargo de nível médio, Técnico Judiciário
Auxiliar (TJA), ocasionando subutilização de mão de obra altamente especializada, desmotivação para as atividades diárias e, ainda, a
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continuidade da falta de analista nas áreas-fim da Diretoria, quais sejam: de desenvolvimento de sistemas e gestão do conhecimento.
5 Considerações finais
As frequentes transformações impostas às organizações, decorrentes da globalização e do avanço tecnológico, têm exigido novas
formas de gestão no tocante ao gerenciamento dos recursos humanos. A gestão estratégica de pessoas passa a ser de vital importância,
visto que, sem ela não há condições de planejar, criar ou executar
qualquer mudança que se queira programar, visando o adequado uso
e manutenção do quadro funcional.
De acordo com o estudo realizado, pode-se dizer que a Gestão
por Competências pode ser um poderoso meio de identificação dos
potenciais dos servidores, pois se trata de um sistema gerencial que
possibilita melhoria da competência profissional, somando capacidades e ampliando as já existentes, assim como estimula os colaboradores a assumirem a responsabilidade pela otimização dos resultados
pessoais e organizacionais, o que proporcionaria o desempenho da
equipe e a qualidade das relações entre servidores e chefias.
Conclui-se, então, que as competências individuais dos servidores, quando mapeadas e tratadas com ferramentas adequadas, favorecem a criação de um ambiente voltado para a maximização dos
resultados. A formação de um banco de dados, reunindo informações
acerca das qualificações (CHA) dos servidores, obtendo registros de
um conjunto de dados inter-relacionados e organizados, possibilitaria
ao gestor melhor visão para a tomada de decisão quanto à distribuição dos servidores, avaliação de desempenho, necessidades de treinamento, reciclagem de pessoal, formação de equipes.
Contudo, na Administração Pública, a aplicação dos conceitos
de Gestão por competências depende da legalidade, visto que esses
critérios são menos flexíveis do que em empresas privadas. Assim, os
aspectos ligados à contratação e demissão são estabelecidos por leis
específicas.
Estudos Especializados sobre a Gestão do Judiciário Catarinense – Volume 4
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Banco de talentos como ferramenta de apoio, à gestão estratégica de pessoas: um estudo de caso no
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Atividades como seleção, remuneração e benefícios, baseados
em competências, não estão contempladas na legislação para servidores públicos; os princípios de isonomia e livre acesso para todos,
criaram mecanismos que nivelam pelo desempenho do conhecimento em concursos públicos e não levam em consideração elementos
relacionados a habilidades e atitudes. Portanto, para que os conceitos da gestão por competências possam ser aplicados na gestão de
pessoas, há a necessidade de uma mudança de paradigma, a qual
conscientize a Administração do Poder Judiciário, como um todo, de
que captar e reter talentos, objetivando a excelência dos resultados,
depende de uma nova ordem nos processos organizacionais.
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