Destinos Referência em Segmentos Turísticos

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Sumário
Presidente da República Federativa do Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro de Estado do Turismo
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho
Secretário-Executivo
Mário Augusto Lopes Moyses
Secretário Nacional de Políticas do Turismo
Carlos Silva
Diretor do Departamento de Estruturação,
Articulação e Ordenamento Turístico
Ricardo Martini Moesch
Coordenadora-Geral de Segmentação
Sáskia Freire Lima de Castro
Coordenadora-Geral de Regionalização
Ana Clévia Guerreiro Lima
Coordenadora-Geral de Informação Institucional
Isabel Cristina da Silva Barnasque
Coordenadora-Geral de Serviços Turísticos
Rosiane Rockenbach
Introdução
5
Gestão do Projeto
11
Metodologia: Sistema Cores de
Planejamento e Gestão de Destinos
15
O Movimento e o Resultado
18
Introdução
4
Experiências mundiais em desenvolvimento
regiões diferentes, para que suas experiências
de destinos turísticos demonstram que
possam servir como referencial para outros
a governança e a sustentabilidade são
destinos no Brasil, validando e consolidando
premissas básicas para o desenvolvimento
a estratégia de desenvolvimento de políticas
econômico estável e continuado. Os aspectos
públicas e de ampliação, segmentação e
de sustentabilidade avançaram sobre as
diversificação da oferta turística nacional.
dimensões sociais, econômicas e ambientais
O projeto visa o desenvolvimento de um
de maneira equilibrada, o que tornou a
destino por meio de um segmento, partindo
participação das comunidades e dos agentes
do princípio de que o trade local deve estar
do mercado imprescindíveis para o sucesso
organizado, com prioridades e estratégias
de um destino.
definidas e com foco na competitividade.
Nesta perspectiva fica claro que só se tem
A estratégia para selecionar os dez destinos
sustentabilidade com governança local, e
brasileiros para serem contemplados e
só se tem governança com trade turístico
servirem de referência em segmentação
organizado e profissional.
do turismo foi baseada nos Planos de
O Ministério do Turismo entendeu que seria
Marketing Turístico Nacional – Plano
muito importante a experimentação de uma
Cores do Brasil – e Internacional – Plano
estratégia de governança local a partir de
Aquarela –, desenvolvidos pelo Governo
segmentos do mercado, considerando que os
Federal por meio do Ministério do Turismo
parceiros teriam mais afinidade e interesses
e do Instituto Brasileiro de Turismo
mais aproximados, já que sempre é muito
(Embratur), respectivamente, e nos Estudos
difícil o acordo entre as inúmeras ou diversas
de Competitividade desenvolvidos pelo
atividades que o turismo envolve.
Ministério do Turismo em parceria com o
Com isso foi criado o projeto Destinos
Sebrae Nacional e a Fundação Getúlio Vargas,
Referência em Segmentos Turísticos, que
nos casos em que se trata de Destino Indutor
tem como objetivo principal a organização
de Desenvolvimento Turístico Regional.
do trade local dentro da perspectiva de um
Os destinos envolvidos são brevemente
Segmento Turístico e a construção de um
apresentados a seguir. Suas experiências no
modelo referencial que possa servir de base
desenvolvimento dos segmentos específicos
para outros destinos com a mesma vocação
foram publicadas em volumes específicos e
turística. Para isso, foram selecionados dez
podem ser consultadas no site do Ministério
destinos com características diferentes, em
do Turismo (www.turismo.gov.br).
7
6
anos 70 em um destino turístico de atração
Anitápolis, Rancho Queimado, Santa
Rosa de Lima e Urubici (SC) – Destino
Referência em Turismo Rural
Barcelos (AM) – Destino Referência em
Turismo de Pesca
Brasília (DF) – Destino Referência em
Turismo Cinematográfico
Localizado na região amazônica, Barcelos
Brasília reflete a mistura cultural dos
As propriedades dos municípios citados
é um destino turístico ainda pouco
sotaques, da culinária, dos costumes e
integram o projeto Acolhida na Colônia,
conhecido pela maioria dos brasileiros, mas
trejeitos do povo brasileiro, trazidos pelos
integrada a uma associação francesa de
já com destaque no mercado internacional.
agricultores, que visa valorizar o modo de
candangos que ergueram a capital com suas
Considerada a capital do peixe ornamental,
vida no campo através do agroturismo
próprias mãos. Por servir ainda de base para
Barcelos é a maior exportadora brasileira do
ecológico. Esta modalidade de turismo é
embaixadas de outras nações, é lugar das
produto e uma das maiores do mundo, com
suas pousadas, o uso de seus serviços, e
praticado dentro das propriedades rurais,
mais variadas etnias internacionais.
destaque para os peixes conhecidos como
por consequência a geração de emprego e
permitindo ao turista entrar em contato
Brasília é um destino referência no segmento
cardinal, de beleza exótica e brilho intenso, e
promoção da renda dos seus habitantes. O
com a atmosfera da vida na propriedade,
de turismo audiovisual, pelas facilidades
acará-disco.
destino é recomendado como um dos sete
integrando-se, de alguma forma, aos hábitos
encontradas na prestação de serviços,
Famosa por concentrar a maior quantidade
destinos de vela no mundo, competindo no
locais, seja por acompanhar o processo de
por ter um conjunto urbanístico em um
de tucunarés em toda a região amazônica,
windsurf com destinos internacionais de Sol
elaboração dos produtos agrícolas – doces,
cenário natural variado e exclusivo, uma
em seus grandes rios e centenas de lagos,
e Praia.
geleias, pães, café, queijo, etc. – ou por
vez que Brasília é a única cidade no século
Barcelos é o destino perfeito para o Turismo
vivenciar o dia a dia da vida rural – plantio,
XXI tombada como Patrimônio Cultural da
de Pesca, que atrai pescadores de todos os
colheita, manejo de animais –, consumindo
cantos do mundo em busca do tucunaré-
Humanidade.
Lençóis (BA) – Destino Referência em
Turismo de Aventura
os saberes e fazeres do campo.
açu (Cichla temensis). Este peixe – que pode
É considerada também a cidade mais cinéfila
A Chapada Diamantina é uma região de
A região das Encostas da Serra Geral, em
atingir até 1 metro de comprimento e pesar
do Brasil, pois conta com o maior número de
serras, no centro da Bahia, onde nascem os
Santa Catarina, por suas especificidades,
mais de 14 quilos – cativa cada dia mais
salas de cinema por habitante.
rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e
possui grande potencial para o
adeptos de sua pesca em todo o mundo,
desenvolvimento do Turismo Rural, atividade
devido ao modo explosivo como atacam
Jericoacoara (CE) – Destino Referência
em Turismo de Sol e Praia
coordenada e articulada pela Associação
as iscas e às bruscas arrancadas depois de
Acolhida na Colônia e fortalecida com ações
A cidade de Jijoca de Jericoacoara,
fisgados. Essas características proporcionam
cachoeiras e formam transparentes piscinas
de apoio aos agricultores familiares na
aos amantes da pesca esportiva emoções
classificada pelo jornal Washigton Post como
naturais, propiciando assim as diversas
formatação de roteiros turísticos e em sua
indescritíveis, o que motiva o retorno dos
uma das dez praias mais bonitas do mundo,
atividades de turismo de aventura.
inserção no mercado.
turistas ao local para reviverem a experiência
desenvolveu nessas décadas um crescente
Por suas características geográficas e
fluxo de curiosos, viajantes, mochileiros e
geológicas, a região da Chapada Diamantina
turistas, tanto brasileiros quanto estrangeiros,
passou por diversos ciclos econômicos e de
que transformaram a vila de pescadores dos
ocupação: agricultura, pecuária, garimpo
anterior.
internacional no século XXI.
Jericoacoara é hoje point internacional para
os esportes da vela, e tem na sua natureza
de dunas brancas, muito vento, sol intenso
e praias nativas, o ambiente perfeito para
permanecer atraindo turistas nacionais e
estrangeiros, garantindo a ocupação de
do Rio de Contas. Essas correntes de águas
brotam nos cumes e deslizam pelo relevo em
belos regatos, despencam em borbulhantes
9
8
de diamantes, e nas ultimas décadas vive
de Ribeirão Preto como Destino Referência
mais de duas mil espécies de peixes, cerca
e expectativas de instituições de ensino
o desenvolvimento do turismo. Lençóis é
devem ser destacados: boa infraestrutura
de 950 espécies de pássaros, 300 espécies
estrangeiras e de operadores e agentes de
portão de entrada para a região, cidade
turística, com destaque para equipamentos
de mamíferos e cerca de 10% de todas as
intercâmbio no exterior por programas de
tombada como Patrimônio Histórico Artístico
relacionados à realização de eventos
espécies de plantas existentes na Terra.
educação internacional no país.
Nacional pelo Iphan, e hoje é considerada
(hotéis com salas, centro de convenções e
Representantes típicas da flora local são a
destino referência em Turismo de Aventura.
exposições); existência de feiras de negócios
vitória-régia e as dezenas de espécies de
regulares; ocorrência de eventos nacionais e
bromélias.
Paraty (RJ) – Destino Referência em
Turismo Cultural
internacionais técnico-científicos; existência
de aeroporto com frequência regular de voos
São João del Rei (MG) – Destino
Referência em Turismo de Estudos e
Intercâmbio
Socorro (SP) – Destino Referência em
Turismo de Aventura Especial
Localizada na Serra da Mantiqueira, Socorro
é uma pequena cidade a 110 quilômetros
Patrimônio Histórico Nacional, com seus
nacionais e regionais, boa acessibilidade
casarios e igrejas em estilo colonial,
terrestre; proximidade da capital – São Paulo
calendário cultural diversificado, celebrações
– maior centro econômico do país e principal
O destino escolhido pelo Ministério do
de festas religiosas tradicionais e suas
emissor de turistas de negócios e eventos;
Turismo para implantar o projeto piloto
liberar adrenalina, por meio das atividades de
manifestações artísticas autênticas, Paraty
realização de visitas técnicas regulares no
para estruturação do segmento de Estudos
aventurura.
demonstra seu potencial para se projetar
município e entorno; existência de centros
e Intercâmbio foi a cidade de São João
As iniciativas pioneiras e experiências
como um destino de Turismo Cultural
tecnológicos e acadêmicos de excelência.
del Rei, em Minas Gerais. Como uma das
de Socorro no segmento de Turismo de
de Campinas, entre os Estados de São Paulo
e Minas Gerais. Por trás da tranquilidade
interiorana, Socorro possibilita ao turista
Capitais da Cultura no Brasil, a cidade
Santarém (PA) – Destino Referência em
Ecoturismo
Aventura e Acessibilidade chamaram a
possui infraestrutura turística para receber
atenção para o destino, que passou a contar
a demanda emergente para o Turismo
com o apoio de diversas instituições que
de eventos culturais de âmbito internacional,
O município de Santarém é o centro do
de Estudos e Intercâmbio, com posição
contribuíram para que a cidade se tornasse
como a Festa Literária Internacional de Paraty
polo Tapajós, a principal cidade do oeste
geográfica privilegiada e oferta de voos
realmente referência em Aventura Especial.
(Flip), momento em que a cidade tem a
do Pará e a segunda mais importante do
regulares para o Rio de Janeiro e Belo
A partir desse conjunto de fatores é que a
oportunidade de reunir inúmeros escritores e
Estado. Logo em frente à cidade, é possível
Horizonte.
cidade foi selecionada pelo Ministério do
leitores de todo o mundo.
ver o encontro dos Rios Amazonas, com
O município está situado em uma região
Turismo como referência em Turismo de
suas águas barrentas, e Tapajós, em tons
de grandes atrativos, onde se encontram
Aventura Especial.
esverdeados: suas águas correm lado a lado
importantes referências do patrimônio
por quilômetros sem se misturar. Além disso,
material e imaterial do Brasil, como a cidade
A escolha de Ribeirão Preto para participar
há diversas das cachoeiras, lagos e praias
de Tiradentes, parte das Serras do Lenheiro e
Os objetivos específicos do projeto são:
do projeto Destino Referência se deu
formadas ao longo do Tapajós.
São José. Buscou-se, com isso, contribuir para
• Desenvolver e implantar um sistema de
com base nas suas pré-condições para o
O ecossistema atual da região apresenta
introduzir o Brasil como uma nova opção
gestão do turismo nos destinos turísticos
Segmento de Negócios e Eventos. Entre
a biodiversidade característica da região
de destino para estudantes internacionais,
selecionados pelo Ministério do Turismo,
os fatores que justificaram a determinação
amazônica, onde já foram catalogadas
por terem sido identificadas demandas
com a participação de entidades locais
nacional e internacionalmente.
Este cenário, naturalmente propício ao
turismo, é ainda enriquecido pela realização
Ribeirão Preto (SP) – Destino Referência
em Turismo de Negócios e Eventos
Gestão do Projeto
10
públicas, privadas e do terceiro setor,
• Apoiar a atuação das entidades,
O modelo de gestão descentralizada
entidades executoras do projeto em âmbito
garantindo a padronização dos métodos
conveniadas com o Ministério do
concebido e implementado pelo Ministério
local, o Ministério do Turismo, num processo
utilizados, observando as devidas
Turismo, responsáveis pela elaboração e
do Turismo, desde 2003, prevê a integração
participativo, contou com o apoio técnico
peculiaridades de cada segmento e
implementação do Plano da Ação
de diversas instâncias da gestão pública e
presencial de tutores e consultores que
da iniciativa privada por meio da criação e
acompanharam a implantação de cada passo
organização dos arranjos institucionais.
da metodologia, garantindo integração e
Para a gestão e execução do projeto Destinos
participação das comunidades locais.
Referência em Segmentos Turísticos, o
Para garantir o sucesso na execução das
Ministério do Turismo contou com a parceria
ações nos territórios selecionados, entidades
de várias instituições públicas, privadas e do
locais foram selecionadas para atuar como
terceiro setor, o que permitiu abordagens em
parceiros executores do projeto em âmbito
dois enfoques estratégicos nos destinos: o
local, ou seja, nos destinos. Cada entidade
foco na gestão compartilhada, que valoriza
executora demonstra experiência com
a governança local, e o foco no mercado,
segmento turístico que foi trabalhado
que permite a elaboração dos planos de
no destino e envolvimento com pessoas,
ação voltados aos principais segmentos
profissionais, instituições e empresas que
turísticos que dão identidade aos territórios
atuam nesse segmento.
contemplados.
Essas entidades locais firmaram convênio
A partir da parceria estabelecida com o
com o Ministério do Turismo, conforme
Intituto Casa Brasil de Cultura e com as
quadro demonstrativo apresentado a seguir,
1. htpp://www.turismo.gov.br/turismo/conselhos/
prevendo ações específicas para cada
destino, e a qualidade dos resultados a
serem obtidos
• Apoiar na elaboração de um Plano de
Para os destinos participantes, foi um
privilégio participar de um projeto
que valoriza a opinião local e fortalece
Ação para cada destino selecionado e
as entidades, exigindo dos parceiros
acompanhar e monitorar a implementação
envolvimento e tolerância para que o
desses planos, garantindo a qualidade dos
processo de discussão e busca de soluções
resultados a serem obtidos
seja um catalisador do mercado e promova
• Apoiar tecnicamente a implementação de
uma Ação Símbolo em cada destino
• Realizar multiplicação das experiências
aplicadas nos destinos para outros
destinos e regiões turísticas
sinergia e objetividade nas ações.
1
Convênios
São acordos, ajustes ou qualquer outro instrumento que discipline a transferência de
recursos financeiros de dotações consignadas nos orçamentos fiscais e da Seguridade Social
da União e tenha como participantes: de um lado, órgão ou entidade da administração
pública federal, direta ou indireta e, do outro lado, órgão ou entidade da administração
pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem
fins lucrativos, visando à execução de programa de governo, envolvendo a realização de
projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de
mútua cooperação. (Decreto n° 6.170, de 25 de julho de 2007)
13
12
destino e que pudessem ser executadas
conveniadas com o Ministério do Turismo
paralelamente à metodologia prevista em
na execução das ações símbolo (marcos
âmbito nacional visando o fortalecimento da
efetivos de atuação do projeto) assim como
participação local. De forma geral, as ações
apoiar o desenvolvimento de uma estratégia
executadas pelos parceiros conveniados
competitiva para o destino no âmbito do
contemplavam a mobilização local, a
segmento escolhido.
contratação de uma consultoria especializada
Os tutores do ICBC e os consultores as
no segmento e uma ação simbólica para
entidades executoras realizaram visitas
consolidação do projeto no destino como
periódicas aos destinos e mantinham contato
fechamento do cronograma.
para acompanhamento das ações do projeto,
A gestão nacional do projeto ficou a cargo
supervisionados por um coordenador geral.
do Instituto Casa Brasil de Cultura. Para tanto
Essa estratégia permitiu uma relação direta
o Ministério do Turismo firmou um Termo
com as pessoas envolvidas em cada destino,
de Parceria com o referido instituto com
mantendo o ambiente de governança
o intuito de desenvolver a metodologia a
aquecido e tornando o processo dinâmico,
partir das experiências nos dez destinos,
o que possibilitou a customização da
detalhando o passo a passo de cada
metodologia conforme necessidade de cada
etapa, para que o destino pudesse realizar
destino inserindo ou adaptando ações com
seu planejamento de forma continuada
vistas a alcançar os melhores resultados.
e participativa, diminuindo o risco de
Para tornar um pouco mais clara a estrutura
interrupção de projetos e programas.
de gestão, a seguir é apresentado um
Também coube à Casa Brasil o
organograma com as entidades executoras
acompanhamento das entidades locais
em âmbito local.
Termo de Parceria
É um instrumento jurídico previsto
na Lei 9.790, de 23 de março de
1999, para transferência de recursos
para organizações sociais de
interesse público.
Quadro 1 – Estrutura de Gestão do Projeto Destinos Referência em Segmentos Turísticos
14
Metodologia: Sistema Cores de
Planejamento e Gestão de Destinos
Pensar e decidir sobre o
destino de forma dinâmica e
participativa
Para a realização do projeto Destinos
• Alinhado com os macroprogramas e
programas do Plano Nacional de Turismo
2007-2010
1 Dimensões avaliadas pelo sistema
Referência foi desenvolvida uma metodologia
O Sistema Cores tem como foco a análise
específica, que atendesse de forma flexível
do destino e seu sistema turístico a partir de
e personalizada as necessidades de cada
seis dimensões. As dimensões são avaliadas
destino e que pudesse ser facilmente
pelos representantes de instituições públicas,
reaplicada em outros destinos. Assim foi
privadas e do terceiro setor, ligadas direta
criado o Sistema Cores de Planejamento e
e indiretamente ao turismo local durante a
Gestão de Destinos.
realização do Seminário Cores. A partir desta
O Sistema Cores é uma ferramenta de
autoavaliação do destino, são priorizadas por
planejamento turístico rápido, objetivo,
com bases sustentáveis e que estimula
o envolvimento dos diferentes setores
turísticos na gestão do destino. Isto se dá
por meio do estímulo ao grupo gestor local
estes mesmos agentes as ações necessárias
ao desenvolvimento do destino e definidas as
atribuições de cada um dos envolvidos.
As dimensões avaliadas pelo Sistema Cores
são:
na utilização do sistema para avaliação,
Arranjo institucional: Análise do nível
diagnóstico e prognóstico do próprio destino.
de cooperação, democratização e
Em síntese, o sistema proporciona maior
viabilidade de execução, monitoramento
e ajustes ao subsidiar um planejamento
estratégico do turismo com as seguintes
características:
• Coerente com a realidade e a
sustentabilidade do destino
• Focado na segmentação do turismo
• Acordado pelos principais atores locais
• Baseado na potencialização da governança
local
descentralização, definição dos papéis dos
setores privado e público, representatividade
desses atores, composição do arranjo
institucional, instrumentos legais, incentivos
e interface com os outros setores. Esta
dimensão é trabalhada através da
identificação e mobilização dos agentes
relacionados ao setor ou ao segmento por
meio de encontros, reuniões e seminários
que devem culminar com a formação do
Grupo Gestor e com a organização da
atividade turística no destino.
17
16
Inteligência competitiva (informação):
de abastecimento de água e energia,
Inclui visitas e reuniões técnicas, apoio
monitoramento da estratégia competitiva
Análise do desenvolvimento do sistema de
tratamento de resíduos, patrimônio cultural,
à distância, condução de seminários e
traçada. A responsabilidade do Grupo
produção e difusão da realidade turística, do
inclusão social, unidades de conservação,
elaboração de relatórios.
Gestor é o monitoramento, a garantia da
monitoramento permanente da conjuntura
legislação ambiental e capacidade de carga,
c. Elaboração do Diagnóstico Competitivo
continuidade e a coordenação das ações
turística, de um sistema de base de dados
práticas sustentáveis e monitoramento dos
– realizado pelos parceiros locais com
subsequentes, assim como mobilização
e de relacionamento com as instituições de
impactos do turismo.
o apoio técnico da tutoria. Apresenta
e articulação locais, sobretudo com as
A análise das seis dimensões acima
indicativos, diretrizes, orientações
entidades ou grupos que representam.
é viabilizada através de uma série de
e estratégias para serem debatidos,
O grupo deverá ter um tamanho
estratégias e ferramentas descritas a seguir.
aprimorados e priorizados nas reuniões
adequado, não devendo ser muito grande,
técnicas e no Seminário Cores,
em torno de 15 integrantes. Portanto,
constituindo-se em documento base para
é muito importante que os agentes
a elaboração da Estratégia Competitiva
nomeados sejam efetivos líderes neste
pesquisa para verificar o nível de existência
e utilização das informações sobre oferta e
demanda.
Infraestrutura: Identificação de ações
pública e turística, priorizando e
2 Estratégias de implementação do
Sistema Cores
hierarquizando as necessidades de
A implementação do Sistema Cores se dá por
do Destino Turístico. Este diagnóstico
processo, agindo de forma proativa,
meio das seguintes estratégias, flexíveis no
compreende o estudo de competitividade
participativa e até entusiasta. Eles serão os
tempo e na forma, adaptáveis às realidades
realizado pelo Ministério do Turismo e
grandes responsáveis pela sensibilização
de cada destino:
Fundação Getúlio Vargas (FGV), nos casos
dos demais agentes e pela continuidade
a. Estruturação do projeto – esta ação
em que o destino é Destino Indutor de
do projeto. Sugere-se que o Grupo Gestor
inicial foi realizada pelo MTur para
Desenvolvimento Turístico Regional, e
tenha representantes das principais
estabelecer com os gestores locais uma
outros estudos e diagnósticos do destino.
atividades relacionadas diretamente ao
linha de ação conjunta na realização do
Porém, a principal fonte de informação
segmento, para que se tenha uma visão
projeto no destino e definir os objetivos
para a elaboração do diagnóstico são os
global e não parcial.
e responsabilidades. Esta fase foi
atores locais envolvidos no projeto, que,
complementada pela tutoria do ICBC em
por meio da metodologia utilizada no
realizado no destino com os gestores e
Marketing e promoção: Avaliação do
uma primeira viagem de reconhecimento
Seminário Cores, conseguem retratar, de
atores locais. O objetivo do seminário é
posicionamento do destino no mercado,
ao destino.
maneira real e participativa, a realidade e
apresentar o projeto, estimular e viabilizar
prioridades do destino.
a participação dos atores locais nos
prioritárias para melhoria da infraestrutura
investimentos do destino. Estas necessidades
são priorizadas durante a realização do
Seminário Cores, que utiliza metodologias
inclusivas e participativas.
Qualificação do produto: Análise da
qualificação dos serviços, atrativos,
produção associada, estética, identidade
visual e roteiros turísticos. Interface entre
as entidades especializadas na qualificação
profissional e empresarial.
ações de promoção e divulgação do destino,
participação em feiras, relacionamento
b. Tutoria – realizada pelos consultores
do ICBC, é responsável pela interface
d. Formação do Grupo Gestor – formado
e. Realização do Seminário Cores – é
processos de avaliação de diagnóstico do
com gestores e instituições no destino
durante o Seminário Cores (ver a seguir), o
destino, definir o Grupo Gestor, realizar
(parceiros), viagem de reconhecimento
Grupo Gestor participa do posicionamento
uma avaliação qualitativa e priorizar
Sustentabilidade do destino: Índices e
do destino e apoio técnico na execução
e priorização de ações para o destino e é
as demandas do destino de forma
sensação de violência, trânsito, capacidade
de todas as etapas do Sistema Cores.
o responsável pela gestão da execução e
participativa. O Seminário Estratégico
com a mídia, consolidação de imagem e
mecanismos de apoio à comercialização.
O Movimento e o resultado
18
tem seu formato e duração adequados ao
i. Seminários de Multiplicação – são
O desenvolvimento do projeto nos destinos
e priorizar o que era efetivamente importante
contexto de cada destino e é precedido
dirigidos a empresários e à comunidade
trouxe muitos desafios e boas surpresas para
para o destino.
pelo trabalho de reconhecimento e
do destino, além de representantes de
os consultores, técnicos, trade, comunidade
O projeto fez com que cada setor ou
reuniões técnicas realizadas pela tutoria.
outros destinos com vocação para o
e instituições envolvidas no processo. Com
instituição identificasse e assumisse suas
desenvolvimento do segmento turístico.
realidades e estágios de desenvolvimento tão
responsabilidades. Mais do que apontar
o resultado da percepção da comunidade
Complementam esses seminários a
diversos, muitos dos destinos selecionados
necessidades e erros alheios, as estratégias
sobre a situação atual do destino ou
oficina de projeto e a visita técnica, com a
não se percebiam como referência ou
implementadas trouxeram a autoconsciência
região, gerado a partir do diagnóstico
participação do Grupo Gestor do projeto.
ainda não davam ao segmento escolhido a
da responsabilidade individual e coletiva,
competitivo e da avaliação feita durante o
importância que este poderia ter. Em muitos
além de entregar as ferramentas certas nas
Seminário Cores, por meio de uma matriz
deles havia ações e projetos em curso, mas
mãos de quem faz o turismo acontecer
de avaliação qualitativa, quando as seis
estavam desacreditados e desarticulados,
no destino. E, quando as necessidades
dimensões do destino são avaliadas sob a
assim como muitos dos arranjos
extrapolavam o âmbito local, também
ótica dos participantes.
institucionais locais.
deu orientações sobre como ter acesso
Entre os inúmeros desafios identificados
aos programas estaduais e federais de
o resultado do Seminário Cores e apresenta
pelos consultores, o maior de todos era
desenvolvimento, numa verdadeira lição de
a avaliação qualitativa e o posicionamento
entusiasmar as pessoas e entidades,
descentralização do turismo e de integração
do destino definidos pelo Grupo Gestor
integrá-las ao processo e mostrar que sua
ao Sistema Nacional de Turismo.
durante o Seminário Estratégico.
participação faria uma diferença significativa
A proposta da Ação Símbolo foi muito
para ter um resultado positivo para o destino,
gratificante em todos os destinos. Ela criou
Segmento – o Plano de Ação assessora
a ponto de este se transformar em referência
uma coesão, uma sensação de realização
os destinos no que tange às diretrizes dos
nacional.
coletiva que fortaleceu o Grupo Gestor,
Programas do Plano Nacional de Turismo
Desta forma, o Método Cores se mostrou
interna e externamente, servindo de modelo
e às orientações para as demais ações de
mais do que participativo, ele foi inclusivo e
para outras ações que foram priorizadas e
competência de outras entidades. Um
interativo. As pessoas se sentiram acolhidas,
que deveriam ser realizadas pelos envolvidos.
destaque desta estratégia, realizada com
respeitadas em seus pontos de vista e
Os Seminários de Multiplicação coroaram
sucesso em todos os destinos foi a Ação
convidadas para atuar de forma proativa.
o encerramento do projeto nos destinos.
Símbolo: algo efetivo que simbolize o
As reuniões, a princípio tensas e confusas,
Estruturado para apresentar os resultados
resultado dos esforços coletivos e inspire
aos poucos foram se transformando em um
coletivos alcançados, multiplicar as
novas pessoas e instituições a se envolver
ambiente saudável de desenvolvimento
experiências de outros destinos referência e
com a estruturação do segmento e do
coletivo, no qual cada setor podia se
capacitar os interessados através de oficinas
destino.
posicionar perante os outros e, juntos, definir
com temas escolhidos pelo próprio destino,
f. Realização de Avaliação Qualitativa – é
g. Elaboração da Estratégia Competitiva – é
h. Elaboração do Plano de Ação do
21
20
os eventos contaram com a participação do
só se tem governança com trade turístico
Grupo Gestor, empresários, setor público
organizado e profissional. E que isso se faz
e comunidade, além de representantes
com a compreensão de que cada um tem
de outros destinos com vocação para o
seu papel e deve se responsabilizar por
desenvolvimento do mesmo segmento
suas atribuições, enxergando os interesses
turístico. As visitas técnicas realizadas durante
coletivos a médio e longo prazo, ao invés de
os seminários apresentaram na prática os
somente os interesses individuais imediatos.
resultados das ações planejadas e preparadas
A proposta do projeto Destinos Referência,
durante todo o desenvolvimento do projeto.
com base na Metodologia Cores, é uma
Assim, com muito AMOR – Ação e Movimento
diretriz e não um modelo fechado, que pode
Orientado para Resultado –, o projeto ajudou
e deve ser adaptado as peculiaridades e
a construir e fortalecer os Grupos Gestores,
especificidades de cada destino.
que hoje se tornaram o coração dos destinos,
As experiências dos destinos contemplados
responsáveis por manter viva a chama do
pelo projeto podem ser consultadas nas
trabalho cooperado, do entusiasmo e da
dez publicações disponíveis no sítio do
consciência de ser um destino referência para
Ministério do Turismo (www.turismo.gov.
outros destinos no país.
br). Cada publicação conta os desafios e
Certamente, entre os inúmeros e diferentes
conquistas dos destinos em seus segmentos
resultados conquistados em cada destino,
específicos, e podem servir de referência para
os grandes destaques são o fortalecimento
o desenvolvimento de outras regiões.
institucional e o aumento do entusiasmo nos
destinos, além da troca de experiências, que
criou uma sinergia positiva entre destinos
tão distantes e distintos, que passaram a
se sentir valorizados em suas conquistas
coletivas. Os resultados das experiências
vividas já se multiplicam pelo Brasil por
meio de visitas técnicas, oficinas, palestras
e publicações, levando adiante a proposta
essencial do projeto de que só se tem
sustentabilidade com governança local, e
Resultados do Projeto Destinos
Referência
•Fortalecimento institucional através da
formação de 10 Grupos Gestores locais
•Envolvimento de 77 instituições ligadas direta e
indiretamente ao setor do turismo
•Desenvolvimento de 10 Destinos Referência em
Segmentos Turísticos
•Realização de 10 Oficinas de Qualificação, entre
elas: Oficinas de Planejamento, de Marketing
Turístico, de Elaboração de Projetos, de
Ecoturismo e de Arranjo Institucional
•Realização de 9 Seminários de Multiplicação,
promovendo o fortalecimento local e a troca
de experiências entre os destinos por meio de
palestras, oficinas e visitas técnicas
•Participação direta de cerca de mais de 600
pessoas
•Integração de ações entre as esferas municipais,
estaduais e nacionais
•Integração entre governos, setor privado,
terceiro setor e comunidade
•Multiplicação dos resultados das experiências
pelo Brasil, por meio de visitas técnicas, oficinas,
palestras, vídeos e publicações
Equipe Ministério do Turismo
Coordenação Geral
Ricardo Martini Moesch
Tânia Brizolla
Coordenação Técnica
Ana Clévia Guerreiro Lima
Jurema Monteiro
Rosiane Rockenbach
Sáskia Lima
Equipe técnica
Brena Coelho
Carolina Campos
Fabiana Oliveira
Laura Marques
Philippe Figueiredo
Talita Pires
Wilken Souto
Colaboração
Ana Beatriz Borges Serpa
Alessandra Lanna
Bárbara Blaut Rangel
Cristiano Borges
Luis Eduardo Delmont
Marcela Souza
Priscilla Grintzos
Rafaela Lehmann
Salomar Mafaldo
Equipe Instituto Casa Brasil de Cultura
Coordenação do projeto
Marcelo Safadi
Coordenação operacional e assistência técnica
Priscila Vilarinho
Consultores dos destinos
Marcos Pompeu – São João del Rei (MG) e
Jericoacoara (CE)
Priscila Vilarinho – Brasília (DF), Paraty (RJ) e
Ribeirão Preto (SP)
Rodrigo Lopes – Serra Geral (SC), Lençóis (BA)
e Socorro (SP)
Ricardo Silva – Santarém (PA) e Barcelos (AM)
Consultores de apoio
Alessandra Schneider
Felipe Arns
Marcos Martins Borges
Paulo d’Ávila Ferreira
Roberto Mourão
Thiago Dias
Apoio administrativo
Jairo Mendonça Júnior
Assistência técnica adminstrativa
Breno Mendonça Vieira
© Instituto Casa Brasil de Cultura. Goiânia, 2010
Destinos de Referência em Turismo
Coordenação editorial
Wolney Unes
Texto
Alessandra Schneider
Projeto gráfico
Samara Bitencourt
Arte final de capa
Genilda Alexandria
Diagramação
Marcus Lisita Rotoli
Fotografia
Acervo do Instituto Casa Brasil de Cultura:
Wolney Unes
Revisão
Camila Pessoa
Apoio
Acolhida na Colônia
Abeta
Casa Azul
Belta
Instituto Dharma
Convention Bureau
Avape
Prefeitura de Socorro
Sebrae-CE
AmazonasTur
Secretaria de Turismo de Barcelos
Impressão
Marques e Bueno Ltda. (Gráfica Talento)
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