0 UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, CONTÁBEIS E COMÉRCIO INTERNACIONAL CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS FABIANA CATTANI FLEXIBILIZAÇÃO NOS PREÇOS DE VENDA EM UMA EMPRESA COMERCIAL NA CIDADE DE CAXIAS DO SUL-R.S. CAXIAS DO SUL 2013 FABIANA CATTANI FLEXIBILIZAÇÃO NOS PREÇOS DE VENDA EM UMA EMPRESA COMERCIAL NA CIDADE DE CAXIASDO SUL- R.S. Monografia apresentada como requisito para a obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis da Universidade de Caxias do Sul Orientador: Prof. Ms.Elias Milton Denicol CAXIAS DO SUL 2013 FABIANA CATTANI FLEXIBILIZAÇÃO NOS PREÇOS DE VENDA EM UMA EMPRESA COMERCIAL NA CIDADE DE CAXIAS DO SUL –R.S. Monografia apresentada como requisito para a obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis da Universidade de Caxias do Sul. Orientador: Prof. Ms Elias Milton Denicol Aprovado (a) em ____/_____/_____ Banca Examinadora: Presidente -------------------------------------------------Prof. Ms. Elias Milton Denicol Universidade de Caxias do Sul - UCS Examinadores: ---------------------------------------------------------------------Prof. Universidade de Caxias do Sul - UCS ---------------------------------------------------------------------Prof. Universidade de Caxias do Sul - UCS Dedico este trabalho ao meu pai, Claimar Cattani meu incentivador e apoiador para a conclusão do curso, minha mãe a fundadora da empresa Cattani Tintas, da qual me orgulho muito. A minha amiga Morgana Cunha que persistiu em me apresentar argumentos a fim de me convencer a retornar o curso tão próximo da conclusão uma vez que interrompi por anos devido a problemas pessoais. AGRADECIMENTOS Quero expressar meus agradecimentos a todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, colaboraram para que este trabalho fosse realizado. Em especial ao meu orientador, professor Elias Denicol pela sua competência e orientação durante todo o desenvolvimento desta monografia. Um profissional que executa seu trabalho com vocação e um sentimento de satisfação por fazer o que gosta. Elias Denicol foi o professor que lecionou a cadeira de Introdução a Contabilidade quando cursava “Bacharelado em Administração de Empresas” e me fez despertar o desejo de cursar Ciências Contábeis. Fiquei tão encantada que refiz vestibular e conciliei os dois cursos. Agradeço as pessoas que me incentivaram a apoiaram nos estudos. 6 “Vitórias fáceis são vitórias baratas as únicas dignas de se ganhar são as que vêm do resultado de uma grande luta,” Internet RESUMO Esta monografia enfoca a flexibilização nos preços de venda em uma empresa comercial. Com esta pesquisa pode-se observar que o embasamento teórico sobre custo é de fundamental importância na formação do preço de venda. Portanto o custo é valor gasto na produção de um produto ou na realização de determinado serviço, acrescido da remuneração do capital investido. O custo pode ser direto ou indireto, fixo ou variável. A formação do preço de venda é fundamental na empresa. Ele garante que esta empresa não tenha prejuízos e nem pratique preços muito acima dos reais do mercado. Tendo o conhecimento de como se forma os preços de venda na empresa, estes podem ser flexibilizados. Para ter a certeza nas decisões de flexibilização dos preços apresentou-se um estudo de caso sobre custos, a forma de absorvê-los no preço e como se pode fazer e o que melhor para a empresa em questão. O estudo também se estendeu para a formação do preço de venda, as formas que as empresas o fazem, e analisou-se o que já é utilizada pela loja e se poderá propor mudanças na maneira de formar o preço. Portanto a conclusão que esta pesquisa apresentou, a referida empresa, para não perder mercado e vendas é necessário flexibilizar os preços de acordo com a concorrência do mercado, pois outras empresas oferecem preços atrativos para conquistar os clientes. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Produto A :galão esmalte brilhante Suvinil................................................51 Figura 2 – Produto B: Galão epoxi Sayerdur Aqua.....................................................53 Figura 3 – Produto C: Balde resina multiuso Hydronorth...........................................55 Figura 4– Produto D: Pincel 396 “3” Atlas...........................................................................................56 LISTAS DE QUADROS Quadro 1 Fórmula de custo por absorção..................................................................26 Quadro 2 – Custeio racional.......................................................................................27 Quadro 3 Rateio por centro de custos........................................................................27 Quadro 4- Margem de contribuição............................................................................30 Quadro 5- Atividades de produçào.............................................................................31 Quadro 6- Ponto de equiíbriol.....................................................................................32 Quadro 7- Preço de venda..........................................................................................34 Quadro 8- Formaçào do preço de venda....................................................................36 Quadro 9- Hipotese 1 exemplo de cenário.................................................................39 Quadro 10- Hipotese 2 – exemplo de cenário............................................................39 Quadro 11- Fórmula do mark-up.................................................................................40 Quadro 12- Preço de venda segundo mark-up..........41Quadro 13- Preço do mark-up ...........................................................41Quadro 14- Custo de oportunidade ...........................43Quadro 15- Custos e despesas fixas na Cattani Tintas ...................................................................................................................50 LISTA DE TABELAS Tabela 1– Preço de venda produto A........................................................................53 Tabela 2 – Preço de venda produto B........................................................................53 Tabela 3 – Preço de venda produto C .......................................................................56 Tabela 4– Preço de venda produto D.......................................................................57 Tabela 5– Preços de produtos na concorrência loja flexibilizados 64 62Tabela 6 – Preços da SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................13 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO........................................................13 1.2 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA........................................................14 1.3 HIPÓTESES OU PROPOSIÇÕES..............................................................15 1.4 OBJETIVOS................................................................................................16 1.4.1 1.4.2 Objetivo geral............................................................................................16 Objetivos específicos...............................................................................16 1.5 METODOLOGIA..........................................................................................16 1.6 ESTRUTURA DO ESTUDO .......................................................................18 2. CUSTOS .....................................................................................................19 2.1 CONCEITO .................................................................................................19 2..2 CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS..................................................................21 2.2.1 Custo fixo...................................................................................................21 2.2.2 Custo variável............................................................................................22 2.2.3 Custo direto...............................................................................................23 2.2.4 Custo indireto............................................................................................24 2.3 MÉTODOS DE CUSTEIO...........................................................................25 2.3.1 Custeio absorção......................................................................................26 2.3.2 Custo variável............................................................................................27 2.3.3 Custeio baseado em atividades (ABC)....................................................31 3. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ......................................................33 3.1 CONSIDERAÇÕES ...................................................................................33 3.2 PARADIGMAS SOBRE PREÇOS ...............................................................34 3.3 FORMAÇÃO DE PREÇOS COM BASE EM CUSTO...................................35 3.3.1 Formação de preços com base em custos (absorção)..........................36 3.3.2 Uso do ABC para fixar o preço de venda ...............................................37 3.3.3 Uso do custeio variável na fixação do preço de venda........................ 38 3.4 MARK- UP...................................................................................................40 3.5 CUSTO DE OPORTUNIDADE....................................................................42 12 4. ESTUDO DE CASO...............................................................................................44 4.1 EMPRESA CATTANI TINTAS.....................................................................44 4.2 FORMAÇÃO DE PREÇOS DOS PRODUTOS...........................................48 4.2.1 Exemplo de formação de preço de venda produto A:...........................51 4.2.2 Exemplo de formação de preço de venda produto B: ..........................53 4.2.3 Exemplo de formação de preço de venda produto C: ..........................55 4.2.4 Exemplo de formação do preço de venda produto D: ..........................56 5 ANÁLISES E DISCUSSÕES.......................................................................59 5.1 PREÇOS DE VENDA DO MERCADO.........................................................59 5.2 FLEXIBILIZAÇÃO DE PREÇOS PRÓPRIOS PARA ADEQUAÇÃO AO MERCADO.................................................................................................................63 9 CONCLUSÃO.............................................................................................69 REFERÊNCIAS..........................................................................................................71 13 1. INTRODUÇÃO 1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO O Preço de venda é a quantia de dinheiro, ou seu equivalente, pedido ou pago por um bem ou serviço. Pode-se dizer que o preço é a expressão do valor de troca que se oferece por alguma coisa que satisfaça uma determinada necessidade ou desejo. Em uma empresa comercial que possui bens de compra e que esses bens podem ser comparados, principalmente em função da concorrência, o preço é um fator determinante na hora da compra. Bens de compra comparada significam produtos em que o cliente tem por habito a pesquisa e não a compra por impulso sem prévia análise. Nesta análise é avaliado todas as características do produto, suas vantagens e desvantagens como por exemplo: o preço, atendimento, benefícios em geral que a empresa comercial possa oferecer. Por vezes, a venda ocorre por impulso com menor frequência, dependendo da personalidade do cliente. Os produtos oferecidos pela empresa, objeto do estudo, são tintas voltadas para a linha imobiliária. É consenso geral, nos meios empresariais, que toda a empresa, para sobreviver, tem que ter lucros suficientes, não só para manter suas atividades, mas também para proporcionar um crescimento contínuo, ou seja investimento. Também é sabido que a concorrência está cada vez mais acirrada, o que obriga as empresas a manterem-se constantemente atualizadas através de um considerável volume de informações para a tomada de decisão de modo ágil e eficaz. A empresa, para ser competitiva, tem de se preocupar não só em qualidade e atendimento, mas também em preço. Quando apresenta discrepância de preços em relação à concorrência, as empresas precisam adequar-se aos preços que o mercado oferece a fim de vencer esta concorrência, nem sempre pode-se manter o preço mais baixo de todos mas equivaler-se para que outros diferenciais competitivos se sobressaiam. Na formação do preço de venda, de acordo com o mercado, não se pode esquecer de incluir no mínimo os custos ligados diretamente com os produtos e os indiretos como propaganda, consultores, brindes, festa promocionais, material de expediente entre outros. Talvez não seja possível incluir em sua totalidade em todos os produtos, isto ocorre basicamente em função dos preços praticados pelos 14 concorrentes. Estes custos terão que ser revertidos de uma forma ou de outra para que a empresa não enfrente problemas de liquidez. Também, é necessário estar ciente do seu preço base para poder trabalhar este preço quando for necessário, principalmente na hora da negociação. Esta monografia reconhece a fundamentação teórica sobre custos industriais, apesar do estudo de caso tratar de uma empresa comercial. A bibliografia sobre o assunto em questão é ampla. O que permite fundamentar custo para qualquer tipo de atividade empresarial. 1.2 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA O preço de venda na atualidade é também definido pelo mercado, ou seja, o que a concorrência determina pelos seus produtos. O tema de estudo deste trabalho de final de curso trata-se de: A formação do preço de venda na empresa de acordo com seus custos diretos e indiretos, custos variáveis e custos fixos, além da margem mínima; A avaliação dos preços de mercado; A flexibilização dos preços de acordo com o mercado. É predominante a posição de que preço, em função da concorrência atualmente, também é definido pelo mercado além dos custos de produção. Porém, é consensual que, quem vende a mercadoria deve saber quanto a mesma custou. Para avaliar a rentabilidade da venda e mesmo a sua viabilidade, é indispensável que se saiba determinar quanto custou o produto e qual é o retorno que ele proporciona. Segundo Martins (2001), os custos são muito importantes para a empresa calcularem o preço, visto que é muito mais provável que ela analise seus custos e suas despesas para verificar se é viável trabalhar com um produto, cujo mercado influencia marcantemente ou mesmo fixa o preço. A correta formação de preços de venda é questão fundamental para a sobrevivência e o crescimento autossustentado das empresas, independentemente de seus portes e de suas áreas de atuação. Somente através de uma política eficiente de preços, as empresas poderão atingir seus objetivos de lucro, crescimento de longo prazo, desenvolvimento de seus funcionários, atendimento qualificado a seus clientes, etc. 15 Para a empresa ter êxito ela tem de ter lucro, que é o seu objetivo social principalmente para que possa financiar seu crescimento. Aumentando as vendas a empresa aumentará o faturamento e talvez seu lucro, por vezes terá que equiparar os preços ao mercado a fim de aumentar as vendas. Na atual conjuntura econômica, onde a concorrência está cada vez maior a briga por preços passa ser vital para o sucesso e a própria sobrevivência das empresas. A escolha do tema flexibilização do preço de venda por si só se justifica como um tema de pesquisa. Um das principais motivações para a escolha deste tema é que a autora deste trabalho é sócia da empresa que será objeto de estudo de caso. Para tanto, a questão de ter que flexibilizar o preço de acordo com o mercado, e com frequência de forma imediata na hora da negociação, é um grande dilema na empresa. É necessário fazer uma avaliação de até que ponto se é possível ceder aos descontos para se equivaler ao mercado. Este estudo é de estrema importância para a empresa como uma forma de apresentar uma proposta para reestruturação. Com base na delimitação do tema de pesquisa proposto, a questão de pesquisa para o estudo é: Qual a influência da concorrência na flexibilização dos preços de venda de uma empresa comercial em Caxias do Sul? A definição da questão de pesquisa, além de levar em consideração a delimitação do tema, também considerou a necessidade dos preços de venda estabelecidos atenderem as expectativas dos clientes (preços competitivos) e ainda gerar o retorno esperado pela empresa. 1.3 HIPÓTESES OU PROPOSIÇÕES H1: os preços praticados seguem os preços de mercado e não garantem a lucratividade desejada pela empresa. H2: a empresa deveria rever seus processos de cálculo de preços e ajustar seus gastos para uma maior lucratividade. H3: se vender ao preço de Mercado ela não esta deteriorando seu próprio patrimônio. H4: se vender ao preço de mercado a empresa apresenta uma lucratividade maior pelo volume de vendas, ou seja, aumentam o volume de vendas 16 1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Objetivo geral Pesquisar as práticas de preços utilizadas pela empresa em estudo, bem como, avaliar seu desempenho, principalmente em função da concorrência e da flexibilização dos preços na forma proposta na questão de pesquisa. 1.4.2.Objetivos específicos Fazer o levantamento bibliográfico relacionado a custos e formação do preço de venda (conceitos, técnicas etc.) - Verificar quais são os pontos principais que devem ser considerados na formação de preços . - Identificar se a concorrência do mercado influência na flexibilização e na competitividade dos preços. 1.5 METODOLOGIA Quanto aos procedimentos técnicos, será realizada uma pesquisa bibliográfica, onde, através de levantamentos dos assuntos relacionados ao tema a ser pesquisado, buscar-se-á evidenciar os diversos aspectos que devem ser considerados na formação e flexibilização dos preços em empresas comerciais varejistas. Complementarmente, será usado um estudo de caso relacionado a uma empresa comercial varejista situada na Serra Gaúcha visando aplicar de forma prática os conceitos teóricos levantados através da pesquisa bibliográfica. Em relação à pesquisa bibliográfica Gil (1999), coloca que a mesma é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Esta vantagem se torna particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. Para Mattar (1997), as pesquisas bibliográficas são mais rápidas e econômicas de amadurecer ou aprofundar um problema de pesquisa é 17 através do conhecimento de trabalhos já efetuados por outros, via levantamento bibliográfico. Já o estudo de caso, segundo Carmo - Neto (1996) utiliza casos concretos ao invés de casos hipotéticos, com a finalidade de permitir que, através da maior convivência com a sintomatologia dos problemas e dificuldades inerentes ao caso, o estudante aprenda a diagnosticar e prognosticar a situação e, sob orientação, indicar a terapia e os medicamentos que lhe parecem mais adequados. Segundo Martins (2002), o estudo de caso dedica-se a estudos intensivos do passado, presente e de interações ambientais de uma (ou algumas) unidade social: indivíduo, grupo, instituição, comunidade.... São validados pelo rigor do protocolo estabelecido. Para Fachin (2001), o estudo de caso é caracterizado por ser um estudo intensivo. É levada em consideração, principalmente, a compreensão, como um todo, do assunto investigado. Todos os aspectos do caso são investigados. Quando o estudo é intensivo podem até aparecer relações que de outra forma não seriam descobertas. Já segundo Gil (1999), o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, Para Mattar (1997), o estudo de caso é um método de conhecer problemas não suficientemente definidos através de outras fontes de pesquisas. Esta estratégia envolve uma análise de registros existentes. O objetivo de estudo pode ser um indivíduo, ou um grupo de indivíduos, uma organização, um grupo de organizações ou uma situação. Sendo um método de pesquisa exploratória, seu objetivo é o de gerar hipóteses e possibilitar a ampliação dos conhecimentos sobre o problema em estudo. Quanto à forma de abordagem do problema, trata-se de uma pesquisa qualitativa. Em Richardson (1999) menciona que os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais. Ressalta também que podem contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos. Já em relação aos objetivos, esta pesquisa será descritiva. Na concepção de Gil (2002), a pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de 18 relações entre as variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização da coleta de dados padronizada. Diante das colocações dos autores, entende-se que as metodologias escolhidas são as mais adequadas para o tipo de estudo proposto. _Levantamento bibliográfico de obras (livros, revistas,etc) que servem sobre o sistema de custeio variável, formação do preço de venda, competitividade e outros assuntos relacionados ao tema a ser pesquisado; _pesquisa junto à biblioteca central da UCS para verificar a existência de pesquisas anteriores (monografias e estágios); _ pesquisa, através da internet, de obras que tratem desse tema; _ elaboração de planilhas eletrônicas (Excel) visando desenvolver modelos matemáticos e um sistema que facilite e a flexibilização de preços; _apresentação de um estudo de caso junto a uma empresa comercial varejista, visando evidenciar como o sistema de custeio variável pode ser utilizado para formar e flexibilizar preços de venda ao mesmo tempo de forma competitiva e lucrativa. 1.6 ESTRUTURA DO ESTUDO No primeiro capítulo apresenta-se uma contextualização do tema, bem como os objetivos, a questão de pesquisa e a metodologia. O segundo capítulo apresenta diversos aspectos teóricos sobre custos sua classificação e sobre os métodos de custeio. No terceiro capítulo é apresentado a fundamentação teórica sobre a formação do preço de venda. No quarto capítulo é apresentado um estudo de caso para comprovar ou não se a concorrência interfere na flexibilização dos preços de mercado. No quinto capítulo, pretende-se atingir o objetivo principal da pesquisa, ou seja, levantar quais são os procedimentos e passos necessários a serem seguidos para calcular preços competitivos sua formação e principalmente na flexibilização em uma empresa comercial varejista. Na conclusão, capítulo 6 pode-se observar com a fundamentação teórica e o estudo de caso que a empresa precisa flexibilizar o preço de venda para manter-se competindo com a concorrência. 19 2. CUSTOS 2.1 CONCEITO O custo é o valor desprendido para a produção ou realização de determinado serviço. Não deixam de ser sacrifícios financeiros que a empresa tem para atingir seus objetivos. Segundo Nascimento (2001) o Custo é o somatório de bens e serviços consumidos ou utilizados na produção de novos bens e serviços. Preço é igual ao custo total do bem ou serviço produzido, acrescido da remuneração do capital investido. Do ponto de vista econômico, o preço de um bem ou serviço ainda é definido com base em seu real valor de troca e grau de utilidade e escassez desse. Com relação ao valor de um bem ou serviço, pode ser intrínseco, estimativo, incomensurável ou relativo a uma simples troca comercial. Um copo d água pode ter um valor zero ou difícil de mensurar. Se você está com muita sés à beira de um reservatório de água potável e toma um copo d água seu custo seria zero. Além de satisfazer à necessidade de seu organismo, poderia tomar tantos copos quanto fossem necessários ao mesmo custo. Se você está num deserto e depende também de um copo d’água para sobreviver e não encontra, pagará qualquer preço para obtê-lo. Nessa segunda hipótese, o valor do copo do tão precioso líquido, em função de sua escassez e utilidade, passaria a ser difícil de quantificar. O grau de utilidade e escassez de um bem ou serviço são fatores econômicos que medem seu real valor. A determinação do preço é uma combinação desses fatores mais o custos para obtê-lo que podem variar numa escala de valores de zero a infinito em relação às atividades primárias (extrativas), secundárias ( de transformação) e terciárias (prestação de serviços). NASCIMENTO ( 2001, p.25) O valor de um produto é diretamente influenciado pela lei da oferta e procura, o mais procurado tem maior valor pela dificuldade de se obter por ganhar maior valor perante o mercado. Todo produto que esta em abundância tem que baixar seu preço para que seja consumido em maior quantidade. Um produto com o custo zero por sua grande abundância como a água se escassa pode nos custar muito caro, os insumos da natureza estão sofrendo ação direta do homem poluindo e interferindo na natureza de forma predatória, a prejudicar seu próprio bem estar, no momento e para o futuro. Segundo NASCIMENTO (2001) Uma obra de arte tem valor estimado e intrínseco, difícil de quantificar, como os quadros pintados por Pablo Picasso. Já o 20 preço de um automóvel popular é ditado pela concorrência de mercado e dos custos para produzi-lo em escala econômica. Os bens poderão ser classificados, do ponto de vista econômica, em função de sua utilidade e escassez, em elásticos oi inelásticos em relação aos preços. O gasto é o sacrifício financeiro com o qual a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer, representado pela entrega ou promessa de entrega de ativos ( normalmente dinheiro). Só existe gasto no ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou serviço, ou seja, no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em pagamento. Todo gasto implica desembolso, mas eles não são a mesma coisa; os dois apresentam conceitos distintos. Enquanto o gasto representa o comprometimento financeiro para obter um produto ou serviço, o desembolso representa a saída do recurso financeiro, que pode ocorrer antes, durante ou após a realização do gasto. .(BIASIO, 2011, p 19 /20) Custos são os gastos realizados com o objetivo de obter um bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. O custo é a espécie de gasto, que representa todos os componentes necessários à fabricação de novos produtos ou serviços. Tudo o que uma empresa gasta para produzir um bem ou serviço é classificado como custo. O custo de um bem ou serviço é a expressão monetária dos insumos físicos realizados na obtenção destes, considerando-se o total retorno dos capitais empregados em termos de reposição..(BIASIO, 2011, p 19 /20) O custo de um produto está diretamente ligado a ele, na sua produção podem ser fixos ou variáveis, diretos ou indiretos o que os diferenciam de despesas. Estas responsáveis pela manutenção e continuidade da operacionalidade da empresa. Despesa é o valor dos insumos consumidos para o funcionamento da empresa e não identificados com a fabricação. Refere-se às atividades fora do âmbito da fabricação, geralmente sendo separada em administrativa, comercial e financeira. Portanto as despesas São diferenciadas dos custos da fabricação pelo fato de estarem relacionadas com a administração geral da empresa e a comercialização do produto. Essa diferenciação provavelmente decorre da origem d contabilidade de custos: a contabilidade financeira era inicialmente usada em empresas comerciais e os custos relacionavam-se com as mercadorias vendidas, enquanto as despesas identificam-se com a empresa.. BORNIA (2010, p.16/17) Assim, podemos ter despesas de venda fixas (propaganda, salários da administração de vendas, parte fixa da remuneração dos vendedores etc.) e variáveis (comissão de vendedores, despesas de entrega etc.). Aliás, a propaganda é um bom exemplo de DESPESA FIXA não necessariamente repetitiva, já que a empresa pode arcar com um gasto dessa natureza num mês e não no outro; apesar dessa sua oscilação, é um valor fixo por 21 período, isto é definido não em função do volume de atividade (o volume de atividade, para essa despesa, são as vendas e não a produção). Existem despesas financeiras fixas (juros e encargos de empréstimos) e também podem existir as variáveis (descontos de duplicatas, se a empresa tem por norma a utilização dessa forma de financiamento). As despesas de administração são quase todas fixas, com raríssimas exceções. MARTINS (2003, p.51) 2.2 CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS 2.2.1 Custo fixo Os custos são divididos em fixos e variáveis. Os custos fixos são aqueles que não alteram com o aumento no volume da produção. Necessários para que a empresa tenha condições de produzir, independente da quantidade de peças. O custo fixo é distribuído no volume de unidades produzidas, portanto, quanto maior o número de peças produzidas menor será o custo fixo por unidade. O custo fixo é o total de despesas que a empresa apresenta para sua manutenção e operação. Podem ser exemplificados em: aluguéis, condomínio, energia elétrica do prédio não relacionada a produção, salários, veículos, material de limpeza, gastos com telefone entre todos os outros não relacionados com a produção. Sabendo que os valores não são iguais todos os meses algumas contas variam como telefone até a própria energia dependendo da estação (inverno, verão) do ano entre outras é preciso estabelecer uma média mensal. Para obter uma média do custo fixo lista-se todas as contas e seus valores médio dos últimos meses em uma planilha, de preferência dos últimos doze meses, soma-se todos e depois divide pelo número de meses. Segundo BIASIO (2011) exemplos de custo fixo podem ser citados: depreciações, aluguel de bens imóveis, mão de obra indireta entre outros. Os custos fixos apresentam as seguintes características: a) o seu valor total é constante dentro de uma faixa considerável de produção; b) apresenta diminuição do valor por unidade de produto à medida que a produção aumenta; c) a sua distribuição pelos departamentos é problemática, dependendo, às 22 vezes, de critérios adotados pela administração ou, em outros casos, por meio de métodos contábeis; d) o controle dos seus valores, bem como de sua incidência, está afeto diretamente à alta administração, não dependendo, portanto, dos responsáveis pelos departamentos. Segundo SEBASTIÃO (2000) um custo fixo é constante no total, na faixa de volume relevante da atividade esperada que está sendo considerada. Para melhor entendimento da conceituação de custos fixos e variáveis, podemos chamá-los de não–evitáveis e evitáveis, respectivamente, explicando que o custo fixo possui características de custo fundado, de custo empatado e irreversível. A divisão de custo fixo e variável também tem outra característica importante: considerando a relação entre período e volume de atividade, não se está comparando um período com outro. Esse fato é de extrema importância na prática para não se confundir com custo fixo com custo recorrente ( repetitivo). Por exemplo, se a empresa adota um sistema de depreciação com base em quotas decrescentes e com isso atribui para cada ano um valor diferente desse custo, continua tendo na depreciação um custo fixo, mesmo que a cada período ele seja de montante diferente. Também , se o aluguel é reajustado mensalmente em função de qualquer índice e nunca é igual em dois períodos subseqüentes, não deixa de ser um custo fixo, já que em cada período seu valor é definido e independe do volume produzido. (MARINTS, 2003, p. 50) 2.2.2 Custo variável O custo variável é soma de todos os custos diretamente ligados a produção. Este custo muda de acordo com a produção ou a quantidade do volume de produção. Estes são diretamente ligados ao custo a mão de obra direta, matériaprima insumos, comissões de vendas, embalagens entre outros diretamente ligados ao produto. Para facilitar o cálculo do valor do custo variável estrutura-se uma tabela com todas as despesas relacionadas diretamente com o produto e se soma todos estes custos relacionados aos insumos de cada produto. Custos variáveis são todos os custos que variam no seu montante global em função da alteração do nível de atividade da empresa, ou seja, da variação da quantidade produzida no período. Acompanham o crescimento do volume de produção na mesma proporção ou com a mesma intensidade. São também conhecidos como custos de atividade, isto é, aqueles cuja 23 origem é consequência do funcionamento normal da empresa. Quanto maior o volume de atividade n período, maior será o custo variável total e, consequentemente, quanto menor o volume de atividade no período, menor será o custo variável total. (BIASIO, 2011, p.26/27) Segundo MEGIORINI (2012) custos variáveis são aqueles que aumentam ou diminuem conforme volume. São exemplos desse comportamento os custos da matéria-prima (quanto mais se produz, maior a necessidade; portanto. Maior o custo) e da energia elétrica (quanto mais se produz maior o uso de máquinas e equipamentos elétricos; então, maiores o consumo e o custo). Segundo NASCIMENTO (2001) custo variável é o que, a qualquer variação da quantidade produzida ou vendida, acompanha essa mesma variação. Exemplos: matérias-primas, mão-de-obra direta variável ( prêmio de produção) comissão sobre vendas, ICMS e fretes. Alguns tipo de custos têm componentes das duas naturezas. A energia elétrica é um exemplo, já que possui uma parcela que é fixa e outra que é variável; aquela independente de volume de produção e é definida em função do potencial de consumo instalado, e esta dependente diretamente do consumo efetivo. Custos dessa natureza são chamados, às vezes, semivariáveis ou semi-fixos ( outras acepções existem para as expressões), mas preferiremos, neste livro, dizer sempre que são custos com parte fixos e parte variável. MATINS (2003, P.50) 2.2.3 Custo direto O custo direto é o que pode ser diretamente relacionado ao produto ou função. Ele não necessita de rateios é diretamente atribuído ao objeto custeado, são objetivos. Pode-se exemplificar este tipo de custo com: matéria-prima, mão-de-obra direta, serviços subcontratados e aplicados diretamente nos produtos ou serviços. Para ter conhecimento e controle dos custos diretos da empresa estrutura-se uma planilha onde se registra todos os insumos diretamente ligados ou usados no produto. Nessa planilha acrescenta-se o consumo de mão de obra direta quais empregados trabalharam no produto e por quanto tempo, internamente pode-se utilizar uma ordem de serviço para localizar estes custos. Segundo BIASIO (2011) custos diretos são os que ocorrem em determinado produto, identificado como parte do respectivo uso, é o que pode ser diretamente 24 ligado a um produto. Neste tipo de custo não é necessário que se use distribuições proporcionais, a apropriação é feita de maneira direta a cada tipo de bem ou órgão. Como custo direto entende-se o que pode ser imediatamente apropriado a um só tipo de produto ou a um só tipo de serviço. Mais generalizadamente, os custos diretos são os que podem ser apropriados diretamente a uma função de acumulação de custos, seja essa função um produto, um serviço, uma ordem de produção, um centro de custo, uma atividade, ou um órgão da empresa. São exemplos de custos diretos matéria- prima direta e mão de obra direta, pois os próprios títulos indicam a classe a que pertencem, além de outros custos que podem ser enquadrados nessa classe. .... o aluguel de um galpão pode ser classificado como custo direto se nesse local apenas um tipo de produto for elaborado. O custo direto tem a característica de exclusividade, sendo porém apenas uma característica, pois na realidade poderá ser aplicado em mais de uma função de custo. DUTRA ( 2010, p. 26/ 27) 2.2.4 Custo indireto O custo indireto influência no produto, porém de forma indireta. São todos os outros custos realizados para possibilitar a produção, de uma forma ou de outra dependem de uma divisão um rateio para serem distribuídos entre os produtos produzidos. A distribuição desses custos exige conhecimento por parte de quem for alocá-los e não ter cobranças indevidas nos produtos. Exemplos de custos indiretos: custos com a supervisão de produção, a propaganda da empresa, aluguel do prédio, depreciação de máquinas, energia elétrica, custo de administração. Segundo BIASIO (2011) referem-se a todos os custos que são perfeitamente mensuráveis ou identificáveis ao produto; dependem do emprego de recursos para sua distribuição, tais como taxas de rateio ou critério de distribuição proporcional. Os custos indiretos são necessários à operação da fábrica, mas apresentam natureza genérica demais para lançar diretamente no custo do produto. Indireto é o custo que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento de sua ocorrência. Os custos indiretos ocorrem genericamente em um grupo de atividades ou órgãos, ou na empresa em geral, sem possibilidade de apropriação direta a cada uma das funções de acumulação de custos no momento de sua ocorrência. O custo indireto participa de todas ou de várias das funções concomitantemente, sem possibilidade de segregação da parcela que está onerando cada uma das funções quando de sua aplicação. DUTRA (2010, p.27) Custos Indiretos: são os custos apropriados aos produtos de acordo com uma base de rateio ou outro critério de apropriação. Essa base de rateio 25 deve guardar uma relação próxima entre o custo indireto e o produto. Em geral são empregados como bases de rateio: o período ( em horas) de emprego de mão de obra; o período ( em horas) de utilização das máquinas na fabricação dos produtos; a quantidade ( em quilos) de matéria-prima consumida etc. um bom exemplo é o custo de energia elétrica, que pode ser rateado em proporção às horas de utilização das máquinas pelos produtos, considerando que o consumo de energia desses produtos tenha uma relação de causa e efeito muito próxima dessas horas. MEGLIORINI ( 2012, p.9 /10) Segundo DUTRA (2010) os gestores preferem considerar apenas os custos diretos para basear suas decisões, por saberem que eles são mais precisos e identificáveis facilmente, embora tem valor significativo os custos indiretos são desconsiderados no processo decisório. Rateio é uma divisão proporcional por uma base cujos dados tenham valores conhecidos em cada uma das funções de custos e que se julga que o custo ocorre nas mesmas proporções dessa base. DUTRA (2010, p.28) 2.3 MÉTODOS DE CUSTEIO 2.3.1 Custeio por absorção Diante de um mercado cada vez mais competitivo ter as informações sobre o custo total de um produto torna-se uma ferramenta de grande valia, uma grande vantagem competitiva no mundo globalizado de forte concorrência. Este tipo de rateio consiste na apropriação de todos os custos sejam eles fixos ou variáveis, diretos ou indiretos à produção do período, todos os custos da área de fabricação. Custeio por absorção é o único método aceito para fins fiscais, ele toma como base todos os custos da produção. A maiores dificuldades deste tipo de rateio é um certo subjetivismo,e a definição da base do rateio a ser utilizada. Esta tarefa que envolve diferenciar custos indiretos de despesas da empresa. As despesas que não se relacionam com a produção como aluguel da parte administrativa da empresa, luz da fachada entre outras são jogadas diretamente no resultado do exercício e vão abater o lucro. Custeio por absorção é um sistema de apuração de custos que consiste na apropriação de todos os gastos de produção em relação aos bens elaborados, e só os de produção; os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos. Os custos diretos 26 são alocados de forma direta; já os custos indiretos são atribuídos aos produtos através de rateio (critério de proporcionalidades).... Para fins de apropriação é necessário, primeiro, separar as despesas dos custos, pois aquelas são desconsideradas para fins de determinação do valor do produto. Já os custos devem ser divididos em diretos (na sua grande maioria são também como variáveis) e indiretos ( na sua grande maioria são também classificados como fixos). BIASIO (2011,p. 51/52) Segundo BIASIO (2011) os custos diretos estão diretamente alocados de forma direta com os produtos. Já os custos indiretos precisa-se fazer uma análise entre custos e despesas e os definidos como custos colocado num rateio para serem distribuídos aos produtos.diversos que estes custos atingem. O método de custeio por absorção caracteriza-se por apropriar custos fixos e variáveis aos produtos. Desse modo, os produtos fabricados “absorvem” todos os custos incorridos de um período. O primeiro passo é separar os gastos do período em despesas, custos e investimentos. As despesas não são apropriadas aos produtos, e sim lançadas na demonstração de resultados de exercício, por estarem relacionadas à geração de receita e à administração da empresa; os custos são apropriados aos produtos e os investimentos, ativados. O passo seguinte consiste em separar os custos em diretos e indiretos são apropriados aos produtos conforme as medições de consumo nelas efetuadas; já os custos indiretos são apropriados por meio de rateio. MEGIORINI (2011, p.26) Esse método segundo PEARSON (2007) apropria os custos fixos e variáveis à produção de determinado período, as despesas não ligadas a produção serão excluídas. O esquema de apuração será composto pelas seguintes etapas: 1. Separação de custo fixo e despesas; 2. Apropriação de custos diretos e indiretos à produção realizada no período; 3. Apuração de custo da produção acabada; 4. Apuração do custo dos produtos vendidos; 5. Apuração do resultado. No quadro 1 demonstra-se a fórmula de custo por absorção. Quadro 1 . Fórmula custo por absorção O custo por absorção pode ser mensurado por meio da aplicação da seguinte fórmula: CUSTO = (CUSTOS FIXOS+ CUSTOS VARIÁVEIS) / PRODUÇÃO DO PERÍODO Fonte : Pearson ( 2007, p. 193) 27 O custeio por absorção que utiliza cotas racionais se chama custeio racional, uma divisão dentro do custeio por absorção, tem por objetivo neutralizar os efeitos das variações de atividade sobre a produção. No quadro 2 demonstra-se a fórmula do custeio racional. Quadro 2: Custeio racional Fórmula: Coef imputação racional+ gastos fixos x (atividade real/ atividade normal) Fonte: Stark (2007, p.161) Segundo STARK ( 2007) essa distribuição é feita da seguinte forma: calculese a porcentagem que os produtos consomem do índice adotado, então apropriamse os custos indiretos baseados na porcentagem encontrada. Quadro 3: Rateio por centro de custos : Rateio por centro de custos. O custo total de cada produto é determinado pela equação= CT(X) = Custos Diretos (X)+ % porcentagem de Matéria Prima (X) x Custos Indiretos 2. Fonte:Stark (2007, p. 161) No quadro 3 demonstra-se o rateio por centros de custos. Rateio por centro de custos: outra maneira para distribuir os custos indiretos é mediante sua apropriação por centro de custo. Os departamentos de uma empresa são unidades administrativas representadas por homens e máquinas desenvolvendo atividades homogêneas. Um departamento é , na maioria das vezes, um centro de custos (CC), ou uma parte de um centro de custos que engloba mais de um departamento., isso vai depender da forma de agregação que mais convém aos objetivos do sistema de custeio. STARK ( 2007, p.162). 2.3.2 Custeio variável No custeio variável são considerados os custos que variam como custos de produção incorridos no período, matéria-prima, insumos, entre outros. Não levam em consideração nenhum tipo de custo fixo estes existiriam de qualquer forma. 28 O custeio variável não é aceito pelos órgãos governamentais para efeitos fiscais. É usado pela administração como ferramenta de controle interno, ele apresenta claramente a margem de contribuição, possibilita a empresa visualizar com clareza os produtos que as vendas devem ser incentivadas e os que a empresa pode estudar a possibilidade de tirar de linha. A empresa pode usar dessa ferramenta racional quando necessita fazer esta seleção dos produtos que oferecem maior margem de contribuição. Na produção devido aos gargalos precisa selecionar os mais rentáveis para serem produzidos, definir o preço do produto em condições especiais como numa negociação o limite do desconto, ocupar eventualmente uma capacidade ociosa, estudar o volume de produção que mais lhe beneficiará no caso de expansão. A desvantagem deste custeio é não levar em conta os custos fixos. O custeio variável deve ser usado em decisões de curto prazo, outros custeios devem ser levados em conta, na análise dos custos. Eliminar os custos fixos para diminuir o preço dos produtos causa uma avaliação superficial, existem custos mistos que não são fixos totais nem variáveis totais podendo ocasionar uma análise e avaliação incorreta para a empresa. Custeio variável é o método de custeio que consiste em apropriar aos produtos somente os custos variáveis, sejam diretos ou indiretos. A diferença entre esse método e o custeio por absorção reside no tratamento dado aos custos fixos. No custeio variável eles são tratados como custo do período, indo diretamente para o resultado do exercício....o custeio variável é estruturado para atender à administração da empresa. Pelo custeio variável se obtém margem de contribuição de cada produto, linha de produtos, clientes, etc, .MEGLIORINI (2012, P.137) Segundo MEGLIORINI (2012) possibilita aos gestores utilizá-la como ferramenta auxiliar no processo decisório, que inclui ações como: 1. Identificar os produtos que mais contribuem para a lucratividade da empresa; 2. determinar os produtos que podem ter suas vendas incentivadas ou reduzidas e aqueles que podem ser excluídos da linha de produção; 3.identificar os produtos que proporcionam maior rentabilidade quando existem fatores que limitam a produção (gargalos); 4.definir preço dos produtos em condições especiais, por exemplo, para ocupar eventual capacidade ociosa; 29 5. Decidir entre comprar e fabricar; 6. Determinar o nível mínimo de atividades para que o negócio passe a ser rentável; 7. Definir em uma negociação com o cliente, o limite de desconto permitido Em relação ao objetivo de inventários a solução ficou conhecida como o custeio por absorção, esse método, porém não atendia às necessidades das empresas no sentido de oferecer informações para a tomada de decisões estratégicas, notadamente num contexto de alta competitividade entre as empresas, tendo em vista que os custos diretos se comportavam como variáveis e os indiretos como fixos, o que levaria ao conceito que o novo método de custeio chamado direto se ocuparia exclusivamente dos custos diretos, dando aos custos indiretos tratamento de despesas e levando-os integralmente para o resultado do período.DUTRA ( 2010, p. 244) O método de custeio direto ou variável é voltado à geração de informações de custos gerenciais, que tem suas principais idéias lançadas por Clark na primeira metade do século xx,sendo hoje um método utilizado. As principais características são: origem gerencial; orientado para as funções financeiras e de marketing; vendas como elemento gerador de riqueza; só os custos variáveis são imputados aos produtos; custos fixos são despesas do período; margem de contribuição unitária como parâmetro de análise; ênfase na análise da relação custo-volume-lucro. STARK (2007, p.169) Segundo STARK (2007) as vantagens desse método, apontadas pela national association of accountings, para o controle e a tomada de decisões, são as seguintes: 1. o custeio direto indica, de forma clara, o relacionamento custo-volumelucro, informação essencial para o planejamento da lucratividade; 2. o lucro do período não é afetado pelas flutuações causadas pela absorção, maior ou menor, dos custos fixos aos produtos; 3. de acordo com o custeamento direto, os resultados respondem somente nas variações vendas; 4. as demonstrações de resultados e os custos de manufatura gerados pelo custeio direto são mais compreensíveis e acompanham melhor o pensamento dos administradores; 5. o impacto dos custos fixos nos lucros é apresentado de forma mais objetiva, porque o valor desse custo, para o período, já está na demonstração dos resultados; 6. a contribuição marginal facilita a análise do desempenho dos produtos; o custeamento direto facilita a preparação imediata dos instrumentos de controle como 30 os custos- padrão e análises de break-even (ponto de equilíbrio). No custeio variável se utiliza a margem de contribuição onde salienta o que ganha cada produto. A margem de contribuição trata-se do valor que sobra nas vendas igual ao preço de venda menos as despesas fixas e variáveis, em outras palavras o ganho bruto, o que rende em si cada produto. Através da margem de contribuição é possível avaliar no ponto de equilíbrio quantos produtos deve-se produzir e vendar para deduzir as despesas fixas e começar apresentar o lucro. A margem de contribuição é o montante que resta do preço de venda de um produto depois da dedução de seus custos e despesas variáveis. Representa a parcela excedente dos custos e das despesas geradas pelos produtos. Caso o preço de venda de um produto seja inferior a seus custos e despesas variáveis, temos uma situação de margem de contribuição negativa, que deve ser revista ou , por condições comerciais, suportada, ou, mesmo por razões estratégicas, a empresa poderá manter produtos com essa situação. A empresa só começa a ter lucro quando a margem de contribuição dos produtos vendidos supera os custos e as despesas fixos do exercício. Assim, essa margem pode ser entendida como a contribuição dos produtos à cobertura dos custos e despesas fixos e a lucro MEGIORINI (2012, p. 137/ 138). No quadro 4 demonstra-se a fórmula da margem de contribuição, e o que significa cada elemento desta fórmula. Quadro 4: Margem de contribuição MC= PV- (CV+DV) Onde MC= margem de contribuição, PV = preço de venda, CV = custos variáveis, DV = despesas variáveis. Fonte: Megliorini (2012, p. 137) As vantagens na utilização da margem de contribuição: esses índices podem auxiliar a administração a decidir quais os produtos devem merecer maior ou menor esforço de vendas; são essenciais às decisões de se abandonar ou não uma linha de produtos; podem ser usadas para avaliação e alternativas de preços de vendas; quando se concorda quanto aos lucros desejados , pode-se avaliar o número de unidades a serem vendidas; fornece dados para se decidir como utilizar determinado grupo de recursos limitados, da maneira mais lucrativa; é útil nos casos em que os preços de venda estão firmemente estabelecidos no ramo, pois o problema principal da empresa passa a ser o estabelecimento de quanto ela se pode permitir gastar em custos variáveis e o volume que pode obter. STARK (2007, p.169/ 170) 31 Segundo STARK (2007) o ponto de equilíbrio operacional de uma empresa é o nível de vendas necessários para cobrir os custos operacionais e avaliar a lucratividade associada a vários níveis de vendas. No quadro 5 demonstra-se a fórmula do ponto de equilíbrio. Quadro 5 Ponto de equilíbrio FORMULA=/// Ponto equilíbrio= = QUANTIDADE PRODUZIDA X (PREÇO UNITÁRIO – CUSTO VARIÁVEL) FONTE: STARK (2007, P. 170) 2.3.3 Custeio baseado em atividades ABC O custeio abc é aquele baseado nas atividades que a empresa executa para a produção através da análise das atividades. Este rateio se utiliza os custos diretos por apropriação também os custos indiretos dos produtos por direcionadores de custos, tem valor significativos e relevante perante os produtos. No custeio abc é importante identificarmos as atividades básicas e mais relevantes de cada processo para a produção para mais tarde quantificar e custeálas para montar uma planilha com a soma de todos os custos de forma direta e indireta para montar o preço de custo do produto. O ABC (custo baseado em atividades) é o sistema de custeio que tem por objetivo determinar o custo de cada atividade e , para isso, utilizam-se direcionadores de custo (cost driver) para alocar os gastos indiretos ligados às atividades que os consomem. Pelo ABC, o que gera os gastos não são os produtos, mas as atividades, sendo que os produtos consomem atividades. O custo do produto, por esse sistema, é determinado pela SMA dos custos diretos (apropriados diretamente aos produtos consumidores) e indiretos, compostos pelo custo das atividades utilizadas para produzi-lo (apropriados aos produtos através do uso dos direcionadores de custos). BIASIO (2012, p. 56) Segundo BIASIO (2012) sistema de custeio baseado em atividades tem vários objetivos, cabendo a cada empresa defini-los de acordo com o seu porte e suas metas. Dentre os propósitos mais adotados têm-se: a) apurar o real custo dos produtos de forma correta e , como conseqüência, melhorar o processo do negócio; 32 b) identificar as atividades que agregam ou não valor e a possibilidade de eliminá-las; c) determinar o custo dos produtos em empresas com grande diversidade de produtos e clientes; d) distribuir os custos indiretos dos produtos de forma mais próxima à realidade de seus custos; e) alavancar as atitudes das pessoas envolvidas no processo de mudança. A proposta do custeio ABC é apropriar os custos indiretos às atividades, pois, conforme filosofia por ele apregoada, são elas as geradoras de custos. Assim, cada um dos custos indiretos deve ser relacionado às suas respectivas atividades por meio de direcionadores de recursos que melhor representam as formas de consumo desses recursos e , em seguida, apropriado aos produtos, serviços ou outros objetivos de custeio, conforme os direcionadores de atividades mais adequados. A primeira etapa do custeio ABC é identificar as atividades executadas em cada departamento. Sugere-se identificar as consideradas mais relevantes, para o que se podem utilizar diversas técnicas, tais como entrevistas como os gestores, aplicação de questionários aos gestores e observação direta. MEGLIORINI ( 2012, P. 189/190) Quadro 6 : Atividades de produção Atividades de exemplos: compras (comprar materiais, desenvolver fornecedores); almoxarifado (receber materiais, movimentar materiais); montagem (preparar máquinas, montar conjuntos); pintura ( preparar máquinas, pintar conjuntos montados) Fonte: Megliorini (2012, p. 190) No quadro número 6 demonstra-se atividades exemplos no quadro. Este capítulo apresentou a fundamentação teórica sobre custos, classificação e métodos de custeio, principalmente para orientar o leitor e facilitar o entendimento desta monografia. Em função disto, o próximo capítulo vai apresentar a fundamentação teórica sobre formação de preço de venda. 33 3. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA 3.1 CONSIDERAÇÕES O preço de venda é o elemento fundamental da empresa. É o que vai influenciar o volume de vendas pelo atrativo comercial. Melhores preços maior o volume de vendas, mas também é o determinante em quanto a empresa vai lucrar em cima deste produto, a margem de contribuição. O que sobra do valor de venda menos o custo para a produção multiplicado pelo volume de certa forma é o lucro bruto da empresa. Com o intuito de tornar um produto mais atrativo e aumentar ainda mais seu volume de vendas a fim de diminuir os custos fixos e indiretos pelo volume da rotatividade dos produtos, a empresa poderá ter que ceder a preços impostos pelo mercado e adaptar-se para ter melhor êxito. Pode-se verificar que as variações de preço são mais influentes do que as variações de quantidade do produto. Se o preço de venda baixar as quantidades vendidas tem que serem muito maiores para compensarem e manter o resultado. Segundo Megliorini (2012) embora o gestor possa calcular os custos de um produto com o máximo rigor utilizando os métodos de custeio, no momento de definir o preço ele se depara com um problema operacional altamente complexo. Além de proporcionar um retorno adequado ao investimento realizado, o preço está sujeito a aspectos que fogem ao controle da empresa, como as regulamentações governamentais, o avanço tecnológico, a mudança de gosto do consumidor, os preços da concorrência, entre outros. Assim decidir o preço de um produto envolve muito mais que simplesmente efetuar cálculos. Segundo STARK (2007), o estabelecido do preço de venda dos bens e serviços constitui uma estratégia competitiva de grande relevância para as empresas. A importância da perfeita estimativa do preço ganha importância à medida que a empresa convive com as imposições do mercado, dos custos, do governo, da concorrência, da situação econômica mundial e da disponibilidade financeira do consumidor. 34 3.2. PARADIGMAS SOBRE PREÇOS Na atualidade, o mercado é o grande sinalizador de preços. Os consumidores passaram a ter mais força e influenciar fortemente no preço das mercadorias ofertadas. O mercado é cada vez mais competitivo e a empresa perdeu o poder de impor o preço de seus produtos da forma que melhor lhe convém. As empresas verificam se é viável ofertar o produto pelo preço atrativo do mercado mas que ao mesmo tempo permita que a empresa gere lucro neste produto e pague seus custos. No quadro 7 demonstra basicamente a formulação de preço de venda. Quadro 7 Preço de venda PREÇO DE VENDA = CUSTO+LUCRO+DESPESAS VARIÁVEIS Fonte: Megliorini (2012, P.232) A empresa, seja ela comercial ou de serviços, precisa determinar, com precisão, seus preços de vendas, sob a pena de perder mercados se praticar preços acima da concorrência ou sofrer prejuízos pela venda de seus produtos e mercadorias abaixo do custo. O lucro pode pode ser adaptado e fixado conforme o produto, por hora de serviço ou por atividade, ou ainda em termos percentual sobre as vendas. Somando todos os itens se determinará o preço de venda. Este precisa ser avaliado, comparado e nivelado com a concorrência. Se está mais alto que esta, uma avaliação precisa ser feita questionando se não há excessos de custos indiretos e fixos, se a formação do preço de venda está correta, se os tributos estão aplicados de forma certa, se a margem de lucro é compatível a linha de produtos e ao risco empresarial. Muitos empreendedores ainda buscam atribuir o preço de venda de um produto ou serviço tendo seu custo como base, e é nesse ponto que começam a surgir os problemas. Um dos problemas se refere à determinação do custo. Ele pode assumir diferentes valores, dependendo do método de custeio utilizado em seu cálculo. Dependendo também da maneira como os recursos consumidos na obtenção do produto são valorizados: se o preço de aquisição desses recursos é o preço de mercado à vista ou a prazo, com ou sem desconto; se é o valor pago na última 35 aquisição ou se esse valor é corrigido por um índice qualquer etc. MEGLIORINI (2012, p. 232) Segundo STARK (2007) os preços podem ser fixados visando objetivos diferentes tais como maximizar os lucros, elevar a quantidade vendida, conquistar novos mercados, ganhar concorrências, etc. Dessa forma, o processo de decisão de preços está relacionada com a busca de um equilíbrio interno e externo: de um lado, o preço de um produto ou serviço precisa atender às condições de concorrência de mercado e , de outro, a fixação desse preço necessita sustentar as políticas da empresa, como níveis de investimento, produção, retorno do capital aplicado, cobertura dos seus custos etc. Pode-se dizer que na gestão de preços, as empresas procuram determinar um valor que: 1. Possa proporcionar um fluxo de lucros contínuo a longo prazo; 2. Permita a otimização no uso da capacidade instalada; 3. Garanta um retorno satisfatório sobre os capitais investidos no negócio. Segundo MARTINS (2003) para melhor administrar os preços de vendas, sem dúvida é necessário conhecer o custo de um produto. Além do custo, é necessário saber o grau de elasticidade da demanda, os preços de produtos dos concorrentes, os preços de produtos substitutos, a estratégia de marketing da empresa etc,. E tudo depende também do tipo de mercado em que a empresa atua que vai desde monopólio até a concorrência perfeita. O importante que o sistema de custos traga informações úteis e de acordo com a filosofia da empresa. Os preços podem ser fixados nos custos, no mercado ou na combinação dos dois. 3.3. FORMAÇÃO DE PREÇOS COM BASE EM CUSTOS A formação de preços orientada pelos custos considera que os preço deve ser suficientes para cobrir todos custos e despesas, além de proporcionar um lucro capaz de remunerar adequadamente os investimentos realizados. Este tipo de fixação de preço não leva em conta a elasticidade do mercado e nem o preço de produtos similares avalia apenas o produto produzido pela empresa. Segundo MARTINS (2003) para a fixação do preço, precisaríamos primeiramente não só fixar a base de distribuição dos custos, despesas e lucro, como também prefixar o volume de cada produto, caso contrário não seria possível 36 o cálculo. Mas o volume de produção e venda de cada produto vai depender do preço. Entra-se assim, numa espécie de looping, do qual só se consegue sair arbitrando-se o volume. Numa economia com monopólio ou oligopólio, onde a decisão é centralizada, pode funcionar este tipo de formação de preço mas numa economia de mercado aberto, os preços são mais decorrentes da oferta e da procura, o mercado é o grande responsável pela fixação de preços e não os custos de obtenção do produto. 3.3.1 Formação de preços com base em custos (absorção) Essa fixação de preços leva em conta os custos fixos e variáveis, preço do custeio integral. Segundo MARTINS (2003) Sobre este custo se agrega o Mark-up uma margem de lucro esperada para cobrir os gastos não incluídos no custo. No quadro a seguir descreve-se um exemplo de como se forma o preço de venda por Mark-up. No quadro 8 mostra os fatores que compõem o Mark-up. Quadro 8 Formação do preço de venda por absorção CUSTO UNITÁRIO $8 DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS 10% DA RECEITA COMISSÕES DE VENDEDORES BRUTA 5% DO TRIBUTOS SOBRE O PREÇO DE VENDA MARGEM DE LUCRO DESEJADA VENDA 20% BRUTO 5% SOBRE A RECEITA PREÇO DE BRUTA TOTAL DO MARKUP SOMA 40% PV= $8 + 0,4 PV PV – 0,4 PV= $8 0,6 PV= $8 PV= $8 / 0,6 PV= $13,33 Fonte: Martins (2013) Segundo MARTINS ( 2013) o preço definido, uma referência sujeita a ajustes de acordo com as condições de mercado e com as negociações específicas com cada cliente, talvez transação a transação. Observações importantes: 37 o custo deve ser o de reposição, a vista, e em moeda corrente. Assim o preço calculado também é para venda à vista; para calcular preços de venda a prazo, é necessário embutir os encargos financeiros correspondente; se o critério de custeio for o variável, então o markup terá que ser acrescido de um percentual estimado para cobrir os custos fixos de produção, não incluídos no custo do produto; os tributos a considerar são os incidentes direta e proporcionalmente sobre a receita, como ICMS, PIS, COFINS, ISS, CPMF, etc. o lucro desejado pode ser expresso de várias outras formas, inclusive em valor absoluto, tomando-se por base o capital investido, o custo de oportunidade, etc. 3.3.2 Uso do ABC para fixar O preço de venda A definição de preço através do custeio ABC é a forma mais completa de fixar o preço de venda engloba a despesa total de um produto, engloba o rateio de melhor qualidade e mais forte. Este tipo de custeio é essencial para o uso naqueles produtos diferenciados que não possuem concorrentes diretos no mercado, eles tem características exclusivas que se destacam dos demais ou até mesmo à aqueles que não têm concorrência. Segundo MARTINS (2012) mesmo dentro do ABC, critérios ou direcionadores de custos que muito comumente contêm variadas doses de subjetivismo; além disso, continuam em pauta todos os problemas derivados da existência da variação nos volumes de produção no que se refere ao cálculo de custo unitário. No caso de a empresa lançar um produto novo no mercado, já começa o grande problema estimar o volume a ser vendido para daí então chegar ao custo unitário global, incluindo os custos fixos de produção e as despesas fixas de vendas, administração e financiamento? E este problema não é , obviamente, solucionado por nenhuma forma de custeamento no caso de um mercado competitivo. 38 3.3.3 Uso do custeio variável na fixação do preço de venda Neste tipo de custeio “o variável”, se avalia e auxilia na fixação de preço com a margem de contribuição de cada produto. A empresa não pode tomar decisões baseadas apenas no setor financeiro de custos ou no setor de marketing que avalia a empresa perante o mercado, os setores se completam e dependem entre si. Se a empresa por circunstância excluir um produto que o setor de custos considera trazer prejuízo por baixa margem de contribuição, pode acabar afastando o cliente que quer fazer um pedido maior e eleger uma empresa mais completa a fim de ganhar descontos em virtude do volume. Aquele produto pouco rentável atrai para outros produtos mais rentáveis, exemplo um supermercado de bairro de porte pequeno o açougue oferece pouco lucro em virtude da perda por baixa rotatividade mas chama a cliente lá e se não tiver açougue eles vão para outro mercado. Segundo MARTINS (2012) se o dirigente ouvir só o setor de custos, talvez venha a cortar produtos que, mesmo pouco ou nada rentáveis, talvez produzam BA imagem para a firma e sejam responsáveis pelo faturamento de inúmeros outros itens. Por outro lado, se depender só da área de marketing, talvez venha a decidir por trabalhar só com os produtos de fácil colocação e de boa margem de comissão aos vendedores mas que talvez não dêem lucro algum. O dirigente vai além de proceder a todas as análises técnicas disponíveis, pesar bem as duas informações e usar de seu bom senso, sua experiência e sua sensibilidade para tomar a decisão final. Exemplo como poderia o conceito de margem de contribuição ser de grande valia mostraremos. Uma empresa antes de lançar um produto faz um estudo de mercado e prevê que se o produto for vendido a $ 1.000/ unid. provalvelmente serão vendidas 1000 unidades por mês; mas se colocar a $900/ unid. provalvelmente se venderá 1200 unidades por mês. Suponhamos que as despesas e custos variáveis $ 700 mês, qual a melhor alternativa? No quadro 9 demonstra o cenário do exemplo1. Quadro 9 Hipótese exemplo cenário 1 Hipótese a ) 1000 unid a $ 1.000/ unid Margem de contribuição = $1.000 - $700 = $300/ unid 39 1000 unid x $300/ unid = $ 300.000 de M.c. total Hipótese b) 1200 unid a $900/ unid. Margem de contribuição = $900 - $700 = $200/ unid 1200 unid x $200/ unid = $ 240.000 de M.c. total Fonte: Martins (2003) A hipótese correta é a primeira neste caso com preço maior e quantidade menor. Tem que avaliar se a margem de contribuição total é suficiente para cobrir os encargos fixos e ainda fornecer um lucro mínimo desejado. Vejamos um cenário 2 com os custos e despesas variáveis mensais de $350 mês. No quadro 10 demonstra-se este cenário 2. Quadro 10 Hipótese exemplo cenário 2 Hipótese a ) 1000 unid a $ 1.000/ unid Margem de contribuição = $1.000 - $350 = $650/ unid 1000 unid x $650/ unid = $ 650.000 de M.c. total Hipótese b) 1200 unid a $900/ unid. Margem de contribuição = $900 - $350 = $550/ unid 1200 unid x $550/ unid = $ 660.000 de M.c. total Fonte: Martins (2003) Neste caso a hipótese b é melhor por ter a margem de contribuição mais baixa, mas pelo volume vendido a margem de contribuição total é maior. Nem sempre a melhor alternativa é a que maximiza a receita, mas dependendo da situação a menor receita pode propiciar o maior resultado. Segundo MEGLIORINI (2012) Embora lucro e margem de contribuição sejam conceitos diferentes, muitas vezes são considerados –indevidamentesinônimos na representação dos ganhos proporcionados pelo produto ou pela linha de produtos de uma empresa. Conceitualmente temos: a) o lucro é obtido pela diferença entre a receita líquida de vendas e o montante de custos e despesas. Em uma demonstração de resultados do exercício (DRE) são apresentados diferentes níveis de lucro: 40 lucro bruto: constitui a diferença entre a receita líquida de vendas (sem impostos) e o custo. Considerando-se um produto individualmente, o lucr bruto compreende a diferença entre seu preço de venda sem impostos e seu custo de produção. Lucro operacional: representa a diferença entre o lucro bruto e as despesas operacionais (despesas de vendas e administrativas). Lucro líquido: é o quanto sobra de receita que fica à disposição dos proprietários da empresa. b) A margem de contribuição corresponde à diferença entre a receita líquida de vendas e o montante de custos variáveis somando às despesas variáveis. Tecnicamente, representa a contribuição dos produtos vendidos para a cobertura dos custos fixos mais as despesas fixas da empresa. Após essa cobertura o que sobrar será a contribuição ao lucro da empresa. 3.4 MARK- UP O Mark-up significa somar ao custo unitário do produto uma margem fixa em percentual para obter o preço de venda. Essa margem deve cobrir todos os custos e despesas e propiciar um determinado nível de lucro. Neste cálculo do markup o que varia basicamente são os custos, pelos quais a margem é aplicada pode ser sobre custos variáveis, os custos variáveis mais os rateados, apenas os custos de produção e ainda os custos de produção mais as despesas de vendas, distribuição e administração. Os Mark –ups se relacionam com a margem bruta de lucro. No quadro 11 demonstra-se a fórmula do Mark-up. Quadro 11 Fórmula do mark-up Mark-up= custo unitário + margem Fonte:Stark(2007, p. 307) Segundo MEGLIORINI (2012) o mark-up consiste em uma margem, geralmente expressa na forma de um índice ou percentual, que é adicionada ao custo dos produtos. Esse custo apresentará variações dependendo do método de 41 custeio utilizado (por absorção, variável, pleno etc.) vale lembrar os seguintes conceitos: Custeio por absorção: método que consiste em atribuir aos produtos todos os custos de produção, sejam fixos ou variáveis. Custeio variável: método que consiste em atribuir aos produtos apenas os custos variáveis. Custeio pleno: método que consiste em atribuir aos produtos todos os custos de produção e todas as despesas. Quadro 12: Preço de venda segundo Mark-up PREÇO DE VENDA = CUSTO / MARK- UP PREÇO DE VENDA = CUSTO X MARK – UP Fonte: Megliorini (2012, p.239) No quadro 12 demosntra-se a fórmula do Mark-up. Segundo KOTLER (2000) suponha que o fabricante queira realizar um markup de 20 por cento sobre as vendas, o preço do Mark-up seria determinado por: No quadro 13 demonstra-se a formula do preço de Mark-up. Quadro 13: Preço de mark- up Preço de Mark-up= custo unitário __________________ = $16 = 20 (1- Retorno sobre vendas desejadas) Fonte: Kotler (2000, p.486) Nem sempre Mark- ups elevados significam lucro para empresa, um Markup elevado resulta em um preço muito alto do produto preço que poucos consumidores pagarão, pode-se ganhar se vender maior volume com um Mark –up mais baixo. 3.5 CUSTO DE OPORTUNIDADE O custo de oportunidade é o valor que a empresa poderia ter ganho se tivesse aplicado este dinheiro em outra forma de remuneração, são as 42 oportunidades sacrificadas em prol de um investimento, exemplos de decisões se deixa de fazer algo isso tem um custo. No custo de oportunidade o administrador vai analisar as possibilidades, características de cada investimento para avaliar a alternativa pela qual a empresa deve optar. Quando se deixa de fazer algo, claramente, isto tem um custo. Os prestadores de serviços podem demonstrar claramente o efeito do custo de oportunidade tem um bom senso de oportunidade. Por exemplo, eles percebem que fazer um desconto especial para um amigo pode sair bem caro se isso significar que ele vai recusar outro trabalho que paga melhor. Segundo Wieser, o custo de oportunidade de um fator de produção representa a renda líquida gerada por esse fator em seu melhor uso alternativo. Poe esse enfoque, o estudo do conceito tem sido aprofundado nas áreas de economia e contabilidade, resultando em uma ampliação e intensificação do seu uso, principalmente no que se refere ao campo decisorial das empresas. Assim pode-se dizer que o custo de oportunidade é um dos conceitos mais importantes, não só para a economia e contabilidade, mas também para a área de finanças como um todo, uma vez que proporciona instrumentos bastante eficazes para a tomada de decisões por parte dos empresários e administradores, especialmente aqueles Segundo MARTINS ( 2003) representa o custo de oportunidade o quanto a empresa sacrificou em termos de remuneração por ter aplicado seus recursos numa alternativa ao invés de em outra. Se usou seus recursos para a compra de equipamentos para a produção de sorvetes, o custo de oportunidade desse investimento é o quanto deixou de ganhar por não ter aplicado aquele valor em outra forma de investimento que estava ao seu alcance. Normalmente este tipo de comparação tende a ser um pouco difícil, em função principalmente do problema de risco. Os graus de risco de um e outro empreendimento são bastante diferentes, e por isso a comparação entre os retornos é também sem muito sentido. Segundo STARK (2012) o conceito de oportunidade se refere a uma possível perda de recursos pela opção por determinada alternativa em detrimento de outra. Seu cálculo pode ser feito em função da diferença de resultado entre duas alternativas: 1, a que se concretizou; 2 a que teria se concretizado caso a opção tivesse sido diferente. Para analisar essa diferença, é preciso considerar as possíveis receitas e custos das duas alternativas. No quadro 14 demonstra-se a fórmula do custo de oportunidade. 43 Quadro 14 Custo de Oportunidade Custo de oportunidade= valor de mercado de Determinado ativo x taxa de oportunidade da empresa Fonte: Stark (2012, p. 285) Este capítulo apresentou a fundamentação teórica sobre formação do preço de venda e sua aplicabilidade. Principalmente para orientar o leitor no entendimento deste trabalho de conclusão de curso. Para tanto, o próximo capítulo vai apresentar o estudo de caso. 44 4. ESTUDO DE CASO 4.1 EMPRESA CATTANI TINTAS Este estudo de caso apresenta uma analise na flexibilização dos preços de venda da empresa Cattani Tintas, empresa do ramo do comércio de tintas imobiliárias localizada em Caxias do Sul – RS. A empresa Cattani Tintas foi fundada no dia 06 de setembro de 1989, pela sócia (firma individual e microempresa) com a razão social de Angelina Baldasso Cattani, residente e domiciliada nesta cidade de Caxias do Sul, á rua Sarmento Leite 1272. A empresária fundou a empresa com o objetivo de ter seu próprio negócio e expandir seu capital, trabalhar para si, pois já tinha adquirido experiência profissional neste ramo de comércio, uma vez que trabalhou tempos para terceiros. Trabalhava numa grande loja de materiais de construção, “Empresa comercial Imperial Materiais para Construções”, sua função era de caixa e, de certa forma, fazia o parte financeira, faturamento e pagamentos. Era proprietária de uma sala comercial no prédio de sua residência. Ao analisar o mercado da época, ele estava em expansão e propício devido a alta inflação daquela época. Optou pelo ramo da construção civil, principalmente por apresentar-se em constante expansão. Seguiu os conselhos de seu irmão Pedro Baldasso, que trabalha no ramo e possuía uma loja de material para construções na cidade de Carlos Barbosa. Com estas informações fundou uma empresa comercial no ramo de tintas imobiliárias. O investimento inicial foi dinheiro que possuía na época. Através do capital acumulado nos anos de labuta somado ao da Rescisão de Contrato de Trabalho, cerca de 18 anos, era a terça parte para o formação de um mínimo de capital. Começou com estoque pequeno e foi reinvestindo o lucro para aumentar o capital. Juntamente com seu esposo Claimar Cattani, que a auxiliava nas horas de folga, organizaram a sala comercial pertencente a empresária localizada na rua Sarmento Leite 1272. Esta sala possui 80 metros quadrados e um subsolo com alto pé direito que se adequaria futuramente a um depósito maior com mezanino. A Sala não estava adequada para o comércio de tintas, possuía carpete e lajotas de barro com baixa resistência ao impacto. Mesmo com poucos recursos e a sala na época 45 bem afastada do centro, pouco incentivada pelos fornecedores a empresária persistiu e montou seu negócio. A princípio seu estoque contou com o primeiro pedido apenas 60 galões de tinta a óleo, 72 galões de tinta esmalte, uns 48 de tinta acrílica e 20 baldes de 18 litros. Era um estoque baixo até mesmo para o princípio. Mas avaliava se teria algum êxito em suas vendas. Para mais tarde investir novamente no estoque e fazer um pedido maior. A Cattani Tintas teve êxito fundamentalmente por seis fatores determinantes: Persistência: paciência e não perder o otimismo diante de um quadro inicial dramático quase sem clientes, algumas manhãs passavam sem que nenhum fregês entrasse na loja. Baixíssimos custos fixos: a loja tinha seu próprio espaço físico pertencente à proprietária Angelina. O custo do aluguel não gerava ou não se levava em consideração como despesa financeira a princípio. Angelina possuía reservas para seu sustento e contava com o auxilio de marido, Claimar Cattani que trabalhava na metalurgia. Seu salário não se fazia necessário a priori não tinha necessidade de ser retirado do caixa da empresa, a princípio. Contava com o auxilio de sua filha Fabiana Cattani, na época com 9 anos, que fazia companhia a mãe na parte da manhã. Se fazia presente no balcão com o intuito de chamá-la quando chegassem clientes. Assim a mãe poderia fazer um lanche, ir ao banheiro ou organizar um material na loja até mesmo fazer a limpeza da mesma. Os custos iniciais eram com água, luz, propagandas baratas e possíveis para o momento, contador, e com o fornecedor de tintas. Momento econômico adequado: este quadro econômico (do fim dos anos oitenta e inicio dos anos noventa) com o término das altas taxas inflacionárias e o início da era Collor com a abertura de mercado era muito propício. Ou seja, globalização da economia brasileira, bom para a abertura de qualquer ramo de empresa com pouco capital. O povo estava consumindo muito. Nosso dinheiro passou a valer muito mais com o real. Produtos de longa validade: tintas imobiliárias são produtos que apresentam longa duração. Na época, antes da lei que instituiu validade em todos os produtos, a tinta possuía maior quantidade de chumbo em sua formulação, 46 durando mais de 10 anos a embalagem fechada. Com a lei que foi instituída sobre os produtos industrializados, o chumbo foi restringido para uso em maiores quantidades pelos órgãos responsáveis atualmente. As validades não se faziam presentes nas embalagens, dependendo só do bom estado de conservação e pouca umidade para não enferrujar as latas. Portanto poderia se trabalhar com estoques grandes e de baixa rotação, como comprar no momento de promoções maiores quantidades para aproveitar o preço e obter ganhos financeiros. Produtos de compra comparada: a tinta imobiliária dificilmente é comprada no impulso. Os clientes pesquisam, analisam, buscam a melhores condições de atendimento e preços. Por trabalhar apenas com capital próprio e disponível: nunca Angelina, nem o seu esposo Claimar, administradores da empresa, desde sua fundação, apesar dificuldades de montar o estoque, jamais recorreram a capital de terceiros. Esta é uma crença e um princípio de seus fundadores. O empréstimo, mesmo o mascarado na forma de compra a longo prazo, é um capital incorporado a empresa mas que pode gerar instabilidade para a mesma. As empresas começam fazendo empréstimos pequenos em bancos, em compras somente com prazos para pagamento longos e acabam perdendo o controle financeiro. É necessário muita disciplina financeira. Se a compra do estoque se realizar apenas com o capital disponível, ou seja, compra de pagamento antecipado além de um controle total de compras temse ganho financeiro e poder de barganha que se soma ao capital. Com estes princípios e crenças os fundadores da loja foram crescendo em capital e se solidificando. A loja inicialmente começou vendendo a marca Sherwin Willians depois de um ano e meio e com seu considerável crescimento e da aquisição de móveis e utensílios, passou a estudar a oferta de outra marca inicialmente a coral. Com o passar de mais dois anos, a coral não acreditou muito na loja e não quis ofertar os mesmos descontos que outras lojas da cidade tinham e instituindo litragem mínimo (compra de no mínimo dois mil litros mês). Mas a marca Suvinil, que até então não era tão reconhecida pelo público e seu vendedor acreditaram no potencial da loja abriram cadastro para compra direta, com bom desconto e instituiu pedido mínimo de até considerável baixo valor. Aproveitando esta oportunidade Claimar Cattani vendeu um terreno no inicio da 47 temporada 1992 por volta de setembro quando as empresas de tinta se preparam para o verão. Crescemos juntamente com a marca Suvinil pela sua qualidade, bom preço. A marca cresceu e expandiu e nós também. Em 1992 vários acontecimentos tumultuaram a loja: 1. A sócia fundadora apresenta sintomas do Mal de Alzheimer. 2. Após o plano real, a troca da moeda dificultou o trabalho de caixa de dona Angelina, o que passou a ser feito por sua filha de 11 anos, Fabiana. 3. Este novos fatores obrigaram seu esposo Claimar Cattani a deixar o trabalho na metalúrgica e assumir o caixa da loja. Angelina ficou na loja até que a doença permitiu. Em 12 de dezembro de 1995 a empresa individual de Angelina foi fechada e se fundou uma nova empresa com a razão social de Comercial de tintas Cattani LTDA com o regime de empresa de pequeno porte e com os dois sócios Claimar Cattani e Angelina Baldasso Cattani. A participação de Angelina nesta época era apenas física como terapia ocupacional. Ela apenas varria a loja e fazia presença, pois a doença já estava avançada e mal conseguia escrever e tão pouco assinar. A empresa ia crescendo mais um funcionário passou a integrar o quadro da loja para ajudar na reposição, estoque e vendas, enquanto Claimar fazia entregas com seu carro pessoal um Chevette 88. Em 1996 a Cattani tintas adquiriu a máquina de tintonométrica para a preparação de cores em dois minutos, a novidade do mercado no momento. Com esta máquina e as bases, faria-se a cor desejada num catalogo de duas mil cores. Esta máquina teve um custo de 40 mil dólares, numa época propícia em que o dólar se equivalia a um real, facilitando a aquisição desta e de suas bases para a coloração de tintas. Novas aquisições se fizeram como: computadores pela loja um carro para os proprietários deixando o Chevette para uso exclusivo da loja, e mais uma camionete saveiro em 1998. A Cattani Tintas construiu um capital sólido apenas reaplicando o lucro na própria empresa. Em fevereiro de 2006 sua sócia fundadora veio a falecer. Pelos tramites legais a empresa teve alteração do contrato social e seus herdeiros assumiram como sócios em 01 de junho de 2007. A empresa hoje conta com um funcionário para o estoque e reposição, um funcionário para vendas e entrega sua sócia que trabalha nas vendas e na era de organização e marketing da empresa, seu sócio fundador que administra. Ela faturou R$1. 042.529,00 em 2010; R$1.184.000,00 em 2011; R$ 1.140.000,00 em 2012. 48 4.2 FORMAÇÃO DE PREÇOS DOS PRODUTOS Nesta seção descrevem-se quatro produtos que a empresa Cattani Tintas vende, bem como, a elaboração do seu preço de venda. Em todos os produtos da loja é aplicada uma tava de lucro de 35 % em média. Para alguns produtos de baixo valor e secundários é aplicado uma taxa de 50% onde se subtende estar incluso, incorporado por esta taxa única, em média os 10% voltados para custos fixos. Não são acrescidos custos diretamente ao produto, pela complexidade deste processo, porque os custos fixos são relativamente baixos e as vendas, na loja, serem muito sazonais. Sazonal quer dizer que variam, flutuam conforme o período do ano. Como se trata de um comércio de tintas para pintura imobiliária e ser mais propicio a realização da pintura principalmente externa, em tempo quente e seco, a procura em períodos não propícios diminui bastante. As vendas têm seu período de alta no início da primavera. Elas praticamente dobram, quando as pessoas passam a reformar e pintar suas casas com maior intensidade. Isto não tem apenas uma causa psicológica ou de costume. Existe uma causa química, a pintura não pode ser realizada abaixo de dez graus sobre hipótese nenhuma, por ser mais frio no outono e no inverno, principalmente na região sul, a aplicação da tinta nas paredes externas só podem ser feitas corretamente a partir das 9:00 horas da manhã até as 16:00 horas da tarde se não tiver umidade intensa. Para se ter o tempo de uma pré-secagem ou mínima cura até a chegada do frio mais intenso com a noite e pela manhã para secar o orvalho da noite nas paredes. A umidade e o frio são responsáveis por muitos problemas técnicos na pintura e insistir pode ser causa de trabalho mal feito e desperdício de material. Nestes casos o melhor é a prudência e aguardar o tempo seco ou seja umidade inferior a 70% e temperatura acima de 12 graus durante a pintura e por no mínimo mais 3 horas tempo da pré-secagem. Fundamental analisar a previsão de chuva intensa pois se ocorrer pancadas de chuvas fortes antes da total secagem da tinta esta pode ser lavada da parede, ocorrerem bolhas na tinta esmalte e enrugamento. A textura pode ser lavada literalmente da parede. As paredes quase secas podem ficar manchadas com a umidade antes da total cura e secagem. 49 Dificilmente clientes compram tintas para deixar estocadas com o intuito de pintar na próxima estação ou para quando o tempo se estabilizar e ficar quente e seco por dias e permitir a realização da mão-de-obra. Isso ocorre por ser um mercado que segue tendências como vestuário. A moda pode mudar. Os preços pouco variam geralmente uma aumento anual de no máximo 12% e algum no meio do ano para reajuste da variação cambial; pelos clientes não estarem bem seguros do que vão pintar e como vão pintar e podem mudar de idéia; pelas quantidades mudarem com a troca de profissional; por estarem sempre surgindo produtos novos e melhorados. Geralmente o cliente compra o material poucos dias antes da realização da pintura quando o profissional liberal, o pintor, previamente agendar o trabalho ou chegar para começar a obra. Porém os custos fixos não variam significativamente pode se observar no quadro 15. 50 Quatro 15: Custos e despesas fixos Cattani Tintas CUSTOS E DESPESAS FIXOS ALUGUEL c IPTU (ESTIMADO) R$ LUZ (parte administrativa e loja) R$ ÁGUA R$ LIMPEZA R$ ADMINISTRADOR R$ FUNCIONÁRIOS SALÁRIOS+ BENEFÍCIOS R$ PROPAGANDA EM BRINDES R$ ESCRITÓRIO CONTÁBIL R$ CAMIONETE VEÍCULO DE ENTREGA (SEGURO + R$ 1.300,00 120,00 70,00 200,00 2.500,00 6.000,00 800,00 700,00 700,00 AMORTIZAÇÃO+ MANUTENÇÃO+ COMBUSTÍVEL PARA RESOLVER ASSUNTOS ADM LOJA ) ASSOCIAÇÃO AO SINDILOJAS- SPC SUPERMERCADO (MATERIAL DE LIMPEZA, R$ 150,00 R$ 150,00 CAFÉ, SACOLAS , PAPEL HIGIENICO, PAPEL ETC MATERIAL DE ESCRITÓRIO ( PAPEL, CANETAS, R$ 200,00 CARTUCHO, PAPEL FAX, TALÕES DE NOTA,ETC TELEFONE E INTERNET AMORTIZAÇÃO MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DOAÇÕES (RAÇÕES, MORADORES DE RUA E R$ 550,00 R$ 340,00 R$ 150,00 IGREJAS, A LOJA FAZ AÇÕES SOCIAIS) FUNDO PARA EVENTOS E CURSOS COM R$ 300,00 INTUITO DIVULGAÇÃO LOJA FUNDO PARA REFORMAS DA LOJA E R$ 300,00 ATUALIZAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS SEGUROS PRÉDIOS, ROUBOS, INCÊNDIOS TOTAL R$ 250,00 R$ 14.780,00 FONTE: Autora O faturamento dos últimos 5 meses foi: dezembro 2012 R$ 65 365,50; janeiro de 2013 R$ 109 422,00; fevereiro de 2013 R$ 70 728,45; março de 2013 R$99 040,60; abril de 2013 R$ 77 215,00, se considera que o lucro médio seja enfim 25 a 30%. 4.2.1-Exemplo de formação de preço de venda produto A : Galão esmalte brilhante branco FIGURA 1: Galão Esmalte Brilhante Suvinil 51 FONTE: Internet WWW.SUVINIL.COM.BR (2013) A figura 1 ilustra o produto A galão de esmalte brilhante Suvinil na cor branca que é vendido na Cattani Tintas. Suvinil esmalte sintético é indicado para aplicação em superfícies de madeira, ferro, alumínio e galvanizados. É altamente resistente às agressões do tempo, podendo ser utilizado tanto em áreas internas quanto externas. Sua fórmula siliconada permite uma menor aderência de sujeira, facilitando a limpeza da superfície pintada. Acabamentos disponíveis fosco, brilhante, acetinado e as cores disponíveis catálogo de cores de linha gira em torno de 20 cores e no catálogo de sistema selfcolor em torno 1515 cores. Este produto é dissolvido com solvente aguarrás Suvinil na proporção de 5 a 10% e é utilizado na limpeza das ferramentas. No caso vai se estudar a embalagem de 3,6 litros mas esta disponível também em 115 mililitros, 225 mililitros, 900 mililitros. Esse tipo de produto esmalte sintético a base de solvente sofre o regime de substituição tributária, ou seja, os 17% do ICMS – imposto sobre a circulação de mercadorias fica retido na fábrica sobre um lucro estimado de 35% e é enviado diretamente para a receita federal, este lucro de 35% raramente é possível de ser aplicado. Tem incidência sobre o produto IPI de 5% que não incide em todas as tintas mas incide nas tintas a base de solvente e não é somado frete p ois a empresa Suvinil paga o mesmo. A tabela 1 demonstra como é elaborado o preço do produto A como este produto possui IPI que já esta incluso no custo de fábrica e ele é de substituição 52 tributária o ICMS calculado em cima do produto projetado uma margem de 43,5% de lucro para cálculo, lucro este que dificilmente a empresa consegue colocar no produto. Este ICMS de substituição tributária já estão inclusos no custo de R$52,02 tabela fornecida pela Suvinil já calculada. No momento é aplicado o desconto de 19% que a fabrica fornece neste cenário que a loja se encontra, por sermos clientes da serie prata e comprarmos antecipadamente, segundo nível em volume de compras, e alcançarmos a litragem mínima estipulada para maiores descontos. Sobre este custo incide o IPI que é aplicado sobre tintas esmalte, o lucro e as despesas financeiras. O lucro da loja, por opção do administrador, é calculado em 35% até uma forma de compensar as despesas e os custos fixos mínimos em média que variam de 10% a 16% e que não são acrescidos ao produto para este não ficar com o preço muito mais elevado perante a concorrência. A empresa, de uma forma geral aplica a formação de preço tipo custeio variável. A tabela 1 demonstra a formação do preço de venda do produto A. Tabela1: Preço de Venda Produto a Item Custo de Fábrica Desconto de fábrica IPI sobre esmaltes Lucro Despesas financeiras p prazo até 3 meses Alíquota Valores 100% - 19% + 5% 35% sobre custo com ICMS 6% após alíquota .................................total R$ 52,02 R$ - 9,88= R$ 42,14 R$2,11+ = R$ 44,25 R$+ 15,48 =R$ 59,74 R$ 3,58= R$ 63,32 53 Imposto do simples + 6% R$ 3,80+ = R$ 67,12 Fonte: Gerente Claimar Cattani 4.2.2 - Exemplo 2 formação de venda produto B: galão Epoxi Sayerdur Aqua branco Figura 2 : Galão Epoxi Sayerdur Aqua Fonte: Internet 2013 A figura 2 ilustra o produto B a ser exemplificado galão epóxi sayerdur aqua, tinta para azulejos. Tinta epóxi de grande adesão de uso interno, desenvolvida para pintar azulejos e louças. Ë indicada para a pintura de banheiros, cozinhas, áreas de serviço e outras dependências onde se deseje renovar e embelezar superfícies sem a necessidade de remoção ou lixamento. O produto vem unicamente em 3 litros de tinta branca e 500 mililitros de endurecedor, ela se apresenta na cor branca podendo ser tingida na máquina tintonométrica em cores claras apenas por se tratar de um produto branco existe pigmentação branca então apenas cores claras poderão ser feitas. Diluição água potável em até 5%. O frete não esta incluso pois não existe frete do produto, a sayerlack tem um depósito regional centrado em Caxias do Sul e o frete é realizado pela loja com sua própria camionete. A formação do preço de venda do produto B e apresentado na Tabela 2 na substituição tributária é aplicado alíquota de 35% de margem por determinação do governo somando ao custo por ser um produto a base de água, a alíquota podendo variar conforme o produto. A soma serve de base de 54 cálculo à substituição tributária, alíquota de ICMS retida na fonte. Depois aplica a margem de 35% de lucro da loja, um lucro maior para compensar o fato de não se adicionar os custos fixos da loja, ou seja os custos indiretos e fixos que deveriam ser de no mínimo por volta de 10%. Sobre o produto ainda se adiciona despesas financeiras de 5% aplicado para venda no prazo, mas retornando ao preço anterior se a venda for à vista, como desconto de 5%. Tabela2: Preço de Venda Produto B Item Alíquota Custo de Fábrica sem substituição ICMS de substituição Valores 100% após alíquota .................................total R$ 161,09 (100%y+ 35%) 100%y x R$ 36,97 = R$ 198,06 17% 35% sobre custo com R$+ 69,32=R$ 267,38 Despesas financeiras p ICMS 5% R$ 13,37= R$ 280,75 prazo até 3 meses Imposto do simples + 6% R$16,85+ = R$ 297,95 17% Lucro Fonte: Gerente Claimar Cattani 4.2.1 Exemplo 3 – Formação do preço de venda produto C: balde 18 Litros Resina Acrílica Multiuso Hydronorth A figura mostra nosso produto exemplo letra C, balde 18 litros de resina acrílica multiuso da marca Hydronorth. Esta Resina é fabricada em Santa Catarina. Existe uma alíquota diferenciada em Santa Catarina de ICMS mas como o imposto deste tipo de produto é substituição tributaria se é recolhido 17% sobre o (custo do produto + mgt de 43,14 % ) mas o crédito de 5% por em Santa Catarina o imposto de ICMS ser apenas 12% não pode ser utilizado pela empresa que é optante do simples, ele poderia ser aproveitado se a empresa praticasse o lucro presumido. A resina acrílica multiuso trata-se de um produto de impermeabilizante a base de solvente especial não podendo ser diluído, multiuso pode ser aplicado em vários tipos de telha, tijolos à vista, pedras naturais, concreto aparente, paredes e pisos entre outros. Esta disponível em litro, galão de 3,6 litros e balde 18 litros, no 55 estudo de caso será estudado o galão. A tabela 3 demonstra a formação do preço de venda do produto C, sobre este produto não incide IPI. Figura 3 : Produto C Balde Resina Multiuso Fonte: Internet Google (2013) Tabela 3: Preço de Venda Produto C Item Alíquota Valores após alíquota .................................total R$ 155,72 R$ 37,99 + = 193,07 Custo de Fábrica ICMS substituição 100% ((100% y x 43,5%) tributária Lucro s custo + ICMS Despesas financeiras p +100%) x 17% 35 % 5% R$ 67,58+ =R$ 269,98 R$ 13,50 = R$283,48 + 6% R$17,00+ = R$ 300,49 prazo até 3 meses Imposto do simples Fonte: Gerente, Claimar Cattani 4.2.4 Exemplo 4 – formação do preço de venda produto D: pincel 396 “3” Atlas 56 A figura 4 ilustra o produto D. Trata-se do pincel de cerdas brancas da marca Atlas. Este pincel apresenta três polegadas padrão de medida americano mas criou como uma medida modelo correspondendo a 7,5 centímetros. Figura 4: Pincel 396 “3” Atlas Fonte : site : WWW. Atlas.com.br O pincel 396 trata-se de uma linha com alta resistência à pintura utilizando qualquer tipo de tinta e suas diferentes diluições sem afetar ou dissolver a cola que fixa às cerdas ao cabo. A fórmula da cola teve que ser ajustada no decorrer dos anos para adaptar-se as novas químicas das tintas fixando com qualidade. O importante que ela não se dissolva nem mesmo quando os pintores, erroneamente mas costumeiramente, deixam os pincéis de molho no thinner. Esta linha possuem cerdas de comprimento médio, brancas. Tratam-se de cerdas naturais extraídas do porco geralmente importadas da china. Este tipo de porco branco é comum na China e na região, eles possuem o pelo mais longo que os porcos do Brasil, e são de grande valia para a fabricação de pinçeis. As cerdas carregam melhor a tinta por possuírem cutículas abertas, facilitam a fixação da tinta para sua aplicação. Algumas linhas mais nobres apresentam pelos mais longos, ou seja, são cerdas selecionadas de porcos mais velhos. O pelo de alguns outros animais são utilizados, cerdas indicadas para pinturas especificas, como o pelo de camelo, pelo da pata do cavalo, da orelha do boi e por assim segue. As sintéticas, infelizmente, não cumprem tão bem a sua função como as naturais. 57 Este pincel é produzido pela Atlas uma fábrica localizada em Esteio, no Rio Grande do Sul, o que facilita e barateia o transporte até a loja. Esta fábrica possui uma linha completa e ampla de ferramentas para pintura e nos atende muito bem em termos de informação, visitação do vendedor e respaldo aos problemas. Demonstra-se na tabela 4 a formação do preço de venda do pincel atlas 396 “3”. O frete não se encontra na tabela por que a fábrica nos fornece o produto posto e é incluso no preço do produto pela fábrica Tabela4: Preço de Venda Produto D Item Alíquota Custo de Fábrica ICMS sobre custo Lucro s custo Despesa financeira p/ até 90 dias Imposto do simples 100% 100% x 17% 45 % 5% + 6% Valores após alíquota .................................total R$ 3,60 R$0,61 + = 4,21 R$ 1,62+ =R$ 5,83 R$ 0,29 = R$ 6,12 R$0,37+ = R$ 6,49 Fonte: gerente Claimar Cattani Nesta tabela se demonstra que este produto é tributado em 17%. Ainda não sofreu alteração do regime para substituição tributária como quase todos os outros produtos da construção civil. A linha de pincéis em geral e rolos não apresentam regime de substituição tributária na loja Cattani Tintas. A tributação se dá diretamente sobre o custo como determina o governo. O administrador da empresa seu Claimar Cattani definiu que, para produtos de grande circulação e baixo valor econômico, seria aplicado a Margem de lucro de 45 %, ou seja, 35 % estipulado padrão da empresa mais os 10% de custos mínimos que não se pode aplicar sobre os outros produtos. Sobre esta soma ainda incide a despesa financeira, que os clientes que pagam a vista reclamam os 5% de desconto e o Imposto Simples de 6%. Neste capítulo se apresentou um estudo de caso da empresa em questão a “Cattani Tintas” descrição da empresa e a formação de preços de produtos exemplos. No próximo capítulo se vai discutir o estudo de caso o preço de venda da concorrência, e a flexibilização do nosso preço para se manter competitivo. 58 59 5 ANÁLISES E DISCUSSÕES Esta seção tem por objetivo analisar e apresentar respostas para a questão de pesquisa inserida neste trabalho de conclusão de curso. A questão de pesquisa do estudo é: qual a influência da concorrência na flexibilização dos preços de venda de uma empresa comercial em Caxias do Sul? Tais respostas serão apresentadas à luz da fundamentação teórica exibida nos capítulos 2 e 3 deste estudo. Custos, sua classificação, métodos de custeio e formação do preço de venda já foram demonstrados. 5.1 PREÇOS DE VENDA DO MERCADO Conhecer o mercado vai além de atualizar-se sobre suas tendências, lançamentos, produtos disponíveis, significa também conhecer os concorrentes, os preços atuais do mercado, as condições que este concorrente oferece, suas vantagens e desvantagens, suas técnicas para encantar os clientes, o que dá de benefícios aos clientes. Segundo HOLLEY, SAUNDERS, PIERCY( 2001) a razão pela é que, sem o conhecimento dos pontos fortes e fracos dos concorrentes e sua ações mais prováveis, é impossível formular o componente central da estratégia de marketing: descobrir um grupo de clientes para os quais há uma vantagem competitiva em relação à concorrência. Igualmente válida é a idéia de que uma vez que a vantagem competitiva é um conceito relativo, a empresa que tiver um conhecimento deficiente de seus concorrentes não terá nenhum conhecimento de si própria. “Um cavalo nunca corre tão rápido como quando ele tem outros cavalos para alcançar e ultrapassar.” Ovídio, A Morte do Amor, 8 d.c. Segundo KOTLER (2000) na determinação preços de mercado, a empresa estabelece seus preços orientando-se em grande parte pelos preços de seus concorrentes. A empresa pode cobrar mais, menos ou a mesma coisa que os principais concorrentes diretos. Em setores oligopolitas que vendem como exemplo aço, papel, fertilizantes, as empresas cobram normalmente a mesma coisa. As empresas menores seguem o líder, mudando seus preços quando os preços do líder mudam. Algumas empresas podem cobrar um pequeno adicional ou conceder um ligeiro desconto, mas preservam o valor da diferença. A determinação de preços de 60 mercado é bastante difundida. Quando os custos são difíceis de medir ou se sabe como a concorrência reagirá, as empresas consideram o preço do concorrente uma boa solução. Acredita-se que reflita um consenso do setor quando ao preço que renderá um retorno justo e não porá em risco a harmonia do setor. Segundo HOLLEY, SAUNDERS, PIERCY( 2001) benchmarkting competitive é o processo de medir estratégias de sua empresa, e as operações contra as empresas top em classes, dentro ou fora de seu setor. O motivo é identificar as melhores práticas que podem ser adotadas ou adaptadas para melhorar seu próprio desempenho. O benchmarkting geralmente inclui quatro passos: 1. Identificação contra quem usar o benchmarketing: líderes do setor são empresas obvias de se comparar suas atividades, pode ser empreendido também contra os pequenos participantes no mercado em geral. Empresas menores mais focadas, podem ter podem fortes a serem aprendidos pela empresa. 2. Identificação que aspectos do mercado usar em seu bencharketing : todos os aspectos de negócio são alvo para o seu bencharketing ,mas devido a fator de restrição pelo tempo e recursos desprendidos esses processos irão inicialmente centrar em fatores-chave para o sucesso do setor analisado, o que é mais importante. 3. Coletando informações necessárias para capacitar processos e operações a serem comparadas: onde concorrentes sofrem bencharketing ,pode ser difícil o acesso a informações relevantes. As três principais fontes de informações são fontes publicadas nos jornais, revistas, internet; compartilhamento de informações de forma direta com a empresa formais ou informais e informações e entrevistas de clientes, fornecedores ou especuladores. 4. Comparação com seus próprios processos: comparar e contrastar o processo das melhores empresas da concorrência com seus próprios processos. Para pesquisar a concorrência sobre seus preços relacionados a valores, a forma como busca encantar e atrair o cliente, os atrativos não financeiros que oferece utiliza-se de várias formas a fim de obter informações sobre outras lojas do comércio varejista de tintas: Através de informações trazidas pelos clientes, representantes comerciais de marcas em comum, fornecedores, pintores comentando quais as formas de 61 trabalho dos concorrentes, o que se passa nas lojas, preços, promoções entre outros. Através das mídias, das divulgações e propagandas feitas pela concorrência que divulgam vantagens e preços. Pesquisas feitas através de um falso comprador, na realidade a pedido da própria loja, a fim de averiguar preços para a nossa loja através do telefone, email ou mesmo pessoalmente. Pelos fornecedores, através de reuniões, confraternizações e cursos que os mesmos organizam, falando dentro de outros assuntos sobre o mercado, tendências e possibilitando que os lojistas troquem experiências e sejam conhecidos. Reuniões organizadas pelo sindilojas, associação do comércio varejista, com troca de informações sobre as empresas. Através da entrevista direta, manter o bom relacionamento entre proprietários e colegas que nos momentos necessários trocam informações sobre condições de compra, comentam e analisam o mercado, informações sobre clientes e devedores duvidosos, ou se aconselham e comentam sobre suas decisões de ceder ou não as pressões de fornecedores como exemplo seu Claimar Cattani dono da Cattani Tintas liga para o Luiz dono da Ampla tintas e pergunta o que ele esta achando do novo aumento exagerado do esmalte brilhante Suvinil e questiona se seu Luiz vai fechar o acordo de litragem mínima para desconto extra do mês. Se seu Luiz não fechar ele se sente incentivado a não fechar o acordo de forma indireta precionando a fábrica a reduzir o aumento pois dois ou mais clientes não compraram como o esperado. Contratando ex –funcionários de outras lojas que pode fornecer informação e explicar a política e a forma de trabalho da loja. A tabela 5 demonstra os preços dos produtos analisados, na concorrência. 62 Tabela 5: Preços de produtos na concorrência PRODUTOS Pincel 396 Balde Resina Galão Esmalte Galão Sayerdur “3”Atlas R$ 7,00 Hydronorth R$ 280,00 Brilh. Suvinil R$ 62,00 Aqua Sayerlack R$ 220,00 F: 3215 34 19 Serrana Tintas R$ 6,70 X R$ 59,50 R$ 250,75 F: 3217 90 59 Aquarela Tintas R$ 7,00 X R$ 60,00 R$240,00 F: 3212 19 88 Ampla Tintas R$ 6,77 R$ 289,00 R$ 65,00 255,00 F: 3228 15 90 Isi Cor R$ 5,30 X R$ 65,00 X Lojas Decora e Cor F: 3229 5009 Fonte: autora Os clientes buscam e pesquisam no mercado o melhor valor ofertado do produto. O valor é o total de economias ou satisfações, valor de uso e utilidade que o cliente obtém com o produto. Pode-se exemplificar que num dia quente de verão o valor de uso de algo gelado na beira da praia é muito maior que o normal. O valor econômico de um produto, portanto, é o preço da melhor alternativa para o cliente (chamado de valor de referência) maios o valor de tudo quanto diferencie o produto dessa alternativa (chamado de valor de diferenciação). O valor de diferenciação pode ter elementos tanto positivos como negativos. O valor econômico é o preço máximo que um “comprador esperto”, totalmente informado sobre o mercado e buscando o melhor valor, pagaria. Na verdade, compradores organizacionais sofisticados com freqüência exigem uma estimativa de valor econômico, que quantifique os benefícios de marcas de preços mais altos ou que demonstre como as marcas de preço mais baixo podem gerar economias maiores do que o valor dos benefícios de que os clientes abrem mão optando por elas. NAGLE, HOLDEN (2000, p.74/ 75) 5.2 FLEXIBILIZAÇÃO DE PREÇOS PRÓPRIAS PARA ADEQUAÇÃO AO 63 MERCADO Antigamente as empresas maiores não variavam seu valor, mas para se sobreviver no mercado de hoje esta prática se torna necessária. Segundo NAGLE, HOLDEN (2003) a negociação de preço em geral é um confronto do tipo Davi versus Golias, Davi o vendedor tem muito menos influência sobre o que sua empresa vende do que o comprador tem sobre a empresa que el compra. Infelizmente, uma parcela cada vez maior de preços tem-se tornado negociável. O costume era que os líderes de mercado nunca negociavam preços, a medida que os mercados ficaram mais concorridos e a inflação quase desapareceu, os gerentes descobriram que suas velhas estratégias de apreçamento não mais funcionavam. Ao invés de criar novas tentativas de apresamento, valorizar o produto para o cliente talvez sem êxito a maior parte das empresas escolheu desistir de criar “dando poder” à área de vendas para fixar os preços de maneira tática negócio a negócio. Na empresa, a formulação dos seus preços próprios é feita através da análise do seu administrador, no caso lucro de 35% para a maior parte dos produtos principalmente tintas e para os produtos de pequeno valor e alta rotatividade coloca uma margem de 45%. Dessa forma, seu Claimar Cattani julga ser mais rentável à empresa. Um preço atrativo no mercado faz com que se aumente o volume de vendas e assim, em conseqüência, se aumenta o lucro. Se estiver com os preços muito acima de seus concorrentes, por mais que tenha vantagens competitivas ou outros atrativos que não envolvam apenas o valor monetário, este tem maior peso sobre a decisão de compra com valor alto, provavelmente, seu volume de venda irá diminuir respectivamente seu lucro. Portanto o administrador da empresa flexibilizou novos preços para se adequar competitivamente no mercado. Na tabela 6 demonstraremos os preços flexibilizados pela loja Cattani Tintas. Tabela 6: Preços da loja flexibilizados 64 PRODUTOS PREÇOS IDEALIZADOS PELA LOJA PREÇOS FLEXIBILIZADOS PARA SE ADEQUAR AO MERCADO PINCEL ATLAS 396 “3” R$ 6,49 R$ 5,50 DIMINUIÇÃ O DO LUCRO ESPERADO EM R$ 0,99 BALDE 18 L. RESINA HYDRONORTH GALÃO ESMALTE BRILHANTE SUVINIL GALÃO SAYERDUR R$ 300,49 R$ 250,00 R$ 50,49 R$ 67,12 R$ 62,00 R$ 5,12 R$ 297,95 R$ 250,00 R$ 47,95 ÁQUA SAYERLACK Fonte: autora A redução de valor é significativa, mas necessária para que não decaia o volume de vendas da empresa. O consumidor, cada vez mais exigente, na maior parte, leva muito em conta o preço do produto para a tomada de decisão na compra, mas também compara sua qualidade. O comprador pesquisa através do telefone, da visita pessoalmente, de comentários de outros clientes, das propagandas nas diversas mídias, do pintor que aconselha, mas ele confere preço e equipara a qualidade. Dependendo da personalidade do comprador e de sua cultura alguns são bem menos sensíveis a preços, buscam e se baseiam em qualidade, oportunidade e comodidade entre outros aspectos e não levam tanta importância nos preços. Para se manter competitivo no mercado o empreendedor deve buscar, atrair o cliente criando valor em seus produtos com suas qualidades e vantagens, não focando apenas os preços, proporcionando uma relação de maior confiança entre consumidores e vendedores, ressaltando os benefícios do produto, da empresa varejista no atendimento como um todo. Algumas pessoas ou oportunidades de compras são menos sensíveis a preços. Alguns compradores que tem uma personalidade mais leal ao invés de tentar encontrar o melhor valor no mercado e arriscar acabar com um valor mais pobre no todo, aceitam o que lhes dá a confiança de ser uma compra satisfatória. A confiança deles na marca pode estar baseada nas próprias experiências ou nas 65 experiências de outras pessoas cuja capacidade de julgamento confiam. Domicílios leais as marca são menos sensíveis a variação de preços. A sensibilidade a preço são mostradas ao longo de todos os períodos analisados. O segmento leal mostrou pouca sensibilidade a preço,mas ela aumentou de fato, orientado por preço, mostrou maiores sensibilidades a preço , que também aumentaram com o tempo. Eles notaram que o tamanho do segmento não leal aumentou ao longo do tempo, indicando que “uma crescente proporção dos consumidores tornou-se mais sensível a preço e a promoção ao longo do tempo”.NAGLE,HOLDEN (2003, P.323) Existe o fator que pessoas com a renda mais alta não se detêm no preço do produto. Domicílios com a renda mais alta apresentam maior probabilidade de escolha da marca de preço mais alto. Segundo NARGLE, HOLDEN (2003) o conceito de valor econômico assume não apenas que os clientes estejam conscientes das alternativas, mas também para que possam avaliar de modo barato e acurado o que os fornecedores alternativos têm a oferecer. Na verdade, com freqüência é bem difícil determinar os verdadeiros atributos de um produto ou serviço antes de comprá-lo. Por exemplo consumidores que sofrem de dor de cabeça podem ter consciência de vários analgésicos alternativos mais baratos do que a marca que costumam utilizar e que se dizem igualmente eficazes. Mas se estes consumidores estiverem incertos de que uma marca mais barata seja tão eficaz e desprovida de efeito colaterais indesejados, como a que normalmente compram, eles a considerarão como um substituto inferior mesmo que seja quimicamente idêntica. A maioria dos clientes continuará a pagar um preço mais alto pela segurança que sua marca habitual oferece, o que os substitutos não conseguem oferecer: a confiança, baseada na experiência passada, de que a marca pode fazer o que as outras apenas prometem. Outro fator que dificulta na comparação de preços é o efeito difícil comparação produtos de marcas diferentes com aspectos diferenciados entre si, roupas, obras de arte efeito comparativo subjetivo e mais complicado. Quando surge este efeito os consumidores são também menos sensíveis a preços de um produto conhecido ou de maior reputação. Quando tem dificuldade de compará-lo com alternativas potenciais, em vez de encontrar o melhor valor no mercado e arriscar acabar com um valor pobre no processo. Muitos compradores aceitam o que lhe dá confiança de ser uma compra satisfatória. Algumas marcas buscam tirar proveito deste efeito criando produtos com 66 embalagens diferentes e alguns diferenciais. Isto serve também para as lojas varejistas podendo criar e proporcionar diferenciais aos clientes que não encontram em outras lojas. Na empresa “Cattani tintas” pode-se estabelecer os seguintes fatores diferenciais da empresa: Seu Claimar Cattani, proprietário, abre as portas da loja as 7:40 da manhã, em torno de 30 minutos antes que a concorrência, o que facilita para o profissional da pintura que busca o material de sua obra, pintor que geralmente prefere começar o trabalho logo cedo pois não é aconselhável, principalmente em meses mais frios, pintar após as 17:00 horas. Atendimento sábados à tarde. Se o cliente necessitar, pelo interfone ao lado da loja, chama o proprietário que atende até as 16:00 horas ou fora de horário comercial, com hora marcada. Ambiente familiar com maior facilidade para negociação onde o vendedor é amigo do cliente e visa atender sua necessidade orientando-o mesmo que não seja responsável pela venda. Trabalhamos com bons produtos de melhor qualidade, marcas bem conceituadas, e seguimos um ótimo padrão usando o material de preferência da mesma linha, mesmo que algumas empresas introduzam outras marcas mais econômicas para os produtos complementares alterando assim o orçamento final. Temos um preço equivalente a concorrência e ficamos entre as três lojas de menor valor na linha Suvinil. Giro de estoque relativamente rápido por maior critério na compra e mantendo o cuidado para evitar que os produtos vençam ou estejam próximos do vencimento, significa um estoque sempre renovado. Cuidamos da boa conservação dos produtos. A loja procura estar sempre atualizada com as novas tendências e lançamentos tanto de produtos como máquinas disponíveis aos clientes. Os proprietários e funcionários participam de cursos, palestras, eventos dos fornecedores e exposições ligadas ao ramo. Local próximo ao centro a três quadras da prefeitura, localizada numa zona residencial nobre e de muito fácil estacionamento. 67 Pronto atendimento nas entregas por ter funcionário próprio para as mesmas. A empresa preocupa-se em entregar o mais rápido possível seus pedidos sobretudo quando são de urgência. os atendentes da loja, de uma forma geral, buscam pesquisar com pessoas competentes sobre as dúvidas do cliente para darem um retorno ao mesmo. Segundo NAGLE, HOLDEN (2003) o objetivo do apreçamento baseado em valor é maximizar a capacidade de uma empresa em capturar, sob a forma de lucros ganhos, o valor econômico que se cria. Há muitas razões para hiatos entre a disposição dos compradores em pagar e o valor que eles recebem. Incerteza, integridade, vaidade e expectativas exercem papéis, que atenuam o poder do valor em guiar seus preços. Uma estratégia de apreçamento baseada em valor envolve o gerenciamento das percepções do clientes de modo proativo para influenciar esse hiato entre preço pago e valor recebido. A maioria das empresas ignora o valor no apreçamento, definindo preços em reação ao que os clientes estão dispostos a pagar, sem entender o que determina tal disposição. Agindo assim eles perdem a oportunidade de influenciar ativamente as percepções dos clientes para aumentar a própria lucratividade e satisfação na compra. As táticas que podem ser utilizadas para criar apresamento nos produtos são: 1. Identifique o custo do produto ou processo concorrente que o cliente considera a melhor alternativa: estabeleça o custo da alternativa em termos das unidades do produto que se calcula o valor econômico. Esse é o valor de referência do produto, ou o valor dele se fosse funcionalmente idêntico ao seu produto. 2. Identifique todos os fatores que diferenciam seu produto ou processo concorrente exemplo: Desempenho superior (inferior) Melhor (pior) confiabilidade Características adicionais (reduzidas) Menor (maior) custo de manutenção Superior (inferior) confiabilidade Maiores (menores) custos iniciais Serviço mais rápido ( mais lento) 3. Determine o valor para o cliente desses fatores de diferenciação. As fontes de 68 valor podem ser subjetivas ( por exemplo, mais prazer em consumir o produto) ou objetivas ( por exemplo, economias de custo, aumento de lucro). 4. Some o valor de referência com o valor para determinar o valor econômico total, o valor que seria pago por uma pessoa totalmente informada e economicamente racional ao tomar a decisão de compra: defina o preço de venda, reconhecendo que novos produtos geralmente precisam ser vendidos a um preço inferior ao valor econômico como estímulo a compra. No próximo capitulo apresenta a conclusão de todo o trabalho de monografia. 69 6.CONCLUSÃO Esta Monografia enfocou a flexibilização nos preços de venda em uma empresa comercial na cidade de Caxias do Sul –R.S. Este trabalho entende por flexibilização dos preços de venda o fato de uma empresa, ter de baixar seus preços a fim de se equiparar aos preços mais baixos praticados pela concorrência para não perder seu mercado ou diminuir o volume de vendas. Os preços da empresa são criados de acordo com sua política, crenças, pela análise de seus administradores levando em conta seus custos fixos, variáveis e seu lucro esperado. Este lucro esperado seria o ideal para um forte crescimento da empresa. Seria muito bom se pudesse ser aplicado em sua totalidade, porém se perderia em volume de vendas, e em conseqüência, diminuiria o faturamento geral. Portando diminuir o lucro para vender e faturar mais como um todo. Para realizar este estudo sobre flexibilização de preço foi necessário buscar embasamento e entendimento na teoria sobre custos. Este significa o valor desprendido para a produção ou realização de determinado serviço, e esta diretamente ligado a ele na sua produção que pode ser fixo ou variável, direto ou indireto. Despesa é diferente de custo. Ela esta ligada ao funcionamento da empresa mais voltada na área comercial e administrativa e não podem ser alocados ao produto. Os custos fixos são aqueles que não alteram em nada com o volume da produção já os variáveis são todos os custos diretamente ligados a produção. Mudam de acordo com o volume de produção. Pode ser por custeio de atividades ABC, onde a empresa forma o preço baseada na análise de atividades e rateio dos custos. Pode-se assim apurar um custo mais real dos produtos. E por fim o custeio variável que é utilizado pela empresa em questão de estudo da Comercial de Tintas Cattani. Os custos fixos ficam fora do levantamento de custos e são compensados pela aplicação de uma margem de lucro maior. Para compreender melhor a flexibilização do preço de venda estudou-se a formação deste preço. O preço de venda é o elemento fundamental da empresa é o que vai influenciar o volume de vendas pelo atrativo comercial, melhores preços “maior volume de vendas”. 70 O preço de venda é formado basicamente pelos custos mais o lucro e despesas variáveis. A formação do preço de venda pode ser feita de três formas: Absorção onde se introduz o Mark-up que é um percentual a ser aplicado sobre o produto, incluindo todos custos é o que a empresa Cattani tintas usa. A fixação do preço de venda pode ser feita também pelo custeio ABC, ou por Absorção. Com base nestes dados e no conhecimento do histórico da empresa e no estudo de caso dos produtos exemplificados pode-se concluir que a flexibilização é realmente necessária para o aumento das vendas na empresa que possuem produtos de compra comparada, mas o preço não pode ser o único fator a ser levado em consideração. No benchmarkting, que é feito para analisar os concorrentes, deve-se levar em consideração não apenas o preço, mas os fatores de apreçamento do produto no caso as lojas concorrentes quais os benefícios e o que elas oferecem a mais. Buscar diferenciais que acresçam as vantagens e diminuam a sensibilidade ao preço dos clientes, podem desviar o foco na batalha e levar em consideração as outras vantagens competitivas. Numa próxima etapa, para este trabalho de conclusão acadêmico. Poderia ser complementado com análise dos resultados operacionais da empresa. Confrontará o lucro obtido com a flexibilização dos preços de vendas. Os mesmos valores aplicados e remunerados no mercado financeiro, em bancos a juros comuns de poupança ou de aplicações simples como fundo imobiliário sem resgate fixo. A fim de analisar se ele esta crescendo ou se esta denegrindo e deteriorando com a flexibilização do preço de acordo com o mercado. 71 REFERÊNCIAS BIASIO, Roberto. Contabilidade de custos: para o exame de suficiência do CFC. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2012. BERTÓ, Dalvio José.; BEULKE, Ronaldo. Gestão de Custos. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. BOONE, Louis E..; KURTZ, David L..Marketing Contemporâneo. 1 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2006. BORNIA, Antonio Cezar. Análise Gerencial de Custos: Aplicação em Empresas Modernas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2010. CARMO, Neto Dionísio. Metodologia científica para principiantes. 3 ed. São Paulo: Edição do autor, 1996. CATELLI, Armando. Contralodoria: Uma Aborgagem da Gestão Econômicagecon. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2001. COGAN, Samuel. Custos e preços: formação e análise. 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