LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO E DOCUMENTAL DA

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LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO E DOCUMENTAL DA ICTIOFAUNA DA
BACIA DO RIO PARNAÍBA
Bruna Nascimento de Oliveira (bolsista do PIBIC/UFPI), Jussiara Candeira Spíndola
Linhares (Orientadora, Depto de Biologia – UFPI)
Introdução
A bacia do rio Parnaíba constitui a quarta maior bacia hidrográfica brasileira
(GUZZI, 2012) e está totalmente situada na região do Nordeste brasileiro, possuindo área aproximada
de 334.113 km² (MACHADO, DRUMMOND E PAGLIA, 2008). Ela é possuidora do rio Parnaíba o qual
é um dos poucos rios perenes da Região Nordeste (RAMOS, 2014). Portanto, podemos salientar que
ela é uma das mais importantes bacias da Região Nordeste. Moreira e Mavignier (2007) definem este
precioso rio como rio de planície caudal e apelidado carinhosamente de Nilo Piauiense – devido ao
fato de que durante os meses de maior precipitação pluviométrica ele ultrapassar o leito natural.
Em consequência da literatura a respeito dessa bacia encontrar-se esparsa e de
difícil acesso e/ou com a circulação restrita, principalmente em virtude do tamanho da área ocupada
desta bacia, há a necessidade de se fazer um levantamento de sua ictiofauna a fim de se conhecer a
diversidade de espécies de peixes da bacia do rio Parnaíba. Então, esse trabalho objetiva consolidar
essas informações, e acabará facilitando projetos futuros sobre a ictiofauna da região além de
subsidiar a criação de projetos conservacionistas.
Metodologia
Para a realização desse trabalho foi necessário a pesquisa dos tipos: bibliográfica
e documental. A pesquisa bibliográfica é elaborada com base no material já publicado disponível em
bibliotecas e bases de dados. A pesquisa documental diz respeito a consulta de um material não
publicado, pertencente a alguma instituição, porém considerado cientificamente autêntico (Gil, 2010).
A partir das informações coletadas, construímos um banco de dados contendo
todas as espécies de peixes já catalogadas, acompanhadas de suas respectivas famílias e ordens e,
quando disponíveis, informações adicionais como, por exemplo, pontos de coleta e seus respectivos
nomes populares. E se uma mesma espécie por citada em dois ou mais artigos para conferirmos a
frequência que essa espécie foi apresentada.
Resultados e Discussão
Com os dados obtidos no levantamento bibliográfico e documental foram
constatadas 389 espécies agrupadas em 78 famílias e 15 ordens, números superiores quando
comparados ao trabalho de Ramos et al. (2014), no qual encontrou para a bacia do rio Parnaíba um
total de 146 espécies de peixes de água doce e distribuídos em 103 gêneros, 36 famílias e 11 ordens
e de Melo et al. (2014) o qual apresentou 13 famílias e 6 ordens.
Neste trabalho podemos inferir que houve a predominância de uma família com 60
espécies encontradas, a família Characidae. Logo após, a família Loricariidae com 33 espécies e, por
fim a família Cichlidae com 23 espécies. Este resultado corrobora com o padrão encontrado nas
águas continentais brasileiras, na qual a maioria das espécies pertence às famílias Characidae e
Loricariidae (REIS et al., 2003; BUCKUP et al., 2007). Também percebemos a predominância de três
ordens, a Characiformes apresentando um total de 128 espécies, equivalente a 32,90%, seguida
pelas ordens Siluriformes, 26,22% e Perciformes com 18,77%.
Além disso, houve a presença de espécies as quais foram introduzidas para fins
comerciais com o objetivo de impulsionar a piscicultura, como por exemplo, as chamadas tilápias
(Oreochomis niloticus e Oreochomis hornorum, advindas da Costa do Marfim) (PASSADOR et al.,
2009) eTilapia rendalli e o tucunaré Cichla ocellaris.
Tabela 1. Levantamento das espécies por famílias, mostrando a quantidade de
cada espécie na família listada.
Ordem
Riqueza de espécies
Anguiliformes
1
Batrachoidiformes
1
Beloniformes
3
Bratrachoidiformes
2
Carcharhiniformes
1
Characiformes
128
Clupeiformes
21
Cyprinodontiformes
11
Elopiformes
2
Gymnotiformes
8
Lophiiformes
1
Mugiliformes
3
Myliobatiformes
1
Osteoglossiformes
1
Perciformes
73
Pleuronectiformes
5
Siluriformes
102
Synbranchiformes
4
Tetraodontiformes
5
Conclusão
Em consequência dos dados analisados, podemos inferir que foram encontradas
389 espécies de teleósteos. Este valor é superior ao número de espécies descritas anteriormente
para a bacia. Por esse motivo se faz necessário que haja o levantamento de sua ictiofauna completa,
pois o presente trabalho teve por enfoque os teleósteos. Espera-se que este trabalho sirva de aporte
afim de que haja estudos de preservação e conservação de nossa diversidade ictiofaunística da bacia
do Rio Parnaíba.
Apoio
Bolsa de Iniciação Científica PIBIC/UFPI
Referências Bibliográficas
BUCKUP, P.A., MENEZES, N. A. & GHAZZI, M. S. Catálogo das Espécies de Peixes de Água
Doce do Brasil. Rio de Janeiro: Museu Nacional. (Série Livros; 23); 195 p., 2007.
GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas S.A., 200 p., 2010
GUZZI, A. Biodiversidade do Delta do Parnaíba: litoral piauiense. / Anderson Guzzi. – org.
Parnaíba: EDUFPI, 2012.
MACHADO, A B M; DRUMMOND, G M; PAGLIA, A P. Livro vermelho da fauna brasileira
ameaçada de extinção. Brasília, DF : MMA; Belo Horizonte, MG : Fundação Biodiversitas, 2008.
MELO, F. A. G. de; MELO, R. N.; RESENDE, L. B. de. Ichthyofauna of coastal lakes and the Igaraçu
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PASSADOR, C. S; MARTINS, M, M; COSTA, J, R; PASSADOR, J, L; NASCIMENTO, E, C do. A
experiência do arranjo produtivo local da piscicultura do vale do Parnaíba: acertos e
desacertos. Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Porto Alegre, 26 a
30 de julho de 2009.
MOREIRA, A. M. E MAVIGNIER, D DOS S- Conhecendo Historia e Geografia do
Piauí. Gráfica Ferraz. Parnaíba(PI). 2007. 184p
RAMOS, T. P. A.; RAMOS, R. T. C.; RAMOS, S. A. Q. A. Ichthyofauna of the Parnaíba river Basin,
Northeastern Brazil. Biota Neotrop., Campinas , v. 14, n. 1, p. , Mar. 2014 .
REIS, R.E.; KULLANDER; S.O.; FERRARIS, C. (Eds). Check List of the Freshwater Fishes of
South and Central America (CLOFFSCA). Porto Alegre: EDIPUCRS, 729 p., 2003.
Palavras-chave: Peixes; Nordeste; Riqueza
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