64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 EFEITO DA LUZ, DA GIBERELINA E DA TEMPERATURA NA GERMINAÇÃO DA SEMPRE VIVA Comanthera nitida (ERIOCAULACEAE) Yedda S. Costa ¹*, Elaine C. Cabrini², Maria N.S. de Oliveira³ 1 Discente do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM, Diamantina-MG. ²Docente da Faculdade de Ciências Biológicas/UFVJM.Docente da Faculdade de Ciência Agrárias/UFVJM. *[email protected] 36,3%.No escuro não houve germinação. O fotoblastismo positivo foi observado em outras Introdução espécies de Comanthera [1]. Tratamento 2:as sementes tratadas com GA 100 e A família Eriocaulaceae no Brasil é muito rica em 500 ppm germinaram aos 6 dias após o semeio, diversidade de flores secas conhecidas popularmente quando já algumas apresentavam protusão e outras como sempre-vivas.Geralmente as espécies desta polarização do eixo. As primeiras folhas e raízes família ocorrem em áreas endêmicas em altas surgiram 10 dias após o semeio, as segundas folhas altitudes tendo maior destaque nos Campos Rupestres no 24°e as terceiras folhas (apenas na dose de 100 do Cerrado (Minas Gerais e Bahia). ppm) no 31° dia após o semeio. A taxa de germinação Essa família botânica é um dos alvos de estratégia de acumulada foi de 48% e de 41,3%, respectivamente. conservação do Instituto Chico Mendes de Tratamento 3:a taxa de germinação das sementes que Conservação da biodiversidade (ICMbio). foram mantidas por 12 horas em freezer foi de 24,6%. A espécie Comanthera nitida, conhecida popularmente A germinação iniciou se 11 dias após o semeio, como sapatinha, é uma sempre-viva muito coletada na quando algumas apresentavam protusão do eixo região de Diamantina e da Serra do Cabral, e está embrionário e outras polarização do eixo. As primeiras entre as mais coletadas nos meses de janeiro e folhas surgiram no 18° após semeio. março.(Figura 1) No presente trabalho avaliou o efeito da luz e de escuro, de doses de giberelina (0,100 e 500 ppm) e da temperatura (freezer)sobre a germinação de sementes de C. Nitida.A partir dos dados calculou-se a taxa de germinação acumulada (%). Metodologia As sementes foram obtidas de capítulos coletados no mês de setembro de 2012,em campo de ocorrência natural, no município de Joaquim Felício, MG. Experimento1:as sementes foram colocadas para germinar em presença e ausência de luz (placas de Petri envoltas com papel alumínio); Experimento2:as sementes foram mantidas imersas por 24 horas em soluções contendo 0, 100 e 500 ppm de giberelina, e colocadas para germinar. O controle (0 ppm GA3) constitui-se das sementes germinadas na presença de luz no Experimento 1; Experimento3: as sementes foram mantidas por 12 horas em freezer e colocadas para germinar.O controle constitui-se das sementes germinadas na presença de luz no Experimento 1; Em todos os testes as sementes foram desinfestadas com hipoclorito de sódio 10% por 10 minutos. Os testes foram conduzidos em germinador Mangelsdorf a 25±3°C. Foram utilizadas cinco repetições de 30 sementes. Avaliou-se o número de indivíduos nos seguintes estágios de desenvolvimento: protrusão do eixo embrionário (critério para a germinação), polarização do eixo e o número de folhas e de raízes. Os testes foram conduzidos por 38 (Experimento 2) e por 53 dias (Experimentos 1 e 3). Resultados e Discussão Experimento1:As sementes sob luz iniciaram a germinação 11 dias após o semeio, quando 14,6% das sementes apresentavam protusão do eixo embrionário e 4% apresentavam-se no estado de polarização do eixo, que caracteriza a diferenciação entre raiz e folha. As primeiras folhas e raízes surgiram 18 dias após o semeio. A taxa de germinação acumulada foi de Figura 1. Inflorêscencia de Comanthera nitida Conclusões 1. 2. Pode-se concluir que C. nitida apresenta características de fotoblastismo positivo, como observado em outras espécies de Comanthera. A baixa temperatura inibiu a germinação e os tratamentos com giberelina estimularam a germinação de C. nitida. Agradecimentos A minha orientadora Drª Elaine Cabrini pelo profissionalismo e amizade, a Drª Maria Neudes pela colaboração e companhia no laboratório,a Aline Rocha pelos dados estatisticos e a todos os meus colegas de trabalho. Referências Bibliográficas [1] Oliveira, P.G. & Garcia, Q.S. 2005. Efeitos da luz e temperatura na germinação de sementes de Syngonanthus elegantulus Ruhland, (Bong.) Ruhland e Silveira(Eriocaulaceae). Acta Botânica Brasilica 19(3):639-645.