Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha Gerência de Comunicação: Ana Paula Costa. Edição Março/2008. Transcrição: Else Albuquerque. Copidesque: Jussara Fonseca. Revisão: Adriana Santos. Capa e Diagramação: Luciano Buchacra. 4 Introdução ORAÇÃO “Pai, no precioso Nome de Jesus, que tu possas trazer aos teus filhos graça, entendimento e compreensão das Escrituras para que a tua Palavra não seja apenas proclamada, não seja apenas o “Logos” da letra, mas seja a Palavra “Rhema”, a Palavra viva para o nosso coração. Ó, Senhor, queremos realmente guardar a tua Palavra em nosso coração para não pecarmos contra ti. Queremos conhecê-la para não tropeçar em nada. Que nesta hora haja, no coração de cada um, verdadeira fome e verdadeiro desejo em conhecer o teu coração. Em nome de Jesus, amém.” “O meu povo está sendo destruído porque lhe falta o conhecimento.” (Oséias 4.6). A falta do conhecimento tem le5 vado a muitos à destruição. Há algo muito importante que precisamos guardar e é isto que vamos descobrir. Em Provérbios, no capítulo 4, versículo 23, lemos: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Muitos acham que o coração que a Bíblia menciona é o órgão que bombeia o sangue, este órgão que, se adoecer, pode ser “consertado”, pode ser transplantado. Mas vamos ver a que coração a Bíblia se refere. O que significa coração nas Escrituras? 6 Capítulo I Coração alegre A Palavra diz que é do coração que procedem as fontes de vida (Provérbios 4.23). As pessoas que não têm as Escrituras como um referencial para a sua vida, imaginam que o nosso cérebro é a fonte da vida, que o cérebro comanda todas as atividades humanas. A Bíblia, no entanto, referese ao coração de forma muito clara, mostrando-o como o centro, o âmago do nosso ser, como o “reservatório” de tudo que somos. Lucas, 6.45, diz: “O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração.” O nosso coração é a fonte de onde tiramos o bem ou o mal. Há um ditado que diz: “Cada um dá o que tem”. Em Jeremias 17.9, nós lemos: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” Quantas vezes o coração engana a você mesmo? É 7 por isto que as Escrituras dizem: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Pv 4.23). É como se o coração pudesse abarcar tudo, a totalidade do nosso intelecto e da nossa vontade. Os fariseus eram extremamente zelosos em determinadas coisas como lavar as mãos e o corpo; por qualquer coisa se lavavam. E, naquela época, não havia água encanada, as coisas eram bem mais difíceis. Por exemplo, nas bodas de Caná, faltou vinho, mas não faltou a água que era para as purificações. Eles achavam que o mal se encontrava no exterior, do lado de fora, que o mal vinha da poeira, do tocar em um morto ou coisas assim. Agora, Jesus traz estas palavras em Marcos 7.20-23: “E dizia: O que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” Esta fonte você percebe, você sente, é o coração. Podemos conhecer o coração como o centro do nosso ser, porque com nosso coração conhecemos as coisas: oramos com o coração, meditamos com o coração, escondemos a Palavra de Deus no coração, muitos maquinam o mal no coração, guardam as palavras de sabedoria no coração, 8 “pensam” pelo coração, duvidam no coração, consideram as coisas no coração, crêem com o coração. Você se converteu crendo não com a cabeça, mas com o coração. A Escritura diz que: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” (Romanos 10.9). Ou seja, o que gera o novo nascimento é o crer com o coração, que determina o arrependimento e a Salvação. Crer com o nosso intelecto é um crer diferente. Queremos enfocar o coração como o âmago do individuo porque ele envolve emoções, intelecto e vontade. Mas quem pode conhecer o coração? Deus é que sonda e conhece os corações (Provérbio 21.2; Romanos 8.27). É interessante observar que, exceto no livro de Judas encontramos a palavra coração, em toda a Bíblia. Há um versículo que diz: “O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se abate.” (Provérbios 15.13). Isto quer dizer que a beleza não está só do lado de fora, que ela não aparece só com cuidados e maquiagem, mas, como a Bíblia diz, com a alegria do coração. É interessante que podemos perceber o coração de uma pessoa pelo seu semblante. O coração é a sede das nossas emoções. No livro do Êxodo, vemos que Arão foi ao encontro de Moisés, e se alegrou no coração ao vê-lo. 9 “Então, se acendeu a ira do Senhor contra Moisés, e disse: Não é Arão, o levita, teu irmão? Eu sei que ele fala fluentemente; e eis que ele sai ao teu encontro e, vendo-te, se alegrará em seu coração.” (Êxodo 4.14). O coração se alegra, mas também se entristece. O coração de Jesus se alegrava, mas havia momentos em que seu coração se entristecia também. Ele disse certa vez: “A minha alma está profundamente triste até à morte [...].” (Mateus 26.38). Por isso a Palavra de Deus diz: “Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores.” (Tiago 5.13). Quando o seu coração está triste, é preciso orar, mas quando o seu coração está alegre, cante louvores. É tão interessante a beleza que envolve o rosto quando o coração, alegremente, entoa louvores a Deus. O cristão não é um bobo que vive rindo a toa, mas existe uma alegria diferente, e esta alegria a Bíblia chama de paz. O coração passa a ser, através da graça do Senhor, encharcado de paz. A Bíblia diz que o coração do homem adoeceu desde que ele pecou no Jardim do Éden. É como o coração doente, sobre o qual o médico diz que a única solução é um transplante. Assim também a mensagem do Evangelho não é um remendo, não é um conserto, mas a mensagem do Evangelho é uma substituição, é algo que Deus opera que Deus realiza dentro do coração do homem. 10 Capítulo 2 Um novo coração O que é o Novo Nascimento? O Novo Nascimento não é uma mudança de religião. O Novo Nascimento é a mudança que Deus opera em nosso próprio coração. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Coríntios 5.17). Vemos Davi numa situação difícil porque ele não conhecia direito o seu coração. Ele fazia coisas das quais arrependia profundamente em sua alma. Certa feita, ele disse: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.” (Salmos 51.10). E, no livro de Ezequiel, o 11 profeta descreve a promessa do Senhor dizendo assim: “Darlhes-ei um só coração, espírito novo porei dentro deles; tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes darei coração de carne.” (Ezequiel 11.19). Coração de pedra é o coração insensível, é o coração duro, que não pulsa, mas Deus diz: Eu vou mudar este coração duro em um coração sensível à minha voz. Quando participamos da ceia do Senhor, bebendo do cálice que representa o sangue do Senhor, comendo do pão que é símbolo do Corpo de Cristo, anunciamos a morte de Jesus até que Ele venha: “Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.” (1 Coríntios 11.26). É vida dele em nossa própria vida. É por isto que as Escrituras dizem: “[...] Cristo em vós, a esperança da glória.” (Colossenses 1.27). Com o nosso coração não regenerado, nunca conseguiremos levar a nossa vida segundo os princípios da Palavra do Senhor. É por isto que, no verso seguinte, Ezequiel nos mostra a razão pela qual recebemos esse coração novo. Ele diz, “para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os executem; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.” (Ezequiel 11.20). Muitos querem viver a Palavra, querem ter uma vida santa, uma vida plena, mas parece que não conseguem. Por quê? Isso acontece porque o coração não pode ser remen12 dado, é necessário um coração novo, ou seja, a própria vida do Senhor na nossa vida. Cristão significa parecido com Cristo. Então, quando somos de Cristo, há vida e poder em nosso coração, e o Espírito Santo opera. É o Espírito do Senhor que faz com que não haja rejeição ao novo coração. Normalmente, quando se faz um transplante, a pessoa tem de tomar medicamentos o resto da sua vida para que não haja rejeição ao coração transplantado. Por isto a Bíblia diz que o mesmo Espírito que levantou Jesus dentre os mortos e trouxe vida ao coração que havia parado, é o Espírito que habita em nós. É esse Espírito que capacita cada um de nós a viver segundo os princípios da Palavra de Deus. “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.” (Deuteronômio 6.5). Se isso não existir você será apenas um religioso. O religioso é aquele que faz tudo por obrigação, o fiel é aquele que busca o Senhor, é aquele cujo coração é cheio de amor por Ele, é aquele que o ama, que ama a Palavra, ama a oração, ama os irmãos, ama as pessoas. O problema é que muitos querem amar Deus somente com o intelecto. Mesmo que a nossa fé tenha de ser prática, ela envolve emoções. O ministério tem de ser realizado com amor. Precisamos entender que a nossa relação com Deus não passa apenas pelo intelecto, mas principalmente pelo coração, ou seja, 13 não fica nas extremidades do intelecto, mas flui do centro, do coração. Quem conhece Deus apenas com o intelecto não consegue amá-lo intensa e profundamente. A fé cristã envolve emoções profundas em amor. “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.” (Deuteronômio 6.5). Quando olhamos o coração, como sede das emoções, vemos que amar implica em emoção. Contudo, é preciso discernir as emoções, porque assim como a alegria, o medo também é emoção. Logo que o povo de Israel atravessou o Jordão e entrou na terra para possuí-la, os habitantes começaram a se encher de medo. Diz a Palavra de Deus que “[...] ouvindo todos os reis dos amorreus que habitavam deste lado do Jordão, ao ocidente, e todos os reis dos cananeus que estavam ao pé do mar que o Senhor tinha secado as águas do Jordão, de diante dos filhos de Israel, até que passamos, desmaiou-se-lhes o coração, e não houve mais alento neles, por causa dos filhos de Israel.” (Josué 5.1). Quantas vezes o nosso coração já não desmaiou de medo? “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Provérbios 4.23). É muito fácil sairmos da sintonia da fé, da confiança, da fonte do nosso coração e caminhar segundo o nosso intelecto. O nosso intelecto trata apenas da razão, mas a fé nos faz ver o 14 invisível, ouvir o inaudível, tocar as coisas que aparentemente não são. É trazer à realidade as coisas que não são como se já fossem. Isso é fé (Hebreus 11.1). Quando Jesus caminhava por sobre as águas, chamou Pedro, que, movido pela fé em seu coração, começou a caminhar sobre as águas. De repente, porém, o intelecto entrou em ação, e a sintonia mudou, não era mais o coração, a fé, mas a razão que agia. Pedro olhou e viu que estava andando sobre as águas, sobre as ondas e que o vento estava soprando furiosamente. Então, ele começou a afundar. Por que a vida de alguns é tão seca, sem cor nem sabor? É porque lhes falta o óleo da unção e a alegria de Deus. A Palavra de Deus afirma que o medo faz o coração desmaiar (Josué 5.1). Quando foi enfrentar o gigante, Davi foi pela fé em seu coração, pois se fosse apenas pelo intelecto, ele diria: “Olhe o tamanho deste homem, ele é grande demais! Não posso lutar contra ele” Mas no coração dele batia algo diferente. Então, “sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração”, guarde a sua fé. Por outro lado, o coração pode ser a sede do medo. Se o seu coração começar a fraquejar porque aquela bênção que você anseia está demorando demais e parece que não vai chegar, lembre-se: “Espera pelo Senhor, tem bom ânimo, e fortifiquese o teu coração; espera, pois, pelo Senhor.” (Salmos 27.14). 15 De que modo você vai fortalecer o seu coração? Enchendo-o com a Palavra do Deus. O salmista diz: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.” (Salmos 119.11). Ele procurou encher o coração com a Palavra. Firmando-nos na Palavra do Senhor intensamente, estamos fortalecendo o nosso novo coração com a força do Senhor. Não existe nada mais sensível do que o coração. O salmista nos traz uma advertência sobre como nos arrependermos no coração, e que, quando deixamos de ouvir o Senhor, ele pode se tornar cauterizado, pesado e duro: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.” (Salmos 51.17). Deus, aqui, faz um pacto, um compromisso conosco. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado, ou seja, Deus não tem prazer em religiosidade. O grande problema dos judeus era a religiosidade. As obras religiosas aparecem mais pelo lado exterior, são cheias de leis, regras e normas, costumes, preceitos e princípios humanos. A verdadeira fé em Cristo nos leva a seguir os princípios bíblicos por inteiro, pois foram inspirados pelo Espírito Santo. A compreensão dos judeus considerava o pecado só do lado de fora. Penso que seja por isso que Jesus foi tão claro quando disse: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar con16 tra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.” (Mateus 5.21-22). Jesus continua a dizer “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.” (Mateus 5.27-28). Mesmo que você nunca tenha se deitado com uma mulher, no seu coração você pode ser um adúltero contumaz. Não tem jeito, o que precisamos é de um coração novo, e não pode ser um coração remendado. A fonte da vida vem do coração. E é no coração que brota o arrependimento. Quando há sensibilidade, as coisas começam a acontecer. A Palavra diz que um coração quebrantado e arrependido, o Senhor não despreza. Esse coração novo e sensível não é apenas para as grandes coisas, mas para as coisas pequenas também, ou seja, ele foi colocado em nós para todas as coisas. Por isso vale a pena repetir: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Provérbios 4.23). Certa vez, um detetive foi brutalmente assassinado por um bandido enquanto o perseguia. O bandido também foi ferido e, enquanto ele estava sendo socorrido no pronto socorro do hospital, alguns policiais invadiram o recinto e queriam linchá-lo ali mesmo. O nosso intelecto procura 17 vingança. Mas, quando alguém nasce de novo, o coração muda. Aquele homem era um marginal apenas porque não tinha o coração de Jesus. 18 Capítulo 3 Um coração sensível a Deus A fé cristã pode parecer utópica em alguns princípios e podemos pensar que ninguém consegue viver segun- da ela. E não consegue mesmo, a não ser que tenha uma nova fonte. Esta fonte é o Senhor Jesus. O grande problema é que colocamos alguns diques nessas fontes, impedindo que elas venham alcançar, também, as outras áreas da nossa vida. Ninguém consegue viver a vida cristã a não ser que tenha a fonte da vida dentro dele. Quem que, recebendo um 19 tapa em uma face, oferece a outra? Quem, que se alguém levar o seu paletó, lhe dá também a gravata? Muitas pessoas têm uma vida insossa. Uma vida ruim. Mas a vida cristã é muito diferente. O cristão passa a ser sobrenatural aqui na Terra. Depois de nascer de novo, ele passa a ser uma outra criatura. O seu coração é trocado e ele passa a ter a capacidade de amar. A Palavra de Deus diz que: “Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.” (Romanos 5.5). Só o cristão consegue amar porque o amor de Deus não cabe em um coração não regenerado. Nesse coração existe a rejeição. Nossa fé não é uma religião. Nossa fé é um profundo relacionamento com o Senhor. E uma das coisas que o mundo aguarda é a manifestação da glória de Deus, quando cada filho de Deus deixar de brincar de ser crente, deixar de ser religioso e manifestar a própria vida do Senhor ao mundo. Nosso coração precisa chorar com as coisas que fazem o nosso Deus chorar. Quando vemos um menino de rua, o que bate em nosso coração? Por que ele é assim? Nós responsabilizamos o governo, mas a solução de Deus é a Igreja. Quando vemos a injustiça e as atrocidades, se o nosso coração não ficar sensibilizado, se não conseguirmos nem ao menos ouvir, é porque ele está seco. A nossa fé traz emoções, 20 não apenas no louvor, quando cantamos e dançamos diante de Deus; ou quando estamos no altar do Senhor, o manto da glória dele nos envolve e a nossa carne treme, nossos cabelos ficam arrepiados e choramos diante dele. Nosso coração precisa chorar com as coisas que fazem o coração de Deus chorar. Quando vemos um lar se desfazendo, nosso coração se parte e isso faz parte do novo coração. O casamento, segundo a Bíblia, não é algo determinado apenas no papel, ele é um pacto, é um compromisso, é uma aliança. Precisamos colocar a nossa fé em ação e deixá-la se manifestar. “A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra.” (Provérbios 12.25). Esse texto diz que o nosso coração pode abrir espaço para a ansiedade e você pode perceber que a ansiedade abate o coração. Se você está preocupado com as pressões que vem de um lado e de outro, aí vem o abatimento. Queremos trazer ao seu coração a boa palavra. Na ceia, o pão e o vinho são símbolos da boa palavra que foi encarnada. A boa palavra é o amor de Deus. Você é a pessoa mais preciosa que há no mundo. Não existe nada em nós para que Ele escolha nos amar, mas Ele escolheu nos amar: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3.16). 21 Se você alimentar o seu coração com a ansiedade, ele se abaterá e você ficará abatido. As Escrituras dizem para lançarmos sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de nós (1 Pedro 5.7). O pão, na ceia, tem uma forte mensagem: Você tem um grande valor para o Senhor. E a do vinho é que existe uma aliança, um pacto, e você faz parte desse pacto. Penso que seja por isto que a Palavra de Deus diz que “a ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra” (Provérbios 12.25). Procure deixar o seu coração se alegrar na compreensão de que você é amado por Deus, o nosso Pai. Veja o seu coração como a sede das suas emoções. O coração pode se alegrar e pode ter ansiedade, e se descuidarmos, veja o que acontece a ele: “A estultícia do homem perverte o seu caminho, mas é contra o Senhor que o seu coração se ira.” (Provérbios 19.3). Normalmente, as pessoas fazem uma transferência da ira que sentem. Algo acontece no seu trabalho e você não pode revidar. Então, quando chega em casa, desconta na esposa ou nos filhos. Isto é, faz uma transferência. Embora o crente não fique irado contra Deus, ele pode manifestar sua ira contra as outras pessoas e contra os próprios irmãos. Todas as vezes que abrimos espaço para a incredulidade, estamos, de fato dizendo que Deus está errado e que, se estivéssemos no lugar dele faríamos muito melhor que Ele. 22 Deste modo estamos abrindo caminho para a estultícia. Deixe Deus ser Deus. Deixe o seu coração ficar cheio de amor por Ele. A Palavra de Deus diz: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.” (Isaías 55.8-9). Parafraseando, o Senhor quer dizer: “Os meus caminhos e os meus pensamentos são mais altos. O que eu quero é que você me ame”. Amar é confiar. Jesus mandou que celebrássemos a ceia muitas vezes, porque na ceia há uma mensagem silenciosa de Deus: “Eu o amo, eu me importo com você. Não havia nada mais que eu pudesse fazer a não ser dar o que de mais precioso eu possuía: a vida do meu próprio Filho.” Nós afirmamos que somos um povo avivado. Entretanto, avivamento não é a Igreja. Como está escrito em Isaías 57.15: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.” O Senhor pode soprar no seu coração todo esse fogo e toda essa emoção, trazendo-lhe a verdadeira alegria. 23 O Senhor disse que precisamos aprender com Ele: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração [...]” (Mateus 11.28-29). O Senhor é o nosso modelo. O coração do Senhor era tão terno que Ele não olhava como os homens olhavam a ponto de as pessoas questionarem e chamá-lo de amigo de pecadores. Só quem tem um coração humilde é que oferece espaço para uma prostituta vir e lavar os seus pés com as suas lágrimas. Só um coração humilde recebe os párias da sociedade, só um coração humilde restaura. “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma”, é a voz do Senhor a nos chamar! Quem sabe, até hoje você não encontrou descanso para a sua alma porque acha que o descanso está numa religião ou em algo a fazer? O descanso vem se o seu coração for humilde, simples e cheio do Senhor. Um coração que arde pela Palavra de Deus, como o coração dos dois discípulos no caminho de Emaús, quando um disse para o outro: “[...] Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” (Lucas 24.32). Nosso coração pode ficar turbado. No livro de João, capítulo 14, versículo 1, Jesus diz: “Não se turbe o vosso coração, crede em Deus, crede também em mim.” Devemos entender 24 que o nosso coração é a sede das nossas emoções e da nossa vontade, mas não existe conserto para o nosso coração, a única solução é o Senhor nos dar um coração novo. Ali na cruz, quando o Senhor se deu por nós, pagando o preço do nosso resgate, aconteceu algo tão terrível que nós, os humanos, jamais poderíamos compreender: Ele se fez maldição em nosso lugar e tomou sobre si toda a miséria humana, todas as dores, todas as desgraças, todas as mazelas. Foi como se o coração dele estivesse sendo arrancado. A vida do Senhor não foi tomada, Ele a deu; a grande diferença repousa nessa compreensão. Por isto a Palavra diz: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração”. Nós o amamos porque Ele nos amou primeiro. O Salmo 119, versículo 2, diz: “Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições e o buscam de todo o coração.” O Senhor tem nos buscado, mas há a necessidade de nós o buscarmos de todo o coração. No livro dos Provérbios, capítulo 3, o versículo 5 diz assim: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.” Confie no Senhor, confie no seu amor, confie no seu perdão. Desfrute a vida com o Senhor! Jeremias 29.13 diz assim: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração.” Servir ao Senhor com o coração inteiro. A única coisa que Deus pediu ao homem foi o seu coração: “Filho meu, 25 dá-me o teu coração.” Dar o coração é dar toda a vida. Você é o melhor de Deus. Entrega total a Deus. Joel, no capítulo 2, versículo 12, diz: “Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto.” Não adianta o jejum sem o coração, não adianta o choro, o pranto sem o coração. Ele diz: “Convertei-vos a mim de todo o vosso coração.” 26 Capítulo 4 Coração perseverante A lgum tempo atrás, houve um acidente com o ator que fazia o papel de super-homem. Nesse acidente, ele caiu do cavalo e algumas vértebras de sua coluna cervical foram esmagadas, deixando-o tetraplégico. Ele era um homem bonito, cheio de vida e tinha apenas quarenta e dois anos de idade. O papel que ele desempenhou no cinema, o de super-homem, foi tão forte que as pessoas continuavam a chamá-lo de super-homem – aquele “homem de aço”, que fazia coisas extraordinárias. Entretanto, não existem super27 homens como também não existem supercrentes, pessoas imunes a tudo. “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos.” (Tiago 5.17-18). A Palavra de Deus fala, nessa passagem, apenas a respeito de Elias, mas se lermos sobre todos os homens da Bíblia como Moisés, Davi, Sansão, Isaías, Jó, Eliseu e tantos outros, veremos que eles tinham a mesma estrutura que nós. Eles também tinham emoções semelhantes às nossas. Eles sorriam, choravam e também passaram por momentos de forte depressão. Muitos deles, se não todos, experimentaram grandes derrotas como também grandes vitórias. No texto de Tiago 5.17, lemos que “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos [...]”, ou seja, ele era igual a nós. Talvez, do lado de fora, no aspecto exterior, ele fosse bem diferente; o semita tem o nariz grande, os cabelos pretos e lisos, a pele morena. Do lado de fora, talvez fosse realmente bem diferente, mas nós não somos o que aparentamos ser do lado de fora, nós somos o que somos do lado de dentro. Elias foi um homem igual a qualquer um de nós, mas a Palavra diz que ele orou e os céus se fecharam. Nós também 28 oramos, mas o que tornara a oração de Elias tão diferente da nossa, mesmo que, naquela época, Elias não conhecesse algo que nós conhecemos hoje que é o poder do nome de Jesus? Elias viveu milhares de anos antes de Jesus e, hoje, quando oramos, o poder do nome de Jesus sela a nossa oração. “Então, Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra.” (1 Reis 17.1). 29 30 Capítulo 5 Coração decidido I srael vivia, naqueles tempos, um momento de crise. O rei que estava no poder era Acabe, que havia se casado com uma mulher terrível chamada Jezabel. Ela era extremamente ímpia, idólatra e sedutora. Além disso, era uma mulher pervertida e, ao lermos sobre Jezabel, ficamos admirados da maneira como ela mudou o coração de Acabe. Ela trouxe maldição sobre Israel ao levar o povo a adorar os deuses dela e a Baal. O povo de Israel estava confuso, porque ao mesmo tempo em que adorava a Jeová, adorava também a Baal. Com o coração dividido, a fé e os sentimentos divididos, tal situação não poderia continuar. A nação de Israel necessi31 tava de uma sacudida. Era necessário que algo acontecesse para que o povo não continuasse mais naquela situação. Muitas vezes, Deus permite determinadas situações em nossa vida para que haja uma tomada de posição. É necessário que o nosso coração seja realmente do Senhor. É urgente essa tomada de posição que nos leva a dar o nosso tudo a Ele, e não o resto. O Senhor é digno de receber tudo. Quando Elias orou, algo aconteceu: as janelas do céu foram fechadas. Durante três anos e meio não caiu uma só gota de chuva e, por todo esse tempo, os céus permaneceram fechados. O povo vivia do que já existia, do que estava armazenado. Entretanto, houve um momento que o que estava armazenado acabou. Preste bastante atenção nisto: é muito fácil fechar, todavia abrir novamente é muito difícil. É muito fácil uma pessoa dizer: “Não vou mais à igreja” e fechar a porta atrás de si. É muito fácil, em um casamento, se dizer: “Vou acabar com tudo”, porém, voltar atrás e buscar a reconciliação é tremendamente difícil. É muito fácil acabar com a própria saúde e, até mesmo, tentar o suicídio, mas a recuperação é de uma dificuldade impressionante! Fechar os céus é fácil. Abrir a boca e dizer: “Acabou, está tudo acabado”, é tão fácil como piscar os olhos; mas como é difícil trazer novamente vida àquela situação. Elias orou e fechou os céus. O interessante é que ele vi32 via ali também. Ele era igual a todos, com os mesmos sentimentos. Ele via a morte, a destruição, a fome e a seca. Ele mesmo presenciava e sentia todas essas coisas, ele não estava excluído, mas envolvido em toda aquela situação que a seca provocava. Havia a necessidade de mudança, pois o povo de Israel não podia continuar da maneira como se encontrava. Aquele povo carregava uma bagagem histórica muito grande. Não só as intervenções miraculosas de Deus, mas carregava também o próprio nome do Senhor na sua vida. Israel era um povo que tinha a graça do Senhor gravada no espírito, e estava, agora, se curvando diante de Jeová e diante de Baal. Era necessário se fazer alguma coisa. Depois de algum tempo, já no final, quando o povo não suportava mais, Elias apareceu diante de Acabe e pediu: “Agora, pois, manda ajuntar a mim todo o Israel no monte Carmelo, como também os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas do poste-ídolo que comem da mesa de Jezabel [...] Então, invocai o nome de vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por fogo esse é que é Deus. E todo o povo respondeu e disse: É boa esta palavra.” (1 Reis 18.19,24). Elias subiu sozinho levando a bandeira de Jeová. Depois, subiram os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas do poste-ídolo; prepararam o altar, colocaram o sacrifício sobre ele e o Deus que respondesse com fogo, o povo proclamaria 33 que ele era, realmente, o verdadeiro Deus. Há um momento em nossa vida em que não podemos continuar indecisos, com um pé lá e o outro aqui. Não podemos continuar em cima do muro, precisamos tomar uma decisão. Não podemos continuar da maneira como estamos. Há um momento na vida em que queremos e precisamos dar um basta para a situação em que estamos, um basta na sequidão, um momento em que queremos que nossos sonhos deixem de ser sonhos e se tornem realidades. Momentos em que queremos algo concreto. Na realidade, é quando nosso coração clama e diz: “Eu não suporto mais”; é chegada a hora da tomada de posição. Seguir ao Senhor Jesus é a mais fascinante vida que um ser humano pode experimentar aqui na Terra. Entretanto, essa decisão exige sacrifício, exige a própria vida, exige dedicação, exige esforço, e exige uma entrega completa. Precisamos restaurar o nosso coração, preparando-o para que o fogo de Deus venha. Precisamos guardar o nosso coração das coisas que não agradam a Deus. Vocês conhecem bem a história. Os profetas de Baal, desde o amanhecer até ao entardecer, clamavam por Baal para que ele respondesse com fogo. Eles retalhavam seus corpos e gritavam. Entretanto, nenhum fogo desceu. Quando chegou a vez de Elias, a primeira coisa que ele fez foi restaurar o altar. Aquelas pedras que os profetas de Baal 34 haviam tocado com mãos impuras, marcadas pelo pecado, Elias as restaurou, colocando pedra sobre pedra. Ele mandou que colocassem água sobre o altar e, sem gritar, porque Deus não é surdo, disse: “[...] Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel...” (1 Reis 18.36). E, naquela hora os céus se abriram e o fogo desceu, consumindo o sacrifício sobre o altar. O texto diz que as chamas lamberam as águas que estavam em volta do altar e, quando o povo viu aquilo, em uníssono, gritou: “O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!” (1 Reis 18.39). Pegaram os profetas de Baal e os mataram, destruindo-os e o povo desceu o monte proclamando: “Só o Senhor é Deus.” Ainda que tivessem uma vitória retumbante, não chovia, não havia água, os leitos dos rios estavam secos, clamando por água. Ainda assim, o povo proclamava uma só palavra de fé: “Só o Senhor é Deus.” Quando o coração do homem se converte, Deus está pronto para intervir. Elias subiu ao alto do monte e, junto com ele, havia levado os seus servos. As Escrituras dizem que ele, de modo humilde e obediente, se curvou, colocou a cabeça entre as pernas e começou a orar, porque o que a nação precisava agora era de água. Depois, Elias mandou que seu servo fosse ao alto do monte para olhar o mar, e perguntou: “O que você está vendo?” O céu estava limpo, não havia nuvens. Elias mandou o moço olhar, novamente, e perguntou: “O que 35 você vê?” O céu continuava limpo. Mandou seu servo olhar pela terceira vez e o céu continuava limpo; mandou pela quarta vez, pela quinta vez, pela sexta vez, e o cenário era o mesmo, o céu continuava limpo. Mas, a Palavra de Deus diz que, pela sétima vez, Elias mandou que o moço olhasse, e ele disse: “Vejo uma nuvem, mas tão pequena que parece do tamanho da mão de um homem”. E quando o moço disse isso, Elias proclamou: “Vamos descer depressa porque a chuva já está a caminho.” A fé faz com que a nuvem pequena se transforme em tantas nuvens que é possível cobrir todo o Israel. Muitas vezes, desistimos e, quando nosso coração desiste, nós voltamos às práticas antigas. O que Deus deseja é retemperar as nossas fibras, aquecer a nossa fé. A Palavra de Deus diz que houve um momento em que Jó, vivendo desgraças na sua vida, disse: “Deus, ainda que o Senhor me mate, mesmo assim vou continuar confiando em ti, eu vou continuar te amando; ainda que eu não entenda os teus caminhos, eu vou continuar te amando.” Quantas vezes, já estamos tão perto da bênção, mas desistimos? Quantas vezes você olha uma nuvem pequena e diz: “Não foi isto que eu pedi, eu não queria que fosse desse jeito.” Deus abre a porta de um emprego, e você diz: “Não é isto que eu quero, o salário é muito pequeno e eu queria ganhar mais, até porque o cargo não me satisfaz, eu quero é coisa melhor.” Quantas vezes desprezamos a nuvem pequena e falamos: “Senhor, eu quero tudo de uma só vez, só me interessa aquilo que os meus olhos possam ver”? Entretanto, os caminhos do Senhor não são assim. Quando o moço disse para Elias: “É uma nuvem pequena, do tamanho da mão de um homem”, Elias imediatamente proclamou: “Eu não preciso orar mais, porque a bênção já chegou. É o momento da ação, é o momento de descermos.” Diz a Palavra de Deus que quando Elias começou a descer o monte, os céus, de repente, se escureceram, as nuvens escuras e pesadas cobriram os céus, e uma chuva torrencial caiu. “E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos.” (Tiago 5.18). Eu já estive em Israel e lá existe um deserto de pedras. A região do Neguebe é desértica e só recebe chuva uma vez a cada dois anos. As plantas têm sementes e, se você observar o chão daquele deserto, você irá vê-lo coberto com muitas coisinhas pretas que são as sementes. Todo o deserto do Neguebe é coberto por sementes e, quando vem a chuva, elas germinam. Então, dentro de poucos dias, não está mais árido e desértico, mas verde e cheio de flores. A Palavra diz que quando veio a chuva sobre Israel, a terra fez germinar os seus frutos. O que eu quero dizer é que Deus tem colocado no nos37 so coração muitas sementes, muitos sonhos e muitos ideais. Seja no seu casamento, seja a conversão do seu marido, ou de sua esposa, ou dos seus filhos. Seja a bênção de um emprego, seja a saúde para o seu corpo ou qualquer outra coisa. Essas sementes permanecem e, muitas vezes você as tem desprezado, dizendo: “Eu não vejo nada acontecer.” Mas elas estão ali, e o que essas sementes precisam é apenas de chuva. O que essas sementes precisam para se tornar realidade é que haja chuva e que a água inunde, transborde o nosso coração dessa graça do Senhor. A Palavra diz que Elias fechou, mas houve um momento quando ele abriu, e você precisa abrir o que está fechado para que a chuva caia em abundância e possa se cumprir o que está escrito: “E a terra fez germinar seus frutos.” Eu não sei quais são os frutos que precisam germinar na sua vida, mas você sabe. Você tem chorado muitas vezes e não tem contado isso para ninguém. Você tem contemplado a semente e pedido: “Deus faça germinar essa semente em minha vida.” Mas para que a semente germine é preciso água e, muitas vezes, você precisa voltar e acertar a sua vida. Será necessário tomar uma decisão séria com o Senhor. Há que se ter uma dedicação absoluta a Ele, de poder com todo o coração proclamar: Só o Senhor é Deus. Declare com garra, com entusiasmo, com dedicação. E a chuva virá. Quantas vezes, ao caminhar, você quer que aconteça 38 tudo de uma só vez? Quer que de repente a nuvem cresça e o céu se encha de nuvens escuras e a chuva caia? Porém, é a sua fé que faz com que a nuvem cresça. É como a história de uma menina que vivia numa região que há muito não chovia, e os irmãos da igreja decidiram se encontrar para orar clamando por chuva. Foram para a igreja para orar para a chuva descer, e aquela menina também foi, levando consigo uma sombrinha. Quando entrou na igreja, os outros irmãos a criticaram: “O que você está fazendo com uma sombrinha? Há muito tempo não chove!” E a menina imediatamente declarou: “Mas nós não viemos aqui para orar pedindo chuva? Então eu vou precisar da sombrinha.” Quantas vezes nos apresentamos diante do Senhor, apenas como religiosos e não exercemos a fé? Deus pode fazer florescer as sementes que estão na sua vida. O primeiro obstáculo para o povo de Israel possuir a terra de Canaã era Jericó, e a ordem de Deus foi que o povo marchasse em volta dos muros de Jericó, sete vezes, em silêncio absoluto. Ninguém poderia dar uma só palavra, pois se falassem, eles falariam sobre o tamanho da muralha, e das lanças dos guerreiros de Jericó. Na sétima volta, Deus ordenou que o povo gritasse e, quando o povo gritou, as muralhas foram sacudidas e vieram abaixo. Naamã, um general do rei, estava com seu corpo coberto de lepra. A ordem foi que ele se mergulhasse sete vezes 39 no rio Jordão e assim ele fez. Ele poderia ter desistido, e quis desistir, mas seus servos o persuadiram e, quando ele emergiu pela sétima vez, a sua pele estava como a de uma criança. Querido, a palavra para o seu coração é esta: Perseverança. Elias era um homem semelhante a mim e a você, ele poderia ter desistido, mas ele não desistiu, e porque não desistiu, os céus se abriram. 40 Conclusão Q uem sabe, neste momento, você esteja quase desistindo? Quem sabe você já esteja pronto a deixar tudo de lado, e a abandonar tudo, dizendo: “Não tem jeito, eu vou é acabar com tudo, mesmo?” Hoje, o Senhor lhe diz: “Filho, filha, tome o seu lugar, a nuvem que você está vendo é um sinal de que Eu o Senhor estou operando em sua vida.” Este é o momento em que seu coração é colocado diante do coração de Deus. Existem sementes que precisam ser regadas com a unção do Espírito Santo. Hoje, sobre nós está a nuvem da glória de Deus. Que a unção possa trazer ao seu coração a graça para que essa semente germine. Há uma semente de Salvação, há uma semente que é a Palavra de Deus e que você já ouviu algu41 mas vezes, mas você precisa tomar uma decisão ao lado de Jesus. Você precisa tomar a Jesus como seu Senhor e Salvador. Você precisa reconhecer que Ele morreu por você e que ressuscitou para a sua justificação. A Bíblia diz que: “Se, com a tua boca, confessares a Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” (Romanos 10.9). Você que um dia caminhou com o Senhor, mas se desviou dele e hoje está longe. Você não consegue apagar esta semente que está aí no seu coração. A unção de Deus fará com que ela germine novamente. Volte! Se escolher voltar, o Senhor o receberá sem acusações, sem culpa e oferecerá a você uma oportunidade totalmente nova para um reencontro com Ele. O Espírito Santo pode restaurar a sua vida e a vida da sua família. Guarde o seu coração do mal e se entregue a Deus. Deixe-o fluir do seu interior. “E a terra fez germinar seus frutos.” Deixe que a abundante chuva da graça do Senhor seja realidade em sua vida. Deus abençoe, Pr. Márcio 42 Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha Gerência de Comunicação Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG www.lagoinha.com