UNIJUI - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DACEC - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO - BACHARELADO - MODALIDADE PRESENCIAL FERNANDO ROBERTO BLÜMKE ESTRATÉGIAS DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES NA LOJA TEVAH DE IJUÍ/RS IJUÍ 2014 FERNANDO ROBERTO BLUMKE ESTRATÉGIAS DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES NA LOJA TEVAH DE IJUÍ/RS Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à Conclusão de Curso e consequente obtenção de título de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Me. Martin Ledermann IJUÍ 2014 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Pirâmide das necessidades de Maslow. ................................................................... 50 Figura 2 - Processo de compra do consumidor ........................................................................ 53 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Gênero dos clientes da loja Tevah ......................................................................... 70 Gráfico 2 - Faixa etária dos clientes da loja Tevah .................................................................. 70 Gráfico 3 - Estado civil dos clientes da loja Tevah .................................................................. 71 Gráfico 4 - Escolaridade dos clientes da loja Tevah ................................................................ 71 Gráfico 5 - Ocupação dos clientes da loja Tevah ..................................................................... 72 Gráfico 6 - Renda dos clientes da loja Tevah ........................................................................... 72 Gráfico 7 - Tempo que é cliente da loja Tevah ........................................................................ 73 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Os 11 casos do marketing....................................................................................... 30 Quadro 2 - Categorias de vínculos com os clientes .................................................................. 33 Quadro 3 - Os 5 Ps da estratégia............................................................................................... 39 Quadro 4 - Etapas do processo de segmentação ....................................................................... 43 Quadro 5 - Tipos de segmentação ............................................................................................ 48 Quadro 6 - Sujeitos da pesquisa ............................................................................................... 63 Quadro 7 - Motivos para adquirir produtos de vestuário.......................................................... 74 Quadro 8 - Fatores decisivos para comprar em uma loja de vestuário masculino ................... 75 Quadro 9 - Fidelidade dos clientes à loja Tevah ...................................................................... 76 Quadro 10 - Tevah como primeira opção na escolha dos produtos de vestuário masculino .... 79 Quadro 11 - Motivos para comprar em outra loja .................................................................... 80 Quadro 12 - Avaliação das alternativas de loja de moda masculina ........................................ 82 Quadro 13 - Sensação ao adquirir produtos de vestuário ......................................................... 84 Quadro 14 - Mudanças no comportamento de compra dos clientes ....................................... 855 Quadro 15 - Percepção quanto ao atendimento na loja ............................................................ 96 Quadro 16 - Percepção quanto ao atendimento a domicílio ..................................................... 97 Quadro 17 - Percepção em relação ao ambiente e layout da loja ............................................. 99 Quadro 18 - Percepção quanto ao e-mail de agradecimento .................................................. 100 Quadro 19 - Percepção quanto ao telefonema de satisfação .................................................. 102 Quadro 20 - Percepção quanto ao telefonema de aniversário ................................................ 104 Quadro 21 - Percepção quanto às mensagens por telefone .................................................... 105 Quadro 22 - Percepção quanto à surpresa para os clientes. .................................................... 107 Quadro 23 - Percepção quanto ao sob medida Tevah ............................................................ 108 Quadro 24 - Percepção quanto ao bônus de recompra ........................................................... 110 Quadro 25 - Percepção quanto ao espaço para noivos ........................................................... 111 Quadro 26 - Percepção quanto aos motivos decisivos para a fidelização .............................. 113 Quadro 27 - Proposições de novas estratégias - 5W2H ......................................................... 123 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABF – Associação Brasileira de Franchising CRM – Costumer Relationship Management PDV – Ponto De Venda SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SIS – Sistema de Inteligência Setorial SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................. 11 1.1 Apresentação do Tema.................................................................................................... 11 1.2 Questão de estudo ........................................................................................................... 12 1.3 Objetivos ......................................................................................................................... 12 1.3.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 12 1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 12 1.4 Justificativa ..................................................................................................................... 12 2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 14 2.1 O setor varejista de vestuário no Brasil .......................................................................... 14 2.2 Definições de marketing ................................................................................................. 15 2.3 Marketing no varejo ........................................................................................................ 18 2.3.1 Gerenciamento do ponto de venda ........................................................................... 19 2.4 Marketing de relacionamento ......................................................................................... 26 2.5 Marketing de relacionamento no setor varejista ............................................................. 37 2.6 Definições de estratégia .................................................................................................. 38 2.6.1 Vantagem competitiva.............................................................................................. 41 2.7 Segmentação de mercado ................................................................................................ 42 2.7.1 Níveis de segmentação de mercado ......................................................................... 45 2.7.2 Tipos de segmentação .............................................................................................. 47 2.7.3 Bases para a segmentação do mercado organizacional ............................................ 48 2.7.4 Seleção do mercado alvo .......................................................................................... 49 2.8 Comportamento do consumidor...................................................................................... 49 2.9 Franchising...................................................................................................................... 55 3. METODOLOGIA................................................................................................................. 57 3.1 Classificação da pesquisa................................................................................................ 57 3.1.1 Pesquisa quanto à natureza ....................................................................................... 57 3.1.2 Pesquisa quanto à abordagem .................................................................................. 58 3.1.3 Pesquisa quanto aos objetivos .................................................................................. 59 3.1.4 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos ........................................................... 61 3.2 Sujeitos da pesquisa e universo amostral ........................................................................ 63 3.3 Coleta de dados ............................................................................................................... 65 3.4 Análise e interpretação dos dados ................................................................................... 67 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................. 69 4.1 Caracterização da organização ........................................................................................ 69 4.2 Perfil dos clientes da loja Tevah ..................................................................................... 69 4.3 Comportamento do consumidor da loja Tevah ............................................................... 73 4.4 Estratégias de relacionamento com clientes adotadas pela loja Tevah ........................... 86 4.5 Percepção dos clientes quanto as estratégias de relacionamento utilizadas pela loja Tevah .................................................................................................................................... 95 4.6 Ajustes nas estratégias de relacionamento que apresentam fragilidades e emissão de um parecer sobre as que apresentam potencialidades ............................................................... 115 4.7 Novas estratégias de relacionamento com clientes na loja Tevah ................................ 120 CONCLUSÃO....................................................................................................................... 124 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 130 APÊNDICES ......................................................................................................................... 132 APÊNDICE A ..................................................................................................................... 132 APÊNDICE B ..................................................................................................................... 136 INTRODUÇÃO É cada vez mais recorrente no cenário empresarial atual em seus mais distintos segmentos, a concorrência entre as organizações. Desse modo, não seria diferente no contexto do varejo e, em específico, em lojas de vestuário masculino, onde de maneira contínua, as estratégias de relacionamento precisam ser revistas ou então criar outras com o intuito de gerar vantagem competitiva e, consequentemente, manter a loja em crescimento, bem como, salvaguardar a base de clientes. A proposta de desenvolvimento deste estudo surgiu da necessidade de estabelecer relações comerciais duradouras e mutuamente satisfatórias entre empresa-cliente, no segmento varejista, em lojas de vestuário masculino, na qual é recorrente observar o acirramento da concorrência uma vez que aspectos relacionados à exclusividade em se tratando de moda, geram vantagens competitivas significativas. A necessidade de inovação e de novas perspectivas de atuação nesse mercado vão além das relações “tradicionais” de consumo que eram praticadas pelas lojas de vestuário há algum tempo. O cliente almeja a diferenciação, com um nível de exigência cada vez maior e, com isso, ganha cada vez mais força a busca pela personalização de peças de vestuário para os clientes desse segmento. A relação de consumo, com foco na demanda de maneira individual, para cada cliente, é imprescindível para a construção do relacionamento e fidelização dos clientes, visto que, prospectar novos clientes é, muitas vezes, um processo que envolve um dispêndio maior de recursos em detrimento da manutenção da atual base de clientes. Diante dessa perspectiva, Cobra (1997) enfatiza que para a manutenção dos atuais clientes, não basta deixá-los apenas satisfeitos, mas é preciso deixá-los encantados com o que se propõe, é necessário inovar e surpreender os mesmos. O presente Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Administração, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), trata de um estudo desenvolvido para verificar quais são as estratégias de relacionamento com clientes mais indicados para a Loja Tevah de Ijuí, visando, para tanto, a retenção e fidelização da atual base de clientes, além da construção de novos relacionamentos mutuamente satisfatórios entre a loja e o cliente. Nesse sentido, foi observado o perfil dos clientes da loja Tevah, bem como, 9 o comportamento dos consumidores da loja. Também foi relacionado às estratégias com clientes adotadas pela loja e verificou-se a percepção dos clientes em relação às estratégias de relacionamento adotadas pela mesma. A partir de então, foram propostos ajustes nas estratégias de relacionamento que demonstravam fragilidades e, também, a emissão de um parecer sobre as estratégias que apresentavam potencialidades. Além disso, quando necessário, foi realizada a proposição de novas estratégias de relacionamento a serem adotadas com os clientes da loja. A primeira parte, denominada de contextualização do estudo, busca introduzir o tema e a questão de estudo, assim como listar os objetivos do trabalho e a justificativa da viabilidade de sua realização. Em seguida, é exposto o referencial teórico, que procura sustentar teoricamente o estudo baseando-se em autores especialistas no tema, a fim de legitimar o desenvolvimento do estudo, da pesquisa proposta, e da análise dos dados coletados. Em um terceiro momento, no presente trabalho, é exposta a metodologia aplicada para a elaboração do estudo, delimitando a classificação da pesquisa, os seus sujeitos e a forma de coleta e interpretação dos dados obtidos. No quarto capítulo é realizada a apresentação e a análise dos resultados com a sustentação teórica acerca dos dados obtidos com a pesquisa. E, por fim, é apresentada a conclusão, as referências bibliográficas e os apêndices. 10 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO A contextualização é essencial para descrever as ideias e concepções que fundamentam o estudo. Consiste na apresentação do tema, na definição da questão de estudo, na demarcação dos objetivos – dispostos em geral e específicos – e na exposição da justificativa da pesquisa. 1.1 Apresentação do Tema Com o passar dos anos os consumidores começaram, a cada vez mais, galgar por espaços e reconhecimento, ou seja, em determinado tempo se buscava clientes no intuito de fechar a venda de forma imediata, muitas vezes, sem consultar e observar as expectativas que advinham desses. Contudo, o que se observa atualmente é um “poder” cada vez maior dos consumidores em relação às empresas e aos seus produtos que são ofertados no mercado. Com isso, um setor que demonstra uma crescente competitividade e que precisa ser analisado de perto sob o ponto de vista do consumidor com o intuito de gerar vantagem competitiva, é o setor varejista de moda masculina. É possível encontrar produtos e serviços similares ou até mesmo iguais na maioria das lojas de vestuário masculino. Para se sobressair diante dessa situação, as empresas precisam criar estratégias de diferenciação no mercado para prospecção e manutenção dos clientes. Atualmente, se um cliente se sentir insatisfeito com a entrega do valor, no caso, o produto ou serviço ofertado pela empresa, o mesmo poderá optar em buscar em outra empresa a qualidade e o bom atendimento que atendem as suas expectativas, embora, isso incorra em transtornos ao cliente em relação à mudança. É a concorrência que ocorre no segmento varejista de moda masculina que faz com que as lojas de vestuário masculino busquem desenvolver estratégias para conhecer seus consumidores, e fazer uma melhor gestão dos seus clientes em detrimento dos produtos e serviços que tem para oferecer. A sustentação e o crescimento de uma loja de vestuário masculino se concretizam, então, através de estratégias eficazes de relacionamento, que sejam capazes de manter os seus clientes e, ao mesmo tempo, criar a fidelização necessária para a sustentação do relacionamento por um período maior trazendo, assim, benefícios para a loja, bem como para os próprios clientes. Considerando tal afirmação, o tema do presente trabalho é estratégias de relacionamento com clientes na loja Tevah de Ijuí/RS. 11 1.2 Questão de estudo Na perspectiva de conhecimento que envolve o presente trabalho, evidencia-se a seguinte questão de estudo: Quais são as estratégias de relacionamento com clientes mais indicadas para a loja Tevah de Ijuí/RS? 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo geral Verificar como se dá a gestão de relacionamento com clientes na loja Tevah de Ijuí/RS. 1.3.2 Objetivos específicos 1) Conhecer o comportamento de compra dos consumidores da loja Tevah de Ijuí/RS. 2) Conhecer as estratégias de relacionamento com clientes adotadas pela loja Tevah de Ijuí/RS. 3) Identificar a percepção dos clientes acerca das estratégias de relacionamento utilizadas pela loja Tevah de Ijuí/RS. 4) Propor ajustes nas estratégias de relacionamento que apresentam fragilidades, e emissão de um parecer sobre as que apresentam potencialidades. 5) Propor, se necessário, novas estratégias de relacionamento com clientes na loja Tevah de Ijuí/RS. 1.4 Justificativa O setor varejista, em específico, de lojas masculinas, encontra-se em um momento de extrema concorrência no mercado. E, sendo assim, o cliente mostra-se como um dos “ativos” mais importantes para qualquer loja que almeje a permanência e, também, a ascendência no segmento. Levando-se em conta que atualmente os produtos e serviços entre as instituições que trabalham nesse segmento são similares ou até iguais, é preciso identificar formas de se 12 relacionar com o cliente de maneira a criar vantagem competitiva para a organização, no intuito de gerar um relacionamento mais duradouro e que propicie vantagens para ambas as partes. Nesse sentido, o presente estudo objetiva a busca de conhecimento associado à realidade do mercado varejista, no segmento de moda masculina, identificando o público atual, bem como suas características e a identificação das estratégias utilizadas pela loja Tevah de Ijuí para estabelecer relacionamentos com os clientes. A partir disso, identificar os possíveis gargalos e criar estratégias mais eficazes, ou mesmo, a revisão de algumas estratégias organizacionais para que a loja em estudo possa gerar a rentabilidade que dela se espera, visando a busca contínua de um relacionamento mais próximo com o cliente. O estudo mostra-se extremamente relevante para a loja Tevah, uma vez que, propicia a mensuração de como as atuais estratégias de relacionamento estão sendo utilizadas e se as mesmas mostram-se eficazes e, ainda, se geram a rentabilidade que a empresa busca com tais estratégias. Com isso, torna-se possível propor uma revisão das atuais estratégias ou, até mesmo, a criação de novas, por meio da identificação dos possíveis gargalos identificados com o estudo. Como acadêmico do Curso de Administração, o conhecimento constituído durante o estudo foi fundamental para o processo de aprendizagem, não somente teórica, mas a associação entre a teoria e a aplicabilidade prática dentro de um contexto organizacional em uma das áreas fundamentais para o sucesso das vendas de uma loja integrante do mercado varejista, no segmento de moda masculina, o marketing. O conhecimento adquirido subsidiou escolhas e atitudes proativas em relação ao desempenho de funções associadas ao relacionamento com clientes. 13 2. REFERENCIAL TEÓRICO O referencial teórico procura dar sustentação conceitual por meio de autores especialistas em assuntos que compõem o estudo. É através desse que será feita a revisão de conceitos fundamentais que constituirão o trabalho de pesquisa. A partir disso, são explicitados os assuntos que serão abordados no decorrer do estudo e, que, para sua corroboração, necessitarão de um aporte conceitual. Primeiramente, parte-se de uma abordagem dos aspectos inerentes ao setor varejista de vestuário brasileiro, logo após, as definições de marketing, o marketing no varejo e, a partir deste, é explanado sobre o gerenciamento do ponto de venda. Na sequência, discute-se sobre o marketing de relacionamento, o marketing de relacionamento no setor varejista, as definições de estratégia, e como subitem deste, a definição de vantagem competitiva. Logo após, a segmentação de mercado, e como subitem dessa, os níveis de segmentação de mercado, os tipos de segmentação, as bases para a segmentação do mercado organizacional, a seleção do mercado alvo, além do comportamento do consumidor, e franchising. 2.1 O setor varejista de vestuário no Brasil Conforme relatório sobre as novas perspectivas do varejo e o impacto no setor de vestuário, promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e Sistema de Inteligência Setorial (SIS) (2012), mudanças significativas aconteceram nos últimos anos no Brasil, em decorrência de aspectos econômicos, dentre eles, o aumento da renda dos consumidores. Isso tem influenciado o perfil de consumo dos brasileiros. Por conseguinte, a população tem migrado de classes de consumo, e majorando seu grau de exigência, no que tange a produtos e serviços, bem como no atendimento, entre outros aspectos. Modificações em aspectos como os citados refletem no varejo, fazendo com que os canais de distribuição se modernizem. Outra consequência importante, é que redes internacionais de varejo percebem o potencial do mercado brasileiro e, consequentemente, exigem uma maior competitividade das empresas brasileiras. Ainda, de acordo com o relatório elaborado pelo SEBRAE e SIS (2012), o varejo brasileiro do setor de vestuário, passará por significativas mudanças nos próximos anos, 14 exigindo do empresário varejista a revisão de estratégias mercadológicas com o fito de uma atuação mais eficaz no mercado, pois, se por um lado surgirão oportunidades de expansão no setor, por outro, a entrada de um volume significativo de redes varejistas no Brasil exige que o empresário de moda defina claramente sua estratégia de atuação (SEBRAE, 2012). O mercado varejista brasileiro tem se tornado cada vez mais competitivo, e o varejo já não disputa o mercado apenas com o seu concorrente direto, mas com todo o tipo de negócio. Em entrevista para a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, Eduardo Tevah, administrador do grupo Tevah, explica: “Hoje, o que interessa é disputar a renda do consumidor, por isso uma loja que vende telefone celular pode ser concorrente direta da minha loja, seja ela de vestuário ou de qualquer outro ramo” (ASSEF, 2009). 2.2 Definições de marketing Como se percebe, pela evolução do setor varejista no Brasil, a maneira de se realizar o marketing nesse setor também sofreu modificações com o intuito de se alcançar os clientes desejados e mantê-los satisfeitos com a empresa. A concorrência entre lojas de mesmo segmento ou, até mesmo, uma loja de um segmento tentando ingressar no mercado abrangido por outra já estabelecida no mesmo, forçou a mudança do marketing ao longo dos tempos. O marketing passou por uma evolução ao longo dos anos, sendo que já se pensou o mesmo como sendo apenas uma forma de produzir e vender, como um fluxo tradicional. Contudo, atualmente o marketing tem uma orientação muito maior, envolvendo muito mais conceitos, sendo que se deve pensar o mesmo como uma forma de gerar um valor para o cliente e, não somente, um produto ou serviço, e entregar esse valor ao cliente identificado como “alvo” para a empresa, conforme a ideia de Kotler (2006). Para tanto, Mckenna (1992), corrobora que o marketing passou e está passando por uma evolução constante em que se deixa de lado a visão de que o marketing era somente uma forma de vender produtos ou serviços de uma empresa, mas nessa transição ele passa a atender as necessidades dos clientes e não apenas exercer uma “manipulação” sobre a mente do consumidor. É, pois, dedutível que o cliente saiba o que realmente quer, e tenha ofertas e oportunidades de escolha, não sendo mais possível oferecer-lhe somente o que a empresa tem, mas aquilo que ele, em conjunto com a mesma, considere como o melhor. 15 Na forma de pensar de Kotler (2006), pode-se inferir que o marketing é um processo que envolve o planejamento e a execução de concepções, a identificação do preço a ser atribuído aos produtos ou serviços, a forma como os mesmos serão promovidos no mercado de consumo, bem como a disseminação de ideias, bens e serviços para criar trocas que possam satisfazer metas a nível individual e organizacional. Através da concepção de Churchill e Peter (2000), que vai ao encontro das ideias explicitadas por Kotler (2006), os mesmos citam uma visão empresarial da América Marketing Association, em que o marketing é um processo de organização e execução da concepção de preços, das formas de prover o produto, bem como a distribuição de ideias, de bens e serviços com o intuito de estabelecer trocas e satisfaçam metas individuais e organizacionais. Churchill e Peter (2000) consideram o marketing como um processo social e gerencial, em que indivíduos, bem como os grupos, obtêm aquilo que almejam e necessitam por meio da criação, oferta e troca de produtos ou serviços, com outros indivíduos ou grupos, para os quais, exista um valor mútuo dos produtos ou serviços que foram trocados. De modo semelhante, pode-se sinalizar o entendimento de Christensen e Rocha (1999), os quais percebem o marketing também, como uma função gerencial, que tem o intuito de realizar o ajuste entre a o oferta da empresa com demandas específicas de mercado, utilizando, para tanto, princípios e técnicas para se alcançar os objetivos pretendidos. Além disso, é visto como um processo social, pelo qual se realiza a regulação entre a oferta e as demandas na perspectiva de atender as necessidades da sociedade, sendo também compreendido como uma orientação da administração, uma filosofia, uma visão. É nesse entendimento, de Christensen e Rocha (1999), que se percebe que o marketing deve procurar atender as necessidades e desejos dos consumidores, com a finalidade de manter o bem estar dos mesmos, em longo prazo, verificando as limitações que são impostas pela sociedade e visando a sobrevivência e a continuidade da organização no mercado. Já, na concepção de Drucker (apud ROCHA e CHRISTENSEN, 1999, p. 15), “marketing é o processo pelo qual a economia é integrada à sociedade para servir às necessidades humanas”. Segundo o pensamento de Kotler (2006), o marketing é de fundamental importância para as empresas, pois é responsável por entender as expectativas dos seus clientes, acompanhar os resultados, fazer a divulgação e mensurar o reconhecimento da empresa 16 perante seus clientes e mercado. Contudo, é necessário um inter-relacionamento com os demais setores da organização para o sucesso das ações desenvolvidas. Ainda, conforme Kotler (2006), uma empresa precisa perceber a forma como se comporta o mercado em que atua e, assim, também, o dinamismo que se dá às mudanças, como os consumidores se comportam perante às novas situações de consumo que surgem, e com isso, idealizar produtos e serviços pensando nos clientes, com foco nos mesmos, que façam com que os clientes se sintam satisfeitos e, ao mesmo tempo, que traga conforto e bem estar para estes. Uma organização que sabe orientar suas decisões de marketing pelo mercado, consegue persistir às mudanças e beneficiar-se das mesmas para o seu crescimento. É, nesse sentido que, Cobra (1997), expressa o seu entendimento sobre o conceito de marketing, definindo-o como uma forma de perceber ou sentir o mercado, e moldar os produtos e serviços adaptando os mesmos à realidade dos clientes. É, ainda, um compromisso na busca da qualidade de vida para as pessoas. Uma empresa que tem uma percepção de futuro e almeja a sua sobrevivência e, até mesmo, o seu crescimento, deve orientar-se pelas necessidades e exigências de mercado. Na linha de pensamento de Las Casas (1991), pode-se inferir que o marketing envolve, de modo geral, todas as atividades relacionadas às relações de trocas, que norteiam para o alcance da satisfação das necessidades e desejos dos clientes, com o fito de alcançar determinados objetivos da empresa ou indivíduo, considerando sempre o aspecto inerente ao ambiente de atuação, e o impacto destas relações sobre a qualidade e o bem estar da sociedade. Já, para Yanaze (2006), o marketing pode ser entendido como a definição e o conhecimento sobre um determinado produto ou serviço e de que modo eles são desenvolvidos e postos no mercado de consumo. Por conseguinte, o marketing nada mais é do que o planejamento adequado no que se refere à relação de produto-mercado. Ainda, segundo a compreensão de Yanaze (2006), quando pensamos em marketing, logo remetemos o pensamento sobre as estratégias que as organizações utilizam para a inserção de um determinado produto ou serviço no mercado de consumo, com a perspectiva maior de atender as demandas, bem como as necessidades oriundas do seu público de interesse, ou seja, os clientes. Com base em Yanaze (2006), compreende-se que o marketing não cria necessidades, mas, sim, elas já existem por si só. Todavia, o marketing é o “gatilho”, pois o mesmo aciona 17 as necessidades preexistentes através da criação, lançamento e posicionamento de produtos e serviços para atender consumidores que estão alocados conforme um comportamento de consumo, e necessidades semelhantes que, então, formam um grupo relativamente homogêneo de consumidores. Por conseguinte, as necessidades e os desejos dos consumidores podem ser considerados como pontos principais do marketing. Em outra perspectiva de conhecimento, Levitt (1990), entende que o objetivo do marketing está em obter e manter clientes, bem como fazer com que os atuais consumidores prefiram realizar negócios com você e não com os concorrentes. Em vista disso, no marketing, a imaginação deve ser utilizada constantemente, com enfoque voltado para esse objetivo. Por conseguinte, não seria diferente para obter e manter clientes no marketing de varejo, uma vez que, para alcançar esse objetivo, também devem ser realizadas ações específicas visando o estabelecimento de relações mutuamente satisfatórias com os mesmos. 2.3 Marketing no varejo De acordo com Kotler (apud CALEGARO, 2012), o varejo inclui todas as atividades relativas à venda de produtos ou serviços. É comum, no comércio varejista, a busca de novas formas para atrair clientes e, mais ainda, de mantê-los por um período maior. Em razão disso, as lojas do varejo procuram tornar cada vez mais conveniente os espaços destinados às vendas para os clientes, facilitando as suas compras e a permanência no local. Não se pode deixar de evidenciar aspectos como a exclusividade que os clientes almejam e, desse modo, as lojas de varejo devem estar em constante mudança para poder oferecer diferenciações para os mesmos, com o intuito de oferecer as melhores soluções e produtos. Os varejistas, hoje, estão ansiosos para encontrar novas estratégias de marketing para atrair e reter clientes. Eles costumam reter os clientes oferecendo uma localização conveniente, sortimentos especiais ou exclusivos de produtos, serviços mais completos ou melhores que os da concorrência e cartões de crédito próprio (KOTLER apud CALEGARO, 2012, p. 19). Pesquisas constantes em marketing no setor varejista exercem um papel significativo, uma vez que, a percepção sobre o comportamento do cliente associado à sua satisfação em relação à loja e seus produtos, à forma de atendimento e demais variáveis, são situações que possibilitam medir sua fidelização e se as estratégias de marketing estão sendo conduzidas de maneira correta. Aspectos inerentes ao posicionamento de uma loja de varejo também são 18 condições a serem observadas e flexibilizadas, dada a diferença de padrões socioeconômicos de cada local em que tenha uma loja a ser administrada. Os varejistas precisam realizar pesquisas de marketing periódicas para certificar-se que estejam alcançando e satisfazendo clientes-alvo. Ao mesmo tempo, o posicionamento de um varejista deve ser flexível, especialmente se ele administrar lojas em locais com diferentes padrões socioeconômicos (KOTLER apud CALEGARO, 2012, p. 19). Tendo por base a ideia de Las Casas (1991), o sucesso do varejo está baseado na capacidade de se adaptar as tendências de consumo, e essas devem ser acompanhadas por meio de pesquisas, análises e observações. E, por conseguinte, a adaptação das estratégias às mudanças nas tendências de consumo é que corroboraram para o bom desempenho na atividade. Ainda, conforme Las Casas (1991), o mesmo acredita que o futuro do varejo dependerá de forma substancial do desenvolvimento de algumas atividades, como a pesquisa de mercado, que através da mesma, será possível o monitoramento de mudanças no mercado. Outra atividade está ligada a automação e códigos de barras, que se trata de uma melhor forma de fazer uso do computador e da sua aplicação no código de barras. A atividade de franquias, em que empresas utilizaram a mesma para o seu crescimento no mercado. A atividade de marketing interno, em que as empresas precisaram estar atentas aos próprios consumidores internos, ou seja, os próprios funcionários. O código de defesa do consumidor, em que a sua divulgação deverá trazer novos e constantes desafios aos comerciantes. E, o varejo virtual, que é uma fonte que se expande de forma rápida e que apresenta forte tendência do futuro varejista. 2.3.1 Gerenciamento do ponto de venda Segundo Zamberlan et al (2009), por mais que se encontrem iniciativas que visem à maximização da satisfação dos clientes, ainda é algo incipiente. O foco permanente está no cliente e, nesse sentido, é que as organizações buscam a sua vantagem competitiva ou diferenciação no mercado. Nesse sentido, em um mercado em que é possível encontrar ações parecidas para se diferenciar em produtos, preço e promoção perante o consumidor, o Ponto De Venda (PDV), torna-se, pois, uma oportunidade importante para a diferenciação mercadológica. 19 Comentando Zamberlan et al (2009), pode-se inferir que o PDV contribui de forma precípua no processo de comercialização e, nesse sentido, age como um “vendedor silencioso”, pois atrai a atenção do cliente, orienta as suas decisões e, ao mesmo tempo, estimula os clientes a adquirirem os produtos da empresa. Na opinião de Parente (apud ZAMBERLAN et al, 2009), não há outra variável do mix de marketing que provoca maior impacto inicial no consumidor como o PDV em si. Para tanto, todas as decisões que se referem ao marketing da loja devem estar em consonância com o posicionamento, bem como o mercado alvo que a empresa escolhe para atingir. Ainda, conforme Parente (apud ZAMBERLAN et al, 2009), há decisões importantes para o PDV e que devem ser observados com extrema relevância, estas estão associadas ao layout, à apresentação e atmosfera, que devem possibilitar ao cliente a permanência do maior tempo possível na loja, fazendo com que o mesmo visite os mais diversos setores da mesma. A forma de apresentação dos produtos, a comunicação visual e a sinalização precisam ser aspectos que corroborem para que o cliente possa percorrer os vários estágios do processo de compra durante sua permanência na loja. Quando se pensa no gerenciamento do PDV com o fito de gerar produtividade para uma loja, torna-se, pois, importante considerar a ideia de Levy e Weitz (apud ZAMBERLAN et al, 2009), que introduzem a concepção de que, no momento da projeção de uma loja, o gestor deve considerar três objetivos. O primeiro objetivo deve considerar a atmosfera da loja que será criada, que precisa ser consistente com sua imagem e estratégia geral. O segundo objetivo, é fazer com que o projeto de loja que está se criando possa influenciar as decisões de compra dos clientes. E, por último, na tomada de decisões de projetos, os gestores precisam ter em mente a produtividade oferecida pelo espaço de varejo que está sendo formulado para isso, ou seja, quantas vendas, por exemplo, podem ser geradas a partir de cada metro quadrado de área ocupada por produtos. Também, conforme o pensamento de Levy e Weitz (apud ZAMBERLAN et al, 2009), para se alcançar o primeiro objetivo no momento de projetar uma loja, o gestor do PDV precisa identificar quem é o seu cliente alvo e, em seguida, definir padrões e aspectos que corroborem e atendam as necessidades desses clientes. Em relação ao segundo objetivo, de design da loja como influenciador na decisão de compra dos clientes, os varejistas precisam centrar nos aspectos do layout e em questões de planejamento do espaço de venda. Quando se pensa no terceiro objetivo, devem-se observar os custos associados a cada elemento de design 20 da loja, comparando-os com os valores recebidos em termos de vendas e lucros mais elevados. Com base nas ideias de Zamberlan et al (2009), é importante que o cliente se sinta bem no espaço proporcionado ao mesmo dentro da loja, pois os clientes avaliam o PDV, e os produtos quase de forma conjunta. E, sentindo-se bem, há uma tendência em tornar os clientes fiéis à loja. Para isso, torna-se importante o emprego de materiais no PDV, como: uma iluminação adequada sobre os produtos, decoração adequada, disposição criativa dos produtos, mostruários, fachadas temáticas e, também, a degustação, que influenciaram na decisão final do consumidor. Nessa direção, Blessa (apud ZAMBERLAN et al, 2009), cita alguns itens básicos que influenciam sobremaneira na hora da compra. Dentre eles estão: fachadas, vitrines, arquitetura, som ambiente, perfumes ou aromas característicos, iluminação, decoração, sinalização, aspecto e uniformes dos funcionários, variedade de produtos, atendimento, e “sorriso” dos funcionários, estacionamento fácil, e outros. Algo importante a ser observado em relação a uma loja é a atmosfera criada para essa. Pois, a imagem que a mesma oferece e que os clientes têm dela, está estreitamente relacionada à atmosfera que ela representa, conforme entendimento de Zamberlan et al (2009). Para Blessa (apud ZAMBERLAN et al, 2009), a atmosfera de uma loja está relacionada ao design de um ambiente através de comunicações visuais, iluminação, cores, música e aromas que visam estimular respostas emocionais e de percepção dos clientes que, em um momento final, poderão influenciar de maneira decisiva sobre o seu comportamento de compra. Conforme Zamberlan et al (2009), aspectos como a disposição dos produtos, o número e a altura de balcões e gôndolas, o chão, as paredes, o teto, o ar condicionado e, até mesmo, o público que transita na loja, podem exercer influencia significativa, capaz de fazer com que o mesmo sinta-se tentado a comprar. Na concepção de Parente (apud ZAMBERLAN et al, 2009), a atmosfera também deve ser entendida como um sentimento psicológico que o gestor desenvolve no consumidor, quando o mesmo visita o PDV. É também entendida como a personalidade da loja em si. Contudo, difere da imagem do varejista, que já apresenta uma conceituação mais ampla, formado pela influência não só da atmosfera, mas de todos os outros elementos do mix varejista que determinam o seu posicionamento de mercado. 21 Outro fator importante em lojas de varejo é a utilização do merchandising que, como considera Blessa (apud ZAMBERLAN et al, 2009), é uma técnica, ação ou material promocional que são utilizados no PDV e que proporcionam informações e visibilidade para os produtos ali expostos, com o intuito de incentivar e influenciar decisões de compra dos consumidores. Envolve todo um conjunto de atividades de marketing e comunicação para identificar, controlar, ambientar e promover marcas, produtos e serviços nos PDV. E como os produtos são expostos de maneira destacada na loja, criando-se espaço e também visibilidade, auxilia na questão da rotatividade mais rápida dos mesmos. Já, de acordo com as concepções de Silva (apud ZAMBERLAN et al, 2009), o merchandising, pode assumir várias definições. Dentre delas pode-se observar que o merchandising é toda e qualquer influencia desenhada de maneira específica com o propósito de ser executada em nível de varejo e que se destina a incentivar as vendas de produtos de consumo. Ainda, na opinião de Silva (apud ZAMBERLAN et al, 2009), o merchandising pode ser entendido como toda a atividade que acontece normalmente na área de venda das lojas de varejo, com início pelas empresas fornecedoras, no intuito de aumentar por meio da rentabilidade, o fluxo de bens do comércio para o consumo, por despertar influência sobre a escolha final realizada pelo consumidor. Também é importante destacar os aspectos que são imprescindíveis ao sucesso de uma loja de varejo, que são as vitrines e fachadas bem desenvolvidas e capazes de exercer grande influência sobre as decisões de compra dos clientes. Segundo Blessa (apud ZAMBERLAN et al, 2009), o trabalho que a vitrine exerce é fundamental no sentido de complementar a identificação com o cliente. Através da vitrine, a loja se propõe a declarar o segmento de público que pretende atingir. A tentativa de identificação com diferentes públicos pode implicar, no entanto, a não agradar nenhum. Para Zamberlan et al (2009), quando se pensa no varejo vale o ditado de que a primeira impressão é a que fica. É nesse ponto que a fachada de uma loja exerce um papel preponderante, em que, em alguns estudos já realizados, houve a comprovação que os clientes têm alguns segundos para decidirem se vão ou não entrar em uma loja, decisão essa que leva em torno de 10 a 20 segundos. Desse modo, se a marca não for forte, a composição da fachada da loja é que exercerá influência significativa, ajudando nessa decisão. 22 Mais uma vez, da mesma forma, como se pensa nos aspectos ligados à vitrine, é preciso observar o público alvo que se pretende atingir e, para isso, a fachada da loja precisa estar embasada em conceitos que coadunem com esse público. Em síntese, é necessário um correto alinhamento entre vitrine e fachada além dos demais aspectos ligados ao ambiente da loja, para que transmitam o mesmo sentido, que possibilite uma complementação e, não, uma disparidade. É importante salientar os aspectos ligados ao mix de produtos da loja. Definindo-se o público que pretende atingir, também é possível, pois, a definição de um mix adequado de produtos. Conforme o entendimento de Parente (apud ZAMBERLAN et al, 2009), trata-se de uma das decisões mais importantes e fundamentais para uma empresa, pois cada ramo ou setor varejista é determinado pela composição de produtos que é oferecido. De acordo com Zamberlan et al (2009), a definição do mix de produtos depende do diferencial competitivo que a empresa pretende seguir. Nesse sentido, determinadas empresas diferenciam-se pela sofisticação ou exclusividade dos seus produtos, outras, por uma linha de produtos de baixo preço e, algumas, por apresentar uma variedade mais compacta ou mais ampla de produtos. Contudo, conforme salienta Zamberlan et al (2009), uma seleção adequada das linhas de produtos, deverá não apenas gerar vantagem competitiva ou diferenciação, mas, também, ter afinidade com as demais variáveis componentes do marketing mix, citando-se: a localização, o preço, a promoção, a apresentação e a equipe de colaboradores. É preciso também expressar a importância do marketing sensorial que, de certa forma, preenche uma lacuna deixada pelo marketing tradicional, que parte do pressuposto de que os consumidores avaliam apenas as características funcionais dos produtos, comparando e fazendo escolhas de acordo com as suas necessidades. O marketing sensorial envolve uma série de aspectos que são inerentes ao ambiente da empresa, que nos comunicam sua identidade, através da iluminação, aromas, som, cores e arquitetura (ZAMBERLAN et al, 2009). De acordo com o conceito de Teixeira e Barbosa (apud ZAMBERLAN et al, 2009), pode-se sinalizar que o marketing sensorial é um conjunto de variáveis de ações que são controladas pelo produtor e/ou distribuidor, com o intuito de desenvolver no entorno dos produtos ou serviços uma atmosfera multissensorial específica, através das características do 23 produto/serviço, ou por meio da comunicação a seu favor ou, até mesmo, pelo ambiente do PDV. Na concepção de Zamberlan et al ( 2009), no gerenciamento do PDV, é preciso definir e organizar alguns outros fatores relacionados à movimentação dos clientes na loja. Dentre eles: o layout, os móveis e equipamentos, a sinalização, e a exibição dos produtos. Em relação ao layout, o mesmo trata do planejamento do espaço de vendas. Nesse sentido, de acordo com Zamberlan et al (2009), em um momento em que as empresas buscam constantemente uma diferenciação mercadológica e, que, para muitos clientes já não é um prazer ir até lojas e, ao mesmo tempo, com variadas opções de lojas de varejo virtual, o PDV pode ser o diferencial. Contudo, é preciso criar um design diferenciado, inovador e que seja agradável, sendo então, capaz de atrair os clientes e promover as vendas. Nessa perspectiva, segundo o pensamento de Morgado e Gonçalves (apud ZAMBERLAN et al, 2009), é possível salientar que o layout do PDV trata da organização interna do mobiliário, equipamentos, iluminação, pontos de vitrines e displays e, também, da disposição das mercadorias no interior da loja. Em suma, busca-se a correta utilização dos espaços no intuito de maximizar o lucro e o retorno do investimento em relação à área ocupada. Comentando a ideia de Parente (apud ZAMBERLAN et al, 2009), móveis e equipamentos de exposição, como as prateleiras, mesas, araras, gôndolas, balcões e displays oferecem forte influência sobre o ambiente interno da loja. Nesse sentido, no caso de estabelecimentos que almejam comunicar uma ideia de preços baixos, reforçam sua imagem por meio da utilização de equipamentos sem decoração ou revestimento para isso. Já, em lojas mais sofisticadas, o que se procura criar é uma atmosfera de maior requinte e exclusividade, que é conseguido por meio de equipamentos mais elaborados e decorados. No que se refere à sinalização, conforme salienta Zamberlan et al (2009), a comunicação visual no interior das lojas é utilizada para orientar os consumidores durante o seu processo de compra, mas, não apenas isso, serve também para reforçar a atmosfera a ser criada pela loja. Ainda, em conformidade com Zamberlan et al (2009), a fácil leitura da descrição do produto e do preço é um dos elementos que impossibilita o encorajamento no processo de decisão de compra do consumidor. Em lojas mais populares, por exemplo, é dada uma visibilidade maior para o preço dos produtos, vislumbrando o seu preço baixo por parte dos 24 consumidores. De modo contrário, em lojas de mais alto padrão, é utilizada uma sinalização mais discreta quanto ao preço, incrementando com isso, a atmosfera de sofisticação. Em relação à exposição de produtos, de acordo com Blessa (apud ZAMBERLAN et al, 2009), é que são aplicadas as técnicas mais agressivas e vitais do merchandising. Na concepção de Zamberlan et al (2009), há um conceito de marketing que revela que a visibilidade cria vendas. Desse modo, é através de uma exposição bem planejada e bem realizada que chama a atenção dos consumidores e ajuda a impulsionar as vendas. Pois, a mercadoria escondida não é vendida e, nesse sentido, o consumidor não costuma perguntar por uma mercadoria que não tenha visto, mas, sim, esquecer ou deixar para depois. Zamberlan et al (2009) destaca que uma exposição bem feita pode trazer inúmeros benefícios para o consumidor varejista e também para o fornecedor. Em relação ao consumidor, irá facilitar a compra, ajudar na economia de tempo e, inclusive, a lembrar de necessidades. Em relação ao varejista, irá criar a fidelidade à loja, atrair novos consumidores, aumentar sua lucratividade e valorizar o espaço da loja. Já, para o fornecedor, irá proporcionar o aumento da rotatividade dos produtos, criar fidelidade ao produto e à marca, e bloquear as atividades da concorrência. Outra subdivisão importante que se encontra dentro do conceito geral de gerenciamento do PDV, é o gerenciamento da experiência do cliente no PDV. Assim, conforme elucida Zamberlan et al (2009), os serviços e o atendimento envolvem todas as atividades que apresentam um relacionamento pessoal entre o varejista e o consumidor. Desse modo, no momento em que são realizadas de forma adequada, é proporcionado ao lojista o desenvolvimento de uma relação de longo prazo capaz de manter e fidelizar o consumidor. Independente do tipo de loja, a qualidade do relacionamento pessoal com os consumidores é capaz de gerar a diferenciação, bem como a vantagem competitiva. Para Zamberlan et al (2009), é certo o entendimento de que os serviços de assistência ao cliente devem ser iniciados pelo próprio vendedor. É à ele que cabe realizar a comunicação com o consumidor para se informar sobre algum problema relacionado à entrega, constatar o recebimento de uma mercadoria, ou mesmo, saber se está tudo conforme o cliente queria. Torna-se indispensável então, o serviço de pós-venda, que pode transformar um cliente esporádico em permanente. No processo de maximização da experiência do cliente, vários aspectos são levados em conta. Comentando a ideia de Zamberlan et al (2009), o cliente gosta de sentir o produto, 25 pegando o mesmo, sentindo sua textura, e flexibilidade por meio do tato. Esse contato físico antecipado com o produto traz uma sensação agradável ao cliente sendo, muitas vezes, uma etapa imprescindível no processo de decisão de compra do produto pelo consumidor. De acordo com Parente (apud ZAMBERLAN et al, 2009), em pesquisas realizadas pelo mesmo, os consumidores brasileiros são receptivos às atividades promocionais de degustação realizados em hipermercados e supermercados. Além de fazer com que aumente a satisfação dos clientes, as degustações auxiliam na venda dos produtos promovidos e, ao mesmo tempo, aumentam a experiência do cliente. De acordo com as ideias de Godoy (apud ZAMBERLAN et al, 2009), o mesmo acredita que os impulsos de comprar são influenciados por desejos pessoais, que necessitam apenas de uma sensação de vantagem que justifique a compra. Desse modo, explorando mais isso, sua loja e as vendas ocorrerão de maneira mais frequente do que se espera. Para tanto, vale ressaltar o entendimento de Zamberlan et al (2009), que fala que a compra por impulso é realizada quando um consumidor é submetido há algum estímulo forte para isso, que, então, leva o mesmo a comprar no momento em que vivencia o ambiente de venda. É nesse ponto que a atmosfera de varejo criada, a exposição de produtos de maneira correta, a exploração de pontos extras ou promocionais e a qualificação da equipe de vendas são fatores básicos que contribuem para atingir este resultado. Ainda, conforme Zamberlan et al (2009), o mesmo explicita que os executivos do varejo precisam acrescer a função de gestores da percepção de seus clientes. Para isso, a exploração dos sentidos dos consumidores nos ambientes de vendas age de maneira significativa para atingir os resultados do negócio. Com a exploração dos vários aspectos que contemplam o marketing no varejo, realizando um gerenciamento adequado do seu PDV, é possível maximizar a experiência de consumo do cliente na loja e estabelecer a satisfação para o cliente. É com esse intuito que se trabalha o marketing de relacionamento, estabelecendo uma relação mútua de confiança e satisfação com o cliente, capaz de estender o relacionamento entre cliente e empresa. 2.4 Marketing de relacionamento É através do marketing de relacionamento que se busca de uma maneira mais individualizada e próxima do cliente ou público de interesse construir um relacionamento que 26 satisfaça ambas as partes na negociação e que de maneira efetiva, a relação perdure por um longo período. Para isso, nota-se grande relevância estabelecer uma comunicação ou contato próximo com diferentes pessoas ou empresas que podem de alguma forma, modificar substancialmente os programas de marketing da empresa. Relacionamentos duradouros são propícios para uma geração de valor contínuo, que garantem a perpetuidade da empresa no mercado e, da mesma forma, se as demandas dos clientes forem plenamente atendidas, os mesmos também serão beneficiados e poderão lograr êxito a partir das relações comerciais estabelecidas. Um dos principais objetivos do marketing é, cada vez mais, desenvolver relacionamentos profundos e duradouros com todas as pessoas ou organizações que podem, direta ou indiretamente, afetar o sucesso das atividades de marketing da empresa. Nesse sentido, o marketing de relacionamento tem como meta desenvolver relacionamentos de longo prazo mutuamente satisfatórios com partes-chave – clientes, fornecedores, distribuidores e outros parceiros de marketing, com o intuito de conquistar ou manter negócios com elas (KOTLER, 2006, p. 16). Para Gordon (2002), o marketing de relacionamento inclui a organização e posterior análise dos dados sobre os clientes de maneira individualizada, históricos de contratos e transações anteriormente realizadas com os mesmos, e que acabam contribuindo para um estreitamento na comunicação e, de maneira contínua, gerando um relacionamento mais duradouro e, ao mesmo tempo, destacando a fidelidade desses. É, pois, cada vez mais recorrente, a necessidade de um conhecimento mais elevado sobre as dados de consumo dos clientes, e as suas decisões de compra ou, até mesmo, situações de desistência do consumidor no momento da aquisição de um determinado produto ou serviço, com o fito de verificar gargalos que possam estar relacionados com o relacionamento entre empresa e cliente e, com isso, ser proativo na tomada de decisões no que concerne a forma de relacionamento mais indicada para satisfazer as necessidades do cliente. É preciso buscar formas de gerar valor agregado e único para o consumidor, pois isso proporciona a gestão eficaz do relacionamento com o mesmo. Essa gestão do relacionamento depende de um olhar atento para as atuais demandas dos clientes, com o atendimento adequado das mesmas e, também, a identificação de possíveis novas necessidades que possam vir a surgir e, ainda, a empresa precisará estar atenta para oferecer a solução certa e no tempo certo para as mesmas. O marketing de relacionamento não é simplesmente uma parte superficial do marketing. É uma disciplina inteiramente nova que oferece aos profissionais de marketing oportunidades para romper limites e criar novos valores para sua empresa, seus clientes e acionistas (GORDON, 2002, p. 43). 27 De acordo com Gordon (2002), o marketing de relacionamento visa proporcionar um processo contínuo, que envolve a geração de valor, bem como o compartilhamento desse com os consumidores que a organização deseja atender. A visão do marketing de relacionamento, conforme Gordon (2002), só é possível entre empresa e cliente, se observado que os relacionamentos desenvolvidos de maneira efetiva entre as pessoas ou entre empresas, quando o valor mútuo é criado de maneira constante e desse modo compartilhado. Isso requer que as pessoas dentro da cadeia de relacionamentos, pela qual é criado o valor para o cliente, trabalhem de forma unida para definir as áreas de interesse mútuo e de potencial para serem partilhadas. De forma a complementar o conceito anteriormente explicitado, Mckenna (1992) propõe que o marketing de relações é primordial para a construção de uma posição de referência, de liderança e, ao mesmo tempo, pautada pela lealdade do consumidor, orientada para aceitação de maneira ágil de produtos ou serviços novos no mercado de consumo. Contudo, a criação de relações consistentes e duradouras não é uma tarefa fácil, e nem de simples manutenção, mas pode ser alcançada por meio de uma relação pessoal, como a única alternativa para a fidelização de clientes, diante de um mundo em que os consumidores possuem diversas possibilidades de escolha dentre as ofertas disponíveis no mercado. No entendimento de Vavra (1993), partindo-se da concepção do cliente, é possível que uma compra possa ser vista como o início de um relacionamento. O cliente sente a necessidade de uma interação contínua com a organização de venda. É dedutível que, seja do interesse do cliente também, manter um relacionamento contínuo, o que transmitirá confiança a cada experiência de nova compra, proporcionando resultados intangíveis positivos, como a confiança e a comodidade por já conhecer a empresa com quem possui sua relação de consumo. Nessa mesma direção, Vavra (1993), expõe que um cliente que se sente satisfeito em decorrência de algum produto ou serviço, irá expor essa satisfação a alguns amigos, mas, ao mesmo tempo, um cliente insatisfeito irá transmitir o seu sentimento de insatisfação ao dobro de pessoas. O contato com o cliente se mostra como uma boa oportunidade para aumentar a sua satisfação. Embora, a implicação original do contato seja algo negativo, essa aproximação de maneira direta com o cliente pode originar um forte relacionamento com o mesmo. Na linha de abordagem de Vavra (1993), o entendimento de Cobra (apud COLEN, 2010), sugere que o relacionamento é um processo contínuo, em que, a necessidade de 28 conquistar e de manter clientes vem transformando o relacionamento no principal bem da empresa, impulsionando o desenvolvimento de estratégias e processos para melhorias na qualidade, vislumbrando a satisfação total do cliente e lealdade em longo prazo. Por isso, a razão do sucesso em qualquer ramo de negócio depende do grau de relacionamento da empresa com seus clientes. Na concepção de Berry (2001), os relacionamentos trazem benefícios aos clientes e as empresas, principalmente, quando se refere a clientes de serviços, visto que qualquer forma que deixe o serviço mais tangível para o cliente eleva a confiança do mesmo. Os clientes tendem a buscar um relacionamento mais duradouro com a empresa no momento em que tem uma boa experiência de consumo, especialmente, em se tratando de serviços financeiros, profissionais, de transporte, de saúde, dentre outros, uma vez que, possuem importância, envolvimento, complexidade, variabilidade e continuidade significativas. No entender de Cobra (apud COLEN, 2010), o mesmo entende que o relacionamento, bem como, o produto, apresenta aspectos tangíveis, visíveis e definidos de maneira clara, definidos como direitos e obrigações. Contudo, há os aspectos intangíveis que não podem ser identificados com muita facilidade e que carecem, muitas vezes, da ajuda da pesquisa, pois, assim como em uma união conjugal, em um relacionamento comercial, o parceiro quer sentirse “o mais importante fator na vida do fornecedor”. Em qualquer relação, existem compromissos que, uma vez respeitados, possibilitam um bom relacionamento. Para Madruga (apud DARONCO, 2008), o marketing de relacionamento envolve atrair, realçar e intensificar o relacionamento com os clientes finais, intermediários, fornecedores, parceiros e entidades governamentais e não governamentais, mediante uma visão de longo prazo, objetivando benefícios mútuos, pois os clientes estão tornando-se cada vez mais exigentes em relação à qualidade e a customização de produtos e serviços. Na concepção de Ferreira e Sganzerlla (apud DUARTE, 2003), o marketing de relacionamento é um processo contínuo e, por conseguinte, exige com que a empresa busque o feedback dos clientes para poder avaliar se os seus desejos e necessidades vêm sendo atendidos pela empresa. Desse modo, não apenas formular estratégias ou programas de relacionamentos embasados em um posicionamento estratégico estabelecido pela organização é que garantirá a eficácia almejada em relação às mesmas, mas, conhecer a percepção dos clientes sobre essas estratégias de relacionamento, medir a aceitabilidade e o nível de abrangência que possui em relação às expectativas dos mesmos. 29 Lauterborn (apud COBRA, 1997), apresenta uma colocação diversa em relação a alguns autores quando afirma que, para uma organização ser bem sucedida, é necessária sua orientação conforme os 4 Cs, ou seja, do cliente, a conveniência, do custo para o consumidor, e, também, o da comunicação. Para isso, o alvo seria os clientes com a perspectiva de facilitar ao máximo as compras para os mesmos. Com a conveniência, seria proporcionado a compra de maneira mais ágil, facilitando as mesmas, seja na entrega dos produtos em tempo hábil ou flexibilizando os prazos e condições de pagamento como, também, pela criação de uma estrutura favorável à relação de consumo, como estacionamentos, e a orientação dos clientes sobre o modo adequado de consumir os produtos e serviços. Outro aspecto a ser observado, segundo Lauterborn (apud COBRA, 1997), seria o custo que os clientes incorrem ao adquirir determinado produto ou serviço, devendo a empresa ater-se de forma contínua na persecução de preços mais baixos. Mas, tudo isso, não é o suficiente, sendo necessária a exposição adequada, ou seja, a comunicação para tornar visível aos consumidores as facilidades propostas pela organização. Ao verificar as implicações do marketing de relacionamento em detrimento dos quatro pilares de marketing, Gordon (2002), contribuiu significativamente para a teoria, realizando a síntese de novas variáveis associadas ao marketing de relacionamento. São os 11 casos de marketing de relacionamento evidenciados no Quadro 1. Quadro 1 - Os 11 casos do marketing de relacionamento. OS 11 CASOS DO MARKETING DE RELACIONAMENTO 1. Cliente Definições de quais clientes serão atendidos, o vínculo, e outros objetivos a serem almejados, além das estratégias que nortearão o trabalho com os clientes. 2. Categorias A definição do alcance das ofertas de produtos e serviços para serem ofertados aos clientes. 3. Capacidades O estabelecimento das capacidades requeridas pela empresa oferecendo aos clientes o valor que eles buscam e, após, realizar um trabalho com os demais membros da organização possibilitando que essas capacidades estejam disponíveis, com seu respectivo enfoque, e qualidade. 4. Custo, lucratividade e valor Uma função precípua de um profissional de marketing de relacionamento é desenvolver a lucratividade dos seus clientes, que pode ser realizado pela criação de valores para os clientes e o seu compartilhamento. 5. Controle do contato com os processos monetários Administração e controle dos processos de clientes aos contatos das contas, e assegurar que os processos sejam efetivamente realizados a partir de uma perspectiva mútua entre empresa-cliente. Continua... 30 Continua... 6. Colaboração e integração Atuação para garantir o acesso aos tomadores de decisão, desempenhando de maneira estratégica a construção de conhecimento conjunto, a colaboração estratégica e operacional levando a intersecção de determinados aspectos entre cliente-fornecedor. 7. Customização A criação de um novo valor para os clientes leva a customização de determinados aspectos inerentes ao desenvolvimento dos produtos ou serviços, bem como, na distribuição, e que irá perdurar pelo tempo correspondente a vida útil desses. 8. Comunicação, interação e posicionamento O envolvimento entre o cliente e a comunicação desenvolvida em tempo real, observado o posicionamento da empresa em relação ao cliente. 9. Cálculos sobre o cliente A verificação do desempenho da empresa na mente do consumidor, monitorando as avaliações dos clientes e o progresso estabelecido entre empresa-cliente. 10. Cuidados com o cliente O desenvolvimento e a administração de processos dos clientes e o fornecimento de informações em tempo real, bem como, treinamentos, retornos e restituições, dentre outros serviços importantes requeridos para majorar o valor dos produtos ou serviços para o cliente. 11. Cadeia de relacionamentos Ligações formais estabelecidas na empresa com participantes externos, de forma especial os fornecedores e os canais intermediários de distribuição, possibilitando a empresa construir o valor que os clientes finais almejam. Fonte: Gordon (2002). Através dos 11 casos de marketing de relacionamento evidenciados por meio do Quadro 1, pode-se inferir em relação ao primeiro caso, que são os clientes que, no momento em que uma empresa procura realizar um marketing orientado à prospecção e manutenção de um relacionamento duradouro, define-se o “tipo” de cliente que se quer abranger. Quando se fala em relacionamento com os clientes é preciso ter claro, o propósito e os objetivos que se perseguem em relação aos mesmos, pois desse modo será possível munir-se de estratégias eficazes de relacionamento com o cliente. Na linha de pensamento de Gordon (2002), em relação ao segundo caso, as categorias, mostra-se relevante o estabelecimento das ofertas que serão destinadas aos clientes, pensando até que ponto as mesmas satisfazem as necessidades desses. Também é importante compreender se essas ofertas estão sendo bem entregues ao consumidor, ou seja, se não seria muitas vezes mais interessante o emprego da terceirização ou, até mesmo, por meio de marcas particulares. Em relação às capacidades, Gordon (2002) salienta que é preciso desenvolver a percepção no ambiente da empresa com intuito de verificar se as mesmas estão sendo suficientes para a entrega de valores para os clientes, ou se as capacidades precisam ser aprimoradas no sentido de melhorar a forma de entrega dos valores. Então, em suma, define31 se o conjunto de capacidades requeridas para uma boa entrega de valor e, depois, se compartilha com os demais membros da organização de modo que estas capacidades estejam disponíveis, com seu respectivo enfoque e qualidade. O custo, a lucratividade e o valor, de acordo com Gordon (2002), envolve basicamente a criação de valor para o cliente gerando rentabilidade para o mesmo e, por conseguinte, a partilha desses valores. Para tanto, é possível a sua realização, através da verificação de novas oportunidades com a criação de novos produtos ou serviços que possam gerar rentabilidade e, ao mesmo tempo, seja um valor adequado ao que o cliente espera. Na mesma linha de pensamento, Gordon (2002), observa que o controle do contato com os processos monetários está relacionado ao controle dos processos da conta, e que a empresa precisa, ao mesmo tempo em que se ocupa da atenção ao cliente, realizar os processos da empresa conjugados com os interesses dos próprios clientes. A colaboração e a integração, a partir da ideia de Gordon (2002), envolvem a forma como o profissional de marketing de relacionamento, em papel proativo dentro da organização, deverá possibilitar a garantia de acesso aos principais tomadores de decisão. Para isso, precisa apoiar a criação de conhecimento de maneira conjunta com os demais membros da empresa para verificação das estratégias além de outras possibilidades para integrar determinados aspectos inerentes aos negócios entre clientes e fornecedores. Em relação à customização, Gordon (2002) salienta que, é necessário, como sugere o nome, aliar novas possibilidades de fazer determinada coisa aos costumes, às necessidades, ou às características que norteiam o comportamento dos consumidores de maneira única para cada um. De modo geral, para agradar um cliente hoje, não basta realizar um bom serviço ou vender um ótimo produto. Muitas vezes, determinados clientes aspiram muito mais do que apenas o “habitual”, e procuram algo que os diferencie, pois isso demonstra para cada cliente a importância que o mesmo possui para a empresa, e faz com que esse se sinta bem com a relação de consumo que estabeleceu e como consequência isso gera o fortalecimento do vínculo de relacionamento entre empresa-cliente. No que concerne à comunicação, à interação e o posicionamento, Gordon (2002), ressalta que é preciso inferir que o cliente percebe a empresa com um determinado posicionamento no mercado, e para isso, é necessário uma interação contínua e que possibilite a organização comunicar os valores que possui e, nesse sentido, reforce a sua interação com o cliente, mas, não em “massa” e, sim, de maneira mais individualizada e próxima do cliente. 32 Ainda, conforme Gordon (2002), em outro caso, onde se deve realizar cálculos sobre o cliente, é preciso tentar mensurar de alguma maneira, a forma como a empresa é percebida na mente do cliente, mais precisamente, o desempenho que a mesma está tendo. É imprescindível nesse sentido, situar-se sobre as considerações que os clientes realizam sobre a empresa como forma de identificação de possíveis gargalos e a avaliação da evolução do vínculo da empresa com os mesmos. No décimo caso, Gordon (2002), salienta que se deve ater aos cuidados com o cliente, realizando feedback contínuo em relação às informações solicitadas pelos clientes, e não meramente atender esses, como se verificava através do marketing tradicional. Pois, a venda de novos produtos ou o aumento do valor dos que o cliente já possui, dependem da percepção das necessidades deste. Por último, segundo Gordon (2002), o caso que envolve a cadeia de relacionamentos, envolvendo a comunicação e a interação interna e externa à empresa entre diferentes partes, sendo fornecedores, vendedores, dentre outros, que possibilitam a entrega de produtos e serviços finais que contenham os atributos que os clientes almejam. Conforme Gordon (2002), o mesmo também apresenta categorias de vínculos com os clientes, que definem o estágio de relacionamento da empresa com o cliente. Tais categorias são explicitadas no Quadro 2. Quadro 2 - Categorias de vínculos com os clientes. CATEGORIAS DE VÍNCULOS COM OS CLIENTES 1. Prospects (clientes potenciais) Pessoas identificadas dentro de uma população maior, que apresentam o perfil que a empresa busca. 2. Experimentadores São prospects (clientes potenciais), que já tiveram uma experiência de compra com a empresa. 3. Compradores São consumidores que são experimentadores, e que se sentem satisfeitos com a oferta atribuída a eles, em uma experiência inicial de consumo. 4. Clientes eventuais Clientes que se sentem satisfeitos com o período em que a empresa atendeu e correspondeu as suas necessidades. 5. Clientes regulares São clientes que já tem um relacionamento de compra a um período mais longo com a empresa, com uma confiança grande na mesma. 6. Defensores Há um forte vínculo do cliente com a organização, em que, somente com uma violação gravíssima na confiança do cliente poderia comprometer seu relacionamento com a empresa. Fonte: Gordon (2002). A primeira forma de vínculo com os consumidores é elencada, conforme Gordon (2002), como sendo os prospects, ou seja, os clientes potenciais. São consumidores que 33 apresentam características inerentes ao perfil que a empresa busca. Em face disso, esse perfil de cliente potencial, pode ser atribuído até mesmo aos atuais clientes e, não somente, com possíveis novos clientes. Para Gordon (2002), os experimentadores estabelecem outra forma de vínculo com a empresa. São clientes que tiveram experiências de compra com a organização e estão analisando até que ponto a mesma é capaz de satisfazer suas necessidades e desejos com as ofertas de seus produtos e serviços. Através de uma análise positiva e experiências satisfatórias de consumo com a empresa, o cliente pode passar a estabelecer outra forma de vínculo com a mesma, passando para um estágio seguinte. Outro estágio de relacionamento observado por Gordon (2002) são os clientes identificados como compradores. Nessa fase, os clientes passaram já por uma experiência inicial de compra e obtiveram certa confiança com os produtos da empresa. A partir disso, os mesmos passam a realizar negócios com uma maior regularidade. Mesmo assim, esses clientes ainda possuem e buscam adquirir os produtos dos seus habituais fornecedores, mas, já consideram a empresa atual como uma boa alternativa, ou segunda opção em caso de uma falha no relacionamento com o seu fornecedor habitual. Os clientes eventuais conforme Gordon (2002), estabelecem outra forma de vínculo, em que, os mesmos se sentem satisfeitos com o período que empresa atendeu as suas necessidades. Desse modo, os clientes já buscam a padronização de aspectos fundamentais de seus processos de compra e aquisições para colocar a empresa como fornecedora principal. Mesmo com um vínculo mais forte, esses clientes podem regredir na escala contínua de vínculo, e avaliar alternativas de concorrentes. Outra forma de vínculo explicitado por Gordon (2002) é estabelecida em relação aos clientes regulares, que constituem uma relação de compra de longa data com a empresa, na qual estes adotaram até mesmo como seus, os processos e valores da empresa com a qual estabelecem as relações de compra. Nesse estágio, há um compromisso mútuo entre empresa e cliente, e este, busca até mesmo, se integrar a aspectos estratégicos de negócios com a empresa. Há uma naturalidade na realização dos negócios, e os clientes não realizam comparações com concorrentes ou, se realiza, é de maneira muito incipiente. No último estágio da escala de vínculos com o cliente, chamado de defensores, Gordon (2002), sinaliza que os clientes são comprometidos com sua empresa, a não ser que uma gravíssima violação no relacionamento venha a afetar o mesmo. Um cliente defensor está 34 participando sempre de maneira próxima da empresa, defendendo a mesma e realizando comentários positivos sobre ela para os demais consumidores. A aproximação é tão grande, que esses clientes realizam “críticas” ou reclamações construtivas proporcionando à empresa a melhoria dos pontos fracos ou negativos que apresenta. Muitas vezes, os clientes são convidados pela própria organização para irem até o seu ambiente interno e propor melhorias que sejam significativas para a obtenção de melhores resultados enquanto processos e organização de maneira sistêmica. Ainda, comentando a ideia de Gordon (2002), o atual cenário de negócios propõe uma concorrência cada vez mais acirrada entre os players de mercado. Para tanto, a atuação no mercado precisa estar voltada para a conquista de novos clientes e, ao mesmo tempo, para a defesa da atual base de clientes, que sofrem ações cada vez mais contundentes da concorrência. Diferenciais relacionados ao preço, por exemplo, em muitos casos não levam a retenção e fidelização da atual base de clientes de uma empresa como já aconteceu uma vez. Com avanços significativos nas tecnologias, os clientes tornaram-se mais críticos na análise da escolha de um produto ou serviço, onde relacionamentos comerciais que são vistos hoje, muitas vezes, como “tradicionais” já não apresentam, em determinados casos, a eficácia de que se espera na geração de um relacionamento duradouro e mutuamente satisfatório entre consumidor e empresa. Diante do ambiente exposto, tendo em vista a concepção de Gordon (2002), em que há uma busca constante dos consumidores por uma qualidade cada vez mais superior em relação aos produtos e serviços, segurança e melhores condições ambientais; as empresas precisam rever suas estratégias de relacionamento com os clientes no mercado, buscando, para tanto, uma abordagem que beneficie as relações de médio e longo prazo e que, em uma relação de benefícios mútuos sejam gerados novos benefícios. Verificado o contexto apresentado, percebe-se que o marketing de relacionamento tem sido amplamente utilizado pelas empresas como diferencial competitivo, principalmente, no setor de serviços para a retenção e fidelização dos clientes. Diante da perspectiva da busca de conhecimento associado aos clientes no que diz respeito às relações de consumo que se desenvolvem, o CRM (Costumer Relationship Management), apresenta características fundamentais para o uso eficaz das informações sobre os mesmos. 35 Na linha de abordagem de Kotler (2006), com base no conhecimento das preferências e históricos de relações de consumo anteriormente praticadas, pode-se realizar a customização dos produtos, serviços, programas, mensagens e mídia. Nesse sentido, torna-se, pois, mais fácil a realização e o correto direcionamento de ações de fidelização e retenção da atual base de clientes. O reconhecimento das preferências e históricos de consumo destacado por Kotler (2006), como forma de retenção e fidelização de clientes, estão alinhados em grande parte ao que pensa Gordon, (2002), sendo que, para este autor, o marketing de relacionamento envolve a reunião e a respectiva análise de dados sobre os clientes, cabendo salientar os históricos de transações anteriormente realizadas, bem como, outros aspectos, com a perspectiva de uma comunicação mútua e contínua com os clientes. O marketing de relacionamento inclui a reunião e a análise de dados sobre os clientes individuais, históricos de contrato e informações sobre transações para facilitar uma comunicação recíproca contínua, preservando desse modo, os clientes e enfatizando a fidelidade dos mesmos (GORDON, 2002, p. 43). Também, conforme Kotler (2006), as organizações estão obtendo, de forma gradativa, uma significativa melhora na gestão do relacionamento com os clientes (CRM), cujo objetivo maior é atender mais e de forma melhor as demandas dos clientes mais valiosos para empresa. Para isso, deve-se realizar o desenvolvimento de um banco de dados dos mesmos com o fito de extrair os dados, ou data mining, para então, verificar as tendências, os segmentos e as demandas individuais. Em empresas consideradas inteligentes, Kotler (2006) salienta que quando os clientes realizam qualquer contato com uma loja ou departamento específico da organização, dados sobre os mesmos são capturados. Dentro disso, podem-se verificar históricos de compras, telefonemas para a solicitação de determinados serviços, além de cupons de reembolso enviados pelos próprios clientes. É através desses dados que se busca, dentro da perspectiva de utilização do CRM, selecionar as informações que caracterizem traços característicos nas relações de consumo com os clientes, sendo possível, a partir de então, realizar inferências sobre as necessidades e as respostas individuais dos clientes. Por conseguinte, pode-se observar a importância do marketing de relacionamento, e como pensa Vavra (apud DUARTE, 2003), é cada vez mais difícil a retenção dos clientes em um mercado altamente competitivo e agressivo, pois a lealdade à uma marca é, muitas vezes, pequena. E, nesse sentido, conquistar novos clientes, comparado com a retenção, torna-se 36 viável quando o tempo de vida de compra dos clientes atuais com a empresa é prolongado. Portanto, a retenção dos clientes torna-se mais importante do que a atração dos mesmos. É preciso salientar as implicações específicas do marketing de relacionamento, observando o setor que o mesmo se estabelece. Para tanto, a partir da verificação de uma perspectiva macro do marketing de relacionamento, é observado o mesmo no setor varejista e suas implicações sobre esse setor. 2.5 Marketing de relacionamento no setor varejista Para Boone e Kurtz (apud CALEGARO, 2012) podem ser evidenciados dois aspectos que norteiam as decisões associadas ao marketing de relacionamento dos varejistas, citandose: “a seleção de um público-alvo e o desenvolvimento de um mix de varejo para satisfazer o mercado escolhido”. Nesse sentido, é preciso realizar um planejamento relacionado aos aspectos evidenciados, que perpassam por definições que envolvem os produtos e serviços que serão oferecidos, preços a serem praticados, layout da loja, localização ou distribuição, promoções e merchandising. Todas essas definições com o ímpeto de conquistar o público-alvo. A combinação desses elementos projeta a imagem do varejo – a percepção da loja, por parte do consumidor, e a experiência de compra que proporciona. A imagem do varejo informa aos consumidores se a loja é, por exemplo, barateira, de prestigio ou moderna. Todos os componentes da estratégia de varejo devem atuar em conjunto para criar uma imagem que seja atraente para o público-alvo (BOONE e KURTZ apud CALEGARO, 2012, p. 19). Comentando BOONE e KURTZ (apud CALEGARO, 2012), a seleção do mercado alvo é importante para o marketing de relacionamento no setor varejista, pois nesse momento podem ser evidenciados aspectos que envolvem os consumidores pelos quais a empresa pretende trabalhar. Dentre eles, o tamanho e o potencial de gerar lucro em relação ao público alvo pretendido e a concorrência no segmento. Em determinados momentos, a seleção do público alvo envolve a reavaliação do mercado atual do varejista, de modo que seja possível o reposicionamento no mercado com o propósito de atender os clientes de maneira mais completa em relação às suas necessidades. Ainda, observando aspectos precípuos que os varejistas devem estar atentos, é preciso destacar os clientes, os quais devem receber o investimento por parte da empresa e, nesse ponto, se destaca também a personalização no atendimento para esses clientes-alvo. 37 Conforme comenta Boone e Kurtz (apud CALEGARO, 2012, p. 20) “o objetivo básico de qualquer serviço ao cliente é atrair e manter os clientes-alvo, elevando assim as vendas e os lucros”. 2.6 Definições de estratégia Para estabelecer boas estratégias de relacionamento e que sejam eficientes em relação aos seus clientes, uma empresa precisa saber a conceituação e significação da estratégia. Na concepção de Porter (1999), o mesmo afirma que o posicionamento estratégico é inerente a escolha de atividades diversas em razão das estabelecidas pelos concorrentes. É através de escolhas que remetam a diferenciação e inovação no setor em que atua, que a empresa consegue uma posição destacada e que pode lhe proporcionar um grande valor frente à concorrência e um ponto destacado na mente dos clientes e parceiros-chave da organização. Nesse sentido, Porter (1999, p. 63) expõe que a “estratégia é criar uma posição exclusiva e valiosa, envolvendo um diferente conjunto de atividades. Se houvesse apenas uma única posição ideal, não haveria necessidade de estratégia”. A ideia defendida por Porter (1999) demonstra extrema relevância se observado o cenário de mudanças e inovações que o mercado sofre continuamente na atualidade, onde não se tem mais lugar para a acomodação, mas, para a busca contínua pelas novas ideias e com isso, a implementação na organização. Uma empresa possui os norteadores estratégicos, que são: a missão, a visão, os valores e os princípios. Em função disso, no momento da formulação de um plano estratégico é preciso se balizar por esses referenciais que orientam a perspectiva da organização, o motivo pelo qual a empresa foi concebida. Com uma estratégia bem formulada é possível gerir os recursos, sejam eles: humanos, materiais ou financeiros com maior racionalidade e eficazmente, antecipando ações da concorrência e sobrepondo a mesma. A estratégia é um padrão ou plano que integra as principais metas, políticas, e sequência de ações de uma organização em um todo coerente. Uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma organização para uma postura singular e viável, com base em suas competências e deficiências internas relativas, mudanças antecipadas no ambiente e providências contingentes realizadas por oponentes inteligentes (MINTZBER e QUINN, 2001, p. 20). A partir da concepção de Mintzberg e Quinn (2001), pode-se definir, conforme o Quadro 3, os 5 (cinco) Ps da estratégia. 38 Quadro 3 - Os 5 Ps da estratégia. OS 5 PS DA ESTRATÉGIA 1. Estratégia como plano Um curso de ação conscientemente concebido, uma diretriz (ou conjunto destas), para trabalhar com uma determinada situação. 2. Estratégia como pretexto Uma “manobra” específica no intuito de ludibriar a ação da concorrência ou competidores de mercado. 3. Estratégia como padrão A estratégia é consistência no comportamento, quer seja ela pretendida ou não. É um padrão em um fluxo de ações. 4. Estratégia como posição Maneira de colocar a organização no que alguns teóricos da organização preferem chamar de “ambiente”. 5. Estratégia como perspectiva A estratégia, neste particular, é para a organização o que a personalidade é para o indivíduo. A estratégia é uma perspectiva compartilhada entre os membros da organização, por meio de suas intenções ou ações. Fonte: Mintzberg e Quinn (2001, p. 26). A partir dos 5 Ps das estratégias é possível comentar, no primeiro P, conforme Mintzberg e Quinn (2001), de que trata da estratégia como plano, que as mesmas são concebidas de acordo com os propósitos ou objetivos da organização e que, para os objetivos e metas serem realmente alcançados, é preciso que a empresa desenvolva formas de organizar as atividades que deverão ser realizadas de uma maneira mais consciente e mais eficaz possível, sendo que para isso, a estratégia ou o plano são extremamente preponderantes. Um segundo P, na concepção de Mintzberg e Quinn (2001), da estratégia como pretexto, envolve a decisão por elaborar a mesma de forma a estabelecer uma posição diferenciada e única em relação à concorrência e que, a mesma não tome conhecimento disso, ou não perceba realmente o que a outra organização pretende com isso. Tal situação é uma forma de “enganar” a concorrência ou oponentes de mercado. Em uma estratégia como padrão, no pensamento de Mintzberg e Quinn (2001), é necessário frisar que a mesma possui certos referenciais a serem seguidos, e padrões de comportamento. As ações precisam ser organizadas em um todo coerente e, para isso, em meio ao fluxo dessas ações a estratégia é vista como um padrão a ser seguido. Na estratégia como posição, comentando Mintzberg e Quinn (2001), é verificada a forma como a empresa irá se posicionar em relação ao ambiente ou mercado em que atua, devendo, para isso, verificar as possibilidades ou vantagens competitivas que podem ser extraídas dessa estratégia. 39 Ainda, conforme Mintzberg e Quinn (2001), pode-se afirmar que a estratégia como perspectiva, ao ser inserida em um contexto organizacional precisa ser compartilhada com os demais membros da organização para, então, poder ser seguida e ser norteadora para a consecução dos objetivos da empresa. Já, para Oliveira (2004), é possível inferir que a estratégia é norteadora da tomada de decisão em um nível alto de gestão, onde são perseguidas novas possibilidades de se alcançar objetivos organizacionais, mas com diferenciais competitivos e que, realmente façam a diferença para a organização em relação à concorrência e o ambiente em si, que a empresa encontra-se inserida. Para tanto, é uma ação planejada e concebida segundo critérios previamente estabelecidos. Estratégia é definida como um caminho, ou maneira, ou ação formulada e adequada para alcançar, preferencialmente, de maneira diferenciada, os desafios e objetivos estabelecidos, no melhor posicionamento da empresa perante seu ambiente (OLIVEIRA, 2004, p. 194). No mesmo entendimento, segundo Oliveira (2004), é possível comentar que as estratégias são concebidas conforme os objetivos e desafios da empresa, através da realidade identificada por meio do diagnóstico estratégico, respeitando a missão, as perspectivas e a própria cultura existente na empresa. Conforme Porter (1999, p. 27), “a essência da formulação estratégica consiste em enfrentar a competição”. Para tanto, o autor expõe cinco forças básicas que são capazes de determinar o estado de competição num setor. Primeiramente, pode-se elencar a ameaça de novos ingressantes no mercado que, por sua vez, introduzem novas possibilidades de realização de determinados processos, trazem consigo a vontade de alcançar um maior market share e, muitas vezes, também possuem recursos significativos para investir. Contudo, se as barreiras a novos ingressantes no mercado forem altas, a ameaça torna-se mais incipiente, sem tanta gravidade. Uma segunda força a explicitar está relacionada ao poder de negociação dos fornecedores que, são capazes de exercer um forte poder de influência em relação às negociações entre os participantes de um segmento, através da elevação de preços ou a redução da qualidade dos bens e serviços. A terceira força é a ameaça de produtos e serviços substitutos que podem causar a limitação do potencial de crescimento de um setor, sendo necessário, nesse caso, ações que possibilitem a diferenciação dos produtos ou serviços no mercado para manter a participação 40 ou crescimento ou, ainda, a penalização poderá vir a partir da diminuição dos lucros, bem como, o crescimento. Uma quarta força, trata do poder de negociação dos clientes, onde as compras são concentradas em um determinado cliente, os produtos ou serviços do setor são padronizados ou não apresentam diferenciações no setor, os compradores recorrem a certas ameaças de produção própria do produto como forma de alavanca de negociação. 2.6.1 Vantagem competitiva Em um cenário cada vez mais concorrido, como o que se apresenta atualmente, para as empresas atuantes no segmento de varejo de vestuário, no qual os consumidores ganham a cada dia que passa maiores possibilidades de escolhas em relação aos produtos que lhes são expostos, a diferenciação de uma loja em relação às demais deve ser perseguida de forma contínua, como meio de gerar a vantagem competitiva que possibilitará à mesma, a sua perpetuação no segmento, bem como, o seu crescimento. Para isso, Kotler (1998), atribui a vantagem competitiva como sendo uma habilidade de uma organização para trabalhar de uma ou mais formas e que, a concorrência não pode ou, até mesmo, não conseguirá acompanhar. As organizações se esforçam no sentido de obter vantagens competitivas que sejam duradouras, sustentáveis em longo prazo. Aquela que for bem sucedida na entrega de alto valor e satisfação aos clientes, leva à repetição de compra e, por conseguinte, eleva a sua rentabilidade. Na concepção de Cobra (1997), o entendimento é de que a vantagem competitiva é um processo contínuo, cíclico, no qual as empresas devem procurar investir em suas habilidades e recursos, no intuito de se diferenciar pelo valor que oferece e, para conseguir a satisfação dos clientes, sua fidelização, obter o market share e, ainda, a rentabilidade esperada. Assim, uma empresa só progride quando tem maturidade e recursos para encarar a concorrência e as turbulências ambientais e obtenção de vantagens competitivas sustentáveis. Diante disso, o posicionamento pode ser visto como uma fonte de vantagem competitiva para uma empresa, tendo em vista que, diferencia a empresa dos seus concorrentes pela forma como se apresenta ao mercado. Seguramente, no momento em que há uma especialização em algum segmento, de modo contrário ao atendimento de todos, o 41 conhecimento torna-se mais “refinado” sobre os clientes daquele segmento, e a empresa pode estabelecer estratégias mais específicas e, ao mesmo tempo, eficazes. No entendimento de Levitt (1990) cabe à imaginação em marketing a diferenciação, e a criação, pois, da vantagem diferencial que uma empresa almeja sobre a concorrência. É com o diferencial constituído, através da imaginação em marketing, que se consegue a atração e, ao mesmo tempo, a retenção dos atuais clientes. 2.7 Segmentação de mercado Um dos elementos que pode gerar vantagem competitiva às empresas reside no conceito de segmentação de mercado, onde o objetivo é agrupar consumidores com características e aspirações similares e nesse intuito propor estratégias para atingir esse público caracterizado segundo determinadas variáveis atribuídas aos mesmos. Pela segmentação de mercado, no momento em que os clientes são agrupados por determinadas características e aspirações de consumo em grupos, está definindo-se o perfil desses clientes. Por exemplo, quando uma loja de vestuário masculino realiza perguntas para um cliente em relação a sua renda, onde mora, se é casado ou solteiro, dentre outros questionamentos, está buscando-se conhecer o mesmo e, pelas características apresentadas nas respostas, se define a qual segmento o mesmo pertence, e pela definição da segmentação ao qual o cliente pertence, é possível inferir o perfil do mesmo. Para Cobra (1997, p. 71), “a segmentação é uma subdivisão do mercado global de uma empresa em parcelas mais homogenias possíveis, com o fito de formular estratégias de marketing”. Nessa mesma perspectiva, segundo o autor, pode-se afirmar que o aprendizado da segmentação é útil para que os esforços de marketing sejam concentrados e, com isso, se economizem recursos de natureza financeira, física e humana, bem como a alocação dos vendedores, número de filiais, por exemplo. Já, para Churchill e Peter (2000), as organizações detém a possibilidade de dividir o seu mercado conforme os desejos e as capacidades de empresas ou indivíduos em comprar bens ou, então, serviços, através de segmentos que são organizados de forma igual, ou o mais homogêneo possível. Guiando-se pelo entendimento de Schiffman (1997), compreende-se que a segmentação é concebida com intuito de identificar necessidades e desejos de determinados 42 grupos de consumidores e, através dela, buscar formas de atender as especificidades de cada grupo de clientes por meio de produtos e serviços que possuam características personalizadas para cada um. Diferentemente de uma visão de marketing de massa que consistia em produção em larga escala e, desse modo, os clientes deveriam escolher dentre os produtos disponíveis, sem haver flexibilização nas relações de consumo. É também utilizada como forma de reposicionamento ou, como forma de expandir os produtos ou serviços de uma organização para um mercado consumidor mais amplo. Sendo assim, através de estratégias adequadas de segmentação é mais fácil a identificação das mídias adequadas para comunicar a oferta de valor para os clientes, por meio de seus produtos e serviços. A segmentação, como já salientado anteriormente, visa à formação de grupos homogêneos, que possuam as características similares, em meio a um mercado amplo e apresenta consumidores com características heterogêneas. A condução do processo inerente à formação desses grupos é concebida como uma técnica de marketing imprescindível para a ação eficaz da empresa no mercado. A segmentação de mercado pode ser definida como o processo de divisão de um mercado em subconjuntos distintos de consumidores com necessidades ou características comuns. Constitui-se em técnica de marketing que visa formar grupos homogêneos de consumidores dentro de um mercado muito vasto e heterogêneo (SCHIFFMAN e KANUK apud CHAVES, 2001, p. 55). Em relação à segmentação, Best (apud KOTLER, 2006), cita sete etapas relacionadas ao processo de segmentação, conforme explicitado no Quadro 4. Quadro 4 - Etapas do processo de segmentação. ETAPAS DO PROCESSO DE SEGMENTAÇÃO 1ª etapa: Segmentação baseada nas necessidades Agrupamento dos consumidores conforme necessidades e desejos semelhantes. 2ª etapa: Identificação do segmento Identificação das características inerentes ao segmento, prevendo características que o diferenciam, tornando o mesmo distinto e identificável (acionável), como, por exemplo, características demográficas e estilos de vida. 3ª etapa: Atratividade do segmento Utilização de determinados critérios previamente definidos para identificação de aspectos inerentes a atratividade, como por exemplo, o crescimento do mercado. 4ª etapa: Rentabilidade do segmento Verificação se há previsibilidade de o segmento apresentar a rentabilidade almejada. Continua... 43 Continua... 5ª etapa: Posicionamento do segmento Para cada segmento distinto, é preciso desenvolver uma proposta de valor diferenciado e, desse modo, criar uma estratégia de posicionamento produto-preço. 6ª etapa: “Teste crítico” de segmento Criação de “simulações” para cada segmento identificado, com intuito de testar a atratividade da estratégia de posicionamento. 7ª etapa: Estratégia de mix de marketing Expansão da estratégia de posicionamento, com o propósito de incluir todos os aspectos do mix de marketing. Fonte: Best (apud KOTLER, 2006). Na primeira etapa, na segmentação baseada nas necessidades, Kotler (2006), afirma que é preciso uma orientação que busque o agrupamento dos clientes conforme características que habilitem os mesmos a estarem em um mesmo grupo homogêneo, com desejos e necessidades comuns aos membros desse grupo para, então, buscar a resolução de problemas de consumo. Quanto à identificação do segmento, comentando Kotler (2006), torna-se imprescindível, pois, para cada segmento diferenciado segundo suas características próprias e que tem determinadas necessidades, a mensuração de algumas variáveis, como: as demográficas, o estilo de vida dos consumidores, bem como, o comportamento associado ao uso de produtos, que tornam o segmento distinto e identificável ou, acionável. Na terceira etapa, conforme pensamento de Kotler (2006), em relação à atratividade do segmento, através da identificação de critérios previamente identificados, busca-se a definição da atratividade do segmento. Exemplos a serem citados podem envolver o crescimento do mercado que, em um bom nível de ascendência, pode gerar oportunidades para a empresa. A verificação da intensidade competitiva do segmento, que define o grau de concorrência que uma empresa está pré-disposta ao buscar sua inserção no mesmo, também é importante no sentido da verificação do acesso à esse mercado, ou seja, as limitações impostas para novos entrantes. Na quarta etapa, na concepção de Kotler (2006), é preciso identificar a rentabilidade que o segmento oferece, pois, a mensuração correta garantirá uma condição favorável para a atuação da empresa, conseguindo alcançar os resultados almejados, uma vez que, a sobrevivência e o crescimento da empresa dependem da rentabilidade do negócio. 44 Na quinta etapa, é definido o posicionamento do segmento e, considerando que a subdivisão em segmentos distintos é uma premissa previamente aceita, é igualmente percebido que há diferenciações em relação às características inerentes a cada segmento. Sendo assim, é preciso buscar o desenvolvimento de ações estratégicas diferenciadas para cada segmento. Para tanto, a geração de um valor deve se considerado como algo diferenciado no desenvolvimento da estratégia produto-preço levando em consideração os desejos, as necessidades, e as características singulares dos clientes de cada subdivisão, ou segmento. Ainda, de acordo com Kotler (2006), na sexta etapa, é realizado um “teste crítico” de segmento, ou seja, é nessa etapa que são realizadas simulações com a perspectiva de testar a atratividade da estratégia de posicionamento para cada segmento pretendido. A última etapa na visão de Kotler (2006) contempla a estratégia de mix de marketing, que trata da expansão da estratégia de posicionamento do segmento pretendido, no intuito de contemplar todas as variáveis que compõe o mix de marketing, que são: o produto, o preço, a praça, e a promoção. 2.7.1 Níveis de segmentação de mercado Como afirmava Kotler (2006), é imprescindível conhecer o marketing de massa para, então, desenvolver conceitos ou teses sobre a segmentação de mercado. Em uma produção em massa, não há uma preocupação em criar produtos com diferenciais para clientes e, sim, estabelecer a produção de uma quantidade de produtos em escala elevada, onde os consumidores devem exercer suas escolhas dentro dos parâmetros proporcionados pelos produtos que foram ofertados, ou seja, sem muito poder de escolha, ou sendo a escolha limitada. Um exemplo da aplicação do marketing de massa, segundo Kotler (2006), pode ser percebido quando Ford lançou o modelo de carro, o Ford-T “em qualquer cor, desde que preto”. Com essa perspectiva da Ford pode-se evidenciar o seu pioneirismo na inserção de veículos no mercado de massa e, como benefícios, observa-se a redução de custos por uma escala maior de produção, bem como, a diminuição dos preços para se adquirir o produto, uma vez que, não havia diferenciações para clientes específicos. Contudo, embora se percebam benefícios no marketing em massa, o mesmo passa a ser questionado no momento em que as mídias passam a ocupar um papel cada vez mais 45 significativo na vida dos consumidores. Assim, os consumidores com um maior número de informações associadas aos produtos e serviços, desenvolvem uma concepção crítica e, passam, desse modo, a exigir produtos com novas características e que justifiquem as suas escolhas, no intuito de sanar suas necessidades e desejos. É no cenário de mudança de comportamento dos consumidores em relação às novas alternativas de ofertas no mercado de consumo que se exige que as empresas desenvolvam estratégias que segmentam os clientes de acordo com determinadas variáveis associadas ao mesmo, para atender de maneira mais eficaz grupos de consumidores específicos. A estratégia de diferenciar os clientes em determinados grupos que possuem características específicas, é denominada por Kotler (2006) de marketing de segmento e que constitui um dos níveis da segmentação de mercado. De acordo com a sua ideia Kotler (2006, p. 237), enfatiza que “um segmento de mercado consiste em um grande grupo de consumidores que possuem as mesmas preferências”. Em outro nível de segmentação identifica-se o marketing de nicho. De acordo com Kotler (2006), o nicho pode ser identificado como sendo mais específico em relação às necessidades dos consumidores e que através dele busca-se desenvolver uma oferta de mix de produtos diferenciados no mercado. O marketing de nicho possibilita a criação de vantagens competitivas que, muitas vezes, não se consegue atingir ao nível do marketing de segmento. Kotler (2006, p. 238), afirma que “enquanto os segmentos são grandes e atraem vários concorrentes, os nichos são pequenos e normalmente atraem apenas uma ou duas empresas”. Pode-se inferir desse modo que, embora o marketing de nicho possibilite uma oferta, na qual muitas vezes há um valor agregado maior pela natureza da diferenciação da mesma, o preço tende a ser maior em decorrência disso. Contudo, os consumidores que optam, muitas vezes, por uma diferenciação e exclusividade em relação à um determinado produto ou serviço, os clientes aceitam até mesmo pagar um valor maior para realizar a compra. O marketing local pode ser evidenciado como sendo outro nível de segmentação de mercado, no qual se busca uma aproximação com os clientes abrangendo, muitas vezes, áreas de bairros, lojas, por exemplo. De acordo com Kotler (2006), o marketing local reflete a tendência ascendente denominada grassroots, que envolve a aproximação de atividades de marketing e que se caracterizam como relevantes para cada consumidor. O último nível de segmentação, denominado de customerização, indica as maneiras que os produtos são customizados considerando as necessidades e desejos individuais de cada 46 consumidor. Essa perspectiva torna-se relevante quando os clientes desenvolvem de forma gradativa um senso crítico maior, buscando informações em diferentes meios que lhe proporcionem segurança ao adquirir determinado produto ou serviço. Nessa direção Kotler (2006) afirma que “a customerização combina a customização em massa com o marketing customizado, dando aos consumidores autonomia para desenhar o produto e o serviço de sua escolha”. 2.7.2 Tipos de segmentação Com relação aos tipos de segmentação, Kotler (2006) propõe a divisão dos mercados consumidores conforme quatro tipos diferentes, a saber: a segmentação geográfica, a segmentação demográfica, a segmentação psicográfica, e a segmentação comportamental. Na primeira delas, a segmentação geográfica, onde devem ser levadas em conta as características inerentes aos clientes de cada região, estado, nação, cidade, bairro, dentre outras subdivisões para, então, galgar êxito quanto às ações de marketing e de estruturação de uma organização conforme a sua área de atuação. Em uma segunda divisão seria a demográfica, onde o que se persegue em torno dessa perspectiva, é a divisão do público consumidor de acordo com determinadas variáveis básicas, como: idade, sexo, tamanho da família, renda, ocupação, nível de instrução, raça, classe social, dentre outras subdivisões. A sua utilização como estratégia de segmentação torna-se importante, quando se verifica que através das variáveis básicas apresentadas para segmentar clientes, muitas vezes, exprimem determinados gostos e desejos dos clientes em relação à determinadas marcas. As variáveis demográficas são os meios mais populares de distinguir grupos de clientes por várias razões. Uma delas é que as necessidades e os desejos dos consumidores, assim como, suas preferencias por marcas e produtos estão frequentemente ligadas á variáveis demográficas (KOTLER, 2006, p. 246). Ainda, conforme Kotler (2006), outra forma de segmentação é a psicográfica, que inclui determinadas variáveis de avaliação com base na separação de consumidores em grupos e, desse modo, observa-se o seu estilo de vida, a personalidade, e os valores dos mesmos. Embora, no mesmo grupo, as características psicográficas podem ser discernentes entre os consumidores. Outra maneira de segmentar os clientes, na concepção de Kotler (2006), seria através da segmentação comportamental que, da mesma maneira como é realizada com as outras 47 formas de segmentação, divide-se os clientes em grupos, esses compostos segundo seus conhecimentos, atitudes, bem como, a forma comportamental de resposta associada a um determinado produto ou serviço. A apresentação dos tipos de segmentação podem ser verificados no Quadro 5. Quadro 5 - Tipos de segmentação. TIPOS DE SEGMENTAÇÃO Segmentação geográfica Divisão dos clientes por meio através de: região, estado, nação, cidade, bairro, dentre outras subdivisões. Segmentação demográfica Divisão por meio de variáveis como: idade, sexo, tamanho da família, renda, ocupação, nível de instrução, raça, classe social, dentre outras. Segmentação psicográfica Dividido conforme as seguintes variáveis: estilo de vida, personalidade, valores, dentre outros. Segmentação comportamental Divisão conforme: o conhecimento, atitudes, formas de comportamento, dentre outras. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). 2.7.3 Bases para a segmentação do mercado organizacional Conforme a ideia de Kotler (2006), as bases para segmentação dos mercados organizacionais incluem algumas variáveis que são utilizadas para a segmentação do mercado consumidor, podendo-se elencar: as variáveis geográficas, os benefícios procurados, bem como, o índice de utilização. A distinção entre as diferentes bases de segmentação é que possibilitará uma atuação eficaz, com um maior aproveitamento das oportunidades que surgem em meio às necessidades percebidas nos clientes. Ainda, conforme Kotler (2006), os compradores nas empresas buscam distintos grupos de benefícios dependendo do estágio da decisão de compra em que se encontram. Para tanto, em um primeiro estágio encontram-se os clientes potenciais que, ainda não exerceram uma relação de compra com a empresa, mas, que tem a percepção de que a empresa deve conhecer os seus negócios, dando-lhe explicações relevantes e de modo confiável quando acionado. Os novatos encontram-se em um segundo estágio, que são clientes que estão buscando um relacionamento com a empresa e que almejam ser bem atendidos nas primeiras relações de compras estabelecidas, por meio de profissionais de vendas bem treinados e que tenham domínio sobre os assuntos pertinentes ao produto que está sendo vendido e que possam oferecer a solução necessária a necessidade do cliente. Em um terceiro estágio, encontram-se os clientes sofisticados que, são altamente críticos e estabelecem grandes exigências para a empresa vendedora, como, a customização de produtos ou serviços, bem como, a rapidez no reparo e manutenção, quando solicitado. 48 2.7.4 Seleção do mercado alvo Depois de verificados os segmentos de mercado que detém potencialidades que possibilitam ser explorados, é necessário focar em qual ou quais deles se dará uma atenção maior e, para isso, se buscará desenvolver campanhas de marketing de maneira específica, centrada no grupo almejado de clientes. A partir de uma concepção inicial sobre o mercado alvo, pode-se inferir através de Kotler (2006), que há determinados critérios para uma segmentação efetiva. Conforme o autor deve-se verificar cinco critérios que os segmentos de mercado precisam atender de modo favorável, que são: os critérios mensuráveis, os substanciais, os acessíveis, os diferenciáveis, e os adicionáveis. Quanto ao critério mensuráveis, o que deve ser percebido é o tamanho, o poder de aquisição e as características dos segmentos, que devem ser possíveis de serem mensurados. Em relação aos substanciais, deve-se perceber se os segmentos são amplos e permitem uma rentabilidade significativa o suficiente para que sejam atendidos. Para tanto, um segmento deve ter um maior grupo homogêneo possível e, com isso, desenvolver um programa de marketing eficiente para ser atingido. Quanto ao critério, acessíveis, é preciso verificar se é realmente possível alcançar e, atender o mercado pretendido. Quanto ao critério diferenciáveis, há uma previsibilidade de que os segmentos são, de maneira conceitual, distintos e, desse modo, respondem de maneira diversa uns dos outros em relação a cada elemento e programa do mix de marketing. O último critério são os acionáveis, que é a possibilidade de desenvolver programas efetivos para atrair, despertar a atenção dos clientes e atender os mesmos. 2.8 Comportamento do consumidor Os consumidores são regidos por comportamentos e atitudes que os caracterizam de maneira individualizada e única, ou seja, diante de um mesmo estímulo de consumo, cada consumidor terá uma reação esperada sobre os atributos e funcionalidades do produto ou serviço que lhe foi proposto. Isso decorre de características individuais de cada cliente, pois, as reações de comportamentos são influenciadas por traços específicos de personalidade e são moldados ao longo da vida de cada pessoa. 49 A cultura em que a pessoa esta inserida exerce papel fundamental para moldar a personalidade, pois não se consegue uma mudança significativa em determinados hábitos de uma pessoa que já traz consigo, por um bom tempo de sua vida, as características de uma determinada cultura. Cada consumidor reage de forma diferente sob estímulos iguais, e isso ocorre porque cada um possui uma “caixa preta” diferente. E, nesse sentido, de acordo com teorias psicológicas de personalidade, as pessoas são diferentes umas das outras, sendo as motivações, que são as respostas do indivíduo aos estímulos recebidos, são distintas para cada um (COBRA, 1997, p. 59). Ainda, conforme o pensamento de Cobra (1997), em relação às situações de satisfação dos consumidores, o consumidor acredita que, na aquisição de determinados produtos ou serviços, ele está satisfazendo suas necessidades. Denota-se através disso, que os consumidores não satisfazem as suas necessidades necessariamente por fatores percebidos pelos mesmos, mas, em muitas das oportunidades, ao nível do consciente. Para compreender algumas condições que levam os consumidores agirem sob determinadas circunstâncias de distintas formas e haver diferenças significativas entre o comportamento de cada consumidor em relação a uma mesma situação de consumo em que o mesmo é submetido, Churchill e Peter (2000), expõe em seu livro a pirâmide das necessidades de Maslow, que pode ser observada através da Figura 1. Por meio desta, observa-se que o que motiva e orienta as pessoas a agir de determinado modo, são as necessidades ainda não satisfeitas, onde as pessoas buscam, em princípio, satisfazer as necessidades básicas antes de se sentirem-se no ímpeto de satisfazer outras. Figura 1 - Pirâmide das necessidades de Maslow. Fonte: Churchill e Peter (2000). 50 Conforme Maslow (apud CHURCHILL e PETER, 2000), em relação às necessidades fisiológicas que, conforme a pirâmide, seriam as primeiras necessidades a serem satisfeitas, abrange desde aspectos ligados à alimentação, o descanso físico, o conforto, o bem estar, as atividades de lazer desenvolvidas, dentre outras. E, para que outra necessidade torne-se mais latente, é preciso que essa seja satisfeita. Em relação à segunda necessidade, a segurança, Maslow (apud CHURCHILL e PETER, 2000), enfatiza que a mesma envolve a perspectiva de estar amparado, seja no trabalho, em casa, ou em outros locais. Envolve aspectos relacionados à remuneração e à estabilidade que se tem, e que gera a sensação de proteção. A terceira necessidade, ou seja, o aspecto afetivo-social, Maslow (apud CHURCHILL e PETER, 2000) destaca que trata da relação que é estabelecida com as pessoas próximas, seus colegas de trabalho, superiores, familiares, dentre outros. É a necessidade de desenvolver a interação com pessoas. No pensamento de Maslow (apud CHURCHILL e PETER, 2000), a quarta necessidade, refere-se à autoestima, que é a necessidade de perceber que as outras pessoas estão gostando dela, a realização pessoal, as promoções, os elogios, e a responsabilidade por resultados. A quinta necessidade, conforme o modo de pensar de Maslow (apud CHURCHILL e PETER, 2000), é a auto realização, que envolve a realização de desafios mais complexos, abrangendo também a criatividade na realização dos trabalhos propostos, bem como a autonomia para o desempenho das funções que lhe são confiadas. Envolve, também, a participação da pessoa na tomada de decisões. Conforme Froemming et al (2009), o estudo associado ao comportamento do consumidor está focalizado em aspectos ligados às diferenças individuais e nas tomadas de decisões realizadas por cada consumidor, temática que mostra-se relevante por enfatizar as possibilidades de comunicação com segmentos menores de consumidores. Nesse sentido, é importante frisar, o estudo das influências culturais, étnicas e de classe social, que não somente afetam os indivíduos para tomarem suas decisões de consumo, como, também, subsidiam a formação de uma base para o desenvolvimento das estratégias de segmentação de grandes grupos de indivíduos. A partir da análise do comportamento dos consumidores, Kotler (2006), propõe que as organizações que agem de forma inteligente procurem entender de forma completa, todo 51 processo que envolve a decisão de compra dos clientes, e isso engloba desde o conhecimento do produto e as experiências associadas a sua utilização, os motivos que levaram a escolha, bem como a inutilização do mesmo. Nessa direção, Kotler (2006) elucida esses processos psicológicos básicos, que servem de referência para a explicação de que forma os consumidores tomam suas decisões de compras. São cinco etapas que envolvem o processo de decisão de compra. Primeiramente, trata-se do reconhecimento do problema que é, em princípio, o início do processo de compra, que começa com a identificação de alguma necessidade ou, até mesmo, de um problema. É preciso o conhecimento sobre as circunstâncias que desenvolvem determinada necessidade, coletando informações sobre os consumidores para, então, desenvolver estratégias de marketing que incitem a vontade do consumidor em adquirir determinado produto ou serviço. Uma segunda etapa é a busca de informações. Nesse estágio, o consumidor tende a buscar informações sobre o produto ou serviço, essa busca pode estar associada a dois níveis de interesse, sendo que, em nível de busca moderado, o consumidor tende a ser mais receptivo as informações e, em um segundo nível ou momento de busca de informações, o mesmo age de forma mais ativa, consultando mais fontes de pesquisa sobre o produto ou serviço que almeja adquirir. Podem-se elencar as fontes de informações como sendo: pessoais, comerciais, públicas, e experimentais. Em uma terceira etapa, que trata da avaliação de alternativas, é o resultado de um processo cognitivo orientado, uma vez que, o consumidor age de maneira racional e consciente no momento de avaliar um produto ou serviço. Os consumidores já tem em mente um conjunto de características e benefícios que persegue no momento da compra e, é através disso, que a atenção a determinados atributos chamam mais atenção do que outros, de maneira precípua, aqueles que se coadunam com os benefícios que os clientes procuram. Na quarta etapa, a decisão de compra, o cliente cria preferências em relação às marcas de um conjunto de escolhas e, desse modo, desenvolve a intenção de comprar as de maior preferência. Nesse sentido, a decisão envolve subetapas, sendo a decisão quanto à marca, o revendedor, a quantidade, a ocasião, bem como, as formas de pagamento. A decisão pode ser influenciada de forma significativa pelo risco percebido em relação aos produtos ou serviços, o que pode adiar ou, até mesmo, rejeitar a compra. 52 E, por último, a quinta etapa, que trata do comportamento pós-compra, sendo o momento que o consumidor busca estabelecer relações favoráveis que o levaram a adquirir determinado produto, ou seja, o mesmo busca sentir-se bem através da relação de compra estabelecida. O que muitas vezes, é prejudicado quando o consumidor experimenta o que é chamado de dissonância cognitiva, quando houve opiniões ou fatos favoráveis relacionados a outras marcas. Para isso, é necessário que a comunicação em relação ao consumidor seja no sentido de apoiar a sua decisão, ou seja, estabelecendo avaliações que corroborem e ajudem o consumidor a sentir a sensação de que realizou a escolha certa, onde a satisfação do mesmo irá refletir e influenciar no seu comportamento subsequente. Na Figura 2, é explicitado de maneira sucinta o processo de compra do consumidor proposto por Kotler (1998). Figura 2 - Processo de compra do consumidor. Fonte: Kotler (1998). De acordo com Engel, Blackwell e Miniard (apud BIASOTTO, 2010), o processo de tomada de decisão do consumidor sofre influências e é moldada por vários fatores e determinantes, que podem ser agrupados em três categorias distintas: diferenças individuais, influências ambientais, e processos psicológicos. Nesse sentido, as diferenças individuais possuem subcategorias que apresentam determinadas características que influenciam de maneira importante o comportamento do consumidor. Primeiramente, conforme a concepção de Engel, Blackwell e Miniard (apud BIASOTTO, 2010), salientam-se os recursos do consumidor, ou seja, cada pessoa possui três recursos para cada situação de tomada de decisão: tempo, dinheiro, e capacidades associadas à forma de recepção e o processamento das informações. Outra característica importante é o conhecimento, que é armazenado na mente do consumidor e que poderá ser utilizado frequentemente no momento da tomada de decisão. Ainda, conforme Engel, Blackwell e Miniard (apud BIASOTTO, 2010), podem ser citadas as atitudes as quais são estabelecidas em relação a uma dada marca ou produto. As atitudes são importantes, pois, “moldam” um modo de agir futuro de um consumidor no 53 momento de adquirir um produto e, assim, torna-se, pois, difícil de mudar o seu modo de pensar. Também, conforme Engel, Blackwell e Miniard (apud BIASOTTO, 2010), a motivação, que está relacionada às necessidades, os desejos, e os motivos que afetam de maneira significativa todas as fases do processo decisório. A personalidade, os valores e o estilo de vida, são valores, crenças, hábitos, aspirações e percepções individuais que caracterizam um segmento de mercado em particular. Além disso, pode-se verificar através do pensamento de Engel, Blackwell e Miniard (apud BIASOTTO, 2010), influências ambientais importantes, e que afetam o processo decisório. A cultura, que é composta por sentimentos associados à determinados valores, crenças, concepções, ideologias, artefatos, além de outros símbolos, que são inerentes a cada indivíduo e que varia dentre os mais diversos povos que compõe a sociedade. A cultura é algo, muitas vezes, difícil de mudar, pois, a mesma é moldada continuamente no decorrer da vida e assim vai sendo sedimentada. A classe social de acordo com Engel, Blackwell e Miniard (apud BIASOTTO, 2010), é outra influência ambiental, que é a subdivisão de indivíduos em sociedade, conforme seus dados socioeconômicos, que variam de um intervalo de baixa à altas rendas. Os indivíduos que compõe uma determinada classe social compartilham de determinados valores, interesses e comportamentos comuns. A influência pessoal, conforme a ideia de Engel, Blackwell e Miniard (apud BIASOTTO, 2010), denota que estamos subordinados no momento em que nos associamos à pessoas de maneira próxima. A família, com quem estamos intimamente ligados e, de maneira contínua, sofremos a sua relação nas nossas decisões, já que, é uma unidade primária de decisão, e temos uma primeira impressão sobre determinado produto, em muitos casos que envolvem a decisão de escolha. Por último, como observa Engel, Blackwell e Miniard (apud BIASOTTO, 2010), a influência da situação. As pessoas se adaptam de maneira contínua e, muitas vezes, imprevisível, sob uma nova situação que é lhe imposta. Essa mudança de comportamento é normal frente a uma nova perspectiva de escolha que surge, pois, faz com que o consumidor reflita melhor sobre a situação e busque a melhor forma de decisão para si no momento de escolha. 54 2.9 Franchising Como já exposto por Las Casas (1991), o futuro do setor varejista dependeria de forma precípua, do desempenho de algumas atividades e, dentre elas, a utilização de franquias como forma de crescimento no mercado por empresas varejistas. Diante disso, Las Casas (1991) conceituou o que seria uma franquia. Para ele, o sistema de franqueamento como um todo é contido no termo franquia, podendo ser de três formas básicas. Primeiro, poderia ser apenas uma forma de autorização para o uso de uma marca. Nesse sentido, a empresa comercializa produtos na forma de licenciamento. Outra possibilidade, seriam negócios que se utilizam também da marca de outros e que, pode ser afixada na fachada de lojas, mesmo representando apenas um aspecto adicional nas vendas, sendo, então, uma espécie de franquia de distribuição. Há, também, casos em que ocorre a transferência de uma tecnologia que envolve a implementação, a administração e a operacionalização de negócios. Em relação a esses casos, são transferidos verdadeiros sistemas. Em suma, conforme Las Casas (1991), uma franquia tem uma natureza jurídica cujo contrato envolve uma prestação de serviços e uma distribuição de determinados produtos segundo normas convencionadas. Já, para Levi e Weitz (2000), os mesmos trazem a ideia de que franchising trata-se de um acordo contratual entre um franqueador e um franqueado que possibilita que o franqueado realize a sua operação em um ponto de venda do varejo utilizando o nome e o formato desenvolvido e mantido pelo franqueador. Os autores salientam também que, aproximadamente um terço das vendas realizadas em todo mercado varejista dos Estados Unidos é através de franqueados. Ainda, conforme Levi e Weitz (2000), em um contrato de franchising, o franqueado realiza o pagamento de uma quantia total e, também, de royalties sobre as vendas devido ao direito de operar uma loja em um local específico. A operação do PDV deve seguir também regras impostas pelo franqueador. Mas, para isso, o franqueador disponibiliza assistência para definir uma localização adequada para a construção da loja, na criação de produtos ou serviços a serem comercializados, bem como, fornece também o treinamento gerencial, de equipes e a publicidade necessária. E, para a manutenção da reputação do franqueador, o mesmo verifica se todos os seus PDV oferecem a mesma qualidade de produtos ou serviços. 55 Quando se pensa de forma segmentada o setor varejista, informações importantes podem ser observadas no segmento de vestuário no Brasil. Conforme relatório divulgado no próprio site da Associação Brasileira de Franchising (ABF), se verificado o período de 2001 a 2013, o número de unidades próprias somadas às franqueadas, evoluiu de 2.734 para 7.818. São números que exemplificam, atualmente, a atratividade no segmento de franchising de vestuário no Brasil. 56 3. METODOLOGIA Os procedimentos metodológicos a serem utilizados em uma pesquisa possuem uma importância decisiva para a construção de um trabalho com excelência, uma vez que, a correta metodologia escolhida servirá de base para a qualidade dos dados a serem coletados e analisados. Outro aspecto de relevância para garantir resultados confiáveis é o planejamento. Tudo o que será realizado em uma pesquisa deve ser planejado de modo que suas etapas se desenvolvam sem riscos e surpresas indesejáveis. Nesta seção foram definidas as dimensões que levarão a um adequado método de planejamento e desenvolvimento da pesquisa. Este capítulo discute os aspectos da classificação da pesquisa, dos sujeitos de pesquisa e universo amostral, dos procedimentos de coleta, de análise, de interpretação e de sistematização dos dados. 3.1 Classificação da pesquisa Quando se pensa em classificar uma pesquisa, surgem várias possibilidades, por meio de métodos, abordagens, tipos, procedimentos técnicos e estratégias, idealizadas por estudiosos e pesquisadores, com o propósito de apoiar investigações orientadas para a solução de questões e problemas de pesquisas e, até mesmo, realizar novos avanços em conhecimentos. No que se refere à forma de classificar o estudo, é possível verificar diferentes tipos de pesquisa, e que podem ser classificadas de diferentes formas, como: pesquisa quanto à natureza, quanto à abordagem, quanto aos objetivos e, em relação aos seus procedimentos técnicos. 3.1.1 Pesquisa quanto à natureza Conforme Zamberlan et al (2009), na pesquisa quanto à natureza, essa pode ser subdividida em duas formas, pesquisa básica e pesquisa aplicada. Na pesquisa básica, o intuito é de majorar ou, então, formular novos conhecimentos, tentar hipóteses, construir teorias e, desse modo, até mesmo, verificar uma aplicabilidade prática no futuro, com utilidade para o avanço da ciência. Envolve verdades e interesses universais. 57 Na pesquisa aplicada, o objetivo é gerar conhecimentos para a aplicação prática, orientados para a solução de problemas específicos da realidade. Nesse sentido, envolve verdades e interesses locais. O princípio das questões de pesquisa está centrado em problemas e preocupações das pessoas e, o objetivo é construir soluções potenciais para os problemas humanos. É uma pesquisa que busca a discussão de problemas empregando, para tanto, um referencial teórico de determinada área de conhecimento e, então, apresentar soluções alternativas. Verificadas as subdivisões, em relação à sua natureza, a presente pesquisa pode ser denominada de pesquisa aplicada, pois sugestões propostas no trabalho poderão ser postas em prática, como pode ser evidenciado através do objetivo específico de nº 5 (cinco) desse trabalho, em que, se necessário, novas sugestões de estratégias de relacionamento serão propostas a empresa. 3.1.2 Pesquisa quanto à abordagem Ainda, de acordo com Zamberlan et al (2009), na perspectiva de abordagem de investigação, alguns autores como, Minayo (1994), Gil (1999), Silva e Menezes (2001), Oliveira (1997), e Richardson et al (1989), classificam uma pesquisa em relação a sua abordagem em duas subdivisões, que são pesquisa quantitativa e qualitativa. No que tange a pesquisa quantitativa, na visão de Oliveira (1997), a pesquisa pode ser utilizada no intuito de quantificar opiniões, dados, sob a forma de busca de informações, bem como, a utilização de recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples, como porcentagem, média, moda, mediana e desvio padrão, até as de utilização de maneira mais sofisticada, citando, para isso, o coeficiente de correlação, análise de regressão, dentre outras possíveis. É muito usado na construção de pesquisas descritivas, na qual se almeja descobrir e classificar a relação entre variáveis, bem como, na investigação da relação de causalidade coexistente entre os fenômenos: causa e efeito. No que concerne à pesquisa qualitativa, Oliveira (1997), expõe que a mesma é justificada através da exposição de formas adequadas para a compreensão da relação de causa e efeito em relação ao fenômeno, para consequentemente chegar à sua veracidade e razão. As pesquisas que se utilizam da forma de abordagem qualitativa detém a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, bem como, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados 58 por grupos sociais, demonstrar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em um maior nível de complexidade, a compreensão das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. Desse modo, em relação à abordagem, o presente estudo se trata de uma pesquisa quantitativa, pois são quantificados dados, opiniões, e avaliado determinadas variáveis associadas ao estudo, como o perfil dos clientes da loja Tevah de Ijuí/RS, em que foram quantificados dados sobre gênero, faixa etária, estado civil, escolaridade, ocupação, renda e tempo em que é cliente da loja Tevah. É também qualitativa, pois tem o objetivo de descrever hipóteses e problemas, no intuito de se chegar à compreensão necessária sobre o estudo. É descrito o comportamento de consumo dos clientes da loja Tevah, as estratégias de relacionamento adotadas pela loja, bem como, a percepção dos clientes em relação à estas. 3.1.3 Pesquisa quanto aos objetivos Na concepção de Santos (apud ZAMBERLAN et al, 2009, p. 95), as pesquisas podem ser classificadas quanto aos objetivos, “e, se baseia no grau de aproximação e no nível conceitual do pesquisador em relação ao fenômeno estudado”. Nessa pesquisa, existem ainda três subdivisões, sendo: exploratória, descritiva, e explicativa. Conforme Zamberlan et al (2009), na pesquisa exploratória, o objetivo é a investigação sobre determinada situação, com o propósito da busca de uma maior familiaridade e proximidade com o assunto abordado, fato, ou mesmo, um fenômeno, na perspectiva de uma maior compreensão a respeito dele. Por apresentar natureza de sondagem, possui grande utilidade em áreas nas quais ainda há poucos conhecimentos acumulados e sistematizados e, desse modo, possibilita o aperfeiçoamento de ideias que fazem com que o pesquisador possa expor de maneira mais precisa o problema. Para Vergara (2007), a investigação de forma exploratória é desenvolvida em uma determinada área em que há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por possuir uma natureza de sondagem, esta investigação não comporta hipóteses, embora, as mesmas poderão aparecer durante o processo da pesquisa ou ao final da mesma. Quando se pensa no desenvolvimento de uma pesquisa exploratória, remete-se ao pensamento de que há um ou mais problemas a serem solucionados e, nessa perspectiva de pesquisa, é possível à realização de várias inferências que, por sua vez, possibilitam o 59 levantamento de possibilidades ou hipóteses que auxiliaram na resolução do problema. Por conseguinte, o seu desenvolvimento é de relativa facilidade e, ao mesmo tempo, possui grande flexibilidade para sua aplicação. As pesquisas exploratórias têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado (GIL, 2002, p. 41). A pesquisa descritiva, conforme Zamberlan et al (2009), é quando se visa identificar, expor e descrever fatos ou fenômenos em relação à determinada realidade que se estuda, características de um determinado grupo, comunidade, população ou contexto social ou, até mesmo, estabelecer relações entre determinadas variáveis. De acordo com a concepção de Gil (2002), as pesquisas descritivas têm como propósito precípuo, descrever características de uma determinada população ou fenômeno, bem como, o estabelecimento de relações entre variáveis. As características mais importantes encontram-se na utilização de procedimentos padronizados de coleta de dados, como, o questionário e a observação de maneira sistêmica. Já, a pesquisa explicativa, no entendimento de Zamberlan et al (2009), se mostra mais complexa do que as pesquisas anteriormente tratadas, e pode ser a continuação de uma descritiva. Ela tem o propósito de identificar fatores que são determinantes, ou que exercem a contribuição para a ocorrência de certos fenômenos. Tem a perspectiva também de aprofundar o conhecimento da realidade ao explicar e analisar as causas de determinados fenômenos. Quanto aos objetivos, o presente estudo trata de uma pesquisa exploratória, com o propósito investigativo sobre o tema abordado, estabelecendo uma maior compreensão sobre o comportamento dos consumidores da loja Tevah de Ijuí/RS, bem como, as estratégias de relacionamento que a loja utiliza com seus clientes e a percepção dos seus clientes em relação às estratégias de relacionamento utilizadas pela empresa. Também se constitui em uma pesquisa descritiva, pois visa descrever características de uma determinada população, fenômeno ou, relações entre variáveis, o que é o caso deste estudo, que é descrito as características de gênero, faixa etária, estado civil, escolaridade, ocupação, renda, e o tempo em que é cliente da loja Tevah. 60 3.1.4 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos Na opinião de Zamberlan et al (2009), uma pesquisa também pode ser classificada de acordo com seus procedimentos técnicos, mas, conforme alguns autores também pode variar a forma como classificam as pesquisas, a exemplo de Santos (1999), que a define como procedimentos de coleta, Gil (2002), como propriamente sendo procedimentos técnicos e, para Machado (2007), como estratégias de pesquisa. Nesse sentido, pode-se observar a presença de vários procedimentos técnicos, ou estratégias de pesquisa, como: a pesquisa bibliográfica, documental, experimental, ex-post facto, levantamento (survey), laboratório, pesquisa de campo, pesquisa participante, pesquisa ação, estudo de caso, e de observação. A pesquisa bibliográfica, conforme Marconi e Lakatos (apud ZAMBERLAN et al, 2009), envolve todo o referencial que já está disponível e tornado público em relação ao assunto abordado, podendo-se citar: publicações avulsas, jornais, revistas, livros, pesquisas anteriores, monografias, teses, além de outros materiais relacionados ao assunto. A pesquisa documental, de acordo com Gil (apud ZAMBERLAN et al, 2009), é a busca de dados em documentos, ou materiais que não foram analisados anteriormente mas, pela questão, bem como os objetivos da pesquisa, podem apresentar valor científico. Em relação à pesquisa experimental, através do entendimento de Gil (apud ZAMBERLAN et al, 2009), como a própria termologia sugere, trata-se de um experimento, ou seja, se determina um objeto de estudo e, do mesmo modo, as variáveis capazes de influenciar de alguma maneira, as formas de exercer o controle, e a observação dos efeitos que as variáveis produzem no objeto. No que se refere à pesquisa ex-post facto, na concepção de Gil (apud ZAMBERLAN et al, 2009), é quando realiza-se um determinado “experimento”, após o acontecimento de um determinado fato, tendo como propósito básico o mesmo que na pesquisa experimental, que é a verificação da existência de relações entre variáveis, contudo, sem exercer o controle sobre a variável dependente. Já, a pesquisa de levantamento (survey), segundo as ideias de Gil (apud ZAMBERLAN et al, 2009), expressam que a mesma se trata de uma sondagem sobre a opinião pública em relação a um determinado tema em estudo. Possui característica de realizar uma interrogação direta em relação aos comportamentos de pessoas cujo 61 comportamento se deseja mensurar. É realizado basicamente um levantamento de um grande número de informações através da solicitação de informações a um grupo significativo de pessoa em relação ao problema estudado. Depois, por meio de uma análise quantitativa, são obtidas as conclusões sobre os dados anteriormente coletados. Na pesquisa de laboratório, Vergara (apud ZAMBERLAN et al, 2009), salienta que a pesquisa é realizada em um determinado local, que não é no próprio campo, algo que seria difícil de se realizar, como por exemplo, em uma sala de computadores. Em relação à pesquisa de campo, Gil (apud ZAMBERLAN et al, 2009), expressa que é uma metodologia de pesquisa que visa muito mais o aprofundamento das questões propostas do que até mesmo a distribuição das características da população, conforme certas variáveis. Além disso, proporciona maior flexibilidade, e possibilita que no decorrer da pesquisa os seus objetivos sejam reformulados. É desenvolvido no local em que ocorrem os fenômenos, por meio de técnicas de observação direta. No que concerne a pesquisa participante, Gil (apud ZAMBERLAN et al, 2009), entende como sendo uma pesquisa em que ocorre a interação entre os pesquisadores e os membros das situações que são investigadas. A pesquisa ação, através do entendimento de Thiollent (apud ZAMBERLAN et al, 2009), é realizada através de uma base empírica que é criada e realizada por meio de uma relação de estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo, no qual, pesquisadores e participantes que representam a situação ou, o problema, estabelecem um envolvimento de cooperação e participativo. Outro procedimento técnico, ou estratégia de pesquisa, diz respeito ao estudo de caso que, na concepção de Yin (apud ZAMBERLAN et al, 2009), trata-se de uma pesquisa empírica, por meio da qual é realizada uma investigação empírica sobre um fenômeno contemporâneo inserido dentro de um contexto da vida real e, de modo ainda mais especial, quando os limites entre o fenômeno e o contexto não apresentam uma definição de maneira clara. Também, pode-se salientar o procedimento técnico de observação que, na visão de Fachin (apud ZAMBERLAN et al, 2009), está associado a procedimentos de natureza sensorial, com o propósito de captar os aspectos (fatos), essenciais e acidentais de um determinado fenômeno relacionado ao contexto empírico. 62 Por buscar embasamento teórico para o estudo, apoiando-se em materiais publicados, em distintos meios e áreas do conhecimento humano, e os utilizando como fonte, é possível definir a pesquisa sobre o presente estudo, como bibliográfica, pois foram buscados embasamentos teóricos em vários livros na biblioteca e, também, em apostilas e livros em meios digitais, que tratavam de marketing, marketing no varejo, marketing de relacionamento, marketing de relacionamento no setor varejista, definições de estratégia, segmentação de mercado, comportamento do consumidor e franquias. O estudo também se utiliza da pesquisa documental, uma vez que, foram utilizados determinados materiais e documentos que denotam valor científico para a pesquisa, que nesse caso, foi o site da loja Tevah na internet, que auxiliou na busca dos dados sobre a sua história. 3.2 Sujeitos da pesquisa e universo amostral Em relação aos sujeitos da pesquisa, a partir da definição dos objetivos específicos do presente estudo, pode-se definir o que se deseja conhecer, e o sujeito indicado para o fornecimento das respostas necessárias para o estudo. O Quadro 6 expõe, de forma sintetizada, a relação entre os objetivos do trabalho e os sujeitos da pesquisa. Quadro 6 - Sujeitos da pesquisa x objetivos específicos. SUJEITOS DA PESQUISA X OBJETIVOS ESPECÍFICOS Sujeitos da Pesquisa Objetivos Específicos Clientes Conhecer o comportamento do consumidor da loja Tevah de Ijuí. Gestor Conhecer as estratégias de relacionamento com clientes adotadas pela loja Tevah de Ijuí. Clientes Identificar a percepção dos clientes acerca das estratégias de relacionamento utilizadas pela loja Tevah de Ijuí. Gestor e clientes Propor ajustes nas estratégias de relacionamento que apresentam fragilidades e emitir um posicionamento sobre as que apresentam potencialidades. Gestor e clientes Propor, se necessário, novas estratégias de relacionamento com clientes na loja Tevah de Ijuí. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Como se observa no Quadro 6, o conhecimento das estratégias de relacionamento com os clientes da loja Tevah de Ijuí, foi possível por meio de uma entrevista aplicada ao gestor da loja de Ijuí/RS, sendo esse o sujeito envolvido na busca dos dados. Em relação ao objetivo pretendido de conhecer o comportamento dos clientes da loja Tevah de Ijuí, o mesmo tornou-se possível pelo emprego de uma entrevista aos clientes, sendo 63 esses, os sujeitos da pesquisa responsáveis pelo fornecimento dos dados. Quanto ao objetivo de identificar a percepção dos clientes acerca das estratégias de relacionamento utilizadas pela loja Tevah de Ijuí, esse também foi possível através da aplicação de uma entrevista aos clientes da loja, sendo os mesmos os sujeitos da pesquisa. Já, quanto aos seguintes objetivos: propor ajustes nas estratégias de relacionamento que apresentam fragilidades, e parecer sobre as que apresentam potencialidades; propor, se possível, novas estratégias de relacionamento com clientes na loja Tevah de Ijuí, os mesmos foram possibilitados por meio de entrevista realizada com os clientes da loja, bem como o gestor da mesma, sendo os mesmos também sujeitos da pesquisa envolvidos. Conforme Malhotra (2001), as técnicas amostrais podem possuir duas classificações distintas, sendo elas: probabilística e não probabilística. Em cada uma das classificações, ainda existem outros grupos de técnicas que designam modos diferentes de amostragem. Diante disso, para Malhotra (2001, p. 305), a amostra probabilística trata de “um processo de amostragem em que cada elemento da população tem uma chance fixa de ser incluído na amostra”. Já, a amostra não probabilística, é uma “técnica de amostragem que não utiliza seleção aleatória. Ao contrário, confia no julgamento pessoal do pesquisador”. Na concepção de Malhotra (2001), em relação às técnicas de amostragem não probabilística, podem ser citadas as seguintes: amostragem por conveniência, por julgamento, por quotas, e por tipo bola-de-neve. Na amostragem por conveniência, ela visa à obtenção de uma amostra de elementos chamados convenientes, em que a opção pela seleção das unidades amostrais é deixada sob a responsabilidade do entrevistador. Na amostragem por julgamento, a mesma é realizada através da seleção de elementos de uma população por meio de um critério de julgamento atribuído pelo próprio pesquisador. Em relação à amostragem por quotas, a mesma trata de uma amostra de julgamento por meio de dois estágios. No primeiro estágio, são desenvolvidas categorias ou quotas de controle dos elementos de uma população. E, no segundo estágio, são selecionados elementos da amostra embasados na conveniência ou no julgamento. E, a última amostragem não probabilística, a tipo bola-de-neve, se trata de um grupo inicial de entrevistados que é selecionado de forma aleatória. A partir disso, são selecionados entrevistados subsequentes, por meio de informações fornecidas pelos entrevistados iniciais. 64 Por outro lado, com relação à amostragem probabilística, a mesma pode ser subdividida em: amostragem aleatória simples, sistemática, estratificada, e por conglomerado. Na amostragem probabilística aleatória simples, cada elemento da população possui a probabilidade mensurada e igual de seleção. Desse modo, cada elemento é selecionado, independente de qualquer outro, e a amostra é obtida de um arcabouço amostral por um processo aleatório. Em relação à amostragem sistemática, a mesma é escolhida através da seleção de um ponto de partida aleatório, em que se toma cada i-ésimo elemento de modo sucessivo do arcabouço amostral. Na amostragem estratificada, essa passa por um processo composto por dois estágios para a divisão da população em subpopulações ou extratos. Assim, são escolhidos elementos de cada extrato por meio de um processo aleatório. No que se refere à amostragem por conglomerado, primariamente a população é dividida em subpopulações mutuamente excludentes e coletivamente exaustivas, caracterizados como conglomerados. É escolhida então, uma amostra aleatória de conglomerados embasados por uma técnica de amostragem probabilística, tal como amostragem aleatória simples. E para cada conglomerado que foi selecionado, são inclusos na amostra os elementos em sua totalidade ou, então, extraídos de modo probabilístico uma amostra de elementos. Em relação ao presente estudo, pode-se considerar como uma amostra nãoprobabilística por julgamento, onde os clientes foram indicados pelo gestor da empresa de acordo com o grau de fidelidade dos mesmos à loja. 3.3 Coleta de dados Conforme Zamberlan et al (2009), há várias formas para se realizar a coleta de dados para uma pesquisa. Dentre eles, destacam-se: a técnica de levantamento ou survey, observação, entrevistas tipo grupos de foco (focus group), entrevista em profundidade, técnicas projetivas, escalas de mensuração e questionário. Muitas vezes, as técnicas evidenciadas precisam ser complementares entre si, e não excludentes. 65 Para Zamberlan et al (2009), os questionários de levantamento podem ser apresentados de quatro maneiras importantes: entrevista pessoal, entrevistas telefônicas, entrevistas pelo correio e, também, eletrônicas. Na entrevista pessoal, há um contato direto entre o entrevistador e o entrevistado, e o ambiente escolhido para isso torna-se um fator importante para o processo de coleta de dados. É uma das formas mais morosa de coleta de dados, mas, ao mesmo tempo, permite uma maior quantidade de dados. Em entrevistas por telefone, o contato é apenas verbal, o ambiente influencia de maneira pouco importante no processo de coleta de dados, com uma baixa quantidade de dados coletados. Em levantamentos por meio do correio, o questionário é enviado pelo correio, sem contato algum entre entrevistador e entrevistado, e o ambiente não influencia no processo, sendo também uma forma mais econômica, em termos de valores monetários, para coleta de dados, com baixo índice de retorno, mas com uma possibilidade de coleta de grande quantidade de dados. Em levantamentos eletrônicos, o questionário é enviado por e mail, ou o respondente é convidado a acessar um site específico para o preenchimento dos dados, também sem sofrer influencia do ambiente sobre o processo, apresentando um baixo custo, porém, com baixo índice de retorno. Em relação ao método de observação, Zamberlan et al (2009), salienta que o mesmo envolve o registro de modo sistemático de padrões de comportamentos observados em relação às pessoas, aos objetos e aos eventos, com o propósito de obter informações sobre um fenômeno de interesse. Não há interrogação das pessoas pelas quais se está observando, nem há comunicação com elas. As informações podem ser registradas assim que os eventos vão ocorrendo, ou a partir de eventos que já passaram. Para Zamberlan et al (2009), em relação ao método de entrevistas tipo grupos de foco (focus group), esse pode ser realizado com o auxílio de um moderador treinado, através de uma forma não estruturada e natural, com um pequeno grupo de respondentes. O objetivo precípuo do focus group é obter uma visão mais aprofundada acerca de problemas relacionados ao interesse do pesquisador, com o auxílio de um grupo de pessoas do mercadoalvo, discorrendo sobre os problemas relacionados. Já, no método de entrevistas em profundidade, Zamberlan et al (2009) destaca que o objetivo é buscar dados qualitativos para a pesquisa. Trata-se de uma entrevista não estruturada, direta, pessoal, em que um único respondente é entrevistado de cada vez, por um 66 entrevistador que possua um treinamento elevado, com o fito de descobrir motivações, crenças, atitudes, e sensações que envolvem algum assunto de interesse do pesquisador. Em relação às técnicas projetivas, Zamberlan et al (2009) sinaliza que trata-se de uma forma não estruturada, indireta, de perguntar, que instiga os entrevistados a projetarem suas motivações, crenças, atitudes, ou demais sensações subjacentes relacionados aos problemas em estudo. Outra técnica é o questionário que, para Malhotra (apud ZAMBERLAN et al, 2009), trata-se de um conjunto de formal de perguntas que são realizadas, com o objetivo de obter informações dos entrevistados. Para Zamberlan et al (2009), um bom questionário precisa fornecer dados capazes de proporcionar o atingimento dos objetivos específicos propostos para a pesquisa. O instrumento utilizado para a coleta de dados da pesquisa referente ao presente estudo foi um roteiro de entrevista aplicado a 30 clientes, conforme o apêndice A, e um roteiro de entrevista aplicado ao gestor da loja Tevah de Ijuí/RS, de acordo com o apêndice B. A aplicação dos roteiros de entrevistas ocorreram no período de 10 de julho a 10 de agosto de 2014. Ainda, tendo por base as ideias de Gil (apud ZAMBERLAN et al, 2009), enfatiza-se que a entrevista trata-se de uma técnica através do qual o investigador se apresenta para o investigado e realiza algumas perguntas para o mesmo, com o fito de levantar dados, sendo uma espécie de fórmula de diálogo assimétrico, por meio da qual, uma das partes almeja coletar dados e a outra se apresenta como a fonte de informações para isso. 3.4 Análise e interpretação dos dados Posteriormente à coleta dos dados, foi realizada a análise e a interpretação dos mesmos com o objetivo de responder a questão de estudo. Os dados referentes à entrevista com o gestor da loja Tevah foram coletados através de uma gravação em áudio e, após, houve a transcrição dos mesmos para a forma de texto. A partir disso, as estratégias apresentadas pelo gestor foram divididas em tópicos, criando se um tópico específico para cada uma, de modo a explicar o funcionamento destas. Com relação aos dados sobre a entrevista com os clientes, os mesmos foram coletados por meio de entrevista, sendo que as respostas aos questionamentos realizados foram 67 respondidas no próprio roteiro de entrevista e, após, realizou-se a transcrição das mesmas para outro documento, alocando-se as respostas referentes ao comportamento dos consumidores da loja Tevah em uma parte e, na outra, foram transcritos os dados sobre a percepção dos clientes da loja Tevah em relação às estratégias de relacionamento utilizadas pela loja. Posteriormente, realizou-se a criação de algumas tabelas e, nessas, foram compiladas as respostas que apresentavam maior incidência referente aos questionamentos realizados durante a entrevista com os clientes, onde se buscou alocar as respostas mais corriqueiras e as que apresentaram maior semelhança entre os clientes entrevistados. Para Marconi e Lakatos (2011), os dados que são buscados através de pesquisa, são apresentados de maneira “bruta”, ou seja, devendo desse modo, utilizar métodos estatísticos para a sua organização, análise e entendimento. Desse modo, a estatística é tida como um instrumento extremamente relevante na perspectiva da análise e interpretação dos dados que, muitas vezes, torna-se complicado se considerados sob a visão global de uma quantidade significativa de dados. 68 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Este capítulo apresenta, primeiramente, a caracterização da organização estudada. Após, explicita-se a análise do perfil dos clientes da loja Tevah de Ijuí/RS. Em seguida, o comportamento do consumidor da loja Tevah. Depois, as estratégias de relacionamento com clientes adotadas pela loja Tevah, seguido da percepção dos clientes acerca das estratégias de relacionamento adotadas pela loja. Na sequência, apresentam-se os ajustes nas estratégias de relacionamento que possuem fragilidades e a emissão de um parecer sobre as que apresentam potencialidades. Também, são expostas as proposições de novas estratégias de relacionamento com clientes na loja Tevah e, por último, a conclusão sobre o trabalho realizado. 4.1 Caracterização da organização As lojas Tevah são a maior rede de lojas de moda masculina do sul do Brasil e a única de moda masculina a possuir o Selo de Excelência em Franchising da ABF, com 52 anos de liderança no mercado, sendo top of mind em todas as pesquisas conforme dados do site da loja. A fundação/inauguração da loja no município de Ijuí/RS foi em 1º de julho de 2010, sendo que o proprietário já trabalhava, aproximadamente, há dez anos nas lojas Tevah no município de Santa Maria. Também foi gerente das lojas Tevah nos municípios de Bagé/RS e Criciúma/SC e, com o sonho de abrir uma loja própria decidiu por Ijuí, após um estudo sobre o mercado local e a cidade de Ijuí como um todo, verificou um grande potencial na mesma e na região. Um fato marcante para a loja é a ampliação da mesma na cidade de Ijuí, construindo um espaço exclusivo sob medida, que ainda está em fase de conclusão. Outro fato marcante foi a inauguração de uma segunda operação, ou loja, no município de Santo Ângelo, no ano de 2012, que foi oriunda muito do sucesso alcançado com a loja na cidade de Ijuí. 4.2 Perfil dos clientes da loja Tevah Em relação ao perfil dos clientes da loja Tevah, foram abordadas características inerentes ao gênero, à faixa etária, ao estado civil, à escolaridade, à ocupação, à renda e o tempo em que é cliente da loja. 69 a) Gênero dos clientes Em relação ao gênero dos clientes da loja Tevah, através da análise do Gráfico 1, constatou-se a predominância de 90% de clientes do sexo masculino. Contudo, dentro da amostra de clientes pesquisada também se observa a presença de 10% de clientes do sexo feminino, pois algumas mulheres adquirem produtos para os seus maridos ou filhos e, em um caso específico, a mulher adquire vestuário para ela, por meio de modelos executivos que ela usa em seu trabalho. Gráfico 1 - Gênero dos clientes. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). b) Faixa etária dos clientes Pela análise do Gráfico 2, observou-se uma predominância maior de clientes que se encontram na faixa etária dos 31 aos 40 anos de idade, com um percentual de 30%. Já, para os clientes das demais faixas etárias é praticamente igual o percentual dos que se enquadram em cada faixa. Gráfico 2 - Faixa etária dos clientes. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). 70 c) Estado civil dos clientes Em relação ao estado civil dos clientes da loja, conforme o Gráfico 3, é importante frisar a presença expressiva dos clientes que são casados ou que mantém uma união estável, perfazendo um total de 80%. Os demais 20% dos clientes, se enquadram como solteiros. Gráfico 3 - Estado civil dos clientes. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). d) Escolaridade dos clientes Através da análise do Gráfico 4, observou-se em relação à escolaridade, que a maioria dos clientes já possui ensino superior completo, mais precisamente, 44% destes e, 30% dos clientes possuem ensino superior incompleto. Ainda, no que diz respeito à escolaridade, 20% dos clientes já possuem especializações, pós-graduação, mestrado ou doutorado. Dentre o universo pesquisado, apenas 3% dos clientes possuem somente o ensino fundamental completo e, outros 3% possuem o ensino médio completo. Gráfico 4 - Escolaridade dos clientes. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). 71 e) Ocupação dos clientes Em relação à ocupação dos clientes da loja Tevah, observa-se, conforme o Gráfico 5, que a maior parte trabalha em empresa privada como empregado, ou seja, 47% destes. Na sequência, 40% dos clientes são empresários, os outros 10% se enquadram como funcionários públicos e, 3% dos clientes não exercem nenhuma função. Gráfico 5 - Ocupação dos clientes. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). f) Renda dos clientes No que tange à renda dos clientes da empresa, conforme o Gráfico 6, a maior parte destes possuem renda acima de 5 (cinco) salários mínimos, perfazendo um total de 57%, seguido pelo percentual de 43%, que são os clientes que possuem renda abaixo de 5 (cinco) salários mínimos. Gráfico 6 - Renda dos clientes. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). 72 g) Tempo em que é cliente da empresa Com relação ao tempo em que são clientes da loja Tevah, verifica-se por meio do Gráfico 7 que, 90% são clientes de 1 a 4 anos e, 10% são clientes da loja a menos de um ano. Grande parte dos clientes inseridos nos 90% mantém relacionamento desde a abertura da loja na cidade de Ijuí/RS. Gráfico 7 - Tempo em que é cliente. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). 4.3 Comportamento do consumidor da loja Tevah Um dos objetivos deste estudo foi conhecer o comportamento dos consumidores da loja Tevah de Ijuí/RS, onde os seguintes elementos foram abordados: motivos para adquirir produtos de vestuário; fatores decisivos para comprar em uma loja de vestuário masculino; fidelidade dos clientes à loja Tevah; a Tevah como primeira opção na escolha dos produtos de moda masculina; motivos para comprar em outra loja; avaliação das alternativas de lojas de moda masculina; sensação ao adquirir produtos de vestuário; e mudanças no comportamento de compra dos clientes. Motivos para adquirir produtos de vestuário Em relação aos motivos que levam os clientes da loja Tevah adquirir produtos de vestuário, verificaram-se alguns que apresentaram maior incidência nas respostas, sendo eles: o desejo de elevar a autoestima, o bem estar, a personalidade e a apresentação pessoal, 73 significando a presença de pensamentos semelhantes dos clientes. As respostas que apresentaram maior incidência podem ser verificadas no Quadro 7. Quadro 7 - Motivos para adquirir produtos de vestuário. MOTIVOS PARA ADQUIRIR PRODUTOS DE VESTUÁRIO CLIENTES RESPOSTAS Cliente 3 Em primeiro a necessidade de se vestir. Em segundo, sentir-se bem, com autoestima, apresentação pessoal. Cliente 9 Além de vestir-se, para me sentir bem. Representa bom gosto, autoestima e bem estar. Cliente 11 Primeira impressão das outras pessoas, demostra personalidade, demostra que se preocupa com aparência. Cliente 24 Pra mim representa autoestima e bom gosto. Cliente 29 Estilo, personalidade da pessoa, bem estar. Fonte: elaborado pelo autor (2014). Com base no Quadro 7 constata-se que boa parte dos clientes da loja Tevah, além de vestirem-se, adquirem produtos de moda masculina com o objetivo de satisfazer sua necessidade de autoestima, alcançar o bem estar com a roupa e, também, contempla a personalidade da pessoa, ou seja, vestindo-se de determinada forma, as pessoas conseguem externar traços de sua personalidade. Churchill e Peter (2000) relatam que o que motiva e orienta as pessoas a agir de determinado modo, são as necessidades ainda não satisfeitas, onde as pessoas buscam em princípio satisfazer as necessidades básicas antes de se sentirem no ímpeto de satisfazer outras. Os autores sinalizam que uma das necessidades a serem satisfeitas é a autoestima, que está relacionada ao desejo das pessoas de se sentirem importantes, reconhecidas pelo que são ou representam, e de fazer com que as outras pessoas gostem delas. Esse pensamento corrobora a opinião de boa parte dos clientes da loja Tevah que, além de vestirem a roupa representam a necessidade de autoestima, fazendo com que os mesmos sintam-se bem. Conforme enfatizado por parte dos clientes, a personalidade também representa algo a mais no momento de adquirir algum produto de vestuário, pois a roupa é capaz de auxiliar a externar a personalidade. O modo como a pessoa se veste caracteriza a mesma, sendo possível verificar se ela tem um estilo mais sério ou, então, despojado, se é mais tímido ou desinibido. Várias respostas dos clientes destacaram a apresentação pessoal como sendo algo que a roupa também representa, pois, dependendo da ocasião exige-se uma roupa diferente e que 74 seja adequada ao ambiente e, se a pessoa conseguir adequar a roupa às situações propostas, demonstrará uma boa apresentação pessoal. Fatores decisivos para comprar em uma loja de vestuário masculino Quando perguntados sobre os fatores decisivos para comprar em uma loja de vestuário masculino, o aspecto que apresentou maior relevância dentre as respostas dos clientes foi o bom atendimento que uma loja deve oferecer. A verificação da percepção dos consumidores pode ser observada através do Quadro 8, que expõe as respostas que apresentaram maior recorrência. Quadro 8 - Fatores decisivos para comprar em uma loja de vestuário masculino. FATORES DECISIVOS PARA COMPRAR EM UMA LOJA DE VESTUÁRIO MASCULINO CLIENTES RESPOSTAS Cliente 4 O que contribui de maneira principal é a especificidade da loja, ou seja, tratar especificamente de moda masculina. O atendimento da loja como diferenciação. Cliente 6 Com a disponibilidade de algumas grifes em várias lojas da região, o atendimento é o primeiro ponto que avalio ao determinar aonde vou comprar. Cliente 12 Atendimento diferenciado, consultoria sobre os produtos, produtos em si. Cliente 17 O ambiente da loja em si. O atendimento da loja. Cliente 18 Com certeza o atendimento diferenciado proporcionado em que tenham bons atendentes e que expliquem de maneira correta não tentando empurrar o produto para a gente. Também os produtos de qualidade e preços compatíveis. Cliente 21 De maneira principal é o atendimento. Cliente 26 O bom atendimento em primeiro lugar, pois, se sou mal atendido em uma determinada loja eu já nem volto mais lá. Em segundo lugar, me deixar a vontade, auxiliar na decisão, mas me deixar livre na escolha. O vendedor ser sincero se a roupa ficou boa ou não. Não tentar vender a força. As marcas que a loja também tem a oferecer e os seus produtos, se são de qualidade ou não. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Como observado, em relação ao pensamento da maioria dos consumidores, o atendimento é um fator que contemporaneamente exerce um papel capaz de diferenciar as lojas de vestuário masculino em um mercado concorrido. Em muitos casos, o momento da decisão de escolha de uma loja em relação à outra, se dá pelo atendimento diferenciado e personalizado que a loja oferece e, não por outros fatores, como o preço, por exemplo. A concepção da importância do atendimento na conquista do cliente e a perpetuação do seu relacionamento com uma empresa pode ser verificada pela forma de pensar de Blessa (apud ZAMBERLAN et al, 2009). O autor cita alguns itens básicos, mas que influenciam de 75 maneira importante na hora da compra, dentre eles estão: fachadas, vitrines, arquitetura, som ambiente, perfumes ou aromas característicos, iluminação, decoração, sinalização, aspecto e uniformes dos funcionários, variedade de produtos, atendimento, “sorriso” dos funcionários, estacionamento fácil, e outros. Fidelidade dos clientes à loja Tevah Quando os clientes foram questionados sobre a sua fidelidade em relação à loja, a maior incidência de respostas foi de que “sim”, os mesmos são fiéis à loja de vestuário em que são clientes. As respostas que apresentaram maior significância podem ser observadas no Quadro 9. Quadro 9 - Fidelidade dos clientes à loja Tevah. FIDELIDADE DOS CLIENTES À LOJA TEVAH CLIENTES RESPOSTAS Cliente 3 Normalmente sou fiel à loja de vestuário em que sou cliente, e que sou bem atendido. Costumo ir direto a uma loja em específico não buscando outras opções. Busco informações específicas sobre o produto que vou comprar. A fonte de informações que utilizo é o “boca-a-boca”, em que pergunto para as outras pessoas sobre determinados produtos e também no atendimento presencial na loja busco realizar perguntas associadas ao produto para o vendedor. Cliente 6 Nos últimos anos realmente tenho sido fiel a Tevah na busca por meu vestuário. Mas já procurei outras lojas em Ijuí, Santa Maria, Passo Fundo, cidades que compõem minha região de vendas. Cliente 9 Normalmente sou fiel à loja que escolho para comprar produtos de vestuário masculino, aquela que se adequa ao meu perfil de cliente. Não costumo visitar mais do que a loja que habitualmente vou para adquirir meus produtos de vestuário, exceto quando da falta de algum produto que seja adequado ao que eu procuro. Procuro privilegiar a loja de vestuário que também é cliente na minha empresa. Por possuir um tempo disponível pequeno, já busco as informações de que preciso na própria loja com os vendedores, não buscando muito outro meio de comunicação para isso. Cliente 14 Sim, sou fiel. Geralmente já vou até a loja sabendo o que eu quero, e desse modo não visito muitas lojas, em torno de uma ou duas no máximo. Busco informações pela própria rádio que traz informações sobre a loja e os produtos, via internet, e também em revistas. Cliente 16 Julgo-me fiel, apenas quando não encontro o produto em si. Sou objetivo, e vou à busca das informações na própria loja, na vitrine, com os vendedores. Cliente 19 Sim, geralmente vou a apenas uma loja direta, sem procurar outras. Procuro informações diretamente na loja com os consultores. Cliente 23 Considero-me fiel, mas compro em mais de uma loja, não compro somente na Tevah, muito pelas questões de amizades que tenho com outros lojistas, além de acordos comerciais. Costumo visitar em torno de uma ou duas lojas no máximo. Busco as informações na loja, e essas informações são sobre o produto que quero adquirir. Continua... 76 Continua... Cliente 25 Não digo que sou fiel, mas dou preferência para as lojas que já conheço, ou seja, no momento de comprar algo, inicialmente procuro nas lojas que já conheço (já comprei). Normalmente, visito umas duas lojas. Busco informações como modelos/tendências/ preço/ formas de pagamento/descontos. Essas informações eu busco geralmente nas próprias lojas. Cliente 27 Não me considerava fiel, mas ultimamente estou me tornando fiel a uma loja de vestuário masculino. Visito no máximo duas lojas especializadas em vestuário masculino. Busco informações principalmente sobre produtos, marcas, preços e condições de pagamento. Utilizo como fonte de informações os vendedores da própria loja que, no caso da própria loja Tevah, são mais que isso, são consultores em moda e tem um bom entendimento sobre moda, buscando as informações então com eles. Cliente 28 Não acredito que seja inteiramente fiel, pois quando necessito e não encontro vou a outra loja de vestuário. Visito no máximo umas duas lojas. Busco informações sobre os produtos, as marcas, os tamanhos. Encontro a informação na própria loja. Cliente 30 Não sou exatamente fiel. Gosto de ouvir opiniões de amigos sobre determinada roupa, mas o atendimento presencial é um diferencial para isso. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Embora a maior parte dos clientes acredite ser fiel à determinada loja de vestuário em que é cliente, os mesmos também afirmam que, caso não encontrem o produto de modo específico como almejam, acabam buscando outra loja que possa lhe oferecer o que procuram o que, não necessariamente, configura que esses não sejam fiéis à loja. Há, também, uma parte significativa dos clientes que, não necessariamente, se consideram fiéis à loja, pois, pensam em mais opções de loja como alternativa para adquirirem seus produtos de moda masculina. A maioria dos clientes entrevistados procuram, geralmente, visitar uma loja em específico para adquirir seus produtos de vestuário e, no máximo duas lojas. Quanto às fontes utilizadas para conhecer os produtos e adquiri-los, a maioria dos clientes entrevistados elencou que busca as informações na própria loja com os vendedores ou consultores em moda e questionam sobre suas dúvidas. Quanto ao tipo de informação que buscam as respostas que mais apareceram foram acerca dos produtos disponíveis, marcas de produtos, preços e formas de pagamento. Apoiado na concepção de Kotler (2006), conforme o processo de compra do consumidor, é possível inferir que cada consumidor segue um fluxo até efetivar a compra, sendo uma delas, o reconhecimento do problema, ou seja, o cliente verifica uma necessidade e, então, procura satisfazê-la de algum modo. 77 Isso acontece com praticamente todos os clientes da loja Tevah que, embora, acreditem ser fieis à mesma, estes não descartam a possibilidade de ir até outra loja para adquirir produtos que não encontraram da maneira como almejavam. Para poder entender melhor porque os clientes agem de forma diferente em suas relações de consumo, procurando mais opções de loja mesmo esses se considerando fiéis à determinada loja, Cobra (1997), afirma que cada consumidor age de uma forma diferente sob estímulos iguais ou semelhantes, uma vez que cada um possui uma “caixa preta” e, que, conforme teorias psicológicas e, também, de personalidade, as pessoas demonstram diferenças umas das outras sendo, muitas vezes, as motivações individuais diferentes. É, em decorrência disso que, muitas vezes, a loja apesar de oferecer boas soluções e que, aparentemente, seria a melhor alternativa em moda masculina para a maior parte dos clientes, que alguns destes não visualizam do mesmo modo, buscando outra opção que seja capaz de suprir suas necessidades e motivações. Clientes que não se consideram fiéis à loja Tevah, exprimem esse pensamento, pois, afirmam que adquirem produtos em mais de uma loja ou, por não ter a Tevah como uma primeira opção, bem como, por essa estar apenas dentre as possibilidades de loja a serem observadas no momento da aquisição de um produto de vestuário masculino. Além de questionar os clientes da loja Tevah sobre a fidelidade destes em relação à loja de vestuário em que é cliente, também foi perguntado o que torna os mesmos fiéis, tendo a Tevah como primeira opção na escolha de vestuário masculino. Tevah como primeira opção na escolha de produtos de vestuário masculino Ainda, em relação à fidelidade dos clientes à loja que adquirem seus produtos, em específico, a Tevah, observou-se respostas similares e que convergem para um ponto em comum para a maioria dos clientes sobre o que torna os mesmos fiéis. De maneira geral, foram três respostas com maior incidência, sendo o bom atendimento, a qualidade nos produtos e a consolidação da marca Tevah no mercado. Tais respostas podem ser observadas no Quadro 10. 78 Quadro 10 - Tevah como primeira opção na escolha dos produtos de vestuário masculino. TEVAH COMO PRIMEIRA OPÇÃO NA ESCOLHA DOS PRODUTOS DE VESTUÁRIO MASCULINO CLIENTES RESPOSTAS Cliente 9 Pelo bom atendimento que é oferecido na loja com ótimos profissionais que trabalham lá, bem como, os produtos de qualidade oferecidos. Cliente 12 Qualidade, atendimento, valor justo, confiança na empresa e nos produtos. Cliente 18 Como citei anteriormente, atendimento. Os amigos vendedores. Os produtos de qualidade. O ambiente legal, o café, o bom relacionamento com todos na loja. Cliente 21 Gosto do perfil, da liberdade para o cliente, o vendedor dá as ideias, mostra, mas não força a venda. Cliente 23 Acredito ser o atendimento, já que o preço não chega a ser tão competitivo e um diferencial importante da loja. Cliente 26 Acredito que seja pela qualidade e bom atendimento. Cliente 29 Atendimento muito bom, produtos de boa qualidade sendo que além das marcas que a loja oferece, ainda está disponível a própria marca própria Tevah, com uma alfaiataria muito boa. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Muitos clientes que consideraram a qualidade nos produtos oferecidos como um diferencial, também enfatizaram que, o atendimento da loja é que torna ela como uma primeira opção na escolha de produtos de vestuário masculino, sendo ele qualificado, diferenciado e individualizado. Dentro do atendimento qualificado também foi salientado por uma parte considerável dos clientes, que os atendentes ou consultores em moda que a loja possui para realizar o atendimento, deixam os clientes à vontade para a escolha dos produtos, não forçando a venda, o que faz com que os próprios clientes se sintam bem e não acuados com a venda. Algo a ser considerado nas respostas dos clientes é, também, a confiança que os clientes têm na marca Tevah, sendo essa já consolidada no mercado e que passa segurança para os mesmos. Também, foi destacado pelos clientes, a forma de relacionamento que a loja estabelece com os mesmos, oferecendo um ambiente agradável, tratamento com cortesia, com atenção, sendo que o diferencial aparece até mesmo, quando o vendedor oferece um café para o cliente no momento em que esse está realizando as suas compras. Em suma, podem ser citadas algumas características básicas da loja e que fazem total diferença para os clientes optarem pela Tevah e ter ela como uma primeira opção na escolha de seus produtos. Dentre eles, o bom atendimento oferecido, a qualidade nos produtos, e a marca Tevah consolidada no mercado, como uma opção de bom gosto pelos clientes. 79 Motivos para comprar em outra loja Quando os clientes da Tevah foram questionados sobre os motivos que os levariam a comprar em outra loja, observou-se que a maioria desses deixaria de comprar na Tevah, caso o atendimento não correspondesse às expectativas e as demandas desses, além da variedade dos produtos encontrados em outra loja, algum produto específico, ou até mesmo, em virtude de preços mais atraentes proporcionados pela concorrência. Os motivos precípuos evidenciados pelos clientes para comprar em outra loja, podem ser verificados através do Quadro 11. Quadro 11- Motivos para comprar em outra loja. MOTIVOS PARA COMPRAR EM OUTRA LOJA CLIENTES RESPOSTAS Cliente 1 Procuraria outra loja, caso não encontrasse um bom atendimento na Tevah, ou se não tivesse a loja na cidade. Cliente 3 Não ser bem atendida na loja Tevah. Cliente 5 A mudança no atendimento. Transferência de algum amigo vendedor para outra loja do ramo. Cliente 7 Somente se eu não encontrar o produto que almejo na loja. Cliente 12 Talvez por questão de preço, ou falta de qualidade no atendimento. Cliente 18 O mau atendimento, não encontrar o produto da forma como eu quero. Cliente 16 Mais opções de modelos de roupas para o meu estilo. Cliente 10 Talvez o preço, ou aquela coleção que a Tevah não tenha. Cliente 24 Buscaria alguma outra loja além da Tevah talvez pela falta de opção em relação algum produto em que não teria na loja e então eu verificaria outra loja para buscar tal produto. Talvez também, se a loja não fosse me atender bem. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). É importante perceber mais uma vez, o valor que os clientes da loja dão para o atendimento que recebem, contribuindo, em muitos casos, para que os mesmos permaneçam comprando na Tevah, não propriamente por possuir o preço mais competitivo em relação aos produtos oferecidos, mas, por apresentar um atendimento que cativa. Observou-se, também, que alguns clientes buscam outra loja de vestuário além da Tevah, pela variedade dos produtos ou, algum produto específico, que talvez possam encontrar em outra loja e, que talvez, na própria Tevah não esteja disponível. Alguns clientes também procurariam outra loja de vestuário masculino, por preços mais atraentes em alguns produtos. É relevante observar que, geralmente, o cliente da loja de 80 vestuário masculino que procuraria outra apenas em virtude do preço, também não se considera fiel à loja Tevah. Isso se observa, pois, geralmente o cliente que se considera fiel à loja, o preço que ele está pagando pelo produto não denota a importância máxima para ele e, sim, a qualidade no atendimento oferecido pela Tevah. Por conseguinte, é importante relacionar o bom atendimento como fator precípuo na hora da decisão do cliente pela escolha de uma ou outra loja. Desse modo, conforme exposto por Zamberlan et al (2009), os serviços e o atendimento envolvem todas as atividades que apresentam um relacionamento pessoal entre o varejista e o consumidor. Sendo assim, no momento em que são realizadas de forma adequada, é proporcionado ao lojista o desenvolvimento de uma relação de longo prazo capaz de manter e fidelizar o consumidor. Avaliação das alternativas de lojas de moda masculina Quando questionados sobre a forma que avaliam as alternativas de loja de moda masculina para optar por um produto, as respostas dos clientes convergem, principalmente, para o bom atendimento. Pois, se o cliente chega até a loja e é bem recepcionado, se os atendentes ou consultores em moda são atenciosos e assessoram o cliente e, ao mesmo tempo, deixam este livre para escolher o produto que melhor lhe convir, significa que o atendimento de qualidade é fator imprescindível para os clientes Tevah. A explicação dos produtos pelos vendedores foi algo que também apareceu com frequência dentre as respostas observadas, além disso, a vitrine, a estrutura externa e interna da loja, a fachada, a ambientação que a mesma oferece. Em relação aos benefícios que buscam, pode-se resumir em bom atendimento, qualidade nos produtos e condições favoráveis de pagamento. Para os clientes, a loja precisa oferecer os benefícios que os mesmos buscam, ou seja, se o cliente almeja bom atendimento, produtos de qualidade e condições favoráveis de pagamento, espera-se que a loja atenda à essas expectativas. No Quadro 12, são explicitadas as respostas mais recorrentes dos clientes em relação ao questionamento realizado. 81 Quadro 12 - Avaliação das alternativas de loja de moda masculina. AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS DE LOJA DE MODA MASCULINA CLIENTES RESPOSTAS Cliente 1 Precisa oferecer em primeiro lugar, um ambiente agradável e atrativo ao cliente. Transmitir ao público-alvo, que é imprescindível procurar a Tevah. Por exemplo, líder em moda masculina. Esta frase é muito importante, pois qual o cliente que vai comprar, buscando qualidade, conforto, entre outros, e não vai procurar a loja que é líder? Outro fator, quando vender, não seja apenas uma camisa, mas mostrar ao cliente um estilo. Não apenas um sapato, mas conforto, apresentação digna de um executivo, noivo, viajante, enfim, o foco deve estar no fato que: Identificar o que o cliente busca. Como você quer ser visto e como quer se sentir? A Tevah demonstra que prepara bem e seleciona bem sua equipe, desde a gerência até o caixa, todos tem aptidão para tratar com cliente e conhecem a linha de produtos muito bem. Os benefícios em si, como condições, diversidade de produtos, etc. Em si as demais também oferecem. Não vejo como grande diferencial. Cliente 2 Avalio poucas lojas, avalio pelo atendimento, que deve ser bom. Gosto que explicam o conceito de moda junto que oferecem os produtos, como o fazem na loja Tevah em que não são apenas vendedores, e sim muito mais, consultores em moda. Gosto do atendimento da loja, quando ajudam a se vestir também no momento da compra. Cliente 3 Observo pelo bom atendimento, opções de escolha de produtos de moda masculina, aparência da loja. Busco comodidade, satisfação com os produtos oferecidos, e um atendimento que eu goste. A loja precisa oferecer o que eu busco, bom atendimento, bons produtos, comodidade, liberdade na escolha dos produtos que eu quero, sem impor a uma venda forçada. Cliente 4 Pela vitrine, fachada, conhecimento de outras pessoas da loja e proximidade do meu trabalho. Busco bom atendimento, procuro bons produtos. A loja precisa oferecer os benefícios que busco. Cliente 5 Pela estrutura da loja, pela sua fachada, pela variedade de produtos oferecidos, pelo atendimento, que pesa em tudo. Busco bom atendimento e as condições já citadas anteriormente, como os produtos de qualidade, boas condições de pagamento. Cliente 6 Basicamente pelo produto mesmo. Visual da loja é importante para essa decisão também, bem como, o seu ambiente. Busco bom atendimento e preço também. A loja precisa oferecer o que eu busco como disse. Cliente 7 Analiso pela vitrine da loja, atendimento, pela marca que representa. Busco qualidade, bom preço. A loja precisa oferecer o que busco como já citado. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Conforme já sintetizado, houve uma incidência de respostas com pensamentos semelhantes quanto à explicação mais detalhada sobre o produto que a loja tem a oferecer. Ou seja, não apenas vender para o cliente, mas explicar sobre moda, as melhores combinações possíveis, tecidos utilizados, e um pouco mais sobre a confecção do produto que tem para oferecer. Também, dentre as respostas que tiveram maior incidência em relação ao questionamento sobre a avaliação das alternativas de loja, pode-se salientar, a observação por 82 parte do cliente, da vitrine, da estrutura externa e interna da loja, da fachada, a ambientação que a mesma oferece para os clientes e, que, conforme boa parte dos mesmos contribui para a escolha entre uma e outra loja de moda masculina. Por exemplo, se a loja oferece um layout diferenciado e que condiz com os produtos e o público que almeja atingir, os clientes observarão de maneira diferenciada a mesma na hora da escolha da aquisição de um produto. Em relação ao ambiente, ou atmosfera criada dentro do PDV, pode-se sinalizar conforme Blessa (apud ZAMBERLAN et al, 2009), que a atmosfera de uma loja está relacionada ao design de um ambiente através de comunicações visuais, iluminação, cores, música, e aromas que visam estimular respostas emocionais e de percepção dos clientes que, em um momento final, poderão influenciar de maneira decisiva sobre o seu comportamento de compra. Essa atmosfera da loja, muitas vezes, o cliente nem percebe que está agindo sobre o seu comportamento de compra, mas, como já exposto, pode instigar o cliente a escolher um produto numa loja. Quanto aos benefícios que os clientes buscam, a maioria dos entrevistados respondeu que almeja um atendimento de boa qualidade e que seja aliado as suas necessidades. Também se observou grande incidência de respostas de clientes que buscam a qualidade nos produtos oferecidos pela loja, e condições de pagamento favoráveis. No que se refere ao que a loja precisa oferecer para os clientes, a maior parte destes, salientou que são os benefícios almejados, ou seja, se o cliente procura um bom atendimento, qualidade nos produtos, uma estrutura boa de loja, condições de pagamento favoráveis, os clientes também esperam que a loja possa oferecer todos esses benefícios. Sensação ao adquirir produtos de vestuário Quando os clientes da loja Tevah foram questionados sobre a sensação ao adquirir determinado produto de vestuário, a maioria salientou que realiza as suas compras de maneira programada, consciente do que precisa, não comprando por mero impulso. A maioria dos clientes também não se arrepende pelas compras efetuadas. Através do Quadro 13, podem ser evidenciadas as respostas de maior incidência dentre os clientes acerca da pergunta abordada. 83 Quadro 13 - Sensação ao adquirir produtos de vestuário. SENSAÇÃO AO ADQUIRIR PRODUTOS DE VESTUÁRIO CLIENTES RESPOSTAS Cliente 8 Geralmente não me arrependo no momento de adquirir determinado produto, pelo contrário, sinto-me bem. Contudo, posso ficar um pouco arrependido se minha esposa não gostar do que adquiri. Cliente 11 É obvio que sinto bem, pois comprei para satisfazer o meu ego, nunca me arrependi de ter comprado os produtos pois a durabilidade é grande. Cliente 1 Meu perfil de compra é bem definido. Planejo meu orçamento desde 2009, mês a mês. Por isto, dificilmente compro por impulso, tanto é que muitas vezes até vou à Tevah, apenas para tomar um café, conversar com o pessoal e não compro. Mas a sensação ao adquirir um produto que desejava ou necessitava é muito boa, é uma conquista. Sinto-me muito bem. Cliente 13 Alegria. Sinto-me bem sim. Sinto-me arrependido apenas se o produto apresentar defeito. Cliente 7 Não, é uma compra geralmente programada e desse modo não tenho arrependimentos. Cliente 6 Sinto-me bem quando sinto que a roupa é confortável e fica bonita, do contrário fico com a sensação de ter me precipitado na escolha. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Conforme já sintetizado anteriormente, os clientes Tevah realizam suas compras de maneira planejada e, de acordo com aspectos já pré-definidos, orientados pelas suas necessidades e não pelos seus impulsos, devido, em grande parte, pela característica de uma roupa mais sofisticada e com um preço mais elevado também. A maioria dos clientes não sente arrependimento pelas compras efetuadas. Contudo, o mesmo ocorre, segundo os clientes, quando a roupa não fica adequada ao seu perfil, ou seja, se a roupa não teve o caimento adequado ou não ficou boa no seu corpo. Por exemplo, a barra de uma calça foi feita e a mesma acabou ficando curta, ou, também, quando o produto apresentar em um dado momento algum defeito. É perceptível que os clientes, em sua maioria, sintam uma enorme satisfação ao adquirir determinado produto de vestuário, pois, como salientou um deles, é muito importante para satisfazer o seu ego, ou seja, o desejo de se sentir importante, imponente, o desejo de ser notado pelas outras pessoas. Nesse sentido, cabe ressaltar a importância que tem a autoestima para o cliente, como salientado por Maslow (apud CHURCHILL e PETER, 2000), que trata da mesma como sendo a necessidade que as pessoas têm de serem reconhecidas pelas outras, o desejo de se sentir importante, ser notado, as promoções, os elogios, e a responsabilidade por resultados. 84 Mudanças no comportamento de compra dos clientes Quando os clientes foram questionados sobre o seu comportamento, se mudariam algum aspecto do mesmo ou, se manteriam a forma como conduzem as suas práticas de consumo, a maior parte destes, salientou que não mudaria sua forma atual de comprar, e que se encontram satisfeitos dessa maneira. Contudo, alguns clientes desejam realizar menos compras por impulso e se permitir a buscar novas possibilidades de produtos, marcas e modelos. Através do Quadro 14, é possível verificar as respostas que apresentaram maior recorrência. Quadro 14 - Mudanças no comportamento de compra dos clientes. MUDANÇAS NO COMPORTAMENTO DE COMPRA DOS CLIENTES CLIENTES RESPOSTAS Cliente 7 Não mudaria meu comportamento enquanto consumidor, pois sou coerente nas compras que realizo. Cliente 1 Neste momento não mudaria nada. Quero continuar tendo cautela nas compras, planejando meu orçamento, meus investimentos futuros. Cliente 3 Sou moderado em compras e não sou refém da moda. Pretendo continuar com esta convicção. Cliente 20 Abrir mais o leque de possibilidades, buscando mais opções. Cliente 6 Mudaria talvez as minhas compras que realizo por impulso, realizaria as compras de forma mais programada, pensando melhor sobre as possibilidades disponíveis e sobre as minhas necessidades. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). De acordo com o Quadro 14, alguns clientes discordaram um pouco do seu comportamento de consumo atual, desejando mudar algum aspecto relacionado ao mesmo. Dentre os aspectos citados, e que poderiam ser alterados, um deles, é realizar menos compras por impulso, pensando e planejando mais as compras. Outro aspecto a ser mudado e citado pelos clientes diz respeito a possibilidade de se permitir a busca de novas alternativas de produtos, ou seja, novas marcas e modelos, enfim, explorar novas possibilidades. É importante ressaltar que as compras por impulso, conforme salientado por alguns clientes, são influenciadas. Comentando a ideia de Godoy (apud ZAMBERLAN et al, 2009), o mesmo acredita que os impulsos de comprar são influenciados por desejos pessoais que necessitam apenas de uma sensação de vantagem que justifique a compra. Desse modo, explorando mais isso, as vendas ocorrerão de maneira mais frequente do que se espera. 85 É importante ressaltar também, o entendimento de Zamberlan et al (2009) que, segundo ele, a compra por impulso é realizada quando um consumidor é submetido há algum estímulo forte para isso, que o leva a comprar no momento em que vivencia o ambiente de venda. É nesse ponto que a atmosfera de varejo criada, a exposição de produtos de maneira correta, a exploração de pontos extras ou promocionais, e a qualificação da equipe de vendas, são fatores básicos que contribuem para atingir este resultado. Kotler (2006) traz um pensamento importante e que pode ser avaliado de maneira conjunta com as opiniões dos clientes da loja Tevah, que é o comportamento pós-compra. Segundo o autor, trata-se da quinta etapa do processo de compra do consumidor, o momento que o mesmo busca estabelecer relações favoráveis que o levaram a adquirir determinado produto, ou seja, o cliente busca sentir-se bem através da relação de compra estabelecida. Por exemplo, se o cliente adquiriu um determinado produto de vestuário e a roupa teve o caimento adequado para ele, e alguém o elogia em algum evento por causa de sua roupa, ou qualquer outra pessoa que comente de maneira positiva, certamente esse cliente se sentirá bem com a relação de compra estabelecida. De modo contrário, como salienta Kotler (2006), se o cliente se sente prejudicado pela relação pós-compra, o mesmo experimenta o que se chama de dissonância cognitiva, quando houve opiniões ou fatos favoráveis relacionados a outras marcas, ou quando o produto apresenta algum defeito, como salientado por um dos clientes da loja Tevah. Para isso, é necessário que a comunicação em relação ao consumidor seja no sentido de apoiar a sua decisão, ou seja, estabelecendo avaliações que corroborem e ajudem o mesmo a sentir que realizou a escolha certa, onde a satisfação irá refletir e influenciar no seu comportamento subsequente. 4.4 Estratégias de relacionamento com clientes adotadas pela loja Tevah Em entrevista realizada com gestor da loja Tevah foram verificadas várias estratégias de relacionamento utilizadas em relação aos seus clientes, que podem ser identificadas como: a ficha gosto, o atendimento Tevah, o atendimento a domicilio, layout e ambientação, o email de agradecimento, o telefonema de satisfação, o telefonema de aniversário, as mensagens por telefone, surpresa para o cliente, sob medida Tevah, espaço para noivos, e o bônus de recompra. 86 Como salientado pelo gestor da loja, são vários aspectos trabalhados de maneira conjunta para a fidelização dos clientes. Procura-se realizar um cadastro com os dados mais importantes sobre os mesmos, inserindo esses dados em um software, para subsidiar ações futuras da loja. Inclui-se telefone, data de nascimento, e-mail, nome da esposa e o melhor horário para realizar contato com o cliente, por exemplo. O Software que toda a rede da Tevah trabalha é o PRECISA que ainda é um tanto limitado, não sendo completo em alguns aspectos no que se refere aos dados que envolvem o cliente. Ficha gosto Cada vendedor possui uma ficha gosto, que é preenchida de forma manual, e que está em posse deste, estando disponível também no sistema da loja. A ficha gosto é um instrumento de pós-venda, para poder realizar um contato mais frequente com o cliente. Nessa ficha, são anotados dados sobre o cliente que, principalmente, envolvem a experiência de compra, ou seja, as preferências, as marcas pretendidas, medidas que possui, modelos, dentre outros aspectos. Essa ficha é preenchida com dados observados por cada vendedor após o momento que atendeu o cliente. Atendimento Tevah Uma estratégia de relacionamento muito forte e com uma característica presente na loja é o atendimento, proporcionando não apenas uma venda para o cliente, mas uma assessoria em moda, com profissionais qualificados para isso. Nesse sentido, o próprio slogan da Tevah é “proporcionar o melhor atendimento da vida do cliente”, pois se sabe que atualmente existem produtos muito similares no mercado e, com alta qualidade, e o atendimento pode ser um diferencial importante, conforme salienta o gestor. Ainda, conforme o gestor, é possível verificar uma semelhança grande de produtos comercializados na Tevah e em alguma outra loja de vestuário masculino, pois é difícil verificar a comercialização de produtos de baixa qualidade. Assim, o cliente, além da qualidade, busca o bom atendimento como diferencial, pois nenhuma pessoa sente-se bem ao ser menosprezada ou, ao receber um atendimento de baixa qualidade no momento da realização da sua compra. 87 Como considerado pelo gestor, o atendimento envolve alguns passos e que precisam ser considerados, e para dar um atendimento de boa qualidade e que seja referência para o cliente, busca-se perceber certos aspectos no ambiente de venda, como: se o mesmo estiver acompanhado, é oferecida uma poltrona para a pessoa sentar; tratar o cliente pelo nome depois de certo tempo do início da venda, e outros aspectos. De modo geral, tudo que é feito na loja para fidelizar clientes, são técnicas de vendas empregadas pela Tevah, e que agregam ainda mais valor para os seus produtos. No momento do atendimento, por exemplo, os vendedores da loja são orientados a não perguntar o nome do cliente logo já na chegada, pois tem todo um tempo para se tentar fidelizar esse cliente e aprimorar o relacionamento. Às vezes, o cliente já foi em várias lojas e a primeira coisa que lhe foi perguntado já na chegada foi o nome. Então, a Tevah procura realizar esse questionamento em um momento mais oportuno para, já de início, diferenciar a forma de atender. Também, de acordo com o gestor, se a venda for iniciada de maneira errada, mais tarde, será mais difícil conseguir a fidelização do cliente. A sua concepção pode ser corroborada pelo entendimento de Vavra (1993), o qual entende que, partindo-se da concepção do cliente, é possível que uma compra possa ser vista como o início de um relacionamento. O cliente sente a necessidade de uma interação contínua com a organização de venda. É dedutível que, é do interesse do mesmo também, manter um relacionamento contínuo, que transmitirá confiança a cada nova experiência de compra, proporcionando resultados intangíveis positivos, como a confiança e a comodidade por já conhecer a empresa com quem possui sua relação de consumo. Ainda, em relação ao atendimento Tevah, o gestor salienta que, os vendedores precisam ser treinados de forma contínua para que possam saber a maneira correta de atender os clientes. Para isso, são realizados treinamentos para os vendedores de maneira constante, visto que, a fidelização do cliente e, a construção de um relacionamento próspero, necessitam de um bom atendimento. Conforme o gestor, a Tevah procura inserir o cliente na venda, encantando o mesmo, bem como, quem o está acompanhando. Geralmente, a pessoa que está junto com o cliente na loja, exerce um grau de importância significativo para esse, e ajudará na escolha do produto influenciando na decisão de compra do consumidor. Como salienta o mesmo, às vezes, não se 88 está encantando apenas o cliente, mas, por exemplo, a esposa dele ao mesmo tempo, o que contribuirá para a decisão de compra do cliente. Um fator importante que se encontra inserido na estratégia do bom atendimento Tevah é, segundo o gestor, o carinho despendido no atendimento ao cliente, como, numa situação em que o mesmo vai calçar um sapato e, então, é oferecido ajuda para este calçar o sapato, no intuito de assessorá-lo. Em suma, conforme explicita o gestor, a Tevah consegue se diferenciar pelo atendimento que oferece, pois esse compreende o carinho que a empresa transmite para os clientes, e muito do relacionamento que a loja conseguiu estabelecer com os mesmos, se resume ao bom atendimento. Outro aspecto importante a ser salientado durante o atendimento na Tevah, e que compreende uma das fases do mesmo, é quando o vendedor ou algum funcionário da loja leva o cliente até a porta, acompanhando e conversando com o mesmo, e não finalizando a venda no caixa e se despedindo de maneira ríspida, sem dar a devida atenção, mas, sim, agradecendo por ter vindo até a loja e ter adquirido o produto. Para a loja Tevah, o ponto final do atendimento se chama “declaração de amor”, em que a loja vive do cliente e o mesmo deve saber disso através da explicitação da sua importância. É algo que deve vir de coração e que cada vendedor vai realizar da forma que lhe achar conveniente conforme salienta o gestor. Atendimento a domicílio Outra estratégia de relacionamento apresentada pela loja é o atendimento a domicílio, que é desenvolvido pela mesma e tem sido um diferencial importante na fidelização dos clientes. De maneira prévia, é marcado um horário com o cliente e o mesmo é atendido em sua residência, onde são tiradas suas medidas e lhe é dado um tratamento diferenciado e com uma conveniência maior para esse. Como vários clientes da loja apresentam um tempo reduzido para ir até mesma, a Tevah, como uma forma de se aproximar desses, estabeleceu essa possibilidade para os mesmos, e que contribui de maneira significativa para o relacionamento, devido à proximidade que é estabelecida no contato pessoal. Verificada a estratégia utilizada pela loja no atendimento a domicílio, verifica-se que a mesma pode ser corroborada com a opinião de Kotler (2006), que afirma que uma empresa precisa perceber a forma como se comporta o mercado em que atua e, assim, também, o 89 dinamismo em que se dá às mudanças, como os consumidores se comportam perante as novas situações de consumo que surgem e, com isso, idealizar produtos e serviços pensando nos clientes, com foco nos mesmos, fazendo com que estes se sintam satisfeitos e, ao mesmo tempo, que traga conforto e bem estar para eles. Conforme observado, a estratégia de atendimento a domicilio é um serviço diferenciado pensado para gerar comodidade para os clientes e se aproximar ainda mais dos mesmos. Assim, segundo as ideias de Kotler (2006), uma organização que sabe orientar suas decisões de marketing pelo mercado, consegue persistir às mudanças e, ao mesmo tempo, beneficiar-se das mesmas para o seu crescimento. A experiência positiva do cliente em relação ao atendimento é algo significativo e capaz de proporcionar a fidelização dos clientes, conforme elucidam Zamberlan et al (2009), em que, de acordo com os mesmos, os serviços e o atendimento envolvem todas as atividades que apresentam um relacionamento pessoal entre o varejista e o consumidor. Desse modo, no momento em que são realizadas de forma adequada, é proporcionado ao lojista o desenvolvimento de uma relação de longo prazo capaz de manter e fidelizar o consumidor. Independente do tipo de loja, a qualidade do relacionamento pessoal com os consumidores é capaz de gerar a diferenciação, bem como, a vantagem competitiva. Em relação ao atendimento Tevah a domicilio, verifica-se a importância do mesmo como estratégia de relacionamento, tendo em vista a concepção apresentada por Vavra (1993), que afirma que contato com o cliente se mostra como uma boa oportunidade para aumentar a sua satisfação. Embora, a implicação original do contato seja algo negativo, essa aproximação de maneira direta com o cliente pode originar um forte relacionamento com o mesmo. Layout e ambientação Outra estratégia utilizada pela loja tem a ver com o seu layout e ambientação, em que a mesma oferece um layout muito arrojado, sofisticado, capaz de identificar o cliente com a marca. Além disso, a ambientação proporcionada pela Tevah é um diferencial extremamente significativo, tendo em vista que a mesma procura estimular os cinco sentidos nos clientes. Para isso, a loja tem um cheiro característico e harmonioso no seu ambiente, que faz despertar e aguçar o olfato dos seus clientes. Pela visão, com um layout arrojado e 90 convidativo, que transparece a organização, o bom gosto, bem planejado. O paladar, que pode ser percebido por meio da degustação de um bom café que é oferecido para o cliente. Por meio do tato, o toque nos produtos, uma vez que sentindo os produtos proporciona a experimentação do mesmo. Uma música ambiente legal que o cliente pode estar ouvindo ao passo que prova uma roupa ou espera dentro do ambiente da loja. Aspectos como os citados, envolvendo os cinco sentidos são muito importantes e acredita-se que ajuda muito na fidelização dos clientes e a permanência dos mesmos adquirindo produtos por um longo prazo na loja. Como salienta o gestor da loja, “apenas isso talvez não fidelize, mas, são detalhes que vão sendo incorporados e que ajudam em todo o processo de fidelização”. Considerando os aspectos salientados, a ideia explicitada por Zamberlan et al (2009), vem auxiliar a corroborar a estratégia utilizada pela loja quando da organização do seu layout e ambientação que, para o mesmo, é importante que o cliente se sinta bem no espaço proporcionado para ele na loja, pois os consumidores avaliam o PDV, e os produtos quase que de forma conjunta. E, sentindo-se bem, há uma tendência em tornar os clientes fiéis à loja. Para tanto, torna-se importante o emprego de materiais no PDV, como uma iluminação adequada sobre os produtos, decoração adequada, disposição criativa dos produtos, mostruários, fachadas temáticas e também a degustação, que influenciaram na decisão final do consumidor. Conforme salienta o gestor, “o caminho para o encantamento do cliente, rumo à fidelização é um universo amplo e que precisa ser buscado a cada dia. O melhoramento deve ser contínuo”. Em relação às estratégias de relacionamento até então citadas, em especial, o atendimento Tevah, o gestor salienta que, em muitas ocasiões, por mais que o cliente saiba que o preço não chega a ser o diferencial da loja, o mesmo opta por adquirir algum produto na mesma, pois considerou o atendimento como algo especial na escolha de comprar o produto que almejava. E, isso, é proporcionado por várias técnicas empregadas durante o atendimento que torna ele completo, como o carinho despendido, empatia com o cliente, perguntas corretas em momentos oportunos durante a realização da venda, dentre outros fatores. Ainda conforme o gestor, “quando uma pessoa comenta que, mesmo que os preços praticados nos produtos vendidos pela Tevah sejam mais elevados do que em outras lojas e, mesmo assim, comprou na loja pelo bom atendimento”, para o mesmo, é um sinal rumo à fidelização daquele cliente. 91 E-mail de agradecimento Outra ferramenta de relacionamento que é trabalhado na loja Tevah é o e-mail de agradecimento, desde a primeira, a segunda, até a sexta compra e, assim, por diante. Desse modo, o cliente que comprou na loja, no dia seguinte, por exemplo, vai receber um e-mail de agradecimento por ter adquirido o produto. Na segunda compra, ocorre o mesmo procedimento, ou seja, é enviado um novo e-mail e, assim, sucessivamente. Como contraponto, a loja recebe o retorno do próprio cliente pelo agradecimento que recebeu. Todavia, em alguns momentos não se consegue abranger todos os clientes com essa forma de tratamento. Telefonema de satisfação Também como forma de relacionamento com o cliente, a loja Tevah destaca a importância do telefonema de satisfação. Quando o cliente comprou alguma roupa na loja para ir a um determinado casamento, por exemplo, ou para o seu próprio casamento, então, espera-se em torno de quinze dias para ligar para o mesmo e verificar como foi o evento, se transcorreu tudo certo com a roupa que adquiriu, e se é preciso realizar algum ajuste na mesma. Se precisar de algum ajuste, a loja se dispõe a fazer, trata-se, então, de um telefonema de satisfação. É o momento ideal para a Tevah identificar gargalos em alguma parte do atendimento que realizou, em algum produto ou serviço que apresentou inadequação, dentre outros aspectos, servindo como um “filtro”, proporcionando melhorias e, ao mesmo tempo, oferecendo segurança para os clientes, algo que se mostra importante para gerar a fidelização destes. Telefonema de aniversário Outra estratégia de relacionamento utilizada pela loja Tevah é o telefonema de aniversário que, na data do aniversário do cliente, a loja liga para o mesmo apenas com o fito de lhe parabenizar pelo dia especial e não é oferecido nenhum produto. Em relação a essa estratégia, a loja já pensa em aprimorar algo para poder gerar uma diferenciação no mercado, devido à prática ser utilizada de forma constante pelas demais lojas do mesmo segmento. 92 Mensagens por telefone Dentre as estratégias, outra ferramenta utilizada pela loja Tevah são as mensagens por telefone, com o objetivo de expor ofertas de produtos para os clientes, reforçar a venda que realizou para estes, parabenizar por alguma data especial, dentre outros objetivos. É uma ferramenta que já se encontra em certo desuso por parte da loja, pois, em muitos casos, os clientes não dispendem a devida atenção para esse tipo de comunicação. Surpresa para o cliente Outra opção para fidelizar o cliente da loja Tevah é a realização de uma surpresa para o mesmo, em que lhe é oferecido um brinde ao final da compra, como, um livro ou, algum outro produto da loja, por exemplo, uma gravata. Não se consegue fazer com todos os clientes, mas, para os que realizam compras de maneira mais frequente ou, quando é uma data especial para o mesmo, é praticado essa opção. Como é algo que o cliente não está esperando, o mesmo fica muito contente e se sente lisonjeado, e é mais um passo importante em direção à fidelização, pois é mais uma lembrança positiva da loja. Sob medida Tevah Também como estratégia de relacionamento empregada pela loja, é o sob medida Tevah. Em muitos casos, os clientes não conseguem encontrar uma peça de vestuário que apresente as medidas corretas para o seu perfil, e com essa tecnologia europeia empregada pela loja, as medidas do cliente são tiradas e inseridas em um software e, então, o cliente escolhe o tecido que quer utilizar, com a quantidade de botões que quer, e a peça é confeccionada. A peça também já vem com o nome do cliente. Enfim, é um critério de diferenciação no mercado, e ajuda no processo de fidelização do cliente, pois este já procura algo que o diferencie das demais pessoas. Por mais que a loja ofereça marcas importantes e reconhecidas, com o sob medida Tevah, é possível a personalização de modo que o cliente não acabe, muitas vezes, adquirindo algum produto semelhante ao da maioria das pessoas, como salienta o gestor da empresa. O cliente terá uma peça única e exclusiva produzida para ele, e é bastante provável que o mesmo 93 procure adquirir novas peças por meio do sob medida, devido a flexibilidade e individualização da peça produzida, bem como sua adequação ao perfil de cada cliente. Para tanto, é possível verificar com base nas ideias de Gordon (2002), que é preciso buscar formas de gerar valor agregado e único para o consumidor, pois é dessa maneira que se faz a gestão do relacionamento eficaz, ou seja, um olhar atento para as atuais demandas dos clientes, e com atendimento adequado das mesmas, mas, também, com vistas à identificação de possíveis novas necessidades que futuramente possam surgir, e que a empresa precisará estar atenta no tempo certo e com a solução para a necessidade. Com o sob medida Tevah, a loja consegue gerar o valor agregado e único na peça produzida para o seu cliente. Espaço para noivos Outra prática de relacionamento utilizada pela Tevah e que tem dado resultados importantes para a mesma, é o noivo que confecciona um terno sob medida para o casamento, ou mesmo, compra um terno já pronto e, desse modo, é reservado a loja para que o noivo se vista, bem como, seus padrinhos, dando todo o atendimento necessário, servindo uísque e, algumas outras bebidas, por exemplo. A partir disso, cria-se uma rede de relacionamento, e a loja ganha visibilidade, além de que, para o noivo, se trata de algo marcante a ser lembrado pelo mesmo por um longo período de tempo, devido à importância da data e, consequentemente, o mesmo terá mais um aspecto positivo a ser lembrado para retornar a loja. Bônus de recompra O bônus de recompra é outra estratégia de relacionamento empregada pela loja que, se o cliente comprar produtos num valor acima de 250 reais, o mesmo ganha um bônus de 50 reais para a próxima compra. Mas, também é uma estratégia que já foi copiada por algumas lojas do segmento, então, talvez, não seja algo que a diferencie significativamente por esse aspecto, entretanto, seguramente, é uma possibilidade que a mesma oferece e que os clientes apreciam, devido ao sentimento de vantagem proporcionado para os mesmos em relação à algo que se está comprando. É a comparação que, muitas vezes, o cliente faz, entre o valor menos os custos agregados em relação à aquisição de determinado produto, como salientado por Kotler (2006). 94 Apresentando vantagem, o cliente se sente bem, o que ajuda a formar uma imagem positiva na mente do mesmo sobre a loja, sendo mais um aspecto que contribui na construção do relacionamento. Por conseguinte, através das estratégias de relacionamento apresentadas e praticadas pela Tevah, o gestor expõe o pensamento de que “é cada vez mais difícil a fidelização dos clientes, pois este já não é fidelizado por qualquer coisa”. O pensamento do gestor da empresa pode ser corroborado pela opinião de Eduardo Tevah, palestrante, e administrador do grupo Tevah, quando afirmou em entrevista para a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, que “hoje, o que interessa é disputar a renda do consumidor, por isso, uma loja que vende telefone celular pode ser concorrente direta da minha, seja ela de vestuário ou de qualquer outro ramo” (ASSEF, 2009). 4.5 Percepção dos clientes quanto as estratégias de relacionamento utilizadas pela loja Tevah Em relação à percepção dos clientes sobre as estratégias de relacionamento utilizadas pela Tevah, dividiram-se os itens da seguinte forma: percepção quanto ao atendimento na loja; percepção quanto ao atendimento a domicilio; percepção em relação ao ambiente e layout da loja; percepção quanto ao e-mail de agradecimento; percepção quanto ao telefonema de satisfação; percepção quanto ao telefonema de aniversário; percepção quanto a mensagem por telefone; percepção quanto a surpresa para os clientes; percepção quanto ao sob medida Tevah; percepção quanto ao bônus de recompra; e percepção sobre o espaço para os noivos. Percepção quanto ao atendimento na loja Em relação ao atendimento Tevah na loja, como uma das estratégias de relacionamento consideradas pela mesma, os clientes esboçaram, em sua maioria, respostas similares e, notou-se algo interessante que, para todos os clientes entrevistados, nenhum destes afirmou que o atendimento da Tevah é ruim, ou que não os satisfaz. Pelo contrário, a maior parte dos clientes considera o atendimento muito bom, o que pode ser verificado pelas respostas que tiveram maior representatividade apresentadas no Quadro 15. 95 Quadro 15 - Percepção quanto ao atendimento na loja. PERCEPÇÃO QUANTO AO ATENDIMENTO NA LOJA CLIENTES RESPOSTAS Cliente 6 O atendimento Tevah é muito bom, excelente, valoriza muito o cliente. É um atendimento personalizado. Cliente 15 Muito bom, individualizado, te deixa à vontade na escolha dos produtos. Cliente 22 O ótimo atendimento sempre foi marca registrada da Tevah. Cliente 7 Atendimento vip, que não induz a compra, um atendimento diferenciado. A Tevah possui um envolvimento completo pelo cliente que está na loja, tendo atenção dedicada. Cliente 1 O atendimento Tevah na loja é muito bom, personalizado, gosto muito. Sabe dividir o lado da amizade e o lado cliente. Cliente 12 Excelente, personalizado, deixam a vontade na escolha dos produtos. Não fica empurrando o produto, se tenho dinheiro compro, se não o vendedor entende. Cliente 19 O atendimento é ótimo, personalizado, assessoram na escolha do produto, mas ao mesmo tempo deixam a vontade para escolher o produto desejado. Foi a loja que melhor me atendeu até hoje. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Como já sintetizado, parte considerável dos clientes considera o atendimento da loja Tevah muito bom, sendo uma das características explicitadas e que denota grande importância para os mesmos, a personalização do atendimento, ou seja, é dada a atenção exclusiva para a demanda dos clientes, observando suas necessidades e características individuais. Com isso, os mesmos sentem-se satisfeitos, pois as suas demandas são atendidas e as informações que buscam são encontradas na loja. Como o atendimento é o contato inicial que o cliente tem com a loja, é importante que ele seja feito da melhor maneira possível para que o mesmo leve uma primeira impressão positiva em relação a esse aspecto. É importante ressaltar, como exposto por alguns clientes que, durante o atendimento, os vendedores ou consultores em moda da Tevah deixam os mesmos a vontade para a escolha dos produtos, não exercendo uma venda forçada (hard selling) e, sim, uma venda consultiva (soft selling) e, essa última, uma venda considerada a ideal para os tempos atuais, conforme Kotler (2006). Para Vavra (1993), o mesmo comenta que, partindo-se da concepção do cliente, é possível que uma compra possa ser vista como o início de um relacionamento. O cliente sente a necessidade de uma interação contínua com a organização de venda. É dedutível que, é interesse do cliente também, manter um relacionamento contínuo, o que transmitirá confiança 96 a cada nova experiência de compra, proporcionando resultados intangíveis positivos, como a confiança e a comodidade por já conhecer a empresa com quem possui sua relação de consumo. No que tange ao atendimento, é perceptível que a Tevah está realizando um bom trabalho com seus clientes. Um dos clientes, quando entrevistado, destaca que para a “fidelização dos clientes é decisivo em primeiro lugar cuidar do atendimento, sendo ele qualificado, em que, mesmo não gastando no primeiro encontro o cliente vai retornar e vai comprar em outras oportunidades, pois terá boas lembranças da loja”. Na concepção do cliente, ele expressa uma situação que aconteceu com ele, e que demonstra a importância que o atendimento tem na construção de relacionamento. Percepção quanto ao atendimento a domicílio Quando perguntados sobre o atendimento a domicílio, outra estratégia de relacionamento utilizada pela loja, os clientes, em sua maioria, salientaram não usar esse serviço oferecido, embora, conheçam ou já ouviram falar do mesmo. Outra parte significativa dos clientes diz não conhecer o serviço, mas, quando explicitado do que se tratava essa modalidade, os mesmos esboçaram um pensamento favorável, considerando um diferencial importante da loja no mercado e, até mesmo em relação às outras lojas. Alguns clientes afirmaram não gostar muito dessa estratégia preferindo a modalidade tradicional. As respostas com maior incidência podem ser verificadas no Quadro16. Quadro 16 - Percepção quanto ao atendimento a domicílio. PERCEPÇÃO QUANTO AO ATENDIMENTO A DOMICÍLIO CLIENTES RESPOSTAS Cliente 17 Conheço o serviço, acho muito interessante, gera comodidade ao cliente, mas não utilizo o mesmo. Cliente 2 Não necessitei ainda. Não posso avaliar, mas acredito ser um diferencial muito importante da loja. Cliente 1 Em relação ao atendimento Tevah a domicilio, eu já recebi a visita em algumas ocasiões na minha empresa, e acho muito interessante, se pensar no pouco tempo que às vezes temos para ir até a loja. Cliente 11 Nunca tive, e não conheço. Acredito ser um diferencial importante, que agrega ainda mais valor no relacionamento. Cliente 15 Nunca tive, não tinha muitas informações a respeito. Diferencia em posicionamento no mercado. Já tive alguns atendimentos na minha empresa em que já trouxeram algumas roupas para que eu pudesse experimentar. Continua... 97 Continua... Cliente 18 Já tive atendimento na empresa, maravilhoso quando não se tem tempo para ir até a empresa. Cliente 21 Já comprei. Trouxeram as roupas até a minha empresa. Mas, não havia solicitado, e não segue meu perfil. Apenas comprei pela amizade, mas não é algo que goste de fazer. Cliente 27 Nunca tive esse tratamento. É uma boa sim, pelo tempo que às vezes não se tem disponível para ir até a loja. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Como já salientado, houve respostas contrárias a essa estratégia de relacionamento, e o que foi salientado por esses clientes é que os mesmos não gostam muito dessa modalidade de atendimento e, sim, preferem ir até a loja mesmo, de modo presencial e, então, vestir as roupas no próprio local. Isso denota pensamentos diferentes dos clientes, o que fica comprovado pelo pensamento de Cobra (1997), que fala que cada cliente possui uma “caixa preta” diferente, ou seja, diante de estímulos de consumo iguais as respostas podem as mais variadas possíveis em se tratando do público consumidor. No entanto, considerando os clientes de um modo geral, a estratégia adotada pela loja Tevah traz grande satisfação para os mesmos gerando, principalmente, o que foi salientado por uma parte significativa desses, a comodidade e conveniência para muitos clientes que não tem um tempo livre muito grande e, desse modo, evita o deslocamento dos mesmos até a loja podendo verificar as possibilidades de produtos de moda masculina no próprio ambiente de sua empresa. Conforme Boone e Kurtz (apud CALEGARO, 2012), é em relação à aspectos precípuos que os varejistas devem estar atentos, pois é preciso destacar os clientes, os quais devem receber o investimento por parte da empresa e, nesse ponto, se destaca também a personalização no atendimento para esses clientes-alvo. E o atendimento a domicílio caracteriza-se como uma forma de realizar a personalização do atendimento para os seus clientes. Nesse sentido, o que muitos clientes também falaram, é que os vendedores da loja levavam as roupas até a sua empresa e que, mesmo não sendo na sua própria residência, isso gera uma comodidade grande, possibilitando a otimização do tempo disponível que esses dispõem e, consequentemente, contribuindo para o relacionamento entre loja e cliente. 98 Percepção em relação ao ambiente e layout da loja Em relação ao ambiente e layout da loja, como estratégia de relacionamento, observou-se através das respostas de grande parte dos clientes que, é um ambiente muito bom, aconchegante e convidativo, ou seja, os clientes se sentem a vontade quando estão na loja. Como salientado por um dos clientes, “o ambiente é sempre harmônico e atualizado”. As respostas que apresentaram maior relevância podem ser observadas no Quadro 17. Quadro 17 - Percepção em relação ao ambiente e layout da loja. PERCEPÇÃO EM RELAÇÃO AO AMBIENTE E LAYOUT DA LOJA CLIENTES RESPOSTAS Cliente 1 Em relação ao ambiente e layout da loja, gosto muito, acho bastante arrojado, moderno, convidativo para o cliente e também personalizado. Cliente 5 Muito bem organizada e estruturada a loja. Cliente 12 Ambiente sempre harmônico e atualizado. Cliente 6 É um ambiente bom, dinâmico, aconchegante, me sinto muito bem, e é como se “estivesse em casa”. Cliente 8 Pequena fisicamente pelo tamanho de Ijuí. Mas ao mesmo tempo é arrojada, tem um bom layout, ambiente agradável. Cliente 14 Muito bom, layout arrojado e boa disposição dos produtos. Cliente 26 Muito bom o ambiente, layout bom, não deve mudar nada até pela identificação da própria marca no mercado e que já é consolidada. Cliente 30 O ambiente da loja é muito bom, agradável, boa iluminação, aroma dentro da loja, te oferecem um café enquanto espera. O layout também é muito bom, com uma boa disposição dos móveis, uma fachada bonita e tudo muito organizado dentro da loja. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). São vários aspectos que oferecem a ambientação agradável na loja Tevah e que o cliente percebe. A loja procura instigar os cinco sentidos dos clientes sendo, um deles, o paladar, oferecendo um bom café, como salientado por alguns dos clientes entrevistados. Embora pareça pouco, um café faz parte de um ambiente agradável e capaz de sensibilizar o cliente na hora da compra, conforme expõe Zamberlan et al (2009). Contudo, alguns clientes consideram o ambiente da loja um tanto reduzido, pensando de modo que a loja pudesse oferecer um espaço maior e isso facilitaria talvez uma exposição de uma quantidade maior e com mais opções de produtos talvez. Em relação ao layout da loja, grande parte dos clientes considerou o mesmo como sendo arrojado, dinâmico, e possuindo uma boa disposição dos produtos, além de ter uma 99 identificação específica com a loja, ou seja, quando um cliente verifica o layout já faz a conexão direta com o perfil da loja Tevah e, com seus produtos. Conforme salientado por Zamberlan et al (2009), pode-se inferir que o PDV contribui de forma precípua no processo de comercialização e, nesse sentido, age como um “vendedor silencioso”, pois atrai a atenção do cliente, orienta nas suas decisões e, ao mesmo tempo, estimula os clientes a adquirirem os produtos da empresa. Ainda, de acordo com Zamberlan et al (2009), é importante que o cliente se sinta bem no espaço proporcionado dentro da loja, pois os clientes avaliam o PDV, e os produtos quase de forma conjunta. Com relação aos pontos relacionados ao ambiente e layout da Tevah, é possível inferir que, de uma maneira geral, os clientes estão satisfeitos e que a loja oferece uma estrutura e ambientação adequada para os produtos que vende, bem como, ao objetivo empresarial que se propõe em relação ao segmento de clientes que atende. Percepção quanto ao e-mail de agradecimento Em relação ao e-mail de agradecimento como estratégia de relacionamento da loja, foi possível verificar dentre as respostas dos clientes que, boa parte destes não receberam o email nenhuma vez, mas, mesmo não tendo recebido, apreciam essa prática e afirmam que iriam se sentir bem caso recebessem. Para os clientes que receberam, os mesmos declaram ter gostado desse contato. As respostas com maior incidência constam no Quadro 18. Quadro 18 - Percepção quanto ao e-mail de agradecimento. PERCEPÇÃO QUANTO AO E-MAIL DE AGRADECIMENTO CLIENTES RESPOSTAS Cliente 9 Excelente, faz com que eu me sinta bem e valoriza a compra ao lembrar a mesma. Cliente 3 Muito legal. Importante também. Mas não recebi este contato até o momento. Cliente 4 Não tenho mais recebido e-mails da loja. Mas já recebi e acredito mesmo ser um diferencial importante. Cliente 16 Já recebi o e-mail, e gostei bastante, ajuda na fidelização, mas não é o principal, ajuda a lembrar da marca, a loja. Cliente 20 Nunca recebi. Acredito ser importante no pós-venda. Cliente 25 Acredito que nunca tenho recebido, mas acredito ser importante sim. Cliente 10 Já, é algo que o cliente gosta de receber alguma notificação. Cliente 23 Nunca recebi. Acho bem importante, valoriza o cliente. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). 100 Conforme já exposto, há vários clientes que nunca receberam essa ação por parte da loja, mas que apreciariam muito em receber essa forma de tratamento. Há, também, muitos clientes que receberam o e-mail de agradecimento e sentiram-se muito bem por serem lembrados e, os mesmos, consideram isso como uma forma interessante de aproximação da loja. Alguns clientes salientaram também, que é uma ferramenta importante, pois se trata de uma forma de lembrança de que o próprio cliente é importante para a loja. Um dos clientes, por exemplo, explicita que o e-mail de agradecimento é uma forma de lembrança da compra, e como ele cita, “é excelente, faz com que a pessoa se sinta bem e valoriza a compra ao lembrar a mesma”. Mais uma vez, é a forma que a Tevah procura estimular no cliente, para que o mesmo perceba que fez uma boa compra, agregando ainda mais valor a mesma. É uma forma de não deixar o cliente experimentar a dissonância cognitiva, que é a sensação de que tenha feito uma negociação ruim ou, que diminua o valor da mesma, como salientado por Kotler (2006). De modo geral, pode-se inferir em relação à estratégia de e-mail de agradecimento, que a loja não aplica de forma homogênea com os seus clientes essa ferramenta, tendo em vista que, muitos destes afirmaram não ter recebido o e-mail. Mesmo assim, a aceitabilidade dessa ferramenta é grande entre os clientes, que gostam de receber essa espécie de notificação por e-mail da loja. É, mais uma vez, a vontade do cliente em sentir-se importante, lembrado, é a autoestima citada por Maslow (apud CHURCHIL e PETER, 2000), em sua pirâmide das necessidades que corrobora com esse pensamento. Percepção quanto ao telefonema de satisfação Em relação ao questionamento sobre o telefonema de satisfação, como estratégia de relacionamento, foi possível identificar três grupos principais de respostas apresentadas pelos clientes, as que tiveram maior incidência e convergiram para um pensamento semelhante. Um dos grupos corresponde aos clientes que já receberam esse retorno da loja e apreciam essa forma de comunicação; outro grupo, são os clientes que não receberam o telefonema de satisfação e gostariam de receber esse tipo de contato; e, também, teve um grupo de respostas similares dos clientes, uma parte menor dos mesmos, que não apreciam essa forma de tratamento da Tevah, e até preferiam receber outro tipo de contato. O Quadro 19 expõe as respostas que tiveram maior incidência. 101 Quadro 19 - Percepção quanto ao telefonema de satisfação. PERCEPÇÃO QUANTO AO TELEFONEMA DE SATISFAÇÃO CLIENTES RESPOSTAS Cliente 13 Já recebi. Acho bom, pois, se já tiver uma reclamação a fazer já falo. Demonstra preocupação pelo cliente. Cliente 2 Já recebi. Muito bacana, denota preocupação com o cliente, e interesse da loja. Cliente 5 Já recebi, entendo que esse pós-venda é uma ferramenta muito importante dentro da empresa. O telefonema de satisfação dará a empresa um feedback muito interessante. Cliente 1 Nunca recebi o telefonema. Contudo, encontro muitas vezes o vendedor que realiza as vendas para mim na loja na rua e ele pergunta se está tudo bem com a roupa que me vendeu, é algo mais ocasional, não é tão “mecânico”, e “engessado”, como se estivesse seguindo um determinado processo. Encontros pessoais na loja ou até mesmo na minha empresa também são importantes e torna-se algo mais natural Cliente 11 Nunca recebi, mas é algo importante, pois o cliente se sente mais seguro quando sabe que está tendo um acompanhamento da loja, e assim, se já tiver algum problema para ser corrigido já pode ser conversado. Cliente 7 Nunca recebi, mas é importante para saber se foi tudo certo com o produto que foi adquirido. É o pós-venda. Cliente 24 Acho que não é necessário, pois o tempo é precioso para todos, então se prefiro ser contatado pelo e-mail. Cliente 28 Acho que não seria interessante, pois o tempo é muito corrido para todos assim receber telefonema pode atrapalhar o cliente. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Um dos grupos de respostas semelhantes dadas pelos clientes é de que já receberam esse retorno da Tevah e apreciam essa forma de comunicação que a loja estabelece. Como foi salientado pelos clientes, isso oferece segurança, é um feedback, e se há algum motivo de reclamação ou alguma consideração a ser feita, já pode ser realizado no momento em que a loja liga para cada cliente. Outro grupo de respostas que tiveram grande incidência foi de que, boa parte dos clientes da loja não recebeu o telefonema de satisfação e gostaria de ter esse retorno por parte da Tevah. Dentre as respostas dos clientes que não receberam ainda o telefonema, observouse, de uma maneira homogênea, que os mesmos apreciam essa forma de comunicação, sendo favorável a essa forma de estratégia utilizada. Dentre os clientes que não receberam o telefonema de satisfação, alguns destes, além de não terem recebido esse contato, também não conheciam essa estratégia que a loja oferecia e, mesmo assim, após conhecer, gostariam de ter essa atenção da Tevah. Houve, ainda, um grupo de respostas similares de clientes que não acham interessante receber essa forma de tratamento, uma parte menor, e que prefere talvez, um e-mail em vez de 102 receber essa forma de tratamento, pois, em alguns casos, segundo esses clientes, pode atrapalhar os mesmos em sua vida cotidiana, pela falta de um tempo maior para, então, dispender a atenção devida a esse telefonema. Além disso, teve clientes que comentaram que gostam de um encontro informal, na rua mesmo ou, em outro lugar, na empresa em que trabalham, pois, torna o encontro mais ocasional sem ser algo marcado e, os mesmos acreditam que seja mais interessante, demonstrando que não é algo “mecânico”, como salientado por um cliente. O telefonema de satisfação é uma estratégia de relacionamento importante utilizada pela loja Tevah, podendo ser verificada sua relevância através da percepção que os clientes têm e, por meio da interface com a última etapa do processo de compra do consumidor, explicitado por Kotler (2006), em que o mesmo afirma que uma empresa precisa realizar o contato com o cliente, realizando o monitoramento do pós-venda, pois isso passa a segurança e a confiança que o cliente busca. Isso é extremamente importante, pensando que a loja quer estabelecer um relacionamento duradouro com o cliente sendo que a confiança é um dos princípios a ser praticado nesse processo. De modo geral, em relação à estratégia de relacionamento adotada pela Tevah, o telefonema de satisfação tem um retorno bem interessante e uma aceitabilidade grande entre os clientes. Contudo, a loja ainda não abrange a maioria dos clientes nesse telefonema, sendo que muitos destes ainda não receberam esse feedback da loja, o que seria muito importante. Percepção quanto ao telefonema de aniversário Quanto ao telefonema de aniversário, a maior parte dos clientes da loja Tevah salientou que já receberam essa forma de tratamento e, se sentem bem com essa ação da loja. Alguns dos clientes entrevistados afirmaram não ter recebido o telefonema, mas apreciariam receber esse contato. E, uma parte menor dos clientes destaca que já recebeu, mas não acham que essa ação de relacionamento não seja algo muito importante. O Quadro 20 representa as respostas que apresentaram maior representatividade. 103 Quadro 20 - Percepção quanto ao telefonema de aniversário. PERCEPÇÃO QUANTO AO TELEFONEMA DE ANIVERSÁRIO CLIENTES RESPOSTAS Cliente 20 Recebo os telefonemas e mensagens de felicitação da loja e sempre fico feliz com a lembrança. Cliente 29 Já recebi. Muito bacana, denota preocupação com o cliente, e interesse da loja. Cliente 2 Já, acho muito especial, gera um círculo de amizade, acaba se tornando amigo deles (loja). Cliente 7 É excelente, acredito ser muito satisfatório ser lembrado pela loja em uma data especial. Denota importância. Cliente 15 Em relação ao telefonema de aniversário nunca recebi, mas acredito ser mais um diferencial, embora já existam mais lojas utilizando da mesma estratégia. Cliente 13 Não me lembro de ter recebido, mas sei que várias lojas praticam isso. Não seria tanto um diferencial. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). De acordo com as respostas apresentadas no Quadro 20, foram três grupos de respostas que apresentaram maior representatividade. Um dos grupos de clientes afirma já ter recebido essa forma de tratamento da loja, e que se sentem bem com a forma como a mesma realiza essa ação, visto que para eles, isso evidencia o interesse da empresa nos clientes, além de se tratar de uma lembrança importante em uma data especial e que eleva mais uma vez o nome da Tevah. Outro grupo de respostas refere-se aos clientes que ainda não receberam essa forma de tratamento pela loja, mas que apreciariam receber essa ação da Tevah. Pois, para eles, isso demonstra o interesse da empresa. Também, há um grupo de clientes, isto é, uma amostra pequena dos entrevistados, que afirma ter recebido o telefonema de aniversário, mas, para eles, não seria algo tão diferenciado e importante, uma vez que, já verificaram essa forma de tratamento sendo realizada por outras lojas do mesmo segmento, e que talvez a loja pudesse inovar nesse aspecto. De uma maneira abrangente, baseando-se nas respostas dos clientes, é possível inferir que o telefonema de aniversário constitui-se de uma forma interessante de aproximação com os mesmos. Os clientes gostam de ser lembrados em momentos especiais e, em datas importantes, como no aniversário. Assim, a loja acaba sendo lembrada também pelos clientes quando esses necessitam de algo e quando apresentam alguma necessidade. 104 É importante ressaltar mais uma vez, a autoestima citada por Maslow (apud Churchill e Peter, 2000), pois essa transmite um sentimento da pessoa, ou desejo, de se sentir importante, algo que as pessoas apreciam bastante, e o telefonema de aniversário é capaz de transmitir essa forma positiva e elevar a autoestima dos seus clientes, o que é positivo também para o processo de construção de relacionamento. Algo comentado por alguns clientes e que importa ressaltar, é que a estratégia de relacionamento que envolve o telefonema de aniversário é uma prática já utilizada por várias lojas e, então, não denotaria algo tão diferenciado da Tevah, o que talvez, mereceria algum ajuste ou aprimoramento dessa estratégia por parte da mesma. Percepção quanto às mensagens por telefone Em relação à percepção quanto às mensagens por telefone utilizado pela Tevah, verificou-se dentre as respostas dos clientes, que a maioria não recebe essa forma de tratamento da loja e, dos que não receberam ainda, a maioria também não acha que se trata de uma estratégia relevante. Outra parte dos clientes afirmou não ter recebido, mas, gostaria de receber essa atenção da loja. Já, outros preferem receber outra forma de tratamento, como, o atendimento pessoal. E, uma pequena amostra dos entrevistados, afirma que recebeu essa ação da loja e que gostou do contato realizado pela mesma. As respostas com maior representatividade podem ser verificadas no Quadro 21. Quadro 21- Percepção quanto às mensagens por telefone. PERCEPÇÃO QUANTO ÀS MENSAGENS POR TELEFONE CLIENTES RESPOSTAS Cliente 30 Já recebi e achei muito bacana também, é importante mostrar para você que é importante para a loja. Cliente 11 Mensagens por telefone eu nunca recebi, mas acho importante também no relacionamento com o cliente. Cliente 21 Nunca recebi mensagens por telefone, mas gostaria muito de receber. Cliente 12 Não recebi, também não acho que seja tão necessário. Cliente 3 Não recebi, e não acho muito importante, até por que não acompanho muito as mensagens que recebo pelo celular. Acho o atendimento pessoal mais importante. Cliente 9 Não recebi, mas também acho que não seja tão importante. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). 105 Como já salientado, a maioria dos clientes afirma não ter recebido essa forma de tratamento e, dentre esses, a maior parte dos entrevistados acredita que não se trata de uma estratégia importante, sendo que são variadas as respostas dos clientes do porquê de não achar a ação estratégica importante, podendo-se salientar, principalmente, de que os mesmos não dispendem o devido tempo para dar atenção a essa forma de comunicação. Uma parte representativa dos clientes, embora menor do que os que acreditam não ser necessária a estratégia, afirma que, mesmo não tendo recebido essa forma de tratamento pela loja Tevah, gostaria de receber e acha interessante. Já, alguns clientes, apesar de terem recebido a mensagem por telefone, preferem outra forma de comunicação da loja, como o e-mail ou, o atendimento pessoal, por exemplo. E, uma parte pequena de clientes afirmou já ter recebido a mensagem da loja, e que aprecia esse tratamento. Verificadas as respostas dos clientes da Tevah, pode-se perceber que, em relação à estratégia de mensagens por telefone, esta, constitui-se de uma forma não muito usual de relacionamento com os clientes, que é utilizada pela loja. Para a maioria dos clientes, quando questionados sobre a importância e relevância, ou como percebiam essa estratégia utilizada pela Tevah, os mesmos responderam que não apresenta grande relevância mostrando-se, de certa forma, um tanto indiferentes em torno dessa ação estratégica da loja. Percepção quanto à surpresa para os clientes Quanto à percepção sobre a surpresa para os clientes, outra estratégia de relacionamento utilizada pela loja Tevah, percebeu-se depois de verificadas as respostas dos clientes que, grande parte dos mesmos ainda não recebeu esse tratamento. Outra parte significativa dos clientes afirmou que já recebeu essa ação da loja, e alguns clientes salientaram que desconhecem a ação praticada pela loja e, outros, apresentaram indiferença em relação à ação aplicada pela Tevah. Através do Quadro 22 podem ser observadas as respostas mais recorrentes. 106 Quadro 22 - Percepção quanto à surpresa para os clientes. PERCEPÇÃO QUANTO À SURPRESA PARA OS CLIENTES CLIENTES RESPOSTAS Cliente 1 Já recebi, e incentiva você a voltar na loja, pois se sente importante, valorizado para voltar para a loja. Cliente 12 Quando comprei o terno completo me deram cinto e meia. Muito importante o brinde. Cliente 5 Nunca recebi essa surpresa, mas acho interessante, pois, é um agrado importante para o cliente e que poderá atraí-lo para compras futuras. Cliente 6 Nunca recebi realmente uma surpresa para o cliente é interessante, eu procuro aplicar com os clientes na minha empresa com brindes diferenciado. O cliente não espera, causa uma boa sensação. Cliente 24 Acho legal receber um brinde, é algo diferente, me sinto feliz com isso, embora ainda não tenha recebido e prefiro alguns descontos a mais nas compras do que talvez essa opção. Cliente 17 Não é tão importante, acho importante os preços também para manter o cliente. Fonte: Dados conforme pesquisa realizada pelo autor (2014). Conforme sinalizado nas respostas do Quadro 22, parte significativa da amostra de clientes entrevistados não recebeu essa ação estratégica utilizada pela loja. Contudo, é importante ressaltar que, dentre os clientes que não receberam ainda uma surpresa da loja, é quase que unânime por parte destes que gostariam de receber essa atenção, embora a mesma ainda não tenha praticado. Uma parte importante dos clientes entrevistados afirmou já ter recebido esse tratamento da loja e expressou seu contentamento com o que recebeu. Os clientes que receberam, destacam que essa é uma forma muito importante de tratamento da Tevah, sendo algo que, muitas vezes, como salientado pelos mesmos, não se espera receber e agrega ainda mais valor ao relacionamento. A estratégia surpresa para o cliente é uma forma de atribuir ainda mais valor às vendas efetuadas pela empresa. Isso pode ser comprovado pelo pensamento de Gordon (2002) ao afirmar que é preciso buscar formas de gerar valor agregado e único para o consumidor, pois dessa maneira se faz a gestão do relacionamento de forma eficaz. Alguns clientes, isto é, uma pequena amostra dos entrevistados, afirmou desconhecer qualquer ação da loja nesse sentido e, outros, também, demonstraram ser indiferentes a esse tipo de ação. Alguns clientes acreditam que é mais relevante conseguir preços melhores do que, em contrapartida, receber alguma surpresa da loja. 107 De maneira geral, em relação às respostas analisadas, é notório que a loja não aplica essa ação de relacionamento com todos os clientes, embora, os que foram entrevistados, já possuem um grau de afinidade e relacionamento mais próximo com a empresa. Percepção quanto ao sob medida Tevah Em relação ao sob medida Tevah, observou-se por meio das respostas dos clientes, que uma parte significativa destes, já utilizou esse serviço da loja. Outra parte importante dos clientes nunca utilizou esse serviço proporcionado pela mesma, mas, almeja ainda utilizar. As respostas que tiveram maior incidência podem ser observadas no Quadro 23. Quadro 23 - Percepção quanto ao sob medida Tevah. PERCEPÇÃO QUANTO AO SOB MEDIDA TEVAH CLIENTES RESPOSTAS Cliente 3 Já utilizei, e acredito ser um diferencial muito grande para a loja, pois individualiza o cliente, há personalização para o mesmo. Cliente 26 Já utilizei, e acho muito legal, de boa qualidade também. É um diferencial da loja que não se encontra da mesma forma em outras. Cliente 13 Já, bem feito, com boa alfaiataria. Acho ser um diferencial importante. Ajudam a realizar os ajustes necessários. Cliente 4 Acho muito bom, bom caimento. É um diferencial da loja. Cliente 6 O serviço de sob medida Tevah nunca utilizei, mas conheço, contudo, já utilizei a mesmo na empresa em que sou gerente, para a confecção de um uniforme sob medida para um dos funcionários. É realmente muito bom, perfeito e também minucioso nos detalhes da peça. Cliente 19 Nunca utilizei, mas com certeza deve ser algo interessante, proporciona exclusividade para o cliente. Não me lembro de uma loja com um diferencial como esse da Tevah. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Como salientado no Quadro 23, uma parte significativa dos clientes já utilizou o sob medida da loja e, para os mesmos, trata-se de um diferencial importante que a Tevah oferece, gerando exclusividade. Os clientes que já utilizaram o sob medida sentem-se muito satisfeitos e consideram um diferencial muito importante praticado pela loja. Outro grupo de clientes entrevistados destacam que nunca utilizaram o sob medida Tevah, mas, conhecem e, pretendem ainda utilizar essa forma de tratamento oferecida pela loja para a confecção de alguma peça de vestuário. Pode-se perceber de uma forma bastante 108 expressiva entre esses clientes que ainda não utilizaram o sob medida, respostas que remetem a uma aceitabilidade bastante grande em relação a essa estratégia utilizada pela loja. É importante ressaltar que, não foi constatada nenhuma resposta em relação aos clientes Tevah que não fosse favorável a essa estratégia de relacionamento. Verificou-se que, mesmo não utilizando esse serviço disponibilizado pela loja, a maior parte dos clientes conhece esse tratamento da mesma e, isso é importante, pois demonstra que é uma estratégia consistente e que gera resultados para a loja Tevah. Em relação à estratégia de relacionamento utilizada pela loja, o sob medida Tevah, é possível realizar a interface com a concepção de Berry (2001), que traz a ideia de que os relacionamentos trazem benefícios aos clientes e as empresas, principalmente, quando se refere à clientes de serviços, em que, qualquer forma que deixe o serviço mais tangível para o cliente, eleva a confiança do mesmo. Ainda, conforme o autor, os clientes tendem a buscar um relacionamento mais duradouro com a empresa, no momento em que tem uma boa experiência de consumo, principalmente, em se tratando de serviços financeiros, profissionais, de transporte, de saúde, dentre outros, uma vez que, possuem uma importância, envolvimento, complexidade, variabilidade e continuidade significativas. É possível verificar que o cliente busca pontos que lhe dê segurança para efetuar novas compras e manter um relacionamento com a loja e, principalmente, quando tem uma boa experiência de consumo, como afirma Berry (2001). Isso pode ser verificado pela estratégia utilizada pela Tevah, no sob medida, em que a roupa é feita nos mínimos detalhes, o cliente sabe como vai ficar, pois, é tudo medido e as formas previamente estabelecidas, garantindo a segurança para o mesmo. Como é algo que realmente satisfaz a demanda do cliente por ser moldado às suas características individuais, esse tipo de ação acaba gerando a fidelização do mesmo e a perpetuação do relacionamento com a loja. Com o sob medida Tevah, a loja estabelece a customização do produto, algo muito importante para a construção do relacionamento próspero e duradouro entre empresa e cliente. Conforme afirma Gordon (2002), é preciso, como sugere o nome, aliar novas possibilidades de fazer determinada coisa aos costumes, às necessidades ou características que norteiam o comportamento dos consumidores de maneira única para cada um. Ainda, segundo Gordon (2002), para se agradar um cliente hoje, não basta realizar um bom serviço ou vender um ótimo produto de modo geral. Muitas vezes, determinados clientes aspiram muito mais do que apenas o “habitual”, e procuram algo que os diferencie, pois isso 109 demonstra para o cliente a importância que o mesmo possui para a empresa, e faz com que este se sinta bem com a relação de consumo que estabeleceu e, como consequência, o fortalecimento do vínculo de relacionamento. Percepção quanto ao bônus de recompra Quando questionados sobre o bônus de recompra, mais uma estratégia utilizada pela Tevah, houve, principalmente, três grupos de clientes que concentraram a maior parte de respostas, convergindo para um pensamento semelhante. Grande parte dos mesmos afirmou nunca ter recebido essa forma de tratamento da loja. Outra parte significativa de clientes entrevistados sinalizou já ter recebido o bônus de recompra e a aceitabilidade é grande por parte destes. Ainda, teve um grupo de clientes que recebeu essa ação da loja, mas, prefere que a mesma utilize formas alternativas. As respostas que apresentaram maior incidência podem ser verificadas no Quadro 24. Quadro 24 - Percepção quanto ao bônus de recompra. PERCEPÇÃO QUANTO AO BÔNUS DE RECOMPRA CLIENTES RESPOSTAS Cliente 3 Já ganhei e achei fantástico, excelente ideia. Cliente 9 Já recebi, acho bom. Garante o cliente. Talvez o cliente compre até atingir o bônus. Cliente 8 Já recebi, não acredito que seja tão importante, prefiro o desconto dado no momento da compra nos produtos. Cliente 12 Acredito mais no preço do produto do que nesse tipo de ação. Cliente 5 Nunca recebi, acho interessante, mas prefiro já o desconto no produto mesmo. Cliente 23 Nunca recebi da loja. Acho importante e gostaria de receber. Cliente 17 O bônus de recompra também desconhecia. Acredito ser um diferencial também. Atrai de novo o cliente até a loja. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Pode-se observar, através do Quadro 24, que grande parte dos clientes afirmou nunca ter recebido essa forma de tratamento da loja, mas, mesmo assim, gostaria muito de receber essa forma de tratamento, acham interessante e consideram como sendo um diferencial importante da mesma. Outra parte significativa de clientes destacou que já recebeu e, dentre os que receberam, a aceitabilidade foi grande. Os clientes afirmaram ter gostado bastante, contudo, 110 alguns afirmaram que o prazo para a utilização do bônus expirou, nesse caso sugerem, então, que o prazo de utilização fosse estendido. Outro grupo de clientes afirmou que, embora achassem interessante a estratégia utilizada pela loja, preferem formas alternativas e que a Tevah possa oferecer, como, um desconto já no momento em que o cliente está adquirindo o produto na loja. O bônus de recompra pode ser entendido como uma forma importante de construção de relacionamento e que possibilita a venda, como observado através de Godoy (apud ZAMBERLAN et al, 2009), em que o mesmo acredita que os impulsos de comprar são influenciados por desejos pessoais, que necessitam apenas de uma sensação de vantagem que justifique a compra. Desse modo, explorando mais isso, as vendas ocorrerão de maneira mais frequente do que se espera. O cliente gosta de sentir que teve ou tem uma vantagem, e percebendo que possui a mesma, certamente procura retornar ao lugar que a obteve, no caso, a loja Tevah. Estabelecendo uma ação de relacionamento como o bônus de recompra que a loja oferece, é mais um ponto favorável para a fidelização e manutenção dos atuais clientes. Percepção quanto ao espaço para noivos Quanto à percepção sobre o espaço para os noivos, grande parte dos clientes Tevah demonstrou não ter participado de uma situação que envolvia essa forma de tratamento da loja. Outra parte considerável dos mesmos afirmou que desconhecia essa ação estratégica da loja. E, uma parte menor dos clientes entrevistados conhecia a estratégia e, já tinha estado em uma situação que pôde observar a aplicação prática da mesma. As respostas que tiveram maior recorrência podem ser observadas no Quadro 25. Quadro 25 - Percepção quanto ao espaço para noivos. PERCEPÇÃO QUANTO AO ESPAÇO PARA NOIVOS CLIENTES RESPOSTAS Cliente 6 Conheço o espaço que é dedicado para os noivos no dia do casamento e acredito ser um nicho de mercado muito interessante para a loja, interessante, facilitando, até mesmo, a vida dos noivos. Cliente 25 Excelente, principalmente para pessoas de fora da cidade. Conheço um casal que é cliente meu, que foram em um casamento e passaram por essa situação e acharam fantástico. Cliente 16 Nunca recebi ou participei desse diferencial oferecido pela loja, mas é mais um diferencial, e recomendaria para outras pessoas. Continua... 111 Continua... Cliente 1 Não conheço. Acredito ser bem relevante, pois agrega mais clientes para a loja com a ambientação criada para o noivo, atraindo padrinhos e outros convidados que acabam conhecendo a loja. Cliente 22 Acho muito legal, nunca tinha ouvido falar da Tevah, mas já de outras pessoas. É um diferencial. Cliente 18 Nunca tinha ouvido falar ainda, mas é um tratamento especial, acredito que gostaria de receber esse atendimento. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Conforme exposto, uma parte considerável dos clientes da loja afirmou que não conhecia essa ação utilizada pela empresa, mas, dentre os mesmos, após receber a explicação do que se tratava a ação realizada pela Tevah, acreditam ser um diferencial muito importante, algo que não é comum, e que se torna uma ferramenta estratégica importante da loja. Outra parte dos clientes, a menor parte, conhecia e já tinha presenciado uma situação em que pôde observar esse programa sendo utilizado pela loja ou, até mesmo, já tiveram contado próximo com clientes que passaram por uma situação que tiveram esse tratamento da Tevah e acharam fantástico, gostaram muito, sendo para eles, muito importante esse tipo de tratamento em uma data especial, como, no caso de um casamento. Em suma, a aceitabilidade do programa de relacionamento evidenciado é bastante grande, é considerado como algo importante e capaz de deixar os clientes à vontade. É avaliado de maneira positiva e, como salientado até mesmo pelos clientes, acaba deixando esse trabalho evidenciado para um grande número de possíveis novos clientes, já que, padrinhos e parentes especiais do noivo no dia do casamento podem receber esse tratamento na Tevah junto com o noivo. A estratégia de relacionamento “espaço para os noivos”, utilizada pela loja é mais uma forma de gerar valor agregado à venda, e que pode ser corroborado pelo pensamento de Gordon (2002), quando o mesmo afirma que, é preciso buscar formas de gerar valor agregado e único para o consumidor, pois é dessa maneira que se faz a gestão do relacionamento de forma eficaz. Com isso, torna-se mais fácil a fidelização e retenção dos clientes. Percepção quanto aos motivos decisivos para a fidelização Quanto aos motivos decisivos para a fidelização, os clientes da Tevah salientaram que é, principalmente, pelo atendimento qualificado, pelos produtos de qualidade e atualizados, 112 bem como, um pós-venda realizado de maneira adequada. As respostas com maior representatividade podem ser verificadas no Quadro 26. Quadro 26 - Percepção quanto aos motivos decisivos para a fidelização. PERCEPÇÃO QUANTO AOS MOTIVOS DECISIVOS PARA A FIDELIZAÇÃO CLIENTES RESPOSTAS Cliente 6 Para a fidelização de clientes é decisivo em primeiro lugar cuidar o atendimento, sendo ele qualificado, em que, mesmo não gastando no primeiro encontro o cliente vai retornar e vai comprar em outras oportunidades, pois terá boas lembranças da loja e irá lembrar-se dela. O cliente tem que se sentir seguro com a loja. Cliente 12 Bom atendimento, perfil que dá certo, pós-venda adequado, aconselhamento do vendedor não agindo de maneira incisiva sobre o cliente. Cliente 7 Bom atendimento, pós-venda, produtos que possui. Mix diferenciado. Trabalhar com amostras e vendas a domicílios. Lembranças em datas específicas e importantes para o cliente. Cliente 11 Atendimento x qualidade x pós-venda. Cliente 28 Atendimento, a qualidade, tratamento do vendedor que te leva até a porta. O tratamento diferenciado Tevah. Cliente 16 Honestidade com o cliente, cuidar bem do atendimento, oferecendo um bom atendimento. Qualidade dos produtos que está oferecendo. Fazer bem feito, aplicação de um bom atendimento como garantia. Cliente 5 Bom atendimento. Simpatia dos atendentes. Produtos de qualidade. Não querer fechar uma venda a todo custo. Estratégias de marketing de relacionamentos (mensagens, ligações, promoções especiais, etc.). Cliente 8 Manter os produtos sempre atualizados com um atendimento diferenciado. Atender bem os clientes, independente da forma como esse vai vestido até a loja, ou seja, se está mais despojado não deixar de dar a devida atenção por causa disso. Cliente 26 Atendimento de qualidade e valorização do cliente sempre. Também precisa oferecer produtos de boa qualidade com durabilidade e que estejam na moda. Condições de pagamento e preços acessíveis também são importantes. Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Com base no Quadro 26, um dos motivos precípuos e que contribui para a fidelização e construção de relacionamento, conforme os clientes da Tevah, é o atendimento qualificado que a loja precisa oferecer. Para tanto, algo que se encontra inserido dentro de um bom atendimento e que foi observado pelos clientes é de que, os vendedores ou consultores em moda devem dispender à atenção adequada no momento da venda, assessorar o cliente em suas escolhas, mas, ao mesmo tempo, deixá-lo à vontade em suas decisões de compra e, não realizando um estilo de venda agressiva (hard selling), impondo os produtos aos clientes sem dar a devida atenção e a demanda do mesmo. Outro motivo que apareceu com grande incidência nas respostas e que contribui, segundo os clientes da loja, para a construção de um relacionamento mais duradouro são os 113 produtos de qualidade que a mesma precisa oferecer, devendo mantê-los atualizados conforme a moda em vigor no momento. Os clientes também consideram importante, conforme as respostas apresentadas, o pós- venda adequado, ou seja, não apenas vender o produto, mas, se o cliente precisar de um assessoramento, a loja possibilitar esse acompanhamento para o mesmo. Em suma, é a combinação de vários aspectos que contribui para a construção de um relacionamento duradouro e mutuamente satisfatório entre empresa e cliente, a saber: o atendimento qualificado, os produtos de qualidade e atualizados, e um pós-venda adequado. São passos que devem ser seguidos para realizar uma boa venda e completa, conforme verificado através das respostas dos clientes da loja Tevah. Se a Tevah deixar de cumprir um dos aspectos mencionados, por exemplo, realizando um bom atendimento, mas, pecando no pós-venda, em uma situação na qual o cliente necessita de uma atenção em relação ao produto, por esse ter apresentado algum defeito, e o mesmo não ter sido atendido, o cliente já não sentirá uma confiança plena na loja. É cada vez mais recorrente observar em relação ao mercado consumidor atual, o aumento das possibilidades de compra em relação aos clientes, ou seja, cada cliente tem inúmeras opções de marcas, modelos, e meios para adquirir os seus produtos. Desse modo, conquistar o mesmo, já não é algo fácil, dada à competição cada vez mais acirrada. Para tanto, pode-se observar a significância do marketing de relacionamento e, como pensa Vavra (apud DUARTE, 2003), é cada vez mais difícil a retenção dos clientes em um mercado altamente competitivo e agressivo, pois a lealdade a uma marca é, muitas vezes, pequena. Nesse sentido, conquistar novos clientes, se comparado com a retenção, torna-se viável quando o tempo de vida de compra dos clientes atuais com a empresa é prolongado. Portanto, a retenção dos clientes torna-se mais importante do que a atração dos mesmos. Como observado, dentre as ações de relacionamento que convergem para a fidelização dos clientes, a Tevah vem estabelecendo um trabalho eficiente nesse sentido, conforme verificado nas respostas dos próprios clientes. A loja realiza um atendimento qualificado, individualizado e voltado às necessidades dos mesmos, bem como, oferecendo produtos de qualidade e atualizados e, além disso, realizando um pós-venda adequado em relação às demandas apresentadas pelos seus clientes. 114 4.6 Ajustes nas estratégias de relacionamento que apresentam fragilidades e emissão de um parecer sobre as que apresentam potencialidades Em relação às estratégias de relacionamento que apresentam algumas fragilidades, e que poderiam ser ajustadas em alguns pontos, está o layout e ambientação, telefonema de aniversário, mensagens por telefone, surpresa para o cliente, sob medida Tevah, espaço para noivos, e o bônus de recompra. Ajustes na estratégia layout e ambientação Em relação ao ambiente e layout da loja, foi comentado por alguns clientes, que seria interessante realizar o aumento no espaço da loja, possibilitando a exposição ainda maior dos produtos de vestuário de moda masculina e tornando o ambiente ainda mais aconchegante aos clientes. O gestor da Tevah também segue a opinião de que a loja precisa ser ampliada para poder oferecer um ambiente maior para os clientes, criando um espaço dedicado ao sob medida, proporcionando ainda mais exclusividade a cada cliente. Em relação a essa perspectiva, o próprio gestor já iniciou um projeto e a loja já está sendo ampliada. Pela interface entre a opinião do gestor e dos clientes, verificou-se que é importante para a loja, buscar o aumento no espaço, tendo em vista que, quando há um aumento de fluxo na mesma, não se consegue deixar o cliente à vontade como se deveria e como é a característica da loja. Com a ampliação também seria possível a criação de um espaço dedicado ao sob medida Tevah, que é algo muito importante para a loja e a diferencia perante a concorrência. Telefonema de aniversário No que se refere ao telefonema de aniversário, embora, a aceitabilidade dos clientes da loja seja grande, vários destes comentaram que se trata de uma estratégia já utilizada com bastante frequência por outras lojas do mesmo segmento, não causando uma diferenciação importante para a Tevah. 115 Para o gestor da loja, o mesmo também considera que é uma estratégia que precisa ser aprimorada em virtude da frequente utilização pelas demais lojas que atuam no mercado o que, para ele, já não traz um resultado muito positivo e diferenciado considerando o que os clientes da Tevah buscam. Portanto, tendo em vista que os clientes esperam algo mais e o próprio gestor entende que a estratégia mostra-se insuficiente em relação ao mercado, é preciso realizar o melhoramento desta. Como sugestão, a Tevah poderia, além de ligar para os clientes na data do aniversário, oferecer um desconto especial nas compras efetuadas na loja e que o cliente pudesse desfrutar dentro do período de uma semana, por exemplo. Isso estimularia o cliente a ir até a loja também e, com certeza, o mesmo sentiria que tem uma importância significativa. Já seria algo superior do que apenas uma simples ligação telefônica. Mensagens por telefone Em relação à estratégia de mensagens por telefone, conforme a concepção dos clientes, em sua maioria, é considerada uma ação sem grande relevância, já que, de acordo com boa parte destes, não é dada a devida atenção à essa forma de comunicação, não dispendendo o tempo para isso, além de que, para vários clientes, é uma ação que não precisaria ser utilizada, podendo ser empregada ou trocada por outra forma de comunicação, como, um e-mail, que seria dada uma atenção maior. Para o gestor, trata-se de uma estratégia que já não é mais muito utilizada pela loja e, que, para o mesmo, é preciso a sua modificação ou, até mesmo, a sua exclusão enquanto ação de relacionamento. Como se observou, a ação estratégica de mensagens por telefone já não é algo importante e que diferencia a Tevah das demais lojas, sendo sinalizado pelos clientes e, até mesmo, pelo gestor da loja que salienta que a mesma precisaria ser revista e/ou excluída enquanto ação de relacionamento. Para tanto, conforme já observado a loja já possui outras formas de se relacionar com seus clientes e que oferecem um retorno mais interessante que, inclusive, os clientes apreciam mais, sugere-se, então, a eliminação dessa estratégia pela loja. 116 Surpresa para o cliente No que tange a estratégia de relacionamento surpresa para o cliente, os clientes que receberam essa forma de tratamento da loja apreciam muito essa ação. Contudo, percebeu-se pela entrevista realizada com os mesmos que, grande parte desses não tinham ainda recebido essa ação por parte da loja, mas que gostariam de receber essa surpresa da mesma. Para o gestor, trata-se de uma estratégia que não é utilizada com todos os clientes, e sim, com os que frequentam a loja de forma mais regular. Em relação à alguma modificação na mesma, o gestor não indicou nada a respeito. No que tange à estratégia mencionada, se percebe que é uma ação diferenciada desenvolvida pela loja e que os clientes que receberam gostaram bastante. Mas, como salientado por grande parte dos clientes entrevistados, muitos destes não receberam, o que mereceria uma atenção maior da loja, realizando um acompanhamento mais próximo, para que não ocorra descuido em relação a alguns clientes, realizando essa ação com mais atenção tanto para os clientes assíduos como também para os que frequentam menos vezes a loja. Para tanto, sugere-se que a Tevah monitore com mais cuidado os clientes que frequentam a loja e tente adequar essa estratégia para os mesmos não incorrendo no risco de deixar algum cliente assíduo e importante para loja fora dessa ação. Também, seria interessante que a loja estipulasse brindes pelos valores que cada cliente gasta na mesma, criando parâmetros nesse sentido, de modo que os brindes não se tornem desproporcionais de um cliente para outro. Sob medida Tevah O sob medida Tevah, é um diferencial muito importante da loja sendo considerado algo diferenciado pelos seus clientes. Para os clientes que já utilizaram esse serviço proporcionado pela loja gostaram muito e recomendam a sua utilização para outras pessoas. Há, dentre os clientes entrevistados muitos que conhecem essa ação da loja, mas nunca utilizaram, tendo a vontade de experimentar esse serviço. E, mesmo os clientes que não conheciam essa ação, depois de entender do que se trata, exprimem um pensamento positivo em relação à mesma, tendo o desejo de utilizar esse serviço. 117 O gestor da loja considera, o sob medida Tevah, um diferencial importante da mesma, pois se trata do emprego de uma tecnologia europeia através de computador que, apenas, a Tevah detém a possibilidade de sua utilização para confecção de suas peças sob medida. É algo que diferencia a Tevah da concorrência. No que tange à estratégia mencionada, percebe-se a sua influência positiva em relação aos clientes, dada sua característica de diferenciação e personalização que a mesma proporciona. Também, nota-se pela visão do gestor, que é uma ação importante da loja e que a diferencia das demais. Contudo, sugere-se que a loja ofereça mais essa possibilidade para os clientes, uma vez que muitos afirmaram conhecer pouco sobre esse serviço, mas nunca ter utilizado, mesmo apresentando vontade para isso. Espaço para noivos No que se refere à estratégia de relacionamento espaço para noivos, é possível inferir pela entrevista realizada com os clientes que, vários destes conhecem e apreciam essa ação da loja. Outra parte significativa dos clientes conhece e já passou por uma situação em que pôde presenciar essa ação na prática, pela presença na loja no dia em que o noivo se vestiu para o casamento. Contudo, uma parte dos clientes desconhecia essa ação mas, quando explicitado do que se tratava, reconheceu como sendo uma ação importante da loja. Para o gestor da loja, trata-se de uma ação que gera uma diferenciação importante da loja no mercado, embora algumas lojas estejam já “copiando” essa ação. Agrega visibilidade e aumenta a rede de relacionamentos pela presença de várias pessoas, parentes ou padrinhos do noivo no dia em que o mesmo se veste na loja. Em relação à estratégia mencionada, percebe-se que é uma ação diferenciada da loja, e que auxilia na construção de relacionamentos pela rede de contatos que são realizados, pela exposição da loja às pessoas que vão até ela. Contudo, muitos dos clientes desconheciam essa possibilidade o que, talvez, a empresa poderia fazer é divulgar mais essa ação aos seus clientes em momentos oportunos, pois atrairia ainda mais clientes para a loja possibilitando novos negócios e contatos para a mesma. Bônus de recompra Em relação ao bônus de recompra, é uma estratégia já usual dentre as demais lojas do mesmo segmento, assim sendo, não é algo que diferencie de modo significativo à Tevah. 118 Como salientado pelos clientes da mesma, em sua maior parte, os mesmos apreciam essa ação da loja. Existem alguns clientes que desconheciam ou, que ainda, não tinham recebido essa ação e, uma parte destes, acredita que essa estratégia não seja muito relevante, sendo que os mesmos preferem outras alternativas oferecidas pela loja, como o próprio desconto no momento da compra. Para o gestor, o mesmo considera como uma estratégia importante que, talvez, somente ela, não gere a fidelização do cliente, mas que ajuda a agregar ainda mais valor ao relacionamento. Em relação ao gestor, esse não salientou nenhuma medida para o melhoramento dessa estratégia. Como observado, o bônus de recompra, é uma ação estratégica importante utilizada pela loja, pois, acaba ajudando a influenciar o retorno do cliente à mesma. Entretanto, vários clientes entrevistados salientaram que não consideram essa ação como sendo relevante, e que a Tevah poderia até mesmo oferecer um desconto maior já no momento da aquisição de seus produtos na loja. Em virtude disso, sugere-se um conhecimento maior em relação ao cliente para identificar se o mesmo gostaria de receber essa ação, ou se um desconto no momento da compra faria uma diferença maior e capaz de fortalecer ainda mais o relacionamento com a Tevah. É preciso ressaltar as estratégias de relacionamento que apresentam grandes potencialidades para a Tevah, dentre elas, o atendimento da loja, o e-mail de agradecimento, o sob medida e, também, o espaço para noivos. Em relação ao atendimento Tevah, pelo que foi observado através da concepção e explanação do gestor da loja, e pela observação das respostas oriundas das entrevistas com os clientes, é a estratégia que apresenta a maior potencialidade da loja, com o maior número de aspectos positivos. Conforme salientado pelo gestor, a Tevah tem como slogan, “oferecer o melhor atendimento da vida do cliente”, e isso se comprova quando se verificou as respostas dos clientes sobre o atendimento, sendo que, foi de forma geral pela percepção destes, que o atendimento é o diferencial da loja e, como salientado por um dos clientes, “Foi à loja que melhor atendido eu fui até hoje”. O sob medida Tevah é outra estratégia de relacionamento muito importante da loja, pois proporciona o desenvolvimento de uma roupa de maneira exclusiva e personalizada para o cliente. Segundo Kotler (2006) e Gordon (2002), fatores como a personalização e a exclusividade se encaixam de maneira importante no processo de construção do 119 relacionamento com os clientes e, é uma tendência cada vez mais recorrente entre os clientes buscar a individualidade na aquisição de seus produtos. Nesse ponto, a loja se destaca significativamente, observando que a mesma apresenta tecnologia europeia utilizada em seu processo produtivo para a confecção de suas roupas, e que é uma exclusividade da Tevah. O e-mail de agradecimento também pode ser considerado como uma estratégia de relacionamento com grande potencialidade, pois serve para reforçar a escolha correta pelo cliente, pois, quando o mesmo recebe o e-mail, o cliente percebe a atenção e a importância que o mesmo representa para a loja e tem mais um ponto positivo para pensar em relação à empresa de vestuário. Essa ferramenta torna-se importante, também, visto que, conforme a literatura de Kotler (2006), quando o mesmo salienta as fases do processo de venda de um produto, em específico, a fase do pós-compra, é importante que o cliente entenda que fez a escolha correta e que sua decisão seja reafirmada para que o mesmo não experimente o que se chama de dissonância cognitiva, o que seria algo negativo para a continuidade do relacionamento com loja. Outra estratégia de relacionamento com grande potencialidade desenvolvida pela loja refere-se ao espaço para noivos, em que, através do mesmo, o noivo se veste na própria loja acompanhado dos seus padrinhos e parentes. Com isso, a Tevah se torna ainda mais visível à várias outras pessoas, aumentando sua rede de relacionamento e possibilitando a prospecção de novos clientes. Em relação ao noivo que teve todo o acompanhamento realizado pela loja, sendo assessorado em uma data importante, seguramente, auxilia de forma muito positiva para a continuidade e fortalecimento do relacionamento com o mesmo. 4.7 Novas estratégias de relacionamento com clientes na loja Tevah Uma proposição importante no que tange à uma nova estratégia de relacionamento seria a aplicação de maneira mais efetiva do software responsável pelos dados dos clientes, ou seja, com o melhoramento do mesmo poderiam ser agregadas mais informações e que demonstrassem a experiência de consumo de cada cliente, tendo atuação realmente como CRM para a loja. Hoje, o software responsável pelo cadastro dos clientes da loja mostra-se incipiente frente às necessidades de gestão do relacionamento com o cliente. Com uma aplicação mais efetiva e pautada nos objetivos da loja, o gestor poderia exercer um melhor acompanhamento das necessidades dos seus clientes, adequando com maior facilidade os produtos certos para cada cliente, emitir relatórios sobre clientes e com 120 uma análise mais refinada, maximizar suas vendas e exercendo um relacionamento cada vez mais próximo com os mesmos. Em relação à aplicação do CRM, como já acontece atualmente em outros segmentos de empresas, como, no caso de um banco, em que o cliente é chamado pela senha e no computador do atendente já pode ser verificado o perfil do mesmo naquele momento, isso poderia ser aplicado também à uma loja de vestuário masculino, no caso da Tevah. Quando o cliente adentrar na loja, se já souber o nome do mesmo, o atendente pode tentar uma maneira de inserir o nome do cliente no CRM que a loja possui e, assim, poderá atender a esse cliente conhecendo as suas características e não oferecendo algo que não seja de interesse deste e que o mesmo já tenha expressado anteriormente. Em suma, o CRM possibilita um estreitamento e uma gestão eficaz da base de cliente amentando a rentabilidade e o valor agregado por cada cliente. Isso é possibilitado com a otimização das informações sobre o mesmo, pois as informações sobre os clientes de maneira isolada sem serem trabalhadas são apenas informações, mas, se geridas, podem possibilitar a otimização dos processos associados às vendas. É como elucida Kotler (2006), com base no conhecimento das preferências e históricos de relações de consumo anteriormente praticadas, pode-se realizar a customização dos produtos, serviços, programas, mensagens e mídia. Nesse sentido, torna-se, pois, mais fácil à realização e o correto direcionamento de ações de fidelização e retenção da atual base de clientes. Ainda, conforme Kotler (2006), em empresas consideradas inteligentes, quando os clientes realizam qualquer contato com uma loja ou departamento específico da organização, dados sobre os mesmos são capturados. Dentro disso, pode se verificar históricos de compras, telefonemas para a solicitação de determinados serviços, além de cupons de reembolso enviados pelos próprios clientes. É através destes dados coletados que se busca, dentro da perspectiva de utilização do CRM, selecionar as informações que caracterizem traços característicos nas relações de consumo com os clientes, sendo possível a partir de então, realizar inferências sobre as necessidades e as respostas individuais dos clientes. Outra proposição de estratégia de relacionamento que poderia ser desenvolvida pela loja Tevah, seria um programa semelhante ao desenvolvido pelos bancos na concessão do cartão de crédito pelos mesmos, com a possibilidade de acumular pontos que podem ser trocados por milhas que, por sua vez, permite a compra de passagens aéreas ou, também, a 121 possibilidade de troca por brindes diversos. Em relação à loja, poderia ser algo semelhante, em que, a cada determinado valor em compras, somava certa quantidade de pontos que poderiam ser acumulados para posterior desconto ou troca por algum produto. Seria algo que o cliente sentiria uma vantagem em adquirir seus produtos de vestuário na loja Tevah. O programa desenvolvido pela loja poderia ser chamado de Tevah Fidelidade, com a emissão de um cartão com a logomarca da loja e personalizado com o nome do cliente. O prazo para utilização dos pontos também deveria ser maior, para que não expire em um período de tempo muito curto, podendo acumular os mesmos pelo prazo máximo de seis meses. Outro programa de relacionamento que poderia ser desenvolvido pela loja é na data de aniversário dos clientes, em que, como se verificou pela opinião do próprio gestor da loja e conforme o depoimento de alguns clientes, a forma como a loja realiza hoje esse atendimento é importante; contudo, várias lojas já utilizam a mesma estratégia, o que não causa diferenciação no mercado. Poderia ser desenvolvido um programa de relacionamento que oferecesse um desconto especial para o cliente na data de aniversário e, dessa forma, além de ligar para o cliente e lhe parabenizar pela data, expor para o mesmo, a possibilidade que ele tem de adquirir algum produto, se não no mesmo dia, mas, na semana do aniversário, com um desconto especial. O programa poderia ser chamado de Presente Tevah. Algo que poderia ser desenvolvido como programa de relacionamento e que poderia influenciar na decisão de compra dos clientes na loja, seria a criação pela mesma, de um espaço específico para os clientes se vestirem, que contasse com recurso audiovisual que demonstrassem desfiles de modas de coleções Tevah, com modelos, ou mesmo com pessoas famosas que utilizam o vestuário da mesma. Os clientes, em muitos casos, procuram estabelecer algum ponto em comum, ou seja, buscar características e formas que descrevem e se coadunem com sua decisão de compra. Por meio da verificação de que, pessoas importantes no cenário social utilizam o vestuário Tevah, seria mais um ponto importante na maximização da experiência de consumo do cliente na loja, que possibilitaria negócios importantes e, ao mesmo tempo, algo diferenciado o que tornaria mais um aspecto relevante para os consumidores retornarem à loja, auxiliando na fidelização pelo reconhecimento da credibilidade que a marca Tevah oferece. As novas proposições de estratégias mencionadas até então, podem ser verificadas de maneira sintética no Quadro 27. 122 Quadro 27 - Proposições de novas estratégias – 5W2H. WHAT? WHY? WHERE? WHEN? WHO? HOW? HOW MUCH? O QUE? POR QUÊ? ONDE? QUANDO? POR QUEM? COMO? QUANTO? CRM corporativo Gestão do relacionamento com os clientes Na loja Até meados de 2015 Empresa especializada no desenvolvimento de CRM corporativo Pela criação de um sistema Verificar o valor com a empresa especializada no desenvolvimento do CRM Tevah Fidelidade Fidelização dos clientes Na loja Até meados de 2015 Gestor da loja em conjunto com a equipe Desenvolvimento de um cartão fidelidade Realização de um orçamento específico pela loja Espaço Tevah Fidelização dos clientes Na loja Até meados de 2015 Gestor da loja em conjunto com a equipe Criação de um espaço dedicado para os cientes se vestirem no ambiente da loja com recursos audiovisuais Realização de um orçamento com empresa especializada sobre os custos para montagem do espaço Fonte: Elaborado pelo autor (2014). 123 CONCLUSÃO Em relação ao presente estudo foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: conhecer o comportamento de compra dos consumidores da loja Tevah de Ijuí/RS; conhecer as estratégias de relacionamento com clientes adotadas pela loja Tevah de Ijuí/RS; identificar a percepção dos clientes acerca das estratégias de relacionamento utilizadas pela loja Tevah de Ijuí/RS; propor ajustes nas estratégias de relacionamento que apresentam fragilidades, e emitir parecer sobre as que apresentam potencialidades; e, propor, novas estratégias de relacionamento com clientes na loja Tevah de Ijuí/RS. Em relação ao comportamento de compra dos clientes da loja, observou-se pela pesquisa realizada que, os motivos precípuos para adquirir produtos de vestuário, conforme os clientes entrevistados é o desejo de elevar a autoestima, o bem estar em adquirir o produto de vestuário, a personalidade e a apresentação pessoal. Em relação aos fatores decisivos para comprar em uma loja de vestuário, os clientes expressaram, principalmente, o bom atendimento que uma loja de vestuário pode oferecer. Quanto à fidelidade dos clientes à loja Tevah, a maior parte dos entrevistados considerou que sim, são fiéis e pensam na Tevah como primeira opção. Apenas alguns clientes demonstraram que não se consideram inteiramente fiéis à loja. Ainda, em relação ao comportamento dos consumidores da loja, o que torna a Tevah como primeira na escolha de produtos de vestuário masculino, é o bom atendimento, a qualidade nos produtos, e a consolidação da marca Tevah no mercado. Quanto aos motivos para comprar em outra loja, os clientes da Tevah salientaram que é pela variedade dos produtos apresentados por alguma outra loja, algum produto específico ou, talvez, por alguns preços mais atraentes praticados pela concorrência. Sobre a forma como avaliam as alterativas de lojas de vestuário masculino, percebeuse pela entrevista, que as respostas dos clientes convergiram, principalmente, para o bom atendimento, em que os vendedores deveriam assessorar sem tentar forçar a venda. A fachada, a vitrine, a estrutura externa e interna da loja, bem como, a ambientação, também foram fatores importantes observados pelos clientes. Quanto à sensação ao adquirir os produtos de vestuário, a maioria dos clientes salientou que se sente bem ao consumir, pois, as compras são realizadas de maneira 124 programada, consciente, e não por impulso. A maioria dos clientes também expressou que não se arrepende das compras que efetuam. Os consumidores da Tevah, em sua maioria, também não mudariam seu comportamento de compra, e denotam estar satisfeitos com a forma como vem conduzindo suas práticas de consumo. Porém, alguns clientes salientaram que, talvez, comprariam menos por impulso. Em relação às estratégias de relacionamento adotadas pela loja Tevah de Ijuí/RS, observou-se as seguintes ferramentas: ficha gosto; o atendimento Tevah na loja; o atendimento a domicílio; o layout e ambientação; o e-mail de agradecimento; o telefonema de satisfação; o telefonema de aniversário; as mensagens por telefone; surpresa para o cliente; o sob medida Tevah; espaço para noivos; e o bônus de recompra. Cabe ressaltar a importância da estratégia da Tevah em relação ao atendimento que oferece na loja, em que o próprio slogan da loja é “oferecer o melhor atendimento da vida do cliente”. Também é significante ressaltar o e-mail de agradecimento, que ajuda na reafirmação da compra realizada pelo consumidor. Além disso, o sob medida Tevah, uma tecnologia diferenciada para confeccionar suas peças de vestuário, sendo capaz de gerar vantagem competitiva em relação à concorrência. Ainda, o espaço para noivos, que atrai inúmeras pessoas e possíveis novos consumidores para a loja, e contribui para o relacionamento com o cliente beneficiado com esse programa. No que tange à percepção dos clientes sobre os programas de relacionamentos utilizados pela loja, pode-se inferir em relação ao atendimento na loja, como um dos diferenciais observados pelos clientes entrevistados, considerado pelos mesmos como algo distinto e próprio da Tevah. Quanto ao atendimento a domicílio, os clientes, em suma, entendem como uma conveniência, ou seja, torna-se algo prático quando se pensa no tempo reduzido para os mesmos irem até a loja. Embora, alguns clientes demonstraram ainda preferir o modo tradicional em que esses vão até a loja para realizar suas compras. Em relação ao ambiente e layout da loja, pode-se sintetizar, conforme a opinião dos clientes, que se trata de um ambiente muito bom, aconchegante e convidativo para realizarem suas compras, e estes, se sentem à vontade no ambiente oferecido pela Tevah. Como citado por um dos clientes, “o ambiente é sempre harmônico e atualizado”. 125 No que se refere ao e-mail de agradecimento, os clientes sentem-se muito satisfeitos com essa forma de tratamento oferecido pela loja, embora, vários clientes dentro da amostra considerada para entrevista, salientaram que não receberam o e-mail da Tevah, mas, mesmo assim, apreciariam essa forma de tratamento. Quanto ao telefonema de satisfação, houve opiniões divergentes em relação aos clientes entrevistados. Mas, em síntese, a maior parte dos entrevistados já recebeu essa forma de tratamento da loja e, aprecia a mesma como forma de pós-venda, pois transmite segurança. Alguns clientes também afirmaram que nunca receberam esse contato. E, outros clientes, ainda, apreciam outras formas de comunicação oferecidas pela loja, como, o e-mail. Quanto ao telefonema de aniversário, percebeu-se que a maioria dos clientes aprecia o contato realizado pela loja, embora, muitos também acham que faltaria talvez, algo a mais, tendo em vista que as demais lojas pertencentes ao mesmo segmento já praticam essa ação, o que não diferencia a Tevah de outras. No que se refere às mensagens por telefone, essa ação já não é mais muito utilizada pela loja, o que se comprova pela opinião de vários clientes que afirmaram não ter recebido essa forma de contato da Tevah. Para a maioria destes, as mensagens poderiam ser dispensadas e substituídas por outra forma de relacionamento, como, o e-mail ou, até mesmo um contato presencial por meio de uma visita. A percepção quanto à surpresa para os clientes é bastante positiva de acordo com as respostas dos entrevistados, contudo, muitos afirmaram que não foram beneficiados com essa forma de tratamento da loja, e apreciariam receber essa ação da mesma. O sob medida Tevah, como programa de relacionamento, é visto com importância pelos clientes, em que, mesmo os que não utilizaram o sob medida, tem grande expectativa em utilizar e, para os que já usaram, recomendam a outros clientes, dado o seu grau de sofisticação e personalização que é proporcionado pela confecção da roupa dessa maneira. Para o bônus de recompra, verificou-se que os clientes da loja apreciam essa estratégia da loja. Contudo, teve uma amostra importante dos clientes entrevistados que afirmou nunca ter recebido essa forma de tratamento e, ainda, há alguns clientes que acreditam mais em outras ações da loja, por exemplo, o próprio desconto nos produtos. Em relação ao espaço para os noivos, evidenciou-se que é uma estratégia importante e que os clientes gostam bastante, sendo considerado pelos mesmos como um tratamento 126 diferenciado. Entretanto, ainda é uma parte pequena que participou de uma situação em que se verificou a aplicação prática dessa estratégia. No que tange aos motivos para a fidelização à loja, pode-se expressar de maneira sintética, pela percepção dos clientes entrevistados, que é o atendimento qualificado, os produtos de qualidade, e um pós-venda adequado. Verificou-se pela interface entre o pensamento explicitado pelos clientes da loja Tevah e pela concepção do gestor, que algumas estratégias precisam de alguns ajustes. Uma delas, que trata do layout e ambientação, evidencia-se a importância de um aumento na estrutura da loja que, embora tenha sido explicitado apenas por alguns clientes da loja, é algo que o gestor entende como relevante e que agregaria maior qualidade ao atendimento. Outra estratégia de relacionamento que se identificou fragilidades é o telefonema de aniversário, em que se sugeriu oferecer algum desconto especial na semana do aniversário do cliente e, não apenas, realizando o contato com o cliente e parabenizá-lo pela data do seu aniversário. Em relação às mensagens por telefone, sugeriu-se a sua exclusão como estratégia de relacionamento tendo em vista que, pela opinião dos clientes e, também, pelo gestor, não se trata de uma estratégia com grande relevância e a empresa não tem um retorno considerável por meio da mesma. Para à surpresa para os clientes recomendou-se que a Tevah observe com mais atenção os clientes que frequentam a loja com maior regularidade, uma vez que, a mesma pode incorrer no erro de deixar algum cliente importante sem receber esse tratamento. Como sugestão também, para o seu aprimoramento, sugeriu-se que a loja estabeleça os brindes pelos valores que cada cliente gasta com suas compras no estabelecimento. Quanto ao sob medida, como sugestão de aperfeiçoamento na estratégia, indicou-se que a loja ofereça e exponha a possibilidade do cliente dispor dessa forma de atendimento para que mais clientes possam utilizar a mesma, pois muitos conhecem, mas não utilizam, e com uma experiência positiva, essa estratégia poderia ser estimulada. Para o bônus de recompra, como proposição, foi salientado que a Tevah verifique a melhor forma de atender cada cliente, ou seja, se o mesmo prefere um desconto maior nos produtos na hora da compra ou talvez essa estratégia não seja a mais apropriada e, sim, o desconto. 127 Em relação às estratégias da Tevah que apresentam grandes potencialidades, foram identificadas as seguintes: o atendimento da loja Tevah; o e-mail de agradecimento; o sob medida; e, também, o espaço para noivos. Quanto à proposição de novas estratégias de relacionamento para loja, podem ser elencadas as seguintes estratégias: a instalação de um CRM corporativo, para melhor gestão dos dados sobre os clientes, buscando melhor atender as expectativas dos clientes; a criação do Tevah fidelidade, um cartão semelhante aos utilizados pelos bancos, possibilitando a acumulação de pontos no mesmo para recebimento de descontos em produtos ou, até mesmo, de acordo com certa quantidade de pontos acumulados, a troca por algum produto específico; e a criação de um espaço dedicado para os clientes se vestirem e que contassem com recursos audiovisuais, que demonstrassem desfiles de moda com coleções da Tevah e demais personalidades importantes utilizando o vestuário da loja, a estratégia teria o nome de espaço Tevah. Depois de atendidos os objetivos com o presente estudo, verificou-se que as estratégias de relacionamento com clientes mais indicadas para a loja Tevah de Ijuí/RS são o atendimento Tevah, o e-mail de agradecimento, o sob medida Tevah e o espaço para noivos. Por conseguinte, pode-se inferir ao final do trabalho realizado, que os objetivos inicialmente propostos foram atingidos e o conhecimento gerado através da pesquisa proporcionou a verificação da forma como ocorre a gestão do relacionamento na organização Tevah de Ijuí/RS. Foi uma possibilidade de realizar a interface entre a teoria e a prática organizacional, a identificação, principalmente, de alguns gargalos nas estratégias de relacionamento utilizadas atualmente pela Tevah e, também, a proposição de ajustes, bem como, novas possibilidades de práticas de relacionamento que podem ser desenvolvidas pela loja visando à perpetuação e aprimoramento do relacionamento com seus clientes. Foi possível observar que os clientes entrevistados, em sua maior parte, demonstraram fidelidade à loja e que gostam do relacionamento que tem com a mesma. Para se alcançar um relacionamento duradouro entre loja e o cliente, o mesmo foi possível pela junção de fatores, seguido de uma ordem que possibilitasse a entrega do valor da melhor forma para o cliente e que esse se sentisse satisfeito. Basicamente, o que a maior parte dos clientes externou em suas respostas, e que possibilita a construção de um bom relacionamento é, primeiramente, um bom atendimento, seguido de produtos de qualidade e, por último, o pós-venda adequado. Como salientado pelo 128 gestor da Tevah, “são muitas vezes pequenos gestos e atos repetidos que tornam o cliente fiel à loja”. Na concepção de Ferreira e Sganzerlla (apud DUARTE, 2003), o marketing de relacionamento é um processo contínuo e, por conseguinte, exige com que a empresa busque o feedback dos clientes para poder, então, avaliar se os seus desejos e necessidades vêm sendo atendidos pela empresa. Desse modo, não apenas formular estratégias ou programas de relacionamento embasado em um posicionamento estratégico estabelecido pela organização é que garantirá a eficácia almejada em relação às mesmas, mas, conhecer a percepção dos clientes sobre essas estratégias de relacionamento, medir a aceitabilidade e o nível de abrangência que possui em relação às expectativas dos clientes. 129 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASEFF, Marlon. Teoria na prática. Disponível http://www.cndl.org.br/mostra_perfil.php?id=16>. Acesso em: 12 ago. 2014. em: < ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRANQUIAS. 2013. Desempenho do setor por segmento. 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Gênero ( ) Masculino ( ) Feminino 2. Faixa Etária: ( ) até 20 anos ( ) de 21 a 30 anos ( ) de 31 a 40 anos ( ) de 41 a 50 anos ( ) acima de 51 anos 3. Estado Civil: ( ) Solteiro ( ) Casado / Companheiro (a) ( ) Outros 4. Escolaridade: ( ) Ensino fundamental incompleto ( ) Ensino superior incompleto ( ) Ensino fundamental ( ) Ensino médio ( ) Ensino superior ( ) Pós-graduação/Mestrado/Doutorado 5. Ocupação: ( ) Trabalha em Empresa Privada ( ) Funcionário Público ( ) Profissional Liberal ( ) Autônomo ( ) Empresário(a) ( ) Outro: qual? 132 ( ) Não está trabalhando no momento 6. Renda: ( ) até 1 salário mínimo ( ) de 2 a 5 salários mínimos ( ) acima de 5 salários mínimos 7. A quanto tempo você é cliente da loja Tevah? ( ) menos de 1 ano ( ) entre 1 e 4 anos COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 1- Por que você adquire produtos de vestuário? Além de vestir-se, a roupa representa algo mais para você? O que? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 2 - Quais fatores contribuem de maneira principal para a sua decisão de compra em uma loja de vestuário masculino? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3 - Você é fiel à loja Tevah? Ao sentir a necessidade de comprar artigos de vestuário masculino, você costuma visitar quantas lojas? Que tipo de informações busca? E que fontes de informações utiliza para isso? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 4 - O que faria você procurar outra loja de vestuário masculino para adquirir algum produto, além da loja Tevah? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 5 - Como você avalia as alternativas de lojas de moda masculina para optar por um produto de vestuário masculino? Que benefícios busca? O que a loja precisa oferecer para você? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 6 - Qual é a sua sensação ao adquirir determinado produto de vestuário? Sente-se bem? Fica arrependido? Em quais situações sente-se bem? Em quais situações arrepende-se? Por quê? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 7 - Analisando o seu comportamento enquanto consumidor, o que você mudaria? Por quê? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 133 PERCEPÇÃO DOS CLIENTES TEVAH EM RELAÇÃO ÀS ESTRATÉGIAS DE RELACIONAMENTO ADOTADAS PELA EMPRESA 1- Atendimento Tevah na loja: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Sugestões de melhoria: ___________________________________________________________________________ 2 - Atendimento Tevah a domicílio: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Sugestões de melhoria: ___________________________________________________________________________ 3 - Ambiente e layout da loja: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Sugestões de melhorias: ___________________________________________________________________________ 4- E- mail de agradecimento: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Sugestões de melhorias: ___________________________________________________________________________ 5 - Telefonema de satisfação: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Sugestões de melhoria: ___________________________________________________________________________ 6 - Telefonema de aniversário: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Sugestões de melhorias: ___________________________________________________________________________ 134 7 - Mensagens por telefone: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Sugestões de melhoria: ___________________________________________________________________________ 8 - Surpresa para o cliente: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Sugestões de melhorias: ___________________________________________________________________________ 9 - Sob medida Tevah: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Sugestões de melhorias: ___________________________________________________________________________ 10 - Bônus de recompra: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Sugestões de melhorias: ___________________________________________________________________________ 11- Espaço para noivos: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Sugestões de melhorias: ___________________________________________________________________________ 12 - O que torna para você cliente, a Tevah como uma primeira opção na escolha de produtos de moda masculina? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 13 - Para você, o que interfere de maneira decisiva para que uma loja de vestuário masculino consiga fidelizar seus clientes e construir um relacionamento mais duradouro com os mesmos? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 135 APÊNDICE B UNIJUI – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DACEC – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – BACHARELADO – MODALIDADEPRESENCIAL ROTEIRO DA ENTREVISTA COM O PROPRIETÁRIO DA LOJA TEVAH DE IJUÍ/RS 1) Em sua opinião, você entende que os seus clientes são fiéis à loja Tevah? O que, no seu entendimento, torna os clientes fiéis a Tevah? E, o que faz com que determinados clientes busquem adquirir determinados produtos em outras lojas do mesmo segmento, além das lojas Tevah? 2) O que a Tevah faz hoje para buscar a fidelização dos seus clientes? Você considera que tais programas estão dando os resultados esperados? Quais são os resultados esperados dos programas? (Detalhamento sobre os programas de relacionamento utilizados pela Tevah com essa finalidade, descrevendo os mesmos. Exemplo: CRM para gestão dos dados sobre clientes). 3) Analisando os programas de relacionamento com clientes existentes, o que poderia ser ajustado, se necessário, em cada um dos mesmos? Por quê? 4) Que novos programas de relacionamento poderiam ser criados, se necessário? Por quê? Com quais objetivos? 136