Cartilha de leguminosas para adubação verde na terra firma

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LEGUMINOSAS PARA ADUBAÇÃO VERDE
NA TERRA FIRME E NA VÁRZEA DA
AMAZÔNIA CENTRAL
Um estudo em pequenas propriedades rurais em Manacapuru
Luiz Augusto Gomes de Souza
LEGUMINOSAS PARA ADUBAÇÃO VERDE
NA TERRA FIRME E NA VÁRZEA DA
AMAZÔNIA CENTRAL
Um estudo em pequenas propriedades rurais em Manacapuru
Luiz Augusto Gomes de Souza
Finalização:
www.architextura.com.br
Copyright © 2012 - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Dilma Vana Rousseff
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA,
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
EDITORA INPA
EDITORES
Mario Cohn-Haft
Isolde Dorothea Kossmann Ferraz
Marco Antonio Raupp
PRODUÇÃO EDITORIAL
INSTITUTO NACIONAL DE
PESQUISAS DA AMAZÔNIA
Tito Fernandes
Shirley Ribeiro Cavalcante
Odinéia Garcia Bezerra
Adalberto Luis Val
PROJETO GRÁFICO
Carlos Palácio
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Helade Maués
BOLSISTAS
Débora C. B. Monteiro
Ermiro Ribeiro Cavalcante
Luís D. da Paz
Sabrina Araújo de Almeida
Warlisson Silva Falcão
LEGUMINOSAS PARA ADUBAÇÃO VERDE
NA TERRA FIRME E NA VÁRZEA DA
AMAZÔNIA CENTRAL
Um estudo em pequenas propriedades rurais em Manacapuru
FOTOGRAFIA
Luiz Augusto Gomes de Souza
Primeira edição em 2012
Luiz Augusto Gomes de Souza
REVISÃO
Ana Paula Freire Artaxo Netto (INPA) - Coordenadora do Projeto
Katell Uguen (Universidade do Estado do Amazonas - UEA)
Joanne Regis da Costa (EMBRAPA Amazônia Ocidental)
Acácia Lima Neves (INCRA)
FINANCIAMENTO
Esta cartilha foi produzida com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico - CNPq, por meio do projeto "Práticas agroflorestais para a sustentabilidade de
sistemas de produção familiar na Amazônia", Edital MCT/CNPq/PPG7 N º 03/2007.
Ficha catalográfica
S729
Souza, Luiz Augusto Gomes de
Leguminosas para adubação verde na terra firme e na várzea da
Amazônia Central : um estudo em pequenas propriedades rurais em
Manacapuru / Luiz Augusto Gomes de Souza. --- Manaus : Editora
INPA, 2012.
40 p.: il. color.
ISBN: 978-85-211-0080-5
1. Fabaceae. 2. Adubação verde – Amazônia Central. 3. Leguminosas.
II. Título.
CDD 19. ed. 631.874
Editora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Av. André Araújo - 2936 - Aleixo, Manaus, AM, Brasil - CP 478 - CEP 69060-001
fone 92 3643 3223 fax 92 3643 3438
email [email protected]
Ministério da
Ciência, Tecnologia
e Inovação
umário
Introdução
2
Abotinha
Senna silvestris (Vell.) Irwin & Barneby
Faveira- camuzé
Stryphnodendron guianense (Aubl.) Benth.
Feijão-miúdo
Rhynchosia minima (L.) DC.
Feijão-peludo
Vigna lasiocarpa (Benth.) Verdc.
Gipóoca
Entada polyphylla Benth.
Ingá-cipó
Inga edulis Mart.
Malição
Mimosa pigra L.
Mata-pasto
Senna reticulata (Willd.) Irwin & Barneby
Mulungu
Erythrina fusca Loureiro
Papo-de-mutum
Canavalia boliviana Piper.
8
Glossário
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2
LEGUMINOSAS PARA ADUBAÇÃO VERDE NA TERRA FIRME E NA VÁRZEA DA AMAZÔNIA CENTRAL
3
INPA/CPCA - COORDENAÇÃO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
Introdução
A FAMÍLIA DAS LEGUMINOSAS
A família botânica Fabaceae (também conhecida como Leguminosas)
compõe um dos principais e mais
importantes grupos de plantas.
Estimativas mundiais sobre a biodiversidade das leguminosas indicam
mais de 19 mil espécies, que estão
classificadas em três subfamílias:
Caesalpinioideae, Mimosoideae e
Faboideae, dependendo do tipo de
flor. As leguminosas estão distribuídas mundialmente nos trópicos úmidos, nas regiões temperadas, nas
zonas áridas, na vegetação de altitude ou montanhosa, nas savanas e nas
terras baixas.
As espécies dessa família têm
diversos hábitos de crescimento: são
árvores, arbustos, cipós e ervas, e são
encontradas nos mais variados ambientes. O Brasil é particularmente rico
em leguminosas e estima-se que 15 %
das espécies da família crescem nos
nossos diferentes ecossistemas, pois
foram registrados 198 gêneros e
3.100 espécies. Algumas legumino
sas têm sido muito aproveitadas na
produção agrícola e são plantas preferenciais para adubação verde pela
alta concentração de nitrogênio de
sua parte aérea, especialmente das
folhas.
NUTRIENTES ESSENCIAIS AO
DESENVOLVIMENTO DAS
PLANTAS
Para completarem o seu ciclo de
vida, as plantas precisam de nutrientes em maior ou menor quantidade.
Em maior quantidade, precisam de
nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio,
magnésio e enxofre. Em menor quantidade, precisam de cloro, boro, zinco, cobre, ferro, molibdênio e manganês. Como a matéria orgânica vegetal
incorpora todos esses nutrientes em
sua formação, quando esta se
decompõe, disponibiliza de volta
esses nutrientes para o solo e assim
se tornam disponíveis para as outras
plantas.
PORQUE TEM POUCO
NITROGÊNIO NOS SOLOS?
O nitrogênio, nutriente necessário para o desenvolvimento vegetal,
está disponível principalmente na
atmosfera, e, sozinhas, as plantas não
conseguem aproveitá-lo. O nitrogênio não ocorre nas rochas e por isso
não entra nos solos pela decomposição do material de origem.
Associadas aos microrganismos,
entretanto, muitas plantas conseguem assimilar o nitrogênio em
forma de gás. Assim, a disponibilidade de nitrogênio para as plantas,
necessária em grande quantidade,
depende da contínua decomposição
da matéria orgânica. Sem a adição de
matéria orgânica, o nitrogênio se
perde do solo por erosão, lixiviação e
volatilização.
QUALQUER PLANTA PODE SE
ASSOCIAR AOS
MICRORGANISMOS E OBTER
NITROGÊNIO?
Somente certos tipos de microrganismos e certas plantas podem
fixar nitrogênio. Fixar nitrogênio significa retirá-lo do ar para usá-lo na
construção de moléculas vegetais.
Muitas espécies de leguminosas
podem formar simbioses com bactérias do solo para fixar nitrogênio.
Estas plantas formam nódulos em
suas raízes comumente chamados de
rizóbios. A habilidade de fixar nitrogênio contribui para um aumento do
conteúdo de nitrogênio em todas as
partes da planta, especialmente nas
folhas e sementes. Muitas leguminosas que fixam nitrogênio são importantes na agricultura e silvicultura.
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LEGUMINOSAS PARA ADUBAÇÃO VERDE NA TERRA FIRME E NA VÁRZEA DA AMAZÔNIA CENTRAL
INPA/CPCA - COORDENAÇÃO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
O QUE É ADUBAÇÃO VERDE?
É a adição de biomassa vegetal
não decomposta ao solo, para adubação, recuperação ou preservação
da produtividade do solo. A biomassa vegetal, produzida no local ou
não, pode ser constituída por folhas,
ramas, flores, frutos etc. As leguminosas são ideais para esta prática
porque trazem nitrogênio em suas
folhas. As espécies de leguminosas
mais empregadas em práticas de
adubação verde no Brasil são: a
mucuna-preta, feijão-de-porco, puerária, crotalária, entre outras. As
leguminosas que crescem espontaneamente nas propriedades agrícolas também podem ser aproveitadas
para esse fim.
mos. O principal benefício da adubação verde é a reciclagem de nutrientes. Os nutrientes, através da decomposição das folhas, são reciclados e
tornam-se disponíveis para o cultivo
quando esta biomassa vegetal se
mineraliza no solo.
ção das plantas, momento em que
estas acumulam maior quantidade
de nitrogênio em suas folhas. A poda
de plantas arbustivas e arbóreas
pode ser feita a aproximadamente 1
m de altura. Em herbáceas, basta cortar as plantas na quantidade desejada. Depois da poda, as plantas podem
rebrotar e em pouco tempo recompor sua folhagem.
BENEFÍCIOS DA ADUBAÇÃO
VERDE
A entrada de material vegetal no
solo promove melhorias físicas, químicas e biológicas nas áreas de baixa
produtividade ou áreas degradadas,
contribuindo para aumento da porosidade do solo, da capacidade de infiltração e da retenção de água. Este
OBTENÇÃO DE FOLHAS
aporte de material orgânico aumenta
Para uso da folhagem na aduba- a disponibilidade de nutrientes, prinção verde e o preparo de composto, cipalmente nitrogênio, e fornece alia melhor época de corte é a da flora
mento e energia para os microrganis-
COMO UMA ESPÉCIE É
ESCOLHIDA COMO BOM ADUBO
VERDE?
As espécies ideais para a adubação verde são da família das leguminosas porque elas possuem maiores
teores de nitrogênio nas folhas. A
espécie escolhida deve ter um crescimento rápido, apresentar rusticidade e colonizar rapidamente solos
pobres. Deve apresentar também
uma boa produção de sementes sem
dormência. A produção de biomassa vegetal deve ser alta e estas espéciesdevem ser eficientes no controle
de plantas daninhas. Outra caracte-
5
rística importante para a seleção das
espécies é a presença de raízes profundas, que podem retirar nutrientes de camadas do solo onde as raízes de culturas tradicionais não conseguem chegar.
PESQUISA NA VÁRZEA E NA
TERRA FIRME DE MANACAPURU
Uma equipe do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia
(INPA) desenvolveu uma pesquisa
junto aos agricultores familiares de
terra firme e da várzea do município
de Manacapuru, AM, com o objetivo
de selecionar espécies de Fabaceae
presentes nas propriedades e com
potencial para uso como adubo verde. Nos trabalhos de campo, realizados no ano de 2008, foram coletadas
37 espécies de plantas em dez propriedades. Essas espécies foram avaliadas quanto ao conteúdo de nutrientes que possuíam em suas folhas.
6
LEGUMINOSAS PARA ADUBAÇÃO VERDE NA TERRA FIRME E NA VÁRZEA DA AMAZÔNIA CENTRAL
Entre as espécies selecionadas,
encontram-se árvores, arbustos, lianas e ervas.
As árvores são plantas lenhosas,
geralmente com tronco único e uma
copa elevada, os arbustos são plantas
lenhosas, eretas, de menor porte, às
vezes muito ramificadas. As lianas, ou
cipós, são plantas de crescimento
indeterminado, lenhosas, que sobem
nas árvores que usam como suporte.
INPA/CPCA - COORDENAÇÃO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
As ervas ou plantas herbáceas são
plantas terrestres com caule não lenhoso, geralmente de menor porte.
Algumas das espécies selecionadas são
nativas da Amazônia e ocorrem nas
pequenas propriedades espontaneamente e outras foram cultivadas.
Dentre as leguminosas cultivadas
estão: o feijão-caupi, a ingá-cipó, o
tamarindo e o amendoim.
SELEÇÃO DAS MELHORES ESPÉCIES PARA ADUBAÇÃO VERDE
Com base nas informações registradas sobre o hábito de crescimento, frequência, grau de agrupamento, produção de biomassa, conteúdo de nutrientes e capacidade de rebrota foram selecionadas dez espécies para aproveitamento como adubo verde. As espécies selecionadas, de acordo com o seu hábito de crescimento, foram:
Árvore
Arbusto
Liana
Ervas
Abotinha
Faveira-camuzé
Ingá-cipó
Mulungu
Malição
Mata-pasto
Gipoóca
Papo-de-mutum
Feijão-miúdo
Feijão-peludo
odas as espécies de leguminosas selecionadas são plantas pioneiras e apresentam
elevada produção de biomassa. Este
manual fornece informações básicas sobre essas espécies, apresentando o conteúdo de nutrientes
determinado na folhagem das plantas, as características morfológicas e
ecológicas, a distribuição geográfica
e outras particularidades de cada
espécie. A ênfase principal deste
manual é o aproveitamento de espécies espontâneas para a adubação
verde junto a agricultores familiares
nos ambientes de várzea e terra firme, contribuindo para a manutenção da fertilidade do solo e a sustentabilidade da produção agrícola.
Luiz Augusto Gomes de Souza
Pesquisador INPA
7
9
abotinha
Ficha
da pl
anta
Outro no
Nome cie me popular: Ca
ntífico: S nafístulaenna silve da-capoeir
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Subfamília
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Fixaçã rvore
Origemo: de nitrogênio: N
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Ambiente Nativa
:
T
Grupamen erra firme
to: Popul
ações
A floração vistosa da abotinha evidencia
seu potencial ornamental.
CARACTERÍSTICAS DA ABOTINHA
Árvore pequena a mediana, que apresenta
floração vistosa, em cachos amarelos que
permanecem por longo tempo na parte superior da
copa da planta, sendo muito visitados por abelhas.
As árvores jovens têm 4-5 m de altura, algumas
vezes até 10 m. O fuste é baixo com uma
circunferência de 29 cm e diâmetro de 9 cm. Às
vezes, possui troncos múltiplos . A casca é fina, com
líquens. As folhas são compostas, com 3 a 10 pares
de folíolos. Quando novas, as folhas são amarelas e
depois se tornam avermelhadas, até que fiquem
verdes. Os frutos são vagens verdes quando
imaturas e pretas quando maduras, e abrem-se na
copa da planta, expondo numerosas sementes que
permanecem presas ao fruto por um pequeno fio.
As sementes são pequenas, pretas e duras.
A floração quase permanente facilita
a identificação da abotinha. No
detalhe, tronco com lenticelas marrons.
VALOR NUTRICIONAL DAS FOLHAS
Um quilo de folhas de abotinha
contém:
- 36,8 g de nitrogênio;
- 6,1 g de potássio;
- 15,7 g de cálcio;
- 1,7 g de magnésio;
- 120 mg de fósforo;
- 16 mg de ferro;
As folhas da abotinha são
- 31 mg de zinco;
ricas em nutrientes e podem ser
usadas para compostagem.
- 63 mg de manganês.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
A abotinha é uma espécie da América do Sul tropical, e seu local de origem é incerto, sendo encontrada na Bolívia, Brasil, Colômbia, Paraguai, Peru e Venezuela. Cresce na
borda da mata com a capoeira, colonizando naturalmente as áreas desmatadas.
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS
A abotinha é uma planta adaptada à
terra firme e ao ambiente da capoeira. A produção de mudas no viveiro dura entre 5 e 6
meses.
As pesquisas sobre a germinação das
sementes de abotinha revelaram que elas respondem ao tratamento com ácido sulfúrico,
com tempo de exposição ao ácido de 15 minutos. De 80 sementes semeadas, em sementeira com areia, 41 germinaram, e o índice de germinação foi de 51 %. A germinação foi iniciada
aos seis dias após a semeadura e estendeu-se
por 18 dias entre o 6º e o 24º dia.
Germinação em sementeiras com areia.
Os plantios desta espécie feitos no
INPA revelaram um rápido crescimento em
solos pobres e áreas já desmatadas. Por ser
uma árvore pequena, com floração precoce
e vistosa, além de rústica e adaptada a ambientes alterados, tem uso potencial na arborização urbana de ruas e praças da cidade.
A abotinha é plantada para recuperação de áreas degradadas pela prospecção
Produção de mudas de abotinha
na Base Petrolífera de Urucu.
de gás natural no município de Coari, AM.
PLANTIO
Presente nas capoeiras
ce sombra para outros
tamento para obtene nas proximidades das cultivos e uma planta útil ção de boa germinação. O
áreas com roçado e plantio para manejo em pequenas teor de umidade é de 7,4 %
de frutíferas, a abotinha propriedades.
quando são dispersas. O
pode ser podada, rebrotanOs frutos de abotinha peso de 1000 sementes é
do bem após o corte. As são vagens com 21 cm de de 14 g.
folhas podem ser emprega- comprimento e 2 cm de lardas no preparo do compos- gura. As sementes, aproto. O tronco lenhoso pode ximadamente 55 por
ser usado como lenha. É vagem, são pequenas e
Frutos e sementes de
uma espécie rústica, forne duras, e necessitam de tra
abotinha.
11
Ficha
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Nome cie me popular: Ca
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Origem nitrogênio: S
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Ambiente: Nativa
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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS
Na Amazônia Central, a faveira-camuzé floresce de dezembro a
abril e a frutificação se estende por todo o ano. Os frutos
permanecem durante meses na copa, antes da dispersão das
sementes. A espécie tem padrão de renovação foliar com folhas o
ano inteiro, sendo propícia para o sombreamento de
cultivos. Porém, raramente, perde as folhas no período
seco, mantendo os frutos fixados nos galhos.
As vagens permanecem às vezes na copa sem folhas.
Frutos e sementes.
Os frutos de faveira-camuzé têm
aproximadamente 13 cm de comprimento, 1
cm de largura e contém de 10 a 12 sementes.
O número de sementes por quilo é de 14.600
e o peso de 1000 sementes é de 68 g.
Floração em pêndulos descendentes.
CARACTERÍSTICAS DA FAVEIRA-CAMUZE
É uma árvore de 7 a 15 m de altura, muito
frequente nas bordas de mata e capoeiras, que
apresenta a copa muito esgalhada, frondosa, com
fuste baixo e frutos distribuídos em boa parte dos
galhos. A circunferência do tronco pode chegar a 82
cm com diâmetro de tronco de 26 cm. As folhas são
compostas, constituídas por numerosos folíolos. As
flores são em pêndulos avermelhados. Os frutos
são vagens marrons escuras a negras quando
maduras. A casca da árvore é cinzenta, colonizada
por líquens. As raízes apresentam um cheiro forte,
por vezes desagradável, de tanino.
VALOR NUTRICIONAL DAS FOLHAS
Um quilo de folhas de
faveira-camuzé contém:
- 27,8 g de nitrogênio;
- 3,1 g de potássio;
- 4,1 g de cálcio;
- 2,3 g de magnésio;
- 50 mg de fósforo;
- 19 mg de ferro;
- 15 mg de zinco;
- 89 mg de manganês.
Aspecto das folhas de
faveira-camuzé.
Plântula de faveira-camuzé.
As sementes de faveira-camuzé são marrons e muito duras, e precisam ser tratadas
para germinar com eficiência. Têm teor de
umidade de cerca de 7,3 %. Um bom tratamento para boa germinação é ralar parte das
sementes em pedra de esmeril e deixá-las de
molho um dia. A semeadura pode ser feita em
caixas preenchidas com areia.
Germinação de sementes em
sementeiras com areia.
A faveira-camuzé é frequente nas
bordas da capoeira.
O tronco é bom para lenha.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
A faveira-camuzé é uma árvore
nativa da América do Sul tropical,
ocorrendo naturalmente na Bolívia,
Brasil, Guiana Francesa, Guiana,
Peru, Suriname e Venezuela. Na
Amazônia, está presente em todos os
estados da região, preferencialmente nas bordas florestas e capoeiras.
Foram realizadas, no
INPA, pesquisas para avaliar
o plantio de faveira-camuzé
em solo argiloso de terra firme. Aos 10 anos, as árvores
apresentaram de 10 a 15 m
de altura com média de circunferência de tronco de
144 cm e diâmetro de 46
cm. No entorno do plantio
se estabeleceram muitas
mudas de regeneração natural, indicando que a espécie
é rústica e resistente.
A faveira-camuzé é uma espécie com bom potencial
de uso para produção de lenha em solos de terra firme.
Tem alta capacidade de rebrota e tolera bem a poda regular. Suas folhas, com pequenos folíolos, favorecem os processos de mineralização durante a adubação verde ou o
preparo do composto orgânico. Nos sistemas agroflorestais, pode ser útil para adubar fruteiras em consórcio.
Plantas de faveiracamuzé surgem
espontaneamente
em áreas abertas
e desmatadas.
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feijão-miúdo
feijão-miúdo
Ficha
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Origem itrogênio:
Ambiente: Pantropical Sim
Grupamen : Várzea
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O feijão-miúdo é uma planta anual tolerante a inundações
regulares como às promovidas pelo Rio Solimões.
CARACTERÍSTICAS DO FEIJÃO-MIÚDO
O feijão-miúdo é uma planta herbácea rasteira,
de crescimento indeterminado, perene, que
apresenta ramas que não enraízam, oriundas de uma
cova só. É uma espécie do ambiente da várzea, sendo
encontrada em áreas abertas ou roçadas. Cresce
entremeada pela vegetação nativa de gramíneas,
sendo muitas vezes difícil obter sua biomassa fresca
isolada.
As folhas são trifolioladas, membranáceas e pilosas com face superior verde-escura e inferior verdeclara-esbranquiçada, sem gavinhas nem espinhos. As
flores são amarelas, dispostas em pêndulos ascendentes. Os frutos são vagens pequenas, pretas, contendo sementes também pequenas, duras, pretas,
em forma de feijão. As raízes são pivotantes.
Os frutos são vagens verdes imaturas (1),
e essas vagens tornam-se negras
quando amadurecem (2).
1
2
As folhas e flores do
feijão-miúdo são de
fácil reconhecimento.
VALOR NUTRICIONAL DAS FOLHAS
Um quilo de folhas de
feijão-miúdo contém:
- 43,8 g de nitrogênio;
- 16,2 g de potássio;
- 20,4 g de cálcio;
- 2,1 g de magnésio;
- 200 mg de fósforo;
- 105 mg de ferro;
- 40 mg de zinco;
- 121 mg de manganês.
Cresce em meio à vegetação
de gramíneas nas várzeas.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Sua origem é atribuída ao velho mundo. É também encontrada em vários países da
África tropical, Ásia e Austrália. Nas Américas, está presente na América do Norte,
Central e do Sul. No Brasil, ocorre em quase todos os estados. Algumas variantes são
muito distintas, ocorrendo também muitos tipos intermediários, com variações no grau
de pilosidade e características foliares.
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS
Encontrado sempre com muitas flores
amarelas, o feijão-miúdo é bem adaptado ao
ambiente da várzea. Entretanto, embora tolere a
inundação das águas do rio, o feijão-miúdo é
sensível ao ataque de nematóides.
Os frutos de feijão-miúdo são vagens pequenas com 1,3 cm de comprimento e 0,4 cm de largura, cada uma contendo 2 sementes. O peso de 100
sementes é de cerca de 1 g e a porcentagem de umidade é de 14 a 18 %, alguns dias após a coleta, durante a
fase de beneficiamento dos frutos.
As sementes são duras e impermeáveis e podem
permanecem por longos períodos no banco de sementes do solo.
A germinação natural das sementes de feijãomiúdo inicia-se aos 4 dias após a semeadura e é concentrada em torno dos 10 dias após a semeadura.
Entretanto, na ausência de um tratamento prégerminativo, a germinação das sementes é baixa e irregular.
Durante um teste, a taxa de germinação foi de
25%. As sementes precisam ser tratadas para que apresentem boa germinação. Um tratamento recomendável é o atrito das sementes entre duas lixas por 1 minuto, antecedendo a semeadura em caixas preenchidas
com areia.
Floração de feijão-miúdo
Germinação
em sementeira com areia
Experimentos de crescimento em vasos com solo.
O feijão-miúdo vem sendo estudado pelo seu potencial como forrageira e para adubação verde. Foi evidenciado também que possui compostos fitoquímicos antibióticos, como a prodelfinidina.
15
feijão-peludo
Ficha
da pl
anta
Outro no
Nome cieme popular: F
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Subfamíli
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ulações de várzea
a espécie
O feijão-peludo cresce sobre as plantas
que servem de suporte.
CARACTERÍSTICAS DO FEIJÃO PELUDO
O feijão-peludo é uma liana trepadeira, perene,
de crescimento indeterminado, sem espinhos, e que
apresenta gavinhas em suas ramas. Produz
folhagem densa e cresce enroscando-se sobre
outras plantas. As flores são amarelas, abundantes,
dispostas em pêndulos ascendentes que se elevam e
sobressaem sobre a folhagem da planta. As folhas
são trifolioladas, com folíolos lanceolados, com as
duas margens igualmente verdes, a face superior
com pilosidades, de tonalidade escura. Os pecíolos
também têm pilosidades. As sementes são
pequenas, duras, marrons ou rajadas, brilhantes,
com aspecto de um pequeno feijão. É uma espécie
adaptada a vários ambientes, incluindo as áreas
inundadas da várzea e as capoeiras da terra firme.
VALOR NUTRICIONAL DAS FOLHAS
Um quilo de folhas de
feijão-peludo contém:
- 28,9 g de nitrogênio;
- 9,2 g de potássio;
- 17,5 g de cálcio;
- 2,6 g de magnésio;
- 110 mg de fósforo;
- 133 mg de ferro;
- 43 mg de zinco;
- 309 mg de manganês.
Folhas trifolioladas de
feijão peludo.
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS
O feijão-peludo é adaptado a vários ambientes, tolerando as inundações regulares
dos rios tanto na várzea como no igapó. Ocorre também comumente nas áreas de capoeira da terra firme, em solo argiloso ou arenoso. Produz muita biomassa crescendo
entremeado na vegetação do seu entorno.
Os frutos do feijão-peludo são pequenas vagens
muito pilosas, cilíndricas, de cor verde quando imaturas, prateadas a pretas quando maduras. Sua casca
enrosca-se para liberar as sementes, por ocasião da
deiscência. Quando liberam as sementes, as vagens
secam, retorcidas como um pequeno charuto.
As vagens de feijão-peludo medem cerca de 8 cm
de comprimento e 0,6 cm de largura, e pesam em
média 0,6 g. Os frutos possuem em média 16 semenDetalhe da flor e dos
frutos pilosos
tes, podendo variar entre 14 e 18. O peso de 1000
sementes é de 22 g.
Um teste de germinação natural das sementes de
feijão-peludo, com 200 sementes imersas em água
durante 24 h para embebição, mostrou que somente
22 % das sementes germinaram. O início da germinação deu-se ao quinto dia e o período germinativo
estendeu-se por 69 dias, entre o 5º e o 74º dia.
As vagens pilosas da planta dão
origem ao seu nome popular.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Não se sabe a origem certa do
feijão-peludo, porém, sabe-e que
provem das Américas. Na América
Central, está presente no México,
Nicarágua e Panamá, e na América
do Sul, é encontrado na Argentina,
Brasil e Guiana. Na região amazônica, está presente nos estados do
Pará, Acre, Amazonas, Rondônia e
Roraima, nos ambientes de capoeira e nas áreas de várzea.
A germinação natural das sementes de feijãopeludo não apresentou uniformidade, sugerindo a
necessidade de aplicação de tratamento prégerminativo adequado. A germinação uniforme favorece a formação de mudas para o plantio.
O feijão-peludo vem sendo estudado para seu
uso como adubação verde
já que nodula e fixa nitrogênio eficientemente com
bactérias do grupo dos
rizóbios.
Detalhe da flor
Botões florais e folhas
Frutos maduros e sementes
Plantas de feijão-peludo crescendo em vasos com solo
17
gipoóca
Ficha
da pl
anta
Outros n
o
Nome cie mes populares:
Subfamília ntífico: Entada p Cipó-escova, esc
Hábito: L : Mimosoideae olyphylla Benth ovinha
.
Fixação d iana
e
n
Origem: itrogênio: Sim
Ambiente Nativa
Grupamen : Terra firme e
to: Popul
ações denVárzea
sas
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS
A gipoóca é uma planta pioneira que cresce em
matas secundárias de terra firme e na várzea, e é
adaptada a vários tipos de solos, com diferentes
texturas. Por sua rusticidade, é uma espécie com
potencial para recuperação de solos e adubação verde.
Os frutos da gipoóca são dispersos pelo vento e pela
água, facilitando o seu estabelecimento em novos locais.
Frutos verdes de gipoóca
Frutos de gipoóca
A gipoóca tem sementes com 14,70 % de umidade e
germinam bem logo após a coleta se forem submersas em
água por 24 h com fins de embebição.
Foram semeadas 243 sementes desta espécie em
caixas de areia e 82,7 % das sementes germinaram. A
primeira emergência das sementes ocorreu aos 12 dias após
a semeadura, sendo observado um pico da germinação aos
37 dias. O período germinativo distribuiu-se por 49 dias,
entre o 12º e 60º dia, quando estão disponíveis para a
repicagem para sacos com mistura de substratos.
Pêndulos florais de gipoóca, em forma de escova.
CARACTERÍSTICAS DA GIPOÓCA
A gipoóca é um cipó do tipo trepador, lenhoso,
sem espinhos, mas com gavinhas, de crescimento
indeterminado, vigoroso. Cresce utilizando outras
plantas como suporte, em altura de 4 a 6 m. As folhas
são compostas, com quatro pares de folíolos
constituídos por numerosos folíolulos miúdos. A copa
é densa e fechada, principalmente quando ocorre em
área de população da espécie. As flores são brancas,
em cachos no formato de uma escova, grandes e
dispostos nos ramos terminais. Os frutos são vagens
grandes, marrons, vistosas, secas e segmentadas com
uma só semente alaranjada no interior dos septos
individuais. As vagens medem cerca de 37 cm de
comprimento e 6 cm de largura, podendo conter
entre 14 e 18 sementes.
VALOR NUTRICIONAL DAS FOLHAS
Um quilo de folhas de
gipoóca contém:
- 42,1 g de nitrogênio;
- 7,2 g de potássio;
- 17,7 g de cálcio;
- 3,5 g de magnésio;
- 140 mg de fósforo;
- 131 mg de ferro;
- 52 mg de zinco;
- 61 mg de manganês.
As folhas de gipoóca são
ricas em nitrogênio.
Mudas de gipoóca produzidas
em viveiro
As flores de gipoóca, quando
no pico do florescimento, apresentam cheiro ruim pútrido, e isso atrai
inúmeros insetos polinizadores,
incluindo os dípteros (moscas).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
A gipoóca tem área de distribuição geográfica na América do Sul e
região do Caribe, com centro de origem incerto em todos esses locais.
Na América do Sul, é encontrada no
Brasil, Equador, Guiana Francesa,
Peru, Suriname e Venezuela.
Na Amazônia, está presente em
todos os estados, sempre nas capoeiras e capoeirões.
As sementes de gipoóca
não têm tegumento duro, e
apresentam 2 cm de comprimento e 1 cm de largura. São
finas, com espessura de 0,1
mm. O peso de 1000 sementes
é de 228 g.
Sementes de gipoóca
As raízes da gipoóca são grossas mesmo em plantas
jovens. São usadas popularmente para fazer sabão,
xampu ou para lavar roupa (contém saponina). A espécie
também tem uso medicinal, sendo empregada contra
doenças venéreas.
19
ingá-cipó
Ficha
da pl
anta
Outros n
omes popu
lares: In
gá-de-me
Nome cie
Subfamíliantífico: Inga ed ingá-comutmro,
Hábito: Á : Mimosoideae ulis Mart.
Fixação d rvore
Origem: e nitrogênio: S
Ambiente Nativa e Cultivim
Grupamen : Terra firme ada
to: Cultiv e várzea
alta
ada
A árvore produz cerca de 30 mil flores por ano.
CARACTERÍSTICAS DO INGÁ-CIPÓ
O ingá-cipó é uma árvore mediana de 10 a 12 m
de altura e diâmetro de tronco de 15 cm quando cresce em áreas abertas. Porém, na floresta, pode alcançar até 40 m. É uma planta domesticada pelos índios
da Amazônia. Nos limites do Brasil e do Peru, os frutos têm até 2 m de comprimento e 5 cm de diâmetro
e possuem 25 % de polpa comestível. Quando cultivado, o ingá-cipó é uma espécie temporária no sítio,
com ciclo de vida entre 10 e 12 anos. É rústica e bem
adaptada à acidez, ao alumínio tóxico e à baixa fertilidade natural dos solos de terra firme da Amazônia.
Tem crescimento rápido e floração inicial um ano e
meio após o cultivo, apresentando alta fertilidade. As
folhas possuem nectários extraflorais entre cada par
de folíolos, o que atrai formigas pretas. As folhas e os
frutos fornecem boa forragem para o gado.
VALOR NUTRICIONAL DAS FOLHAS
Um quilo de folhas de
ingá-cipó contém:
- 33,0 g de nitrogênio;
- 5,2 g de potássio;
- 12,0 g de cálcio;
- 2,5 g de magnésio;
- 90 mg de fósforo;
- 18 mg de ferro;
- 37 mg de zinco;
- 204 mg de manganês.
As folhas de ingá-cipó são ricas em nitrogênio
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS
O ingá-cipó tem duas variedades: a “parviflora”, cultivada em quintais, e a “típica”,
que tem frutos grandes. Os frutos têm porcentagem de pureza de 21% e os maiores
possuem entre 17 e 25 sementes. O peso de 1000 sementes chega a 5,8 kg e o número
de semente por quilo é de 175 a 279 sementes, dependendo da variedade. A vagem de
ingá-cipó tem 59 % de fibras, 26 % de sementes e 25 % de polpa comestível. A polpa é
muito apreciada pela população in natura e pode ser usada em xaropes contra a
bronquite.
Sementes negras de ingá-cipó
Na prática de cultivo em aléias, linhas adensadas de
ingá-cipó ou outra leguminosa arbórea podem ser
plantadas a cada 8 m na área agrícola. O espaçamento
recomendado é de 50 a 60 cm entre plantas, e estas
podem ser podadas regularmente para produção de
forragem para o gado, cobertura do solo ou adubação
verde.
Frutos maduros de ingá-cipó
A germinação das sementes do ingá-cipó é rápida e
muito fácil. Elas possuem de 62-67 % de umidade e
algumas vezes germinam dentro do próprio fruto,
fenômeno conhecido como viviparidade. Por terem
sementes muito úmidas e de curta viabilidade, são
classificadas como sementes recalcitrantes. As
sementes de ingá-cipó podem ser semeadas
diretamente na terra em beira de trilhas e cercas.
Árvore de ingá-cipó após o cultivo em solo de terra firme
Os frutos de ingá-cipó são vendidos em
feiras e mercados.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
O ingá-cipó é nativo da América
do Sul tropical, mas atualmente está
espalhado em todo o mundo. Seu
centro de origem é possivelmente a
fronteira do Brasil com o Peru. Foi
introduzido na Malásia, e na África
em países como a Nigéria, São Tomé,
Tanzânia e Zaire, mas também em
vários países da América Central, do
Panamá ao México.
O ingá-cipó é cultivado pelas populações
tradicionais da Amazônia em solos de terra firme para
produção de frutos e sombreamento nos quintais e no
entorno das casas. Produz madeira não durável que
serve para lenha, embalagem, caixotaria e construção
civil leve interna. A árvore floresce de 4 a 5 vezes por
ano, tornando-se uma importante espécie apícola e
para sistemas agroflorestais. Uma árvore com 4 anos
produz até 500 frutos que podem pesar até 1700 kg.
O arilo é doce e
comestível e muito
apreciado pela fauna silvestre.
Germinação de
sementes de ingá-cipó
Sistema agroflorestal com
cupuaçu e ingá-cipó em solo
de terra firme da Amazônia
21
malição
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
O malição é considerado uma planta da África, onde ocorre em muitos países, e foi
introduzida na Ásia e Austrália. Na América do Sul, é nativa de quase todos os países (tais
como Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai,
Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela).
Ficha
da pl
anta
Nome pop
Nome cie ular: Malição, c
Subfamília ntífico: Mimosa alumbi, juquiri
Hábito: A : Mimosoideae pigra L.
Fixação d rbusto com espin
Origem: e nitrogênio: Sim hos
Ambiente Pantropical
Grupamen : Várzea
to: Popul
ações
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS
O malição é uma planta invasora que ocupa as
margens dos rios e igarapés, onde se estabelece na
linha da água. Na África, é uma planta de áreas
pantanosas na vegetação aquática. Na África, é
uma planta de áreas pantanosas na vegetação
aquática, mas também nas margens de cursos de
água. É uma planta que também se estabelece na
terra firme por sua rusticidade e capacidade de
colonizar áreas abertas e capoeiras. Tem uso
medicinal ou para lenha.
As plantas de malição produzem flores abundantes
boas para apicultura.
CARACTERÍSTICAS DA MALIÇÃO
É um arbusto espinhoso, pequeno, mas vigoroso,
não trepador, geralmente encontrado com floração
abundante ou com frutos espalmados distribuídos em
toda a copa da planta. Apresenta em média 2 m de altura e muitas vezes possui caules múltiplos. Sua copa é
aberta e espalhada. As folhas são compostas, constituídas por numerosos folíolos, em média com 29 pares e
são sensíveis ao toque, vergando-se depois de tocadas. As flores são brancas ou rosadas. Os frutos inicialmente são amarelos, mas tornam-se marrons quando
maduros, com pêlos densos, dourados, ferrugíneos
em toda a superfície externa, abrigando as sementes
em pequenos septos uniloculares, cujos segmentos se
desmembram e dispersam em pequenas partes após a
maturação. As sementes são duras, achatadas e alongadas como as de arroz, com cores marrons esverdeadas ou marrons mais claras.
VALOR NUTRICIONAL DAS FOLHAS
Um quilo de folhas de
malição contém:
- 39,7 g de nitrogênio;
- 7,1 g de potássio;
- 20,5 g de cálcio;
- 2,0 g de magnésio;
- 130 mg de fósforo;
- 19 mg de ferro;
Cachos de frutos
- 36 mg de zinco;
jovens de malição.
- 64 mg de manganês.
As plantas possuem forragem verde
constituída por diminutos folíolos.
As plantas de malição produzem muita biomassa rica em nitrogênio e rápida mineralização da
matéria orgânica, e são importantes na adubação
verde e para preparo de composto orgânico em
camadas alternadas com outros materiais.
Os frutos maduros de malição são
vagens espalmadas, em pencas, segmentadas, e revestidas por numerosos espinhos, que auxiliam na dispersão dos septos por animais.
Frutos maduros de malição (1), Planta de
malição cultivada em solo de terra firme (2).
Resultados de pesquisas com germinação de
sementes indicaram que a germinação desta espécie pode ser favorecida por um tratamento prégerminativo. O choque térmico consiste em ferver
água até o momento da ebulição, para, em seguida,
aplicá-la sobre as sementes, deixando-as imersas
por 24 h. Com esse tratamento, a germinação ultrapassa a taxa de 80 %.
A malição cresce muito bem em
ambientes alagados.
Sementes de malição.
1
2
As sementes de
malição são duras,
não embebem e precisam ser tratadas
para obtenção de boa germinação. O peso de 1000
sementes é de cerca de 9 g. O teor de umidade das
sementes é de cerca de 8 %.
23
mata-pasto
Ficha
da pl
anta
Outros n
Nome cie omes populare
ntífico: S s: Maria
m
enna ret
iculata (ole, retama
Subfamíl
Hábito: Áia: Caesalpinio Irwin & BWilld.)
ideae
arneby.
Fixação d rvore
e
n
it
rogênio
Orige
Ambienmte: Região tropic:aNão
l
Grupamen : Várzea
to: Popu
lações de
nsas
Nas várzeas, o mata-pasto ocorre em populações
adensadas.
CARACTERÍSTICAS DO MATA-PASTO
É uma arvoreta ou arbusto de pequeno porte,
perene, não trepadora, comum no ambiente da várzea, especialmente nas áreas alteradas. Alcança 2,5 a 4
m de altura, com caule fino de 4 cm de diâmetro na
altura do peito. A forma do fuste é cilíndrica e a copa é
aberta e espalhada para todos os lados. As flores são
em pêndulos ascendentes amarelos exuberantes e permanentes. As folhas são compostas, com 5 a 7 pares de
folíolos grandes, verde-escuros. Os frutos são vagens
negras com 11 cm de comprimento e 1,5 cm de largura, com em média 33 sementes pequenas e pretas.
VALOR NUTRICIONAL DAS FOLHAS
Um quilo de folhas de
mata-pasto contém:
- 32,0 g de nitrogênio;
- 7,7 g de potássio;
- 33,8 g de cálcio;
- 2,1 g de magnésio;
- 170 mg de fósforo;
- 198 mg de ferro;
- 30 mg de zinco;
- 31 mg de manganês.
As folhas do mata pasto
são ricas em nutrientes.
População de mata-pasto
em áreas alagadas.
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS
O mata-pasto é uma leguminosa tolerante à inundação e
comumente observada em áreas alagadas. Parece estar
sempre florida e produz muita biomassa
vegetal fresca importante para a adubação
verde e preparo do composto.
Morfologia da germinação de mata-pasto
Os frutos de mata-pasto têm 53 de pureza. O número de
sementes por quilo é de 73.000 sementes e o peso de 1000
sementes é de 14 g.
O mata-pasto é usado como planta medicinal, por suas
propriedades anti-fúngicas e antimalária. Contra fungo, as
folhas são amassadas e depois do banho o sumo é passado
no pano branco ou coceira. Para malária, prepara-se a fervura
de 10 a 15 flores, até a água ficar escura. O chá é bebido como
água, e indica-se que o doente que está usando a planta
como remédio não deve comer alimentos com gordura.
Nas várzeas, durante a vazante, a regeneração natural do
mata-pasto é agressiva e as sementes germinam em abundância, formando tapetes verdes que facilitam o estabelecimento de populações adensadas, conhecidas como áreas de
reboleira.
A frequência de mata-pasto nas áreas alteradas e capoeiras do ambiente da várzea é ampla, e, em alguns locais as
plantas formam emaranhados densos, estando quase sempre associadas com formigas.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
O mata-pasto é uma planta
nativa das Américas, ocorrendo
desde a América Central, incluindo
a região do Caribe, até a América
do Sul, incluindo a Bolívia, Brasil,
C o l ô m b i a , Eq u a d o r, G u i a n a
Francesa, Guiana, Peru, Suriname
e Venezuela. Na Amazônia, está
presente em toda a calha do rio
Amazonas e em todos os estados.
As flores de mata-pasto
são usadas como remédio
anti-malária.
Regeneração natural
em solo de várzea
Experimento de germinação
As sementes de mata-pasto apresentam boa germinação, especialmente se forem escarificadas. Quando tratadas
com ácido sulfúrico, em laboratório, apresentaram 97 % de
germinação o que indica uma alta viabilidade. Nesse teste, a
primeira germinação foi observada aos 3 dias após a semeaFrutos maduros
dura e o período germinativo foi de somente 2 dias.
A altura de emergência das plântulas é de 4 cm e a repicagem para sacos com solo pode ser feita aos 30 dias da semeadura. O tempo de viveiro dessa espécie é de 60-90 dias.
25
mulungu
Ficha
da pl
anta
Outros n
omes popu
lares: mu
lungu-da
Nome
Subfamílciaientífico: Erythr crista-de-v-árzea,
Hábito: Á : Papilionoidea ina fusca Lour galo
eiro.
e
Fixação d rvore
e
n
Origem itrogênio: S
im
Ambiente: Nativa
:
V
á
Grupamen rzea
to: Popul
ações da
espécie
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
A distribuição geográfica desta espécie é bastante ampla em todo o mundo, incluindo a África, Ásia e Austrália. É considerada nativa do Caribe e América Central, mas também da América do Sul tropical (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa,
Guiana, Peru, Suriname e Venezuela). É comum em toda a calha dos rios SolimõesAmazonas.
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS
O mulungu é estudado para recuperação de áreas
degradadas. É uma planta com alta eficiência para
nitrogênio devido à sua nodulação com bactérias do
grupo dos rizóbios.
Floração exuberante de mulungu em cachos que
lembram uma crista de galo.
CARACTERÍSTICAS DE MULUNGU
Quando adulta, o mulungu é uma árvore lenhosa, de 8 a 15 m de altura e circunferência à altura do
peito de cerca de 2 m, com diâmetro 72 cm e fuste baixo. Geralmente, cresce isolada no meio do pasto da
várzea ou beira de rio, apresentando copa frondosa,
perfeita, arredondada, propiciando sombra para o
gado e para o homem. As flores são alaranjadas e
recobrem a copa da planta quando da floração. As
folhas são trifolioladas e as plantas produzem muita
biomassa que pode ser aproveitada para adubação
verde nas pequenas propriedades. Os frutos são
vagens de 19 cm de comprimento e 1,3 cm de largura, marrons a pretas quando maduras, contendo
sementes semelhantes às de feijão comum.
Detalhe das sementes
Planta de mulungu na terra firme,
conduzida sob poda regula
Árvore de mulungu com copa aberta e
espalhada. O tronco, quando jovem,
tem acúleos grandes.
VALOR NUTRICIONAL DAS FOLHAS
Um quilo de folhas de
mulungu contém:
- 46,6 g de nitrogênio;
- 7,0 g de potássio;
- 12,0 g de cálcio;
- 3,0 g de magnésio;
- 90 mg de fósforo;
- 18 mg de ferro;
- 18 mg de zinco;
- 95 mg de manganês.
Folhas de mulungu.
Os frutos de mulungu tem 41 % de pureza e o
número de sementes por quilo é de cerca de 2.700. O
peso de 1000 sementes é de cerca de 370 g. As sementes
medem 2 x 1 cm e pesam cerca de 6 g. O teor de
umidade é de 16 %.
Germinação de sementes de
Quando escarificadas com ácido, 86 % das sementes
mulungu em sementeiras
com areia
de mulungu germinam, iniciando a germinação ao 6° dia
após a semeadura com período germinativo curto de 4
dias (entre o 6º e o 10º dia). A escarificação em pedra de
esmeril substitui o tratamento com ácido.
O tronco das árvores mais velhas é grosso em área
de várzea. Geralmente, o mulungu é mantido na beira do
rio como árvore de sombra. A madeira é branca e de
qualidade intermediária. É uma das árvores mais
comuns nas várzeas.
Ramas de mulungu em
árvores adultas.
O mulungu é uma árvore de
múltiplo uso, com potencial para consorciamento em sistemas
agroflorestais, para sombreamento do cacau e do cupuaçu. A
madeira é boa para lenha e de durabilidade mediana. Pode ser
plantado em linhas adensadas e aceita a poda regular para
obtenção de ramas ricas em nitrogênio, que pode ser
transferido para espécies frutíferas consorciadas.
27
papo-de-mutum
Ficha
da pl
anta
Outros n
Nome cie omes populares:
Subfamíliantífico: Canava Feijão-brabo
Hábito: L : Papilionoidea lia boliviana Pip
e
er.
Fixação d iana
e
n
Origem itrogênio: S
im
Ambiente: Nativa
:
V
á
Grupamen rzea
to: Popul
ações den
sas
O papo-de-mutum é uma planta nativa das várzeas do Solimões.
As flores da planta são arroxeadas como
o papo de um mutum.
CARACTERÍSTICAS DO PAPO-DE-MUTUM
Liana ou cipó de crescimento vigoroso,
dominante, sem espinhos, observada em áreas da
várzea do rio Solimões produzindo muita biomassa.
Cresce sobre a copa de outras plantas, que lhes
servem de suporte, alcançando 3 m ou mais de
altura. As ramas são robustas e apresentam flores
rosadas à arroxeadas, vistosas, dispostas na parte
terminal das ramas. Os frutos são vagens verdes
quando imaturas e marrom-escuras quando
maduras. A planta não tem espinhos, as ramas têm
gavinhas e as folhas são trifolioladas, grandes,
verdes em ambas as margens, com nervuras na
lâmina inferiores bem demarcadas. As sementes são
semelhantes a um feijão achatado, amareladas a
marrons.
VALOR NUTRICIONAL DAS FOLHAS
Um quilo de folhas de papode-mutum contém:
- 41,0 g de nitrogênio;
- 16,1 g de potássio;
- 36,8 g de cálcio;
- 2,8 g de magnésio;
- 190 mg de fósforo;
- 25 mg de ferro;
- 69 mg de zinco;
- 87 mg de manganês.
As folhas trifolioladas de papo de
mutum são ricas em nitrogênio.
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS
O papo-de-mutum é uma planta
comum nas áreas de várzea do Solimões,
especialmente nas capoeiras, e locais onde
a vegetação foi cortada. Aparece nas bordas das lavouras, algumas vezes frutificando na época da cheia, completamente sem
folhas. A floração é intensa após a descida
das águas. Tem potencial de cultivo em
solos da terra firme.
Os frutos são em cachos e a planta
produz muita biomassa verde
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
O papo-de-mutum é uma planta
registrada somente para a América
do Sul, ocorrendo naturalmente na
Bolívia e Peru, porém o seu local de
origem é incerto. Como alguns rios
da Amazônia Brasileira têm origem
nesses países, foi desta forma que
esta espécie se estabeleceu em
áreas de várzea do Brasil, tendo sido
registrada até o momento somente
para o Estado do Amazonas.
Os frutos de papo-de-mutum são vagens que possuem pureza de 37 % e medem 14
cm de comprimento e 3 cm de largura, com peso médio de cerca de 9 g contendo entre 6 a
11 sementes (média de 8 sementes por vagem). O número de sementes por quilo é de
2.603 e o peso de 1000 sementes é de cerca de 390 g.
As sementes de papo-de-mutum têmcerca de 11 % de umidade e medem 1,5 cm
de comprimento e 1 cm de largura. Uma
pesquisa realizada pelo INPA revelou a presença de lectinas (proteínas que podem ter
uso medicinal ou industrial) nas sementes
dessa espécie.
O papo-de-mutum é muito similar ao
feijão-brabo-do-Ceará (Canavalia brasiliensis) uma conhecida espécie nativa do Brasil,
cultivada para adubação verde em pequenas propriedades rurais.
Vagens verdes imaturas (1). Vagens maduras,
a frutificação da planta é abundante (2).
1
2
LEGUMINOSAS PARA ADUBAÇÃO VERDE NA TERRA FIRME E NA VÁRZEA DA AMAZÔNIA CENTRAL
lossário
Acúleos - Denominação dada às formações epidérmicas semelhantes a espinhos
do caule ou folhas de certas plantas, desses diferindo por serem facilmente removíveis e por não apresentarem elementos condutores.
Áreas degradadas - É toda área que, por ação natural ou antrópica, teve suas características originais alteradas além do limite de recuperação natural dos solos, exigindo, assim, a intervenção do homem para sua recuperação.
Arilo - Excrescência da semente, frequentemente de aspecto esponjoso ou gelatinoso, às vezes envolve a semente, sendo geralmente originado pelo funículo. Em
espécies de ingá, é a parte comestível do fruto.
Cultivo em aléias – Também conhecido como cultivo em linhas, é uma forma de produção agroflorestal na qual linhas de cultivos adensadas de árvores são estabelecidas dentro das áreas de produção, para serem podadas ou sombreamento.
Dormência – Mecanismo pelo qual as sementes, mesmo em condições ótimas e
favoráveis para sua germinação, não germinam.
Embebição – É a entrada de água na semente, demarcando o processo inicial das
reações fisiológicas e bioquímicas associadas com o início da germinação.
Escarificação - Processo manual, mecânico ou químico que objetiva remover o pericarpo ou tegumento das sementes, com fins de superação das causas de dormência.
Fixação de nitrogênio - A fixação biológica de nitrogênio (FBN) é o processo pelo
qual esse elemento químico é captado da atmosfera, onde se caracteriza pela sua
forma molecular relativamente inerte (N2) e é convertido em compostos nitrogenados (como amônio ou nitrato) em diversos processos químico-biológicos do solo,
especialmente importantes para a nutrição de plantas.
29
30
31
Folíolos - Folíolos ou pínulas são subdivisões das folhas das plantas vasculares. São
normalmente estruturas de aspecto foliáceo, ligadas por peciólulos.
Frequência - É uma medida do número de vezes que uma dada espécie ocorre em
determinada área.
Nodulação – Habilidade de algumas plantas leguminosas em serem infectadas
por bactérias do solo e desenvolverem, em seus sistemas radiculares, nódulos
que são sítios adequados aos processos relacionados com a fixação biológica de
nitrogênio.
Fuste – É o comprimento entre o nível do solo e o primeiro galho de uma árvore,
geralmente aplicado a plantas madeireiras definindo o seu valor comercial.
Pioneiras – Em termos ecológicos, são plantas secundárias na sucessão ecológica vegetal, que apresentam crescimento rápido, desenvolvem-se a pleno sol e
são menos exigentes quanto às características de fertilidade do solo.
Gavinhas - Órgão de fixação de certas plantas com os quais se prendem a suportes,
são geralmente filamentos. As gavinhas podem se enrolar como molas espiraladas;
sendo folhas, caules e até raízes modificadas.
Plantas daninhas – Também tratadas como invasoras, são plantas que colonizam e dominam o estágio inicial da sucessão secundária vegetal, numa terra perturbada pelo homem.
Hábito - Refere-se à forma geral de uma planta, tendo em conta vários fatores como a
duração do caule, o padrão de ramificação, o desenvolvimento e a textura. A maioria
das plantas pode ser designada como erva, trepadeira, liana, arbusto ou árvore (com
algumas subcategorias), ainda que algumas espécies sejam de difícil categorização.
Populações – Conjunto de indivíduos de uma mesma espécie em uma dada
área.
Lectina – É uma classe de proteínas de origem não-imunológica, que podem aglutinar hemácias graças à sua propriedade de se ligar reversivelmente a carboidratos.
Lenticelas - São órgãos de arejamento encontrados nos caules. Pequenos pontos de
ruptura no tecido suberoso, que aparecem como orifícios na superfície do caule e
fazem contato entre o meio ambiente e as células do parênquima. Lenticelas são produzidas no caule de algumas espécies se o solo é repentinamente alagado.
Líquens - Organismos mistos, formados pela simbiose entre uma alga e um fungo,
comumente encontrada nos troncos das árvores e sobre as rochas.
Nativas - São plantas originárias da zona onde elas vivem.
Pureza – Aplicado a frutos, refere-se ao investimento do fruto na formação de
sementes.
Reboleira – Refere-se à propriedade de indivíduos de uma dada espécie desenvolverem-se em conjunto numa mesma área, formando um nicho específico.
Recalcitrante – São sementes que, devido ao alto grau de umidade, não resistem à dessecação e perdem rapidamente a viabilidade de germinação quando
armazenadas.
Vagem – Fruto em forma de legume.
Viviparidade – Propriedade das sementes recalcitrantes em iniciar os processos
germinativos dentro do próprio fruto.
ISBN: 978-85-211-0080-5
9 788521 100805
Ministério da
Ciência, Tecnologia
e Inovação
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