ECOLOGIA COGNITIVA “Não se trata aqui apenas de usar a qualquer preço as tecnologias, mas de acompanhar conscientemente e deliberadamente uma mudança de civilização que recoloca profundamente em causa as formas institucionais, as mentalidades e a cultura dos sistemas educativos tradicionais e notadamente os papéis de professor e aluno.”1 Além da dimensão econômica e de suas implicações, a Sociedade da Informação traz mudanças na forma em que interpretamos o mundo, impacta nosso ambiente interior e põe novos desafios às relações sociais. O surgimento de novos modos de cognição, a busca de novos modos de vida, e um olhar mais humano sobre a interação entre a tecnologia e as necessidades sociais são algumas dimensões que se mostram presentes e são pouco exploradas. Nossos referenciais teóricos para saber como o aluno aprende vêm de uma época em que não havia computador e hoje precisamos de novas pesquisas que digam como o aluno de hoje pensa, como ele constrói o saber. Teóricos como Pierre Lévy dedicam-se a ciência que estuda a interação entre as pessoas, as máquinas e o conhecimento – a Ecologia Cognitiva - que se refere ao contexto concreto em que se inscreve a produção do conhecimento. A ecologia aponta para existência de relações, interações, diálogos entre diferentes organismos, vivos ou não vivos, e a palavra cognitiva indica a relação com um novo conhecimento. Desta forma, a ecologia cognitiva deve envolver uma nova dinâmica de relações entre sujeitos, objetos e meio ambiente, que propiciem outras formas de perceber e entender os processos de construção do conhecimento. Como afirma a citação de Lévy, 1999, novas questões são postas no cenário da civilização moderna e é preciso dominar o uso de equipamentos e das novas tecnologias, buscando um caminho produtivo para enfrentar com mais qualidade e menos desgaste as profundas e rápidas mudanças que ocorrem no atual momento da civilização. 1 LÉVI, P. Cibercultura. São Paulo, Editora 34, 1999, pag 172.