Jornal de Aromatologia

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7ª EDIÇÃO
ANO VII - Janeiro/2016
EDIÇÃO DE COLECIONADOR
Patrocínio
Jornal de Aromatologia
Publicação Científica e Cultural
I Congresso Internacional de
II Congresso Internacional
MEDICINA COMPLEMENTAR
INTEGRATIVA
de AROMATOLOGIA
A cidade de Belo Horizonte (MG) receberá em Março
o II Congresso Internacional de Aromatologia e o I Congresso Internacional de Medicina Complementar Integrativa. Dois congressos unidos para um grande evento!
Confira todos os detalhes e programação na contracapa.
EDIÇÃO ESPECIAL
MATÉRIAS EXCLUSIVAS DE PALESTRANTES DO CIA:
O MAIOR EVENTO SOBRE ÓLEOS ESSENCIAIS DA AMÉRICA LATINA!
Pág. 3
Correspondências
incríveis dos OEs com
o ser humano
Pág. 5
O poder calmante
do óleo de Lavanda
Pág. 4
Óleos Essenciais
no aumento da
resistência de
plantas contra
pragas
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.
Óleos Essenciais e
Frutos da AMAZÔNIA
CURSO
INÉDITO
Aprenda com o maior especialista no Brasil com
mais de 30 anos de pesquisa em plantas aromáticas
da Amazônia, Dr. José Guilherme Maia.
19 a 21/02 de 2016 - Belo Horizonte/MG
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Adulteração de óleos essenciais
Mayra Corrêa e Castro
Graduada em Linguística pela UNICAMP/SP, pós-graduada em Gestão de
Negócios pela FAE/PR, Professora de yoga e Aromaterapêuta - Estará no
II Congresso Internacional de Aromatologia com a palestra online:
‘‘Aromaterapia em Livros - Bibliografia comentada’’.
Você está familiarizado com os métodos
para verificar a pureza dos óleos essenciais (OEs):
avaliações sensoriais e avaliações físico-químicas.
No primeiro grupo, serão observados o odor, a cor, a
limpidez e a viscosidade de uma amostra. Aqui, se
você não for um perfumista com nariz treinado, é
possível identificar apenas adulterações grosseiras,
como aquelas em que se vende uma lavanda de cor
roxa, ou uma camomila-romana com cheiro rancificado, ou um benjoim que escorre do frasco como
se fosse OE de pinheiro. Não se espera que a lavanda
seja roxa (ela é transparente), não se espera que a
camomila-romana cheire a ranço (foi diluída em
óleo graxo), nem que o benjoim escorra facilmente
(foi diluído talvez em álcool).
Mas aqueles que comercializam OEs adulterados se valem de falsificações mais sofisticadas, e identificá-las depende de avaliações a que o
consumidor final não tem acesso. No meio da perfumaria, é consenso que o melhor instrumento para dizer se um óleo essencial é puro ou não é o nariz.
Habilitado a detectar substâncias em quantidades
ínfimas e a discriminá-las, o olfato humano – treinado – pode dar o veredito na avaliação de um odorante. Infelizmente, esse super olfato não é o da maioria
das pessoas que compra aromaterapia. Então, o que
resta aos consumidores é confiar na empresa da qual
compram, pois se supõe que ela teve acesso a – e fez!
– avaliações físico-químicas com o lote de OE que
irá fracionar.
Teste de solubilidade, densidade relativa
(gravidade específica), rotação óptica, índice de refração e o perfil cromatográfico (GC/MS, sigla em
inglês para cromatografia gasosa e espectrometria de
massa) são os testes que se espera serem feitos para
cada lote de OE que uma empresa adquire. Todas as
empresas fazem isso? Não. As que fazem, fazem
para cada lote que chega em seu galpão? Não. Considerando que os testes tenham sido feitos para cada
lote que chega no galpão, isso é garantia de que o OE
que está no frasco de 10 ml é puro? Também não.
A adulteração de um OE pode ser feita em
vários momentos da cadeia produtiva: 1) na colheita: por exemplo, recolher Litsea enosma e L.
mollifolia como se fosse L. cubeba; 2) na destilação:
por exemplo, misturar casca de limão à verbenalimão; ou 3) no envase, adicionando-se substâncias
de diversas naturezas ao lote de OE. Se fosse para
classificar o pior momento para se fazer adulteração, seria com certeza o do envase para o varejo (fracionamento), porque, nessa etapa, o laudo cromatográfico já está emitido, validado e publicado. Seria
um tipo de falsificação no qual a empresa paga para
confirmar que comprou um lote puro e ela mesma o
adultera depois. Difícil acontecer? Um pouco.
Impossível? De forma alguma.
Entre as substâncias com as quais se
adulteram os OE estão:
A) Diluentes visíveis ou não visíveis à cromatografia gasosa. São substâncias que normalmente não
2
alteram o odor do OE. Alguns métodos disponíveis
para identificá-las são TIC (Total Ion Current), testes de solubilidade alcoólica/aquosa e alterações na
operação da coluna do cromatógrafo;
B) Adição de OEs baratos a OEs caros;
C) Adição de isolados naturais. Exemplo: linalol natural para converter o OE de manjericão-exótico em
OE de manjericão-lavanda;
D) Adição de isolados naturais idênticos. São moléculas sintetizadas quimicamente, a partir de matéria-prima animal, vegetal ou microbiana, e que têm
estrutura idêntica à natural. Exemplo: o mentol obtido do timol por hidrogenação. A discriminação desses isolados frequentemente depende da disponibilidade de bibliotecas caras, que são bancos de dados
acoplados ao equipamento GC/MS. Muitas vezes,
esses isolados deixam traços de sua síntese, como é
o caso de compostos nitrogenados na l-carvona sintética;
E) Adição de isolados naturais idênticos de origem
petroquímica. Para identificá-los, é necessário conduzir teste de quiralidade no GC/MS, isto porque a
síntese desses isolados produz mistura racêmica
(enantiômeros na mesma proporção), que não é
observável em OEs puros. Quando o isolado adicionado é um composto sem enantiômero, como se observa com o timol, o teste de quiralidade já não pode
ser usado. Nesse caso, deve-se aplicar teste de carbono-14, um teste de difícil acesso a muitas empresas, mesmo estrangeiras;
F) Adição de essências sintéticas.
Além desses seis tipos de substâncias
adulterantes, é preciso lembrar que a qualidade dos
OEs pode ficar comprometida devido à presença de
contaminantes, como pesticidas e metais pesados, e
também por sua deterioração em virtude do armazenamento inadequado.
A adulteração sempre pode ser acidental
ou intencional. Quando for intencional, ela pode se
converter numa prática comercial válida, contanto
que o consumidor final esteja alertado sobre ela. O
fabricante pode diluir um OE caro e alertar no rótulo
de que aquele OE está diluído. Nesse caso, o OE está
adulterado? Sim. Mas, então, o consumidor está
sendo lesionado? Não, uma vez que ele sabe que o
OE está diluído e comprará o produto se quiser.
Quando se trata da relação entre fornecedor e
consumidor, laudos cromatográficos são indispensáveis, mas, no final das contas, o que mais importa
é a reputação da empresa e uma política de marketing aberta e clara. Pode-se enganar um consumidor
por muito tempo, mas não muitos por muito tempo.
Bibliografia:
Burfield, Tony. The Adulteration of Essential Oils - and the
Consequences to Aromatherapy & Natural Perfumery Practice.
Cropwatch.org, 2003-2008.
Castro, Mayra Correa e. Adulteração de Óleos Essenciais. Palestra
proferida no Congresso Online de Aromaterapia, Abr/15.
Gava. Altanir Jaime. Tecnologia de alimentos: princípios e
aplicações. São Paulo: Nobel, 2008.
Óleos essenciais como
agentes de controle do
biofilme dental
Regina S. Manzochi
Cirurgiã-dentista especialista em prótese dental, habilitada em práticas integrativas e complementares. Estará
no II Congresso Internacional de Aromatologia com a
palestra: ‘‘Aplicação dos óleos essenciais e terapêuticas complementares na odontologia’’.
A microbiota oral desempenha um papel
importante no aparecimento de doenças bucais
como a cárie dental e doenças periodontais, permitindo a colonização na superfície dentária de
vários microorganismos, que se estruturam, devido a uma sequência de eventos, resultando em
uma comunidade microbiológia organizada,
chamada de biofilme dental (Wolf et al., 2015;
Freires et al., 2015). A cavidade bucal representa
a mais complexa e diversa concentração microbiana do corpo humano em contato com o
ambiente externo. A cárie dentária ainda é
considerada um problema epidemiológico na
saúde oral, possui caráter multifatorial e comportamental complexos (Cangussu et al., 2012). O
biofilme dental constitui um fator etiológico
importante e específico para a formação da lesão
cárie, embora não determinante (Carranza, 2004;
Oliveira, 2007). A doença periodontal é o resultado da interação entre o biofilme dental e os
tecidos periodontais, com consequente perda do
tecido de suporte do dente. Ambas, cárie e doença
periodontal, consistem em uma interação complexa influenciada por fatores genéticos, ambientais, imunológicos, comportamentais entre
outros (Lindhe, J., 1999).
Em algumas situações temporárias e/ou
permanentes, o controle mecânico do biofilme
pode estar comprometido, por isso, meios de
controle químico são indicados. A clorexidina foi
introduzida como um antisséptico de larga ação
antimicrobiana contra bactérias Gram-positivas,
Gram-negativas e fungos. Possui característica
bactericida e bacteriostática prolongada podendo
agir durante 12 horas, propriedade esta denominada de substantividade (Zanata et al., 2007;
Sato, 2009). Efeitos adversos foram encontrados com o uso da clorexidina como: manchamento de coloração marrom-amarelada nas
regiões cervicais e proximais dos dentes, de restaurações, da placa bacteriana e superfície
lingual (removidas com profilaxia profissional e
escovação com dentifrícios), além de alterações
no paladar (Carranza, 2004). Por isso, há necessidade de se buscar novas substâncias que
sejam eficazes no controle da microbiota bucal,
mas com menos efeitos indesejáveis, e que
complementem a remoção mecânica do biofilme
dentário.
Nos últimos anos, houve um aumento
no interesse pela aplicação dos óleos essenciais
na odontologia, devido às suas propriedades
antimicrobianas no biofilme supra e subgengival, sem os efeitos adversos, como, por
exemplo, da clorexidina (Dagli et al., 2013).
Estudos comprovaram atividade bactericida,
bacteriostática e antifúngicas dos óleos
essenciais no biofilme dental (Kouidhi et al.,
2015; Takarada et al., 2004; Dagli et al., 2015;
Botelho et al., 2007; Oliveira, 2015; Freires et al,
2015; Filogônio, 2015; Oliveira, 2007) como a
manuka e o tea tree (Castilho et al., 2007). O óleo
de manuka mostrou ser efetivo quanto a inibição
do crescimento de bactérias relacionadas com a
cárie e periodontopatias. Os óleos de tea tree e
manuka inibiram a adesão de dois grupos de
bactérias: o Streptococus mutans, relacionado
com o biofilme supragengival e a cárie, e
Porphyromonas gingivalis relacionada com o
Laszlo - Rua Itaúna, 66 - Floresta/Colégio Batista - Belo Horizonte - MG - Tel: (31) 3486.2765 - Email: [email protected] - Website: www.laszlo.com.br
biofilme subgengival e doenças periodontais
(Takarada et al., 2004; Castilho et al, 2007).
Portanto, o emprego dos óleos essenciais na Odontologia pode ser considerado um
instrumento de apoio e complemento na terapia
de diversas patologias bucais, estimulando o
desenvolvimento de novos produtos comerciais
com maior atividade farmacológica, menor
toxicidade, biocompatíveis, e possivelmente com
custos mais acessíveis à população.
Referências:
TAKARADA, K; et al. A comparison of the antibacterial efficacies of essential oil against oral
pathogens. Departamento of Microbiology, Tokyo Dental College. Oral Microbiology and
Immunology, 2004: 19: 61-64, 2004. / DAGLI, N.; et al. Essencial oils, their therapeutic
properties and implication in dentistry: a review. Journal of International Society of Preventive
& C o m m u n i t D e n t i s t r y. S e p – O c t , 2 0 1 5 . D i s p o n í v e l e m :
<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4606594/>Acessadoem 06/11/2015. /
CARRANZA, F. Periodontia Clínica. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. /
WOLFF, M.S; LARSON, C. The cariogenic dental biofilm: good, bad or just something to
control? Brasilian Oral Research, vol.23, supl.1, Jun, 2009. Disponível
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180683242009000500006>
Acessado em 06/11/2015. / ZANATTA, F.B; RÖSING, C. K. Clorexidina: mecanismos de ação
e evidências atuais de sua eficácia no contexto do biofilme supragengival. Revista ScientificA, 1(2):35-43, 2007. / KOUIDHI, B; AL QURASHI, Y. M; CHAIEB, K. Drug resistance of
bacterial dental biofilm and the potential use of natural compounds as alternative for
prevention and treatment. Microbial Pathogenesis, vol.80, p. 39-49, march, 2015. /
CASTILHO, A. R.; et al. Produtos naturais em odontologia. Revista Saúde- UNG, p. 11-19,
2007 / OLIVEIRA, J. E, Cárie dentária: um novo conceito. Revista Dental Press Ortodontia e
Ortopedia Facial, v.12, n.6, p. 119-130, nov/dez 2007. / DAGLI, N.; DAGLI R. Possible use of
essencial oils in dentistry. Journal of International Oral Health 6(3): i-ii - International Society
of Preventive and Community Dentistry , junho 2014. / BOTELHO, M.A, et al. Antimicrobial
activity of the essential oil from Lippia sidoides, carvacrol and thymol agains oral pathogens.
Brasilian Journal of Medical and Biological Research, vol.40, no. 3. Ribeirão Preto, Mar. 2007
/ OLIVEIRA, M. A. C. Investigação das propriedades anticariogênicas de óleos essenciais:
atividade antimicrobiana e caracterização química, 95 f. Dissertação (mestrado) –
Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, 2012.
Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/95050>. Acesso em: 06/11/2015. / LINDHE, J.
Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
1999. / CANGUSSU, M. C. T; LOPES, L. S. Epidemiologia da cárie dentária no estado da
Bahia de 1968 a 2012. Revista Bahiana de Saúde Pública, v. 36, p. 640-650, jul/set 2012.
Acessado em 07/11/2015. Disponível em: <http://files.bvs.br/upload/S/01000233/2012/v36n3/a3455.pdf> / FREIRES, I.A; et al. Antibacterial Activity of essencial oils
and their isolated constituints against cariogenic bacteria: a sistematic review. Brazilian
Journal of Medical and Biological Research. April, 2015. Disponível em:
<http://www.mdpi.com/1420-3049/20/4/7329/htm> Acesso em: 07/11/2015. / FILOGÔNIO,
C.F.B, Estudo comparativo do efeito de óleos vegetal e mineral contidos em dentifrício no
controle do biofilme dentário. 60 f.:il. Dissertação (Mestrado): Pontifícia Universidade
C a t ó l i c a d e M i n a s G e r a i s . 2 0 0 9 . D i s p o n í v e l e m :
<http://livros01.livrosgratis.com.br/cp103759.pdf> Acesso em: 10/11/2015. /SATO, L. Y. M,
Higiene bucal com clorexidina na prevenção da pneumonia associada a ventilação mecânica.
Monografia de conclusão do curso de odontologia, 12f. Universidade Federal do Amazonas,
2 0 0 9 . A c e s s o e m : 0 6 / 1 1 / 2 0 1 5 . D i s p o n í v e l e m :
http://www.fao.ufam.edu.br/attachments/075_Monografia%20Lissa%20Sato%20pdf.pdf
EXPEDIENTE
Publicação etnobotânica, científica e cultural sobre óleos
essenciais e aromatologia com edição gratuita quadrimestral.
Editor Responsável: Fábián László
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Capa: Camilla Koscky
Produção: KOSCKY Produção e Arte Ltda. - ME
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Autoria dos artigos não assinados ou com LZ: Fábián László (LZ)
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Primeira impressão desta edição na gráfica
Fumarc em BH/MG: 50.000 exemplares
Este jornal é uma publicação científico-cultural amparada
pelos artigos 5º (IV,V,IX,XIII,XIV,XXVII), 216º (III), 218º (1,3,4) e
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Brasil/1988 e pelas Leis Nº 5.250/1967 e Nº 12.527/2011
(art. 3,4,5), assim como pelo artigo 19 da Declaração
Universal dos Direitos Humanos/1948 para livre publicação e
distribuição gratuita nos meios acadêmicos, sociais e culturais
de todo o território nacional.
Possui o objetivo de informar pesquisas científicas e a cultura
etnobotânica popular acerca do emprego de óleos essenciais
em diversos segmentos dentro da ciência chamada
Aromatologia, visando, assim, contribuir no desenvolvimento
de novos estudos em Universidades para o avanço científico.
As informações científico-culturais contidas neste material e
os relatos populares não devem ser entendidos como
orientações ou sugestões particulares para uso de óleos essenciais, ou seja, sua utilização deve ser feita sob a orientação
de um profissional qualificado na área específica do estudo
mencionado. A editora e o editor não se responsabilizam pelo
uso indevido por leigos das informações aqui citadas, que são
meramente ilustrativas.
Os artigos deste jornal podem ser divulgados desde que
sejam mantidos intactos os direitos autorais com citação dos
nomes dos autores e deste jornal como fonte de publicação.
Correspondências incríveis dos
óleos essenciais com o ser humano
Dietrich Gümbel
Doutor em zoologia, biólogo e geógrafo
Gunsbach/Alsácia
Dr. Gümbel estará palestrando no II Congresso de Aromatologia e
ministrará dois dias de curso pós-congresso. Ele fará também o
lançamento durante esse evento de seu livro ‘‘Fundamentos da
terapia holística com óleos essenciais das plantas’’ traduzido para o
português pela editora Laszlo com momento de autógrafos.
C
omo biólogo trabalhando em Ciências Ambientais, perguntava-me
sobre o fato das moléculas químicas
dos óleos essenciais das plantas poderem
curar doenças e dar suporte ao estado de
saúde do homem, pois as plantas parecem ser
organismos tão diferentes quando comparadas ao Ser Humano.
Então, comecei a comparar as plantas com
seres humanos, biologicamente, encontrando as funções dos órgãos das plantas como
raiz, folhas, flores, frutos e sementes, e observando a correspondência das funções dos órgãos humanos.
O resultado da minha investigação no
início dos anos 80 foi uma correspondência
incrível entre os dois seres. Posso afirmar
que as raízes das plantas correspondem ao
intestino humano, que as folhas cuidam de
todas as funções circulatórias como
coração, fígado, baço, pulmões e rins. E as
flores como a parte menos imitável das
plantas, com o seu fruto especial e disposição genética única nas sementes, são correspondentes à forma individual de um
rosto humano como expressão da sua
própria personalidade divina.
Óleos essenciais são conhecidos como os
portadores da "Essência" (no sentido do
"Ser") de uma planta, pois são os portadores
do espírito delas. E "espírito" corresponde
também ao "espírito" dos Seres Humanos.
Óleos essenciais carregam o cheiro e a característica original do órgão da planta de onde
foram extraídos.
Por exemplo: o OE Vetiver é extraído
das suas raízes e tem um cheiro de terra
muito profundo. E ao redor da raiz desta
planta estão milhões de micro-organismos
da "flora edáfica" (do solo) que também
são encontrados no nosso intestino
compondo nossa "flora intestinal". Esse
óleo essencial e especialmente seu
hidrolato estimulam as funções dos
intestinos e dos órgãos reprodutivos.
Baseado em experiências de tratamento e
resultados de investigação, criei uma chave
universal para a aplicação de qualquer óleo
essencial existente, baseado em qual órgão
da planta ele foi extraído. Nomeei este
sistema de "Terapia da Essência Herbal".
RAIZ e MADEIRA:
ajudam
principalmente nos órgãos-funções das
regiões inferiores do corpo humano.
FOLHAS e BROTOS: ajudam
principalmente nos órgãos-funções das
regiões superiores do corpo humano.
FLORES, FRUTOS e SEMENTES:
ajudam principalmente nos órgãos-funções
da cabeça e todos os tecidos nervosos do
corpo humano.
Estas conexões levaram-me à aplicação
de óleos essenciais altamente diluídos compostos em sinergias para aplicação em plantas e solo para jardinagem e agricultura.
Praticamos isso com sucesso há 30 anos. Esta
aplicação é chamada de "Cuidado Aromático
Vegetal", que nós usamos para tonificar a
força vital das plantas e organismos no solo
através do auxílio aos seus sistemas imunológicos para todos os tipos de pragas. Essa é
uma contribuição ambiental para equilibrar o
ecossistema.
Outra descoberta incrível dos nossos
estudos e experiências durante as nossas
investigações de longo prazo é o fato de
que o nosso nariz e a sua preferência para
um determinado cheiro é a expressão
individual e momentânea da demanda de
uma vibração olfativa especial. Isso
significa: o déficit de um cliente para uma
certa vibração é expressa por sua própria
escolha pelo aroma. E isso significaria
uma maneira fácil para trazer equilíbrio à
saúde e à mente.
Então, na nossa "Terapia da Essência
Herbal" e "Cosmoterapia" (incluindo cor,
som e cristais, todos em ressonância), nós
não recomendamos nenhum óleo essencial
para o tratamento, mas deixamos a decisão
para o próprio cliente seguindo o ditado
inglês: "seu nariz sabe". E o aromaterapeuta
pode, então, sentir o que isso significa dentro
da situação de saúde do cliente relativo ao
óleo essencial selecionado por ele.
Mais tarde, investigamos a relação entre as
cores e os óleos essenciais incluindo o nível
vibracional e os órgãos internos humanos.
Esses níveis vibracionais são baseados
nos nossos órgãos do sentido. Cada órgão do
sentido é responsável por um desses níveis
que nós definimos como "Níveis de
Sentido". Minha investigação no significado
do "sentido" dos nossos órgãos, levou-me ao
resultado de que os Seres Humanos possuem
não apenas cinco (tato, paladar, olfato,
audição e visão) mas sete sentidos. Defini o
sexto sentido como o "Terceiro/ Olho Divino", entre nossas sobrancelhas, na frente do
nosso sentido de autoconsciência. E eu defini
o coração como o sétimo sentido, porque
qualquer órgão de percepção sensorial é
totalmente baseado no suprimento ininterrupto de sangue proveniente do coração, de
outra maneira não haveria tato, visão, audição, paladar, olfato ou qualquer tipo de consciência. Isso me levou ao insight: "Apenas o
coração faz sentido".
Outra relação interessante é que, o
desenvolvimento original da pituitária ou
hipófise – glândula hormonal mestra
situada na base do cérebro e condutora de
todas as glândulas hormonais – provém da
membrana da mucosa olfativa, na
formação do feto e, dessa forma, encontram-se células olfativas na pituitária que
checam a consistência do sangue circulante, causando regulações hormonais relevantes para equilibrar o metabolismo do
corpo e da mente.
Desenvolvimento da hipófise de embrião humano
mostrando células olfatórias da mucosa pituitária.
Nossa Cosmoterapia é uma integração
coerente e científica de: Aromaterapia, Cromoterapia e Terapia de Som, com a Terapia
de Cristais.
E por último, mas não menos importante,
baseado na nossa Musicoterapia, criamos
uma música-cósmica relacionada a cores e
tonalidades do espectro do arco-íris. Consegui encontrar novas escalas com sete tons
que você pode facilmente tocar sem causar
nenhuma dissonância. Então, você está livre
para tocar a partir do seu coração sem ler
nenhuma nota em nosso recém- projetado
"Harpa-Cósmica" para fazer música na
terapia.
Em Cosmoterapia temos para qualquer
órgão do sentido uma terapia estimulante
convergente em um único conceito.
Laszlo - Rua Itaúna, 66 - Floresta/Colégio Batista - Belo Horizonte - MG - Tel: (31) 3486.2765 - Email: [email protected] - Website: www.laszlo.com.br
Seres humanos
conseguem discriminar
até 1 trilhão de cheiros
André Ferraz da Costa
Uma recente pesquisa publicada na revista
Science e conduzida no Laboratório de Neurogenética e Comportamento da Universidade Rockefeller
descobriu que os seres humanos são capazes de
1
discriminar até 1 trilhão de cheiros diferentes .
Para determinar quantos estímulos podem ser
discriminados, é necessário saber o alcance do sentido estudado. Cores, por exemplo, variam em
comprimentos de onda e intensidade. Sons variam
em frequência e sonoridade. Seres humanos conseguem determinar as cores entre 390 e 700 nm e sons
entre 20 e 20,000 Hz. Aplicando essa metodologia,
cientistas realizaram pesquisas que estimaram que
os humanos podem distinguir entre 2.3 e 7.5 milhões
de cores2,3 e aproximadamente 340.000 tons3.
Em relação ao sentido do olfato, um estudo
influente de 1927 estipulou que os seres humanos
poderiam discriminar entre até 10 mil cheiros diferentes4. Esse estudo ficou famoso e é citado até hoje.
Sabemos que os óleos essenciais podem ter até
centenas de componentes químicos diferentes , embora apenas alguns poucos estejam em maior quantidade. O que essa equipe de cientistas fez foi reduzir a complexidade investigando 128 moléculas
combinadas em sinergias de 10, 20 e 30, e que
cobriam grande parte das notas olfativas.
Vinte e seis voluntários completaram os 264
testes de discriminação entre as misturas, que variaram de teste para teste. Nos experimentos duplocego, foram apresentados aos sujeitos três estímulos olfativos diferentes, sendo os dois primeiros
muito parecidos e o terceiro diferente.
Pares de misturas são mais difíceis de discriminar, mas ainda assim metade dos voluntários
conseguiu distinguir entre misturas que se sobrepunham em até 75%. Alguns conseguiram distinguir misturas que se sobrepunham entre 75% e 90%
e ninguém conseguiu discriminar entre aquelas em
mais de 90%.
As misturas que se sobrepunham em até 51,17%
foram discriminadas pela maioria dos voluntários, o
que significa que o ser humano pode, em média,
discriminar mais de 1 trilhão de misturas com 30
componentes. E salientam que este número pode ser
ainda maior. Primeiro porque não se sabe quantas
moléculas aromáticas existem, segundo porque essas moléculas podem se combinar em grupos de mais
de 30. Além disso, eles descobriram que embora haja
misturas com os mesmos componentes, mas em porcentagens diferentes, elas podem ser discriminadas.
Referências: 1. Bushdid, C. et al. (2014) Humans can discriminate
more than one trillion olfactory stimuli. Science. 2014 March 21;
343(6177): 1370–1372. / 2. Pointer MR, Attridge GG. The number of
discernible colours. Color Res Appl. 1998; 23:52–54. / 3. Nickerson D,
Newhall SM. A psychological color solid. J Opt Soc Am. 1943;
33:419–422. / 4. Stevens, SS.; Davis, H. Hearing, its psychology and
physiology. John Wiley; New York: 1938. p. 152-154 / 5. Crocker EC,
Henderson LF. Analysis and classification of odors: an effort to
develop a workable method. Am Perfum Essent Oil Rev. 1927; 22:325
Você sabia que HIPOSMIA (o termo médico para um olfato danificado) está frequentemente associado com uma possível
deficiência de vitaminas B6, B12 ou A, assim
como dos minerais, de zinco ou de cobre?
Em muitos casos, a reposição dessas vitaminas e minerais, em especial zinco e B12, normalizam a perda do olfato. Vegetarianos devem ter atenção redobrada na suplementação de B12 se sentirem perda de olfato.
3
Óleo essencial de
Óleos essenciais no
controle de doenças de
plantas
alecrim-pimenta
Prof. Afranio Aragão Craveiro
Mestre em Química Orgânica - Parque de Desenvolvimento Tecnológico – UFC – Fortaleza-CE
Eduardo Alves
Agrônomo e Professor Associado do Departamento de
Fitopatologia da UFLA
Estará no II Congresso Internacional de
Aromatologia com a palestra: ‘‘Princípios voláteis
ativos de plantas medicinais brasileiras’’.
Estará no II Congresso Internacional de
Aromatologia com a palestra: ‘‘Aplicações dos óleos
essenciais no controle de doenças de plantas’’.
O
alecrim-pimenta (Lippia sidoides), da
família Verbenacea, é uma planta medicinal nativa da caatinga do Nordeste
do Brasil. Ocorre no sertão nordestino,
sobretudo nos estados do Ceará e Rio Grande
do Norte.
O gênero Lippia possui cerca de 200 espécies de ervas, arbustos e pequenas árvores, que
são naturais da América do Sul e Central. As
espécies deste gênero se destacam pelo aroma
forte e agradável e seu aspecto atrativo no
período de floração.
Os primeiros relatos sobre o óleo essencial
desta planta foram feitos pelo grupo de
pesquisas do Departamento de Química
Orgânica e Inorgânica da Universidade
Federal do Ceará, em agosto de 1977, em
exemplar coletado na região de Jucuri-RN.
O alto rendimento do óleo essencial nesta
planta, chegando em alguns casos a 4%, e a sua
peculiar composição química, despertou o interesse em estudos mais aprofundados sobre a
mesma.
Face à presença majoritária no óleo essencial de Timol e Carvacrol, o mesmo se presta a
usos medicinais variados, principalmente pelas suas atividades antissépticas, antimicrobiana, antifúngica, antioxidante, anti-inflamatória e larvicida. Estudos também realizados
na UFC demonstraram que este óleo essencial
pode ser usado com sucesso no controle das
larvas do Aedes aegypti.
O óleo essencial das folhas do alecrimpimenta também é atualmente usado por
indústrias farmacêuticas, de perfumaria e cosméticos por suas propriedades antimicrobianas e aromáticas. O chá e a tintura diluída desta
espécie são também usados no tratamento de
problemas de pele (acne).
A Lippia sidoides, após os estudos da UFC,
foi incluída no programa Farmácias-Vivas,
criado no Laboratório de Produtos Naturais da
UFC pelo Prof. Francisco José de Abreu
Matos, que fez parte da equipe de pesquisas do
Programa Botânica-Química e Farmacologia,
liderado pelo Prof. Afranio Aragão Craveiro.
Referido programa, por mais de 20 anos,
estudou a flora nordestina, coletando,
classificando e analisando plantas da caatinga
nos seus aspectos botânicos, químicos e
farmacológicos.
A inclusão desta planta no programa
Farmácia-Viva, despertou o interesse de pesquisadores de todo o Brasil que realizaram e
realizam trabalhos sobre a mesma, incluindo
diversos usos e patentes, fazendo com que hoje
a planta faça parte da Relação Nacional de
Plantas Medicinais de Interesse ao SUS
(RENISUS), relação esta que é constituída de
espécies vegetais com potencial de avançar
nas etapas da cadeia produtiva e de gerar
produtos de interesse do Ministério da Saúde
do Brasil.
O óleo essencial de alecrim-pimenta possui
4
elevado valor comercial despertando, na
década de 2000, o interesse de pesquisadores
da UFC em cultivar a planta e produzir o óleo
em escala industrial. Dessa forma, foi criada a
empresa Pronat, incubada no Parque de
Desenvolvimento Tecnológico (PADETEC),
que montou plantio agrícola e unidade de
extração do óleo no Município de HorizonteCE. Com apenas 11 hectares plantados, a
empresa conseguiu atender ao mercado
Cearense e a exportar para os Estados Unidos,
onde a empresa AVEDA, principal compradora do óleo, lançou com sucesso uma loção
anti-acne naquele País.
Hoje, em 2015, outra empresa localizada
em Jaguaruana no Ceará, está iniciando a
plantação e produção em escala industrial do
óleo de alecrim-pimenta e espera, até início de
2016, colocar o produto no mercado. As
análises e controle de qualidade deste óleo
estão sendo realizados pelos laboratórios do
Padetec, garantindo um padrão de excelente
qualidade.
Este é mais um bom exemplo de pesquisa
básica que, pelo processo de incubação de empresas, se transforma em um produto de sucesso no mercado.
Composição:
Esta planta apresenta vários quimiotipos em
relação à composição química de seu OE, sendo
relatados quimiotipos ricos em carvacrol, p-cimeno, 1,8-cineol e quimiotipos ricos em
trans-β-cariofileno e em timol. Entre todos os
estudos, pode-se constatar que o principal
constituinte na maioria das extrações foi o
timol, sendo que sua concentração nos OEs
estudados variou de 34 a 95%, seguido do
carvacrol, que quando majoritário no OE,
mostrou variação de teor de 31,68 a 51,8%.
Outras propriedades:
O timol presente no óleo de alecrim-pimenta,
é uma substância de alto poder antimicrobial,
agindo eficazmente contra um grande número
de bactérias, fungos, parasitas e vírus. Ele
igualmente possui propriedades hepatoprotetoras4, anticancerígenas1 e imunoestimulantes
poderosas, agindo como recrutador de linfócitos
3
para o combate de infecções . Age protegendo o
corpo contra os efeitos nocivos de radiações e
2
3
radicais livres , além de ser anti-inflamatório
com uso benéfico no reumatismo e na artrite.
Referências: 1. Kang SH, et al. J Microbiol Biotechnol. 2015
Oct 6./ 2. Archana PR, et al. Integr Cancer Ther. 2011
Dec;10(4):374-83. / 3. Fachini-Queiroz FC, et al. Evid Based
Complement Alternat Med. 2012;2012:657026. / 4. Alam K, et al.
Pharmacol Res. 1999 Aug;40(2):159-63.
Óleos essenciais (OEs) produzidos pelo
metabolismo secundário de plantas têm sido
vistos como fontes de substâncias químicas de
atividades biológicas intensas. Estudos
realizados têm indicado o potencial dos mesmos
no controle de fitopatógenos, tanto por sua ação
fungitóxica direta, como pela capacidade de
indução de resposta de defesa da planta (SchwanEstrada, 2003). Assim sendo, a exploração da
atividade biológica de compostos presentes em
OEs de plantas tem constituído em mais uma
forma potencial de controle de doenças em
plantas.
Vários trabalhos são encontrados na
literatura sobre o uso de OEs no controle de fitopatógenos. A maioria absoluta trata de seus efeitos diretos sobre os fitopatógenos principalmente
in vitro, mas é também observada sua ação como
indutores de resistência, levando as plantas a elevarem a produção de fitoalexinas, PR-proteínas e
outros compostos de defesa, indicando a presença
nestes compostos de substâncias com características eliciadoras, que podem ter baixo impacto ao ambiente.
Como exemplo da efetividade de OEs no
controle direto sobre fitopatógenos pode-se citar
o trabalho desenvolvido por Pereira et al. (2011)
que evidenciaram uma atividade direta na inibição do crescimento micelial de Cercospora
coffeicola por parte de OEs árvore de chá (Melaleuca alternifolia Cheel), canela (Cinnamomum
zeylanicum Breym), capim-limão (Cymbopogon
citratus Staph), citronela (Cymbopogon nardus
L.), cravo-da-índia (Sizygium aromaticum L.),
eucalipto (Corymbia citriodora Hook), nim
(Azadirachta indica A. Juss) e tomilho (Thymus
vulgaris L.), além do efeito direto atuando na
inibição do crescimento micelial. Esses autores
demonstraram também que os OEs de canela e
citronela reduziram a incidência e a severidade da
cercosporiose em cafeeiro. A atividade direta de
OEs sobre fitopatógenos também foi documentada por Roswalka et al. (2008), que relataram um
efeito fungitóxico por parte do OE de cravo-daíndia, com uma inibição registrada de 100% no
crescimento micelial de Glomerella cingulata e
C. gloeosporioides. Analogamente, tal atividade
também foi relatada em pesquisas mais recentes,
realizadas por Perina et al.(2013) os quais observaram que OEs de citronela (C. nardus) capimlimão (C. citratus) e eucalipto (C. citriodora)
associados ao leite em pó como solvente, apresentaram um controle da ordem de 67 a 74% na
severidade do oídio da soja. De forma semelhante, Teixeira et al. (2013) relataram uma
redução na incidência de Stenocarpella maydis
em sementes de 39,0% e 28% alcançadas com os
OEs de cravo-da-índia e canela respectivamente.
No controle de doenças pós-colheita, os OEs
também têm mostrado ser efetivos em goiaba,
manga, mamão e banana, contra antracnose, tanto
diluídos em leite em pó 1% quanto associados a
películas de amido a 2% em revestimento de
frutos.
A indução de resistência em plantas contra
patógenos também tem sido bastante pesquisada
nos últimos anos, tanto na indução de fitoalexinas
como de PR-proteínas sendo, sendo que em al-
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OE de citronela aumenta a
resistência do cafeeiro contra pragas.
guns exemplos de estudos de Pereira et al. (2011)
utilizando OEs das espécies C. zeylanicum e C.
nardus, foram observadas a inibição do desenvolvimento e elongação da hifa do patógeno Cercospora coffeicola em folhas de cafeeiro (Coffea
arabica L.) inoculadas aos dois dias após a
aplicação, sugerindo a ativação de respostas de
defesa da planta e a atividade preventiva desses
OEs. Cien-tes desses dados, Pereira et al. (2012)
estudaram o efeito do OE de citronela (C. nardus)
no controle e na ativação de respostas de defesa
do cafeeiro contra a ferrugem e a cercosporiose do
cafeeiro. Dessa forma, esses autores demonstraram que o OE de citronela controlou a ferrugem e a cercosporiose com eficácias de 47,2% e
29,7%, respectivamente e aumentou as atividades
das enzimas peroxidase e quitinase em mudas de
cafeeiro após 336 e, 24 e 336 horas após pulverização, respectivamente.
Além de doenças fúngicas, as doenças
bacterianas apresentam desafios para o controle,
principalmente no que concerne à agricultura
orgânica, na qual o uso de produtos químicos é
proibido. Nesse contexto, Lucas et al. (2012)
estudaram o potencial do OE de cravo-da-índia
(S. aromaticum) na redução da mancha bacteriana
do tomateiro, e a ativação de respostas bioquímicas de defesa de plantas. Com isso os autores
obtiveram um controle da mancha bacteriana do
tomateiro de 53,0% por parte do OE de cravo-daíndia. As resistências induzidas em plantas, pelos
OEs de cravo-da-índia, foram evidenciadas pelo
aumento da atividade das enzimas β-1,3glucanases, quitinases, peroxidases iniciada logo
nas primeiras horas após a pulverização até 12
dias após e do aumento do teor de lignina aos 12
dias após as pulverizações. Esses resultados levaram os autores a sugerir o uso de OE de cravoda-índia como um potencial indutor de resistência
em tomateiro.
As doses de óleos essenciais com efeitos no controle de doenças em plantas têm
variado de 0,1 a 1 %, dependendo da espécie da
planta do qual o OE foi obtido e da doença a ser
controlada. Também tem sido observado que
doses maiores podem causar fitotoxidez em
plantas.
Referências:
Lucas GC, et al (2012) Indian clove essential oil in the control of tomato
bacterial spot. Journal of Plant Pathology, v. 94, p. 45-51. / Pereira RB,
et al. Potential of essential oils for the control of brown eye spot in
coffee plants. Ciência e Agrotecnologia, v.35, p.115-123, 2011. /
Pereira RB, et al. Citronella essential oil in the control and activation of
coffee plants defense response against rust and brown eye spot. Ciência
e Agrotecnologia, v.36, p. 383-390, 2012. / Perina FJ, et al. Essential
oils and whole milk in the control of soybean powdery mildew. Ciência
Ruralv. 43, p. 1938-1944, 2013. / Rozwalka LC, et al. Extratos,
decoctos e óleos essenciais de plantas medicinais e aromáticas na
inibição de Glomerella cingulata e Colletotrichum gloeosporioides de
frutos de goiaba. Ciência Rural v.38, p. 301-307, 2008. / SchwanEstrada, K R F Potencial de extrato e óleos essenciais de vegetais como
indutores de resistência: plantas medicinais. In: II Reunião brasileira
sobre indução de resistência em plantas contra fitopatógenos, São
Pedro. Anais. São Pedro: USP 2003. p. 147. 2003. / Teixeira GA, et
al.Essential oils on the control of stem and ear rot in maize. Ciência
Rural v.43, p.1945-1951, 2013.
Ingestão de óleo
essencial de lavanda
como medicamento
LZ
Conheça mais sobre
as variedades do
óleo da LAVANDA
LZ
As lavandas (popularmente conhecidas
como alfazemas) são pequenas ervas, comumente
empregadas em ornamentação.
Da lavanda se obtém um dos óleos mais
populares no mundo dentro da aromaterapia. O
termo lavanda vem do latim lavare, "lavar", porque a planta era utilizada pelos romanos para lavar
roupa, tomar banho, aromatizar ambientes e como
produto curativo.
Na França, a colheita da lavanda ocorre
entre julho e agosto, tendo variações em outros
países conforme as estações do ano. As plantas são
colhidas por máquinas quando estão com botões
floridos. O processo de destilação é feito a vapor
da planta fresca ou seca.
Dentre os diferentes tipos de óleos e
classificações existentes temos:
Lavandula angustifolia é o nome em
latim para a lavanda tradicional e clonada. São
sinônimos em latim Lavandula officialis e Lavandula vera.
A lavanda tradicional é multiplicada por
sementes e produz o óleo de LAVANDA FINA,
que pode ser cultivada ou nascer de forma espontânea em regiões com altitude superiores a 1.000 m
ao longo dos alpes da alta Provence, de Vaucluse e
Drôme. É o produto de mais alta qualidade e o mais
ativo terapêuticamente. A cor das flores da lavanda
tradicional varia do branco ao azul escuro, sendo
que os campos de lavanda clonada possuem uma
única cor uniforme (geralmente azul).
LAVANDA AOC (Appelation Origine
Controllé) é uma lavanda tradicional. Com a ajuda de um laboratório e a análise de amostras obtidas de cada colheita, um comitê de especialistas
avalia determinados fatores no óleo e outras propriedades. Através de uma criteriosa avaliação é
determinada a qualidade de cada colheita e as
melhores amostras são classificadas pelo rótulo de
"AOC".
A.O.C. estabelece que o produto possui
o "rótulo de origem controlada". Este controle é
feito pelo governo francês com o objetivo de
proteger a qualidade e integridade de produtos.
Para obter esta certificação, cultivadores e
processadores precisam aderir a um sistema de
padronização e regulamentação do governo para
agricultura, colheita e destilação. O certificado
AOC é conhecido em todo o mundo como um
símbolo de alta qualidade para produtos de origem
francesa e utilizado também em produtos como
vinho, vegetais, e outros produtos agrícolas. A
certificação AOC é muito difícil de ser obtida e, no
caso da lavanda, precisa ser de espécies nascidas
de sementes (lavanda tradicional), em altitudes
elevadas acima de 1.000m e de plantas orgânicas.
Lavanda clonada (ou clonal) é cultivada
a partir de clones de mudas e suporta baixas
altitudes. As mudas são selecionadas a partir de indivíduos da lavanda tradicional pela sua qualidade
olfativa, analítica, de resistência a doenças ou de
rendimento. Geralmente são utilizadas variedades
que se destacam pelo bom rendimento, algumas
das variedades comumente clonadas são a lavanda
MAILLETE e a MATHERONE (comuns na
França) e a BUENA VISTA (comum nos EUA),
todos multiplicados por estacas e adaptados para
desenvolverem-se em baixas altitudes. A lavanda
maillette possui flores de cor azul homogênea.
A lavanda orgânica ou BIO pode ser
obtida da lavanda tradicional fina, da lavanda
clonada ou outros tipos (como lavandins) por um
cultivo orgânico certificado.
As LAVANDAS 38/40, 40/42, 48/50, 50/52
são óleos de lavanda naturais remarcados sob essas
classificações. As porcentagens indicadas indicam
os teores de ésteres no óleo. Geralmente os clientes
procuram óleos com alto teor de ésteres. A concentração deles pode ser aumentada através de uma
destilação fracionada (retificação), ou mistura de
óleos com diferentes teores de ésteres. Destiladores mal-intencionados podem também adicionar acetato de linalila sintético com o objetivo
de aumentar a concentração de ésteres nesses óleos. É comum dar o nome das regiões de cultivo às
lavandas com teores de ésteres padronizados como
a LAVANDA MONT BLANC (cultivada na região de Mont blanc) que é um tipo de lavanda 40/42.
LAVANDA francesa, lavanda kashimir,
lavanda búlgara, lavanda inglesa, lavanda
russa, entre outras, são terminologias utilizadas
para se definir o país ou região de cultivo e destilação desses óleos e costumam ser todos obtidos da
Lavanda angustifolia, tendo leves variações em
seu aroma e composição, mas os mesmos usos.
Lavandula X intermedia e Lavandula
hybrida (sinônimo) são os nomes em latim para híbridos de diferentes espécies de lavandas. São chamados de LAVANDIM. Geralmente são obtidos
pelo cruzamento de variedades da Lavanda angustifolia com a Lavanda latifolia.
O LAVANDIM GROSSO é o mais comum e das espécies o que fornece o melhor
rendimento. Possui alto teor de linalol no óleo. O
LAVANDIM ABRIALIS é uma das variedades
mais antigas e possui alto teor de cânfora e cineol
no óleo. O LAVANDIM SUPER é o mais similar
em composição, cheiro e propriedades com a Lavandula angustifolia. Substitui a lavanda pela sua
similaridade, sendo muitas vezes uma opção mais
barata devido seu melhor rendimento. O LAVANDIM SUMIAM é raramente cultivado na atualidade e é similar ao abrialis.
A Lavandula latifolia dá origem ao óleo de
LAVANDA SPIKE. Este óleo possui duas ra-ças
químicas, uma rica em cânfora, normalmente
produzida na Espanha, e outra rica em linalol, de
origem francesa ou americana. O quimiotipo canforado possui um aroma gelado, tipo eucalipto, é
altamente estimulante e muito útil nas rinites.
A Lavandula stoechas dá origem ao óleo de
LAVANDA ESTOECA, também chamada de
lavanda grega ou turca. Esta era a planta utilizada
pelos antigos romanos em seus banhos. O óleo é
rico em cânfora, cineol e o componente fenchona
que lhe dá um aroma um pouco desagradável. Outra espécie, a Lavandula dentata, LAVANDA
DENTATA, muito comum no Brasil e de fácil
adaptação, possuindo um óleo de composição
similar à estoeca, rico também em cineol, cânfora e
fenchona. Ambos os óleos não possuem as propriedades calmantes típicas dos óleos de lavanda.
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Adriana Nunes Wolffenbüttel
Doutora em Ciências Farmacêuticas.
Estará no II Congresso Internacional de Aromatologia
com a palestra: ‘‘Os óleos essenciais de laranja doce e
amarga e os marcadores biológicos melatonina (bemestar) e Cortisol (estresse)’’.
A
ssim como o desenvolvimento da homeopatia e sua medicação por Hahnemann em 1779, novamente a Alemanha é
pioneira por lançar oficialmente no mercado um
medicamento exclusivamente a base de óleo essencial (OE) de lavanda (Lavandula angustifolia).
Em 2010, um laboratório da Alemanha
registrou e lançou no mercado o medicamento
Silexan®, cuja composição de cada cápsula varia
de 80 mg ou 160 mg de OE de lavanda (L. angustifolia), contendo como principais constituintes o
linalol e o acetato de linalila (Silexan®, register
2009). Os resultados das investigações evidenciaram a ação ansiolítica deste medicamento, ao
ser ingerida 1 (uma) cápsula diariamente por
período de 14 dias consecutivos (Kasper, 2013;
2015), demonstrando que OE de lavanda é tão
eficaz quanto o benzodiazepínico lorazepam, em
adultos com desordem de ansiedade generalizada
(Woelk e Schläfke, 2010; Kasper, 2013; 2015).
Deste modo eles indicam seu uso clínico por via
oral para tratar ansiedade. Podemos calcular em
gotas, a quantidade de óleo essencial de cada
cápsula, ser em torno de uma gota (para a cápsula
de 80 mg) e de 3 gotas (para a cápsula de 160
mg); o que coincide com a medida padrão que
utiliza-se dentro da aromatologia francesa via
oral há mais de 50 anos para tratamento de
insônia e ansiedade, conforme vemos em livros
como Aromathérapie, Traitement des maladies
par les essences des plantes do Dr. Jean Valnet,
publicado em 1964
A ação ansiolítica do OE de lavanda
não se caracteriza como a ação de um benzodiazepínico, o que pode explicar a ausência de tolerância, dependência e síndrome de abstinência
(Silenieks et al., 2013). Uehleke (2012), em seus
resultados, constatou a ação do OE de lavanda
também em situações de estresse pós-traumático,
vindo ao encontro das investigações de Toda e
Moritomo (2008), relativas à redução do estresse
em voluntários humanos quando submetidos à
inalação do óleo essencial de lavanda (Lavandula
angustifolia), e de Aprotosoaie (2014) e de EffatiDaryani (2015). Uma das hipóteses do mecanismo da ação ansiolítica do OE de Lavandula angustifolia sustenta que este OE, através de seus
componentes, é uma potente droga ansiolítica,
semelhante ao fármaco pregabalina, que reduz o
influxo de cálcio nos terminais pré-sinápticos em
neurônios hiperexcitados pré-sinapticos do hipocampo, reduzindo dessa forma a liberação de
neurotransmissores excitatórios, como o glutamato (Simonnet, 2008; Carrasco et al., 2013;
Castro et al., 2013; Schuwald et al., 2013;
Vadivelu et al., 2014). Bagetta (2010) e Navarra
(2015) estudaram neuro-farmacologicamente a
ação, nos sintomas de ansiedade induzida por estresse, transtornos leves de humor e dor do câncer, de outro óleo essencial cuja composição
inclui percentuais elevados dos componentes
linalol e acetato de linalila. Eles constataram a
capacidade do óleo essencial em interferir no
hipocampo dos mamíferos, na plasticidade sináptica normal e patológica. A neuroproteção foi
observada no decurso de uma isquemia cerebral e
dor. Estes autores associam esses efeitos aos
componentes do OE, entre eles o linalol e o
acetato de linalila.
Desse modo, a ingestão pura do óleo
essencial de lavanda Lavandula angustifolia na
quantidade de 80 a 160 mg por dia está regulamentada na Alemanha para o tratamento da ansiedade, com uma resposta terapêutica superior a
medicação alopática, sem os transtornos dos
efeitos colaterais.
Referências:
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molecule with valuable biological properties. Flavour and Fragrance
Journal, 29(4), 193-219, 2014. / 2. BAGETTA, G.; et al. Review,
Neuropharmacology of the essential oil of bergamot. Fitoterapia, v. 81, p.
453–461, 2010. / 3. CARRASCO, J.L.; et al. Análisis comparativo de
costes del inicio de terapia con pregabalina o ISRS/ISRN en pacientes
resistentes a las benzodiazepinas con trastorno de ansiedad generalizada
en España. Actas Españolas de Psiquiatría, v. 41, p. 164-74, 2013. / 4.
CASTRO, R.J.A.; et al. Tratamento da dor em queimados. Revista
Brasileira de Anestesiologia, v. 63, p. 149-158, 2013. / 5. EFFATIDARYANI, F., et al. Effect of Lavender Cream with or without Foot-bath
on Anxiety, Stress and Depression in Pregnancy: a Randomized PlaceboControlled Trial. Journal of Caring Sciences, 4(1), 63–73, 2015. / 6.
KASPER, S. An orally administered lavandula oil preparation (Silexan)
for anxiety disorder and related conditions: an evidence based review.
International Journal of Psychiatry in Clinical Practice, v. 17, p. 15-22,
2013. / 7. KASPER, et al. Efficacy of orally administered Silexan in
patients with an-xiety-related restlessness and disturbed sleep–a
randomized, placebo-controlled trial. European
Neuropsychopharmacology, august, 2015. / 8. NAVARRA, M., et al.
Citrus bergamia essential oil: from basic research to clinical application.
Frontiers in pharmacology, 6, 2015. / 9. SCHUWALD, A.M.; et al.
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2013. / 11. SILEXAN®, register 2009: International Standard
Randomised Controlled Trial Number ISRCTN74386009. Disponível
em: <http://www.controlled-trials.com/ISRCTN74386009>. Acessado
em 11/10/2015. / 12. SIMONNET, G. Pre-emptive antihyperalgesia to
improve pre-emptive analgesia. Anesthesiology, v. 108, p. 352-354, 2008.
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endocrinological stress markers. Archives of Oral Biology, v. 53, p. 964968, 2008. / 14. UEHLEKE, B.; et al. Phase II trial on the effects of Silexan
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a broader concept. Local and Regional Anesthesia, 7, 17–22, 2014. / 16.
WOELK, H.; SCHLÄFKE, S. A multi-center, double-blind, randomised
study of the lavender oil preparation silexan in comparison to lorazepam
for generalized anxiety disorder. Phytomedicine, v. 17, p. 94–99, 2010.
Óleos Essenciais de
CEDROS
André Ferraz da Costa
Formando em psicologia com enfoque em psicologia
transpessoal pela UFMG e aromaterapeuta. Estará no II
Congresso Internacional de Aromatologia com a
palestra: ‘‘Óleos essenciais na gestação, parto e pós
parto’’.
Matusalém (Pinus longaeva)
Considerada a 2a árvore viva mais velha
do mundo tendo 4.846 anos
A
s gimnospermas surgiram no período
Devoniano, há cerca de 360 m.a. e são as
plantas aromáticas mais antigas encontradas até hoje na natureza. Compreendendo a divisão Pinophyta, temos grandes famílias de plantas aromáticas como a família Pinaceae e
Cupressaceae. Na família Pinaceae, estão todas
as espécies de pinheiros (Pinus sp.), espruce
negro e espruce da Noruega (Picea sp.), abetos
(Abies sp.), espruce branco (Tsuga canadensis), e
os cedros verdadeiros (Cedrus sp.).
Na família Cupressaceae encontramos as
espécies dos cedros falsos: cedro da China
(Cupressus funebris), cedro da Virgínia (Juniperus virginiana), cedro do Texas (Juniperus Mexicana), cedro vermelho (Thuja plicata), cedro
maçã (Thuja occidentalis), cedro japonês (Cryptomeria japonica), cedro Port Oxford (Chamaecyparis lawsoniana), e alguns outros que são
chamados de cedros dependendo da região.
Uma característica evolutiva interessante das
famílias Pinaceae e Cupressaceae é a quase
totalidade de monoterpenos hidrocarbonetos,
principalmente o alfa-pineno (<50%) e um éster
muito especial, o acetato de bornila (<35%)1. Isso
confere a todos esses óleos propriedades
relaxantes (cortisona-like), tônicas e estimulantes gerais, antissépticos atmosféricos, descongestionantes respiratórios, expectorantes balsâmicos, linfotônicos e imunoestimulantes1. É interessante notar que essas árvores são capazes de
viver centenas ou até milhares de anos, como é o
caso da árvore Matusalém (Pinus longaeva), que
cresce na Califórnia e tem 4.846 anos2.
Os cedros verdadeiros compreendem apenas
quatro espécies: cedro do Atlas (Cedrus
atlantica), cedro do Himalaia (Cedrus deodara),
cedro do Líbano (Cedrus libani) e o cedro do
Floresta de cedro do Himalania (Cedrus deodara) no norte da
Índia (Cordilheira do Himalaia).
6
Chipre (Cedrus brevifolia). De forma muito
interessante, eles têm uma composição química
bem distinta de todas as outras plantas da família
Pinaceae. Há presença de até 85% de sesquiterpenos em sua composição, sendo o himacaleno o marcador principal. Possivelmente esta
composição é o que tornou sua madeira tão apreciada por reis e faraós de todo o mundo antigo3.
O cedro é citado na Epopeia de Gilgamesh,
considerada a mais antiga obra literária da humanidade, e entre os faraós do Egito Antigo ocupava
uma posição privilegiada. Descobriu-se recentemente através de análises em laboratório que
muitos faraós foram embalsamados com uma
mistura contendo óleo essencial de cedro, e que
isso determinou o fato dessas múmias estarem
praticamente intactas mesmo após milhares de
anos lacradas4.
Em um estudo científico realizado com o OE
extraído da madeira do cedro do Líbano descobriu-se que ele inibiu significativamente a ação
da enzima α-amilase, responsável por quebrar
moléculas de amido e glicogênio em açúcares
mais simples5. Extensos esforços têm sido feitos
nas últimas décadas para encontrar um inibidor
efetivo da α-amilase com o objetivo de controlar
o diabetes. Por terem composição química muito
semelhante, pode se usar o cedro do Atlas e do
Himalaia também.
Um outro estudo conduzido pela mesma
equipe descobriu uma potente atividade do OE de
cedro do Líbano frente ao herpes simplex tipo 1
(HSV-1)6. Além disso, este óleo essencial é utilizado há milênios para tratamento de hanseníase
e úlceras pelo seu poder antisséptico e anti-inflamatório7.
Em sânscrito, o cedro do Himalaia é chamado
de Devadaru, que significa literalmente "madeira
dos deuses". Nativo da região montanhosa dos
Himalaias, é uma árvore linda e majestosa,
crescendo até 80 m de altura, tendo a espécie
mais antiga encontrada cerca de 747 anos.
Na medicina Ayurvédica é utilizado para
tratamento de dispepsia, insônia, febre, bronquite, tosse, problemas urinários, coceira, glândulas tuberculosas, oftalmia, transtorno mental,
reumatismo, epilepsia e problemas de pele em
geral8. É empregado entre a tradição indiana
como antisséptico, analgésico, diaforético, em
úlceras, queimaduras, contusões, lepra, câncer,
osteoartrite, diarreia, enxaqueca, flatulência,
congestão e hemorroidas9.
Mostrou em ensaios ser um potente anti-inflamatório inibindo a liberação de histaminas
por mastócitos, sendo portanto recomendado para tratamento de alergias. O possível mecanismo
levantado pelos autores foi o efeito estabilizador
de membranas e inibição da produção de prostaglandinas inflamatórias13.
Descobriu-se ainda que o OE de cedro do
Himalaia teve potente efeito anti-inflamatório
com efeito comparável ao diclofenaco de sódio
(DFS)11. Demonstrou ainda ser duas vezes mais
potente do que o DFS (10 mg/kg) para artrite
reumatoide na dosagem de 100 mg/kg. Além disso, demonstrou potente atividade analgésica com
efeito comparado à morfina, agindo central e
Cedro do Atlas (Cedrus atlantica) sob o inverno das
montanhas da cordilheira dos atlas no Marrocos. Foto
de Leander khil (www.khil.net)
perifericamente, sendo útil para dores sistêmicas e locais (via oral ou diluído de 3-5%)11.
Demonstrou-se ainda que o OE cedro do
Himalaia significativamente inibiu a adesão de
neutrófilos. Isso indica que no local da inflamação este OE pode reduzir o número de neutrófilos, diminuindo a ação da fagocitose e também
a liberação de enzimas e mediadores que tornam
a inflamação pior, comprovando também sua atividade imunomodulatória10,11.
O OE cedro do Atlas, por ter composição
química muito semelhante do cedro do Himalaia,
pode ser utilizado com as mesmas indicações.
Além disso ele é indicado como um dos mais potentes para celulite e para retenções hidrolípidicas, tendo propriedades lipolíticas e linfotônicas,
sendo portanto um bom OE a ser usado em massagem e como regenerador e tonificante arterial1.
Estes óleos essenciais tem baixa toxicidade (>5
g/kg)12.
Referências: 1. Faucon, M. (2012) Traité D'aromathérapie scientifique et médicale.
Sang de La Terre. / 2. https://pt.wikipedia.org/wiki/Pinus_longaeva, acesso em
23/10/2015 às 13:01. / 3. Laszlo, F. (2014) As múmias contam os segredos dos ossos
fortes dos faraós. Jornal IBRA 07/2014 / 4. Koller, T. et al. (2003) Effective mumification
compounds used in Pharaonic Egypt: Reactivity on Bone Alkaline Phosphatase.
Naturforsch. / 5. Loizzo, M.R. et al. (2007) Composition and α-amilase inhibitory effect
of essential oils from Cedrus libani. / 6. Loizzo, M.R. et al. (2008) Phytochemical
analysis and in vitro evaluation of the biological activity against herpes simples virus
type 1 (HSV-1) of Cedrus libani. Phytomedicine 15:79-83. / 7. Saab , A. et al. (2005)
Essential oil components in heart wood of Cedrus libani and Cedrus atlantica from
Lebanon. Minerva Biot.,2005;17;159-161). 8. / Singh, P. et al (2014) Devadaru (Cedrus
deodara): a critical review on the medicinal plant. Int. J. Ayur. Pharma Research. 2(1):110. / 9. Chaudary A.K. et al. (2012) Cedrus deodara (Roxb.) Loud.: A Review on its
Ethnobotany, Phytochemical and Pharmacological Profile. Phcog J. 3(23). / 10. Shinde et
al (1999) Preliminary studies on the immunomodulatory activity of Cedrus deodara
wood oil. Fitoterapia 70 333-339 / 11. Shinde et al. (1999) Studies on the antiinflammatory and analgesic activity of Cedrus deodara (Roxb.) Loud. wood oil. Journal
of Ethnopharmacology. 65 21-27 / 12. Tisserand. R. & Young, R. (2014) Essential Oil
Safety. Churchill Livingstone. / 13. Shinde et al. (1999) Membrane Stabilizing Activity a possible mechanism of action for the anti-inflammatory activity of Cedrus deodara
wood oil. Fitoterapia 70:251-257
Aspectos emocionais trabalhados
pelos óleos de cedros:
Cedro do Atlas e do Himalaia
São os mais sedativos e possuem aroma
adocicado. Indicados para pessoas rígidas e ansiosas, com pouca iniciativa e/ou com baixa
autoestima. Traz uma profunda sensação de bemestar.
Cedro do Texas e Virgínia
São cedros de aroma mais seco. Úteis
para pessoas dependentes e de baixa autoestima,
que têm dificuldade em enfrentar situações difíceis
ou de pressão.
Cedro vermelho
De aroma exótico, tem apresentado
bons resultados no alívio da síndrome do pânico,
traz segurança e diminui a ansiedade.
Receitas cosméticas com óleo de cedro
Celulite (base: óleo de coco, gel ou creme): 2%
Cedro do Atlas + 1% Lima da Pérsia + 1% Capim
Limão / Estrias (base: óleo de coco, gel ou creme):
2% Cedro do Atlas + 1% Gerânio + 1% Katrafay /
Varizes (base: óleo de coco, gel ou creme): 1%
Cedro do Atlas + 1% Alecrim da Horta + 1%
Patchouli / Calvície (base: 20ml Semente de Uva +
5ml Jojoba): 3 gotas Cedro do Himalaia + 3 gotas
Lavanda Francesa + 2 gotas Tomilho QT Timol + 3
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Qual a diferença entre
AROMATOLOGIA e
AROMATERAPIA?
LZ
AROMATERAPIA é um termo que
surgiu na França, na década de 30, para representar o uso terapêutico dos óleos essenciais.
Quando a aromaterapia foi levada para a Inglaterra, ela passou a ser empregada com um
maior enfoque no bem-estar e com uma concepção mais holística em sua prática e menos
médica. Isso fez, com o passar do tempo, que
surgisse uma divisão deste conceito. Assim, temos atualmente uma ‘‘escola inglesa’’, voltada
mais ao bem-estar e focada apenas no uso externo e uma ‘‘escola francesa’’, mais voltada ao
tratamento de saúde e que abrange, além do uso
externo, também o uso interno dos OEs.
O termo AROMATOLOGIA
surgiu então nesse cenário na década de 70,
também na França, e tinha a intenção de designar uma prática mais científica que a aromaterapia tinha nesse país com o estudo mais técnico e farmacológico dos óleos essenciais.
Com o tempo, este conceito ampliou-se e adquiriu a concepção de ‘‘ciência’’, uma vez que
o uso dos óleos essenciais vai muito além de
apenas sua prática terapêutica.
Consideramos assim que a AROMATOLOGIA é o ramo da ciência que estuda os óleos essenciais e matérias aromáticas
dentro de suas mais variadas práticas, englobando não só seu uso terapêutico por
meio da aromaterapia, como também seu
uso na gastronomia, psicologia, cosmética,
perfumaria, veterinária, agronomia, no
marketing e outros segmentos.
Entendido isso, vemos que a aromaterapia é apenas um dos ramos da aromatologia
e, por essa razão, quando fomentamos a ocorrência do primeiro Congresso de Aromatologia
no país, nossa intenção foi fazer com que esta
nova ciência ganhasse credibilidade e adquirisse consistência e reconhecimento pelos meios acadêmicos e públicos. E, para fazer isso, em
cada congresso são convidados palestrantes
das mais diversas áreas, e com os mais diferentes conceitos, para ilustrar a amplitude que
esta ciência possui. Temos, de um lado, cientistas e pesquisadores com uma base muito sólida
participando sempre dos congressos e, do outro, aromaterapeutas e profissionais da saúde
com visões que permeiam desde aspectos científicos, holísticos e alguns até místicos. A intenção com isso é mostrar que esse conhecimento
possui várias formas de ser entendido, absorvido e praticado na vida das pessoas.
Não devemos confundir o termo
AROMACOLOGIA® com AROMATOLOGIA, pois a aromacologia com letra ‘‘C’’ é uma
palavra criada e patenteada em 1989, em Nova
Iorque, pelo Sense of Smell Institute, formalmente conhecido como Fundação para Pesquisa
do Olfato, sendo um termo criado para descrever
o conceito desenvolvido para o estudo das interrelações entre psicologia e tecnologia de fragrâncias. Podemos considerar também que a
AromaCologia seja um ramo da ciência mais
abrangente denominada AromaTologia.
Ficha de Alguns
Óleos Essenciais Raros
LZ
Conhaque verde (Saccharomyces cerevisiae)
Sempre viva, o óleo
da flor ‘‘Imortal’’
LZ
(Helichrysum sp.)
Os Helichrysuns são plantas arbustivas
perenes da família Asteraceae conhecidas pelos nomes
de sempre-viva (Everlasting Flower) e flor imortal
(Immortelle). O nome botânico destas plantas deriva
das palavras gregas Helios que significa sol e Chrysos
que significa ouro.
A colheita das sempre-vivas é feita durante
a fase de floração, nas primeiras horas da manhã, quando a concentração de óleos essenciais nas flores é mais
elevada. As flores escolhidas são então destiladas usando vapor ao longo de um período de 24 horas.
Existem diferentes tipos de sempre-vivas
disseminadas em inúmeros países do mundo. Muitas
delas são aromáticas e possuem óleo essencial totalmente distinto umas das outras, não podendo, portanto,
ter usos similares.
Em geral, o teor de óleo essencial da flor das
sempre vivas é muito baixo. Por exemplo, a variedade
H. italicum tem menos de 0,05% , indicativo de que a
produção de um quilo deste óleo essencial exige que
mais de uma tonelada de flores sejam colhidas.
A variedade mais famosa de sempre-viva,
denominada popularmente de ‘‘Immortelle’’ provém da
espécie Helichrysum italicum. Esta espécie possui, em
seu óleo essencial e absoluto, italidionas, que são dicetonas exclusivas dessa variedade e não encontradas
em nenhuma outra espécie de erva conhecida.
Fenomenais propriedades terapêuticas são
atribuídas a este óleo essencial. Suas italidionas são potentes estimulantes da regeneração da matriz extracelular, pois aumentam drasticamente a produção de colágeno na pele, reduzindo rugas e cicatrizes, tratando
queimaduras e auxiliando no fechamento de escaras e
feridas. Em cosméticos, é um importante elemento que
traz beleza e jovialidade à pele, pois as italidionas
também agem reduzindo visivelmente a intensidade da
cor de manchas escuras na pele, clareando inclusive
olheiras, além de ser muito útil em hematomas.
A sempre-viva ‘‘Immortelle’’ contém altos
níveis de acetato de nerila, outro composto responsável
pelo suporte inigualável deste OE na reconstrução de
tecidos. Esse componente também possui efeitos relaxantes que reduzem a tensão nos tecidos contribuindo
para redução da formação de rugas. Também age na
esfera emocional trabalhando a ansiedade e depressão.
Os curcumenos são moléculas encontradas
nos óleos de gengibre e turmérico e também estão presentes na ‘‘Immortelle’’. Possuem poderosa ação anti-inflamatória e analgésica que permite a este OE ter
qualidades interessantes no tratamento de reumatismo,
artrite, dores, dermatites e psoríase.
Segundo Battaglia, em seu livro The
Complete Guide to Aromatherapy, este óleo seria um
dos mais poderosos agentes quelantes para remoção de
metais pesados e toxinas do corpo. E Kurt Schnaubelt
em seu livro Advanced Aromatherapy, cita: ‘‘O efeito
analgésico de redução de dores e efeitos regenerativos
da sempre-viva ‘‘Immortelle’’ é único. Se aplicado em
tempo, este óleo previne hemorragias. É muito eficiente
nas dores articulares’’.
O óleo de sempre-viva‘‘Immortelle’’ pode
ser empregado puro na pele (2 a 3 gotas) em queimaduras para o alívio imediato da dor, em queloides e
cicatrizes. E para um uso prolongado, é diluído em creme ou gel na proporção de 0,1 a 2%.
Enquanto a sempre-viva ‘‘Immortelle’’ vem
da Europa (Córsega, Balkans, Croácia e França),
existem outras espécies que vêm de países quentes,
principalmente Madagascar. e permitem usos totalmente diferentes da ‘‘Immortelle’’. Deste país temos:
Sempre-viva fêmea (Helichrysum gymnocephalum)
A sempre-viva fêmea surpreende por sua
ação de melhora da respiração. Este óleo essencial, rico
em 1,8-cineol (70-75%) limpa os seios nasais, dilui o
muco e penetra nos brônquios sem qualquer agressividade reconectando-nos a nosso aparelho respiratório
de forma gentil e harmônica. Este caráter particular é
diferenciado de propriedades expectorantes e
mucolíticas simples no tratamento de bronquites,
sinusites e alergias respiratórias.
Sempre-viva macho (Helichrysum bracteiferum)
A sempre-viva macho atua eficazmente no
sistema respiratório como expectorante e anti-inflamatória. Calmante e relaxante, é particularmente adequado para a massagem no peito para indivíduos com inflamação e irritação das vias respiratórias. As propriedades anti-inflamatórias da sempre-viva macho também
são aproveitadas para a massagem dos músculos e articulações, bem como para gengivas inflamadas. Este
óleo se destaca pela união de 29% de cineol (expectorante) com 9% de alfa-humuleno, o componente ativo
anti-inflamatório da erva-baleeira, que neste óleo
essencial é 3 vezes mais alto. O alfa-humuleno tem
ação anti-asmática, reduz cólicas, dores e é um poderoso anti-inflamatório sistêmico. É um dos componentes ativos também do óleo de sucupira.
O óleo de conhaque é também conhecido
como ‘‘óleo de borra de vinho’’. É um subproduto da
destilação do conhaque (brandy) e está presente nele na
quantidade de 2 mg por litro.
As substâncias aromáticas contidas no
conhaque são derivadas da atividade de certos fungos
utilizados e do tipo de uva fermentada.
O óleo é obtido por destilação a vapor do
resíduo precipitado das uvas e dos fungos após a fermentação (e destilação) da bebida alcoólica. Seus princípios aromáticos são ésteres de temperatura alta de
ebulição e decanoatos de etila.
Este óleo possui um aroma muito forte e
peculiar. É muito marcante para perfumes, e a indústria
alimentícia o utiliza muito na intensificação do sabor de
bebidas (o próprio conhaque e vinho branco), assim
como em sorvetes, bolos, tortas e outros alimentos.
O seu cheiro lembra o de um espumante
brut seco de ótima qualidade, pois o sabor dos champanhes é dado pelas mesmas moléculas presentes neste
óleo essencial e gerado pelas leveduras da fermentação.
Não há ainda estudos da ação de seus álcoois, mas possivelmente são moléculas de ação bactericida forte, pois são liberadas pelas próprias leveduras
para impedir o desenvolvimento de bactérias em seu
meio ambiente de crescimento.
Dicas: use 1 gota de OE de conhaque verde
dentro de uma garrafa de espumante ou vinho branco.
Intensificará muito o sabor, enobrecendo-o (não
combina com vinho tinto). Outro uso é em chutneys e
tortas, na dose de 1 gota para cada 200 a 300 gramas.
Em perfumes é nota de fundo e combina muito bem
com flores, cítricos e madeiras.
Davana (Artemisia pallens)
Você já imaginou um óleo essencial com cheiro de
jenipapo? Então, se você conhece o cheiro da fruta do
jenipapo, é exatamente isso que você terá em mãos com
o óleo de davana, uma espécie de artemísia indiana com
um dos aromas mais exóticos conhecidos no mundo.
O óleo de davana possui um aroma adocicado e
muito estimulante, que trabalha a alegria, dissolvendo
as tristezas e a apatia. A cetona davanona presente no
óleo possui potencial antibacteriano e antifúngico
(super útil em micoses), além de ser repelente de insetos. Também é muito útil no tratamento de pele, agindo como rejuvenescedor e tratando de peles ressecadas.
Vale destacar que extratos da planta mostraram
potencial terapêutico no tratamento do diabetes1 e efeito
hepatoprotetor contra intoxicação por paracetamol 2.
Referências: 1. Subramoniam A, et al. Effects of Artemisia pallens Wall.
on blood glucose levels in normal and alloxan-induced diabetic rats. J
Ethnopharmacol. 1996 Jan;50(1):13-7. / 2. Honmore V. Artemisia pallens
alleviates acetaminophen induced toxicity via modulation of endogenous
biomarkers. Pharm Biol. 2015 Apr;53(4):571-81.
ATENÇÃO:
Coquetel de lançamento de
livros da Editora Laszlo nos
Congressos anunciados
neste jornal.
Sempre-viva faradifani (Helichrysum faradifani)
Suas ações são precisamente orientadas sobre o sistema urinário e genital. Possui potencial de uso
contra infecções do trato urinário, como cistites, agindo
rapidamente em homens e em mulheres. É indicado
quando se deseja estimular e reequilibrar o funcionamento dos rins. Duas a três gotas podem ser aplicadas à
parte inferior das costas todos os dias. Este óleo se
destaca pela combinação única das moléculas afencheno, g-curcumeno e b-cariofileno que juntas dão
qualidades anti-inflamatórias potentes a este óleo
essencial, torando-o útil a problemas articulares como
artrite e reumatismo.
Bibliografia: Simon Lemesle. Huiles essentielle et eaux florales de
Madagascar, guide pratique d'une aromathérapie innovante /
Franchomme, P e Penoel, D. L'aromathérapie exactement. Roger
Jollois / Battaglia. The Complete Guide to Aromatherapy. Perfect
Potion / Kurt Schnaubelt.Advanced Aromatherapy. Healing Arts Press
Ageratum conyzoides em floração
Mentraste (Ageratum conyzoides)
O mentraste é uma erva que nasce espontaneamente em campos e jardins em todo o Brasil. É conhecida na fitoterapia popular também com os nomes
de catinga-de-bode ou erva-de-São-João (não é o hipérico). Esta planta tem tido seu consumo aumentado, a
partir de sua inclusão na lista da Central de Medicamentos da Anvisa (Resolução RDC nº. 10/2010 –
Anexo I) e subsequente comprovação de sua eficácia
como analgésico e anti-inflamatório.
É um óleo essencial raro que está chegando
recentemente ao mercado de aromaterapia nacional. Os
compostos predominantes deste óleo essencial são o bcariofileno (12 a 16%) e os cromenos, principalmente
precoceno I (60 a 75%) e precoceno II (<1 a 2%), que
causam metamorfose prematura em diversas espécies
de insetos, levando à formação de adultos estéreis. Dessa forma, é um óleo muito útil à agricultura orgânica,
pois impede a proliferação de pragas, além de ter demonstrado capacidade de reduzir o número de baratas e
de carrapatos em bovinos e outros animais.
Os precocenos são também os princípios
ativos responsáveis pela ação terapêutica da planta, que
no caso do OE estão em concentração algumas de vezes
mais alta que no chá. Pesquisas com ratos mostraram
que esta planta possui significativa atividade analgésica, anti-inflamatória e antipirética (abaixa febre),
não sendo observada toxicidade gástrica.
Os precocenos foram hepatotóxicos e nefrotóxicos em animais quando empregados via oral
apenas em doses extremamente altas (300mg/kg - aproximadamente 21 mL em um homem com 70 kg). Esses
compostos também são poderosos antifúngicos.
Seu OE pode ser empregado em massagens
com outros óleos essenciais benéficos para o alívio de
dores e desinflamação.
Referência: de Castro, Henrique Guilhon et al. Teor e composição do óleo
essencial de cinco acessos de mentrasto. Quim. Nova, Vol. 27, N. 1, 55-57,
2004.
EDITORA
Saúde - Espiritualidade - Ciências avançadas e revolucionárias - Autoajuda
Uma nova editora com livros que vão
reolucionar o conhecimento no Brasil
Lançamentos em breve:
EDITORA
- Fundamentos da terapia holística com OEs das plantas - D. Gümbel
- Sobremesas vivas essenciais com OEs - Sheila Waligora
- Aromaterapia de Gattefossé (tradução comentada) - Fábián László
- Cura Vibracional (com óleos essenciais) - Débora Eidson
- Glossário da Aromaterapia - Neide Munhoz
- Terapia do Magnésio Transdermal - Mark Sircus
- Base da química da aromaterapia e dos OEs - Adriana Wolffenbüttel
- Os resultados de doses extremamente altas de vitamina D3 - Jeff Bowles
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7
18 a 20 de Março de 2016
Belo Horizonte - Minas Gerais
2 CONGRESSOS UNIDOS PARA UM 1 GRANDE EVENTO!
I Congresso Internacional de
II Congresso Internacional
MEDICINA COMPLEMENTAR
INTEGRATIVA
de AROMATOLOGIA
VERSÃO PRESENCIAL + VERSÃO ONLINE
Mais de 60 palestras. Comparecendo presencialmente ou apenas online, você não perde nada!
PALESTRANTE EM DESTAQUE:
PALESTRAS (CIA) - 18 e 19 de Março:
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO
Dietrich Gümbel (Alemanha):
ESPECIAL DO DIA 20/03:
O EFEITO DA RELAÇÃO ENTRE HOMEM E PLANTA ATRAVÉS DOS ÓLEOS
ESSENCIAIS.
DR. DIETRICH GÜMBEL
Damião Pergentino de Souza:
Doutor em Zoologia, biólogo e geógrafo. Escritor de inúmeras e ilustres obras como ‘‘Fundamentos da terapia holística com óleos essenciais das plantas’’, livro que será
lançado no evento em edição traduzida para o português.
Momento inédito e especial!
ASPECTOS QUÍMICOS E FARMACOLÓGICOS DA BIOATIVIDADE DOS ÓLEOS
ESSENCIAIS.
Dra. Regina Manzochi:
APLICAÇÃO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS E TERAPÊUTICAS COMPLEMENTARES
NA ODONTOLOGIA.
Participe dos Cursos Pós-Congressos
que serão ministrados por Gümbel:
Eduardo Alves:
APLICAÇÃO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS NO CONTROLE DE DOENÇAS DE PLANTAS.
Dr. Jair Guilherme dos Santos Jr.
Dia 22/03: Uma chave universal para aplicação de óleos essenciais. Curso baseado
na inter-relação homem-planta.
Guilherme Peniche:
Dia 23/03: A correspondência entre óleos essenciais, cores e tons, dentro do
conceito da Cosmoterapia.
AROMATERAPIA PARA TRANSTORNOS DE COMPORTAMENTO EM CÃES.
O EFEITO DA AROMATERAPIA NA DOR DO ATLETA.
LANÇAMENTO DE
LIVROS
O evento
oferecerá
um coquetel
comemorativo
aos participantes
no momento dos
autógrafos.
Dr. Afrânio Aragão Craveiro
PRINCÍPIOS VOLÁTEIS ATIVOS DE PLANTAS MEDICINAIS BRASILEIRAS.
Marcela Machado:
UMA VISÃO SOBRE A SEGURANÇA E EFICÁCIA DOS ÓLEOS VOLÁTEIS.
André Ferraz:
PALESTRAS (CIMI) - 20 de Março:
CONCERTO
Dr. Mark Sircus (EUA) :
MUSICAL
MAGNÉSIO E BICARBONATO DE SÓDIO: MEDICAMENTOS CASEIROS DE
EMERGÊNCIA.
AROMATERAPIA NA GESTAÇÃO, PARTO E PÓS PARTO.
Luciane Vishwa:
PARCERIA MOLECULAR - A INTELIGÊNCIA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS.
Dra. Adriana Nunes Wolffenbüttel:
OS ÓLEOS DE LARANJA DOCE E AMARGA, E OS MARCADORES BIOLÓGICOS
MELATONINA (BEM ESTAR) E CORTISOL (ESTRESSE).
Ozélia Carvalho:
ALÉM DOS AROMAS - TERAPIAS PARA O CORPO E ALMA (EXPERIÊNCIAS
COM AROMATERAPIA EM SPAS).
Sâmia Maluf :
SÍNDROME GERAL DE ADAPTAÇÃO - AS CONSEQUÊNCIAS DO ESTRESSE
DIÁRIO E A EFICÁCIA DA AROMATERAPIA.
Dr. Renato Meneguelo:
FOSFOETANOLAMINA E SEU POTENCIAL TERAPÊUTICO CONTRA O CÂNCER.
Dr. José Eduardo Faria:
OS PERIGOS DA CONTAMINAÇÃO BIOLÓGICA E A AÇÃO REDENTORA DO DETOX.
Dr. Emerson Godoi:
A FORMA QUE NASCEMOS INFLUENCIA O QUE SEREMOS.
Dr. Elisaldo Carlini :
O USO MEDICINAL DA CANNABIS.
Ailla Pacheco :
Celebraremos
os Congressos
com um mágico
concer to do
Grupo Cântaro
tocando raros e
encantadores
instrumentos,
Liras, Kânteles
e tambores.
PRÁTICAS INTEGRATIVAS DA SAÚDE - DA ESPIRITUALIDADE À CIÊNCIA.
SAIBA MAIS E INSCREVA-SE:
www.congressoaromatologia.com.br
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(31) 3486 2765 / (31) 9 8461 5134
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