ResumoVisaodeWeber

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UNIOESTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CCET – Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas
Síntese de pensamentos de Weber
Formação da consciência e transformação social
Acadêmico(s): Jorge Wissmann
Curso: Engenharia Civil - 4 ano
Professor: Otacílio
Disciplina: Sociologia
Cascavel 13/07/2004
Formação da Consciência
Weber diz que a visão de Marx sobre formação de consciência é muito restrita a
situação econômica, cita Marx defendendo a idéia de que indivíduos que se encontram
numa mesma situação de classe, inevitavelmente teriam experiências semelhantes e,
inevitavelmente, teriam uma consciência comum e, portanto, agiriam num mesmo sentido.
Contesta a visão de Marx e a denomina como sendo “pseudocientífica” e propõe que “as
classes como tal, não formam uma comunidade”.
A formação de uma “comunidade” pode ocorrer em diversos níveis das experiências
sociais - e não apenas ao nível das experiências na produção econômica - e sob a influência
dos mais diversos fatores.
Para Weber as situações de classe, status e estamental é que determinam formação
da consciência do indivíduo e do sentido de suas ações.
Weber denomina por situação de classe “a oportunidade típica de uma oferta de
bens, de condições de vida e experiências pessoais de vida, e na medida em que essa
oportunidade é determinada pelo volume e tipo de poder, ou falta deles, de dispor de bens
ou habilidades em benefício de renda em uma determinada ordem econômica”. Sendo que
classe é “qualquer grupo de pessoas que se encontrem numa mesma situação de classe”,
com um mesmo poder aquisitivo proveniente de origens semelhantes.
Diz ainda que uma situação de mercado gera numa mesma classe a consciência dos
interesses econômicos que lhes são comuns.
Mas isto não gera necessariamente uma “ação comunitária”, para tal deve-se ter
organização da classe no sentido de comunalizar ou socializar os sentimentos e interesses
comuns de seus membros bem como das “condições culturais gerais, especialmente as do
tipo intelectual”.
A situação de status ou situação estamental contribui com a formação da
consciência dos indivíduos indicando-lhes os interesses ideais, ou seja, os valores que
norteiam seus respectivos “estilos de vida”.
Weber entende por situação de status ou situação estamental, “todo componente
típico do destino dos homens, determinado por uma estimativa específica, positiva ou
negativa, da honraria” (Weber, 1982, p. 218) e por “grupo estamental” ou, simplesmente,
“estamento”, o conjunto de indivíduos que se encontram em uma mesma situação de status
ou estamental. E cada estamento desenvolve seus específicos estilos de vida ou interesses
ideais, como também pode desenvolver uma extrema valorização de seu próprio estilo de
vida e, ao mesmo tempo, uma extrema repulsa ou rejeição aos estilos de vida dos demais
estamentos.
Cita que um partido tem sua reação é orientada para a aquisição do poder social, ou
seja, para a influência sobre a ação comunitária sem levar em conta qual possa ser o seu
conteúdo”. E que a formação da consciência dos membros de um partido necessariamente
implica em uma “socialização”. Socialização esta que é necessária para formar a
consciência comum.
Portanto Weber defende que a consciência se forma de acordo com a classe e com
os estamentos, sendo mais difundida e homogeneizada com a “socialização”.
Transformação Social
Weber defende que a transformação da sociedade ocorre conforme se desenvolvem
as lutas entre as diversas ideologias, ou seja, entre as diversas visões de mundo. A
concepção de mundo mais difundida é aquela que se instituirá.
Segundo Weber a transformação ocorre através dessas ideologias, visões do mundo
de indivíduos especiais, indivíduos com carisma que criam idéias novas. Esse carisma é
uma propriedade individual não sendo resultado de condicionamentos sociais.
Weber propõe que estes indivíduos (chamados por ele de “profetas”) dão origem a
ideologias particulares, e quando difundidas tornam-se, por exemplo, religiões.
Calvino é citado como um desses indivíduos com carisma, que com suas ideologias
particulares e com camadas sociais que, em virtude das “situações de classe” e das
“posições sociais” semelhantes, possuíam interesses materiais e ideais em comum,
desenvolveram o protestantismo calvinista. Que dizia: o ser já foi julgado anteriormente,
em relação a vida eterna ou morte eterna, portanto, não necessita buscar a salvação mas
deve seguir uma certa conduta pressupondo que já a tenha recebida. E foram as "camadas
cívicas" - “artesãos, comerciantes, empresários ligados ao artesanato” que se identificaram
com essa doutrina e a difundiram com a incorporação da ética protestante.
A ética protestante, no entendimento de Weber, foi o fator responsável pela
transformação da comunidade em sociedade, ou seja, do feudalismo em capitalismo.A ética
protestante como forma de conduta racional e metodicamente organizada criou
"racionalidade prática" exigida pelo capitalismo. Quer dizer, na teoria weberiana, o
capitalismo surge como uma ordem social realizada humanamente, mas que, uma vez
realizada, já não necessita mais do apoio, da agência, do valor e da dedicação humana para
continuar o seu desenvolvimento.
Essa transformação para este modelo se sociedade foi a causadora da “eliminação
da agência humana” e de solidificação das relações sociais racionalmente orientadas. Nos
colocando numa “gaiola de ferro”, onde todos seguem instintivamente um padrão de
conduta racional cada vez mais burocratizado e consolidado.
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