Administração de Finanças I - Escritório de Perícias Gustavo Raupp

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Administração de Finanças I
Faculdades Senac - RS
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ADMINISTRAÇÃO DE FINANÇAS I
Professor Gustavo da Cunha Raupp
Administração de Finanças IFaculdades Senac - RS
ÍNDICE
I – Administração de Finanças............................................
II – Fluxo de Caixa .............................................................
III – Exercícios Fluxo de Caixa..........................................
IV– Administração do Capital de Giro...............................
V– Exercícios Capital de Giro.............................................
VIII – Fluxo de Caixa Descontado......................................
IX – Exercícios Fluxo de Caixa Descontado.......................
X – Taxa de Câmbio ...........................................................
XI – Intermediação Financeira e Mercado Financeiro........
XII – Análise de Balanços...................................................
XIII – Exercícios de Análise de Balanços...........................
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53
58
74
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BIBLIOGRAFIA
PADOVEZE, Clovis Luis Introdução à Administração Financeira. São Paulo: Thomson
Pioneira, 2005.
HOJI, M. Administração Financeira: uma abordagem prática.2ed. São Paulo: Atlas, 2006.
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de Administração
Financeira. 2ed. São Paulo: Atlas, 2002.
Complementar:
BRIGHAM, E. F; GAPENSKI, L. C.; EHRHARDT, M.C. Administração Financeira: teoria e
prática. São Paulo: Atlas, 2005.
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 10 ed. São Paulo: Harbra, 2004.
HERRMANN JR, F. Analise De Balanços Para A Administração Financeira. 3ed. São
Paulo: Atlas, 2003.
NIKBAKHT, E; GROPPELLI, A.A. Administração Financeira – Série Essencial. 3ª Ed.São
Paulo: Saraiva, 2010.
MEGLIORINI, E.; VALLIM, M.A., Administração Financeira – Uma abordagem
Brasileira. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.
DIVERSOS ARTIGOS NA INTERNET
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I - ADMINISTRAÇÃO DE FINANÇAS
Professor Gustavo da Cunha Raupp
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A Administração Financeira e o Papel do Administrador
Financeiro
1. Conceitos – Finanças
É a arte e a ciência de se administrar fundos, isto é, aplicar princípios econômicos,
contábeis e conceitos do valor do dinheiro no tempo às tomadas de decisões em negócios. A
palavra “arte” implica que existem algumas oportunidades para ser criativo na administração de
dinheiro. E a palavra “ciência” implica que existem alguns fatos comprovados subjacentes às
decisões financeiras.
De uma forma mais ampla, dizemos que ela trata do processo, instituições, mercados e
instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos.
Praticamente todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou
investem. Em última análise, Finanças é a arte e a ciência de administrar fundos.
2. Principais Áreas em Finanças
Existe uma tendência cada vez maior de executivos oriundos da área financeira
ocupando os cargos mais altos nas organizações.Nesse contexto, algumas áreas vêm se
destacando e atraindo a atenção de estudantes e profissionais por serem excelentes
oportunidades de carreira. São elas: Finanças Corporativas (ou Empresariais), Investimentos,
Instituições Financeiras, Finanças Internacionais e, por último, Consultoria em Finanças
Pessoais.
Finanças Empresariais requer do profissional financeiro conhecimento para decisões
vitais no âmbito empresarial, que podem envolver a estrutura de ativos, a estrutura financeira ou
planejamento e controle da gestão e obtenção de resultado de empresas e órgãos
governamentais.
A área de Investimentos lida com ativos financeiros, tais como ações, debêntures, títulos
públicos e privados, derivativos e outras obrigações. E sua atividade o profissional financeiro
calcula preços desses ativos, determina os riscos envolvidos e o retorno possível, analisa o
contexto para definição da melhor composição de carteiras para cada tipo de investidor. Esse
profissional pode atuar como Operador de Bolsa de Valores, Administrador de Carteiras de
Fundos ou ainda como Analista de títulos.
As Instituições Financeiras são aquelas que lidam primeiramente com assuntos
financeiros, como Bancos, Associações de Poupança e Empréstimo e Seguradoras. Essas
instituições necessitam profissionais para uma grande variedade de tarefas relacionadas a
finanças. Pode atuar na área de empréstimos, captação de recursos, seguros, previdência privada
e capitalização entre outras.
Finanças Internacionaispodem ser definidas como uma especialização que requer
conhecimento em todas as áreas citadas, sua atuação envolve aspectos internacionais como taxa
de câmbio e risco político, empréstimos internacionais, administração de carteira e análise de
títulos de empresas sediadas em vários países.
Consultoria em Finanças Pessoais é uma atividade com certa tradição nos Estados
Unidos. No Brasil vem se desenvolvendo de forma crescente. O Consultor de Finanças Pessoais
(CFP), conhecido também como Planejador de Finanças Pessoais, tem um foco de atuação
muito forte no planejamento financeiro. Sua atividade básica consiste em gerir as finanças
pessoais para facilitar o alcance de objetivos econômico-financeiros pretendidos pelos clientes.
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Pode auxiliar na administração do orçamento doméstico, na análise e na busca de alternativas
para endividamentos elevados, orientações sobre aplicação
aplicação de recursos nas modalidades mais
adequados para cada perfil de investidor. Orienta ainda, na escolha de seguros e planos de
aposentadoria.
3. O Administrador Financeiro
Em empresas de pequeno porte, a estrutura organizacional, muitas vezes, não comporta
com
um setor ou um departamento financeiro, e o próprio proprietário desempenha a atividade de
administrador financeiro. À medida que a empresa cresce, passa a ser necessária
neces
uma estrutura
organizacional e, com isso, emerge a figura desse administrador, que pode ter diferentes
denominações, como diretor financeiro, vice-presidente
vice
de finanças, gerente financeiro etc. Um
exemplo de seu posicionamento na estrutura organizacional de uma empresa está representado
no organograma abaixo:
Conforme ilustrado, o diretor financeiro coordena as atividades de tesouraria e
controladoria. A controladoria lida com contabilidade de custos e financeira, pagamentos de
impostos e sistemas de informações gerenciais. A tesouraria é responsável pela administração
do caixa e doss créditos da empresa, pelo planejamento financeiro e pelas despesas de capital.
4. Áreas da Administração de Finanças Empresariais
4.1. ORÇAMENTO DE CAPITAL ou ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
Diz respeito aos investimentos a longoprazoda empresa, maisespecificamente,
mais
ao
planejamento e gerência destes investimentos a longoprazo.Nesta função, o administrador
financeiro procura identificar oportunidades deinvestimentos que possuem valor superior a seu
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custo de aquisição. Emtermos gerais, isso significa que o valor dos fluxos de caixa gerados
peloativo excede o custo de tal ativo.Independentemente do investimento em consideração, o
administradorfinanceiro precisa preocupar-secom o montante de fluxo de caixa que
esperareceber, quando irá recebê-loe qual a probabilidade de recebê-lo.A avaliaçãoda
magnitude, da distribuição no tempo e do risco dos fluxos de caixa futurosé a essência do
orçamento de capital.
4.2. ESTRUTURA DE CAPITAL
Refere-seà combinação específica entre capital de terceiros a longoprazoecapital próprio
que a empresa utiliza para financiar suas operações. Oadministrador financeiro possui duas
preocupações nessa área. Primeiro, qualo montante que a empresa deve tomar emprestado?
Segundo, qual a fontemais barata de fundos para a empresa?
Adicionalmente à combinação de recursos, o administrador financeiro devedecidir
exatamentesobre como e onde levantará os recursos. Cabe a ele entãoa tarefa de escolher as
fontes e os tipos de empréstimos.
4.3. ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
Refere-seà administração dos ativos de curtoprazoda empresa, tais comoestoques, e aos
passivosde curtoprazo,tais como pagamentos devidos afornecedores. É uma atividade cotidiana
que assegura que os recursossejam suficientes para continuar a operação.As questões seguintes
devem ser respondidas sobre o capital de giro:
1. Quais devem ser os volumes disponíveis de caixa e estoque?
2. Devemos vender a crédito para os nossos clientes?
3. Como obteremos os recursos financeiros a curto-prazoquevenham ser necessários?
As três áreas que acabamos de descrever – orçamento de capital, estrutura decapital
eadministração de capital de giro – são categorias amplas. Cada uma incluiuma variedade de
tópicos.
5. Forma Jurídica de Organização das Empresas
Quanto ao aspecto jurídico, as empresas podem ser classificadas de duas maneiras:
individuais ou societárias.
As empresas individuais são aquela que possuem umúnico dono. Geralmente, essa
forma jurídica se aplica às pequenas empresas, cujos donos respondem sozinhos pela empresa e
de forma ilimitada. A razão social de uma empresa individual é constituída pelo nome do
proprietário, por extenso ou abreviado, e pode ser complementado com o ramo de atividade ao
qual ela pertence.
Já as empresas societárias são constituídas por duas ou mais pessoas. No Brasil, os tipos
mais comuns dessas empresas são:
•Sociedades por cotas de responsabilidade limitada. Nesse tipo de sociedade, o
capital, estabelecido em contrato social, é representado por cotas. Cada sócio é diretamente
responsável pela integralização das suas e, indiretamente, pela integralização das cotas dos
outros sócios. Cada umdeles é denominado 'cotista', e o nome ou a razão social dessas
sociedades é seguido da palavra 'limitada', por extenso ou abreviada na forma “LTDA”.
•Sociedade anônima.Nesse tipo de sociedade, o capital, estabelecido em contrato
social, é dividido em parcelas, denominadas 'ações'. Os sócios ou os 'acionistas' têm a
responsabilidade limitada ao valor de suas ações subscritas ou adquiridas. O nome ou a
razão social dessas sociedades é seguido pela expressão 'sociedade anônima' ou da forma
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abreviada 'S.A.'. A sociedade anônima pode ser classificada de duas maneiras: ABERTA,
cujas ações e/ou debêntures são negociadas na bolsa de valores - e as empresas captam
recursos junto ao público, via subscrição de novas ações ou lançamento de debêntures;
FECHADA, cujas ações não são negociadas na bolsa de valores e a captação de recursos
provém dos próprios acionistas.
6. O Papel do Administrador Financeiro
As funções financeiras podem ser de curto e longo prazo. As de curto prazo envolvem a
administração de caixa, do crédito, das contas a receber e a pagar, estoques e financiamentos de
curto prazo.
A administração financeira de curto prazo também é chamada de administração do
capital circulante. O administrador financeiro no curto prazo também se preocupa com o
planejamento financeiro e tributário.
No longo prazo o administrador financeiro envolve-se com as decisões financeiras
estratégicas, tais como orçamento de capital, estrutura de capital, custo de capital,
relacionamento com investidores etc.
As decisões financeiras no longo prazo envolvem a obtenção de recursos para projetos e
investimentos e a definição dos critérios a serem adotados para a escolha entre investimentos
alternativos.
Os objetivos e as funções do Administrador Financeiro:
O objetivo da empresa é maximizar o valor de mercado do capital dos proprietários
existentes. Atendendo a um desejo específico dos acionistas: a remuneração de seu capital, sob
a forma de distribuição de dividendos.
O administrador financeiro procura conciliar a manutenção da liquidez e do capital de
giro da empresa, para que a empresa possa honrar com as obrigações assumidas perante
terceiros na data do vencimento, bem como a maximização dos lucros sobre os investimentos
realizados pelos acionistas.
Resumindo as funções do administrador financeiro:
- manter a empresa em permanente situação de liquidez;
- maximizar o retorno sobre o investimento realizado;
- administrar o capital de giro da empresa;
- avaliar os investimentos realizados em itens do ativo permanente;
- estimar o provável custo dos recursos de terceiros a serem captados;
- analisar as aplicações financeiras mais interessantes para a empresa;
- informar sobre as condições econômico-financeiras atuais e futuras da empresa;
- interpretar as demonstrações financeiras;
- manter-se atualizado em relação ao mercado e às linhas de crédito oferecidas palas
instituições financeiras.
7. Responsabilidade Social da Empresa
Aumentar a riqueza dos acionistas não quer dizer que a administração deva relegar para
segundo plano as responsabilidades sociais, apesar de que o conflito entre “maior riqueza” e
“responsabilidade social” seja normalmente uma constante.
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Esta responsabilidade social poder ser resumidas em: proteção ao consumidor,
segurança no trabalho, apoio à educação, participação ativa na comunidade, processos
sustentáveis, inclusão social, dentre tantos outras.
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II - FLUXO DE CAIXA
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A administração da liquidez e da solvência é uma das
atividades mais importantes do administrador financeiro. Para
desempenhar esta função, o profissional de finanças utiliza um
dos principais instrumentos de análise e controle financeiro: o
FLUXO DE CAIXA.
FLUXO
DE
CAIXA
“O caixa é importante porque representa poder de compra que
pode ser transferido facilmente, em uma economia de troca, a
qualquer indivíduo ou organização para satisfação de suas
necessidades específicas por bens e serviços desejados e disponíveis na
economia. Informações sobre fluxo de caixa são relevantes, à medida que
permitem a investidores e credores projetar a capacidade que a empresa terá de
distribuir dividendos, pagar juros e amortizar dívidas. Além desses pontos, a
informação sobre o fluxo de caixa destaca-se, também, por auxiliar na
determinação da liquidez e solvência empresarial (HENDRIKSEN E BREDA,
1999, p.177).”
Para Hendriksen e Breda (1999, p.177) “liquidez é a capacidade relativa de conversão
de ativos em caixa e solvência é a capacidade de pagamento das obrigações de uma empresa no
momento de seus vencimentos. O conceito de solvência é mais amplo que o de liquidez”. A
capacidade de solvência da empresa é importante, pois indica a possibilidade de continuidade.
Inicialmente destaca-se que a compreensão do termo caixa deve abranger não somente a
conta contábil caixa, e sim todos os recursos disponíveis da empresa dos quais se possa fazer
uso como se dinheiro fosse. Correspondem ao caixa, desta forma, as disponibilidades imediatas
da empresa, ou seja, caixa, propriamente dito, depósitos bancários à vista, numerários em
transito e aplicações de liquidez imediata.
Denomina-se fluxo de caixa o conjunto de entradas e saídas de dinheiro ao longo do
tempo, podendo ser calculado mediante a construção de um mapa de fluxos de tesouraria. É um
instrumento de controle que tem por objetivo auxiliar o empresário a tomar decisões sobre a
situação financeira da empresa.
Pelo fato de proporcionar uma medida da capacidade da empresa em liberar meios
monetários, o cash-flow torna-se um excelente indicador da capacidade de autofinanciamento
da empresa, isto é, da sua capacidade para efetuar novos investimentos sem necessidade de
recorrer a fontes de financiamento externas.
1. Fluxo de Caixa
1.1. Conceitos e Convenções Básicas
A representação do fluxo de caixa é feita por
meio de tabelas e quadros, ou
esquematicamente, conforme abaixo:
-
+
-
0
1
2
+
Tempo
3
n
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•
•
•
•
A escala horizontal representa o tempo, divididos em períodos descontínuos. O ponto
zero representa a data inicial, o ponto 1 indica o final do 1º período e assim por diante;
Os intervalos de tempo de todos os períodos são iguais.
Saídas de caixa correspondem aos pagamentos, tem sinais negativos e são representadas
por setas apontadas para baixo.
Entradas de caixa correspondem aos recebimentos, tem sinais positivos e são
representados por setas apontadas para cima.
Então para que servem os relatórios de fluxo de caixa?
•
Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa num período de tempo determinado.
•
Auxiliar o empresário a tomar decisões antecipadas sobre a falta ou sobra de dinheiro na
empresa.
•
Verificar se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira no período
avaliado.
•
Verificar se os recursos financeiros são suficientes para tocar o negócio em determinado
período ou se há necessidade de obtenção de capital de giro.
•
Planejar melhores políticas de prazos de pagamentos e recebimentos.
•
Avaliar a capacidade de pagamentos antes de assumir compromissos.
•
Conhecer previamente (planejamento estratégico) os grandes números do negócio e sua
real importância no período considerado.
•
Avaliar se o recebimento das vendas é suficiente para cobrir os gastos assumidos e
previstos no período considerado.
•
Avaliar o melhor momento para efetuar as reposições de estoque em função dos prazos
de pagamento e da disponibilidade de caixa.
•
Avaliar o momento mais favorável para realizar promoções de vendas visando melhorar
o caixa do negócio.
Fatores que afetam o Fluxo de Caixa:
O fluxo de caixa de uma empresa é impactado por uma série de fatores, tanto internos
como externos. O Administrador financeiro deve estar preparado através das indicações
observadas no fluxo de caixa para tomar as medidas corretivas em tempo hábil, de forma a
minimizar o impacto nas empresas.
Fatores Internos:
•
•
•
•
•
Expansão descontrolada das vendas, implicando em um volume maior de compras e
custos operacionais;
Aumento concedido no prazo de vendas como forma de aumentar o grau de
competitividade da empresa e aumentar a sua participação no mercado;
Capitalização inadequada com a conseqüente utilização de capital de terceiros de forma
excessiva, aumentando o seu nível de endividamento;
Compra em volume incompatível com as projeções de vendas;
Diferenças acentuadas entre giro de contas a pagar e a receber em decorrência dos
prazos médios de recebimento e pagamento;
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•
•
•
•
•
•
Ciclo de produção extremamente longo e incompatível com o prazo médio concedido
pelos fornecedores;
Giro do estoque muito lento, significando o carregamento de produtos obsoletos ou de
difícil venda, imobilizando recursos da empresa neste item;
Baixa ocupação do ativo fixo;
Distribuição de lucros incompatíveis com a capacidade de geração de caixa;
Custos financeiros elevados em decorrência de um nível de endividamento incompatível
com a estrutura de capital da empresa;
Política salarial totalmente incompatível com o nível de receitas e demais despesas
operacionais.
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Fatores Externos:
•
•
•
•
Redução das vendas causadas por uma retração do mercado;
Aumento da concorrência em decorrência da entrada de novos concorrentes no
mercado;
Alteração nas alíquotas de impostos, sejam tributos sobre a venda interna como sobre a
importação de produtos concorrentes;
Aumento geral do nível de inadimplência causada por fatores como, por exemplo, o
aumento da taxa de juros.
Desequilíbrio Financeiro:
A análise do fluxo de caixa permite determinar com precisão, uma empresa que se
apresente em uma situação de desequilíbrio financeiro.
Sintomas:
•
•
Insuficiência crônica de caixa;
Captação sistemática de recursos através de empréstimos.
Causas Básicas:
•
•
•
•
•
•
Excesso de investimento em estoque;
Prazo médio de recebimento maior do que o prazo médio de pagamentos;
Excesso de investimento em ativos fixos (imobilização);
Alto giro de estoque e ciclo de produção elevado.
Inflação;
Recessão;
Conseqüências:
•
•
Maior grau de vulnerabilidade ante as flutuações nas condições do mercado em que a
empresa atua;
Atrasos nos pagamentos, aumentando as perspectivas de concordata e falência.
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Medidas de Saneamento:
•
•
•
•
•
•
Aumento do capital próprio através de aporte de novos recursos dos proprietários atuais
ou através de novos sócios, ou emissão de papeis (SAs);
Redução ou adequação do nível das atividades aos volumes de recursos disponíveis para
o financiamento das operações;
Controle rígido de custos e despesas operacionais;
Desmobilização de ativos ociosos;
Redução do ritmo das atividades operacionais;
Adequação do nível de operações ao nível de recursos disponíveis.
MODELO FLUXO DE CAIXA – PREVISTO E REALIZADO
No relatório anterior foi adotado como modelo o período semanal, apenas como
demonstração, sendo usual e recomendado o período diário.
Saldo Inicial: é o valor constante no caixa no início do período considerado para a
elaboração do Fluxo. É composto pelo dinheiro na “gaveta” mais os saldos bancários
disponíveis para saque.
Entradas de Caixa: correspondem às vendas realizadas à vista, bem como a outros
recebimentos, tais como duplicatas, cheques pré-datados, faturas de cartão de crédito etc.,
disponíveis como “dinheiro” na respectiva data.
Saídas de Caixa: correspondem a pagamentos de fornecedores, pró labore (retiradas dos
sócios), aluguéis, impostos, folha de pagamento, água, luz, telefone e outros, entre eles alguns
descritos em nosso modelo.
Saldo Operacional:representam o valor obtido de entradas menos as saídas de caixa na
respectiva data. Possibilita avaliar como se comportam seus recebimentos e gastos
periodicamente, sem a influência dos saldos de caixa anteriores.
Saldo Final de Caixa: representa o valor obtido da soma do Saldo Inicialcom o Saldo
Operacional. Permite constatar a real sobra ou falta de dinheiro em seu negócio no período
considerado e passa a ser o Saldo Inicial do próximo período.
Um dos fatores mais importantes para o sucesso na gestão de uma empresa é o adequado
PLANEJAMENTO. Portanto, a gestão financeira deve ser cuidadosamente planejada,
executada, acompanhada e avaliada.
Isso só é possível se estabelecermos metas (objetivos, previsões) que nos orientem a fim
de evitar “surpresas inesperadas”.
Se passarmos a projetar recebimentos e pagamentos com base em nossos conhecimentos
anteriores e expectativas futuras quanto ao que esperamos do mercado, poderemos nos preparar
para enfrentar dificuldades antes que elas ocorram.
Assim, trabalhar com valores previstos e compará-los com o realizado (acontecido na
data), além de mostrar futuras faltas ou sobras de caixa, permite tomar decisões antecipadas
sobre aumento de compras, liquidações, racionalizações de custos, hora certa para fazer
investimentos e até mesmo sobre a possibilidade de retirar mais pró-labore sem “sangrar” a
empresa.
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III - EXERCÍCIOS FLUXO DE CAIXA
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EXERCÍCIOS DE FLUXO DE CAIXA
EXERCÍCIO 1:
A sapataria do Sapatu´s abriu recentemente sua primeira sapataria (em junho) em uma
das ruas mais exclusivas de Porto Alegre. Apesar de os negócios estarem indo muito bem, os
sócios têm estado preocupados com possíveis falta de recursos no caixa. Para resolver este
problema, resolveram montar o seu fluxo de caixa:
1) Na única loja da empresa, todas as vendas são feitas a vista;
2) No entanto a Sapatu´s resolveu conceder um prazo de trinta dias para uma
loja em Salvador que se interessou em distribuir seus sapatos. Hoje é
responsável por 20% da receita;
3) O prazo para pagamento aos fornecedores de matéria-prima é de 30 dias para
pagamento;
4) O valor do aluguel da loja é de R$ 2.100,00 mensais;
5) Os 2 sócios da empresas fazem retiradas mensais de R$ 2.000,00 cada um;
6) Está previsto o pagamento de uma parcela de luvas da loja, para o próximo
mês de R$ 8.000,00;
7) As vendas do mês em curso foram de R$ 90.000,00. As vendas projetadas
para o próximo trimestre são de R$ 90.000,00, R$ 110.000,00 e R$
110.000,00;
8) As compras neste mês são de R$ 45.000,00, sendo projetadas para o
trimestre seguinte, R$ 45.000,00, R$ 55.000,00 e R$ 55.000,00, nesta ordem;
9) As despesas comerciais equivalem a 5% da receitado mês;
10) Os impostos representam 20% das vendas, e são pagos no mesmo mês de sua
competência;
11) As despesas administrativas e de pessoal são de R$ 7.000,00 mensais (fixas);
12) O saldo de caixa no início do período é de R$ 500,00;
Com base nas informações acima elabore o fluxo de caixa da empresa Sapatu´s.
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PROJEÇÕES VENDAS - FLUXO DE CAIXA 1
Conta
Vendas Recebidas
jun/10
jul/10
ago/10
set/10
out/10
jun/10
jul/10
ago/10
set/10
out/10
Total
Conta
Saldo Anterior
Vendas Recebidas
Total Créditos
Fornecedores
Aluguel
Prólabore
Luvas
Custos Fixos
Total de Débitos
a - Receita Bruta para Impostos
b - Impostos
c - Receita Líquida
d - Desp Comerciais
e - Total dos Débitos
f - Saldo Caixa
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EXERCÍCIO 2:
A empresa Perfume de Mulher é uma empresa líder no mercado de perfumes e
fragrâncias, sendo considerada uma empresa modelo em termos de planejamento financeiro.
Neste momento, os executivos da empresa estão revisando o fluxo de caixa da empresa para os
próximos 9 meses de forma a detectar quaisquer problemas para os quais eles possam, de
imediato, pró-agir. No processo de revisão foram projetadas as despesas e as receitas para o
período, conforme segue:
Meses
Outubro
Novembro
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Despesas
Vendas de
com
Aluguéis
Mercadorias
Pessoal
10.000,00
12.000,00
15.000,00
8.000,00
7.000,00
10.000,00
15.000,00
20.000,00
25.000,00
2.000,00
2.500,00
3.000,00
3.000,00
2.500,00
3.000,00
3.500,00
4.000,00
4.000,00
500,00
500,00
500,00
875,00
875,00
875,00
875,00
875,00
875,00
Compra
de MP
3.000,00
5.000,00
4.000,00
3.600,00
2.000,00
3.000,00
4.000,00
5.000,00
5.000,00
Venda de Despesas Despesas
Veículos Adminiscom
Usados
trativas Impostos
3.000,00
3.000,00
3.000,00
3.000,00
3.000,00
-
700,00
750,00
800,00
900,00
1.000,00
1.000,00
1.200,00
1.100,00
1.300,00
1.700,00
2.040,00
2.550,00
1.360,00
1.190,00
1.700,00
2.550,00
3.400,00
4.250,00
Compra
18
de
Compra
MatErial de Equipa- IGPM
de
mento
Consumo
1.000,00
0,96%
1.100,00
1,23%
-0,41%
1.200,00
1.000,00 5.000,00 0,48%
1.200,00 5.000,00 1,98%
1.100,00
2,63%
1.050,00
1,98%
0,56%
1.250,00
1.300,00
-0,12%
MP – Matéria Prima
INFORMAÇÕES ADICIONAIS:
1) A política de vendas da empresa, para os próximos meses foi definida da
seguinte forma: 20% a vista, sendo o saldo devedor pago da seguinte forma
(fora o mês):
50% com prazo de recebimento de 30 dias;
20% com prazo de recebimento de 60 dias;
30% com prazo de recebimento de 90 dias;
2) Os salários e os respectivos encargos sociais são pagos no primeiro dia do
mês subseqüente;
3) As despesas com vendas correspondem a 10% das vendas ocorridas no mês,
sendo pagas no mês seguinte;
4) As compras de matéria-prima são pagas da seguinte forma: 10% no mês da
aquisição e o saldo restante em 4 parcelas iguais e mensais, fora o mês da
compra;
5) Todas as demais contas serão pagas e recebidas no respectivo mês de
competência;
6) O saldo inicial do caixa é de R$ 1.000,00;
7) Em assembléia geral extraordinária, ficou homologado o aumento de capital
no valor de R$ 6.000,00, a ser integralizado no mês de março;
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8) A empresa possui um imóvel alugado, estando previsto um fluxo de
recebimentos a partir do mês de janeiro, no valor de R$ 400,00. O reajuste
contratual foi previsto em 50% a partir de abril;
9) Está previsto, para o mês de fevereiro, a assinatura de um contrato de leasing
de um prédio para a instalação de futura sede da empresa. A prestação
mensal será de R$ 1.500,00, corrigida pela variação do IGPM do mesmo
mês, sendo a 1ª parcela paga em 30 dias;
Com base nas informações acima elabore o fluxo de caixa.
Pergunta-se: A integralização de capital efetuada pelos sócios resolveu eventual deficiência de
caixa da empresa?
19
PROJEÇÕES DAS VENDAS - FLUXO DE CAIXA 2
Conta
outubro
novembro
dezembro
janeiro
fevereiro
março
abril
maio
abril
maio
junho
Vendas Recebidas
Total Das Vendas
PROJEÇÕES DE COMPRAS - FLUXO DE CAIXA 2
Conta
outubro
novembro
dezembro
janeiro
fevereiro
março
junho
Fornecedores
Total Dass
Compras
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FLUXO DE CAIXA 2
Conta
outubro
novembro
dezembro
janeiro
fevereiro
março
abril
maio
junho
Saldo Anterior
Vendas Recebidas
Integralização
Cred Aluguel
Vendas Veículos
Total de Crédito
Fornecedores
20
Salários
Despesas com Vendas
Alugueis
Desp Administ
Desp Impostos
Compra MC
Compra equipamento
Leasing
Total de Débitos
Saldo de Caixa
EXERCÍCIO 3:
Dois empresários planejam abrir a empresa SCS Ltda e estão preparando em maio o
orçamento de caixa para os meses de junho a outubro. Farão um aporte no caixa de R$
100.000,00. Em setembro novo sócio fará aporte de capital de R$ 50.000,00.
1) São projetadas vendas:
R$ 340.000,00
junho
R$ 360.000,00
julho
R$ 380.000,00
agosto
R$ 400.000,00
setembro
R$ 300.000,00
outubro
2) As vendas são recebidas 30% à vista e o restante em duas parcelas iguais;
3) As compras são projetadas da seguinte forma:
R$ 200.000,00
junho
R$ 220.000,00
julho
R$ 250.000,00
agosto
R$ 240.000,00
setembro
R$ 300.000,00
outubro
4) O pagamento aos fornecedores são efetuados em 0, 30 e 60 dias, em parcelas iguais;
5) Os salários são pagos no mês seguinte, no valor de R$ 50.000,00 por mês;
6) A empresa paga o aluguel no mês de competência, projetado em R$ 15.000,00. Em
setembro haverá reajuste passando para R$ 25.000,00
7) Os impostos sobre vendas representam 20%, pagos no mês seguinte;
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8) Em janeiro do mesmo ano, a empresa havia buscado em uma instituição financeira
recurso de capital de giro, com pagamento da primeira parcela em 30 dias, sendo 7
parcelas iguais e consecutivas no valor de R$ 25.000,00;
9) Por política da empresa, deve o gestor financeiro manter o saldo ideal de caixa de R$
30.000,00. Eventual sobra deve aplicar em títulos de alta liquidez e havendo
necessidade de caixa deve comunicar ao gerente do banco, para aprovar as linhas de
crédito necessárias. O gerente do banco pediu à empresa que orçasse eventual
necessidade de recursos, pois o mercado estava recessivo e possivelmente
necessitaria de maior prazo para aprovar as linhas de crédito.
10) Monte o orçamento de caixa, apontando os meses e o valor que será feitas aplicações
e comunicar o gerente do banco da eventual necessidade de crédito, desconsiderando
os juros remuneratórios, em ambos os casos.
PROJEÇÕES DAS VENDAS - FLUXO DE CAIXA 3
Conta
Vendas Recebidas
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Total Das Vendas
200.000,00
220.000,00
250.000,00
240.000,00
300000
PROJEÇÕES DE COMPRAS - FLUXO DE CAIXA 3
Conta
Fornecedores
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Setembro
Outubro
Total Das Compras
FLUXO DE CAIXA 3
Conta
Saldo Anterior
Vendas Recebidas
Aporte de Capital
Total de Crédito
Fornecedores
Salários
Despesas com Vendas
Alugueis
Empréstimos
Desp Impostos
Total de Débitos
Saldo de Caixa
Saldo Mínimo de Caixa
Valor à Investir
Valor à Financiar
Junho
Julho
Agosto
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21
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22
IV - ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL
DE GIRO
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ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
As empresas, para realizarem suas atividades, precisam de recursos financeiros. Dessa
forma, é essencial que toda empresa, independentemente do seu ramo de negócio, procure
controlar os seus ciclos operacional e financeiro, para que possam honrar seus compromissos,
diminuir sua dependência financeira e aumentar o seu lucro.
A gestão do capital de giro é extremamente dinâmica exigindo a atenção diária dos
executivos financeiros, pois qualquer falha nesta área de atuação poderá comprometer a
capacidade de solvência da empresa e prejudicar a sua rentabilidade.
Dolabella (1995, p. 102), oferece a seguinte definição de capital de giro: “são os
recursos financeiros aplicados pela empresa na execução do ciclo operacional de seus produtos,
recursos estes que serão recuperados financeiramente ao final deste ciclo”.
Os ciclos dividem-se em Ciclo Econômico, Ciclo Financeiro e o Ciclo Operacional que
compõe todo o sistema.
CICLO ECONÔMICO
É o período em que a mercadoria permanece nas dependências da empresa, ou seja,
inicia-se com a compra da mercadoria e encerra-se com a venda da mesma. Este ciclo é o giro
de estoques, ele nos diz quanto tempo à empresa está demorando para girar o seu estoque.
Quanto maior for o estoque, mais lento será o giro do mesmo, ocasionando, inclusive, numa
possível insuficiência crônica de caixa, forçando-a a captação sistemática de recursos de
terceiros comprometendo a saúde financeira da empresa.
CICLO FINANCEIRO
Tem início com o desembolso de numerários para a aquisição da mercadoria que será
revendida pela empresa e encerra-se com o recebimento relativo à venda da mesma. Este é o
ciclo de caixa. O reflexo do Ciclo Econômico se dará neste ciclo. Se o giro do estoque é lento,
primeiro a empresa pagará para após receber, ocasionando em desembolso desnecessário. Cabe
salientar que além de compromissos com fornecedores a empresa também deve honrar outros
compromissos mensais, que são os Custos Fixos ou Despesas Operacionais. São gastos
necessários para que a empresa possa operar.
CICLO OPERACIONAL
Representa os dois ciclos juntos, iniciando-se quando da compra da mercadoria e
encerrando-se quando da venda ou do recebimento dos recursos da venda. Segundo Hoji, o
Ciclo Operacional inicia-se junto com o Ciclo Econômico ou Ciclo Financeiro, o que ocorrer
primeiro, e encerra-se junto com o encerramento do Ciclo Econômico ou Financeiro, o que
ocorrer por último.
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Ciclo Operacional
Compra da Mercadoria ou MP
Venda
0 dias
Pgto Fornecedor
30 dias
Rbto Duplicata
45 dias
60 dias
24
Prazo Médio de Estoque
Prazo Médio de Pagamento
Prazo Médio de Recebimento
Ciclo Financeiro
Ciclo Econômico
Ciclo Operacional
CF = PME + PMR - PMP
Para se chegar ao ciclo financeiro e operacional é necessário o cálculo dos prazos
médios, representados em dias. Uma boa administração do capital de giro passa pela correta
interpretação dos prazos médios e na forma de reduzi-los ou aumentá-los de acordo com as
necessidades de gestão dos recursos.
A análise dos recursos investidos no giro das operações de uma empresa envolve o
cálculo dos prazos médios de renovação de estoques, de cobrança de duplicatas a receber e de
pagamento das compras de mercadorias para revenda. “A análise dos prazos médios só é útil
quando os três prazos são analisados conjuntamente”. (MATARAZZO,2003, p.318)
A conjugação dos três índices de prazos médios leva a análise dos ciclos operacional e
de caixa, elementos fundamentais para a determinação de estratégias empresariais, tanto
comerciais quanto financeiras, geralmente vitais para a determinação do fracasso ou sucesso de
uma empresa. (MATARAZZO,2003, p.311)
PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DOS ESTOQUES (PME)
O Prazo Médio de Renovação de Estoque - PMRE representa, na empresa comercial, o
tempo médio de estocagem de mercadorias; na empresa industrial, o tempo de produção e
estocagem. (MATARAZZO, 2003, p.318).
Esse indicador mostra a velocidade com que o estoque se transforma em produção
vendida, ou seja, é um indicador da produtividade operacional e da eficiência dos valores
empatados em estocagem de materiais e produtos. (PADOVEZE, 1997, p.149). A fórmula
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utilizada para cálculo do Prazo Médio de Renovação de Estoque, conforme Matarazzo (2003,
p.317), é a seguinte:
PME = ቆ
୉ୱ୲୭୯୳ୣୱ
ి౉౒
యలబ
ቇ
PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS (PMR)
É o tempo médio que a empresa demora para receber suas vendas a prazo.
(AUGUSTINI, 1999, p.42). O Prazo Médio de Recebimento de Vendas – PMR expressa o
tempo decorrido entre a venda e o recebimento. (MATARAZZO, 2003, p. 318).
Tem por objetivo dar um parâmetro de quanto tempo em média a empresa demora para
receber suas vendas, Depende da política de crédito que a empresa consegue ou pode atribuir a
seus clientes. (PADOVEZE, 1997, p.147). Conforme Matarazzo (2003, p.312), a fórmula final
do Prazo Médio de Recebimento de Vendas fica:
PMR = ቆ
ୈ୳୮୪ ୟ ୖୣୡ
౒౛౤ౚ౗౩ ౗.౗.
యలబ
ቇ
PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS (PMP)
É o tempo médio que a empresa demora para pagar as suas compras de insumos a prazo.
(AUGUSTINI,1999, p.42). Se o prazo médio de pagamento de compras – PMP for superior ao
prazo médio de renovação de estoques – PMR, então os fornecedores financiarão uma parte das
vendas da empresa. (MATARAZZO, 2003, p.319). A finalidade desse indicador é mostrar o
prazo médio que a empresa consegue para pagar seus fornecedores de materiais e serviços.
Neste caso, a empresa é dependente da política de crédito que os fornecedores conseguem
adotar. (PADOVEZE, 1997, p.148). A fórmula utilizada para calcular o Prazo Médio de
Pagamento de Compras, conforme Matarazzo (2003, p.317), é a seguinte:
PMP = ቆ
ୈ୳୮୪ ୟ ୔ୟ୥ୟ୰
ి౥ౣ౦౨౗౩ ౗.౗.
యలబ
ቇ
Apesar de ser calculado de modo similar ao cálculo do índice do período médio de
cobrança, neste caso, é necessário estimar o montante de compras anuais a prazo, o que não é
informado nas demonstrações contábeis. Para isso, consideram-se as compras a prazo como
uma porcentagem do custo dos produtos vendidos (compras anuais a prazo = custos de produtos
vendidos x percentual estimado de compras a prazo) Alternativamente, esse valor pode ser
obtido pela equação: compras anuais = custos de produtos vendidos – estoque inicial + estoque
final.
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25
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O CICLO FINANCEIRO (CF)
Para Ramos (2008), o ciclo financeiro ou conversão de caixa, começa com o pagamento
do produto/matéria prima, que será revendida ou transformada em produto acabado, e termina
com o recebimento do pagamento desse produto.
Gitman (2004) demonstra que a conversão de caixa está dentro do ciclo operacional, que
começa com a entrada da matéria prima no estoque e que envolve basicamente duas categorias
de ativos, o estoque e o contas e receber. Porém para a fabricação e venda do produto são
necessários vários gastos como a compra de matéria prima e a mão de obra, que resulta em
passivos que são as contas a pagar. As administrações desses ativos e passivos resultaram em
uma empresa forte e competitiva, ou em uma empresa fraca e endividada.
Para Liz (2008), um bom gestor financeiro deverá analisar os resultados e planejar ações
para sua melhoria. Também deverá negociar junto aos fornecedores os melhores prazos de
pagamentos e os menores juros cobrados, como também estabelecer uma boa política de crédito
para seus clientes. A empresa precisa organizar todos os registros e documentos de forma a
preservar um histórico de suas finanças pra consultas posteriores. Como também deverá
controlar o movimento de caixa, classificar as despesas fixas e variáveis e estabelecer regras
para a retirada de pró-labore dos sócios, nesse caso um dos principais motivos de fracassos
administrativos. O cálculo do ciclo financeiro:
CF = PME + PMR – PMP
Se o resultado do ciclo financeiro for positivo, significa que a empresa primeiro paga os
fornecedores e depois recebe de seus clientes.Implica em necessidade de recursos para capital
de giro. Se o resultado do ciclo financeiro for negativo, significa que primeiro recebe de
clientes e depois paga seus fornecedores, não necessitando de capital de giro.
ADMINISTRAÇÃO DE DUPLICATAS A RECEBER
As duplicatas a receber surgem das vendas de serviços, mercadorias e produtos realizadas a crédito. Nessa transação, a empresa vendedora financia o cliente pelo prazo estipulado
para que ele efetue a quitação. Ao oferecer crédito aos clientes, a empresa aumenta suas vendas,
otimiza o uso dos recursos produtivos e aumenta seu lucro. Ao mesmo tempo em que a DRE
apresenta lucros maiores a decisão de vender a crédito originará custos adicionais relacionado
ao incremento da estrutura da área de crédito e cobrança, ao custo de oportunidade do
investimento marginal em duplicatas a receber e a perdas com inadimplências de clientes maus
pagadores.
Política de crédito
Vender a crédito sujeita a empresa a riscos que não existem nas vendas à vista, associados à possibilidade de não-recebimento. Desse modo a disposição de uma empresa trabalhar
com esse tipo de venda não significa que todos os potenciais clientes serão beneficiados. É
necessário que a empresa vendedora tenha uma política de crédito eficiente que, além de fixar
prazo para a quitação das dívidas, estabeleça critérios para a seleção de clientes, a fim de tentar
distinguir os mais confiáveis, que receberão crédito, daqueles menos confiáveis, o qual o
crédito será negado.
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26
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Modelos de seleção de clientes e concessão de crédito
Como parte da política de crédito e para minimizar seus riscos, empresas vendedoras
empregam como parâmetro alguns modelos de análise que permitem averiguar a compatibilidade do crédito com a capacidade do potencial do cliente em honrar seus compromissos
em dia. Entre esses modelos, destacam-se o cinco Cs do crédito.
Os cinco Cs do crédito
O cinco Cs do crédito é um modelo com alto grau de subjetividade, uma vez que
depende do julgamento do analista de crédito da empresa sobre o cliente. Por meio desse
modelo, o analista avalia o perfil do potencial cliente e, em seguida pondera, subjetivamente, e
conclui sobre a concessão ou não do crédito. O cinco Cs são: caráter, condições, capacidade,
capital e colateral.
1) Caráter:Busca-se avaliar a idoneidade do cliente e, com isso, sua intenção em honrar
seus compromissos. Nessa avaliação, procura-se conhecer o 'caráter' do cliente por meio
da avaliação de seus hábitos de pagamento, dos históricos de liquidação de obrigações
junto a outros ofertantes de crédito, das informações obtidas em bancos, cartório de
títulos e protesto, SPC - Serviço de Proteção ao Crédito, Serasa etc.
2) Condições:Relaciona-se a fatores externos à empresa que, de alguma forma, possam
prejudicar seu fluxo de caixa e conseqüentemente sua capacidade de honrar os
pagamentos. São fatores relacionados ao ramo de atividade do cliente, como sazonal
idade e hábitos de consumo de seus clientes; fatores ecológicos, como a reação de
grupos de pressão; fatores econômicos, como a maneira pela qual a taxa de juros ou o
índice de inflação interfere na procura pelo produto; e fatores relacionados à
concorrência, que podem afetar o volume de venda do cliente.
3) Capacidade:Diz respeito à habilidade do cliente em relação a seus conhecimentos em
proporcionar renda para seu negócio, o que cria capacidade de honrar os pagamentos.
Análises das demonstrações contábeis, especialmente dos índices de liquidez e endividamento, permitem identificar o potencial do cliente em satisfazer suas obrigações.
4) Capital:Refere-se à situação financeira do cliente e sua capacidade de pagamentos. Por
meio de demonstrações contábeis, avaliam-se sua evolução patrimonial, a maneira como
são efetuados os investimentos em ativos etc.
5) Colateral:Diz respeito às garantias oferecidas pelo cliente para se candidatar à obtenção
de crédito. Incluem ativos, avais, fianças etc.
Prazo de crédito
O prazo de crédito corresponde ao período que a empresa concede aos clientes para
quitarem seus compromissos. Em geral, esse prazo é definido com base em uma combinação de
diferentes fatores, como a prática adotada pela concorrência e o desempenho da economia. Esse
prazo interfere diretamente no volume de vendas: quanto mais tempo é oferecido, maior é o
volume de vendas e vice-versa. Essas situações afetam o lucro da empresa.
Política ideal de crédito
A carteira de clientes de uma empresa depende da adoção de uma política de crédito
mais rígida ou mais liberal. Por um lado, políticas mais liberais atraem um número maior de
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27
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clientes, mas incluem aqueles de maior risco: os que podem deixar de pagar. Além disso, é
necessário maiores investimentos em duplicatas a receber. Por outro lado, políticas mais rígidas
tendem a provocar efeito contrário, isto é, reduzem o número de clientes devido à seleção mais
criteriosa. Essa situação minimiza os problemas decorrentes de maus pagadores e exige
investimentos menores em duplicatas a receber.
A análise dessas variáveis em conjunto determina a política de crédito ideal. À medida
que a empresa torna a política de crédito mais liberal, aumentam os custos decorrentes da
concessão de crédito em relação ao investimento em duplicatas a receber e as perdas com maus
pagadores. Já a política mais rígida, ao negar crédito a potenciais clientes, além de provocar
efeito contrário, tem um custo de oportunidade correspondente à margem de contribuição das
vendas não realizadas.
ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES
Os estoques correspondem às quantidades de matérias-primas, produtos ou mercadorias
que são mantidos em situação de disponibilidade, com certa freqüência de renovação, para
serem empregados de acordo com as necessidades de produção ou de acordo com os pedidos
dos clientes.
Uma vez que estoques representam uma parcela importante da composição do capital de
giro da maioria das empresas industriais e comerciais, a administração deles deve otimizar o
investimento nesse ativo, mantendo-o em níveis adequados ao atendimento da produção e dos
pedidos dos clientes e minimizando, desse modo, a necessidade de capital investido, ao mesmo
tempo em que reduz os custos operacionais relacionados aos estoques.
A gestão dos estoques não fica a cargo do administrador financeiro, mas cabe a ele,
geralmente, estabelecer um montante de recursos adequado para o investimento nesse ativo.
Tipos de estoque
A terminologia empregada nos estoque varia conforme o tipo de empresa.
Em empresas comerciais, há o estoque de mercadorias, que corresponde às mercadorias
adquiridas prontas de seus fornecedores e que ainda não foram vendidas em determinada data.
Em empresas industriais, há, basicamente, três tipos de estoques:
1) Estoque de matérias-primas.Os materiais que ainda não foram aplicados no processo de
transformação em produtos em determinada data.
2) Estoque de produtos em elaboração.Os produtos parcialmente acabados, que se
encontram, portanto, ainda em fase de fabricação em determinada data.
3) Estoque de produtos acabados.Os produtos que já estão prontos, mas que ainda não
foram vendidos em determinada data.
Necessidade de estoques
Os estoques existem para que o curso das atividades das empresas seja normal. Por
exemplo, em empresas industriais, a produção é realizada conforme programação feita
antecipadamente. Em diferentes pontos da produção, são introduzidas matérias-primas até que o
produto fique pronto e, para que isso ocorra, as matérias-primas são adquiridas com antecipação
de diferentes fornecedores. Nesse processo de aquisição, o departamento de compras seleciona
fornecedores, negociam preços, prazos e outras condições favoráveis à empresa, e isso
determina diferentes momentos e quantidades de entrega, levando à formação do estoque.
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28
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Ainda em empresas industriais, dado o comportamento de compras de seus clientes, há a
necessidade de manter estoques de produtos acabado, o que, em certas situações, pode se
revelar interessante para a empresa. Por exemplo, a certo volume de produção, os custos de
fabricação dos produtos serão menores em decorrência da economia de escala que pode ser
obtida. Entende-se que há economia de escala quando o aumento do volume de produção for
maior que o custo desse aumento de produção. Considere, por exemplo, que a produção
aumente em 20% e o custo total de produção cresça em 10%. Nessa situação, o custo médio por
unidade decresce, o que faz aumentar o lucro da empresa.
Em empresas comerciais, a existência de estoques representa um bom argumento de
vendas, além de evitar a perda de vendas por falta de itens em estoque.
Custos associados a estoques
29
A manutenção de estoques implica a ocorrência de certos custos, ao mesmo tempo em
que propicia certo benefício. Os custos associados aos estoques podem ser classificados em dois
grupos: (1) os custos de reposição; e (2) os custos de manutenção.
Entre os custos de reposição, encontram-se:
•
Custos de preparação e emissão do pedido
•
Custos de acompanhamento do pedido
•
Custos de recebimento e inspeção dos pedidos
•
Custos de processamento das contas a pagar
Já entre os custos de manutenção, estão:
•
Custos de armazenagem
•
Custos de movimentação do estoque
•
Custos de seguros do estoque
•
Custos relativos à perda por obsolescência, deterioração, furtos, quebras, validade limitada
etc.
•
Custos de oportunidade do capital investido no estoque.
Além desses custos, há outra categoria: a dos custos relacionados à venda perdidas por
não haver estoque disponível. Para que isso não ocorra, é interessante que a empresa mantenha
estoque de segurança.
Técnicas para administrar estoques
Em uma situação hipotética e ideal, uma empresa não deveria manter estoques. Isso
somente seria possível se a demandas de matérias-prima, produtos e mercadorias fossem
conhecidas com exatidão e se tais itens pudessem ser fornecidos instantaneamente.
Contudo, isso não acontece na prática.
Assim, as empresas procuram reduzir sensivelmente os estoques de matéria-prima, mercadoria e produtos, a fim de liberar recursos que serão destinados a aplicações alternativas mais
rentáveis. Para mantê-los em níveis economicamente satisfatórios, as empresas podem
empregar diferentes técnicas, entre elas a classificação ABC:
Classificação ABC
O princípio da classificação ABC é atribuído a Vilfredo Paretto, que, em um estudo de
renda e riqueza, na Itália, no final do século XIX, observou que havia uma grande concentração
de riqueza nas mãos de uma pequena parcela da população, na proporção de 80% e 20%,
Professor Gustavo da Cunha Raupp
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respectivamente. Tal princípio tem sido empregado largamente na administração das empresas.
Especificamente em relação à administração de estoque, pode-se elaborar uma classificação ABC separando os itens estocados em classes.
•
Classe A.Inclui os itens de maior valor que devem ser gerenciados com atenção especial.
Em geral, 20% desses itens representam 80% do valor do estoque.
•
Classe B.Inclui os itens de valor intermediário. Em geral, 30% desses itens representam
10% do valor do estoque.
•
Classe C. Inclui os itens de valor mais baixo e que, muitas vezes, justificam menor atenção
no gerenciamento. Em geral, 50% desses itens representam 10% do valor do estoque.
É importante salientar que esses percentuais são apenas orientadores e podem variar de
empresa para empresa. Porém, isso não altera o fato de que uma pequena percentagem dos itens
representa uma grande percentagem dos valores financeiros do estoque.
ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS A PAGAR
Contas a pagar podem ser vistas como empréstimos sem juros dos fornecedores. Na
ausência de contas a pagar, a empresa precisa tomar emprestado ou usar seu próprio capital de
giro para pagar as faturas de seus fornecedores. Portanto, o benefício das contas a pagar está na
economia de despesas de juros que precisariam ser pagas se não houvesse o crédito dado pelo
fornecedor. Entretanto, a aceitação do crédito e a utilização das contas a pagar nem sempre são
interessantes para a empresa compradora. Os fornecedores geralmente oferecem generosos
descontos em dinheiro se as faturas forem pagas na entrega ou poucos dias após o seu
recebimento. Nesse caso, a opção crucial é aproveitar o desconto à vista e pagar imediatamente,
ou comprar a prazo e usar as contas a pagar. Se o desconto à vista for utilizado, a vantagem é o
desconto por si só e as desvantagens são o custo de tomar emprestado para pagar à vista e a
perda de um empréstimo sem juro. A oferta do desconto à vista deve ser aceita se o benefício
exceder o custo.
CAPITAL DE GIRO
Alguns conceitos de capital de giro:
Para Martins e Assaf :
“o conceito de capital de giro (ou capital circulante) identifica os recursos que giram (ou
circulam) várias vezes em determinado período. Ou seja, corresponde a uma parcela de capital
aplicada pela empresa em seu ciclo operacional, caracteristicamente de curto prazo, a qual
assume diferentes formas ao longo de seu processo produtivo e de venda.”
Para Marin:
“capital de giro são os ativos que normalmente devem circular e ser transformados em
dinheiro (pelo menos em parte) durante o ciclo operacional da empresa.”
Martins e Assaf identificam portanto, capital de giro como capital circulante,
conceituando dessa forma:
“em sentido amplo, o capital de giro representa o valor total dos recursos demandados
pela empresa, para financiar seu ciclo operacional, o qual engloba, conforme comentado, as
necessidades circulantes identificadas desde a aquisição de matérias-primas até a venda e o
recebimento dos produtos elaborados.”
Professor Gustavo da Cunha Raupp
30
Administração de Finanças IFaculdades Senac - RS
Capital de giro, portanto, é o ativo circulante que sustenta as operações do dia-a-dia da
empresa e representa à parcela do investimento que circula de uma forma a outra, durante a
condução normal dos negócios. Assim,
CAPITAL DE GIRO = ATIVO CIRCULANTE
Uma administração ineficiente do capital de giro poderá afetar de forma dramática o
fluxo de caixa da empresa. O volume de capital de giro utilizado por uma empresa depende de
seu volume de vendas, de sua política de crédito comercial e do nível de estoques que ela
precisa manter. Duas considerações muito importantes na administração do capital de giro são
os ciclos econômicos e a sazonalidade específica de determinados negócios.
O capital de giro necessita de recursos para seu financiamento, como acontece com o
capital permanente. Assim, quanto maior for o capital de giro, maior será a necessidade de
financiamento, seja com recursos próprios, seja com recursos de terceiros.
Análise de Liquidez
A liquidez de uma empresa é medida pela capacidade que ela possui para satisfazer suas
obrigações de curto prazo, nas datas dos vencimentos. A liquidez refere-se à solvência da
situação financeira global da empresa – a facilidade com a qual ela pode pagar suas contas.
Existem três motivos importantes para se ter caixa (liquidez), de acordo com John
Keynes citado por (ROSS, et al.,2000):
a) Motivo Especulação
A necessidade de manter caixa para tirar proveito de oportunidades de investimento,
como por exemplo, desconto em compras, taxas de juros atraentes, flutuações favoráveis de
câmbio.
b) Motivo Transação:
Precisa-se manter caixa para pagamento de despesas e movimentação financeira da
empresa. Como as entradas de caixa não são perfeitamente sincronizadas, existe um
espaçamento ou descasamento entre receitas e despesas que é preciso ser coberto pelo caixa.
c) Motivo Precaução:
O saldo de caixa por precaução é uma reserva de liquidez suficiente para arcar com
eventuais desembolsos não-previstos, trazendo assim, certa margem de segurança das operações
da empresa.
Os principais indicadores para análise de liquidez são:
1)
2)
3)
4)
5)
capital de giro líquido
(CGL);
participação das disponibilidades (PD);
participação de contas a receber (PCR);
participação dos estoques
(PE);
índice de financiamento
(IF).
A interpretação desses índices pode ser feita comparando-os com os de outras empresas
do mesmo ramo, e/ou analisando sua evolução ao longo do tempo na própria empresa.
1) CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO (CGL);
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31
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Também chamado de capital circulante líquido, corresponde à diferença aritmética entre
o ativo circulante e o passivo circulante e representa a medida da liquidez da empresa,
refletindo sua capacidade de gerenciar as relações com fornecedores e clientes. Logo:
CGL = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE
2.1. Capital de Giro Líquido
32
CCL = AC - PC
CCL Positivo
CCL Negativo
CCL Nulo
ATIVO
PASSIVO
ATIVO
PASSIVO
ATIVO
PASSIVO
Ativo
corrente
Passivo
corrente
Ativo
corrente
Passivo
corrente
Ativo
corrente
Passivo
corrente
Passivo
não
corrente
Ativo
não
corrente
Ativo
não
corrente
Passivo
não
corrente
CCL
Ativo
não
corrente
CCL
Passivo
não
corrente
15
O passivo circulante representa os financiamentos (fontes de recursos) a curto prazo da
empresa, pois inclui todas as dívidas que terão seu vencimento (e deverão ser pagas) em um ano
ou menos.
O objetivo da administração financeira a curto prazo é gerir cada um dos itens do ativo
circulante (caixa, bancos, aplicações financeiras, contas a receber, estoques etc) e do passivo
circulante (fornecedores, contas a pagar, empréstimos etc.), a fim de alcançar um equilíbrio
entre lucratividade e risco que contribua positivamente para aumentar o valor da empresa. Um
investimento alto demais em ativos circulantes reduz a lucratividade, enquanto um investimento
baixo demais aumenta o risco de a empresa não poder honrar suas obrigações nos prazos
pactuados. Ambas as situações conduzem à redução do valor da empresa.
Quando o valor do ativo circulante supera o do passivo circulante, significa que a
empresa possui CGL positivo. Nessa situação mais comum, o CGL representa a parcela dos
ativos circulantes da empresa financiada com recursos a longo prazo (soma do exigível a longo
prazo com patrimônio líquido), os quais excedem as necessidades de financiamento dos ativos
permanentes.
Quando o valor do ativo circulante é menor que o do passivo circulante, significa que a
empresa possui CGL negativo. Nessa situação menos usual, o CGL é a parcela dos ativos
permanentes da empresa que está sendo financiada com passivos circulantes, ou seja, com
capitais de curto prazo, o que denota um quadro de risco.
De forma geral, a maioria das empresas não consegue conciliar com precisão as entradas
(principalmente) e as saídas de caixa. Por isso, os ativos circulantes precisam exceder os
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passivos circulantes, ou seja, uma parcela dos ativos circulantes é freqüentemente financiada
com fundos de longo prazo.
Geralmente, entende-se que quanto maior for o CGL de uma empresa, menor será o seu
risco, porque sua liquidez reduz a probabilidade de que ela se torne tecnicamente insolvente.
Tal premissa, entretanto, pode ser equivocada, pois um CGL muito alto significa que
expressivos fundos de longo prazo estão financiando parte dos ativos circulantes. Como os
custos desses recursos a longo prazo são sempre mais elevados que os de curto prazo, a
empresa poderá vir a enfrentar problemas financeiros.
2) PARTICIPAÇÃO DAS DISPONIBILIDADES (PD);
Indica a representatividade das disponibilidades financeiras (caixa, bancos, aplicações
financeiras de curto prazo) na estrutura do capital de giro. Nas empresas que recebem os valores
correspondentes às suas vendas antes do pagamento das compras, como normalmente acontece
no setor varejista, esse índice tende a ser elevado.
PD = DISPONIBILIDADES ÷ ATIVO CIRCULANTE
3) PARTICIPAÇÃO DE CONTAS A RECEBER (PCR);
Mostra a participação da carteira de duplicatas a receber da empresa sobre o total do
capital de giro. Quando é muito alto, pode significar que a empresa está adotando uma política
agressiva de concessão de crédito comercial ou, por outro lado, que ela enfrenta problemas de
altos índices de inadimplência por parte dos clientes.
PCR = CONTAS A RECEBER ÷ ATIVO CIRCULANTE
4) PARTICIPAÇÃO DOS ESTOQUES (PE);
Representa o peso dos estoques em relação ao capital de giro. Um índice elevado pode
significar excessivo investimento em estoques, o que nem sempre é sinônimo de boa
administração desse importantíssimo item do capital de giro, ou vendas em queda.
PE = ESTOQUES ÷ ATIVO CIRCULANTE
5) ÍNDICE DE FINANCIAMENTO (IF)
Esse parâmetro informa qual é o percentual do capital de giro que está suportado por
empréstimos bancários e financiamentos. Um índice baixo pode indicar que a empresa está
utilizando, principalmente, financiamento dos fornecedores em lugar de linhas de crédito
bancário. Também pode refletir uso normal de financiamento de fornecedores ao lado de uma
boa situação de caixa que lhe permite dispensar os financiamentos bancários.
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33
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IF = (EMPRÉSTIMOS + FINANCIAMENTOS + ENCARGOS FINANCEIROS ) ÷ A. CIRCULANTE
NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO
Há que recorrer-se aos motivos pelos quais as empresas necessitam de capital de giro.
Cherry aponta três origens, que justificam as exigências de capital de giro: “Mutações
no Nível de Operações, Mutações de Política e Mutações na Tecnologia.”, sobre as quais
alinharemos suas justificativas:
a)
34
Mutações no Nível de Operações
Justificam-se quando a empresa é propulsionada a um maior volume de vendas, e
conseqüentemente precisará de mais estoques, e suas disponibilidades estarão na dependência
da reação das próprias vendas.
Essas mutações poderão ocorrer: por vendas sazonais, esperadas pela normalidade nas
operações da empresa, ou até por excepcionalidade; por mudanças cíclicas decorrentes talvez
do próprio mercado; em decorrência do próprio crescimento da empresa, ao qual toda
organização está sujeita.
Podemos acrescentar uma quarta ocorrência, que seria a dependência governamental,
que através de sua política econômica poderia levar as empresas à maior produção, conforme
ocorreu em tantas oportunidades no Brasil.
b)
Mudanças de Política
Trata-se de alterações internas ocorridas na própria empresa, que poderá a título de
exemplo, ampliar o prazo de pagamento nas suas vendas a prazo, ou diferenciar sua forma de
produção diminuindo o prazo médio de rotação de seus estoques, em dado momento.
c)
Mutações na Tecnologia
Essa variável coloca as empresas modernas constantemente em sujeição.
O processo da humanidade principalmente na área de processamento de dados, tem
justificado a presença de equipamentos alterando o processo produtivo.
Poderão ocorrer, pelas mudanças de implantação, necessidades de capital de giro de
forma ampla: não só no ativo circulante como no ativo permanente.
.’.
O correto dimensionamento da necessidade de capital de giro é um dos maiores desafios
do administrador financeiro. Elevado volume de capital de giro irá desviar recursos financeiros
que poderiam ser aplicados nos ativos permanentes da empresa. Todavia, capital de giro muito
reduzido restringirá a capacidade de operação e de vendas da empresa. A necessidade de capital
de giro pode ser estimada de dois modos:
• com base no ciclo financeiro ou
• com utilização dos demonstrativos contábeis (balanço patrimonial)
CÁLCULO COM BASE NO CICLO FINANCEIRO
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Esse método é aplicável a uma empresa em fase de implantação, por ainda não dispor de
demonstrações contábeis. A necessidade de capital de giro corresponde ao caixa operacional,
ou seja, ao montante mínimo de recursos financeiros necessários para garantir a
operacionalidade da empresa. Trata-se de uma forma simples de se efetuarem os cálculos, pois
o método pressupõe que as despesas projetadas anuais são uniformemente distribuídas ao longo
do ano.
Para
10 determinar a medição da necessidade de capital de giro, iremos analisar o método
do Prof. Matarazzo que estabeleceu um sistema através dos prazos médios.
O método é baseado na fórmula:
35
NCG = CF X Vd + A
Onde:
NCG
CF
=
Necessidade de Capital de Giro, no momento da análise
=
Ciclo Financeiro, em dias, obtido pela soma do prazo médio de
recebimento das vendas e do prazo médio de renovação dos estoques, diminuído
do prazo médio de pagamento das compras
=
Vendas Diárias, no momento da análise.
=
Ajustes, obtido pela dedução de outros ativos circulantes dos
outros passivos circulantes
Vd
A
Partiremos da publicação da empresa Ocrim S.A Produtos Alimentícios, nos exercícios
sociais de 2005 e 2004, para estudá-las sob a ótica da fórmula apresentada.
A obtenção do ciclo financeiro dar-se-ia da seguinte forma, nos dois exercícios sociais,
supondo-se os seguintes dados faltantes:
Consumo de matérias-primas
Compra de matérias-primas
Estoques
Duplicatas a Receber
Fornecedores
Vendas Total
2005
2004
70.858
70.949
12.706
11.631
1.885
95.945
96.660
12.615
13.379
1.056
172.481
200.910
Prazo Médio de Renovação dos Estoques
Fórmula =
360 d
x
Estoques_____
Custo das Vendas
Em 2004
360
x
12.615
=
47 dias
95.945
Em 2005
360
x
12.706
=
64 dias
70.858
Prazo Médio de Recebimento das Vendas
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Fórmula =
360 d x
Duplicatas a Receber
Vendas
Em 2004
360
x
13.379
=
23 dias
=
27 dias
200.910
Em 2005
360 x
11.631
36
150.657
Prazo Médio de Pagamento das Compras
Fórmula =
360 d
x
Fornecedores
Compras
Em 2004
360
x
1.056
=
4 dias
=
9 dias
96.660
Em 2005
360
x
1.885
70.949
Ciclo Financeiro ( sem a equivalência dos prazos médios)
Em 2004
( 47d + 23d - 4d)
= 66d
Em 2005
( 64d + 27d - 9d) = 82d
As vendas diárias seriam obtidas da seguinte forma, nos dois exercícios sociais:
Em 2004:
Venda Total = 200.910 = $ 558
360 d
Em 2005 :
360 d
Venda Total = 172.481
360 d
= $ 479
360 d
Os ajustes são obtidos pela diferença dos outros ativos circulantes de outros passivos
circulantes, que não os envolvidos nos grupos clientes, estoques, fornecedores já devidamente
considerados no ciclo financeiro.
Assim, temos:
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(Disponível + Outras Contas) - (Salários, Contribuições e Tributos + Outras Contas)
Em 2004:
(34.834 - 4.864)
=
29.970
Em 2005 :
(36.048 - 6.834)
=
29.214
Portanto, a necessidade capital de giro dessa empresa, estaria assim calculada:
Em 2004 :
66d x $558 + 29.970 = 66.798
Em 2005 :
82d x $ 418 + 29.214 = 65.162
CÁLCULO COM BASE NO BALANÇO PATRIMONIAL
O capital de giro líquido (CGL) é definido como a diferença entre o ativo circulante e o
passivo circulante. Porém, nem todo o valor do CGL assim calculado representa efetiva
necessidade de investimento. O ativo circulante contém contas transitórias (caixa, bancos,
aplicações financeiras de curto prazo) e no passivo circulante também são transitórios os
empréstimos e financiamentos de curto prazo, bem como os seus respectivos encargos
financeiros. Essas contas transitórias (ativo e passivo flutuantes) não estão relacionadas à
necessidade de investimento em capital de giro.
Para se calcular a necessidade de capital de giro de uma empresa com base em seu
balanço patrimonial é necessário que se reclassifiquem algumas contas tanto do ativo como do
passivo – com a finalidade específica de se proceder a esses cálculos. Passa-se a considerar o
balanço patrimonial da seguinte maneira:
Ativo Permanente (AP) – formado pelos itens de longo prazo do ativo. Seu valor é igual à
soma dos seguintes itens: realizável a longo prazo, investimento, imobilizado e diferido.
Ativo Operacional (AO) – representa os recursos utilizados nas operações da empresa que
dependem das características de seu ciclo operacional. É composto por: duplicatas a receber,
estoques e outros valores a receber que possuem natureza permanente.
Ativo Flutuante (AF) – corresponde aos itens de curtíssimo prazo do ativo circulante que
possuem natureza transitória como caixa, bancos e aplicações financeiras de curto prazo.
Passivo Permanente (PP) – é formado pelas contas de longo prazo do passivo e representa a
fonte permanente de recursos financeiros da empresa. É igual à soma do exigível a longo prazo
com o patrimônio líquido.
Passivo Operacional (PO) – representa as contas do passivo vinculadas ao ciclo operacional
da empresa, tais como fornecedores, salários, encargos, impostos, taxas e outras contas a pagar.
Passivo Flutuante (PF) – corresponde aos itens de curtíssimo prazo do passivo circulante que
não têm vinculação direta com as operações da empresa. São eles: empréstimos, financiamentos
e outras obrigações financeiras de curto prazo.
A fórmula de cálculo da necessidade de capital de giro (NCG) é:
NCG = ATIVO OPERACIONAL – PASSIVO OPERACIONAL
O capital de giro líquido (CGL) calculado com base nessa reclassificação de contas será:
CGL = PASSIVO PERMANENTE – ATIVO PERMANENTE
O resultado será o mesmo se for usada a fórmula:
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37
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CGL = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE
MEDIDAS PARA SOLUCIONAR OS PROBLEMAS DE CAPITAL DE GIRO
As dificuldades de capital de giro numa empresa são devidas, principalmente, à
ocorrência dos seguintes fatores:
- Redução de vendas
- Crescimento da inadimplência
- Aumento das despesas financeiras
38
- Aumento de custos
- Alguma combinação dos quatro fatores anteriores
Na situação mais freqüente, os problemas de capital de giro surgem como conseqüência
de uma redução de vendas. Neste caso, o administrador financeiro se defronta com as seguintes
questões: como manter o capital de giro sob controle diante de um quadro de redução das
vendas? O que pode ser feito para evitar uma crise maior de capital de giro?
Os tópicos seguintes apresentam algumas alternativas de solução para essas questões.
1. Formação de reserva financeira
Como acontece no trato de muitos outros problemas, a ação preventiva tem um papel
importante para a solução dos problemas de capital de giro.
A principal ação consiste na formação de reserva financeira para enfrentar as mudanças
inesperadas no quadro financeiro da empresa.
A determinação do volume dessa reserva financeira levará em conta o grau de proteção
que se deseja para o capital de giro.
Também uma análise do tipo "o que aconteceria ao capital de giro se...." poderia ser
bastante útil para se formular a estimativa do volume da reserva financeira.
À primeira vista, poderia soar antieconômico a formação de uma reserva financeira, já
que esta decisão tiraria recursos financeiros que de outra forma deveriam ser aplicados no
investimento em ativos fixos de modo a permitir a expansão da empresa.
Dada a alta volatilidade da economia brasileira, a formação de reserva financeira para o
capital de giro deveria ser a prioridade econômica fundamental da empresa. Além disso, os
recursos destinados e essa reserva seriam aplicados no mercado financeiro, onde as taxas de
juros têm sido maiores do que a taxa de rentabilidade do capital fixo.
2. Encurtamento do ciclo econômico
Quando a empresa encurta seu ciclo econômico - este pode ser definido como o tempo
necessário à transformação dos insumos adquiridos em produtos ou serviços - suas necessidades
de capital de giro se reduzem drasticamente.
Numa indústria, a redução do ciclo econômico significa um menor tempo para produzir
e vender. No comércio, esta redução significa um giro mais rápido dos estoques. Na atividade
de serviços, a redução do ciclo econômico significa basicamente trabalhar com um cronograma
mais curto para a execução dos serviços.
A redução do ciclo econômico não é uma função tipicamente financeira. Ela requer o
apoio de funções como produção, operação e logística.
3. Controle da inadimplência
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A inadimplência dos clientes de uma empresa pode decorrer do quadro econômico geral
do país ou de fatores no âmbito da própria empresa.
No primeiro caso, a contração geral da atividade econômica e a conseqüente diminuição
da renda das pessoas, tende a aumentar a inadimplência. Nesta situação, a empresa tem pouco
controle sobre o problema.
Quando a inadimplência é decorrente de práticas de crédito inadequadas, estabelecidas
pela própria empresa, existe uma solução viável para o problema. Neste caso, é preciso dar mais
atenção à qualidade das vendas (tanto as vendas a crédito como as vendas faturadas) do que ao
volume dessas vendas. No caso das vendas a crédito, também será recomendável uma redução
do prazo de pagamento concedido aos clientes.
39
4. Não se endividar a qualquer custo
Na tentativa de suprir a insuficiência de capital de giro, muitas empresas utilizam
empréstimos de custo elevado. Como regra, qualquer dinheiro captado a um custo maior do que
1,17% ao mês (ou 15% ao ano) em termos reais, são incompatíveis com a rentabilidade normal
da empresa que gira em torno de 15 % ao ano, também em termos reais. Assim, uma linha de
crédito de curto prazo que custe mais de 1,17% ao mês em termos reais, é claramente
antieconômica.
O financiamento de capital de giro a uma taxa real maior do que 1,17% ao mês, pode
resolver o problema imediato de caixa da empresa, mas cria um novo problema - seu
pagamento.
Obs: taxas ilustrativas, podendo variar de acordo com o montante econômico
O administrador tem consciência da inviabilidade do custo financeiro dos
financiamentos de capital de giro. Ele tenta ganhar tempo, esperando que uma melhora
posterior nas condições de mercado da empresa permitam pagar o capital de terceiros.
Todavia, quando a recuperação das vendas acontece, a empresa já acumulou um estoque
de dívidas cujo pagamento será impraticável.
5. Alongar o perfil do endividamento
Quando a empresa consegue negociar um prazo maior para o pagamento de suas
dívidas, ela adia as saídas de caixa correspondentes e, portanto, melhora seu capital de giro.
Embora essa melhora seja provisória, ajudará bastante até que a empresa se ajuste
financeiramente.
Também neste caso, é importante uma atenção especial para o custo do alongamento de
prazo. Ele precisa ser suportado pela rentabilidade da empresa.
6. Reduzir custos
A implantação de um programa de redução de custos tem um efeito positivo sobre o
capital de giro da empresa desde que não traga restrições às suas vendas ou à execução de suas
operações.
Uma vez que a empresa com problema de capital de giro também estará com sua
capacidade de investimento comprometida, a redução de custos em atividades como
modernização, automação ou informatização não será possível.
Diante de uma crise de capital de giro, o programa de redução de custos tem natureza
compulsória e seu grande desafio é identificar aqueles itens de gastos que possam ser cortados
sem grandes prejuízos para as atividades da empresa. Dificilmente serão encontrados gastos
supérfluos ou desperdícios, pois a crise de capital de giro naturalmente já os deve ter eliminado.
7. Substituição de passivos
Professor Gustavo da Cunha Raupp
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A política de substituição de passivos consiste em trocar uma dívida por outra de menor
custo financeiro. Por exemplo, uma empresa de grande porte poderia adotar esta solução,
através do lançamento de títulos no exterior ou mesmo fazendo um lançamento de ações.
Entretanto, as empresas de pequeno e médio porte não têm essa opção. Um programa
tradicional de substituição de passivos para essas empresas quase sempre significaria trocar seis
por meia dúzia.
Numa situação extrema, as pequenas e médias empresas poderiam trocar passivo
exigível por passivo não exigível (capital), através da admissão de novos sócios. Sem dúvida,
esta seria uma solução a ser adotada em último caso.
SOLUÇÃO DEFINITIVA
É evidente que existe um forte entrelaçamento entre a administração do capital de giro
da empresa e sua administração estratégica.
Por isso, a solução definitiva para o problema do capital de giro consiste na recuperação
da lucratividade da empresa e a conseqüente recomposição de seu fluxo de caixa.
Esta solução exige a adoção de medidas estratégicas de grande alcance que vão desde o
lançamento de novos produtos ou serviços e a eliminação de outros, adoção de novos canais de
venda ou até mesmo a reconfiguração do negócio como um todo.
Desse modo, a solução dos problemas de capital de giro de uma empresa requer muito
mais do que medidas financeiras.
Estratégias, operações e práticas gerenciais, entre outras, precisarão ser repensadas para
que o capital de giro volte ao estado de normalidade.
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40
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41
V - EXERCÍCIOS CAPITAL DE GIRO
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1) Supondo uma empresa com resultados em 3 exercícios (20X1 / 20X2 / 20X3)
Ativo
01 Disponibilidade
02 Duplicatas a Receber
2001
05 Ativo Circulante
06 Realizável a longo prazo
07 Ativo permanente
08 TOTAL DO ATIVO
Passivo
09 Duplicatas descontadas
10 Instituições financeiras
11 Fornecedores
Valores $
96.398
104.186
92.912
4.513
21.065
178.917
14 Passivo Circulante
15 Exigível a Longo Prazo
16 Resultado exercício futuro
17 Patrimônio Líquido
18 TOTAL DO PASSIVO
53.705
55.848
19.639
67.087
73.659
33.978
335.676
246.043
220.188
210.622
293.329
338.486
82.303
104.362
628.601
2001
119.045
643.734
2002
2003
Valores $
Valores $
102.003
54.934
52.783
29.144
29.978
30.776
14.190
44.292
14.161
53.199
25.933
87.608
33.078
100.811
263.692
138.603
255.948
77.166
291.853
95.317
0
84.892
0
287.743
0
292.469
628.601
42
677.719
Valores $
12 Impostos e taxas
13 Outros valores a pagar
2003
Valores $
03 Estoques
04 Outros valores a receber
2002
Valores $
300.974
643.734
677.719
Demonstrativo do Resultado do Exercício:
Rubrica
2001
2002
Valores $
Valores $
21 Receita Líquida
649.191
735.804
23 Lucro Bruto
144.611
193.822
22 CPV
24 Despesas comerciais
-504.580
-75.810
25 Despesas Administrativas
-35.607
27 Receitas Financeiras
28.901
26 Lucro operacional I
28 Despesas Financeiras
33.194
0
2003
Valores
$
744.088
-541.982
-520.360
-75.820
-83.880
-47.251
70.751
9.845
-2.133
223.728
-45.114
94.734
0
-3.557
29 Lucro Operacional II
62.095
78.463
91.177
31 Lucro Operacional III
64.447
95.923
118.558
33 Lucro Líquido antes do IR
63.485
96.232
118.276
35 Lucro Líquido
61.035
78.126
102.149
30 Resultado de equivalência patrimonial
32 Resultado não operacional
34 Provisão IR e CS
2.352
-962
-2.450
17.460
309
-18.106
27.381
-282
-16.127
Calcule o Ciclo Financeiro, considerando os Demonstrativos Financeiros acima, do ano de
2001, 2002 e 2003, relacionando-os entre si. Considere Compras como sendo o valor de 80%
do Custo dos Produtos Vendidos.Analise o resultado.
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2) De acordo com o balanço de pagamento abaixo, calcule o NCG pela técnica do CF:
Contas
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
Caixa e Bancos
Aplicações Financeiras
Duplicatas a Receber
Estoques
Ativo RLP
ATIVO PERMANENTE
Investimentos
Imobilizado
Diferido
Total do ATIVO
Contas
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
Empréstimos Bancários
Duplicatas Descontadas
Duplicatas a Pagar
Outras Obrigações
Passivo Exig Longo Prazo
Financiamentos
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital
Reservas de Lucros
Total do PASSIVO
31/12/2001
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
83.300,00
14.000,00
800,00
37.000,00
31.500,00
125.700,00
15.700,00
94.350,00
15.650,00
209.000,00
31/12/2002
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
31/12/01
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
61.000,00
8.000,00
5.000,00
21.200,00
26.800,00
35.700,00
35.700,00
112.300,00
69.000,00
43.300,00
209.000,00
117.600,00
14.400,00
1.200,00
42.000,00
60.000,00
143.400,00
15.700,00
112.700,00
15.000,00
261.000,00
43
31/12/02
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
Dados do DRE
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTO OPERACIONAL
Custo dos Produtos Vendidos - CPV
(=) LUCRO BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas Administrativas
Despesas de Vendas
(=) LUCRO OPERACIONAL OU LAJIR
(-) Despesas Financeiras Líquidas
(+/-) Resultados não Operacionais
(=) LUCRO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E DO IR
(-) PREVISÕES PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E IR
(=) LUCRO APÓS CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E IR
(-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
78.000,00
15.000,00
3.000,00
25.000,00
35.000,00
45.000,00
45.000,00
138.000,00
69.350,00
68.650,00
261.000,00
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
31/12/01
330.000,00
(210.000,00)
(210.000,00)
120.000,00
(57.000,00)
(33.000,00)
(24.000,00)
63.000,00
(6.555,00)
56.445,00
(19.756,00)
36.689,00
36.689,00
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
31/12/02
365.000,00
(250.000,00)
(250.000,00)
115.000,00
(67.000,00)
(35.000,00)
(32.000,00)
48.000,00
(9.000,00)
39.000,00
(13.650,00)
25.350,00
25.350,00
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4) Calcular a necessidade de capital de giro, e o capital de giro líquido com base no
balanço patrimonial da empresa hipotética abaixo (Valores em Milhares de Reais)
.
ATIVO
Caixa
Bancos
Aplic. Financeiras
Contas a Receber
Estoques
Outros Valores a Rec.
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Diferido
TOTAL DO ATIVO
PASSIVO
Fornecedores
Salários a Pagar
Encargos a Pagar
Impostos e Taxas
Empréstimos
Exigível a Longo Prazo
Capital
Reservas
Lucros Acumulados
100
900
2.000
3.000
3.900
100
2.000
2.000
5.500
500
20.000 TOTAL DO PASSIVO
1.000
2.000
1.000
1.000
2.000
4.000
7.500
1.000
500
20.000
Reclassificando-se o balanço, tem-se:
ATIVO
PASSIVO
Caixa
100 Fornecedores
1.000
Bancos
900 Salários à Pagar
2.000
Aplic. Financeira
2.000 Encargos à Pagar
1.000
Ativo Flutuante
3.000 Impostos e Taxas
1.000
Contas a Receber
3.000 Passivo Operacional
5.000
Estoques
3.900 Empréstimos
2.000
Outros Valores a Rec
100 Passivo Flutuante
2.000
Ativo Operacional
7.000 Exigível a LP
4.000
Realizável a LP
2.000 Capital
7.500
Investimentos
2.000 Reservas
1.000
Imobilizado
5.500 Lucros Acumulados
Diferido
500 Passivo Permanente
Ativo Permanente
10.000
TOTAL DO ATIVO
20.000 TOTAL DO PASSIVO
500
13.000
20.000
Professor Gustavo da Cunha Raupp
44
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45
VIII - FLUXO DE CAIXA
DESCONTADO
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POR QUE O VALOR DO DINHEIRO MUDA COM O PASSAR DO TEMPO
O velho ditado que diz "mais vale um pássaro na mão do que dois voando" adquire uma
grande importância quando aplicado às finanças. Em termos monetários, ele significa que o
dinheiro em caixa hoje vale mais do que no futuro. Em outras palavras, o valor do dinheiro
muda ao longo do tempo. Os investidores têm uma preferência natural por dinheiro agora em
vez de depois, pois assim eles podem aumentar o seu valor. Essa naturalmente é a principal
meta do administrador financeiro. Além dessa razão básica de o dinheiro valer mais agora do
que no futuro, deve-se estar atento aos fatores que diminuemo valor do dinheiro ao longo do
tempo. As três razões mais importantes pelo que o valor do dinheiro decresce progressivamente
ao longo do tempo são as seguintes:
1.
inflação;
2.
risco;
3.
preferência pela liquidez.
INFLAÇÃO
Inflação refere-se ao aumento geral de preços na economia. Quando os preço aumentam
o valor do real diminui, e já que se espera que o preços subam no futuro, o valor do real nos
anos futuros será menor do que o atual. Em outras palavras, o poder de compra do real hoje é
maior do que será amanhã, por causa do aumento do preço que diminuirá o valor desse real. Por
isso, é possível comprar maior quantidade de bens com um real daqui a um ano do que daqui a
dois anos assim por diante.
EXEMPLO: Inflação
Se o nível geral de preços aumenta 5% anualmente, o poder de compra de um real hoje
será 5% menor daqui a um ano. Em outra palavras, 1,00 hoje depreciaria o valor para 0,95
daqui a um ano. Se os consumidores compram 100 alfinetes com um real hoje, ele serão
capazes de comprar apenas 95 alfinetes daqui a um ano. Portanto, quanto maior a taxa de
inflação e quanto maior o período envolvido, menor será o valor de uma quantia de dinheiro no
futuro.
RISCO
Risco, ou incerteza acerca do futuro, também causa um declínio no valor do dinheiro.
Como o futuro é incerto, o risco aumenta com o passar do tempo. A maioria das pessoas deseja
evitar o risco, assim, valorizam mais o dinheiro agora do que a promessa de dinheiro no futuro.
Elas se dispõem a entregar seu dinheiro pela promessa de recebê-lo no futuro apenas se forem
adequadamente recompensadas pelo risco a ser assumido.
Ninguém pode prever, com certeza o futuro da economia brasileira ou as tendências
econômicas financeiras em outras partes do mundo. É impossível prever com precisão se o
dinheiro investido hoje estará disponível amanhã. Não existe nenhuma garantia de que uma
empresa sólida financeiramente permanecerá assim nos anos vindouros. Os investidores não
têm garantias de que receberão dividendos e de que o preço das ações que adquiriram será
valorizado, nem podem estar completamente certos de que os juros e o principal dos títulos de
renda fixa serão pagos pelo emissor conforme foi combinado. Os analistas financeiros ou
investidores sofisticados, a despeito do quão competentes sejam, não podem assegurar que os
retornos que projetam para um dado investimento resultem ser o previstos originalmente.
Professor Gustavo da Cunha Raupp
46
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Assim como a incerteza aumenta à medida que se olha para um futuro mais distante, o
risco também aumenta - e o valor do dinheiro prometido no futuro diminui proporcionalmente.
PREFERÊNCIA PELA LIQUIDEZ
Liquidez é importante tanto para um investidor quanto para uma empresa. Liquidez
refere-se ao grau de facilidade com que os ativos podem ser convertidos em caixa. Caixa,
obrigações do governo e outros títulos negociáveis (ativos da empresa dados como garantia aos
credores para assegurar o pagamento de um empréstimo) aumentam a liquidez de uma empresa.
De igual forma, o ativo imobilizados, tais como a fábrica e o equipamento, não são
considerados muito líquidos. Os investidores têm preferência pela liquidez, isto é, preferem
manter dinheiro em caixa para em emergência inesperadas e exigências financeiras a
comprometer fundo em ativos de rendimento futuro. Se desistirem da liquidez atual, adquirindo
ativo que prometem retornos futuros, estarão trocando um ativo de caixa seguro por um ativo
futuro arriscado. A troca será feita apenas se as recompensas prometidas para os futuros ativos
forem suficientemente altas para justificar o risco assumido.
Quando credores ou investidores desistem do caixa por retornos futuros muito
arriscados, eles requerem ágios ou retornos elevados sobre o seu caixa investido para
compensá-los pela falta de liquidez. Ao contrário, quando eles investem em ativos de baixo
risco, os ágios que esperam pelo retorno são relativamente baixos.
EXEMPLO:Liquidez versus retornos futuros
Nos Estado Unidos, e uma pessoa deposita dinheiro num banco assegurado pelo FOIC
(Órgão do governo dos Estados Unidos que garante os depositantes), ela se dispõe a aceitar 5%
de juros, enquanto se adquirir uma obrigação de longo prazo de uma companhia desconhecida
vai exigir, certamente, uma taxa de juros bem maior, digamos, 15%. Em ambos os casos, a
opção pela perda de liquidez supõe um retorno que compense o risco.
Para emprestadores ou investidores, é logicamente essencial saber quanto seus
investimentos em dinheiro irão crescer, pois assim poderão determinar se seus investimentos
são vantajosos. Quem toma empréstimos também deseja saber quanto deverá pagar aos
credores, em quanto tempo liquidar, e se os retornos do fundo captados serão maiores que os
custos. Tudo isso se resume ao conceito de valor futuro, como é determinado pela taxa de juros
compostos, e de valor presente dos retornos futuros, uma vez que eles foram ajustados para o
risco.
Além do fato de que o dinheiro investido sabiamente hoje renderá um retorno no futuro
(um fato que cria um desejo natural no investidor pela liquidez), o dinheiro perde valor com o
tempo devido à inflação, ao risco e à preferência pela liquidez. O conceito de que $1,00 hoje
vale mais que $1,00 amanhã é fundamental na teoria das finanças.
VALOR PRESENTE E TAXAS DE DESCONTO
Por que o valor presente é de interesse vital para o pessoal da área financeira?
Porque ele fornece uma base para comparar a lucratividade de vários projetos ou
investimentos diferentes durante um período de vários anos. O valor presente, então, o valor do
dinheiro dos retornos ou rendas futuros, descontada a taxa de capitalização. A taxa de desconto
ou de capitalização é uma taxa de juros aplicada a uma série de futuros pagamentos ou
recebimentos ajustados ao risco e à incerteza do fator tempo.
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47
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AJUSTANDO AO RISCO
Para calcular o valor presente a taxa de desconto deve ser determinada considerando
quanto risco está associado a cada projeto ou investimento. Os níveis de risco seguem uma
regra simples:
RISCO ELEVADO SIGNIFICA ALTA TAXA DE DESCONTO,
E RISCO BAIXO SIGNIFICA TAXA DE DESCONTO BAIXA.
Por exemplo: se um investidor decidir que a taxa de desconto a ser aplicada a uma ação
é 5%, outra ação com o dobro do risco terá uma taxa de desconto de 10%.
Determinado o nível de risco o próximo passo é ajustar o retorno ou rendas futuros à
incerteza do prazo. De modo geral, os seguintes princípios são aplicados para avaliar as taxas
de desconto.
Avaliação das taxas de descontos:
1.
entre duas rendas futuras, aquela que tiver a data de resgate posterior deve ter a
maior taxa de desconto;
2.
3.
também.
quanto menor for o risco percebido, menor deverá ser a taxa de desconto;
se a taxas de juros gerais do mercado subirem, a taxa de desconto deverá subir
O risco pode declinar devido a perspectiva mais favorável dos negócios, à previsão da
queda das taxas de inflação e de juros, ou por condições econômica mais estáveis. Quando o
risco se reduz, o valor presente das rendas futura aumenta, como se nota na Tabela 1.
Tabela 1 – Relação Inversa entre Valor Presente e Risco
Renda Futura
(daqui a três anos) (R$)
1.000,00
1.000,00
1.000,00
Taxa de desconto
(%)
15 (risco alto)
10 (risco médio)
5 (risco baixo)
VP de R$ 1,00 em
3 anos
0,658
0,751
0,864
VP da renda futura
(R$)
658,00
751,00
864,00
AJUSTANDO AO PRAZO
O valor presente de qualquer retorno futuro declina quanto mais distante for o futuro.
Obviamente esse procedimento emprega um ajuste matemático para o valor do dinheiro no
tempo. O princípio envolvido não é difícil de captar - o valor presente dos retornos futuros é
meramente o reverso do valor futuro composto.
Uma ilustração aritmética fornecerá uma melhor compreensão desse princípio. Suponha
que você deseje encontrar o valor presente de R$ 1.000,00 daqui a três anos, e espera que o
nível de risco do projeto seja de 10% ao ano. Portanto, se
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Então:
VP =
ቀ
௏ி
(ଵାோ)ಿ
ቁ
Onde:
ou
Utilizando HP12C
VF = valor futuro
VF = FV CHS
VP = valor presente
VP = PV = ?
R = taxa de desconto
R=i
N = o número de anos
N=n
Você pode observar que, se esses fatores forem colocados no denominador da última
equação, o valor presente de R$ 1.000,00 daqui a três anos será
VP =
ቀ
ଵ.଴଴଴
(ଵା଴,ଵ଴)య
ቁ = R$ 751,31 ou HP12C => 1.000,00 CHS FV, 10 i, 3 n => PV = R$ 751,31
É evidente que, se você tivesse dois projetos com os mesmos custos e a mesma vida
econômica, porém com fatores de risco diferentes, seria possível encontrar seus valores
presentes e, então, determinar qual é o mais favorável.
A avaliação do orçamento de capital, que é projetada para determinar os méritos
relativos do projeto ou do investimentos, emprega o conceito de valor presente como
orientação. A idéia, como um todo, é descontar os retornos futuros pelo nível de risco acrescido
da incerteza decorrente do prazo. O método do valor presente cumpre esse objetivo.
VALOR PRESENTE DE ANUIDADE
Quando
os
administradores financeiros deparam com uma série constante e fixa
de futuros pagamentos ou recebimentos e desejam avaliar o valor presente dessas quantias,
devem calcular o valor presente de cada ano futuro descontando cada pagamento ou
recebimento pelo seu fator de valor presente apropriado e, depois, somar todos os valores
presentes para encontrar o total.
Podemos concluir então, como vimos anteriormente, se o cálculo de um valor presente
é:
VP =
ቀ
௏ி
(ଵାோ)ಿ
ቁ
Então, o valor presente de uma anuidade é:
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VPa =
௉
భ +
(ଵାோ)
௉
మ +
(ଵାோ)
௉
య + ... +
(ଵାோ)
Sendo:
ou
௉
(ଵାோ)ಿ
utilizando HP12C
VPa = valor presente de uma anuidade
VPa= PV = ?
P = valor da parcela (pagamento)
P = PMT CHS
R = taxa de juros
R=i
N = número de períodos
N=n
Calculando o exemplo:
Um fluxo de pagamentos de três prestações de R$ 1.000,00, anuais e consecutivas, com
uma taxa de juros de 5% a.a., calcular o valor presente da anuidade.
VPa =
ଵ.଴଴଴,଴଴
(ଵା଴,଴ହ)భ
+
ଵ.଴଴଴,଴଴
(ଵା଴,଴ହ)మ
+
ଵ.଴଴଴,଴଴
(ଵା଴,଴ହ)య
VPa =
ଵ.଴଴଴,଴଴
+
ଵ.଴଴଴,଴଴
+
ଵ.଴଴଴,଴଴
VPa =
ଵ.଴଴଴,଴଴
+
ଵ.଴଴଴,଴଴
+
ଵ.଴଴଴,଴଴
(ଵ,଴ହ)భ
ଵ,଴ହ
(ଵ,଴ହ)మ
ଵ,ଵ଴
(ଵ,଴ହ)య
ଵ,ଵ଺
VPa = 952,38+ 909,09 +863,84
VPa = 2.725,31
Ou HP12C
f FIN, f REG, 1.000,00 CHS PMT, 5 i, 3 n => PV = 2.723,25
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IX – EXERCÍCIOS FLUXO DE CAIXA
DESCONTADO
Professor Gustavo da Cunha Raupp
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1) Uma obrigação do governo pode ser convertida em R$ 25.000,00 na data do resgate,
daqui a dez anos. Qual é o valor dessa obrigação se a taxa de desconto no mercado desse
título é 9% a.a? (ignore os pagamentos de juro sobre o título)
2) Considerando a ótica de quem recebe, qual a alternativa você prefere: R$ 4.500,00 em
dinheiro ou R$ 1.200,00 ao ano por um período de quatro anos.Considere uma taxa de
desconto de 10% ao ano.
3) Você está planejando arrendar uma BMV e tenta fazer uma escolha entre duas
alternativas: arrendar o carro por $ 3.100,00 de entrada e $ 900,00 mensais durante 4
meses, ou por U$ 4.100,00 de entrada e U$ 750,00 mensais durante 4 meses. Suponha
que a taxa de desconto seja de 2% ao mês e composta mensalmente.
a. Calcule o valor presente da primeira opção;
b. Calcule o valor presente da segunda opção;
c. Após os cálculos do valor presente, qual alternativa você escolheria? Porque?
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53
X - TAXA DE CÂMBIO
Professor Gustavo da Cunha Raupp
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POLÍTICA CAMBIAL
O mercado de câmbio (divisas) é formado pelos diversos agenteseconômicos que
compram e vendem moeda estrangeira, conforme suasnecessidades. Empresas que vendem
mercadorias ou ações no exterior estãoaumentando a oferta de moeda estrangeira, em particular
o Dólar, pois suareceita ocorre em moeda estrangeira. Empresas que compram bens ou açõesdo
exterior estão demandando moeda estrangeira (Dólar), pois seus gastosocorrem em dólares.
Neste sentido, o preço da moeda estrangeira em relaçãoà moeda nacional é determinado neste
mercado. Este preço é chamado detaxa de câmbio (R$/US$).
Cabe explicar que as relações econômicas, comerciais e financeirasdos agentes de
determinado sistema econômico, com os agentes de outrosistema econômico (normalmente
país), são registradas na Balança dePagamentos. Eventuais déficits no Balanço de Pagamentos
são decorrentesdo fato de a entrada de divisas (dólares) ser inferior a saída de divisas. Estefato é
resultado de dois desequilíbrios. O primeiro é que se exportam bens eserviços menos do que se
conseguem importar, resultando em uma saída dedivisas maior do que a entrada. O segundo
desequilíbrio é causado pelo ladofinanceiro, onde não se conseguem atrair recursos (dólares)
em quantidadesuficiente para pagar as contas em dólar.
As empresas brasileiras queparticipam do comércio internacionaldependem
substancialmente da taxade câmbio. Entender o funcionamentodesse mercado é fundamental.
Caso o câmbio esteja a R$ 2,50, significa que são necessários R$ 2,50reais para comprar
um dólar. Se este subir para R$ 3,00 por dólar, ocorreu umadesvalorização da moeda local em
relação à moeda estrangeira. O preço damoeda estrangeira elevou-se.
Se o preço sobe devido a umaumento da demanda por dólares, dizemosque ocorreu uma
desvalorização do Real frente ao Dólar. Precisa-se de maisreais para comprar a mesma
quantidade de dólares.
Se o preço desce devido a um aumento da oferta de dólares, dizemosque ocorreu uma
valorização do Real frente ao Dólar. Menos reais serãonecessários para comprar a mesma
quantidade de dólares.
As empresas brasileiras que participam do comércio internacionaldependem
substancialmente da taxa de câmbio. Entender o funcionamento dessemercado é fundamental.
Ele pode agir de três maneiras.
A) REGIME DE CÂMBIO FLUTUANTE
Neste caso não há intervenção do Banco Central no mercado. Opreço da moeda
estrangeira, ou a taxa de câmbio, é determinadoexclusivamente pela interação entre oferta e
demanda. O BACENnão compra e não vende dólares. Esse procedimento é adotado
nosprincipais países desenvolvidos.
Após a desvalorização do Real frente ao Dólar em 1999, o Paísadotou um regime
híbrido de câmbio, que mais se aproxima docambio flutuante.
B) REGIME DE CÂMBIO FIXO
Este regime representa um caso extremo de controle do mercado.O Banco Central deve
estar constantemente regulando o mercado.Caso haja um excesso de procura/demanda por
dólares, este devevender dólares ao mercado para que o câmbio não se desvalorize.
Professor Gustavo da Cunha Raupp
54
Administração de Finanças IFaculdades Senac - RS
Caso ocorra um excesso de oferta de dólares no mercado, o BancoCentral deve comprar
o excesso para que o câmbio não se valorize.A Argentina adotou esse regime durante a década
de 1990. Algunspaíses da América Latina, tais como, Equador e Uruguai, tambémadotam ou
adotaram esse sistema. Eles buscavam uma alternativapara controlar o nível de preços internos,
fortalecendo a moedanacional, pois esta estava fixada a uma taxa determinada de câmbio.
Controlar o mercado de câmbio exige do Banco Central um certonível de reservas
internacionais (cambiais). Se esse regime sofreruma fuga significativa de capitais (dólares), o
BACEN ira perdermuitas reservas e conseqüentemente pode desvalorizar a moeda local.
C) FORMAS HÍBRIDAS DE CÂMBIO
55
Formas híbridas de câmbio são maneiras de atuar sobre este; é umamistura entre o
câmbio fixo e o câmbio livre ou flutuante.Existem inúmeras maneiras intermediárias entre o
câmbio fixo e ocâmbio livre de se atuar sobre o câmbio. Este texto se concentra emduas delas,
pelo fato destas terem sido utilizadas na economiabrasileira desde o período de 1994 até 2002.
Regime de BandasCambiais e Dirty Float (flutuação suja).
ORegime de Bandas Cambiais, que foi utilizado na economia brasileirapara o período
de 1994 a 1999, adota uma flutuação para a taxa de câmbiodentro de determinados limites, ou
seja, estabelece um teto e um piso. Estaforma de câmbio é considerada híbrida, porque entre os
parâmetros, superiore inferior, o câmbio flutua livremente, aproximando-se dessa forma do
câmbiolivre. Todavia, quando a taxa de câmbio aproxima-se ou ultrapassa as bandas,as
autoridades intervêm no mercado comprando ou vendendo divisas (dólares)até que a taxa
retorne aos patamares estabelecidos. Sendo assim, podemosconsiderar essa taxa fixa dentro de
determinados valores.
A amplitude de variação da taxa de câmbio depende dos interesses dasautoridades
econômicas, com vista aos objetivos de política econômica,podendo ter uma flexibilidade maior
(limites mais amplos), ou ter uma maiorrestrição fazendo com que o teto e o piso desta
flutuação se aproximem, sendoque neste segundo caso o regime também é chamado de Mini
Bandas Cambiais.
A flutuação suja, que passou a ser utilizada no Brasil pós 1999,distancia-se do Regime
de Bandas Cambiais, porque a princípio o câmbio élivre e pode flutuar livremente. No entanto,
quando as oscilações ocorridasno mercado cambial podem vir a comprometer determinados
objetivos depolítica econômica, o governo atua sobre o mercado até que a situação venhaa
estabilizar-se. A idéia é que, com a adoção do câmbio flutuante, o mercadopasse a ter uma
completa liberdade. Desta maneira, as intervenções não sãodesejadas e só ocorrem em situações
específicas.
(O texto Política Cambial é uma
reprodução parcial do texto Políticas
Econômicas de Carlos Ilton Cleto e Lucas
Dezordi)
Professor Gustavo da Cunha Raupp
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TAXAS DE CÂMBIO
1. O que é taxa de câmbio?
Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos)
da moeda nacional. No Brasil, a moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados
Unidos, fazendo com que a cotação comumente utilizada seja a dessa moeda. Dessa forma,
quando dizemos, por exemplo, que a taxa de câmbio é 2,00, significa que um dólar dos Estados
Unidos custa R$ 2,00. A taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma moeda em relação à
outra. As cotações apresentam taxas para a compra e para a venda da moeda, as quais são
referenciadas do ponto de vista do agente autorizado a operar no mercado de câmbio pelo
Banco Central.
2. Como ter acesso às taxas de câmbio praticadas?
As taxas de câmbio praticadas no mercado de câmbio brasileiro são livremente negociadas
entre os agentes e seus clientes e são amplamente divulgadas pela imprensa. O Banco Central
do Brasil divulga, em sua página na internet, cotações diárias para as diferentes moedas.
3. Existe alguma taxa de câmbio fixada pelo Banco Central?
Não. As taxas de câmbio são livremente pactuadas entre as partes contratantes, ou seja, entre o
comprador ou vendedor da moeda estrangeira e o agente autorizado pelo Banco Central a
operar no mercado de câmbio.
O Banco Central coleta e divulga as taxas médias praticadas no mercado interbancário, isto é, a
taxa média do dia apurada com base nas operações realizadas naquele mercado, conhecida por
"taxa PTAX", a qual serve como referência e não como taxa obrigatória.
4. Onde posso consultar as taxas divulgadas pelo Banco Central?
As taxas de câmbio divulgadas pelo Banco Central podem ser consultadas em Câmbio e
capitais estrangeiros > Taxas de câmbio > Cotações e boletins. Também está disponível opção
que permite verificar valores de conversão de moedas, em Câmbio e capitais estrangeiros >
Taxas de câmbio > Conversão de moedas.
Caso seja de seu interesse consultar as séries históricas relativas às taxas de câmbio, pesquise
em: Economia e finanças > Séries temporais > Setor Externo - Taxas de Câmbio.
5. Fiz compra em moeda estrangeira pelo cartão de crédito e o banco está me cobrando
um valor diferente do publicado na página do Banco Central. Ele pode fazer isso?
Sim. Conforme esclarecido anteriormente, a taxa de câmbio divulgada pelo Banco Central serve
como uma referência para um cálculo aproximado dos valores, e não como uma taxa
obrigatória. O pagamento da fatura deve ser realizado pelo equivalente em reais, devendo ser
utilizada, para efeito de conversão do valor devido em moeda estrangeira para moeda nacional,
a taxa aplicável às operações de câmbio no dia.
Professor Gustavo da Cunha Raupp
56
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6. As taxas podem ser diferentes para moeda em espécie e cheque de viagem?
Sim. As taxas de câmbio são livremente pactuadas entre as partes, podendo ser diferentes de
acordo com a natureza da operação e/ou a forma de entrega da moeda estrangeira (crédito,
cheque, espécie, etc.).
7. O que significam as taxas de "câmbio comercial", "câmbio turismo" e "paralelo"?
57
Inicialmente destacamos que, desde 2005, quando a Resolução CMN 3.265 unificou o Mercado
de Câmbio de Taxas Livres (conhecido como "câmbio comercial") e o Mercado de Câmbio de
Taxas Flutuantes (conhecido como "câmbio turismo"), existe um único mercado de câmbio
legal no País.
A terminologia "câmbio comercial" ou "dólar comercial" e "câmbio turismo" ou "dólar
turismo", no entanto, continua a ser utilizada pelo mercado para indicar as diferentes taxas que
pratica de acordo com a natureza da operação.
Assim, a terminologia "câmbio turismo" ou "dólar turismo" é utilizada vulgarmente para
classificar as operações relativas a compra e venda de moeda para viagens ao exterior, enquanto
a terminologia "câmbio comercial" ou "dólar comercial" é utilizada para as demais operações
realizadas no mercado de câmbio, tais como: exportação, importação, transferências
financeiras, etc. Essas expressões são utilizadas mesmo quando as operações são realizadas em
outras moedas estrangeiras, como o euro, iene, etc.
As operações de câmbio têm diferentes características, de acordo com a natureza de cada uma,
com custos administrativos e financeiros também diversos. Assim, a taxa de câmbio pode variar
de acordo com a natureza da operação, da forma de entrega da moeda estrangeira e de outros
componentes tais como valor da operação, cliente, prazo de liquidação, etc. As taxas de câmbio
divulgadas normalmente são médias apuradas para simples referência.
Quanto ao mercado paralelo, trata-se de um mercado ilegal. O mercado paralelo, por estar à
margem da legislação e regulamentação vigentes, sujeita seus participantes às sanções cabíveis.
8. Onde obter informações sobre a taxa SML?
Para informações sobre a taxa SML e sobre o Sistema de Pagamentos em Moedas Locais,
consulte: Câmbio e capitais estrangeiros >SML - Sistema de Pagamentos em Moedas Locais.
Fonte:
http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/taxCam.asp?idpai=portalbcb
Professor Gustavo da Cunha Raupp
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XI - INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
E MERCADO FINANCEIRO
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1. INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA E O MERCADO FINANCEIRO
Em um sistema econômico, as unidades familiares, as empresas, o governo e o setor
externo interagem por meio de fluxos reais (fatores de produção, produtos e serviços) e dos
fluxos monetários (pagamento pelos produtos e serviços adquiridos, pagamento de impostos e
remuneração dos fatores de produção).
Nesse sistema, o mercado financeiro desempenha um papel importante ao promover a
intermediação de recursos entre agentes superavitários e os deficitários de uma sociedade.
Agentes superavitários são aqueles cujos gastos são inferiores às respectivas rendas. Esses
agentes recebem juros pelo capital aplicado, ou seja, são remunerados por adiar o consumo.
Já os agentes deficitários são aqueles cujos gastos superam as respectivas rendas. Na
condição de deficitários, esses se dispõem a pagar juros pelo capital obtido sob a forma de
empréstimo – em outras palavras, pagam o preço por usufruírem antecipadamente de suas
receitas.
De um modo geral, as empresas apresentam períodos que se alteram entre deficitários e
superavitários cabendo aos administradores financeiros conhecer as possibilidades de aplicação
e obtenção de recursos oferecidos por cada segmento de mercado.
2. Intermediação
Financeira
Agentes
Econômicos
Superavitários
Agentes
Econômicos
Deficitários
Remuneração do Investimento
Intermediários
Financeiros
Custo do Capital
Poupadores
de Recursos
Mercado de Capitais - Sem Intermediação
Tomadores
de Recursos
4
O mercado financeiro é o mercado onde os recursos excedentes da economia (poupança)
são direcionados para o financiamento de empresas e de novos projetos (investimentos). No
mercado financeiro tradicional, o dinheiro depositado em bancos por poupadores é utilizado
pelas instituições financeiras para financiar alguns setores da economia que precisam de
recursos. Por essa intermediação, os bancos cobram do tomador do empréstimo (no caso as
empresas) uma taxa - spread, a título de remuneração, para cobrir seus custos operacionais e o
risco da operação. Quanto maior for o risco de o banco não receber de volta o dinheiro, maior
será a spread.
O mercado de capitais faz parte do mercado financeiro. Nele, os recursos dos
poupadores são destinados à promoção do desenvolvimento econômico de forma direta, isto é,
de projetos e empresas. É no mercado de capitais que empresas que precisam de recursos
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conseguem financiamento, por meio da emissão de títulos, vendidos diretamente aos
poupadores/investidores, sem intermediação bancária. Dessa forma, os investidores acabam
emprestando o dinheiro de sua poupança às empresas, também sem a intermediação bancária.
O repasse dos recursos de poupadores/investidores às empresas pode ser feito de duas
formas :
1. Dívida: Os investidores compram títulos (obrigações, ou no inglês, bonds) emitidos
pelas empresas que precisam de dinheiro. Esses títulos dão aos investidores o direito de receber
a quantia emprestada, mais juros previamente determinados. Os títulos são chamados de títulos
de dívida e esse mercado é conhecido como mercado de renda fixa.
2. Ações: Também aqui os investidores compram títulos emitidos por empresas. Mas os
títulos não garantem remuneração fixa aos investidores. A remuneração dos títulos são os
dividendos - parte do lucro que uma empresa de capital aberto distribui entre seus acionistas. Os
investidores tornam-se sócios da empresa. Esses títulos são chamados ações e o mercado é
conhecido como mercado de renda variável.
Entre o mercado de capitais e o mercado financeiro tradicional existem duas diferenças
básicas, que tornam o primeiro mais eficiente do que o segundo:
• No mercado de capitais a captação de recursos por empresas é mais barata, pois não há
necessidade do pagamento da spread aos bancos.
• Para o investidor é vantajoso, pois ele pode desfazer-se do título a qualquer momento,
o que não seria possível num empréstimo tradicional. Ou seja, se o investidor mudar de opinião
quanto ao risco de investir em determinada empresa, pode vender os títulos no mercado. Essa
liquidez (facilidade de compra e de venda) reduz o seu risco de perda. Assim, o mercado de
capitais faz com que o repasse de recursos dos poupadores às empresas seja mais interessante
para ambas as partes .
O mercado de capitais é fundamental para o crescimento de um país, pois sem ele
muitos projetos não conseguiriam sair do papel por falta de capital e financiamento. Muitas
empresas perderiam sua competitividade e dificilmente conseguiriam desenvolver-se. Poucas
sobreviveriam num ambiente sem a injeção de capital de investidores.
O conhecimento dos segmentos do mercado é de fundamental importância para o
administrador financeiro, pois lhe permite realizar uma gestão eficiente do fluxo de caixa, fazer
proteção para diversos ativos financeiros e, além disso, fornece subsídios para captação de
recursos de longo prazo para a empresa.
As empresas brasileiras, em geral, podem utilizar quatros segmentos do mercado
financeiro: o monetário, o de crédito, o de capital, o de derivativos e o cambial.
1) Mercado monetário.É nesse segmento que são realizadas as operações de curto e de
curtíssimo prazos. Os papéis mais negociados nesse mercado são aqueles emitidos pelo Banco
Central do Brasil, que servem para a execução da política monetária do Governo Federal, e pelo
Tesouro Nacional, cujo propósito é o financiamento do déficit público. Além desses papéis,
também são negociados os CDIs (certificados de depósitos interfinanceiros), exclusivamente
entre instituições financeiras, e os títulos de emissão privada, como o CDB (certificado de
depósito bancário) e as debêntures.
Os papéis negociados no mercado monetário servem como parâmetro para a formação da taxa
de juros básica da economia.
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2) Mercado de crédito. Esse segmento atende às necessidades de crédito de curto e de médio
prazos dos agentes económicos, principalmente, as solicitações de financiamento de bens duráveis
pêlos consumidores e de capital de giro pelas
pe empresas.
3) Mercado de capitais. O mercado de capitais atende aos agentes econômicos quanto às
necessidades de crédito de médio e de longo prazos, em especial aquelas relacionadas a
investimentos em ativos imobilizados. São operações realizadas, principalmente, com ações e
debêntures.
4) Mercado de derivativos: É onde se realizam operações especulativas ou de proteção dos
agentes econômicos contra oscilações futuras dos preços dos ativos.
a
5) Mercado cambial. O mercado cambial realiza operações de compra e venda de moedas
moe
estrangeiras conversíveis. Atuam nesse mercado, principalmente, os agentes voltados
vol
ao
comércio internacional, e as operações são feitas sob a intermediação de instituições
ins
financeiras
autorizadas, bancárias e não-bancárias.
bancárias.
RESUMINDO:
O Sistema Financeiro Nacional possui dois subsistemas: o normativo e o de
intermediação. O primeiro tem como finalidade normatizar o sistema financeiro, com suas leis
e normas. O segundo realiza as operações financeiras.
Estrutura do Sistema Financeiro
Brasileiro
SISTEMA FINANCEIRO
NORMATIVO
INTERMEDIAÇÃO
CMN
INST BANCÁRIA
RIA E
NÃO BANCÁ
ÁRIA
AGENTES ESPECIAIS
BACEN
BB E CEF
CVM
BNDES
SUSEP
SECR PREV COMPLEM
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CMN – Conselho Monetário Nacional:
Responsável pela fixação das diretrizes das políticas monetária, de crédito e cambial do
País. Pelo envolvimento destas políticas no cenário econômico nacional, o CMN acaba
transformando-se num conselho de política econômica.
BACEN – Banco Central do Brasil:
Entidade criada para atuar como órgão executivo central do sistema financeiro, cabendolhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento
do sistema e as normas expedidas pelo CMN. Responsável pela emissão de moeda, receber os
depósitos compulsórios, regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros
papeis, fiscalizar as instituições financeiras, entre outros.
CVM – Comissão de Valores Mobiliários:
Órgão normativo do sistema financeiro, especificamente voltado para o
desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do mercado de valores mobiliários não emitidos
pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional. São valores mobiliários: ações, debêntures,
bônus de subscrição, contratos futuros, de opções, de derivativos, dentre outros.
SUSEP – Superintendência de Seguros Privados:
Órgão responsável pelo controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência
privada aberta e capitalização.
Secretaria de Previdência Complementar:
Órgão Executivo do Ministério da Previdência e Assistência Social, responsável pelo
controle e fiscalização dos planos e benefícios e das atividades das entidades de previdência
privada fechada. Considera-se entidade de previdência privada fechada, sendo complementares
ao sistema oficial, sem fins lucrativos.
BB – Banco do Brasil:
Banco múltiplo tradicional, atuando como agente financeiro do Governo Federal.
Principal executor da política oficial de crédito rural. Ainda administra a Câmara de
Compensação de cheques e outros papéis, efetua os pagamentos e suprimentos necessários à
execução do Orçamento Geral da União, principal executor de serviços bancários de interesse
do Governo Federal.
CEF – Caixa Econômica Federal:
Responsável pela operacionalização das políticas do Governo Federal para a habitação
popular e saneamento básico. Administra recursos do FGTS, fundos de apoio as
desenvolvimento social, PIS. Administra ainda as lotéricas.
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico:
Instituição responsável pela política de investimento de longo prazo do Governo
Federal. Tem como principal objetivos: impulsionar o desenvolvimento econômico e social do
País; fortalecer o setor empresarial nacional; atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos
pólos de produção; promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, industriais
e de serviços.
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Instituições Bancárias e não Bancárias:
O que diferencia Instituições Bancárias e não Bancárias, são que as primeiras possuem
depósito a vista, portanto, multiplicam a moeda. As segundas captam através da emissão de
títulos para emprestar e, portanto, intermediam a moeda. São Instituições Bancárias os bancos
comerciais, as caixas econômicas, os bancos cooperativos. As Instituições não Bancárias, entre
outros, banco de desenvolvimentos, banco de investimentos, sociedades de crédito,
financiamento e investimento – financeiras, sociedades de crédito imobiliários.
2. TAXA DE JUROS PRÉ E PÓS FIXADA
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A diferença básica entre ambas se concentra na forma de compor a taxa: enquanto a taxa
de juros prefixado opera com juros estáveis, fixos, que considera a inflação, o ganho do
tomador ou investidor, e mais uma margem de garantia para qualquer eventualidade, o pósfixado conta com taxas de juros menores, que equivalem apenas aos juros (ou lucro) cobrados
por quem concedeu o crédito. Os outros dois componentes (risco da economia e inflação)
ficam por conta do devedor, que, além do juro, arca com a correção por um indicador de
inflação ou correlação, como TR ou variação cambial.
Nota-se que, dependendo da situação uma pode ser mais vantajosa que a outra. Veja o
exemplo de um tomador de recursos. Considerando, por exemplo, que o tomador deva optar
pela taxa de juros de um empréstimo tendo como opção taxa de juros pré-fixada de 4,5% AM,
ou pós fixada de 2,5% acrescidas da variação da TR (diz-se: 2,5% + TR). Qual a premissa para
optar por uma ou por outra?
Ao optar pela taxa de juros pré fixada, irá pagar 4,5% ao mês, independentemente da
política monetária do governo, subindo ou descendo a taxa de juros básicas da economia, o
tomador irá pagar 4,5%. Ora, subindo a taxa de juros básica, percebe-se que o tomador do
recurso manteria a taxa de juros pactuadas (4,5%), não sendo onerado pela alta nas taxa de juros
do mercado, e sendo assim, seria vantajosa a opção pela taxa prefixada. Se tivesse optado pela
taxa de juros pós fixada, subindo a taxa de juro básica, por conseqüência subiria a TR, tendo o
tomador um aumento no custo do capital emprestado.
Veja que a situação inversa pode ocorrer. Supondo que a taxa de juros básicas diminuiu,
e sendo a opção pela taxa de juros pré fixada, o tomador pagaria um custo pelo empréstimo
mais elevado do que o praticado no mercado no momento, pela contratação da taxa pré fixada.
Já neste cenário, sendo a opção pela taxa pós fixada, baixando a taxa de juros básicas, baixaria a
TR, e o custo pago pelo capital emprestado também diminuiria.
O mesmo raciocínio vale para o investidor no mercado financeiro (poupador). Portanto
RESUMINDO:
1. ÓTICA TOMADOR DE RECURSOS
a. CENÁRIO: EXPECTATIVA DE AUMENTO DE TAXA DE JUROS
BÁSICAS DA ECONOMIA
OPÇÃO: P r é F i x a d a
b. CENÁRIO: EXPECTATIVA DE QUEDA NA TAXA DE JUROS
BÁSICAS DA ECONOMIA
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OPÇÃO: P ó s F i x a d a
2. ÓTICA POUPADOR DE RECURSOS
a. CENÁRIO: EXPECTATIVA DE AUMENTO DE TAXA DE JUROS
BÁSICAS DA ECONOMIA
OPÇÃO:P ó s F i x a d a
b. CENÁRIO: EXPECTATIVA DE QUEDA NA TAXA DE JUROS
BÁSICAS DA ECONOMIA
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OPÇÃO: P r é F i x a d o
3. MERCADO BANCÁRIO
O segmento do mercado bancário possui em sua amplitude três produtos:
•
Produtos de Serviço;
•
Produtos de Captação;
•
Produtos de Empréstimos.
Veremos os dois últimos:
3.1. PRODUTOS DE CAPTAÇÃO
Em economia, investimento significa a aplicação de capital em meios de produção,
visando o aumento da capacidade produtiva (instalações, máquinas, transporte, infraestrutura)
ou seja, em bens de capital. O investimento produtivo se realiza quando a taxa de lucro sobre o
capital supera ou é pelo menos igual à taxa de juros.
Já o mercado financeiro entende por investimento as operações de compra e venda de
títulos financeiros como letras de câmbio, ações, etc. Passaremos a estudar este conceito.
Os títulos de renda variável (Ações) não garantem ao investidor rendimento definido,
não pagam juros sobre o capital, mas, dependendo do desempenho da empresa, o rendimento
pode ficar muito acima dos títulos de renda fixa. Além disso, tem-se ainda a vantagem de
conseguir dividendos quando uma empresa tem lucro em determinado período.
Os títulos de renda fixa garantem ao investidor rendimentos predeterminados, como, por
exemplo, a taxa de juros prefixada ou pós-fixada. Esses títulos são seguros para os investidores,
uma vez que a possibilidade de perda de patrimônio é tendente a zero, isto é, dificilmente o
valor na data de resgate será inferior ao valor investido. Os títulos são chamados de privados
quando emitidos por instituições privadas e públicos quando emitidos pelo governo municipal,
estadual ou federal.
As instituições financeira tem em suas prateleira uma enorme variedade de
investimentos. Iremos abordar tão somente os produtos de investimentos considerados
principais, sendo que são diversos os secundários.
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3.1.1. CADERNETA DE POUPANÇA
Os recursos das cadernetas de poupança devem ser aplicados de acordo com regras
preestabelecidas pelo Banco Central e que, conforme as variáveis econômicas do momento
podem ser alteradas. Atualmente 65% dos recursos das cadernetas tem a obrigatoriedade de
serem alocado ao SFH (Sistema Financeiro de Habitação) sob forma de financiamento
imobiliário.
A caderneta de poupança é remunerada pela TR da data de aniversário mais os
tradicionais 0,5% a.m. Assim, a caderneta passou a ter uma correção diferenciada para os vários
dias do mês, funcionando como um CDB pós-fixado.
Os valores de remuneração da caderneta são conhecidos quando do cálculo da TR é
divulgado nos principais jornais do País.
Assim, a poupança é um ativo que rende de acordo com a quantidade de dias úteis no
mês e a variação da TR do período.
Ela recebe depósito de pessoas físicas e jurídicas. A abertura pode ser feita em qualquer
dia do mês, sendo que as contas abertas nos dias 29, 30 e 31 começam a contar rendimento a
partir do dia primeiro do mês seguinte.
A remuneração é mensal para as pessoas físicas e jurídicas sem fins lucrativos. Para
pessoas jurídicas com fins lucrativos (empresas), o rendimento é trimestral.
Atualmente, as aplicações em caderneta de poupança de pessoas físicas e jurídicas não
tributadas com base no lucro real estão totalmente isentas de impostos.
As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real serão tributadas apenas na declaração de rendimentos. Além disso, as cadernetas oferecem seguro sobre valores depositados em
caso de morte ou invalidez por acidente do titular.
3.1.2. CERTIFICADOS DE DEPÓSITOS BANCÁRIOS – CDB
O Certificado de Depósito Bancário, o famoso CDB e o Recibo de Depósito Bancário, o
RDB, são os mais antigos e utilizados títulos de captação de recursos pelos bancos comerciais,
bancos de investimento, bancos de desenvolvimento e bancos múltiplos que tenham uma destas
carteiras, sendo oficialmente conhecidos como depósitos a prazo.
Os recursos captados através desses instrumentos são repassados aos clientes na forma
de empréstimos.
A partir de 02/08/99, os títulos pré ou com taxa flutuante (taxa de juros pré e pós
fixados) deixaram de ter prazo mínimo, mas ficaram sujeitos a uma tabela regressiva de IOF
em função do prazo de aplicação. A taxa flutuante deve ser regularmente calculada e de
conhecimento público, tendo como base taxas de mercado prefixadas, podendo inclusive incluir
a taxa DI over calculada pela Cetip.
A liberdade de prazo dos CDB permite que os bancos emitam CDB com taxa pré ou
flutuante, remunerados pela taxa do DI de qualquer número de dias de acordo com o interesse
da instituição emissora e do cliente, reduzindo, assim, os custos de operações acessórias.
O CDB é transferível (resgatado, a critério da instituição financeira, antes do
vencimento) por endosso nominativo (endosso em preto), desde que respeitados os prazos
mínimos. O endossante responde pela existência do crédito, mas não pelo seu pagamento.
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Além disso, não podem ser prorrogados, mas renovados de comum acordo, por nova
contratação.
Os RDB podem ser rescindidos em caráter excepcional, desde que com o acordo da
instituição depositária. Neste caso só pode ser devolvido o principal.
Mesmo no caso dos CDB existirá, na venda antes do prazo final, uma perda de
rentabilidade, já que o comprador no caso a instituição financeira, exigirá um spread ou
deságio para gerar liquidez.
Para calcular a rentabilidade líquida de um CDB, não levando em conta a CPMF e o
IOF, será necessário calcular o imposto de renda (IR) incidente sobre o ganho de capital,
conforme tabela abaixo:
66
Alíquota
Prazo de
Permanência
22,5%
até 180 dias
entre 181 dias e 360
20,0%
dias
entre 361 dias e 720
17,5%
dias
15,0%
acima de 720 dias
Fonte: Investshop Unibanco
OBS: Tabela para todo investimento tributável
3.1.3. FUNDO DE INVESTIMENTOS
Fundos de Investimento são condomínios constituídos com o objetivo de promover a
aplicação coletiva dos recursos de seus participantes. São regidos por um regulamento e têm na
Assembléia Geral seu principal fórum de decisões.
Os Fundos de Investimento constituem-se num mecanismo organizado com a finalidade
de captar e investir recursos no mercado financeiro, transformando- se numa forma coletiva de
investimento, com vantagens, sobretudo, para o pequeno investidor individual.
Tais Fundos de Investimentos, através da emissão de cotas, reúnem aplicações de vários
indivíduos para investimento em carteiras de ativos disponíveis no mercado financeiro e de
capitais.
Ao Administrador do Fundocompete a realização de uma série de atividades gerenciais e
operacionais relacionadas com os cotistas e seus investimentos, dentre as quais a gestão da
carteira de títulos e valores mobiliários.
As informações relevantes de um Fundo de Investimento constam de seuProspectoe de
seu Regulamento, que devem, obrigatoriamente, ser entregues ao cotista por ocasião de seu
ingresso no Fundo.
O Regulamento é o documento onde estão estabelecidas as regras básicas de
funcionamento do Fundo. Dentre essas regras, merecem destaque aquelas que se referem aos
ativos que serão adquiridos e as estratégias de investimento adotadas, uma vez que estão
diretamente relacionadas com o risco do investimento.
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O Prospecto é o documento que apresenta as informações relevantes para o investidor
relativas à política de investimento do Fundo e dos riscos envolvidos, bem como dos principais
direitos e responsabilidades dos cotistas e administradores.
A taxa de administração é um encargo cobrado pelo Administrador do Fundo como
remuneração pela prestação dos serviços de administração do Fundo e gestão da sua carteira.
Sendo o Fundo um condomínio, cada um de seus participantes detém um certo número
de cotas, determinado pela proporção do valor aplicado em relação ao patrimônio do Fundo.
O valor total dos recursos do Fundo varia a cada dia, dependendo da atualização do
valor de seus ativos no mercado e da entrada e/ou saída de cotistas.
Os Fundos de Investimento classificam-se, conforme a composição de suas carteiras,
em:
I – Fundo de Curto Prazo;
II – Fundo Referenciado;
III – Fundo de Renda Fixa;
IV – Fundo de Ações;
V – Fundo Cambial;
VI – Fundo de Dívida Externa; e
VII – Fundo Multimercado.
COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA – SOMENTE PARA CONHECIMENTO
A classificação dos Fundos de Investimento depende da composição de sua carteira de forma a
permitir a fácil identificação dos objetivos definidos na política de investimento e facilitando a
compreensão pelo investidor de suas características e riscos envolvidos.
Assim são definidas a partir do principal fator de risco associado à sua carteira,
que pode ser o índice de preço, a taxa de juros, o índice de ações ou o preço do
ativo cuja variação produza, potencialmente, maiores efeitos sobre o valor de mercado da
carteira do fundo.
1) Fundos Curto Prazo
Devem aplicar seus recursos exclusivamente em títulos públicos federais ou privados préfixados ou indexados à taxa SELIC ou a outra taxa de juros, ou títulos indexados a índices de
preços, com prazo máximo a decorrer de 375 (trezentos e setenta e cinco) dias, e prazo médio
da carteira do Fundo inferior a 60 (sessenta) dias, sendo permitida a utilização de derivativos
somente para proteção da carteira e a realização de operações compromissadas lastreadas em
títulos públicos federais.
2) Fundos Referenciados
Esses Fundos devem identificar em sua denominação o seu indicador de desempenho, em
função da estrutura dos ativos financeiros integrantes das respectivas carteiras, desde que
atendidas, cumulativamente, às seguintes condições:
I – tenham 80% (oitenta por cento), no mínimo, de seu patrimônio líquido representado, isolada
ou cumulativamente, por:
a) títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou do Banco Central do Brasil;
b) títulos e valores mobiliários de renda fixa cujo emissor esteja classificado na categoria baixo
risco de crédito ou equivalente, com certificação por agência de classificação de risco
localizada no País;
II – estipulem que 95% (noventa e cinco por cento), no mínimo, da carteira seja composta por
ativos financeiros de forma a acompanhar, direta ou indiretamente, a variação do indicador de
desempenho (“benchmark”) escolhido;
III – restrinjam a respectiva atuação nos mercados de derivativos a realização de
operações com o objetivo de proteger posições detidas à vista, até o limite dessas.
3) Fundos Renda Fixa
Devem possuir, no mínimo 80% (oitenta por cento) da carteira em ativos relacionados
diretamente, ou sintetizados, via derivativos, aos principais fatores
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de risco da carteira, que são a variação da taxa de juros doméstica ou de índice
de inflação, ou ambos.
4) Fundos Ações
Devem possuir, no mínimo, 67% (sessenta e sete por cento) da carteira em ações
admitidas à negociação no mercado à vista de bolsa de valores ou entidade do
mercado de balcão organizado ou em outros ativos autorizados na legislação.
5) Fundos Cambiais
Devem possuir, no mínimo 80% (oitenta por cento) da carteira em ativos relacionados
diretamente, ou sintetizados, via derivativos, ao fator de risco do fundo que é a variação de
preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial.
6) Fundos Dívida Externa
Devem aplicar no mínimo 80% (oitenta por cento) de seu patrimônio líquido em títulos
representativos da dívida externa de responsabilidade da União, sendo permitida a aplicação de
até 20% (vinte por cento) do patrimônio líquido em outros títulos de créditos transacionados no
mercado internacional.
7) Fundos Multimercado
Estes Fundos possuem políticas de investimento que envolvem vários fatores de risco, sem o
compromisso de concentração em nenhum fator especial ou em fatores diferentes das demais
classes de fundos. Os fundos classificados como “Referenciado”, “Renda Fixa”, “Cambial”,
“Dívida Externa” e “Multimercado” poderão ser adicionalmente classificados como “Longo
Prazo”, devendo tal expressão constar, também, de sua denominação, quando estiver previsto,
em seu regulamento ou no prospecto, que têm o compromisso de obter o tratamento fiscal
destinado a fundos de longo prazo previsto na regulamentação fiscal vigente.
3.1.4. TÍTULOS PÚBLICOS – TESOURO DIRETO
Os títulos públicos são ativos de renda fixa que se constituem em boa opção de
investimento para a sociedade. Os títulos públicos possuem a finalidade primordial de captar
recursos para o financiamento da dívida pública, bem como para financiar atividades do
Governo Federal, como educação, saúde e infra-estrutura.
O Tesouro Direto tem como objetivo disponibilizar às pessoas físicas os mesmos títulos
públicos ofertados às instituições financeiras nos leilões tradicionais do Tesouro Nacional.
Desta forma, são ofertados os seguintes títulos:
LTN - Letras do Tesouro Nacional: títulos com rentabilidade definida (taxa fixa) no
momento da compra.
LFT - Letras Financeiras do Tesouro: títulos com rentabilidade diária vinculada à taxa
de juros básica da economia (taxa média das operações diárias com títulos públicos
registrados no sistema SELIC, ou, simplesmente, taxa Selic).
NTN-B – Nota do Tesouro Nacional – série B: título com rentabilidade vinculada à
variação do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra.
NTN-B Principal – Nota do Tesouro Nacional – série B: título com rentabilidade
vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra. Não há
pagamento de cupom de juros semestral.
NTN-F – Notas do Tesouro Nacional – série F: títulos com rentabilidade prefixada,
acrescida de juros definidos no momento da compra.
O preço de compra dos títulos públicos é calculado com base nas taxas praticadas pelo
mercado, apuradas para a data de liquidação da compra. O preço de venda pelo investidor ao
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Tesouro Direto é calculado pelo Tesouro Nacional com a aplicação de um spread sobre o preço
de compra.
O limite mínimo de compra por investidor é a fração de 0,2 título (aproximadamente R$
200,00) e o máximo de R$ 400.000,00 por mês. Não há limites quanto à manutenção de estoque
de títulos públicos, ou seja, o investidor pode acumular o valor referente à aquisição do limite
máximo de R$ 400.000 todos os meses.
Os títulos públicos são ofertados no Tesouro Direto em frações de 0,2 título, ou seja, o
investidor pode comprar 0,2 título, 0,4 título, 0,6 título, 0,8 título, 1,0 título, 1,2 título e assim
por diante. Não é possível comprar, por exemplo, 0,1 título ou 4,3 títulos.
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Ao comprar os títulos públicos o investidor tem a opção de definir o valor da compra
que deseja efetuar ou a quantidade de títulos que deseja adquirir.
Os títulos adquiridos no Tesouro Direto estarão disponíveis na conta de custódia do
investidor dois dias úteis após o pagamento (D + 2). Entre a data de compra e a data em que os
títulos tornam-se disponíveis, o investidor poderá consultar o estágio do processo de liquidação
da compra nas consultas de protocolos no Tesouro Direto.
Os recursos financeiros referentes ao pagamento de resgate, recompra ou juros são
repassados pelo Tesouro Nacional, pelo valor bruto, ao Agente de Custódia um dia útil após a
ocorrência de um destes eventos. O Agente de Custódia deverá proceder as deduções de IR e
creditar, posteriormente, o valor líquido na conta investimento do investidor.
As compras de títulos realizadas no Tesouro Direto estão sujeitas ao pagamento de taxas
de serviços. São 3 as taxas cobradas no Tesouro Direto. No momento da compra do título, é
cobrada uma taxa de negociação de 0,10% sobre o valor da operação. Há também uma taxa de
custódia da BM&F-BOVESPA de 0,30% ao ano sobre o valor dos títulos.
A tributação é de acordo com a tabela apresentada no item 3.1.2.
3.2. PRODUTOS DE EMPRÉSTIMOS
3.2.1. HOT MONEY
São empréstimos de curtíssimos prazos que os bancos fazem às empresas. Estas
recorrem a essa fonte de recursos para ajustar seus fluxos de caixa.
A taxa de juros do HOT MONEY apresenta-se “linearizada”, pois é apresentada na
forma de taxa mensal ao dia útil ou taxa de OVER, ou seja, a taxa efetiva de um dia útil
multiplicada por 30 dias (convenção de mercado)
Para financiamentos de valores elevados, geralmente a operação é contratada por um dia
e renovada no dia seguinte, caso haja necessidade. Tal procedimento evita riscos para as partes
em períodos de grandes oscilações nas taxas de juros.
É comum, de forma a simplificar os procedimentos operacionais, para os clientes
tradicionais da mesa neste produto, criar-se um contrato fixo de hot, estabelecendo as regras
deste empréstimo e permitindo a transferência de recursos ao cliente a partir de um simples
telefonema ou fax, garantidos por uma NP já previamente assinada, evitando-se assim o fluxo
corrido de papéis para cada operação.
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Por ser uma operação de curto prazo, o hot money tem a vantagem de permitir uma
rápida mudança de posição no caso de uma mudança brusca para baixo nas taxas de juros.
3.2.2. CHEQUE ESPECIAL / CONTA GARANTIDA
Abre-se uma conta de crédito (conta garantida) com um valor-limite que normalmente é
movimentada diretamente pelos cheques emitidos pelo cliente, desde que não haja saldo disponível na conta corrente de movimentação. À medida que, nessa última, existam valores disponíveis, estes são transferidos de volta, para cobrir o saldo devedor da conta garantida.
Para o cliente, o produto garante uma liquidez imediata para suas emergências. Para o
banco, é um instrumento mercadol6gico forte, mas que, se mal administrado, pode representar
uma perda significativa, tendo em vista seu impacto sobre a administração de reservas bancárias, já que é necessário deixar recursos de suas reservas de livre movimentação em stand by
para atender à eventual demanda e, portanto, sem aplicação.
Algumas contas garantidas têm caráter apenas de conta devedora, funcionam separadas
da conta corrente e, normalmente, exigem do cliente o aviso com antecedência dos valores a
serem sacados, razão pela qual trabalham com taxas de juros menores.
Os juros sobre esse produto são calculados diariamente sobre o saldo devedor e cobrados normalmente, no primeiro dia útil do mês seguinte ao de movimentação.
3.2.3. DESCONTO DE RECEBÍVEIS
Ao contrair uma dívida para pagamento futuro, o devedor normalmente oferece um
título que comprova tal obrigação. De posse desse título, o credor poderá negociar o seu resgate
antecipado, junto às Instituições Financeiras.
É uma operação de adiantamento de recursos para antecipar o fluxo de caixa e garantir o
capital de giro. Com essa modalidade de crédito, o cliente recebe à vista o pagamento do
serviço prestado ou do produto vendido e assegura o recebimento imediato de recursos que só
teria disponíveis no futuro.
Títulos de Crédito normalmente negociados em operações de desconto junto a
Instituições Financeiras:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Notas Promissórias;
Duplicatas;
Letras de Câmbio;
Cheques pré-datados;
Cartão de Crédito;
Cobrança;
Contratos.
As operações de desconto bancário, uma das formas mais tradicionais de financiamento
do capital de giro das empresas. Conforme apresentado, a operação de desconto envolve
basicamente a negociação de um título representativo de um crédito em algum momento
anterior à data de seu vencimento. É interpretado, em outras palavras, como uma cessão de
direitos existentes sobre um título em troca de alguma compensação financeira.
As operações de desconto praticadas pelos bancos comerciais costumam
apresentar os seguintes encargos financeiros, os quais são geralmente cobrados sobre o valor
nominal do título (valor de resgate) e pagos a vista (descontados no momento da liberação dos
recursos).
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70
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a. TAXA DE DESCONTO (Nominal) – Basicamente, representa a relação entre os
juros e o valor nominal do título. Esta taxa costuma ser definida em bases mensais e empregada
de forma linear nas operações de desconto.
b. IOF – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS – Identicamente à taxa de
desconto, este percentual é calculado linearmente sobre o valor nominal do título e cobrado no
ato da liberação dos recursos.
c. TAXA ADMINISTRATIVA – Cobrada muitas vezes pelas instituições financeiras
visando cobrir certas despesas de abertura, concessão e controle do crédito. É calculada
geralmente de uma única vez sobre o valor do título e descontada na liberação dos recursos.
Esses encargos financeiros de desconto bancário são referenciados, para o cálculo de
seus valores monetários, pelo critério de juros simples.
3.2.4. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
Empréstimo é um contrato entre o cliente e a instituição financeira pelo qual ele recebe
uma quantia que deverá ser devolvida ao banco em prazo determinado, acrescida dos juros
acertados. Os recursos obtidos no empréstimo não têm destinação específica.
Financiamento é também um contrato entre o cliente e a instituição financeira, mas com
destinação específica, como, por exemplo, a aquisição de veículo ou de bem imóvel.
No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão
de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia
e adequadamente sobre:
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
III - acréscimos legalmente previstos;
IV - número e periodicidade das prestações;
V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
Normalmente os empréstimos e financiamentos são contratados em prestações mensais,
iguais e sucessivas. Além de juros, é cobrado IOF – Imposto de operações Financeiras.
3.2.5. LEASING
O leasing não se enquadra na modalidade de financiamento pois trata-se do aluguel de
um bem com a opção de compra no decorrer do contrato ou então, a sua a devolução.
Além da correção monetária, o leasing sofre a incidência de 0,5% (podendo variar por
regiões) de Imposto sobre Serviços (ISS) e 0,75% para o Programa de Integração Social (PIS).
Seus contratos apresentam o chamado Valor Residual Garantido (VRG), que
corresponde a um percentual variável do valor da mercadoria que não é amortizado no prazo do
contrato.
Numa operação típica de leasing, um resíduo em relação ao valor do bem aparece ao
final do contrato. Cabe ao locatário a escolha de pagar o resíduo previsto no início do contrato,
diluído nas prestações (ou contraprestações) ou então quitar saldo ao final.
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71
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É necessário salientar que nas operações de leasing o produto ficará em nome da
financeira (trata-se de aluguel) até o final do contrato, sendo que o cliente não poderá devolver
o bem nem vendê-lo, sob pena de ser acionado judicialmente por quebra de contrato.
A legislação que rege os procedimentos das operações de leasing, não permite a
antecipação das prestações ou a liquidação antecipada do contrato, algo que não ocorre nos
financiamentos. Apesar desta situação existe uma saída: a empresa de leasing recebe o valor
referente às prestações que serão pagas antecipadamente, quita as parcelas referentes ao saldo
devedor e transforma o contrato de arrendamento mercantil em uma operação de financiamento
tradicional, que como tal sofre a incidência de IOF.
O cliente do leasing ainda poderá trocar o bem, desde que a empresa dê prévia anuência.
Nessa situação é necessário negociar a compra do novo produto e a venda do usado. O
arrendatário tem de pagar no ato a diferença. A nova mercadoria é faturada em nome da
empresa de arrendamento.
As empresas optantes pelo lucro real, as despesas do leasing (parcelas pagas sem o valor
residual) são itens totalmente dedutíveis no lucro tributável para efeito de cálculo do imposto de
renda, ocasionando, conseqüentemente, redução substancial no custo final da operação. Desta
forma, parte do aluguel é recuperada indiretamente pela empresa sob a forma de economia do
imposto de renda.
3.3. PRODUTOS DE CAPTAÇÃO E EMPRÉSTIMOS
3.3.1 AÇÕES
Ações são a menor parcela do capital de uma empresa. As ações são títulos que não
garantem remuneração predeterminada aos investidores. Como parte do capital de uma
empresa, têm sua remuneração determinada pela capacidade da empresa em gerar lucro.
Os detentores de ações são sócios da empresa e, como tal, correm o risco de sucesso ou
fracasso das estratégias adotadas pela mesma. Se o investidor mudar de opinião quanto à
capacidade da empresa em conseguir lucro no mercado, pode comprar ou vender os papéis.
Essa negociação é feita nas bolsas de valores, um mercado livre e aberto. O funcionamento
desse mercado é regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cujo objetivo é
garantir transparência nos negócios realizados em bolsa e das informações fornecidas pelas
empresas.
TIPOS DE AÇÃO
ORDINÁRIAS (ON) - Conferem a seu detentor, chamado de acionista, o direito de voto
nas assembléias de acionistas da empresa. Na assembléia são definidas as estratégias de
negócios, são escolhidos os conselheiros e os diretores da empresa. Os dividendos – parte do
lucro que a empresa distribui entre seus acionistas - podem não ser prioritários para esse tipo de
ação.
PREFERENCIAIS (PN) - O acionista não participa das decisões estratégicas da
empresa, mas por outro lado tem prioridade no recebimento de dividendos. Também em
situações em que a empresa entra em processo de falência ou de dissolução, esse acionista tem
prioridade no recebimento dos recursos oriundos da venda dos ativos da companhia. As ações
preferenciais são as mais procuradas por investidores, apresentando maior liquidez (facilidade
de compra e de venda no mercado). Por isso, é comum as ações preferenciais terem preço
superior ao das ordinárias.
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72
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FORMAÇÃO DE PREÇO
O preço das ações está diretamente relacionado à oferta e à procura. Quando as
perspectivas de crescimento dos lucros de uma empresa aumentam, ampliando suas chances de
valorização no mercado, a procura pelas ações da empresa também cresce e, conseqüentemente,
seu preço.
As perspectivas envolvem fatores como a política econômica, estratégias da empresa,
lançamentos, inovações tecnológicas e aumento da competitividade dentro de seu setor. Fusões,
aquisições ou a possibilidade de fechamento de capital (recompra de todas as ações em
circulação no mercado) também influenciam no preço das ações.
BOLSA DE VALORES
A bolsa de valores é um local, físico ou eletrônico, onde são negociados títulos e valores
mobiliários emitidos por empresas. As ações são os títulos mais comprados e vendidos nas
bolsas.
BOVESPA
A BOVESPA é a Bolsa de Valores de São Paulo, fundada em agosto de 1890.
Atualmente, a Bovespa é a instituição com maior destaque no mercado acionário
brasileiro por abrigar o maior centro de negociação dentre as nove bolsas de valores do País. A
Bovespa é uma instituição formada por associações civis sem fins lucrativos, com autonomia
administrativa, financeira e patrimonial. Toda regulamentação é supervisionada pela Comissão
de Valores Mobiliários (CVM).
3.3.2. DEBÊNTURES
Debênture é um título privado. Títulos privados são títulos emitidos por empresas para a
captação de recursos sob a forma de dívida. Esses títulos garantem a seu detentor remuneração
preestabelecida, que varia em função do prazo da operação e do risco de crédito de cada
empresa. Os principais títulos privados são:
• Certificados de Depósito Bancário (CDB);
• Letras de Câmbio (LC);
• Letras Hipotecárias (LH);
• Nota Promissória (NP);
• Debêntures: títulos de médio e longo prazo emitidos por sociedades anônimas para
financiar projetos e capital de giro junto a investidores. As debêntures são negociáveis e
garantem a seu detentor pagamento de juros periódicos. Apesar de serem classificadas como
títulos de renda fixa, as debêntures podem ter características de renda variável, como prêmios,
participação no lucro da empresa ou até mesmo conversibilidade em ações da companhia. As
debêntures são regulamentadas pela Comissão de Valores Mobiliários. As características das
debêntures são: Nome da Empresa, Número da Emissão, Data da Emissão, Vencimento,
Garantias, Tipo (simples, conversível em ações ou permutável), Valor, Cronograma de
Pagamento de Juros e Datas de Repactuação de Juros, Banco responsável pela emissão e o
Agente Fiduciário. Possui imposto de renda sobre a rentabilidade sobre tanto para pessoas
físicas como pessoas jurídicas.
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74
XII - ANÁLISE DE BALANÇOS
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS – MATÉRIA DE CONTABILIDADE
Balanço Patrimonial
Ativo
Ativo Circulante
Contas que representam bens e direitos. Possuem liquidez imediata, ou que
possam ser convertidas em dinheiro no curto prazo.
Contas do Ativo
Caixa: dinheiro disponível para uso imediato.
Bancos: dinheiro depositado em c.c. para livre movimentação.
Aplicações financeiras: aplicação dos excedentes momentâneos de
caixa em investimentos de liquidez imediata.
Duplicatas a receber: valores a receber de clientes resultantes de
vendas a prazo.
Estoques: valor monetário das matérias prima que serão
consumidos na produção (indústria) e mercadorias (comércio)
Despesas antecipadas: pagamento antecipado das despesas
relativas ao exercício seguinte (seguro, assinatura de jornais, etc).
Ativo Realizável a Longo Prazo
Direitos cujos vencimentos ocorrem após o término do próximo exercício fiscal.
Com o passar do tempo essas contas são transferidas para o AC, tais como adiantamentos ou
empréstimos a sociedade coligadas, a diretores, acionistas, etc.
Ativo Permanente
Aplicação de recursos que tem caráter permanente na empresa, que não pretende
vender.
Contas do AP
Contas do Ativo Permanente
Investimentos: aplicações que não se destinam à manutenção da
atividade da empresa, como participação permanente em sociedades coligadas
ou controladas, investimento em obras de arte e imóveis não destinados a uso
próprio.
Imobilizado: bens corpóreos destinados a manutenção das
atividades da empresa, ou exercidos com esta finalidade.
Diferido: despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação
que contribuirão, efetivamente, para o aumento do resultado de mais de um
exercício social.
Intangível: os direitos que tenham por objetivos bens incorpóreos
destinados à manutenção da empresa ou exercidos com esta finalidade, inclusive
o fundo de comércio adquirido.
Balanço Patrimonial
Passivo
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75
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Passivo Circulante
São as obrigações a pagar no curto prazo, ou seja, obrigações cujo vencimento
ocorrerá até o termino do próximo exercício social.
Contas do PC
Duplicatas a pagar: compras efetuadas a prazo de fornecedores
(cp)
Impostos a pagar ou a recolher: obrigações fiscais, como taxas,
contribuições, ICMS, IPI, ISS, IR, etc.
Salários a pagar: salários de meses encerrados que são pagos nos
meses seguintes.
Encargos Sociais: obrigação junto a agentes arrecadadores, como
INSS e o FGTS.
Outras obrigações: demais obrigações, como dividendos a
distribuir, energia elétrica, telefone, aluguéis, etc.
Exigível a Longo Prazo
São as obrigações a pagar cujo vencimento ocorrerá após o encerramento do
próximo exercício social. São contas destes grupos: debêntures a resgatar, financiamentos junto
a instituições financeiras, etc.
Resultado dos Exercícios Futuros
Compreendem as receitas relativas a exercícios futuros que já foram recebidas,
deduzidas dos respectivos custos e despesas incorridas ou a incorrer.
Patrimônio Líquido
Representa os recursos pertencentes aos proprietários da empresa.
Contas do PL
Capital Social: recursos integralizados pelos sócios ou acionistas
da empresa somado os aportes posteriores em conjunto com os valores
transferidos das contas de reservas.
Reservas de Capital: acréscimos patrimoniais que não constituem
receitas para a empresa, como ágio na emissão de ações, quando vendidas acima
do valor patrimonial.
Reservas de lucros: lucros líquidos retidos, com intuito de manter
a integralidade do capital social, expansão da empresa, compensação de redução
dos lucros futuros, lucros contábeis, porém, não se realizaram financeiramente.
Ajustes de avaliação patrimonial: aumentos ou diminuições a
valores atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência do valor de
mercado, enquanto não computados no resultado do exercício.
Prejuízos acumulados: prejuízos do último exercício. No futuro ao
apresentar lucro, primeiro deverão ser compensados os prejuízos acumulados, e
o saldo remanescente será destinado a reservas de lucros.
Ações em tesouraria: ações adquiridas da própria empresa cujo
valor deve ser deduzido do PL.
Balanço Patrimonial
Demonstrativo do Resultado do Exercício
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76
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É o relatório contábil que evidencia a formação do resultado líquido do
exercício pelo confronto das receitas com os custos e as despesas apuradas em
obediência ao regime de competência
Contem as seguintes contas:
Receita operacional bruta
Compreende o valor das vendas de mercadorias, produtos ou serviços, nas
condições a vista ou a prazo.
Deduções e abatimentos
Compreende as reduções da receita operacional bruta relativas a impostos sobre
vendas (IPI, ICMS e ISS) e as deduções e abatimentos (vendas canceladas, descontos
concedidos, etc). Não inclui descontos financeiros concedidos a clientes para pagamento
antecipado, o que é despesa financeira.
Custo operacional
Corresponde aos gastos incorridos pela empresa na obtenção do item objeto da
venda realizada.
Custos de mercadorias vendidas
Em empresas comerciais, que tem por características revenderem as mercadorias
no mesmo estado que as adquiriu dos fabricantes. Engloba os valores pagos a seus
fornecedores, os fretes e seguros, quando de sua responsabilidade
Custos de produtos vendidos
Em empresas industriais, que tem por característica transformar matéria-prima
em produto. Os custos dos produtos correspondem aos gastos relativos à fabricação, composto
pelo custo de matéria-prima, de mão-de-obra e por todos os demais custos do processo.
Custos de serviços prestados
Em empresas prestadoras de serviço, tendo como custos, basicamente,
compostos de mão-de-obra e de custos relacionados à estrutura de que a empresa dispõe para
realizar os serviços.
Despesas operacionais
Correspondem aos gastos decorrentes do funcionamento normal da empresa,
exceto aquelas classificadas como custos operacionais.
Despesas administrativas
Gastos com a administração da empresa, incluindo salários dos funcionários, honorários
da diretoria administrativa, aluguéis de escritório, gastos com auditoria e consultoria
contratadas, etc.
Despesas de vendas
Gastos incorridos com a geração de receitas, incluindo aqueles relativos a promoções,
vendas e distribuição de produtos, mercadorias e serviços, salários e comissões de vendedores,
honorários da diretoria comercial, aluguéis de escritório de vendas e representações, etc.
Despesas financeiras líquidas
Diferença entre as receitas e as despesas financeiras. As despesas financeiras englobam
os juros pagos a instituições financeiras relativo a empréstimos, as comissões bancárias, os
impostos sobre operações financeiras, os descontos concedidos a clientes quando da
antecipação dos pagamentos, etc. As receitas financeiras compreendem os juros obtidos pelas
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77
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aplicações de saldo de caixa, os descontos obtidos de fornecedores, os juros cobrados por atraso
de pagamento de clientes, etc.
Outras despesas operacionais
É a diferença entre as receitas operacionais e as despesas operacionais que não integram
os itens anteriores. Incluem receitas de aluguéis, de transações eventuais (venda de sucatas), de
participação de sociedades coligadas ou controladas, etc.
Resultados não operacionais
Correspondem os ganhos e as perdas de capital, sendo resultantes de operações
relacionadas à baixa por obsolescência ou à venda de bens ou direito do ativo permanente.
Provisão para a contribuição social e IR
A contribuição social e o IR tem como base o lucro real, no caso de empresas
que fizeram opção por esse modo de tributação.
Participações e contribuições
Compreendem as parcelas do resultado distribuídas aos empregados,
administradores, debenturistas e outros interessados que tenham direito de participação no lucro
da empresa. Já as contribuições compreendem as parcelas do resultado destinadas a instituições,
como fundos de assistência ou previdência dos funcionários.
Lucro ou prejuízo líquido do exercício
O lucro líquido é a parcela do lucro remanescente do exercício social. Todo ele,
ou parte dele, será transferido para a conta reservas de lucro, e em eventual prejuízo, para
prejuízos acumulados, constante do PL no Balanço de Pagamento. A parcela não retida pela
empresa é distribuída a seus acionistas ou proprietários.
Notas Explicativas
As demonstrações contábeis serão complementadas por notas explicativas
necessárias aos esclarecimentos da situação patrimonial e dos resultados do exercício.
Devem indicar:
a) Os principais critérios de avaliação de elementos patrimoniais, especialmente os
estoques, depreciação, amortização e exaustão, dentre outros.
b) Os investimentos em outras sociedades, quando relevantes.
c) O aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações.
d) Os ônus reais constituídos sobre os elementos do ativo, as garantias prestadas a
terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes
e) As taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo
f) A quantidade, as espécies e as classes das ações do capital social
g) As opções de compra de ações outorgadas e exercidas n exercícios
h) Os ajustes dos exercícios anteriores
i) Os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam
vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia.
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ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTO
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo
Ativo Circulante
Contas que representam bens e direitos. Possuem liquidez imediata, ou que possam ser
convertidas em dinheiro no curto prazo.
Ativo Realizável a Longo Prazo
Direitos cujos vencimentos ocorrem após o término do próximo exercício fiscal. Com o
passar do tempo essas contas são transferidas para o AC, tais como adiantamentos ou
empréstimos a sociedade coligadas, a diretores, acionistas, etc.
Ativo Permanente
Aplicação de recursos que tem caráter permanente na empresa, que não pretende vender.
Passivo
Passivo Circulante
São as obrigações a pagar no curto prazo, ou seja, obrigações cujo vencimento ocorrerá
até o termino do próximo exercício social.
Exigível a Longo Prazo
São as obrigações a pagar cujo vencimento ocorrerá após o encerramento do próximo
exercício social. São contas destes grupos: debêntures a resgatar, financiamentos junto a
instituições financeiras, etc.
Resultado dos Exercícios Futuros
Compreendem as receitas relativas a exercícios futuros que já foram recebidas,
deduzidas dos respectivos custos e despesas incorridas ou a incorrer.
Patrimônio Líquido
Representa os recursos pertencentes aos proprietários da empresa.
Balanço Patrimonial
Demonstrativo do Resultado do Exercício
É o relatório contábil que evidencia a formação do resultado líquido do exercício pelo
confronto das receitas com os custos e as despesas apuradas em obediência ao regime de
competência
Notas Explicativas
As demonstrações contábeis serão complementadas por notas explicativas necessárias
aos esclarecimentos da situação patrimonial e dos resultados do exercício.
PRINCIPAIS PRINCÍPIOS
Princípio do registro pelo valor original:
Estabelece que todos os registros de movimentações e transações são efetuados pelo seu
valor de entrada, ou seja, o seu valor original.
Princípio da competência:
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As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do exercício em
que ocorrem, independentemente do seu recebimento ou de seu pagamento.
Convenção da consistência:
Uma vez adotado determinado procedimento (entre todos os possíveis), ele não deverá
ser alterado com freqüência, sob pena de prejudicar a comparação dos dados contábeis no
tempo.
PRINCIPAIS USUÁRIOS
Fornecedores
Interessam-se em conhecer a liquidez da empresa, ou seja, sua capacidade de quitar as
obrigações em dia visando manter o fornecimento de bens e serviços.
Clientes
Interessam-se em conhecer, por exemplo, a situação de liquidez no curto prazo do
fornecedor. Inclui compradores de bens que demandem longo prazo de execução ou
compradores que têm forte dependência de um mesmo fornecedor.
Instituições Financeiras
Buscam conhecer as condições financeiras da empresa em relação à sua capacidade de
gerar caixa para pagamento de juros e amortização do principal de dívidas.
Concorrentes
Buscam conhecer a empresa em seus pontos fortes e fracos. As demonstrações
contábeis de um concorrente contribuem para a auto-avaliação de uma empresa levando-a a
aproveitar oportunidades e se precaver de ameaças.
Acionistas atuais e potenciais
Buscam identificar a capacidade que as empresas nas quais pretendem aplicar seus
recursos têm de remunerá-los adequadamente. São importantes para eles, por exemplo, os
indicadores relacionados a dividendos, rentabilidade sobre o capital próprio e lucro por ação.
Os próprios administradores
Buscam monitorar o desempenho da empresa reflexo de sua gestão.
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ALGUNS CONCEITOS DO BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO
TOTAL
100%
PASSIVO
CIRCULANTE
30 %
PASSIVO
REALIZÁVEL A L. P.
- 20%
PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
50%
ATIVO
TOTAL
100%
CAPITAL DE
TERCEIROS
PC + PRLP
50 %
CAPITAL
PRÓPRIO
50%
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83
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ATIVO
CIRCULANTE
PASSIVO
CIRCULANTE
PASSIVO
REALIZÁVEL A
LONGO PRAZO
PASSIVO
REALIZÁVEL A
LONGO PRAZO
ATIVO
PERMANENTE
PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
CONTAS DE
CURTO PRAZO
CONTAS DE
CURTO PRAZO
CONTAS DE LONGO
PRAZO
CONTAS DE
LONGO PRAZO
CONTAS DE LONGO
PRAZO
PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OU ANÁLISE DE BALANÇOS
A análise de balanços, também chamada das demonstrações contábeis, proporciona um
exame a respeito da posição atual e da evolução da situação econômica e financeira da empresa,
bem como a comparação dela com outras.
Professor Gustavo da Cunha Raupp
84
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A finalidade da análise de balanços é auxiliar os usuários a otimizarem suas decisões em
relação à empresa. Para tanto, eles combinam um conjunto de indicadores obtido a partir das
demonstrações contábeis de uma empresa e as comparam com seus períodos anteriores, com
indicadores de outras empresas do mesmo setor, bem como com os indicadores do próprio
setor. Isso lhes permite tirar conclusões a respeito da empresa e, assim, estar suficientemente
informados para tomar decisões.
As técnicas mais simples utilizadas para análise de balanços são a análise vertical, e a
horizontal. Outra medida tradicional de avaliação é a realizada por meio de índices econômicofinanceiros.
85
Análise Vertical:
A análise vertical consiste em uma comparação da representatividade, em percentual, da
conta com o grupo de contas a que pertence. Para o Balanço de Pagamento, o cálculo da
participação relativa das contas do ativo é feito por meio da divisão do valor de cada conta pelo
valor total do ativo, multiplicando por cem, aplicando-se o mesmo procedimento para as contas
do passivo. Obrigatoriamente o total do ativo e o total do passivo terão um total de 100%.
Normalmente não usamos casas depois da vírgula, arredondando os valores percentuais. Para o
DRE o cálculo é feito por meio da divisão do valor de cada conta pelo valor da receita
operacional líquida, que, nesse caso, tem o percentual igual a 100.
Análise Horizontal:
A análise horizontal evidencia a evolução das contas das demonstrações contábeis ao
longo dos anos. Para isso, o número-índice-base é igual a 100 e é estabelecido para os valores
de cada conta das demonstrações mais antigas. Nos números índices dos mais recentes são
calculados de acordo com a seguinte equação:
Valor da conta na data mais recente
Número Índice =
x 100
Valor da conta na data mais antiga
É preciso ter cuidado com o cálculo e com a análise por meio de números-índices em
situações em que, por exemplo, a empresa tenha apresentado prejuízo e, nos anos seguintes,
tenha apresentado lucros, ou seja, na demonstração antiga, uma conta estiver sem valor (neste
caso, deve-se analisar a conta em números absolutos, ema vez que não é possível a divisão por
zero).
Índices Econômicos Financeiros
A análise de índices ajuda a revelar a condição global de uma empresa. Auxiliam
analistas e investidores a determinar se a empresa está sujeita ao risco d insolvência e se está
indo bem em relação ao seu setor de atividade ou aos seus concorrentes. Os investidores
Professor Gustavo da Cunha Raupp
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consultam os índices para avaliar melhor o desempenho e o crescimento da empresa.
Conseqüentemente, índices financeiros medíocres geralmente levam a custos mais elevados de
financiamento, enquanto bons índices muitas vezes significam que os investidores estarão
dispostos a colocar recursos à disposição da companhia com custos mais razoáveis. Os bancos
usam os índices para determinar se concedem crédito e, em caso positivo, qual o seu valor.
Os credores preocupam-se quando uma empresa não gera lucros suficientes para fazer
os pagamentos periódicos de juros sobre as dívidas existentes. Também ficam apreensivos em
relação às empresas que têm os mais altos índices de endividamento, já que uma tendência ao
dec1ínio nos negócios pode levar a empresa à insolvência. Os analistas de títulos
constantemente monitoram os diferentes índices financeiros das companhias por meio de
planilhas eletrônicas computadorizadas. Por meio dessa análise, podem detectar os pomos
fortes e fracos de diferentes empresas.
Os dirigentes utilizam os índices financeiros para monitorar as operações, a segurandose de que suas empresas estão usando os recursos disponíveis de forma eficaz, e para evitar a
insolvência. A idéia édescobrir se a posição financeira e operacional da empresa está
melhorando com o passar do tempo e se seus índices globais estão melhores ou piores que os
índices dos concorrentes.
Quando esses índices ficam abaixo de certos padrões, é responsabilidade do dirigente
retomar o controle antes que surjam problemas sérios.
A análise do índice permite-nos um melhor entendimento das relações entre o balanço
patrimonial e o demonstrativo de resultado. Por exemplo, para calcular o retorno do
investimento da empresa, precisamos do valor do ativo total do balanço patrimonial e do lucro
líquido do demonstrativo de resultado. Além disso, alguns indicadores podem indicar o grau de
eficácia com que os ativos estão sendo usados e se a estrutura de financiamento é das melhores.
Sem dúvida, o uso dos índices financeiros é um instrumento importante no planejamento
financeiro moderno.
Os índices econômico-financeiros são obtidos por meio da relação entre as contas ou
grupos de contas das demonstrações contábeis e podem ser agrupadas de diferentes maneiras.
As mais comuns são:
1) Índices de Liquidez;
Ograu de liquidez de um ativo depende da rapidez com que ele é transformado em caixa
sem incorrer em perda substancial. A administração da liquidez consiste em equiparar os prazos
das dívidas com os prazos dos ativos e outros fluxos de caixa a fim de evitar a insolvência
técnica. A mensuração da liquidez é importante. A questão central, entretanto, é a da
capacidade de a empresa gerar caixa suficiente para pagar seu: fornecedores e credores.
Em essência, os índices de liquidez testam o grau de solvência da empresa. Medem a
capacidade de pagamento das dívidas de empresa. Assim, servem para evidenciar a capacidade
da empresa em pagar suas obrigações de acordo com seus bens e direitos. Mede a existência ou
não de solidez financeira para pagar os compromissos com terceiros. Mede em unidades
monetárias a quantidade de recursos que a empresa possui para pagar suas dívidas.
2) Índices de atividades;
Os índices de atividade determinam a rapidez com que uma empresa pode gerar caixa se
houver necessidade. Evidentemente, quanto mais rápido uma empresa puder converter os
estoques e contas a receber em caixa, melhor para ela. Os seguintes índices e cálculos
consideram o ano tendo 360 dias.
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86
Administração de Finanças IFaculdades Senac - RS
Mede a velocidade dos elementos patrimoniais, o tempo que uma empresa demora, em
média, para receber duplicatas de clientes, pagar fornecedores e renovar estoque, além de medir
os giros destas contas.
3) Índices de Endividamento;
Uma Empresa pode tomar dinheiro emprestado a curto prazo, principalmente para
financiar se capital de giro, ou a longo prazo, sobretudo para comprar instalações ou
equipamentos. Quando a empresa se endivida a longo prazo, compromete-se a efetuar
pagamentos periódicos de juros – e liquidar o principal na data do vencimento. Para fazer isso,
deve gerar lucro suficiente para cobrir os pagamentos das dívidas. Uma forma para descobrir o
grau de endividamento de uma empresa é analisar vários índices de endividamento.
87
4) Índices de Lucratividade.
Os investidores, acionistas e administradores financeiros prestam bastante atenção à
rentabilidade das empresas. A análise da lucratividade começa pelo exame da maneira pela qual
os ativos foram empregados. Os bons dirigentes usam com eficiência seus ativos. Por meio do
aumento da produtividade, eles são capazes de reduzir ou controlar as despesas. As taxas de
retorno alcançadas por qualquer empresa são importantes se seus dirigentes pretendem atrair
capitais e contratar financiamentos bem sucedidos para o crescimento da empresa.
Se as taxas de retorno para uma dada empresa ficarem abaixo do nível aceitável, o seu
índice P/L (índice de mercado) e o valor de sua ação despencarão – eis por que a mensuração
do desempenho do lucro é crucial para qualquer empresa.
Vejamos os índices:
1) ÍNDICES DE LIQUIDEZ
ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE=ቀ
஺௧௜௩௢஼௜௥௖௨௟௔௡௧௘
௉௔௦௦௜௩௢஼௜௥௖௨௟௔௡௧௘
ቁ
Evidencia quanto à empresa tem de bens e direitos de curto prazo para cada unidade
monetária de obrigações de curto prazo. Nem sempre mede a verdadeira liquidez de uma
empresa. Obviamente, uma empresa com grandes reservas de caixa e de títulos
negociáveis é mais líquida que outra que possua grandes estoques e tenha títulos a
receber com prazos muitos variáveis.
ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA=
ቀ
஺௧௜௩௢ ஼௜௥௖௨௟௔௡௧௘ିா௦௧௢௤௨௘௦
௉௔௦௦௜௩௢ ஼௜௥௖௨௟௔௡௧௘
ቁ
Evidencia quanto à empresa tem de bens e direitos mais rapidamente conversíveis em
dinheiro para cada unidade monetária de obrigações de curto prazo. Eliminando a
categoria de circulantes menos líquidos, os estoques, e concentrando-se em ativos mais
facilmente conversíveis em caixa, o índice de liquidez seca determina se uma empresa
pode cumprir suas obrigações com credores, se as vendas caíres drasticamente.
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2) ÍNDICES DE ATIVIDADE
஽௨௣௟௜௖௔௧௔௦ ௔ ோ௘௖௘௕௘௥
PERÍODO MÉDIO DE COBRANÇA =ቆ
ቇ
ೇ೐೙೏ೌೞ ಲ೙ೠೌ೔ೞ
ቀ యలబ ೏೔ೌೞ ቁ
Evidencia, em média, quanto tempo a empresa leva para receber o montante de vendas,
em dias. Encontrando o PMC de uma empresa ficamos sabendo quantos dias ela deverá
esperar antes que suas contas a receber se transformem em caixa. Assim como outros
índices, o período médio de cobrança deve ser examinado em conjunto com outras
informações. Se a política da empresa é conceder crédito aos clientes por 38 dias, então
um período (PMC) de 45,8 dias, por exemplo, implica que a empresa tem problemas
para cobrar no prazo e deve rever sua política de crédito. Ao contrário, se a política atual
da empresa é conceder 55 dias de prazo aos seus clientes, então, os 45,8 dias de média
indicam que a política de cobrança da empresa é eficiente.
஽௨௣௟௜௖௔௧௔௦ ௔ ௉௔௚௔௥
PERÍODO MÉDIO DE PAGAMENTOS =ቆ ಴೚೘೛ೝೌೞ ಲ೙ೠೌ೔ೞ ቇ
ቁ
ቀ
యలబ ವ೔ೌೞ
Indica quanto tempo, em média, a empresa demora a pagar os fornecedores. Apesar de
ser calculado de modo similar ao cálculo do índice do período médio de cobrança, neste
caso, é necessário estimar o montante de compras anuais a prazo, o que não é informado
nas demonstrações contábeis. Para isso, consideram-se as compras a prazo como uma
porcentagem do custo dos produtos vendidos (compras anuais a prazo = custos de
produtos vendidos x percentual estimado de compras a prazo) Alternativamente, esse
valor pode ser obtido pela equação: compras anuais = custos de produtos vendidos –
estoque inicial + estoque final. Índice é indicado em dias.
PERÍODO MÉDIO DE ESTOCAGEM =ቆ
ா௦௧௢௤௨௘௦
ቀయలబ ವ೔ೌೞቁ
಴ಾೇ
ቇ
Indica o número de dias, em média, que os estoques levam para serem renovados.
Informam quantos dias a empresa, em média, leva para converter seus estoques em
caixa. O giro do estoque é importante para uma empresa porque os estoques são os
ativos circulantes menos líquidos. Como a empresa tem fundos (CG) imobilizados nos
estoques, é vantajoso para ela vender o mais rápido possível para liberar o caixa para
outros usos. Geralmente um alto giro de estoque é considerado um uso eficaz desses
ativos. Estes índices devem ser comparados com a média do setor antes de qualquer
interpretação a ser feita, porque os índices podem variar bastante de setor para setor.
Companhias que vendem bens perecíveis, geralmente têm um baixo índice de conversão
(do estoque em caixa) enquanto que um fabricante de escavadeiras o seu período de
conversão é bem maior.
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88
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3) ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO
ENDIVIDAMENTO GERAL =ቀ
௉௔௦௦௜௩௢ ஼௜௥௖௨௟௔௡௧௘ାா௫௜௚í௩௘௟ ௔ ௅௉
஺௧௜௩௢ ்௢௧௔௟
ቁx 100
Indica a relação percentual entre o capital de terceiros de curto e longo prazos e o Ativo
Total. Demonstra em outras palavras, quanto do Ativo Total é financiado por recursos
de terceiros. Quanto maior este índice, maior a dependência de capital de terceiros.
IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO =ቀ
஺௧௜௩௢ ௉௘௥௠௔௡௘௡௧௘
௉௔௧௥௜௠ô௡௜௢ ௅í௤௨௜ௗ௢
ቁ x 100
Indica quanto do Ativo Permanente é financiado pelo Patrimônio Líquido, evidenciando
maior ou menor dependência de capital de terceiros. Maior ou menor imobilização do
Patrimônio Líquido.
4) ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE
MARGEM BRUTA =ቀ
௅௨௖௥௢ ஻௥௨௧௢
ோ௘௖௘௜௧௔ ை௣௘௥௔௖௜௢௡௔௟ ௅í௤௨௜ௗ௔
ቁx 100
Indica a relação entre o lucro bruto e a receita operacional líquida. As margens de lucro
bruto mostram o grau de eficiência da administração de uma empresa para usar
materiais e mão de obra no processo de produção. Quando os custos de materiais e de
mão de obra sobrem rapidamente, é possível que a margem de lucro bruto se reduza, a
menos que a empresa possa transferir esses custos aos clientes aumentando o preço.
MARGEM OPERACIONAL =ቀ
௅௨௖௥௢ ை௣௘௥௔௖௜௢௡௔௟
ோ௘௖௘௜௧௔ ை௣௘௥௔௖௜௢௡௔௟ ௅í௤௨௜ௗ௔
ቁ x 100
Indica a relação entre o lucro operacional e receita operacional líquida. Mostra o grau de
sucesso da administração da empresa nos negócios, gerando seu lucro operacional.
MARGEM LÍQUIDA =ቀ
௅௨௖௥௢ ௅í௤௨௜ௗ௢
ோ௘௖௘௜௧௔ ை௣௘௥௔௖௜௢௡௔௟ ௅í௤௨௜ௗ௔
ቁx 100
Indica a relação entre o lucro operacional e receita operacional líquida. A margem de
lucro líquida é aquela oriunda de todas as fases de um negócio. Em outras palavras, esse
índice compara o lucro líquido com as vendas. Algumas empresas têm margens líquidas
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89
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acima de 20%, e outras, margens líquidas baixas, em torno de 3% a 5%. O nível dessas
margens varia de setor para setor. Em geral, as companhias mais bem administradas
registram maiores margens relativas de lucro porque seus recursos são administrados
com mais eficiência. Do ponto de vista do investidor, é vantajoso para uma empresa
manter as margens de lucro acima da média do setor e, se possível, demonstrar uma
tendência de melhora. Quanto mais uma empresa mantiver baixas as suas despesas –
qualquer que seja seu nível de vendas -, maior será seu índice da margem de lucro
líquido.
TAXA DE RETORNO SOBRE O PL (ROE) =ቀ
௅௨௖௥௢ ௅í௤௨௜ௗ௢
௉௅ି௅௨௖௥௢ ோ௘௧௜ௗ௢ ௡௢ ா௫௘௥௖í௖௜௢
ቁ x 100
O índice de retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) mede a taxa de retorno dos
acionistas. Os analistas de mercado de capiatais, tanto quanto os acionistas, se
interessam muito por este índice. Em geral quanto maior o retorno, mais atraente é a
ação. Esse índice é uma forma de avaliar a rentabilidade e a taxa de retorno da empresa,
que podem também ser comparadas às outras ações.
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90
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91
XIII - EXERCÍCIOS DE ANÁLISE DE
BALANÇO
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92
1) Usando a informação financeira da tabela A, calcule os índices relacionados para 1992 e
1993, indicando o que cada um deles implica, inclusive entre si:
a) Análise Vertical;
b) Índice de Liquidez Corrente e Seca;
Contas
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
Caixa e Bancos
Titulos Negociáveis
Duplicatas a Receber
Estoques
Ativo RLP
ATIVO PERMANENTE
Imobilizado
Total do ATIVO
Contas
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
Duplicatas a Pagar
Notas a Pagar
Outras Obrigações
Pass ivo Exig Longo Prazo
Financiamentos
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital
Total do PASSIVO
31/12/1992
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
2.500,00
200,00
300,00
800,00
1.200,00
3.300,00
3.300,00
5.800,00
31/12/1993
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
31/12/92
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
1.500,00
300,00
200,00
1.000,00
1.000,00
1.000,00
3.300,00
3.300,00
5.800,00
AV2
AV1
AV2
2.500,00
300,00
200,00
1.000,00
1.000,00
3.700,00
3.700,00
6.200,00
31/12/93
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
AV1
1.300,00
200,00
300,00
800,00
1.200,00
1.200,00
3.700,00
3.700,00
6.200,00
Professor Gustavo da Cunha Raupp
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Liquidez
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Análise:
93
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2) Abaixo os dados da Cia São Bernardo S.A.
BALANÇO PATRIMNONIAL
Contas
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
Caixa e Bancos
Aplicações Financeiras
Duplicatas a Receber
Estoques
Ativo RLP
ATIVO PERMANENTE
Investimentos
Imobilizado
Diferido
Total do ATIVO
Contas
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
Empréstimos Bancários
Duplicatas Descontadas
Duplicatas a Pagar
Outras Obrigações
Passivo Exig Longo Prazo
Financiamentos
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital
Reservas de Lucros
Total do PASSIVO
31/12/2001
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
31/12/2002
83.300,00
14.000,00
800,00
37.000,00
31.500,00
125.700,00
15.700,00
94.350,00
15.650,00
209.000,00
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
31/12/01
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
AH
117.600,00
14.400,00
1.200,00
42.000,00
60.000,00
143.400,00
15.700,00
112.700,00
15.000,00
261.000,00
31/12/02
61.000,00
8.000,00
5.000,00
21.200,00
26.800,00
35.700,00
35.700,00
112.300,00
69.000,00
43.300,00
209.000,00
AH 2/1
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
94
AH 1/0
AH 2/1
78.000,00
15.000,00
3.000,00
25.000,00
35.000,00
45.000,00
45.000,00
138.000,00
69.350,00
68.650,00
261.000,00
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO
Dados do DRE
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTO OPERACIONAL
Custo dos Produtos Vendidos - CPV
(=) LUCRO BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas Administrativas
Despesas de Vendas
(=) LUCRO OPERACIONAL OU LAJIR
(-) Despesas Financeiras Líquidas
(+/-) Resultados não Operacionais
(=) LUCRO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E DO IR
(-) PREVISÕES PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E IR
(=) LUCRO APÓS CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E IR
(-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
31/12/01
330.000,00
(210.000,00)
(210.000,00)
120.000,00
(57.000,00)
(33.000,00)
(24.000,00)
63.000,00
(6.555,00)
56.445,00
(19.756,00)
36.689,00
36.689,00
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
31/12/02
365.000,00
(250.000,00)
(250.000,00)
115.000,00
(67.000,00)
(35.000,00)
(32.000,00)
48.000,00
(9.000,00)
39.000,00
(13.650,00)
25.350,00
25.350,00
AV1
AV2
AH
a)
Calcule a análise horizontal da empresa, fazendo a análise do DRE. Após analise
os índices de atividade – PMC (PMR), PMP e PME (CF e CG).
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AH 2/1
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95
Atividade
Período Médi o de Cobra nças
2001
2002
Período Médi o de Pa ga mentos
Período Médi o de Es toca gem
3) Abaixo os dados da Cia São Bernardo S.A.
Professor Gustavo da Cunha Raupp
Administração de Finanças IFaculdades Senac - RS
Contas
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
Caixa e Bancos
Aplicações Financeiras
Duplicatas a Receber
Estoques
Ativo RLP
ATIVO PERMANENTE
Investimentos
Imobilizado
Diferido
Total do ATIVO
Contas
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
Empréstimos Bancários
Duplicatas Descontadas
Duplicatas a Pagar
Outras Obrigações
Passivo Exig Longo Prazo
Financiamentos
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital
Reservas de Lucros
Total do PASSIVO
Balanço Patrim onial
31/12/2001
31/12/2002
R$
83.300,00
R$
14.000,00
R$
800,00
R$
37.000,00
R$
31.500,00
R$
R$ 125.700,00
R$
15.700,00
R$
94.350,00
R$
15.650,00
R$ 209.000,00
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
R$
AV1
AV2
AH 1/0
AH 2/1
117.600,00
14.400,00
1.200,00
42.000,00
60.000,00
143.400,00
15.700,00
112.700,00
15.000,00
261.000,00
31/12/01
31/12/02
R$
61.000,00
R$
8.000,00
R$
5.000,00
R$
21.200,00
R$
26.800,00
R$
35.700,00
R$
35.700,00
R$ 112.300,00
R$
69.000,00
R$
43.300,00
R$ 209.000,00
R$
78.000,00
R$
15.000,00
R$
3.000,00
R$
25.000,00
R$
35.000,00
R$
45.000,00
R$
45.000,00
R$ 138.000,00
R$
69.350,00
R$
68.650,00
R$ 261.000,00
96
AV1
AV2
AH 1/0
De m onstrações do Resultado
Dados do DRE
31/12/01
31/12/02
R$ 330.000,00 R$ 365.000,00
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTO OPERACIONAL
R$ (210.000,00) R$ (250.000,00)
Custo dos Produtos Vendidos - CPV
R$ (210.000,00) R$ (250.000,00)
(=) LUCRO BRUTO
R$ 120.000,00 R$ 115.000,00
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
R$ (57.000,00) R$ (67.000,00)
Despesas Administrativas
R$ (33.000,00) R$ (35.000,00)
Despesas de Vendas
R$ (24.000,00) R$ (32.000,00)
(=) LUCRO OPERACIONAL OU LAJIR
R$
63.000,00 R$
48.000,00
(-) Despesas Financeiras Líquidas
(9.000,00)
R$
(6.555,00) R$
(+/-) Resultados não Operacionais
R$
R$
(=) LUCRO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E DO IR R$
56.445,00 R$
39.000,00
R$ (19.756,00) R$ (13.650,00)
(-) PREVISÕES PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E IR
(=) LUCRO APÓS CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E IR
R$
36.689,00 R$
25.350,00
R$
R$
(-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
R$
36.689,00 R$
25.350,00
AH 2/1
AV1
AV2
AH 1/0 AH 2/1
b) No exercício anterior analisamos o DRE em sua AH e os índices de atividade. Neste
momento, analise os índices de endividamento e de lucratividade. Para efeito de parâmetros, a
taxa SELIC acumulada em 2001 foi de 19% e de 2002 foi de 23%.
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Análise
Lucratividade
Margem Bruta
Margem Operacional
Margem Líquida
31/12/01
31/12/02
ROI - Retorno sobre Investimento
Endividam ento
Endividamento Geral
Imobilização do PL
97
Professor Gustavo da Cunha Raupp
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