1 ANABOLIZANTES: BENEFÍCIOS E MALEFÍCIOS NA BUSCA DO CORPO IDEAL LIMA, Marcos Vinícius Souza de (Curso de Farmácia do Centro Universitário do Triângulo – Unitri, [email protected]) MEDEIROS, Lariane Nogueira (Curso de Farmácia do Centro Universitário do Triângulo – Unitri, [email protected]>) CARDOSO, Rita Alessandra (Curso de Farmácia do Centro Universitário do Triângulo – Unitri, [email protected]) RESUMO Os anabolizantes são drogas sintéticas derivadas do hormônio masculino testosterona. O objetivo do trabalho foi descrever o uso terapêutico dos anabolizantes, bem como o uso indiscriminado para fins estéticos e seus efeitos deletérios. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica nas principais bases de artigos científicos. Para fins médicos, os esteroides anabolizantes contribuem com o aumento de massa corporal em pacientes caquéticos devido a doenças como câncer, HIV, doença de Crohn, insuficiência cardíaca congestiva, melhoram também a osteoporose e a densidade óssea, a eritropoese, e são úteis em distúrbios relacionados à secreção de testosterona. Em relação ao uso indiscriminado por frequentadores de academias e esportistas, que fazem uso de anabolizantes sem prescrição médica e em doses extremamente elevadas, além de utilizarem produtos de origem clandestina e de uso veterinário. Assim, eles aumentam os efeitos adversos prejudicando as funções hepáticas, cardiovasculares, hormonais, comportamentais, reprodutivas e somáticas, sendo que alguns danos são irreversíveis podendo levar à perda da função de alguns órgãos e à morte. Portanto, os anabolizantes possuem diversos efeitos benéficos no tratamento de doenças, mas quando utilizados para efeitos estéticos podem trazer riscos à saúde, havendo necessidade de conscientização da população quanto a estes produtos e maior controle sobre sua comercialização. Palavras-chave: anabolizantes, automedicação, efeitos adversos. 2 1. INTRODUÇÃO Uma das características da sociedade de consumo contemporânea é a crescente importância atribuída à aparência corporal. Nas últimas décadas, o corpo tornou-se alvo de uma atenção redobrada com a proliferação de técnicas de cuidado e gerenciamento dos corpos, tais como dietas, musculação e cirurgias estéticas. Homens e mulheres investem cada vez mais tempo, energia e recursos financeiros no consumo de bens e serviços destinados à construção e manutenção do invólucro corporal. Por outro lado, alguns estudos mostram que em paralelo ao culto ao corpo tem aumentado a insatisfação das pessoas com seus corpos, assim como o consumo das chamadas "drogas da imagem corporal", entre as quais se incluem os esteroides anabólicos androgênicos ou anabolizantes (KANAYAMA et al., 2001 apud IRIART et al., 2009). O aumento do consumo não terapêutico dos anabolizantes, especialmente entre a população jovem, tem sido relatado por pesquisadores em vários países constituindo-se em crescente problema de saúde pública (IRIART et al., 2009). Os esteroides anabolizantes são drogas sinteticamente derivadas da testosterona, o hormônio sexual masculino. Nas últimas décadas essas drogas vêm sendo utilizadas por atletas de elite, em maior parte, aqueles envolvidos em esportes de força e velocidade, para melhora do desempenho físico nas competições. Entretanto, o abuso dos esteroides anabolizantes passou a ser feito por frequentadores de academias, mais interessados nas alterações provocadas na composição corporal, observados com o aumento da massa magra e na redução da gordura subcutânea (VENANCIO et al., 2010). Os esteroides anabolizantes inicialmente foram sintetizados para fins terapêuticos entretanto, tendo em vista seus possíveis efeitos sobre o aumento da síntese proteica, o incremento das reservas energéticas e a redução no tempo de recuperação após treinamento físico, passaram a ser utilizados por atletas para melhorar o desempenho esportivo, figurando atualmente entre as substâncias ergogênicas mais utilizadas nas situações de doping (CARMO et al., 2011). 3 Através deste estudo foi realizada uma revisão bibliográfica com o objetivo de descrever os efeitos benéficos e nocivos à saúde do uso de anabolizantes para fins terapêuticos e estéticos. 2. METODOLOGIA Revisão bibliográfica utilizando as seguintes bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (Scielo), MEDLINE, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), com a pesquisa das palavras-chave: anabolizantes, uso médico de anabolizantes, doping, esteroides anabolizantes, androgênicos, abuso de anabolizantes. Foram coletados os dados relacionados ao uso médico dos anabolizantes e o uso indevido dos anabolizantes por praticantes de musculação e esportes em artigos publicados em revistas científicas. 3. USO MÉDICO DOS ANABOLIZANTES Esteroides anabólicos são substâncias relacionadas ao hormônio sexual masculino, a testosterona. Esse hormônio exerce diversos efeitos no homem, inclusive o de aumentar a massa muscular e o peso corpóreo, sendo a principal substância anabólica que é produzida em nosso organismo com a capacidade de controlar o desenvolvimento normal e o funcionamento das características masculinas, além de regular a manutenção das características anabólicas das células e tecidos (GEBARA et al., 2001; MARQUES et al., 2003). Em relação ao metabolismo, uma parte da testosterona é transformada em metabólitos biologicamente ativos, ou seja, metabólitos que ainda possuem as atividades da molécula inicial, contudo a maioria dos metabólitos formados são inativos, ou seja, não exercem atividades no organismo, sendo assim, são excretados pelo sistema renal e vias biliares. A inativação predominante no fígado gera uma baixa biodisponibilidade dos anabolizantes usados por via oral, ou seja, diminui o tempo de meia vida da substância, que é o intervalo de tempo no qual a concentração plasmática do fármaco se reduz à metade. Os anabolizantes injetáveis, usados por via intramuscular tem biodisponibilidade 4 maior, por liberar o fármaco lentamente na corrente sanguínea, gerando inativação de doses menores e com maior aproveitamento das substâncias (GEBARA et al., 2001). O envelhecimento masculino é acompanhado de sinais e sintomas que lembram deficiência androgênica em jovens adultos, como diminuição da massa e força muscular, aumento de gordura abdominal principalmente visceral com resistência à insulina e perfil lipídico aterogênico, diminuição da libido e pêlos sexuais, osteopenia, diminuição da performance cognitiva, depressão, insônia, sudorese e diminuição da sensação de bem estar geral. Há uma correlação entre estes sintomas e os níveis de testosterona. O processo levando ao hipogonadismo parcial no envelhecimento masculino é conhecido como andropausa ou mais apropriadamente hipogonadismo masculino tardio ou ADAM (MARTITS; COSTA, 2004). Os objetivos do tratamento médico para a deficiência androgênica são de restabelecimento do funcionamento sexual assim como a libido e sensação de bem-estar. Adicionalmente a reposição androgênica pode prevenir a osteoporose, melhorar a densidade óssea, manter a virilização, melhorar a saúde mental e restaurar os níveis de hormônio do crescimento (MORALES et al., 2000). A reposição de testosterona em homens hipogonádicos aumenta a massa muscular, porém há de se preocupar com os efeitos adversos que incluem: aumento de hematócrito, aumento prostático, aumento dos níveis de antígeno prostático específico (PSA) e piora do perfil lipídico. Estudos com decanoato de nandrolona também mostram ganho de massa muscular, mas se fazem necessários mais trabalhos a longo prazo para avaliar o real benefício frente aos riscos (ROCHA et al., 2009). Outro importante efeito dos esteroides sexuais masculinos é o estímulo da eritropoese. A administração de andrógenos a vários mamíferos aumentou a contagem de reticulócitos e a atividade eritropoética da medula óssea. Vários estudos em humanos mostraram níveis de hematócrito, hemoglobina e eritrócitos maiores em homens do que em mulheres, e anemia em pacientes com hipogonadismo. Além de estimular a produção dessas células, os 5 esteroides sexuais masculinos também aumentam o 2,3-difosfoglicerato, responsável pela ligação do oxigênio à hemoglobina, presente nos eritrócitos (FORTUNATO et al., 2007). A caquexia refere-se à perda de massa celular corpórea por doenças, sendo acompanhada por perda de massa muscular; deve ser entendida como uma adaptação multidimensional abrangendo grande variedade de alterações, desde mudanças fisiológicas até comportamentais. Frequentemente, pacientes com doenças crônicas ou terminais, como câncer, AIDS, insuficiência cardíaca congestiva, tuberculose, doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, artrite reumatoide (AR), doença de Crohn e outras, apresentam caquexia (ROCHA et al., 2009). Os anabolizantes constituem o grupo de fármacos de maior interesse terapêutico na caquexia não neoplásica, em particular em pacientes portadores de HIV. No tratamento da caquexia tumoral a experiência é muito curta, préclinica e com resultados contraditórios em alguns casos. Os anabolizantes são responsáveis pelo aumento da hipertrofia muscular e síntese de proteínas, com o impacto resultante sobre a massa corporal (DE LA PEÑAS; SORRIBES, 2004). O anabolizante Stanozolol (Winstrol®), derivado sintético da testosterona, é indicado para estados de deterioração geral, magreza de origem diversa, anorexia rebelde, compensar os efeitos catabólicos da cortisona. Como adjuvante no tratamento de úlceras de decúbito, lenta consolidação de fraturas, osteoporose, queimaduras extensas, pré e pósoperatório. Em pediatria, no retardo de crescimento em estatura e peso, no hipovultismo somático em distrofias e em imaturidade (ZAMBON - BULA WINSTROL). A hipotestosteronemia tem sido descrita em pacientes com Insuficiência Cardíaca. Pela hipótese muscular, que é baseada na alteração neuro-hormonal e balanço alterado entre catabolismo/anabolismo em favor do catabolismo, a doença pode progredir de um estado catabólico controlado para uma caquexia cardíaca, a qual é definida como perda não intencional de massa magra superior a 6kg em seis meses. A deficiência do hormônio testosterona pode ser 6 parte contribuinte deste processo. O baixo nível sérico de testosterona, frequentemente encontrado em estudos com pacientes com Insuficiência Cardíaca, é considerado um marcador de pior prognóstico independente dos preditores de riscos convencionais e da causa da doença. A prevalência da hipotestosteronemia (hipogonadismo) varia entre 25 a 30%, estando as elevadas mortalidades e morbidades associadas aos baixos níveis de andrógenos, mesmo na ausência de caquexia (CARVALHO et al., 2011). Segundo Malkin et al. (2006), o estágio atual do conhecimento permite aos clínicos a recomendação da terapia de reposição de testosterona para homens com moderada e severa Insuficiência Cardíaca e hipotestosteronemia, pois nestes pacientes, a terapia hormonal representaria uma esperança para a melhora da qualidade de vida e a redução do elevado risco de morte (MALKIN et al., 2006). Os profissionais de saúde e educadores devem reconhecer as possíveis utilizações terapêuticas para os esteroides anabolizantes androgênicos, que incluem terapia para o hipogonadismo masculino, certas anemias raras, e outras condições médicas, como anticatabolismo para síndromes crônicas e preservação ou restauração da saúde óssea (KERSEY et al., 2012). O farmacêutico tem grande importância na orientação e assistência aos pacientes que recebem terapia com medicamentos anabolizantes, como também em auxílio farmacológico à equipe multiprofissional de saúde. 4. USO INDISCRIMINADO DE ANABOLIZANTES POR PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO E ESPORTES A insatisfação com a imagem corporal tem sido descrita como uma das causas do abuso de esteroides anabolizantes androgênicos, exercendo considerável influência na motivação de homens jovens, que buscam um ideal de musculosidade, tomando por base modelos de corpo masculino sugeridos pela mídia (CECCHETTO et al., 2012). Nos esportes, os esteroides anabolizantes são administrados em atletas justamente com o intuito de aumentar a massa muscular e, consequentemente, 7 garantir melhora no desempenho. O uso ilícito destas substâncias iniciou-se na década de 50, entre levantadores de peso e fisiculturistas, tendo-se alastrado para outras modalidades esportivas. Devido a razões de ordem ética e aos efeitos nocivos à saúde, essas substâncias tiveram o uso proibido pelo COI a partir de 1976, na Olimpíada de Montreal, onde foi realizado pela primeira vez o controle de anabolizantes. Seis atletas foram punidos pelo uso indevido (AQUINO NETO, 2001). O Ministério do Esporte e Conselho Nacional do Esporte conceitua como doping a substância, agente ou método capaz de alterar o desempenho do atleta, a sua saúde ou espírito do jogo, por ocasião de competição desportiva ou fora dela. Agentes anabolizantes são proibidos dentro e fora de competição (MINISTÉRIO DO ESPORTE, 2004). O abuso de anabolizantes, dentro e fora do cenário esportivo, constitui grande preocupação social, governamental e das mais importantes agências sanitárias e esportivas como a OMS e o Comitê Olímpico Internacional. Várias estimativas de prevalência destas substâncias vêm sendo apresentadas em diferentes segmentos da sociedade e da prática desportiva, com resultados bastante variáveis, estando mais disponíveis na literatura Norte-Americana (SILVA et al., 2007). A confirmação de esteroides endógenos em dopagem de atletas é, atualmente, um dos maiores problemas de controle. Por isso, é necessário encontrar critérios para discriminar o uso exógeno da produção endógena (MARQUES et al., 2003). A maior parte das substâncias utilizadas pelos atletas para melhorar o desempenho pode causar riscos de saúde significativos, incluindo o risco de morte. Um número significativo de ciclistas profissionais e alguns corredores de elite morreram de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral, provavelmente por causa de eritropoietina e abuso de estimulantes. Da mesma forma, o abuso de esteroides anabolizantes foi associado com aumento do risco de doenças cardiovasculares, hepáticas e doenças endócrinas, bem como alterações psicossociais (KIOUS, 2008). 8 O consumo de substâncias ergogênicas, seja no âmbito esportivo ou amador, não é recomendado, por não compensarem os danos que traz para os indivíduos saudáveis. De um lado, o uso não médico recebe um tratamento condenatório, tendo por base um conjunto de informações sobre os perigos dos esteroides anabolizantes androgênicos para a saúde. De outro, os ganhos anabólicos que as chamadas "bombas” promovem, como aumento de massa e da força muscular, têm sido motivo para a grande difusão do seu uso entre praticantes de musculação e lutadores de artes marciais. Os estudos sobre esse comportamento afirmam que os indivíduos, mesmo reconhecendo o impacto negativo dos esteroides anabolizantes androgênicos na saúde, simplesmente não se abstêm do consumo (CECCHETTO et al., 2012). Quando frequentadores de academias não obtêm resultados no tempo desejado administram substâncias como anabolizantes e óleos de aplicação local sem orientação médica, o que tem provocado várias complicações sistêmicas e comportamentais. Essa prática vem se tornando cada dia mais comum, produzindo sérios efeitos lesivos e deformações físicas dentre os usuários (AZEVEDO et al., 2009). Segundo o estudo de IRIART et al. (2009), realizado em Salvador, Bahia, Brasil no ano de 2009, entre os usuários das academias em bairros de classe média, as substâncias mais utilizadas foram Durateston® (proprionato/fenilproprionato/isocaproato/caproato de testosterona; Organon, Brasil), Deca-durabolin® (decanoanato de landrolona; Organon, Brasil) e Winstrol® (estanozolol; Zambon, Espanha). Foram mencionados também o Deposteron (cipionato de testosterona; Sigma Pharma, Brasil), Primobolan® (metenolona; Shering, México/Espanha/Alemanha), Hemogenin® (oximetalona; Sanofi-Aventis, Sarsa/Hoechst Marion Roussel, Brasil) e produtos veterinários como Androgenol® (testosterona animal; Hertape, Brasil) e ADE® (complexo vitamínico; Labovet, Hertape e Pfizer, Brasil). Entre os usuários das academias dos bairros populares, as substâncias mais utilizadas foram Durateston®, ADE® e Deca-durabolin®, seguidas de Estradon-p® (testosterona e estradiol; Organon, Brasil), Hemogenin®, Estigor® (nandrolona animal e ADE; Burnet, Argentina), Potenay® (complexo vitamínico veterinário e estimulante; Fort 9 Dodge, Brasil), e Deposteron®. Chama a atenção entre os usuários das academias dos bairros populares o grande consumo em doses muito elevadas de produtos veterinários, sendo os principais: o ADE®, Androgenol®, Estigor®, Potenay® e Equipoise® ou Equifort® (undecilenato de boldenona; Purina, Brasil). Os anabolizantes utilizados pelos usuários de bairros populares em geral são os que têm os preços mais acessíveis, enquanto os usuários de classe média recorrem frequentemente a produtos importados e mais dispendiosos como o anabolizante Winstrol®. Os anabolizantes Durateston® e Decadurabolin® encontram-se entre os produtos mais utilizados tanto por usuários de classe média quanto das classes populares. As estratégias usadas para driblar a proibição acarretam em danos como: a utilização de medicamentos de qualidade duvidosa ou inadequados ao consumo humano (ex. produtos veterinários) comprados no chamado mercado negro que envolve o comércio de esteroides anabolizantes androgênicos (IRIART et al., 2009; CECCHETTO et al., 2012). Atletas que fazem uso de anabolizantes, o fazem com o objetivo de aumentar a síntese protéica e consequentemente a síntese de massa, força e potência muscular, combinando múltiplos preparados na forma oral e injetável. O uso intermitente de androgênicos anabólicos, os chamados ciclos, é capaz de diminuir ou retardar o aparecimento de alguns efeitos adversos. Por outro lado, esse sistema de administração não pode evitar completamente as ações do hormônio (GROSSELLI, 2009). Os usuários de esteroides anabolizantes são pessoas normais, que usam as drogas para melhorar suas conquistas esportivas. Por outro lado, tem sido relatado que alguns usuários mostram traços psicológicos e sociais diferentes, como baixa auto-estima, baixa auto-confiança, sofre hostilidade, sofre abusos, e tendência a um comportamento de alto risco, o que pode explicar a suposta associação entre o uso dos esteroides anabolizantes e comportamento agressivo (AMSTERDAM et al., 2010). O uso abusivo de anabolizantes está associado a vários efeitos colaterais nocivos à saúde. No sistema reprodutivo masculino, o consumo de 10 anabolizantes acarreta desequilíbrio hormonal com redução nos níveis de testosterona endógena podendo levar à ginecomastia, atrofia testicular, alterações na morfologia do esperma e infertilidade. Entre os efeitos dermatológicos, encontra-se a acne que, ocorre em 50% dos usuários de anabolizantes e é um importante indicador clínico do abuso dessas substâncias (IRIART et al., 2009). Atualmente, os anabolizantes são restritamente vendidos, sendo liberados apenas em casos terapêuticos com o emprego de uma prescrição médica. Houve um significativo aumento nas ocorrências das apreensões de medicamentos falsificados na última década no Brasil. Nos laudos da Policía Federal, 2012, cerca de 26,0% das apreensões foram dos anabolizantes Durateston®, Hemogenin®, Deca Durabolin®. O consumo desses medicamentos falsificados causa enorme prejuízo aos pacientes e à saúde pública do país (AMES; SOUZA, 2012). No estudo de SILVA et al. (2007), o anabolizante mais consumido foi o Stanozolol (Winstrol®). Este fato é de extrema importância já que esta droga não é produzida nem distribuída pelos laboratórios e farmácias do Brasil, o que não é diferente da maioria dos outros medicamentos provenientes do exterior e encontrados em outros estudos nacionais e internacionais. Notou-se também o uso de medicamentos nacionais como o decanoato de nandrolona e a associação de sais de testosterona (Durateston®). Os produtos veterinários como os beta-2 agonistas e o undecilenato de boldenona, distribuídos para uso animal, são adquiridos em farmácias veterinárias ou no chamado "mercado negro". Estas observações demonstram graves irregularidades e ilegalidades quanto ao comércio e utilização destas substâncias em nosso meio (SILVA et al., 2007). Os esteroides anabolizantes, juntamente com os narcóticos, são utilizados indiscriminadamente por atletas, praticantes de atividade física e, inclusive, por adolescentes e crianças para prática esportiva recreativa. Isso ocorre devido ao comércio livre (mercado negro, farmácias de manipulação, farmácias veterinárias), e à obtenção sem prescrição médica ou com prescrição médica indevida. Essas substâncias são de procedência duvidosa, 11 em sua maioria manipuladas sem cuidados adequados de higiene, proporcionando muitas vezes doenças infecto-contagiosas (SILVA et al.. 2002). 5. DANOS À SAÚDE PELO USO DE ANABOLIZANTES O uso indiscriminado dos esteroides anabolizantes causa uma série de efeitos colaterais. Recentemente, foi constatado que quase 100% dos usuários de esteroides anabolizantes apresentavam algum efeito colateral. Dentre eles, os mais comuns são acne, atrofia testicular, retenção hídrica, alterações do humor e ginecomastia. Além disso, existe grande alteração das variáveis bioquímicas com o uso dos esteroides anabolizantes, como hormônios do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, enzimas hepáticas, células do sistema hematopoiético e perfil lípidico sanguíneo, novamente referido como fator de risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares (VENANCIO et al., 2010). A principal preocupação em relação ao aumento da frequência do uso destas substâncias se deve a grande quantidade de efeitos adversos que essas substâncias podem causar, em diferentes órgãos e sistemas como o músculo-esquelético, hepático, reprodutor e cardiovascular. O uso abusivo e continuado desta substância em humanos também pode causar severos efeitos adversos à saúde mental, como mudanças de humor, comportamento agressivo, depressão, hostilidade, surtos psicóticos e adições (DUTRA et al., 2012). Dentre as contraindicações dos esteroides anabolizantes androgênicos, se apresenta o uso para fins estéticos entre indivíduos saudáveis. Essa premissa tem por base as alterações provocadas pelos anabolizantes, desde modificações de caracteres sexuais secundários, salientando-se ora a virilização com aumento da libido, o aumento do pênis, o tom de voz mais grave, o aumento dos pelos faciais, ora a feminização, com o aumento das mamas no homem, diminuição do tamanho dos testículos e a incapacidade de produção de espermatozoides, até quadros graves como disfunções hepáticas e câncer de fígado (CECCHETTO et al., 2012). 12 Quanto aos efeitos do uso dos esteroides anabolizantes sobre a hipertrofia muscular, os resultados vão depender principalmente das drogas utilizadas, dose e tipo de treinamento realizado. Na parte de treinamento é estabelecido na literatura que o método mais utilizado para promover hipertrofia muscular é o de alta intensidade e curta duração com aumento progressivo da sobrecarga, como o levantamento de peso. Pela dificuldade para se estudar hipertrofia muscular em humanos com métodos invasivos e realizações de biópsia e a impossibilidade da aplicação de doses suprafisiológicas de esteroides anabolizantes, é utilizado o modelo de treinamento de força proposto por Tamaki et al., que desenvolveram um aparelho de agachamento que se mostrou efetivo na promoção da hipertrofia muscular em ratos por mecanismos semelhantes aos encontrados em humanos (CARMO et al., 2011) Nos estudos de Carmo et al. (2011), realizados em ratos em, foi observado que o esteroide anabolizante é eficaz em aumentar a hipertrofia e as concentrações de proteína muscular apenas quando associado ao treinamento de força. Onde esses efeitos parecem ser dependentes das características das fibras musculares, sendo os efeitos dos esteroides anabolizante observados no músculo plantar, caracterizado por ser predominantemente composto por fibras glicolíticas. O treinamento de força foi eficaz em aumentar a força muscular nas patas traseiras dos animais. No entanto, os esteroides anabolizantes parecem não exercer influência sobre esse aumento. É importante ser ressaltado que a hipertrofia muscular nem sempre é acompanhada de aumento na força muscular (CARMO et al., 2011). Os principais efeitos colaterais agudos do uso de esteroides são: dores de cabeça, retenção de líquidos (especialmente nas extremidades), a irritação gastrointestinal, diarréia, dores de estômago, e pele oleosa. Os efeitos agudos de maior impacto clínico são icterícia, alterações menstruais e hipertensão. Infecções podem se desenvolver no local da injeção, causando dor e abscesso (AMSTERDAM et al., 2010). A administração de esteroides exógenos diminui a secreção de esteroides endógenos por um mecanismo de retroalimentação negativa. Nos homens a supressão endócrina pode levar a hipogonadismo hipogonadotrófico, 13 atrofia testicular, a contagem reduzida de espermatozoides, diminuição da motilidade dos espermatozoides, morfologia anormal dos espermatozoides, infertilidade, e alterações na libido. Estes efeitos geralmente pioram com maiores doses tomadas por longos períodos de tempo. Este estado hipogonadal induzido é transitório e reversível após a descontinuação do uso de esteroides anabolizantes androgênicos. Em fisiculturistas com uma história de longo prazo de uso de anabolizantes, são necessários 6 a 12 meses para uma recuperação completa das funções testiculares. O Clomifeno pode restaurar com sucesso a disfunção e gonadotropinas têm sido usados para recuperar da azoospermia (EVANS, 2004; LUIGI et al., 2012; MARQUES et al., 2003). A redução da secreção de gonadotrofinas sistêmica e local, aumento hormônios anti-gonádico, aumento da temperatura, aumento da pressão e disponibilidade reduzida de oxigênio endo-abdominal podem representar fatores agravantes para a evolução e a gênese da varicocele ligado a alterações testiculares e seminais em atletas (LUIGI et al., 2012). Os efeitos benéficos dos exercícios sobre o músculo cardíaco podem ser prejudicados pelo uso de esteroides anabolizantes. O uso dessas substâncias está fortemente associado aos danos celulares no miocárdio e a cardiomiopatias. Prolongados tratamentos com esteroides anabolizantes levam a uma resistência vascular periférica aumentada e uma hipertrofia cardíaca juntamente a diminuição da contratilidade do coração. Nas células do miocárdio, o cipionato de testosterona (uma droga altamente androgênica) causa uma significativa elevação da di-hidrogenase de lactato, indicando assim, danos celulares. Vários efeitos adversos cardiovasculares induzidas por anabolizantes foram relatados, incluindo hipertensão, hipertrofia ventricular esquerda (HVE), enchimento diastólico prejudicado, arritmia, eritrocitose, alteração perfil de lipoproteínas e trombose (GROSSELLI, 2009; EVANS, 2004). As preparações androgênicas têm efeito errático e mudanças significativas no perfil lipídico, e têm um alto risco de efeitos adversos no fígado que incluem hepatotoxicidade, adenoma hepatocelular, icterícia, cisto no 14 fígado. Além disso, os androgênicos alquilados podem resultar no aumento das lipoproteínas de baixa densidade e diminuição das lipoproteínas de alta densidade com consequente aumento de risco cardiovascular (MORALES et al., 2000). Hartgens et al. (2003), avaliaram o perfil de apolipoproteínas e lipoproteínas em atletas de resistência, com uso de múltiplas drogas anabolizantes. Foi observado o aumento das concentrações séricas de Apolipoproteínas-B, e uma grande diminuição das concentrações séricas de HDL-C, HDL2-C, HDL3- C, e de Apo-A1. Isto leva a um aumento do risco de doenças cardiovasculares (HARTGENS et al., 2004). Com base em um histórico de terapia com esteroides anabolizantes e achados histológicos, a doença peliose hepática pode ser diagnosticada, a qual é caracterizada pelo surgimento de cavidades cheias de sangue no fígado, levando à falência do órgão. A patogênese é desconhecida, a peliose hepática está associada a muitas doenças (incluindo a tuberculose, AIDS, malignidade, imunodeficiência pós-transplante) e drogas. Notavelmente, os esteroides anabolizantes são frequentemente associados com o seu desenvolvimento, clinicamente, peliose hepática é assintomática, e geralmente é difícil fazer um diagnóstico precoce. Não há tratamentos específicos identificados, exceto para o tratamento da doença de base ou a descontinuação dos agentes causadores suspeitos. Peliose hepática pode ser uma complicação com risco de vida da terapia com esteroides anabolizantes. E deve ser incluído na diagnóstico diferencial em pacientes que receberam terapia de anabolizantes esteroides e mostram sinais de disfunção hepática (KOU et al., 2012). Os esteroides anabolizantes, quando utilizados em doses suprafisiológicas, possuem efeitos sobre a função tireóidea. Dentre esses efeitos, o mais pronunciado em seres humanos é a diminuição da globulina ligadora de tiroxina (TGB). Como essa proteína é uma das responsáveis pela manutenção das concentrações séricas de T4 e T3 para o aproveitamento celular e consequente resposta biológica, com sua diminuição ocorre diminuição da concentração sérica total desses hormônios (FORTUNATO et al., 2007). 15 Alterações dermatológicas tais como acne, estrias, alopecia e hirsutismo são induzidas pela ação da diidrotestosterona (metabólito biologicamente ativo do hormônio testosterona de caráter andrógeno) na pele e glândulas sebáceas. Altas doses de anabolizantes podem causar acne, aumentando lipídeos da superfície da pele e população cutânea de Propionibacteria acnes. O aparecimento de estrias cutâneas são o resultado de rápidos ganhos de massa corporal, em que a pele não é capaz de acomodar a taxa de estiramento, é um efeito secundário dos esteroides sobre o colágeno reduzindo a elasticidade da pele (EVANS, 2004; AMSTERDAM et al., 2010 ). A dosagem suprafisiológica de anabolizantes pode, ocasionalmente, ser associada a síndromes de hipomania ou mania, que são muitas vezes caracterizados por um comportamento irritado ou agressivo. Episódios de depressão maior pode também ser associados a sua utilização. Usuários de anabolizantes podem desenvolver uma síndrome de dependência relacionada tanto aos efeitos mioativos e psicoativos e podem apresentar outras formas de dependência de drogas, tais como opioides (KERSEYet al., 2012). 6. CONCLUSÃO O uso terapêutico dos anabolizantes tem grande sucesso no tratamento da osteoporose, hipogonadismo, caquexia e anorexia. Também são utilizados sem indicação médica para obter efeitos estéticos no meio da musculação e culturismo, e melhora no desempenho de esportistas. No uso médico podem aparecer efeitos colaterais do uso de esteroides anabolizantes, sendo necessário avaliação do risco-beneficio e controle na sua utilização. Os danos à saúde são maiores em indivíduos que fazem o uso indiscriminado de anabolizantes por fazerem uso de doses suprafisiológicas, aumentando o risco de doenças hepáticas, cardiovasculares, acne, distúrbios no sistema reprodutor, distúrbios na função tireóide, distúrbios de comportamento. Sendo assim, é necessário um maior controle do uso de esteroides anabolizantes que já é tratado como um problema de saúde pública, além de campanhas para a 16 conscientização e prevenção do uso não médico envolvendo todas as áreas da saúde. 17 7. REFERÊNCIAS AMES, J.; SOUZA, D. Z. Falsificação de medicamentos no Brasil. Rev. Saúde Pública, v. 46, n. 1, p. 154-159, 2012. AMSTERDAM, J. V.; OPPERHUIZEN, A.; HARTGENS, F. Adverse health effects of anabolic–androgenic steroids. Regulatory Toxicology and Pharmacology, v. 57, p. 117–123, 2010. AQUINO NETO, F. R. O papel do atleta na sociedade e o controle de dopagem no esporte. Rev. Bras. Med. Esporte, v. 7, n. 4, p. 138-148, 2001. AZEVEDO, M. P. 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