II – São Paulo, 127 (53) terça-feira, 21 de março de 2017 Diário Oficial Poder Executivo - Seção I I ndecisa entre o curso de biomedicina e o de farmácia, Thais Yauti, 16 anos, decidiu participar da visita monitorada ao Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), que abriu suas portas para acolher 105 estudantes do ensino médio e pré-vestibular, na sexta-feira, 17. Aluna do Colégio Porto Seguro, Thais diz ter ido “conhecer melhor a biomedicina, o espaço universitário, a atuação profissional e tirar dúvidas com os professores. “Sonho em estudar na USP”. Iniciativa integra o Programa USP e as Profissões e busca auxiliar os jovens na escolha de uma carreira profissional; os 105 estudantes puderam assistir a palestras e vídeos, conhecer laboratórios e participar de oficinas, entre outras atividades Thais, que também participou da Feira de Profissões, promovida pela USP, ilustra bem o perfil dos visitantes: “São espartanos, dedicados e focados”, avalia Maria Inês Nogueira, presidente da Comissão de Cultura e Extensão Universitária da USP, responsável pela iniciativa que integra o Programa USP e as Profissões Programa da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, o USP e as Profissões tem o intuito de apresentar diferentes aspectos relacionados às profissões dos cursos oferecidos. Serve de subsídio aos estudantes para que, com a ajuda de seus familiares e professores, orientem-se na importante tarefa de optar por uma carreira profissional. Uma das vertentes do programa são as visitas monitoradas de estudantes do ensino médio e pré-vestibular aos espaços universitários: escolas, faculdades, institutos, museus e órgãos da USP. A outra são as informações mostradas no descritivo sobre os cursos oferecidos. Por último, há as Feiras de Profissões, promovidas duas vezes por ano: uma no câmpus da capital; outra, em um dos câmpus do interior. O esquema funciona em sistema de rodízio. Essas iniciativas oferecem ao pré-vestibulando oportunidade de acesso às informações necessárias à escolha mais consciente da área de formação entre aquelas existentes na USP e, consequentemente, acaba contribuindo para a redução do índice de evasão na universidade. Programa USP e as Profissões. “A biomedicina é uma profissão do futuro que lida com questões à frente de seu tempo. Em média, 60% dos nossos alunos participaram da visita monitorada”, destaca. Responsável pela acolhida, Monica Chamorro explica a logística da visitação, entre 9 e 14 horas, que contempla palestras – como a do professor Jean Pierre Schatzmaan Pero, que discorreu sobre o Zica vírus e interações neuroimunes –, visita a laboratórios, projeções, vídeos, oficinas, entre outras atividades. Os visitantes tiveram o privilégio de estrear o Museu de Anatomia, que deve reabrir oficialmente em abril, após passar por reformas. Pesquisas – A professora Irene Yan fala das pesquisas científicas – algumas com aplicação terapêutica e imunológica – empreendidas no Laboratório de Biologia Celular e do Desenvolvimento. “Trabalhamos com embrião de galinha, por ter semelhanças com a reprodução humana e ser eticamente confortável. Estudos com outros embriões trariam a questão do sofrimento e possível morte da mãe”. A base experimental são os ovos galados (cruzamento com o galo); os fertilizados artificialmente servem para consumo humano. “O valor de um ovo galado equivale ao preço de meia dúzia do outro.” Cecília Magalhães, mestranda da professora Irene, mostra aos visitantes como retirar embrião de galinha e coloca-o na lupa para todos observarem. “Pegamos um pedaço da membrana que recobre a gema”, diz Cecília. “É barato, fácil de manipular e rápido. São 21 dias de fertilização, tempo que o pintinho se alimenta da gema para se desenvolver. Acabado o prazo, tem de eclodir (sair da casca) porque acaba o alimento”, esclarece Irene. Os estudos de desenvolvimento embrionário permitem “fazer microcirurgias, injetar DNA para criar mutantes, observar formação embrionária, células, genes”, exemplifica Irene. “Temos até uma galinha eletrônica”, completa. Atenta a tudo, Anna Katarina Ayres, 17, do Colégio Santo Agostinho, diz FOTOS: CLEO VELLEDA Alunos do ensino médio visitam o Chegada – Entre 9 e 14 horas, os jovens participaram de diversas atividades, além de estrear o Museu “parecer um sonho. É a primeira vez que venho à USP”. Biomedicina, biociência e medicina são os cursos que estão em sua mira. Escolha – Diferentemente de Thais, que está inclinada à atuação em pesquisa, carreira acadêmica, indústria ou laboratórios, Anna quer “trabalhar com pessoas. Em Rondônia, a USP oferece tratamentos”. Na verdade, é um trabalho de atendimento à comunidade local relacionado às pesquisas de doenças tropicais. As duas jovens farão inscrição nos vestibulares da USP, Unicamp, Unesp e Unifesp. Anna vai incluir na sua lista a Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade de Londrina e a do Paraná. No departamento de Microbiologia, a professora Kelly Ishida mostra aos alunos Enzo – Pretende “atirar para todos os lados” na escolha da universidade Professora Kelly – Explicações sobre quimioterapia fúngica Maria Inês: “60% dos alunos do ICB participaram da vis Mônica, responsável pela acolhida aos estudantes Morillo – Informações sobre bioprodutos feitos com DNA de bactérias A IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO SA garante a autenticidade deste documento quando visualizado diretamente no portal www.imprensaoficial.com.br terça-feira, 21 de março de 2017 às 02:08:02.