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EUROPA
Ambientes físicos, seus usos e as atividades econômicas
 OS AMBIENTES FÍSICOS
Quando estudamos o continente europeu, percebemos claramente que existem diferenças marcantes
entre o Norte, o Centro e o Sul. Isso não se deve somente à posição geográfica e, portanto, aos
climas, que são diferentes, mas também à origem dos terrenos do continente.
Mapa físico da Europa
Fonte: http://www.10emtudo.com.br/aula/ensino/europa_aspectos_fisicos_relevo/
As terras do norte da Europa
Na parte norte da Europa encontramos os
terrenos mais antigos. São os maciços cristalinos.
Essa estrutura de relevo originou formas como os
Alpes Escandinavos, que são elevações levemente
arredondadas, de baixa altitude. O ponto mais alto
tem apenas cerca de 2 mil metros.
Formações características da Península
Escandinava, os fiordes são golfos cercados por
montanhas, que formam vales bastante estreitos e
profundos. Originam-se da ação de grandes geleiras
que provocam a erosão dos terrenos na proximidade
com o mar.
Seu formato assemelha-se ao dos cânions,
porém com uma diferença fundamental: enquanto
estes são formados pela ação da erosão fluvial, isto
é, pelo desgaste das rochas e dos solos provocado
pela água dos rios, os fiordes são esculpidos pela
ação da água congelada na forma de geleiras, que,
lentamente, ao longo de milhões de anos, vão desenhando belos vales no litoral europeu.
Nessa parte norte da Europa também existem
extensas áreas mais baixas, como na Finlândia.
Em toda essa região ocorreu no passado longínquo
uma forte ação das geleiras durante as glaciações. Os
numerosos lagos que pontilham o território da Finlândia,
por exemplo, formaram-se por causa da ação das geleiras
que cobriram essa região durante milhares de anos, nas
glaciações. O gelo extremamente pesado se depositou
sobre o solo e este afundou. Depois, com o degelo e o
reaquecimento da Terra, essas geleiras derreteram e
formaram uma infinidade de lagos. Mesmo após milhões
de anos eles continuam existindo, pois como estão em
áreas mais baixas recebem a água das chuvas e do degelo
das regiões mais altas.
As bacia sedimentares da região central da Europa
As maiores bacias sedimentares da Europa estão concentradas na região central do
continente. Nessas localidades, durante as glaciações e as mudanças no clima e no relevo do
planeta, muitas florestas morreram e foram soterradas da Europa por espessas camadas de
sedimentos durante milhões de anos. A lenta decomposição da matéria orgânica soterrada —
árvores mortas e sedimentos marinhos incorporados por deslocamentos dos terrenos — deu origem
a ricas jazidas de carvão mineral.
Alguns dos mais importantes rios
europeus cortam essa região. Como o
terreno é baixo e relativamente plano,
muitos desses rios são navegáveis em
grande parte de seu curso.
Importantes rios nascem nos
planaltos e nas montanhas do continente
e deságuam no Mar Mediterrâneo.
Dentre eles, destacam-se os rios Pá
(Itália), Danúbio (segundo maior do
continente, percorrendo, no sentido
oeste-leste, oito países, da Alemanha até
a Romênia) e Volga (Rússia); este
último é o maior rio da Europa, com
aproximadamente 3700 km de extensão
e foz no Mar Cáspio.
Um dos mais famosos rios europeus, o Tâmisa, em Londres, se transformou em exemplo
mundial por seu processo bem-sucedido de despoluição. Era conhecido como “Grande Fedor” em
meados do século XIX, quando as seções do Parlamento inglês eram suspensas devido ao péssimo
odor exalado pelo esgoto contido no rio. Passados quase 150 anos do início de seu tratamento,
atualmente o Rio Tâmisa é um atrativo turístico da capital inglesa, sendo bastante utilizado para
lazer e navegação. Conta com águas limpas e propícias para o retorno de um de seus “velhos
habitantes”: o salmão, peixe extremamente sensível à poluição.
De modo geral, a maior parte dos rios está associada ao transporte de mercadorias, modo de
transporte muito bem explorado pelos europeus através de suas inúmeras hidrovias que percorrem
as vastas planícies de seu território. Muitas capitais e cidades de diversos países europeus são
banhadas por rios importantes e possuem modernos e eficientes portos. Como exemplo, destaca-se
o porto de Duisburg; localizado na cidade alemã de mesmo nome, é o maior porto fluvial da
Europa.
As montanhas no sul da Europa
Os territórios situados na parte centro-sul
Europa são caracterizados por montanhas muito altas.
São dobramentos modernos, como os Andes as
Montanhas Rochosas, na América.
Essas elevações surgiram graças ao choque da
Placa tectônica Euro-asiática com a placa Africana, que
deslizava para o norte e pressionava as terras da
Europa. A Placa Euro-asiática, então, começou a se
enrugar, dobrando e elevar uma parte dos terrenos
localizados ao sul.
Esses
intensos
movimentos
tectônicos
separaram muitas terras e acabaram abrindo canais
marinhos, conhecidos como estreitos. Os mais
importantes estreitos nessa região são Gibraltar Bósforo
e Dardanelos.
Link com o Brasil
Hidrovias são mais baratas, mas só levam 1% da produção
Antes de desaguar no Rio Amazonas, ao norte do Pará, as caudalosas águas do Rio
Tapajós cortam os estados de Mato Grosso e Amazonas, atravessando áreas onde se localizam
algumas das principais jazidas minerais e fronteiras agrícolas em desenvolvimento no país.
Nos últimos anos, a possibilidade de transformar o Tapajós em um importante canal de
escoamento da produção das regiões Norte e Centro-Oeste atraiu investidores. A Hidrovias do
Brasil — empresa de navegação fluvial formada em 2010—vai aplicar 1,3 bilhão de reais na
construção de terminais fluviais nos portos paraenses de Miritituba, no município de Itaituba, no
interior do estado, e Vila do Conde, em Barcarena, já no litoral. barreira à navegação no Rio
Tocantins.
O início da operação está previsto para a safra agrícola de 2016. “0 Tapajós deverá se
consolidar como uma das principais rotas de transporte do Norte brasileiro”, diz Bruno Serapião,
presidente da Hidrovias do Brasil. A empresa segue os passos da Bunge, que se tornou no mês
passado a primeira companhia a transportar cargas pelo Tapajós.
Segundo dados do Ministério dos Transportes, as hidrovias brasileiras movimentam
anualmente 25 milhões de toneladas. O volume corresponde a cerca de 5% do que é transportado
a cada ano apenas no Rio Mississippi, a principal hidrovia americana.
O que tinha tudo para ser uma vantagem natural vem se transformando em um caminho
cheio de obstáculos. Um deles é a indefinição do governo sobre quem deve ser responsável pela
construção das eclusas. Se uma barragem é construída sem eclusa, a navegação fica interrompida.
Hoje, a legislação determina que os projetos das usinas prevejam esse tipo de estrutura, mas não
diz quando devem ser construídas e quem paga pela obra. Como as regras são vagas, a maioria
das barragens é feita atualmente sem eclusa.
Do ponto de vista do custo, deixar a eclusa para mais tarde não faz sentido. “Construída
após a conclusão da hidrelétrica, a eclusa pode custar cinco vezes mais do que se for feita junto
com a barragem”, diz Manoel Reis, coordenador do Centro de Excelência em Logística e Supply
Chain, da Fundação Getúlio Vargas.
E por isso que na Europa as empresas do setor elétrico só recebem licença para construir
uma hidrelétrica se aceitarem fazer as eclusas ao mesmo tempo. O objetivo é não permitir que a
navegação dos rios seja interrompida.
Hoje, quem paga o preço do descuido com o transporte hidroviário é a economia
brasileira, que poderia ter uma logística mais eficiente. O transporte fluvial é a alternativa de
menor custo para levar cargas volumosas em grandes distâncias.
De acordo com o Ipea, transportar 1 tonelada de carga por 1 000 quilômetros de um rio
custa no Brasil, em média, 45 reais — a metade do custo do transporte rodoviário e 25% menos
do ferroviário. É um dinheiro que estamos deixando ir, novamente com o perdão pelo trocadilho,
por água abaixo.
FURLAN, Flávia. Hidrovias são mais baratas, mas só levam 1% da produção. 4jun. 2014.
Disponível em: <ht p://exame.abril.com.br/revistaCXame/edic0e5/lOóóIf0ti 5/contra-acorrente>. Acesso em: 29 dez. 2014.
A partir da leitura da reportagem anterior, responda às perguntas que se seguem.
1. Por que os rios europeus contribuem mais para a economia local do que os rios
brasileiros?
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2. Quais os principais obstáculos para o transporte hidroviário no Brasil?
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3. Se o transporte hidroviário é uma alternativa eficiente para territórios que possuem
redes hidrográficas com rios de grande porte, por que no Brasil, país com elevado
potencial hidroviário, esse sistema não é tão significativo?
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 ATIVIDADES ECONÔMICAS
O setor agrícola europeu é, em geral, altamente desenvolvido, em particular na Europa
ocidental. Ele também é orientado pela Política Agrícola Comum (PAC), cuja origem está no
Tratado de Roma de 1957, que estabeleceu o Mercado Comum Europeu, um dos passos
fundamentais para a criação da União Europeia.
A PAC é, essencialmente, um sistema de subsídios agrícolas, sustentado por um gasto anual
da ordem de 60 bilhões de euros, o que equivalia a 43% do orçamento total da União Europeia em
2011, segundo a agência de notícias Presseurop. Esse sistema combina pagamento direto de
subsídios e garantia de preços mínimos aos agricultores para menor condição de competitividade;
imposição de tarifas e cotas para a importação de produtos de fora da União Europeia.
A PAC busca superar os desequilíbrios regionais entre a agricultura da Europa ocidental e os
sistemas de produção agrícola do sul, do centro e do leste europeu. No caso desses últimos, o
principal desafio é a modernização do campo, que ainda carrega os efeitos da agricultura praticada
no período socialista.
Esse sistema de subsídios é alvo de críticas internacionais e de disputas no âmbito da
Organização Mundial do Comércio (OMC). Alguns países questionam as medidas protecionistas da
União Europeia, que também recebe críticas internas. Alguns países do bloco veem como excessivo
o capital utilizado nos subsídios.
A PAC protege principalmente a produção e comercialização de trigo, centeio, cevada,
arroz, batata, sementes oleaginosas, laticínios, leite, vinho, mel, carnes, ovos, açúcar, frutas,
algodão, óleo de oliva, linho, seda, tabaco e flores.
Com a expansão da União Europeia em 2004 (basicamente com a entrada dos países do
antigo bloco socialista), o número de fazendeiros subiu de 7 milhões para 11milhões, houve uma
expansão de terras aráveis da ordem de 30%, e a produção europeia cresceu entre 10% e 20%.
Cultiva-se principalmente trigo, centeio, cevada, videira e cítricos, e as principais criações
de animais são de bovinos, suínos e aves. As três mais importantes regiões do continente são:

o nordeste europeu, com predomínio
de campos de pastagens e grandes extensões de
terras irrigadas e cultivadas;

a Europa Centro-Oriental, com
produção agrícola irrigada e pecuária extensiva,
onde predominam pequenas propriedades familiares;

a Europa mediterrânea, com produção
de vinho, azeite e cítricos, além da pecuária, em
pequenas propriedades.
O uso da terra para fins econômicos implica
escolhas dos produtos agrícolas adaptados mais
facilmente àquele ambiente e principalmente ao
clima e ao solo.
A União Europeia também adotou uma política comum de pesca, que consiste em um
sistema de cotas, criado para evitar que a pesca seja superior à capacidade de reprodução dos
cardumes (sobrepesca).
Apesar dessas regras, o bacalhau, um dos principais produtos pesqueiros da Europa, tem se
tornado cada vez mais raro no Mar do Norte. Esse sistema restritivo de regras de pesca é a principal
razão da Noruega e Islândia não terem aderido à União Europeia. A política comum também
estabelece garantia de preços mínimos e subsídios direto aos pescadores. A indústria da pesca
europeia tem sua principal base nos mares da região escandinava.
REFERÊNCIAS BILIOGRAFICAS
- CASTELLAR, Sonia Maria Vanzella e SEFERIAN. Projeto Athos: Geografia 9º ano. 1ª edição.
São Paulo: FTD, 2014.
- Módulo do Sistema de Ensino Ari de Sá: Geografia, 9º ano do Ensino Fundamental. Volumes 2.
- TAMDJIAN, James Onig. & MENDES, Ivan Lazzari. Estudos de Geografia: O Espaço do Mundo
I. 8º ano (7ª série). São Paulo: FTD, 2012.
ATIVIDADES
1. Quais são as evidências de que o norte da Europa sofreu ação intensa do intemperismo, ou seja,
da chuva, dos ventos e das geleiras?
2. Observe e responda:
Por que as grandes reservas de carvão da Europa estão concentradas na região assinalada?
3. Quais são as regiões agrícolas mais importantes do continente europeu? Caracterize-as.
4. Em qual região do continente europeu estão os dobramentos modernos, sujeitos a terremotos e
erupções vulcânicas?
5. Leia o texto abaixo:
“Esse é um mar quase fechado, que banha o litoral meridional da Europa, o ocidental da Ásia e a
faixa costeira norte da África do Norte. Apresentando grandes profundidades, é quase totalmente
rodeado por áreas de montanhas de formação geológica recente, como os Pirineus, os Apeninos e a
Cadeia do Atlas. A existência de inúmeras penínsulas torna a costa banhada por esse mar bastante
recortada, fato aproveitado para a instalação de portos muito movimentados (...)”
OLIC, Nelson Bacic, Conflitos do mundo. São Paulo: Moderna, 2009.
A qual mar o texto faz referência? Justifique sua resposta
6. Que problemas de caráter ambiental impedem a Noruega e a Finlândia de aderirem à União
Europeia? Explique-o.
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