SS 0806: Paixão do Senhor

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SS 0906:
Amor mais forte que a morte
A Liturgia da Paixão do Senhor não tem a celebração
da Eucaristia, mas apenas a distribuição da comunhão.
Além de uma introdução e conclusão silenciosa,
a Liturgia tem quatro momentos distintos:
1. A Liturgia da Palavra nos apresenta uma síntese da vida e da ação de Jesus:
- Ele é o Servo que carrega os pecados da humanidade (1ª Leitura)
- O Rei Universal que dá a vida (Evangelho)
- O Único Sacerdote e Mediador entre Deus e a humanidade (2ª Leitura).
2. A Oração universal: exprime a abertura universal da comunidade,
consciente de que a Salvação de Cristo é oferecida a todos os homens.
3. Adoração da Cruz; Jesus celebrou a sua Páscoa, "passando" através
de uma morte dolorosa e humilhante, para chegar à Ressurreição gloriosa.
Honrando a Cruz, adoramos e agradecemos a Jesus por seu Amor.
4. Rito da Comunhão: Hoje não há oferendas a apresentar ao Pai.
Não é renovado no Altar o Sacrifício da Cruz,
mas se faz a Comunhão com o pão eucarístico consagrado na véspera.
A Leitura da Paixão segundo João
nos introduz no mistério pascal, que nesse dia revivemos.
Jesus morre no momento em que, no templo, se imolam
os cordeiros destinados à celebração da Páscoa.
João é muito sóbrio a respeito dos sofrimentos. Ele não pretende comover
os cristãos com a descrição dos tormentos atrozes infligidos a Jesus,
mas procura de todos os modos fazer entender a imensidade do seu amor.
Jesus está consciente dos últimos acontecimentos de sua vida e sua missão.
Não é arrastados pelos acontecimentos. Está preparado para dar a vida.
O objetivo de João é alimentar a fé dos discípulos e
iluminá-los sobre o sentido misterioso do que aconteceu.
Jesus era a "Luz", mas os homens amaram mais as trevas do que a "Luz",
por isso o rejeitaram e condenaram.
Vamos retomar alguns fatos, relembrar alguns personagens de então
para vivenciar mais intensamente esse Drama Sagrado.
O BEIJO DE JUDAS
Foi um sinal de amor (como uma flor), transformado em gesto de maldade.
Foi a suprema falsidade de um homem, procurando traduzir com os lábios,
o que não desejava o coração.
O PERFUME DA MADALENA,
derramando aroma aos pés do Mestre, a pecadora pública de Mágdala
demonstra que amar era aquilo que ela desejava e
pecar era aquilo que ela não queria.
No lavar os pés de Jesus, ela manifesta
que desejava lavar também a alma do pecado,
de entregar seu corpo a quem o desejasse.
Como Judas, também ela beijou o Cristo.
Só que Judas O beijou para traí-lo
e ela, para se libertar de sua vida de traição.
Judas o beijou, porque queria vendê-lo e
ela o beija, porque estava cansada de ser vendida.
A TOALHA DE VERÔNICA
Sem ter medo de ninguém, uma mulher, que passou a ter este nome,
rompe o grupo violento dos soldados e
enxuga o rosto do Mestre coberto de sangue,
certamente provindo dos furos causados pelos espinhos
que lhe perfuravam a fronte.
A BACIA DE PILATOS
percebemos que foi usada como símbolo da covardia.
E os séculos nela reconhecem o sinal acabado da omissão.
Por não ter tido a coragem suficiente, omitiu-se o procurador romano,
permitindo que Cristo fosse condenado, ainda que nele não visse nenhum mal.
Bacia de Pilatos e bacia de Jesus no lava-pés! Duas bacias bem diferentes!
A SEPULTURA NOVA DE JOSÉ NA ARIMATÉIA
Por causa desse homem rico, mas de profunda sensibilidade,
Cristo não é lançado em vala comum e passa a ter direito a uma sepultura.
Para nascer, Jesus não encontra um berço.
Para descansar na morte, lhe é ofertado um túmulo.
Talvez por lhe ter faltado, na hora do nascimento,
encontrou o amigo fiel na hora da morte.
Às vezes é assim. Precisa-se mais de um amigo para morrer
do que para começar a vida...
- Durante a vida ninguém deu valor... ou até fez sofrer...
quando morreu... todos exclamam comovidos:
"Coitado, ele era uma boa pessoa, será insubstituível..."
Conclusão: Conclui a narrativa com a imagem da festa das núpcias:
a comunidade abraça seu esposo e mostra ter entendido quanto foi amado por ele.
Começa assim no Calvário a festa das núpcias que terá sua realização plena no céu.
Esta será a conclusão da história de amor entre Deus e o homem.
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa 02.04.2010
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