cliqui aqui - Jovial Clínica

Propaganda
Tema: Fibromialgia
Por Dr. Marcelo Bonanza
Olga Goulart – Antigamente, pessoas que sentiam dor generalizada além de inúmeras queixas
mal definidas não eram levadas muito a sério. Tempos depois foram descobertos que estes
sintomas poderiam estar relacionados a fibromialgia, síndrome crônica que causa dores e
cansaço extremo, podendo prejudicar a qualidade de vida e o desempenho profissional do
paciente. A fibromialgia pode se apresentar de várias formas, ou seja, cada indivíduo tem uma
própria história com seus próprios fatores desencadeantes. Atualmente, a busca pelo tratamento
individualizado que atenta às características específicas de cada paciente tem inspirado médicos
e pesquisadores com surgimentos de medicamentos e de clínicas especializadas neste assunto.
Quem conversa conosco hoje é o médico Marcelo Bonanza, especialista em ortopedia e
traumatologia com pós-graduação em medicina ortomolecular.
Doutor, eu gostaria que o senhor esclarecesse para os nossos ouvintes o que é a fibromialgia.
Dr. Marcelo Bonanza – Olá Olga, tudo bem? É um prazer falar com você e com nossos ouvintes.
Bom, a fibromialgia é uma característica de uma inflamação na síntese de colágeno, ou seja,
onde tudo que pega tecido conjuntivo, músculos, tendões, hoje já está qualificando porque antes
achavam que a dor era meramente muscular, mas hoje já está configurado que também as
fáscias podem dar alterações e o pessoal fala assim: “ah, mas fáscia não tem terminação
nervosa”, mas uma fasciíte plantar dói muito. Uma fáscia muscular cervicobraquial,
tensionamento cervical também dói muito. Então na suma da palavra ele é muito caracterizado
por uma lesão inflamatória muscular e aí é que está o “X” da questão, porque se é inflamatória
ela poderia responder aos anti-inflamatório só que não responde. Então você as vezes faz um
teste diagnóstico e não encontra nenhuma etiologia de causa, mas você faz uma biópsia do
músculo - porque antigamente precisava fazer biópsias para conseguir configurar essas lesões
fibromiálgicas – e aí davam as alterações ao nível das fibras musculares. Mas a fibromialgia é
um processo que causa alterações neste contexto que vai levar o paciente a ter dor.
Olga Goulart – E quais são os fatores de risco, doutor?
Dr. Marcelo Bonanza – Bom, hoje já tem pesquisas demonstrando que a fibromialgia é uma
doença ligada ao cromossomo X, ou seja, 95% são mulheres e acometem mais as mulheres na
faixa etária de 35 anos a 55, fase que se conhece muito como climatério e a fase que está
entrando na menopausa. Então, até chamamos de pseudodiagnóstico, chamando atenção para
deficiência ou insuficiência de progesterona e está ligado diretamente ao intestino, ou seja, o
paciente não consegue produzir o quantitativo de hormônios que ele precisa para abrir canais de
GABAA, canais do prazer, canais de cálcio, canais de liberação do controle da dor. Falando para
o ouvinte entender, nós temos dores, lesões articulares e musculares continuamente, eu diria
que 18 horas por dia, porque as outras 6 horas ele deveria estar dormindo. Enquanto tem
movimento ele tem desgaste.
Olga Goulart – Quais são os sintomas e como diagnosticar a fibromialgia?
Dr. Marcelo Bonanza – A fibromialgia são lesões musculares, geralmente chama de inflamação
muscular, mas na realidade ele não apresenta inflamação por causa dele não responder aos
anti-inflamatórios, mas é um diagnóstico que é feito clinicamente, porque você faz exames de
imagem como ultrassom, eletroneuromiografia e você não consegue detectar, a não ser que você
faça uma biópsia. Antigamente se fazia biópsia muscular para detectar estas alterações a nível
de bandas e feixes musculares. Hoje chama fibromialgia um quadro de dor onde você consegue
configurar mais de 11 tender points dos gânglios, por exemplo, o paciente chega o consultório e
diz que tem dor na cervical, dor na omoplata, dor no ombro, dor no quadril, dor na bacia, então
ele começa a ter vários pontos inflamatórios e os exames não apresentam alterações a nível
reumático, a nível de hérnias, a nível de tendinite. Já se configura hoje que a fibromialgia pode
estar associada também as artrites. Antigamente falavam assim: “você não tem inflamação
configurada” então começa a derivar o paciente para fechar um diagnóstico clínico de
fibromialgia. Mas hoje já se sabe que o paciente pode ter fibromialgia que são essas lesões
musculares que não respondem a anti-inflamatórios e analgésicos e também ter lesões
neurológicas, neuropáticas e a articulação, então ele já pode estar associado. O que chama mais
atenção para a gente é que a fibromialgia é um diagnóstico ligado ao cromossomo X, ou seja, é
uma doença ligada as mulheres, então esses 5% que aparece em homens não é fibromialgia, a
gente chama de síndrome miofascial. Então quando um homem apresenta fibromialgia tem que
se investigar níveis de hormônio feminino no corpo masculino, níveis de estradiol elevado, nível
de aromatase e esses homens têm que tomar cuidado por causa da absorção na próstata. Mas
voltando ao diagnóstico pré-estabelecido e que é configurado na classificação do sexo feminino,
então agora já se configura um diagnóstico ligado às insuficiências destes neurormônios e
insuficiência de progesterona. Então como acomete mulheres a partir de 35 a 45 anos é
justamente na fase que você conhece como climatério e a menopausa, as mulheres começam a
fazer insuficiência de progesterona que é o hormônio que controla a calcificação de stross que é
o hormônio que controla a ansiedade e a qualidade do sono. Geralmente pacientes que sofrem
com fibromialgia entram na síndrome da fadiga crônica nascida da exaustão. Então tem uma
série de patologias e de sintomas que estão correlacionados com a fibromialgia, essas mulheres
começam a queixar muito com essas mesmas queixas “eu tenho insônia, tenho ansiedade,
insatisfação, depressão” e vai se correlacionando.
Olga Goulart – A fibromialgia pode estar associada a outras doenças?
Dr. Marcelo Bonanza – Sim, com certeza. Ela geralmente, em 90% das patologias não vem
isoladas, então elas estão associadas a uma microbiota intestinal ruim, paciente tem obstipação
crônica, paciente não tem boa digestão, refluxo, gastrite, esofagite. Porque está se
correlacionado a fibromialgia ao problema da disbiose. O organismo do paciente não consegue
eliminar patógenos e aí ele começa a produzir fungos, leveduras, é muito questionável esta
situação porque alguns doutores não conseguem assimilar o processo do intestino com o
controle da dor e com isso a gente não consegue vislumbrar como que um paciente que não tem
um intestino bom não consegue produzir endorfinas e serotoninas. Então automaticamente ele
não vai ter uma produção boa de neurormônios, hormônios que vão aliviar o processo da dor.
Olga Goulart – Certo. De forma geral, como que é feito o tratamento da fibromialgia? Você
poderia citar as principais terapias utilizadas?
Dr. Marcelo Bonanza – Bom, primeiro tem que se afastar todo e qualquer tipo de diagnóstico.
Então para se chegar ao funil que é uma fibromialgia, o paciente precisa realmente passar pelos
especialistas reumatologistas, ortopedistas, o clínico geral e a partir daí ele configurar que não
tem patologias associadas, ou que tenha mas que deve ser tratado, então o paciente com
hipotireoidismo pode dar um distúrbio de controle da dor, paciente com artrite reumatoide,
paciente com falcêmico, uma série de outras patologias precisam ser afastadas. Uma vez que
essas patologias são afastadas e estão tratadas e equilibradas vai se focar na questão da
fibromialgia.
No nosso contexto de medicina, vou fazer uma ressalvazinha que o Conselho Federal de
Medicina não aceita essa pós-graduação e essa classificação de ortomolecular, para quem
esteja nos ouvindo e o Conselho Federal de Medicina disser que medicina ortomolecular não
existe e não aceita. É bom frisar que eu não estou divulgando ortomolecular e sim medicina
funcional clínica e ortopedia.
Então uma vez que é feito este diagnóstico, então o paciente pode investigar as reações de
disbiose, precisa fazer exames para poder configurar se ele não tem leveduras e fungos
presentes, fazer exames de intolerância alimentar e também insuficiência de progesterona.
Configurando isso ele pode fazer tratamento de compensação, existe hoje progesterona que não
precisa ser usado oral, ela pode ser usada no nível tópico isomolecular idêntico ao que o corpo
produz e pode também recompor essa microbiota intestinal com os probióticos e os prebióticos
e tratar os possíveis patógenos que podem favorecer essa descompensação. Então os mais
conhecidos é a cândida, você já deve ter visto muito falar de candidíase, os clostrídios os fungos
e as leveduras de uma maneira geral e aí você começa a observar a resposta do paciente e fazer
exames de intolerância alimentar que é diferente de exames de alergia alimentar, conseguindo
configurar isso aí a gente começa a ver a resposta do paciente e ver onde você precisa ajustar
mais ou menos para que ele tenha uma melhora do alívio da dor.
Olga Goulart – Qual que é a importância de um tratamento individualizado no caso da
fibromialgia, existem benefícios, por exemplo, na utilização de substâncias e medicamentos
manipulados no tratamento de pacientes portadores da fibromialgia?
Dr. Marcelo Bonanza – Sim, com certeza. As pessoas são únicas, elas individualizadas e
precisam de um olhar amplo em todo o sistema, mas com foco naquela especificidade que o
paciente apresenta. Então não existe um remédio que vai servir para todos os pacientes de
fibromialgia. Medicações manipuladas, as medicações magistrais, você consegue adequar para
mais ou para menos o que cada paciente precisa. Tem paciente que precisa muito mais de
magnésio, vitamina K2, de uma vitamina D2 e ele não precisa de uma dose alta de antiinflamatória que ele não responde, tem paciente que precisa de lactobacilos acidófilos, ele pode
não precisar dos bífidos. Cada paciente tem uma especificidade e um tipo de microbiota, um tipo
de intestino de permeabilidade que vai assimilar melhor, mais ou menos. As medicações
manipuladas dão esta manobra de você ajustar a dose específica e individualizada para cada
problema e cada paciente. Então a gente não trata a doença, a gente trata a pessoa. Ao invés
da gente estar focando e generalizar um corte horizontal para todo mundo você vai fazendo um
trabalho específico para aquela pessoa, no tipo de reação que ela apresenta e nos sintomas.
Olga Goulart – Mudanças no estilo de vida como exercício físico e alimentação balanceada
podem ajudar a melhorar os sintomas da fibromialgia?
Dr. Marcelo Bonanza – Com certeza. Se um paciente faz uma atividade física ele oxigena melhor
estas fibras e a gente está falando de tecido conjuntivo, tecido muscular. Então uma forma da
gente eliminar estrogênio e xenoestrógeno indesejado é suando, não existe outra melhor forma
do que isso. Uma alimentação mais sadia, esses pacientes geralmente evoluem com cloremia,
uma dificuldade de produzir ácido clorídrico, ou hipocloremia ou hipercloremia, então ao invés
de usar remédio ele pode estar corrigindo. Quem tem cloremia não consegue metabolizar bem
glúten, lactose, produtos com acidulante, conservante e aromatizante, uma série de produtos
químicos que vão agredir muito mais ainda essa parede intestinal. Não adianta estar dando
remédio para o paciente para tratar a dor se não corrigir o estômago e o intestino dele. Não
adianta estar dando analgésico para o paciente para ele relaxar fibras se ele não faz uma
atividade física, se ele não promove liberação de serotonina e endorfina. Dever de casa básico
para quem sofre com fibromialgia é estar fazendo uma prática de atividade física relaxante, não
precisa ser estressante e sair correndo que nem doido e nem estar levantando peso, mas ele
pode estar fazendo uma musculação leve ou moderada, estar fazendo pilates, pode estar
entrando num clube de corrida onde ele vai começar primeiro por uma caminhada. Ele pode fazer
exercícios atenuantes para que ele possa galgar novas etapas e vencer esta fibromialgia.
Olga Goulart – Qual que é a especialidade médica, doutor, que cuida da fibromialgia?
Dr. Marcelo Bonanza – Pelo Conselho Federal de Medicina é a reumatologia e ortopedia, mas
todo médico é apto e desde que ele tenha conhecimento de causa atender o paciente e investigar
e fechar o diagnóstico e dar a terapia. Então qualquer médico habilitado e com conhecimento de
causa pode atender o paciente e pela especialidade tem que passar pelo reumatologista e pelo
ortopedista.
Olga Goulart – E tem como prevenir a fibromialgia, doutor?
Dr. Marcelo Bonanza – O que a gente está entrando hoje com a medicina preventiva, com a
medicina funcional e integrativa é justamente isso, antes que o mal aconteça, lógico se ele está
estabelecido a gente tem que ser preditivo, mas antes que ele aconteça a gente tem que
protagonizar que este paciente pode ter uma mudança epigenética. Se ele já tem um histórico
familiar, a mãe tem reumatismo, já tem um intestino obstipado ou constipado, se queixa de dores,
então os filhos já podem estar se prevenindo. Então é interessante já desde criança ver se o
intestino da criança não está constipado, se essa criança tem uma boa alimentação. Então é
melhor prevenir do que remediar, já dizia o ditado popular. É muito melhor que a gente possa
estar recompondo a microbiota tendo uma alimentação sadia fazendo atividade física para
prevenir uma fibromialgia do que deixar ela acontecer e você gastar muito mais tempo, demandar
custo e medicação, todo um processo para corrigir um ato já estabelecido do que ele prevenir,
não é?
Olga Goulart – É verdade. A fibromialgia tem cura ou é controle, doutor?
Dr. Marcelo Bonanza – Hoje na medicina a gente não pode estar falando em cura, mas a gente
pode estar falando em remissão, pode até falar em reversão, mas na realidade a gente não pode
prometer cura ao paciente porque a gente não pode estar vendendo milagre. Ao bem da verdade
a gente tem que passar esperança para o paciente. Uma vez que ele controle a alimentação,
entra numa mudança de hábitos de vida e recomponha essa microbiota intestinal e essa
produção destes hormônios, poderia estar falando numa remissão. A cura vem da boca do
paciente, a gente trata e a gente acompanha e pedir a Deus para que Ele estabeleça e promova
a cura.
Olga Goulart – Bom, para a gente entender um pouquinho sobre este projeto CINTRAF, doutor,
o Centro de Investigação e Tratamento da Fisiopatologia da Fibromialgia e Artrite, o que tem de
novidade?
Dr. Marcelo Bonanza – A novidade é justamente esta. Então ao invés de você estar identificando
a patologia, o centro de investigação além de investigar propõe um tratamento de fisiopatologia,
ele vai investigar a causa. Uma vez que você detecta a causa é muito mais fácil você corrigir.
Então ao invés da gente tapar o sol com a peneira e só tratar o sintoma, você vai investigar a
causa e aí estabelecer o tratamento. Esse centro de investigação serve para isso, é como se
fosse o médico clínico que você conhece de antigamente, o médico detetive, aquele que vai
investigar o que o paciente apresenta. Ao invés de eu focar na subespecialidade e no que ele
apresenta de dor local, no problema local, na queixa local, a gente vai pegar de uma forma ampla,
valoriza a queixa principal e investiga o todo, tem uma visão ampla e abrangente. A partir daí a
gente vai tratar o foco. Esse CINTRAF tem essa intenção, trazer profissionais que estejam em
outros locais do estado ou do país que fazem tratamentos lá e que, de uma certa forma, a gente
pensa que a tecnologia, a técnica e os protocolos são os mesmos, mas porquê que fulano de tal
tem resultado maravilhoso em Goiânia e o de lá do Rio de Janeiro não tem ou vice e versa? Tem
profissionais quem tem a sua energia própria pessoal que consegue implantar um tratamento
que dá um bom resultado, então vamos trazer este profissional para aqui e ele da mesma forma
levar o daqui para lá para o Rio de Janeiro, para São Paulo ou qualquer outro local que outros
colegas médicos queiram estar imbuídos nesta visão do equilíbrio do todo, do sistema, do
controle da molécula e do problema em si para que ele possa migrar de local para local e tentar
investigar o problema que o paciente apresenta. Como hoje está muito crescente a fibromialgia,
é uma patologia que antes não era diagnosticada, mesmo porque os profissionais as vezes não
conseguiam identificar, hoje os médicos estão muito mais bem treinados quanto a patologia da
fibromialgia e quanto a distinção, mas agora não, o médico está sendo preparado para identificar
a patologia e conduzir, se ele não conseguir ele passa para outro especialista, mas de uma certa
forma a gente conseguir ajudar o paciente na queixa que ele tem. O CINTRAF vem nesta
vertente, conseguir trazer profissionais que trazem isso de uma forma mais abrangente,
personalizada, em vários locais do país. A gente pensou em montar estes núcleos para que se
pudesse investigar problema na sua base, na sua causa e tratar de uma forma individualizada.
Olga Goulart – Conversamos com o doutor Marcelo Bonanza, especialista em ortopedia e
traumatologia. Doutor, muito obrigada e até a próxima.
Marcelo Bonanza | CRM-BA 14.684
Diretor Médico da Jovial Clínica
www.jovialclinica.com
Núcleo 1 – Salvador (BA)
Av. ACM, Ed. Empresarial Thomé de
Souza, 3244 - Pituba
Tel.: (71) 3017-4773 | (71) 98814-3030
Núcleo 2 – São Paulo (SP)
Av. Rebouças, 3377 – Pinheiros
Tel.: (11) 3078-6777 | (11) 95600-3218
Núcleo 3 – Rio de Janeiro (RJ)
Av. N. S. de Copacabana, 769/1003 Copacabana
Tel.: (21) 97219-7127 | (21) 99536-8680
Núcleo 4 – Feira de Santana (BA)
Rua Juracy Magalhães Júnior, 90A - Centro
Tel.: (75) 3483-130
Download