UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS MBA EM FINANÇAS EMPRESARIAIS EMERSON DELGADO SIQUEIRA COMO IMPLANTAR A CRIAÇÃO DE GADO LEITEIRO EM PEQUENAS PROPRIEDADES RURAIS, COM A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS DE TERCEIROS.: UM ESTUDO DE CASO CURITIBA 2010 EMERSON DELGADO SIQUEIRA COMO IMPLANTAR A CRIAÇÃO DE GADO LEITEIRO EM PEQUENAS PROPRIEDADES R URAIS, COM A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS DE TERCEIROS.: UM ESTUDO DE CASO Monografia apresentada ao curso de MBA em Finanças Empresariais, da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Finanças Empresariais. Profº MS. Sérgio A. Centa. CURITIBA 2010 Dedico este trabalho a meus pais que direta e indiretamente contribuíram para a realização do mesmo. Mais que tempo, investiram amor e dedicação ao acreditar nesta realização. iii AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me conceder vida, razões e oportunidades para crescer nos mais diversos ramos da vida humana. Agradeço ao Prof. Ms. Sergio Alexandre Centa, pela compreensão, disponibilidade e por vestir a camisa mesmo estando já em tempo limitado para entrega da pesquisa. Obrigado. Agradeço a APL e Coplar, bem como aos pecuarista de corte e leite que contribuíram com informações relevantes para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho. Aos meus pais pelo incentivo e colaboração. A todos que de alguma maneira contribuíram pelas informações hoje disponíveis nesta pesquisa. iv O mais importante é forçar a administração a pensar no futuro de seus negócios, antecipando os problemas antes que eles aconteçam. Santos & Marion v RESUMO SIQUEIRA, Emerson Delgado. Como Implantar a Criação de Gado Leiteiro em Pequenas Propriedades rurais com a utilização de recursos de terceiros.: Um estudo de caso. Curitiba, 2010, 65p. Monografia _ Programa de Pós Graduação em Administração, UTP _ Universidade Tuiuti do Paraná, 2010. A agricultura familiar tem se desenvolvido nos últimos anos de forma muito tímida, parcialmente devido ao nível de conhecimento dos gestores que através das técnicas e formas que conhecem tentam produzir a maior quantidade de produtos com sua devida qualidade. A pecuária de leite, atividade que pequenos propriedades familiares optam para girar dinheiro no curto prazo ainda proporcionou poucas mudanças para o setor, causa maior criticada por produtores é o preço praticado no mercado. O objeto deste trabalho é esclarecer para o pequeno produtor em qual campo de trabalho de investir, e após decisão, saber como priorizar os investimentos visando melhores resultados financeiros no final do ciclo de produção. Através de pesquisas direta com produtores, buscou-se apontar os problemas críticos e apontar saídas alternativas. O mercado do leite, embora instável pode ser promissor se o produtor conseguir associar o sistema de produção, os cuidados com alimentação, sanidade, instalação, manejo e a raça a ser adquirida com o clima e região a ser produzida. Além de um bom pecuarista, criador e administrador de seu negócio, o produtor precisa ser um bom comerciante para manter sua propriedade lucrativa, sendo esta a finalidade de todo negócio. Palavras-Chave: Pequenas propriedades; Gado de Leite; Pronaf; Agricultura Familiar; Financiamento longo prazo; vi LISTAS DE QUADROS Quadro 1 – Planejamento Sanitário Gado de leite ............................................................. ........ 31 Quadro 2 – Referência das necessidades para produção leiteira ....................................... ........ 32 Quadro 3 – Planejamento Sanitário Anual para Bovino de Corte ..................................... ........ 34 Quadro 4 – Custo Anual Planejamento Sanitário Gado de Corte ....................................... ........ 35 Quadro 5 – Calculo do Financiamento ................................................................................ ........ 47 Quadro 6 – Receitas brutas anuais no período de carência. ............................................... ........ 48 Quadro 7 – Produção anual dentro da capacidade de lotação. ............................................ ........ 49 Quadro 8 – Produção anual além da capacidade de lotação............................................... ........ 50 Quadro 9 – Custo Anual Planejamento Sanitário Gado de Leite ....................................... ........ 51 Quadro 10 – Provisão para receita bruta anual com atividade leiteira. ............................... ........ 52 vii LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Evolução Preço do Leite recebido pelo Produtor – Média anual no período de 2000 a 2010. Média dos meses de Janeiro e fevereiro. ....................................................... ........ 10 Gráfico 2 – Motivo Fechamento das Empresas................................................................... ........ 37 Gráfico 3 – Principais Fontes de Financiamentos das MPEs .............................................. ........ 38 Gráfico 4 – Principais razões para o banco não autorizar financiamento ........................... ........ 41 viii SUMÁRIO LISTAS DE QUADROS ..........................................................................................................vii LISTA DE GRÁFICOS...........................................................................................................viii 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................11 1.1 Problema:...................................................................................................................12 1.2Justificativa:................................................................................................................12 1.3 Objetivo Geral: .....................................................................................................14 1.4 Objetivos Específicos: ..........................................................................................14 1.5 Resultados esperados............................................................................................14 1.6 Delimitações .........................................................................................................15 1.7 Estrutura do trabalho ............................................................................................15 1.8 A propriedade rural...............................................................................................16 2. Etapas para implementar a criação de gado leiteiro .............................................................21 2.1 Alimentação..........................................................................................................21 2.2 Sanidade ...............................................................................................................22 2.3 Instalação ..............................................................................................................22 2.4 Manejo ..................................................................................................................23 2.5 Raça ......................................................................................................................23 2.6 Preço .....................................................................................................................24 2.7 Custo.....................................................................................................................25 2.8 Empresa familiar...................................................................................................25 3. Como implementar – Viabilidade econômica ......................................................................27 4 – Formas de Financiamento a Longo Prazo .........................................................................33 5. METODOLOGIA.................................................................................................................41 5.1 Classificações da pesquisa....................................................................................41 5.2 Pesquisa exploratória............................................................................................41 5.3 Pesquisa Bibliográfica ..........................................................................................42 5.4 Estudo de caso ......................................................................................................42 5.5 Instrumentos de coleta de dados...........................................................................42 6. Viabilidade após Financiamento ..........................................................................................44 Considerações Finais e Recomendações para Trabalhos Futuros ............................................50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................53 ix ANEXOS ..................................................................................................................................59 ANEXO 1 – Roteiro de Entrevistas realizadas com Presidente da APL e COPLAR .....60 ANEXO 2 – Roteiro de Entrevista realizada com Gerencia APL e COPLAR ...............61 ANEXO 3 – Roteiro de Entrevista realizada com Pecuarista de Leite – Região Bacia Leiteira de Adrianópolis. .................................................................................................62 x 11 1. INTRODUÇÃO Muitos problemas podem ser identificados nos sistemas de produção dos mais diversos campos agropecuários brasileiros, porém estes números poderiam ser menores na condição de que as pesquisas realizadas por órgãos competentes e universidades tivessem ao alcance dos produtores rurais, em especial os pequenos de cunho familiar. Na pecuária leiteira, a atividade restrita na pequena área da agricultura familiar, a produção e produtividade embora sejam pequenas, o leite garante um fluxo constante de entrada de dinheiro para o produtor. Embora as pessoas tomem menos quantidade de leite que o recomendado pelo Ministério da saúde, ainda assim falta leite no mercado, e ainda assim os produtores sofrem grandemente com as instabilidades dos preços. Giehl (2010) em entrevista a Embrapa/Sudeste colocou sua seguinte posição referente a pecuária leiteira: O grande problema da pecuária leiteira continua sendo a falta de organização, pano de fundo do gargalo da comercialização e da produção, respectivamente o preço e a dificuldade de se produzir e as técnicas de produção no período de inverno, no período da seca e a grande oscilação. "Se você tem um setor organizado, você não vai ter essa flutuação, não vai ter tanta flutuação de produção e muito menos de preço e mais poder de barganha". A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa/Sudeste, desenvolve um projeto de “Viabilidade de Produção de Leite em Pequenas áreas de Propriedades Familiares”, tendo como objetivo principal promover e adaptar conhecimentos e tecnologias, visando o fortalecimento da agricultura sustentável, onde com auxílio de técnicos e representantes de órgãos participantes, selecionam uma propriedade dentro de sua área de extensão para ser uma “Unidade de Demonstração”. A partir desta, apresentam tecnologias e formas alternativas de produção, técnicas de manejo e gerenciamento que o produtor pode utilizar com custo baixo e ainda assim maximizar sua produção e conseqüentemente sua renda. Inovar os sistemas de produção e gerenciamento exigem dispêndio de capital do produtor que nem sempre o possui em caixa. Agentes financeiros oferecem créditos ao produtor, com prazo suficiente para saldar a dívida, porém os juros cobrados inibem a busca pelo crédito e como conseqüência, menos investimento resultam em menores quantidades produzidas bem como sua qualidade. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, forma de financiamento destinado a agricultores familiares criado pelo governo para amparar o 12 produtor em novos investimentos, em sua estrutura e qualidade de vida no campo, promovendo garantias melhores do pequeno competir no mercado a nível de grande produtor a um custo baixo. 1.1 Problema: Nos diversos sistemas de comunicação, informações estão disponíveis aos pecuarista de grande, médio e pequeno porte orientando como adquirir produtos de melhor qualidade, melhoramento genético, raças, manejo das pastagens, dados para aquisição de créditos no curto e longo prazo, dentre outras informações importantes para o aperfeiçoamento da atividade pecuária. Ainda assim, existe deficiência na administração e manutenção das propriedades. Na busca de melhores resultados financeiros alterar na pequena propriedade as atividades de pecuária de corte para pecuária leiteira, fatores como mercado, preço, assistência técnica e insumos devem ser analisados antecipando problemas futuros que podem comprometer a família no campo. Na atividade leiteira encontramos dificuldades para grandes produtores que trabalham com gado confinado ordenhando duas vezes ao dia a mesma vaca em lactação, quanto para as pequenas propriedades ordenhando uma vez ao dia e mantendo a alimentação de suas vacas pelo sistema rotativo de pastagens ou não, precisam obter lucros para se manter competitivas diante da concorrência, podendo estes ser os grandes produtores, bem como o preço oferecido pelo leite. Com o avanço da tecnologia assessorando as atividades diárias consegue-se produzir mais em menos tempo e espaço, ai surge a questão:Onde e como conseguir recursos adequados a longo prazo às condições de pequeno produtor rural? 1.2Justificativa: Famílias em nosso território rural nacional, tem em sua grande extensão migrado para os grandes centros urbanos em busca de novas alternativas de trabalho na busca pela sobrevivência e qualidade de vida, por não conseguir visualizar aonde estão inseridas oportunidades para fazer de seu pequeno sítio uma empresa rural lucrativa a ponto de criar novas perspectivas e expectativas para sua produção. Idéias de negócios rentáveis em muitos casos o produtor consegue desenvolver em encontro de produtores ou em cursos realizados, porém, após desenvolvido projeto onde e 13 como conseguir credores para financiar seu novo negócio? Devido a quantidade e qualidade de garantias apresentadas por pequenas propriedades familiares na hora da busca de crédito com terceiros, em muitas situações encontra-se alto grau de dificuldade na obtenção do mesmo, o que acaba dificultando e desmotivando o produtor frente a seus concorrentes ou associados. Antes de investir numa nova atividade é prudente pesquisar as tendências de mercado para o setor a ser explorado, evitando prejuízos futuros. Devido a isto, substituir numa pequena propriedade familiar a pecuária de corte a pasto, onde os custos de produção são menores, animal pouco dependente do produtor, ou seja, menos trabalho integral onde a família tem mais tempo pra dedicar em outra atividade na propriedade, para reinvestir na pecuária leiteira em novas estruturas de curral, pastagens, máquinas e equipamentos, gado, entre outras. Embora o livro caixa da empresa familiar no novo negócio seja periódico e atrativo, deve-se do mesmo fazer atento controle devido nesta atividade seu custo ser alto em relação a cada litro de leite produzido. Dinheiro em caixa não é sinônimo de estabilidade financeira. Em dados publicados pelo Senar/PR em 1998, orienta que pelo fato de serem poucas as empresas receptoras do que é produzido nas propriedades rurais, estas detém o poder de barganha estabelecendo o preço básico de mercado. Um dos instrumentos utilizados pelos pequenos produtores à diminuir as desvantagens frente estes rivais são o associativismo e através de cooperativas. Embora o consumidor não deixe de consumir leite, fazer planejamento é essencial para a gestão sustentável da empresa. Santos e Marion (1996) afirmam que “o mais importante é forçar a administração a pensar no futuro de seus negócios, antecipando os problemas antes que eles aconteçam”. É evidente que quanto maior o conhecimento do produtor sobre sua estrutura, funcionamento, mercado e a produção, maiores serão as possibilidades de melhorar seus resultados financeiros no final do mês. Desigualdade é visto e convivido em todas as áreas de negócios. Olhando para o cenário do mercado, de um lado grandes produtores de leite, com o melhor nível desenvolvido pela genética nos últimos tempos, instalações com alto padrão de tecnologia, pesquisas diárias para melhoramento da produção e além do pessoal capacitado que consegue manter no quadro de cooperadores da empresa. Por outro lado temos o pequeno produtor, desprovido de recursos suficientes para manter instalação, plantel, pessoal capacitado e pesquisas constantes na fazenda. Entretanto, estes necessitam mesmo em sua fragilidade manter-se competitivo diante dos grandes criadores, mais como? Diante disso, este estudo se justifica pois busca 14 identificar a melhor fonte de renda para a família no campo entre a pecuária de corte e pecuária leiteira em sua pequena área de produção, objetivando esclarecer pontos relevantes na aquisição e fontes de crédito a longo prazo na condição de empresa familiar, a fim de auxiliar o pecuarista a encontrar sustentabilidade no campo de forma a amenizar a evasão para os subúrbios urbanos. 1.3 Objetivo Geral: Esta monografia tem como objetivo geral verificar a viabilidade de implantar a criação de gado leiteiro em pequenas propriedades rurais utilizando recursos de terceiros, considerando as praticas adotadas em relação ao índice de rentabilidade obtido no período – buscando informações para auxílio de análise em grandes e pequenas propriedades produtoras a justificar a pesquisa bibliográfica. Sendo a atividade sustentável, serão analisadas as melhores fontes de crédito a longo prazo para o pequeno produtor investir em seu negócio. 1.4 Objetivos Específicos: • Verificar o desafio da produção leiteira no mercado atual, analisando as condições e rotinas desenvolvidas que mantém pequenos produtores em plena atividade, considerando os altos padrões adotados pelos grandes produtores oferecendo mais por menos, mediante análise, apontar os meios disponíveis alternativos para melhorar a produção, distribuição, comercialização na atividade leiteira para os pequenos produtores. • Identificar as melhores fontes de crédito a longo prazo para a atividade leiteira às condições de pequeno produtor rural. 1.5 Resultados esperados Encontrar soluções as dificuldades do pequeno produtor, visando melhores condições deste em sua propriedade. Criando condições para a permanência do jovem no campo, bem como melhorar o estilo de vida das famílias em sua atividade diminuindo os riscos de abandono da zona rural para buscar sobrevivências nas empresas dos grandes centros urbanos. 15 Identificar a partir da pesquisa a melhor fonte de renda para quem mantém à gerações, uma pequena propriedade familiar. Através dos dados apresentados esclarecer ao produtor, que na sua condição de pequeno, realizar investimento na qualidade, produtividade do seu rebanho é mais viável que aumentar sua quantidade no primeiro momento. 1.6 Delimitações Esta pesquisa tem como alvo a ser pesquisados, pequenos e médios produtores de leite nas regiões paranaense e interior de São Paulo, os quais pertencem a região do Vale do Ribeira, e que façam parte da Associação de Produtores de Leite do Alto Ribeira – APL bem como os cooperados da COPLAR, Cooperativa esta instalada em Adrianópolis – PR a qual também faz parte do Vale do Ribeira, e que tenham condições de contribuir com dados/informações para o desenvolvimento do trabalho pesquisado. Foram realizadas entrevista com antigos produtores de leite, buscando descobrir os fatos e porquês que contribuíssem para o abandono da atividade. Também fizeram parte dos entrevistados pecuarista de gado de corte, analisando sua análise de mercado para o setor e sua visão sobre a atividade leiteira. 1.7 Estrutura do trabalho A pesquisa estudada esta dividida em 7 capítulos, a saber. No primeiro, fez-se uma breve apresentação da propriedade referente ao estudo de caso, na situação a qual se encontra e para qual se objetiva atingir. Foi referenciado as raças de gado aptas para a atividade na região, bem como os sistemas de produção. Segundo capítulo, trata-se das etapas a considerar na produção de gado leiteiro, onde através de informações coletadas junto a colaboradores da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER, definiu-se a desenvolver esta parte utilizando o conceito da Pirâmide da Pecuária, conceito este embora antigo, ainda tem sido referência para os muitos produtores orientados em cursos oferecidos pela empresa. No capítulo III – Como implementar a atividade leiteira no contexto de viabilidade econômica, recebeu um diferencial dos outros apresentados, que além da contextualização auxiliadas por escritores e profissionais da área de atuação, nesta parte grande parte das informações disponíveis foram coletadas junto aos produtores que hoje continuam suas atividades em pleno desenvolvimento e expansão, como também foram entrevistados antigos 16 produtores, tendo em vista conhecer o porque que estes abandonaram a atividade e hoje não retornam mais. Na parte IV desta pesquisa, foi levantada as formas de financiamento a longo prazo nas condições do pequeno produtor rural, que mantém a atividade da propriedade tendo como base a mão-de-obra familiar. Capítulo V esclarece os métodos utilizados para desenvolver a pesquisa desde seu início à conclusão. Mediante pesquisa dos tópicos anteriores, o capítulo VI apresenta a viabilidade após financiamento, é viável ou não ao proprietário de uma pequena área de terra, transferir de pecuária de corte para atividade leiteira? E o capítulo VII conclui a pesquisa com a posição do autor referente esta ser ou não viável. 1.8 A propriedade rural A propriedade onde se objetiva implantar a criação de gado leiteiro localiza-se em Ribeira, cidade localizada no Vale do Ribeira interior de São Paulo, pertence a família Delgado desde 1932. Desde sua aquisição até os dias atuais tem sido explorada no cultivo de cana-de-açúcar, feijão, milho, banana e a criação de gado de corte. Constitui-se de 36 hectares, sendo atualmente 3 hectares destinados as plantações diversas, 8 hectares de mata fechada e 25 hectares de pastagens. Na região os pecuaristas e agricultores utilizam a unidade de medida por alqueire. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA (2010), 1 hectare (ha) é constituído de 10.000 m² e o alqueire paulista tem área de 2,42 ha. Nestas condições a família Delgado tem área de 15 alqueires. Pela estrutura do terreno ser montanhosa, o mesmo não oferece condições para se trabalhar integralmente com máquinas, utiliza-se em sua maior extensão mulas e cavalos para fazer o manejo do que é produzido da plantação para a sede da propriedade, onde é distribuído aos familiares e parcial do que é vendido direto a clientes, os mesmos a retiram. Como toda criação do gado é feita a pasto, a área destinada a pastagens estão divididas em três piquetes, onde é feito o manejo do gado conforme a necessidade do pasto buscando sempre o melhor aproveitamento do mesmo. Semanalmente faz o manejo dos animais e no dia é oferecido mistura de cana-de-açúcar e capim-elefante na cocheira. Sal mineral ou comum estão disponíveis diretamente no pasto próximo a área de descanso e água. Todo gado criado neste período não se preocupou com a raça devido aos conhecimentos dos gestores anteriores. No entanto, para cada perfil de região, destina-se uma 17 raça adequada para melhor aproveitamento do dinheiro e tempo empregado. Das condições atuais, todo gado é adquirido dos fazendeiros vizinhos, onde é comprado o bezerro entre 6 e 8 meses (período de desmama) e vendido para o abate ao atingir peso entre 17 a 20 arrobas, tempo que dependendo das condições de pastagens leva-se de 20 a 24 meses da aquisição para atingir o peso ideal. Em muitos casos os bezerros não são comprados em lotes, mas individualmente, aproveitando a oferta de um produtor vizinho que por motivos particulares necessita-se da venda. Devido a isto raramente no final de um período de 12 meses temos um lote pronto para o abate. Os recursos financeiros adquiridos parcialmente no decorrer do ano têm dificultado a melhor apropriação/investimento do mesmo na aquisição de um novo lote de bezerros ou na compra de máquinas e equipamentos para a propriedade. As atividades da propriedade desde sua aquisição até os dias atuais tem sido entre a família, diminuindo os custo de produção. Algumas atividades, como manutenção das pastagens e cercas eventualmente são terceirizados. Os custos com a criação de gado de corte na propriedade, são com limpezas dos pastos, medicamentos e suplemento alimentar para os animais. Embora o gado de corte ofereça menos serviços para o produtor, sua produção pode ser maximizada em pequenas propriedades com a produção confinada do rebanho, onde se utilizaria a maior parte das pastagens para produção de silagens e forrageiras para o trato durante o período de engorda. Este método na propriedade Delgado seria viável mediante o terreno oferecesse condições para trabalho direto com tratores. Devido as dificuldades relativas ao terreno, os cuidados para produção tanto do gado de corte como para o leiteiro, necessita-se de pesquisas constantes para que a raça adquirida venha a maximizar o lucro da propriedade. Na situação atual não há condições de trabalhar com gado holandês puro e próprio para a produção leiteira, no entanto, o mercado tem desenvolvido raças que se adaptam as condições do terreno e clima. A criação será pastoril, onde terá a área de pastagens em sistema rotativo e trato diário na cocheira, visto que quanto mais alimentação a vaca em lactação ingerir, mais tende a produzir. Dartora (2004), descreve os sistemas de criação em intensivo, onde os animais recebem mais que 50% dos alimentos no cocho, sistema semi-intensivo, onde os animais recebem de 20 – 30% da alimentação no cocho e o sistema pastoril, que é quando os animais recebem até 20% de alimento na cocheira. A área de pasto mais distante do curral será destinada a criação de bezerras e novilhas prenhes. O pastejo permanente em áreas grandes sempre é destrutivo quando não existe mais migração do gado, no entanto a subdivisão em piquetes é indispensável para o melhor 18 aproveitamento, é o que orienta Primavesi (1985, p.74), quando afirma que “vaca leiteira necessita de pastagem mista ou no mínimo piquetes com forrageiras diferentes e ricas em ervas”. São vários os benefícios do produtor manter um pasto de qualidade para sua produção, MATOS (2010) destaca como principais, sendo: • Substituição de combustível, máquinas e equipamentos pela vaca; • Menor investimento em instalações; • Receita bruta da venda do leite menor, mas a margem bruta é maior comparada ao sistema confiando; Neste sistema de pastejo, com a mudança periódica dos animais de um piquete a outro, favorece a produção de forragem e a restituição do pasto utilizado, ficando disponível novamente após completar o ciclo de descanso do mesmo, onde as vacas estiverem em outros piquetes. Matos e Deresz (1996) orientam a utilização rápida de cada piquete, pois quanto mais estes ocupam um piquete, o valor nutritivo da forragem consumida cai com o avanço do período de ocupação. O grande objetivo no sistema de pastagem é permitir às vacas uma eficiente utilização da forragem da melhor qualidade durante o ano, sem comprometer a sustentabilidade da mesma é a posição de Veiga (2010). Mesmo os cuidados com o novo rebanho sendo maior para o produtor em consideração ao gado de corte, no entanto, o retorno para o mesmo além de ser maior levando em consideração o preço do leite no mercado atual, a renda será melhor empregada e investida, visto que seu retorno é mensal, melhorando as projeções para futuros. Segundo dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA as propriedades são divididas entre pequenas, médias e grandes. Para cada categoria estabeleceuse um parâmetro de classificação quanto ao seu tamanho. Para pequenas propriedades o imóvel rural compreende área de 1 a 4 módulos fiscais, a média propriedade é compreendida como tendo área rural superior a 4 e até 15 módulos rurais e a grande tem área rural acima de 15 módulos fiscais. Módulo fiscal é estabelecido para cada município, tendo sua unidade de medida expressa em hectare, considerando o tipo de exploração predominante no município e a renda obtida com a exploração predominante. Segundo Yokota (2010) Ribeira – SP onde se situa a propriedade em pesquisa 1 módulo fiscal tem equivalência de 16 hectares e Adrianópolis – PR onde se encontra a beneficiadora do leite cru coletado nas propriedade vizinhas, são 30 hectare a área 19 correspondente a 1 módulo fiscal. Considerando que a propriedade Delgado tem atualmente 32 hectares, em ambas as regiões se enquadra na condição de pequena propriedade. • Estilo de gado leiteiro que se adapte a região; A raça Jersey tem características adequadas com o clima e tempo da região a ser explorada. É uma vaca pequena e mansa. Sua produção segundo Athiê (1988) é em média 3.000 kg de leite por lactação, com teor de gordura próximo a 4,5% sendo apreciado para a fabricação de queijos, produto este com ótima circulação no mercado onde se localiza a propriedade. Para Associação Brasileira de Criadores de Gado Jersey de Minas Gerais – ABCGJMG (2010) a fácil adaptação da raça para diferentes regiões climáticas, apresentar período de lactação superior e maior teor de gordura, precocidade, onde são inseminadas dos 14 aos 18 meses de idade, facilidade de parição, tem vida produtiva e reprodutiva maior e mais longa que todas as raças leiteiras, apta a solos pedregosos e íngremes sem apresentar problemas no casco são algumas das razões pelas quais produtores optam pela raça. Nas condições da raça citada, espera-se obter alto padrão em genética para que as novas reses produzidas venham somar a qualidade da propriedade, e as possíveis vendas de novilhas ou touros sejam melhor aproveitadas tanto para quem vende quanto para o comprador. A vaca holandesa é a mais cobiçada entre os produtores de leite pelo alto índice de produção, porém além de exigirem maiores cuidados, suas características não suportam o clima e região montanhosa do vale do Ribeira. Primavesi (1985) aconselha que o gado mestiço, como o girolando, seja o melhor para a região, que além da alta produção de leite também fornecem carne. E o mais importante à nossa realidade é que podem ser mantidas em regime de pasto. Matos & Deresz, (1996) complementam a informação de Primavesi acrescentando que além de requerer menores investimentos do produtor, “a produção de leite a pasto tem menor impacto negativo sobre o meio ambiente do que os sistemas confinados”. A Associação Brasileira de Girolando – ABCG (2010) apontam a raça como produtora de leite por excelência, além de possuir características perfeitas relativas ao clima tropical brasileiro. A Raça tem iniciado produção aos 30 meses de idade, e segue-se produtiva até aos 15 anos, porém seu pico de produtividade chega até aos 10 anos de idade. Optar pela produção leiteira tem seus benefícios, porém existem pedras no meio do caminho que podem prejudicar no andamento do mesmo, como por exemplo o preço do leite no mercado, estrutura para processar o leite extra, falta de incentivo para comercialização, 20 falta ou atraso de pagamento, dentre outros problemas que podem surgir no período segundo dados do SEBRAE-MA (2004). No entanto, em todas as atividades tem seus pontos positivos e os a melhorar. Na condição de gado de corte tem-se o imobilizado constantemente na área de pasto, mas o resultado financeiro do mesmo é a longo prazo. 21 2. Etapas para implementar a criação de gado leiteiro A produção leiteira no Brasil tem crescido e se desenvolvido. Informações da Embrapa Gado de Leite, declaram que em 2008 eram cerca de 5 milhões de pessoas envolvida na atividade no setor primário, considerando destes 1,3 milhões ser produtores. Embora pareça ser uma área em pleno crescimento e promissora, como todo negócio a desenvolver, análises e pesquisas devem ser feitas afim de firmar a decisão. Segundo Zoccal (2010), estes crescimento particularmente na região sul, se deve ao forte atrativo pela possibilidade do aumento de renda por área, quando comparada a cultura de grãos. Ainda afirma que a instalação de industrias nas regiões colaboraram para o aumento da produção leiteira. A Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER, embora seja um dado antigo a pirâmide da agropecuária ainda não perdeu sua essência em auxiliar o produtor a visualizar onde deve priorizar seus investimentos afim de obter maior produtividade em suas condições na propriedade. Raça Manejo Instalação Sanidade Alimentação 2.1 Alimentação A quantidade e qualidade de um alimento que o bovino necessita para desempenhar normalmente suas funções dependem de uma série de fatores relacionado com o próprio animal, como seu peso, nível de produção, seu estagio de gestação. Para EMATER a alimentação da vaca em lactação é de maior importância para o sucesso da exploração, devido 22 a isto, cuidar dos nutrientes, água, proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais são essenciais para o aumento ou redução da produção, e ainda a empresa coloca como as principais deficiências que limitam a produção leiteira, sendo a energia e a proteína. Carvalho et al (2010) acrescenta que manter uma alimentação adequada é de fundamental importância, tanto do ponto de vista nutricional como econômico. Segundo Matos (1997) para propor um sistema de alimentação para uma propriedade, é preciso conhecer suas necessidade diárias de vários nutrientes para cada categoria animal (bezerros, novilhas, vacas em lactação ou não e touros) e a composição química dos alimentos utilizados na propriedade. 2.2 Sanidade A produtividade da pecuária dependem diretamente do estado de saúde de seus animais. De acordo com Ribeiro & Fulong (1997) em rebanhos que apresentam sintomas de doenças, fatores como produção e produtividade deixam a desejar, quando não se realizam medidas rotineiras de prevenção e controle dos agentes de doenças. Segundo Ribeiro (2010) a prevenção contra as doenças é o melhor tratamento que deve ser oferecido aos animais, uma vez que o mesmo contribui na redução dos custos e para a qualidade do leite. 2.3 Instalação Seja na pecuária ou na agricultura, as instalações estão sempre presentes contribuindo para o produto final desde que planejada. Para Kassies (1984), numa instalação a localização e a divisão devem oferecer um ambiente prático e flexível para eventuais reajustes buscando melhorias no setor e conseqüentemente maior produtividade. Rodrigues Filho & Azevedo (2010) destacam que as instalações mais importantes para atividade leiteira são: salas de ordenha, cercas, balança, cochos para o sal e embarcadouros. Ainda lembra que a escolha do tipo da instalação deve-se levar em consideração os custos, a durabilidade e a funcionalidade. 23 2.4 Manejo O manejo do gado leiteiro leva em consideração inúmeros fatores relacionados com o clima, solo, animais e plantas. Conforme varia um destes parâmetros, varia também as formas de manejo, considerando que para um determinado clima, o sistema de produção deve possibilitar aos animais do rebanho externar todo seu potencial genético de produção, sem que haja prejuízo as pastagens e ao solo (Emater, 1986, p. 89). Complementando dados da Emater, Carvalho et al (2010), se posiciona ao sistema de produção colocando que o mesmo é adotado mediante desempenho dos animais e das práticas de criação utilizadas pela família. Ainda propõe que o nível do rebanho pode ser distribuído em três níveis distintos, segue: • Alto, com produção acima de 4.200 kg/leite lactação; • Médio, produção de 2.800 a 4.200 kg/leite por lactação; • Baixo, com produções abaixo de 2.800 kg/leite por lactação. Segundo Ferreira (1997) para estruturação do manejo reprodutivo é indispensável a identificação dos animais de modo visível e de fácil observação. Este trabalho facilita como garante melhor controle das atividades da propriedade, visto que cada animal esta sendo avaliado individualmente. 2.5 Raça Para Teixeira (1997), a baixa qualidade dos rebanhos leiteiros justifica o melhoramento do potencial genético e do meio ambiente, visto mesmo que em países com a pecuária desenvolvida, tem-se constantemente trabalhado a capacidade genética do rebanho. Não considera menos importante que aprimorar as praticas de alimentação, manejo e assistência técnica a propriedade. “Tão importante quanto aperfeiçoar a produção é administrá-la corretamente, conduzir o negócio do leite como uma atividade econômica, que deve ser rentável”. Este é a posição de José Ferreira de Melo Neto – Diretor Superintendente do SEBRAE-RN quando complementa que o produtor de leite independente do seu tamanho, deve aprender também a ordenhar lucros. Brito (2009). 24 Técnicos e produtores brasileiros, costumam classificar o sistema de produção de leite em três categorias: intensivo, semi-intensivo e extensivo. Porém destes derivam outros mais, como, o fator fazenda, homem (produtor ou operário), a vaca, o clima, as instalações, as máquinas, os manejos adotados e o mercado. Mercado este, que definirá a qualidade do leite, quantidade a ser produzida e o preço que será repassado ao consumidor. Com o cenário atual altamente competitivo, as novas exigências do setor tornou-se difícil a produção leiteira nos moldes tradicionais. A pecuária leiteira perdeu muitos de seus produtores, principalmente os pequenos, que viram sua atividade ser inviabilizada diante das exigências do mercado. Muitos destes optam por outras atividades dentro ou fora do campo e outros segundo Ohi (2010) acabaram no mercado informal, na clandestinidade, ou migrando para as periferias dos grandes centros, buscando melhor condição de vida. Segundo Zoccal (2010), 90% dos produtores de leite atualmente são considerados pequenos, sem técnicas e conseqüentemente quantidade reduzida de litros produzidos ao dia, devido a isso, esta categoria de produtores contribuem com apenas 20% do volume total nacional. 2.6 Preço Todo produtor de leite tem como objetivo a obtenção do maior lucro possível, e sua primeira referencia para formar suas expectativas é o preço do leite. O volume produzido ao dia é variável e o produtor pode ter um certo controle sobre esta questão. Quando o preço do leite da uma melhorada, os produtores geralmente correm para ajustar e aumentar sua produção, no curto prazo isso é bom, mas a longo prazo quando haver excesso de leite no mercado o preço vai ser retrair na mesma proporção 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Gráfico 2 – Evolução Preço do Leite recebido pelo Produtor – Média anual no período de 2000 a 2010. Média dos meses de Janeiro e fevereiro. 25 Fonte: CEPEA O gráfico acima apresenta a instabilidade nos preços do mercado do leite. Entre os anos de 2000 e 2010 a média de preços pesquisadas nos meses de janeiro e fevereiro esteve entre R$ 0,20 e R$ 0,70 centavos. Para o produtor agregar qualidade e quantidade em sua propriedade considerando os preços médios praticados, controles rigorosos devem ser mantidos, entre estes nos custos de produção. Alexandre Luís Giehl em entrevista para a Embrapa/Sudeste, apresentou que o grande problema da pecuária leiteira continua sendo a falta de organização no quesito comercialização, técnicas de produção para período de inverno, verão e seca, que acabam oscilando tanto os preços praticados. Se houver organização na atividade como um todo, não existirá flutuação consideráveis nos volumes de produção no decorrer do ano, o que poderá refletir na estabilidade do preço do leite, gerando maior poder para o produção, associação ou cooperativas na hora da venda. 2.7 Custo Para Carneiro et al (2010) o custo de produção é um instrumento de extrema importância na tomada de decisão e gestão de qualquer atividade econômica. Manter controle dos mesmos garante ao produtor identificar os meses/ano de sua maior ou menor rentabilidade para a partir destes dados aumentar ou diminuir seus investimentos. A cadeia do leite nos moldes de Ohi (2010) é uma das maiores cadeias de produção agropecuária, onde o produtor deve preparar a terra, adquirir insumos, plantar, criar, manejar, produzir, armazenar e comercializar. Além de ser um bom agricultor, criador, administrador, o pecuarista deve ser um bom comerciante para manter seu negócio lucrativo, sendo esta a finalidade de todo negócio. Se bem gerenciados os fatores de produção, além da produção de leite e derivados, o produtor poderá obter renda da produção de bezerros e de novilhas que somam ao capital da propriedade através do crescimento do rebanho, ou maximizam a renda anual através da venda dos mesmos. 2.8 Empresa familiar 26 Uma propriedade leiteira é uma empresa rural e como qualquer empreendimento precisa dar retorno para garantir sua sobrevivência e isso vale tanto para propriedades familiares quanto patronais (Ohi, 2010). Segundo Oliveira (1999, p. 18) a empresa familiar caracteriza-se pela sucessão do poder decisório de maneira hereditária a partir de uma ou mais famílias. Longenecker (1997, p.136), acrescenta afirmando que a mesma se “compõe de uma empresa e uma família. Embora sejam instituições separadas – cada uma com seus membros, metas e valores próprios – são levadas a uma condição de superposição nos negócios”. Um dos benefícios apresentados pelo autor citado, referente as relações familiares é a disposição dos membros da família para se sacrificarem em períodos de crise, situação mesma que tem deficiência em encontrar compromisso em empresas formais, caso não haja um incentivo para o participante da empresa. Uma família de agricultores poderia ser considerada como uma empresa familiar, pois são famílias empresarias que mantêm um negócio em movimento no mercado. Bornholdt (2005), considera como empresas, aquelas que têm como razão de ser a compra, produção e venda de bens e serviços, e também aquelas que pertencem a uma cadeia produtiva ou constitucional formalmente constituída por contratos sociais. Autores destacam que os primeiros cinco anos de existência de uma empresa, são os momentos mais críticos que se o empreendedor não estiver preparado sofrerá grandes danos, inclusive chegar a falência. Além da quantidade das micro empresas crescerem diária e continuamente, em pesquisa realizada pelo SEBRAE-SP (2008), informa que a taxa de mortalidade das empresas de 1998 à 2007 caíram em todos os perfis de comparação: no primeiro ano de 35% para 27%, no segundo de 46% para 38%, no terceiro ano de atividade de 56% para 46%, no quarto ano de 63% para 50% e no quinto ano de atividade de 71% para 62%. Embora os números citados ainda sejam altos, estes vêem a destacar que nos últimos anos o pequeno empreendedor passou a avaliar melhor seu perfil, mercado, clientes, fornecedores, enfim, realizar planejamento do negócio e a buscar informações antes de investir seus recursos. 27 3. Como implementar – Viabilidade econômica A estagnação do setor leiteiro no final dos anos 90, fez com que atividade na região do vale do Ribeira, especificamente da bacia leiteira de Adrianópolis, composta por produtores do mesmo município, bem como de Apiaí, Itaoca, Itapirapuã Paulista e Ribeira tivesse uma retração de 70% no número de produtores, litros de leite produzidos como também o número de associados caiu na mesma proporção. Unidade antes administrada pela Cooperativa de Leite Curitiba – CLAC, passa a ser controlada pela FRIMESA, que com focos diferenciados passam a coletar o leite via caminhão tanque, onde os próprios produtores remanescentes buscariam condições e formas para resfriar o leite na propriedade até a chegada da coleta. Com finalidade de resgatar a cadeia produtiva do vale do Ribeira e melhorar as condições da família na propriedade, em 16 de maio de 2001 os produtores da região decidem fundar a Associação de Produtores de Leite do Alto Ribeira – APL, tendo atualmente como Presidente e produtor o Sr. Célio Pires de Almeida. Uma das principais reivindicações de luta da APL, a implantação de um laticínio regional para industrializar a produção de seus produtores. Segundo Ohi (2010) esta conquista se concretiza em 2005, quando a mesma recebe recursos do Governo do Paraná e em 2007 tem início as atividades de envase de leite pasteurizado e creme de mesa. Atualmente devido a quantidade de leite recebido pela APL, o creme deixou de ser fabricado. Embora o setor leiteiro esteja aquecido, ainda existe resistência de antigos produtores retornarem as atividades devido a crises enfrentadas nos últimos anos. Hoje falta leite a ser distribuídos na região, 99% do processado é destinado a programas de leite criados pelo governo do estado do Paraná e São Paulo e somente 1% do volume é distribuído em comércios. Para se tornar associado da APL não existem regras seletivas, o que o produtor precisa será comprovar sua capacidade de produção e qualidades sanitárias no rebanho, qualidade esta avaliada pelo veterinário da associação. Ribeiro (2010) relaciona na tabela abaixo os principais cuidados com o rebanho durante período do ano que parcialmente tem sido fiscalizados por órgãos públicos, segue: 28 Doenças/Atividades Jan Manqueira-vacinação Aftosa – vacinação Raiva – vacinação Brucelose – vacinação Helmintose – vermifugação Tuberculose – exame Brucelose – exame Fev Mar Abr X Mai Mês Jun Jul Ago X X Set Out Nov Dez X X X X X X X X X X X X X X Quadro 4 – Planejamento Sanitário Gado de leite Fonte: Ribeiro, Embrapa Gado de Leite. Animais criados em sistema de confinamento estará sujeito a uma relação maior de cuidados pelas condições em que são trabalhadas. Com o sistema pastoril, a manifestação de doenças tende a diminuir. Como alimentar o rebanho, aonde e como armazenar o leite até a coleta, ordenha manual ou mecânica fica a critérios do produtor. Nos próximos meses a APL esta buscando alternativas para valorizar ainda mais o produto e o trabalho dos associados, pagando a família valor diferenciado pela qualidade do leite produzido. Atualmente não tem sido incentivado pelo fato da APL estar somente distribuindo leite pasteurizado e deixado de fabricar o creme de mesa. Pelas características apresentadas, o leite obtido pela associação segundo a ESALQ (2010) é do tipo B, levando em consideração a Instrução Normativa 51: Entende-se por Leite Cru Refrigerado tipo B o produto definido neste Regulamento Técnico, integral quanto ao teor de gordura, refrigerado em propriedade rural produtora de leite e nela mantido pelo período máximo de 48h (quarenta e oito horas), em temperatura igual ou inferior a 4ºC (quatro graus Celsius), que deve ser atingida no máximo 3h (três horas) após o término da ordenha, transportado para estabelecimento industrial, para ser processado, onde deve apresentar, no momento do seu recebimento, temperatura igual ou inferior a 7ºC (sete graus Celsius). Com os anos de atividade e compromisso no mercado, para os associados à APL a mesma faz um trabalho de intermediação ao crédito via Banco do Brasil – BB (PROGER & PRONAF) o que para os produtores tem se tornado menos burocrático na apresentação de projetos e garantias. Alguns dos associados segundo a APL já fizeram investimentos no rebanho e infra-estrutura com crédito intermediado pela associação. Considerando a pirâmide da agropecuária apresentada no capítulo anterior os investimentos e cuidados na produção leiteira deve-se iniciar pela alimentação do rebanho, evitando custos altos com o tópico seguinte:- sanidade. Os números apresentados por animal 29 no final de cada ordenha, tem total ligação com a qualidade dos alimentos ingerido pelo mesmo. Pela cultura desenvolvida pelos produtores da região, ainda existe resistência da maioria com obtenção de crédito de bancos e financeiras. O que tem acontecido, é através dos escassos recursos que estes possuem, adquirem vacas com capacidade produtiva muita baixa e apostam no decorrer com anos seguintes melhorar o plantar com a inserção de touros aptos a produção. No que se refere a investimentos na produção de leite especificamente para bacia leiteira de Adrianópolis os custos de produção são baixos, embora a produtividade seja baixa também. Este custo se da pelo fato da maior parte das propriedades oferecerem pouco ou nenhum suplemento alimentar para as vacas no cocho. Os produtores que oferecem alimento para as vacas após ordenha, estas são cana-de-açúcar e capim napie. Nesta situação, os maiores gastos nas propriedade esta na terceirização da limpeza das áreas de pasto, considerando que as demais atividades relacionadas a atividade leiteira é desenvolvida pela própria família. No entanto, iniciar investimentos na pecuária para leiteira numa pequena propriedade, os custos iniciais podem ser relativamente alto considerando a atividade antes exercida na pecuária de corte. Tanque Resfriador Latão Tambor leite Balde Alumínio Triturador Ordenhadeira Estábulo Celeiro Carreta/Charrete Instalação de Água Qtde 1 2 3 1 1 1 1 1 3 Instalação Energia Instalação Piquetes Vacas Touro Mula Cana-de-açúcar Capim Napier 1 8 10 1 1 1 1 Descrição 250 L 50 L 10 L Cano ¾ rolo 100m Geral Arames Girolando Registrado Plantar Plantar Quadro 5 – Referência das necessidades para produção leiteira R$ unidade R$ Total 3.500,00 3.500,00 200,00 600,00 30,00 90,00 1.500,00 1.500,00 3.800,00 3.800,00 2.000,00 2.000,00 3.000,00 3.000,00 1.000,00 1.000,00 75,00 225,00 500,00 180,00 2.000,00 4.000,00 1.000,00 200,00 200,00 500,00 1.440,00 20.000,00 4.000,00 1.000,00 200,00 200,00 43.055,00 30 Com a aquisição das vacas já em produção, poderá iniciar com financiamento do R$ 50.000,00 onde com o giro do leite vai cobrindo os custos, podendo ainda em primeira instância cobrir eventuais despesas da atividade. Caso as vacas/novilhas sejam adquiridas prenhes, necessita-se de uma capital maior para cobertura de gastos. Os custos de produção evidentemente sofrem variação mediante região, pelos preços praticados, bem como pelo sistema adotado pelo produtor. Após consultado casas agropecuárias do mercado local para consulta de preços, observou-se que o custo com medicamento anual que o produtor tem com seu rebanho é extremamente baixo, considerando somente os planejamento sanitário padronizado no quadro 1. Dos preços e das práticas de negociação e trabalho adotado na região pesquisada, o custo padrão com medicamentos do gado leiteiro gira em torno de R$ 5,76 por cabeça. No mesmo período, dependendo das praticas de produção e manejo adotada em cada propriedade este valor pode ser superior. Custo que independente da decisão do produtor para gado de corte ou gado de leite, será a limpeza de pastos, onde atualmente é pago valor de R$ 150,00 por alqueire. Alguns produtores com maior área ocupada, tem feito negociações diversas com trabalhadores para conseguir manter os pastos limpos. Optando pela criação de gado de corte, o custo com estrutura física será muito inferior se comparada a estrutura que a atividade leiteira precisa. Para o gado de corte, o produtor tem necessidade basicamente de pastos bem divididos (piquetes) para manejo adequado dos mesmos, cochos cobertos para disposição de sal em cada piquete e o mangueirão. Caso na propriedade houver poucas fontes de água, os custos aumentarão na distribuição de água para cada piquete. O quadro 3 apresenta o planejamento anual para gado de corte. Dos medicamentos necessário citado no quadro, para os seis últimos (Tricomonose, Campilobacteriose, Leptospirose, Rinotraqueíte infecciosa bovina, Ectoparasitos e Verminose) foi desenvolvido uma única vacina de prevenção e combate, contribuindo ainda mais para a redução dos custos para o produtor. 31 Atividades Observações Mês J A S O N D J Preparação * N N N M M M Diarréias * * * F M A M D D D J - nascimento, M - monta, D - desmame, PM preparação para monta. N Vacinar vacas e bezerros contra os agentes envolvidos nos surtos identificados. Corte e cura do umbigo * * * Ao nascimento – imersão em iodo a 10%. Colostro * * * Até seis horas após o nascimento. PM Brucelose Clostridioses * * Vacinar as fêmeas entre três e oito meses de idade. Marcar com um V no lado esquerdo da cara. * * 1 dose – quatro a seis meses de idade. a a 2 dose – seis meses após. Febre aftosa * * Raiva animal * * De acordo com a defesa sanitária animal. Vacinar aos quatro meses e anualmente em áreas de risco. Tricomonose PM Descarte dos machos e descanso das fêmeas. Campilobacteriose PM Descarte dos machos e vacinar fêmeas. Leptospirose PM Vacinar as fêmeas em situações de risco. Rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) - Diarréia bovino a vírus (BVD) PM Vacinar 60 dias antes da monta em rebanhos com problema. Ectoparasitos Verminose * * * * * * * * Na época das águas, segundo recomenda Embrapa Gado de Corte. * Dosificar do desmame aos 2,5 anos de idade. Quadro 6 – Planejamento Sanitário Anual para Bovino de Corte Fonte: Andreotti, R. Gomes, A.; Pires, P.P.; Rivera, F. E. B. Embrapa Gado de Corte. 32 Considerando planilha acima, dos preços coletados nas agropecuárias da região, o custo anual considerando será de R$ 7,23. Assim como para o gado leiteiro, o valor unitário dos custos considerando quadro 3 serão superiores dependendo do sistema de produção do pecuarista. Custo Anual Planejamento Sanitário Gado de Corte Atividades Preço Un 1,00 Diarréia Corte e Cura Umbigo Colostro Brucelose 0,66 Clostridioses Febre Aftosa 1,50 Raiva Animal 0,57 Tricomonose Campilobacteriose Leptospirose 1,00 Rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) - Diarréia bovino a vírus (BVD) Ectoparasitos Verminose Carbúnculo 1,00 Quadro 4 – Custo Anual P.S.G.C Apl a.a 1 R$ Anual 1,00 C. Un /Anual R$ Total 1,00 Qtde Gado/Anual 30 R$ Un 30,00 1 0,66 0,66 30 19,80 2 1 3,00 0,57 3,00 0,57 30 30 90,00 17,10 1 1,00 1,00 30 30,00 1 1,00 1,00 30 30,00 7,23 CT CU 216,90 7,23 No quadro acima não ouve variação no custo unitário como no quadro referente ao custo anual do planejamento de gado de leite, devido a idade e porte do gado ser padrão, diferente da atividade leiteira, onde há vacas em lactação, secas e prenhes, novilhas prenhes e solteiras e bezerros. Os custos apresentados são referente atividade na região de pesquisa. Em outras regiões, os controles podem sofrer alteração a condição de cada estado. Mesmo o custo sanitário anual com gado de corte se apresentar superior comparado a atividade leiteira, este acaba sendo compensado pela resistência apresentada pelo gado ser superior e exigir menos cuidados. 33 4 – Formas de Financiamento a Longo Prazo Os grandes entraves da produção no Brasil não estão vinculados diretamente aos fatores de produção: terra, capital ou mão-de-obra, e sim na capacidade gerencial , na gestão de recursos e na cadeia produtiva do leite (Ohi, p. 15, 2010). No entanto, o autor também não enfatiza que estes não possam ser gargalos no programa de produção de cada propriedade familiar, por ser questões influenciadas pelas decisões de cada gestor. Crédito, no âmbito do ramo de negócios, relaciona-se de acordo com Tsuru (2007) com a facilidade de obter dinheiro por empréstimo, recursos financeiros à dispor de um cliente num banco que viabilizem sua sobrevivência empresarial (...), porém a dura realidade nacional, altera o conceito apresentado de acordo com as informações pesquisadas e relacionadas no decorrer da pesquisa. Embora o sistema financeiro nacional seja altamente sofisticado, ainda os micro e pequenos empresários se encontram constrangidos diante dessas instituições que além de oferecem baixos volumes de créditos e financiamentos, quando oferecidos o acesso é muito restrito e o custo altamente elevado às condições da maior parte dos interessados. Situações estas acompanham os momentos em que as micro e pequenas empresas mais necessitam de refinanciamento para enfrentar as flutuações nos mercados em que estão inseridos. Segundo Santos (2004) reside ai, um dos principais fatores para a propagação da instabilidade econômica e de mortalidade elevada dos pequenos empreendimentos. A falta de capital, é um dos principais tópicos de justificativas pelos empresários com empresas falidas que participaram de pesquisa do SEBRAE-SP, organizada por Bedê (2005), segue gráfico com os motivos alegados pelos gestores: 34 Motivos das empresas encerradas para fechamento do negócio falta de capital 25% falta de clientes/inadimplência 19% problemas de plan/adm 11% probemas particulares 11% problemas com sócios 9% problemas legais 7% concorrência forte 6% falta de lucro 6% perda do cliente único impostos/encargos elevados 4% 2% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% Gráfico 2 – Motivo Fechamento das Empresas Fonte: Sebrae-Sp (2005) Porém, conforme dados apresentados no gráfico, a falta de capital não tem sido o problema isolado que tem influenciado no encerramento das MPEs no Brasil, problemas com inadimplência, administrativos e particulares estão em destaque na gestão das empresas pesquisadas. Surge nestas condições identificar a origem do problema que esta acarretando em outros na sequência. Como destaca pesquisa do SEBRAE-SP (2009) abaixo, as principais fontes de financiamento utilizadas pelas MPEs são: a negociação de prazos com os fornecedores (71%), o cheque especial/cartão de crédito (49%) e o cheque pré-datado (45%).Essas proporções superam em muito a de tomadores de empréstimos em bancos. 35 Fontes de Financiamentos utilizados pelas MEs - Brasil 2009 Outras (**) 0% 0% Microcrédito 3% 1% Cooperativas de crédito 4% 2% Agiotas Empr. em bancos privados 2% 9% 23% 5% Empr. em bancos oficiais 7% Leasing/ financeiras 7% Dinheiro de amigos/ parentes 27% Anos Anteriores 16% Hoje 11% Desc. de duplicata/ títulos 17% 12% Factoring 17% 26% 28% Cheque pré-datado Cheque especial/ cartão de crédito 45% 53% 49% 56% Pagamentos de fornec. a prazo 73% 71% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% Gráfico 3 – Principais Fontes de Financiamentos das MPEs Fonte: Sebrae-Sp (2009) De acordos com dados publicados por Longenecker (1997, p.255), para obter crédito via bancos comerciais existem três possibilidades para o adquirente: • Linha de crédito – é um acordo informal entre o emprestador e o banco referente a quantia máxima de crédito que o banco fornecera ao solicitante, porém o banco não tem a obrigação de fornecer o capital declarado; • Empréstimo a prazo: Dinheiro emprestado em um prazo de cinco a dez anos, correspondendo ao tempo que o investimento alcançara lucros; • Hipotecas: As hipotecas representam uma fonte de longo prazo de empréstimo de capital, são de dois tipos: penhor de bens móveis – que é um empréstimo para o qual 36 itens de estoque ou outra propriedade móvel servem como garantia para quem empresta, e hipotecas imobiliárias – onde é um empréstimo no qual um imóvel, tal como terreno ou prédio, fornece caução para empréstimo. Uma das funções exclusivas e básica do banco é aprovar ou não a solicitação de financiamento das empresas. Para tal análise de crédito, os caminhos seguidos pela instituição financeira segundo dados do SEBRAE-MA (2004), são: • Análise de cadastro da empresa, dos sócios e dos avalistas; • Enquadramento da operação de acordo com suas linhas de crédito necessidade da empresa; • Definição de garantias sobre o financiamento e negociação com o interessado; • Análise de crédito de acordo com o projeto de viabilidade econômica e financeira. Para se enquadrar nos tópicos citados mesmo as grandes empresas no cenário atual possuem dificuldade na questão do tempo e burocracia para obter recursos financeiros de bancos comerciais. Para o pequeno produtor reunir informações sólidas e suficientes para análise de crédito também tem sido obstáculo a ser vencido no momento de solicitar crédito junto a terceiros. Lemes (2002) acrescenta, que na condição de pequenas e médias empresas o nível de precariedade e qualidade nas informações disponíveis fazem com que os bancos exijam garantias extras na solicitação de crédito e ainda surge o aumento da taxa de juros cobrados no período. Análises criteriosas devem ser realizadas para obtenção de financiamento. Este cuidado é citado por Santos (2001, p. 119) quando afirma que o “custo do financiamento deve ser compensador e a dosagem deve ser adequada de modo que limite o risco da empresa”. Mesmo com estas informações claras na gestão da empresa, ainda existirá preocupação devido existir o risco de endividamento, considerando que o lucro da empresa mesmo com estas e outras informações ainda é incerto. Diante desta incerteza que terceiros exigem do pequeno e médio produtor dados concretos, nas informações contábeis, demonstrações financeiras, fluxo de caixa, quitação de impostos, dentre outras exigências relacionadas por Lemes (2002). No entanto, o risco para o banco, se torna um bloqueio ao crédito ao pequeno empreendedor. 37 O microempresário deve estar atento e conhecer sua real necessidade de crédito, considerando que existem várias linhas de crédito com taxas, prazos e formas de pagamentos diferenciadas para atender uma necessidade específica. Mesmo diante das burocracias impostas, a necessidade faz com criem-se meios para a autorização do crédito. As razões pelas quais as empresas comprometem-se em financiamentos podem ser variadas conforme a necessidade e perspectivas de seus gestores. Alguns pontos citados por Gropelli (2006, p.300) estão relacionados diretamente com o foco da pesquisa, são: • Uma empresa deve continuar a se modernizar e a introduzir equipamentos mais eficientes; • Mudanças nas demandas forçam a empresa a abandonar suas instalações obsoletas e a investir numa nova capacidade de produção; • No longo prazo, grande parte do capital circulante torna-se permanente e deve ser financiado como tal. A busca por investimentos de empresas já inseridas no mercado é garantia de que o setor esta em crescimento, o mercado esta forçando o desenvolvimento da mesma, o que acaba sendo bom para quem compra e para quem vende. Longenecker (1997, p. 256) cita os “cinco Cs do Crédito” analisado pelo órgão cedente de crédito: 1 – Caráter do solicitante, 2 – capacidade do solicitante de pagar o empréstimo, 3 – capital que esta sendo investido pelo solicitante no empreendimento, 4 – condições da indústria e da economia e 5 – caução (garantia) disponível para assegurar o empréstimo. Existem dois tipos de garantia segundo SEBRAE-MA (2004), divididas em pessoais (fidejussórias) e as garantias reais, que são bens ou direitos de recebimentos dados em garantias de obrigações relativas a operações de crédito, sendo a fidejussória quando uma pessoa física ou jurídica assumem como avalistas ou fiadores a responsabilidade de honrar com o compromisso, caso o cliente contratante não o faça. Levando em consideração a capacidade de sustentar lucros elevados continuamente no decorrer do ano, o sistema financeiro brasileiro é muito eficiente - ponto de vista microeconômico. Já do ponto de vista macroeconômico, a eficiência do sistema é baixa, pois além do crédito reduzido com taxas elevadas, a principal modalidade oferecida as empresas 38 segundo Santos (2004), é o desconto de recebíveis, ou seja, o crédito é feito a partir de negócios já efetuados, com baixa criação de poder de compra novo e as taxas de juros que comprometem seriamente a rentabilidade das empresas. Em dados publicados pelo SEBRAE-SP (2008), destaca que dos empreendimentos falidos, a maior parte com 24% se concentrava em investimentos de R$ 5.000,00 à R$ 10.000,00, 15% na proporção de até R$ 5.000,00 13% na faixa de R$ 50.000,00 ou mais e os demais pesquisados fizeram investimento maior que R$ 10.000,00 e menor que R$ 50.000,00. Embora a pesquise mostre em que nível se encontra a maior parte dos empreendedores, ainda assim, as linhas de crédito para esses grupos de pessoas físicas ou jurídicas é escassa. Embora o financiamento não resolva 100% os problemas do empreendedor, este somado com um bom planejamento na gestão estratégica e financeira do negócio, será o elemento indispensável para a sobrevivência da empresa. O SEBRAE-MA (2004), acrescenta informando que nem sempre o dinheiro será a solução para o empreendimento em crise ou em desenvolvimento. Antes de solicitar o financiamento, faz-se necessário avaliar possíveis problemas internos nas áreas de custo, produtividade, preço de venda e tantos outros, que se não resolvidos trará problemas ainda maiores para dentro da empresa. A seguir segue os principais porquês do insucesso na solicitação de crédito apresentado em pesquisa pelo SEBRAE-SP (2009) em nível nacional: Principais razões dada pelo banco à empresa para não conceder empréstimo Conta corrente nova 3% Projeto inviável 9% Inadimplência da empresa 9% Linhas de crédito fechadas 9% Falta de recursos próprios 9% Saldo médio insuficiente 11% Registro no CADIN/SERASA 13% Insuficiência de documentos 15% Insuficiência de garantias reais 16% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 18% Fonte: Sebrae-Sp (2009) Gráfico 4 – Principais razões para o banco não autorizar financiamento 39 Como mostra o gráfico, as maiores dificuldades das MPEs esta em conseguir garantias suficientes para autorização do crédito e a insuficiências de documentos para preencher contrato com órgão cedente do crédito. Mesmo os programas nacionais de governo em auxílio as famílias em suas atividades rurais, transferem as atividades burocráticas para bancos e estes mediante análise, autorizam ou não o crédito ao solicitante. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF destina-se ao apoio financeiro das atividades agropecuárias e não agropecuárias exploradas mediante emprego direto da força de trabalho do produtor rural e de sua família. Segundo estabelecido para o PRONAF 2010/2011, o programa terá a disposição R$ 16 bilhões para as linhas de custeio, investimento e comercialização. Para se tornar um beneficiário do programa, existem quadros de aptidão dos quais o solicitante deve estar inserido e regular com as informações do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Banco Central do Brasil (BCB). Dentre as linhas de crédito oferecidas pelo programa, sendo úteis e relacionadas a pesquisa estão: Investimento: para financiar implantação, ampliação ou modernização da infraestrutura de produção e serviços, agropecuários ou não agropecuários, no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais próximas. Nas condições de investimentos, o valor financiado varia até limite de R$ 36.000,00 porém as taxas de juros variam de 1 % a.a à 5% a.a a depender do valor financiado. Mais Alimentos: financia propostas ou projetos de investimento para produção associados à açafrão, arroz, café, centeio, feijão, mandioca, milho, sorgo, trigo, erva-mate, apicultura, aquicultura, avicultura, bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, caprinocultura, fruticultura, olericultura, ovinocultura, pesca e suinocultura. Programa mais alimentos tem limites de créditos de R$ 10.000,00 até R$ 130.000,00 com 2% de juros a.a e prazo de carência no financimante de 3 anos até 10 anos para pagamento. Para operações coletivas, o limite é de R$ 500.000,00 Para acessar o Microcrédito Rural, é preciso que a família possua a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), obtida de forma gratuita no sindicato dos trabalhadores rurais ou na Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER, mais a proposta/projeto simplificado de crédito, que pode ser obtida com ajuda do técnico da extensão rural ou do assessor de crédito. Todos esses documentos juntamente com CPF, RG e quando for o caso, certidão de casamento devem ser encaminhados ao agente financeiro (Banco do Brasil, mais fácil acesso a região pesquisada) para realização da contratação. 40 O crédito além de individual, tem-se a possibilidade de adquiri-lo em coletividade com mais produtores familiares da região, podendo através desta união surgir uma pequena cooperativa auxiliando nas negociações futuras nos mercados, bem como nos processos utlizados na produção leiteira da micro-região. Facilitando a aparição de garantias apresentadas ao agente financeiro para análise de crédito. Atualmente quem pode ser beneficiado pelo Pronaf são os produtores que tenham o trabalho familiar como base da exploração da propriedade, que resida no local ou próximo da mesma e tenha renda bruta agropecuária de até R$ 110.000,00 anual. E este não deve possuir ou explorar área superior a 4 módulos fiscais. Os princípais beneficios ao produtor além da taxa de juros a.a e o tempo para pagamento do financiamento, o Pronaf via Banco do Brasil – BB é complementado com o Programa de Garantia de Preços para Agricultura Familiar – PGPAF que nada mais é do que um seguro do preço que o produtor recebe sempre que o preço de comercialização estiver abaixo do preço de garantia definido para o produto e também o Proagro Mais que é um seguro de produção causados por eventos climáticos naturais, doenças fúngicas ou pragas sem método combate/preveção descobertos. 41 5. METODOLOGIA Nesta fase da pesquisa serão apresentados os meios utilizados para atingir os objetivos desta pesquisa. Silva (2003, p. 25), apresentada como metodologia o “estudo do método na busca de determinado conhecimento”, mais a frente ele reporta a ela como “caminho”, este usado para concluir a pesquisa. 5.1 Classificações da pesquisa Para a realização desta pesquisa buscou-se apoio em materiais já existentes, para tanto, foi selecionado os autores que se destacam no assunto para dar uma maior credibilidade no resultado da pesquisa. 5.2 Pesquisa exploratória Pela falta de conhecimento aprofundado e experiência na área, para a realização desta pesquisa se fez necessário a busca de informações em dados secundários. Com estas características, pode-se afirmar ainda que este estudo se classifique como uma pesquisa exploratória, pois de acordo com Malhotra (2001, p. 105), a pesquisa exploratória tem como objetivo “explorar um problema ou situação para prover critérios e compreensão”. Marconi apud (2002, p. 80) afirma com relação a pesquisa exploratória: que ocorre normalmente quando a pouco conhecimento sobre a área temática a ser abordada. Por meio deste estudo, busca-se conhecer com maior profundidade o assunto, de modo a torná-lo mais claro ou construir questões importantes para a condução da pesquisa. Gil (2002) destaca algumas de suas características como sendo o “levantamento bibliográfico e entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado”. As entrevistas realizadas foram com gerente da Coplar/APL bem como seus principais fornecedores de leite da região que tenham condições de contribuir com informações úteis para o desenvolvimento da pesquisa, ao fazer uma análise de possíveis problemas que estivessem acontecendo com os pequenos. 42 5.3 Pesquisa Bibliográfica Pesquisa bibliográfica é apresentada por Gil (2002), como uma “pesquisa baseada em material científico já elaborado”, ou seja, a conclusão desta pesquisa esta estruturada na visão dos autores pesquisados. Silva (2003, p. 60) complementa afirmando que “esta pesquisa explica e discute um tema ou problema com base em referências já publicadas”. A busca de dados secundários foi realizada fazendo pesquisas em livros disponíveis, periódicos relacionados e a internet para atualizar os dados contidos nos livros referente ao tema. Para questão de dados atuais também foi realizado pesquisa em internet e anais de congresso, devido estas informações circularem com maior velocidade. Marconi e Lakatos (2002) citados por Beuren (2003), comentam com relação as fontes secundárias, que “estas possibilitam não só resolver problemas já conhecidos, mas também explorar novas áreas onde os problemas ainda não se cristalizaram”. 5.4 Estudo de caso O procedimento utilizado para a condução da pesquisa foi do tipo estudo de caso, característica apresentada por Beuren (2003, p. 84), como um “estudo focado numa única situação, é um estudo relevante para pesquisadores que pretendem aperfeiçoar seu conhecimento no caso específico”, acrescenta. Preocupou-se em buscar realizar esta pesquisa em uma empresa familiar, devido estas estarem mais próximas da realidade de quem pretende aventurar-se ao abrir seu próprio negócio, bem como será a realidade da maioria dos que se aventuram no mercado de trabalho. De acordo com Silva (2003, p. 63) o “objeto a ser pesquisado neste tipo de pesquisa pode ser o indivíduo, a empresa, uma atividade, uma organização ou até mesmo uma situação”. Nesta pesquisa foi analisado a atividade de produção leiteira em pequenas propriedades na região de Adrianópolis e Ribeira situada no Vale do Ribeira. 5.5 Instrumentos de coleta de dados As fontes de dados primárias utilizadas na pesquisa foram coletadas juntamente com o gerente da Coplar/APL e os pecuaristas por ele indicado que respondem diretamente pelas atividades da propriedade, isso devido às informações necessárias para o desenvolvimento do trabalho ser de nível administrativo. 43 A APL é a associação criadas pelos produtores de leite da bacia leiteira do Alto Ribeira, para receber recursos do governo municipal, estadual e federal. A Coplar foi a cooperativa criada pelos associados e diretoria da APL para comercializar o leite produzido. Durante a coleta de dados, foi realizada entrevista não estruturada, onde será pesquisado sobre os custos de produção, faturamento, tempo de atuação no mercado, como também dentre outros dados buscou-se saber as dificuldades que enfrentavam no momento, para então direcionar a pesquisa sobre esta dificuldade e buscar possível solução para o caso. Beuren (2003) reforça a necessidade deste contato ao descrever que este momento “tem como objetivo a obtenção de dados necessários para responder a questão estudada”. Malhotra (2001) afirma que “nem sempre é possível utilizar métodos estruturados para obter informações do indivíduo que está sendo pesquisado”. A maioria preza pela privacidade, e em nossos dias estas reações significam questões de segurança. Visto que a pesquisa necessitará de dados reais da empresa (valores de compra e venda), pode ser que não queiram responder a algumas questões, ou até mesmo sejam incapazes para respondê-las. Na pesquisa não foi centralizados referências em instalação, raça, alimentação, insumos na atividade, máquinas e equipamentos pelo fato de não ser campo específico do pesquisador. Preocupou-se na busca de dados que apresentasse o nível de rentabilidade e retorno para a família produtora em relação a pecuária de corte para a pecuária leiteira em sua pequena área disponível para produção. Objetivando ao final esclarecer ao produtor onde encontrara maior fonte de renda. O fato de buscar informações com vários produtores é incentivado pelo SENAR , onde orienta sob a possibilidade de refletir sobre um produtor de sucesso e outro em falência, analisando as características básicas de cada um para planejar sua produção, buscando compreender melhor uso de tecnologias, e das condições de infra-estruturas de cada uma das propriedades. Os preços coletados e impressos no trabalho, são decorrentes do meses de pesquisa. Os preços de remédios e medicamentos foram oriundos de lojas agropecuárias da cidade de Adrianópolis – PR onde esta a Associação de Produtores de Leite do Alto Ribeira – APL. O custo sanitário unitário, foi dado pelas campanhas apresentadas em cada quadro de planejamento (Gado de corte e gado leiteiro), mediante a quantidade exigida aplicada ao ano. 44 6. Viabilidade após Financiamento Decido pela criação/transferência da pecuária de corte para pecuária leite, considerando quadro 2, será financiado valor de R$ 50.000,00 para preparação da propriedade, aquisição de máquinas, equipamentos e a compra dos animais, ficando saldo para capital de giro. Se o financiamento solicitado for concedido pelo banco com 3 anos de carência e 10 anos para pagamento do crédito com 2% de juros a.a conforme o PRONAF – Mais Alimentos, e tendo em vista que o agente financeiro adote o Sistema Francês de Amortização – SAF ou Sistema Price as parcelas anuais serão as seguintes: N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total Prestação 5.791,21 5.791,21 5.791,21 5.791,21 5.791,21 5.791,21 5.791,21 5.791,21 5.791,21 5.791,21 57.912,10 Juros 1.000,00 1.020,00 1.040,00 945,38 848,47 749,61 648,78 545,93 441,03 334,02 224,88 113,55 7.911,65 Amortização 4.750,81 4.845,83 4.942,74 5.041,60 5.142,43 5.245,28 5.350,18 5.457,19 5.566,33 5.677,66 52.020,05 Saldo devedor 50.000,00 51.000,00 52.020,00 47.269,19 42.423,36 37.480,62 32.439,02 27.296,59 22.051,21 16.701,13 11.243,94 5.677,61 0,05 - Quadro 5 – Calculo do Financiamento De acordo com Castanheira & Serenato (2006) o sistema Price não implica necessariamente em prestações mensais, independente do período acordado com cliente, o importante é que sejam iguais, periódicas, sucessivas e posteciapadas. Conforme apresenta o quadro 5, os valores das parcelas fixas anuais serão de R$ 5.791,21 – mesmo que não existisse o período de carência acredita-se que as parcelas seriam quitadas tranquilamente, na condição do preço do leite e do bezerro permanecerem estáveis no decorrer dos meses. Adquirindo vacas em produção, com média de 10 litros de leite ao dia cada, ao decorrer do mês (30 dias) a propriedade terá produzido 3.000 litros de leite. Atualmente o produtor tem recebido R$ 0,74 por litro produzido. A cada mês a propriedade receberia R$ 45 2.220,00 durante período e lactação de 8 meses (240 dias). Neste intervalo terá recebido com a venda do leite valor bruto de R$ 17.760,00. Após período de lactação é efetuada a desmama, onde o bezerro recebe tratamento especial por prazo médio de dias e vendido a preço de mercado, atualmente R$ 600,00 por cabeça. Na média das propriedades, o nascimento de bezerros varia entre 50% em macho e fêmea. Considerado que foi adquiridas matrizes de alto padrão em genética, as fêmeas são mantidas na propriedade para somar ao seu devido tempo ao plantel produtivo. Com a venda dos bezerros machos soma-se a receita bruta da família valor de R$ 3.000,00, totalizando receita bruta anual em R$ 20.760,00 conforme o quadro apresenta. Vacas Prenhes Bezerros Prod Leite/dia Média de R$ Produção mês (30 dias) R$ Bruta mês leite Período Lactação Produção anual R$ Bruta anual Leite Média bezerros machos Média R$ Bezerro R$ bruta anual bezerro Renda Bruta Anual ANO 1 Aquisição das vacas 10 10 100 L 0,74 3.000 L 2.220,00 240 dias 24.000 L 17.760,00 5 600,00 3.000,00 20.760,00 ANO 2 Compra + 5 Vacas 15 15 150 L 0,74 4.500 L 3.330,00 240 dias 36.000 L 26.640,00 7,5 600,00 4.500,00 31.140,00 ANO 3 Compra + 5 Vacas 20 20 200 L 0,74 6.000 L 4.440,00 240 dias 48.000 L 35.520,00 10 600,00 6.000,00 41.520,00 Quadro 6 – Receitas brutas anuais no período de carência. O quadro 6 apresenta de forma simplificada as receitas brutas que a família tem condições de apresentar ainda no período de carência. Os preços referente a venda do leite cru e dos bezerros machos foi mantido constante, porém os mesmos podem variar no decorrer dos anos para mais ou para menos. Pela receita bruta apresentada no ano 5, no início segundo ano de produção da condições a família de adquirir mais 5 vacas prenhes pra iniciar produção junto com as 10 adquiridas no ano anterior. Considerando a estrutura do terreno não possibilitar manter na mesma área produtiva da família Delgado mais de 15 vacas em lactação, levando em conta que no mesmo tempo e espaço temos que manter área para vacas em produção, novilhas solteiras e prenhes, e bezerros machos e fêmeas. O quadro acima mostra que no terceiro ano com apenas 5 vacas a mais em lactação a receita bruta anual seria significativamente superior 46 aos anos anteriores, porém haveria problemas com a falta de alimentação adequada considerando que as mesmas são mantidas a pasto. As fêmeas nascidas no primeiro ciclo, no terceiro ano de atividade já estão sendo enxertadas, e as mesmas dependendo dos registros coletados das mesmas, estas podem a partir do ano 4 substituir vacas do plantel produtivo ou ser vendidas para demais criadores. Dados divulgados pela Milknet (2010) informa que a produção de leite é iniciada quando a vaca atinge mais ou menos 2 anos de idade, e vai aumentando até alcançar entre 5 e 6 anos, diminuindo até a décima cria, quando em geral termina a vida útil da vaca. Deste modo, as vacas de 1º ou mais crias terão boa aceitação pelo tempo de vida útil ainda que lhe resta de plena produção. Carência Ano Produção Vacas Lactação 3 15 4 15 5 15 6 15 7 15 8 15 9 15 10 15 11 15 12 15 13 15 5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 42,5 7,5 7,5 7,5 45 7,5 7,5 7,5 45 7,5 7,5 7,5 45 7,5 7,5 7,5 45 7,5 7,5 7,5 45 7,5 7,5 7,5 45 7,5 7,5 7,5 45 7,5 7,5 7,5 45 7,5 7,5 7,5 45 7,5 7,5 7,5 45 7,5 7,5 7,5 7,5 7,5 5 7,5 7,5 7,5 7,5 15 27,5 30 30 30 30 30 Quadro 7 – Produção anual dentro da capacidade de lotação. 7,5 7,5 30 7,5 7,5 30 7,5 7,5 30 7,5 7,5 30 7,5 7,5 30 7,5 7,5 30 Prenhes 1º cria Nascimento Fêmea Macho Novilha Solteira Venda Macho Venda Prenhes Qtde pós venda 1 10 5 5 2 15 Período de atividade financiado – em anos Anos para pagamento do financiamento 20 7,5 7,5 5 35 5 7,5 O quadro 7 apresenta o número de animais que será possível manter em sua capacidade de lotação. No primeiro ano de atividade através das 10 vacas adquiridas, ficam mantidas em crescimento a pasto as 5 novilhas provenientes do primeiro parto. No segundo ano, com aquisição de mais 5 vacas a propriedade manterá na propriedade 35 cabeças durante o ciclo de produção e ao final com a venda do nascimento de bezerros machos, fecha período com 27,5 cabeças. A partir do 3 e 4 ano de atividade será mantida a média de 45 cabeças durante o ciclo considerando nascimentos do ano anterior mais os nascidos no ano de atividade. Ao final da produção a média será de 30 cabeças levando em conta a venda dos bezerros machos, mais a venda de novilhas e vacas prenhes. No terceiro ano de atividade já se faz necessária a venda de 5 novilhas ou vacas prenhes e a partir do quarto ano de produção terá venda anual média de 7,5 cabeças. Se estas 47 forem vendidas ao preço médio de compra das vacas no primeiro e segundo ano no valor de R4$ 2.000,00 por cabeça, a propriedade somará a sua renda bruta anual valor de R$ 15.000,00 totalizando valor bruto anual de R$ 46.140,00. Caso a família Delgado optasse por colocar no ano 3 ou nos anos seguintes mais 5 fêmeas na cadeia produtiva, iria causar superlotação na área trabalhada como apresenta o quadro 8. Ano Produção Vacas Lactação Carência 1 2 3 10 15 20 Prenhes 1º cria Nascimento Período de atividade financiado – em anos Anos para pagamento do financiamento 4 5 6 7 8 9 10 11 12 20 20 20 20 20 20 20 20 20 13 20 5 7,5 10 10 10 10 10 10 10 10 10 5 7,5 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 5 7,5 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 5 7,5 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 20 35 52,5 57,5 60 60 60 60 60 60 60 60 60 Venda Macho 5 Venda Prenhes Qtde pós venda 15 7,5 10 10 40 10 10 40 10 10 40 10 10 40 10 10 40 10 10 40 10 10 40 10 10 40 10 10 40 Fêmea Macho Novilhas Solteiras 10 10 5 7,5 27,5 37,5 40 Quadro 8 – Produção anual além da capacidade de lotação. Com a média apresentada no quadro acima, até segundo ano de produção conseguiria manter os animais com alimentação suficiente. Porém, a partir do 3 ciclo exigiria do produtor alugar pasto, ou não segurar as fêmeas nascidas a partir do segundo ano de atividade, sendo estas vendidas no mesmo período em que os machos saem da propriedade, após desmama. Estudos publicados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA (2010), orienta que é mais viável economicamente investir em produtividade do que simplesmente aumentar o rebanho, ou seja, melhoramento genético do rebanho bem como as técnicas de produção. A exemplo da citação acima é a condição de venda das novilhas, vacas e bezerros/tourinhos. Numa propriedade em que não se preza pela qualidade do gado, no momento da venda de uma vaca ou novilha conseguira preço máximo de R$ 1.500,00 por cabeça dependendo da condição do animal, e os bezerro possivelmente vendera para 48 pecuarista de corte a preço de mercado a R$ 600,00 em média. O pecuarista que mantém qualidade além do leite, no rebanho, consegue preços superiores no momento da venda, vacas e novilhas prenhes atingindo valor de R$ 2.000,00 – 2.500,00 e ao invés de vender bezerros para pecuarista de corte, este prepara os machos para serem futuros tourinhos que na média são vendidos na região no valor de R$ 2.000,00 com média de 10 arrobas. Os custos referente ao planejamento sanitário apresentado na planilha a seguir são iguais para todos os produtores, o que o diferenciará no mercado em que atua é a qualidade do leite produzido, a qualidade de seu rebanho, forma de manejo e produção, e sua negociação. Custo Anual Planejamento Sanitário Gado Leite Doenças/Atividades Preço Un 2,00 1,5 0,57 0,66 1 2 1 1 R$ Anual 2,00 3,00 0,57 0,66 1 1,00 Apl Manqueira-vacinação Aftosa – vacinação Raiva – vacinação Brucelose – vacinação Helmintose – 1,00 vermifugação Tuberculose – exame Brucelose – exame Quadro 9 – Custo Anual P.S.G.L C. Un /Anual 7,23 R$ Total 2,00 3,00 0,57 0,66 Lote Anual 22,5 45 45 15 1,00 45 R$ Un 45,00 135,00 25,65 8,55 CT CU 259,20 5,76 45,00 O quadro 8 apresenta custo sanitário anual unitário de R$ 5,76 considerando a propriedade manter-se na condição exposta no quadro 7 onde sustem um lote anual de 45 cabeças entre vacas, novilhas solteiras e prenhes e os bezerros. Para a vacinação de prevenção a manqueira foi colocada somente para vacas prenhes/lactação e novilhas prenhes e a brucelose somente para os bezerros nascidos durante o ano que é o regulamento do sistema sanitário nacional. Importante frisar que os valores do quadro acima são considerados a partir do 4º ano de atividade onde a propriedade mantém o lote de animais em sua capacidade limite de produção. Existem outros custos agregados a produção, para controle de pragas e parasitas, vermes, bernes, moscas, no entanto, para os mesmos não há condições de prever qual será seu consumo no período devido ser variável conforme seu surgimento. Quando o proprietário consegue associar o clima, condição do solo à raça do gado de leite a ser adquirido, seus problemas sanitários tendem somente a reduzir e quando aparecer, este surgirá num nível máximo de controle do produtor. O custo mais alto para a propriedade será a manutenção dos pastos, se estes forem terceirizados, independente da atividade custará valor de R$ 1.562,50 considerando que há 25 49 hectare de pastagens formadas e o preço médio praticado por trabalhadores da região é de R$ 62,50 por hectare. Se optar pela pecuária de corte, na mesma área onde será inserida o gado leiteiro, tem capacidade de manter nos períodos de verão e inverno 30 cabeças direta. A aquisição das 30 cabeças, considerando valor unitário a venda dos bezerros do gado leiteiro de R$ 600,00 – o capital a ser investido será de R$ 18.000,00 + Frete. Em 05/11/2010 a arroba do boi atingiu valor de R$ 110,00 – porém o tempo médio que os bezerros ficaram no pasto até atingir peso de 20 arrobas é em média segundo pecuarista pesquisados da região, de 30 à 36 meses, após este período o valor de venda pode estar melhor ou a melhorar. Se após os 36 meses o valor de venda ser o mesmo do valor de compra, a receita bruta será de R$ 66.000,00. No mesmo período em que se destina a engorda dos bezerros para o abate, com trabalho direto e intensivo da atividade leiteira, pode-se faturar renda bruta anual mantendo 15 vacas em lactação em: Atividades Prod Leite cru Tourinho Novilha Prenhe Receita B Anual Produção Mês 4.500 L Prod Anual R$ Unid 36.000 L 7,5 cabeças 7,5 cabeças 0,74 2.000,00 2.000,00 R$ Total 26.640,00 15.000,00 15.000,00 R$ 56.640,00 Quadro 20 – Provisão para receita bruta anual com atividade leiteira. O valor da receita bruta de R$ 56.640,00 só será possível alcançar a partir do 4 ano de atividade se comparado ao quadro 7, onde inicia-se a atividade com aquisição de 10 matrizes prenhes no primeiro ano e no segundo ano mais 5 matrizes, e a partir do terceiro ano pode-se já comercializar novilhas ou vacas prenhes e a venda de tourinhos. O número de tourinhos pode-se variar no decorrer do ano, devido ao grau de nascimento e dependendo de seu nível de aptidão deve ser descartado e vendido como bezerro para corte a preço médio de R$ 600,00 por cabeça. Os números acima mostram uma realidade somente para produtores que trabalham com animais de alta qualidade, que torna possível o aumento da receita com a venda do produto final (leite), bem como seu alto padrão em genética. 50 Considerações Finais e Recomendações para Trabalhos Futuros Os sistemas de produção e os níveis de produtividade tem auxiliado a grandes e pequenos a conseguirem maiores resultados compactando ainda mais sua área de atividade, onde o produtor pode produzir mais em menos tempo e espaço. No entanto, ainda são poucos representantes da agricultura familiar que tem conseguido apoio e destaque nos últimos anos. Como apresentado no capitulo anterior, tanto a pecuária de corte quanto a criação de gado leiteiro podem ser rentáveis ao pequeno produtor. O que diferenciará seus resultados serão os sistemas de produção, técnicas, manejo e qualidade do rebanho adquirido. Parcialmente, o que tem dificultado o desenvolvimento na agropecuária no setor familiar, são os níveis de informações que chegam até estes, muitas vezes, quando chegam informações de novas pesquisas e tecnologias estão são precárias e sem condições de provocar mudanças para o produtor. O objetivo geral desta pesquisa foi verificar a viabilidade de implantar a criação de gado leiteiro em pequenas propriedades rurais utilizando recursos de terceiros, considerando as praticas adotadas em relação ao índice de rentabilidade obtido no período – buscando informações para auxílio de análise em grandes e pequenas propriedades produtoras a justificar a pesquisa bibliográfica. Para a família que esta envolvida 24 horas ao dia nas atividades na propriedade, a atividade que pode gerar maior renda no mesmo tempo e espaço é o gado de leite, mediante no momento da aquisição das matrizes o produtor conciliar gado, região, clima e alimentação a ser oferecida. Os resultados que a vaca em lactação proporcionará no final de um ciclo de produção é retrato do que lhe é oferecido como alimentação. Quanto mais qualidade esta tiver e ingerir, maior será a qualidade do leite produzido. A receita do produtor, pode ser complementada com a venda de bezerros e/ou tourinhos, e mediante visão do produtor a venda de vacas e novilhas prenhes anualmente. No entanto como apresentado em pesquisa, antes de investir em raça, manejo, instalações e sanidade, deve-se cuidar na alimentação dos mesmos. Quem optar por gado leiteiro, deve-se tanto empolgar com os números apresentados, como pelo trabalho que a atividade necessita, considerando exigir a presença integral e constante do pecuarista na propriedade. O primeiro objetivo especifico se firmou quando foi realizada a coleta de dados juntamente com os produtores em suas propriedades, onde foi consultado e verificado as principais dificuldades enfrentadas pelas produtores no mercado e atividade leiteira, coleta 51 esta realizada com produtores com produção estável e em crescimento, produtores em dificuldade e produtores que deixaram as atividades em anos anteriores, tendo assim a possibilidade de diagnosticar os prós e contras da atividade leiteira. O gado de corte é uma atividade que oferece renda bruta anual considerável. Mas pode complicar a vida financeira da família no decorrer do ano dependendo do espaço e quantidade de animais disponíveis a pasto. Considerando que na compra de um bezerro de 7-8 meses o mesmo só será vendido gordo para abate após em média de 24-28 meses após a compra do mesmo. É uma atividade atrativa para quem dispõe de grande área para produção, onde pode manter diversos lotes com idades variadas, assim o produtor poderá fazer duas ou mais receitas durante o ano. Se a família não depende exclusivamente da receita do gado de corte para sua sobrevivência, onde mantém outras atividades produtivas paralelas que gerem renda, o boi pode ser um complemento para maximização da receita bruta anual, sendo que o mesmo é um animal independente, exige menores cuidados e conseqüentemente, custos inferiores de produção. Acesso ao crédito foi o segundo objetivo especifico deste trabalho. Para investir em novos equipamentos, estrutura ou na qualidade do rebanho, produtores associados a APL tem optado e alguns já sendo beneficiado pelo PRONAF, programa atualmente com a menor taxa de juros a.a com carência significava, dando condições a produtores condicionados a agricultura familiar a se desenvolverem e competirem de igual forma com o mercado dinâmico e exigente do mundo globalizado. Embora as condições para saldar o financiamento sejam atraentes, os produtores tem encontrado dificuldade com o nível de burocracia exigido para acessar o programa. O estudo realizado demonstra viabilidade quando existe na propriedade “organização” nos diversos níveis da cadeia produtiva do leite. Considerando que os níveis de produtividade dependente além do que a vaca ingere, como também dos sistemas e técnicas empregadas na produção. Com relação ao problema apresentado, créditos disponíveis existem no mercado, como o PRONAF com juros muito pequenos. O maior problema enfrentado nas situações de solicitações é a qualidade das informações que o produtor mantém na propriedade para apresentar ao banco, o acaba tornando ainda mais burocrático o processo de autorização. Considerando o interesse do produtor pesquisas complementares podem ser realizadas para somar aos dados levantados pelo autor, estas podem ser: 52 • Sistemas de crédito rural oferecido a agricultura familiar, pequeno e médio produtor; • Analisar possível dupla aptidão do ponto de vista financeiro do gado leiteiro mantido a pasto; • Acompanhar um ciclo de produção leiteira de uma propriedade familiar para levantar custos reais de produção do período; Produtores pesquisados ofereceram grande interesse em buscar conhecimento do porque que o gado da região tem grande índice de urinar sangue. Produtores de gado de leite e corte tem enfrentado grandes problemas e perdas consideráveis no rebanho com esta inquietação. Concluindo, pode afirmar que em ambas as atividades o produtor pode alcançar lucros. Para tanto, precisa conciliar os sistemas de produção, os cuidados com alimentação, sanidade, instalação, manejo e a raça a ser adquirida com o clima e região a ser produzida. A cadeia produtiva da agropecuária é intensa, onde se desdobra em compra de insumos, plantar, criar, manejar, produzir, armazenar e comercializar o produto final. Além de um bom pecuarista, criador e administrador de seu negócio, o produtor precisa ser um bom comerciante para manter sua propriedade lucrativa, sendo esta a finalidade de todo negócio. 53 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABCG. Associação Brasileira de Criadores de Girolando. Disponível em: http://www.girolando.com.br/site/ogirolando/performance.php . Acesso em 9 nov. 2010. ABCGJMG. Associação Brasileira de Criadores de Gado Jersey de Minas Gerais. Disponível em: http://www.jerseyminas.com.br/index.html . Acesso em 09 nov. 2010. Andreotti, R. 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Acesso em 04 nov. 2010. 59 ANEXOS 60 ANEXO 1 – Roteiro de Entrevistas realizadas com Presidente da APL e COPLAR 1. Quando, como e para que surgiu a COPLAR? 2. Quais os objetivos da empresa para o local onde reside? 3. Qual a média de produção mensal da empresa? A cooperativa tem planos de aumentar a produção? O que tem feito para isso? 4. Quais os critérios para se tornar um cooperado? 5. Como o leite pode ser um diferencial para a produção numa pequena propriedade em consideração a pecuária de corte? 6. A Coplar é fornecedora de credito para novos investidores no setor ou existe política de intermediação de crédito produtor/Banco? 7. Para produtores já cooperados, tem benefícios ao solicitar crédito junto a agentes financeiros? Quais? 8. Pra quem pretende se aventurar na pecuária leiteira, quais os principais fatores de risco a serem analisados na visão da cooperativa? 9. Na condição de produtor, qual a maior dificuldade encontrada na produção de leite? Como melhorar? 10. Qual a média tempo da vaca em lactação a pasto? Em que período mantém alta produção sendo criada a pasto? 11. Qual a média de vaca por alqueire de pasto formado? 12. Como são descartadas as vacas com baixa produtividade? 13. Como o Sr visualiza o mercado do leite no cenário atual? Em sua visão quais as perspectivas futuras? Desafios futuros? 14. E para quem pretende se aventurar no mercado leiteiro quais os investimentos deve ser priorizado 61 ANEXO 2 – Roteiro de Entrevista realizada com Gerencia APL e COPLAR 1. Quando, como e para que surgiu a COPLAR? 2. Quais os objetivos da empresa para o local onde reside? 3. Qual a média de produção mensal da empresa? A cooperativa tem planos de aumentar a produção? O que tem feito para isso? 4. Quais os critérios para se tornar um cooperado? 5. Como o leite pode ser um diferencial para a produção numa pequena propriedade do que outra atividade produtiva? 6. A COPLAR oferece incentivos para o pequenos produtor sair da clandestinidade e oferecerem seus produtos a cooperativa? 7. Para um pequeno produtor que pretende ser cooperado, a COPLAR auxilia o mesmo com crédito para novos investimentos ou que orientação é prestada ao produtor? 8. Para produtores já cooperados, tem benefícios ao solicitar crédito junto a agentes financeiros? Quais? 9. Pra quem pretende se aventurar na pecuária leiteira, quais os principais fatores de risco a serem analisados na visão da cooperativa? 10. Das propriedades participantes da cooperativa, o Sr tem condições de indicar algumas que tenham condições de contribuir com informações para esta pesquisa? 62 ANEXO 3 – Roteiro de Entrevista realizada com Pecuarista de Leite – Região Bacia Leiteira de Adrianópolis. 1. A quanto tempo esta nesta atividade? O que o levou a se decidir por gado leiteiro e não gado de corte? 2. Como o Sr visualiza o mercado do leite no cenário atual? Em sua visão quais as perspectivas futuras? 3. Qual a área de produção que mantém com a atividade leiteira hoje? Como esta dividida? Quantas vacas em lactação por alqueire? 4. Na fazenda, como é feita a divisão de vacas em lactação, prenhes, novilhas, bezerras e machos? 5. É utilizado algum complemento na alimentação do gado, visto que o mesmo esta em pasto aberto? 6. Qual a média tempo da vaca em lactação a pasto? Em que período mantém alta produção sendo criada a pasto? 7. Média do tempo seca. Intervalo entre parto. Vacas com baixa produtividade como é feito o descarte? 8. Qual a maior dificuldade encontrada hoje para a produção leiteira? Como isso poderia ser melhorado? 9. Quais os principais custos de produção em sua propriedade? 10. Em sua visão, novas tecnologias estão acessíveis aos pequenos produtores? 11. Para aquisição de novos equipamentos e melhoramento genético do rebanho, quais as fontes de créditos utilizadas pela propriedade? Existem outros disponíveis? 63 ANEXO 4 – Fotografias 64 Foto 1 – Casa sede da propriedade 65 Foto 2 – Curral para gado de corte instalado na propriedade.