O REINO DE DEUS NA IGREJA DO SÉCULO 21 INTRODUÇÃO Chegamos à cidade de Luz - MG, tão logo o sol nascera e, apesar do cansaço depois de tantas horas de viagem, fiquei observando as pessoas, as casas a movimentação nas ruas de terra. Enquanto me envolvia naquela atmosfera o Espírito Santo ministrava ao meu coração que aqueles dias seriam de muito aprendizado e muita luta espiritual, podia sentir que nunca mais iria me esquecer daquele lugar e daquela gente. Estávamos ali com um grupo de aproximadamente 18 jovens da minha igreja, e tínhamos a missão de apoiar na plantação de uma pequena igreja, que até aquele dia contava com pouco mais de 15 irmãos. Os líderes eram muito simpáticos e logo nos sentimos em casa para compartilharmos planos para o evangelismo e visitas aos membros da igreja e para os não-crentes. A cidade de Luz é um lugar que apesar de uma pequena população e sem nenhuma repercussão nacional é espiritualmente muito importante, pois ali se encontra o bispado mineiro. No ponto mais alto da cidade ergue-se a Igreja Matriz e defronte a ela se destaca a Casa do Bispo. Seus habitantes apesar de muito simpáticos e receptivos não escondem as tradições católicas e quase todos devem favores e obediência eterna ao bispo. Sob a orientação do Espírito Santo começamos a buscar em oração maneiras de atingirmos os corações das pessoas e mostrar-lhes o amor de Deus. Pedíamos milagres, curas, quebra das correntes do pecado, autoridade sobre os demônios e uma verdadeira revolução nas vidas daquele povo. Depois de alguns momentos de muito clamor e adoração, decidimos sair às ruas e sentir de perto o que nos esperava, queríamos mostrar a nossa cara e desde aquele primeiro dia deixar que as pessoas nos conhecessem. Resolvemos que a melhor estratégia para isso era nos misturarmos com a multidão, aproveitarmos para fazer algumas compras, visitar a “Igreja Matriz”, e conhecermos as redondezas da casa onde estávamos hospedados. O dia passou rápido e à noite alguns do grupo resolveram sair e quem sabe ter a oportunidade de evangelizar alguém. Passadas duas horas eles voltam todos animados, pois haviam evangelizado um grupo de garotos que “vagavam” próximos à Praça da Matriz. Assim que amanheceu o próximo dia já tínhamos um programa traçado e depois de uma manhã de meditação na palavra, intercessão e louvor estávamos prontos para visitar algumas pessoas e começar um contato mais próximo com os irmãos. A semana passaria bem rápida e graças a Deus veríamos muitas conversões. Tudo parecia muito bom, mas, nós pensávamos em um evento maior, alguma coisa que realmente chamasse a atenção de toda a cidade. Começamos a estudar as possibilidades, e juntos com a nossa liderança de São Paulo, imaginamos usar o salão de um clube onde faríamos uma grande concentração com um conhecido grupo de louvor e no final uma poderosa ministração evangelística. Perfeito, já tínhamos alguns nomes e eram grandes as chances de alugarmos o salão. Quando tudo parecia acertado o nosso pastor em São Paulo, sabiamente, não nos deixou ir adiante, ele entendia como nós, que aquela seria uma oportunidade única, só que ainda não era a hora de Deus. Relutamos em mostrar os nossos argumentos, porém a palavra daquele líder já tinha sido dada e ponto final. No final do dia refeitos da momentânea frustração, já que não iríamos promover o maior evangelismo que aquela cidade já vira só nos restava usar as armas que tínhamos nas mãos. Antes de sairmos na nossa cidade havíamos preparado algumas peças teatrais e vários esquetes estávamos usando-as na igreja e em creches (aliás, estes foram os momentos mais marcantes de toda aquela viagem para mim) - porém chegava à hora de mostrarmos nossa “cara pintada” nas ruas e praças da cidade de Luz. Os líderes da igreja local já tinham conseguido a liberação das praças e até um palco cedido pela prefeitura já estava a nossa disposição. Todos os dias um carro corria toda a cidade anunciando nossas apresentações, espalhamos faixas pelas ruas e distribuíamos convites de casa em casa. Como numa dessas inexplicáveis providências de Deus, acabamos chegando à sala do Senhor Prefeito; pedimos a ele que nos promovesse em anúncios nas rádios e nos desse todo o apoio necessário para a realização dos evangelismos ao ar livre. Depois de muita conversa foi-nos dado o consentimento para uso de qualquer dos lugares públicos, e todo o apoio logístico para as apresentações das peças. Encorajados por esta conquista começamos os Impactos Evangelísticos, várias e várias pessoas passaram a aceitar Jesus, os cultos na congregação ficavam cheios e um sorriso restaurador brotava em todos os rostos que conhecemos naqueles dias. Evidentemente o diabo por várias vezes tentou nos atrapalhar, mas estávamos tão envolvidos com o trabalho, tão cheios de Deus que os que chegavam possuídos por demônios eram libertos e muitos deles aceitavam a Cristo. Lembro-me de uma noite em que estávamos numa praça, surgiu do meio do público um homem e tentou atacar uma das garotas, alguns dos irmãos da igreja logo o seguraram. Assim que terminamos a apresentação aquele homem pôs-se a gritar tão alto que todos na praça ficaram assustados e começaram a sair dali apressadamente (estavam reunidas umas duzentas pessoas), mesmo os que estavam mais afastados puderam ouvir os gritos daquele homem. Levamos o aquele senhor para longe da multidão e oramos por ele, o demônio o deixou e várias pessoas naquela noite tiveram suas vidas transformadas pelo poder da Palavra de Deus. Numa outra noite, enquanto orava com os que haviam se decidido por Cristo, uma senhora se aproximou e pediu que eu orasse por ela, assim que coloquei minhas mãos sobre o seu ombro ela começou a se debater com uma força sobrenatural; o Espírito Santo deu-me forças maiores que a dela e usei a autoridade do nome de Jesus para expulsar o demônio e a mulher em prantos entregou seu coração a Jesus. Tantas outras histórias poderiam ser contadas daqueles vinte dias, os cultos sempre lotados, as visitas nas casas dos irmãos, nossas caminhadas de oração pela cidade, a receptividade das pessoas. Acho que precisaria de vários dias para tentar me lembrar de tudo. Porém, a grande lição que aprendi nessa viagem missionária e durante os seis anos que fui missionário de tempo integral na JOCUM (Jovens Com Uma Missão), é que Deus quer se revelar à todas as pessoas em todos os lugares e para isso Ele sempre irá usar todos os meios necessários e disponíveis para que essa tarefa seja cumprida. Logo no início da minha conversão lembro-me que era comum ouvirmos falar de mutirões e congressos missionários pelas igrejas. O grupo das mulheres sempre estava em campanha para conseguir alguma coisa para um grupo de missionários no interior da Amazônia ou em alguma tribo africana. Nosso pastor sempre usava as experiências de algum missionário para ilustrar os seus sermões e todos nós tínhamos por muito corajosos aqueles que decidiam “deixar tudo” em obediência ao chamado de Deus. Desde que assumi o meu chamado missionário em 1991 já estive em diversos lugares e conheci muitas comunidades que talvez a maioria dos crentes nunca conheça em toda a sua vida. Nós vivemos em tempos de crises no meio evangélico e me parece que cada vez menos cristãos estão interessados em fazer diferença no lugar em que vivem. Hoje em dia, e já se vão vinte e cinco anos da minha conversão, parece que esse “papo” de missões não agrada mais as pessoas, ouvir um missionário pregando passou a ser “Programa de Índio” . Não ouvimos mais falar dos congressos e conferências missionárias que influenciaram tantos jovens, os mutirões e viagens missionárias são cada vez mais raros e como consequência as ofertas missionárias das igrejas caem a cada ano. Um dia desses li uma pesquisa onde revelava que os cristãos gastam muito mais com chicletes e balas do que ofertam para missões. Ainda existem grupos e igrejas que insistem em não abandonar a visão missionária, algum tempo atrás na minha igreja criamos uma equipe móvel de jovens e adolescentes que cooperavam com as igrejas de pequeno porte no treinamento e apoio evangelístico; algumas comunidades evangélicas estão presentes com equipes missionárias em eventos como carnaval e eventos esportivos, mas isso se torna cada vez mais uma “exceção”. Nossos jovens pastores estão preocupados muito mais com novas estratégias para o crescimento numérico da igreja do que com maneiras de cumprir com a Grande Comissão. Parece-me que a Igreja Evangélica hoje se preocupa muito mais com os seus problemas institucionais do que com as necessidades do mundo não alcançado ou com os “sem igreja” da sua própria comunidade. Visitei vários bairros onde os moradores jamais tinham ouvido falar da igreja que estava ali há 50 anos; outro dia conhecemos uma igreja localizada num bairro nobre que estava programando a compra de um prédio no valor de um milhão de reais, o problema é que essa igreja não tinha mais de 70 membros e só sonhava atingir o número de 100 pessoas depois de 10 anos. EU NÃO POSSO CRER NISSO! Participei de uma reunião de pastores onde o pregador cheio de carisma deixava exposta toda a sua indignação com os que defendem o crescimento da igreja, dizia ele: - Qual o problema em se ter 50 membros por 20, 30 anos? – Ora, se um pastor dirige uma igreja pra ela mesma é melhor transformá-la num clube privativo, somos chamados pra alcançar o maior número possível de pessoas para Jesus, isso requer amor por aqueles que estão longe de Deus. Estamos construindo templos tão luxuosos apenas para atender a nossa necessidade de conforto, queremos arcondicionado, cadeiras acolchoadas, cantina, multimídia só para que as reuniões sejam agradáveis para os próprios crentes. Preocupam-se muito mais em um culto que atenda as suas próprias expectativas, um evangelho que lhes garanta sucesso instantâneo e um agradável “lugar ao sol”. Ou mudamos a maneira de ver as coisas ou seremos vencidos pelo nosso ego e traídos pela nossa concupiscência . Nasce uma incomodação com toda essa “teologia da pós-modernidade”, a mesma que Paulo teve a respeito da igreja na Galácia: “Admiro-me que tão depressa estejam abandonando aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho”. CONHECENDO O REINO DE DEUS A maioria das pessoas não tem influenciado a história, na sua geração, por falta de conhecimento do que seja o Reino de Deus. Muitos acham que este Reino é formado somente pelos crentes – porque oram, lêem a Bíblia, cantam louvores e participam dos cultos de uma igreja. Outros acreditam que, além disso, precisam de muita unção, curar os enfermos, expulsar demônios e estar em constante guerra contra as potestades e principados das trevas. Alguns já dizem que o cidadão do Reino de Deus não pode se contaminar com o mundo e que essa santidade só pode ser alcançada quando se cumprem algumas regras e doutrinas definidas por seus “pastoresmentores”. Ainda existe um outro grupo que defende o Reino de Deus é formado por pessoas que acreditam em Deus e por isso estão livres para fazer o que bem quiserem, pois são filhos do Rei, sendo assim príncipes e princesas, e consequentemente com autoridade no Reino para mandarem e desmandarem na hora em que bem entenderem. Acredito que em todas essas convicções, ou “declarações de fé” existam pontos positivos, porém não posso concordar, sob nenhuma alegação, que elas definam o que é o Reino de Deus. Na verdade, cada uma destas “teologias-G12haggiana” já esta inserida no cotidiano da igreja evangélica, mas não representa a essência do Reino. Estes princípios de batalha espiritual, autoridade no nome de Jesus e tantos outros só alcançarão êxito quando cada indivíduo tiver uma visão clara do que é Reino de Deus, alicerçados no firme fundamento da Palavra de Deus. O que adianta ter tantos poderes sobrenaturais se não conhecemos o Reino, não servimos o Reino e não conhecemos o Rei do Reino, para poder agir de modo que Ele se agrade de nós. Temos errado também quando afirmamos que o Reino de Deus só é formado por pessoas convertidas, só os evangélicos e suas igrejas é que fazem parte deste Reino. Ora, o evangelho da Bíblia diz que Deus é poderoso em toda a terra sendo o Rei de todo o Universo. Para compreendermos melhor o que estou dizendo vejamos um exemplo: Quando dizemos que alguém é rei da Espanha esse alguém tem seu reino estabelecido em toda a Espanha, e não só numa região delimitada, o seu reino não está limitado aos seus parentes e amigos, mas a todos aqueles que habitam na Espanha. Quer gostem do rei ou não, quer ou conheçam ou não, cooperem com ele ou planejem matá-lo. Deste mesmo modo é o Reino de Deus, Ele domina sobre todo o Universo, é Rei sobre todas as coisas. Nesta sociedade pós-moderna enfrentamos um sério problema em pensar no Reino de Deus. Tornamo-nos extremamente secularizados e assim a nossa lógica é quase sempre materialista, visando lucros e alcançando o sucesso. A teologia da prosperidade – ainda que os seus líderes insistam em dizer que ela não existe – já está estabelecida na Igreja Evangélica contemporânea. Toda a nossa liturgia segue esse padrão de vitórias e restituições, nossos cânticos exigem que os anjos nos tragam as bênçãos – custe o que custar. A nossa homilética tornou-se mística, alicerçada numa exegese recheada de símbolos. É muito comum hoje - até nas igrejas históricas – o pregador apresentar um discurso acalorado para falar de finanças, afirmando que a nossa oferta abrirá as portas do céu sobre a nossa cabeça. O nosso evangelismo promete uma vida comparada ao estilo MATRIX, onde o bem e o mal se enfrentam no mundo virtual, e que basta um telefonema e todo se resolve. O Reino de Deus apresentado na Bíblia é voltado para o serviço, a renúncia, sem promessas de conquistas pessoais ou qualquer “liquidação de bênçãos sem medida”. Jesus nos ensina que, se o nosso inimigo nos perseguir devemos amá-lo, se tivermos duas túnicas dividirmos uma delas com quem não tem nenhuma, que neste mundo teríamos aflições, mas cultivássemos o bom ânimo. Um reino que exalta muito mais o dar do que o receber. Exalta os humilhados, mas abate os exaltados. Abomina o pecado, mas ama incondicionalmente o pecador. Isso é o Reino de Deus, o que ouvimos de alguns pregadores hoje em dia não passa de retórica e técnica de marketing para se alcançar cada vez mais adeptos. Peço que a misericórdia de Deus nos alcance antes que corramos a terra inteira atrás de prosélitos e então os tornemos duas vezes filhos do inferno. (Mt 23.15) O REINO DE DEUS NA HISTÓRIA DO HOMEM Desde o início da história da humanidade, Deus deixou bem claro o que Ele esperava daqueles que tinham acabado de ser criados. Em Gênesis cap. 1 verso 28 encontramos a primeira tarefa de Deus para o homem: “sede fecundos multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que rasteja sobre a terra”. No capítulo 2 versículo 15, encontramos a continuação desta tarefa: “cultivar e guardar o jardim”. Perceba que Adão e Eva foram criados por Deus para servi-Lo, a tarefa deles era de cuidar do Seu reino, não deixar que outros invadissem e dominassem as suas terras. Adão e Eva não poderiam ser infiéis ao seu Rei, pois caso isso acontecesse eles sofreriam dura consequência: a morte. Sabemos que esta não seria uma morte física, mas muito mais terrível, pois marcou a separação entre o homem e seu Deus. O homem fracassou na sua missão de guardar o jardim, permitindo que Satanás invadisse o Éden e dominasse os seus corações. Inaugurouse assim a era do pecado do homem onde toda a Terra sofreria transformações e passaria a ser influenciada por um outro poder que a Bíblia também chama de: "príncipe das potestades do ar", ou simplesmente diabo. Esse ser maligno tem como objetivo distorcer toda a ação do Reino de Deus sobre a terra. Até mesmo as armas dadas por Deus aos seus filhos são frequentemente usadas de uma forma egoísta por aqueles que se deixam enganar pela sua influência. O pecado passou a seduzir toda a humanidade, isso fica-nos muito claro quando lemos Gn 6.5: “Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra, e que era continuamente mau todo o desígnio do seu coração”. Ao que parece a iniquidade, isto é, a raiz de todo o pecado, havia contaminado a humanidade ao ponto da Bíblia dizer que Deus se arrependera de ter feito o homem. É claro que quando dizemos que Deus se arrependeu não estamos falando que Deus cometeu um erro e tenha ficado desesperado, ou sem saída. Nesta passagem o autor tenta explicar qual o sentimento que alcançou o coração de Deus, que melhor empregado na nossa língua seria como o sentimento de traição do homem em relação à confiança depositada nele por Deus. Não existe dor mais profunda que a dor da traição e isso dói tanto no seu coração, como no coração paterno de Deus. A boa notícia é que Deus nunca perde o controle da história e escolheu Noé e toda a sua família para continuar com os seus propósitos no Reino. A arca de Noé marca o recomeço para a história da civilização e nos desvenda mais uma faceta do caráter de Deus que é a Sua infinita misericórdia, Ele nunca desiste de nós e por mais que possamos pecar, Ele nunca será ameaçado pelo mal, pois o seu trono está estabelecido sobre toda a terra. Ao longo do Antigo Testamento encontramos Deus não medindo esforços para trazer o homem para perto de Si. O profeta Jeremias registra que Deus quer nos atrair com laços de amor . Que oportunidade para refletirmos e nos deixar ser conquistados por esse tão grande amor! O REINO DE DEUS E A IGREJA Os ensinos sobre Reino de Deus também estão inseridos em todo o Novo Testamento, entretanto, existe uma explicação dada por Paulo que vai nos ajudar muito. Esta citação encontra-se em Romanos 14.17 que diz: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo". Nós só poderemos promover o Reino de Deus quando promovermos a justiça, a paz e a alegria sobre a terra. Temos que conhecer a nossa cidade, a nossa gente, não podemos nos calar ante as injustiças, as guerras e as desgraças da nossa sociedade. Jesus nos chamou para fazer diferença, chamar a atenção das pessoas para nossa maneira de pensar, de viver, de vencer os problemas. Temos que ensinar ao nosso mundo que Deus é nosso, de todas as gentes. Não é só meu, ou da igreja A ou da igreja B, o Reino de Deus alcança todas as idades, todas as raças, culturas, línguas, tribos, eras, sistemas e etc. Não existe lugar onde Deus não possa exercer o seu Reino, todas as coisas estão patentes aos Seus olhos, nada foge ao Seu controle, todos podem ser supridos pela Sua riqueza. Só Deus pode transformar este mundo num lugar digno de sobrevivência, livre de todo perigo. O Reino de Deus é estabelecido com o trabalho conjunto de todos os cristãos para que a justiça seja exercida no seio da sociedade. Mas o que é justiça? Defino justiça quando oferecemos ou recebemos aquilo que nos é devido. Por exemplo: • Uma criança que conquistou boas notas na escola merece os parabéns dos professores e dos pais, se isso não acontece, ela está sendo injustiçada; • Um homem condenado por um crime que não cometeu merece receber desculpas das autoridades que o condenaram; • Uma pessoa ligada à política que usa de sua autoridade para enriquecer ou facilitar maus negócios, deve ser denunciada e pagar legalmente por sua infidelidade, se isso não acontece, ela também está sendo injustiçada. Se uma pessoa precisa ser disciplinada por alguma atitude e nós lhe oferecermos aplausos e honras, na verdade não estamos agindo com justiça. “A justiça de Deus não inocenta os culpados, por mais escondidos que eles estejam, nem culpabiliza os inocentes, por mais caluniados que eles sejam. A justiça de Deus tem motivo certo, duração certa e medida certa. A justiça de Deus não é negociada, não é comprada, não é subornada. A justiça de Deus é punitiva sem ser vingativa. A justiça de Deus separa o falso do verdadeiro, o joio do trigo, o fingido do autêntico, o condenado do perdoado, o incrédulo do crente, o perdido do salvo. A justiça de Deus traz à tona os pecados não confessados nem abandonados e joga no lixo os pecados confessados e abandonados”. É desta forma que Deus nos trata, mesmo quando Ele nos perdoa os pecados, não nos isenta de sofrer as consequências destes erros. Quando pecamos e nos arrependemos, somos livres da culpa e da morte, mas pagamos por aquela falta segundo a lei de Deus. O mais importante disso é entendermos como é exercida a justiça de Deus, ela não está baseada na ira ou no ressentimento, Ele age de acordo com aquilo que será melhor para o nosso crescimento, somos disciplinados de maneira que venhamos a aprender uma boa e praticável lição. A justiça humana é egoísta, partidária e condicional, a justiça divina é amorosa, encorajadora e nos faz sentir aceitos. “Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados”. (Hb 12.11) Outra maneira de promovermos o Reino de Deus nesta terra é quando levamos a paz para as pessoas. Estava Jesus além do Jordão, quando recebe a notícia de que Lázaro estava doente. Passados mais dois dias e, sabendo que Lázaro já havia morrido, Ele chama seus discípulos para seguirem para Betânia onde o haviam sepultado. Chegando ali tanto Marta quanto Maria, irmãs de Lázaro, professam a mesma certeza de que se Jesus estivesse ali com eles seu irmão não teria morrido. Jesus simplesmente pede que elas creiam e segue para o sepulcro, ao ver a multidão reunida e a tristeza de todos Jesus também chora e então depois de uma oração muito simples ordena que Lázaro saia do sepulcro, ocorrendo assim o milagre da ressurreição. Quem nunca perdeu alguém muito querido ou algo que custou muito sacrifício ou um investimento além das possibilidades? Marta e Maria haviam acabado de perder seu irmão e ao que tudo indica sendo as duas solteiras, Lázaro era o referencial de provisão e segurança para aquelas duas mulheres. Fico imaginando quão difícil estava sendo para elas e como estavam abaladas emocionalmente, talvez chegando ao limite do desespero e falta de expectativas. Quando Jesus aparece em cena, Ele não as condena pela provável perda de esperança diante da presença Dele, que podia fazer um milagre, mas compreende a humanidade das duas irmãs e as consola, resgatando e tranquilidade, promovendo a paz. A Igreja contemporânea precisa ser uma Agência de Paz. Está confiado a nós o ministério de reconciliação , somos os promotores da paz em meio às guerras, tranquilidade em meio às incertezas e porto seguro aos perdidos. O Reino de Deus também é proclamado quando promovemos momentos de alegria para as pessoas. Depois de tantas experiências amargas devido a más escolhas, rejeições e decepções com as autoridades, amigos, namorados, cônjuges, filhos, sistemas de governo, planos ou sonhos, a humanidade tornou-se muito triste e desanimada em nossos dias. Os cristãos precisam atentar para este fato e começar a agir para que as pessoas se tornem mais alegres. Fico muito preocupado quando vejo como alguns de nós somos tão mal humorados quase nunca dispostos a brincadeiras, não gostamos de rir nas situações engraçadas, encontrando uma “maldição” em qualquer tipo de piada ou brincadeira, sempre existe um “princípio bíblico” para não nos divertirmos. É difícil para mim, olhar para um Deus carrancudo, nunca se permitindo sorrir, dançar, pular, rolar no chão. Pelo contrário, o caráter de Deus se reflete nas cores, na criatividade, nas várias formas, na diversidade, na novidade. Toda a criação de Deus deixa isso bem claro, os seres humanos diferem-se na aparência, na personalidade. Os animais, as flores, as montanhas, todos são diferentes com suas peculiaridades e alguns são até muito engraçados. Não podemos deixar que a alegria seja encoberta pelos nossos padrões, nossos gostos ou nossa maneira de ver as coisas. Não devemos julgar e discriminar aqueles que sabem se divertir, pelo contrário, devemos descobrir maneiras de alegrar os que estão a nosso volta. "Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez digo, alegraivos" Fp.4:4 Os Cidadãos do Reino Já mencionei anteriormente que o Reino de Deus não é formado só pelos cristãos, na verdade o domínio de Deus está estendido sobre toda a terra. Quando aceitamos essa verdade precisamos notar como Deus administra o Seu governo, como Ele age para que o Seu reinado permaneça sólido e todos os Seus planos sejam cumpridos. A maneira que Deus se utiliza para comandar o mundo é através do controle da história. Há algum tempo atrás eu pensava que Deus nunca se importava com aqueles fatos da história que nós ouvimos na escola ou lemos nos livros. Quando passei a estudar sobre o Reino de Deus, passei a perceber que toda a história da humanidade é controlada por Deus; não existe um único fato na história que tenha fugido do Seu controle, uma única situação que tenha sido uma surpresa para Ele. Todos os líderes, as guerras, governos, catástrofes, descobertas, destruições, tudo isso estava sendo observado e controlado pelo Criador. Perceba que no Antigo Testamento os profetas de Deus avisavam o povo das situações históricas que estavam por vir, eles sempre advertiam o povo acerca dos inimigos de Israel, as pragas, a fome, a seca, os reinados bons e maus. Deus sempre protegeu o Seu povo, em nenhum momento Ele disse que não sabia o que iria fazer diante das situações na história. Quando a Igreja se distanciou da verdade bíblica, Deus ungiu homens para preservar a Sua verdade e Sua Palavra na história humana. Foi assim com os Pais da Igreja, ou durante a Reforma com Martinho Lutero, John Wycliffe, John Wesley e tantos outros que pagaram até com suas vidas para que a verdade de Deus não se perdesse com o passar dos anos. Durante a perseguição dos judeus imposta por Hitller, podia-se pensar que não havia ninguém ao lado do povo escolhido, mas hoje nós ouvimos falar dos extraordinários milagres que Deus operou nos campos de concentração em meio a tanto sofrimento. O que dizer então da rivalidade entre os países de 1o Mundo, o movimento da Unificação Mundial, a situação de miséria dos países do 3o Mundo, os conflitos no Oriente Médio, a fome nos países Africanos, as enchentes, os terremotos, as epidemias, será que Deus perdeu o controle da história, será que nesta geração o diabo pegou Deus de surpresa? Quem sabe você não se preocupe com nada disso, mas o fato é que Deus nunca perde o controle das situações, mesmo quando elas são tão contraditórias e negativas como as que acabo de mencionar. Diz a Bíblia em Daniel 4.35: "Todos os moradores da terra são por Ele reputados em nada; e segundo a Sua vontade Ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?”. Veja só isto, o texto está dizendo que segundo a Sua vontade, Deus faz o que quer, quando quer, para cumprir o que bem quiser. Isto Ele faz usando os meios que achar necessário. É Deus quem decide o que é bom ou mal para este mundo. O que muitas vezes julgamos ser mal, para Deus pode resultar em bem. O que rejeitamos como sendo imundo, para Deus é o começo de um novo caminho de vitórias para o Seu povo. No livro dos Atos dos Apóstolos, Pedro é acometido por uma visão de animais impuros que desciam a sua frente, é claro que como um bom judeu, ele sabia que aqueles animais não poderiam ser comidos, porém as suas convicções são inteiramente desfeitas quando ele houve a ordem expressa de Deus: - Toma e come! Infelizmente ele não obedeceu diante da visão, e mais tarde ele se vê na casa de Cornélio, um pagão, pregando para uma multidão que recebe o Espírito Santo na mesma hora (Atos 10.9-48). Foi daí que ele entende que o que Deus purifica não pode ser mundanizado pelo homem. Deus nos deixou a Lei como referência e não como juiz, quando lemos toda a Lei Mosaica encontramos uma série de decretos de morte. Quando o sexto mandamento diz: Não matarás! - essa advertência era para que os homens não agissem segundo a justiça humana, mas buscassem a justiça de Deus. Muitas vezes nós não queremos ser legalistas na nossa forma de culto ou adoração, mas somos muito mais legalistas nas nossas "interpretações" do que seja à vontade de Deus. Queremos determinar o que Deus pode ou não pode fazer, criamos princípios que nos permitam controlá-Lo, não deixamos que Ele nos prove ser amoroso e bondoso, mesmo tendo que agir com dureza em algumas situações. São essas as razões que nos impedem de conhecer a verdade sobre o Reino de Deus, nos desviamos quando queremos que este Reino se pareça com as nossas ambições, definimos o Reino de Deus de acordo com os padrões do nosso próprio coração, queremos que este Reino nos dê vantagens ao invés de responsabilidades. Exercendo a Nossa Cidadania no Reino "Ora disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção..." (Gen. 12:1-2) Neste capítulo vamos ver como devemos agir conscientemente para que o Reino de Deus seja plantado nesta geração. É preciso saber que Deus não quer nos usar sem que nós estejamos cientes do nosso papel, devemos conhecer qual é a nossa tarefa no Reino. Quando falamos do chamado de Abrão, estamos falando do nosso papel como agentes de transformação para sociedade. Muitas vezes já ouvimos ensinos sobre este chamado, mas na maioria das vezes só nos é ressaltado o que Deus faria por Abrão e sua família, raramente, neste texto, é abordado a parte mais importante de todo este chamado. Existe uma frase nesta passagem que revela qual deve ser o papel do filho de Deus para que este mundo aceite o domínio de Deus em suas vidas: "Sê tu uma bênção!" esta não é uma opção que Deus oferece a Abrão por tudo aquilo que ele iria receber, mas é uma ordenança para que a bênção de Deus fosse manifesta em sua vida. Na maioria das igrejas prega-se que a nação de Israel é especial para Deus, e isso é verdade, mas o que faz Israel ser tão especial não são as promessas de sucesso, prosperidade e vitória sobre os inimigos que encontramos ao longo do Antigo Testamento. O que realmente torna Israel especial é a sua responsabilidade em ser uma bênção para todas as outras nações. Só através da atitude de serviço que os israelitas deveriam ter em relação aos outros povos é que seria possível espalhar o conhecimento de Deus por todos os lugares do mundo. Se Israel se espalhasse por toda a terra e testemunhasse das obras de Deus em todos os lugares, seria possível para todas as nações e povos pagãos descobrirem o verdadeiro caminho para a vida eterna e assim serem libertos das mentiras e ilusões dos seus rituais e sacrifícios. Vamos entender melhor o chamado de Deus para o Seu povo quando lemos o livro de Josué capítulo 1 verso. 8: "Não cesses de falar deste livro da lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo a tudo quanto nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido". Deus ordenou que nunca se deixasse de falar do seu livro, isto é, das suas verdades, para que todos os outros povos que não conheciam a Deus pudessem ouvir a respeito Dele. Infelizmente quando lemos a respeito da história do povo de Deus só encontramos desobediência e rebeldia. Por mais que Deus se esforçasse para que este povo acertasse o alvo, eles sempre se desviavam. Procuravam outros deuses, agiam para o seu conforto próprio e não compartilhavam de Deus com os outros. Quando iam para uma terra estranha, não se esforçavam para que aquela nação se convertesse ao verdadeiro Deus, mas logo queriam que Jeová os libertasse e destruísse aquele povo. Não tinham misericórdia dos povos pagãos, mas cobravam as misericórdias de Deus para os seus pecados, nunca estiveram dispostos a abrir mão da sua terra, mas se necessário fosse até morriam para que outros não gozassem das suas propriedades. Não confiavam que Deus estivesse com eles nas lutas, mas constantemente o culpavam pelos cativeiros. Não ouviam os conselhos de Deus, mas murmuravam quando estavam em apuros. Um povo duro, soberbo e longe dos caminhos de Deus. Como que este povo poderia ser superior às outras nações? Deus lhes deu uma missão, abençoarem outros e gozarem das bênçãos e misericórdias do Todo-Poderoso até mil gerações. Eles rejeitaram esta proposta e quiseram fazer conforme lhes parecia certo. Quando Deus chamou Israel para ser o Seu povo não significava que Ele estava rejeitando os outros povos, na verdade, se Israel cumprisse com o seu papel, todas as outras nações se juntariam a eles para ser um povo único, servindo ao único Deus. A história de Israel nunca foi muito feliz, passaram-se anos, guerras, perseguições, reinos, destruições até que Deus calou-se por quase 400 anos. Para um povo que mesmo debaixo da direção de Deus se corrompia, imagine a que aconteceu neste período de silêncio. Nós sabemos que a história continuou, muitas coisas estão registradas acerca deste período nos livros históricos. Levantaram-se reis, construíram-se cidades, perderam-se guerras, e até surgiram alguns “homens de Deus”. Mas o que foi feito para o crescimento do Reino de Deus? É evidente que com o silêncio de Deus, aumentou-se à corrupção e a ganância, nada pôde ser feito em prol do que realmente tem valor. Durante 400 anos da história humana não se fez nada para o crescimento do Reino de Deus. Deus continuou no controle, pois mesmo no silêncio Ele é Deus, porém a humanidade não cumpriu com o seu chamado original, não espalhou o conhecimento de Deus sobre toda a terra. Em todas as vezes que o homem falhou no seu chamado, Deus criou uma situação para que a tarefa fosse feita. Isto se deu através dos juizes, dos reis e dos profetas. Cada um desses homens e mulheres foram ungidos pelo Espírito Santo para levar consciência ao povo de Deus acerca da Sua vontade, foram usados também para apresentar o Plano Divino para os povos pagãos. Muitas vezes, esses "escolhidos" não pertenciam às classes mais influentes da sociedade, mas devido à unção de Deus, eles chegaram a serem reconhecidos como pessoas se extrema importância inclusive pelos maiores sábios do mundo secular. Graças à obediência de pessoas como Moisés, Davi, Gideão, Jefté, Ester, Débora, Neemias e tantos outros, o povo de Israel não foi destruído e completamente esquecido sobre a face da terra. Na história do Novo Testamento quase que vemos repetida a história do Antigo, os judeus continuavam presos nas suas tradições e insistiam na idéia de que Deus era só deles e não podia se misturar com os “gentios”. O número das seitas se multiplicou e cada grupo adorava um deus diferente. A religião dos judeus era suportada, pelo simples fato de muitos desses judeus sustentarem altas posições na sociedade e alguns imperadores ganharem seus favores. É nesse momento da história que Deus envia seu Filho, Jesus, para realizar a tarefa que o homem nunca poderia fazer. As atitudes de Jesus, durante todo o seu ministério entre os homens, foram marcadas por uma obediência incondicional e uma atitude de serviço surpreendentes. Não existe um só registro de que Cristo tenha procurado satisfazer desejos carnais por um só instante, não encontramos Jesus tentando aprisionar DeusPai num amontoado de regras e tradições. Jesus confiou a continuidade do seu ministério a doze homens que haviam sido treinados por Ele mesmo, homens que o conheceram face a face em situações de intensa alegria e também extrema dificuldade. Os discípulos foram aprovados por Deus para continuarem com a implantação do Seu Reino em toda a terra. “... e recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. (Atos 1: 8) Como podemos ser instrumentos do Reino de Deus para a transformação da nossa sociedade? Existem algumas áreas de influência que regem toda uma sociedade. Durante muitos anos a igreja se omitiu quanto à vida social e política do seu povo. Era comum ouvirem-se comentários dos mais respeitados líderes evangélicos de que nenhum crente deveria se envolver nos assuntos políticos ou na mídia, devido à ética cristã. Cria-se que todo aquele que se envolvesse com essas áreas estaria dando brecha para o diabo. Infelizmente, durante muitas décadas não houve influência cristã na política, na mídia, nas artes, na ciência e muito menos nos esportes ou entretenimento. A pouco mais de vinte ou trinta anos, tinha-se uma imagem do crente como aquele que não se envolvia com nada "deste mundo", pois afinal este mundo jaz no maligno! Durante todos estes anos as forças do mal conquistaram posições muito influentes em nossas sociedades. Hoje a maioria dos filmes, novelas, governos e os sistemas estão debaixo da influência das trevas. Por que temos sido tão perseguidos ultimamente? Por que as portas estão se fechando? Qual a razão de tantos escândalos no meio evangélico? A omissão da igreja tornou os crentes meros espectadores nas fases mais importantes da história e agora colhemos os frutos desse abandono da história. É claro que o tempo não volta atrás, mas podemos trabalhar para reverter este quadro. Creio que uma das coisas que podemos fazer para conquistar o nosso povo é começar a agir. Todos nós devemos tomar uma nova postura em relação à realidade social, preocupar-nos com as decisões políticas, com o desenvolvimento da educação e do lazer nas cidades. O que precisamos na verdade é formar os melhores profissionais em cada uma dessas áreas para que através da atuação deles o mundo pare para nos observar, o segredo para ganharmos esta geração para Jesus é agirmos além do óbvio, temos que ser notados em meio às circunstâncias. Jesus já nos falou sobre isso na Parábola da Candeia: não dá pra esconder a luz de uma lâmpada, a nossa luz tem que brilhar nos lugares mais escuros para que a verdade de Jesus se espalhe por todos os cantos da sociedade. Influenciando a Nossa História Quais são as áreas que têm dominado as sociedades? Existem setores que com o desenvolvimento e o progresso atingiram lugares altos e hoje controlam a vida, as decisões mais importantes da nossa civilização. Aqui estão essas áreas que precisam urgentemente da verdade do evangelho. O Lar e a Família Loren Cunningham , diz que famílias bem estruturadas geram sociedades bem estruturadas. Quando olhamos para a situação familiar nos últimos anos entendemos porque vivemos num mundo tão confuso e agressivo. Não existe mais a preocupação com a submissão dos filhos aos pais, o casamento saiu de moda, irmãos se odeiam, os casais não se importam mais um com o outro. O número de abortos e de crianças abandonadas cresce assustadoramente a cada ano, quando dois jovens resolvem se casar, chegam ao altar já imaginando quais serão as regras do divórcio. Com todos esses desvios sociais multiplica-se a prostituição, o sexo antes do casamento, os casos de estupro e tantas outras atitudes negativas. Esta geração está morrendo por causa da sua própria concupiscência. Precisamos acordar para esta realidade e levarmos a resposta de Deus para milhares de famílias destruídas. Temos que agir com urgência, para restaurar os lares destruídos e fortalecer aqueles que ainda resistem. Nosso maior exemplo de relacionamento familiar vem do próprio Deus. O Pai, o Filho e o Espírito Santo formam o melhor modelo familiar que se pode conhecer. O relacionamento na Trindade, em mutualidade, fidelidade e a força que é expressa através de cada pessoa do Deus Trino, é algo que precisamos aprender. Veja que eles estão tão de acordo que formam um só Deus, isso só pode ser possível quando há concordância de propósito, quando não existe a menor desconfiança ou reservas. Este é o padrão de Deus para as famílias. Um outro exemplo bíblico sobre este assunto está na chamada de Abraão. Deus disse a Abraão que através dele todas as famílias da terra seriam abençoadas, isto é, pela obediência de Abraão e de seus descendentes todas as famílias da terra gozariam da gloriosa bênção de Deus. Já vimos que os filhos de Abraão não foram fiéis à vontade de Deus e por isso toda a terra deixou de receber muitas coisas da parte de Deus. O meu objetivo aqui é desafiar o povo de Deus para serem fiéis a Deus, todos devemos obedecer-Lhe à risca, contribuirmos para que os seus sonhos se realizem nas famílias em toda a parte. Precisamos ser o exemplo de compromisso, fidelidade e amor familiar, o nosso testemunho irá convencer os outros a fazer o que é certo. Muitos cristãos hoje, enfrentam problemas com suas famílias. São os maridos que não são cristãos e perseguem as esposas que tentam ser fiéis a Deus, ou são as esposas que não acompanham os maridos aos cultos. Pais que choram pela falta de interesse dos filhos, ou filhos que sofrem com a desaprovação dos pais em relação a sua fé. Cada um enfrenta uma dessas realidades e para cada uma delas ouvimos conselhos diferentes que na maioria das vezes não resolvem os problemas, apenas amenizam o sofrimento. Creio que uma resposta para esses problemas familiares é: o tempo que você gasta com a sua família. Quando ouço alguém que tem este tipo de problema descubro também que o tempo que essa pessoa oferece para os seus familiares é o menor possível, afinal estar em casa é sinônimo de perseguição e lágrimas. Outros até se desculpam pelos problemas citando as palavras de Jesus: "... aquele que não aborrecer pai e mãe não é digno de mim...", ora o termo empregado para "aborrecer" quer dizer amar menos, isto é, amo mais a Deus do que a qualquer outra pessoa, não significa que devo deixar de amá-los para ser fiel a Deus. Caro leitor, quanto do seu tempo você dedica aos seus familiares? Pais, quantas vezes vocês demonstraram aos seus filhos que vocês confiam neles, ou tentaram entender as suas dúvidas e limitações. Filhos, qual foi à última vez que vocês permitiram seus pais participarem das suas decisões mais importantes, quando foi que você deixou que eles soubessem que você é capaz de assumir responsabilidades. O que os pais mais desejam dos filhos, é poder ver em quem eles se tornaram e o que eles podem fazer sozinhos. O diabo sabe muito bem o que uma família unida significa no mundo espiritual, e exatamente por isso, existe uma investida tão agressiva para que mais e mais famílias sejam destruídas, que casais se separem e que filhos abandonem seus pais. Todos nós fomos feitos para vivermos em família e quando isso não acontece nos tornamos pessoas amargas e psicologicamente frustradas. Pesquisas indicam que todas as pessoas que cresceram sem a estabilidade de um lar, são muito mais propensas a cometerem suicídio, acabam vivendo a margem da sociedade e dificilmente encontram motivação para vencer na vida. Ou a Igreja resolve socorrer esta área tão importante ou vamos ver mais e mais pessoas se perdendo nas drogas, na criminalidade por falta do aconchego de um lar. Nossas comunidades precisam ser uma alternativa de casa para aos que nela procuram abrigo e consolo, se vivermos com uma grande família em nossas igrejas, estaremos salvando a vida de centenas de pessoas que só precisam de um pai, uma mãe e irmãos que os ajudem a encontrar a verdadeira felicidade. A IGREJA Outra área que necessita da ação da Palavra de Deus é a Igreja do Reino de Deus, atualmente existe um número incontável de denominações, todos os dias nasce pelo menos uma nova Igreja neste mundo. Como eu aprecio o Livro dos Atos dos Apóstolos ou as Cartas Paulinas, que apresentam as igrejas da forma mais simples possível: "... à Igreja de Jesus Cristo em...", isto sim é que é visão de Reino. Hoje, cada uma dessas denominações luta em prol dos seus próprios interesses. Eu nunca conheci uma igreja que lutasse a favor do crescimento de outra ou que investisse no ministério vizinho. Quantos exemplos de líderes evangélicos que decretaram guerra contra as outras igrejas para promover o seu próprio crescimento. O que existe hoje é um dos maiores proselitismos já vistos na História Cristã: - Caro irmão venha para a “minha igreja”, e serás salvo, tu e a tua casa! O maior problema da falta de união no corpo de Cristo é o "narcisismo denominacional". Existe uma igreja que é dirigida por um pastor tremendamente abençoado, um grupo de louvor dos mais bem preparados, e possui o maior número de membros de toda a região. A tendência deste grupo é começar a gostar tanto da sua maneira de fazer as coisas e convencer-se que o seu período de louvor é melhor do que os das outras igrejas acabam acreditando que as mensagens do seu pastor é a mais ungida. Não se preocupam em juntar esforços com outros, pois a sua visão é sempre melhor que a dos outros, os crentes dali são mais comprometidos que os da igreja vizinha. Investe-se em dois ou três projetos sociais ou missionários e perde-se a chance de investir em muitos outros que estão a sua volta, simplesmente pelo fato de não concordarem com a doutrina daquela igreja, ou como é comum ouvirmos hoje: Não temos a mesma visão! Agora eu pergunto: - Onde queremos de fato investir nossos recursos? Na obra de Deus ou nos nossos próprios sonhos? Qual são as nossas prioridades para promover o crescimento do Reino de Deus nesta geração? Só vamos chegar a algum lugar quando deixarmos de lado as diferenças e nos preocuparmos com o que realmente tem importância: "Ide, portanto (unidos), fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Mt 28.19 (o grifo é meu) A missão da Igreja nesta terra não é somente o de se reunir nos cultos e louvor a Deus em espírito e em verdade. A principal tarefa da Igreja é: "Ir e pregar o Evangelho a toda criatura". Muitos estão negligenciando este chamado, e por isso, toda a humanidade está morrendo pela falta de conhecimento de Deus. Não consigo aceitar as desculpas que alguns cristãos têm me dado para não evangelizar. Outro dia alguém me disse que o seu ministério era o de tocar e cantar num grupo de Louvor e Adoração e por isso não evangelizava, pois afinal já estava fazendo algo muito importante para Deus. Uma outra pessoa tentou me convencer que não podia falar de Jesus para ninguém, pois ainda era muito nova na igreja e com certeza as pessoas não iriam lhe dar ouvidos, pois ela conhecia muito pouco da Bíblia. Um senhor já me disse com muito orgulho: - - Quando eu era jovem fiz muito em prol do evangelho, agora já sou velho demais e Deus não precisa mais de mim: - Já estou aposentado. Os evangélicos estão correndo sério perigo nestes últimos dias: - Estamos nos afastando da realidade e daquilo que realmente tem valor eterno. A Igreja Cristã não pode parar no tempo, não podemos continuar a atribuir todo tipo de tecnologia ao diabo e deixar que a sociedade continue se distanciando dos princípios de Deus. Sinto como se Deus estivesse nos dando a última chance de cumprir a nossa tarefa, se falharmos agora, creio que tudo estará perdido para nós a para um grande número de pessoas que não conhecem a Jesus. Não quero dizer com isso que Deus vai se esquecer da Sua criação, por nossa causa, Ele não depende de nós para salvar a humanidade. Estou dizendo que Deus acreditou em nós, Ele nos deu uma tarefa confiando que nós iríamos cumpri-la. Se falharmos de novo, estaremos frustrando todas as expectativas que o Pai tem em relação a nós. Para que a Igreja influencie a sociedade atual, faz-se necessário que ela seja uma opção agradável para as pessoas e não uma instituição cheia de regras e proibições. Se perguntarmos aos jovens por que é que vão à igreja, acredito que 50 ou até 70% deles dirão que é porque os pais os obrigam a ir. Poucos são os filhos de cristãos que desde a mocidade assumem um compromisso com Jesus. Estive trabalhando em algumas favelas no Rio de Janeiro, e a grande maioria das pessoas aceitava ir para a igreja por medo do inferno, pouquíssimos eram os que entendiam o amor de Deus e sentiam prazer em ir ao templo para cultuar o único e verdadeiro Deus. Defendo a idéia de que as nossas reuniões e cultos devem ser sempre uma ocasião especial. Dia de culto é um dia de festa, e nas festas sempre deve haver muita alegria, novidades, surpresas, presentes; já estive em cultos que mais pareciam velórios, os poucos crentes que estavam ali faziam tudo como se fossem máquinas programadas para cantar, orar e consentir com a cabeça enquanto o pastor pregava um breve sermão. Após o culto iam para a porta da frente para abraçar os irmãos e dizer um sem graça: Deus te abençoe! - e depois de todo esse ritual, voltar para a casa, para a vida normal. Meu irmão, quem foi que disse que o culto acaba quando o pastor diz amém, como verdadeiros adoradores o nosso culto a Deus nunca termina, no fim de cada mensagem o nosso culto recomeça, é a hora de oferecer para Deus toda a nossa gratidão pela Sua orientação e obedecermos a Sua Palavra. As igrejas precisam promover reuniões mais informais, desenvolver entre sua congregação um clima mais propício para a KOINONIA e motivação para a adoração a Deus. A Igreja de Atos quando se reunia era uma grande festa, não eram reuniões cheias de formalidades e mesmo assim havia lugar para a reverência, ordem e decência. A liturgia nos cultos da Igreja Primitiva convidava o povo a participar de cada momento, todos se sentiam importantes, as pessoas eram ouvidas. Nossos cultos hoje se tornaram verdadeiros monólogos, onde só o pastor fala e o povo humildemente diz amém, às vezes sem mesmo entender o que foi ministrado. A EDUCAÇÃO Esta é uma das áreas que mais necessita da presença ativa da Igreja. Inúmeras crianças estão aprendendo nas escolas que Deus é só uma energia cósmica, e que pecado e inferno não passam de uma invenção da igreja. As universidades nesta geração estão formando bruxos, as terapias alternativas - como a ioga - estão nas listas das disciplinas mais procuradas pelos estudantes. Quando Jesus anunciou a Grande Comissão, ele declarou o seguinte: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado..." (Mt 28.19,20). A ordem “ensinandoos” destaca-se no chamado de evangelização, por isso a Educação deve ser prioridade não só para as autoridades políticas, mas para todos os cristãos. Infelizmente a escolha que os pais estão fazendo para os seus filhos baseia-se ou na tradição da escola (para os de classe média-alta), ou na facilidade financeira (para os de classe mais baixa). Os pais não se preocupam pelo o que está sendo ensinado “extracurriculo”. Muitos professores convencem os seus alunos que o sexo depois do casamento já e coisa do passado, e ensinam como os adolescentes devem se proteger da AIDS ou de uma inoportuna gravidez usando preservativos. Dizem que os pais não podem bater nos filhos, pois eles podem crescer com traumas, defendem que a espiritualidade é baseada nas capacidades pessoais e descartam o relacionamento íntimo e pessoal com Deus. A igreja precisa urgentemente estar presente na aprovação das leis de ensino da nossa sociedade. Temos que aprender com aqueles que já tem feito algo para mudar este quadro: - Alguns missionários da JOCUM foram para Guiné-Bissau, África. Após a fase de adaptação com a nova cultura e depois de buscar a Deus sobre como deveriam desenvolver seus ministérios ali resolveram que iriam iniciar um trabalho de evangelização com as crianças. Começaram com escolas bíblicas e algumas gincanas, depois de poucos meses o governo convidou-os não só para ministrar nas escolas, mas para que a JOCUM fornecesse profissionais de ensino para traçarem junto com as autoridades o planejamento e implantação de um novo currículo escolar em todo o país. Infelizmente não temos mais exemplos como este. Em 1995, em São Paulo, participei de um treinamento para professores de ensino religioso nas escolas públicas, oferecido por uma das mais conhecidas instituições de evangelização infantil do país, a APEC – Aliança PróEvangelização de Crianças. O motivo deste treinamento era o de recrutar o maior número possível de cristãos para lecionarem nas escolas públicas da capital, pelo fato da disciplina não oferecer remuneração o quadro estava cada vez mais escasso. Essa instituição ofereceu o treinamento em vários pontos da cidade para que muitos pudessem ser treinados. Procurei saber dos resultados depois de algumas semanas e como fiquei muito triste com a realidade, a idéia de um recrutamento em massa de novos professores cristãos para as aulas de ensino religioso foi um fracasso, os crentes simplesmente não se interessaram por este tipo de coisa. Estão muito mais preocupados com coisas “mais importantes” como casamento, posição social, acampamentos e programações da igreja, etc., etc. Atualmente no Brasil estimam-se que 35% de toda a sua população seja analfabeta, outros 30% não terminaram o 1o grau; o salário para o professorado é um dos mais baixos no mundo e as condições de ensino e infra-estrutura nas escolas praticamente não existe. O número de crianças que não freqüentam a escola, por terem de trabalhar para comer e morar, é recorde MUNDIAL. Será que a igreja desconhece estes dados? A verdade é que não dá pra não ver esta realidade, os meios de comunicação estão aí, jornais, revistas e repórteres de TV denunciam dia-a-dia à situação catastrófica da educação no Brasil. A única conclusão que se pode chegar é que todos nós sabemos quais são as necessidades e "simplesmente" não estamos dando a mínima importância, quer dizer, este lado da história não nos diz respeito. Só vai ser possível uma perfeita transformação no ensino público e religioso na nossa sociedade, quando cristãos obedecerem ao chamado de Jesus: “... ensinando-os a guardar tudo aquilo que eu vos tenho ordenado..". Ensinar significa mostrar um novo caminho, mostrar a direção certa. Tive esta compreensão ao ler a primeira carta aos Coríntios cap.13, Paulo inicia este capítulo dizendo o seguinte: - E passo a mostrar-vos um caminho sobremodo excelente - depois disto ele começa a ensinar á igreja de Corinto o que é o verdadeiro amor. Quando alguém se propõe a ensinar uma pessoa ou um grupo, assume-se a responsabilidade de garantir para o aluno todas as condições necessárias para que ele acerte o alvo. Seja qual for o ensino ele deve direcionar a pessoa para um caminho, uma meta. Muito do que se tem ensinado sobre a ciência, a política, a religião e a própria história da humanidade está completamente distorcido com a realidade. Enquanto nós, os cristãos, continuarmos calados ou descompromissados em relação a isso, muito pouco poderá ser feito para melhoria na área da Educação. GOVERNO E NEGÓCIOS Vivemos numa sociedade cheia de intrigas e ambiguidades, mas apesar disto todos nós precisamos de leis e diretrizes. Seria impossível para qualquer sociedade subsistir sem que houvesse governantes, autoridades e organizadores. As funções do governo são a de nos proteger através da criação e cumprimento de leis justas e praticáveis, nos garantirem liberdade de escolha, proteger os direitos do cidadão, e a defesa da nação. Os negócios estão diretamente ligados com esta área, pois cabe aos nossos governantes fiscalizarem todo tipo de negócio que se realiza no país, prevenindo assim as transações ilícitas que colocam em risco a integridade da nação e de seus habitantes. Para isso torna-se necessária e indispensável à presença de cristãos na política para que sejam aprovadas leis e decretos ajustados à Palavra de Deus. Por muitos anos a igreja se ausentou da política, com isso mais e mais homens, sem o temor de Deus, criaram leis que impediam que a justiça de Deus se manifestasse às nações. Governos ateus, muçulmanos, católicos e outros fanáticos conquistaram o domínio dos principais países no mundo, o cristianismo verdadeiro caiu em descrédito, à perseguição física aos cristãos não é tão real como no passado, porém um outro tipo de perseguição tem acontecido. Estou falando da perseguição moral, esta se revela com a proibição da pregação da palavra, o crescimento do islamismo, budismo e humanismo, os frequentes escândalos políticos, econômicos e morais envolvendo evangélicos. Esta perseguição parece ser muito pior que a vivida nos tempos de Roma ou de Hitler, pois não há lugar para mártires ou heróis da fé, quase ninguém mais acredita na inocência dos cristãos. Somos condenados por nossas próprias atitudes (ou falta delas), não temos nos preparado para dar ao mundo qual é a razão da nossa fé. É hora de reavaliar nossas teologias, reciclar nossa visão em relação à participação ativa nos negócios do nosso país, na aprovação de leis para a nossa sociedade. O cidadão do Reino de Deus é um agente transformador, não um mero espectador. A MÍDIA Esta é uma área que exerce forte influência no comportamento das pessoas. A mídia pode tanto derrubar alguém como colocá-la na posição mais elevada em questão de minutos, ela, além disso, dita o comportamento e pensamento das pessoas através de seus programas. No auge dos anos 90 a mídia procurou denegrir toda a ação da igreja, já testemunhamos várias situações onde os telejornais iniciaram verdadeiras guerras contra determinada igreja e por conseqüência conseguiram convencer alguns cristãos, imaturos e desatentos, a ir contra irmãos sem mesmo saber da veracidade dos fatos. Fiquei muito triste em ver pastores conhecidos deixarem se envolver de tal forma que exponham outros pastores e igrejas inteiras ao ridículo. Como é duro saber quão inocentes ainda somos, nem sequer sabemos discernir a estratégia do diabo de dividir o corpo de Cristo através de sofismas e maus entendidos. É claro que os cristãos precisam estar presentes nos meios de comunicação, porém está presença tem quer marcada pela sabedoria, não adianta nada mantermos programas que só crentes assistem as estações de rádio dirigidas por cristãos têm que contar com um alto nível de profissionalismo, chega de retransmissões de cultos e testemunhos. Nossos programas de TV e Rádio devem ser voltados para um público que não conhece a Deus. Um dia desses estava sonhando como seria interessante veicularmos programas evangélicos como novelas, filmes bem produzidos, festivais de música, clipes e entrevistas. Brigarmos de igual para igual com as grandes na pesquisa de ibope. Hoje nós temos tantos programas na televisão e no rádio, mas nem sequer imaginamos qual o retorno real que eles produzem, quantos não-crentes assistem e gostam dos nossos programas: 20%, 50% ou será que só 10% ou 5% dos espectadores é que procuram os programas evangélicos? Quantas pessoas realmente aceitam a Palavra de Deus e procuram uma igreja a fim de continuar crescendo na fé e no amor a Jesus? Se os nossos programas são tão bons como alguns pastores dizem que são, porque continuamos tão desacreditados? Temo em dizer que estamos investindo verdadeiras fortunas na mídia, mas de uma forma errada, fazemos o que é certo, no lugar certo, mas de uma forma completamente errada. Porque é que as grandes redes de televisão conquistaram o mundo todo? Estamos tão preocupados em ir contra cada uma delas e não paramos para entender como é que elas chegaram a fazer tanto sucesso. Primeiro, essas emissoras investiram em tecnologia. Nada de programas produzidos na garagem, é preciso aparelhagem adequada e profissional competente e capacitados. Segundo, formaram parcerias. Nesse meio não dá para viver sozinho ou juntamos forças ou não se chega a lugar algum. Terceiro, colocaram no ar o que o povo queria assistir. Não dá pra forçar ninguém a ver o que não gosta, é preciso ter um propósito, mas ser flexível em como atingir esse propósito. Quarto, dão valor a todo tipo de criatividade. Não se conquista as pessoas com métodos ultrapassados o mundo está em crescente progresso e temos que acompanhar este crescimento. Quinto, são astutos em suas mensagens. A sutileza é uma arma muito poderosa, basta saber equilibrar entre a clareza e sutileza, ás vezes não é preciso ficar repetindo versículos e mais versículos para se falar de Deus. O Livro de Ester não pronuncia a palavra Deus uma só vez, porém é muito clara a atuação dEle em favor do Seu povo Israel. CIÊNCIA E TECNOLOGIA Em pleno século XXI, ainda existem aqueles que dizem que a Ciência é do diabo. Se você é um desses saiba que o diabo agradece, mas ele não é dono de nada neste mundo! Se lermos a Bíblia com bastante atenção, será fácil perceber que ela constantemente se utiliza da ciência e da tecnologia para contar do progresso do Reino de Deus. Já no Gênesis existe um exemplo: “E disse Deus; Haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite, e sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos...” (Gn.1:14.). Ora, não são as estrelas, o sol, a lua e as estações parte da Ciência Moderna? Veja agora: “Então disse Deus a Noé: O fim de todos os seres humanos é chegado perante mim... faze para ti uma arca de madeira de cipreste: farás compartimentos na arca, e a revestirás de betume por dentro e por fora... farás na arca uma janela e lhe darás um côvado de altura. A porta da arca porás no seu lado; farás um primeiro, um segundo e um terceiro andares”. (Gn 6.13,14 e 16). A construção da arca não foi segundo a tecnologia da época? Não sei por que continuamos a ir contra os meios que o próprio Deus se utiliza para realizar os seus planos para a humanidade. Se não fossem alguns homens se renderem ao estudo da ciência, ainda hoje a teoria da evolução seria aceita como a mais plena verdade sobre a origem da humanidade. Cientistas cristãos estão cada vez mais empenhados em provar a veracidade do Criacionismo e provar que ciência e cristianismo podem andar de mãos dadas. ARTES, DIVERSÃO E ESPORTES Deus se importa com esta área da mesma maneira com que se importa com a celebração no culto dominical. O nosso problema é que não conseguimos enxergar Deus sorrindo, dançando ou se divertindo. Para muitos cristãos, falar dessas coisas é o mesmo que estar blasfemando ou brincando com o caráter Santo de Deus. Ora, a santidade de Deus é que permite a nossa alegria, mesmo na dança. Isso inclui os ritmos, e todos os tipos de artes. A pintura, as coreografias, os instrumentos, as luzes, as cores e todo o tipo de criatividade devam ser apresentados a Deus como meio de louvor e adoração. A utilização de todos os meios e formas no louvor ou na evangelização nada mais é do que uma maneira que nós temos de agradecer a Deus pela maneira que Ele nos fez. (Ex.15:20; Sl.150:4; Jr.31:1-4,13; Sl.33:1-3; Sl.81:1-3; Sl.134:2-3; 2ª Cr.5:13,14; At.3:8; Sl.141:2; 1ª Tm.2:8; Sl.47:1). Tentamos nos desculpar dizendo que os ritmos, as danças e as grandes festas promovidas pelo povo de Deus eram sempre realizados fora do templo. Bom, conheço algumas exceções como At.3:8 e 2Sm.6:15-18, mas, qual a diferença entre dançar ou aplaudir ou dar brados de vitória a Deus fora ou dentro do templo. Não é o lugar que determina quem Deus é. Deus é Deus. Se podemos adorá-Lo com danças e com todos os instrumentos fora do templo é claro que podemos adorá-Lo da mesma forma do lado de dentro, a atitude é a mesma desde que feita com toda a sinceridade e reverência de nossos corações. Por muito tempo, após minha conversão, esta era uma das questões que mais me deixava intrigado. Depois de muitas observações e alguns estudos minuciosos, resolvi que iria “experimentar” louvar a Deus com o mesmo entusiasmo que fazia outras coisas como vibrar com a conquista de um campeonato de futebol ou comemorar a conquista de um bom emprego. Confesso que esta foi a mais importante escolha que eu já fizera no meu relacionamento com Deus, em questão de segundos caíram por terra toda àquela formalidade que deixava Deus tão distante. Naquele exato momento eu não estava mais preocupado com meus próprios problemas ou se as pessoas estavam me olhando, o que eu queria naquele momento era estar louvando a Deus da maneira mais sincera que eu podia encontrar. Tudo isso sem apelos sentimentalistas e superficiais, não senhor, ali eu estava sendo o mais sincero que eu podia ser não estava preocupado com o que iriam dizer, mas, sim, se aquilo tudo estava chegando à presença de Deus com aroma suave e aceitável. Isso é para mim o verdadeiro sacrifício de louvor, não algo insensível, nem extremamente hipnotizante, é algo que sai do coração, do mais profundo da alma. Não quero só direcionar o assunto para a área da música, as artes, o lazer e os esportes envolvem inúmeras outras coisas. O lazer, por exemplo: Há algum tempo atrás críamos que o modelo de cristão era aquele que vivia com a Bíblia debaixo do braço e sempre estava sério. Não era permitido se distrair, relaxar, sair da rotina, afinal, o diabo podia aproveitar este momento de descontração para nos tentar. Quanta bobagem! Se observarmos o caráter de Deus e os Seus ensinos, vamos encontrar vários momentos de profunda diversão, várias vezes os profetas e os discípulos são pegos em momentos de divertimento. Procure você mesmo observar os momentos de descontração de Jesus com os discípulos. Todos nós precisamos de momentos alegres e divertidos para recuperar as forças para enfrentar os problemas do dia-adia. Se decidirmos marcar presença em cada um destes setores não só contribuiremos para o crescimento do Reino de Deus, mas também aprenderemos lições inesquecíveis sobre a soberania e os propósitos de Deus. O MODELO PARA A IGREJA DO REINO O que me proponho a discutir nessas poucas páginas é nada mais do que o fruto de algumas experiências que tenho vivido ao longo dos vinte anos andando com Jesus. O meu desejo é que possamos unir forças para que muitos outros irmãos aprendam sobre Deus e o Seu Reino e assim a redenção desta terra seja realizada o mais breve possível com atuação constante e consciente de cada indivíduo do Reino de Deus em prol desta geração. Não poderia encerrar esta obra sem dizer o que eu penso sobre uma Igreja Para O Século 21. A lei mosaica estava tão cheia de complementações que era impossível obedecê-la. Apenas os fariseus se diziam capazes de interpretá-la fielmente tornando-se assim os maiores corruptores dos mandamentos de Deus, usavam e abusavam da autoridade religiosa sem nenhum escrúpulo ou amor ao próximo. Não é de se estranhar que Jesus inicie sua pregação anunciando que só a partir Dele mesmo é que o evangelho do reino de Deus era chegado àquela geração. Estudando a Igreja Evangélica nos últimos cinqüenta anos, percebemos que esse quadro se repete, os pastores e líderes religiosos assumiram o lugar dos fariseus e sacerdotes judeus tomando pra si toda a autoridade sobre a interpretação da “vontade de Deus” para suas comunidades. Neste momento da história da Igreja podemos registrar um sem número de erros doutrinários e teológicos, o fato é que estamos banalizando os princípios básicos da vida cristã. Não nos surpreendemos mais com a imoralidade nos relacionamentos, acostumamos a ver os líderes das igrejas com todo o poder nas mãos e ninguém pode fazer nada com medo de estarem se levantando contra o “ungido de Deus”, as nossas táticas de levantamento de dinheiro nas igrejas são no mínimo extravagantes e parece não haver mais esperanças de que isso possa mudar um dia. Existe uma tarefa para a Igreja que não está submetida aos sistemas, métodos, teologias ou qualquer vontade humana. A tarefa de evangelização nesta terra é mais sublime entre todas as outras, porque concretiza o que Jesus disse: “Digo-lhes a verdade: aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai”. (Jo 14.12) Jesus veio para salvar o que estava perdido, e a Igreja no início do século 21 ainda tem o desafio enorme de levar esta mensagem para todos os cantos da terra. Há uma interpretação de Mateus 24 onde diz que este evangelho do Reino deve ser pregado em toda a terra, e aí sim virá o fim. Perdoem-me os autores que dizem algo diferente, mas eu espero ver a Igreja da minha geração assumindo essa responsabilidade alcançando todo o mundo para Jesus. O apóstolo Paulo disse que ele não podia deixar de pregar o evangelho , sendo o mesmo declarado pelos apóstolos no relato de Atos . Acredito que a obra missionária tem sido abandonada pelas novas lideranças das igrejas, isto é uma realidade extremamente preocupante! Como faremos as obras maiores que Jesus disse que faríamos se abandonamos a nossa maior responsabilidade neste mundo? Posso rapidamente alistar alguns motivos que fizeram a Igreja deixar de lado a ação missionária nos últimos 10 anos: 1) Missões deixaram de ser relevantes devido à secularização da Igreja; 2) Missões não tornam a vida dos crentes mais fácil, e isso agride profundamente a nossa teologia de prosperidade e restituição; 3) Missões exigem um investimento muito alto, mas o retorno é para o Reino e não exclusivamente para a igreja local; 4) Missões não devem ser apenas mais um dos departamentos de uma Igreja, mas, sim, a sua tarefa específica. As nossas construções, passeios ou retiros virão sempre depois. Na minha pouca experiência como líder de missões na igreja local, observei que estes motivos relacionados acima têm tornado a obra missionária em segundo plano. Não enfrentamos acirradamente os problemas da língua, da cultura ou da distância, o nosso maior impedimento somos nós mesmos, que insistimos em colocar missões em último lugar na lista de prioridades das nossas congregações. O sustento dos missionários é sempre feito por último, as ofertas missionárias é sempre do que sobra, a oração pelos povos é sempre no fim do culto, o testemunho missionário precisa ser rápido para não cansar os irmãos. Estamos invertendo as coisas na igreja, colocamos em primeiro lugar as necessidades locais, depois as do Reino. "Uma igreja não existe para si mesma, mas, sim, para o mundo". - George Carey Muitos livros estão sendo escritos que ensinam sobre métodos, atitudes, estratégias para o crescimento da Igreja. Confesso que precisei resistir bastante para não rechear este trabalho com algumas dessas estratégias, afinal de contas, nossos líderes estão cada vez mais acostumados com os Manuais de Orientações, com as receitas prontas. Entretanto, depois de gastar pelo menos os últimos dez anos pesquisando com quais métodos eu mais me identificava, e tentando definir aquelas atitudes na Igreja que eu sonhava, me dei conta que essa não seria a melhor proposta depois de discutir os assuntos acima da forma com que tentei colocá-los. Nos meus tempos de seminário, tinha um professor de Sociologia que sempre dizia que estava ali para provocar-nos a reagir enquanto abordava os assuntos da matéria. Foi isso que propus no meu coração quando sentei pela primeira vez em frente ao computador para digitar as primeiras frases desse trabalho. Imaginei que poderia provocar algumas pessoas a pensar com uma motivação diferente acerca do Reino de Deus; tenho lido algumas coisas acerca do assunto e poucos autores tem conseguido mexer de fato com o meu coração. Sonhei que se eu escrevesse as minhas impressões sobre a Igreja e a realidade do novo século talvez pudesse despertar alguns para debater melhor sobre o assunto e quem sabe chegarmos a um ponto comum, mesmo que interpretássemos um ou outro ponto de vistas diferentes. O que eu acredito é que a nossa geração, principalmente a brasileira, precisa ser sacudida da mesma maneira que a Europa nos tempos da Reforma protestante. Aliás, esse é um assunto muito importante, pois se formos observar com muita sinceridade nós da América, sobretudo a parte latina, não vivenciamos nenhum tempo de reforma, a nossa história revela que nossa teologia foi herdada dos missionários estrangeiros e hoje tem se mantido importada das mais variadas práticas made in USA. Talvez seja a nossa vez de erguermos uma bandeira reformista, não revoltada com algum dogma ou preceito das igrejas históricas, mas interessada em atender as necessidades e responder às questões do nosso tempo com responsabilidade e biblicamente fundamentadas. Onde estão os teólogos brasileiros do século 21? Quem serão os nossos referenciais nas próximas décadas? Conheço pelo menos uma dezena de homens extremamente capacitados e experimentados que tem esse perfil, eles que me influenciam muito hoje, porém estamos tão anestesiados pela teologia importada que não consultamos os nossos Pais Brasileiros, preferimos agir como filhos adotados e dependentes da visão que vem de fora e na maioria das vezes ignoramos nossa cultura, não formulando respostas aos problemas da nossa gente. Que bom seria se pastores, líderes e leigos abrissem grupos de discussão e convidando em seus Congressos alguns desses homens que estão a tanto tempo nos mostrando o caminho certo e não os damos ouvidos. Será que você já ouviu falar de Ariovaldo Ramos, Ed René Kivitz, Ricardo Gondim, Robson Cavalcanti, Russel Shedd.... Esses homens são os profetas nacionais que anunciam uma teologia brasileira. Quando vamos dar-lhes ouvidos? Esses são os homens que eu tenho aprendido nos últimos anos, mas com certeza existem tantos outros que buscam uma Teologia Brasileira, contemporânea, contextualizada sem perder a essência bíblica. Muitos “papas” das igrejas mais influentes do Brasil defendem um tradicionalismo a muito ultrapassado, insistem em “manter paradigmas” que só provocam discussões e exclusões sem sentido. Jesus Cristo dizia que os fariseus se afastavam de Deus por querer manter as práticas da lei que não levariam o homem a lugar nenhum. Não me entenda mal, não estou fazendo apologia à “anarquia evangélica”, isto não é bíblico, mas, é tempo de erguermos os nossos olhos e enxergarmos este tempo da História. Se nos calarmos diante das realidades atuais seremos como os fariseus ou escribas dos tempos de Jesus, onde se orgulhavam da tradição religiosa não experimentando da graça de Deus, rejeitando os propósitos divinos. Segundo Gálatas 4.4, Jesus veio na “plenitude dos tempos”, isto é, havia um projeto, um tempo determinado para que Jesus chegasse a este mundo. Ao estudarmos a história entendemos que Deus levou em conta não só o tempo, mas preparou todas as coisas para que o mundo conhecesse aquele que é “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. O Reino de Deus é dinâmico e atende as necessidades do homem para cada época em que se vive à história. No Antigo Testamento Deus tratou de escrever os 10 Mandamentos como referencial a nação que estava se formando, já no Novo Testamento, Jesus resume os Mandamentos em apenas dois, amar a Deus e ao próximo. Sendo assim, é possível concluir que Deus se importa com o contexto cultural, histórico e social em que vive a humanidade. Não somos mais a mesma sociedade de trinta anos atrás, não atribuímos o mesmo senso de valor, as mesmas características quanto à vestimenta, vocabulário, sonhos e tantas outras coisas. A Igreja pós-Moderna não deve se contaminar com as práticas do mundo, mas também não pode se enclausurar em doutrinas tradicionalistas que afastam as pessoas. O apóstolo Paulo na mesma carta aos Gálatas vai nos dizer que não podemos nos submeter ao jugo de escravidão, segundo a lei, mas viver livres, servindo a Deus. Mesmo depois da virada do milênio somos muito influenciados pelo que os nossos pais e líderes nos deixaram como legado. Acredito que muitas coisas que escrevi aqui podem causar certo mal estar e até uma pontinha de escândalo em alguns líderes na igreja, aproveito o espaço para pedir-lhes perdão, só que o mundo hoje precisa de uma Igreja que seja mais humana, isto é, que se preocupe de fato com as feridas da alma, com a limitação da mente e que ofereça oportunidades que atendam a busca incessante do homem pelo sobrenatural, o místico. Infelizmente os mais carismáticos e até os pentecostais assumiram uma posição de detentores do poder de Deus enquanto os mais tradicionais cuidam apenas das suas organizações, organogramas e intermináveis assembléias. Nada disso atrai o homem moderno, o evangelismo neste século precisa de crentes muito mais preocupados com o bem estar do homem integral, uma visão holística é fundamental para alcançarmos não só a alma, mas ainda a mente, os sonhos e as necessidades do ser humano. Chega de sair apenas pra ganhar “almas para Jesus”, temos que ir para ganhar homens, mulheres e crianças – gente de verdade – que vão encher nossas igrejas adorando a Deus em espírito e em verdade. Vamos parar de discutir qual a cor do “backlight”, o ar-condicionado central ou o novo revestimento das paredes do templo. É hora de darmos pão ao faminto e água ao que tem sede, se fizermos isto aí sim estaremos servindo a Deus. Precisamos procurar os anjos que vagam pelas nossas comunidades conforme Hebreus descreve aos que se praticam a hospitalidade . Espero que este trabalho possa despertá-lo a influenciar esta sociedade de maneira eficiente e ativa, agradeço ao Senhor pelo privilégio de serví-Lo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIA SAGRADA. NVI. Sociedade Bíblica Internacional. FILHO, Caio Fabio D´Araujo. Mais que Um Sonho. Ed. Vinde – São Paulo, SP. CUNNINGHAM, Loren. Aprenda a Vencer Usando as Táticas de Deus. Ed. Betânia – Belo Horizonte, MG. RAMOS, Robson. Evangelização no Mercado Pós-Moderno. Ed. Ultimato – Viçosa, MG. OLIVEIRA, Pr Jairo de. Missões a Razão da Existência da Igreja. Ed. Abba Press. São Paulo, SP. QUEIROZ, Edison. Administrar Missões. Ed. Vida Nova. São Paulo, SP. BOYER, Orlando. Heróis da Fé. Ed. Livros Evangélicos. 1ª Ed. Rio de Janeiro, RJ. KIVITZ, Ed René. Quebrando Paradigmas. GONDIM, Ricardo. Pastores em Perigo. SHEDD, Russel. Missões ________________________. Teologia Bíblica de Missões. CPAD, RJ.