Trabalhos Práticos de LQA 2004_2005.DOC

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Trabalhos práticos de Química Analítica
TRABALHOS PRÁTICOS Nº1 a 3
- ANÁLISE QUALITATIVA DE UMA AMOSTRA DE CATIÕES -
ESTUDO DA SOLUBILIDADE DOS CLORETOS, HIDRÓXIDOS
E
CARBONATOS DOS CATIÕES
+
2+
+
2+
2+
Al3+ , Ca2+ , Fe3+ , Hg2+
2 , K , Mg , Mn , NH 4 , e Pb
2004/2005
Trabalhos práticos de Química Analítica
MATERIAL:
Tubos de ensaio semi-micro
Pipetas de Pasteur
Vareta de vidro
Micro-espátula
Copo de 250ml (banho de água)
Cadinho de porcelana
Pinças de madeira para tubos de ensaio
Vidros de relógio
Proveta de 5ml
Escovilhão para os tubos de ensaio semi-micro
Placa para ensaios de gota (3 cavidades)
Centrifugadora.
REAGENTES:
Soluções aquosas dos nitratos dos catiões em estudo (com
concentração aproximada de 10mg do elemento respectivo por
mililitro);
HCl 12M
HCl 6M
HNO3 14M
HNO3 6M
HC2H3O2 6M
NaOH 6M
NH3 6M
NH4NO3 6M
(NH4)2CO3 2M
(NH4)2C2O4 0,2M
K2CrO4 0,5M
KSCN 0,1M
Na3Co(NO2)6 0,3M
Na2HPO4 0,5M
H2O2 3%
Solução de aluminão 0,1%
Solução de magnesão I 0,05%
NaBiO3 (sólido)
Papel de tornesol (azul e vermelho)
Papel indicador de pH (1-11).
2004/2005
2
Trabalhos práticos de Química Analítica
I - Reacções com o Ácido Clorídrico
1. Marque 9 tubos de ensaio semi-micro com os símbolos dos catiões em estudo e
coloque-os no suporte por ordem alfabética. Transfira para os tubos 1ml (20 gotas)
de solução do nitrato respectivo.
2. Junte a cada um deles 6 gotas de HCl 6M e agite.
3. Registe os fenómenos observados, preenchendo o Quadro I, no qual escreverá a
fórmula química do precipitado eventualmente formado, a sua coloração e
características estruturais (cristalino ou gelatinoso).
No espaço que se segue ao quadro escreva as equações químicas iónicas,
correspondentes às reacções de precipitação observadas, as expressões das
suas constantes de equilíbrio e respectivos valores (em função de Kps, cujos
valores se encontram na tabela da página 13). Assinale a formação de
precipitados com: ↓ .
4. Despeje os tubos de ensaio, lave-os com água da torneira, utilizando o
escovilhão se for necessário, passe-os por água destilada e inverta-os para esta
escorrer.
2004/2005
3
Trabalhos práticos de Química Analítica
Quadro I
HCl 6M
Soluções
dos catiões
Al 3+
Ca2+
Fe 3+
Hg 2+
2
K+
Mg 2+
Mn 2+
NH+
4
Fase
líquida
Pb 2+
Fase
sólida
Precipitados
obtidos
Cor
Textura
HCl
Equação química
--- Cl
-
- +
Al3+
←
→
- +
←
→
-
+
←
→
2 Cl-
+
--- Cl
--- Cl
--- Cl
--- Cl
--- Cl
--- Cl
--- Cl
2+
Hg2
←
→
-
+
←
→
-
+
←
→
-
+
←
→
-
+
←
→
-
+
←
→
2004/2005
H 2O
H + + Cl -
Expressão de Ke
Ke
Não precipita
Hg2Cl 2↓
Ke =
1
2+
[ Cl - ] 2 [ Hg 2 ]
4
17
7,7 x 10
Trabalhos práticos de Química Analítica
II - Reacções com o Hidróxido de Sódio
1. Retome os 9 tubos de ensaio marcados, devidamente ordenados no suporte e
coloque em cada um deles 1ml da solução que contém o nitrato do catião
respectivo.
2. Junte a cada tubo, uma a uma, 5 a 10 gotas de solução de NaOH 6M, observando
atentamente os fenómenos ocorridos.
3. Anote as observações, preenchendo o Quadro II e o espaço seguinte como fez
anteriormente.
Registe os casos em que houve formação inicial de precipitado, que desaparece
por adição de mais reagente. Interprete estes fenómenos, escrevendo as
equações químicas das reacções que ocorrem, as expressões das constantes de
equilíbrio e os respectivos valores, em função de Kps.
4. Despeje, lave e escorra os tubos de ensaio.
2004/2005
5
Trabalhos práticos de Química Analítica
Quadro II
NaOH 6M
Soluções
dos catiões
Al 3+
Ca2+
Fe 3+
Hg 2+
2
K+
Mg 2+
Mn 2+
NH+
4
Pb 2+
Fase
líquida
Fase
sólida
Precipitados
obtidos
Cor
Textura
H 2O
NaOH
Equação química
Expressão de Ke
3 OH - +
Al3+
←
→
Al (OH)3↓
--- OH-
+
Al (OH)3↓
←
→
Al (OH) -4
--- OH-
+
←
→
--- OH-
+
←
→
--- OH +
Na + + OH -
Ke =
1
[ OH ]3 [ Al 3+ ]
2+
Hg 2
←
→
Hg↓
+ Hg 2+
Hg 2+
←
→
HgO↓
+ H2O
2+
Hg 2
←
→
Hg↓
+ HgO↓ + H2O
--- OH--- OH-
+
←
→
--- OH-
+
←
→
--- OH-
+
←
→
--- OH-
+
←
→
--- OH-
+
←
→
--- OH
+
2004/2005
Pb(OH) 2 ↓
←
→
Pb(OH) -3
6
Ke
7,1 x 1033
Trabalhos práticos de Química Analítica
III - Reacções com Amónia Tamponizada (pH˜ 9)
1. Repita as operações descritas em II.1.
2. Adicione a cada tubo de ensaio 12 gotas de solução de NH4NO3 6M e 6 gotas de
solução de NH3 6M. Agite.
3. Registe as suas observações no Quadro III e escreva as equações químicas
correspondentes às reacções observadas, as expressões das suas constantes de
equilíbrio e respectivos valores, como vem fazendo.
4. Despeje, lave e escorra os tubos de ensaio.
2004/2005
7
Trabalhos práticos de Química Analítica
Quadro III
NH - NH
3
Soluções
dos catiões
Al 3+
Ca2+
Fe 3+
Hg 2+
2
+
(pH-9)
4
K+
Mg 2+
Mn 2+
NH+
4
Pb 2+
Fase
líquida
Fase
sólida
Precipitados
obtidos
Cor
Textura
NH3 + H2O
Equação química
3 OH - +
Al3+
←
→
--- OH-
+
←
→
--- OH-
+
←
→
--- OH-
+
←
→
--- OH
+
←
→
--- OH-
+
←
→
--- OH-
+
←
→
--- OH
+
←
→
--- OH
+
←
→
2004/2005
←
→
+
NH4 + OH -
Expressão de Ke
Al (OH)3↓
Ke =
8
1
[ OH ]3 [ Al 3+ ]
Ke
7,1 x 1033
Trabalhos práticos de Química Analítica
IV - Reacções com o Carbonato de Amónio
1. Proceda de acordo com as instruções dadas em II.1.
2. Junte a cada tubo 5 gotas de solução de NH4NO3 6M e 10-15 gotas de solução de
(NH4)2CO3 2M, lentamente e com agitação.
3. Dado que o carbonato de amónio se hidrolisa originando uma solução básica,
alguns dos precipitados formados são carbonatos e outros hidróxidos.
Para averiguar a composição dos precipitados obtidos, proceda da seguinte
forma com cada um deles:
Centrifugue o precipitado e despreze a solução sobrenadante. Junte 1ml de H2O
destilada. Agite bem com a vareta, centrifugue e despreze o líquido
sobrenadante. Lave mais uma vez o precipitado com 1ml de H2O, centrifugue e
despreze o líquido de lavagem. Junte ao precipitado algumas gotas de HNO3 6M.
Observe atentamente os fenómenos ocorridos e tire as conclusões adequadas
acerca da composição dos precipitados (hidróxido ou carbonato).
4. Registe as suas conclusões preenchendo correctamente o Quadro IV. Acrescente
às equações químicas iónicas de precipitação as equações químicas
correspondentes às reacções de identificação dos carbonatos. Assinale a
libertação gasosa com: ↑.
2004/2005
9
Trabalhos práticos de Química Analítica
Quadro IV
(NH ) CO 2M
4 2 3
Soluções
dos catiões
Al 3+
Ca2+
Fe 3+
Hg 2+
2
Mg 2+
K+
Mn 2+
NH+
4
Pb 2+
Fase
líquida
Fase
sólida
Precipitados
obtidos
Cor
Textura
+
2NH4 + CO2
←
→
HCO-3 + NH3
NH3 + H2O
←
→
NH+
4 + OH
Equação química
Expressão de Ke
Ke
2--- CO 3
ou
3 OH - + Al3+
←
→
Al (OH)3↓
Ke =
1
3
[ OH ] [ Al 3+ ]
7,1 x 1033
1 CO 23
2+
ou --- OH + Ca
←
→
CaCO3↓
Ke =
1
2[ CO 3 ] [ Ca 2+ ]
2,1 x 108
2--- CO 3
ou --- OH +
←
→
2--- CO 3
ou --- OH +
←
→
2--- CO 3
ou --- OH +
←
→
2--- CO 3
ou --- OH +
←
→
2--- CO 3
ou --- OH +
←
→
2--- CO 3
ou --- OH +
←
→
2--- CO 3
ou --- OH +
←
→
2004/2005
10
Trabalhos práticos de Química Analítica
QUESTIONÁRIO
1. Escreva, por baixo de cada reagente, os catiões por ele precipitados:
HCl
NaOH
NH 3 - NH +
4
(NH4)2CO3
2. Coloque estes reagentes por ordem decrescente do número de catiões que eles
precipitam ___________________________________________________
3. Considere uma solução que contém os 9 catiões em estudo.
a) Qual dos reagentes anteriores é o agente precipitante mais selectivo no
que respeita a esta mistura de catiões? ________________________
b) Qual (ou quais) é menos selectivo? ___________________________
c) Coloque os quatro reagentes por ordem crescente de selectividade __
________________________________________________________
4. Suponha que tem como último objectivo separar e identificar os nove catiões
desta solução, arrumando-os, numa primeira fase, no maior número possível de
grupos com o menor número possível de catiões. Estes grupos seriam
sucessivamente separados da solução inicial por mudança de fase
(precipitação), provocada pela adição, segundo certa ordem, destes quatro
reagentes.
a) Qual a ordem de adição que utilizaria para atingir o objectivo anterior?
________________________________________________________
b) Relacione a ordem de adição de reagentes com a respectiva selectividade
________________________________________________________
________________________________________________________
c) Com base nas conclusões a que chegou preencha de modo adequado a
figura da página seguinte.
2004/2005
11
Trabalhos práticos de Química Analítica
5º grupo
P. P. do 4º grupo
reagente D
P. P. do 3º grupo
reagente C
P. P. do 2º grupo
reagente B
P. P. do 1º grupo
reagente A
Al3+
2004/2005
Ca2+
Fe3+
Hg2+
2
K+
12
Mg2+
Mn2+
NH +
4
Pb2+
Trabalhos práticos de Química Analítica
TABELA (*)
PRODUTOS DE SOLUBILIDADE A 25ºC
Composto
Kps
CARBONATOS
4,7 x 10-9
8,8 x 10-11
1,5 x 10-13
CaCO3
MnCO3
PbCO3
CLORETOS
1,3 x 10-18
1,6 x 10-5
Hg2Cl2
PbCl2
HIDRÓXIDOS
1,4 x 10-34
1,3 x 10-6
6,0 x 10-38
1,1 x 10-11
1,6 x 10-13
4,0 x 10-15
Al(OH)3
Ca(OH)2
Fe(OH)3
Mg(OH)2
Mn(OH)2
Pb(OH)2
(*) - KING, EDUARD J. - Qualitative Analysis and Electrolytic Solutions.
2004/2005
13
Trabalhos práticos de Química Analítica
ANÁLISE QUALITATIVA
DE
UMA AMOSTRA DE CATIÕES
2ª PARTE
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA MAIS APROFUNDADA DOS CATIÕES
+
2+
+
2+
2+
Al3+ , Ca2+ , Fe3+ , Hg2+
2 , K , Mg , Mn , NH 4 , e Pb
2004/2005
14
Trabalhos práticos de Química Analítica
I - CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DOS CATIÕES DO GRUPO DO ÁCIDO CLORÍDRICO
1. Coloque em tubos de ensaio, marcados com o símbolo destes catiões, 1ml da
solução do nitrato do elemento respectivo. Junte a cada um deles, uma a uma, 6
gotas de HCl 6M. Agite após a adição de cada gota. Deixe repousar os
precipitados obtidos e junte mais uma gota de HCl, para se certificar de que a
precipitação foi completa.
2. Centrifugue os precipitados e despreze as soluções sobrenadantes. Junte cerca
de 2ml de água destilada a cada precipitado e aqueça os tubos em banho de
água fervente, com agitação.
3. Ao tubo de ensaio, cujo precipitado se solubilizou por aquecimento, adicione
várias gotas (4 a 6) de solução de K2CrO4 0,5M.
4. Separe
o precipitado obtido por centrifugação e despreze o líquido
sobrenadante. Adicione ao precipitado várias gotas de NaOH 6M. O fenómeno
observado confirma a presença deste catião.
5. Centrifugue o precipitado que não se dissolveu por aquecimento e despreze a
solução sobrenadante. Adicione-lhe 10 a 20 gotas de NH3 6M (ou 2 a 4 gotas de
NH3 15M). Use a vareta para dispersar o precipitado no reagente. O fenómeno
observado confirma a presença deste catião.
Atenção: Registe as observações na folha ao lado e complete as equações
químicas iónicas correspondentes aos fenómenos observados.
2004/2005
15
Trabalhos práticos de Química Analítica
Registo das Observações e sua Interpretação
1. Adição de HCl 6M: ______________________________________________
____________________________________________________________
.............. + Cl -
←
→
............ ↓
.............. + Cl -
←
→
............ ↓
2. Tratamento dos precipitados com água e aquecimento à ebulição. Sublinhe o
fenómeno observado.
Dissolveu
.............. ↓
Dissolveu
.............. ↓
Não dissolveu
Não dissolveu
3. Adição de K2CrO4 0,5M à solução que contém o precipitado dissolvido: ____
____________________________________________________________
.............. + CrO24 -
← ............. ↓
→
4. Adição de NaOH 6M ao precipitado obtido: ___________________________
____________________________________________________________
..... CrO4↓
← ....... + .......
→
............ + 3OH-
← ..........
→
......... ↓
← .......... + ..........
→
+ ...........
5. Adição de NH3 6M (ou 15M) ao precipitado que não se dissolveu: _________
____________________________________________________________
Cl-
Hg2Cl2 ↓
←
→
.........
+ ........
.......
+
... NH3
←
→
Hg ↓
+ ...........
+
.............
←
→
HgNH2Cl ↓
←
→
.......... ↓
.......... ↓
2004/2005
+ ...........
+ Hg2+
16
+ NH2
+ ........ ↓
+ NH+
4
+ .........
+ ...........
Trabalhos práticos de Química Analítica
outros catiões
P. P. do 1º grupo
HCl
e outros
branco
H 2O quente
branco
NH3
amarelo
negro
2004/2005
K 2CrO4
NaOH
17
Trabalhos práticos de Química Analítica
SEPARAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DESTES CATIÕES NUMA MISTURA EM QUE ELES SE
ENCONTRAM PRESENTES (E, EVENTUALMENTE, TODOS OS OUTROS)
1. Prepare uma solução que contenha os iões do grupo do HCl, misturando num
tubo de ensaio 0,5ml (10 gotas) das soluções dos respectivos nitratos. Adicione
HCl 6M, gota a gota, até à precipitação completa. Centrifugue e decante o líquido
sobrenadante para outro tubo. (Se se tratar de uma mistura com composição
desconhecida esta solução conterá os outros catiões presentes). Junte ao líquido
decantado mais 1 gota de HCl 6M, para se assegurar de que a precipitação foi
completa. Se ainda ocorrer precipitação, adicione mais HCl, centrifugue e junte o
precipitado ao anteriormente obtido.
2. Junte ao precipitado cerca de 2ml de H2O e aqueça à ebulição em banho de água.
Agite com a vareta durante o aquecimento. Rapidamente, com a solução bem
quente, decante a fase líquida para outro tubo de ensaio.
3. Adicione várias gotas de K2CrO4 0,5M ao tubo de ensaio que contém o líquido
decantado.
A formação de um precipitado amarelo, que se solubiliza em NaOH 6M, confirma a
presença do catião __________.
4. Lave o precipitado, que ficou no tubo após o aquecimento, duas vezes com cerca
de 2ml de H2O fervente e despreze os líquidos de lavagem. Adicione-lhe 10 a 20
gotas de NH3 6M (ou 4 a 6 gotas de NH3 15M). Disperse com a vareta o precipitado
no reagente.
A formação de um precipitado negro confirma a presença do catião
______________.
Atenção: Com
base nos resultados do seu estudo experimental sobre o
comportamento destes catiões, complete a figura da página anterior,
preenchendo os espaços em branco.
2004/2005
18
Trabalhos práticos de Química Analítica
I I - CARACTERIZAÇAO QUÍMICA MAIS APROFUNDADA DOS CATIõES DO GRUPO DA
AMóNIA
1. Meça 1ml (20 gotas) de solução dos nitratos de cada um destes catiões para
tubos de ensaio previamente marcados com os seus símbolos. Observe a cor da
cada solução. Adicione a cada tubo 12 gotas de NH4NO3 6M e 6 gotas de NH3 6M.
Deixe assentar os precipitados obtidos. Junte mais duas gotas de NH3 6M para se
certificar de que a precipitação foi completa. Centrifugue e despreze os líquidos
sobrenadantes.
2. A cada tubo que contém os precipitados junte, gota a gota, NaOH 6M, agitando
continuamente. Após a adição de 5 a 10 gotas verifique se algum dos
precipitados se solubilizou.
3. Retome o tubo cujo precipitado se solubilizou. Junte à solução HCl 6M até à
reacção levemente ácida e mais um excesso de 0,5ml (10 gotas). Adicione 1 a 2
gotas de solução de aluminão e alcalinize ligeiramente o meio com NH3 6M. Agite
e deixe repousar. Os fenómenos observados confirmam a presença do catião em
estudo. (Junte os reagentes lenta e cautelosamente).
4. Centrifugue o precipitado que não se solubilizou e despreze o líquido
sobrenadante. Lave o precipitado duas vezes com 1-2ml de H2O destilada,
rejeitando os líquidos de lavagem. Junte algumas gotas de HNO3 6M para
dissolver o precipitado (aqueça o tubo em banho de água, se for necessário).
Adicione 1-2ml de H2O destilada e 1 a 3 gotas de KSCN 0,1M. Os fenómenos
observados confirmam a presença deste catião.
Atenção: Registe as suas observações na folha ao lado e complete as equações
químicas iónicas correspondentes aos fenómeno, observados, de acordo
com o esquema que se segue.
2004/2005
19
Trabalhos práticos de Química Analítica
REGISTO DAS OBSERVAÇÕES E SUA INTERPRETAÇÃO
+
1. Adição de NH3 / NH 4 (pH˜ 9): ______________________________________
____________________________________________________________
.......
+ ....NH 3 + ....H2O
←
→
............. ↓
+ ...............
.......
+ ....NH 3 + ....H2O
←
→
............. ↓
+ ...............
2. Tratamento dos precipitados obtidos com NaOH: ______________________
____________________________________________________________
............ ↓
+
OH -
←
→
................
............ ↓
+
OH -
←
→
não reage
3. Acidificação da solução, adição de aluminão e alcalinização ligeira: ______
____________________________________________________________
Al (OH) -4
+ ....H +
←
→
.............
+ 3 C22H13O -9
← Al(C22H13O9)3↓
→
.............. +
....H2O
laca ................
4. Adição ao precipitado de HNO3: ___________________________________
____________________________________________________________
............ ↓
+ ....H +
←
→
.............
+ ................
Adição à solução de KSCN: _______________________________________
____________________________________________________________
.............
+ SCN -
←
→
.................
cor ................
2004/2005
20
Trabalhos práticos de Química Analítica
outros catiões
P. P. do 2º grupo
NH 3-NH +
4
e outros
castanho
NaOH
HCl
castanho
Aluminão
NH 3
HNO3
vermelho
KSCN
Cor vermelha
2004/2005
21
Trabalhos práticos de Química Analítica
SEPARAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DESTES CATIÕES NUMA MISTURA EM QUE ELES SE
ENCONTRAM PRESENTES (E, EVENTUALMENTE, TODOS OS OUTROS)
1. Coloque no mesmo tubo de ensaio 0,5ml (10 gotas) das soluções dos nitratos dos
elementos deste grupo. Adicione de seguida 12 gotas de NH4NO3 6M e 6 gotas de
NH3 6M. Agite bem. Centrifugue o precipitado e decante o líquido sobrenadante
para outro tubo de ensaio. Junte a este líquido mais duas gotas de NH3 para se
certificar de que a precipitação foi completa (se fôr desconhecida a composição
da mistura deve guardar-se este líquido que pode conter catiões dos grupos
seguintes). Caso ainda ocorra precipitação, complete-a, separe o precipitado e
junte-o ao anterior.
2. Lave o precipitado com 1-2ml de H2O destilada e rejeite o líquido de lavagem.
Adicione-lhe cerca de 10 gotas de NaOH 6M e, em seguida, 1ml de H2O destilada.
Centrifugue e transfira a fase líquida para um outro tubo de ensaio. Lave o precipitado que restou com 1ml de H2O destilada, centrifugue e junte o líquido de
lavagem ao tubo que contém a fase líquida.
3. Adicione ao precipitado 1 a 3 gotas de HNO3 6M, aqueça até solubilizar se fôr
necessário. Junte 1-2ml de H2O e 1 a 3 gotas de KSCN 0,1M. O aparecimento de
uma cor vermelha sangue indica a presença do catião __________.
4. Ao líquido contido no outro tubo junte HCl 6M até a reacção levemente ácida e
mais um excesso de 10 gotas. Adicione 1 a 2 gotas de aluminão e alcalinize
levemente o meio com NH3 6M (use papel indicador de pH). A formação de um
precipitado em flocos vermelho confirma a presença do catião __________.
Atenção: Com base nos resultados do seu trabalho experimental, complete a figura
da página anterior, preenchendo os espaços em branco.
2004/2005
22
Trabalhos práticos de Química Analítica
III -
CARACTERIZAÇAO QUÍMICA MAIS APROFUNDADA DOS CATIõES DO GRUPO DO
CARBONATO DE AMóNIO
1. Coloque em tubos de ensaio marcados com os símbolos dos catiões deste
grupo, 1ml (20 gotas) da solução dos respectivos nitratos. Adicione a cada um
deles 5 gotas de NH4NO3 6M e 10 a 15 gotas de (NH4)2CO3 2M, com agitação.
Assegure-se de que a precipitação foi completa.
2. Centrifugue os precipitados e despreze os líquidos sobrenadantes. Junte cerca
de 1ml de H2O destilada. Agite com a vareta e centrifugue novamente. Despreze
os líquidos de lavagem. Junte aos precipitados HC2H3O2 6M até à solubilização
completa e adicione 1ml de H2O destilada.
3. Adicione a cada tubo cerca de 10 gotas de NH4NO3 6M e alcalinize com NH3 6M.
Junte aos dois tubos (NH4)2C2O4
0,2M. Se houver formação de precipitado,
prossiga a adição até à precipitação completa.
4. Ao tubo em que não ocorreu precipitação junte umas gotas de HNO3 conc. para
acidificar e, em seguida, adicione um pouco de NaBiO3 sólido na ponta da
espátula. Registe os fenómenos observados que confirmam a presença do
catião.
5. Centrifugue o precipitado que obteve no outro tubo e despreze a fase líquida.
Adicione umas gotas de HC2H3O2
6M e agite. Os fenómenos observados
confirmam a presença do catião em estudo.
Atenção: Registe as suas observações na folha ao lado e complete as equações
químicas iónicas correspondentes aos fenómenos observados, de acordo
com o esquema que se segue.
2004/2005
23
Trabalhos práticos de Química Analítica
REGISTO DAS OBSERVAÇÕES E SUA INTERPRETAÇÃO
+
1. Adição de (NH4)2CO3 – NH4 :
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
........... +
2CO3
←
→
............. ↓
........... +
2CO3
←
→
............. ↓
2. Tratamento dos precipitados obtidos com HC2H3O2:
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
.......... ↓
+
..... HC2H3O2
←
→
.........
+ CO2 ↑
+ H2O + ..............
.......... ↓
+
..... HC2H3O2
←
→
.........
+ CO2 ↑
+ H2O + ..............
3. Adição à solução, alcalinizada com NH3 e tamponizada com NH4NO3, de
(NH4)2C2O4: ___________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
............
+
2C2O4
←
→
+
............... ↓
............
+
2C2O4
←
→
+
não reage
4. Acidificação da solução, onde não ocorreu precipitação, com HNO3 conc. e adição
de um pouco de NaBiO3 sólido: ____________________________________
____________________________________________________________
...Mn2+
+ .... BiO-3 + ............
←
→
.. MnO4
+ ... Bi3+ + .............
5. Adição ao precipitado contido no outro tubo de HC2H3O2: _______________
____________________________________________________________
O que lhe permite concluir o fenómeno observado acerca das forças relativas dos
ácidos oxálico e acético? ________________________________________
____________________________________________________________
2004/2005
24
Trabalhos práticos de Química Analítica
outros catiões
P. P. do 3º grupo
(NH4 ) 2CO3
e outros
branco rosado
HC 2H3 O 2
NH 3
(NH4) 2C 2O 4
branco
HC 2H3 O 2
HNO3
NaBiO3
cor púrpura
branco
2004/2005
25
Trabalhos práticos de Química Analítica
SEPARAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DESTES CATIÕES NUMA MISTURA EM QUE ELES SE
ENCONTRAM PRESENTES (E, EVENTUALMENTE, OS CATIÕES DOS GRUPOS
SEGUINTES)
1. Coloque no mesmo tubo de ensaio 0,5ml (10 gotas) das soluções dos nitratos dos
elementos deste grupo. Adicione 5 gotas de NH4NO3 6M e 10 a 15 gotas de
(NH4)2CO3 2M. Centrifugue o precipitado e decante a solução sobrenadante para
outro tubo de ensaio (esta solução poderá eventualmente conter os catiões dos
grupos seguintes). Junte-lhe mais umas gotas de NH4CO3 para se assegurar de
que a precipitação foi completa. Se ainda ocorrer precipitação, separe o
precipitado obtido e junte-o ao anterior.
2. Lave bem o precipitado obtido com 1-2ml de H2O destilada e rejeite o líquido de
lavagem. Junte, gota a gota, HC2H3O2 6M até à solubilização completa do precipitado e, em seguida, 1ml de H2O destilada.
3. Alcalinize a solução com NH3 6M e junte, de seguida, gota a gota, (NH4)2C2O4
0,2M até à precipitação completa. Aqueça o tubo em banho de água. Centrifugue
o precipitado e transfira a solução sobrenadante para outro tubo de ensaio.
4. A esta solução junte umas gotas de HNO3 14M, para acidificar o meio e, a seguir,
um pouco de NaBiO3 sólido na ponta da espátula. O aparecimento de uma cor
púrpura característica confirma a presença do catião __________.
5. Ao precipitado adicione umas gotas de HC2H3O2 6M. A não dissolução confirma a
presença do catião __________.
Atenção: Baseando-se nas observações feitas, complete a figura da página anterior,
preenchendo os espaços em branco.
2004/2005
26
Trabalhos práticos de Química Analítica
IV -
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA MAIS APROFUNDADA DO CATIÃO PERTENCENTE AO
GRUPO DO HIDRóXIDO DE SóDIO. SEPARAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DESTE CATIÃO
NUMA MISTURA EM QUE ELE SE ENCONTRE PRESENTE (E, EVENTUALMENTE, OS
CATIÕES DO GRUPO SEGUINTE).
1. Tome 1ml da solução do nitrato deste elemento e junte NaOH
6M até à
precipitação completa. Centrifugue e despreze o líquido sobrenadante (se for
desconhecida a composição da solução mistura, deve guardar-se este líquido,
transferindo-o para outro tubo de ensaio, pois ele poderá conter os catiões do
grupo seguinte).
2. Lave o precipitado com 1ml de H2O destilada e despreze o líquido de lavagem.
Adicione umas gotas de HNO3 6M até à solubilização completa.
3. Junte à solução 10 gotas de NH4NO3 6M. Neutralize com NH3 6M e adicione mais
umas gotas em excesso. Coloque no tubo, em seguida, umas gotas de Na2HPO4
0,5M e aqueça em banho de água durante 5 a 10 minutos. Deixe arrefecer. O
fenómeno observado indica a presença do catião em estudo.
4. Despreze o líquido sobrenadante ao precipitado e solubilize-o com HCl 6M. Junte
1 gota de solução de Magnesão I e NaOH 6M até à reacção alcalina. O fenómeno
observado indica a presença deste catião.
Atenção: Registe as suas observações na página seguinte e interprete os
fenómenos ocorridos, completando as equações químicas iónicas
correspondentes.
Baseando-se nestas observações, complete também a parte da figura da
página 18 que lhes é correspondente, preenchendo os espaços em branco.
2004/2005
27
Trabalhos práticos de Química Analítica
REGISTO DAS OBSERVAÇÕES E SUA INTERPRETAÇÃO
1. Adição de NaOH 6M: ____________________________________________
____________________________________________________________
...........
←
→
.. OH -
+
................. ↓
2. Adição de HNO3 6M: ____________________________________________
____________________________________________________________
............ ↓
+
... H +
←
→
...........
+ ..................
+
3. Adição de um sal de NH 4 6M, alcalinização com NH3 6M em excesso e junção de
Na2HPO4 0,5M, seguida de aquecimento: ____________________________
____________________________________________________________
............ + NH
.
← MgNH4PO4 6H2O ↓
→
+ HPO 24 + ...............
3
4. Solubilização com HCl 6M, adição de sol. de Magnesão I seguida de alcalinização
com NaOH 6M: _________________________________________________
.......................... ↓
............
+
+
..OH -
....H +
←
→
←
→
...........
+ NH +4 + H3PO4
+
H2O
Mg(OH)2 ↓
O precipitado de Mg(OH)2 coloidal dá origem com o Magnesão I a uma laca de cor
azul característica.
2004/2005
28
Trabalhos práticos de Química Analítica
V - CARACTERIZAÇÃO
QUÍMICA
MAIS
APROFUNDADA
DOS
CATIÕES
QUE
NÃO
PRECIPITAM COM NENHUM DOS REAGENTES ANTERIORES.
1. Marque tubos de ensaio com os símbolos dos catiões deste grupo. Coloque em
cada um deles 1 gota de HC2H3O2 6M e 5 gotas de Na3Co(NO2)6 0,3M. Junte a cada
um deles 10 gotas da solução dos nitratos destes elementos. Aguarde 1 a 5
minutos. Os fenómenos observados são característicos destes catiões.
2. Coloque num tubo de ensaio 1ml (20 gotas) de solução de nitrato de amónio. Adi-
cione NaOH 6M até à reacção alcalina e transfira a solução para o cadinho de
porcelana. Coloque na parte convexa de um pequeno vidro de relógio uma tira
húmida de papel vermelho de tornesol. Cubra o cadinho com o vidro de relógio,
ficando a tira de papel em contacto com o interior do cadinho e aqueça este
último suavemente para provocar a libertação de um eventual produto gasoso.
(ATENÇÃO: não deixe ferver a solução, pois esta pode saltar e o NaOH dissolvido irá contaminar
o papel tornesol ). Observe atentamente os fenómenos ocorridos.
Obs. Este teste é sempre feito na amostra original, visto que sais deste ião (NH4+) são usados
como reagentes em muitos passos da análise.
Atenção: Registe as suas observações na folha ao lado e complete as equações
químicas iónicas correspondentes aos fenómenos observados.
2004/2005
29
Trabalhos práticos de Química Analítica
REGISTO DAS OBSERVAÇÕES E SUA INTERPRETAÇÃO
1. Adição de HC2H3O2 6M e Na3Co(NO2)6 0,3M: __________________________
____________________________________________________________
2 ............
+ Na+
Co(NO 2) 36
+
← ............................... ↓
→
e
2 ............
+ Na+
+
Co(NO 2) 63-
← ................................................ ↓
→
+
2. Adição de NaOH 6M à solução que contém o NH 4 , seguida de aquecimento suave:
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
................
2004/2005
+ OH -
← ............... ↑ + H2O
→
30
Trabalhos práticos de Química Analítica
amarelo
Na 3Co(NO 2) 6
N 2 e NO2
HNO 3conc.
P. P. do 4º grupo
NaOH
branco
HNO 3
+
NH 4 / NH3
Na 2HPO4
branco
HCl
Magnesão
NaOH
azul
2004/2005
31
Trabalhos práticos de Química Analítica
SEPARAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DESTES CATIÕES NUMA MISTURA EM QUE ELES SE
ENCONTRAM PRESENTES
1. Coloque no mesmo tubo de ensaio 0,5ml (10 gotas) da solução dos nitratos dos
+
dois elementos em estudo e faça o teste preliminar para o NH 4 , atrás descrito
(página 16 alínea b).
2. Tome para uma pequena cápsula de porcelana 0,5ml (10 gotas) das soluções dos
nitratos dos catiões em estudo.
+
Eliminação do NH 4 : Leve a solução à secura numa micro-chama. Junte 10 gotas
de HNO3 14M e mova a cápsula de maneira que o ácido molhe
as paredes. Evapore à secura no nicho até cessar a libertação
de fumos, aquecendo o fundo e as paredes da cápsula, mas
sem as levar ao rubro. Deixe arrefecer até à temperatura
ambiente e junte umas gotas de H2O destilada para dissolver o
resíduo. Transfira para um tubo de ensaio. Junte uma gota de
HC2H3O2 6M e um só cristal de NaNO2. Aqueça para destruir
+
alguns vestígios de NH 4 . Arrefeça e junte 2 gotas de
Na3Co(NO2)6. Se se formar um precipitado aqueça por uns
minutos em banho de água.
Arrefeça a solução e junte mais Na3Co(NO2)6, a formação de um precipitado
amarelo mostra a presença do catião __________.
Atenção: Com base nos resultados do seu estudo experimental, complete a parte
correspondente da figura da página anterior, preenchendo os espaços em
branco.
2004/2005
32
Trabalhos práticos de Química Analítica
QUESTÃO
Suponha que pretende analisar qualitativamente uma solução aquosa que contém
os seguintes catiões: Pb2+ , Al3+ , Fe3+ e K+.
Baseando-se no estudo do comportamento químico de catiões, que tem vindo a
fazer, esboce um esquema de separação e identificação dos quatro catiões
anteriores, análogo aos esquemas apresentados na 1ª e 2ª Parte do protocolo deste
trabalho experimental.
2004/2005
33
Trabalhos práticos de Química Analítica
ANEXO
Reacções do ião Alumínio (III)
Reagente
Equação química
Cor do produto
Reacção de precipitação
Al 3+ + 3NH 3 + 3H 2 O
NH3/NH4Cl
Al(OH) 3 ↓+ 3NH +4
Branco
Anfoterismo do Al(OH)3
NaOH
Al(OH) 3 ↓ + OH - Al(OH) -4
Incolor
HCl
Al(OH) 3 ↓ + 3H + Al 3+ + 3H 2 O
Incolor
Ensaio específico
Aluminão
Al 3+ + 3C22 H13 O -2 Al(C22 H13 O 2 ) 3 ↓
(meio ligeiramente alcalino)
Vermelho rosado
Reacções do ião Amónio NH4+
Reagente
Equação química
Cor do produto
Reacção de transferência protónica
NaOH
NH +4 + OH - NH 3 + H 2 O
Incolor
Remoção do NH4+
HNO3 (a quente)
2NH 4+ + 6NO -3 + 4H+
N 2 ↑ + 6NO 2 ↑ + 6H 2 O
Aquecimento
NH 4 Cl (s ) NH 3 ↑ + HCl ↑
Aquecimento
2NH +4 (aq.) + CO 23 (aq. ) 2NH 3 ↑ +CO 2 ↑ +H 2O
Reacção de precipitação
Na3Co(NO2)6
2004/2005
2NH +4 + Na+ + Co(NO 2 ) 3(NH 4 ) 2 NaCo(NO 2 )6 ↓
6
34
Amarelo
Trabalhos práticos de Química Analítica
Reacções do ião Cálcio (II)
Reagente
Equação química
Cor do produto
Reacções de precipitação
Na2CrO4
Ca 2+ + CrO 24 - + 2H 2 O CaCrO4 .2H 2 O ↓
Amarelo
NaOH
Ca 2+ + 2OH - Ca(OH)2 ↓
Branco
Na2CO3, K2CO3, (NH4)2CO3
C2O42- (H2O)
Obs:
Ca
2+
+ CO
23
CaCO
3
↓
Ca 2+ + C 2 O 24 + H 2 O Ca C2 O4 .H 2O ↓
Branco
Branco
Destes sais o cromato de cálcio é o mais solúvel.
O hidróxido de cálcio é moderadamente solúvel.
O oxalato de cálcio é suficientemente insolúvel para não se dissolver em ácido
acético.
O carbonato de cálcio é ligeiramente solúvel em solução de sais de NH4+:
NH+4 + CO 2HCO -3 + NH 3
3
2004/2005
35
Trabalhos práticos de Química Analítica
Reacções do ião Chumbo (II)
Reagente
Equação química
Cor do produto
Reacções de precipitação
HCl, KCl, NH4Cl*
Pb 2+ + 2Cl - PbCl 2 ↓
Branco
KBr*
Pb 2+ + 2Br -
Branco
Pb 2+ + 2 I
KI*
(NH4)2CO3,
KOH*, NaOH*, NH3
K2CrO4
2+
Pb + CO 23
-
-
PbBr 2 ↓
PbI 2 ↓
Amarelo
PbCO 3 ↓
Branco
Pb 2+ + 2OH - Pb(OH) 2 ↓
2+
Pb + CrO 24
Branco
PbCrO 4 ↓
Amarelo
Reacções de complexação
NH4C2H3O2
NaOH ou KOH 6M
Pb 2+ + 3C 2 H 3 O 2Pb2 ++ 3OH -
-
Pb(C 2 H 3 O 2 ) 3
Incolor
Pb(OH)-3
Incolor
Obs: Os reagentes assinalados com * redissolvem o precipitado, quando adicionados em
excesso, por formação de iões complexos.
2004/2005
36
Trabalhos práticos de Química Analítica
Reacções do ião Ferro (III)
Reagente
Equação química
Cor do produto
Reacções de precipitação
NH3/NH4Cl
Fe 3+ + 3NH 3 + 3H 2 O Fe(OH)3 ↓ +3NH +4
Castanho-avermelhado
NaOH
Fe 3+ + 3OH - Fe(OH) 3 ↓
Castanho-avermelhado
Reacções de complexação
KSCN
Fe 3+ + SCN - Fe(SCN) 2+
Vermelho sangue
KCN
Fe 3+ + 6CN - Fe(CN)63-
Castanho-avermelhado
NaF
Fe 3+ + 6F- FeF36
Incolor
Reacções de oxidação-redução
Fe
2Fe 3+ + Fe(s) 3Fe 2+
H2 S
2Fe 3+ + H 2 S 2Fe 2 ++S ↓ +2H+
Obs: O Fe3+ é moderadamente oxidante.
2004/2005
37
Trabalhos práticos de Química Analítica
Reacções do ião Magnésio (II)
Reagente
Equação química
Cor do produto
Reacções de precipitação
NaOH, KOH,
NH3 (conc.)
Na2HPO4
(NH3/NH4+)
Mg 2+ + 2OH-
Mg(OH) 2 ↓
Mg 2 + + NH +4 + PO 34 - + 6 H 2 O
MgNH 4 PO 4 . 6 H 2 O ↓
Branco gelatinoso
Branco cristalino
Obs: O Mg(OH)2 não é completamente precipitado pela amónia e não precipita em
NH3/NH4+, porque o NH4+ reprime a ionização do NH3:
2NH+4 + Mg(OH) 2 Mg 2+ + 2NH 3 + 2H 2O
A última reacção é a melhor reacção de precipitação do Mg2+, por o MgNH4PO4.6H2O ser
o sal de magnésio mais insolúvel e ser cristalino.
2004/2005
38
Trabalhos práticos de Química Analítica
Reacções do ião Manganésio (II)
Reagente
Equação química
Cor do produto
Reacções de precipitação
NaOH (excesso)
Mn 2+ + 2OH -
NH3 (excesso)
Mn 2+ + 2OH -
NH3/NH4Cl
Mn(OH)2 ↓
Branco; por acção do
O2 torna-se castanho
Mn(OH)2 ↓
Branco; por acção do
O2 torna-se castanho
Não precipita
A solução escurece
Reacções de oxidação-redução
NaBiO3 (HNO3 conc.)
KClO3 (HNO3 conc.)
5BiO -3 + 14H + + 2Mn 2+ 5Bi3+ + 7H 2 O + 2 MnO-4
Mn2++ 2ClO3- MnO2 ↓ + 2ClO2 ↑
Obs: Não há iões complexos importantes de Mn2+na análise de catiões.
2004/2005
39
Violeta
Castanho
Trabalhos práticos de Química Analítica
Reacções do ião Mercúrio(I)
Reagente
Equação química
Cor do produto
Reacções de precipitação
H2SO4, Na2SO4
K2CrO4
Hg 22 + + SO 24 2Hg 2+
2 + CrO 4
Hg 2 SO 4 ↓
Hg 2 CrO4 ↓
Branco
Amareloacastanhado
Hg 2 Cl 2 ↓
Branco
HBr, KBr
Hg 2 Br 2 ↓
Hg 2+
2 + 2Br
Branco
HI, KI
Hg 2 I 2 ↓
Hg 2+
2 + 2I
HCl, NH4Cl, KCl
Hg 2+
2 + 2Cl
Amareloesverdeado
Reacções de dismutação
NaOH, KOH
KI (excesso)
NH3
Hg 2+
2 + 2OH
Hg ↓ +HgO ↓ + H 2 O
Hg 2 I 2 + 2I - Hg ↓ +HgI24
Hg 2 Cl 2 + 2NH 3 Hg ↓ + HgNH2 Cl↓ + NH
Preto
Preto
Preto
Obs: Os iões do Hg(I) estão sempre em equilíbrio com Hg (metálico) e iões do Hg(II):
Hg2+
Hg↓ + Hg2+ .
2
Reacções do ião Potássio (I)
Reagente
Equação química
Cor do produto
Reacção de precipitação
Na3Co(NO2)6
Obs:
2K + + Na + + Co(NO 2 ) 3K 2 NaCo(NO 2 )6 ↓
6
Amarelo
O K+ é o maior catião do 4º período. O seu tamanho relativamente grande, a
pequena carga e a estrutura de gás raro (estável) fazem com que o K+ exerça
fraca atracção sobre outros iões ou moléculas; assim, os seus sais são muito
solúveis em água e dificilmente forma iões complexos.
2004/2005
40
Trabalhos práticos de Química Analítica
TRABALHO PRÁTICO Nº4
- CALIBRAÇÃO DE MATERIAL VOLUMÉTRICO -
INTRODUÇÃO
O material volumétrico de laboratório é construído de modo a poder conter
(p.ex. balões volumétricos e provetas) ou a poder escoar (p.ex. buretas e pipetas)
volumes especificados. Geralmente, este material é fabricado em vidro e tem limites
de tolerância, particularmente no que diz respeito ao erro máximo de calibração. De
acordo com isso é classificado como sendo da Classe A ou da Classe B. O material
da Classe A tem limites de tolerância mais apertados e é, normalmente, destinado a
trabalhos de maior exactidão; o material da Classe B é mais utilizado em trabalhos
de rotina em que não se requer um grande rigor.
Tabela 1- Erro máximo de graduação de material volumétrico da Classe A
Buretas
Tolerância
(mL)
Pipetas
volumétricas de
transferência
Tolerância
(mL)
± 0.01
± 0.02
± 0.006
± 0.006
± 0.006
± 0.01
± 0.01
± 0.01
± 0.02
± 0.03
± 0.05
± 0.10
± 0.03
± 0.03
± 0.03
± 0.05
± 0.08
Capacidade (mL)
Menor
divisão
(mL)
0.5
1
2
3
4
5
10
15
20
25
50
100
200
250
500
1000
2000
0.01
0.05 ou
0.02
0.1
0.1
0.2
Balões
volumétricos de
contenção
Tolerância
(mL)
± 0.02
± 0.02
± 0.02
± 0.02
± 0.03
± 0.05
± 0.08
± 0.10
± 0.12
± 0.20
± 0.30
± 0.50
Para a maior parte dos trabalhos analíticos o material da Classe A é
adequado. No entanto, por vezes, é necessário verificar-se o volume realmente
2004/2005
41
Trabalhos práticos de Química Analítica
contido ou escoado pelos aparelhos volumétricos. Essa verificação faz-se através
dum procedimento que se designa por calibração.
A calibração consiste, normalmente, na determinação da massa de água1
que é contida ou escoada por uma determinada peça de equipamento; essa massa
é, em seguida, convertida em volume através da densidade do líquido. Dadas as
características do método, numa calibração devem ser considerados as influências
da temperatura no material volumétrico e da impulsão do ar nas pesagens.
A influência da temperatura no material volumétrico
O volume contido ou escoado pelos aparelhos volumétricos depende da
temperatura a que a medição é feita pois, por um lado, o volume ocupado pela
massa de líquido nele contida é dependente da temperatura e, por outro, o próprio
volume do aparelho volumétrico é alterável devido ao facto de o vidro se expandir
ou contrair com variações de temperatura. Os erros devidos a estes efeitos são
tanto maiores quanto maior for a diferença entre a temperatura a que o material foi
aferido e a temperatura de trabalho e quanto maior for o coeficiente de expansão do
líquido (alguns líquidos orgânicos exigem correcções para diferenças de
temperatura inferiores a 1ºC).
Por essa razão especifica-se a temperatura à qual a capacidade do
aparelho foi aferida (geralmente considera-se como temperatura padrão 20oC). Uma
vez que a temperatura de trabalho pode não ser a temperatura a que o material foi
aferido, o volume dos aparelhos volumétricos deverá ser corrigido quando este for
usado a outras temperaturas.
O coeficiente de expansão dos vidros mais usados nos aparelhos
volumétricos é suficientemente pequeno para que a correcção necessária por este
factor seja desprezável na maior parte dos casos2. Contudo, em trabalhos mais
exigentes ou quando se utilizam vidros com um coeficiente de expansão maior, esse
efeito não deverá ser desprezado.
1No caso de recipientes de pequeno volume ou com formato irregular é preferível usar-se mercúrio em vez de
água. O mercúrio não molha as superfícies de vidro e tem uma massa cerca de 13.5 vezes maior que um volume
igual de água.
2Os tipos de vidro mais usados são o Pyrex e o vidro borossilicatado; estes materiais expandem-se cerca de
1.0x10-3 % por oC, próximo da temperatura ambiente. Isto significa que se a temperatura do recipiente
aumentar, por exemplo, 10oC o seu volume irá aumentar cerca de (10) x (1.0 x 10-3 %) = 0.01%.
2004/2005
42
Trabalhos práticos de Química Analítica
Quanto aos líquidos com que se enchem os aparelhos volumétricos, para a
maior parte deles a influência da temperatura no volume que ocupam é importante
podendo ter, por exemplo, implicações práticas na concentração de reagentes.
Para a água e soluções aquosas diluídas (p.ex. até 0.1M) a correcção do
volume para a temperatura padrão de 20oC pode fazer-se utilizando a expressão:
V20º C = VT + 0.00025(20 − T ) × VT (1.1)
em que T é a temperatura a que se realiza o trabalho e VT o volume medido a essa
temperatura, tendo-se considerado que o coeficiente de expansão cúbica do líquido
é 0.00025/°C.
Uma vez que a concentração de uma solução é proporcional à sua
densidade pode-se usar a seguinte expressão para o cálculo da concentração de
soluções a temperaturas diferentes daquelas a que foram preparadas:
c1 c2
=
d1 d 2
(1.2)
em que c1 e d1 são as concentração e densidade à temperatura T1 ; c2 e d2 aplicamse à temperatura T2.
A influência da impulsão do ar nas pesagens
Uma calibração envolve pesagens. Quando um objecto é colocado no prato
de uma balança desloca uma certa quantidade de ar. A remoção desta massa de ar
do prato faz com que o objecto pareça mais leve do que realmente é pois a balança
foi acertada em zero com ar no seu prato. No caso das balanças analíticas
mecânicas monoprato um efeito semelhante aplica-se aos pesos removíveis (contrapesos) da balança, tendendo a contrariar o efeito da impulsão sobre o objecto.
Se o objecto e os pesos deslocarem a mesma quantidade de ar, nenhum
erro será introduzido por este efeito. Ora, numa calibração com água não é este o
caso e a densidade dos pesos é maior que a do objecto. A massa do objecto será
então menor no ar (a massa aparente, Ma) do que seria no vácuo (a massa real,
Mreal). No caso das balanças electrónicas monoprato o peso dum objecto, corrigido
para a impulsão do ar, é dado pela expressão:

ρ ar
M a 1 ρ pesos

M real =
 ρ 
1- ar 
 ρ 

0 
2004/2005
43




(1.3)
Trabalhos práticos de Química Analítica
em que: Ma = massa lida no mostrador da balança; ρpeso(s) = densidade do(s) peso(s)
usado(s) na calibração da balança; ρ0 = densidade do objecto; ρar = densidade do
ar.
Geralmente a densidade do ar (ρar), nas condições normais de trabalho, é
considerada 0.0012 g/mL (para trabalhos mais exigentes deverá usar-se a
densidade correcta do ar para valores particulares de temperatura, pressão e
humidade). As densidades dos materiais utilizados no fabrico dos pesos (? pesos)
podem ser obtidas do fabricante da balança. Caso não se consiga essa informação,
o valor 8.0 g/mL é satisfatório para a maioria dos casos.
Em pesagens normais os erros causados pela impulsão são muito pequenos
podendo não ser considerados. No entanto, na calibração de aparelhos
volumétricos, em que se pesam volumes relativamente elevados de água, o erro é
apreciável uma vez que a densidade da água é muito menor que a dos pesos.
Os cálculos numa calibração
Os cálculos associados a uma calibração embora não sejam difíceis podem
ser demorados: os resultados das pesagens são primeiro corrigidos para a impulsão
através da equação (1.3), em seguida o volume do aparelho de vidro à temperatura
da calibração (T) é obtido dividindo-se a massa corrigida pela densidade do líquido
a essa temperatura. Finalmente, se for pretendido, o volume encontrado pode ser
convertido no volume a 20oC utilizando-se a equação (1.1). Na prática estes
cálculos tornam-se mais simples utilizando-se tabelas como a Tabela 2.
Tabela 2 – Densidade da água
‡
T
(ºC)
Densidade
(g/mL)
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
0,9997026
0,9996084
0,9995004
0,9993801
0,9992474
0,9991026
0,9989460
0,9987779
0,9985986
0,9984082
0,9982071
Volume de 1,0000 g de água
(mL)
‡
†
a TºC
a 20ºC
1,0014
1,0015
1,0015
1,0016
1,0016
1,0017
1,0017
1,0018
1,0018
1,0019
1,0020
1,0020
1,0021
1,0021
1,0023
1,0023
1,0025
1,0025
1,0027
1,0027
1,0029
1,0029
T
(ºC)
Densidade
(g/mL)
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
0,9979955
0,9977735
0,9975415
0,9972995
0,9970479
0,9967867
0,9965162
0,9962365
0,9959478
0,9956502
Volume de 1,0000 g de água
(mL)
a TºC ‡
a 20ºC †
1.0031
1.0031
1.0033
1.0033
1.0035
1.0035
1.0038
1.0038
1.0040
1.0040
1.0043
1.0042
1.0046
1.0045
1.0048
1.0047
1.0051
1.0050
1.0054
1.0053
Valores corrigidos relativamente à impulsão.
†
Valores corrigidos, considerando a impulsão e a expansão do recipiente (vidro borossilicatado,
0.0010 %/K).
2004/2005
44
Trabalhos práticos de Química Analítica
Nesta tabela para cada temperatura, além da densidade da água, reúnemse num único factor as correcções para a impulsão e para a variação de volume
quer da água, quer do recipiente de vidro pelo efeito da temperatura. A
multiplicação pelo factor apropriado da tabela converte a massa de água à
temperatura T no volume correspondente a essa temperatura ou, se pretendido, no
volume a 20oC.
A calibração de pipetas e balões volumétricos
Nos cálculos da calibração de pipetas e balões volumétricos, normalmente,
não se requer mais que a multiplicação da massa de água, contida ou escoada,
pelo factor apropriado da Tabela 2. Por exemplo, se uma pipeta volumétrica de 25
mL escoa 24.976 g de água a 27oC, o volume escoado por essa pipeta a 27 e a
20oC serão respectivamente:
•
a 27oC: V = 24.976 g x 1.0046 mL/g = 25.09 mL
•
a 20oC: V = 24.976 g x 1.0045 mL/g = 25.09 mL
Como se pode ver a correcção de 20 para 27ºC não é significativa na quarta
casa decimal.
A calibração de buretas
Na calibração de buretas, uma vez que o volume escoado pode ser variável,
é útil a construção de gráficos de calibração em que se apresentam os factores de
correcção para intervalos especificados (em buretas de 50 mL podem considerar-se
intervalos de 10 mL). Por exemplo, suponhamos que ao escoar uma bureta, a 24oC,
obtiveram-se os seguintes valores:
1º Ensaio
2º Ensaio
Leitura final (mL)
10.01
10.08
Leitura inicial (mL)
0.03
0.04
Diferença (mL)
9.98
10.04
Massa escoada (g)
9.984
10.056
Volume realmente escoado (mL)
10.02
10.09
Correcção (mL)
+0.04
+0.05
Correcção média (mL)
2004/2005
+0.045
45
Trabalhos práticos de Química Analítica
Para se calcular o volume realmente escoado, a 24oC, quando 9.984 g de
água é escoada consulta-se a Tabela 2 e verifica-se que, a essa temperatura,
1.0000 g de água ocupa 1.0038 mL; então 9.984 g ocupam (9.984 g)x(1.0038
mL/g)=10.02 mL. A correcção média dos dois conjuntos de resultados é + 0.045 mL.
Para se obter a correcção para um volume maior que 10 mL, adicionam-se
as massas sucessivas de água recolhidas. Suponhamos que se obtiveram as
seguintes massas:
Intervalo de volume
Massa escoada (g)
(mL)
Soma:
0.03-10.01
9.984
10.01-19.90
9.835
19.90-30.06
10.071
30.03
29.890
O volume realmente escoado será (29.890 g)x(1.0038 mL/g)=30.00 mL.
Uma vez que o volume indicado pela bureta é 30.03 mL, para 30 mL a correcção da
bureta será “- 0.03 mL”. Seguindo este procedimento para intervalos de 10 mL ao
longo da escala da bureta pode construir-se um gráfico como o seguinte:
Correcção (mL)
Volume escoado (mL)
Assim, por exemplo, se uma titulação começasse na marca 0.04 mL e
terminasse a 29.00 mL, ter-se-ia escoado 28.96 mL. No entanto, o gráfico mostra
que a bureta não é perfeita e escoa 0.03 mL a menos que a quantidade indicada.
Assim, o volume realmente escoado é 28.93 mL.
2004/2005
46
Trabalhos práticos de Química Analítica
Sempre que se usa uma bureta deve recorrer-se a estes gráficos. Para
serem utilizados devem começar-se as titulações próximo do traço “0.00 mL” ou
então corrigir quer a leitura inicial quer a final.
MATERIAL
41 pipeta volumétrica de 20 mL
41 pompete
41 bureta de 50 mL
41 balança analítica
41 termómetro 0-100oC ± 1oC
43 frascos de pesagem de 100 mL
4papel absorvente
4água destilada
Nota prévia: Todo o material volumétrico deve estar rigorosamente limpo e não
permitir qualquer fuga de líquido. Só um vidro limpo suporta um filme uniforme de
líquido e a existência de sujidade provoca quebras nesse filme. Este facto é uma
indicação segura de que o material necessita de limpeza. Para o efeito existem
várias alternativas apropriadas que podem ser encontradas na literatura da
especialidade. Deve ser reduzido ao mínimo o contacto das mãos com o material
que será submetido a pesagens.
O material e a água destilada a utilizar na calibração deverão ter permanecido no
local de trabalho o tempo suficiente para alcançar o equilibrio térmico com o
ambiente. Este deverá ter uma temperatura constante durante a realização do
trabalho.
2004/2005
47
Trabalhos práticos de Química Analítica
PROCEDIMENTO
Parte A
Calibração duma pipeta volumétrica
Nunca se deve usar a boca para fazer a sucção de qualquer líquido porque
pode-se, acidentalmente, ingerir o líquido que se está a pipetar. Em vez disso deve
usar-se um dispositivo apropriado para o efeito como, por exemplo, uma pêra de
borracha (designada correntemente por pompete). Este procedimento deve tornarse um hábito e ser seguido mesmo na pipetagem de soluções que não são
perigosas.
1. Verifique e anote a temperatura do laboratório.
2. Pese, ao miligrama, o frasco receptor vazio com tampa.
3. Introduza, na pipeta, uma pequena porção do líquido a medir e molhe
completamente toda a sua superfície interior. Repita este procedimento com, pelo
menos, duas porções adicionais do líquido. Em seguida, encha cuidadosamente a
pipeta até um nível ligeiramente acima do traço de graduação.
4. Certifique-se da não existência de bolhas de ar no interior do líquido ou espuma
na superfície. Incline ligeiramente a pipeta e, com um pouco de papel absorvente,
limpe o líquido aderente à sua parte exterior.
6. Encoste a ponta da pipeta à parede dum recipiente (não o recipiente para o qual
o líquido vai ser transferido) e, lentamente, por alívio da pressão do dedo (ou
pressionando a válvula correcta da pompete), deixe o líquido escoar até que a parte
de baixo do menisco, que forma a parte superior do líquido na pipeta, coincida
exactamente com a marca de graduação. Evite os erros de paralaxe colocando os
olhos ao nível dessa marca.
7. Introduza completamente a ponta da pipeta no recipiente receptor e deixe o
líquido escoar. Quando o fluxo de líquido cessar, encoste a ponta da pipeta à
parede interior do recipiente durante 10 s e, finalmente, retire a pipeta com um
movimento rotativo de modo a remover qualquer líquido aderente à ponta. O
pequeno volume de líquido que, no final, permanece no interior da ponta duma
2004/2005
48
Trabalhos práticos de Química Analítica
pipeta volumétrica de escoamento não deve ser soprado para o recipiente receptor.
Tape o frasco e pese, ao miligrama, o conjunto frasco + água. Tare o frasco com o
seu conteúdo.
8. Repita 4 vezes o procedimento descrito, acrescentando, de cada vez, o líquido da
pipeta ao conteúdo já existente no recipiente.
Parte B
Calibração duma bureta de 50 mL
1. Verifique e anote a temperatura do laboratório.
2. Encha a bureta, ajustando o menisco a um traço próximo da marca "0.00 mL".
Certifique-se de que nenhuma bolha de ar fica retida na ponta e remova alguma
gota aderente à ponta, encostando-lhe uma vareta de vidro. Espere 5 minutos para
se certificar de que não há fugas de líquido.
3. Pese, ao miligrama, o frasco de pesagem com a tampa.
4. Transfira lentamente 10 mL do líquido da bureta para o frasco de pesagem.
Remova qualquer gota aderente à ponta da bureta encostando-a à parede interna
do recipiente de recolha. Tape o frasco. Espere 1minuto e registe o valor da leitura
do volume do líquido com a aproximação de 0.01 mL. Pese, ao miligrama, o frasco
com o líquido recolhido.
5. Tare o mesmo recipiente, agora com líquido adicionado em 4., e escoe agora a
bureta de 10 a 20 mL. Determine a massa de água escoada. Repita o procedimento
para os intervalos 20-30, 30-40 e 40-50 mL.
6. Repita todo o procedimento (10, 20, 30, 40 e 50 mL) uma segunda vez.
2004/2005
49
Trabalhos práticos de Química Analítica
TRATAMENTO DE RESULTADOS
1. Calibração da pipeta
Com os resultados obtidos preencha o seguinte quadro:
Ensaio
Peso inicial (g)
Massa de água
Volume
Volume
escoada (g)
escoado a __
escoado a
oC (mL)
20oC (mL)
Peso final
(g)
1º
2º
3º
4º
Calcule:
a) O volume médio da pipeta à temperatura de trabalho e a 20ºC.
b) O intervalo de dispersão dos resultados.
c) O desvio padrão da média.
d) Calcule os limites de confiança a 95% para o valor do volume médio da pipeta.
e) O número de ensaios que devia ser executado para reduzir a metade o intervalo
de confiança a 95% (considere que s→σ).
f) O erros absoluto e relativo que se cometeriam se se tomasse como certo o
volume nominal da pipeta.
g) Verifique se o volume da pipeta está dentro da tolerância indicada pelo
fabricante.
2004/2005
50
Trabalhos práticos de Química Analítica
2. Calibração da bureta
a) Com os resultados obtidos preencha o seguinte quadro:
Volume
Intervalo
m1
Leitura inicial
Leitura final
m2
Diferença
Massa
escoado a
(g)
(mL)
(mL)
(g)
(mL)
escoada (g)
20ºC (mL)
“0-10”
“10-20”
“20-30”
“30-40”
“40-50”
“0-10”
“10-20”
“20-30”
“30-40”
“40-50”
b) Construa um gráfico da correcção a aplicar em função do volume escoado.
c) Verifique se os volumes escoados pela bureta estão dentro da tolerância indicada
pelo fabricante.
QUESTÕES
1. Calcule a massa real de uma certa quantidade de água, sabendo que a sua
massa medida ao ar é 5.3974 g? Faça os cálculos para 15ºC e 25ºC; considere a
densidade do ar 0.0012 g/mL e a densidade dos pesos de calibração da balança 8.0
g/mL.
2. Preparou-se uma solução com a concentração 0.03146 M no Inverno, quando a
temperatura do laboratório era 17ºC. Se essa solução fosse usada no Verão,
quando a temperatura do laboratório fosse 25ºC, que concentração teria? Quanto é
que, em %, a concentração variou?
3. Suponha que calibrou outra pipeta semelhante pelo mesmo método. O valor
determinado foi 19.85 mL. Com um nível de confiança de 95% pode concluir-se que
os volumes escoados pelas duas pipetas são diferentes?
2004/2005
51
Trabalhos práticos de Química Analítica
4. Escoou-se água de uma bureta entre os traços 0.12 e 15.78 mL. O volume
aparente de líquido escoado foi 15.78 – 0.12 = 15.66 mL. Medida ao ar, a 22ºC, a
massa de água escoada foi 15.569 g. Qual era o volume verdadeiro?
5. Um balão volumétrico de 10 mL pesa 10.2634 g. Quando cheio de água destilada
até à marca e pesado de novo a 20ºC a massa era 20.2144 g. Qual é o volume
verdadeiro do balão a 20ºC?
BIBLIOGRAFIA
•
D. C. Harris, Quantitative Chemical Analysis, 5th Edition (1999) by W. H. Freeman and
Company.
• G.J. Shugar, R.A. Shugar, L. Bauman and R.S. Bauman, Chemical Technician's Ready Reference
Handbook, 2nd Edition (1981), McGraw-Hill Book Company, New York.
• A.J. Pombeiro, Técnicas e Operações Unitárias em Química Laboratorial, edição da Fundação
Calouste Gulbenkian (1983), Lisboa.
• Battino, R. and Williamson, A.G., J. Chem. Ed., 61(1), 51-52 (1984).
• A.I. Vogel, Vogel's Textbook of Quantitative Inorganic Analysis, 5th edition (1989), rev. by G.H.
Jeffery, J. Basset, J. Mendham and R.C. Denney ed. by Longman Scientific & Technical, U.K.
• D.A. Skoog, D.M. West and F.J. Holler, Fundamentals of Analytical Chemistry, 7th edition (1996),
International Edition by Saunders College Publishing.
2004/2005
52
Trabalhos práticos de Química Analítica
TRABALHOS PRÁTICOS Nos 5 e 6
- GRAVIMETRIA -DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO NUMA AMOSTRA DUM CALCÁRIO-
INTRODUÇÃO
O ião cálcio duma solução pode ser determinado por precipitação com
oxalato em meio básico formando-se CaC2O4.H2O (Ks=1.9 x 10-9). Este precipitado
é solúvel em meio ácido porque o anião oxalato é uma base fraca:
CaC2O4(s) →
← Ca2+ + C2O42-
(2.1)
(oxalato de cálcio)
C2O42- + H+ →
← HC2O4-
(2.2)
Tal como noutros casos, se a precipitação for feita em condições tais que a
sobressaturação relativa permaneça baixa obtêm-se cristais bastante puros e
facilmente separáveis por filtração.
Uma das técnicas mais eficientes para o conseguir é a precipitação
homogénea.
Nesta
técnica
o
agente
precipitante
é
gerado,
lenta
e
homogeneamente, através de uma reacção química. Um dos reagentes mais úteis é
a ureia que se decompõe lentamente em água fervente produzindo OH- :
calor
(NH2)2CO + 3H2O →
← CO2 + 2NH4+ + 2OH- (2.3)
(ureia)
Assim, numa fase inicial o meio precipitante é mantido ácido provocando-se
a solubilização do precipitado. Em seguida, através da decomposição térmica da
ureia, aumenta-se gradualmente a concentração de OH- na solução o que faz com
2004/2005
53
Trabalhos práticos de Química Analítica
que os equilíbrios (2.1) e (2.2) sejam lentamente deslocados para a esquerda,
produzindo-se cristais de oxalato de cálcio facilmente filtráveis.
Após a filtração, o precipitado é aquecido até que a sua massa permaneça
constante e pesado. Um dos requisitos fundamentais numa análise gravimétrica
deste tipo é que o produto final, além de ser estável, tenha uma composição
conhecida.
O oxalato de cálcio, obtido nas condições acima descritas, pode conter
quantidades variáveis de água; além disso quando aquecido acima de determinadas
temperaturas sofre transformações. Isto é ilustrado pela sua curva de perda de
massa em função da temperatura (Fig. 1).
Fig. 1
Como se pode observar, abaixo de aproximadamente 135ºC a água não
ligada é eliminada dando origem ao mono-hidrato, CaC2O4.H2O. Este, por sua vez, a
cerca de 225ºC é convertido no composto anidro, CaC2O4. A variação brusca de
massa a cerca de 450ºC assinala a decomposição do oxalato de cálcio dando
origem a carbonato de cálcio e dióxido de carbono. A forma final da curva mostra a
conversão de carbonato de cálcio em óxido de cálcio e dióxido de carbono.
É, pois, evidente que o composto que é pesado no final duma determinação
gravimétrica de cálcio, baseada na precipitação sob a forma de oxalato, é altamente
dependente da temperatura a que é submetido, devendo esta ser conhecida e
controlada. Neste trabalho o procedimento que vamos adoptar é o aquecimento a
1000ºC, o que assegurará que o produto final será o óxido de cálcio.
2004/2005
54
Trabalhos práticos de Química Analítica
MATERIAL E REAGENTES
41 almofariz
4Ácido clorídrico 1:3
41 copo de 100 mL
4Solução de oxalato de amónio:
41 copo de 400 mL
(NH4)2C2O4.H2O
35 g
41 copo de 1000 mL
HCl conc.
25 mL
41 pipeta 10 mL
água destilada q.b.p.
1000 mL
41 proveta de 100 mL
4Solução indicadora de vermelho de
metilo
41 vareta de vidro
4Ureia
41 placa de aquecimento com agitação
41 magneto de agitação
41 funil de filtração e suporte
4papel de filtro
(Whatman nº 40 e Whatman nº 1)
41 vidro de relógio
(para cobrir o copo de 400 mL)
41 cadinho de porcelana
(com tampa)
41 bico de Bunsen
41 mufla
41 pinça
2004/2005
55
Trabalhos práticos de Química Analítica
PROCEDIMENTO
1. Pese para o copo de 400 mL, ao miligrama, cerca de 0.5 g de amostra
pulverizada. Adicione cerca de 75 mL de água e, em seguida, 10 mL de ácido
clorídrico 1:3 para dissolver a amostra. Coloque o copo sobre a placa de
aquecimento e ferva a solução suavemente durante cerca de 2 minutos para expelir
algum CO2. Filtre a solução se necessário. Junte água destilada até obter um
volume final de cerca de 150 mL.
2. Adicione duma proveta 30 mL da solução de oxalato de amónio e 3 gotas de
indicador vermelho de metilo (este indicador apresenta uma cor vermelha a pH
menor que 4.8 e uma cor amarelo a pH maior que 6). Junte um magneto de agitação
e aqueça a solução até conseguir uma ebulição suave. Adicione então, sob
agitação, cerca de 15 g de ureia sólida e tape o copo com o vidro de relógio
3. Mantenha a solução sob agitação lenta e em ebulição (a libertação de CO2 e a
agitação ajudam a evitar que esta seja tumultuosa) até que o indicador adquira a
coloração amarela (30 a 60 minutos). Guarde o conjunto para a aula seguinte.
4. Verifique se a precipitação foi completa adicionando algumas gotas da solução
de oxalato de amónio ao líquido sobrenadante. Decante o
líquido para o filtro de papel (Fig. 2) e, finalmente, recolha o
precipitado no filtro,
arrastando-o com o
auxílio dum esguicho
de
água
destilada
arrefecida com gelo
(Fig. 3). Passe o copo
e
o
magneto
de
agitação com a água
destilada fria, deite as
Fig. 3
águas
sobre o precipitado e lave o precipitado no filtro.
2004/2005
56
de
lavagem
Fig. 2
Trabalhos práticos de Química Analítica
6. Transfira o papel de filtro com o precipitado para um
cadinho previamente calcinado e tarado (Fig. 4) e coloque o
conjunto sobre um triângulo (Fig. 5). Aqueça o cadinho
lentamente com o bico de Bunsen até que o papel tenha sido
queimado. Aqueça suave-mente de modo a evitar que a
secagem seja violenta e use
tampa
para
evitar
a
a
inflamação do papel.
Fig. 4
Fig. 5
7. Coloque o cadinho numa mufla a 1000ºC durante 45 minutos. Retire o cadinho,
deixe-o arrefecer primeiro ao ar e em seguida num exsicador até à temperatura
ambiente. Pese o conjunto o mais rapidamente possível (o CaO tende a aumentar
de peso quando exposto ao ar). Repita o procedimento até o cadinho adquirir um
peso constante (±0.3 mg).
8. Calcule a percentagem de CaO e de CaCO3 na amostra. Reúna os valores da %
s
de CaCO3 da sua turma e calcule o desvio padrão, o desvio padrão relativo ( ) e os
x
limites de confiança a 95% para a média.
BIBLIOGRAFIA
• R. A. Day, Jr. and A. L. Underwood, Quantitative Analysis, 6th Edition (1991), Prentice-Hall
International Editions.
• D. C. Harris, Quantitative Chemical Analysis, 3rd Edition (1991) by W. H. Freeman and Company.
• A.I. Vogel, Vogel's Textbook of Quantitative Inorganic Analysis, 5th edition (1989), rev. by G.H.
Jeffery, J. Basset, J. Mendham and R.C. Denney ed. by Longman Scientific & Technical, U.K.
• D.A. Skoog, D.M. West and F.J. Holler, Fundamentals of Analytical Chemistry, 7th edition (1996),
International Edition by Saunders College Publishing.
2004/2005
57
Trabalhos práticos de Química Analítica
TRABALHO PRÁTICO Nº7
- TITULAÇÕES GRAVIMÉTRICAS DE ÁCIDO-BASE -
INTRODUÇÃO
Neste tipo de análise, a quantidade de analito é determinada a partir da
quantidade de um reagente padrão que ele consome através de uma reacção ácidobase (também referida como reacção de neutralização). Na maior parte dos casos a
reacção ocorre em meio aquoso. No entanto, deve lembrar-se que o carácter ácido
ou básico dum soluto é, em parte, determinado pela natureza do solvente no qual
está dissolvido e que, em determinados casos, pode ser conveniente a utilização
dum meio reaccional diferente.
Como é de se esperar a exactidão do método depende, criticamente, da
exactidão com que se conhece a concentração da solução padrão usada como
referência. No caso duma substância padrão primário essa concentração pode ser
conhecida directamente por pesagem, numa balança analítica, de uma quantidade
conhecida seguida da sua diluição exacta. Alternativamente, a concentração pode
ser determinada indirectamente através da titulação de uma determinada
quantidade dum padrão primário ou de uma solução padrão.
A finalidade de qualquer titulação consiste na determinação da quantidade
dum reagente padrão que é quimicamente equivalente à quantidade de analito. Esta
condição atinge-se no ponto de equivalência. O ponto de equivalência de uma
titulação é, no entanto, um conceito teórico porque na prática a sua posição apenas
pode ser estimada por observação duma alteração física do sistema reaccional
(geralmente uma mudança de cor), associada às concentrações de reagentes e
produtos de reacção próximo da equivalência. Frequentemente, essa alteração é
provocada por uma substância auxiliar, adicionada ao meio reaccional, que se
designa por indicador. A ocorrência da alteração define o ponto final da titulação e a
diferença (expressa em termos de volume ou massa de titulante) entre o ponto final
e o ponto de equivalência é o erro da titulação. Como é evidente é sempre desejável
que este seja mínimo ou, pelo menos, determinável.
Nas titulações ácido-base a detecção do ponto final baseia-se na variação
brusca de pH que ocorre na vizinhança do ponto de equivalência. Os valores de pH
2004/2005
58
Trabalhos práticos de Química Analítica
compreendidos nesta variação dependem da natureza e concentração quer do
analito quer do titulante e, portanto, diferem de titulação para titulação. A escolha do
indicador apropriado e a estimativa do erro da titulação requerem, pois, o
conhecimento das variações de pH do sistema que ocorrem na região de
equivalência durante a titulação.
Soluções padrão ácidas
O ácido clorídrico é o ácido mais usado em análise volumétrica como
padrão pois as suas soluções diluídas são indefinidamente estáveis, desde que
devidamente acondicionadas. Além disso, pode ser utilizado na presença da maioria
dos catiões sem que ocorram reacções de precipitação. Nos casos em que a
presença do ião cloreto é indesejável utilizam-se como reagentes padrão,
alternativamente, os ácidos sulfúrico ou perclórico.
As soluções padrão de ácido clorídrico são, geralmente, preparadas por
diluição dum volume apropriado do reagente concentrado seguida duma
padronização com um padrão primário de características básicas. O ácido
concentrado deverá ter uma pureza garantida e nas diluições deve usar-se água
destilada de boa qualidade.
Um dos padrões primários mais utilizados para a padronização de soluções
ácidas é o tetraborato de sódio deca-hidratado (Na2B4O7·10H2O; bórax) com base
na seguinte reacção:
B4O72- + 2H+ + 5H2O →
← 4H3BO3
Usando como indicador o vermelho de metilo pode fazer-se a
padronização praticamente sem erro de titulação.
Soluções padrão alcalinas
Na preparação de soluções padrão alcalinas utilizam-se geralmente os
hidróxidos de sódio, de potássio e de bário. Entre eles o reagente mais usados é o
hidróxido de sódio devido ao seu baixo preço. Uma vez que nenhum destes
reagentes sólidos pode ser obtido puro não se podem preparar directamente
soluções padrão, por dissolução dum peso conhecido num volume de água definido.
2004/2005
59
Trabalhos práticos de Química Analítica
As soluções preparadas têm de ser padronizadas antes de serem utilizadas em
análise
volumétrica.
Para
esse
efeito,
utilizam-se
padrões
primários
de
características ácidas ou então soluções ácidas previamente padronizadas.
Um dos padrões primários mais utilizados para a padronização de soluções
alcalinas é o ftalato ácido de potássio (KHC8H4O4, Fig. 1) que se trata de um sólido
cristalino não higroscópico e com uma massa molecular elevada (204.2 g/mol).
O
OH
O
K
O
Fig.1
Nesta titulação o indicador normalmente usado é a fenolftaleína.
O hidróxido de sódio sólido é higroscópico. Além disso, quer o sólido quer
as suas soluções têm muita tendência a absorver CO2 atmosférico dando origem ao
ião carbonato:
2 OH- + CO2 →
← CO32- + H2O
A presença de carbonato numa solução de hidróxido de sódio não afectará
necessariamente o seu título, sendo isso dependente do indicador usado na
titulação. Na presença de indicadores com uma zona de transição básica (p.ex. a
fenolftaleína) é impossível obterem-se resultados exactos se o ião carbonato estiver
presente. Nesses casos cada ião carbonato terá apenas reagido com um ião H3O
quando a viragem do indicador é observada:
2-
+
-
CO3 + H3O → HCO3 + H2O
2004/2005
60
+
Trabalhos práticos de Química Analítica
2-
Como cada ião CO3
-
resultou de 2OH a concentração efectiva da base é
diminuída pela absorção de CO2, resultando disso um erro sistemático negativo.
Para se evitarem estes erros as soluções são preparadas de modo a
estarem isentas de carbonato e são conservadas protegidas do dióxido de carbono
atmosférico. O método preferido de preparação destas soluções tira partido da
pequena solubilidade do carbonato de sódio em soluções concentradas do
hidróxido alcalino. Assim, prepara-se uma solução aquosa deste composto,
aproximadamente a 50%, utilizando-se depois o líquido sobrenadante após o
assentamento do carbonato. A solução deve, também, ser preparada com água
isenta de CO2. Uma vez que a água destilada está frequentemente sobressaturada
com este gás deve ser, previamente, fervida para o eliminar; a água assim obtida só
deve ser utilizada depois de arrefecida à temperatura ambiente pois as soluções
alcalinas quentes têm uma maior tendência para absorver CO2. Uma solução
preparada deste modo conterá uma quantidade de carbonato suficientemente
pequena para poder servir para a maior parte dos propósitos.
No armazenamento destas soluções deve ter-se em conta que as soluções
alcalinas, particularmente as concentradas, atacam o vidro. Por essa razão devem
ser armazenadas em recipientes dum material resistente a esse tipo de ataque.
Para esse efeito, os recipientes em polietileno parecem ser os ideais. Além disso, e
pelas razões acima referidas, deve evitar-se a entrada de dióxido de carbono no
recipiente. Para o efeito é costume, através duma montagem apropriada, interpor-se
um material sólido que absorva esse gás (p. ex. cal sodada ou Ascarite) entre a
solução e a atmosfera.
Titulações gravimétricas
Um modo de se realizarem as titulações consiste em se medirem massas de
soluções em vez de volumes. A principal exigência é que as concentrações das
soluções sejam expressas numa forma conveniente, ou seja, em moles de soluto por
quilo de solução.
Este tipo de titulimetria não é novo e antecede as titulações volumétricas
convencionais em mais de 50 anos. No entanto, com o advento de buretas fiáveis,
as titulações a peso foram grandemente suplantadas e, consequentemente,
substituídas pelos métodos volumétricos. Nessa altura, as titulações gravimétricas
2004/2005
61
Trabalhos práticos de Química Analítica
exigiam um equipamento de funcionamento relativamente elaborado e eram lentas,
o que as tornava fastidiosas.
O aparecimento recente das balanças electrónicas sensíveis e de
dispositivos apropriados para escoar soluções veio alterar completamente esta
situação. Hoje em dia as titulações a peso podem mesmo ser realizadas mais fácil e
rapidamente que as titulações volumétricas, principalmente se se utilizarem técnicas
mistas. Além disso apresentam uma série de características que as tornam
particularmente vantajosas:
• Evitam-se operações demoradas e tediosas como a limpeza e a
calibração do material volumétrico de vidro, imprescindíveis para se assegurar o
seu bom funcionamento.
• Tornam-se desnecessárias as correcções ao efeito da temperatura
porque a concentração em mol/kg não varia com a temperatura ao contrário do que
acontece com a concentração em mol/L. Esta vantagem é particularmente
importante em titulações com soluções não aquosas por causa dos elevados
coeficientes de expansão da maioria dos líquidos orgânicos (frequentemente cerca
de dez vezes o da água).
• As pesagens podem ser feitas com uma precisão e uma exactidão
consideravelmente maiores do que as medições de volumes (p. ex., 50 ou 100 g de
uma solução aquosa podem ser facilmente medidos com uma precisão de ± 1 mg o
que, numa solução aquosa diluída, corresponde a um volume de cerca de ± 0.001
mL). Esta maior sensibilidade torna possível a utilização de quantidades de amostra
que levam a consumos significativamente menores de reagentes. No entanto deve
frisar-se que, para se manter a nitidez do ponto final, as concentrações das
soluções usadas, nestes ensaios em pequena escala, deverão ser semelhantes às
usadas nos ensaios em escala maior; apenas as quantidades totais (volumes ou
massas) são diminuídas. Numa altura em que o acondicionamento de resíduos é um
problema crítico na preservação do meio ambiente, esta vantagem é de se realçar
pois consegue-se a realização de análises típicas com cerca de um décimo da
quantidade de reagente que seria, normalmente, necessária.
• Tecnicamente, a automatização das titulações gravimétricas é mais fácil
que a das titulações volumétricas.
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Trabalhos práticos de Química Analítica
MATERIAL E REAGENTES
41 pipeta de Mohr de 10 mL
4Solução de HCl conc.
42 frascos conta-gotas
4Na2B4O7.10H2O (bórax)
41 pipeta volumétrica de 25 mL
4Solução de NaOH a 50% (p/v)
41 proveta de 100 mL
4Solução de vermelho de metilo
42 balões volumétricos de 500 mL
4Solução de azul de bromotimol
4Balança analítica
4Solução de fenolftaleína
41 balão volumétrico de 250 mL
4Água destilada recentemente fervida
41 balão volumétrico de 50 mL
43 frascos de Erlenmeyer de 150 mL
PROCEDIMENTO
Nota prévia: O ácido clorídrico e o hidróxido de sódio (soda cáustica) concentrados
requerem cuidado no seu manuseio. Proceda de acordo com as indicações do
docente.
Parte A
Preparação e padronização de uma solução de HCl aprox. 0.05 M
1. A partir dos dados que constam no rótulo da embalagem de ácido clorídrico
concentrado, calcule a massa desta solução necessária para preparar 500 mL de
uma solução aproximadamente 0.05 M (apresente os cálculos ao docente e
prossiga o trabalho após a sua concordância).
2. Usando uma pipeta de Pasteur adequada, e tomando as precauções necessárias,
meça a quantidade conveniente para um balão de capacidade apropriada,
previamente tarado, contendo cerca de 200 mL de água destilada.
3. Complete a massa de 500.00 g de solução com água destilada e agite para
homogeneizar. Calcule a concentração do reagente em mol/kg e transfira a solução
para um frasco conta-gotas.
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Trabalhos práticos de Química Analítica
4. Pese, na balança analítica, três porções de bórax (Na2B4O7·10H2O) com cerca de
0.15 g e transfira-as quantitativamente para três frascos de Erlenmeyer de 150 mL.
Seguidamente, duma proveta, junte a cada recipiente 50 mL de água e dissolva
completamente o sal.
5. Deite, em cada recipiente, 1-2 gotas da solução de vermelho de metilo. Pese o
frasco conta-gotas (P1) com o titulante e adicione a solução do ácido, gota-a-gota e
sob agitação, até à viragem para cor-de-rosa. Pese novamente o frasco conta-gotas
(P2).
6. Calcule a concentração da solução de ácido clorídrico preparada, a partir da
massa de bórax e da massa da solução de ácido gasta na titulação. A concentração
da solução corresponderá à média dos valores obtidos. Registe o valor com o
número de algarismos significativos correcto. (Nota: a diferença entre os resultados
das concentrações calculadas em cada titulação não deve exceder 2 partes por mil.
Se for superior deverão ser executadas titulações adicionais até se obterem
resultados concordantes).
7. Rotule correctamente o recipiente que contém a solução preparada.
Parte B
Preparação e padronização de uma solução de NaOH aprox. 0.05 M
1. Sabendo que a solução concentrada de NaOH que tem à sua disposição é a 50%
(p/v) calcule o volume dessa solução necessário para preparar 500 mL duma
solução 0.05 M (apresente os cálculos ao docente e prossiga o trabalho após a sua
concordância).
2. Com uma pipeta apropriada, e tomando as precauções necessárias, meça o
volume calculado. Transfira-o para o balão volumétrico adequado, perfaça o volume
com água destilada recentemente fervida, tape o balão e agite para homogeneizar o
conteúdo.
3. Para cada um de três frascos de Erlenmeyer de 150 mL pese, ao miligrama cerca
de 10 mL da solução de hidróxido de sódio. Registe os valores. Junte cerca de
50.00 mL de água destilada e 3 gotas do indicador apropriado. Pese o frasco conta2004/2005
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Trabalhos práticos de Química Analítica
gotas que contém a solução de ácido clorídrico que padronizou (P3) e titule cada
toma de solução de hidróxido de sódio, registando o peso do frasco conta-gotas no
final de cada titulação.
4. Calcule a concentração da solução de NaOH, transfira-a para o outro frasco
conta-gotas que tem à disposição e rotule-o convenientemente.
(Nota: a diferença entre os resultados das concentrações calculadas em cada
titulação não deve exceder 2 partes por mil. Se for superior deverão ser executadas
titulações adicionais até se obterem resultados concordantes).
Parte C
Determinação da acidez de um vinagre branco
1. Pipete 25.00 mL do vinagre a analisar para um balão volumétrico de 250 mL e
dilua até à marca com água destilada. Tape o balão e agite para homogeneizar.
2. Meça porções de 10.00 g da solução diluída para três frascos de Erlenmeyer de
250 mL e adicione, a cada um, cerca de 50 mL de água destilada e 4 gotas de
solução de fenolftaleína.
3. Pese (P5) o frasco conta-gotas que contém a solução de NaOH, preparada e
padronizada na Parte B, e titule cada porção da solução diluída de vinagre até à
primeira viragem para cor-de-rosa que persista cerca de 30 s. No final de cada
titulação pese o frasco conta-gotas (P6).
4. A partir das quantidades medidas calcule a acidez do vinagre expressando-a em
% (p/v) de ácido acético (CH3COOH, 60.053 g/mol). Registe o valor com o número
de algarismos significativos correcto.
BIBLIOGRAFIA
• A.I. Vogel, Vogel's Textbook of Quantitative Inorganic Analysis, 5th Edition (1989), rev. by G.H.
Jeffery, J. Basset, J. Mendham and R.C. Denney ed. by Longman Scientific & Technical, U.K.
• D.A. Skoog, D.M. West and F.J. Holler, Fundamentals of Analytical Chemistry, 7th Edition (1996),
International Edition by Saunders College Publishing.
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Trabalhos práticos de Química Analítica
TRABALHO PRÁTICO Nº8
- TITULAÇÕES DE COMPLEXAÇÃO - DETERMINAÇÃO DA DUREZA DE UMA ÁGUA -
INTRODUÇÃO
Este tipo de volumetria, também designada por complexometria, baseia-se
em reacções que envolvem iões metálicos e espécies nucleófilas (espécies dadoras
de pares de electrões também designadas por ligandos) dando origem a compostos
de coordenação (ou complexos).
Um
dos
agentes
complexantes
mais
utilizados
é
o
ácido
etilenodiaminatetracético designado, abreviadamente, por EDTA:
HOOC
COOH
N
H2C
CH2
HOOC
N
COOH
Para simplificação, é frequente representar-se o EDTA pela fórmula
-
abreviada "H4Y". Da mesma forma os seus iões são representados por H3Y , H2Y2-,
HY3- e Y4- e o sal dissódico di-hidratado é representado frequentemente por
Na2H2Y.2H2O.
O EDTA é um tetra-ácido com as seguintes constantes de acidez:
K1=1.0x10-2; K2=2.1x10-2; K3=6.9x10-7 e K4=5.5x10-11. A molécula possui quatro
protões acídicos além de dois átomos de azoto, cada um deles, possuindo um par
de electrões livre. Possui, assim, 6 locais potenciais de ligação a um ião metálico e
deve, portanto, ser considerado um ligando hexadentado. Os compostos de
coordenação que forma com os iões metálicos, tal como no caso de outros ligandos
multidentados, são frequentemente designados por quelatos.
Quer o tetra-ácido, quer o seu sal dissódico possuem características que
permitem o seu uso na preparação directa de soluções padrão, desde que
submetidos previamente a uma secagem adequada. Este agente complexante é
notável na sua capacidade de formar complexos muito estáveis com todos os iões
2004/2005
66
Trabalhos práticos de Química Analítica
metálicos, com a excepção dos metais alcalinos. Uma propriedade particularmente
útil, quando utilizado como titulante, é a de se combinar com os iões metálicos na
proporção 1:1, independentemente da carga do catião:
M2+ + H2Y2- →
← MY2- + 2H+
M3+ + H2Y2- →
← MY- + 2H+
M4+ + H2Y2- →
← MY + 2H+
Mn+ + H2Y2- →
← MY(n-4)+ + 2H+
Como se pode ver nestas equações a dissociação dos complexos (reacção
inversa das escritas) depende do pH do meio reaccional, podendo fazer-se as
seguintes considerações gerais:
• A quantidade de complexo formado depende do pH do meio e, para um
dado pH, será tanto maior quanto mais estável for o complexo.
• Quanto mais estável for o complexo mais baixo será o pH ao qual a
titulação dum ião metálico com o EDTA pode ser realizada.
Uma vez que a estabilidade dos complexos do EDTA com iões metálicos
varia com o metal em questão é possível titular-se separadamente iões metálicos,
presentes simultaneamente numa solução, desde que se controle convenientemente
o pH do meio reaccional.
A estabilidade de um complexo é caracterizada pela sua constante de
estabilidade (ou constante de formação) Kf:
MY
[
]
=
[ M ] [Y ]
(n− 4)+
Mn+ + Y4- →
← MY(n-4)+
Kf
n+
4−
Nesta equação apenas se considerou o EDTA na sua forma totalmente
ionisada (Y4-). Contudo, dadas as suas características químicas, o EDTA em
solução aquosa pode dar origem a 5 espécies (H4Y, H3Y-, H2Y2-, HY3- e Y4-)
sendo a quantidade relativa de cada espécie dependente do pH. A quantidade
2004/2005
67
Trabalhos práticos de Química Analítica
relativa de cada espécie em solução pode ser expressa pela sua fracção molar
(valor α):
α0= [H4Y]/Ct ; α1= [H3Y-]/Ct ; α2= [H2Y2-]/Ct etc.,
sendo Ct= [H4Y] + [H3Y-] + [H2Y2-] + [HY3-] + [Y4-]
Os valores α podem também ser expressos através das constantes de
dissociação do EDTA como função de [H+] e assim, por exemplo, teremos para α4:
K1 K2 K3 K4
α4 =
[ H] + K1 [ H] + K1 K2 [ H] 2 + K1K2 K3 [ H] + K1
4
3
2 K 3 K4
Um modo conveniente de visualizar o efeito do pH na quantidade relativa de
cada espécie consiste na expressão gráfica dos valores α em função do pH:
1
α
α2
α0
0.8
α3
2-
H 2Y
H 4Y
0.6
HY
α4
3-
Y
4-
α1
0.4
H3Y
-
0.2
0
0
2
4
6
8
10
12
14
pH
Deste gráfico pode ver-se que, por exemplo, num meio moderadamente
ácido (pH 3 a 6) a espécie predominante é H2Y2- e que, a valores de pH superiores
a 10, Y4- é a espécie maioritária da solução.
Com base nas expressões apresentadas acima é possível deduzir-se uma
expressão que descreve as condições de equilíbrio para um determinado pH:
2004/2005
68
Trabalhos práticos de Química Analítica
K 'f = a 4K f =
[MY ]
[M ]C
(n − 4) +
n+
t
A constante K'f designa-se por constante de formação efectiva e fornece
uma maneira simples de cálculo das concentrações em equilíbrio do ião metálico
livre e complexado, em qualquer ponto de uma titulação.
Para a detecção do ponto final destas titulações usam-se, geralmente,
corantes orgânicos que formam quelatos corados com os iões metálicos numa gama
de concentrações característica do catião particular e do corante.
Estes indicadores de iões metálicos são, tal como o EDTA, agentes
quelantes complexando, competitivamente, os catiões metálicos. Para serem
utilizáveis como indicadores deverão dar origem a complexos com uma constante
de formação inferior à do complexo com o EDTA. Na maioria dos casos uma razão,
entre as duas constantes de formação, inferior a 1/10 é adequada evitando-se um
ponto final precoce. No entanto, se essa razão for muito inferior podem originar-se
pontos finais tardios.
Deve referir-se que muitas das substâncias utilizadas como indicadores na
volumetria de complexação também se comportam como indicadores ácido-base.
Nesses casos elas apenas serão úteis a valores de pH aos quais a competição com
o protão é negligenciável.
Determinação da dureza de uma água
Numa água o termo dureza refere-se à concentração total de iões de metais
não alcalinos. Uma vez que as concentrações de Ca2+ e Mg2+ são, normalmente,
muito maiores que as concentrações de outros metais não alcalinos, a dureza pode
ser entendida como [Ca2+] + [Mg2+]. Geralmente, a dureza é expressa no número
equivalente de miligramas de CaCO3 por litro, ou seja, se [Ca2+] + [Mg2+] = 1 mM
diremos que a dureza é 100 mg CaCO3/L (100 mg CaCO3 = 1 mmol CaCO3). Pese
embora a relatividade, uma água cuja dureza é superior a 60 mg CaCO3/L já pode
ser considerada dura. A dureza individual refere-se à concentração individual de
cada ião alcalino-terroso.
2004/2005
69
Trabalhos práticos de Química Analítica
Uma água dura pode ter inconvenientes. Por exemplo, quando reage com o
sabão formando coágulos insolúveis
Ca2+ + 2RSO3- → Ca(RSO3)2 (s)
(sabão)
(precipitado)
leva a um consumo suplementar de sabão pois parte deste é gasto a consumir o
Ca2+ e o Mg2+ da água. Não parece que uma água dura seja prejudicial à saúde
humana. No entanto, pode ser prejudicial em diversas utilizações por levar à
formação de incrustações em canalizações e caldeiras de aquecimento o que, entre
outras desvantagens, pode levar ao seu entupimento e inutilização.
Os carbonatos insolúveis são convertidos em bicarbonatos solúveis na
presença de um excesso de CO2 . Por exemplo, para o caso do cálcio, esse
processo pode ser descrito pela equação:
CaCO3 (s) + CO2 + H2O →
← Ca(HCO3)2 (aq)
O aquecimento, por libertação de CO2, converte o bicarbonato em
carbonato e provoca a precipitação de CaCO3 (reacção inversa da escrita acima). A
fracção da dureza devida a Ca(HCO3)2 (aq) é designada por dureza temporária
porque estes elementos “desaparecem” da água após aquecimento. A dureza
devida a outros sais (principalmente CaCl2 e CaSO4 dissolvidos) é designada por
dureza permanente por não ser removida por aquecimento.
Uma das grandes aplicações da complexometria com o EDTA é a
determinação da dureza de uma água usando-se, como indicador, o negro de
eriocromo T. Nesta análise, a estabilidade relativa dos complexos que se formam e
a possibilidade de ocorrerem reacções competitivas obrigam a um certo controle
das condições experimentais.
Quando os iões Ca2+ e Mg2+ são titulados com o EDTA formam-se os
complexos de cálcio e de magnésio relativamente estáveis:
2004/2005
Ca2+ + H2Y2- →
← CaY2- + 2H+
(Kf = 5.0 x 1010)
Mg2+ + H2Y2- →
← MgY2- + 2H+
(Kf = 4.9 x 108)
70
Trabalhos práticos de Química Analítica
O pH ideal para a formação destes complexos é a 10. No entanto, a valores
de pH muito elevados o ião Mg2+ precipita sob a forma de hidróxido, (KsMg(OH)2 =1.8
x 10-11 ). Assim, durante a titulação, o pH da solução deve ser mantido à volta de
10 o que geralmente se consegue por adição de uma solução tampão adequada.
Por outro lado, devido à presença do negro de eriocromo T, além dos
complexos CaY2- e MgY2-, também existirão em solução os complexos CaIndicador (Ca-Ind) e Mg-Indicador (Mg-Ind).
A estabilidade relativa destes complexos é: CaY2- > MgY2-; Ca-Ind < MgInd; Ca-Ind << CaY2-; Mg-Ind < MgY2-. Existindo na solução apenas os iões Ca2+
não se consegue observar um ponto final nítido. Contudo, se também estiver
presente na solução o ião Mg2+ ao adicionar-se o EDTA ele irá reagir em primeiro
lugar com os iões Ca2+ livres, em seguida com os iões Mg2+ livres e, finalmente,
com os iões Mg2+ do complexo Mg-Ind. Uma vez que, ao pH da titulação, os
complexos Mg-Ind têm uma cor vermelha vinosa e o indicador livre uma cor azul o
ponto final é indicado pela mudança da cor vermelha para azul.
Por esta razão, na determinação de Ca2+ (com o EDTA e negro de
eriocromo T) na ausência de Mg2+, este é geralmente adicionado uma vez que será
necessário para provocar a mudança de cor do indicador. Existem vários modos de
o fazer e o que será usado neste trabalho consistirá na adição, à solução a analisar,
dum pouco duma solução de MgY2-. Na análise de uma solução que contém
simultaneamente os dois iões não é difícil determinar o ponto final. No entanto, o
resultado da titulação corresponderá à soma das concentrações dos dois iões.
Conhecida a soma das concentrações dos dois iões, e pretendendo-se
determinar a concentração de cada um dos iões na solução analisada, será
necessário executar-se a titulação em condições em que um dos iões não interfira.
O procedimento mais comum consiste na elevação do pH de modo a que todo o
Mg2+ precipite sob a forma de hidróxido (geralmente isto consegue-se através da
adição de uma quantidade de dietilamina que eleve o pH a cerca de 12). Nestas
condições a quantidade de EDTA, gasta na titulação, corresponderá apenas à
quantidade de Ca2+ presente na solução e, por diferença, pode conhecer-se a
concentração do Mg2+.
2004/2005
71
Trabalhos práticos de Química Analítica
Uma vez que o negro de eriocromo T a este pH tem uma cor alaranjada,
para que se possa observar um ponto final nítido será, naturalmente, necessário
utilizar-se outro indicador. Um dos indicadores que apresenta as características
apropriadas é o azul de hidroxinaftol que mantém a cor azul a pH’s mais elevados
e cujo complexo com o Ca2+ dá origem a soluções avermelhadas.
MATERIAL E REAGENTES
41 pipeta de 20 mL
4Solução padrão de CaCO 0.01 M
3
41 pipeta de 50 mL
4Solução de EDTA aprox. 0.01 M
41 pipeta graduada de 5 mL
4Solução Mg-EDTA ≈ 0.1 M (1)
41 proveta de 50 mL
4Solução tampão pH 10 (142 mL de NH
41 bureta de 50 mL
3
aquoso a 28% + 17.5 mg de NH4Cl + água
44 frascos de Erlenmeyer de 250 mL
q.b.p. 250 mL)
41 bureta de 50 mL
4Solução de negro de eriocromo T (0.2 g
de
reagente
sólido
em
15
mL
de
trietanolamina + 5 mL de etanol absoluto)
4Mistura indicadora de azul de, 1:100,
hidroxinaftol (misturar, num almofariz com
Na2SO4).
4Solução de NaOH a 50% (p/v)
(1)
Misturar volumes iguais de soluções de EDTA e de sulfato de magnésio 0.2 M. Em seguida, levar
a pH 8-9 por adição de uma solução diluída de NaOH. Confirmar a equimolaridade juntando, a um
pequeno volume desta solução, algumas gotas de solução tampão pH 10 e uma gota da solução de
negro de eriocromo T. Deve formar-se uma cor avermelhada que passa a azul pela adição de 1 gota
de uma solução de EDTA 0.01 M e de novo a vermelho pela adição de 1 gota de solução de MgSO4
0.01 M. Se não se observar este comportamento será necessário juntar-se mais solução de EDTA ou
de MgSO4 até que a condição de equimolaridade seja alcançada.
2004/2005
72
Trabalhos práticos de Química Analítica
PROCEDIMENTO
Parte A
Determinação da dureza total de uma água
1. Pipete 50.00 mL da solução a analisar para um frasco de Erlenmeyer de 250 mL
e, com uma proveta, junte um volume igual de água destilada e desionisada.
Adicione 2 mL da solução tampão, 6 gotas da solução de negro de eriocromo T e
misture bem para homogeneizar.
2. Titule com a solução de EDTA e anote o valor do volume gasto quando a cor virar
de vermelho vinoso para azul.
3. Repita a titulação com mais 2 porções de amostra para encontrar um valor
preciso para a concentração total de Ca2+ e Mg2+ (± 0.1 mL de volume de titulante
gasto; faça novos ensaios se necessário). Faça também um ensaio em branco e
subtraia o volume gasto nessa titulação ao das titulações das amostras.
4. Calcule a dureza da água analisada expressando-a em mg de CaCO3/L.
Parte B
Doseamento do Ca2+
1. Pipete quatro porções de 50.00 mL da amostra para quatro frascos de
Erlenmeyer de 250 mL e, com uma proveta, junte a cada recipiente, um volume igual
de água destilada e desionisada. Adicione, a uma das tomas, 30 gotas da solução
de NaOH a 50%(p/v), rodando o recipiente durante cerca de 2 minutos para
precipitar o Mg(OH)2 (este pode não ser visível). Junte cerca de 0.1 g da mistura
indicadora de azul de hidroxinaftol e titule com a solução de EDTA (o ponto final é
dado pelo aparecimento da cor azul). Deixe a solução em repouso durante 5
minutos, agitando ocasionalmente para redissolver algum Ca(OH)2 precipitado. No
caso de a cor vermelha ter reaparecido durante este período, retome a titulação até
ao reaparecimento da cor azul.
2004/2005
73
Trabalhos práticos de Química Analítica
2. Repita o procedimento descrito com as outras tomas da amostra. Faça também
um ensaio em branco e corrija o volume gasto na titulação da amostra. Calcule a
[Ca2+] e a [Mg2+] na solução analisada.
BIBLIOGRAFIA
• D. C. Harris, Quantitative Chemical Analysis, 4th Edition (1995) by W. H. Freeman and Company.
• A.I. Vogel, Vogel's Textbook of Quantitative Inorganic Analysis, 5th edition (1989), rev. by G.H.
Jeffery, J. Basset, J. Mendham and R.C. Denney ed. by Longman Scientific & Technical, U.K.
• D.A. Skoog, D.M. West and F.J. Holler, Fundamentals of Analytical Chemistry, 7th edition (1996),
International Edition by Saunders College Publishing.
2004/2005
74
Trabalhos práticos de Química Analítica
TRABALHO PRÁTICO Nº9
- TITULAÇÕES DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO - DETERMINAÇÃO DO CLORO ACTIVO DE UMA LIXÍVIA -
INTRODUÇÃO
Este tipo de volumetria baseia-se na reacção do analito (ou de uma espécie
química com ele relacionada) com uma solução padrão de um agente oxidante ou
redutor. A reacção que ocorre é de oxidação-redução (ou oxi-redução, ou redox)
pois consiste num processo que envolve a transferência de electrões de uma
espécie química para outra. Para que a titulação seja bem sucedida é necessário
que, no final, o analito esteja totalmente num único estado de oxidação. Além disso,
e tal como acontece nos outros tipos de titulação, é necessário que exista uma
maneira de detectar o ponto de equivalência.
Um dos reagentes frequentemente envolvidos neste tipo de volumetria é o
iodo. Em certos casos, este reagente pode ser usado como agente oxidante,
directamente sob a forma de solução padrão titulante, sendo a quantidade de iodo
consumido quimicamente equivalente à quantidade de analito (agente redutor)
presente na amostra analisada. Este método (iodimetria), no entanto, tem uma
aplicação limitada uma vez que o iodo é um agente oxidante relativamente fraco.
Mais frequentemente os métodos titulimétricos que envolvem o iodo
consistem na determinação, através de uma solução padrão adequada (p.ex. de
tiossulfato de sódio ou de ácido arsenioso), da quantidade de iodo produzido
quando uma substância oxidante reage com um excesso de ião iodeto. Neste
processo indirecto (iodometria) a quantidade de iodo formado é quimicamente
equivalente à quantidade de analito (agente oxidante) presente na amostra.
Na maior parte das análises volumétricas com o iodo a semi-reacção que
serve de base ao método é:
I3- + 2e- →
← 3I
2004/2005
(E0 = 0.536 V)
75
Trabalhos práticos de Química Analítica
O uso da espécie I3- deve-se ao facto de o iodo ser pouco solúvel em água
e não se conseguirem preparar soluções de concentração mais elevada do que
cerca de 0.3 g/L (cerca de 0.001 M). As soluções de concentração mais elevada
conseguem preparar-se em presença do ião iodeto, que aumenta substancialmente
a solubilidade do iodo, através da formação do ião complexo I3- :
I2 (s) + I- →
← I3
(Kf = 7.1 x 102 )
Estas soluções, apesar de serem de facto de triiodeto, são normalmente
designadas por soluções de iodo uma vez que isso torna mais simples a escrita de
equações e a descrição do comportamento estequiométrico (1 mole I3- ⇔1 mole de
I2). Podem ser preparadas directamente a partir do sólido puro (o iodo é facilmente
purificável por sublimação) dissolvendo-se a quantidade conveniente num pequeno
volume de uma solução concentrada de iodeto e em seguida diluindo-se ao volume
desejado. A concentração da solução preparada pode, em seguida, ser conhecida
por padronização com um padrão adequado.
As soluções de iodo são pouco estáveis, sendo a volatilidade do soluto uma
das principais causas; um recipiente aberto, contendo uma destas soluções pode
perder, num período de tempo curto, uma quantidade apreciável do elemento. Outra
causa de instabilidade destas soluções é, por exemplo, o contacto com substâncias
orgânicas pelo que se deve ter uma especial atenção à constituição da rolha do
recipiente (a borracha ou a cortiça são rápidamente atacadas pelo iodo) e à
possibilidade da presença de vapores e poeiras orgânicas.
Estas soluções devem ser armazenadas em lugares frescos e ao abrigo de
luz devido à tendência que os iões iodeto têm de ser oxidados pelo ar numa
reacção que é catalisada pela luz, calor e presença de ácidos:
4I- + O2 (atmosférico) + 4H+ →
← 2I2 + 2H2O
Para que uma reacção possa servir de base a uma titulação é necessário
que seja o mais completa possível. Uma vez que o iodo é um agente oxidante
relativamente fraco, devem ter--se em atenção os factores que melhorem a sua
redução a iodeto pelo analito. Entre estes, o pH e a presença de agentes
complexantes assumem uma importância particular. Essa influência traduzir-se-á na
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76
Trabalhos práticos de Química Analítica
variação do potencial da célula electroquímica formada pelos eléctrodos I2/I(cátodo) e analito reduzido/analito oxidado (ânodo).
Em soluções ácidas o pH tem pouca influência no potencial de eléctrodo do
par I2/I-, uma vez que o H+ não participa na semi-reacção I2 + 2e- →
← 2I . Contudo,
muitas substâncias que reagem com o iodo produzem H+ quando são oxidadas
sendo a posição do equilíbrio fortemente influenciada pelo pH. Nestes casos um pH
elevado, aparentemente, facilitará a reacção. No entanto, devem tomar-se
precauções porque em soluções alcalinas o iodo tende a formar o ácido hipoiodoso
(HOI) o qual pode sofrer, subsequentemente, outra dismutação dando origem a
iodato e iodeto:
I2 + OH- →
← HOI + I
3HOI + 3OH- →
← IO3 + 2I + 3H2O
Como é de se esperar a ocorrência destas reacções pode causar sérios
erros numa análise em que está envolvido o iodo.
Os reagentes complexantes também podem ser utilizados para forçar certas
oxidações com o iodo a serem completas. Por exemplo, apesar de o potencial de
redução do iodo ser demasiado baixo para permitir uma análise satisfatória do
Fe2+, por oxidação a Fe3+, a presença de um agente fortemente complexante do
Fe3+ (p.ex. EDTA) torna-a possível por deslocar o equilíbrio na direcção da
oxidação, provocando-se a conversão completa do Fe2+ em Fe3+.
Na determinação do ponto final da titulação, em alguns casos, pode usar-se
a própria cor do iodo em solução (castanho-amarelado), que é perceptível mesmo
em pequenas concentrações. Nos casos em que se necessita de uma maior
sensibilidade é normal a utilização de uma solução de cozimento de amido que,
quando adicionada a uma solução contendo vestígios do ião I3-, dá origem a uma
cor azul-violácea intensa o que torna a detecção mais nítida e fácil.
As soluções de amido são instáveis, por serem facilmente decompostas por
acção de bactérias e fungos, perdendo as suas propriedades indicadoras. Por esta
razão este indicador deve ser usado sempre após uma preparação recente.
2004/2005
77
Trabalhos práticos de Química Analítica
Na utilização deste indicador deve ter-se em conta a técnica aplicada. O
amido, quando adicionado a uma solução ácida com uma concentração elevada de
iodo, decompõe-se dando origem a produtos que não possuem as qualidades
indicadoras necessárias. Assim, nas titulações em que o iodo se encontra no
titulado, a adição do indicador deve ser efectuada quando a concentração de iodo é
muito baixa, o que pode verificar-se pela cor amarela pálida (cor-de-palha) que a
solução adquire próximo do ponto de equivalência. Nesses casos, o ponto final é
indicado pelo desaparecimento da cor azul formada. Nas titulações em que o
titulante é a solução de iodo a adição é feita no início e o ponto final é indicado pelo
aparecimento da cor azul.
Preparação e titulação de soluções de tiossulfato de sódio
O tiossulfato de sódio, Na2S2O3·5H2O, é um sal facilmente obtido num
estado de pureza elevado. No entanto, não é um padrão primário devido ao seu
comportamento eflorescente e instável. Além disso, as soluções de tiossulfato não
são estáveis, sendo decompostas por acção de CO2 (baixa o pH da solução
levando à decomposição lenta que se descreve abaixo) e de bactérias. Assim, estas
soluções devem ser preparadas com água destilada recentemente fervida,
preservadas da acção bacteriana (p. ex. juntando algumas gotas de clorofórmio ou
alguns miligramas de iodeto de mercúrio(II)) e padronizadas imediatamente antes
do seu uso.
A reacção do ião tiossulfato com o iodo é uma reacção praticamente única,
ao que não é alheio o caracter pouco oxidante do iodo. Em solução neutra ou
levemente ácida o iodo oxida quantitativamente o ião S2O32- a S4O62-:
2- S2O32- + I2 →
← S4O6 + I
(equação não acertada)
A influência do pH a que se efectua a titulação deve ser objecto de alguma
atenção:
• Em soluções alcalinas, a oxidação dá-se parcialmente a SO42(através do ácido hipoiodoso, HOI),
+
I2 + H2O →
← HOI + I + H
2004/2005
78
Trabalhos práticos de Química Analítica
2- HOI + S2O32- →
← SO4 + I (equação não acertada),
razão pela qual estas titulações não devem ser efectuadas a pH elevado. O pH
máximo admissível é dependente da concentração do iodo (p.ex. se a concentração
de iodo for de cerca de 25 g/L o pH deve ser inferior a 7.6, enquanto que para
concentrações de 0.25 g/L o pH deverá ser inferior a 6.5).
• Em soluções ácidas (pH<5), o ião tiossulfato tende a decompor-se, segundo a
reacção
S2O32- + H+ →
← HS2O3 → HSO3 + S (s)
A velocidade desta reacção é aumentada pela concentração do ião H+. O
ião hidrogenossulfito formado tenderá também a ser oxidado pelo iodo mas através
de uma reacção de estequiometria diferente.
Um dos métodos mais usados para a padronização das soluções de
tiossulfato utiliza, indirectamente, o iodato de potássio (KIO3) como padrão. O
iodato de potássio é uma substância que se pode obter muito pura e que pode ser
convenientemente seca a 120°C; o único senão, relativamente a poder considerarse um padrão primário, é o facto de possuir um peso equivalente pequeno (35.67 g).
Esta desvantagem, contudo, pode ser ultrapassada pela preparação de um volume
relativamente grande de solução padrão.
O iodato de potássio reage em meio ácido com o ião iodeto produzindo,
quantitativamente, iodo:
IO3- + I- →
← I2 (equação não acertada)
A quantidade de iodo produzida pela solução padrão de iodato pode, em
seguida, servir para a determinação da concentração da solução de tiossulfato.
Determinação do cloro activo de uma lixívia
O composto activo da maior parte dos branqueadores de roupa e de alguns
desinfectantes é o hipoclorito de sódio (NaClO). Este composto em contacto com
ácidos ou agentes redutores (como, por exemplo, a maior parte dos compostos
orgânicos que sujam ou tingem a roupa) reduz-se, dando origem a cloro que é um
2004/2005
79
Trabalhos práticos de Química Analítica
agente oxidante poderoso. O doseamento do cloro que uma lixívia pode fornecer
(cloro activo) serve, pois, de medida do seu poder oxidante.
Um dos métodos de determinação do cloro activo em soluções de
hipoclorito consiste na adição de um excesso de KI, num meio fortemente
acidificado com ácido acético, sendo em seguida o iodo libertado titulado com uma
solução padrão de tiossulfato de sódio. O processo que resulta na formação de iodo
pode ser representado pela seguinte equação:
ClO- + 2I-+ 2H+ →
← I2 + Cl + H2O
Uma vez determinada a quantidade de iodo libertado esta pode ser
expressa em termos de % (p/p) de cloro activo (g de Cl2 activo/100 g do produto
comercial analisado), considerando-se a produção de uma quantidade equivalente
de iodo por acção do cloro.
Cl2 + 2I- →
← I2 + 2Cl
MATERIAL E REAGENTES
41 copo de 100 mL
4Solução padrão de iodato de potássio
(KIO3) a 3.667 g/L
41 copo de 50 mL
4Solução de ácido sulfúrico 1M
41 balão volumétrico de 200 mL
4Solução de cozimento de amido 1% (p/v)
41 balão volumétrico de 100 mL
4Solução de ácido acético 1:4
41 pipeta de Pasteur a 1%(p/v)
4Iodeto de potássio
41 bureta de 50 mL
4Tiossulfato
de
sódio
penta-hidratado
(Na2S2O3·5H2O)
41 pipeta volumétrica de 10 mL
4Água destilada recentemente fervida
41 pipeta volumétrica de 20 mL
41 proveta de 100 mL
44 frascos de Erlenmeyer de 250 mL
2004/2005
80
Trabalhos práticos de Química Analítica
PROCEDIMENTO
Parte A
Preparação e padronização de uma solução de tiossulfato de sódio
1. Num copo de 100 mL pese 5.0 g de Na2S2O3·5H2O e dissolva o sólido em cerca
de 80 mL de água destilada recentemente fervida. Transfira a solução assim obtida
para um balão volumétrico de 200 mL e perfaça o volume do balão, usando a
mesma água destilada.
2. Pese, para cada um dos 4 frascos de Erlenmeyer de 250 mL, cerca de 0.5 g de
iodeto de potássio (use a balança de laboratório). De uma proveta junte, a cada
recipiente, 100 mL de água destilada, dissolva completamente o sólido e adicione
então 3 mL de ácido sulfúrico 1 M. Misture bem o conteúdo dos recipientes para
homogeneizar.
3. Pipete 10 mL da solução padrão de iodato de potássio para cada um dos frascos
de Erlenmeyer que contêm as soluções de iodeto de potássio.
4. Titule o iodo libertado adicionando, de uma bureta previamente preparada, a
solução de tiossulfato de sódio tendo o cuidado de parar a adição quando a mistura
reaccional adquirir uma cor clara amarela (cor-de-palha).
5. Junte então 2 mL de solução de cozimento de amido e continue a titulação,
lentamente, até que uma gota de titulante provoque o desaparecimento da cor azulviolácea entretanto formada.
6. Repita o procedimento com o conteúdo dos outros 3 frascos de Erlenmeyer.
7. Calcule a concentração, em mol/L, da solução de tiossulfato de sódio e rotule
convenientemente o recipiente que a contém.
2004/2005
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Trabalhos práticos de Química Analítica
Parte B
Doseamento do cloro activo de uma lixívia comercial
1. Com o auxílio de uma pipeta de Pasteur pese para um balão volumétrico de 100
mL, cerca de 7.5 g da lixívia comercial a analisar (use a balança de laboratório).
Perfaça o volume do balão com água destilada e agite cuidadosamente para
homogeneizar.Cuidado! A lixívia concentrada pode provocar lesões das mucosas e
da pele e danificar irremediavelmente a roupa. Evite os pingos e qualquer contacto
directo com o produto.
2. Para cada um de 4 frascos de Erlenmeyer de 250 mL pese, na balança de
laboratório, cerca de 1.0 g de iodeto de potássio. Junte a cada recipitente 100 mL
de água destilada e dissolva o sólido. Pipete 20 mL da solução diluída de lixívia
para cada recipiente, junte 20 mL de solução de ácido acético 1:4 e homogenize
bem a solução. Titule o iodo libertado com a solução padronizada de tiossulfato de
sódio, procedendo como foi descrito na Parte A.
3. Calcule a % (p/p) de cloro activo na lixívia comercial.
BIBLIOGRAFIA
• A.I. Vogel, Vogel's Textbook of Quantitative Inorganic Analysis, 5th Edition (1989), rev. by G.H.
Jeffery, J. Basset, J. Mendham and R.C. Denney ed. by Longman Scientific & Technical, U.K.
• D.A. Skoog, D.M. West and F.J. Holler, Fundamentals of Analytical Chemistry, 7th Edition (1996),
International Edition by Saunders College Publishing.
2004/2005
82
Trabalhos práticos de Química Analítica
TRABALHO PRÁTICO Nº 10
- DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO ASCÓRBICO EM COMPRIMIDOS -
INTRODUÇÃO
O ácido ascórbico (a vitamina C) é um agente redutor fraco que pode ser
determinado através de uma titulação de oxi-redução. Um dos métodos de análise
tira partido do facto de essa substância ser fácil e quantitativamente oxidada pelo
bromo:
OH
OH
O
O
O
HO
+ Br 2
HO
O
HO
OH
+ 2 Br - + 2 H+
O
O
Assim, se a uma solução de ácido ascórbico se adicionar uma quantidade
conhecida e em excesso de bromo pode, através de uma retrotitulação, conhecer-se
a quantidade de bromo consumida pela reacção e consequentemente determinar-se
a concentração de ácido ascórbico originalmente presente.
As soluções ácidas de bromo, de concentração exactamente conhecida,
podem ser facilmente obtidas a partir de uma solução padrão de bromato de
potássio por adição de um excesso de brometo em meio ácido:
BrO3- + 5 Br- + 6 H+ →
← 3 Br2 + 3 H2O
O bromato de potássio é facilmente obtido com uma pureza elevada (>
99.9%). A substância pode ser seca a 120-150ºC, é anidra e as suas soluções
aquosas, se forem bem acondicionadas, mantêm-se indefinidamente. Pode, pois,
ser usado como padrão primário desde que não se preparem as soluções a partir de
quantidades excessivamente pequenas.
Após a reacção com o ácido ascórbico o excesso de bromo na solução pode
ser determinado iodometricamente pela adição de um excesso de iodeto de
potássio, titulando-se o iodo libertado com uma solução padrão de tiossulfato de
sódio (ver o Trabalho Prático nº 6):
2004/2005
83
Trabalhos práticos de Química Analítica
2I- + Br2 →
← I2 + 2 Br
2I2 + 2 S2O32- →
← S4O6 + 2 I
Resumidamente, neste método de análise um excesso (não medido) de
brometo de potássio é adicionado a uma solução acidificada da amostra. Em
seguida, à solução resultante junta-se uma solução padrão de bromato de potássio
até ao aparecimento de um pequeno excesso de bromo. Finalmente, este excesso é
determinado iodometricamente com uma solução padrão de tiossulfato de sódio. Os
cuidados principais a ter são que todo o procedimento seja executado sem demoras,
a frio, sem a incidência de luz directa e em meio ácido, para se minimizarem a
oxidação do ácido ascórbico em solução pelo oxigénio do ar e as perdas quer do
bromo quer do iodo por volatilização.
2004/2005
84
Trabalhos práticos de Química Analítica
MATERIAL E REAGENTES
41 balança electrónica
4KBrO3 p.a. previamente seco 2 h a 120º C
41 agitador magnético
4KBr p.a.
41 pipeta de Pasteur
4KI p.a.
41 proveta de 50 mL
4Na2S2O3.5H2O p.a.
47 frascos de Erlenmeyer de 250 mL
4Solução de cozimento de amido 1% (p/v)
42 copos de 100 mL
4Solução de H2SO4 3 M
41 proveta de 50 mL
4Água destilada recentemente fervida
42 balões volumétricos de 500 mL
41 bureta de 50 mL
41 pipeta de 10 mL
41 pipeta de 1 mL
4Magnetos de agitação
41 almofariz
41 frasco conta-gotas
PROCEDIMENTO
Parte A
Preparação de uma solução de KBrO3 aprox. 0.015 mol/kg
Para um copo de 100 mL pese, ao decimiligrama, cerca de 1.3 g de KBrO3 e
dissolva o sólido num pouco de água. Transfira, quantitativamente, o conteúdo do
copo para um balão volumétrico previamente tarado numa balança electrónica e
adicione água destilada até ao traço. Pese o conjunto, calcule a concentração (em
mol/kg) e rotule convenientemente o recipiente.
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Trabalhos práticos de Química Analítica
Parte B
Preparação e padronização de uma solução de tiossulfato de sódio aprox. 0.05
mol/kg
1. Calcule a quantidade de reagente necessária para preparar cerca de 500 mL de
solução com a concentração pretendida. Confirme os cálculos com o docente, pese
a quantidade necessária num copo de 100 mL e transfira o sólido para um balão
volumétrico de 500 mL. Dissolva o sólido e junte água destilada recentemente
fervida até ao traço. Agite para homogeneizar e, finalmente, transfira a solução para
um frasco conta-gotas.
2. Com auxílio de uma pipeta de Pasteur, meça 10.00 g da solução de KBrO3 para
um frasco de Erlenmeyer de 250 mL, junte 1 g de KI e 1 mL da solução de H2SO4
3M.
3. Adicione do frasco conta-gotas, previamente pesado (P1), a solução de
Na2S2O3.5H2O até que o titulado adquira uma coloração ténue amarela. Junte 1 mL
da solução de cozimento de amido e complete a titulação. Pese de novo o frasco
conta-gotas (P2).
4. Repita o procedimento descrito em 2. e 3. com mais 2 tomas de 10.00 g da
solução de KBrO3. Calcule a concentração da solução de tiossulfato, em mol/kg,
considerando, entre outras, a seguinte equação:
BrO3- + 6 I- + 6 H+ →
← Br + 3 I2 + 3H2O
Rotule convenientemente o recipiente.
Parte C
Determinação da concentração de ácido ascórbico no comprimido
1. Pese numa balança analítica o comprimido que vai analisar e registe o valor. Em
seguida, usando o almofariz, pulverize-o misturando bem o pó para o
homogeneizar.
2. Para quatro frascos de Erlenmeyer de 250 mL pese, na balança analítica,
porções de 0.4 - 0.5 g do pó. Registe os valores obtidos.
2004/2005
86
Trabalhos práticos de Química Analítica
A partir daqui trate cada amostra individualmente.
3. Dissolva o conteúdo do recipiente em 25 mL de água destilada recentemente
fervida. Em seguida, adicione 2 g de KBr, 25 mL de H2SO4 3M e introduza um
magneto de agitação. Pese o conjunto e registe o valor (PA). Coloque-o sobre a
placa de agitação contra um fundo branco e com uma pipeta de Pasteur adicione,
gota-a-gota, a solução de KBrO3 até ao aparecimento da primeira cor amarela ténue
mas persistente (indicativo da existência de um excesso de bromo). Pese de novo o
conjunto e registe o valor (PB).
4. Adicione 2 g de KI, 1 mL de solução de cozimento de amido. Pese o frasco conta-gotas com a solução de tiossulfato de sódio (PC) e junte, gota-a-gota, a solução de
tiossulfato até ao desaparecimento da cor violácea entretanto formada. Pese de
novo o frasco conta-gotas e registe o valor (PD).
5. A partir dos pesos registados e das concentrações dos reagentes, calcule a
quantidade de ácido ascórbico (176.13 g/mol) no comprimido. Estabeleça o intervalo
de confiança a 95% para o valor encontrado.
BIBLIOGRAFIA
• D. C. Harris, Quantitative Chemical Analysis, 3rd Edition (1991) by W. H. Freeman and Company.
• A.I. Vogel, Vogel's Textbook of Quantitative Inorganic Analysis, 5th edition (1989), rev. by G.H.
Jeffery, J. Basset, J. Mendham and R.C. Denney ed. by Longman Scientific & Technical, U.K.
• D.A. Skoog, D.M. West and F.J. Holler, Analytical Chemistry-An Introduction, 7th edition (1996),
International Edition by Saunders College Publishing.
• Bailey, D.N., J. Chem. Educ., 1974, 51, 488.
• Kumar, V., Courie, P. and Haley, S., J. Chem. Educ., 1992, 69, A213.
• Siemer, D.D., Reeder, S.D. and Wade, M.A., J. Chem. Educ., 1988, 65, 467.
• Guenther, W.B., J. Chem. Educ., 1988, 65, 1097.
2004/2005
87
Trabalhos práticos de Química Analítica
MASSAS ATÓMICAS DOS ELEMENTOS1,2,3
Nome
Actínio*
Alumínio
Amerício*
Antimónio
Árgon
Arsénio
Astatínio*
Azoto
Bário
Berílio
Berquélio*
Bismuto
Boro
Bromo
Cádmio
Cálcio
Califórnio*
Carbono
Cério
Césio
Chumbo
Cloro
Cobalto
Cobre
Crípton
Crómio
Cúrio*
Disprósio
Einsteinio*
Enxofre
Érbio
Escândio
Estanho
Estrôncio
Európio
Férmio*
Ferro
Flúor
Fósforo
Frâncio*
Gadolínio
Gálio
Germânio
Háfnio
Hélio
Hidrogénio
Hólmio
Índio
Iodo
Irídio
Itérbio
Ítrio
Lantânio
Laurêncio*
Lítio
Símbolo
Ac
Al
Am
Sb
Ar
As
At
N
Ba
Be
Bk
Bi
B
Br
Cd
Ca
Cf
C
Ce
Cs
Pb
Cl
Co
Cu
Kr
Cr
Cm
Dy
Es
S
Er
Sc
Sn
Sr
Eu
Fm
Fe
F
P
Fr
Gd
Ga
Ge
Hf
He
H
Ho
In
I
Ir
Yb
Y
La
Lr
Li
Nº
Atómico
89
13
95
51
18
33
85
7
56
4
97
83
5
35
48
20
98
6
58
55
82
17
27
29
36
24
96
66
99
16
68
21
50
38
63
100
26
9
15
87
64
31
32
72
2
1
67
49
53
77
70
39
57
103
3
Peso
Atómico
227,0278
26,981539(5)
243,0614
121,757(3)
39,948(1)
74,92159(2)
209,9871
14,00674(7)
137,327(7)
9,012182(3)
247,0703
208,98037(3)
10,811(5)
79,904(1)
112,411(8)
40,078(4)
251,0796
12,011(1)
140,115(4)
132,90543(5)
207,2(1)
35,4527(9)
58,93320(1)
63,546(3)
83,80(1)
51,9961(6)
247,0703
162,50(3)
252,083
32,066(6)
167,26(3)
44,955910(9)
118,710(7)
87,62(1)
151,965(9)
257,0951
55,847(3)
18,9984032(9)
30,973762(4)
223,0197
157,25(3)
69,723(1)
72,61(2)
178,49(2)
4,002602(2)
1,00794(7)
164,93032(3)
114,818(3)
126,90447(3)
192,22(3)
173,04(3)
88,90585(2)
138,9055(2)
262,11
6,941(2)
Nome
Lutécio
Magnésio
Manganês
Mendelévio*
Mercúrio
Molibdénio
Neodímio
Néon
Neptúnio*
Nióbio
Níquel
Nobélio*
Ósmio
Ouro
Oxigénio
Paládio
Platina
Plutónio*
Polónio*
Potássio
Praseodímio
Prata
Promécio*
Protactínio*
Rádio*
Rádon*
Rénio
Ródio
Rubídio
Ruténio
Samário
Selénio
Silício
Sódio
Tálio
Tântalo
Tecnécio*
Telúrio
Térbio
Titânio
Tório*
Túlio
Tungsténio
Unilénio
Unil-héxio*
Unilóctio
Unilpêntio*
Unilquádio*
Unilséptio*
Urânio*
Vanádio
Xénon
Zinco
Zircónio
Símbolo
Lu
Mg
Mn
Md
Hg
Mo
Nd
Ne
Np
Nb
Ni
No
Os
Au
O
Pd
Pt
Pu
Po
K
Pr
Ag
Pm
Pa
Ra
Rn
Re
Rh
Rb
Ru
Sm
Se
Si
Na
Tl
Ta
Tc
Te
Tb
Ti
Th
Tm
W
Une
Unh
Uno
Unp
Unq
Uns
U
V
Xe
Zn
Zr
Nº
Atómico
71
12
25
101
80
42
60
10
93
41
28
102
76
79
8
46
78
94
84
19
59
47
61
91
88
86
75
45
37
44
62
34
14
11
81
73
43
52
65
22
90
69
74
109
106
108
105
104
107
92
23
54
30
40
Peso
Atómico
174,967(1)
24,3050(6)
54,93805(1)
258,10
200,59(2)
95,94(1)
144,24(3)
20,1797(6)
237,0482
92,90638(2)
58,6934(2)
259,1009
190,23(3)
196,96654(3)
15,9994(3)
106,42(1)
195,08(3)
244,0642
208,9824
39,0983(1)
140,90765(3)
107,8682(2)
144,9127
231,03588(2)
226,0254
222,0176
186,207(1)
102,90550(3)
85,4678(3)
101,07(2)
150,36(3)
78,96(3)
28,0855(3)
22,989768(6)
204,3833(2)
180,9479(1)
97,9072
127,60(3)
158,92534(3)
47,88(3)
232,0381(1)
168,93421(3)
183,84(1)
263,118
262,114
261,11
262,12
238,0289(1)
50,9415(1)
131,29(2)
65,39(2)
91,224(2)
1Adaptado de (Commission on Atomic Weights and Isotopic Abundances, Inorganic Chemistry Division, IUPAC), Pure & Appl. Chem. , 64,
1519 -1534 (1992); Revista da Soc. Port. de Química, 51, 9 (1993).
2 Os asteriscos denotam os elementos que não têm nuclidos estáveis. Nesses casos o peso atómico tabelado é o do isótopo mais estável
exceptuando-se os casos dos elementos Th, Pa e U em que os valores reflectem a composição isotópica terrestre característica.
3 Os números entre parentesis são os intervalos de incerteza que afectam o último dígito do peso atómico.
2004/2005
88
Trabalhos práticos de Química Analítica
TABELA DE MASSAS MOLARES
AgBr
AgCl
AgI
AgNO3
AgSCN
Ag2C2O4
Ag2CrO4
Al2O3
Al2(SO4)3
As2O3
B2O3
BaCl2
BaCl2·2H2O
BaCO3
BaCrO4
Ba(IO3)2
BaO
Ba(OH)2
BaS
BaSO4
Bi2O3
CaCO3
CaC2O4
CaF2
CaO
Ca(OH)2
CaSO4
Ce(HSO4)4
Ce(NO3)4·2NH4NO3
Ce(SO4)2
Ce(SO4)2·(NH4)2SO4·,2H2O
CO2
Cr2O3
CuO
Cu(OH)2
CuSCN
CuSO4
Cu2O
Fe(NH4)2(SO4)2·6H2O
FeO
FeSO4
FeS2
Fe2O3
Fe3O4
HAsO2
HBr
HCOOH
HC2H3O2 (ácido acético)
HC7H5O2 (ácido benzóico)
HCl
HClO4
HF
2004/2005
187,772
143,321
234,773
169,873
165,952
303,756
331,730
101,961
342,154
197,841
69,620
208,24
244,263
197,336
253,321
487,132
153,33
171,342
169,39
233,39
465,959
100,087
128,098
78,075
56,077
74,09
136,142
528,401
548,222
332,242
632,53
44,010
151,990
79,545
97,561
121,62
159,610
143,091
392,143
71,846
151,90
119,97
159,692
231,539
107,928
80,912
46,026
60,052
122,123
36,461
100,458
20,006
(HOCH2)3CNH2 (TRIS)
HNO2
HNO3
H2C2O4
H2C2O4·2H2O
H2O
H2O2
H2S
H2SO3
H2SO4
H3PO4
H5IO6
HgCl2
Hg(NO3)2
HgO
Hg2Cl2
KBr
KBrO3
KCl
KClO3
KClO4
KCN
K2CrO4
K2Cr2O7
K3Fe(CN)6
K4Fe(CN)6
KHC8H4O4 (KHP)
KHC2O4
KHC2O4·H2C2O4
KH(IO3)2
KHSO4
KH2PO4
KSCN
KI
KIO3
KIO4
KMnO4
KNO3
KOH
K2HPO4
K2O
K2PtCl6
K2SO4
La(IO3)3
MgCO3
MgC2O4
Mg(C9H6ON)2·2H2O
MgNH4PO4
MgO
MgSO4
Mg2P2O7
MnO2
89
121,136
47,013
63,013
90,035
126,066
18,015
34,015
34,082
82,080
98,079
97,995
227,941
271,50
324,60
216,59
472,09
119,002
167,000
74,551
122,550
138,549
65,116
194,190
294,185
329,248
368,347
204,224
128,126
218,161
389,912
136,170
136,086
97,182
166,003
214,001
230,000
158,034
101,103
56,106
174,176
94,196
486,00
174,260
663,614
84,314
112,325
348,640
137,315
40,304
120,369
222,553
86,937
Mn2O3
Mn3O4
N2H4
N2H5Cl
NaBr
NaC2H3O2 (NaOAc)
NaCHO2
NaCl
NaCN
NaH2PO4
NaHCO3
NaNO2
NaNO3
NaOH
NaSCN
Na2B4O7·10H2O
Na2C2O4
Na2CO3
Na2H2EDTA·2H2O
Na2HPO4
Na2O
Na2O2
Na2S2O3·5H2O
Na2SO4
NH3
NH4Cl
NH4NO3
NH4VO3
(NH4)2C2O4·H2O
(NH4)2PtCl6
(NH4)2SO4
(NH4)2S2O8
(NH4)3PO4·12MoO3
Ni(C4H7O2N2)2
P2O5
PbCO3
PbCrO4
Pb(IO3)2
PbO
PbO2
PbSO4
SO2
SO3
Sb2S3
SiO2
SnCl2
SnO2
SrC2O4
U3O8
Zn2P2O7
157,874
228,812
32,045
68,506
102,894
82,034
68,007
58,442
49,008
119,977
84,007
68,995
84,995
39,997
81,074
381,372
133,999
105,989
372,240
141,959
61,979
77,978
248,186
142,043
17,030
53,491
80,043
116,978
142,112
443,88
132,141
228,204
1876,34
288,917
141,945
267,2
323,2
557,0
223,2
239,2
303,3
64,059
80,064
339,712
60,084
60,084
150,709
175,64
842,082
304,72
Trabalhos práticos de Química Analítica
DISTRIBUIÇÃO t DE STUDENT
nª GL
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
40
60
120
∞
2004/2005
50%
80%
(α=0,75)
1,000
0,816
0,765
0,741
0,727
0,718
0,711
0,706
0,703
0,700
0,697
0,695
0,694
0,692
0,691
0,690
0,689
0,688
0,688
0,687
0,686
0,686
0,685
0,685
0,684
0,684
0,684
0,683
0,683
0,683
0,681
0,679
0,677
0,674
(α=0,90)
3,078
1,886
1,638
1,533
1,476
1,440
1,415
1,397
1,383
1,372
1,363
1,356
1,350
1,345
1,341
1,337
1,333
1,330
1,328
1,325
1,323
1,321
1,319
1,318
1,316
1,315
1,314
1,313
1,311
1,310
1,303
1,296
1,289
1,282
Factor para o intervalo de confiança indicado
90%
95%
98%
(α=0,95)
6,314
2,920
2,353
2,132
2,015
1,943
1,895
1,860
1,833
1,812
1,796
1,782
1,771
1,761
1,753
1,746
1,740
1,734
1,729
1,725
1,721
1,717
1,714
1,711
1,708
1,706
1,703
1,701
1,699
1,697
1,684
1,671
1,658
1,645
(α=0,975)
12,706
4,303
3,182
2,776
2,571
2,447
2,365
2,306
2,262
2,228
2,201
2,179
2,160
2,145
2,131
2,120
2,110
2,101
2,093
2,086
2,080
2,074
2,069
2,064
2,060
2,056
2,052
2,048
2,045
2,042
2,021
2,000
1,980
1,960
90
(α=0,99)
31,821
6,965
4,541
3,747
3,365
3,143
2,998
2,896
2,821
2,764
2,718
2,681
2,650
2,624
2,602
2,583
2,567
2,552
2,539
2,528
2,518
2,508
2,500
2,492
2,485
2,479
2,473
2,467
2,462
2,457
2,423
2,390
2,358
2,326
99%
99,9%
(α=0,995)
63,657
9,925
5,841
4,604
4,032
3,707
3,499
3,355
3,250
3,169
3,106
3,055
3,012
2,977
2,947
2,921
2,898
2,878
2,861
2,845
2,831
2,819
2,807
2,797
2,787
2,779
2,771
2,763
2,756
2,750
2,704
2,660
2,617
2,576
(α=0,9995)
636,619
31,598
12,941
8,610
6,859
5,959
5,405
5,041
4,781
4,587
4,437
4,318
4,221
4,140
4,073
4,015
3,965
3,922
3,883
3,850
3,819
3,792
3,767
3,745
3,725
3,707
3,690
3,674
3,659
3,646
3,551
3,460
3,373
3,291
Trabalhos práticos de Química Analítica
VALORES CRÍTICOS PARA REJEIÇÃO DO QUOCIENTE Q(1)
Nível de confiança
Nº de observações
90%
95%
99%
(α = 0,10)
(α = 0,05)
(α = 0,01)
0,941
0,765
0,642
0,560
0,507
0,468
0,437
0,412
0,970
0,829
0,710
0,625
0,568
0,526
0,493
0,466
0,994
0,926
0,821
0,740
0,680
0,634
0,598
0,568
3
4
5
6
7
8
9
10
(1)
Reproduzido de Rorabacher, D.B., Anal. Chem., 63 (2), 139-146 (1991)
DISTRIBUIÇÃO F
(α=0.05)
GL
(sB)
2
3
4
5
6
7
GL (sA)
8
9
10
12
15
20
∞
2
19,00
19,16
19,25
19,30
19,33
19,35
19,37
19,38
19,40
19,41
19,43
19,45
19,50
3
9,55
9,28
9,12
9,01
8,94
8,89
8,84
8,81
8,78
8,74
8,70
8,66
8,53
4
6,94
6,59
6,39
6,26
6,16
6,09
6,04
6,00
5,96
5,91
5,86
5,80
5,63
5
5,79
5,41
5,19
5,05
4,95
4,88
4,82
4,77
4,74
4,68
4,62
4,56
4,36
6
5,14
4,76
4,53
4,39
4,28
4,21
4,14
4,10
4,06
4,00
3,94
3,87
3,67
7
4,74
4,35
4,12
3,97
3,87
3,79
3,72
3,68
3,64
3,57
3,51
3,44
3,23
8
4,46
4,07
3,84
3,69
3,58
3,50
3,44
3,39
3,34
3,28
3,22
3,15
2,93
9
4,26
3,86
3,63
3,48
3,37
3,29
3,23
3,18
3,13
3,07
3,01
2,94
2,71
10
4,10
3,71
3,48
3,32
3,22
3,14
3,07
3,02
2,98
2,91
2,84
2,77
2,54
11
3,98
3,59
3,36
3,20
3,09
3,01
2,95
2,90
2,85
2,79
2,72
2,65
2,40
12
3,88
3,49
3,26
3,10
3,00
2,91
2,85
2,80
2,75
2,69
2,62
2,54
2,30
13
3,50
3,41
3,18
3,02
2,92
2,83
2,77
2,71
2,67
2,60
2,53
2,46
2,21
14
3,74
3,34
3,11
2,96
2,85
2,76
2,70
2,64
2,60
2,53
2,46
2,39
2,13
15
3,68
3,29
3,06
2,90
2,79
2,71
2,64
2,59
2,54
2,48
2,40
2,33
2,06
16
3,63
3,24
3,01
2,85
2,74
2,66
2,59
2,54
2,49
2,42
2,35
2,28
2,01
17
3,59
3,20
2,96
2,81
2,70
2,61
2,55
2,49
2,45
2,38
2,31
2,23
1,96
18
3,55
3,16
2,93
2,77
2,66
2,58
2,51
2,46
2,41
2,34
2,27
2,19
1,92
19
3,52
3,13
2,90
2,74
2,63
2,54
2,48
2,42
2,38
2,31
2,23
2,16
1,88
20
3,49
3,10
2,87
2,71
2,60
2,51
2,45
2,39
2,35
2,28
2,20
2,12
1,84
∞
3,84
3,00
2,60
2,37
2,21
2,10
2,01
1,94
1,88
1,83
1,75
1,57
1,00
2004/2005
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