A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa José Emílio Paiva da Nóbrega - [email protected] Iluminação e Design de Interiores Instituto de Pós-graduação - IPOG Resumo Este artigo tem como principal objetivo abordar sobre o tema da Iluminação natural, no que se refere a sua importância para os Edifícios Comerciais e Corporativos. Numa fase inicial foram pesquisadas e analisadas diferentes premissas existentes para uma arquitetura sustentável, tendo em vista a qualidade e o conforto dos usuários ocupantes no edifício, na qual a luz natural desempenha um papel fundamental de estímulo e bem-estar. Para segunda fase, no âmbito de projeto, foi realizado um estudo de caso no Edifício comercial ‘Elali’, onde foram estudados alguns dos principais parâmetros de conforto térmico-ambiental e, em seguida analisar suas características físicas e construtivas para apresentação dos resultados obtidos em uma repaginação estética no partido arquitetônico original. Palavras-chave: Conforto; Luz Natural; Ambientes Corporativos. 1. Introdução O uso da Iluminação natural em edificações de uso comercial sejam estes do setor secundário ou terciário, e que reúnem uma determinada quantidade de ocupantes, tem sido desvalorizado a cada dia, de acordo com o aumento da demanda na utilização por lâmpadas incandescentes comum, fluorescentes e demais equipamentos eletrônicos. Na qual, sendo responsável pelo aumento progressivo no uso de aparelhos para condicionamento interno de ar total no ambiente; Em alguns casos, a ausência de aberturas bem dimensionadas em relação a área útil do recinto torna o ambiente inadequado ou mau iluminado, resultando em patologias posteriores, capazes de depreciar no estado de conservação da edificação, tais como, bolor no rodapé das paredes, presença do mofo e com ele a proliferação de bactérias, fragilidade do reboco e manutenção mais elevada para o reparo destes problemas apresentados. Os benefícios da iluminação natural com o meio ambiente são vários, por exemplo, atua no bemestar dos usuários com efeito estimulante em seu desempenho cotidiano das atividades existentes no trabalho, assim como na melhor reprodução das cores dos objetos e a assimilação de materiais naturais. A demanda de energia elétrica causada pelo resfriamento dos ambientes internos durante o dia somente poderá ser controlada através da adoção e o dimensionamento de elementos construtivos móveis ou fixos localizados estrategicamente na fachada externa do edifício, na qual cada componente deste ficará responsável por reduzir a incidência constante dos raios solares sobre a edificação para um intervalo das horas em situação crítica; Logo, será possível constatar a redução da temperatura que transpassa através das paredes em alvenaria. Para o melhor aproveitamento dos condicionantes naturais, dentre eles a iluminação natural, é necessário um estudo preliminar sobre todos os ambientes diretamente envolvidos para que seja possível definir quais são as possibilidades a serem exploradas em cada abertura existente ou se haverá a mescla unificada de um ou mais sistemas ao longo do edifício. Existem várias possibilidades para o controle da incidência da radiação solar sobre uma determinada fachada ou abertura em si, em primeiro momento deve-se avaliar a posição de implantação que o 1 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 edifício ocupa no terreno, o seu partido volumétrico, a sua relação com o entorno construído, as áreas verdes adjacentes, a direção dos ventos predominantes, a identificação das fachadas com aberturas em primeiro grau que necessitam do controle térmico e aquelas aberturas que necessitam indiretamente de proteção, por estarem em situação mais desfavorável, consideradas de segundo grau. “Para VITRUVIUS (apud BITTENCOURT, 2000, p. 16) a orientação adequada do edifício proporciona melhores condições de habitabilidade e boa implantação para a cidade. Mas, além disso, poderia ser utilizado como efeito plástico e até mesmo místico.” Diante disso, os mecanismos para controle térmicos podem ser verticais e horizontais, distanciados da fachada, eqüidistantes entre si, com ou sem inclinação e obedecendo a um numero determinado de barramento, podendo ser utilizados o uso de Venezianas, Placas cimentícias, Laminados metálicos, Lisos, Trapezoidais, Ondulados, Translúcidos, Transparentes, Policarbonatos, entre outros. É importante ressaltar que boa parte da iluminação natural incidente sobre o ambiente do edifício, gera ofuscamento excessivo aos usuários ocupantes e este fator deve ser levado em consideração antes da efetivação do sistema de controle térmico específico evidenciado anteriormente. Toda Luz natural pode ser trabalhada para o benefício do homem comum em atividade plena ou parcial existente, seja em estruturas comerciais de pequeno e a grande porte. Nem sempre podemos desfrutá-la totalmente, por duas razões essenciais de acordo com MARTIGNONI (1988, p. 177) afirmando que a Terra recebe luz durante algumas horas para cada trópico em períodos diferentes que fazem resultar em diferentes climas característicos nos continentes. A maioria dos trabalhos delicados é feita no interior dos edifícios, que nem sempre estão em condições de receber a iluminação natural adequada, capaz de minimizar o uso da luz artificial como complementar a luz solar. 2. Luz Natural: Conceito e aplicações A radiação eletromagnética que transpassa sobre a camada atmosférica e chega ao nosso ecossistema, é a principal das energias necessária aos seres vivos. Partículas imateriais - os fótons - são exemplos que demonstram a sua facilidade de atravessarem o espaço em velocidades incríveis e inacessíveis. Os fatores de comportamento destas radiações são a propagação de um movimento ondulatório, por um comprimento de onda que neste caso pode variar com valores quilométricos. Estas radiações formam a luz e nelas se passam uma grande parte para a percepção humana. “As radiações eletromagnéticas são aquelas construídas de campos elétricos e magnéticos oscilantes, e se propagam com uma velocidade constante no vácuo, passando do infravermelho, pela luz visível até o ultravioleta.” (BITTENCOURT, 2000, p. 09) O clima da luz e o Sol são em grande parte um tema relacionado com a visibilidade. Dos diferentes parâmetros relacionados aos índices lumínicos, ao grau de luminância e a quantidade de luz presente nos materiais. Para o olho humano, somos capazes de visualizar esta luz do Sol, entretanto uma parte, pois em sua maioria são considerados refletâncias no meio urbano. O conceito de visibilidade depende das relações entre a claridade presente no campo visual de cada cenário visualizado. Uma das consequências deste campo visual percebido pelos ocupantes em uma edificação é quando há uma grande quantidade de luz refletida, gerando ofuscamento direto, obrigando a visão humana a reduzir sua sensibilidade. Tal fato gera o 2 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 desconforto visual para a permanência no ambiente, sem as condições adequadas para realizar as tarefas pertinentes no local de trabalho, e isso é evidenciado na dispersão de cada individuo na tentativa de transmitir a sua insatisfação com o lugar. “A utilização inteligente do Sol nas edificações já data de milhares de anos. Alan GUGOT e Jean-Louis IZARD (1980) mostram que desde os habitantes trogloditas fizeram uso da energia solar, através das propriedades de inércia térmica” (BITTENCOURT, 2000, p.13). Essa deficiência de luz natural para o ambiente não é o único motivo capaz de afetar os usuários, outros fatores como Acessibilidade, Ausência de sistemas para monitoramento e segurança, de fatores especiais do local e a própria Antropometria/Ergonomia geram consequências que podem ser irredutíveis ao organismo. Neste último citado, as Lesões repetitivas, a Má postura da Coluna vertebral sobre o assento e a Inclinação acentuada de encosto e das pernas, são capazes de resultar a baixa produtividade ao longo do dia. Devemos sempre que iniciar quaisquer atividades no ambiente, observar certos condicionantes que propiciem a nossa boa acomodação necessária. Estes condicionantes podem ser a regulagem do mecanismo da Cadeira, o Nível de intensidade da luz artificial através do controle da dimerização, o número de lâmpadas a ser aceso, o controle de entrada da luz natural por meio de cortinas ou elementos físicos móveis, e do controle da ventilação ou climatização artificial. 3. Edifícios Saudáveis Segundo NATH (2011), Apesar de todo o conhecimento, o aproveitamento da luz natural foi deixado de lado por um longo período da história. A revolução Industrial e os novos métodos de trabalho trouxeram a expansão de novas fontes artificiais. Com o surgimento da lâmpada incandescente e, posteriormente, da lâmpada fluorescente, a iluminação natural ficou em segundo plano nos edifícios residenciais e comerciais. Só então após as duas grandes guerras mundiais e a crise do petróleo, em 1973 é que se teve inicio a adoção de algumas medidas de racionamento do consumo das energias não renováveis, que foram sendo potencializadas, bem como cresceu a preocupação mundial em relação aos recursos naturais renováveis. Um elevado potencial de economia de energia pode ser alcançado com a utilização da iluminação natural como fonte de luz para iluminar os ambientes internos. Além do potencial de economia, a iluminação natural possui outros benefícios insubstituíveis, tais como: - Melhoria no conforto com minimização de consumo energético; - Bem-estar dos indivíduos com aumento de produtividade; - Ótima reprodução das cores naturais. A luz natural proporciona ao ambiente uma variabilidade que depende do percurso do Sol, bem como uma qualidade visual mais agradável e apreciada comparado à iluminação artificial. A relação do usuário com um ambiente iluminado naturalmente é, sem dúvidas, mais estimulante e prazeroso que aquele iluminado artificialmente. Estudos já demonstraram que o ser humano e seu relógio biológico reagem favoravelmente aos estímulos naturais que recebem da luz do dia, proporcionando melhor adequabilidade as atividades diárias e boa sensação de bem estar. Para aproveitamento adequado da luz natural, é importante um estudo acertado no desenvolvimento do projeto arquitetônico para se evitar a incidência da luz solar direta sobre 3 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 os ambientes. Com isso, durante o período em que imperava os conceitos e estilos da Arquitetura Moderna, através de Le Corbusier, “[...] aparecem os „brises-soleils‟, ou quebrasóis, utilizados como elementos para barrar os raios solares sem impedir a visão e a ventilação, reduzindo o excesso de luminosidade natural, dos ambientes.” (BITTENCOURT, 2000, p. 18) Alguns exemplares podem ser vistos em vários edifícios deste período, por volta de 1950 a 1976 nas cidades do Rio de Janeiro, Recife e Natal, com edifícios descritos respectivamente em Ministério da Educação (Figura 01), Faculdade de Belas Artes e o Clube desportivo da AABB (Figura 02). “Outro exemplo de arquitetura modernista em Natal é o prédio onde funciona o Banco do Nordeste. [...] As fachadas estão compostas por paredes de concreto aparente e quebra-sóis verticais de alumínio.” (LIMA, 2002, p.99) Figura 1Detalhe para fachada ventilada, no Edifício sede do Ministério da Educação e Saúde, durante 1935-1943, Rio de Janeiro-RJ Figura 2 Filial da Associação Atlética do Banco do Brasil, em Natal-RN FONTE: TUDOTEMOS.COM/2012 FONTE: BRUAND, 2008, p. 88 Os princípios a serem observados no projeto de arquitetura devem passar por simulações de insolação, que irão prever o comportamento virtual da passagem do sol nas aberturas em diferentes horas do dia e do ano. Caso alguma insolação excessiva seja identificada, podemos então dimensionar e aplicar o uso de brises, pérgolas e até beirais prolongados para o devido sombreamento das aberturas ou ainda pode ser especificado tipos de vidros especiais para evitar a iluminação e calor excessivos para o interior do ambiente construído. (CORBELLA, 2003, p.37) A correta seleção dos vidros é algo extremamente importante para o conforto térmico e lumínico de um ambiente, através de sua especificação pode-se planejar o grau de reflexão, os ganhos térmicos, ou seja, a quantidade de luz e calor que entram e saem pelas aberturas. Os vidros baixo-emissivos são aqueles que não deixam o calor passam para dentro ou para fora e podem ser tão eficientes termicamente como uma parede de alvenaria, apesar de deixar passar a iluminação natural, que é necessária. Porém, no Brasil, onde o clima é quente, os vidros baixo-emissivos podem ter efeito-estufa, pois não deixarão o calor sair de dentro dos espaços. Os vidros de controle solar são aqueles capazes de refletir boa parte da energia solar, evitando ganhos térmicos pelos raios solares, porém podem ter a capacidade de ganhar ou perder calor por transmissão. (NATH, 2011) 4 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 A radiação solar penetrante em algumas esquadrias (de correr, basculantes, venezianas) pode expandir ainda mais sua dissipação no interior do ambiente, entretanto, barram pela metade a entrada dos ventos como ocorre nos tipos de correr, ou que deixam fluir livremente nas esquadrias de veneziana. Nesta, os raios solares são refletidos com maior eficiência devido o ângulo de incidência ser igualmente rebatido com o ângulo de reflexão, por meio da extremidade externa do elemento. Seu objetivo é reduzir a carga de resfriamento, bem como alterar os níveis de ventilação. A melhor maneira para utilizar o sombreamento nos edifícios é avaliar quais aspectos visuais externos deverão ser preservados, de modo a não ficarem obstruídos com a adoção dos elementos de controle. Dentre estes elementos de controle, podemos classificar em três, conforme são elucidados na tabela a seguir: Passivo I Elementos do paisagismo Pórticos pergolados, marquises, varandas e colunatas Elementos estruturais de fechamento (Vigas, pilares, painéis) Edifícios independentes vizinhos Fonte: LITTLEFIELD, 2011, p. 551 Passivo II Estantes de luz Elementos vazados (cobogós) Ativo Toldos e persianas manuais Venezianas Máscaras (grades, muxarabis, painéis metálicos) Marquises independentes Beirais prolongados Vidros especiais Tabela 1 – Tipos de Elementos para Sombreamento em Edifícios Segundo BITTENCOURT (2000), Os elementos de proteção solar também podem ser classificados quanto os seus mecanismos de funcionamento e fixação, em Verticais fixos, horizontais, Mistos, Móveis, Pérgulas, Toldos, Venezianas e Cobogós. a) Horizontais fixos: São os mais eficientes nas fachadas em que a incidência do sol se afasta perpendicularmente, ao Norte, Sul, Sudeste, Nordeste e Sudoeste; b) Verticais fixos: São mais eficientes nas horas do dia em que o sol está mais alto; c) Mistos: São combinações entre os verticais e horizontais, a fim de mostrarem eficiência nas fachadas Norte/Sul; d) Móveis: São mais eficientes uma vez que podem ser ajustados em função da variação dos raios solares; e) Pérgulas: Os pergolados podem ser usados como eficientes protetores, em locais onde haja a necessidade de circulação de ar. [...] as pérgulas podem ser projetadas de forma a permitir a insolação exclusivamente nos locais ajardinados, com o excesso de luminosidade filtrado, dotados de aeração específica; f) Cobogós: Possuem o seu uso mais frequente nas construções de climas ensolarados, como o do Nordeste do Brasil, sendo considerados protetores mistos em escala reduzida de dimensões pré-moldadas, funcionando como excelentes filtrados de luz solar e controlando a velocidade dos ventos; g) Venezianas: São utilizados como pequenos protetores horizontais, móveis ou não, sendo dimensionados para permitir o máximo de ventilação e iluminação indireta, podendo ser aberturas separadas ou integrantes de esquadrias mistas; 5 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 h) Toldos: Elementos confeccionados com lona e perfis metálicos podem ser fixos ou móveis, funcionando basicamente como protetores horizontais. 3.1 Formas edificadas BACON (apud CHING, 2005, p.33) define que a forma de um volume arquitetônico é o ponto de contato entre massa e espaço [...] texturas, materiais, modulação da luz e sombra, cor, tudo se combina para injetar uma qualidade plástica que irá se articular posteriormente ao espaço. A qualidade da Arquitetura será determinada pela relação desses elementos e pelos espaços ao seu redor. Dado o conjunto do edifício e a sua proporção, podemos tomar como uma regra genérica para conceber o partido do edifício, as fachadas que desprendem a mínima quantidade de calor para o meio urbano externo e que ao mesmo tempo sejam capazes de absorver a mínima quantidade de calor no verão, permitindo a troca de ar interna. Muitos defendem a ideia de que os edifícios de planta baixa quadrada são os que possuem as melhores características para preservar o calor no inverno e a ventilação no verão. Para SIERRA (2004), a razão que pode explicar esse fato, na qual embora tal convicção é de que os edifícios quadrados abrigam o maior volume com o menor perímetro de exposição. Este princípio pode ser válido para habitações e edificações antigas, nas quais devido seu reduzido tamanho das janelas, o efeito da radiação é desprezado. Em função do seu posicionamento, e tamanho, deflete os ventos tanto reduzindo como aumentando a sua velocidade. Edifícios altos circundados por espaços livres ou água produzem um regime de ventos totalmente diferente caso a cidade fosse composta por muitos edifícios menores, possibilitando a existência de diferentes microclimas dentro de uma mesma cidade. (HOFMANN, 2003, p. 34) O mesmo fenômeno fica observado nas edificações retangulares de único eixo, onde existem uma distribuição maior da superfície de reflexão do calor no inverno e a reflexão do calor no verão. Entretanto, neste edifício é necessária a localização de aberturas maiores transversalmente ao seu eixo principal no pavimento térreo, nas extremidades deve-se dispor de aberturas menores com a função principal de saída do ar quente gerado. O objetivo destas aberturas menores no comprimento maior do edifício é explicado pelo cruzamento dos ventos dominantes em seu interior, com isso irá ser renovado constantemente. 3.2 O Meio Ambiente Urbano A cidade como meio ambiente urbano é um tema bastante recente. O entendimento dos possíveis impactos ambientais causados por um ambiente de escritório permeia o próprio conceito de cidades. O somatório dos efeitos individuais compõe os impactos globais pertinentes a uma cidade. Historicamente, o planejamento urbano contemplava aspectos relativos à funcionalidade da cidade, como rede de abastecimento de água, de energia, vias de acesso e preocupações estéticas, como disposição de edificações, parques e praças. Subjacente a esta atitude está a crença da cidade como uma entidade separada da natureza e como fonte ilimitada de recursos, o que dominou a maneira como as cidades são percebidas e construídas. Tal percepção é responsável por muitos dos problemas ambientais vivenciados pelas cidades modernas como: poluição das águas e do ar, recursos dilapidados, enchentes mais frequentes, demanda 6 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 crescente de energia, disposição inadequada ou insuficiente dos resíduos sólidos, entre outros. (HOFMANN, 2003, p.25) O clima de uma cidade é um exemplo do grau de interações entre diferentes fatores. Os tipos de atividades, os tipos de edificações, os materiais utilizados, são responsáveis pelo desenvolvimento de diferentes microclimas e graus de poluição de um local para outro dentro da mesma cidade. Automóveis, indústrias e usinas poluem e aquecem o ar. Áreas densamente edificadas bloqueiam o vento, impedindo a disperção da poeira e do calor. Concreto e pavimentação absorvem o calor, estocando-o durante o dia e liberando-o à noite. A vegetação urbana também exerce seu papel na qualidade do meio ambiente urbano. As árvores de rua reduzem a absorção de calor pelos pavimentos, a propagação do ruído, o nível de poeira do ar. Praças e jardins permitem a drenagem de água para o solo e reduzem a reflexão do calor incidente. A vegetação urbana, contudo, convive com grandes pressões biológicas, físicas e químicas: muita ou pouca água; temperaturas muito elevadas ou muito baixas; atmosfera, água e solo contaminados; pragas e doenças. Adicionalmente, as árvores de rua sofrem uma vida marginal, com raízes presas entre as fundações de edificações, entre canalizações de linhas de telefone, tubulações de energia, de gás, de águas envoltas num solo compacto e infértil. (HOFMANN, 2003, p.26) 4. O Ambiente Corporativo O conceito para ambientes corporativos podendo ser aplicado ao comercial teve grande parte de seus princípios modificados desde ao estilo de „layoutização‟ identificado pela necessidade imposta pelo cliente, pelas novas ferramentas de uso eletrônicos cada vez menores e versáteis, até a flexibilidade em adequar um número de usuários com o decorrer dos dias quando antes existia 16 funcionários e após um determinado período, este número passou a ter 30 funcionários. Se por um lado as relações mudaram e o trabalho não é mais medido pelo tempo, nem pela presença e, sim, pelo desempenho, por outro as novas tecnologias, a mobilidade e a pressão por resultados mantêm as pessoas por períodos maiores trabalhando, aumentando os riscos de ocorrência de doenças ocupacionais. [...] Com a chegada dos monitores reduzidos e planos, mobiliários em formato de L passou a dar lugar ao mesão, que teoricamente, deveria promover maior interação das equipes, racionalizando os espaços. (ANDRADE, 2010, p.80) A característica de mudança deve começar a ser impressa desde o momento da concepção do edifício, onde as estruturas sejam resistentes o suficiente sem que haja interferência de grandes elementos de sustentação e seu sistema de fechamento permita a perfeita interação com o meio ambiente. Esperamos que o ambiente corporativo seja multidisciplinado e alternativo, adepto aos conceitos da sustentabilidade ambiental, cuja característica é a eficiência energética, a minimização dos impactos gerados e a capacidade de reuso dos sistemas nele aplicados. Tais como, o aproveitamento da Energia solar, das Águas pluviais e de Reúso sanitárias, da Automação predial e de segurança dos ocupantes, tornando um edifício inteligente a centralidade urbana. Para HOFMANN (2003, p.33), O ambiente do escritório, [...], caracteriza-se por aqueles ambientes confinados a um edifício ou grupo de edifícios, no qual se exerçam atividades de 7 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 cunho intelectual. O relacionamento de um edifício, suas áreas verdes circundantes e áreas de acesso, com o meio ambiente urbano devem ser considerados na sua íntegra, uma vez que é o somatório de todas estas interferências que, somadas às demais edificações, definiram o padrão de consumo de recursos, maior ou menor necessidade de energia, volume de água requerido, grau de qualidade do ar, temperatura, conforto dos espaços públicos, entre outros. Podemos considerar os edifícios como sendo mini-ecossistemas, onde entram água e energia e saem esgotos e resíduos. O edifício interage não apenas com a infraestrutura urbana, através da rede de abastecimento de água, rede de esgotos, energia, coleta de lixo como também com o ar, a terra e a água circundante. O tamanho, a forma e a orientação do edifício influenciam a quantidade de energia requerida, o conforto e a qualidade do ar dos espaços a sua volta. O edifício absorve calor e luz do sol e a reemite e reflete, contribuindo para o aquecimento circundante. A vegetação do entorno, seja na forma de jardins ou árvores, contribui para a redução desta irradiação. Já a pavimentação existente absorve energia refletindo para o edifício e para o meio. A pavimentação das áreas livres também contribui para um maior escoamento superficial das águas pluviais reduzindo a infiltração no solo e consequente recarga das águas subterrâneas, além de aumentar a probabilidade de enchentes. 4.1 Aspectos construtivos A demanda de energia interna, para refrigeração ou aquecimento é função da temperatura externa e grau de troca entre os ambientes. Uma das formas para se aperfeiçoar este recurso é considerando no projeto, aspectos relativos à orientação no terreno do edifício, forma e materiais utilizados. Estudos realizados por OLGYAY (apud HOFMANN, 2003, p.35) em relação aos efeitos da temperatura ambiente com a radiação solar incidente sobre uma fachada totalmente revestida, que uma das formas mais adequadas neste caso é aquela onde o edifício apresenta estrutura alongada sobre o seu eixo leste-oeste, pois diferentes lados recebem impactos térmicos diferentes. As conclusões obtidas são válidas, independente das características especifíca da região em que irá situar. Logo, a incidência total dessa energia absorvida é o somatório entre a radiação recebida na cobertura e pelas laterais. Outro fator que influi na incidência de energia é a altitude local. A intensidade de radiação recebida na superfície da terra aumenta com a altitude, pois a atmosfera mais rarefeita absorve menos energia. O efeito térmico da superfície passa a ser função de uma combinação de impactos de radiação e convecção. A componente de radiação considera a radiação solar incidente, e o intercambio da energia radiante entre a superfície, seus arredores e a abobada celeste. O impacto do calor por convecção depende da temperatura do ar que rodeia a superfície e pode aumentar por causa do movimento do ar. A absorção do calor considera os materiais utilizados no projeto final do edifício. O uso de materiais que refletem a radiação permite manter as temperaturas mais baixas no interior. A energia solar que atinge os edifícios já se encontra reduzida devido à atmosfera, chegando sob várias formas de radiação visível e radiação infravermelha de onda curta. Assim, os critérios de reflexibilidade estão relacionados a componente de cores, em um extremo o branco que reflete 90% ou mais e no outro o preto que reflete 15% ou menos da radiação recebida. 8 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 Por outro lado, o intercambio térmico com o meio ocorre através de ondas longas de infravermelho, que são refletidas independentes da cor, como função da densidade da superfície de sua composição molecular. A seleção e uso dos materiais devem considerar a ação da radiação solar e térmica segundo as várias condições climáticas. Nas regiões mais frias convém utilizar materiais com baixa reflexibilidade de modo que aumente a absorção. Nas zonas quentes, além das condições de reflexibilidade, devem ser considerados os aspectos de emissividade dos materiais para proporcionar melhores condições de temperatura interna. 4.2 Edifícios Inteligentes x Lay-out Operacional Inicialmente chamado de Edifício esperto (Smart Building) na década de 70, posteriormente denominado Edifício Tecnologicamente avançado (High Tech Building), na década de 80, e finalmente se consolidando como Edifício inteligente na década de 90. Em 1986 com a criação da Intelligent Building Institute, nos Estados Unidos, o conceito de Edifício inteligente passou a ser amplamente difundido como sendo aquele que oferece um ambiente produtivo e que é economicamente racional, através da otimização dos seus quatro elementos básicos- estrutura, sistemas, serviços e gestão - e das inter-relações entre eles. Os edifícios inteligentes ajudam seus proprietários, gestores e ocupantes a atingir seus objetivos sob as perspectivas do custo, conforto, adequação, segurança, flexibilidade ao longo prazo e valor comercial imobiliário. (HOFMANN, 2003, p.40) Assim sendo, uma nova abordagem veio sendo criada para definição dos espaços que nem sempre requeriam mobiliário excessivo para atender a identidade da empresa. Hoje estes espaços devem ser norteados pela sua capacidade de mudança e que tenham seus sistemas flexíveis para se fizer modificar. É fácil sistematizar um fluxo operacional no layout do escritório corporativo, entretanto é preciso relacionar os diferentes itens obrigatórios para que a função seja um aliado do usuário, durante as atividades de trabalho. Espaços de convívio Circulação ampla e iluminada Luz natural Ergonomia Pequenos espaços de uso individual FONTE: ANDRADE, 2010, p.80 Arquivos Apoio com impressora Controle de temperatura e qualidade do ar Salas de reunião adequadas ao uso da empresa Apoio com Recepção Tabela 2 – O que não pode faltar em ambientes comerciais A aplicação desses conceitos e itens faz com que o edifício ganhe dinamismo em seu fluxo de produção, flexibilidade na movimentação interna do espaço, limpeza visual para preservação da imagem da empresa e segurança dos usuários. 5. Estudo de Caso: Edifício Elali Ao longo de sua história, o Edifício Elali preservou boa parte de sua estrutura convencional de concreto armado e alvenaria de fechamentos laterais, Uso do vidro em caixilhos de 9 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 alumínio anodizado para fachada lateral direita (337º NE) e poucas aberturas na face lateral esquerda, confrontando com o lote vizinho e os seus lados extremos (face posterior e frontal). Sabe-se que a edificação foi construída por volta do ano 1993, pela Construtora G5 e projetada pelo então Arquiteto Sami Elali. Figura 3 Planta de Implantação atual do Edifício sobre o lote FONTE: AUTOR/2012 5.1 Localização e Layout interno O Edifício está situado em uma importante região da cidade, delimitado por duas importantes avenidas que fazem a interligação ao restante da cidade. Ao Norte, confronta-se com a Avenida Senador Salgado Filho (BR-101), esquina com a Avenida Nascimento de Castro. Seu partido construtivo favorece para sua marcação de território, a fim de atrair olhares entre motoristas e pedestres que passam diariamente no local. A sua topografia elevada favoreceu de tal maneira que o edifício ganhou uma espécie de plataforma natural junto ao entorno urbano edificado. Com apenas dois setores intimamente ligados, uma destinada ao hall de entrada com identificação para entrada e saída, e a outra compreendida pelo espaço de transição que antecede cada sala comercial por pavimento, no patamar da escada. Na mesma circulação da escada, encontram-se os acessos para manutenção dos equipamentos prediais para as instalações hidráulicas, elétricas e de prevenção a Incêndio (risco B) por meio de pequenas aberturas que permitem alcançar o interior dos „shafts‟ de passagem. Em cada espaço destinado as salas comerciais ficaram padronizadas com a locação dos banheiros, dos equipamentos móveis de segurança, a paginação dos pontos elétricos e de lógica. Foram previstos também a colocação de escadas tipo „helicoidal‟ apenas para o nível térreo, uma vez que há uma área de mezanino auxiliar que viabiliza o seu tamanho reduzido em relação as unidades do terceiro e quarto pavimentos. 10 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa Figura 4 Detalhe da luz natural penetrando entre a escada, proveniente da entrada principal janeiro/2013 Figura 5 Vista interna para a Sala 06, no piso térreo FONTE: AUTOR/2012 FONTE: AUTOR/2012 5.2 Dados Construtivos do Edifício O projeto construtivo (Vide Figura 08) baseou-se em elementos convencionais de Estrutura em Concreto Armado e fechamentos laterais por alvenaria de blocos cerâmicos, complementado por uma face lateral inteira em esquadria de alumínio anodizado e vidro incolor 04mm. Sua construção foi erguida sobre um terreno de configuração retangular e com declive para Norte medindo 1,72m na sua altimetria total, garantindo uma estrutura capaz de abrigar dez salas para locação comercial, sendo seis localizadas a nível térreo com anexo de mezanino, com 04 pavimentos e cobertura, com acesso por escada central. Em sua concepção, o edifício possui traços do estilo modernista e marca sua identidade própria com a adoção da simetria bilateral e composição linear de planta baixa, a partir de um alinhamento retílineo sem quebras ou interseções. Para a cobertura, foi utilizado fechamento por telhas onduladas em fibrocimento e a locação do reservatório d´agua superior, que moldado em Alvenaria comum foi executado sobre a estrutura central acima da escada, reforçando a composição estética. Figura 6 Vista lateral para a fachada Nordeste (337º) a partir da Av. Nascimento de Castro Figura 7 Detalhe para o conjunto de Esquadrias de alumínio e Vidro 04mm FONTE: AUTOR/2012 FONTE: AUTOR/2012 11 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 Com relação aos parâmetros de Conforto observados, o arquiteto demonstrou boa sensibilidade de adequação por meio de algumas estratégias de projeto, por exemplo, o posicionamento do edifício distando 06 metros de recuo frontal com a inserção de área permeável suficiente para atender em pouco mais de 20% o percentual previsto em código de obras municipal. Tal ajuste garantiu maior atração da ventilação natural em direção a fachada Nordeste, onde ficaram posicionadas as esquadrias envidraçadas com abertura tipo „max-ar‟ de peitoril dimensionado a 1,20m. A trajetória que o Sol percorre, mostra que para esta fachada específica a radiação incide com maior frequencia durante todo o dia (Verão e Inverno). Sua proteção térmica foi prevista inicialmente com a aplicação de Vidros insulados e película reflexiva (prata), reduzindo a transmissão de calor radiante ao interior do ambiente. Entretanto, não foi previsto a execução de tal controle térmico, contribuindo assim para o aumento de calor e uso contínuo de sistemas para condicionamento individual do ar condicionado. Figura 8 Visualização em planta baixa do nível térreo FONTE: Autor/2012 5.3 Intervenções Projetuais O controle solar das aberturas em uma edificação significa reduzir os efeitos diretos proporcionados pela radiação externa do Sol, pois a mesma irá gerar consequências no desempenho produtivo dos usuários e trabalhadores. O ofuscamento e a reflexão na tela do monitor são exemplos clássicos dessa incidência, gerando desconforto para os olhos. No estudo do Edifício comercial „Elali‟ foi assinalado a importância de se ter um bom controle fixo por meio do sistema convencional de brises horizontais reto e venezianas 45° de inclinação, engastados sobre perfis metálicos diretamente na alvenaria e distanciados a 17cm da mesma, cada placa equidistante entre si em 20cm no eixo de rotação. Dessa forma, as placas que foram posicionadas em um ponto fixo na fachada irão desempenhar a sua função de proteção contra a incidência de radiação solar direta, que por sua vez, de acordo com os condicionantes climáticos é iniciado a partir das 06h00 as 09h30 (intervalo de menor inclinação do Sol na abóbada celeste). Uma vez desviada essa radiação, ocorrerá menor 12 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 absorção do calor ao interior do edifício para a formação de manchas no piso que geram ofuscamento refletido nos olhos de cada usuário. A partir do horário citado anteriormente (09h30) é possivel perceber o posicionamento do Sol mais elevado, equivalente ao ângulo de 55° graus aproximadamente, atingindo a posição vertical às 12h00 (meio-dia) e decrescendo para Sudoeste até sua posição de pôr-do-sol (17h45). Figura 9 Seção transversal apresentando a simulação de raios solares no interior do edifício. FONTE: Autor/2012 Figura 11 Carta Solar e Máscara de Sombra exemplificada para o Solstício de Verão FONTE: AUTOR/2012 Figura 10 Fachada Noroeste do edifício com a inserção dos elementos de proteção solar. FONTE: Autor/2012 Figura 12 Detalhe ampliado do sistema de brises horizontais fixos sobre a fachada NE 337º FONTE: AUTOR/2012 Observando o comportamento da máscara de sombra para a fachada de maior incidência da radiação solar, conforme visto anteriormente (Vide Figura 09), podemos identificar uma 13 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 redução para o percurso do sol (06h00 as 07h40 min) aproximadamente, não adentrando no ambiente como ocorria anteriormente sem a simulação do sistema de proteção. É possível observar também o conjunto dos brises retílineos posicionados próximo a platibanda de alvenaria (Figura 12) favorecendo o bloqueio dos raios solares a partir das 10h00 do dia em que o Sol encontra-se mais elevado. Figura 13 Esquema de funcionamento em corte, para as prateleiras de luz que emitem reflexão da radiação solar em ambientes com profundidades acima de 05 metros com zonas de má distribuição luminosa. FONTE: AUTOR/2012 Ainda que a implantação de um sistema para o bloqueio parcial da radiação seja eficiente em alguns casos, para outros esta alternativa muda um pouco o foco quando deparamos com seis ambientes no piso térreo em que observa-se pouca luminância a medida que se afasta da abertura principal. A eficiência proporcionada pelo sistema complementar da prateleira de luz é o de prolongar a radiação incidida sobre uma placa retílinea, em alumínio ou aço pintado na cor branca ou metálizado, em direção as áreas mais afastadas e em situação de penumbra, ou seja, com baixa luminância. Figura 14 Exemplos de uso para Prateleiras de luz aplicadas em uma Biblioteca pública Figura 15 Detalhe em corte, ampliado para o dimensionamento mínimo da placa de luz reflexiva FONTE: AUTOR/2012 FONTE: BIOCLIMÁTICA, 2009 14 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 Vale ressaltar ainda que, todo projeto de iluminação natural por mais simplificado ele se caracterize, é importante haver a boa sintonia entre os equipamentos elétricos. Para isso é necessário que se projetem circuitos independentes e que permitam a colocação de sensores para presença em pontos estratégicos, podendo ser acionados automaticamente apenas em locais onde há usuários trabalhando. O dimensionamento para a placa reflexiva de uma prateleira de luz natural deverá atender ao comprimento mínimo estabelecido de 70cm, sendo 60% desse valor para o lado externo e 40% para o lado interno, válido como regra genérica para aplicação em uma determinada situação. Mas, é preciso atenção com a indicação do material e sua configuração de modo a não causar ofuscamento aos usuários. 6. Conclusão Com base neste estudo apresentado sobre a importância do uso da luz natural para ambientes comerciais e corporativos, tendo em vista o compromisso para obtenção de um conhecimento mais aprofundado e específico sobre o assunto, relativo às técnicas construtivas que possibilitam o bom controle térmico e dos condicionantes naturais incidentes na edificação. Uma das vantagens dessa intervenção é o ganho estético impresso na fachada externa através de alternativas e estratégias simples que funcionam sem grandes complicações, não necessitando a preocupação de regulagem ao longo do dia. Essa presença dos efeitos da luz natural no espaço de trabalho atua como um fator positivo ao desempenho das tarefas cotidianas de seus ocupantes em um ambiente. Além disso, não basta apenas controlar a entrada de iluminação natural, é preciso perceber a situação em que este usuário encontra-se diante do mobiliário, por exemplo, da cadeira e dos itens sobre a mesa ou da ambiência generalizada entorno da sua estação de trabalho; Ambientes exageradamente carregados geram desconforto psicológico e funcionam como barreiras para a uniformização da claridade externa. A partir daí, foi interessante buscar um edifício inserido na cidade com características de má conservação e adequação no lote urbano, na qual foi iniciado um estudo de caso direto, em que foram feitas o plano geral para levantamento arquitetônico do edifício selecionado, a captação de dados institucionais e observações gerais que descrevem o pós-ocupação de cada locatário. Cada informação foi transferida para uma tabela de dados, na qual os critérios de catalogação eram baseados em pontos positivos (em condições de preservação) e pontos negativos (para definição do foco de atuação). Ao final do estudo, os resultados foram ilustrados com base na medição e leitura dos dados obtidos pelo instrumento da Carta Solar que simula a trajetória diária do Sol na abóbada celeste, podendo ser visualizado na sequência de anexos publicado neste artigo. Referências ANDRADE, Cláudia. Ambientes corporativos. Revista Au. Editora Pini, nº 195, p. 80, Junho 2010; BIOCLIMÁTICA. Prateleiras de Luz.. 2009. Acesso em 16 de Abril de 2012. Disponível em < http://bioclimaticarquitetura.blogspot.com.br/2009/11/repisas-reflectantes-prateleiras-de-luz.html>; BRUAND, Yves. Arquitetura Contemporânea do Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2008; 15 A Luz Natural na Arquitetura Comercial e Corporativa janeiro/2013 CORBELLA, Oscar. Em busca de uma arquitetura sustentável para os trópicos – conforto ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003; CHING, Francis D.K. Arquitetura, forma, espaço e ordem. São Paulo: Martins Fontes, 2005; HOFMANN, Silvana Carvalho. O meio ambiente e o escritório. 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