Cinquenta anos do Programa Nacional de Vacinação em Portugal

CICLO DE EXPOSIÇÕES
Temas de Saúde, Farmácia e Sociedade
50 ANOS DO PROGRAMA NACIONAL
DE VACINAÇÃO EM PORTUGAL (1965-2015)
Dezembro de 2015 — Março de 2016
Até final do século XVIII os medicamentos que existiam eram medicamentos curativos. A terapêutica
medicamentosa era vocacionada para a cura. Em 1798, Edward Jenner descobriu um medicamento que
não tinha por objetivo curar, mas sim prevenir — foi a vacina contra a varíola. Abriu-se uma nova etapa
na história dos medicamentos e na salvação de muitas pessoas que estariam condenadas à morte por
doença. Depois da descoberta de Jenner a terapêutica medicamentosa ficou a ser também preventiva.
As vacinas são substâncias como, por exemplo, proteínas, toxóides (toxinas inativadas), bactérias ou
vírus (partes, inteiros, atenuados ou mortos), que ao serem introduzidos no organismo do homem, ou de
outro animal, proporcionam uma reação do organismo semelhante à que existiria no caso de uma
infeção real provocada por uma agente infecioso. Assim, começam a ser produzidos anticorpos contra
esse agente infecioso ficando o organismo resistente à doença que esse microorganismo provoca. As
vacinas constituem um meio eficaz e seguro para prevenir determinadas doenças. Se a imunidade não é
total, o organismo consegue melhor resistência se estiver vacinado. Em geral é necessário ser vacinado
periodicamente contra determinadas doenças ou então receber doses de reforço ao longo da vida para
se manter a imunidade. O que está em causa é a proteção individual eficaz e também a proteção da
comunidade.
Há campanhas de vacinação a nível global e programas locais nos diferentes países. Em 1965, entrou
em vigor em Portugal o Programa Nacional de Vacinação – PNV.
Esta exposição pretende mostrar de uma forma sintética e pedagógica, a história da descoberta das
vacinas, a importância do Programa de Vacinação em Portugal e dar a conhecer vários aspectos das
vacinas nele incluídas em 2015.
Esperamos que a exposição seja do vosso agrado.
A primeira vacina (1796)
Até ao final do século XVIII não havia um método eficaz de prevenir doenças de
fácil contágio. A 1ª vacina foi concebida pelo médico britânico Edward Jenner
(1749-1823) em 1796.
A varíola era na época um grave problema de saúde pública. As epidemias de
varíola dizimavam as populações e ao longo da história ficaram conhecidas
várias epidemias em diferentes continentes e em diferentes períodos da história.
Tudo parece indicar que houve varíola no Império Romano, na China antiga e
no continente Americano após a chegada de Cristóvão Colombo. Na Europa
ficaram conhecidas muitas epidemias e surtos de varíola com grande impacto
na diminuição da população.
No século XVIII, na Europa, foi difundida uma prática, designação de
“variolação” que consistia em inocular com pús das pústulas de portadores de
varíola indivíduos sãos com o objectivo de os proteger da doença. A inoculação
por esta via causava menor mortalidade do que a transmitida por contágio e
prevenia contra epidemias de varíola. No final do século XVIII, depois de vários
anos de observação, o médico Edward Jenner verificou que quando havia
surtos de varíola havia um estrato profissional que, sistematicamente, não
ficava doente — eram os que ordenhavam as vacas — as leiteiras e os leiteiros.
Verificou que em contrapartida essas pessoas haviam sido portadoras de uma
doença que não era grave como a varíola — a varíola das vacas. Jenner
equaciona a hipótese de ser pelo facto de terem sido portadores de varíola das
vacas que aquelas pessoas não ficavam contaminadas com a varíola humana.
A varíola das vacas era designada por cowpox. Propositadamente Jenner
pensou em começar a contaminar com varíola das vacas algumas pessoas para
confirmar os seus resultados.
Foi no dia 14 de Maio de 1796 que Jenner fez a primeira experiência numa
criança de 8 anos — James Phipps. Depois realizou noutras pessoas a mesma
experiência e igualmente com êxito. Estava descoberta a primeira vacina.
Edward Jenner (1749-1823)
Edward Jenner a vacinar o menino James Phipps
Os resultados benéficos da primeira vacinação
Depois de ter concluído que estava perante uma descoberta com enormes
benefícios para a humanidade, Jenner publicou em 1798 os resultados da sua
investigação e das conclusões a que havia chegado. Ainda sem conhecer
imunologia e sem haver conhecimento de vírus e de bactérias, Jenner propôs
uma vacina.
Publicou os resultados no estudo An inquiry into the causes and effects of the
Variolae Vaccinae, a disease discovered in some of the western counties of
England, particularly Gloucestershire, and known by the name of the cow-pox
(1798).
A descoberta da vacina contra a varíola não teve demasiada polémica quando
comparada com outras descobertas científicas. Contudo, foram difundidas
algumas caricaturas e divulgados alguns escritos que contestavam os
resultados de Jenner. Mas os resultados finais eram evidentes e facilmente
compreensíveis pelos cientistas e pela população em geral. Toda a população
beneficiava. A população europeia aumentou, em parte, graças à vacinação
antivariólica que teve grande expansão. No início do século XIX, houve
campanhas muito ponderosas para a difusão da vacinação e fundaram-se
instituições para a difusão da vacinação.
Obra pioneira de Edward Jenner (1798)
O termo vacina provém de vaccinae, que significa proveniente da vaca. Como a
sua origem é, justamente, na vaca o termo passou a ser difundido.
Ilustração da obra de Edward Jenner
A receção da vacina contra a varíola em Portugal no séc. XIX
Em 1801, Manuel Joaquim Henriques de Paiva (1752-1829) publicou a obra
“Preservativo das Bexigas e dos Terriveis estragos ou Historia da Origem e
Descobrimento da Vaccina, dos seus Effeitos ou Symptomas, e do Methodo de
Fazer a Vaccinação & c.” que teve uma segunda edição em 1803. Esta obra,
escrita com rigor científico e simultaneamente muito pedagógica, foi pioneira na
expansão da vacina de Jenner em Portugal.
Em 1803, foi publicada a obra “Indagaçaõ sobre as causas, e effeitos das
bexigas de vacca molestia descoberta em alguns condados occidentaes de
Inglaterra, particularmente na comarca de Gloucester, e conhecida pelo nome
de vaccina” que foi uma tradução da obra “An inquiry into the causes and effects
of the Variolae Vaccinae, a disease discovered in some of the western counties
of England, particularly Gloucestershire, and known by the name of the cow-pox”
(1798).
Em 1812, foi fundada em Portugal na Academia Real das Ciências de Lisboa,
com grande estímulo de Bernardino António Gomes (1768-1823), a Instituição
Vacínica. Este estabelecimento tinha por objectivo divulgar a vacina de Jenner e
aplicar a vacinação contra a varíola.
À esquerda: obra de M.J. Henriques de Paiva (1801); à direita: tradução da obra de Edward Jenner (1803)
À esquerda: M. J. Henriques de Paiva; à direita: B. A. Gomes
Em 1817, o número de vacinados em Portugal era de cerca de 20000
começando a haver declínio a partir dos anos 20 do século XIX.
Entre politicos, médicos, cirurgiões e outros grupos sociais e profissionais da
sociedade portuguesa havia a consciência de que era relevante incentivar a
vacinação, que a vacinação preservava contra a doença e que reduzia a taxa de
mortalidade aumentando a esperança de vida e que o processo deveria ser
universal e gratuito.
Imagem de vacinação na obra de M. J. Henriques de Paiva: Preservativo das bexigas (1801)
A mortalidade de varíola e os efeitos benéficos da vacina
A varíola é uma doença infeto-contagiosa, provocada por um orthopoxvírus.
Este é considerado um dos vírus de maiores dimensões que contamina seres
humanos.
O período de incubação é de aproximadamente 12 dias com uma
sintomatologia inicial de febre e mal-estar geral, dores musculares, dores
gástricas e vómitos. O vírus afeta o trato respiratório, difunde-se pela via
linfática e pelo sangue manifestando-se na pele com o aparecimento de
pústulas que se vão espalhando por todo o corpo. O vírus é muito resistente,
por exemplo às variações de temperaturas. A propagação é feita por contágio
directo de pessoa a pessoa, através do contacto com objetos ou roupas de
pessoas contaminadas ou através de gotículas de saliva.
A varíola não tinha cura sendo prevenida através da vacinação. A vacina
utilizada tem por base vírus vivos que provocam uma doença no gado bovino, a
varíola bovina — e que é muito menos grave para os seres humanos, mas que
os protege da varíola humana.
A varíola é considerada como uma das doenças que maior mortalidade
provocou ao longo da história. Foi considerada erradicada pela Organização
Mundial de Saúde em 1980. Os últimos casos declarados foram no Sudão, em
1977, e num acidente de laboratório, em 1978. A última epidemia surgiu na
Jugoslávia, em 1972. A varíola é considerada a primeira doença erradicada pelo
Homem através da vacinação e uma das razões que terá contribuído para isso
é o fato do único hospedeiro do vírus ser o ser humano.
Em Atlanta (Estados Unidos da América) e no Koltsovo (Rússia) estão
devidamente armazenadas amostras de vírus. Vários cientistas defendem esta
medida e a Organização Mundial de Saúde sugere a sua destruição.
Aspeto de doentes com varíola
Vírus da varíola observado ao microscópio
As vacinas de Pasteur
Foi o cientista francês Louis Pasteur (1822-1895) o 1º a conceber uma vacina
de acordo com um processo científico. Entre os seus múltiplos trabalhos
científicos, Pasteur propôs uma teoria microbiológica de doença, isto é: havia
doenças que eram propagadas por microorganismos, na época vulgarmente
designados por micróbios e propôs meios terapêuticos de prevenção dessas
doenças.
Inventou uma vacina e ficou para a história o seu processo laboratorial inovador
de preparação de uma vacina. A raiva é uma doença infeciosa, também
conhecida por hidrofobia, que se propaga nos mamíferos. É causada por um
vírus do género Lyssavirus que se instala e se multiplica no sistema nervoso,
expandindo-se para as glândulas salivares. Desta forma os cães raivosos ao
morderem os humanos propagavam a doença aos homens e mulheres. Em
1885, Pasteur aplicou pela 1ª vez a vacina antirrábica tratando uma criança de 9
anos, Joseph Meister, que havia sido mordido por um cão raivoso. O processo
consistiu em fazer inoculações diárias em 13 dias seguidos de uma preparação
com vírus cada vez menos atenuados.
Em 1887, foi fundado em Paris por Louis Pasteur um instituto ao qual foi
colocado o nome de Instituto Pasteur. Trata-se de uma instituição de
investigação de estudos biológicos e microbiológicos e, também, estudos
profundos sobre vacinas. Inaugurado em 1888, o Instituto Pasteur tornou-se
rapidamente numa referência nacional e internacional e Pasteur foi o seu
primeiro diretor.
O Instituto Pasteur continua a ser uma referência internacional e a ter um
trabalho inovador e intenso na investigação microbiológica e dele resultaram
resultados muito importantes e com grande utilidade no controlo de algumas
doenças infeciosas como a difteria, o tétano, a tuberculose, a poliomielite, a
gripe, a febre amarela e a peste. O vírus da sida (VIH) foi isolado pela 1ª vez
nos laboratórios do Instituto Pasteur em 1983.
À esquerda: Louis Pasteur no laboratório; à direita: Pasteur representado em selo
Caricatura de Pasteur
Instituto Pasteur em Paris, hoje Museu Pasteur
A receção da vacinação de Pasteur em Portugal
A euforia das descobertas microbianas fez-se sentir em todo o mundo. Portugal
não foi exceção apesar de algumas posições divergentes que foram
rapidamente ultrapassadas no que respeita à vacinação.
Em 1882, foi fundado na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra,
embora sem instalações próprias, um Gabinete de Microbiologia. O seu
impulsionador foi o professor da Faculdade de Medicina, Augusto Rocha (18491901). O seu objectivo era realizar análises de interesse privado e público. O
gabinete assumia-se como pólo de difusão e de prática da ciência pasteuriana.
Em 1892, foi fundado em Portugal o Instituto Bacteriológico de Lisboa que
adotou a designação de Real Instituto Bacteriológico de Lisboa em 1895 quando
se autonomizou do Hospital de S. José. Em 1899, o Instituto passou a ter
instalações próprias tendo depois adotado o nome de Real Instituto
Bacteriológico de Câmara Pestana. Em 1911, com a fundação da Universidade
de Lisboa, o Instituto Bacteriológico Câmara Pestana ficou a estar anexo à
recém-fundada Faculdade de Medicina de Lisboa.
Câmara Pestana (1863-1899) foi o principal impulsionador do Instituto. Faleceu
em 1899 por ocasião da epidemia de peste do Porto de 1899, e em sua
homenagem o Instituto passou a ter o seu nome. Sucedeu-lhe Aníbal
Bettencourt (1868-1930) que havia sido colaborador muito próximo de Câmara
Pestana.
Os objectivos iniciais do Instituto eram a vacinação anti-rábica, a preparação de
soros antitóxicos para tratamento da difteria e do tétano, além de outros
assuntos e pesquisas de interesse geral de microbiologia. Também estava nos
seus objectivos, preparar vacinas de modo que se reduzissem os encargos com
a sua importação. Estavam assim abertas as portas à receção da ciência
microbiológica em Portugal.
À esquerda: parte do gabinete de Microbiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; à
direita: reprodução do primeiro trabalho de investigação nele realizado
Câmara Pestana em selo português
Fachada do edifício principal do Instituto Bacteriológico Câmara Pestana, Lisboa
Sucessores de Pasteur
Louis Pasteur (1822-1895) havia introduzido cientificamente a vacina. A sua
inovação consistia em reduzir a virulência microbiana sem que ela perdesse a
sua capacidade para estimular a produção de anticorpos no organismo, ou seja
as defesas do organismo contra esses mesmos microorganismos. Com Pasteur
havia-se descoberto um processo de atenuação, o que proporcionava pela 1ª
vez ter um medicamento preventivo. Com ele ficaram a saber-se as razões da
utilização do medicamento preventivo e o porquê da sua eficácia no organismo.
Depois de Pasteur, também se ficou a saber como atuar preventivamente contra
várias doenças infecciosas: sabendo-se porque é que aquele medicamento é
preventivo, as suas razões de atuação e a entidade microbiana que previne.
Em homenagem a Jenner, que concebeu pela 1ª vez um medicamento
preventivo ao qual deu o nome de vacina, Pasteur não alterou o nome do
processo de inoculação que havia descoberto e manteve o nome vacina.
A 2ª metade do século XIX foi muito rica em descobertas microbiológicas. Deve
referir-se que existiu também a escola alemã que teve como figura maior Robert
Koch (1843-1910) que descobriu o bacilo da tuberculose e o vibrião colérico
tendo sido galardoado com o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1905.
Entre algumas das principais descobertas microbianas que marcaram o século
XIX, algumas das quais suscitaram a investigação em vacinas refiram-se: Bacilo
da lepra (Hansen, 1871), Vibrião séptico do edema maligno (Pasteur, 1878),
Gonococo (Neisser, 1879), Bacilo tífico (Eberth, Gaffky, 1880), Estafilococo
piógeno (Rosenbach, 1882), Estreptococo piógeno (Fehleisen, 1882), Bacilo
piociânico (Gessard, 1882), Bacilo da tuberculose (Koch, 1882), Bacilo
pneumónico (Friedlander, 1883), Vibrião colérico (Koch, 1883), Bacilo diftérico
(Loffler, Klebs, 1884), Bacilo tetânico (Nicolaier, 1885), Bacterium coli
(Escherich, 1885), Pneumococo (Frankel, 1886), Meningococo (Weichselbaum,
1887), Bacilo da peste (Yersin, Kitasato, 1894), Bacilo do botulismo (Van
Ermengen, 1895), Trypanosoma brucei (Bruce, 1899), Bacilo influenza (Pfeiffer,
1891).
Louis Pasteur no laboratório
Robert Koch: à esquerda uma fotografia; à direita um selo de 2005
Moeda da Alemanha Oriental com Robert Koch (1968)
A vacinação em programas
A metodologia laboratorial que aplicou nos seus primeiros trabalhos e o sucesso
que obteve na vacina contra a raiva, levou o cientista francês e outros cientistas
a utilizarem processos afins na prevenção de outras doenças. Abriam-se as
portas à medicação preventiva em moldes modernos.
Processos semelhantes foram usados na obtenção da vacina contra a
tuberculose (BCG), na vacina contra a febre amarela, sarampo, rubéola, etc.
A investigação em vacinas tem-se desenvolvido de forma muito significativa. Até
meados do século XX foram desenvolvidas outras vacinas com base em
agentes microbianos ou nas suas toxinas que eram inativadas por processos
tirando partido de aquecimento, do fenol, do formol, embora os efeitos
secundários fossem, por vezes, significativos. A partir de meados do século XX,
iniciou-se uma nova etapa com as culturas microbianas, nomeadamente de
vírus, em laboratório para serem sujeitas a posteriores processos de atenuação
ou inativação no qual se devem distinguir os trabalhos de John Franklin Enders
(1897-1985), Thomas Huckle Weller (1915-2008) e Frederick Chapman Robins
(1916-2003), aos quais foi atribuído o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina
em 1954 pela cultura do vírus da poliomielite em tecidos.
Existem hoje mais de 50 vacinas para diferentes doenças. Nos últimos 50 anos
as diferentes vacinações têm sido organizadas em campanhas e programas,
tanto a nível nacional como internacional. A campanha de erradicação da
varíola foi um dos grandes triunfos da vacinação e da sua organização em
campanhas considerada erradicada em 1978. Há a consciência por parte dos
profissionais de saúde e das autoridades sanitárias que este trabalho tem que
ser constante. Há doenças novas que necessitam de vacinas e há doenças
antigas para as quais ainda não se descobriram vacinas. O incentivo à
vacinação é permanente e a sua organização em programas organizados é uma
realidade.
J. F. Enders, T. H. Weller e F. C. Robins
O que é uma vacina?
Os medicamentos curativos têm milhares de anos. Os medicamentos
preventivos — vacinas — têm pouco mais de 200 anos. Contudo, a ideia de
provocar a doença de modo menos agressivo de modo a tentar evitar a
agressividade da doença é uma ideia ancestral. Povos antigos de África e da
Ásia empregaram estes processos a doenças como a varíola antes da
vacinação de Jenner. O processo estendeu-se depois por outras zonas
geográficas. A primeira vacina surgiu em 1796. A conceção científica de uma
vacina é de finais do século XIX.
As vacinas são medicamentos que previnem doenças infeciosas provocadas
por vírus ou bactérias. Uma vacina é um medicamento composto por uma
substância quimicamente semelhante ou derivada de um agente infecioso
causador de uma doença específica. Isto é, as vacinas são responsáveis por
preparar o organismo para lutar contra doenças infeciosas estimulando o
sistema imunitário depois de reconhecer o agente invasor, a produzir anticorpos
proporcionando a eliminação do agente patogénico.
Varíola entre povos antigos
As doenças infeciosas são doenças habitualmente transmissíveis e que são
causadas por um agente externo como um vírus, uma bactéria e também um
parasita.
As vacinas podem ser, por exemplo, proteínas, toxóides (toxinas inactivadas),
bactérias ou vírus (partes, inteiros, atenuados ou mortos), que ao serem
introduzidos no organismo são reconhecidas pelo sistema imunitário e
ocasionam uma resposta do organismo semelhante à que existiria no caso de
uma infeção verdadeira. Começam a ser produzidos anticorpos contra esse
agente infecioso e o organismo fica resistente à doença provocada pelo
microorganismo. Anticorpos são glicoproteínas produzidas e excretadas por
células plasmáticas, que existem no soro sanguíneo e que surgem como
resposta do organismo a uma substância estranha invasora.
Datas de introdução de algumas vacinas humanas na medicina
A vacina e o sistema imunitário
A vacina faz com que o sistema imunitário reaja como se tivesse sido infetado
pelo agente causador da doença. A vacina suscita imunidade no organismo.
Imunidade significa proteção contra a doença, em particular contra as doenças
infeciosas.
O sistema imunitário também pode ser designado por sistema imunológico. A
sua função no organismo é protegê-lo contra as doenças. O sistema imunitário
é constituído por estruturas e processos biológicos dinâmicos que exercem
essas funções de proteção. Trata-se de uma estrutura complexa de órgãos e de
células. O sistema imunitário saudável consegue detetar no organismo humano
vários agentes microbianos que podem provocar eventuais doenças e
diferencia-os das células normais do organismo. O organismo humano dispõe
de uma “couraça” de proteção que é dada pelo sistema imunitário.
Imunidade inata e imunidade adaptativa
A resposta inicial do sistema imunitário é habitualmente lenta e inespecífica tal
como é em relação ao agente infecioso. O sistema imunitário vai ficando
preparado para memorizar a resposta que dará no caso de uma infeção real.
Isto é, quando há infecção verdadeira o sistema imunitário, que já memorizou a
resposta, atuará rapidamente e de modo eficaz para proteger o organismo da
doença que se iria instalar.
A resposta individual a uma vacina não é sempre igual em todos os vacinados.
Ela depende de vários factores: de ordem genética do sistema imunitário, do
estado geral de saúde do vacinado, de estímulos anteriores do sistema
imunitário do indivíduo vacinado, etc.
Há também alimentos que favorecem o sistema imunitário e a imunidade do
organismo. O exercício físico também contribui para aumentar as defesas do
organismo
Esquema da ação das vacinas no sistema imunitário
A vacina em campanhas e programas
Foi no mês de Novembro de 1965 que se iniciou em Portugal um Programa
Nacional de Vacinação (PNV). Este programa consistiu na distribuição à
totalidade da população portuguesa, de modo organizado e de acordo com um
calendário adequado, de um conjunto de vacinas. O objectivo era proporcionar
a cobertura vacinal de acordo com critérios estabelecidos. Foi a vacina contra a
poliomielite a que iniciou este processo de modo organizado e foi com ela que
se confirmou a importância e o interesse dessa cobertura da população
portuguesa.
Em 1966, o leque de vacinas foi alargado e além da vacina da poliomielite foram
incluídas as vacinas da tosse convulsa, da difteria, do tétano e da varíola. A
legislação já havia estabelecido a obrigatoriedade de algumas vacinas: em 1894
a vacina antivariólica; em 1962 a vacina antitetânica e antidiftérica, que tinha
que ser confirmada na entrada na escola primária, no ensino secundário ou
noutro estabelecimento de ensino. A vacinação contra a tuberculose (BCG) foi
incluída em passos sucessivos no programa de vacinação.
Algumas das vacinas já eram administradas em Portugal antes de 1965.
Contudo, não obedecia a um plano, com uma cobertura da população
portuguesa e, por isso, tinha taxas de sucesso inferiores. Em 1965, foi instituído
o Boletim Individual de Saúde onde se registavam as vacinas.
Em 1973/74, surgiu a campanha de vacina anti-sarampo (VAS). Em 1977, a
vacina anti-variólica deixou de ser obrigatória dada a erradicação da doença.
Em 1987, foram introduzidas no PNV as vacinas contra a parotidite e a rubéola
e que passaram a ser administradas conjuntamente com a do sarampo
(VASPR). A partir de 1999, o PNV passou a contar com as vacinas da hepatite B
e do Haemophilus influenzae tipo b, em 2006 contra o meningococo C, em
2008. contra o vírus do papiloma humano (HPV), em 2015, a vacina conjugada
de 13 valências contra infeções por Streptococcus pneumoniae (Pn13).
Selos de França e dos Estados Unidos da América alusivos à vacina contra a poliomielite
À esquerda: J. Salk (1914-1995) e à direita: E. Sabin (1906-1993),
cada um desenvolveu um tipo de vacina contra a poliomielite
À esquerda: etiquetas dos CTT comemorativas dos 50 anos do PNV; à direita: imagem da Direção Geral de
Saúde alusiva aos 50 anos do PNV
Programa Nacional de Vacinação (PNV) em Portugal em 2015
Vacina contra Tuberculose (BCG)
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria patogénica,
Mycobacterium tuberculosis ou “bacilo de Koch”, descoberta em 1882 por
Robert Kock.
A tuberculose é uma doença contagiosa e a transmissão do micróbio da
tuberculose processa-se pelo ar, através da respiração, que o faz penetrar no
nosso organismo. Quando um doente com tuberculose tosse, fala ou espirra,
espalha no ar pequenas gotas que contêm o bacilo de Koch. Uma pessoa
saudável que respire o ar de determinado ambiente onde permaneceu um
tuberculoso pode infectar-se.
Bactéria Mycobacterium tuberculosis ou “bacilo de Kock”
A doença atinge sobretudo os pulmões, pode também atingir outros órgãos e
outras partes do nosso corpo, como os gânglios, os rins, os ossos, os intestinos
e as meninges.
Em 1909, Albert Calmette e Camille Guerin, do Instituto Pasteur, comunicavam
à Academia de Ciências Francesa o desenvolvimento de um bacilo de virulência
atenuada, com capacidade imunizante contra a tuberculose. Era a vacina BCG
(Bacilo de Calmette e Guérin).
RX de um pulmão com tuberculose
A vacina BCG é uma vacina constituída por bacilos vivos atenuados de
Mycobacterium bovis. É administrada a recém-nascidos com peso maior ou
igual a 2kg. Após dois meses, se o resultado for negativo na prova da
tuberculina, a vacina é novamente administrada.
Estátua de Robert Koch em Berlim, Alemanha
Vacina contra Hepatite B (VHB)
A hepatite B é uma doença infecciosa inflamatória do fígado causada pelo vírus
da hepatite B, descoberto em 1965, e é a mais perigosa das hepatites. Os
portadores podem desenvolver doenças hepáticas graves, como a cirrose e o
cancro no fígado, contudo é possível fazer prevenção através da vacina da
hepatite B, com uma eficácia de 95%.
O vírus transmite-se através de contacto com o sangue e fluidos do corpo de
uma pessoa infetada, mas existe ainda a possibilidade de transmissão de mãe
para filho, no momento do nascimento e através da partilha de seringas entre os
utilizadores de drogas injetáveis ou objetos de uso pessoal: escovas de dentes,
lâminas de barbear ou outros que possam estar contaminados com sangue.
A vacina contra a hepatite B começou a ser testada em 1975, em França e foi
comercializada a partir de 1981. As primeiras vacinas eram constituídas pelo
antigénio HBs, retirado do plasma de doentes infetados e que, ao chegar ao
organismo da pessoa vacinada, desencadeava a produção de anticorpos antiHBs, servindo assim de proteção. Atualmente, existem vacinas chamadas
"recombinantes" obtidas a partir de engenharia genética, usando células de
hamsters ou de leveduras.
Virus Hepatite B
Aspeto de um fígado normal e de uma cirrose hepática
A vacina contra a hepatite B (VHB) é uma vacina de antigénios recombinantes
da superfície do vírus da hepatite B e é administrada em três doses: 0, 2 e 6
meses.
Vacina contra hepatite B (VHB)
Vacina contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib)
A Haemophilus influenzae é uma bactéria inicialmente designada por bacilo de
Pfeiffer, foi descrita pela primeira vez em 1892 por Richard Pfeiffer durante uma
pandemia de influenza. Apesar do seu nome, nada tem a ver com o vírus da
influenza que causa a gripe. Foi confundida como a causa da gripe comum,
atualmente definida como causada pelo vírus influenza, até 1933.
Os tipos de H. influenzae vão de A a F, predominando o tipo B, abreviado como
Hib. As estirpes de Haemophilus influenzae tipo b são o grupo mais virulento e
provocam doenças graves, geralmente em crianças pequenas ou
imunodeprimidos. Pode provocar meningites, infeções no ouvido médio (otite
média) e infecções respiratórias (faringite, bronquite ou pneumonia).
No entanto, devido ao uso amplamente difundido da vacina contra o
Haemophilus influenzae tipo b, a doença grave causada por este microrganismo
está a tornar-se menos frequente. A pneumonia é mais comum entre as
pessoas que apresentam imunodeficiências. Na maioria destes casos o
organismo responsável pelo desenvolvimento de doença não pertence ao grupo
dos microrganismos que se utilizam para a produção da vacina contra o
Haemophilus influenzae tipo b.
Bactéria Haemophilus influenzae tipo b
Esquema representativo das meninges: dura-máter, aracnóide e pia-mater
A vacina contra Haemophilus influenzae do tipo b, trata-se de uma vacina de
oligossacárido ou polissacárido capsular da referida bactéria, conjugada com
uma proteína bacteriana. A administração é efectuada aos 2, 4, 6 e 18 meses.
Exemplo de vacina contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib)
Vacina contra Difteria, Tétano e Tosse convulsa (DTPa)
A difteria é uma doença infecciosa que afecta a garganta e pode provocar a
obstrução das vias respiratórias e a morte. A difteria é uma infecção contagiosa
originada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae e que se caracteriza pelo
aparecimento de falsas membranas aderentes às mucosas da faringe e laringe
podendo provocar a obstrução das vias respiratórias e a morte. Há alguns anos,
a difteria era uma das principais causas de morte infantil. Actualmente, a difteria
é pouco frequente nos países desenvolvidos, principalmente graças à vacinação
maciça contra a doença. O tétano é uma doença causada por uma toxina
produzida pela bactéria Clostridium tetani, uma bactéria produtora de esporos
que podem persistir no solo e nas fezes dos animais durante anos. A doença é
adquirida quando a bactéria Clostridium tetani entra no organismo através de
lesões da pele - como cortes, arranhão, mordidas ou picadas de animais, etc. -,
drogas injectáveis ou mesmo após realização de procedimentos cirúrgicos sem
condições de higiene adequadas. A sua principal característica é causar
espasmos dolorosos, rigidez dos músculos e distúrbios neurológicos. A tosse
convulsa é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella
pertussis que também produz uma vasta gama de factores de virulência.
Bactéria Clostridium tetani
Espasmos musculares de um paciente que sofre de tétano
A vacina contra difteria, tétano e tosse convulsa, é combinada trivalente de
toxóides: diftérico adsorvido (D), tetânico (T), e subunidades de Bordetella
pertussis (Pa), dai a designação de vacina DTPa. A vacina é administrada aos
2, 4, 6, 18 meses, aos 5-6 anos e posteriormente reforços da vacina antitetânica
cada 10 anos.
Exemplo de vacina contra difteria, tétano e tosse convulsa (DTPa)
Vacina contra Poliomielite (VIP)
A poliomielite é provocada por um vírus conhecido como poliovírus, que se
transmite ao engolir substâncias, como água, contaminadas por fezes
infectadas. A infecção estende-se do intestino a todo o corpo, mas o cérebro e a
espinal medula são os mais gravemente afectados. No início do século XX,
grande parte dos recursos sanitários eram destinados às pessoas infectadas
pela poliomielite. Hoje em dia, nos países industrializados os surtos de
poliomielite desapareceram quase por completo graças aos programas maciços
de vacinação.
Os sintomas de poliomielite incluem febre, dor de cabeça intensa, rigidez do
pescoço e das costas e dor muscular profunda. A doença pode estacionar ou
progredir e desenvolver-se debilidade ou paralisia em certos músculos,
dependendo de que partes do cérebro e da espinal medula forem afectadas. A
complicação mais grave da poliomielite é a paralisia permanente. Por vezes, a
parte do cérebro responsável pela respiração pode ser afectada e provocar
debilidade ou paralisia nos músculos do peito. Durante as epidemias dos anos
1940 e 1950, esta complicação fez com que se generalizasse o uso do pulmão
de aço, um incómodo dispositivo mecânico que facilitava a respiração.
Existem dois tipos de vacinas antipoliomielíticas. A 1ª a ser utilizada foi a vacina
Salk, composta por vírus mortos e aplicada através de uma injecção
subcutânea. A outra, que à excepção de raras ocasiões é a que se utiliza
actualmente, corresponde à vacina Sabin ou antipoliomielítica oral trivalente,
elaborada com os três subtipos de vírus da poliomielite atenuados e
administrada por via oral sob a forma de gotas, na maioria dos casos
dissolvidas num torrão de açúcar. A vacina é administrada aos 2, 4, 6 meses e
aos 5-6 anos.
Virus da poliomielite
Criança com paralisia causada por poliomielite
Exemplo de vacina contra a poliomielite (VIP)
Vacina contra Streptococcus pneumoniae (Pn13)
O Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é a causa bacteriana mais
frequente de pneumonia. Uma pessoa infectada com um dos 80 tipos
conhecidos do pneumococo desenvolve imunidade parcial a uma nova infeção
com este tipo de bactéria em particular, mas não aos outros.
A doença pneumocócica pode levar a infecções graves nos pulmões
(pneumonia), no sangue (bacteremia - disseminação da bactéria pelo sangue /
sepsis - infeção generalizada) e na membrana que reveste o cérebro
(meningite). Bacteremia e meningite são infecções pneumocócicas invasivas,
normalmente muito graves, que levam à hospitalização, ou, até mesmo, à
morte.
As vacinas comercializadas em Portugal contra infecções por Streptococcus
pneumoniae são: Vacina pneumocócica polissacárida conjugada de 10
valências (Pn10); Vacina pneumocócica polissacárida conjugada de 13
valências (Pn13) e Vacina pneumocócica polissacárida de 23 valências (Pn23).
A vacina polissacárida conjugada recomendada é a Prevenar 13® (Pn13),
devido à maior abrangência de serotipos e à concordância de cerca de 80%
entre os serotipos actualmente causadores de doença invasiva pneumocócica
(DIP) em Portugal e os serotipos existentes nesta vacina. A vacina é
administrada aos 2, 4 e 12 meses. Recomenda-se a vacinação aos indivíduos
com um alto risco de contrair a pneumonia pneumocócica, como os que têm
doenças cardíacas ou pulmonares, os indivíduos com deficiência do sistema
imune ou com diabetes e os maiores de 65 anos.
Bactéria Streptococcus pneumoniae
Comparação entre de bronquíolo e álveolo pulmonares saudáveis e afectados por pneumonia
Vacina Prevenar 13® (Pn13)
Vacina contra Neisseria meningitidis C (MenC)
A Neisseria meningitidis C é uma bactéria que provoca inflamação das
meninges, a chamada meningite bacteriana. Mais de 80 % de todos os casos de
meningite são provocados por três espécies de bactérias: Neisseria
meningitidis, Haemophilus influenzae e Streptococcus pneumoniae.
As três encontram-se normalmente no ambiente que nos rodeia e podem
inclusive viver, sem provocar qualquer dano, no nariz ou no aparelho
respiratório de uma pessoa. De maneira ocasional, estes organismos infectam o
cérebro sem que se possa identificar a razão disso. Noutros casos, a infecção
deve-se a uma ferida na cabeça ou é provocada por uma anomalia do sistema
imunitáro. As pessoas com maior risco de ter meningite devido a uma destas
bactérias são as que abusam do álcool, as que foram submetidas a uma
esplenectomia (extirpação do baço) ou as que têm uma infecção crónica do
ouvido e do nariz, uma pneumonia pneumocócica ou uma drepanocitose.
A meningite é mais frequente em crianças de 1 mês a 2 anos de idade. É muito
menos frequente nos adultos, a menos que tenham determinados factores de
risco; no entanto, podem surgir pequenas epidemias em ambientes como
campos de treino militar, residências de estudantes ou outros sítios onde as
pessoas se encontram em contacto estreito.
Bactéria Neisseria meningitidis C
Teste do copo ou teste de Tumbler que permite identificar erupções cutâneas típicas da meningite
meningocócica
A vacina contra a doença invasiva por Neisseria meningitidis do serotipo C,
trata-se de uma vacina de oligossacárido ou polissacárido capsular da referida
bactéria, conjugada com uma proteína bacteriana. Esta vacina é actualmente
administrada aos 12 meses.
Vacina contra Neisseria meningitidis C (MenC)
Vacina contra Sarampo, Parotidite epidémica e Rubéola (VASPR)
a
O sarampo é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus do
género Morbillivirus que produz diversos sintomas e uma erupção característica,
especialmente as manchas de Koplik (manchas brancas na mucosa interna da
bochecha). Transmite-se ao respirar microgotas que contêm o vírus e que
pairam no ar, procedente dos espirros e da tosse, ou então pelo contacto directo
com objectos contaminados por saliva infectada. Nas crianças sãs e bem
nutridas, o sarampo raramente é grave. No entanto, o processo pode complicarse com infecções bacterianas como uma pneumonia (sobretudo nos bebés) ou
com uma infecção no ouvido médio. A parotidite epidémica (papeira) é uma
infecção viral contagiosa, provocada por um paramixovírus, parente do vírus do
sarampo, que provoca uma dilatação dolorosa das glândulas salivares. A
transmissão efectuada de modo semelhante ao do sarampo. As complicações
podem afectar outros órgãos em vez das glândulas salivares, sobretudo em
pessoas que são infectadas depois da puberdade. Aproximadamente 20 % dos
homens infectados depois da puberdade desenvolvem uma dolorosa inflamação
num ou em ambos os testículos que pode provocar esterilidade. A rubéola é
uma infecção viral contagiosa que provoca sintomas ligeiros, como dor nas
articulações e erupções. O contágio e efectuado de modo semelhante ao do
sarampo. A rubéola é menos contagiosa do que o sarampo e muitas crianças
nunca chegam a ser contagiadas. Não obstante, a rubéola é grave, sobretudo
para as mulheres grávidas. Uma mulher infectada durante as primeiras 16
semanas (particularmente as primeiras 8 ou 10 semanas) de gravidez pode
abortar, dar à luz um bebé morto ou ter um bebé com deficiências congénitas.
A vacina contra o sarampo, parotidite epidémica e rubéola (VASPR), é uma
vacina combinada trivalente constituída por vírus atenuados das 3 doenças. É
administrada aos 12 meses e aos 5-6 anos.
Virus do sarampo
Aspecto de ums criança com sarampo
Vacina contra sarampo, parotidite epidémica e rubéola (VASPR)
Vacina contra o vírus do Papiloma humano (HPV)
O vírus do papiloma humano (HPV) é sexualmente transmissível e é
responsável por um elevado número de infeções, que, na maioria das vezes,
são assintomáticas e de regressão espontânea. Porém, pode originar lesões
benignas, como as verrugas anogenitais/condilomas acuminados e as lesões
benignas da orofaringe, e, em situações relativamente raras, pode evoluir para
cancro, com destaque especial para o cancro do colo do útero. As infeções pelo
HPV são muito comuns e a maioria não provoca doença, desaparecendo
espontaneamente. Existem diferenças ao nível das infeções por HPV, sendo
que a presença de papilomas ou de verrugas genitais sugere infeção por HPV
não oncogénicos (baixo risco), enquanto que no caso de lesões do colo do
útero, os mais frequentes são os oncogénicos (alto risco).
Até à data foram identificados mais de 200 tipos de HPV, dos quais cerca de 40
infetam preferencialmente o trato anogenital: vulva, vagina, colo do útero, pénis
e áreas perianais. De acordo com o seu potencial oncogénico, os HPV podem
ser classificados em vírus de “baixo risco” e de “alto risco”. Dos cerca de 15
HPV de alto risco que podem infetar o trato anogenital, os genótipos 16 e 18
são responsáveis por 70-75% dos casos de cancro do colo do útero, estando
também associados a alguns casos de cancro vulvar, vaginal, peniano e anal.
Os HPV de baixo risco estão associados ao desenvolvimento de verrugas
genitais, em 90% destas situações estão identificados os genótipos 6 e 11.
A idade ideal para vacinação é entre os 10 e 13 anos, sendo que, actualmente,
estão recomendadas duas doses, administradas com intervalo de seis meses.
Trata-se de uma vacina recombinante, com adjuvante, e existem as vacinas:
bivalente - contempla os serotipos 16 e 18; e a tetravalente - contempla os
serotipos 16, 18, 6 e 11.
Virus do papiloma humano
Várias lesões do cólo do útero provocadas pelo HPV
Vacina contra o vírus do pailoma humano (HPV)
Vacinas extra-PNV mais frequentes na criança em 2015
As vacinas e o farmacêutico
Através da Portaria 1429/2007, de 2 de Novembro, entre os serviços
farmacêuticos a executar nas farmácias de oficina ou comunitárias está a
administração de medicamentos e de vacinas não incluídas no Programa
Nacional de Vacinação, estas a administrar nos centros de saúde.
O INFARMED I.P., instituição que tutela oficialmente a farmácia, os
medicamentos e os produtos de saúde em Portugal, deliberou que a
administração de vacinas nas farmácias de oficina é da responsabilidade do
farmacêutico diretor técnico dessas farmácias, devendo ser executada por
farmacêuticos.
Na Deliberação (Deliberação n.º 139/CD/2010) inscreve-se:
“1. A actividade de vacinação nas farmácias de oficina depende da observância
do disposto nos números seguintes.
2. A administração de vacinas nas farmácias de oficina deve ser executada por
farmacêuticos, que devem estar habilitados com formação complementar
específica, reconhecida pela Ordem dos Farmacêuticos, sobre administração de
vacinas e suporte básico de vida, nomeadamente no tratamento de reacção
anafilática”.
Promoção das vacinas nas farmácias portuguesas
Manual para farmacêuticos de administração de vacinas
O farmacêutico pela formação científica que adquire nas Faculdades de
Farmácia pode desempenhar funções na investigação sobre vacinas, produção,
armazenamento e distribuição de vacinas. Em Portugal recorre-se à importação
de vacinas.
Nas farmácias de oficina, onde o público recorre sem necessidade de
marcação, o farmacêutico está numa situação privilegiada para sensibilizar a
população para a importância da vacinação, tanto das vacinas incluídas no
Programa Nacional de Vacinação como noutras vacinas relevantes para a
saúde individual, bem como para a saúde coletiva.
Incentivo à vacinação nas farmácias
Cuidados a ter ao viajar para fora da Europa
Consulte aqui as moradas e horários dos centros de vacinação da Consulta do Viajan
Sempre que for viajar para fora da Europa devem adotar-se medidas
preventivas e ter em atenção alguns cuidados para evitar doenças. O risco de
adoecer durante uma viagem depende de fatores como a susceptibilidade do
indivíduo - influenciada por antecedentes vacinais e de doenças, doenças
concomitantes e utilização de medicamentos - e as características da viagem
programada - roteiro, época do ano, duração, tipo de actividade, condições de
alojamento, disponibilidade de assistência médica.
A melhor forma de conhecer os riscos, bem como as medidas profilácticas
obrigatórias do local para onde viaja é procurar uma das muitas consultas do
viajante e/ou centros de vacinação internacional existentes em todo o país.
Deve procurar orientação médica especializada com antecedência de pelo
menos 30 dias. Após o regresso dos viajantes, estes centros prestam ainda
assistência médica e fazem o diagnóstico de problemas possivelmente
contraídos durante a viagem.
Assim, as consultas de saúde do viajante são efectuadas por médicos
especialistas em doenças infecciosas e em medicina tropical (componente
viagens) e, durante a consulta são avaliados os riscos associados à viagem de
acordo com as características individuais de cada viajante, o meio de
transporte, a actividade programada e o roteiro detalhado da viagem.
Servem igualmente para administrar as vacinas necessárias (obrigatória) e
outros medicamentos profilácticos (por exemplo, para a malária) e também para
a importância de possuir alguma informação acerca da higiene individual,
cuidados a ter com a água e os alimentos que se ingerem em determinados
países, a utilização de repelentes, etc.
No que diz respeito à vacinação dos viajantes, o Regulamento Sanitário
Internacional em vigor estipula que a única vacina que poderá ser exigida aos
viajantes na travessia das fronteiras é a vacina contra a febre-amarela.
Os países que exigem a vacinação contra a febre-amarela são 18 e situam-se
no continente africano:
Benim, Burkina Faso, Camarões, Congo, Costa do Marfim, Gabão, Gana,
Guiana Francesa, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Ruanda, República Centro
Africana, República Democrática do Congo, República de Angola, São Tomé e
Príncipe e Togo.
A vacina contra a febre-amarela tem o prazo de dez anos e não é
recomendada para crianças com idade inferior a 9 meses.
No entanto, alguns países não autorizam a entrada no seu território sem o
comprovativo de vacinação contra outras doenças, como é o caso das vacinas
contra a meningite meningocócica e da febre tifóide, impostas pela Arábia
Saudita e exigidas a todos os que passem a fronteira entre o Sudão e o Egipto.
Também a vacina contra a cólera é exigida em determinados países.
Quanto a outro tipo de vacinação, está depende do país para o qual se viajar,
sendo que as vacinas mais indicadas são as que protegem contra a cólera,
difteria, encefalite japonesa, hepatite A, hepatite B, gripe, poliomielite,
raiva, tétano e febre tifóide.
Centros de vacinação da consulta do viajante em Portugal
Região de Saúde do Norte
N.º 1 - Centro de Vacinação Internacional do Porto - Batalha/Guindais
Centro de Saúde da Batalha, Unidade de Saúde dos Guindais
Rua Arnaldo Gama, n.º 64 - 4000-094 Porto
Telefone: 222 002 540 / Fax: 222 001 998
N.º 2 - Centro de Vacinação Internacional de Braga
Centro de Saúde de Braga
Largo 12 de Dezembro, n.º 5 - Ponte Pedrinha/Lomar - 4705-259 Braga
Telefone: 253 208 260 / Fax: 253 208 261
N.º 3 - Centro de Vacinação Internacional do Hospital Joaquim Urbano
Hospital Joaquim Urbano
Rua Câmara Pestana, n.º 348 - 4369-004 Porto
Telefone: 225899550 – Ext: 340 / Fax: 225194460
N.º 4 - Centro de Vacinação Internacional de Viana do Castelo
Centro de Saúde de Viana do Castelo
Rua S. José, n.º 317 - 4900-308 Viana do Castelo
Telefone: 258 801 900 / Fax: 258 801 909
N.º 5 - Centro de Vacinação Internacional do Hospital São João
Consulta de Medicina de Viagem e Centro de Vacinação Internacional
Alameda Professor Hernâni Monteiro - (Piso 2 do Pav. Radioterapia)
4200-319 Porto
Telefone: 225 512 243 / Fax (Geral): 225 025 766
N.º 6 - Centro de Vacinação Internacional de Bragança
Centro de Saúde de Macedo de Cavaleiros
Avenida Dr. Urze Pires - 5340-263 Macedo de Cavaleiros
Telefone: 278 420 140
N.º 7 - Centro de Vacinação Internacional do Porto de Leixões
Porto de Leixões, Doca 2 Sul - 4450-000 Matosinhos
Telefone: 229372497 e 918174606 / Fax: 229386144 e 912882385
Região de Saúde do Centro
N.º 1 - Coimbra - Serviço de Sanidade Internacional
ACES Baixo Mondego I - Unidade de Saúde Pública
Rua Capitão Salgueiro Maia - Topo Norte
Edifício Centro de Saúde Santa Clara - 3040-006 Coimbra
Telefone: 239 802 111
N.º 2 - Leiria - Serviço de Sanidade Internacional
Centro de Saúde Dr. Arnaldo Sampaio
Rua Egas Moniz, n.º 7 - 2414-005 Leiria
Telefone: 244 859 140 / Fax: 244 849 001
N.º 3 - Aveiro - Serviço de Sanidade Internacional
Centro de Saúde de Aveiro
Praça Rainha D. Leonor - R/C do Laboratório - 3810-042 Aveiro
Telefone: 234 891 191
N.º 4 - Castelo Branco - Serviço de Sanidade Internacional
Centro de Saúde Castelo Branco
Avenida António Sérgio, n.º 10 - Apartado 72 - 6000-152 Castelo Branco
Telefone: 272 340 290 / Fax: 272 341 658
Região de Saúde do Algarve
N.º 1 - Centro de Saúde de Faro
Urbanização Graça Mira, Lejana de Cima - 8009-003 Faro
Telefone: 289 830 300 / Fax: 289 830 372
Região de Lisboa e Vale do Tejo
N.º 1 - Centro de Saúde de Sete Rios
Largo Prof. Arnaldo Sampaio - 1549-010 Lisboa
Telefone: 217 211 836 / Fax: 217 211 802
N.º 2 - Unidade de Saúde Pública de Portimão
Rua Poeta António Aleixo - 8501-856 Portimão
Telefone: 282 405 300
N.º 2 - Centro de Saúde de Almada
Unidade de Saúde Pública
Rua Luís António Verney, n.º 35 - 1805-169 Cova da Piedade
Telefone: 212 721 635/6 / Fax: 212 721 631
N.º 3 - Hospital Dona Estefânia
Rua Jacinta Marto - 1169-045 Lisboa
Telefone: 213 126 600 / Fax: 213 126 823/779
N.º 4 - Hospital São Bernardo
Serviço de Infecciologia, Rua Camilo Castelo Branco -2910-446 Setúbal
Telefone: 265 549 558 / Fax: 265 231 124
N.º 5 - Hospital Curry Cabral
Rua da Beneficência, 8 - 1069-166 Lisboa
Telefone: 217 924 322
N.º 6 – Hospital Santa Maria (Centro Hospitalar Lisboa Norte)
Avenida Professor Egas Moniz - 1649-035 Lisboa
Telefone: 217 805 000 / Fax: 217 805 610
N.º 7 - Hospital Garcia de Orta
Avenida Professor Torrado da Silva - 2801-951 Almada
e-mail: [email protected]; Telefone 212 727 239
N.º 8 - Instituto de Higiene e Medicina Tropical
Rua da Junqueira, n.º 96 - 1349-008 Lisboa
Telefone: 213 652 600
Região de Saúde do Alentejo
N.º 1 - Consulta do Viajante do Hospital do Litoral Alentejano
Monte do Gilbardinho EN 261 - 7540-230 Santiago do Cacém
Telefone: 269 818 100/269 818 125 / Fax: 269 818 127
N.º 2 - Centro de Saúde de Sines
Rua Júlio Gomes da Silva, n.º 1-A - 7520-219 Sines
Telefone: 269 870 440 / Fax: 269 636 012
N.º3 - Centro de Saúde de Évora - Unidade de Saúde Portas de Avis
Rua Ferragial do Poço Novo - 7000-747 Évora
Telefone: 266 760 010 / Fax: 266 743 383
Região Autónoma da Madeira
N.º 1 - Funchal - Serviço de Sanidade Internacional
Centro Saúde do Bom Jesus (Módulo da Sé), Unidade Operativa de Saúde Pública
Rua das Hortas, n.º 67, 3.º Piso - 9050-526 Funchal
Telefone: 291 208 738 / Fax: 291 208 888
Região Autónoma dos Açores
N.º 1 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha de São Miguel
Delegação Saúde P. Delgada, R. Agostinho Pacheco nº14, 9500-015 Ponta Delgada
Telefone: 296 201 760
N.º 2 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha de Santa Maria
Delegação de Saúde de Vila do Porto, Avenida de Sta Maria - 9580-501 Vila do Porto
Telefone: 296 820 100
N.º 3 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha Terceira
Delegação de Saúde de Angra do Heroísmo
Canada dos Melancólicos - 9701-869 Angra do Heroísmo
Telefone: 295 402 950
N.º 4 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha da Graciosa
Delegação de Saúde de Santa Cruz da Graciosa
Rua Mouzinho de Albuquerque - 9880-320 Santa Cruz da Graciosa
Telefone: 295 730 070
N.º 5 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha do Faial
Delegação de Saúde da Horta, Bairro Vista Alegre - 9901-853 Horta
Telefone: 292 207 200
N.º 6 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha de São Jorge
Delegação de Saúde das Velas, Rua do Corpo Santo - 9800-541 Velas
Telefone: 295 412 122
N.º 7 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha do Pico
Delegação de Saúde da Madalena do Pico
Praceta Dr. Caetano Luís Mendonça - 9959-361 Madalena – Pico
Telefone: 292 628 800
N.º 8 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha das Flores
Delegação de Saúde de Santa Cruz das Flores, Rua do Hospital - 9970-303 Flores
Telefone: 292 590 2
N.º 9 - Centro de Vacinação Internacional da Ilha do Corvo
Delegação de Saúde do Corvo, Avenida do Corvo - 9980-039 Corvo
Telefone: 292 596 153
Referências
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FREITAS, Maria da Graça — “Programa Nacional de Vacinação e reforma dos cuidados de saúde”. Revista Portuguesa de Clínica Geral. 23(2007) 409-415.
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MARGOTTA, Roberto – História ilustrada da medicina. Lisboa: Publicações e Artes Gráficas, Lda, 1996.
PINTO, S.M.; SANTOS, I.G.; RODRIGUEZ SANCHEZ, J.A.; PITA, J.R.; PEREIRA, A.L. — “De las campañas de vacunación al calendario vacunal: el programa nacional de vacinação
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PLOTKIN, Stanley A.; ORENSTEIN, Walter A. — Vaccines. 3ª ed. Philadelphia: W.B. Saunders Company, 1999.
PORTER, Roy (Ed.) — Medicina. A história da cura. Das antigas tradições às práticas modernas. Lisboa: Livros & Livros, 2002
SOURNIA, Jean-Charles — Histoire de la médecine et des médecins. Paris: Larousse, 1991.
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Sites consultados
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http://www.centrocienciajunior.com/miudos_graudos/vamosfalar01.asp?id=2113
Ficha técnica da exposição
Coordenação
Célia Cabral e João Rui Pita
Agradecimentos
Enfermeira Susana Sanches e Enfermeira Sandra Godinho
Unidade de Saúde Familiar CelaSaúde, Coimbra
Apoios
PEST-OE/HIS/UI0460/2014
Bolsa de Pós-Doutoramento SFRH/BPD/68481/2010
Próximas exposições
A colecção de estampas de plantas medicinais do património histórico-farmacêutico da
Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
Das plantas aromáticas e medicinais aos óleos essenciais
A farmácia na I Guerra Mundial (1914-1918)
Publicidade farmacêutica antiga
Pesquisar e dosear: o controlo analítico e a saúde privada e pública