8275 Trabalho 743 - 1/3 SISTEMA ABERTO DE ASPIRAÇÃO X SISTEMA FECHADO DE ASPIRAÇÃO: UMA VIVÊNCIA DAS ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO. Emidio, Rosane Alecrim Ferreira1 Bezerra, Marcele Nunes² Lago, Flavia Waleska Nechio3 Silva, Elaine Patrícia Vincler4 A intubação endotraqueal reduz a eficácia da barreira natural entre a orofaringe e a traquéia. A aspiração traqueobrônquica pode ser realizada através da nasofaringe, orofaringe e endotraqueal. É um procedimento invasivo, largamente utilizado pelos profissionais da área de saúde e tem como objetivo a redução de secreções, mantendo ou favorecendo a permeabilidade das vias aéreas e com isso, melhorando a ventilação pulmonar. Os mecanismos de defesa das vias aéreas superiores até a árvore traqueobrônquica incluem pêlos, mucosas altamente vascularizadas e revestidas com epitélio ciliar e um manto mucoso que aprisiona as partículas inaladas transportando-as até a orofaringe pelo epitélio ciliado. A intubação é um dos procedimentos que reduz a eficácia das defesas nasais e pulmonares (SCHWARTZ, 1982, Cap.3, P.50). Por isso, pacientes intubados necessitam de constante higiene brônquica. Tendo esta técnica como emergente em nosso campo hospitalar nós em quanto acadêmicas de enfermagem de uma unidade de pacientes graves situado em um Hospital Municipal do Rio de Janeiro, sentimos necessidades de discutir nossa experiência como diferencial na prática do cuidar em enfermagem. Traçamos, desta forma os seguintes objetivos: Demonstrar aos profissionais da área de saúde, sobre as vantagens e desvantagens do sistema aberto e fechado de aspiração e Discutir a introdução de novas tecnologias, no setor saúde, focalizando o centro de terapia 1 Rosane Alecrim Ferreira Emídio. Especialista em Terapia Intensiva. Enfermeira assistencial na UPG. HMSA. [email protected]. Telefones: 21 3111-2673, 9904-1319. 2 Marcele Nunes Bezerra. Acadêmica de Enfermagem pela Faculdade Bezerra de Araújo (FABA). [email protected] Telefones: 21 3155-9229, 9762-0629. 3 Flavia Waleska Nechio Lago. Acadêmica de Enfermagem pela Faculdade Bezerra de Araújo (FABA). [email protected] Telefones: 21 3403-7209, 8867-1009. 4 Elaine Patrícia Vincler da Silva. Acadêmica de Enfermagem pela Faculdade Bezerra de Araújo (FABA). [email protected] 8276 Trabalho 743 - 2/3 intensiva. A metodologia utilizada foi um resgate bibliográfico através de materiais já escritos, foram consultados dezesseis livros e treze artigos científicos. A aspiração endotraqueal é um procedimento de enfermagem que é realizado para manter a permeabilidade das vias aéreas em pacientes intubados ou traqueostomizados, removendo de forma eficaz a secreção acumulada, permitindo uma ventilação e oxigenação adequadas. Porém, tal procedimento deve ser realizado seguindo técnicas assépticas, o que requer exaustivo treinamento da equipe que cuida do paciente. A aspiração endotraqueal pode ser realizada através de dois métodos ou sistemas: sistema aberto e o fechado. O sistema aberto de aspiração endotraqueal é o mais tradicional, e o mais rotineiramente usado na maioria dos serviços. Este sistema de aspiração de consiste na introdução de uma sonda nas vias respiratórias do paciente, para a extração de secreção. Para que a secreção seja removida, a sonda de aspiração deve ser conectada a um aspirador com pressão de sucção ou pressão negativa. O processo da aspiração é definido como o movimento de fluidos e gases de um lugar para outro por gradiente pressórico. Apesar de frequentemente ser realizada, a aspiração endotraqueal está associada a várias complicações como, arritmias cardíacas, aumento da pressão intracraniana, atelectasia, instabilidade hemodinâmica e quedas na saturação arterial de oxigênio em pacientes que requerem pressão final expiratória positiva (PEEP) e fração inspirada de oxigênio (FiO²) elevados, além de pneumonia nosocomial. O sistema fechado de aspiração traqueal TRACH-CARE, é um sistema para realizar aspirações de secreções traqueais. É adaptado ao tubo orotraqueal ou à cânula de traqueostomia. O produto consta de uma sonda de aspiração traqueal que é inserida numa manga plástica e conectada diretamente ao paciente, de maneira que ele pode ser aspirado seguidamente sem necessidade de interrupção da ventilação mecânica e sem abertura do sistema para o ambiente. Os sistemas de aspiração aberto e fechado são igualmente eficazes na remoção de secreções. No entanto, o sistema fechado determina menor risco de hipoxemia, arritmias e de contaminação e deve ser preferido, principalmente em situações nas quais são usados valores de PEEP elevados, como na lesão pulmonar aguda. (JERRE et al, 2007; FARIAS; FREIRE; RAMOS, 2006). A tecnologia, nossa aliada, tem proporcionado avanços terapêuticos, em que cada sistema orgânico 8277 Trabalho 743 - 3/3 comprometido tem sua equivalência em suporte e diagnóstico, por meio de equipamentos microprocessados e compactos. Ao analisarmos estes dados concluímos que a partir do exposto, pode-se constatar que o sistema fechado de aspiração endotraqueal propicia uma execução mais adequada da técnica como menor alteração dos parâmetros cardiovasculares, além de diminuir o tempo dispendido para execução do procedimento. Já o sistema aberto mostrou-se uma técnica tradicionalmente executada na unidade de terapia intensiva, acarretando alterações fisiológicas refletindo na qualidade da assistência. Estas recomendações remetem à importância do treinamento e reciclagem contínuas, a fim de manter a equipe devidamente capacitada na execução da técnica. Vale ressaltar a carência bibliográfica referente à temática. A arte de cuidar traduz-se em um diferencial quando a enfermagem busca fazer algo a mais do que acreditar ser o certo. Cuidar é a prática do bem sem olhar a quem. Descritores: Enfermagem; Tecnologia em Saúde; Unidades de Terapia Intensiva. Referências LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1992. OLIVEIRA, I. et al. Análise da produção científica dos enfermeiros brasileiros sobre a temática ventilação mecânica. Revista Enfermagem Brasil, Rio de Janeiro, v.6, n.3, p.179-184, maio/ junho. 2007. SAFAR, P.; CAROLINE, N. Insuficiência respiratória aguda. In: SCHWARTZ, G. R. Emergências Médicas. Rio de Janeiro: Interamericana, 1982. Cap. 3, p. 50 – 97. SILVA, Lolita Dopicio da. Cuidados ao paciente crítico: fundamentos para a enfermagem. 2 ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2003. ZUÑIGA, Q.G.P. Ventilação Mecânica básica para enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2003.