HISTÓRIA DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

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HISTÓRIA DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
A Ressonância Magnética (RM) é uma técnica de imagem usada
principalmente na medicina para produzir imagens internas do corpo humano, uma
técnica espectroscópica utilizada por cientistas para obter informações químicas e
físicas de moléculas.
A descoberta da RM é atribuída a dois cientistas, prêmio Nobel em 1952, Felix Bloch
e Edward Purcell, que descobriram o fenômeno da ressonância magnética
independentemente em 1946. No período entre 1950 e 1970 a RM foi desenvolvida
e utilizada para análises moleculares físicas e químicas.
Em 1971 Raymond Damadian demonstrou que há diferença no tempo de
relaxamento de diferentes tecidos e tumores, motivando os cientistas a considerar a
RM como importante método de detecção de doenças. A RM foi apresentada em
1973 por Paul Lauterbur no mesmo ano em que a Tomografia Computadorizada foi
introduzida por Hounsfield.
Em 1975 Richard Ernst propôs o exame de RM utilizando a codificação em
fase e freqüência e a transformação de Fourier. Esta técnica é a base da técnica
atual de RM. Pouco tempo depois, em 1977, Raymond Damadian apresentou a RM
chamada de Ressonância Nuclear Magnética com campo focado. Neste mesmo
ano, Peter Mansfield desenvolveu a técnica eco-planar (EPI). Esta técnica originaria
anos mais tarde em imagens de vídeo (30 ms/imagem).
Edelstein e colaboradores apresentaram imagens do corpo utilizando a
técnica de Ernst em 1980, que correspondia à aquisição de uma única imagem em
aproximadamente 5 minutos. Em 1986, este tempo de aquisição reduziu para cerca
de 5 segundos, sem prejuízo significativo na qualidade da imagem. Neste mesmo
ano, desenvolveu-se técnica microscópica da RM, que permite a resolução espacial
de aproximadamente 10cm de amostra.
Em 1987 a técnica eco-planar foi usada para produzir imagens em tempo real
de um ciclo cardíaco único. Neste mesmo ano, Charles Dumoulin realizou uma
angiografia por ressonância magnética, que permitiu a visualização do fluxo
sanguíneo sem o uso do meio de contraste.
Em 1991, Richard Ernst foi recompensado com o prêmio Nobel de Química
pela descoberta da transformação de Fourier. Em 1992 a RM funcional (fRM) foi
descoberta. Esta técnica permite o mapeamento da função de várias regiões do
cérebro humano. O desenvolvimento da RMf abriu novos caminhos para a técnica
EPI no mapeamento de regiões cerebrais responsáveis pelo controle da memória e
motora.
Em 2003, Paul C. Lauterbur da Universidade de Illinois e Sir Peter Mansfield
da Universidade de Nottingham receberam o Prêmio Nobel de Medicina pelas suas
descobertas em Ressonância Magnética. O método ainda é sem dúvida, muito novo
e bastante promissor.
Em 2003, havia aproximadamente 10.000 equipamentos de RM no mundo
todo e cerca de 75 milhões de exames realizados a cada ano.
Atualmente há seis grandes fabricantes de equipamentos de RM (Philips, GE,
Siemens, Toshiba, Hitachi e Fonar) e outros fornecedores de peças, materiais e
suplementos
incluindo,
as
bobinas,
meios
de
contraste
paramagnético,
amplificadores de radiofreqüência e magnetos.
Meios de contraste
Meios de contraste são drogas geralmente administradas diretamente nas
veias, artérias ou articulações, ou ingeridas por via oral. São usadas para visualizar
órgãos ou regiões como o cérebro, rins, fígado, vasos sanguíneos e estômago, a fim
de detectar qualquer anormalidade.
Para exames com ressonância magnética
Complexos gadolínicos para todos os exames
Nanopartículas de óxido de ferro para exames do tubo digestivo
Meios de contraste.
O GADOLÍNIO (Gd) é indicado pela capacidade de possibilitar a troca rápida
de água em grande volume.
A água do corpo (como aquela encontrada em tumores) tem uma rotação
muito rápida, ocasionando um relaxamento ineficiente (BAIXO) que é demonstrada
por longos tempos de relaxamento T1 e T2.
São criadas flutuações no campo magnético ao colocar-se na presença de
prótons de água em rotação uma substância com grande momento magnético (como
o gadolínio).
Segurança do Gadolínio.
O Gadolínio é conhecido como um “metal pesado”. Íons metálicos com
elétrons livres tendem a acumular em tecidos com afinidade natural por metais
(locais de fixação). Tais como:
Membranas; proteínas de transporte, enzimas e matriz óssea (pulmões,
fígado,baço e ossos).
Como o organismo é incapaz de eliminar estes metais ele podem ficar por um
longo período (tóxico).
Felizmente, há substâncias com uma grande afinidade a íons metálicos.
Essas substâncias são designadas como quelados. O quelado fixa alguns dos locais
disponíveis do íon metálico. ácido dietileno triaminopentacético (DTPA) = diminui a
toxicidade.
Pela fixação do oligoelemento metálico iônico gadolínio pelo quelado DTPA
(um ligante) é formado o Gd-DTPA (gadopentetato) –iônico. Outro meio de contraste
é o Gd-HP-DO3A (gadoteridol) – não iônico.
Meio de contraste hidrossolúvel relativamente seguro para a RM.
EFEITOS COLATERAIS
São mínimos comparando com TC.
►Cefaléia leve e transitória
►Náuseas
►Êmese (vômitos)
►Hipotensão
►Irritação gastrointestinal
►Erupções cutâneas
Sintomas no local da injeção como irritação ardência focal e frio.
►Urticária.
►Aumento pequeno e transitório na bilirrubina e no ferro sangüíneo.
Em 500.000 injeções houve 2 casos de morte.
80% são excretados pelos rins em 3hs.
98% são excretados nas fezes e urina em 1semana.
CONTRA-INDICAÇÕES
Embora não há contra-indicações deve-se evitar:
☻anemia hemolítica;
☻anemia falciforme;
☻Gravidez;
☻Mães amamentando;
☻Distúrbios respiratórios;
☻Asma
☻História de alergia anterior.
ADMINISTRAÇÃO DE Gd
A dose eficaz de Gd é de 0,2 ml/kg.
Com uma dose máxima de 20 ml
APLICAÇÕES ATUAIS DE MEIOS DE CONTRASTE
Muito útil em imagens do sistema nervoso central:
Pré- e pós-operatório de tumores;
Pré- e pós-radioterapia;
Infecções;
Inflamações;
Lesões pós-traumáticas;
Pós-operatório de coluna.
MEIOS DE CONTRASTE ORAIS E RETAIS
Os meios de contraste gastrointestinais não são tão usados como os
contraste intravasculares.
Têm sido pesquisados meios de contraste oral para a intensificação intestinal.
O que se usa na tentativa de intensificar o trato G.I. são óxidos de ferro e
substâncias lipídicas. Porém dão mais artefatos de movimento intestinal do que
contrasta lesões.
O uso de drogas antiespasmódicas ajuda a retardar o peristaltismo e/ou
técnicas ultra rápidas para diminuir o artefato. Alguns centros têm usado gadolínio
diluído para intensificar o intestino.
Meios como soluções de bário diluídos podem ser usadas para fazer o
conteúdo intestinal parecer escuro. O ar tem sido usado como meio de contraste
eficaz no reto. Com o vácuo no reto distendido melhor se visualiza próstata e útero.
EXEMPLOS DE CONTRASTE USADOS:
MAGNEVIST – história de reações graves levando a morte. Reações anafilactóides,
lesões cerebrais, problemas respiratórios, convulsões e vertigens agudas.
OMNISCAN – Náuseas, êmese e convulsão.
ProHance – reações anafilactóides.
Microímãs geram imagens de ressonância magnética em cores.
Ímãs microscópicos poderão um dia ser injetados no corpo dos pacientes
prestes a se submeter a exames de ressonância magnética, em substituição aos
contrastes químicos hoje utilizados.
Essa substituição deverá gerar imagens médicas muito mais precisas e
detalhadas, em cores, destacando detalhes que hoje simplesmente não aparecem
nos resultados dos exames.
Etiquetas inteligentes.
Os micromagnetos também poderão funcionar como "etiquetas" inteligentes,
marcando e identificando condições fisiológicas, tecidos e até células individuais,
criando formas de diagnóstico que ainda não existem.
Ao contrário das soluções químicas hoje utilizadas como agentes de contraste
em exames de ressonância magnética, os microímãs possuem uma propriedade que
permite que eles sejam configurados com precisão: o seu formato.
Ressonância magnética em cores.
Cada formato de microímã gera um sinal com freqüência diferente. São os
sinais de radiofreqüência "refletidos" pelo contraste que criam as imagens, depois
que eles são convertidos em tonalidades para impressão. Hoje os exames de
ressonância magnética são basicamente preto e brancos.
Os micromagnetos gerarão imagens vívidas e com um número virtualmente
ilimitado de cores. Conjuntos de magnetos de diferentes formatos, projetados para
gerarem cores diferentes, poderão ser recobertos com compostos biológicos que os
farão ligar-se a diferentes tipos de células, diferenciando, por exemplo, células
normais e células cancerosas.
Toxicidade.
Os microímãs utilizados no estudo foram feitos de níquel pela facilidade de
sua construção. Só que o níquel é tóxico. O que os cientistas agora vão fazer, antes
de submeter a nova técnica a testes de avaliação clínica, é construir microímãs de
ferro, um material que não é tóxico para o corpo humano.
Novos contrastes aprimoram o uso da Ressonância Magnética.
A evolução dos métodos de diagnóstico por imagem, com a entrada de novas
tecnologias, em especial da ressonância magnética, tornou o profissional da imagem
parte integrante e indispensável da equipe médica que faz o mapeamento, a
avaliação e o prognóstico das patologias da base do crânio.
Essa é a opinião do Dr. Samir Noujaim, apresentada em Belo Horizonte, onde
ele destacou que os novos contrastes que vêm sendo incorporados ao arsenal de
recursos colocados à disposição do médico estão abrindo novos caminhos e
aprimorando a pesquisa.
“Com a ressonância magnética,podemos definir melhor a localização e a
extensão da lesão.Portanto hoje somos parte importante no tratamento cirúrgico ou
radioterápico.Aliada à tomografia e à arteriografia,essa tecnologia possibilitou ao
médico agir com muito mais segurança nas patologias de cabeça e pescoço e do
sistema nervoso central,agilizando o tratamento e o follow up dessas lesões”.Entre
os tópicos abordados,o Dr. Noujaim destacou que já estão sendo testados meios de
contraste à base de ferro em ressonância.
Esses contrastes definir melhor as áreas de metástase nos linfonodos.Os
linfonodos normais captam o ferro,interagem com o campo magnético e apresentam
sinais muito diminuídos,permitindo que a ressonância detecte os linfonodos
patológicos que, não absorvendo o ferro, são visibilizados , por exemplo, no caso do
câncer de mama, o método pode ser de grande importância diagnóstica para a
detecção do linfonodo sentinela.
Informou também que estes contrastes vêm sendo pesquisados há dois anos nos
Estados Unidos,e agora estão em fase de testes clínicos.
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