Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa ISSN 2238-3042 BOLETIM ABR 16 01.indd 1 EDIÇÃO 40 ANO 07 ABRIL 2016 5/17/16 5:44 PM NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NO BOLETIM CIENTÍFICO DO INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA DO HOSPITAL SÃO CAMILO 1 • Serão aceitos trabalhos originais (pesquisa qualitativa ou quantitativa), revisão de literatura, relato de experiência, relato de caso, e estudo reflexivo. 2 • Para cada estudo, a metodologia segue nos seguintes padrões: Pesquisa qualitativa: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodologia, trajetória metodológica, construção dos resultados, considerações finais e referências. Pesquisa quantitativa: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodologia, material e método, resultado e discussão, conclusão e referências. • Revisão de literatura: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodologia, revisão de literatura, considerações finais e referências. • Relato de Experiência: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodologia, descrição do relato de experiência, considerações finais e referências. • Relato de caso: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodologia, descrição de caso, considerações finais e referências. • Estudo reflexivo: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodologia, descrição de reflexão, considerações finais e referências. 3 • Para apresentação dos trabalhos o texto deve vir em Word • Fonte Times New Roman, tamanho 12, justificado • No máximo 12 páginas, com espaçamentos entre linhas de 1,5 cm, • Margem superior de 3 cm, margem inferior de 2 cm, margens laterais de 2 cm. • O texto não deve ultrapassar 15.000 palavras, excluindo referências e tabelas. • O nº total de tabelas e ilustrações não deve ser superior a 6 e o da referências, a 20 citações. • O trabalho deve seguir o seguinte roteiro: Tema, resumo, palavra-chave introdução, método, resultado, considerações finais, referências. 4 • Siglas, abreviaturas, unidades de medidas, nomes de ge- nes e símbolos devem ser usados utilizando o modelo padrão internacional e de conhecimento geral. Na primeira citação de siglas, elas devem vir acompanhadas do significado por extenso. 5 • Citações e referências devem seguir as normas de Vancouver. 6 • Caberá ao diretor científico julgar o excesso de ilustrações, suprimindo redundâncias. A ele caberá também a adaptação dos títulos e subtítulos dos trabalhos, bem como a preparação do texto, com a finalidade de uniformizar a produção editorial. 7 • O conteúdo pode estar relacionado com apresentação de caso ilustrativo, atualização terapêutica, análise de métodos diagnósticos, apresentação de casuística etc. 8 • Deverão ser enviadas as seguintes informações sobre o(s) autor (es): Nome completo, formação acadêmica, instituição a qual está vinculado, e-mail para contato, foto de rosto e uma titulação conforme prefere ser apresentado. 9 • Ao enviar o texto, o autor estará automaticamente concordando com sua veiculação via correio e via Internet, não ficando responsável a Secretaria Técnica por sua reprodução ou utilização depois de publicado. 10 • Cabe ao Departamento de Divulgação do IEP a data de publicação do artigo. 11 • Ilustrações: constam de figuras e gráficos, referidos em números arábicos (exemplo: Fig.3, Gráfico 7), sob a forma de desenhos à nanquim, fotografias ou traçados (ECG etc).Se forem “escaneadas”, deverão ser enviadas em formato TIF ou JPG e ter , no mínimo, 270 DPI de resolução. CONSTAR FONTE. Quando possível deverão ser enviadas em forma original. Somente serão aceitas as ilustrações que permitirem boa reprodução. 12 • Os trabalhos devem ser encaminhados ao Núcleo de Publicações do IEP através do e-mail: [email protected] Telefones para contato: (11) 3677-4507 / 3677-4405 02 BOLETIM ABR 16 01.indd 2 5/17/16 5:44 PM EXPEDIENTE A responsabilidade pelos dados e conteúdo dos artigos é exclusiva de seus autores. Permitida reprodução total ou parcial dos artigos, desde que mencionada a fonte. Sociedade Beneficente São Camilo Presidente: João Batista Gomes de Lima Vice-Presidente: Anísio Baldessin 1º tesoureiro: Mateus Locatelli 2º tesoureiro: Zaqueu Geraldo Pinto 1º secretário: Niversindo Antonio Cherubin 2º secretário: Marcelo Valentim De Oliveira Superintendente: Justino Scatolin Hospitais São Camilo de São Paulo Superintendente: Antônio Mendes Freitas Redação e Administração Os manuscritos deverão ser encaminhados para: IEP - Hospital São Camilo Rua Tavares Bastos, 651 - Pompeia CEP 05012-020 - São Paulo - SP ou enviados para os e-mails: [email protected] Conselho Editorial • Adriano Francisco Cardoso Pinto • Ana Lucia das Graças Gomes • Ariadne da Silva Fonseca • Carlos Augusto Dias • Carlos Gorios • Jair Rodrigues Cremonin Junior • José Antonio Pinto • José Ribamar Carvalho Branco Filho • Leonardo Hiroki Kawasaki • Leonardo Aldigueri Rodriguez • Lucia de Lourdes Leite de Souza Campinas • Marcelo Alvarenga Calil • Luiz Carlos Bordim • Marcelo Ricardo de Andrade Sartori • Marco Aurélio Silvério Neves • Vânia Ronghetti Diretor Editorial: Dr. Marcelo Ricardo de Andrade Sartori Diretora Científica: Profa. Dra. Ariadne da Silva Fonseca Coordenação Editorial: Amanda Ilkiu Produção Editorial: Amanda Ilkiu Jornalista Responsável: Hugo Politi Pacífico Editor de Arte: Fabiana Sant´Ana Produção Gráfica: MaisType Tiragem: 1000 exemplares Diagramação: Ei Viu! Design e Comunicação 03 BOLETIM ABR 16 01.indd 3 5/17/16 5:44 PM SUMÁRIO 06 Editorial 08 O Significado da Aplicação da Metodologia Simulação Realísticas nos Cursos Técnicos em Saúde The Meaning of Applying Realistic Simulation Methodology in Health Technical Courses El Significado de la Aplicación de la Metodología Simulación Realística en los Cursos Técnicos en Salud Shirley da Rocha Afonso, Ariadne da Silva Fonseca, Marta Louzada Zen Fujita. 18 Flegmasia Cerulea Dolens em paciente com trombose venosa de membro superior pós-acesso venoso em subclávia: relato de caso Phlegmasia Caerulea Dolens in a patient with superior limb venous trombosis after subclavian venous access: case report Flegmasia Cerúlea Dolens en paciente con trombosis venosa de miembro superior post-acceso venoso en subclavia. Relato de caso y revisión de literatura. Sergio Quilici Belczak, Matheus Mozini Cavichioli, Margarethe Novaes, Ciro Hitoshi Moiti, Flavio Abrão Neto. 22 Técnica de Indução de Membrana para Tratamento de Osteomielite Crônica do Pé: relato de caso e revisão de literatura Membrane Induction Technique for Chronic Osteomyelitis of the Foot: case report and literature review Técnica de Inducción de Membrana para Tratamiento de Osteomielitis Crónica del Pie: relato de caso y revisión de literatura Carlos Augusto Silva de Andrade, Lucio Aparecido Lovisotto, Joaquim Maluf Neto, Edilso Tobias Moreira, Lucas Lemos Barbassa Pedro, Wagner Vieira Sampaio. 30 Educação em Saúde Para Idosos: relato de experiência de acadêmicos de enfermagem Health Education For Seniors: experience report of nursing students Educación en Salud Para Adultos Mayores: relato de experiencia de académicos de enfermería Rodrigo Ayres de Souza, Monique Silva dos Santos, Maiara Dias Basílio, Edilaine Rucaglia Rizzo, Claudia Maria Messias, Claudia Maria Messias. 36 Projeto de Melhoria na Redução de Glosa de Materiais Improvement Project to Cut Down on Non-Payment of Materials Proyecto de Mejora en la Reducción de Rechazo de Pago de Materiales Adriana Yuriko Miyamoto, Ariadne Fonseca da Silva. 04 BOLETIM ABR 16 01.indd 4 5/17/16 5:44 PM 05 BOLETIM ABR 16 01.indd 5 5/17/16 5:44 PM EDITORIAL Centro de Simulação como Possibilidade Para o Aprimoramento Profissional Nosso Centro de Simulação tem a proposta de permitir o aprimoramento e atuação de todos os profissionais de saúde, segundo os padrões de excelência exigidos pelas instituições de saúde, capazes de se destacarem no contexto profissional e social brasileiro, não só pela sua capacitação profissional, mas também pelo seu posicionamento moral, ético e humano. Cabe às Instituições, o trabalho de possibilitar momentos e atividades para transformar a postura dos profissionais perante a vida, facilitando sua integração plena à sociedade em que vivem. A saúde e o bem estar são importantes investimentos para as expectati- Ariadne da Silva Fonseca Coordenadora de Publicações do Instituto de Ensino e Pesquisa vas da população por uma vida melhor e isto deve ser trabalhado através da assistência, do aprimoramento e da pesquisa. Qualificar a assistência pressupõe acrescer aos tratamentos já instituídos estratégias de agir. A assistência prestada deve ter como foco a pessoa, seu grupo familiar, o seu contexto de vida enquanto elementos para a construção de uma estrutura física, mental e comportamental capaz de possibilitar ao profissional de saúde uma assistência integral. Assim sendo, o Centro de Simulação é a energia geradora para a mudança de postura dos profissionais, de modo a gerar um futuro melhor para si mesmo e seus semelhantes. Tem por base um caráter inovador, apto a contribuir com dinâmicas de formação e transformação, capazes de aprimorar médicos, profissionais de saúde e administrativo que privilegiem a saúde, a qualidade de vida, o bem estar de pessoas, grupos e comunidades reconhecidas em sua integralidade, como também uma intervenção sustentada em evidências no âmbito da prática preventiva e curativa. Neste contexto, tem por meta a construção de saberes e de práticas assistenciais sintonizadas com as necessidades sociais, considerando a hierarquização das ações de saúde, organizadas para dar vida a uma dinâmica de profissionalização diferenciada e de qualidade. Buscar dar um sentido próprio, frente às experiências, é sem dúvida mais uma etapa na construção de uma lógica capaz de intervir e conduzir pessoas a uma mudança ativa em seu modo de ver e agir em um mundo de possibilidades. Convidamos a todos a participar dos treinamentos realizados neste espaço, que muito pode contribuir para a qualidade da assistência prestada. Boa leitura a todos! 06 BOLETIM ABR 16 01.indd 6 5/17/16 5:44 PM Simulation Center as Possibility for Professional Enhancement Centro de Simulación como Posibilidad para el Perfeccionamiento Profesional Our Simulation Center has proposed the go-ahead for the enhance- Centro de Simulación tiene la propuesta de permitir el perfeccio- ment and action of all health professionals according to the excel- namiento y actuación de todos los profesionales de salud, según los lence standards required by health institutions, capable of being estándares de excelencia exigidos por las instituciones de salud, ca- highlighted in the Brazilian professional and social context not only paces de destacarse en el contexto profesional y social brasileño, no due to their professional training, but also for their moral, ethical and sólo por su capacitación profesional, pero también por su posiciona- human standing. miento moral, ético y humano. It is up to the institutions the task to open the way for time and activ- Corresponde a las Instituciones, el trabajo de posibilitar momentos ities that will transform the standing of those professionals before life, y actividades para transformar la postura de los profesionales ante la facilitating their full integration to the society where they live. Health vida, facilitando su plena integración a la sociedad en que viven. La and wellbeing are important investments for people’s expectations salud y el bienestar son importantes inversiones para las expectati- for a better life, and this may be worked out through assistance, en- vas de la población por una vida mejor y esto debe ser trabajado por hancement and research. medio de la asistencia, del perfeccionamiento y de la investigación. To qualify the assistance, one presupposes the addition of action Cualificar la asistencia presupone agregar estrategias de actuar a los strategies to the already established treatments. The assistance pro- tratamientos ya instituidos. La asistencia prestada debe tener como foco vided must focus on the person, on his or her family group and his or a la persona, a su grupo familiar y su contexto de vida, como elemen- her context in life while elements for the construction of a physical, tos para la construcción de una estructura física, mental y de comporta- mental and behavioral structure able to allow the health professional miento capaz de posibilitar una integral asistencia al profesional de salud. the provision of total assistance. Siendo así, el Centro de Simulación es la energía generadora para As a result, the Simulation Center is the generating energy for pro- el cambio de postura de los profesionales, de modo en generar un fessionals to change their standing, so as to lead to a better future futuro mejor para sí mismo y sus semejantes. Tiene por base un for them and their fellow men. It is based on an innovating character carácter innovador apto a contribuir con dinámicas de formación y liable to contribute with training and transformative dynamics, able to transformación, capaces de perfeccionar médicos, profesionales de improve the knowledge of doctors, health professionals and mana- salud y administrativo que privilegien la salud, la calidad de vida, el gerial personnel who will highlight health, life quality and the wellbe- bienestar de personas, grupos y comunidades reconocidas en su in- ing of persons, groups and communities recognized in their totality, tegralidad, como también una intervención sustentada en evidencias as well as an intervention based on evidences in the scope of a pre- en el ámbito de la práctica preventiva y curativa. ventive and healing practice. En este contexto, tiene por meta la construcción de saberes y de In this context, its aim is to build up assistance knowledge and prac- prácticas asistenciales sintonizadas con las necesidades sociales, tices in tandem with social needs, considering the ranking system of considerando la jerarquización de las acciones de salud, organizadas health actions, organized in order to instill life to a different, high- para dar vida a una dinámica de profesionalización diferenciada y de quality professionalization dynamism. Trying to provide its own sense calidad. Tratar de dar un sentido propio frente las experiencias, sin vis-à-vis experience is no doubt still another stage in constructing a duda es una etapa más en la construcción de una lógica capaz de logic capable of intervening and lead people to an active change in intervenir y conducir personas a un cambio activo en su modo de ver the way they see things and act in a world of possibilities. y actuar en un mundo de posibilidades. We invite you to take part in the trainings carried in this space, as it Invitamos a todos a participar de los entrenamientos realizados en is apt to give a significant contribution to the quality of the assistance este espacio, que mucho puede contribuir para la calidad de la asis- provided. tencia prestada. Good reading! ¡Buena lectura a todos! 07 BOLETIM ABR 16 01.indd 7 5/17/16 5:44 PM O Significado da Aplicação da Metodologia Simulação Realísticas nos Cursos Técnicos em Saúde The Meaning of Applying Realistic Simulation Methodology in Health Technical Courses El Significado de la Aplicación de la Metodología Simulación Realística en los Cursos Técnicos en Salud Resumo Shirley da Rocha Afonso Coordenadora de Projetos em Enfermagem – Centro Paula Souza. Ariadne da Silva Fonseca Especialista em Enfermagem Pediátrica e Pediatria Social pela Universidade Federal de São Paulo. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo. Gerente do Instituto de Ensino e Pesquisa e Coordenadora do Centro de Simulação da Rede de Hospitais São Camilo - São Paulo. Presidente da ABEn seção São Paulo. [email protected] Marta Louzada Zen Fujita Supervisora Regional – Centro Paula Souza. O presente trabalho tem por objetivo identificar a percepção dos docentes do planejamento e aplicação da metodologia simulação realística no ensino técnico em saúde. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, na abordagem analise de conteúdo, realizada com 40 professores de cursos Técnicos em Enfermagem e Nutrição e Dietética, que participaram de uma capacitação docente sobre o uso de metodologias ativas, em 2014, no Centro de Capacitações do Centro Paula Souza e Centro de Simulação Realística, no Estado de São Paulo. Os participantes manifestaram sua percepção acerca do processo de apropriação da metodologia e da percepção quanto a aplicação em sala de aula, por meio de um questionário on line, via Google drive, sem identificação. Os resultados apontam um reconhecimento quanto a melhoria na qualidade de suas aulas e do progresso da aprendizagem dos alunos, mas demonstram dificuldade em conciliar o tempo que esta metodologia demanda ao ser desenvolvida e a carga horária dos cursos, além da insegurança no correto desenvolvimento das etapas da metodologia. Conclui-se que os docentes buscam e desejam ter uma postura inovadora e ativa em sua prática docente, mas necessitam se apropriar da metodologia, com apoio da gestão escolar. Palavras-chave: Ensino Profissional. Métodos de Ensino. Abstract This work is aimed at identifying the perception by teachers of planning and application of realistic simulation methodology in Health Technical teaching. It is a qualitative research in approaching content analysis, carried out with 40 teachers of Nursing and Nutrition and Dietetics Technical Courses who took part in a teacher training course on the use of active methodologies in 2014 at the Paula Souza Center Qualifying Center and the Realistic Simulation Center in the State of São Paulo. The participants expressed their perception about the methodology appropriation process and its application in the classroom 08 BOLETIM ABR 16 01.indd 8 5/17/16 5:44 PM through an online questionnaire, via Google drive, without identifying themselves. The results acknowledged that their class quality had improved and that the students’ learning had enhanced, although they also showed some difficulty fitting in the time required for this methodology to be developed and the courses’ workload, as well as a lack of security in correctly developing the methodology’s stages. The conclusion is that teachers look for and wish an innovating, active posture in their teaching practice, but need to take hold of the methodology with the support of the school management. Key words: Professional Education. Education Methods. “É fundamental que os docentes busquem a apropriação das estratégias de educação (com métodos educacionais adequados) para qualificar continuamente os alunos...” Resúmen El presente trabajo tiene por objetivo identificar la percepción de los docentes de la planificación y aplicación de la metodología simulación realística en la enseñanza técnica en salud. Se trata de una investigación cualitativa, en el abordaje análisis de contenido, realizado con 40 profesores de cursos Técnicos en Enfermería y Nutrición y Dietética, que participaron de una capacitación docente sobre el uso de metodologías activas en 2014, en el Centro de Capacitaciones del Centro Paula Souza y Centro de Simulación Realística, en el Estado de São Paulo. Los participantes manifestaron su percepción acerca del proceso de apropiación de la metodología y de la percepción n cuanto a la aplicación en clase, por medio de un cuestionario en línea por vía Google drive, sin identificación. Los resultados apuntan un reconocimiento en cuanto a la mejora en la calidad de sus clases y del progreso del aprendizaje de los alumnos, pero demuestran dificultad en conciliar el tiempo demandado por esta metodología al ser desarrollada y la carga horaria de los cursos, además de la inseguridad en el correcto desarrollo de las etapas de la metodología. Se concluye que, los docentes buscan y desean tener una postura innovadora y activa en su práctica docente, pero necesitan apropiarse de la metodología con apoyo de la gestión escolar. Palabras-clave: Enseñanza Profesional. Métodos de Enseñanza. Introdução Com o crescente avanço científico e tecnológico na área de saúde e educação destaca-se a necessidade de os profissionais buscarem intensa atualização e apropriação das técnicas de ensino, constituindo na construção de uma educação mais efetiva e com qualidade. É possível identificar grandes transformações da educação, quando se observam educadores refletindo e buscando novas maneiras de ensinar, com o intuito de mudar os processos de aprender e influenciar novos comportamentos nos alunos, como a autonomia para tomada de decisões, valorização significativa do conhecimento e senso de responsabilidade. Educar en valores significa tener en cuenta en el contexto educativo el rico entramado de valores de variado carácter, moral, político, estético y científico, que rodean la vida del individuo contemporáneo en el ámbito social. Su significado no puede ser circunscrito a una especie de adoctrinamiento con el cual “se inculquen” o formen unos determinados valores predeterminados metafísicamente de antemano. Aunque es necesario para no caer en el relativismo moral, tener bien claras las bases o criterios 09 BOLETIM ABR 16 01.indd 9 5/17/16 5:44 PM objetivos que permiten discernir lo valioso de su contrario, [...] de que educar en valores significa preparar o educar para valorar1. Mas para isso, é preciso compreender que a aprendizagem e a educação se movem entre métodos que dependem de como cada pessoa apreende o seu significado. De acordo com Costa2, o processo de ensino-aprendizagem na área de saúde exige a diminuição da distância entre o que se ensina na teoria e sua aplicabilidade prática-profissional, ou seja, os ambientes de ensinar e aprender criados devem coexistir entre as formas sistemáticas dos conceitos teóricos e criação das destrezas técnicas no processo cognitivo da aprendizagem. É fundamental que os docentes busquem a apropriação das estratégias de educação (com métodos educacionais adequados) para qualificar continuamente os alunos e desenvolver competências, obtendo conhecimento no tempo certo. Neste sentido, a Simulação Realística é essencial e adequada para oportunizar cenários de aprendizagem e cuidado em saúde, o que decorre na convergência do educar-aprender em saúde3. A simulação realística promove um aspecto importante que é o aprendizado baseado em uma situação real, na qual o conhecimento teórico é requerido do aluno de maneira mais eficaz e rápida, pois o aluno experimenta sensações reais. A simulação é entendida neste estudo como uma representação da estrutura ou dinâmica de um objeto real ou processo com o qual o aluno interage ativamente. Por exemplo, o aluno, participante ativo de seu processo de aprendizagem, aplica previamente o conhecimento aprendido para responder (decisões e ações) a um problema ou situação e recebe respostas sobre suas condutas, ou seja, raciocinando e decidindo mediante informações sem o stress da situação real. Dessa forma, as simulações representam uma oportunidade para o aluno assumir um papel responsável e ver as consequências de suas ações, em um cenário simulado e controlado para desenvolver as competências reais. Estas novas práticas pedagógicas podem ser mais facilmente relacionadas aos conceitos de práxis por meio do uso de Metodologias Ativas (Problematizadoras da Realidade), em outras palavras, proporcionar um aprendizado teórico-prático-teórico (reflexão-ação-reflexão). As metodologias chamadas de “ativas” são aquelas que centralizam o ensino e aprender no aluno, proporcionando uma aproximação dos contextos reais aos conceitos teóricos e permitindo que o aluno vivencie a experiência ensinada4. Entretanto, observam-se duas práticas docentes nas escolas, mesmo com as iniciativas para inovar os métodos de ensino nos cursos técnicos em Enfermagem e Nutrição e Dietética das Etecs. É possível identificar ainda a aplicação de um ensino caracterizado pela predominância de métodos tradicionais e pela resistência da difusão de modelos de ensino ativos. Tais observações reforçam as ações de atualizações técnicas e incentivos para a implantação de uma cultura educacional ativa, capaz de promover um aprendizado significativo. Mas também, observam-se algumas práticas realizadas de maneira individual por professores que revisitam seus métodos de trabalho e sentem o desejo de mudar suas técnicas didáticas. De fato, em alguns componentes curriculares notam-se iniciativas de prover o ensino menos diretivo e mais estimulador para a participação ativa do estudante. Existe, portanto, clara tendência de valorização da transmissão do conhecimento sobre a preocupação com o desenvolvimento de habilidades de aprendizado contínuo. Preocupadas com esta situação, na recente proposta de revisão do projeto pedagógico dos cursos técnicos, foi incluído o tema Simulação Realística no grupo de capacitação docente sobre as metodologias ativas, com o intuito de promover a mudança do comportamento docente e renovar os métodos de ensino e aprendizagem, de modo que sejam oferecidas aos alunos oportunidades de aprendizados mais ativos e significativos durante a apreensão do conhecimento teórico e desenvolvimento das habilidades técnicas. O aprendizado em saúde sempre teve a prática como forma de desenvolvimento de habilidades e contato primário com o conhecimento. Assim, o ensino em Saúde como o conhecemos hoje, praticado em escolas, sempre foi ministrado por um mestre que convivia intensamente com os alunos e deles se fazia acompanhar em todos os seus momentos de prática, principalmente para o desenvolvimento de habilidades tão necessárias para o exercício da atividade assistencial futura. Com a evolução das ciências da Saúde, ciências da Educação e da Informática, o papel da escola foi assumindo gradativamente o lugar de protagonista e novas tecnologias foram associadas ao ensino, incluindo os Laboratórios de Simulação como recurso de aprendizagem para os cursos de saúde5. A consecução deste ciclo é a capacitação docente para o uso de novos recursos e técnicas de aprendizagem ativa que incluem, entre outras, a Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez, o Método do Ensino baseado no Estudo de Caso, a Metodologia de Projetos e a Simulação Realística, sendo esta última, objeto de estudo deste trabalho. Neste sentido, justifica-se a implantação de uma cultura de atualização docente baseada em metodologias ativas, pois, 10 BOLETIM ABR 16 01.indd 10 5/17/16 5:44 PM a sua disseminação tem-se evidenciado promissora no processo de multiplicação dessas práticas nas escolas técnicas do Estado de São Paulo. Com a aplicação do método de simulação, o aluno tem a oportunidade de adquirir habilidades variadas, pois, são permitidas repetições dos procedimentos tantas vezes forem necessárias, até o aluno adquirir confiança para a execução de ações e tomadas de decisão com certo domínio. Para efetivar este método de ensino, a execução dos procedimentos ou tarefas específicas deve ser acompanhada e observada pelo professor de maneira atenta, contextualizando e sistematizando os conceitos teóricos e técnicas realizados pelos alunos, ou seja, cada aluno deve receber um “feedback” sobre sua atuação, sempre. De acordo com Masetto6. [...] deslocamento do processo de instrução e transmissão de conhecimentos para o processo de aprendizagem onde aprendizes (professor e aluno) descobrem significados para as informações pesquisadas, [...] aprendizagem não quer dizer só desenvolvimento intelectual, mas desenvolvimento também de habilidades e atitudes e valores [...]. Em condições de simulação, a insegurança sobre a pouca destreza de alunos para a tomada de decisão em determinadas situações é consideravelmente minimizada e, em especial, o processo de aprendizado, envolvendo a prática repetida, não vai representar risco ou desconforto para profissionais e clientes reais. Além disso, o emprego das técnicas de simulação permite que se ofereçam as mesmas oportunidades de aprendizado prático para todos os alunos, sem depender das circunstâncias e do acaso envolvidos e presentes no ambiente de trabalho. Deste modo, o aluno vai se sentir mais preparado quando, na etapa de treinamento em serviço, se defrontar com situações reais em que vai precisar executar o procedimento estudado, anteriormente, de maneira simulada. A noção de currículo apresentada dessa forma é bem abrangente porque engloba a organização da aprendizagem na área cognitiva, e em outros aspectos fundamentais da pessoa humana e do profissional: saberes, competências, habilidades, valores, atitudes e ainda mais: ela mantém a idéia de que as aprendizagens sejam adquiridas, mediante práticas e atividades planejadas intencionalmente para que elas aconteçam de forma efetiva6. Entende-se, portanto, que não se pode mais aprender passivamente, principalmente, em relação à formação de profissionais da área de saúde. Emerge então, a oportunidade para “Em condições de simulação, a insegurança sobre a pouca destreza de alunos para a tomada de decisão em determinadas situações é consideravelmente minimizada...” multiplicar o trabalho docente centrado no ensino ativo. Visando alcançar uma educação que possa ser construtiva e controlada pelo aluno, na qual este poderá praticar determinados procedimentos ou tarefas quantas vezes forem necessárias, desenvolvendo e experimentando seus próprios modelos de pensamento. Por isso, é preciso que o professor se aproprie de estratégias baseadas em metodologias ativas, em especial a Simulação Realística, com o intuito de promover a construção da capacidade de aprender significativamente. O professor precisa agregar em suas práticas a experiência acumulada e os modelos de interpretação do aprendizado significativo, oportunizando ao aluno a autonomia do pensamento. A atuação do profissional de saúde requer conhecimento, habilidade e atitude que devem ser desenvolvidas durante o ensino formal (técnico ou superior) e serem aperfeiçoados em cursos de extensão, pós-graduação e com a experiência profissional. As habilidades compreendem não só a destreza e a comunicação, como também a capacidade de raciocinar criticamente, buscar e selecionar informações, e também a habilidade para desenvolver um método próprio que possibilite o aprimoramento profissional. As atitudes compreendem a postura e os valores que os profissionais de enfermagem assumem no contato com os clientes, famílias, comunidade e outros profissionais. Objetivo Identificar a percepção dos docentes no planejamento e aplicação da Metodologia Simulação Realística no ensino técnico em saúde. Metodologia Trata-se de uma pesquisa do tipo qualitativa através de análise de conteúdo. A pesquisa foi realizada com 40 professores de cursos Técnicos em Enfermagem e Nutrição e Dietética, que participaram de uma capacitação docente 11 BOLETIM ABR 16 01.indd 11 5/17/16 5:44 PM sobre o uso de metodologias ativas, em 2014, no Centro de Capacitações do Centro Paula Souza e Centro de Simulação Realística, no Estado de São Paulo. O docente de curso técnico em saúde, além de ter uma formação acadêmica adequada à sua disciplina e ao Eixo Tecnológico desenvolve uma prática educativa baseada na construção do perfil do aluno profissional de nível médio, conforme o Plano de Curso de cada habilitação e Projeto Político Pedagógico de unidade escolar. É responsável pela condução do aluno na sua interação com o conhecimento. Para tanto, é necessário competência técnica e responsabilidade no processo ensino-aprendizagem, respeitando sempre a si mesmo, os alunos e a escola. Neste sentido, devem ter uma Obteve-se um total de 29 respostas entre os meses de outubro e dezembro de 2014, divididas entre 18 enfermeiros e 11 nutricionistas participantes no estudo. Os dados gerados nesse processo foram analisados através da analise de conteúdo proposta por Bardin. Para uma aplicabilidade coerente do método, de acordo com os pressupostos de uma interpretação das mensagens e dos enunciados, a Análise de Conteúdo deve ter como ponto de partida uma organização. As diferentes fases da análise de conteúdo organizam-se em torno de três pólos, conforme Bardin: 1. A pré-análise; 2. A exploração do material; e, por fim, 3. O tratamento dos resultados: a inferência e a interpretação8. [...] formação consolidada com base no domínio de conhecimentos científicos e na atuação investigativa do processo de ensinar e aprender, recriando situações de aprendizagem por investigação do conhecimento de forma coletiva com o propósito de valorizar a avaliação diagnóstica dentro do universo cognitivo e cultural dos alunos como processos interativos7. Ao analisar as respostas dos questionários sobre a percepção de docentes no planejamento e aplicação da Metodologia Simulação Realística, quatro temas ficaram evidentes na análise dos dados: integração dos conteúdos curriculares; a percepção docente sobre a pedagogia e a didática; a dificuldade de implantação da metodologia em sala de aula e; o processo de aprendizagem motivador e efetivado da Simulação Realística. A capacitação foi desenvolvida a partir das seguintes etapas: 1. A Metodologia do Estudo de Caso; 2. Prática da Simulação Realística, com carga horária total de 40 horas, sendo 12 horas presenciais para o desenvolvimento de palestras, oficinas e simulação de roteiro prático. Como estratégia de fixação do conteúdo exposto na capacitação, os professores foram orientados a desenvolver atividades não presenciais, tendo 28 horas totais, divididas em dois momentos: antes do momento presencial, leitura prévia de textos direcionados para suscitar a proposição de temas a serem desenvolvidos e aprimorados nas oficinas práticas; após o momento presencial, planejar, organizar e aplicar planos de aulas das metodologias de ensino, apresentadas na capacitação, em sala de aula e com os alunos. Para elaboração dos planos de aulas foram organizados materiais de apoio para leitura com orientações didáticas, subsidiando os participantes a praticar as metodologias de ensino com seus alunos, para isso, cada participante recebeu o material didático no dia do encontro presencial. Como resultado final, o participante entregou, no site de capacitações, um plano de aula e relatório de desenvolvimento da aula. Ao final da capacitação os docentes foram convidados a manifestar sua percepção acerca do processo de apropriação da metodologia e da percepção quanto a aplicação em sala de aula, por meio de um questionário on line, via Google drive, sem identificação. A utilização desse questionário facilitou o processo de codificação dos dados e sua organização, permitindo maior controle e rigor no processo de análise. Construção de Resultados Integração dos Conteúdos Teóricos e Práticos Entre os Diferentes Componentes Curriculares Na investigação sobre as expectativas dos docentes quanto à qualidade de suas aulas ao aplicar a Metodologia Simulação Realística com o grupo de alunos; como é representado o uso deste método, foi possível identificar que, a maioria reconhece uma melhoria considerável da qualidade de suas aulas e do progresso da aprendizagem dos alunos, quando avaliam a agregação dos conteúdos teóricos e práticos, considerando o ensino mais valorizado e o aprendizado mais significativo. O modelo de educar com base em um ensino ativo parece estar adequado às expectativas dos alunos, que se sentem mais motivados e desafiados a se tornarem mais críticos e reflexivos. Isso, fica claro nos depoimentos de alguns docentes quando afirmam perceber que, suas aulas renovaram o ambiente de ensino e permitiram aos alunos se tornarem mais participantes e responsáveis por seus aprendizados. Alguns docentes também indicam que a metodologia oportunizou a construção de novos conhecimentos, a partir das vivências controladas, aperfeiçoando e facilitando o desenvolvimento de habilidades técnicas, importantes para a atuação do aluno de ensino técnico em saúde. De acordo com, os depoimentos ficaram evidentes também que esses docentes possuem clara percepção sobre o dinamismo de suas aulas, após a execução da Metodologia Simulação Realísticas em suas salas de aulas: 12 BOLETIM ABR 16 01.indd 12 5/17/16 5:44 PM [...] é a praticidade e a movimentação que estimulam o processo ensino aprendizagem [...] (Professor 16). [...] é um momento interdisciplinar muito valioso, onde o discente, tem a oportunidade de desenvolver e vivenciar realisticamente, situações do seu cotidiano, proporcionando para o mesmo, a chance de tomada de decisões, atitudes, aprimoramento e desenvolvimento das competências aprendidas [...] (Professor 24). Na percepção da maioria dos docentes, há a crença de que o uso de metodologias de ensino ativo dinamiza o processo entre ensinar e aprender, alcançando os objetivos da educação profissional. A percepção do grupo é de que a tendência para o futuro da educação será a integração de conteúdos curriculares; a vinculação dos conceitos teóricos e práticos, pois, quando se submete o aluno a um treinamento com ambiente participativo e interativo é possível replicar diversas experiências, propiciando uma melhor retenção de informações necessárias para a formação. Essa afirmação pode ser confirmada a partir do comportamento dos próprios professores participantes da capacitação, que experienciaram o Método de Ensino Simulação Realística, praticando exercícios simulados como se fossem seus próprios alunos. Tal comportamento vai de encontro à afirmação de Hernández9 que diz, quando os professores percebem significados e valores sobre os conceitos teóricos e práticos são capazes de transmitir com entusiasmo esses mesmos conceitos para os seus alunos, por isso, necessitam vivenciar as mesmas sensações de aprendizagem que seus alunos. A Percepção Pedagógica e Didática do Ensino Baseado na Simulação Realística Observando o comportamento dos professores, durante o curso de capacitação docente e analisando suas respostas sobre como percebem a Simulação Realística em seus tra- “Na percepção da maioria dos docentes, há a crença de que o uso de metodologias de ensino ativo dinamiza o processo entre ensinar e aprender, alcançando os objetivos da educação profissional...” balhos de sala de aula, evidencia-se o significado que eles dão aos conceitos pedagógicos e didáticos nesse método de ensino. Identifica-se um discurso enfático e diferente entre a teoria pedagógica e seus efeitos em sala de aula, como exemplo o relato do professor 26, que diz sobre a relação ao método de ensino como ferramenta ou recurso que agrega a fixação do aprendizado do aluno. [...] uma metodologia que possibilita aos alunos uma oportunidade de aprendizado num contexto de situações próximas aos reais problemas, participativo, onde ele consegue vivenciar ações que se apresentarão em sua vida profissional com maior habilidade, segurança e confiança [...] (Professora 26). Sabe-se que a pedagogia está relacionada à condução ou forma como se desenvolvem as habilidades cognitivas do aprendizado, estabelecendo um conjunto de conhecimentos sistemáticos, para relacionar o fenômeno entre a teoria e a formação social do sujeito que aprende. Ou seja, as teorias pedagógicas são responsáveis pelo estudo do comportamento do indivíduo e a forma como ele “aprende o novo”. 13 BOLETIM ABR 16 01.indd 13 5/17/16 5:44 PM Já a didática desenvolve a melhor técnica de se aprender esse novo, relacionando os conceitos teóricos do aprendizado em aspectos práticos e operacionais, estimulando e encaminhando a agregação “do novo” para a formação do indivíduo10. [...] um método diferenciado, do qual trazemos a realidade para a sala de aula. Facilitando a relação ensino aprendizagem, buscando a realidade do mercado de trabalho. [...] (Professor 9). Observando o relato do professor 9 pode-se perceber que, se a didática considera o processo de ensino com suas finalidades educacionais e que esses são sempre sociais, desenvolvendo e considerando o conhecimento acumulado como processo formativo, ocorre a necessidade de estabelecer objetivos para aplicar o conteúdo teórico de maneira organizada. Ou seja, integrar as ações do fazer aos conceitos pedagógicos e não os dissociar como princípios independentes. As formas de relação do aprender prático implicam uma ação concreta que irá se manifestar na reação do aluno frente ao novo conhecimento. No trabalho docente, essa prática educativa precisa ser compreendida pelo professor, reconhecendo o seu papel de influenciador e condutor para a formação do aluno. As relações das práticas de ensino devem oferecer transformação em quem aprende para integrar uma percepção direcionada, ou seja, a percepção sobre “o novo” deve ser carregada de significados dinâmicos, por isso, a Metodologia Simulação Realística deve ser pensada e planejada adequadamente para que não se torne apenas uma prática sem sentido didático. Observa-se que, segundos os professores pesquisados, a aplicação didática da Metodologia Simulação Realística permite que o aluno se aproxime de experiências reais, mesmo que simuladas, vivenciando o aprendido em sala de aula (até então, apresentava-se de forma abstrata e transformou-se em algo sentido). Quando os professores apontam o aumento de novos conhecimentos e a aproximação da realidade, associando a esse método de ensino, eles estão desenvolvendo “capacidades intelectuais e da subjetividade dos alunos através da assimilação consciente e ativa dos conteúdos”, portanto, empregando os princípios pedagógicos, que foram ativados por uma didática da Metodologia Simulação Realística, auxiliando na direção e orientação das tarefas do aprendizado e fornecendo segurança para alcançar as finalidades educativas10. Nesse sentido, é possível observar a percepção pela integração dos conteúdos curriculares e empregos da pedagogia e didática nos processos de ensino. As Dificuldades do Planejamento de Aulas Baseadas em Metodologias Ativas Entretanto, quando questionados sobre qual etapa do processo do trabalho docente que impede a implantação da Metodologia Simulação Realística entre os componentes curriculares, o que chama atenção é o gerenciamento burocrático na instituição escolar, principalmente a importância de apoio das unidades escolares promoverem atualizações técnicas continuadas aos docentes. São identificadas as opiniões relacionadas às resistências/ insegurança; dificuldade em conciliação entre o calendário letivo e excesso de conteúdo entre os componentes curriculares e; falta de recursos tecnológicos e financeiros em suas escolas. Destacam-se também os comentários dos professores que mencionaram não haver fatores impeditivos para aplicação da simulação realística, mas, ponderam sobre a cultura escolar empregada na estrutura de seus cursos, como exemplo, um professor afirma não haver motivos que impeçam a utilização da simulação realística nos diferentes componentes curriculares, porém afirma, “infelizmente temos alguns colegas resistentes às mudanças” (Professor 14) e outro professor aponta a necessidade de estudar e praticar esse método de ensino, antes de executá-lo em sala de aula, para se sentir mais confiante. Isso demonstra que, mesmo aqueles, favoráveis a um trabalho docente mais ativo e significativo, simpatizante às teorias pedagógicas construtivistas e progressistas têm consciência sobre os entraves do ensinar em saúde. A formação inicial do professor da área da saúde ainda se preocupa em promover um processo de ensino e aprendizado centrado no desenvolvimento dos procedimentos técnicos específicos à cada área de atuação. Não se observam componentes curriculares que dedicam seus conteúdos à formação desse profissional na área de educação. É possível identificar um campo dedicado à educação em cursos de licenciatura ou pós-graduação, que é uma formação complementar à graduação, visando o preparo do docente em saúde11. Partindo desse pensamento, é importante destacar que a educação em saúde necessita de maior atenção para atualizar e desenvolver suas técnicas de formação, de tal maneira que atenda às exigências da atual sociedade e empregue esforços para formar profissionais mais responsáveis e capazes de analisar suas decisões antes de pô-las em prática. A Simulação Realística Como um Processo Motivador e Efetivado Para o Aprendizado Mas há de se considerar que, os esforços empregados pela educação continuada de professores em saúde têm gerado alguns movimentos de transformações nas práticas dos docentes. 14 BOLETIM ABR 16 01.indd 14 5/17/16 5:44 PM 15 BOLETIM ABR 16 01.indd 15 5/17/16 5:44 PM Este argumento é confirmado através das afirmações dos professores, que dizem sobre a Metodologia Simulação Realística ser um método facilitador da aprendizagem do aluno, pois, permite o aperfeiçoamento de habilidades cognitivas e práticas pela exploração, assimilação e associação dos conteúdos teóricos e práticos, possibilitando a formação integral baseada na auto-gestão do conhecimento. Empregar esforços para desenvolver atividades de ensino ativo é essencial para estabelecer a interação entre o novo conhecimento e a agregação de valores12. Pois, o aluno percebe que a construção de suas competências e habilidades, baseadas no novo conhecimento e associadas à experiência vivenciada são necessárias para exercer a profissão de forma socialmente responsável13. Esta percepção demonstrada pelos participantes é um incentivo ao uso de metodologias ativas, que geralmente demandam um maior tempo de preparo da aula, mas, possibilitam ao professor ser o verdadeiro mediador do processo de ensino e o aluno o protagonista da aprendizagem. Sabe-se que, as práticas pedagógicas alcançam seus objetivos de aprendizagem quando são empregados esforços significativos para o desenvolvimento de valores em seus alunos. Neste sentido, não é admissível ensinar e aprender, atualmente, pela transmissão sem reflexão, sendo a argumentação e crítica responsáveis pela transformação da realidade. Nesta linha de pensamento encontram-se as percepções dos professores sobre as práticas docentes da atualidade, das quais são afirmativas que as metodologias ativas agregam valores mais facilmente, quando são comparadas aos métodos tradicionais de ensino. As metodologias ativas, portanto, contribuem para a formação de alunos e professores; todos se beneficiam dos processos de ensino e aprendizagem. Outro aspecto importante a destacar é a necessidade de a gestão escolar promover subsídios técnicos e de recursos materiais para que, professores possam sentir-se livres para desenvolver suas práticas docentes com mais motivação e significados na aprendizagem dos alunos. A difusão da metodologia é necessária, no ensino técnico de nível médio em saúde para que os docentes consigam incorporar paulatinamente essa estratégia de ensino e de aprendizagem, superando a resistência pessoal e a insegurança. Considerações Finais Neste trabalho foi possível identificar que, os professores assumem uma postura inovadora durante a prática docente, quando estão diante das metodologias ativas, reforçando a ideia de transformação do cenário dos modos de ensinar e aprender em saúde. Porém, afirmam ser necessárias mais atualizações técnicas para se apropriarem do método de simulação realística e implantá-los em seus trabalhos docentes. Sentem também, a necessidade de outras oportunidades para socializar suas experiências e, assim, minimizar suas inseguranças. Para os professores, a representação da Metodologia Simulação Realística está centrada com maior ênfase na didática, dissociando os conhecimentos teóricos e práticos. Sendo, uma atenção necessária para a educação continuada, pois, o ensino em saúde perde seu significado se não houver reflexão sobre os princípios científicos de suas ações. 16 BOLETIM ABR 16 01.indd 16 5/17/16 5:44 PM Referências 1 • Llanes MEM.; Mendoza AB. La educación en valores desde el enfoque ciencia-tecnología-sociedad: la simulación educativa como herramienta didáctica avanzada. Didáctica y Educación. Cuba, n. 4, out. 2010, p. 32. Disponível em: <dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/4227615.pdf>. Acesso em: 30 abr 2014. 2 • Costa JGF et al. Práticas contemporâneas do ensino em saúde: reflexões sobre a implantação de um centro de simulação em uma universidade privada. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde. Vitória, v. 15, n. 3, 2013, p. 86. Disponível em: <http://periodicos.ufes.br/RBPS/article/viewFile/6330/4664>. Acesso em: 16 mar 2014. 3 • Fonseca AS. et al. Criação e implantação do Centro de Simulação Realística do Centro de Aprimoramento Profissional de Enfermagem: relato de experiência. In: Seminário de Pesquisa em Enfermagem. 16., 2011. Campo Grande. Anais Ciência da Enfermagem em tempos de interdisciplinaridade. Mato Grosso: ABEN, 2011. p. 2304-08. Disponível em: <http://www.abeneventos.com. br/16senpe/senpe-trabalhos/files/0550.pdf>. Acesso em: 23 jun 2014. 4 • Fonseca AS; Afonso SR; Fujita MLZ. Metodologias ativas: da teorização à contextualização. São Paulo: Centro Paula Souza, 2014, p, 5. 5 • Sanino GEC. O uso da simulação em enfermagem no Curso Técnico de Enfermagem. Revista J. Health Inform. São Paulo, n. esp. 4, 2012, p. 150. Disponível em: <http:// www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis/article/view/247>. Acesso em: 23 jun 2014. 8 • Bardin L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Portugal. Ed. 70. LDA, 2009. 9 • Hernández FA. Importância de Saber como os Docentes Aprendem. Pátio Revista Pedagógica. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, n. 4, 1998. Disponível em: <http://smeduquedecaxias.rj.gov.br/>. Acesso em: 19 abr 2015. 10 • Libâneo J. Didática: velhos e novos temas. Goiânia: Autor, 2002, p. 5. 11 • Ferreira Junior MA. Os reflexos da formação inicial na atuação dos professores enfermeiros. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 61, n. 6, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v61n6/a12v61n6. pdf>. Acesso em: 10 jul 2015. 12 • Bachion MA.; Pessanha MCR. Análise das metodologias de ensino adotadas em sequências didáticas de ciências: uma reflexão sobre a prática docente. In: Encontro Nacional de Didática e prática de Ensino. 16. 2012. Anais Livro Junqueira e Marin. São Paulo: UNICAMP, 2012. 13 • Coelho Junior FA; Abbad GS; Todeschini KCL. Construção e validação de uma escala de suporte à aprendizagem no trabalho em uma instituição bancária brasileira. Revista Psicologia: organizações e trabalho. Brasília, v. 5, n. 2, 2005. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/ index.php/rpot/article/view/7785/7162>. Acesso em 15 jun 2015. 6 • Masetto MT. Inovação curricular no ensino superior. Revista e-curriculum, São Paulo, v. 7, n. 2, ago, 2011, p. 4, 15. Disponível em: <http://revistas.pucsp.br/index.php/ curriculum/article/view/6852/4966>. Acesso em: 30 abr 2014. 7 • Rodrigues MTP; Mendes Sobrinho JAC. Professor de Enfermeiro: um diálogo com uma formação pedagógica Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 60, n. 4, 2007, p 457. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ reben/v60n4/a19.pdf>. Acesso em: 10 jul 2015. 17 BOLETIM ABR 16 01.indd 17 5/17/16 5:44 PM Flegmasia Cerulea Dolens em paciente com trombose venosa de membro superior pós-acesso venoso em subclávia: relato de caso Phlegmasia Caerulea Dolens in a patient with superior limb venous trombosis after subclavian venous access: case report Flegmasia Cerúlea Dolens en paciente con trombosis venosa de miembro superior post-acceso venoso en subclavia. Relato de caso y revisión de literatura. Resumo Este estudo tem como objetivo relatar o caso de uma paciente com trombose venosa de membro superior pós-acesso venoso em subclávia. Trata-se de uma pesquisa qualitativa na modalidade estudo de caso. Paciente do sexo feminino, com setenta e dois anos que apresentou um caso de flegmasia cerúlea dolens a qual evoluiu com amputação do membro afetado. Palavras-chave: Trombose venosa, Veia Axilar, Cateteres. Abstract Sergio Quilici Belczak Pós-doutorado e doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Chefe do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital Geral de Carapicuíba. Docente da disciplina de Cirurgia Vascular do Centro Universitário São Camilo. São Paulo (SP), Brazil. Matheus Mozini Cavichioli Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital Geral de Carapicuiba, São Paulo (SP), Brazil. Margarethe Novaes Médica pela Faculdade de Medicina da Universidade Anhanguera – Uniderp. Residente de Cirurgia Geral do Hospital Geral de Carapicuíba, São Paulo (SP), Brazil. The purpose of this study is to report the case of a patient with venous thrombosis of an upper member following subclavian venous access. It is a qualitative research in a case study modality. It was a seventy-two-year old female patient with a flegmasia cerulea dolens case that led to the amputation of the affected member. Key words: Venous thrombosis. Axillary Vein, Catheters. Resúmen Este estudio tiene como objetivo relatar el caso de una paciente con trombosis venosa de miembro superior post-acceso venoso en subclavia. Se trata de una investigación cualitativa en la modalidad estudio de caso. Paciente del sexo femenino con setenta y dos años que presentó un caso de flegmasia cerúlea dolens la cual evolucionó con amputación del miembro afectado. Palabras-clave: Trombosis venosa, Vena Axilar, Catéteres. Ciro Hitoshi Moiti Acadêmico do sexto ano de medicina do Centro Universitário São Camilo. São Paulo (SP), Brazil. Flavio Abrão Neto Acadêmico do quinto ano de medicina do Centro Universitário São Camilo. São Paulo (SP), Brazil. Introdução Flegmasia Cerúlea dolens corresponde à trombose venosa profunda maciça com obstrução total do fluxo sanguíneo, condição rara com graves repercussões. Principais causas dão Síndrome de Paget – Schroetter e uso de cateter venosos central. O acometimento vascular leva a edema 18 BOLETIM ABR 16 01.indd 18 5/17/16 5:44 PM e cianose de membro afetado podendo evoluir para necrose, comprometimento arterial e síndrome compartimental. Trombose venosa profunda de membros superiores corresponde a 1% a 2% de todos os casos de obstrução de vasos venosos profundos, e tem como principal causa secundaria o uso de cateter venoso central. Quando massiva pode apresentar-se como flegmasia cerulea dolens, cursando com edema severo do membro acometido, cianose, gangrena, síndrome compartimental e necrose. Seu diagnostico pode ser feito por meio de ultrassonografia doppler venosa e angiotomografia evidenciando a obstrução do vaso e causas subjacentes1-3. O tratamento base se faz com anticoagulação plena com heparina e anticoagulantes orais por período prolongado. Em casos severos pode-se recorrer a intervenção cirúrgica. Prognostico usualmente favorável. Objetivo Relatar o caso de uma paciente com trombose venosa de membro superior pós-acesso venoso em subclávia. Metodologia Trata-se de uma pesquisa qualitativa na modalidade de estudo de caso realizado em um hospital público em uma cidade da grande São Paulo, realizado no ano de 2015. Caso Clínico Paciente sexo feminino, idade 72 anos, institucionalizada, encaminhada de outro serviço por broncopneumonia em tratamento há 6 dias, evoluiu há 2 dias com cianose severa de extremidade de membro superior esquerdo, edema, alteração da temperatura local e flictenas em terço distal de antebraço e mão esquerda. Histórico prévio de acesso venoso central em veia subclávia esquerda. Ao exame membro superior esquerdo com edema braquial com empastamento, necrose bolhosa em dedos, com cianose fixa até antebraço “A obstrução venosa quando massiva, pode cursar flegmasia cerulea dolens, entidade rara a qual leva a gangrena venosa, sindrome compartimental e comprometimento na dinâmica da circulação arterial.” (Figura 1). Todos os pulsos palpáveis. Diabética, tabagista 40 maços ano, sem outras comorbidades, em uso de acesso venoso central. Paciente encaminhada aos cuidados da unidade de tratamento intensiva, solicitados ultrassom doppler de membro superior esquerdo evidenciando: artérias subclávia, axilar, braquial e radial pérvias, calibre e paredes dentro da normalidade. Veias axilar, braquial, radio-ulnares com conteúdo hipoecóico e incompreensíveis. Feito diagnóstico de trombo em transição venosa subclávio-axilar e iniciada investigação da provável origem. Associado, pneumonia em tratamento. Conduta inicial: antibioticoterapia (ceftriaxona, clindamicina), anticoagulação plena com heparina (80 unidades por Kg e 18 unidades por Kg por hora em bomba de infusão), medidas locais (curativo com aquecimento passivo e elevação de membro), controle laboratorial (eletrólitos, coagulograma, hidratação), passado sonda naso-enteral e adotada oxigenoterapia. Posteriormente quadro discutido com clinica medica, cirurgia vascular e cirurgia geral, sendo substituída antibioticoterapia por cefepime, e introduzidos warfarina (5mg por dia) e 19 BOLETIM ABR 16 01.indd 19 5/17/16 5:44 PM enoxaparina (1mg por Kg de 12/12 horas). Mantidos controles de sinais vitais, eletrólitos, coagulograma e hidratação. Paciente evoluiu com melhora laboratorial de parâmetros infecciosos e hematimétricos, porem pela manutenção da necrose de extremidade de membro superior esquerdo optadou-se por amputação de antebraço com retalho posterior longo. Procedimento ocorreu sem intercorrências, paciente evoluiu clinicamente bem, hemodinamicamente estável, recebendo alta hospitalar. Atualmente em acompanhamento ambulatorial no serviço de cirurgia vascular. Discussão Trombose venosa profunda de membros superior pode ser de causa idiopática, pós-traumatica ou por uso de cateteres centrais1. Corresponde a 1-2% de todos os casos de trombose venosa profunda. A veia mais acometida é a subclávia, e em 80% dos casos acomete membro dominante2. Como etiologia pode-se citar principalmente o uso de cateter central e síndrome de Paget-Schroetter. Nos casos de trombose axilar e braquial, da-se importância às variações anatômicas da região, com a veia braquial podendo desembocar tanto na veia axilar com nas veias axilares acessórias, drenando para os segmentos peitoral e supra-peitoral desse sistema venoso3. A obstrução venosa quando massiva, pode cursar flegmasia cerulea dolens, entidade rara a qual leva a gangrena venosa, sindrome compartimental e comprometimento na dinâmica da circulação arterial4. A clínica da trombose venosa profunda de membro superior inclui edema do braço, antebraço e mão, precedido ou não de dor na face interna do braço ou na axila, acompanhado de veias dilatadas ou mesmo de circulação bem definida no ombro, no espaço deltopeitoral e na parede torácica caracterizam o bloqueio à circulação venosa. A ausência de linfangite na fase inicial serve de excelente orientação para o diagnóstico diferencial. A sensação de peso referida pelo paciente está na dependência do volume do edema, bem como o desconforto e até mesmo certo grau de impotência funcional, que impede a movimentação do membro. Pode ocorrer modificação da pele, particularmente cianose dos dedos em determinadas posições. A elevação do membro tanto faz melhorar como acentuar os sintomas5. A paciente do caso apresentou edema, aumento da temperatura e cianose de membro superior esquerdo, evoluindo com necrose de quirodactilos. Ao exame físico pesquisar além dos sinais característicos já citados, por perda da sensibilidade tátil e térmica, a fim de afastar causa neurológica, como interrupção do trato espinotalmico lateral em sua decussação (siringomielia)6. Solicitar hemograma completo, coagulograma, provas inflamatórias, avaliar função renal e D-dimero em busca de causas secundarias de trombose2. Exame simples, de fácil acesso e de grande ajuda, radiografia de tórax deve ser solicitada para afastar qualquer anormalidade de tórax e região mediastinal5. No caso, exame realizado com objetivo de avaliar o quadro infeccioso associado. Opção não invasiva e simples é o uso do ultra-som venoso1, dispondo de duas modalidades do exame, ultra-som doppler venoso (optado no caso apresentado) e o ultra-som duplex com imagem em tempo real e analise espectral, mais acurado que o primeiro5. Achados são a perda da compressibilidade da veia, alterações do padrão de fluxo sanguíneo ou visualização de material ecogênico. O exame inclui a avaliação dos perfis de velocidade com Doppler, obtidos pela movimentação do sangue nas veias principais1. Como diferencial, deve-se afastar posteriormente, obstrução linfatica, tanto por falta de vasos para drenagem adequada como por obstrução por infecção ou compressão1. Como tratamento o objetivo é restaurar a patencia da veia, corrigir compressões extrínsecas e reparar qualquer estenose luminal7. O tratamento de trombose axilar compreende terapêutica multimodal com trombolise por cateter, trombectomia aspirativa, descompressão cirúrgica, reconstrução venosa ou angioplastia e anticoagulação oral7. Anticoagulação se faz inicialmente com heparina, por 4 a 7 dias, dando continuidade ao tratamento com warfarina 10mg via oral. Outra opção é o uso de heparina de baixo peso molecular 1,5mg/kg/24h, com a vantagem do acompanhamento domiciliar. Novos anticoagulantes orais são os inibidores diretos da trombina (Dabigatran) e os inibidores do fator Xa (Rivaroxaban), com efeitos semelhantes à da warfarina e menor risco de sangramentos8. Introduzir a warfarina assim que INR entre 2 e 3, na dose de 10mg nos três primeiros dias e 5mg/ dia após5, e manter por 6 emanas se status pós-operatório ou 6 meses em caso de recorrência. Prover analgesia se necessário1. Prognostico é favorável, 80 a 90% dos pacientes sob trombólise seguida de descompressão cirúrgica apresentam-se por longo período assintomáticos1. A trombose do sistema axilo-subclavia é mais comum em adultos jovens por trauma precedente. Em idosos, usualmente, há uma causa associada a comorbidades, que geram fenômenos tromboembólicos. Sinais clássicos são de sinais flogisticos em membro acometido. Diagnóstico por flebografia ou ultrassonografia doppler, com identificação da obstrução. Tratamento não é diferente de outros tipos de trombose, ou seja, anticoagulação e recanalização. Prognóstico favorável. 20 BOLETIM ABR 16 01.indd 20 5/17/16 5:44 PM Considerações Finais Referências Pode acometer tanto pacientes jovens cmo idosos, sendo que nestes últimos deve-se procurar por patologia secundária de base. Seu diagnóstico é clínico, confirmado por ultrassonografia doppler venosa e o tratamento se faz com anticoagulação, tendo opção de intervenção cirúrgica, se necessário. 1 • Polak et al. Dor e edema unilateral em extremidade superior: Critérios de adequação do ACR. Boston: American College Of Radiology, 1998. 6 p. Disponível em: <cbr. org.br/wp-content/biblioteca-cientifica/v1/01-03.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2015. 2 • Dukic I. Axillary / Subclavian Vein Thrombosis. 2002. Disponível em: http://www.dukic.co.uk/Right axillary vein thrombosis.pdf. Acesso em: 25 jun. 2015. 3 • Santos et al. Anatomic study of the common brachial vein as a collateral drainage channel of the upper limb. J Vasc Bras, [s.i.], v. 10, n. 1, p.40-43, 2011. 4 • Veltchev LM.; Kalniev MA.; Todorov TA.. Phlegmasia cerulea dolence- risk factors and prevention. /case report. Journal of IMAB – Annual Proceeding (Scientific Papers), [s.i], p.89-91, 2009. 5 • Silva W. Trombose venosa dos membros superiores. Jornal Vascular Brasileiro. Recife, p. 371-382. nov. 2005. 6 • Abdelaal et al. Recurrent axillary vein thrombosis as a manifestation of syringomyelia. 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Disponível em: <http://www.pbm.va.gov/ PBM/clinicalguidance/drugclassreviews/Anticoagulants_Target_Specific_Oral_TSOACs_Dabigatran_Rivaroxaban_Apixaban_Drug_Class_Review_Rev_Dec_2014. pdf> Acesso em: 17/08/2015. 21 BOLETIM ABR 16 01.indd 21 5/17/16 5:44 PM Técnica de Indução de Membrana para Tratamento de Osteomielite Crônica do Pé: relato de caso e revisão de literatura Membrane Induction Technique for Chronic Osteomyelitis of the Foot: case report and literature review Técnica de Inducción de Membrana para Tratamiento de Osteomielitis Crónica del Pie: relato de caso y revisión de literatura Resumo Carlos Augusto Silva de Andrade Lucio Aparecido Lovisotto Joaquim Maluf Neto Edilso Tobias Moreira Lucas Lemos Barbassa Pedro Membro Titular da Sociedade de Ortopedia e Traumatologia. Membro Titular da ABTPé - Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Pé. Cirurgião no Hospital São Camilo – Santana. [email protected] Wagner Vieira Sampaio Residente do Terceiro Ano de Ortopedia e Traumatologia. Este estudo tem como objetivo relatar o caso de um paciente submetido à técnica de indução de membrana para tratamento de Osteomielite Crônica do pé. Trata-se de uma pesquisa qualitativa na modalidade estudo de caso, realizado no ano de 2013. Paciente de 16 anos, sexo feminino, com dor, impotência funcional do pé com dificuldade de marcha e lesão com secreção purulenta em região do pé esquerdo. Após várias tentativas de tratamento sem sucesso paciente é encaminhada a um serviço especializado e submetida a cirurgia e mantida imobilização do membro, sendo que após seis meses a paciente deambulava normalmente, sem sinais de fístula. Palavras-chave: Osteomielite crônica. Osteomielite do pé. Infecções ósseas. Técnica cirúrgica de Masquelet. Ferimentos do pé. Abstract The purpose of this study is to report the case of a patient submitted to the membrane induction technique for treatment of Chronic Foot Osteomyelitis. It is a qualitative research in a case study modality carried out in 2013. The sixteen-year-old female patient had pain and functional impotence of the foot, with difficulty walking and lesion with purulent secretion in an area of the left foot. After several failed attempts at treatment, the patient was forwarded to a specialized service to undergo surgery, the member being kept immobilized; after six months, the patient walked normally, without showing fistula signs. Key words: Chronic osteomyelitis. Foot osteomyelitis. Bone infections. Masquelet surgical technique. Foot wounds. Resúmen Este estudio tiene como objetivo relatar el caso de un paciente sometido a la técnica de inducción de membrana para el tratamiento de Osteomielitis Crónica del pie. Se trata de una investigación cualitativa en la modalidad estudio de caso, realizado en el año 2013. Paciente de 16 años, sexo femenino, con dolor, impotencia funcio- 22 BOLETIM ABR 16 01.indd 22 5/17/16 5:44 PM nal del pie con dificultad de marcha y lesión con secreción purulenta en región del pie izquierdo. Tras varios intentos de tratamiento sin éxito la paciente es encaminada a un servicio especializado y es sometida a cirugía y mantenida la inmovilización del miembro, siendo que después de seis meses la paciente deambulaba normalmente, sin señales de fístula. Palabras-clave: Osteomielitis crónica. Osteomielitis del pie. Infecciones óseas. Técnica quirúrgica de Masquelet. Heridas del pie. “Em 1986, Masquelet e colaboradores2 relataram o reparo de grandes defeitos diafisários, de até 25 cm, associados à extensa lesão de partes moles, utilizando enxerto de osso esponjoso autólogo, em procedimento original que consistia de duas etapas.” Introdução O tratamento cirúrgico para reconstrução de defeitos ósseos, causados por trauma ou infecção, continua um desafio para os ortopedistas. Isto ocorre especialmente em lesões extensas, com grande perda de substância óssea e cobertura cutânea1. Em 1986, Masquelet e colaboradores 2 relataram o reparo de grandes defeitos diafisários, de até 25 cm, associados à extensa lesão de partes moles, utilizando enxerto de osso esponjoso autólogo, em procedimento original que consistia de duas etapas. A primeira, implantaria um espaçador moldado, feito com cimento ósseo polimetilmetacrilato (PMMA) no defeito ósseo de ossos da perna, induzindo a formação de uma membrana biológica de encapsulação por sobre este PMMA. Após 8 semanas, este espaçador seria removido e a cavidade preenchida com osso esponjoso autólogo, retirado da crista ilíaca, em outro procedimento operatório. A consolidação óssea seria verificada após 8,5 meses, em pacientes submetidos a este procedimento, recuperando marcha normal e mobilidade2,3. Outros estudos clínicos, nos quais o procedimento descrito por Masquelet foi utilizado, destacaram as vantagens de utilização desta técnica de indução de membrana, como pre- venção da protrusão de tecidos moles adjacentes ao defeito ósseo, consequente restrição do enxerto ósseo no espaço criado e, ainda segundo Masquelet 2, manutenção do volume do enxerto ao longo do tempo, pela sua proteção contra a reabsorção atribuída à produção local de substâncias osteoindutivas2,3. Estudos em animais, demonstraram que a membrana tem características histológicas e propriedades biológicas, que podem facilitar a consolidação óssea4. Embora Masquelet tenha descrito a técnica para a reconstrução de lesões diafisárias extensas (acima de 25 cm de comprimento), diversos autores têm utilizado o princípio da indução de membrana, em defeitos ósseos menores, com bons resultados1,4-8. É um método bem estabelecido para a reconstrução de defeitos ósseos secundários à osteomielite crônica, excisão de tumores, perdas ósseas traumáticas e pseudartroses pós-traumaticas, sejam sépticas ou assépticas 4. Existem poucos trabalhos na literatura sobre a utilização da técnica de indução de membrana em pés7-9, todos relatos de casos. Descreve-se aqui mais um caso onde utilizamos a técnica para o preenchimento de defeito ósseo no mediopé, em paciente com osteomielite crônica do cuneiforme medial, 23 BOLETIM ABR 16 01.indd 23 5/17/16 5:44 PM local de difícil solução de tratamento e incomum na prática ortopédica. Figura 1 - Aspecto do pé esquerdo ao primeiro atendimento Objetivo Relatar o caso de uma paciente submetida à tecnicade indução de membrana para o tratamento de Osteomielite Crônica do Pé. Metodologia Trata-se de um estudo qualitativo na modalidade estudo de caso realizado em um hospital privado da região norte da cidade de São Paulo no ano de 2013. Relato do Caso Clínico Paciente Q.B.R, 16 anos, sexo feminino, encaminhada para atendimento especializado no ambulatório de pé e tornozelo de serviço referenciado em maio de 2013, após atendimento em pronto-socorro deste mesmo hospital. Apresentava queixas de dor, impotência funcional de pé com dificuldade de marcha, além de ferida com secreção purulenta em região dorsal do pé esquerdo. Aos 12 anos de idade a paciente informa ter apresentado ferimento penetrante em região plantar do pé, ao pisar sobre galho de árvore, enquanto colhia frutas em pomar. Por morar em uma fazenda na zona rural, do interior do estado de Pernambuco, distante de centros de saúde, não procurou atendimento médico. Tratou o ferimento com medidas higiênicas básicas, com cicatrização da ferida. Após algumas semanas, relata surgimento de ferida dorsal no pé, com hiperemia local e supuração. Após um ano da lesão, a paciente procurou atendimento médico, pois apresentava dor constante e ferimento com fístula persistente, saída de secreção purulenta, além de edema importante. Após exames de imagens foi indicado tratamento cirúrgico. Realizado após seis meses, consistindo em limpeza do ferimento e retirada de fragmento de madeira de dentro da lesão. Aproximadamente um mês após este primeiro procedimento operatório, o ferimento apresentou novamente saída de secreção purulenta, permanecendo quadro de dor, impotência funcional de marcha e edema. A paciente só procurou novo atendimento médico após um ano, sendo realizada nova limpeza do ferimento e retirada de um segundo fragmento de madeira da lesão, além de prescrito antibióticos para o tratamento de infecção. Após seis meses, devido à permanência dos sintomas e limitação funcional progressiva, paciente chega ao nosso serviço de referência (figura 1), onde foram solicitados exames radiográfico e tomográfico (figura 2), bacteriológico da secreção, hemograma e provas inflamatórias. Nesta ocasião, foi prescrito preventivamente antibiótico Ciprofloxacina, com dosagem de 500 mg, ministrado oralmente a cada 12 horas e por catorze dias. Após avaliação clínica, exame físico e interpretação dos exames de imagem, definiu-se o caso como sendo uma osteomielite crônica do cuneiforme intermédio do pé esquerdo, sendo indicado tratamento cirúrgico, realizado em junho de 2013. O procedimento cirúrgico inicial consistiu em um desbridamento extenso da lesão, com fistulectomia e curetagem do osso, verificando-se a presença de fragmento de madeira intraósseo, devidamente removido neste procedimento (figura 3). Após a excisão de praticamente todo a parte esponjosa do osso cuneiforme intermédio e limpeza rigorosa da lesão com soro fisiológico a 0,9% (10 litros), optou-se pela utilização da técnica de indução de membrana descrita por Masquelet 2. Este é o primeiro relato da utilização desta técnica para um caso de osteomielite do pé, segundo pesquisa dos autores. Como o procedimento originalmente consiste em duas etapas procedeu-se ao preenchimento do espaço vazio com cimento ósseo, acrescido de antibiótico (vancomicina, 2g) e fechamento da ferida (figura 4). A paciente recebeu alta hospitalar mantendo uso de antibiótico por 7 dias (ciprofloxacino 500mg via oral de 12/12 horas) e autorizada a deambular com carga parcial com órtese para marcha, retornando a cada duas semanas ao ambulatório para avaliação clínica, e radiográfica (figura 5). Após um período de doze semanas, foi realizada a segunda etapa do procedimento, que consistiu em uma incisão delicada sobre a membrana induzida, surgida sobre cimento ósseo, seguido pela retirada cuidadosa deste PMMA, tomando-se 24 BOLETIM ABR 16 01.indd 24 5/17/16 5:44 PM Figura 2 - Exame tomográfico evidenciando sequestro ósseo Figura 3 - Aspecto intra-operatório da lesão, após desbridamento (A e B) e extração de corpo estranho (C) o cuidado de preservar a nova membrana íntegra (figura 6 – A). Após a retirada do cimento, o espaço foi preenchido com enxerto ósseo esponjoso, retirado no mesmo procedimento, e por outra via de acesso cirúrgico, da metáfise distal da tíbia (figura 6 – B), e coberto, por sutura, pela membrana induzida. A paciente foi mantida imobilizada por três semanas e orientada iniciar carga parcial conforme tolerância à dor, com auxílio de órtese para marcha. Após seis meses deste segun- 25 BOLETIM ABR 16 01.indd 25 5/17/16 5:44 PM Figura 4 - Preenchimento do defeito ósseo com metilmetacrilato (Etapa 1) Figura 5 - Controle radiográfico seis semanas Figura 6 - membrana induzida (A) e enxerto ósseo esponjoso (B) Figura 7 - Aspecto clínico após seis meses 26 BOLETIM ABR 16 01.indd 26 5/17/16 5:44 PM Figura 8 - Aspecto radiográfico após seis meses do procedimento, a paciente se apresentava sem dor, com deambulação normal, pés plantígrados e ausência de sinais flogísticos ou com recidiva de fístula. As radiografias mostravam integração do enxerto ósseo e ausência de sinais radiológicos de infecção (imagens 7 e 8). Segundo AOFAS, “American Orthopaedic Foot and Ankle Society”, versão adaptada para o português10, o escore medido passou de AOFAS 62 para AOFAS 93, numa primeira avaliação, após 6 meses de liberação de carga e marcha sem restrições. Discussão Masquelet inicialmente descreveu a técnica de indução de membrana para a reconstrução de perdas ósseas dialisarias extensas acima de 25 cm de comprimento2. A primeira etapa, consiste em um desbridamento radical de tecidos moles, e ósseo, seguido pela colocação de um espaçador de cimento no espaço criado, prevenindo a invasão por tecido fibroso, induzindo a formação de uma pseudomembrana biológica. Esta nova membrana formada seria responsável pela revascularização do enxerto ósseo2-4. A segunda etapa, realizada após 6 a 8 semanas, quando o cimento ósseo é cuidadosamente removido, e o defeito é preenchido por osso esponjoso autólogo, cujos fragmentos ósseos são estabilizados por placas ou hastes intramedulares3. Esta técnica também tem sido utilizada com êxito para a reconstrução de defeitos ósseos secundários a processos infecciosos, que necessitam ressecção de segmentos importantes de osso, além de se poder adicionar antibióticos ao cimento, trazendo bons resultados durante seguimento dos casos no pós operatório4,5. Os antibióticos atingem concentração superior à concentração inibitória mínima, com baixos efeitos sistêmicos, podendo-se utilizar gentamicina, vancomicina, tobramicina e algumas cefalosporinas5. Largey e colaboradores 1 utilizaram esta técnica em um “Defeitos ósseos continuam sendo um desafio para o ortopedista. A técnica desenvolvida por Masquelet tem sido amplamente usada com bons resultados e os estudos sobre as propriedades biológicas da membrana induzida mostram ser uma excelente opção...” paciente com 24 anos de idade, com pé gravemente traumatizado, apresentando fratura cominutiva da base do primeiro metatarso, além de fratura do cuneiforme medial. A perda óssea se estendia por aproximadamente 90%. Esses autores relatam, como vantagens da técnica, o fato do espaçador de cimento funcionar como um suporte adicional na primeira fase do procedimento, promovendo a formação da pseudomembrana sinovial, permitindo uma alta concentração de antibióticos no local da lesão. Além deste fator, a indução de uma membrana altamente vascularizada, cria um ambiente ideal para o enxerto ósseo, aumentando a possibilidade de consolidação óssea. Pelissier e colaboradores 6 relatam o caso de um paciente de 71 anos, diabético e hipertenso, apresentando ferimento por arma de fogo em pé esquerdo, com extensa lesão cutânea e perda óssea ao nível das cunhas, primeiro e segundo metatarsos. Foi utilizada a técnica de desbridamento extenso e preenchimento do defeito ósseo com cimento ósseo, seguido pela colocação de enxerto ósseo autólogo, derivado 27 BOLETIM ABR 16 01.indd 27 5/17/16 5:44 PM da crista ilíaca e acrescidos grânulos de hidroxiapatita, fosfato de cálcio cristalino. Após nove meses de seguimento, observaram consolidação óssea completa e bom resultado funcional. Makridis e colaboradores 7 relatam o caso de um paciente de 53 anos, vitima de acidente de motocicleta, com fratura exposta grau 3B, segundo Gustilo e Andersen11, em pé esquerdo e com perda óssea do primeiro metatarso. Foi introduzido no defeito cimento ósseo em mistura com gentamicina, e realizada estabilização com fixador externo, além da cobertura cutânea com retalho cutâneo vascularizado. Após seis semanas, o cimento foi removido, sem lesar a membrana induzida, e o defeito foi preenchido com enxerto ósseo autólogo retirado da medular do fêmur. Em seguida, o osso longo foi estabilizado com duas placas bloqueadas. O paciente não apresentou sinais de infecção e retornou a suas atividades de vida diária sem dor ou comprometimento funcional. Rincón-Cardoso e colaboradores 5 relatam o caso de um paciente de 26 anos, vítima de acidente de motocicleta, com luxação exposta do pé direito de ossos cuneiformes, e que foram reduzidos e, durante seguimento posterior, apresentou infecção e necrose das cunhas. Após desbridamento extenso, estes ossos foram ressecados e seu espaço preenchido com metilmetracrilato, acrescido de vancomicina. Após seis semanas foi observada a formação de membrana induzida pelo cimento com ausência de infecção. O cimento ósseo foi removido e o espaço preenchido com enxerto ósseo autólogo, derivado da crista ilíaca e moldado para se adaptar ao espaço. Em seguida foi fixado com placa bloqueada de rádio distal. O paciente apresentou evolução clínica satisfatória, e com escore AOFAS de 83. Huffman e colaboradores8 relatam o caso de uma paciente de 26 anos, apresentando ferimento por arma de fogo no pé, com fraturas gravemente cominutivas do primeiro metatarso, cuneiforme medial e navicular, além de fragmentos desse projétil. O arco medial do pé sofreu colapso devido a completa destruição do cuneiforme medial. Inicialmente foi utilizada uma placa “PHILOS” (Proximal Humerus Internal Locking System)12, com reconstrução da coluna medial do pé. Esta placa foi retirada após duas semanas. Em seu local houve preenchimento com PMMA, acrescido de “Tobramicina”. Após alguns meses, o cimento foi removido, sendo observada a formação da membrana induzida, o espaço foi preenchido com enxerto ósseo autólogo, retirado da medular do fêmur com auxílio de um sistema de fresagem e aspiração. A coluna medial foi submetida à artrodese com uma placa. Após um ano de seguimento a paciente deambulava sem dor, não havia sinal de infecção, observando-se incorporação do enxerto junto à consolidação óssea. A membrana induzida pela reação de corpo estranho pro- vocada pelo cimento, é um tecido que tem sido estudado em modelos animais4,9 e sua compreensão, quanto a estrutura e propriedades biológicas, tem evoluído bastante5 . Estudos histológicos, imunológicos e bioquímicos, mostram que a membrana induzida é feita de uma matriz forte de colágeno tipo 1, com predomínio de células fibroblásticas. Sua parede interna é composta por fibroblastos, miofibroblastos, com fibras de colágeno entrelaçadas, semelhantes ao epitélio humano. Esta membrana biológica possui alta concentração de fator de crescimento endotelial e fator angiogênico, que estimula aumento da vascularização dos tecidos adjacentes. A alta concentração de fatores de crescimento induz a proliferação de células da medula óssea na diferenciação de células mesenquimais de linhagem osteoblástica3-5,9. Defeitos ósseos continuam sendo um desafio para o ortopedista. A técnica desenvolvida por Masquelet tem sido amplamente usada com bons resultados e os estudos sobre as propriedades biológicas da membrana induzida mostram ser uma excelente opção, embora ainda não totalmente compreendida. O caso deste breve relato amplia a aplicação desta técnica para o tratamento de defeitos ósseos no pé, especialmente em casos de osteomielite crônica, sendo o único relato da utilização desta técnica especificamente para um caso de infecção. Considerações Finais Este estudo evidenciou para os profissionais médicos que a técnica de indução de membrana para o tratamento de osteomielite crônica do pé, é uma técnica que pode ser utilizada em pequenos ossos do pé nos pacientes jovens, e que pode ser uma alternativa no arsenal cirúrgico do tratamento das doenças infecciosas ósseas no pé. 28 BOLETIM ABR 16 01.indd 28 5/17/16 5:44 PM Referências 1 • Largey A, Faline A, Hebrard W, Hamoui M, Canovas F. Management of massive traumatic compound defects of the foot. Orthop Traumatol Surg Res. 2009; 95(4):301-304. 2 • Masquelet AC. Muscle reconstruction in reconstructive surgery: soft tissue repair and long bone reconstruction. Langenbecks Arch Surg. 2003; 38(8):344-346. 3 • Masquelet AC, Fitoussi F, Begue T, et al. Reconstruction of the long bones by the induced membrane and spongy autograft. Ann Chir Plast Esthet. 2000; 45:346-53. 4 • Giannoudis PV, Faour O, Goff T, Kanakaris N, Dimitriou R: Masquelet technique for the treatment of bone defects: tips-tricks and future directions. Injury. 2011; 42(6):591-8. 11 • Achten J, Parsons NR, Bruce J, Petrou S, Tutton E, Willett K, et al. Protocol for a randomised controlled trial of standard wound management versus negative pressure wound therapy in the treatment of adult patients with an open fracture of the lower limb: UK Wound management of Open Lower Limb Fractures (UK WOLFF). BMJ Open. 2015 Jan 1; 5(9): e009087–7. 12 • Brunner F, Sommer C, Bahrs C, Heuwinkel R, Hafner C, Rillmann P, et al. Open reduction and internal fixation of proximal humerus fractures using a proximal humeral locked plate: a prospective multicenter analysis. Journal of Orthopaedic Trauma. 2009 Mar; 23(3): 163–72. 5 • Rincón-Cardozo DF, Camacho-Casas JA, Reyes-Núñez VA. Luxación y necrosis de la primera, segunda y tercera cuña, manejo con técnica de Masquelet. Reporte de un caso. Acta ortopédica mexicana. 2013. Ene; 27(1):55-59. 6 • Pelissier P, Bollecker V, Martin D, Baudet J: Foot reconstruction with the “bi-Masquelet” procedure. Ann Chir Plast Esthet. 2002; 47(4): 304-7. 7 • Makridis KG, Theocharakis S, Fragkakis EM, Giannoudis PV. Reconstruction of an extensive soft tissue and bone defect of the first metatarsal with the use of Masquelet technique: a case report. Foot and Ankle Surgery. 2014; 20(2):1922. 8 • Huffman LK, Harris JG, Suk M. Using the Bi-Masquelet Technique and Reamer-Irrigator-Aspirator for Post-traumatic Foot Reconstruction. Foot Ankle Int. 2009; 30(9): 895899. 9 • Viateau V, Bensidhoum M, Guillemin G, Petite H, Hannouche D, Anagnostou F, Pelissier P: Use of the induced membrane technique for bone tissue engineering purposes: animal studies. Orthop Clin N Am. 2010; 41:49-56. 10 • Rodrigues RC, Masiero D, Misusaki JM, Imoto AM, Peccin MA, Cohen M, Alloza JFM. Tradução, adaptação cultural e validação do ‘’ American Orthopaedic Foot and Ankle Society (AOFAS) Ankle- Hindfoot Scale’’. Acta ortop. bras. . 2007; 16(2): 107-111. 29 BOLETIM ABR 16 01.indd 29 5/17/16 5:44 PM Educação em Saúde Para Idosos: relato de experiência de acadêmicos de enfermagem Health Education For Seniors: experience report of nursing students Educación en Salud Para Adultos Mayores: relato de experiencia de académicos de enfermería Resumo Rodrigo Ayres de Souza Monique Silva dos Santos Maiara Dias Basílio Edilaine Rucaglia Rizzo Claudia Maria Messias Acadêmicos de Enfermagem, Grupo de Pesquisa da Universidade Castelo Branco. Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Castelo Branco (UCB), campos Realengo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: [email protected] Claudia Maria Messias Orientadora. Professora auxiliar/Pesquisadora do curso de Graduação em Enfermagem, Doutora em Enfermagem. Enfermeira do Ministério da Saúde e da SMS/RJ – Universidade Castelo Branco (UCB), Campos Realengo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Este estudo tem como objetivo descrever a experiência dos acadêmicos de enfermagem na prática de educação em saúde sobre sexualidade com idosos. Método: Trata-se de um relato de experiência. Descrição do Relato: Foram utilizadas dinâmicas, roda de conversa, grupo de discussão e contou com a presença 22 idosos, com idades entre 60 e 80 anos. Resultado: Os idosos mostraram-se receptivos e interessados quanto a temática. A ação educativa para idosos se torna importante a fim de possibilitar maior envolvimento nas atividades de autocuidado, vencendo barreiras, aumentando o conhecimento. Considerações Finais: A sexualidade na terceira idade ainda gera muitos preconceitos, fazendo com que os idosos abram mão do prazer, com medo de serem criticados. Palavras-chave: Educação em saúde. Idosos. Enfermagem. Abstract This study aims to describe the experience of nursing students in the practice of health education about sexuality with seniors. Method: We used dynamic, conversation wheel, discussion group and was attended by 22 seniors, aged 60 and 80 years. Result: The elderly have proved receptive and interested as the theme. The educational activity for seniors becomes important to allow greater involvement in self-care activities, overcoming barriers, increasing knowledge. Conclusion: Sexuality in later life still generates many prejudices, causing the elderly to open up the pleasure, for fear of being criticized. Key words: Health education. Seniors. Nursing Resúmen Este estudio tiene como objetivo describir la experiencia de los académicos de enfermería en la práctica de la educación en salud sobre sexualidad con adultos mayores. Método: Se trata de un relato de experiencia. Descripción del Relato: Fueron utilizadas dinámicas, rueda de conversación, grupo de discusión y contó con la presencia 22 adultos mayores, con edades entre 60 y 80 años. Re- 30 BOLETIM ABR 16 01.indd 30 5/17/16 5:44 PM sultado: Los adultos mayores se mostraron receptivos e interesados en cuanto a la temática. La acción educativa para adultos mayores se hace importante con la finalidad de posibilitar mayor involucro en las actividades de autocuidado, superando barreras, incrementando el conocimiento. Consideraciones Finales: La sexualidad en la tercera edad aún genera muchos preconceptos, haciendo con que los adultos mayores abran mano del placer, con miedo de ser criticados. Palabras-clave: Educación en salud. Adultos Mayores. Enfermería. “Com envelhecimento da população, surgiu também a necessidade em discutir questões relacionadas à sexualidade dos idosos que ainda são cercadas de tabu, preconceito e informações errôneas...” Introdução O Projeto Mulher em Foco atende mulheres na faixa etária entre 40 a 60 anos na fase do climatério/menopausa, desempenhando ações de educação em saúde com a finalidade de orientar essas mulheres. O Projeto de Extensão Leste-Oeste trabalha por meio de núcleos de atividade, onde está inserido o Projeto Tempo de Aprender, que atua através de atividades com o propósito de promover melhor qualidade de vida sendo, o público alvo pessoas da terceira idade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o estatuto do idoso, é considerado idoso pessoas com idade acima de 60 anos. Nos últimos anos com o avanço das ciências da saúde, observou-se um aumento na expectativa de vida e consequente longevidade da população, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) censo de 2000 os idosos correspondiam a 8,6% do total da população e estima-se que em 2050 a população idosa a partir de 65 anos seja de 22,7% com projeção de atingir 90 anos ou mais1,2. Com envelhecimento da população, surgiu também a necessidade em discutir questões relacionadas à sexualidade dos idosos que ainda são cercadas de tabu, preconceito e informações errôneas, oriundas de interpretação sociocultural primitiva, modelos e conceitos repressores, onde a sexualidade não é vista de forma natural, tendo a dificuldade de expor sentimentos relacionados à sexualidade3. O conceito de sexualidade é bem amplo e não deve ser visto somente como o ato sexual, porém deve ser entendido como um conjunto de sentimentos, carícias e companheirismo que fazem parte do exercício da sexualidade saudável, onde é importante viver a sexualidade na senescência4. A falta de informação a respeito da sexualidade está na educação vivida por esses idosos, onde era proibido falar sobre sexualidade e que impunha sobre a velhice o fardo da assexualidade. Independentemente de ser sexualmente ativa ou não, a pessoa idosa pode possuir uma sexualidade aflorada5. Com a senescência e as novas alterações do corpo, a sexualidade passa a ter limitações fisiológicas, logo à relação sexual na terceira idade não está ligada a concepção, porém que venha satisfazer o parceiro, com o objetivo de justificativa social, propiciando qualidade de vida6. A sociedade é marcada por traços de antigos pudores, onde era permitido falar sobre a sexualidade, somente 31 BOLETIM ABR 16 01.indd 31 5/17/16 5:44 PM para proibir. Para que se entendesse sobre sexualidade era necessário rever o passado para assim conseguir ter uma concepção do futuro7. Os idosos por serem vistos, erroneamente, como não praticantes de relação sexual e a dificuldade dos mesmos em aceitar o uso do preservativo, tornam-se mais passíveis de contrair e transmitir doenças. Tal fato se reflete pela falta de campanhas e programas direcionados a sexualidade desse grupo8. Observa-se um aumento de doenças sexualmente transmissíveis na terceira idade, principalmente pela AIDS/HIV, devido ao avanço das tecnologias em medicamentos para disfunção sexual e o não uso de preservativo por não serem vistos como população de risco8,9. A enfermagem exerce papel importante no acompanhamento de pessoas da terceira idade, pois tem como cuidado o esclarecimento de dúvidas sobre variados assuntos de saúde. Por sua vez o enfermeiro é um agente de mudança, que favorece melhoria da qualidade de vida, na prevenção doenças e na promoção de saúde10. Portanto a enfermagem pratica educação em saúde, no intuito de sensibilização dos grupos humanos para a modificação do estilo e melhora na qualidade de vida. A educação em saúde é compreendida como estratégias de promoção da saúde a fim de atuar sobre o conhecimento, com a finalidade de trocar experiências, almejando mudança de comportamento da sociedade e favorecendo a promoção de hábitos saudáveis11. Este relato de experiência teve como objetivo descrever a experiência dos acadêmicos de enfermagem de uma Universidade da Zona Oeste do Rio de Janeiro na prática de educação em saúde com idosos, buscando proporcionar um entendimento acerca da sexualidade e esclarecer conceitos e preconceitos, havendo uma parceria de cunho social, entre os Projetos de Extensão Mulher em Foco do Curso de Enfermagem e o Projeto Leste-Oeste do Curso de Serviço Social. Método Trata-se de um relato de experiência, através da realização de uma oficina educativa desenvolvida por acadêmicos de enfermagem participantes do projeto de extensão Mulher em Foco, de uma universidade particular da Zona Oeste do Estado do Rio de Janeiro. O estudo foi realizado no ano de 2015. Os alunos de enfermagem organizaram uma oficina a ser realizada com idosos. A oficina educativa ocorreu em 3 passos: 1º passo: A oficina contou com a participação de professoras responsáveis pelos projetos e os alunos extensionis- “A enfermagem exerce papel importante no acompanhamento de pessoas da terceira idade, pois tem como cuidado o esclarecimento de dúvidas sobre variados assuntos de saúde. Por sua vez o enfermeiro é um agente de mudança, que favorece melhoria da qualidade de vida, na prevenção doenças e na promoção de saúde...” tas do projeto Mulher em Foco e do projeto Leste-Oeste. O público alvo foram os idosos do projeto tempo de aprender e contou com a presença 22 idosos, sendo 20 mulheres e 2 homens, com idades entre 60 e 80 anos, residentes de bairros próximo a Universidade. 2º passo: A oficina foi realizada um uma sala reservada nas dependências da universidade, onde os extensionistas abordaram temas como: o conceito de terceira idade, expectativa de vida, fatores que aumentam a expectativa de vida, sexualidade na terceira idade, problemas fisiológicos e psicológicos que podem dificultar o sexo e doenças sexualmente transmissíveis. 3º Passo: Houve uma aproximação entre os projetos sociais e foram utilizadas dinâmicas, como: roda de conversa, grupo de discussão e perguntas objetivas sobre o tema onde pode ser observado o grau de conhecimento acerca do tema. De modo geral, os idosos participantes tinham facilidade em falar sobre a sexualidade, porém com certa limitação do conhecimento sobre o tema, resultante de traços de antigos pudores, contudo pudemos perceber como a temática foi abordada de modo natural e os idosos conseguiram esclarecer suas dúvidas e receios. Descrição do Relato De acordo com o pedagogo Paulo Freire, educar é ofertar condições para a construção do conhecimento e não simplesmente transferir o conhecimento, onde a construção do saber se faz através das influências sociais12. A ação educativa para idosos se torna importante à fim de possibilitar maior envolvimento nas atividades de auto- 32 BOLETIM ABR 16 01.indd 32 5/17/16 5:44 PM cuidado, vencendo barreiras, aumentando conhecimento, promovendo mudanças de atitudes e comportamentos sempre que desejarem e necessitarem13. Os idosos se mostraram muito interessados em adquirir conhecimento e receptivos quanto à temática. Porém não sabia ao certo o que era a sexualidade e trouxeram questionamentos e sobre o tabu vivenciado por eles na educação obtida por uma sociedade cheia de preconceitos. Ressaltaram a importância em discutir o tema, além de demonstrar interesse em participar de novas oficinas. Durante a roda de conversa, houve uma troca de experiências entre o grupo de idosos e os acadêmicos. Os acadêmicos expuseram seus conhecimentos científicos e os idosos com seus conhecimentos de toda uma vida. Oficinas para educação em saúde são importantes, pois permitem modificar o foco tradicional do ensino-aprendizagem, incorporando ações e reflexões com a finalidade de mudanças de conceitos. Neste contexto ocorre a construção de conhecimentos teóricos e práticos, de modo ativo e reflexivo14. O processo natural do envelhecimento requer compartilhar saberes que incluam práticas sociais, reflexivas e instrumentalizadas, contribuindo para o processo de mudança social. Os idosos precisam cultivar novos hábitos a fim de conquistar um bem-estar biopisicosocioespiritual15. blemas e modificar situações, se organizando e realizando ações, de modo que venha melhorar a qualidade de vida dos idosos. A Educação em saúde torna-se grande aliado aos indivíduos na melhora da qualidade de vida, ressalta-se ainda a importância em aprofundar o conhecimento da temática com os idosos e a inserção em programas de saúde voltados a qualidade de vida dos mesmos. O estudo contribuiu favorecendo aos alunos extensionista, a proposição em desenvolver e apreender ações para a prática do ensino-aprendizagem relacionada à educação em saúde com grupo de idosos. Considerações Finais A sexualidade na terceira idade ainda é um assunto que gera muitos preconceitos, mesmo com o passar dos anos, fazendo com que os idosos abram mão do prazer, com medo de serem criticados e diferente do que se pensa, os idosos sentem desejo sexual. Mediante isto, torna-se de grande valia que o Enfermeiro promova a educação em saúde, atentando para as peculiaridades dos idosos e modifique o paradigma geral da população em relação à sexualidade dos mesmos, desenvolvendo no individuo ou grupo a aptidão de pensar criticamente e decidir ações conjuntas para resolução de pro- 33 BOLETIM ABR 16 01.indd 33 5/17/16 5:44 PM Referências 1 • Brasil. Informes da previdência. Secretaria de políticas de previdência social. 2013. Brasília- DF, v.25, n.4. 2 • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [homepage na internet]. Censo demográfico de 2000 e 2010. [acesso em 27 mar 2015]. Disponível em: http:www.ibge. gov.br 3 • Miranda FAN, Andrade OG, Fugerato ARF, Rodrigues RAP. Representação social da sexualidade entre idosos institucionalizados. UNOPAR Cient. Cienc. Biol. Saúde. 2005 out; 7(1): 27-34. 4 • Coelho DNP, Daher DV, Santana RF, Santo FH. Percepção de mulheres idosas sobre sexualidade: implicações de gênero e no cuidado de enfermagem. Ver. Rene. Fortaleza. 2010 out/dez; 11(4): 163-173. 5 • Frugoli A, Magalhães Junior C.A. A sexualidade na terceira idade na percepção de um grupo de idosas e indicações para a educação sexual. Arq. Ciênc. Saúde UNIPAR. 2011 jan-abr; 15(1): 85-93. 6 • Almeida LA, Patriota LM. Sexualidade na terceira idade: Um estudo com idosas usuárias do programa saúde da família do bairro das cidades. Qualitas Revista Eletrônicas. 2009; 8 (1). DOI: http://dx.doi.org/10.18391/ qualitas.v8i1 11 • Barros, ALBL de, Carneiro C, Santos VB. A educação em saúde: um campo de atuação clínica e de pesquisa na enfermagem. Acta paul. enferm. 2011 [acesso em 2015 set 8]; 24(2): VII-VIII. Disponível em: http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010321002011000200001&lng=es&tlng=pt 12 • Freire P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários a pratica educativa. São Paulo. 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Brasília - DF. 10 • Sousa JL, Lyra J, Zveiter M, Almeida VLM, Menezes HF, Mara G, Alves R. Educação em saúde como ferramenta à mulher no climatério: subsídios para o cuidado de enfermagem. Rev. pesq. cuidado é fundamental. Online. 2011; 3(4): 2616-22. 34 BOLETIM ABR 16 01.indd 34 5/17/16 5:44 PM 35 BOLETIM ABR 16 01.indd 35 5/17/16 5:44 PM Projeto de Melhoria na Redução de Glosa de Materiais Improvement Project to Cut Down on Non-Payment of Materials Proyecto de Mejora en la Reducción de Rechazo de Pago de Materiales Resumo Adriana Yuriko Miyamoto Adriana Yuriko Miyamoto - Enfermeira Júnior - Pós graduada em Saúde Coletiva e Saúde da Família (UNICSUL). Ariadne Fonseca da Silva Especialista em Enfermagem Pediátrica e Pediatria Social pela Universidade Federal de São Paulo. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo. Gerente do Instituto de Ensino e Pesquisa e Coordenadora do Centro de Simulação da Rede de Hospitais São Camilo - São Paulo. Presidente da ABEn seção São Paulo. Tesoureira da Associação Brasileira de Simulação Realística – ABRASSIM. Nas auditorias hospitalares, frequentemente são detectadas ausências de dados fundamentais para o esclarecimento das ações realizadas bem como registros realizados de forma indevida, o que causa a prática de glosa nas instituições. O objetivo desse trabalho foi desenvolver e implantar projeto de melhoria na redução de glosa de materiais. Tratou-se de um projeto de melhoria, utilizando uma ferramenta para controle e melhoria de processos conhecido como ciclo do PDCA realizado na unidade clínica cirúrgica de um hospital de grande porte de São Paulo. Após a apresentação da aula à equipe de enfermagem da unidade, foi possível dizer que houve uma melhoria no indicador de glosa do andar. Palavras-chave: Gestão hospitalar, Glosas, Auditoria. Abstract During hospital audits, it is often found that key data are missing to clarify actions carried out, in addition to incorrectly performed entries, leading to non-payment of materials. The goal of this work was to develop and set in place an improvement project to cut down on non-payment of materials. It was an improvement project that used a tool to control and improve processes, known as PDCA cycle developed at the surgical clinic unit of a leading São Paulo hospital. Following presentation of the class to the unit nursing team, it was possible to say that the place’s non-payment indicator improved. Key words: Hospital Management, Non-Payment, Auditing. Resúmen En las auditorías hospitalarias frecuentemente son detectadas ausencias de datos fundamentales para la aclaración de las acciones realizadas, como también registros realizados de forma indebida, lo que causa la práctica de rechazo de pago en las instituciones. El objetivo de ese trabajo fue desarrollar e implantar proyecto de mejora en la reducción de rechazo de pago de mate- 36 BOLETIM ABR 16 01.indd 36 5/17/16 5:44 PM riales. Se trató de un proyecto de mejora utilizando una herramienta para control y mejora de procesos conocido como ciclo del PDCA realizado en la unidad clínica quirúrgica de un hospital de gran porte de São Paulo. Después de la presentación de la clase al equipo de enfermería de la unidad fue posible decir que hubo una mejora en el indicador de rechazo de pago del piso. Palabras-clave: Administración hospitalar, Rechazo de Pago, Auditoría. “A auditoria é um sistema de revisão de controle para informar a administração sobre a eficiência e a eficácia dos programas em desenvolvimento...” Introdução Na área da saúde a auditoria foi introduzida no início do século XX, como ferramenta de verificação da qualidade da assistência, através da análise de registros em prontuários, no Brasil nos últimos cinquenta anos tomou impulso e conduziu alguns profissionais a realizarem estudos para identificar os objetivos, a metodologia e a validação da auditoria 1,2. O conceito de auditoria foi proposto por Lambeck em 1956 tendo como objetivo a “avaliação da atenção com base na observação direta, no registro e história clínica do cliente” 3. A auditoria é um sistema de revisão de controle para informar a administração sobre a eficiência e a eficácia dos programas em desenvolvimento, não sendo sua função somente indicar os problemas e as falhas, mas também apontar sugestões e soluções, assumindo, portanto, um caráter educador 4. O processo de auditoria é uma avaliação sistemática e formal de uma atividade realizada por pessoas não envolvidas diretamente em sua execução a fim de se determinar se a atividade está de acordo com os objetivos propostos5. Há duas modalidades de auditoria: a interna que é realizada na instituição ou nas instalações das operadoras de plano de saúde, ou seja, dentro da própria organização há um departamento que exerce o controle permanente de todos os atos da administração, é uma prevenção constante; e a externa é realizada por uma equipe que não faz parte da empresa que será auditada, sendo uma prevenção periódica, pois é realizada quando a empresa necessita ou porque a lei determina 6. A auditoria é adotada como ferramenta de controle e regulação da utilização de serviços de saúde e, especialmente na área privada, tem dirigido o seu foco para o controle dos custos da assistência prestada. A auditoria em enfermagem visa o controle de custos, a qualidade do atendimento ao cliente pela análise dos prontuários, acompanhamento do cliente in loco e verificação da compatibilidade entre o procedimento realizado e os itens cobrados na conta hospitalar, garantindo justa cobrança e pagamento adequado, e a transparência da negociação, embasada na conduta ética7,8. Nas auditorias hospitalares, frequentemente são detectadas ausências de dados fundamentais para o esclarecimento das ações realizadas bem como registros realizados de forma indevida, o que causa a prática de glosa nas instituições9. Glosa é o cancelamento ou recusa, parcial ou total, de orçamento, conta, por serem considera- 37 BOLETIM ABR 16 01.indd 37 5/17/16 5:44 PM dos ilegais ou indevidos, ou seja, refere-se aos itens que o auditor da operadora (plano de saúde) não considera cabível para pagamento5. São aplicadas quando qualquer situação gerar dúvidas em relação às regras e práticas adotadas pela instituição de saúde. Quando elas ocorrem, observa-se conflito na relação entre convênio (plano de saúde) e prestador de serviços (instituição hospitalar)10. Caso o motivo das glosas não seja identificado e corrigido, pode ocorrer grande “déficit” financeiro para a unidade prestadora de serviços11. Grande parte do pagamento de materiais, medicamentos, procedimentos e outros serviços estão vinculados aos registros de enfermagem. Devido às anotações de enfermagem em sua maioria serem inconsistentes, ilegíveis e subjetivas, a prática de glosar itens do faturamento das contas hospitalares tem sido significativa para o orçamento das instituições9. A anotação de enfermagem é um dos principais instrumentos de apoio para a análise das contas hospitalares na auditoria. As anotações de enfermagem devem: relatar o estado geral do paciente e sua atividade, transmitir informações acerca do paciente, prover uma base de integração e continuidade do plano total de cuidados, mostrar que as prescrições médicas foram cumpridas em relação à medicação e ao tratamento 12. O prontuário do paciente a cada dia vem se firmando legalmente como ferramenta importante na avaliação da qualidade da assistência prestada aos clientes no hospital fornecendo informações vitais para processos judiciais e convênios de saúde5. O registro da assistência prestada ao paciente, pela equipe de saúde, tem aspecto ético, administrativo e legal. Deverá ser realizado de forma concisa e clara, de modo a não trazer prejuízos potenciais ao paciente, à equipe de saúde e à instituição prestadora de serviços de saúde13. As ausências de informações nas anotações efetuadas no prontuário são frequentes, o que torna o índice de glosas significativo, levando a prejuízos de valor considerável a instituição. Objetivo O objetivo desse trabalho foi desenvolver e implantar projeto de melhoria na redução de glosa de materiais. Metodologia Tratou-se de um projeto de melhoria, utilizando uma ferramenta para controle e melhoria de processos conhecido como ciclo do PDCA, ou ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, que foi aplicado na unidade clínica cirúrgica de um hospital de grande porte de São Paulo. A ferramenta foi desenvolvida na década de 30 pelo americano “A anotação de enfermagem é um dos principais instrumentos de apoio para a análise das contas hospitalares na auditoria...” Walter A. Shewhart, mas foi popularizado na década de 50 por W. Edwards Deming que aplicou esta ferramenta nos conceitos de qualidade em trabalhos desenvolvidos no Japão 14. O ciclo do PDCA é dividido em 4 fases: P (plan/ planejar); D (do/fazer); C (check/verificar) e A (action/ agir). A primeira fase consiste nas etapas de identificação do problema, descoberta das principais causas que barram atingir a meta proposta e as contramedidas sobre essas causas. O problema identificado foi o aumento do indicador de glosa da unidade devido à falta de anotação de enfermagem dos materiais utilizados. A fase D caracterizou-se em implementar o que foi planejado. Nesta fase foi ministrada uma aula de 5 minutos no próprio posto de enfermagem para a equipe do andar, apresentando o indicador de glosa, os principais motivos de glosa e a importância da anotação de enfermagem. A fase C consiste em checar, verificar se os resultados foram atingidos conforme o que foi planejado. O resultado foi verificado comparando os indicadores de glosa do mês anterior (setembro) e do mês (outrubro) que foi ministrada a aula. E a última fase, é fase de agir, realizar as correções necessárias com o intuito de evitar que ocorra a repetição do problema. Descrição do Projeto O projeto foi realizado na unidade clínica cirúrgica, de um hospital de grande porte da cidade de São Paulo, onde possui 31 leitos. Caracterizado pela alta rotatividade de pacientes, devido às altas hospitalares e às admissões diária. Ao conversar com a chefia de enfermagem da unidade, o problema evidenciado foi o aumento do indicador de glosa, portanto foi definido um plano de melhoria para a redução de glosa da unidade focado na anotação de enfermagem. No mês de julho o valor da glosa era de R$772,53, em agosto R$2.513,24 e em setembro de R$1.320,52. Os principais motivos de glosa do andar foram 38 BOLETIM ABR 16 01.indd 38 5/17/16 5:44 PM que o débito automático diverge do prontuário (motivo que não está relacionado à enfermagem), sem checagem da prescrição médica e de enfermagem, sem justificativa de uso do material, sem prescrição médica e sem prescrição de enfermagem. Portanto o plano de ação foi realizar um treinamento com toda a equipe de enfermagem do andar, através de uma apresentação em multimídia com foco na anotação de enfermagem. A aula foi ministrada no início do mês de outubro nos períodos da manhã, tarde, noturno a e noturno b, no total de 5 dias no próprio posto de enfermagem da unidade, onde 79% dos colaboradores da unidade assistiram à aula. Não foi possível abordar 100% dos funcionários, por motivos de folgas, férias, licença INSS e licença maternidade. Nessa aula foi apresentada a definição de glosa, de anotação de enfermagem, como deve ser a anotação de enfermagem no padrão da instituição baseada no informativo da educação continuada, os indicadores de glosa do andar e descritos os principais motivos de glosas. Durante a aula os colaboradores tiraram as suas dúvidas ou comentaram os seus erros. Alguns referiram que não sabiam que produtos como papagaios e comadres descartáveis tinham que ser anotados, para que não fossem glosados. Grande parte dos colaboradores não sabia do valor da glosa da unidade. A partir da apresentação puderam ter o conhecimento dos valores reais, através dos indicadores e dos principais motivos apresentados, conscientizando-os sobre a importância de uma boa anotação de enfermagem e de não se esquecerem de realizarem a checagem das prescrições médicas e de enfermagem. Após 20 dias apliquei um questionário aos colaboradores que assistiram à aula para relatarem a definição de glosa, se o conteúdo ministrado ajudou a melhorar a anotação de enfermagem. No geral descreveram que houve melhoria na anotação de enfermagem, pois estão mais atenciosos e detalhando mais os materiais utilizados para que não ocorra glosa dos materiais utilizados pela enfermagem. Considerações Finais Comparando o indicador de glosa do mês de setembro com o de outubro, pode-se dizer que houve melhoria. No mês de setembro o valor da glosa da unidade era de R$ 1320,52 e no mês de outubro foi de R$38,40. Porém essa meta foi alcançada juntamente com auditoria do hospital, pois segundo a enfermeira auditora, foi criado um plano de ação na própria auditoria que consistiu em aumentar o número de funcionários e realizarem pré-análises dos prontuários antes de obterem as glosas. 39 BOLETIM ABR 16 01.indd 39 5/17/16 5:45 PM Referências 1 • Pinto KA, Melo CMM. A Prática da enfermeira em auditoria em saúde. Rev Esc Enferm USP. 2010; 44(3):671-8. 2 • Kurcgant P et. al. Administração em enfermagem. São Paulo: EPU, 1991. 3 • Coutinho NPS. Auditoria nos serviços de saúde: atividade fundamental para garantia da qualidade da atenção. Revista do Hospital Universitário/ UFMA. 2008; 9(1): 7. 4 • Chiavenato, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7. ed, Rio de Janeiro, Elsevier, 2004. 5 • Rodrigues VA, Perroca MG, Jericó MC. Glosas hospitalares: importância das anotações de enfermagem. Arq. Ciênc Saúde. 2004; 11(4): 210-4. 13 • Novaga AP et al. Avaliação dos registros dos prontuários dos pacientes que realizaram hemodiálise na clínica de nefrologia de um Hospital Universitário em São Luís, Maranhão. Revista do Hospital Universitário/UFMA. 2008; 9(1): 9-12. 14 • Andrade FF, Melhado SB. O método de melhorias do PDCA. Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia.2003. 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Rev.Fac.Ciênc.Méd.Sorocaba. 2013; v.15,n.4,p.125-132. 40 BOLETIM ABR 16 01.indd 40 5/17/16 5:45 PM 41 BOLETIM ABR 16 01.indd 41 5/17/16 5:45 PM REGRAS DE PREMIAÇÃO ATIVIDADE Eventos Nø DE PONTOS Congresso nacional da especialidade 20 Congresso da especialidade no exterior 05 Congresso/jornada regional/estadual da especialidade 15 Congresso relacionado à especialidade com apoio da 10 sociedade nacional da especialidade Atividades Científicas Outras jornadas, cursos e simpósios 0,5/h (mín.1 e máx.10) Programa de educação à distância por ciclo 0,5/h (máx.10) Artigo publicado em revista médica 05 Capítulo em livro nacional ou internacional 05 Edição completa de livro nacional ou internacional 10 Conferência em evento nacional apoiado pela 05 Sociedade de Especialidade Conferência em evento internacional 05 Conferência em evento regional ou estadual 02 Apresentação de tema livre ou pôster em congresso ou 02 (máx. 10) jornada da especialidade Atividades Acadêmicas Participação em banca examinadora (mestrado, 05 doutorado, livre-docência, concurso, etc.). Atividades Institucionais Mestrado na especialidade 15 Doutorado ou livre docência na especialidade 20 Coordenação de programa de residência médica 5/ano Projetos de pesquisa aprovado 20 Elaboração de manual de rotinas 10 Congresso internacional +15 Apresentação congresso internacional (São Camilo) +03 Reuniões Científicas 1,0/h Coordenação de Eventos 5,0 (máx. 20) TOTAL OBRIGATÓRIO ANUALMENTE Do total obrigatório anualmente, 20 pontos deverão ser em atividades institucionais. 40 42 BOLETIM ABR 16 01.indd 42 5/17/16 5:45 PM COTAS PARA PREMIAÇÃO BENEFÍCIOS DIAMANTE OURO PRATA BRONZE Pontos mínimos para atingir a premiação 200 140 80 60 Confecção de Banner / Assessoria Sim Sim Sim Sim Inscrição em Congresso Nacional Sim Sim Sim Sim Inscrição em Congresso Internacional Sim Sim Sim Não Viagem (passagem) Sim Sim Sim Não Pacote completo para Congresso Nacional Sim Sim Não Não Sim Não Não Não Sim Não Não Não (passagem, inscrição, banner) Pacote completo para Congresso Internacional (passagem, inscrição, banner) Intercambio internacional 43 BOLETIM ABR 16 01.indd 43 5/17/16 5:45 PM BOLETIM ABR 16 01.indd 44 5/17/16 5:45 PM