DO POMAR ATÉ A CAIXA

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ANO VII I Nº 30 MAIO DE 2015 I WWW.FUNDECITRUS.COM.BR
DO POMAR
ATÉ A CAIXA
Trabalho inédito do Fundecitrus mapeia o
tamanho do parque citrícola do número
de árvores até a estimativa da safra
REVISTA CITRICULTOR
1
EDITORIAL
PARCERIA:ESTRATÉGIA
PARA O SUCESSO
O
trabalho em parceria é uma estratégia muito comum, mesmo na iniciativa
privada, pois permite que inovações sejam criadas para ocupar nichos do
mercado. O Fundecitrus, consciente da necessidade de rápidas respostas
a desafios das mais diferentes nuances, concretizou sua mais recente parceria
que viabiliza uma demanda histórica do setor, que é o conhecimento mais detalhado dos pomares, bem como a estimativa das safras em cada ano agrícola.
Nesse sentido enquadra-se a decisão da entidade de viabilizar, com o suporte
dos produtores, a Pesquisa de Estimativa de Safra - PES e proporcionar ao
setor citrícola dados confiáveis que ajudarão numa relação de ganha-ganha na
cadeia produtiva.
O objetivo é produzir números que permitam maior confiabilidade na
comercialização, influenciada pelas muitas variabilidades que afetam a
produtividade. As boas normas gerenciais destacam que sem o conhecimento
do real tamanho e perfil da citricultura, qualquer avaliação, estimativa ou conta
seria imprecisa ou estaria sujeita a uma grande margem de erro.
O projeto, fundamentado em experiências do Fundecitrus, Masterstrat e
Unesp, foi detalhado e aproveitou o conhecimento acumulado em diferentes
setores do agronegócio incluindo experiências de insituições de outros países
como o USDA.
A pesquisa se baseou em fotos de satélite e a avaliação com levantamento de
campo foi estruturada de acordo com estratégia estatística para dar segurança à
coleta dos dados. Uma tarefa que exigiu a mobilização de técnicos e de dezenas
de avaliadores que percorreram milhões de quilômetros para desenvolver um
trabalho de constante seriedade e profissionalismo. Entre os desafios, muito bem
solucionados, estava a aceitação pelos citricultores por tratar-se de um processo
de pleno envolvimento e compromisso no fornecimento de informações e
acesso às propriedades.
A resposta foi positiva e entusiasmante para o futuro. O Fundecitrus,
acostumado no contato com os produtores, sentiu-se recompensado pelo crédito
depositado pelos citricultores na ética e na competência já comprovada ao
longo dos anos, de desenvolver trabalhos relevantes e consistentes. Agregamos
conhecimentos e trouxemos parceiros para nos ajudar nas avaliações devido à
preocupação constante de manter o sigilo e de aproximar as ações da realidade.
O que motivou a formação de um comitê técnico e um gestor com a participação
de produtores para balizar todo o trabalho desenvolvido.
O Fundecitrus sente-se realizado e assegura um futuro de sucesso na
mobilização de forças públicas e privadas e da grande vontade demonstrada pelo
setor de proporcionar um novo ambiente para o fortalecimento da citricultura.
Lourival Carmo Monaco
Presidente do Fundecitrus
Expediente
A REVISTA CITRICULTOR é uma publicação de distribuição gratuita entre citricultores, editada pelo Fundo de
Defesa da Citricultura - Fundecitrus I Avenida Dr. Adhemar Pereira de Barros, 201, Vila Melhado, Araraquara - SP,
CEP: 14807-040 - Nº ISSN: 23172525 I Telefones: 0800 11 2155 e (16) 3301-7000 I e-mail: comunicacao@
fundecitrus.com.br I Website: www.fundecitrus.com.br. Jornalista responsável: Fabiana Assis (MTb 55.169)
I Reportagem e edição: Jaqueline Ribas e Fabiana Assis I Fotos: Henrique Santos e Arquivo Fundecitrus I
Diagramação: Valmir Campos e Marcelo Quén I Tiragem: 9,5 mil exemplares
2
REVISTA CITRICULTOR
ÍNDICE
Pág.5
PLANTA PODEROSA
Óleo da pimenta-demacaco é eficiente no
controle do psilídeo
Pág.6
INÉDITO
Citricultores participam
de dia de campo sobre
cancro cítrico no Paraná
Pág.10
PESQUISA
Laboratório do
Fundecitrus tem
capacidade ampliada
Pág.12
CALOR
Altas temperaturas
diminuem multiplicação
da bactéria do HLB
Pág.14
INOVAÇÃO
Reformulação do Alerta
Fitossanitário facilita
manejo regional do HLB
Pág.16
RAIO-X
Trabalho da PES
mostra o tamanho
da citricultura
Pág.27
VISITA
Secretário Estadual de
Agricultura conhece o
Fundecitrus
EMPRESA AMIGA
DO CITRICULTOR
EMPRESAS QUE APOIAM O MANEJO
SUSTENTÁVEL DA CITRICULTURA
O selo “Empesa Amiga do Citricultor” é uma iniciativa do Fundecitrus para valorizar as
instituições ligadas à cadeia de citros que realizam e apoiam ações coletivas no controle
de doenças e na conscientização dos citricultores para atuarem de maneira sustentável.
/Fundecitrus
/Fundecitrus
/Fundecitrus
@Fundecitrus
REVISTA CITRICULTOR
3
Zere seus
problemas
de ácaro com
o manejo
IHARA para
Citros.
4
REVISTA CITRICULTOR
PRODUTO NATURAL
A PIMENTA QUE
CONTROLA O PSILÍDEO
Óleo de planta da Amazônia tem efeito
comprovado em ninfas e adultos
Haroldo Volpe
participa das
pesquisas com
o óleo, que está
na fase de testes
em laboratório
A
PIMENTA PODEROSA
Em testes de laboratório a mortalidade de ninfas e adultos
de psilídeo com o óleo da Piper aduncum é maior que 90%
% de mortalidade
NINFAS
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1. Testemunha (água)
2. Testemunha (água + adjuvante)
3. Dilapiol + adjuvante
4. Inseticida químico
1
3
Dias após aplicação
7
ADULTOS
% de mortalidade
pimenta-de-macaco (Piper aduncum) pode
se tornar uma das futuras alternativas sustentáveis para o controle do psilídeo Diaphorina citri. Uma pesquisa desenvolvida pelo
Fundecitrus em parceria com a Embrapa Agroflorestal do Acre comprovou que o óleo extraído
desta planta controla a população da praga e abriu
a possibilidade para o desenvolvimento de um inseticida natural.
A Piper aduncum tem ocorrência espontânea
no Brasil e pode ser encontrada em locais alterados pelo homem, como beira de estradas, terrenos e áreas desmatadas. Está presente em grande quantidade nos estados do Acre, Amazonas,
Amapá e também na Bahia, em Minas Gerais,
São Paulo e Paraná.
De acordo com Haroldo Xavier Linhares Volpe, pós-doutorando do Fundecitrus que participa
do estudo, o óleo da pimenta-de-macaco possui
dilapiol, um composto que faz com que insetos se
intoxiquem com seu próprio alimento - no caso
do psilídeo, a seiva da planta de citros -, provocando sua morte de uma maneira não agressiva
ao meio ambiente.
Em testes de laboratório realizados pelo Fundecitrus foram feitas pulverizações do óleo da
pimenta-de-macaco (dilapiol) em citros com presença de psilídeos e os resultados preliminares
mostraram que o índice de mortalidade do inseto
é superior a 90% para ninfas e adultos (veja gráficos ao lado).
O próximo passo da pesquisa será o teste do
óleo em campo. Caso a sua eficácia seja comprovada, haverá estudos para a formulação de
um produto que pode ser usado nos pomares, no
futuro. “A eficácia do óleo é similar a de um produto químico utilizado nos pomares e poderia ser
usado em rotação com inseticidas. Além disso, se
degrada facilmente, dimunuindo resíduos, o que
colabora com o meio ambiente”, afirma Volpe.
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1. Testemunha (água)
2. Testemunha (água + adjuvante)
3. Dilapiol 76,6% + adjuvante
4. Dilapiol 81,61% + adjuvante
5. Inseticida químico
1
3
Dias após aplicação
7
REVISTA CITRICULTOR
5
DIA DE CAMPO
CITRICULTORES CONHECEM
RESULTADOS DE EXPERIMENTOS
DE CANCRO CÍTRICO NO PARANÁ
Fundecitrus realiza pesquisas em outro estado devido à proibição em São Paulo
O
Fundecitrus realizou o primeiro dia de campo de cancro cítrico de sua história, em 8 e 9
de abril. Para isso teve que organizar
uma caravana formada por citricultores, engenheiros agrônomos, técnicos, administradores de pomares e
consultores paulistas para o Paraná,
onde são desenvolvidos os experimentos com a doença.
Cerca de 150 pessoas de São Paulo e do Paraná estiveram reunidas
6
REVISTA CITRICULTOR
nos dois dias de eventos.
As visitas começaram pelo campo experimental onde são avaliadas
as medidas de prevenção e manejo
do cancro cítrico, que fica na Estação Experimental do Iapar - Instituto
Agronômico do Paraná, em Xambrê.
Os participantes viram no campo
a incidência da doença em plantas
com oito combinações diferentes de
tratamentos que envolviam quebra-vento, aplicação de cobre e controle
do minador dos citros.
A segunda parada foi em Guairaçá, onde há dois anos funciona um
experimento que testa a capacidade
de resistência de 75 variedades de
laranjas e variedades híbridas ao
cancro cítrico.
“As pesquisas realizadas no campo,
em condições em que a doença pode
ser observada, irá nos ajudar a compreender sua progressão e a encontrar formas mais eficazes e baratas de
EXPERIMENTOS DO FUNDECITRUS NO PARANÁ
Xambrê – O pomar tem 10 hectares.
Neste local são estudados os efeitos do
quebra-vento, da aplicação de cobre e do
controle do minador para a redução do
cancro cítrico nos pomares. O município de
Xambrê fica a 700 quilômetros da sede do
Fundecitrus e é o experimento mais distante da instituição.
Guairaçá – A pesquisa é realizada em 3,7
hectares que ficam na Unidade de Desenvolvimento Tecnológico (UDT) da Cocamar e
foi iniciada em dezembro de 2012. O objetivo é avaliar a resistência de 75 variedades
de citros ao cancro cítrico. No local, foram
plantadas 1.125 plantas.
Terra Rica – No local, cedido pelo grupo
Agro Pratinha, são feitos estudos sobre
volume, dose de cobre e frequência de
aplicação para a prevenção e controle do
cancro cítrico. O município de Terra Rica,
assim como Guairaçá, fica na região de
Paranavaí.
Além destas três áreas experimentais, o Fundecitrus mantém um projeto contínuo
de monitoramento de resistência da bactéria do cancro cítrico ao cobre. Para isso, são
recolhidas amostras dos pomares paranaenses que são analisadas no laboratório do
Fundecitrus, em Araraquara.
PARANÁ FOI A SOLUÇÃO
combate-la”, afirma o pesquisador do
Fundecitrus Franklin Behlau.
Para o administrador José Maria
Gasolla, de Catanduva/SP, a viagem
aos experimentos do Paraná ajudou no
esclarecimento sobre a pulverização
com cobre e para confirmar o que
se esperava do comportamento das
variedades de laranja em relação ao
cancro cítrico. “Este dia de campo é
inédito, é importante dar continuidade
a este trabalho para que possamos
ter mais informações para combater
o cancro e garantir a sanidade dos
pomares”, afirmou.
A
tualmente, o Fundecitrus tem 71 campos experimentais no estado de
São Paulo, mas nenhum de cancro cítrico. Para estudar a doença, a
equipe da instituição precisa viajar 700 quilômetros a partir da sede em
Araraquara, além de manter um funcionário no Paraná.
Após algumas tentativas de fazer áreas experimentais em terras paulistas, o Fundecitrus encontrou no estado vizinho do Paraná a oportunidade
de desenvolver suas pesquisas com cancro cítrico e implantou três campos
experimentais (veja acima).
O esforço tem sido recompensado. Os resultados da pesquisa com redução da dose de cobre e adequação de volume de calda pode reduzir em
até 40% o custo da pulverização para cancro cítrico.
“Este dia de campo é histórico, representa o trabalho de mais de uma
década”, afirma o ex-pesquisador do Fundecitrus e agora professor da Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ (Esalq/USP) José Belasque
Junior, que iniciou os experimentos.
REVISTA CITRICULTOR
7
PREVENÇÃO
Desinfecção de
veículos, roupas,
utensílios e mãos
é essencial para
diminuir os riscos de
cancro cítrico
CUIDADO
REDOBRADO NA COLHEITA
Maior incidência de cancro nos pomares e intensificação do tráfego de veículos
e de pessoas na propriedade aumenta os riscos de disseminação da doença
C
om o início da safra e o aumento
de atividades no pomar por conta
da colheita, é preciso redobrar os
cuidados para não deixar o cancro cítrico entrar na propriedade. O homem e os
materiais de colheita estão entre os principais vilões da dispersação da doença,
por isso devem ser vistos com atenção.
Apesar do período de sobrevivência
da bactéria do cancro cítrico ser relativamente curto em maquinários e equipamentos, a disseminação por meio deles é muito comum e ocorre quando são
utilizados em plantas doentes molhadas
e, em seguida, em plantas sadias.
Para reduzir o risco da entrada da bactéria no pomar ou que a doença passe de
um talhão para o outro, é essencial a utilização de equipamentos próprios para a
colheita, a desinfestação de caixas, sacolas e escadas e a higienização das mãos,
sapatos e roupas dos colhedores.
Os produtos utilizados para a desinfestação de veículos, equipamentos
e ferramentas são à base de amônia
quaternária e hipoclorito de sódio. Já
o digluconato de clorohexidina é indicado para aplicação nas mãos. Mas
esses compostos químicos agem superficialmente, não atingem as bactérias
8
REVISTA CITRICULTOR
presentes nas lesões e não têm ação
residual, portanto não funcionam no
controle da doença na planta.
Na entrada e pontos de acesso à
propriedade é indicado a instalação
de arco-rodolúvio para a desinfestação de carros, caminhões, ônibus de
trabalhadores e implementos. É importante que os veículos sejam vistoriados para verificar se há a presença
de restos vegetais de citros, que devem ser eliminados. Os condutores
e visitantes devem ser orientados a
passar pelo pedilúvio para lavar as
mãos e os calçados.
Outra estrutura que ajuda é o bin
para o recolhimento das frutas colhidas, o que evita a entrada de caminhões no interior da propriedade.
Uma forma comum de disseminação é por meio de restos vegetais
contaminados em carrocerias de caminhão e em implementos dentro do
pomar ou descartados nas proximidades, que podem servir de fonte da
bactéria e devem ser queimados.
Nos últimos anos, a citricultura
paulista, tem se caracterizado pela
formação de pomares mais adensados, com menores espaçamentos
entre plantas e linhas, que resultam no
prolongamento do período de molhamento foliar, mesmo na ausência de
chuvas, e pela intensificação das operações mecanizadas, que podem levar
a bactéria para plantas na mesma linha
ou mesmo entre talhões.
Dessa forma, a disseminação da
doença que, historicamente, esteve
mais associada ao período de chuvas
e à presença de tecidos jovens na primavera e verão, vem ocorrendo durante todo o ano, como resultado de mais
tratos culturais e operações mecanizadas devido às pulverizações para controlar o psilídeo.
A priorização da colheita de áreas
sem histórico da doença para aquelas
com ocorrências prévias auxilia na
prevenção. O mesmo princípio deve
ser seguido nas atividades mecanizadas, como inspeção com plataformas e
pulverização.
Além dos cuidados durante a colheita, é preciso realizar inspeções
constantes e a erradicação imediata
das plantas doentes. Também é indicado o uso de mudas sadias, instalação
de quebra-ventos e aplicação protetiva
de cobre.
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REVISTA CITRICULTOR
9
PESQUISA
Laboratório
ganhou novas salas
para avaliação do
comportamento
do psilídeo
CAPACIDADE AMPLIADA
Laboratório aumenta recursos para a busca por soluções contra o HLB
O
Fundecitrus tem feito investimentos constantes para aperfeiçoar o combate ao greening
(Huanglongbing/HLB). O mais recente deles é a ampliação do laboratório de Ecologia Química, onde
são investigadas moléculas de odor
capazes de influenciar o comportamento de pragas, entre elas compostos atraentes ou repelentes ao psilídeo
Diaphorina citri, inseto transmissor
da doença.
O laboratório passou de 60 m² para
140 m². O investimento na ampliação
e modernização da estrutura foi de
R$ 300 mil. Foram construídas novas
salas que receberam novos equipa-
10
REVISTA CITRICULTOR
mentos e sistemas de controle climático, iluminação e purificação de ar. A
equipe também foi reforçada e aumentou de três para oito integrantes, com o
objetivo de atender a nova capacidade
e demanda de trabalho.
No laboratório são realizados experimentos que avaliam o comportamento do psilídeo diante de voláteis
de plantas que o atraem, como citros e
murta, ou que o repelem, como a goiabeira. Outra linha de pesquisa busca
identificar o feromônio sexual do inseto para ajudar no seu monitoramento.
De acordo com o pesquisador André
Signoretti, a melhoraria do controle
do HLB depende da prevenção da en-
trada do psilídeo nos pomares e de
melhor eficiência no seu monitoramento, permitindo constatar rapidamente sua presença na área. “Com a
ampliação do laboratório será possível avançar mais rapidamente nas
pesquisas e no desenvolvimento de
tecnologias e estratégias de combate
ao psilídeo e ao HLB. Além de serem eficazes, os métodos de controle comportamental são sustentáveis,
não deixam resíduos no ambiente e
preservam os inimigos naturais dessa e de outras pragas. Além disso,
possibilita a adoção conjunta de outros métodos de controle, como, por
exemplo, o biológico”, afirma.
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REVISTA CITRICULTOR
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CLIMA
TEMPERATURA ALTA INFLUENCIA NA
MULTIPLICAÇÃO DA BACTÉRIA DO HLB
Doença evolui mais devagar em regiões de clima quente
I
nteressado em saber porque o greening (Huanglongbing/HLB) não
tem aumentado em toda as regiões
do parque citrícola com a mesma proporção, o pesquisador do Fundecitrus
Silvio Lopes começou a investigar a
possível influência das condições climáticas sobre a doença e comprovou
que em temperaturas altas a multiplicação da bactéria do HLB na planta é
menor e, consequentemente, a aquisição dela pelo psilídeo quando suga a
seiva desta árvore também é reduzida.
As pesquisas começaram em câmaras de crescimento no Fundecitrus,
onde é possível controlar com precisão as condições do ar. Plantas doentes foram expostas a diferentes temperaturas e comprovou-se que, nas mais
altas, a velocidade de multiplicação da
bactéria nos brotos diminui.
PLANTAS ENGAIOLADAS
As pesquisas foram transferidas para
o campo para avaliar a reação das plantas em duas regiões de climas contrastantes: Comendador Gomes, no Triângulo Mineiro, onde as temperaturas
no verão podem chegar aos 40°C e os
invernos são amenos; e Analândia, na
região central do estado de São Paulo,
com verões menos intensos e temperaturas mais frias no inverno. As árvores
permaneciam no campo “engaioladas”
dentro de mini estufas para não servir
de foco de contaminação para as outras
plantas do pomar.
A cada dois meses, psilídeos eram
colocados para se alimentar nos brotos e, em seguida, tanto insetos como
plantas eram analisados no laboratório do Fundecitrus, em Araraquara.
12
REVISTA CITRICULTOR
As plantas
permaneciam
no campo em
mini estufas
Foram feitas cerca de 2,5 mil avaliações por meio de PCR para definir
qual a concentração de bactérias de
HLB nos brotos e quanto delas os
insetos conseguiram adquirir após o
período de sucção de dois dias.
Quanto maior o número de horas
com temperaturas acima de 30°C
e menor a quantidade de chuva nos
últimos sete dias antes das coletas,
menor foi a concentração de bactéria.
Em Comendador Gomes, a concen-
tração da bactéria nos brotos foi menos da metade se comparada à encontrada em Analândia. A porcentagem
de brotos infectados foi 80% menor
e a taxa de aquisição da bactéria pelo
psilídeo menor que um terço (veja
gráfico ao lado).
“Os mesmos resultados obtidos
no primeiro estudo foram confirmados no campo, ou seja, houve menor
concentração da bactéria, menor porcentagem de brotos com a bactéria e
menor taxa de aquisição pelo psilídeo
nos brotos das plantas da região mais
quente”, afirma Lopes.
REGIÕES EXTREMAS
De acordo com o último levantamento amostral realizado pelo Fundecitrus, em 2012, as maiores incidências de HLB eram nas regiões
Centro e Leste – de clima ameno –
com respectivamente 9,9% e 14,8%
de plantas com sintomas. Embora
com incidências menores, as regiões
Norte (1,8%) e Oeste (1,4%) apresentavam taxas de avanço semelhantes as
das regiões Centro e Leste. Por outro
lado, as regiões mais extremas Sul e
Noroeste que tinham respectivamente
0,9% e 0,3% de incidência, as taxas
de crescimento eram menores que as
demais (veja gráfico ao lado).
Os dados podem indicar que muito
frio também pode prejudicar a bactéria
na planta, hipótese que está sendo investigada pelo Fundecitrus. Já se sabe
que temperaturas baixas fazem com
que os ciclos de desenvolvimento do
psilídeo demorem mais (veja quadro).
“Não se pode atribuir a uma única
causa o aumento ou diminuição da
velocidade de crescimento do HLB
nas diferentes regiões do parque citrícola. Temos o clima afetando a bactéria e o inseto. Em outro estudo estamos verificando o efeito do clima na
emissão de brotações, o que também
afeta a população do psilídeo. Nosso
objetivo é entender melhor todos os
fatores que influenciam na disseminação da doença e com isto poder, no
futuro, ajudar o produtor na tomada
de decisão”, explica Silvio Lopes.
CALOR DESFAVORECE
Multiplicação da bactéria e contaminação do psilídeo são menores em temperaturas altas
48,9%
27,4%
17,6%
2,2
5%
1
Concentração da bactéria
(log por grama de broto)
Brotos com a bactéria
Analândia
Aquisição da bactéria
pelo psilídeo
Comendador Gomes
PROGRESSÃO DO HLB POR REGIÃO
Nas regiões de clima mais ameno o HLB evoluiu mais rapidamente
do que nas áreas mais quentes ou frias
16
14
12
10
8
6
4
2
0
2008
2009
CENTRO
N O RT E
2010
NORDESTE
2011
OESTE
2012
LESTE
SUL
QUANTO MAIS FRIO, MENOS PSILÍDEO
D
e acordo com pesquisa feita pela doutoranda Mariux Lorena Gómez Torres, na
Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ (Esalq/USP), o número de ciclos
de desenvolvimento – de ovo a adulto - do psilídeo por ano é menor no sul de São
Paulo do que nas outras regiões do estado.
Enquanto na região Norte, onde as temperaturas passam facilmente dos 30°C, a
média anual de gerações de psilídeo pode variar de 10 a 13 ciclos, na região Nordeste, o número de ciclos pode ir de 6 a 10 ao longo do ano e nas regiões Sul e Sudeste
pode variar de 3 a 10.
“Nas diferentes regiões citrícolas do estado de São Paulo, levando-se em consideração as exigências térmicas e higrométricas, a maior incidência de psilídeo ocorre
naquelas regiões e épocas do ano com temperaturas mais elevadas e os aumentos
populacionais coincidem com o aumento das chuvas e com as brotações das plantas
cítricas”, afirma Mariux
REVISTA CITRICULTOR
13
ALERTA FITOSSANITÁRIO
MAIS INFORMATIVO E MAIS DINÂMICO
Sistema online de manejo regional do HLB ganha mais recursos e modernidade
O
Alerta Fitossanitário – Psilídeo está com layout e conteúdo novos. O sistema online
que auxilia os produtores no manejo
regional do huanglongbing (HLB/
greening) foi reformulado, ganhou
melhor desempenho, mais ferramentas e interatividade. O novo
programa incorporou sugestões dos
citricultores participantes dos grupos de manejo regional e conta agora com 94 ferramentas que ajudam
na visualização e análise dos dados
referentes ao monitoramento regional do psilídeo e da condição vegetativa das plantas, com o objetivo de
tornar o manejo regional do HLB
mais eficiente.
Por demanda dos próprios citricultores - cada vez mais conectados
- houve a necessidade que o acesso
ao sistema fosse mais prático e as
informações mais dinâmicas, o que
motivou a modernização do sistema.
Uma das novidades é que o
sistema passa a ser disponível na
versão mobile para smartphones e
tablets, permitindo que o citricultor
gerencie as informações de suas armadilhas e da sua região em tempo
real no campo.
O sistema mais moderno e com
navegação mais ágil facilita o envio e recebimento dos dados. Novas ferramentas, como gráficos e
tabelas mais interativos, possibilitam o aprimoramento das análises
e tomadas de decisão de controle
do psilídeo.
O citricultor participante do manejo regional também terá acesso a
relatórios sobre a situação da população de psilídeo ao redor da sua
propriedade em raios de 2, 4, 6, 8 e
10 quilômetros (veja todas as fun-
14
REVISTA CITRICULTOR
Tela inicial tem as
principais informações
sobre a a propriedade e
a sua região
ções do alerta no infográfico).
“Com este novo sistema pretendemos facilitar a vida dos citricultores e possibilitar mais agilidade
na obtenção e visualização das informações necessárias para o manejo da população de psilídeos nas
propriedades, no seu entorno e na
sua região”, diz o pesquisador do
Fundecitrus Renato Bassanezi.
O Alerta Fitossanitário monitora a população de psilídeo em 138
mil hectares de citros, distribuídos
em 85 municípios do estado de São
Paulo, por meio de 18 mil armadilhas adesivas amarelas, instaladas
nas regiões de Araraquara, Avaré,
Santa Cruz do Rio Pardo, Bebedouro e recentemente de Casa Branca.
TRABALHO CONJUNTO
O
manejo regional do HLB busca o
controle coordenado da doença em
larga escala, com várias propriedades
de uma região fazendo o combate ao
psilídeo ao mesmo tempo e também
eliminando as plantas doentes. “A
reestruturação do sistema do Alerta
Fitossanitário colabora para amplificar
o controle conjunto e coordenado, o
que dificulta a migração do inseto de
uma propriedade para outra, facilita
as decisões nas fazendas e indica o
momento e os locais certos de pulverizar”, explica o engenheiro agrônomo
do Fundecitrus Ivaldo Sala.
MODERNIZAÇÃO DO SISTEMA
Conheça as principais novidades do Alerta Fitossanitário
Usuário
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Acessar
Esqueci Minha Senha
• Busca por regional específica
• Visualização do mapa em modo tela cheia
• Quantidade de psilídeos e armadilhas por quadrante no mapa
• Situação da população de psilídeos ao redor da
propriedade em raios de dois em dois quilômetros
Versão
mobile para
smartphones e tablets
• Facilidade na localização e visualização das armadilhas
com quantidade de psilídeos coletados
E MAIS
• Mais interação entre gráficos e mapas
• Aprimoramento e facilitação da inserção de dados
• Alertas de pulverização no próprio sistema e enviados por
e-mail e SMS
• Troca de mensagens entre participantes do grupo de manejo
regional
• Exportação de relatórios customizados (impressão e arquivo)
• Clima da região em tempo real
• Gráficos variados e aprimorados para comparações
• Novos índices relacionados à população do psilídeo
Cadastre sua propriedade e faça parte do programa de Alerta Fitossanitário do Fundecitrus.
Mais informações pelo telefone 0800 11 2155 ou no site www.fundecitrus.com.br/alerta-fitossanitario.
REVISTA CITRICULTOR
15
CENSO CITRÍCOLA
O RETRATO DA CITRICULTURA
Parque citrícola tem 197,860 milhões de árvores de laranja,
das quais 88% estão em produção
Todos os possíveis
talhões de citros
foram mapeados
com imagens
de satélite
O
cinturão citrícola paulista e do
Triângulo Mineiro e o Sudoeste de
Minas Gerais, o maior produtor e
exportador de suco de laranja do mundo, tem 492,56 mil hectares, distribuídos
em 11.561 propriedades, que estão localizadas em 349 municípios. Este retrato
da citricultura foi feito pela Pesquisa de
Estimativa de Safra – PES, realizada pelo
Fundecitrus entre outubro de 2014 e março de 2015 e divulgada em 19 de maio.
Da área total de citros, 444,6 mil hectares (90,26%) são de laranja. Neles, estão 197,860 milhões de laranjeiras, das
quais 88% estão em produção. As variedades que mais se destacam são Hamlin,
Westin, Rubi, Valência Americana, Valência Argentina, Seleta, Pineapple, Pera
Rio, João Nunes, Valência, Folha Murcha
e Natal que ocupam uma área de 430,62
16
REVISTA CITRICULTOR
ÁREA DE CITROS DO PARQUE CITRÍCOLA
CITROS
ÁREA (1000 Ha)
%
Laranjas principais
430,62
87,42
Laranja lima, Bahia,
Shamouti e Lima doce
13,98
2,84
Lima ácida e limões
27,94
5,67
Tangerinas
10,07
2,04
Pomares abandonados
9,95
2,03
492,56
100
Total
mil hectares (97,36%). O restante (13,98
mil hectares) está plantado com variedades Laranja lima, Bahia, Shamouti e
Lima doce.
Os limões e limas ácidas (Tahiti)
ocupam 27,94 mi hectares (5,67%) e
as tangerinas Ponkan, Murcott, Cravo,
Mexerica-do-Rio e Clementina estão
em 10,07 mil hectares (2,04%). Há ainda 9,95 mil hectares (2,03%) representados por pomares abandonados (veja
quadro na pág. ao lado).
O setor com mais plantio de citros
está no Centro do estado de São Paulo, com 29,46% da área do parque citrícola, seguida pelos setores Norte de
São Paulo + Triângulo/Sudoeste mineiro (21,51%), Sul (20,65%), Sudoeste
(17,11%) e Noroeste (11,26%).
Dos 430.618 hectares de laranjas
principais, 27.129 (6,3%) são de pomares novos. Os novos plantios representam 12% do número de plantas do parque citrícola. São 23,7 mil árvores com
menos de dois anos, das quais 6,6 mil
(3,3% do total do parque) são replantas.
De acordo com o gerente geral do
Fundecitrus, Antonio Juliano Ayres,
este número é um reflexo do greening
(HLB). “Um terço das plantas improdutivas é de replantas, em função, princi-
palmente, da eliminação de plantas com
HLB. Normalmente, para cada planta
adulta eliminada se faz a replanta com
duas mudas”, analisa Ayres.
A maior parte do parque é formada
por plantas com idade entre 6 e 10 anos
(39,5%); 29,5% das árvores têm mais
de 10 anos e 19 % têm entre 3 e 5 anos.
Pela idade das plantas no campo, em
2014 houve plantio de 9.350 hectares
de citros, a menor área plantada nos últimos dez anos. Em 2013, houve plantio de 17.770 hectares e, em 2012, de
23.310 hectares (veja gráfico abaixo).
Notam-se diferenças importantes entre os plantios nos anos mais recentes
dos mais antigos. Os pomares com mais
de 10 anos apresentam densidade média
de 364 árvores/ha enquanto nos pomares em formação, ou seja, cujas árvores
tem até dois anos, o adensamento é de
631 árvores/ha, em média.
Outra diferença refere-se à variedade por ano de plantio. Enquanto nos
anos mais jovens, a Pera (meia estação)
se destaca, nos plantios mais velhos o
grupo que engloba Valência e Folha
Murcha (tardias) está em maior pro-
Agente checava
no campo as
informações
coletadas nas
imagens de satélite
PLANTIO
LARANJA
(X1000
PLANTIO DEDE
LARANJA
(X 1000
HA) HA)
166,37
Dados foram coletados com base na idade das plantas no campo
29,89
ANTERIOR 2004
2005
33,00
2006
37,05
2007
40,33
28,21
2008
2009
22,84
2010
22,50
2011
23,31
2012
17,77
2013
9,35
2014
REVISTA CITRICULTOR
17
CENSO CITRÍCOLA
PES apurou
espaçamento
entre árvores e
quantidade de
frutos por planta
porção. As variedades menos plantadas
nos últimos dois anos foram Valências
Argentina e Americana, Seleta e Pineapple. Entre as quatro principais variedades (Pera, Natal, Valência e Hamlin),
a Hamlin é a menos plantada recentemente, representando 8,79% das novas
plantas. Em contrapartida, a Pera foi a
mais plantada com 44,18% das árvores
novas (veja gráfico na pág.20).
No total, a Pera representa 35,75% de
árvores do parque, a Valência 26,52%,
Hamlin 10,08% e Natal tem 10,03%,
Folha Murcha significa 5,77% das plantas e Valência Americana 4,13%.
A área dos pomares de laranja irrigados totaliza 105.709 hectares, o que
representa 24,6% do parque citrícola;
88,32% dos pomares irrigados usa o
sistema de gotejamento. A predominância de irrigação está nas regiões
de Bebedouro e Triângulo Mineiro e
mais da metade da estrutura de irrigação está instalada em pomares com
mais de 10 anos.
Foram mapeadas 7.588 propriedades
de laranja em 349 municípios. Destas,
quase metade (48,1%) são de pequeno
porte com até 10 hectares; 34,7% tem
entre 11 a 50 hectares, 15,3% possuem
NÚMERO DE PROPRIEDADES
NÚMERO DE PROPRIEDADES COM LARANJA
5.149
TOTAL: 7.588
TOTAL 7.588
977
421
<10
< 10
18
10 a 19
10 a 19
REVISTA CITRICULTOR
20 a 29
20 a 29
383
301
176
100
81
30 a 49
50 a 99
100
200
>400
30 a 49 50 a 99 100
a 199 200
a 399
a 199
a 399
Árvores
(x
1000)
Árvores (x 1000)
> 400
entre 51 e 500 hectares e 1,9% tem mais
que 500 hectares (veja gráfico abaixo).
A maior parte das propriedades está
no setor Norte, com 3.149 pomares,
seguido do setor Noroeste, com 2.756
propriedades. O setor Sul tem 2.735
propriedades de citros, o setor Centro
tem 2.511, e o Sudoeste 410.
APURAÇÃO NO CAMPO
A Pesquisa de Estimativa de Safra –
PES é um trabalho inédito na citricultura brasileira, feito pelo Fundecitrus,
com o interesse e esforço de todos os
elos do setor. Os dados foram apurados
com o objetivo de fazer um raio-x minucioso do parque citrícola e levantar
dados estatísticos que possibilitassem
uma estimativa de safra precisa. A entidade investiu R$ 9,4 milhões no projeto, que contou com a assessoria da Markestrat, USP de Ribeirão Preto e Unesp
de Jaboticabal.
O projeto envolveu diretamente
151 funcionários do Fundecitrus que
percorreram mais de um milhão de
quilômetros em busca dos pomares,
com base em imagens de satélite que
apontaram qualquer talhão que pudesse ser de citros em uma área superior
O MAPA DA CITRICULTURA
OS SETORES DO PARQUE CITRÍCOLA FORAM
DIVIDIDOS DE ACORDO COM CONDIÇÕES
CLIMÁTICAS E CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO
NORTE
Área: 92.649 ha (21,51%)
Pomar adulto: 85.685 ha
Pomar formação: 6.964 ha
Plantas produtivas: 37,96 mi
Plantas improdutivas: 5,76 mi
Propriedades: 3.149
NOROESTE
Área: 48.494 ha (11,26%)
Pomar adulto: 45.554 ha
Pomar formação: 2.940 ha
Plantas produtivas: 19,05 mi
Plantas improdutivas: 1,96 mi
Propriedades: 2.756
SUL
Área: 88.941 ha (20,65%)
Pomar adulto: 84.740 ha
Pomar formação: 4.201 ha
Plantas produtivas: 35,36 mi
Plantas improdutivas: 4,52 mi
Propriedades: 2.735
NORTE
NOROESTE
CENTRO
SUL
*
SUDOESTE
CENTRO
Área: 126.847 ha (29,46%*)
Pomar adulto: 116.242 ha
Pomar formação: 10.605 ha
Plantas produtivas: 47,45 mi
Plantas improdutivas: 8,83 mi
Propriedades: 2.511
SUDOESTE
Área: 73.685 ha (17,11%)
Pomar adulto: 71.265 ha
Pomar formação: 2.420 ha
Plantas produtivas: 34,29 mi
Plantas improdutivas: 2,65 mi
Propriedades: 410
*% do total de laranjas principais do parque citrícola
REVISTA CITRICULTOR
19
CENSO CITRÍCOLA
a 150 mil km2.
“Foi um desafio porque não se sabia
nem qual era o tamanho do parque citrícola. O Fundecitrus conseguiu mapear
todas propriedades de citros, partindo
apenas de imagens de satélite que apontava possíveis áreas citrícolas. Outro
desafio foi o cronograma apertado para
fazer o inventário e, depois, a derriça das
árvores para apurar a produtividade, antes do início da safra”, afirma o coordenador da PES, Vinícius Trombin.
O cinturão citrícola foi dividido em 12
regiões, levando em consideração as características climáticas e os aspectos históricos ligados ao desenvolvimento da citricultura. Estas regiões foram agrupadas
em cinco setores (veja mapa na pág 19).
Entre outubro de 2014 e maio de 2015
agentes de pesquisa do Fundecitrus passaram por 481 municípios dos quais encontraram pomares de citros em 320 municípios paulistas e 29 de Minas Gerais,
nos quais foram apurados a quantidade
de árvores, o tamanho da área, a idade e
variedade das plantas e o sistema de irrigação empregado nos 50.668 talhões que
foram mapeados ao longo da pesquisa.
Em cada talhão foram realizados os
desenhos do contorno sobre as imagens
com o auxílio do software de geopro-
gurança do computador de trabalho do
agente para o servidor do Fundecitrus.
Foram ainda estabelecidas políticas de
conduta de sigilo e restrição de acesso
a todos os colaboradores a fim de garantir a confidencialidade dos dados.
Todo trabalho foi acompanhado
por um comitê técnico, formado por
profissionais com experiência em estimativa de safra, e um comitê gestor,
composto por citricultores e representantes de indústria de suco. A missão
dos dois grupos foi a de nortear e fiscalizar o trabalho realizado no campo
e na análise dos dados coletados.
cessamento. As áreas relativas a qualquer benfeitoria no interior dos talhões,
como represas ou construções foram
descontadas obtendo, assim, as áreas
líquidas de cada talhão, ou seja, apenas
as superfícies ocupadas pelas plantas
foram calculadas.
O espaçamentos entre as árvores foi
coletado com as medidas entre linhas e
entre plantas localizadas no centro dos
talhões. Destas medidas eram obtidas
as médias e, então, calculadas as densidades para estimar o número de covas
existentes em cada talhão.
As covas foram classificadas em
quatro categorias: árvores produtivas,
improdutivas, falhas e mortas. As informações sobre a variedade e ano de plantio eram solicitadas ao produtor e, em
alguns casos, pelo agente, considerando
as características da planta. Por fim, em
cada um dos talhões eram coletados dados sobre o uso e método de irrigação.
Não foram coletados dados que pudessem identificar nominalmente o
proprietário ou a propriedade no intuito
de manter a privacidade do citricultor.
Para preservar o sigilo das informações,
todos os dados coletados trafegaram
criptografados por meio de uma rede
particular e, assim, transferidos com se-
DEFINIÇÃO PARA O FUTURO
MILHÕES DE PLANTAS
Com os resultados fornecidos pela
PES, os produtores poderão definir
suas estratégias de negócios e de comercialização. O trabalho está sendo
considerado um marco na história da
citricultura brasileira.
“Este trabalho, feito com tanto
profissionalismo, era necessário há
muitos anos para que tenhamos uma
segurança nos negócios e no futuro da
citricultura. Daqui para frente será um
pouco mais fácil entender o segmento
e a cadeia como um todo e nortear as
MILHÕES
DEPLANTAS
PLANTAS
MILHÕES
DE
MILHÕES
DE PLANTAS
MILHÕES
DE PLANTAS
PLANTAS IMPRODUTIVAS
PLANTAS PRODUTIVAS
PLANTAS
IMPRODUTIVAS
PLANTAS
IMPRODUTIVAS
PLANTAS
IMPRODUTIVAS
PLANTAS
IMPRODUTIVAS
PLANTAS
TOTAIS
PLANTAS IMPRODUTIVAS
PLANTAS
PRODUTIVAS
PLANTAS
PRODUTIVAS
PLANTAS
PRODUTIVAS
PLANTAS
PRODUTIVAS
PLANTAS
PRODUTIVAS
PLANTAS
TOTAIS
PLANTAS
TOTAIS
PLANTAS
TOTAIS
PLANTAS
TOTAIS
PLANTAS
TOTAIS
68,98
68,98
68,98
68,98
68,98
(34,87%)
(34,87%)
(34,87%)
(34,87%)
(34,87%)
58,50
58,50
58,50
58,50
58,50
(33,60%)
(33,60%)
(33,60%)
(33,60%)
(33,60%)
67,75
67,75
67,75
67,75
67,75
(34,46%)
(34,46%)
(34,46%)
(34,46%)
60,01
(34,46%)
60,01
60,01
60,01
60,01
(34,24%)
(34,24%)
(34,24%)
(34,24%)
(34,24%)
30,87
30,87
30,87
30,87
30,87
28,78
28,78
28,7828,78
28,78
(15,60%)
(15,60%)
(15,60%)
(15,60%)
(15,60%)
(16,53%)
(16,53%)
(16,53%)
(16,53%)
(16,53%)
2,09
2,09
2,09 2,09
2,09
(8,79%)
(8,79%)
(8,79%)
(8,79%)
(8,79%)
8,84
8,84
7,85
8,84
8,84
7,85
7,857,858,84
7,85
(4,47%)
(4,47%)
(4,51%)
(4,47%)
(4,47%)
(4,47%)
(4,51%)
(4,51%)
(4,51%)
(4,51%)
0,99
0,99
0,990,99
0,99
(4,18%)
(4,18%)
(4,18%)
(4,18%)
(4,18%)
ARGENTINA E
HAMLIN,
RUBI,RUBI,
WESTIN
HAMLIN,
RUBI, VALÊNCIA
VALÊNCIA
HAMLIN,
VALÊNCIA
HAMLIN,
RUBI,
VALÊNCIA
HAMLIN,
RUBI,
VALÊNCIA
HAMLIN,
RUBI,
VALÊNCIA
AMERICANA,
SELETA E PINEAPPLE
WESTIN
ARGENTINA
WESTIN
ARGENTINA
WESTIN
ARGENTINA
WESTIN
ARGENTINA
WESTIN
ARGENTINA
EEEE E
AMERICANA,
SELETA
PRECOCES
AMERICANA,
SELETA
AMERICANA,
SELETA
AMERICANA,
SELETA
AMERICANA,
SELETA
E
PINEAPPLE
PINEAPPLE
PINEAPPLE
PINEAPPLE
EEEEPINEAPPLE
20
REVISTA CITRICULTOR
10,48
10,48
10,48
10,48
10,48
(44,18%)
(44,18%)
(44,18%)
(44,18%)
(44,18%)
PERA
RIO
PÊRA
RIO
PÊRA
RIO
PÊRA
RIO
PÊRA
RIO
PÊRA
RIO
MEIA ESTAÇÃO
21,4
21,4
21,4
21,4
21,4
18,98
18,98
18,98
18,98(10,82%)
18,98
(10,82%)
(10,82%)
(10,82%)
(10,82%)
(10,90%)
(10,90%)
(10,90%)
(10,90%)
(10,90%)
7,74
7,74
7,74
7,74
7,74
(32,63%)
(32,63%)
(32,63%)
(32,63%)
(32,63%)
2,43
2,43
2,43
2,43
2,43
(10,23%)
(10,23%)
(10,23%)
(10,23%)
(10,23%)
VALÊNCIA EEEFOLHA
VALENCIA
FOLHA
VALENCIA
FOLHA
VALENCIA
FOLHA
VALENCIA
FOLHA
VALENCIA
EEEFOLHA
MURCHA
MURCHA
MURCHA
MURCHA
MURCHA
MURCHA
TARDIAS
NATAL
NATAL
NATAL
NATAL
NATAL
NATAL
estratégias das empresas e dos citricultores”, afirma o engenheiro agrônomo Márcio Augusto Soares.
Para o citricultor Luiz Fernando
Catapani, que fez parte do comitê
gestor da PES, a citricultura necessitava de dados estratégicos. “A PES é
histórica para o setor. Não existia um
trabalho tão bem feito, com um grau
de segurança tão grande. Para o produtor é muito importante conhecer os
números da citricultura para a gente
poder definir as estratégias futuras
do nosso negócio. Daqui para frente
teremos um conhecimento grande do
parque citrícola”, diz.
O trabalho da PES também irá
ajudar a nortear as ações e políticas para a sanidade da citricultura.
“A PES veio preencher uma lacuna
dentro do Fundecitrus, que é instrumento dos produtores, instrumento
de desenvolvimento da citricultura,
mas carecia de conhecer os seus
parceiros, de conhecer melhor a situação da citricultura de uma forma
DISTRIBUIÇÃO POR FAIXA ETÁRIA
0-2 anos
23,7 mi plantas (12%)
3-5 anos
37,7 mi plantas
(19%)
> 10 anos
58,3 mi plantas
(29,5%)
6-10 anos
78,1 mi plantas
(39,5%)
global e numérica. Sem dúvida nenhuma trouxe alento ao Fundecitrus para
que a instituição consiga ao longo dos
anos, não apenas dizer como atacar as
doentes, mas dar suporte ao citricultor
OS
NÚMEROS
DA PES
151
2 supervisores, 43 agentes, 60 auxiliares
de campo, 4 agrônomos e 5 técnicos
1.046.446
7 pessoas
150.000
km2 mapeados por
imagens de satélite
quilômetros percorridos
481
municípios visitados
11.561
482.591
hectares de pomares produtivos
milhões árvores
320 em SP e 29 em MG
propriedades de citros (7.588 de laranja)
50.668
349 municípios:
170
para que ele possa ter mais capacidade
de negociação e evidentemente e fortaleça a citricultura como negócio”, define o presidente do Fundecitrus, Lourival Carmo Monaco.
Escritório:
30 auxiliares
O TAMANHO
DO PARQUE
CITRÍCOLA
POMAR PRODUTIVO (88%)
174,12 MILHÕES DE PLANTAS
Campo:
funcionários envolvidos
diretamente na pesquisa
Pessoal de laboratório:
Plantio novos - 17,1 mi (8,7%)
Replantas - 6,6 mi (3,3%)
talhões
9.953
hectares de pomares abandonados
REVISTA CITRICULTOR
21
ESTIMATIVA
SAFRA DA LARANJA DEVE SER
DE 278,9 MILHÕES DE CAIXAS
Produtividade média é de 716 caixas por hectare
A
produção de laranja para a safra
2015/16 é estimada em 278,993
milhões de caixas de 40,8 kg. O
número representa uma produtividade
de 716 caixas por hectare, ou 1,60 caixa por planta. Os dados são da PES –
Pesquisa de Estimativa de Safra.
Para chegar a este número, os técnicos do Fundecitrus e da Markestrat,
com a assessoria do professor de estatística da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCVA) da Unesp
de Jaboticabal, José Carlos Barbosa,
levam em consideração o número de
árvores produtivas de laranja do parque citrícola, que foi determinado pelo
censo da citricultura (veja mais na pág.
16), o número de frutos por árvore apurado durante a derriça de 2.500 árvores
(veja abaixo), o número de frutas por
caixa de 40,8 kg e a taxa de queda de
17%, que é a média histórica das últimas dez safras (veja abaixo).
Foram identificadas cinco floradas.
Considerou-se integralmente o número
de frutos de 1ª a 3ª floradas. Aos frutos
da 4ª florada foi aplicada uma taxa de
pegamento de 40% e os frutos da 5ª florada não foram contabilizados.
Foram consideradas árvore produtivas todas plantadas até 2012. Delas
foram sorteadas 2,5 mil – estratificadas por idade, variedade e região – que
serviram de amostra para a derriça (colheita antecipada para estimar média
de frutos por árvore). A localização da
árvore derriçada no talhão sorteado estava na 20ª rua e na 10ª árvore. Caso
este procedimento recaísse numa falha,
árvore morta ou árvore de outra idade
que não a solicitada, avançava-se três
árvores. Se a situação se repetisse,
avançava-se mais três árvores até encontrar uma da idade sorteada. Se o
talhão não tivesse linhas de plantio suficiente, a contagem reiniciaria nas ruas
existentes até chegar ao número 20.
REESTIMATIVAS
Nem todos os frutos produzidos
numa árvore chegam até a colheita, quer
por queda natural ou em consequência
Agentes do
Fundecitrus fazem a
colheita antecipada
dos frutos para
a previsão da
estimativa
O CÁLCULO DA PRODUTIVIDADE
ESTIMATIVA DE SAFRA =
22
REVISTA CITRICULTOR
ÁRVORES PRODUTIVAS X FRUTAS POR ÁRVORE X
[ 1 - TAXA DE QUEDA ]
NÚMERO DE FRUTA POR CAIXA DE 40,8KG
de pragas e doenças, estresse hídrico,
excesso de chuvas, granizo, temperaturas muito altas ou muito baixas, entre
outros fatores. Por isso, será realizado
um acompanhamento mensal da queda
de frutos nas árvores vizinhas às árvores derriçadas. Esse número de queda
será usado para corrigir a produtividade
projetada. Para isso foi separada uma
amostra formada por 900 dos talhões
que tiveram árvores derriçadas e que
serão visitados mensalmente, entre junho de 2015 até a sua colheita. Estas
vistorias técnicas irão apurar a taxa de
queda de frutos, além de coletar o seu
peso para fazer reestimativas que serão
divulgadas em setembro, novembro de
2015 e fevereiro de 2016.
Os dados da estimativa devem ajudar a estabelecer relações comerciais
mais transparentes e equilibradas.
“A pesquisa foi extremamente importante se lembrarmos que até então
cada agente da citricultura, seja indústria, grande produtor, técnicos e governos, tinha a sua própria estimativa, isso
gerava um desconforto muito grande.
Pela primeira vez foi concebido um
número que é consenso, foi construído
em conjunto pela indústria, pelos produ-
tores, pelas universidades de São Paulo
e pelos técnicos do projeto, isso reduz
um grau de insegurança muito grande
que existia sobre a qualidade do número”, afirma o professor da Faculdade de
Economia da USP, Marcos Fava Neves,
sócio da Markestrat.
278,993 MILHÕES DE
CAIXAS DE LARANJA
96,25 mi/caixas - Valência e
Folha Murcha
72,35 mi/caixas - Pêra Rio
MENOS ESTOQUE DE SUCO
Segundo o presidente da Associação
Nacional dos Exportadores de Sucos
Cítricos (CitrusBr), Ibiapaba Netto,
a produção de suco de laranja deverá
cair neste ano. Além de uma safra menor, 10% da produção são referentes a
frutos da terceira e quarta floradas, que
são impróprias para a indústria por não
apresentarem bom rendimento e porque são colhidas durante os meses de
entressafra, quando não há moagem.
Ele estima que 60 milhões de caixas
serão absorvidas pelo mercado de fruta in natura, o que destinaria em torno
de 219 milhões de caixas para a indústria. “Isso significa 810 mil toneladas
de suco, um processamento baixo se
comparado às 1.122 toneladas do ano
passado. Esta menor produção deverá
impactar nos estoques”, afirma.
60,43 mi/caixas - Hamlin,
Westin e Rubi
35,78 mi/caixas - Natal
14,18 mi/caixas - Valência
Americana, Valência Argentina,
Seleta e Pineapple
INFORMAÇÃO COMPLETA
O
s relatórios com todas as informações do censo da citricultura e da estimativa de safra estão
disponíveis no site do Fundecitrus:
www.fundecitrus.com.br/pes/
relatorios
30%
60%
CINCO FLORADAS
A
safra 2015/16 foi atípica, teve cinco floradas.
A segunda florada será responsável pela maior
parte da produção, com 60% dos frutos. A primeira
florada vai produzir 30% da safra (veja ao lado).
7%
3%
Não considerada
REVISTA CITRICULTOR
23
PULVERIZAÇÃO
SELEÇÃO DO BEM
Utilização de defensivos seletivos preserva inimigos
naturais das pragas e ajuda no manejo mais
sustentável dos pomares
P
reservar os inimigos naturais ajuda a conter as pragas dos citros e
manter o equilíbrio ambiental. Na
citricultura, a joaninha, o bicho lixeiro
e ácaros predadores são aliados no controle de pulgões, cochonilhas e moscas.
Há também a ageniaspis citricola, inimigo natural do minador dos citros, e a
Tamarixia radiata, parasitoide do psilídeo Diaphorina citri.
Para manter os benefícios destes insetos no pomar, é importante conhecer
como cada molécula impacta no ecossistema. De acordo com o professor da
Escola Superior de Agricultura ‘Luiz
de Queiroz’ (Esalq/USP) Pedro Yamamoto, ao pulverizar, o produtor precisa
saber quais inimigos naturais há em seu
pomar – isso pode ser feito juntamente
com o levantamento de pragas – e conhecer quais são os defensivos mais e
menos agressivos a eles. Dessa forma é
possível compatibilizar a pulverização
com a ação benéfica destes insetos.
O professor testou dezenas de produtos em relação à seletividade aos
inimigos naturais em efeito direto e residual (persistência). A pesquisa seguiu
padrões internacionais para classificar o
impacto de cada um. As classes variam
de 1 a 4, aumentando de acordo com a
nocividade do produto (veja tabela).
Para determinar o efeito direto, os
insetos foram colocados em superfícies
pulverizadas de duas a três horas antes.
A persistência apurou por quantos dias
o produto exercia efeito sobre os inimigos naturais.
Yamamoto reconhece que nem sempre os defensivos mais seletivos são os
mais eficazes, mas são importantes na
composição de um bom manejo do pomar. “Uma boa pulverização tem que
levar em conta três fatores: eficiência,
seletividade e rotação de produtos. O
conhecimento dos inimigos naturais
presentes torna este tripé eficaz e sustentável”, afirma.
III SIMPÓSIO
04
MASTERCITRUS 2015 SET
8h30 às 13h
Auditório do Fundecitrus
Araraquara/SP
TEMAS
- Otimização da leitura de cartão adesivo amarelo para o monitoramento de psilídeo
- Avaliação de diferentes modelos de armadilhas no monitoramento de Diaphorina citri
visando a utilização de atraentes
- Influência do tipo de controle de HLB na dispersão de psilídeo e na disseminação da
doença para pomares próximos
- Evolução da infecção por Candidatus Liberibacter asiaticus e dos sintomas de HLB
em plantas cítricas no Triângulo Mineiro e região central de São Paulo
- Efeito de inseticidas no controle de adultos de psilídeos
- Eficácia de formulações de tiametoxam no controle do psilídeo em plantas em produção.
*Pinta Preta
- Momento de aplicação de fungicida em relação à condição favorável para a podridão
floral em casa de vegetação e no campo
- Estratégias de controle químico e cultural da pinta preta e associação à expressão dos
sintomas de mancha dura
- Determinação das épocas de aplicação de estrobilurina no controle da pinta preta
- Medidas de campo e de pós-colheita para redução da incidência de frutos de laranja
com sintomas de pinta preta.
24
REVISTA CITRICULTOR
*Esta programação pode sofrer alterações
Greening (HLB)/psilídeo
Vagas limitadas
INSCRIÇÕES:
fundecitrus.com.br/
cursos/inscricao
Efeito direto e persistência dos efeitos nocivos de inseticidas, acaricidas e fungicidas
a parasitoides e insetos predadores
Tamarixia radiata
Ceraeochrysa cubana
Ageniaspis citricola
Iphiseiodes zuluagai
Efeito direto Persistência
Efeito direto
Classes - IOBC/WPRS
Nome Comercial
Efeito direto
Persistência
Efeito direto
Ovo
Larva Pupa Adulto
Inseticidas
Saurus
Azamax
Turbo
Applaud
Lorsban 480 BR
Akito
Decis Ultra 100EC
Perfekthion
Tracer
Trebon 100 SC
Sumidan 150 SC
Imidan 500 WP
Nexide
Provado 200 SC
Evidence 700 WG
Karate Zeon 50 SC
Engeo Pleno
Malathion 1000EC
Argenfrut
Óleo Vegetal Nortox
Tiger
Mimic 200 SC
Dicarzol
Actara 250 WG
Ampligo
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Vertimec
Rufast
Talstar
Marshal Star
Dicofol 18.5
Micromite
Borneo
Torque
Danimen
Ortus
Cascade
Savey
Omite
Sanmite
Envidor
Kumulus DF
Fonte: Rugno (2013), Lira (2014), Beloti (2014), Bordini (2014) e Zanardi (2015)
Acaricidas
Fungicidas
Neoram 37.5 WG
Comet
Cuprozeb
Efeito direto: Tamarixia radiata
Ceraeochrysa cubana
Persistência
Classe 1= < 25% (inócuo)
Classe 1= E < 30% (inócuo)
Classe 1= vida curta (<5 dias)
Classe 2= 25-50% (levemente nocivo)
Classe 2= 30% < E < 79% (levemente nocivo)
Classe 2= levemente persistente (5-15 dias)
Classe 3= >50-75% (moderado)
Classe 3= 80% < E < 99% (moderado)
Classe 3= persistência moderada (16-30 dias)
Classe 4= > 75% (nocivo)
Classe 4= E > 99% (nocivo)
Classe 4= persistente (>31 dias)
*
Sem informação
REVISTA CITRICULTOR
25
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sua plantação.
REUNIÃO
SECRETARIA DE AGRICULTURA IRÁ REVISAR
LEGISLAÇÃO DO CANCRO CÍTRICO
Em visita ao Fundecitrus, secretário Arnaldo Jardim ouve demanda dos citricultores
M
udanças na atual legislação de
cancro cítrico deverão ser estudadas dentro dos órgãos de
defesa do governo estadual. Foi essa
a mensagem que o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de
São Paulo, Arnaldo Jardim, deixou
aos citricultores durante a visita que
fez ao Fundecitrus em 15 de maio.
“Estou convencido de que a legislação precisa ser alterada e vou iniciar o processo de revisão”, disse.
O secretário se reuniu com o Conselho Deliberativo do Fundecitrus e
autoridades políticas de cidades da
região de Araraquara. O cancro cítrico dominou a pauta da reunião, que
foi marcada para discutir também o
greening (HLB).
Ao Fundecitrus foi dada a responsabilidade de apresentar propostas
técnicas de modernização das leis de
defesa do cancro cítrico e do greening (HLB) para serem discutidas na
Câmara Setorial de Citros do estado
de São Paulo.
O secretário afirmou que pretende
Secretário de
Agricultura participa
de reunião no
Fundecitrus
discutir amplamente com o setor e
fazer seminários internos na Secretaria para discutir as políticas de defesa
fitossanitárias para citros, mas alertou que qualquer mudança deverá ter
ampla participação e empenho dos
produtores para que funcione. “Devemos construir um pacto para que a
nova norma seja acordada por todos
e, principalmente seja cumprida por
todos, criando um novo comportamento, os citricultores devem ser du-
ros em cumprir o que for decidido,
porque caberá a eles a responsabilidade de fazer dar certo”, disse.
Após abrir espaço para todos se
manifestarem o secretário disse que
sua visita ao Fundecitrus demonstra o interesse da Secretaria com os
temas relacionados à citricultura.
Arnaldo Jardim afirmou que quer
contribuir para amenizar o grau de
tensão que o setor citrícola tem passado nos últimos anos.
HOMENAGEM
GIROTTO É PREMIADO COMO AGRÔNOMO DESTAQUE
O
Prêmio “Engenheiro Agrônomo
Destaque da Citricultura” deste ano
foi concedido a Luiz Fernando Girotto.
A homenagem aconteceu na 37ª Semana da Citricultura, em Cordeirópolis.
Girotto dedicou sua vida profissional
à citricultura. Formado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) e com
mestrado em Citricultura pela Universi-
dade Politécnica de Valência, na Espanha, trabalhou nas principais empresas de citros do Brasil. Há dois anos é
diretor agrícola da Faro Capital.
“Seu conhecimento, comprometimento, ética e humildade tornaram
Girotto referência no setor citrícola
mundial”, elogia o gerente geral do
Fundecitrus, Antonio Juliano Ayres.
REVISTA CITRICULTOR
27
NO CAMPO
IMPACTO NA
PRODUTIVIDADE
Ataque severo da leprose causa perdas na safra
A
estiagem prolongada, o clima
quente, seco e o estresse hídrico de
2014 resultaram em muitas consequências para os pomares de citros, uma
delas foi a dificuldade de controle da leprose, que deve causar um impacto significativo na produtividade desta safra.
No pomar de
Roberto Yamane,
em Taquaral, a
leprose foi mais
agressiva do que
nos últimos anos
A condição climática, como a que
ocorreu no ano passado, foi muito favorável para a proliferação do ácaro
transmissor do vírus da leprose dos citros, Brevipalpus yothersi Baker, e consequentemente para um surto da doença.
E quem tem sofrido as consequências
diretas dessa situação é o bolso do citricultor devido à queda de produtividade
do pomar e aumento de gastos.
O engenheiro agrônomo e consultor
José Hugo Lima observou o aumento da
incidência da doença nas propriedades
que visita. “Os citricultores estão reclamando das perdas causadas pela leprose. O número de plantas com a doença
foi maior do que o esperado”, diz.
Historicamente, a leprose é mais severa nas regiões Norte e Noroeste do
estado de São Paulo, mas até as áreas
normalmente pouco afetadas foram
atingidas. “As fazendas no Sul do estado, que tinham índices baixos, apresentaram quantidade considerável da
doença neste ano”, afirma Lima.
Segundo o professor da Unesp Daniel Junior de Andrade, especialista
em acarologia agrícola, essa situação
foi provocada, principalmente, pelos
fatores climáticos, mas também colabora para o agravamento da doença a
pequena quantidade de acaricidas no
mercado, que tem dificultado a rotação
de produtos químicos e tornando as
pulverizações menos eficientes.
O gerente agrícola, Jonas Tadeu
Barbosa, de Monte Azul Paulista/SP
confirma essa dificuldade. Ele tem
observado que o período de eficiência
das pulverizações diminuiu, provocando aumento dos gastos e dos prejuízos
com a leprose. “Antes as aplicações
para controlar o ácaro eram feitas a
cada 8 e 10 meses, mas percebemos
que não era suficiente e reduzimos para
3 e 4 meses, e mesmo assim a leprose
afetou o pomar”, conta.
O volume de calda, de 120 a 180 ml/
m³, de copa deve ser ajustado de acordo com critérios relacionados à vazão,
pressão, escolha de pontas e difusores
para que a prevenção seja garantida.
A grande quantidade de floradas na
safra 2014/15 também é apontada pelo
professor Andrade como um dos motivos para a queda de produção provocada
pela doença, pois favorece que o ácaro
passe de um fruto
velho para um novo,
contaminando-o antes de seu desenvolvimento. Outra razão
que pode ter colaborado com o aumento
de casos de leprose
CONTROLE EFICIENTE, POMAR SADIO
P
ara combater a leprose, a condição
essencial é saber se há a presença do
ácaro no pomar e quanto antes a praga
for detectada, melhor será o seu controle.
As inspeções devem ser feitas em um
intervalo de 7 a 10 dias. Para visualizar o
ácaro, o pragueiro precisa “varrer” a superfície do fruto ou do ramo com auxílio
de uma lupa com lente de dez aumentos.
A aplicação de acaricida é feita quando
se detecta a quantidade mínima do ácaro
admitida pelo citricultor, que pode variar
da simples presença do ácaro, em pomares com histórico da doença, a até 15%
de frutos infestados, em pomares sem
ocorrência prévia da doença.
O controle também pode ser realizado de forma preventiva, independente da
população do ácaro, com uma aplicação
de acaricida, entre abril e agosto. A vantagem deste método é conter o crescimento da população antes da época de
florada, quando a demanda de pulveriza-
dores para o controle de doenças fúngicas é maior e compete com as pulverizações para leprose.
A aplicação preventiva após a colheita
também é recomendada, uma vez que na
ausência de frutos na planta, as pulverizações apresentam melhor qualidade e
eficiência mais duradoura.
As pulverizações devem ser feitas
com acaricidas à base de espirodiclofeno, cyflumetofeno, propargite, hexitiazoxi,
e outros constantes na lista PIC, sempre
alternado os grupos químicos para evitar
que o ácaro crie resistência. Como medidas complementares, deve ser realizado
o plantio de mudas sadias, instalação de
quebra-ventos com espécies não hospedeiras, desinfestação dos materiais de
colheita, eliminação de plantas daninhas,
colheita prioritária dos talhões sem a
presença do ácaro antes dos infestados,
retiradas de todos os frutos da planta na
colheita e controle da verrugose.
é a redução do número de pragueiros,
na tentativa de diminuir os custos com
mão-de-obra, que aumenta o intervalo
entre as inspeções, comprometendo a
identificação precoce do ácaro.
O pomar do citricultor Roberto Yamane, de Taquaral/SP, foi afetado pela
doença. “A quantidade de frutos com
leprose foi maior e o ácaro mostrou-se resistente às pulverizações realizadas. Ainda não foi possível mensurar
os gastos com controle, nem saber o
tamanho da perda de produção, mas
sem dúvida foi maior do que nos outros
anos”, diz.
Além de causar queda de frutos,
seca de ramos e desfolha, a leprose reduz a vida útil da planta, que demora
cerca de dois anos para se recuperar
após o ataque do ácaro, comprometendo a produção atual e futuras.
Baixe o manual de leprose no site do
Fundecitrus e veja mais detalhes sobre a
doença, os sintomas e o seu controle.
Acesse: http://www.fundecitrus.com.br/
comunicacao/manual/leprose/27
Lesões de
leprose causam
queda prematura
dos frutos e
depreciação para o
mercado
REVISTA CITRICULTOR
29
ATENÇÃO
ASSOCIAÇÃO NACIONAL
DE DEFESA VEGETAL
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Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e
siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e receita. Utilize sempre os
equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores
de idade. Faça o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e restos
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REVISTA CITRICULTOR
Pragas e Doenças
r
o
t
l
u
c
Citri
O oitavo capítulo da seção aborda a mancha marrom de alternária, doença provocada
por fungo, que queima folhas, ramos e frutos e causa queda prematura e depreciação
para o mercado.
Foto: Eduardo Feichtenberger
ALTERNÁRIA
QUANTO MAIS LONGE MELHOR
Doença ataca tangerinas e provoca queda de frutos
A
mancha marrom de alternária é
causada pelo fungo Alternaria
alternata f. sp. citri. A doença
é específica de tangerinas, portanto
não provoca danos em limas, limões
e laranjas. A variedade mais afetada é
o tangor Murcott, seguida pela tangerina Ponkan.
A incidência da alternária é alta
nos estados de São Paulo e Minas
Gerais, principalmente, em regiões
montanhosas. O fungo não é muito
exigente com condições climáticas e
se desenvolve em temperaturas médias de 28 ºC, exigindo 10 horas seguidas de chuva ou orvalho.
No verão, que coincide com a
época de brotações novas, o índice é
mais elevado.
SINTOMAS
A alternária causa lesões em decorrência de uma toxina liberada pelo fungo que provoca queimaduras nos tecidos vegetais, preferencialmente jovens.
Em folhas, ataca áreas próximas às
nervuras, onde há maior acúmulo de
água, condição ótima para o desenvolvimento do fungo. As manchas são escuras rodeadas por um halo amarelo,
podendo ser observadas 48 horas após
a infecção e provocando a queda das
folhas afetadas.
Nos ramos, após surgirem as lesões, ocorre a morte da parte superior, seca de ponteiros e uma super
brotação da planta, conhecida por
“envassouramento”.
Os frutos são mais suscetíveis ao
ataque do fungo até quatro meses após
a florada. Pode ocorrer infecções tardias, com menor severidade, pois a
casca dos frutos estará mais resistente. Os sintomas são manchas escuras,
deprimidas no início, tornando-se salientes, com o passar do tempo, com
aspecto similar a uma rolha.
DANOS
O principal prejuízo direto causado pela doença é a queda dos frutos,
mas as manchas causam depreciação
para a venda no mercado. Além disso, a doença reduz a produtividade da
planta, uma vez que provoca queda de
folhas e seca de ponteiros e ramos.
REVISTA CITRICULTOR
31
Nas folhas, o
fungo ataca
principalmente as
nervuras
Foto: Eduardo Feichtenberger
CONTROLE
Os produtores conseguem detectar a
presença de alternária de forma visual,
com a observação dos sintomas. Para o
controle adequado, é necessário adotar
estratégias que envolvem mudanças no
pomar e tratamentos com fungicidas.
É preciso ficar atento ao uso excessivo de adubos nitrogenados que
induzem o crescimento vegetativo da
planta, formando tecidos suscetíveis à
doença. Também é necessário realizar
podas de limpeza no inverno, para a
retirada de ramos secos e doentes do
interior da copa da árvore, uma medida importante, pois diminui a fonte
do fungo, além de promover um arejamento das plantas o que desfavorece o
desenvolvimento da praga.
O controle químico deve ser feito
com pulverização de fungicidas como
estrobilurinas, dicarboximidas, ditiocarbamatos, triazóis e produtos à base
de cobre. A aplicação deve ser feita
principalmente na fase de queda de
pétalas, seguida por aplicações espaçadas a cada 30 dias, sempre que as
plantas apresentarem tecidos suscetíveis e as condições climáticas forem
favoráveis ao fungo.
32
REVISTA CITRICULTOR
Foto: Fernando Alves de Azevedo
Foto: Eduardo Feichtenberger
As manchas
marrons são
sintomas
típicos
de alternária
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