Cálculo I Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Aula 17 15 de maio de 2008 Aula 17 Cálculo I 1 O teorema de Rolle e o teorema do valor médio Aula 17 Cálculo I 2 O teorema de Rolle Teorema Seja f uma função derivável em (a, b) e contínua em [a, b]. Se f (a) = f (b) = 0, então existe pelo menos um ponto c ∈ (a, b) tal que f 0 (c) = 0. Aula 17 Cálculo I 3 Exemplo Se r > 0 e n é um inteiro não-negativo qualquer, prove que f (x) = x 2 n+1 + r x + s não pode ter duas raízes reais distintas. Solução. Suponha, por absurdo, que y = f (x) tenha duas raízes reais distintas a e b. Assim, f (a) = f (b) = 0. Como f é diferenciável em (a, b) e contínua em [a, b], segue-se pelo teorema de Rolle que existe pelo menos um c ∈ (a, b) tal que f 0 (c) = 0, isto é, f 0 (x) = (2 n + 1) x 2 n + r possui pelo menos uma raiz real em (a, b). Mas isto é uma contradição, pois para todo x ∈ R, ocorre que (2 n + 1) x 2 n + r > 0. | {z } |{z} |{z} >0 ≥0 >0 Isto mostra que f (x) = x 2 n+1 +r x +s não pode ter duas raízes reais distintas. Aula 17 Cálculo I 4 Exemplo Se r > 0 e n é um inteiro não-negativo qualquer, prove que f (x) = x 2 n+1 + r x + s não pode ter duas raízes reais distintas. Solução. Suponha, por absurdo, que y = f (x) tenha duas raízes reais distintas a e b. Assim, f (a) = f (b) = 0. Como f é diferenciável em (a, b) e contínua em [a, b], segue-se pelo teorema de Rolle que existe pelo menos um c ∈ (a, b) tal que f 0 (c) = 0, isto é, f 0 (x) = (2 n + 1) x 2 n + r possui pelo menos uma raiz real em (a, b). Mas isto é uma contradição, pois para todo x ∈ R, ocorre que (2 n + 1) x 2 n + r > 0. | {z } |{z} |{z} >0 ≥0 >0 Isto mostra que f (x) = x 2 n+1 +r x +s não pode ter duas raízes reais distintas. Aula 17 Cálculo I 5 Exemplo Se r > 0 e n é um inteiro não-negativo qualquer, prove que f (x) = x 2 n+1 + r x + s não pode ter duas raízes reais distintas. Solução. Suponha, por absurdo, que y = f (x) tenha duas raízes reais distintas a e b. Assim, f (a) = f (b) = 0. Como f é diferenciável em (a, b) e contínua em [a, b], segue-se pelo teorema de Rolle que existe pelo menos um c ∈ (a, b) tal que f 0 (c) = 0, isto é, f 0 (x) = (2 n + 1) x 2 n + r possui pelo menos uma raiz real em (a, b). Mas isto é uma contradição, pois para todo x ∈ R, ocorre que (2 n + 1) x 2 n + r > 0. | {z } |{z} |{z} >0 ≥0 >0 Isto mostra que f (x) = x 2 n+1 +r x +s não pode ter duas raízes reais distintas. Aula 17 Cálculo I 6 Exemplo Se r > 0 e n é um inteiro não-negativo qualquer, prove que f (x) = x 2 n+1 + r x + s não pode ter duas raízes reais distintas. Solução. Suponha, por absurdo, que y = f (x) tenha duas raízes reais distintas a e b. Assim, f (a) = f (b) = 0. Como f é diferenciável em (a, b) e contínua em [a, b], segue-se pelo teorema de Rolle que existe pelo menos um c ∈ (a, b) tal que f 0 (c) = 0, isto é, f 0 (x) = (2 n + 1) x 2 n + r possui pelo menos uma raiz real em (a, b). Mas isto é uma contradição, pois para todo x ∈ R, ocorre que (2 n + 1) x 2 n + r > 0. | {z } |{z} |{z} >0 ≥0 >0 Isto mostra que f (x) = x 2 n+1 +r x +s não pode ter duas raízes reais distintas. Aula 17 Cálculo I 7 Exemplo Se r > 0 e n é um inteiro não-negativo qualquer, prove que f (x) = x 2 n+1 + r x + s não pode ter duas raízes reais distintas. Solução. Suponha, por absurdo, que y = f (x) tenha duas raízes reais distintas a e b. Assim, f (a) = f (b) = 0. Como f é diferenciável em (a, b) e contínua em [a, b], segue-se pelo teorema de Rolle que existe pelo menos um c ∈ (a, b) tal que f 0 (c) = 0, isto é, f 0 (x) = (2 n + 1) x 2 n + r possui pelo menos uma raiz real em (a, b). Mas isto é uma contradição, pois para todo x ∈ R, ocorre que (2 n + 1) x 2 n + r > 0. | {z } |{z} |{z} >0 ≥0 >0 Isto mostra que f (x) = x 2 n+1 +r x +s não pode ter duas raízes reais distintas. Aula 17 Cálculo I 8 Exemplo Se r > 0 e n é um inteiro não-negativo qualquer, prove que f (x) = x 2 n+1 + r x + s não pode ter duas raízes reais distintas. Solução. Suponha, por absurdo, que y = f (x) tenha duas raízes reais distintas a e b. Assim, f (a) = f (b) = 0. Como f é diferenciável em (a, b) e contínua em [a, b], segue-se pelo teorema de Rolle que existe pelo menos um c ∈ (a, b) tal que f 0 (c) = 0, isto é, f 0 (x) = (2 n + 1) x 2 n + r possui pelo menos uma raiz real em (a, b). Mas isto é uma contradição, pois para todo x ∈ R, ocorre que (2 n + 1) x 2 n + r > 0. | {z } |{z} |{z} >0 ≥0 >0 Isto mostra que f (x) = x 2 n+1 +r x +s não pode ter duas raízes reais distintas. Aula 17 Cálculo I 9 Exemplo Se r > 0 e n é um inteiro não-negativo qualquer, prove que f (x) = x 2 n+1 + r x + s não pode ter duas raízes reais distintas. Solução. Suponha, por absurdo, que y = f (x) tenha duas raízes reais distintas a e b. Assim, f (a) = f (b) = 0. Como f é diferenciável em (a, b) e contínua em [a, b], segue-se pelo teorema de Rolle que existe pelo menos um c ∈ (a, b) tal que f 0 (c) = 0, isto é, f 0 (x) = (2 n + 1) x 2 n + r possui pelo menos uma raiz real em (a, b). Mas isto é uma contradição, pois para todo x ∈ R, ocorre que (2 n + 1) x 2 n + r > 0. | {z } |{z} |{z} >0 ≥0 >0 Isto mostra que f (x) = x 2 n+1 +r x +s não pode ter duas raízes reais distintas. Aula 17 Cálculo I 10 Exemplo Se r > 0 e n é um inteiro não-negativo qualquer, prove que f (x) = x 2 n+1 + r x + s não pode ter duas raízes reais distintas. Solução. Suponha, por absurdo, que y = f (x) tenha duas raízes reais distintas a e b. Assim, f (a) = f (b) = 0. Como f é diferenciável em (a, b) e contínua em [a, b], segue-se pelo teorema de Rolle que existe pelo menos um c ∈ (a, b) tal que f 0 (c) = 0, isto é, f 0 (x) = (2 n + 1) x 2 n + r possui pelo menos uma raiz real em (a, b). Mas isto é uma contradição, pois para todo x ∈ R, ocorre que (2 n + 1) x 2 n + r > 0. | {z } |{z} |{z} >0 ≥0 >0 Isto mostra que f (x) = x 2 n+1 +r x +s não pode ter duas raízes reais distintas. Aula 17 Cálculo I 11 O teorema do valor médio Teorema Se f é uma função derivável em (a, b) e contínua em [a, b], então existe pelo menos um ponto c ∈ (a, b) tal que f (b) − f (a) = f 0 (c). b−a Aula 17 Cálculo I 12 O teorema do valor médio Teorema Se f é uma função derivável em (a, b) e contínua em [a, b], então existe pelo menos um ponto c ∈ (a, b) tal que f (b) − f (a) = f 0 (c). b−a Aula 17 Cálculo I 13 O teorema do valor médio Teorema Se f é uma função derivável em (a, b) e contínua em [a, b], então existe pelo menos um ponto c ∈ (a, b) tal que f (b) − f (a) = f 0 (c). b−a Aula 17 Cálculo I 14 O teorema do valor médio Teorema Se f é uma função derivável em (a, b) e contínua em [a, b], então existe pelo menos um ponto c ∈ (a, b) tal que f (b) − f (a) = f 0 (c). b−a Aula 17 Cálculo I 15 Exemplo Seja f : [−1, 2] → R contínua em [−1, 2], diferenciável em (−1, 2) com f (−1) = −1 e f (2) = 5. Prove que existe um ponto do gráfico de f em que a reta tangente é paralela à reta y = 2 x. Solução. Pelo teorema do valor médio, existe c ∈ (−1, 2) tal que f 0 (c) = f (2) − f (−1) 5 − (−1) 6 = = = 2. 2 − (−1) 2 − (−1) 3 Assim, a reta tangente ao gráfico de f no ponto (c, f (c)) tem coeficiente angular igual a 2 sendo, portanto, paralela à reta y = 2 x. Aula 17 Cálculo I 16 Exemplo Seja f : [−1, 2] → R contínua em [−1, 2], diferenciável em (−1, 2) com f (−1) = −1 e f (2) = 5. Prove que existe um ponto do gráfico de f em que a reta tangente é paralela à reta y = 2 x. Solução. Pelo teorema do valor médio, existe c ∈ (−1, 2) tal que f 0 (c) = f (2) − f (−1) 5 − (−1) 6 = = = 2. 2 − (−1) 2 − (−1) 3 Assim, a reta tangente ao gráfico de f no ponto (c, f (c)) tem coeficiente angular igual a 2 sendo, portanto, paralela à reta y = 2 x. Aula 17 Cálculo I 17 Exemplo Seja f : [−1, 2] → R contínua em [−1, 2], diferenciável em (−1, 2) com f (−1) = −1 e f (2) = 5. Prove que existe um ponto do gráfico de f em que a reta tangente é paralela à reta y = 2 x. Solução. Pelo teorema do valor médio, existe c ∈ (−1, 2) tal que f 0 (c) = f (2) − f (−1) 5 − (−1) 6 = = = 2. 2 − (−1) 2 − (−1) 3 Assim, a reta tangente ao gráfico de f no ponto (c, f (c)) tem coeficiente angular igual a 2 sendo, portanto, paralela à reta y = 2 x. Aula 17 Cálculo I 18 Exemplo Seja f : [−1, 2] → R contínua em [−1, 2], diferenciável em (−1, 2) com f (−1) = −1 e f (2) = 5. Prove que existe um ponto do gráfico de f em que a reta tangente é paralela à reta y = 2 x. Solução. Pelo teorema do valor médio, existe c ∈ (−1, 2) tal que f 0 (c) = f (2) − f (−1) 5 − (−1) 6 = = = 2. 2 − (−1) 2 − (−1) 3 Assim, a reta tangente ao gráfico de f no ponto (c, f (c)) tem coeficiente angular igual a 2 sendo, portanto, paralela à reta y = 2 x. Aula 17 Cálculo I 19 Exemplo Seja f : [−1, 2] → R contínua em [−1, 2], diferenciável em (−1, 2) com f (−1) = −1 e f (2) = 5. Prove que existe um ponto do gráfico de f em que a reta tangente é paralela à reta y = 2 x. Solução. Pelo teorema do valor médio, existe c ∈ (−1, 2) tal que f 0 (c) = f (2) − f (−1) 5 − (−1) 6 = = = 2. 2 − (−1) 2 − (−1) 3 Assim, a reta tangente ao gráfico de f no ponto (c, f (c)) tem coeficiente angular igual a 2 sendo, portanto, paralela à reta y = 2 x. Aula 17 Cálculo I 20 Exemplo Seja f : [−1, 2] → R contínua em [−1, 2], diferenciável em (−1, 2) com f (−1) = −1 e f (2) = 5. Prove que existe um ponto do gráfico de f em que a reta tangente é paralela à reta y = 2 x. Solução. Pelo teorema do valor médio, existe c ∈ (−1, 2) tal que f 0 (c) = f (2) − f (−1) 5 − (−1) 6 = = = 2. 2 − (−1) 2 − (−1) 3 Assim, a reta tangente ao gráfico de f no ponto (c, f (c)) tem coeficiente angular igual a 2 sendo, portanto, paralela à reta y = 2 x. Aula 17 Cálculo I 21