equipe de enfermagem e os riscos biológicos: norma

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EQUIPE DE ENFERMAGEM E OS RISCOS BIOLÓGICOS: NORMA
REGULAMENTADORA 32 (NR – 32)
NURSING STAFF AND BIOLOGICAL RISKS: REGULATORY STANDARD 32
(NR - 32)
Jackson Eduardo de Oliveira
Enfermeiro. Graduado pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – UnilesteMG.
[email protected]
Keila Regina Lage
Enfermeira. Graduada pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – UnilesteMG.
[email protected]
Solange Andrade Avelar
Graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Federal de Juíz de Fora – UFJF. Mestre
em Meio Ambiente e Sustentabilidade pela UFV/UNEC 2006. Pós Graduada em Enfermagem do
Trabalho. Pós Graduada em Gestão Hospitalar. Docente em Instituição de Ensino Superior.
Coordenadora e docente de cursos de Pós-graduação lato sensu. Auditoria e Consultoria em
Enfermagem. [email protected]
RESUMO
A saúde do trabalhador tem sido muito discutida nos dias atuais, devido à influência que o trabalho
exerce na vida das pessoas. Com o crescente número de doenças, acidentes ocupacionais, falta de
capacitação e prevenção quanto aos riscos expostos, o Ministério do Trabalho e Emprego criou a NR
32 através da portaria n.485 de 11 de novembro de 2005. A mesma remete a segurança e saúde no
trabalho em estabelecimentos de saúde. O presente estudo objetiva identificar o conhecimento da
equipe de enfermagem de uma instituição hospitalar em relação aos riscos biológicos aos quais estão
expostos, enfatizando a NR 32. Utilizou-se uma pesquisa de caráter quantitativo e descritivo, sendo a
amostra constituída por 22 profissionais da equipe de enfermagem. Como instrumento de coleta de
dados foi utilizado um questionário aplicado e elaborado pelos próprios pesquisadores, aos
profissionais da saúde do estabelecimento de estudo. Os resultados da pesquisa foram expressos em
forma de tabelas e discutidos com base na literatura existente. Pode-se concluir que os profissionais
envolvidos na pesquisa possuem um conhecimento satisfatório sobre as questões que envolvem a
NR 32, no entanto ainda é necessário que os mesmos enfoquem com mais ênfase a NR 32 em suas
atividades diárias.
PALAVRA- CHAVE: Saúde do Trabalhador. Riscos Biológicos. Riscos ocupacionais.
ABSTRACT
The health of the worker in question has been much discussed in the current days, due to the
influence that the work carries on the lives of the people. With the increasing number of diseases,
occupational accidents, lack of training and prevention regarding the risks exposed, the Ministry of
Labor and Employment has created the NR 32 by means of decree no. 485 of November 11, 2005.
The same refers to the safety and health at work in health establishment. This study aims to identify
the knowledge of the nursing staff of a hospital institution in relation to biological hazards to which they
are exposed, emphasizing the NR 32. For this we used a survey of quantitative and descriptive, the
sample consists of 22 professionals in the nursing team. As the data collection instrument used was a
questionnaire and prepared by the researchers themselves, the health professionals of the
establishment of study. The results of the research were expressed in the form of tables and
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discussed on the basis of the existing literature. It can be concluded that the professionals involved in
the research have a satisfactory knowledge on the issues that involve the NR 32, however it is still
necessary that the same focus on with more emphasis on the NR 32 in their daily activities.
KEY WORDS: Occupational Health. Risks Biological. Occupation Risks.
INTRODUÇÃO
A saúde do trabalhador tem sido tema discutido na contemporaneidade, devido
à influência que o trabalho e suas particularidades exercem na vida das pessoas.
Trabalhadores vivem em seu dia-a-dia laboral situações desfavoráveis para
execução de sua função o que acarreta riscos, entre eles profissionais da saúde. O
número de trabalhadores com doenças ocupacionais tem sido acentuado e cresce
também o número de acidentes do trabalho, até mesmo pela deficiência de
capacitação e prevenção quanto aos riscos em que estes trabalhadores estão
submetidos. Preocupado com a questão da saúde do trabalhador e as doenças
ocupacionais o Ministério do Trabalho e Emprego criou a Norma Regulamentadora
(NR) 32 através da Portaria n. 485 de 11 de novembro de 2005. Esta norma se
remete à segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de saúde (WADA,
2006).
Marziale e Robazzi (2004) acreditam que a enfermagem é o grupo de maior
representatividade dentro do hospital e que por estar ligada diretamente no cuidado
está exposta a muitas situações de risco, devido a falta de equipamentos de
proteção individual no serviço ou até mesmo negligência de seu uso pelo próprio
trabalhador na realização de procedimentos invasivos que envolvem contato com
sangue e fluidos corporais, manipulação e transporte inadequado de agulhas,
seringas e outros.
Embora, já existissem normas que abordassem a segurança do trabalhador,
destacando-se a NR-5 que regulamenta a necessidade das empresas possuírem
uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), a NR-6 que regulamenta
o uso de equipamentos de proteção individual e a NR-7 que esclarece a
necessidade de determinadas empresas de acordo com grau de risco implantarem o
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Anterior a criação
da NR-32, não havia uma norma específica que abordasse a diversidade dos riscos
existentes no ambiente de trabalho dos EAS (Estabelecimento de Assistência a
Saúde). Os profissionais eram regidos por intuição, ou seja, era necessário adotar e
correlacionar entre outras leis vigentes, para se ter um funcionamento regular das
instituições de saúde (NASCIMENTO, 2008).
A referida NR é a única que normatiza a saúde e segurança dos profissionais
da área da saúde, esta que é importante e necessária, pois até então inexistia
legislação especifica que tratasse da segurança e saúde no trabalho. A implantação
desta norma proporcionará mudanças benéficas, e essas poderão ser alcançadas
uma vez que as medidas de proteção deverão ser feitas com intuito de promover a
segurança no trabalho e prevenção de acidentes e doenças ocupacionais
(MARZIALE; ROBAZZI, 2004).
A NR-32 tem a finalidade de ser implantada no serviço de saúde para tentar
minimizar esses índices preocupantes e inserir medidas de proteção à saúde e
segurança dos trabalhadores na área da saúde, entende-se por serviço de saúde,
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todo e qualquer ambiente destinado a promoção e assistência à saúde de um
determinado local (WADA, 2006).
Além disso, a NR-32 mostra a responsabilidade dos trabalhadores e do
empregador dentro do seu ambiente de trabalho, como medida de prevenção
exercendo suas atividades de maneira segura e eficaz.
Tendo em vista a relevância da NR 32 para os serviços e profissionais de
saúde, a pesquisa pretende investigar como a equipe de enfermagem do Hospital
Siderúrgica em Coronel Fabriciano, analisa a percepção da equipe de enfermagem
sobre os riscos biológicos no seu ambiente laboral.
Os trabalhadores estão expostos a riscos até mesmo sem saber da existência
dos mesmos, exercendo as atividades, desconhecendo seus direitos e deveres
dentro do local de trabalho. Portanto, cabem as empresas a responsabilidade e
necessidade de implantar essa norma regulamentadora (BRASIL, 2005).
O estudo permite a enfermagem uma reflexão sobre os riscos biológicos
existentes no ambiente laboral, assim como uma maior ampliação do conhecimento
dos profissionais de saúde em geral sobre a aplicabilidade da NR-32 que é a
legislação brasileira específica para segurança e saúde do trabalhador, podendo
assim minimizar ao máximo os acidentes ocupacionais, relacionados aos riscos
biológicos.
Considera-se risco biológico a condição de exposição ocupacional de
trabalhadores a agentes biológicos, onde estes entram em contato com
microorganismos modificados ou não, culturas de células e parasitas (BRASIL,
2005).
Os agentes biológicos se classificam de acordo com o grau de risco em que os
trabalhadores estão expostos, sendo estes grau de risco 1, 2, 3 e 4, conforme
mostra o QUADRO 1(BRASIL, 2005).
QUADRO 1 – Características do Grau de Risco segundo a NR 32
Grau de Risco 1
Baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa
probabilidade de causar doença ao ser humano.
Grau de Risco 2
Risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de
disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano,
para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Grau de Risco 3
Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de
disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves
ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de
profilaxia ou tratamento.
Grau de Risco 4
Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de
disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de
transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao
ser humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou
tratamento.
FONTE: BRASIL, 2005, p.16.
Os agentes biológicos estão sendo considerados como um dos principais
geradores de insalubridade, e para os profissionais da enfermagem que estão
diretamente em contato direto com pacientes no ambiente hospitalar, com isso
realiza-se diariamente e rotineiramente atividades que envolvem materiais
biológicos, o que é um risco se houver acidentes de trabalho, por isso, evidencia-se
o uso de EPI’s, que devem ser fornecidos aos funcionários gratuitamente pela
instituição (PINTO MOURA; GIR; CANINI, 2006).
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Os acidentes com perfuro cortantes podem chegar a um terço de acidentes
envolvendo toda a enfermagem. As maiores exposições aos riscos podem ocorrer
durante certos procedimentos como exemplo: retirada de sangue, punção venosa
periférica e reencapeamento de agulhas contaminadas (MARINHO, 2004).
Além disso, os acidentes com perfuro cortantes são um dos maiores
responsáveis pela transmissão de doenças por infecções sanguíneas para os
profissionais da saúde, e como a enfermagem é a profissão de maior
representatividade dentro do hospital, está diretamente exposta a riscos de
contaminação (BREVIDELLI; CIANCIARULHO, 2002).
Do ponto de vista social pretende ampliar o conhecimento quanto aos riscos
que os trabalhadores da saúde estão expostos em seu dia a dia de trabalho.
Os objetivos da pesquisa são analisar quais procedimentos causam exposição
a agentes biológicos sob a ótica dos participantes, identificar quais doenças os
participantes reconhecem como transmissão através dos agentes biológicos,
analisar quais aspectos que contribuem para proteção à saúde do trabalhador e
descrever sob a ótica da equipe de enfermagem quais as possibilidades e
dificuldades para a aplicabilidade da NR-32.
O objetivo geral é Identificar o conhecimento da equipe de enfermagem sobre
os riscos biológicos que estão expostos com enfoque na NR-32.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de caráter quantitativo e descritivo, realizada no
Hospital Siderúrgica de Coronel Fabriciano, Minas Gerais.
A população do estudo foram os membros da equipe de enfermagem do
referido hospital constituída por 80 profissionais: 63 técnicos de enfermagem, 10
auxiliares de enfermagem e 7 enfermeiros (as). A amostra foi constituída por 22
profissionais, os demais funcionários que completam a equipe não participaram por
motivo de férias, afastamento ou por indisponibilidade pessoal.
Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário, sendo
este elaborado e aplicado pelos próprios pesquisadores no período de setembro a
novembro de 2009. O questionário foi aplicado no ambiente de trabalho dos
profissionais de saúde, sendo distribuídos na: clínica médica (internação), bloco
cirúrgico, maternidade e pronto atendimento sendo estes setores definidos devido ao
maior número de colaboradores lotados.
Primeiramente foi solicitada autorização da instituição para realização da
pesquisa junto ao setor administrativo do hospital. Posteriormente foi feito contato
com os funcionários para marcar data e horário para responderem o questionário.
Este contato foi realizado pessoalmente no horário de trabalho dos funcionários em
questão. Foi também apresentado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
aos participantes (TCLE) em duas vias, ficando uma com os pesquisadores e outra
com o pesquisado, assegurando aos participantes o sigilo a respeito de sua
identificação, respeitando a Resolução 196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho
Nacional de Saúde que regulamenta pesquisas com seres humanos (BRASIL,
1996).
A análise dos dados foi realizada com base em uma análise descritiva dos
resultados encontrados que posteriormente foram discutidos de acordo com a
literatura que envolve o tema.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Hospital Siderúrgica é um hospital público do município de Coronel
Fabriciano, na região leste do estado de Minas Gerais, Brasil. Está localizado no
bairro Santa Helena. Foi inaugurado no ano de 1936, para conter uma epidemia de
Febre amarela que avançava pelo Leste mineiro, sendo assim um dos hospitais
mais antigos do estado de Minas Gerais, é um hospital de pequeno porte, sendo o
atendimento de aproximadamente 80% do Sistema único de Saúde (SUS), e o
restante de convênio ou particular.
Quanto à faixa etária dos participantes, o que prevaleceu foi a de 18 a 30 anos
representando um percentual de 55%, conforme TAB 1.
TABELA 1-Faixa etária dos participantes. Coronel Fabriciano, MG, 2010.
Faixa etária
Frequência
18 a 30
12
31 a 40
3
41 a 50
2
51 a 60
1
Não Informaram
4
Total
22
FONTE: dados da pesquisa.
Percentual
55%
14%
9%
4%
18%
100%
Os dados condizem com Araújo, Soares e Henriques (2009), que acreditam
que esta faixa etária é constituída de pessoas potencialmente ativas e produtivas,
considerando o indivíduo ativo que se encontra no segmento etário que mais
prevaleceu. Em relação ao sexo, o que mais predomina é o sexo feminino,
representando 86% dos pesquisados, o que indica uma grande atuação do sexo
feminino, conforme apresentado na TAB. 2.
TABELA 2-Sexo dos participantes. Coronel Fabriciano, MG, 2010.
Sexo
Frequência
Feminino
19
Masculino
2
Não Informou
1
Total
22
FONTE: dados da pesquisa.
Percentual
86%
9%
5%
100%
De acordo com Araújo et al. (2009), já se faz notório o interesse do sexo
feminino na enfermagem. Reforçando os achados do estudo que confirmaram a
predominância do sexo na profissão, pois a mesma ao longo de sua história era
exercida quase que exclusivamente pelas mulheres, apesar dos homens estarem
adquirindo um espaço significante na profissão.
Percebeu-se através dos resultados que o maior tempo de experiência
profissional na instituição foi de 0 a 1 ano, correspondendo a 41% dos pesquisados,
seguido de 2 a 5 anos com 18% conforme apresentado na TAB. 3.
Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.4 - N.2 - Nov./Dez. 2011.
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TABELA 3-Tempo de experiência profissional dos participantes. Coronel Fabriciano, MG, 2010.
Tempo de experiência (anos)
Frequência
Percentual
0a1
9
41%
2a5
4
18%
6 a 10
2
9%
11 a 20
3
14%
Mais de 20
1
4%
Não Informaram
3
14%
Total
22
100%
FONTE: dados da pesquisa.
De acordo com Holanda e Cunha (2005), hoje em dia os hospitais admitem
com maior freqüência profissional recém formado, pois estes estão em busca da
continuidade do seu aprendizado teórico e na consolidação de habilidade afim de
obter melhores práticas e mais segurança para poder enfrentar até mesmo em
outros locais de trabalho e oferecer maiores benefícios, como plano de carreira para
crescimento profissional. Na categoria profissional, a maioria são técnicos de
enfermagem, representando 77% dos pesquisados, conforme TAB. 4.
TABELA 4-Categoria Profissional dos participantes. Coronel Fabriciano, MG, 2010.
Categoria
Frequência
Técnico de enfermagem
17
Auxiliar de enfermagem
3
Enfermeiro (a)
2
Total
22
FONTE: dados da pesquisa.
Percentual
77%
14%
9%
100%
Dados estes que condiz com o estudo de Nicola e Anselmi (2005), que diz que
para uma quantidade enfermeiros (as) é necessário um número de técnicos de
enfermagem como mostra a Resolução Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
nº 189/96, considerando que o cliente utiliza esse serviço de assistência mínima e
auto-cuidado. Dados estes que contempla a referida Resolução que prevê no
mínimo 63% de auxiliares e técnicos.
Quanto ao setor de trabalho, a maioria trabalha na clínica médica (internação)
sendo 50% dos pesquisados, conforme TAB. 5.
TABELA 5-Setor de Trabalho. Coronel Fabriciano, MG, 2010.
Setor
Frequência
Clinica Médica (Internação)
11
Maternidade
3
Bloco Cirúrgico
3
Não Opinaram
3
Pronto Atendimento
2
Total
22
FONTE: dados da pesquisa.
Percentual
50%
14%
14%
13%
9%
100%
Os resultados deste estudo são semelhantes aos de Pinto et al (2008), que
mostram o setor assistencial com maior número de pacientes internados foi a clínica
médica, em função do maior número de pacientes, e consequentemente maior
número de procedimentos, podendo assim acarretar acidentes.
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Os participantes foram questionados sobre a definição de riscos biológicos e
91% dos participantes opinaram que riscos biológicos é quando ocorre exposição do
trabalhador da área da saúde a agentes biológicos como sangue e/ou fluidos
corporais, secreção dos pacientes que condiz com Marinho (2004), que acredita que
estes são capazes de disseminar doenças, dentre outros, como exemplo agulhas,
seringas, ou ate mesmo o próprio sangue, durante o atendimento ou atividade de
rotina. Em relação a quais agentes são considerados como de risco biológico 73%
dos participantes se referiram a vírus, bactérias e fungos (TAB. 6).
TABELA 6-Tipos de agentes biológicos na opinião dos participantes. Coronel Fabriciano. MG, 2010.
Agente
Frequência
Percentual
Vírus, bactérias, fungos
16
73%
Poeira, Iluminação, fungos, gazes
5
23%
Temperaturas extremas, ruído, vibração, umidade
2
9%
Posição do corpo, torção na coluna, carregar peso
1
4%
Outros
1
4%
Vapores, máquinas, bactérias, ruído
Vapores, vibração, parasitas, iluminação
FONTE: dados da pesquisa.
Marinho (2004) acredita que a contaminação pelo contato aos agentes
biológicos é quando os profissionais estão diretamente expostos aos vírus,
bactérias, bacilos, parasitas, protozoários, que contaminam e são capazes de
disseminar doenças, dentre outros, como exemplo agulhas, seringas, ou ate mesmo
o próprio sangue, durante o atendimento ou atividade de rotina.
Quanto aos procedimentos que os participantes consideram que os expõe a
riscos biológicos, prevaleceu em 100% das opiniões a aspiração de vias aéreas,
86% mencionaram a realização de curativos e 82% referiram a punção venosa,
conforme mostra a TAB. 7.
TABELA 7- Opinião dos participantes quanto os procedimentos que os expõe aos riscos biológicos.
Coronel Fabriciano, MG, 2010.
Procedimentos
Frequência
Percentual
Aspiração das vias aéreas
22
100%
Realização de curativos
19
86%
Punção venosa
18
82%
Sondagem
12
55%
Glicemia capilar
10
45%
Medicação
2
9%
Medicação oral
1
4%
Outros
1
4%
Não Informou
1
4%
Aferição da pressão arterial
FONTE: dados da pesquisa.
Segundo Nishide e Benatti (2004), os riscos ocupacionais que os trabalhadores
da enfermagem estão expostos, estão relacionados ao contato direto do profissional
com paciente em realização de procedimentos, técnicas e intervenções terapêuticas
que necessitam de materiais perfurocortantes e de procedimentos invasivos
relacionados a diagnósticos ainda em investigação, expondo os profissionais da
enfermagem a doenças e infecções ainda não confirmadas.
Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.4 - N.2 - Nov./Dez. 2011.
800
A TAB. 8 apresenta as principais doenças transmitidas por materiais biológicos,
oriundas do ambiente de trabalho, sendo a AIDS a pioneira com 82% das respostas,
segundo os participantes da pesquisa.
TABELA 8-Opinião dos participantes em relação às doenças ocupacionais transmitidas por materiais
biológicos. Coronel Fabriciano, MG, 2010.
Doenças
Frequência
Percentual
AIDS
18
82%
Hepatite B
15
68%
Hepatite C
15
68%
Sarampo
3
14%
Outras
2
9%
Toxoplasmose
2
9%
Não Informou
1
5%
Tuberculose
FONTE: dados da pesquisa.
Shimizu e Ribeiro (2002) mostram que tem aumentado o número de
contaminação pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), com preocupantes
índices de acidentes causados por materiais biológicos, seguido pelo vírus da
hepatite B, que também tem alta contaminação em trabalhadores da área da saúde.
Quanto as vacinas que os trabalhadores da área da saúde devem ser
imunizados os participantes responderam adequadamente conforme a TAB. 9.
TABELA 9-Opinião dos participantes quanto à imunização dos trabalhadores da área da saúde.
Coronel Fabriciano, MG, 2010.
Vacinas
Frequência
Percentual
Hepatite B
21
95%
Tétano
16
73%
Febre Amarela
15
68%
Influenza
12
55%
Rubeóla
8
36%
BCG
7
32%
Difteria
5
23%
Outras
2
9%
FONTE: dados da pesquisa.
Os dados corroboram com Garcia e Facchini (2008), que relatam que a
Hepatite B é a doença ocupacional infecciosa mais importante para trabalhadores da
área da saúde, exposições ao sangue de indivíduos, mesmo que em quantidades
pequenas são suficientes para transmitir a infecção. 95% dos trabalhadores da área
da saúde obtiveram este conhecimento. Por isso a necessidade dos trabalhadores
da área da saúde serem vacinados contra Hepatite tipo B dentre outras vacinas
como tétano e hepatite C, e que estas vacinas devem ser registradas no prontuário
clínico individual do trabalhador, conforme mostra NR 7.
Quando perguntados sobre o que os participantes consideravam como
medidas de prevenção para evitar exposição aos agentes biológicos, 95% dos
profissionais responderam que é o uso de luvas, seguido 90% que consideraram a
lavagem das mãos e o descarte de materiais perfuro cortantes em recipiente
adequado, conforme apresenta a TAB. 10.
Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.4 - N.2 - Nov./Dez. 2011.
801
TABELA 10-Opinião dos participantes quanto às medidas de prevenção para evitar exposição aos
agentes biológicos no ambiente de trabalho. Coronel Fabriciano, MG, 2010.
Medidas de prevenção
Frequência
Percentual
Uso de luvas
21
95%
Lavagem das mãos
20
90%
Descarte de materiais perfuro cortantes em recipiente adequado
20
90%
Uso de óculos de proteção
18
82%
Uso de máscara
18
82%
Esquema vacinal completo
18
82%
Uso de sapato fechado
16
73%
Iluminação adequada
4
18%
Outros
2
9%
Não opinaram
1
5%
Uso de protetor auricular
Controle do ruído
Uso de avental de chumbo
Após administrar medicação reencapar agulha
FONTE: dados da pesquisa.
Os dados condizem com Mancini e Teixeira (2008), que relatam que o uso de
luvas devem ser usadas como barreira protetora para evitar o contato direto com o
paciente e objetos contaminados, evitando assim a propagação de doenças,
ressaltando a lavagem das mãos que constitui ação básica e eficaz na prevenção e
controle de infecção.
A TAB. 11 mostra a opinião dos participantes quanto a utilização dos EPI’s na
rotina de trabalho da equipe de enfermagem.
TABELA 11-Utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) na rotina de trabalho dos
participantes. Coronel Fabriciano, MG, 2010.
Utilização dos EPI’s
Frequência
Percentual
Sempre utiliza
10
46%
Utiliza freqüentemente
8
36%
Usa esporadicamente
4
18%
Não Utiliza EPI’S
Total
22
100%
FONTE: dados da pesquisa.
É dever da empresa fornecer o EPI em quantidade e qualidade, e cabe ao
trabalhador utiliza-lo apenas com finalidade a que se destina, responsabilizar-se por
sua guarda e conservação, além de comunicar ao empregador qualquer dano ou
alteração que o torne impróprio para o uso. A análise da utilização de EPI é
complexa, pois existem fatores relacionados ao empregador, ao empregado e ao
próprio EPI (BRASIL, 2005). Com base no presente estudo, 46% dos profissionais
da saúde alegaram utilizar sempre o EPI.
Conforme mostra a TAB. 12, 100% dos pesquisados responderam que o uso
de luvas são EPI’s importantes no ambiente de trabalho, seguido de máscaras e
óculos.
Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.4 - N.2 - Nov./Dez. 2011.
802
TABELA 12-EPI’s que os participantes consideram importantes no ambiente de trabalho. Coronel
Fabriciano, MG, 2010.
EPI’s
Frequência
Percentual
Luvas
22
100%
Máscaras
21
95%
Óculos
16
73%
Avental
6
27%
Gorros
6
27%
Outros
FONTE: dados da pesquisa.
Silva e Zeitoune (2009) mostram que de acordo com a NR. 6 Equipamento de
Proteção Individual é todo equipamento que o profissional deve utilizar para protegelo dos riscos que estão expostos no cotidiano trabalhista, riscos estes que podem
ameaçar a segurança e saúde dos trabalhadores. Podendo destacar uso de luvas,
máscaras e óculos.
Quando perguntados sobre o conhecimento da existência da Norma
Regulamentadora 32 (NR-32), 59% dos participantes responderam não conhecer
esta norma, número este considerável uma vez que a referida NR é obrigatória
desde 2007. Apenas 32% disseram ter conhecimento sobre a NR referida e 9% não
opinaram em conhecer ou não. Segundo Marziale e Robazzi (2004), todos os
profissionais devem ser informados sobre a nova legislação, no intuito de garantir
segurança e confiabilidade no desenvolvimento de suas atividades diárias.
Em um universo de 7 pessoas que responderam ter conhecimento sobre a NR.
32, três pessoas (43%) responderam adequadamente sobre o que determina a
norma, uma pessoa (14%) respondeu incorreto, não condizendo com a norma e três
pessoas (43%) não responderam adequadamente, descrevendo apenas algumas
predisposições do que determina a norma. Estes dados corroboram com Oliveira e
Gonçalves (2010), que relatam a dificuldade dos profissionais da enfermagem a
cumprirem o que está previsto na NR 32, uma vez que muitos serviços de saúde
desconhecem a norma ou não a divulgam entre os funcionários. É fundamental que
o profissional tenha conhecimento da NR 32, afim de promover maior envolvimento
entre a equipe e estimular os um pensamento crítico e participativo, argumentando
de forma clara o que esta previsto na norma.
Quando perguntados sobre as vantagens e desvantagens da aplicação da
NR32, 68% dos pesquisados não informaram, apenas 32% se pronunciaram com
respostas diferentes. Marziale e Robazzi (2004) acreditam que a implantação da NR
32 proporcionará muitas vantagens e mudanças benéficas, sendo que estas
poderão ser alcançadas uma vez que as medidas de proteção deverão ser feitas
com intuito de promover a segurança no trabalho e prevenir de acidentes e doenças
ocupacionais.
CONCLUSÃO
O presente estudo mostrou que os profissionais de saúde envolvidos na
pesquisa possuem certo conhecimento em relação a determinadas questões que
envolvem a NR 32, dentre elas a existência dos agentes biológicos aos quais estão
expostos, bem como as principais doenças transmitidas por materiais biológicos
vindas do ambiente de trabalho, as vacinas pelo qual os profissionais devem ser
Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.4 - N.2 - Nov./Dez. 2011.
803
imunizados, as medidas de prevenção para evitar exposição aos agentes biológicos,
a importância do uso de EPI’s para execução das atividades rotineiras, além de
outros riscos existentes no ambiente de trabalho.
Pode-se concluir que apesar de estarem orientados sobre os riscos expostos e
toda sua amplitude, ainda falta o conhecimento específico dos profissionais de
enfermagem em relação a NR 32 bem como sua importância dentro do ambiente
laboral.
Portanto se faz necessário que a instituição capacite seus funcionários no
intuito de proporcionar maior segurança no desenvolvimento das atividades diárias
da equipe de trabalho. É valido ressaltar que o funcionário deve estar apto a
compartilhar o conhecimento adquirido, visando minimizar os riscos existentes no
ambiente de trabalho. Para tanto a NR 32 deve ser implementada em todos os
serviços de saúde.
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