Pluviômetro de estação automática com resistor variável, reaproveitando um pluviógrafo de estação convencional em desuso. Camila Simões E-mail: [email protected] Cindy C. Pinheiro E-mail: [email protected] Fabrício D. F. Hurtado Junior E-mail: [email protected] Thuany Schmidt E-mail: [email protected] Marcos Antônio Viana Nascimento E-mail: [email protected] Resumo: A chuva é parte essencial do ciclo hidrológico do planeta Terra, e hoje existem varias maneiras de se medir a quantidade de precipitação, dentre os aparelhos mais comumente usados estão o pluviômetro e o Pluviógrafo. Tem-se uma vasta importância em saber o volume de chuva precipitado como, por exemplo, para a agricultura, onde cada tipo de cultivo precisa de uma irrigação diferenciada. Este é um projeto de criação de um pluviômetro para estação automática que produz um registro contínuo dos eventos de precipitação em determinados locais onde foi acoplado um resistor variável a um Pluviógrafo de estação convencional em desuso, como elemento sensor, fornecendo uma leitura analógica. Palavras Chave: pluviômetro, estação meteorológica automática, resistor variável. 1. Introdução Chuva é um fenômeno meteorológico que consiste na precipitação de água no estado líquido sobre a superfície da Terra. Embora muitas pessoas não gostem das chuvas, elas são fundamentais para o planeta Terra, pois contribuem para o ciclo hidrológico e para o desenvolvimento das diversas formas de vida. As pessoas medem o volume de chuva há milhares de anos, tendo-se o conhecimento de registros mais antigos feitos na Grécia por volta de 500 a.C. Os antigos na Índia utilizavam uma tigela para medir o volume pluviométrico das fazendas, e conseqüentemente o seu potencial de produção, a fim de determinar quais seriam os impostos sobre as terras dos fazendeiros. Hoje, o pluviômetro e o pluviógrafo são os instrumentos utilizados para medir a quantidade de chuva. O pluviômetro é mais utilizado devido à simplicidade de suas instalações e operação. Nele é lida a altura total de água precipitada, sendo que seus registros são sempre fornecidos em milímetros por dia. Já o pluviógrafo é mais encontrado nas estações meteorológicas propriamente ditas e registra a variação da quantidade de chuva com o tempo. Este aparelho registra em um gráfico de papel, simultaneamente, a quantidade e a duração da precipitação. A sua operação é mais complicada e dispendiosa e o próprio custo de aquisição do aparelho, tornam seu uso restrito. Fazer a medição do volume de chuvas tem uma vasta importância como, por exemplo, analisar e fazer estatísticas sobre secas e enxurradas de determinadas regiões, na agricultura para saber quanto de água vai ser preciso para irrigar certa planta para que seja atingida a meta de irrigação, na elaboração de projetos de galerias pluviais, e até mesmo no uso doméstico para se saber se a chuva do momento irá trazer inundação para suas residências. Este projeto teve como objetivo criar um instrumento de medição de chuva para estação automática utilizando entrada analógica no Datalogger, diferente do que normalmente é encontrado no mercado, a fim de se ter uma leitura continua. Também foi reciclado um pluviógrafo convencional, limpado, reformado e reposto peças danificadas. Como sensor foi utilizado um resistor variável. esse recipiente é projetado para quando um determinado volume de água cair e encher um dos dois compartimentos, esse tomba escoando a água e fazendo que o outro compartimento rapidamente se desloque para coletar a próxima unidade de precipitação. Cada vez que um reservatório tomba, um sinal eletrônico é enviado a um datalogger que registra um volume de precipitação preestabelecido para cada movimento basculante. Este tipo de sensor é hoje o mais utilizado em estações automáticas, sua desvantagem é a informação do horário de inicio de uma precipitação de fraca intensidade, a qual não provocaria o movimento basculante. 2.3 Pluviógrafo de Bóia Consiste em um cilindro com uma bóia que se movimenta à proporção que ocorre a precipitação, sifonando quando atinge o limite máximo do diagrama, retornando a bóia ao zero do diagrama. Toda precipitação sifonada é acumulada em um reservatório interno no instrumento. 2. Tipos de sensores 2.4 Pluviógrafo de Balança Existe hoje, dentre os pluviômetros e pluviógrafos, uma vasta relação de tipos de sensores, dentre eles os mais importantes e considerados e segundo CANDIDO, são: 2.1 Pluviômetro do tipo “Ville de Paris” Compõe-se de um reservatório alongado com uma pequena torneira encaixada sobre a boca do funil, a área superior do reservatório, chamada área de captação, é de 400 cm². A precipitação coletada pelo reservatório é medida em uma proveta graduada. Esse tipo de pluviômetro é empregado em todas as estações meteorológicas convencionais. 2.2 Pluviômetro de Báscula Internamente possui um recipiente divido em dois compartimentos simétricos em relação ao eixo transversal que o apóia, Instrumento composto por uma cisterna com sifão, a qual é apoiada sobre uma escala de pesagem que aciona a pena e esta traça um gráfico fixado em um tambor com sistema de relojoaria. 3. Materiais e métodos Foi necessário fazer recuperação e adaptações dos aparelhos que foram reaproveitados. O Pluviógrafo que foi reciclado estava em péssimo estado de conservação, sujo e quebrado, a cisterna não estava sifonando a água armazenada e os parafusos do sistema de balança estavam quebrados. Teve-se a assistência de responsáveis e alunos dos cursos de Mecânica, Saneamento e Eletrotécnica do CEFET/SC, para que fosse possível a recuperação e substituição das peças danificadas. Todo o aparelho, inclusive a capa de proteção teve de ser pintado novamente para aumentar a sua vida útil. Depois do aparelho recuperado, iniciouse o processo de acoplagem do resistor. Para isso foram utilizadas pequenas rodas dentadas, retiradas de uma impressora em desuso, e adaptadas ao local de apoio da haste da pena do até então Pluviógrafo Assim durante os testes foram feitas tentativas de adaptar um resistor variável de barra, mas não foi possível porque o resistor tinha um comprimento menor que o necessário devido ao movimento que a o sistema de alavanca produz. Após esse processo foram iniciados os testes do aparelho utilizando um resistor variável. Os primeiros testes foram para verificar a quantidade necessária de água para que houvesse a sifonagem da cisterna. Havendo o conhecimento dessa quantidade, foi feito teste para saber a relação entre a quantidade de água e a tensão no resistor. Verificou-se, porém, que o atrito do resistor é muito grande impossibilitando o movimento do aparelho até o valor de 4 mm, não sendo possível ter uma leitura correta até esse valor. Tendo a maior parte dos pluviômetros uma exatidão de 0,2mm, torna-se incoerente a fabricação de um aparelho com 4 mm de exatidão. Henrique Caramori, em que estes afirmaram que em sensores com resolução de 0,1mm ocorrem erros sistemáticos, mas suas medições são mais precisas, com a possibilidade de correção. Por outro lado os sensores com 0,2mm de resolução promovem erros aleatórios, com medidas menos precisas e com maior exatidão, não sendo possível a correção do instrumento. Outra desvantagem dos pluviômetros de báscula destacada no estudo são os erros de leitura devido à ação, sob o instrumento, de ventos intensos. O instrumento que foi projetado, o pluviômetro analógico, é um pluviógrafo adaptado, a leitura seria constante, diferente da maioria dos pluviômetros de estação automática, descartando assim uma das desvantagens relacionada com os intervalos de leitura apontados no estudo citado anteriormente. Outra vantagem do Pluviômetro analógico é que foi utilizado um aparelho que estava em desuso sendo reformado e adaptado utilizando um resistor variável e peças de uma impressora, à medida que o sensor capta a precipitação, a cisterna vai enchendo variando a resistência e, conseqüentemente, a corrente que passa pelo circuito, como exemplificado na figura 1. (a) 4. Resultados obtidos e discussões As estações convencionais vêm sendo, com mais freqüência, substituídas pelas estações automáticas. Ficou concluída na 58º reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) que os objetivos dessa substituição são aumentar os locais de coleta de dados, melhorar a qualidade dos dados e precisão dos instrumentos e a maior freqüência com que os dados podem ser obtidos. No caso de precipitação os instrumentos para medição possuem erros significativos, no caso de pluviômetros de báscula, conforme foi publicado no estudo feito por Paulo César Sentelhas e Paulo R↕ U i↕ (b) R↑ i↓ U (c) R↓ U Figura 1 (a) Exemplificação do sistema de resistor variável. (b) Resistor quando a cisterna está vazia. (c) Resistor quando a cisterna está cheia. O pluviômetro analógico teria algumas vantagens sobre os pluviômetros de estações automáticas encontrados no mercado hoje em dia, com já foi dito anteriormente, mas utilizando um resistor variável não é possível atingir esse objetivo, isso porque o resistor variável tem não tem uma variação linear de voltagem não fornecendo um valor fixo quando a relação de quantidade de água no aparelho e a voltagem, como era esperado. A tabela 1 mostra a variação que o resistor proporciona. Para concretizar o projeto talvez fosse mais eficiente usar um resistor linear no lugar de um resistor variável. Quantidade de água Variação de Voltagem 1mm 3V 2mm 18V 3mm 22V 4mm 27V 5mm 24V 6mm 30V 7mm 115V Tabela 1 - Quantidade de água na cisterna, e sua variação correspondente. 5. Conclusão O registro contínuo do volume de chuva precipitada sempre se fez necessário para a organização comunitária da população. Atualmente a preocupação com a exatidão dos valores registrados se faz cada vez mais presente. Esta é uma das motivações da construção de um aparelho que contenha um registro continuo de precipitação, pois a partir desse pode-se ter um histórico mais completo dos eventos de precipitação como seu caráter, duração e melhores valores de intensidade, em cada região em que o sensor estiver presente. Talvez seja possível concretizar esse projeto se for utilizado um resistor linear ou adaptado um resistor de barra. 6. Referências Pluviômetros. Disponível em: <http://www.pluviometros.com.br/index.ht m>. Acesso em: 2 de outubro de 2008. Wikipédia - Pluviosidade. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Pluviosidade >. Acesso em: 2 de outubro de 2008. Marins de O, Felipe at al. Pluviômetro. Disponível em: <http://ead.liberato.com.br/~mitza/rlt05_1t _1s.pdf>. Acesso em: 2 de outubro de 2008. SEED – Faça seu próprio pluviômetro. < Disponível em: http://www.seed.slb.com/pt/scictr/lab/engi neer/index.htm>. Acesso em: 2 de outubro de 2008. Sentelhas, Paulo César, Caramori, Paulo Henrique. Inconsistências na medida da chuva com pluviômetros de báscula, utilizados em estações meteorológicas automáticas. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 10, n. 2, p. 301-304, 2002. CANDIDO, Sérgio. Técnicas de Observações Meteorológica, Florianópolis, CEFET/SC.