0 UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC - Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação Curso de Administração Disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso NAIRANA RADTKE CANEPPELE ORIENTADOR: PROF. MS. MARTIN LEDERMANN O MARKETING COMO FERRAMENTA DE PROMOÇÃO PESSOAL: UM ESTUDO NO SETOR INDUSTRIAL, COMERCIAL E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Trabalho de Conclusão de Curso Ijuí, RS, 2º semestre de 2014 1 NAIRANA RADTKE CANEPPELE ORIENTADOR: PROF. MS. MARTIN LEDERMANN O MARKETING COMO FERRAMENTA DE PROMOÇÃO PESSOAL: UM ESTUDO NO SETOR INDUSTRIAL, COMERCIAL E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Trabalho de Conclusão de Curso Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Rio Grande do Sul – UNIJUI, como requisito parcial à Conclusão de Curso e conseqüente obtenção de título de Bacharel em Administração Ijuí, RS, 2º semestre de 2014 2 “É que tem mais chão nos meus olhos do que cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.” (Cora Coralina) 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, por segurar a minha mão, acalmar meu coração, iluminar o meu caminho e me abençoar com a oportunidade de levantar da cama todas as manhãs para seguir em busca dos meus sonhos. Agradeço ao meu pai Elsio e a minha mãe Gisila, por serem a minha referência de tantas maneiras e estarem sempre presentes na minha vida. É por vocês e para vocês essa conquista. Sem o incentivo, a coragem, os ensinamentos e a oportunidade que me deram de escolher o meu caminho, eu nada seria. Eu amo vocês e isso é maior que tudo! Agradeço a minha irmã Daiana, meu cunhado Adriano e minha sobrinha Mariana, por entenderem a minha falta em muitos momentos, e por estarem junto comigo nessa caminhada, vocês são muito importantes na minha vida. Agradeço ao meu professor e mestre Martin, em poucas palavras é impossível descrever o quão valioso e importante para a minha caminhada acadêmica foi tê-lo escolhido como professor orientador. Expresso aqui o meu reconhecimento e admiração pela sua competência profissional e minha gratidão pela sua amizade. Agradeço as minhas colegas Debora Caroline Spohr Carpes e Naiara Walter Pieper por todos os momentos que juntas compartilhamos, pelo companheirismo, amizade e comprometimento que encontrei em vocês. Embora o tempo passe, e a distância aumente quero que saibam que farei o possível para estar sempre presente nas suas vidas, pois são especiais e eu quero sempre perto de mim. Elias, meu noivo, meu namorado, meu melhor amigo, meu companheiro. Sem você essa etapa da minha vida teria se tornado mais difícil. Muito obrigada pelos momentos de ajuda, orientação e conversas. Fica aqui a promessa de fazer ao máximo, tudo que for possível para que nossos sonhos sejam realizados. Eu sou muito feliz, por ter ao meu lado, uma pessoa como você. Enfim, a todos que de alguma maneira contribuíram para a execução deste estudo, seja pela ajuda constante ou por uma palavra de amizade! Muito obrigada! 4 O MARKETING COMO FERRAMENTA DE PROMOÇÃO PESSOAL: UM ESTUDO NO SETOR INDUSTRIAL, COMERCIAL E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - 2014¹ Nairana Radtke Caneppele2; Prof. Ms. Martin Ledermann3 1 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. 2 Aluna do Curso de Graduação em Administração da Unijuí. E-mail: [email protected] 3 Orientador, professor mestre [email protected]. do Departamento de Estudos da Administração. E-mail: Introdução: Este Trabalho de Conclusão de Curso visa esclarecer que o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento dos colaboradores de empresas pertencentes dos setores da indústria, comércio e serviços. Para Kotler (2003), Marketing Pessoal é uma nova disciplina, que utiliza conceitos e instrumentos do Marketing em benefício da carreira e das vivências pessoais dos indivíduos, valorizando o ser humano em todos os seus atributos, características e complexa estrutura. Já Colombo (2005) afirma que Marketing Pessoal é uma competência desenvolvida e exposta por meio do comportamento dos indivíduos, dentro e fora das organizações. Envolve relacionamentos duradouros. É um processo interpessoal voltado para projetos e planos do futuro. É simples por demonstrar apenas que o indivíduo é, e pode ser complexo por envolver uma rede de relacionamentos através de comportamentos. As principais etapas da realização deste estudo estão divididas da seguinte forma: no capítulo inicial é apresentada a contextualização do estudo, ou seja, seus elementos estruturais, como o tema, o problema ou a questão de estudo, os objetivos e a justificativa. Esta contextualização traz a argumentação para o desenvolvimento do tema, proporcionando o suporte necessário para a coleta de dados, a organização de informações e, principalmente, a análise e sugestões de mudanças no processo produtivo. O segundo capítulo é constituído pelo Referencial Teórico, que configura uma parte substantiva do estudo, na qual se procura fazer uma sistematização teórica dos principais aspectos relacionados ao tema da pesquisa. Esta parte proporciona o suporte teórico necessário para a análise dos dados e informações coletadas, visando subsidiar sugestões de mudanças no processo produtivo das empresas. Na terceira parte deste estudo são apresentados os elementos concernentes aos aspectos metodológicos utilizados para a sua realização, onde são explicitados a tipologia da pesquisa, os procedimentos, os sujeitos e organizações envolvidas, a coleta, o tratamento, a análise e a interpretação dos dados. O quarto capítulo, configura a análise dos dados, onde são apresentados os dados referentes as práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores pertencentes as empresas e as práticas valorizadas pelos seus gestores, após foi possível encontrar os gaps entre as práticas realizadas pelos colaboradores e as valorizadas pelos gestores para então mostrar as semelhanças e diferenças entre os setores no que se refere ao Marketing Pessoal. Para concluir, foram sugeridas ações de Marketing Pessoal aos colaboradores para desenvolver suas carreiras profissionais. As conclusões obtidas e sistematizadas pela autora encerram o estudo, seguidas pelas referências bibliográficas utilizadas na sua fundamentação. Na sequência, os apêndices complementam e ilustram a investigação. Metodologia: Este estudo se caracteriza como uma pesquisa descritiva e exploratória. Descritiva porque vai descrever o perfil demográfico dos colaboradores da empresas 5 representantes do setor da indústria, comércio e serviços. E exploratório, porque busca identificar se o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional dos colaboradores pertencentes a empresas dos setores da indústria, comércio e serviços. O estudo foi realizado considerando uma amostragem não probabilística por conveniência na qual não se utiliza seleção aleatória. Também não se permite representatividade (com níveis de confiança e margens de erro), mas, sim, confia-se no julgamento pessoal do pesquisador e nos colaboradores que desejam respondê-la. As empresas foram selecionadas considerando o fato da autora possuir alguma afinidade com algum membro ou gestor delas. No setor da indústria, foi possível o contato com um dos responsáveis por um dos setores da empresa devido ao fato de que foram colegas na disciplina de Administração da Produção e Operações II. Já no comércio, a empresa foi escolhida devido á presença na economia da região e contato com o gerente da loja do município de Ijuí o qual é uma pessoa cativante, espontânea e disposta a colaborar. E quanto ao setor de serviços, a autora atua como colaboradora da empresa objeto do estudo. Os colaboradores, na empresa representante do setor industrial, foram aqueles que trabalham nas atividades operacionais do processo de produção e totalizaram 202. Na empresa representante do setor comercial, responderam somente os vendedores das lojas e totalizaram 125. Já na empresa representante do setor de serviços, os respondentes foram aqueles que atuam no atendimento direto ao público, tais como caixas, assistentes de atendimento, assistentes de negócios, gerentes de negócios pessoa física e pessoa jurídica, totalizaram 133. Quanto a coleta de dados, foi necessário realizar pesquisa bibliográfica para dar a base conceitual completa para sustentar a análise e pesquisa de campo que ocorreu nas empresas selecionadas, respectivamente do setor da indústria, comércio e serviços, nas quais foram aplicados questionários fechados para os colaboradores, e estes fizeram escolhas diante de alternativas apresentadas. Também foi realizada uma entrevista, com os responsáveis pela área de Gestão de Pessoas de cada empresa. A coleta de dados foi realizada entre os meses de julho e agosto de 2014, quando foi entregue aos colaboradores das empresas um questionário com questões fechadas (APÊNDICE A), e para os gestores da área de Gestão de Pessoas foi realizada uma entrevista com questões abertas (APÊNDICE B). Já a análise e interpretação dos dados foram reunidos e tabulados pela pesquisadora com critério de estatística descritiva básica do programa Microsoft Office Excel, mais precisamente pelo programa Google Drive. Assim foi possível apresentar em gráficos com a finalidade de facilitar a compreensão dos leitores e também para a realização de uma interpretação mais eficiente para o entendimento de todos. Para a entrevista, foi criada uma planilha também no programa Microsoft Office Excel na qual estão descritas as perguntas e as respostas por sequência e por setor para que realizar a análise. Os dados e as informações coletadas foram organizadas para satisfazer os objetivos deste estudo, possibilitando maior entendimento e melhor interpretação das questões ora propostas. Resultados e discussão: Os colaboradores da empresa representante do setor industrial possuem, em sua maioria, um currículo atualizado, e para por em prática o seu Marketing Pessoal utilizam-se de experiência, trabalham sua imagem pessoal e profissional e se relacionam com profissionais de outras áreas. Já os colaboradores da empresa representante do setor comercial, também possuem seus currículos atualizados e possuem a prática de desenvolver habilidade para lidar com pessoas, trabalham suas imagens pessoais e profissionais de modo a atrair clientes e tem como objetivo relacionar-se com profissionais de outras áreas para criar redes de relacionamento. No setor de serviços, a principal prática também é possuir um currículo atualizado, desenvolver a habilidade para lidar com pessoas e destacar-se frente a elas, trabalhando a imagem pessoal e profissional para obter resultados que satisfaçam e empresa e o seu próprio ego. Comparecem a festas e confraternizações, bem como relacionam-se também com profissionais de outras áreas seja pensando em seu futuro, 6 ou em negócios dentro da empresa. A gestora de pessoas da empresa representante do setor industrial afirma que a aparência desses colaboradores não é avaliada, mas o desempenho é fator determinante. Para vencer, a força de vontade e o foco nos resultados são elementos que podem evitar a monotonia e a rotatividade. O gestor da empresa representante do setor comercial afirma que a empresa está atenta à prática de possuir uma boa aparência pois esta será decisiva para atrair a confiança dos clientes e que os principais atributos que os colaboradores devem possuir são humildade para aprender, vontade para desenvolver e atitude para fazer acontecer. Na empresa representante do setor de serviços, o gestor afirma que em uma ordem de importância, a pratica mais importante para desenvolver o Marketing Pessoal é possuir competências para fazer a diferença entre os colegas e assim aparecer. Depois, desenvolver uma considerável rede de relacionamentos e para isso é necessário apresentar uma boa aparência. Por último é feita a análise de currículo. Os resultados indicam que os gestores dessas empresas estão cientes em relação às motivações intrínsecas dos seus colaboradores, uma vez que houve pouca divergência ou gaps identificados. Isto pode ser uma evidencia de que os gestores estão mais sensibilizados e propensos a compreender seus colaboradores. Conclusões: A metodologia proposta para esta pesquisa comprovou-se competente para dar conta da proposta do estudo e abrangência dos objetivos estabelecidos, na medida em que os dados coletados possibilitaram uma análise das práticas de Marketing Pessoal dos colaboradores. Por meio da revisão de literatura foi possível visualizar teoria e prática, o que permitiu um melhor entendimento do tema. Percebeu-se que nestas empresas pertencentes aos diferentes setores da economia os gargalos relacionados as práticas do Marketing Pessoal em comparação com o desejado pelo gestor se encontram em situações diferentes. No setor da indústria, ficou evidenciado que para que um colaborador possa se destacar, esse deve possuir competências para apenas realizar corretamente suas atividades diárias. No setor comercial o importante é a aparência do indivíduo e para o setor de serviços, as redes de relacionamento fundamentais para o bom andamento, prospecção, e atingimento das metas. Ao finalizar este estudo conclui-se que estas empresas possuem um grande potencial e o conhecimento necessário desenvolver carreiras e indivíduos promissores. Para tanto é necessário propor situações onde esses colaboradores possam mostrar seus lados intraempreendedores para que possam se destacar diante de seus colegas e com isso realizar o Marketing Pessoal que fortalecerá suas marcas pessoais na empresa. O Marketing Pessoal procura personalizar ações com relação ao trabalho do colaborador e logo com o cliente ou usuário, ouvindo-o e orientando-o. Esse relacionamento deverá gerar parcerias na relação de trocas buscando transformar usuários em consumidores fiéis e leais, também mostrar a importância do colaborador para a empresa que será a peça principal nesse movimento. Para concluir é importante afirmar que o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento dos colaboradores pertencentes as empresas dos setores da indústria, comércio e serviços, tanto na opinião dos gestores quanto do quadro funcional em todas as empresas e não é uma decisão de projeção de imagem que se toma num instante específico da carreira do profissional, mas sim, um conjunto de ações que devem ser incorporadas ao dia-a-dia de todo profissional, acrescentando esse procedimento às suas qualificações. Palavras-chave: Marketing Pessoal. Indústria. Comércio. Serviço. Referências: COLOMBO, Sonia Simões. Marketing pessoal. Porto Alegre: Artmed/Bookmann, 2005. 7 KOTLER, Philip. Princípios de Marketing. 9. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 2003. 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES LISTA DE TABELA Tabela 1 - Objetivos específicos e sujeitos da pesquisa ........................................................... 77 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Modelo do Comportamento Organizacional ..................................................................30 Figura 2 - Processo de Gestão .........................................................................................................34 Figura 3 - Competência como fonte de valor para o indivíduo e para a organização .............. 37 Figura 4 - Organograma da amostra não-probabilística e da amostra probabilística ............... 73 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Ciclo de vida do produto pessoa ............................................................................ 56 Gráfico 2 - Gênero dos colaboradores da empresa representante do setor industrial............... 81 Gráfico 3 - Faixa etária dos colaboradores da empresa representante do setor industrial ...............82 Gráfico 4 - Escolaridade dos colaboradores da empresa representante do setor industrial ...... 83 Gráfico 5 - Tempo em que os colaboradores da empresa representante do setor industrial permanecem em suas funções .................................................................................................. 84 Gráfico 6 - Ferramentas que lembram o Marketing Pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor industrial ............................................................................................... 85 Gráfico 7 - Ferramentas utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor industrial para diferenciação frente aos colegas ....................................................................... 86 Gráfico 8 - Opinião dos colaboradores da empresa representante do setor industrial no que se refere ao que a empresa considera mais importante e valorizado em seus colaboradores ....... 87 Gráfico 9 - Percentual de currículos dos colaboradores da empresa representante do setor industrial que estão atualizados ................................................................................................ 88 Gráfico 10 - Competências dos colaboradores da empresa representa do setor industrial....... 89 Gráfico 11 - Padrões de apresentação Pessoal dos colaboradores da empresa representante do setor industrial .......................................................................................................................... 91 Gráfico 12 - Técnicas de aproximação com objetivo de criar redes de relacionamentos dos colaboradores da empresa representante do setor industrial .................................................... 92 9 Gráfico 13 - Entendimento de sucesso de carreira para os colaboradores pertencentes à empresa representante do setor industrial ................................................................................. 93 Gráfico 14 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor industrial que possuem um plano de desenvolvimento de carreira ................................................................. 94 Gráfico 15 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor industrial que possuem um currículo atualizado ............................................................................................. 95 Gráfico 16 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor industrial que estão em busca de conhecimento pensando em suas carreiras ................................................. 96 Gráfico 17 - Percentual de colaboradores que desejam crescer na empresa representante do setor industrial .......................................................................................................................... 97 Gráfico 18 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor industrial que consideram as competências importantes ................................................................................. 98 Gráfico 19 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor industrial que acreditam na importância da postura profissional .................................................................... 99 Gráfico 20 - Importância da aparência pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor industrial ................................................................................................................... 100 Gráfico 21 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor industrial que acreditam que comprometimento é importante ...................................................................... 101 Gráfico 22 - Importância das relações interpessoais para os colaboradores da empresa representante do setor industrial ............................................................................................. 102 Gráfico 23 - Marketing Pessoal como fator determinante para o crescimento profissional dos colaboradores da empresa representante do setor industrial .................................................. 103 Gráfico 24 - Gênero dos colaboradores da empresa representante do setor comercial .......... 112 Gráfico 25 - Faixa etária dos colaboradores representantes do setor comercial ..........................113 Gráfico 26 - Escolaridade dos colaboradores representantes do setor comercial................... 114 Gráfico 27 - Tempo em que os colaboradores da empresa representante do setor da comercial permanecem em suas funções ................................................................................................ 115 Gráfico 28 - Ferramenta que lembra o Marketing Pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor comercial ............................................................................................ 116 Gráfico 29 - Ferramentas utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor comercial para diferenciação frente aos colegas .................................................................... 117 Gráfico 30 - Opinião dos colaboradores da empresa representante do setor da comercial no que se refere ao que a empresa considera mais importante e valorizado em seus colaboradores .......................................................................................................................... 118 10 Gráfico 31 - Percentual de currículos que estão atualizados dos colaboradores da empresa representante do setor comercial ............................................................................................ 119 Gráfico 32 - Competências dos colaboradores da empresa representante do setor comercial ................................................................................................................................ 120 Gráfico 33 - Padrões de apresentação pessoal dos colaboradores da empresa representante do setor comercial ........................................................................................................................ 121 Gráfico 34 - Técnicas de aproximação com objetivo de criar redes de relacionamentos dos colaboradores da empresa representante do setor industrial .................................................. 122 Gráfico 35 - Entendimento de sucesso de carreira para os colaboradores pertencentes a empresa representante do setor industrial............................................................................... 123 Gráfico 36 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor comercial que possuem um plano de desenvolvimento de carreira ............................................................... 123 Gráfico 37 - Percentual de currículos dos colaboradores que estão atualizados da empresa representante do setor comercial ............................................................................................ 124 Gráfico 38 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor comercial que estão em busca de conhecimento pensando em suas carreiras ............................................... 125 Gráfico 39 - Percentual de colaboradores que desejam crescer na empresa representante do setor comercial ........................................................................................................................ 126 Gráfico 40 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor comercial que consideram as competências importantes ............................................................................... 127 Gráfico 41 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor comercial que acreditam que a postura profissional é importante em suas carreiras..................................... 128 Gráfico 42 - Importância da aparência pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor industrial ................................................................................................................... 129 Gráfico 43 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor industrial que acreditam que comprometimento é importante ...................................................................... 130 Gráfico 44 - Importância das relações interpessoais para os colaboradores da empresa representante do setor comercial ............................................................................................ 131 Gráfico 45 - Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional colaboradores da empresa representante do setor comercial .................................................. 132 Gráfico 46 - Gênero dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços ........ 140 Gráfico 47 - Faixa etária dos colaboradores representantes do setor de serviços .........................141 Gráfico 48 - Escolaridade dos colaboradores representantes do setor de serviços ................ 142 11 Gráfico 49 - Tempo em que os colaboradores da empresa representante do setor de serviços permanecem em suas funções ................................................................................................ 143 Gráfico 50 - Ferramenta que lembra o Marketing Pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor de serviços .......................................................................................... 144 Gráfico 51 - Ferramentas utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor de serviços para diferenciação frente aos colegas ....................................................................... 145 Gráfico 52 - Opinião dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços no que se refere ao que a empresa considera mais importante e valorizado em seus colaboradores . 146 Gráfico 53 - Percentual de currículos dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços que estão atualizados ................................................................................................ 147 Gráfico 54 - Competências dos colaboradores da empresa representa do setor de serviços .. 148 Gráfico 55 - Padrões de apresentação Pessoal dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços ..................................................................................................................... 149 Gráfico 56 - Técnicas de aproximação com objetivo de criar redes de relacionamentos dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços ................................................ 150 Gráfico 57 - Entendimento de sucesso de carreira para os colaboradores pertencentes à empresa representante do setor de serviços ............................................................................ 151 Gráfico 58 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor de serviços que possuem um plano de desenvolvimento de carreira ............................................................... 152 Gráfico 59 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor de serviços que possuem objetivos profissionais ............................................................................................. 153 Gráfico 60 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor de serviços que estão em busca de conhecimento pensando em suas carreiras ............................................... 154 Gráfico 61 - Percentual de colaboradores que desejam crescer na empresa representante do setor de serviços ..................................................................................................................... 155 Gráfico 62 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor de serviços que consideram as competências importantes ............................................................................... 156 Gráfico 63 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor de serviços que acreditam que a postura profissional é importante em suas carreiras..................................... 157 Gráfico 64 - Importância da aparência pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor de serviços ................................................................................................................ 158 Gráfico 65 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor de serviços que acreditam que comprometimento é importante ...................................................................... 159 12 Gráfico 66 - Importância das relações interpessoais para os colaboradores da empresa representante do setor de serviços .......................................................................................... 160 Gráfico 67 - Marketing Pessoal como fator determinante para o crescimento profissional dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços ................................................ 161 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Processo de Gestão de Pessoas ................................................................................ 32 Quadro 2 - Objetivos e parâmetros dos processos de Gestão de Pessoas........................................35 Quadro 3 - Motivação dos quadros operacionais ..................................................................... 40 Quadro 4 - Diferenças entre empreendedores e intraempreendedores ..................................... 45 Quadro 5 - Comparativo do mix de Marketing para produto e pessoa..................................... 54 Quadro 6 - Ingredientes essenciais para o Marketing Pessoal ................................................ 67 Quadro 7 - Percepção dos colaboradores quanto à visão de seus gestores e colegas e sobre si mesmo..................................................................................................................................... 104 Quadro 8 - Pontos principais da entrevista com gestora da área de Gestão de Pessoas da empresa representante do setor industrial ............................................................................... 106 Quadro 9 - Percepção dos colaboradores quanto aos gestores, colegas e suas próprias definições ................................................................................................................................ 133 Quadro 10 - Pontos principais da entrevista com gestor da área de Gestão de Pessoas da empresa representante do setor comercial .............................................................................. 134 Quadro 11 - Percepção dos colaboradores quanto à visão de seus gestores e colegas e sobre si mesmo..................................................................................................................................... 162 Quadro 12 - Pontos principais da entrevista com gestora da área de Gestão de Pessoas da empresa representante do setor da indústria ........................................................................... 164 Quadro 13 - Semelhanças e diferenças das percepções dos colaboradores e gestores dos setores da indústria, comércio e serviços relacionados ao Marketing Pessoal ....................... 168 13 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 16 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DE ESTUDO .............................................................................. 19 1.1 Apresentação do tema ...................................................................................................... 19 1.2 Questão de estudo ............................................................................................................ 20 1.3 Objetivos.......................................................................................................................... 21 1.3.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 21 1.3.2. Objetivos específicos .............................................................................................. 21 1.4 Justificativa ...................................................................................................................... 22 2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 24 2.1 Conceito de Marketing .................................................................................................... 24 2.2 O indivíduo nas organizações .......................................................................................... 26 2.2.1 Comportamento organizacional .............................................................................. 30 2.3 Gestão de pessoas ............................................................................................................ 31 2.3.1 Processos de gestão de pessoas .............................................................................. 32 2.3.2 Gestão de pessoas por competências ...................................................................... 36 2.3.3 Motivação ............................................................................................................... 38 2.4 Intraempreendedorismo como ferramenta do Marketing Pessoal ................................... 42 2.5 Marketing Pessoal ........................................................................................................... 46 2.5.1 Conceituando o Marketing Pessoal ........................................................................ 49 2.5.2 Composto de Marketing Pessoal ............................................................................ 52 2.5.3 Ciclo de vida do produto pessoa ............................................................................. 55 2.5.4 Estratégias de Marketing Pessoal ........................................................................... 59 2.5.5 Ferramentas do Marketing Pessoal ......................................................................... 64 3 METODOLOGIA.................................................................................................................. 70 3.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................................. 70 3.2 Universo de amostras e sujeitos da pesquisa ...................................................................... 73 3.2.1 Definição da amostra das empresas ................................................................................. 74 3.2.2 Definição da amostra relacionada aos sujeitos pertencentes às empresas ....................... 74 3.3 Coleta de dados ................................................................................................................... 78 14 3.4 Análise e interpretação dos dados ...................................................................................... 78 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ...................................................... 79 4.1 Caracterização da empresa representante do setor industrial ............................................. 79 4.1.1 Perfil dos colaboradores da empresa representante do setor industrial ........................... 81 4.1.2 Marketing Pessoal e sua relação com os colaboradores da empresa representante do setor industrial .......................................................................................................................... 84 4.1.3 Práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor industrial ..................................................................................................................... 87 4.1.4 – Gestão de Carreira: o que os colaboradores da empresa representante do setor industrial consideram como sucesso de carreira....................................................................... 92 4.1.5 Práticas de Marketing Pessoal valorizadas pela gestora da área de gestão de pessoas da empresa representante do setor industrial ............................................................................... 105 4.1.6 Gaps existentes entre as práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores e as práticas valorizadas pelos gestores na empresa representante do setor industrial ............. 108 4.2 Caracterização da empresa representante do setor de comércio....................................... 110 4.2.1 Perfil dos colaboradores da empresa representante do setor comercial ........................ 111 4.2.2 Marketing Pessoal e sua relação com os colaboradores da empresa representante do setor comercial ........................................................................................................................ 115 4.2.3 Práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor comercial ................................................................................................................... 118 4.2.4 Gestão de Carreira: o que os colaboradores da empresa representante do setor comercial consideram como sucesso de carreira ..................................................................................... 122 4.2.5 Práticas de Marketing Pessoal valorizadas pelo gestor da área de gestão de pessoas da empresa representante do setor comercial .............................................................................. 134 4.2.6 Gaps existentes entre as Práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores e as práticas valorizadas pelos gestores na empresa representante do setor comercial ............. 136 4.3 Caracterização da empresa representante do setor de serviços ........................................ 138 4.3.1 Perfil dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços ...................... 139 4.3.2 Marketing Pessoal e sua relação com os colaboradores da empresa representante do setor de serviços ..................................................................................................................... 143 4.3.3 Práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor de serviços ................................................................................................................ 146 15 4.3.4 Gestão de carreira: o que os colaboradores da empresa representante do setor de serviços consideram como sucesso de carreira ..................................................................................... 150 4.3.5 Práticas de Marketing Pessoal valorizadas pelo gestor da área de gestão de pessoas da empresa representante do setor de serviços ............................................................................ 163 4.3.6 Gaps existentes entre as práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores e as práticas valorizadas pelos gestores da empresa representante do setor de serviços........... 166 4.4 Semelhanças e diferenças das percepções dos colaboradores e gestores dos setores da indústria, comércio e serviços relacionados ao Marketing Pessoal ........................................ 167 4.5 Sugestões de ações de Marketing Pessoal para os colaboradores pertencentes a empresas do setor da indústria, comércio e serviços .............................................................................. 171 4.5.1 Sugestões para os colaboradores do setor da indústria desenvolverem seu Marketing Pessoal .................................................................................................................................... 171 4.5.2 Sugestões para os colaboradores do setor de comércio desenvolverem seu marketing Pessoal .................................................................................................................................... 174 4.5.3 Sugestões para os colaboradores do setor de serviços desenvolverem seu Marketing Pessoal .................................................................................................................................... 176 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 179 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 183 APÊNDICES .......................................................................................................................... 190 16 INTRODUÇÃO O marketing pessoal evoluiu para ser a ciência e a arte de construir-se como pessoa de habilidades e promover-se como marca de qualidade e credibilidade. Visa à estratégia de manifestar a imagem, segundo Yamamoto (2012). Como uma ciência multidisciplinar, abrangente e complexa visa ao desenvolvimento integral da pessoa com o objetivo de aumentar as possibilidades de sucesso nos ambientes que frequenta e em seus relacionamentos, familiares e profissionais. Yamamoto (2012) afirma que fazer Marketing Pessoal é dedicar-se ao propósito e ao compromisso do autoconhecimento e do desenvolvimento dos talentos e virtudes para que seja possível a melhoria dos pontos fracos e o alinhamento dos pontos fortes pessoais. Sucesso é a capacidade do indivíduo de chegar e permanecer entre os melhores, mais influentes e respeitados, consequentemente, entre os mais bem retribuídos membros nos círculos de relações humanas. Sem construir uma marca pessoal e sem desenvolver uma rede de relacionamentos, não é possível se ter uma noção sobre o que as pessoas estão vendo e analisando, afirma Yamamoto (2012). No mercado altamente competitivo, projetar-se e aparecer para o mercado tornou-se de fundamental importância. As regras, as aparências, os rituais de boas maneiras e o comportamento social têm uma importância extraordinária. No momento em que se instaura credibilidade em relação a uma pessoa, isso será projetado em tudo que ela vier a produzir. Marketing Pessoal é fazer-se notar pelas suas competências e habilidades. É uma ferramenta muito importante para se chegar ao sucesso pessoal e profissional. Para Kotler (2003), Marketing Pessoal é uma nova disciplina, que utiliza conceitos e instrumentos do Marketing em benefício da carreira e das vivências pessoais dos indivíduos, valorizando o ser humano em todos os seus atributos, características e complexa estrutura. Portanto, fica claro que Marketing Pessoal não consiste em estar falando o tempo todo sobre si mesmo e suas conquistas, mas sim desenvolver todo o seu eu para que seus atributos e características possam ser valorizados. O presente estudo apresenta abordagens referentes ao Marketing Pessoal relacionado aos seguintes setores da economia: indústria, comércio e serviços. O estudo foi realizado com os colaboradores e gestores de uma empresa do setor industrial, uma empresa do setor comercial e uma empresa representante do setor de prestação de serviços. Para o setor da indústria, é possível descrever o Marketing Pessoal como sendo a comercialização no amplo espaço entre o produtor dos insumos primários e a indústria 17 (terciária ou quartenária) que trabalha com vistas ao consumidor final. Apesar de chamado de "industrial", este Marketing Pessoal envolve muitas áreas de serviços. É possível compreender que os colaboradores, ao desenvolverem o seu Marketing Pessoal, estarão sendo analisados por diversos olhares que estão incluídos em outros segmentos. Já a construção do Marketing Pessoal no comércio está relacionada com os esforços, características e competências necessárias para o atendimento ao público, pois este primeiro contato é fundamental para o início, desenvolvimento e a manutenção dos relacionamentos. Para manter vantagens competitivas é preciso desenvolver um caminho distinto para obter diferenciais que possibilitem enfrentar a concorrência. No setor de serviços, o Marketing Pessoal ganha forças à medida que as pessoas conseguem apresentar o seu produto por meio de abordagem inovadora, pois estão prestando um serviço que consideram uma necessidade, podendo assim apresentar alternativas diferenciadas àquelas postas pelo mercado e pela concorrência. As empresas precisam direcionar a sua imagem juntamente com a dos seus colaboradores, que fazem parte diretamente do Marketing desta. Além disso, precisam ser criativas para crescer e buscar ampliação de mercado com consequência a consolidação da sua marca no mercado consumidor e a concorrência. Assim, surge a necessidade de as empresas darem atenção, foco e aplicabilidade de Marketing direcionado às pessoas que são o mercado consumidor e das pessoas, que são a empresa aos olhos do consumidor, remetendo ao Marketing Pessoal. Este estudo está dividido em cinco etapas. No capítulo inicial apresenta-se a contextualização do estudo, ou seja, seus elementos estruturais, como o tema, o problema ou a questão de estudo, os objetivos e a justificativa. Esta contextualização traz a argumentação para o desenvolvimento do tema, proporcionando o suporte necessário para a coleta de dados, a organização de informações e, principalmente, a análise e sugestões relacionadas ao Marketing Pessoal. O segundo capítulo é constituído pelo Referencial Teórico, que configura uma parte substantiva do estudo, na qual se procura fazer uma sistematização teórica dos principais aspectos relacionados ao tema Marketing Pessoal. Esta parte proporciona o suporte teórico necessário para a análise dos dados e informações coletadas, visando subsidiar as ações sugeridas para desenvolver o Marketing Pessoal dos colaboradores. No terceiro capítulo do estudo são apresentados os elementos concernentes aos aspectos metodológicos utilizados para a sua realização. São explicitados a tipologia da 18 pesquisa, os procedimentos, os sujeitos e organizações envolvidas, a coleta, o tratamento, a análise e a interpretação dos dados. O quarto capítulo registra a análise dos dados, apresentando e discutindo as práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores de empresas pertencentes ao setor da indústria, do comércio e de prestação serviços; quais são as práticas de Marketing Pessoal valorizadas pelos seus gestores bem como os gaps entre as práticas de Marketing Pessoal dos colaboradores e as práticas valorizadas pelos gestores para responder se o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional destes colaboradores. As conclusões obtidas e sistematizadas pela autora encerram o estudo, seguidas pelas referências bibliográficas utilizadas na sua fundamentação. Na sequência, os anexos e apêndices complementam e ilustram a investigação. 19 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DE ESTUDO Contextualizar um estudo remete o pesquisador a apresentar o tema ou assunto que ele quer desenvolver; problematizar esse assunto, expor de forma clara, compreensível e operacional qual a dúvida ou a dificuldade com que defronta e que pretende resolver, formular os objetivos, geral e específicos, que quer alcançar, voltado a resposta ao problema, e expor o porquê do estudo, relatando assim as justificativas. 1.1 Apresentação do tema Para Persona (2005), Marketing é o conjunto de ferramentas que uma organização utiliza para fazer com que seus produtos sejam conhecidos, apreciados e comprados. O Marketing Pessoal segue basicamente essa mesma linha de raciocínio, mas, neste caso, o profissional usa suas qualificações em benefício da própria carreira. Em um mercado com concorrentes e qualificações tão semelhantes, algumas características podem ser decisivas durante o processo de seleção ou promoção na empresa. De nada adianta ser um bom profissional se essa condição não é a percepção dos pares e dos superiores da área ou do restante da empresa. Isso por que a imagem de uma pessoa está atrelada à interpretação dos outros sobre os atributos dela. É nesse contexto que entra a importância do marketing pessoal, ou seja, do conjunto de ações que dão visibilidade às qualidades do profissional e que agregam valor a ele no mercado de trabalho. O Marketing Pessoal existe como uma tendência inovadora e é ponto importante em processos de seleção interna e externa. Pessoas capacitadas e que sabem se promover saberão desenvolver e alavancar setores e empresas. Kotler (2000) afirma que o Marketing Pessoal é classificado como a ferramenta mais eficaz em estágios mais avançados do processo de compra, especialmente para aumentar a preferência e a convicção do comprador e levá-lo à ação. O Marketing Pessoal possui três características distintas: a interação pessoal caracterizada pelas vendas pessoais que implicam um relacionamento imediato e interativo entre duas ou mais pessoas. Cada uma delas pode observar as reações da outra bem de perto. O aprofundamento, onde as vendas pessoais permitem que surjam todos os tipos de relacionamentos, desde o simples relacionamento profissional de venda até uma amizade pessoal mais profunda. Os vendedores geralmente sabem os interesses e necessidades de seus clientes. E por fim, a resposta, momento no qual as 20 vendas pessoais fazem com que o comprador se sinta de certa maneira obrigada a comprar após ouvir a argumentação do vendedor. O Marketing Pessoal no processo de compra e venda é fator determinante para desenvolver a preferência e outras necessidades além daquelas que o cliente se propôs a comprar e pagar. O relacionamento oportuniza a observação de desejos que podem se transformar em negócios, pois é possível desenvolver certa relação de confiança que é capaz de gerar benefícios para ambas as partes. A opinião de quem está vendendo torna-se uma verdade a partir do momento em que se concretiza certo grau de relacionamento. Isso só é possível por meio de confiança que se cria entre ambas a partes. É neste momento que entra o Marketing Pessoal como uma possibilidade de se mostrar a competência e domínio do produto. Hoje se faz necessário o investimento por parte das empresas no talento humano, na formação de colaboradores com diferenciais, pois estes podem ser decisivos no momento em que o cliente observa. Essas características são fundamentais para um processo de aperfeiçoamento dos colaboradores e exposição da marca e produtos que a empresa necessita vender. Especialmente quando é usado como instrumento para realçar competências e habilidades, pode fortalecer as redes de relacionamento e o status da pessoa no mundo do trabalho e favorecendo a consolidação de espaços nesse universo cada vez mais competitivo. O mundo dos negócios está passando por mudanças, e alguns valores necessitam ser questionados. Existe uma cultura globalizada, e nesta a missão é competir sempre. De outro lado, existe uma aldeia global onde importa realmente o brilho de cada pessoa, o seu modelo de negócio pessoal, o seu Marketing Pessoal. Este será avaliado para o crescimento profissional tanto dentro quanto fora da empresa. Considerando a importância do Marketing Pessoal, este estudo tem como tema o Marketing como ferramenta de promoção pessoal nos setores industrial, comercial e de prestação de serviços. As empreses elaboram projetos e para desenvolvê-los contratam pessoas para trabalhar por resultado e não mais por atividade. Os profissionais tornam-se empresários de si próprios. 1.2 Questão de estudo Não é somente a aparência que pode prejudicar o profissional. Normalmente, as pessoas que praticam marketing pessoal precisam tomar certos cuidados com a maneira como se comportam, uma vez que um simples gesto pode causar grandes problemas e perdas. O 21 marketing pessoal é a apresentação da sua imagem, o seu cartão de visitas, por isso a importância da aparência. Na vida profissional, o Marketing relaciona-se com a imagem que é projetada no meio onde o individuo trabalha e se relaciona. Essa ferramenta desenvolve-se ao longo do tempo por meio de investimentos em si próprio objetivando aprimorar aptidões pessoais e realçar os traços de personalidade bem como adquirir novas habilidades. Alguns profissionais buscam desenvolver o seu Marketing Pessoal dentro das empresas, outros não. Este tema problematiza-se a partir da ideia de que empresas e indivíduos que integram o sistema organizacional necessitam ser criativos e inovadores em suas atividades. Considerando essas possibilidades e os aspectos relevantes para o contexto organizacional das empresas nos três setores da economia relacionado ao Marketing Pessoal dos colaboradores para os gestores, propôs-se a seguinte questão de estudo: “Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional dos colaboradores pertencentes a empresas dos setores da indústria, do comércio e de prestação de serviços?” 1.3 Objetivos A partir da definição do problema, a demarcação dos objetivos consiste em definir metas que irão direcionar o desenvolvimento do estudo. Assim, destacam-se a seguir os objetivos geral e específicos. 1.3.1 Objetivo geral Verificar se o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional dos colaboradores pertencentes a empresas dos setores da indústria, do comércio e de prestação de serviços. 1.3.2 Objetivos específicos Para alcançar o objetivo geral, é necessário definir alguns objetivos específicos: 22 a) Identificar quais são as práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores das empresas pertencentes ao setor da indústria, do comércio e de prestação serviços; b) Verificar quais são as práticas de Marketing Pessoal valorizadas pelos gestores das empresas pertencentes ao setor da indústria, do comércio e da prestação de serviços; c) Encontrar gaps entre as práticas de Marketing Pessoal dos colaboradores e as práticas valorizadas pelos gestores; d) Mostrar semelhanças e diferenças entre os setores, relacionadas ao Marketing e) Sugerir ações de Marketing Pessoal aos colaboradores para desenvolver suas Pessoal. carreiras profissionais; 1.4 Justificativa Marketing Pessoal é uma especificidade da administração, de suma importância, pois ela determina o arsenal inventivo e zeloso de cada indivíduo neste mundo individualista onde vivemos, regido por estereótipos e modelos de comportamentos. Nesse contexto, saber cuidar da imagem e dela adquirir benefícios é essencial, tanto para a pessoa quanto para a organização. O Marketing Pessoal procura personalizar ações com relação ao trabalho do colaborador e logo com o cliente ou usuário, ouvindo-o e orientando-o. Esse relacionamento deverá gerar parcerias na relação de trocas buscando transformar usuários em consumidores fiéis e leais e também mostrar a importância do colaborador para a empresa que será a peça principal neste movimento. Daí a importância deste estudo para as empresas dos diversos setores. Justifica-se também este estudo em razão de quem, num ambiente extremamente dinâmico e competitivo, os colaboradores das empresas necessitam otimizar relacionamentos não apenas com os consumidores finais, mas também com os grupos de interesse dentro da própria empresa. Da mesma forma se torna importante no campo acadêmico por propiciar uma reflexão sobre comportamentos e atitudes que terão influência na vida profissional logo que os alunos estarão formados, pois estes serão avaliados a todo momento quanto a seus conhecimentos e suas vivências. O marketing pessoal projeta o profissional para uma maior aceitação do seu trabalho na sociedade. 23 Quanto à exigibilidade, o estudo foi possível, pois a pesquisadora teve acesso a uma empresa de cada setor. No setor da indústria, por meio de um conhecido que é supervisor de setor da empresa. No comércio por um contato indicado e no setor de serviços, pelo vínculo empregatício da pesquisadora. 24 2 REFERENCIAL TEÓRICO Este capítulo apresenta a fundamentação teórica sobre o Marketing, abordando questões ligadas ao indivíduo nas organizações dentro de grupos e de sistemas, os principais processos de Gestão de Pessoas e a importância de o indivíduo estar motivado para dar o melhor de si. Foram apresentados conceitos sobre o perfil intraempreendedor, concluindo com o Marketing Pessoal, objeto de estudo deste projeto. 2.1 Conceito de Marketing Para saber o que é Marketing Pessoal, faz-se necessário saber antes o que é Marketing e como ele está inserido nas organizações onde os indivíduos são as peças chaves para o desenvolvimento das mesmas. Cobra (1997) afirma que Marketing é uma forma de sentir o mercado e adaptar produtos ou serviços, mas também um compromisso com a busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas. Se tudo for feito de forma coerente, o sucesso de venda é a consequência mais lógica e o destino mais previsível. Já Freire e Souza (2001) relatam que Marketing é o processo de planejar e executar a concepção de estabelecimento de preços, promoção e distribuição de ideias, bens e serviços com o objetivo de estabelecer trocas que atendam às metas individuais e organizacionais. Consideram uma atividade sistemática de uma organização humana voltada para a busca de realização com o meio profissional visando ao sucesso de ambas as partes da organização. Kotler (1978) afirma que o Marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros. Para Kotler e Armstrong (1999), Marketing é a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefício. Kotler (2000) diz que Marketing é a função empresarial que busca identificar necessidades e desejos insatisfeitos para definir e medir a magnitude e o potencial de rentabilidade, quais os mercados-alvo serão mais bem atendidos pela empresa, quais serão os produtos, serviços e programas adequados para servir a esses mercados selecionados e convoca toda a organização para pensar no cliente e atender ao cliente. Esse processo será decisivo para a consolidação e efetividade da marca visto que é a partir dele que o cliente poderá perceber a força e a ampliação de mercado da marca. Peruzzo (2002) justifica, na mesma linha de raciocínio de Kotler (2000), que Marketing compreende as atividades que uma empresa realiza para se adequar ao ambiente de 25 maneira criativa e rentável atendendo a seu público alvo. Nesse sentido, se focar a pessoa em vez da empresa, esta também deve se posicionar de modo a se adaptar ao ambiente que o mercado profissional seleciona, uma vez que este pode oferecer oportunidades e ameaças, cabendo ao indivíduo tentar obter ganhos para ele e para os outros, sendo estes pessoas e organizações, justifica o autor. As organizações buscam no mercado informações sobre os desejos e necessidades e recebem deste informações, tornando-se uma indispensável para a outra. Essa busca deve ser constante para que o Marketing possa ser desenvolvido. Cobra (1997) afirma que o conceito de Marketing para a sociedade é um processo pelo qual a estrutura da demanda para bens econômicos e serviços, considerando este, o portfólio de cada empresa, é antecipada ou abrangida e satisfeita através da concepção, promoção, troca e distribuição física de bens e serviços tanto internamente como externamente. Para que essa troca e distribuição possa ocorrer, Kotler (1978) considera o Marketing como recurso para a análise, o planejamento, a implantação e controle de programas e projetos formulados com o objetivo explícito de propiciar trocas voluntárias de valores, mercadorias e satisfação com mercado-alvo, com o propósito de atingir objetivos operacionais concretos. Quando o Marketing evoluiu para o cliente nas empresas, estas agregaram questões de responsabilidade social como um dos aspectos fundamentais na sua gestão. Para Kotler (1978), o conceito societal do Marketing é uma orientação para as necessidades dos consumidores, apoiados pelo marketing integrado, objetivando gerar satisfação dos consumidores e o seu bem-estar em longo prazo, como meio para se atingir os objetivos organizacionais. Nesse mesmo sentido, Schiavo (1997) aponta o Marketing Social como a gestão estratégica do processo de mudança social a partir da adoção de novas práticas, comportamentos e atitudes, nos âmbitos individual e empresarial, buscando orientações em princípios éticos, fundamentados nos direitos humanos e sociais. Esse termo é empregado para descrever o uso dos princípios e métodos do marketing, aqueles que buscam promover a aceitação de uma causa ou ideia, e que levem um ou mais segmentos populacionais identificados como público-alvo a mudanças comportamentais quanto à forma de sentir, perceber, pensar e agir sobre uma determinada questão, adotando a respeito novos conceitos e atitudes. O autor explica que o Marketing Social apropria-se dos conhecimentos mercadológicos para adaptá-los e colocá-los a serviço do bem estar social. Para que seja possível desenvolver a apropriação de conhecimentos mercadológicos, faz-se necessário desenvolver estratégias de Marketing, assim será possível encontrar respostas eficientes para ambientes de mercados com o objetivo de segmentar, desenvolver e 26 posicionar produtos e serviços para diversos públicos. Segundo Kotler (1992), a estratégia é um plano de como chegar lá. Cada negócio deve estabelecer sua própria estratégia para atingir suas metas. A importância da abordagem da estratégia em Marketing dar-se-á em função da diferenciação, ou seja, a empresa concentra esforços para alcançar desempenho superior em uma importante área de beneficio para o consumidor, valorizada por grande parte do mercado. Pode esforçar-se para ser líder em serviços, em qualidade, em estilo, em tecnologia, em atendimento, no que se faz para diferenciar, mas não é possível liderar em todas as áreas. Para que seja possível chegar ao público-alvo, é necessário estratégia para desenvolver o produto, o preço, a forma de atender à praça, e a criação de promoções. Day (1992 apud TOALDO; LUCE, 2006) afirma que estratégia de Marketing é o desenvolvimento das atividades e tomadas de decisão que buscam manter a vantagem competitiva sustentável no mercado. Isso ocorre devido a interação com o mercado externo através de relacionamento com o público, que são os consumidores, no qual é possível buscar informações para responder às demandas existentes. O grande objetivo do Marketing é fazer com que o consumidor deseje aquilo que a empresa tem a oferecer, criando assim valor para o cliente. Os 4p’s ou mix de Marketing são ferramentas que as empresas utilizam para atingir seus objetivos de Marketing no mercadoalvo. Segundo Churchill (2003 p. 20), produto é o que é oferecido para os clientes com propósito de troca; preço é a quantidade de dinheiro ou qualquer outra coisa que é dado em troca de produtos ou serviços; praça é o canal de distribuição usado para levar o produto ou serviço para o mercado; promoção são meios usados para informar, convencer e lembrar os clientes sobre o produto e serviço. O Marketing Pessoal está inserido nesta ferramenta, promoção, pois é através dela que será possível comunicar-se, com o objetivo de influenciar atitudes e comportamentos das pessoas a quem se deseja demonstrar tais competências. 2.2 O indivíduo nas organizações Os indivíduos evoluíram e alteraram conceitos, concepções, forma de agir, de pensar, dentre outros aspectos. O Marketing, por sua vez, também se modificou e evoluiu buscando se adequar da melhor maneira possível ao mercado e à sociedade como um todo. Dessa forma, torna-se necessário estudar o papel do indivíduo dentro das organizações e a sua relação com o Marketing visto que ele desempenha o papel fundamental para que as empresas e os produtos e serviços que estas oferecem possam ser bem vistos. 27 Segundo Chiavenato (2003), como consequência da Revolução Industrial, houve um crescimento desordenado e caótico das empresas. Os recursos eram mal aproveitados e desorganizados, portanto havia a necessidade de aumento da eficiência e de substituição do empirismo por métodos científicos. Nesse contexto, surgiram as escolas pioneiras da Administração: a Administração Científica e a Teoria Clássica. O fundador da Administração foi o engenheiro americano Frederick Winslow Taylor. O autor afirma ainda que Taylor identificou três males nas indústrias (vadiagem sistemática, desconhecimento pela gerência do trabalho dos operários, e falta de uniformidade dos métodos de trabalho). Da Administração Científica surgiu a Teoria Clássica de Henri Fayol. Fayol, por ter sido um homem de cúpula de grandes empresas, acreditava que a melhor forma para se atingir a eficiência era garantir a correta disposição dos órgãos componentes. Para que as organizações conseguissem dispor a organização da melhor maneira possível e, consequentemente, atingir a eficiência máxima, Fayol estabeleceu as funções básicas do administrador e da empresa, os elementos e os princípios da Administração (CHIAVENATO, 2003). Taylor preocupava-se com a máxima eficiência do trabalho concebida por meio de métodos e sistemas de racionalização. Fayol, por sua vez, buscava estabelecer princípios para a boa administração como planejar, organizar, coordenar, comandar e controlar. Para a teoria clássica ou Fayolismo que era a escola do pensamento administrativo com ênfase na estrutura organizacional, o importante era aperfeiçoar os sistemas de trabalho por meio da racionalidade, avaliando e escolhendo sempre a melhor alternativa para obtenção da máxima eficiência. Acreditava-se que sistemas eficientes e bem ajustados trariam por si só bons resultados. Essa teoria reduzia o indivíduo a um ser simples e previsível, treinado para executar tarefas extremamente repetitivas, motivado apenas pela remuneração financeira, mecanizando-o cada vez mais (CHIAVENATO, 2003). De acordo com Chiavenato (2003), a Teoria das Relações Humanas teve início no segundo período de Taylor, e constituiu num conjunto de teorias administrativas que ganharam força com a depressão criada na quebra da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929. As novas ideias trazidas por esta escola colocavam em evidência perspectivas para a recuperação das empresas de acordo com as preocupações de seus dirigentes, e tratavam os seres humanos de forma mais complexa. A Teoria das Relações Humanas surgiu como uma resposta ao completo desprezo dos aspectos humanos pela Abordagem Clássica e foi bastante influenciada pela Psicologia, uma ciência humana emergente na época. 28 Chiavenato (2003) descreve que a experiência de Hawthome, comandada pelo cientista Elton Mayo, foi o momento em que efetivamente surgiu a Escola das Relações Humanas e foi dividida em quatro fases e suas principais conclusões foram: a enorme relevância da integração social para a produtividade, a importância dos grupos sociais e do conteúdo do cargo. A principal contribuição da teoria foi a agregação de novos conceitos, como: motivação, liderança e comunicação. Como afirma Chiavenato (2003), Max Weber foi o primeiro teórico da abordagem das Relações Humanas. Ele voltou sua análise para a estrutura, e acreditava que a burocracia era a organização por excelência. Considerava que uma organização é racional quando é eficiente. Assim, para Weber, a burocracia era a forma mais eficiente de uma organização e descreveu um tipo de estrutura burocrática, que acreditava ser comum à maioria das organizações formais. As concepções contemporâneas da Administração estão relacionadas à estrutura, ao comportamento, contingencial. O enfoque da teoria estruturalista é a estrutura e o ambiente. De acordo com Chiavenato (2003), essa teoria provocou uma importante ruptura com as anteriores ao mostrar a organização como sendo um sistema aberto que se relaciona com o ambiente e com outras organizações. A Teoria Estruturalista baseia-se no conceito de estrutura, que é um todo composto por partes que se inter-relacionam. Portanto, o todo é maior do que a simples soma das partes. A Teoria Comportamental, para Chiavento (2003), surgiu como decorrência da Teoria das Relações Humanas, porém ela se posiciona de forma crítica em relação a esta, rejeitando as concepções ingênuas e românticas. A Teoria Comportamental apresentou uma nova compreensão das organizações tendo como ênfase nas pessoas e na busca de soluções democráticas e flexíveis para os problemas da gestão. Os principais estudos dessa teoria são a teoria de Maslow e a teoria de Herzberg. Porém, o estudo comparativo de Likert também foi importante para a teoria comportamental. Likert, segundo Chiavenato (2003), propõe um esquema que relaciona modelos de organizações, podendo ser: Autoritário Coercitivo: estilo fortemente arbitrário, que usa ameaças e punições; a comunicação é rara e o trabalho em grupo é inexistente; Autoritário Benevolente: é autoritário e impositivo, porém menos rígido que o sistema Autoritário Coercitivo. Existe consulta, delegação e recompensas; Consultivo: mais participativo e com menor arbitrariedade organizacional, os objetivos e as tarefas são discutidos previamente, existe uma certa comunicação de 29 baixo para cima e existe algum encorajamento para o trabalho de grupo. Permite alguma segurança coletiva e motivação dos trabalhadores; Participativo: democrático, todos participam democraticamente na tomada de decisões; existe boa comunicação em todos os sentidos e atinge-se um bom nível de motivação. O Sistema de Administração de Likert pode ser relacionado com as teorias X e Y de McGregor. Assim, o Sistema Autoritário Coercitivo e o Autoritário Benevolente corresponderiam à teoria X, que analisa as pessoas como sendo preguiçosas e indolentes, que evitam o trabalho e as responsabilidades. O Sistema Consultivo e Participativo corresponderiam à Teoria Y, que parte de uma visão mais positiva do homem. Já Teoria Geral dos Sistemas teve início com os estudos do biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy, que definiu o conceito de sistema aberto. Chiavenato (2003) expõe vários conceitos acerca do significado de sistema, mas, em síntese, considera sistema como um conjunto de partes interdependentes que formam um todo integrado, uma organização. Cada integrante do sistema teria comportamento diferente, caso atuasse isoladamente. Segundo o autor, na Teoria Contingencial há um deslocamento da visão de dentro para fora da organização, pois a ênfase se dá no ambiente externo e nas demandas ambientais sobre a dinâmica organizacional. Para essa teoria, o que determina as mudanças na organização são as condições ambientais, pois no ambiente estão as explicações das características organizacionais (CHIAVENATO, 2003). O indivíduo, após todas essas teorias e estudos, passou a ser visto de outra maneira, não mais como um recurso. Elton Mayo preconiza a ideia das necessidades humanas, como segurança, afeto, reconhecimento social, prestígio e autorealização. O homem é um ser social e não pode ser mecanicista. Porém, o indivíduo deve mostrar-se para que possa desenvolverse e atingir seus objetivos profissionais e pessoais. Assim mais uma vez, surge a necessidade do entendimento e da utilização do Marketing Pessoal nas relações pessoais e profissionais. As organizações não funcionam sem pessoas, e estas são o seu maior bem. Com isso temos uma relação de troca, pois as organizações dependem das pessoas para atingir seus objetivos e cumprir suas metas assim como as pessoas dependem das organizações para conseguir seus objetivos pessoais. Para Castells (2003), uma organização é uma colcha de retalhos, de experiências e de interesses em vez de uma carta de direitos e obrigações. Fica claro que o novo comportamento exigido do trabalhador é a sua capacidade de fazer de tudo um pouco, além de ter total domínio de todo o processo e de estar disponível para executá-lo. Um indivíduo volátil, que a 30 cada momento pode modificar-se diante de uma nova necessidade, de interesses e das inúmeras e simultâneas oportunidades, é o motor propulsor do que se pode considerar desenvolvimento e tendência de comportamento nas organizações de hoje. 2.2.1 Comportamento organizacional Dubrin (2003) afirma que é necessário estudar o comportamento organizacional, pois este é o estudo do comportamento dos indivíduos no local de trabalho, e dá interação que ocorre nesse ambiente. Pessoas que desejam realizar o seu Marketing Pessoal necessitam pensar em qual comportamento, ou qual será o comportamento desejado para que este seja visto aprovado. Os indivíduos estão inseridos em grupos pertencentes a sistemas organizacionais. A Figura 1 apresenta os níveis sobre os quais se construiu o modelo de comportamento organizacional. À medida que se evolui do nível individual para o nível do sistema organizacional, pode aumentar o entendimento sobre comportamento organizacional. Figura 1 - Modelo do Comportamento Organizacional Fonte: Robbins (2005 apud PIZOLOTTO; DREWS; ABREU, 2008, p. 15) Para Pizolotto, Drews e Abreu (2008), no nível de indivíduos, as variáveis que devem ser analisadas pelos gestores para que possa ocorrer o sucesso nas organizações estão relacionadas às características individuais de cada colaborador, aos valores pessoais, ao estilo 31 da personalidade, à forma como esse indivíduo compreende o que está se passando de que maneira toma suas decisões e como é motivado para realizar os seus objetivos. No nível de grupo, os autores afirmam que as variáveis que devem ser consideradas pelos gestores visando à equipe estão relacionadas à forma como os grupos se organizam, como acontece a comunicação interpessoal, como negociam conflitos, qual é o poder predominante e qual é o estilo de liderança. Já no nível de sistema organizacional deve ser levado em conta a estrutura da organização, a cultura desta, quais são as políticas e as práticas, como acontecem as mudanças e o desenvolvimento da organização, e como este sistema reflete no comportamento dos indivíduos e grupos com o propósito de adequar a gestão aos comportamentos desejados. Em síntese, os autores afirmam que o comportamento organizacional está ligado diretamente às atitudes e atos dos indivíduos nas organizações. Daí a necessidade do estudo do comportamento, pois este sempre estará focado nas pessoas, e estas que poderão estar realizando o Marketing Pessoal que desejam que seja visto e aprovado pelos gestores. 2.3 Gestão de pessoas A gestão do capital humano nas organizações está diretamente ligada à área de Gestão de Pessoas e a sua habilidade em captar e desenvolver indivíduos nas organizações. Nesse sentido, as empresas que buscam ser competitivas focam o seu cliente interno também. O Marketing, por muito tempo, esteve focado apenas no cliente externo. Hoje, com o cenário de valorização do ser humano, além de conquistar o cliente externo, tem o desafio de engajar os colaboradores para que estes transfiram sua satisfação pessoal ao produto e ao cliente. Assim motivam-se para atingir os seus objetivos e realizar o Marketing Pessoal. Segundo Chiavenato (2008), Gestão de Pessoas é uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações. Ela é contingencial e situacional, pois depende de vários aspectos, como a cultura que existe em cada organização, a estrutura organizacional adotada, as características do contexto ambiental, o negócio da organização, a tecnologia utilizada, os processos internos e uma infinidade de outras variáveis importantes nas quais estão envolvidas ambas as partes, pessoas e organizações. Gil (2008) afirma que a Gestão de Pessoas deve contribuir para que as organizações sejam eficazes por meio das pessoas, pois estas são seu principal motor para impulsionar o desenvolvimento. Assim, buscar a cooperação dos indivíduos que atuam nas organizações é 32 importante tanto para o alcance de seus objetivos individuais quanto para o alcance dos objetivos organizacionais. Chiavenato (2004) considera necessário um processo de reciprocidade entre organização e indivíduo. A Gestão de Pessoas desenvolve seis importantes processos: processo de agregar pessoas; processo de aplicar pessoas; processo de recompensar pessoas; processo de desenvolver pessoas; processo de manter pessoas; e processo de monitorar pessoas. Cada um desses processos tem sua importância para que a organização alcance seus objetivos. 2.3.1 Processos de gestão de pessoas De acordo com Chiavenato (2004), a Gestão de Pessoas é um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos. Os seis processos básicos são apresentados na quadro 1: Quadro 1 - Processo de Gestão de Pessoas Agregar pessoas Realizar o processo de seleção e integração Aplicar Pessoas Analisar os cargos e avaliar o desempenho Recompensar Pessoas Remunerar e avaliar os planos de carreiras bem como os benefícios e serviços disponíveis Desenvolver Pessoas Realizar treinamentos e capacitações Manter Pessoas Atrair e reter pessoas com programas de qualidade de vida Monitorar Pessoas Realizar pesquisas de clima organizacional bem como um banco de dados dos indivíduos. Fonte: Elaboração da autora, 2014. Vieira (2010) justifica que o processo de agregar pessoas tem como finalidade selecionar pessoas com perfil adequado para cada cargo. Com isso, a empresa procura um capital humano qualificado e capacitado para o cargo, e permite ao candidato que ele possa desempenhar todo seu conhecimento em uma função que ele escolheu e definiu para sua carreira. Assim pode desenvolver-se rapidamente e contribuir com a empresa para que esta alcance os resultados desejados. 33 De acordo com Chiavenato (2008a), o processo de aplicar pessoas significa que, uma vez recrutadas e selecionadas, as pessoas deverão ser integradas à organização, posicionadas em seus respectivos cargos e tarefas e avaliadas quanto ao seu desempenho. Quanto ao processo de remunerar as pessoas, as formas existentes são inúmeras. Algumas empresas remuneram de forma fixa, como um padrão, e outras remuneram de forma variável, de acordo com a produção do colaborador, por exemplo. Araújo (2006) diz que a remuneração variável tem como foco principal as pessoas, no sentido de recompensá-las pelas suas habilidades, competências e resultados proporcionados à organização. Esta, em contra partida, desenvolve critérios de remuneração que podem ser por habilidades, competências ou resultados. No processo de desenvolver pessoas, para Chiavenato (2008a), o departamento de Gestão de Pessoas busca manter o desenvolvimento do colaborador tanto para sua área de atuação quanto para possíveis áreas de crescimento profissional. Esse processo envolve questões como preparação de lideranças, gestão de aprendizagem, novos talentos e aprendizado organizacional. Chiavenato (2008) afirma que é necessário manter também. Esse processo visa ter os colaboradores satisfeitos e motivados, o que exige um conjunto de cuidados especiais, como estilos de gerência, programas de higiene e segurança do trabalho, que assegurem a qualidade de vida na organização. Chiavenato (2008) salienta que o processo de monitorar as pessoas não tem como objetivo a fiscalização do cumprimento das regras, mais, sim, o desenvolvimento do autocontrole em relação às metas e resultados a serem alcançados. Esse processo está diretamente relacionado com a maneira como as pessoas devem desenvolver suas atividades para alcançar os objetivos da organização. A Gestão de Pessoas traz outro olhar em torno dos colaboradores de uma empresa, afirma Ribeiro (2008). Enxerga-os como parceiros, não mais como um recurso da organização, servil e passivo, mas como um sujeito ativo e provocador das decisões, empreendedor das ações e criador da inovação nas organizações. De acordo com essa concepção, para um colaborador fazer parte de uma organização, é necessário que ele tenha perfil que ela deseja. É incoerente trabalhar em uma organização cujos valores, comportamentos e atitudes vão de encontro com o que o trabalho se propõe. O sucesso de uma empresa depende de um padrão de comportamento coerente com sua proposta. 34 Dutra (2002) afirma que a balança, figura 2, é uma representação do contínuo equilíbrio que deve ser perseguido entre empresa e pessoas, e ambas têm papéis importantes nesse equilíbrio. Para o autor, os processos de Gestão de Pessoas atuam como garantidores desse equilíbrio, mas não são suficientes. É necessário também um conjunto de políticas e práticas que sirvam de base na sustentação do equilíbrio e dos processos, chamados de bases estruturais. Figura 2 - Processo de Gestão Fonte: Dutra (2002, p. 16). Segundo o autor, cabe às pessoas a gestão do seu desenvolvimento, da competitividade profissional e da sua carreira. As pessoas estão adquirindo consciência do seu papel e passam a cobrar de si mesmas a gestão da própria carreira, e da empresa as condições objetivas de desenvolvimento profissional. E cabe às empresas criar espaço, estimular o desenvolvimento e oferecer o suporte e as condições para uma relação de alavancagem mútua das expectativas e necessidades. A empresa não conseguirá fazê-lo sem estar em contínua interação com as pessoas. Ao fazê-lo, conseguirá alavancar sua competitividade por meio das pessoas. As empresas tomaram consciência de que as pessoas são um dos fundamentos de maior importância para o seu funcionamento; são mais importantes do que qualquer tecnologia. Por isso, empresa e colaboradores necessitam manter um relacionamento saudável de ajuda mútua para alcançarem seus objetivos. É preciso que as pessoas sintam prazer em trabalhar, desde quando chegam, até a hora que saem. No entanto, para que isso ocorra, elas precisam estar motivadas. É 35 compreensível que diante da complexidade a empresa não conseguirá agradar a todos, mas deve buscar a maioria, pois um ambiente saudável, com pessoas felizes. tende a ser mais produtivo. Para Dutra (2002), os objetivos e os parâmetros dos processos de Gestão de Pessoas, podem ser classificados conforme o quadro 2. Quadro 2 - Objetivos e parâmetros dos processos de Gestão de Pessoas Processos Práticas Movimentação Captação Internalização Transferências Expatriação Recolocação Desenvolvimento Carreira Desempenho Remuneração Premiação Serviços e Facilidades Valorização Fonte: Adaptado de Dutra (2002, p. 49). A movimentação ocorre em virtude das captações de pessoas através dos processos de seleção. Quando existe adoção de padrões, práticas ou valores, e o indivíduo passa a integrá-los, ocorre a internalização. As transferências podem ocorrer devido à mudança de posição, cidade ou até mesmo empresa, esse é o caso também da expatriação que é a ação de transferir um profissional com a família para outro país em outra cultura e a recolocação é o momento de recolocar o empregado ou o demitido no mercado de trabalho. O processo de movimentação de pessoas, como explica Dutra (2008), tem grande influência na vida das organizações e das pessoas e demonstra relação com a estratégia da empresa. A estratégia da empresa é desenhada em função de como ela deseja inserir-se no mercado e em função de seu patrimônio de conhecimento. À medida que as pessoas influenciam a estratégia da empresa, essa estratégia será mais efetiva, pois são estas pessoas quem fazem acontecer estes objetivos propostos e desenhados através de estratégias. Assim, as pessoas são o importante diferencial competitivo para a organização, e as suas movimentações deverão ser bem planejadas para que todo o processo possa continuar ocorrendo de forma tranquila e correta. 36 Para que ocorra o desenvolvimento do profissional, é preciso que seja instituído um plano de carreira para que cada indivíduo possa desenhar e almejar os seus objetivos, buscando o melhor desempenho possível de suas atividades. Dutra (2008) define-o como a capacidade que as pessoas têm de assumir responsabilidades e atribuições. A partir dele, é possível identificar o grau de desenvolvimento atingido e, assim, realizar análises e comparações classificando essa melhora como patrimônio pessoal adquirido, permanente e intransponível. A valorização acontece à medida que a remuneração se torna adequada tanto ao mercado de trabalho quanto ao cargo, aconteçam premiações para os melhores desempenhos e seja possível oferecer serviços e facilidades com o intuito de o colaborador perceber que está inserido em uma organização que se preocupa com ele. Dutra (2008) discorre sobre as recompensas obtidas pelas pessoas da empresa devido ao seu empenho alinhado com o objetivo da empresa na execução de suas funções. Para o autor, esse é o mais importante processo de Gestão de Pessoas, pois terá uma relevância ascendente com o passar dos anos. Dutra (2008) afirma que cada vez mais as empresas buscam o comprometimento das pessoas, porém este só se concretiza a medida que elas percebem que a relação com a organização lhes traz valor, e que é garantia de criação e sustentação dos diferenciais competitivos. Assim as pessoas ganham voz e tornam-se fonte de pressão. Com essa pressão, as organizações estarão mais dispostas a atender às expectativas e necessidades de seus colaboradores, e estes buscam maior espaço para o desenvolvimento pessoal e profissional, para a manutenção da competitividade profissional e para o exercício da cidadania organizacional. O processo de Gestão de Pessoas contempla algumas práticas significativas para compreender a importância do Marketing Pessoal para profissionais. Chiavenato (2004) afirma que o mercado de trabalho está condicionado por inúmeros fatores, como o crescimento econômico, a natureza e qualidade dos postos de trabalho, a produtividade, a inserção no mercado internacional. 2.3.2 Gestão de pessoas por competências Dutra (2002) considera a valorização da competência como uma importante mudança de paradigma com relação a conceitos e valores. Essa mudança gera grande influência nos destinos das organizações, nas carreiras das pessoas e na evolução da sociedade. Mas, o fato 37 das pessoas possuírem habilidades e atitudes esperadas pelo mercado de trabalho não significa que o profissional as use. Isto só ocorrerá se houver a entrega por parte do colaborador. Fleury e Fleury (2004) caracterizam competência como um saber agir responsável e principalmente reconhecido, que implica mobilizar a equipe ou o local de trabalho, integrar e fortalecer laços, transferir conhecimentos e aprendizagens, recursos e habilidades que agregam valor econômico para a organização, e valor social para o indivíduo. Existe uma interação entre competências individuais e competências organizacionais. Aquelas se referem aos próprios trabalhadores que buscam valores sociais, enquanto estas são inerentes às empresas e fundamentais para oferecerem vantagem competitiva e valor diferenciado para o cliente. Os indivíduos possuem conhecimentos, habilidades e atitudes importantes para que possam agir, mobilizar, transferir, aprender, engajar-se e ter visão estratégica dentro das empresas, com o objetivo de agregar valores pensando nos aspectos sociais e econômicos de ambas as partes. A figura 3 apresenta essa definição. Figura 3 - Competência como fonte de valor para o indivíduo e para a organização Fonte: Fleury e Fleury (2004, p. 20). Leme (2005) compreende conceitos de competência como sendo conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA). Esses são diferenciais que as pessoas apresentam, e que tem impacto no seu desempenho e, obviamente, no seu Marketing Pessoal. São importantes para análise de desempenho e agregação de valor às atividades. Conhecimento é saber, é tudo aquilo que se aprende na vida; Habilidade é saber fazer, como utilizamos os conhecimentos 38 no dia-a-dia para realizar as atividades; Atitude é o querer fazer, são os comportamentos que diferenciam os indivíduos dentro das organizações. Dutra (2001) considera que as organizações e as pessoas estão em processo contínuo de troca de competências. A empresa transfere o seu patrimônio para que o indivíduo possa fazer, realizar e crescer, demonstrando qual é o seu interesse e aprimorando a sua profissão, sua carreira profissional a qual estará sempre sendo analisada dentro e fora da organização. 2.3.3 Motivação No processo de desenvolvimento do Marketing Pessoal, é fundamental que o indivíduo aprenda a arte da motivação. Bergamini (1997) afirma que a motivação é ampla e abrangente no que se refere a formas comportamentais. A diversidade de interesses individuais permite inferir que as pessoas não agem da mesma forma, mesmo para atingir objetivos semelhantes. Adota-se como diretriz administrativa que as chefias têm por obrigação motivar seus colaboradores. No entanto, o máximo que as chefias fazem é fornecer estímulos e ambiente adequados, buscando o comprometimento e o despertar de motivos internos em seus colaboradores para possibilitar, então, o surgimento das ações provenientes do comportamento motivado. Maslow (1954 apud PASQUINI et al, 2005), propõe que a motivação seja uma cadeia de eventos baseados no desejo de reduzir um estado interno de desequilíbrio tendo como base a crença de que certas ações deveriam servir a esse propósito. Para este autor, os indivíduos agem de acordo com aquilo em que acreditam. O estado da motivação guarda, no entanto, significativas particularidades que podem complicar o modelo geral que serve de base para a descrição dos atos motivacionais em sua concepção mais ampla. Pasquini et al (2005) explica a motivação como sendo um conjunto de fatores psicológicos, conscientes ou inconscientes, de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva. Esses agem entre si e determinam a conduta do indivíduo. Esse entendimento pode-se relacionar com a ideia de Maslow, para quem a motivação é a procura pela redução de um estado interno de desiquilíbrio. Pode-se considerar a Revolução Industrial como um dos precursores do que se conhece como motivação nas organizações. Embora as organizações existam desde muito antes da Revolução Industrial, a preocupação com o fator humano nas organizações é algo recente (BERGAMINI, 1997). Segundo a autora, antes da Revolução Industrial, a principal forma de motivação consistia em punições tanto psicológicas quanto financeiras, gerando um ambiente generalizado de medo. Após a Revolução Industrial, houve investimentos 39 significativos para aumentar a eficiência dos processos produtivos, e isso resultou numa preocupação com a melhora dos procedimentos na forma de trabalhar. A autora afirma ainda que após a revolução, surgiram linhas de pensamento cujo desafio era descobrir o que se deveria fazer para motivar as pessoas que trabalhavam com medo ou até mesmo com desconfiança. Com o passar do tempo, descobriu-se que cada indivíduo já traz dentro de si suas próprias motivações, e por isso a organização deve agir de forma que as pessoas não percam a sua sinergia motivacional (BERGAMINI, 1997). Apesar de a motivação ser uma ferramenta essencial para a organização, ela pode acontecer de forma incorreta se for aplicada sem prudência e com objetivos meramente de recompensas materiais. Drucker (1974) alerta que o crescente nível de expectativas materiais que torna as recompensas materiais cada vez menos eficazes como força de motivação e como instrumento administrativo. Quanto à maneira pela a qual a motivação se processa no indivíduo, a maior parte dos autores concorda que é por meio de um processo interno, mas que pode sofrer influência de fatores externos. Araújo (2006) afirma que ninguém motiva ninguém, mas acredita que os gestores devem proporcionar condições que satisfaçam, ao mesmo tempo, necessidades, objetivos e perspectivas das pessoas e da organização. Para Bergamini (1997), a motivação abrange grande variedade de formas comportamentais. A diversidade de interesses dos indivíduos permite constatar que as pessoas não fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões. Ainda, segundo a autora, cada pessoa possui certos objetivos motivacionais, e o sentido que elas dão a cada atributo que lhes dá satisfação é próprio apenas de cada uma. Isto é, o significado de suas ações tem estreita ligação com a sua escala pessoal de valores. Esse referencial particular é que realmente dá sentido à maneira pela qual cada um leva a sua existência de ser motivado. Bergamini (1997) ressalta que, quando se assume a possibilidade de motivar as pessoas, pode-se confundir motivação com condicionamento. É preciso entender que, quando se assume condicionar pessoas, se os condicionamentos desaparecerem, o indivíduo não se motivará. É indiscutível, então, que ninguém consegue motivar alguém, uma vez que a motivação nasce no interior de cada um. Ainda, para a autora, o desconhecimento desse aspecto poderá levar à desmotivação das pessoas. Portanto, uma grande preocupação da administração deve ser, acima de tudo, oferecer um ambiente de trabalho no qual a pessoa mantenha a sua motivação. Nesse sentido, fazendo uma relação com o Marketing Pessoal, é necessário que as pessoas estejam em constante busca de objetivos e desenvolvimento para 40 que possam ter a necessidade de mostrar o que fazem, como fazem e quais são suas habilidades. O quadro 3 apresenta uma evolução histórica nos estudos sobre a motivação no trabalho. A trajetória passa por várias escolas e chega até os dias contemporâneos em que os modelos de gestão focam a participação e autonomia como importantes canais para a produtividade e cooperação no ambiente laboral. Quadro 3 - Motivação dos quadros operacionais Época Corrente/Autor Fator de Motivação Necessidade Dominante 1900 Taylorismo 1924 Relações Humanas 1954 Maslow Perspectiva de satisfação da necessidade dominante. 1959 Herzberg Enriquecimento do trabalho Estima, autorrealização 1960 McGregor Autonomia e desafios Estima, autorrealização 1964 Vroom Expectação intrumentalidade e valência Estima, autorrealização Punições e recompensas pecuniárias Relações interpessoais. Fisiológicas Sociais 1960/1970 Democracia Industrial Sede de novos valores na Noruega Hierarquia das necessidade Valor social do momento 1950 Logoterapia Frankl Busca de realização de um sentido Meta-necessidades, auto realização 1975 Programação neurolinquistica Bllandler& Grindler Comunicação sem vícios, atitude positiva Estima 1990 Couching/Fournies Reforços positivos Estima 1990 Energização/Byhan Participação, comunicação autonomia e reconhecimento eficaz, Estima e autorrealização Fonte: Adaptado pela autora com base em Hering (1996 apud MELO; MARQUES, 2008, p. 10). 41 O Taylorismo propõe racionalização do trabalho, punições e recompensas, com divisão entre planejamento e execução, e com ênfase nas tarefas. A característica da teoria das Relações Humanas, por sua vez, afirma que o homem se comportava de acordo com as normas do grupo informal. Com isso trouxe uma nova perspectiva para a recuperação das empresas visto que os diretores começaram a pensar no seu capital humano. Após as empresas constatarem a necessidade de acompanhar e desenvolver as pessoas, Maslow criou a Hierarquia das Necessidades Humanas na qual afirma que a cada momento há uma necessidade insatisfeita predominante (MELO; MARQUES, 2008). Maslow denominou fisiológica a primeira e mais básica necessidade do corpo. A segunda é a segurança que inclui a necessidade de proteção contra danos físicos e emocionais. A terceira é a social, que engloba as necessidades de afeição, aceitação, amizade e sensação de pertencimento. A quarta é a estima. Está contempla fatores internos, como respeito próprio, realização e autonomia, e fatores externos, como status, reconhecimento e atenção. A quinta e última é a autorrealização, ou seja, a intenção de tornar-se tudo aquilo que se é capaz de ser, que inclui o crescimento, o alcance do próprio potencial e o desenvolvimento. Herzberg criou a teoria dos dois fatores: o higiênico e o motivacional. Para Pontes (2002 apud FRAGA, 2010), os higiênicos abrangem todos os benefícios oferecidos pela empresa, tais como ambiente de trabalho, relacionamento com os superiores, segurança no emprego, benefícios sociais e salário. Esses são vistos como fatores que podem gerar insatisfação mas, quando forem apropriados, as pessoas não ficarão insatisfeitas. Já os fatores motivadores, estão relacionados com o cargo ocupado pelo empregado e abrangem reconhecimento e oportunidade de progresso profissional, responsabilidade e realização. Esses fatores podem levar os colaboradores de estados de não-satisfação ao estado de satisfação. McGragor define duas formas de encarar o trabalhador: Teoria X e Teoria Y. A teoria X representa as ideias tradicionais sobre o controle do comportamento humano no trabalho. Segundo essa teoria, os colaboradores possuem aversão ao trabalho e o encaram como um mal necessário. Já na concepção da Teoria Y afirma que os trabalhadores encaram o trabalho como algo natural como se estivessem fazendo uma atividade de lazer. Vroom (1997) afirma que pessoas com as mesmas necessidades predominantes nem sempre se sentirão motivadas da mesma forma. Quando surgiu a Democracia Industrial na Noruega, as organizações com sistemas abertos refletiam os novos valores que surgiam na sociedade. A busca do sentido na vida como principal força motivadora do ser humano veio por meio da Logoterapia Frankl. A Logoterapia é um sistema teórico-prático de psicologia, 42 criado pelo psiquiatra vienense Viktor Frankl, que se tornou mundialmente conhecido a partir de seu livro “Em Busca de Sentido” no qual expõe suas experiências nas prisões nazistas e lança as bases de sua teoria. Para a melhoria das relações interpessoais e para a eficácia de objetivos através de técnicas de comunicação e de programação pessoal surgiu a Programação neurolinguística Bllandler & Grindler. Após, começaram a se desenvolverem as técnicas behavioristas para gerenciamento de desempenho, conhecidas como Couching ou Foutnies. Nos anos 90, também surgiu a energização de Byhan, que trata da qualidade e da produtividade decorrentes de uma energia positiva. É possível inferir que o intuito principal dessas teorias é o controle psicológico. Fica claro, segundo essas teorias, que o dinheiro e o incentivo ao alcance de metas são fortes elementos motivadores das pessoas, mas não funcionam plenamente sem a ajuda de outros fatores higiênicos, como um bom ambiente de trabalho, e de outros fatores motivacionais como reconhecimento, responsabilidade, realização pessoal, oportunidade de crescimento, desafios, entre outros. 2.4 Intraempreendedorismo como ferramenta do Marketing Pessoal Após verificar como a Gestão de Pessoas trabalha os processos dentro das empresas e como os indivíduos estão inseridos nelas, é necessário compreender como os intraempreendedores buscam o desenvolvimento próprio. Garcia, Gimenez, Toledo (2008), consideram o intraempreendedorismo como fruto de comportamentos de indivíduos dentro de organizações associados à sua capacidade de criatividade e inovação, guiados por um sentido de visão e integração, determinação e competitividade, por meio de um processo de liderança e iniciativa e voltados para resultados e busca de oportunidades. Dornelas (2001) afirma que o intraempreendedor está disposto a ir além das tarefas normalmente relacionadas aos administradores. Possui uma visão mais abrangente e não se contenta em apenas fazer o que deve ser feito. Busca mais do lhe foi solicitado, vai além das suas tarefas delegadas, busca sempre algo novo, ou seja, cria e inova. Já Dolabela (1999) diz que este estilo profissional é motivado pela liberdade de ação e pelo acesso aos recursos organizacionais, mas sensível às recompensas organizacionais. No que se refere às atividades, ele as delega, mas também se envolve quando necessário. Quanto às competências, ele é parecido com o empreendedor, mas utiliza certa habilidade política. 43 Segundo Antoncic (2001 apud LANA, 2010), intraempreendedorismo significa empreendedor interno. É a atitude intraempreendedora definida como a determinação em busca da solução nova ou criativa para desafiar e confrontar as velhas práticas da empresa no que se refere a estratégias e à forma como a empresa lida com os competidores num âmbito mais amplo, incluindo o desenvolvimento e a melhora de velho ou novo produto, serviço, mercado, administração e tecnologias para desempenhar as funções organizacionais. Ainda, de acordo com o autor, o intraempreendedorismo refere-se a um processo interno de uma empresa existente, não somente com novos negócios, mas também com outras atividades e orientações inovadoras. O intraempreendedor adota uma forma de pensar diferente do típico empregado, em qualquer nível, assume responsabilidades, opera como dono do projeto. Outros autores consideram dimensões distintas para o intraempreendedorismo. Para Zahra (1996 apud LANA, 2010), a primeira dimensão seria a inovação e a criação de novos negócios; a segunda, a renovação estratégica. A criação de negócios vem do compromisso da empresa com a manutenção da inovação, criando novos mercados ou expandindo aqueles já existentes. A renovação estratégica, por sua vez, significa a revitalização de operações, modificando o negócio ou sua abordagem frente à competição. As organizações tentam facilitar, de diversas maneiras, o surgimento de empreendedores e suas iniciativas. Essas empresas costumam promover um ambiente de trabalho prazeroso, recompensam adequadamente os empreendedores e também procuram eliminar ou minimizar barreiras que possam dificultar iniciativas empreendedoras, além de manter uma estrutura ampla e aberta de comunicação. Pinchot (1985 apud LANA, 2010) define o intraempreendedor como uma pessoa focada em inovação e criatividade, que transforma um sonho ou ideia em um negócio rentável ao mesmo tempo em que opera dentro do ambiente de uma organização. Essas organizações vêm-se reestruturando e repensando seus processos de trabalho interno. Buscam eficácia e qualidade dos processos para construir vantagem competitiva e adotam programas de qualidade e sistemas de gestão. Essas organizações são sistemas abertos, entidades complexas, partes inter-relacionadas nas quais ocorrem entradas, que são (input). Submetem estas entradas a um processamento (transformação) e geram para o ambiente algumas respostas que são as saídas (output). Nesse processo, a maior parte dos empregados será constituída de intraempreendedores que operam intra-empresas de serviços internos. 44 Uma organização pode recorrer a ações para criar um ambiente favorável ao intraempreendedorismo. Segundo Hamilton (2008 apud LANA, 2010), esse recurso implica: recompensar o tipo de comportamento almejado; fazer com que seja adequado que as pessoas assumam riscos; dar controle às pessoas; promover transparência no negócio; fazer com que o aprendizado seja uma parte inerente ao negócio. Para o autor, os intraempreendedores têm algumas características peculiares: são confiantes; possuem boas habilidades políticas e de negócios; são ”networkers”, sabem quem devem conhecer, e como encontrar; usam recursos para construir relações benéficas ativamente; são inovadores. Pinchot (1989 apud URIARTE, 2000) considera o intraempreendedorismo como um sistema revolucionário para acelerar as inovações dentro de grandes empresas, por meio do uso adequado dos seus talentos empreendedores. E estes são os integradores que combinam os talentos dos técnicos e dos elementos de marketing, estabelecendo novos produtos, processos e serviços. O desafio da empresa é conseguir desenvolver seus colaboradores, dando-lhes oportunidades de fazer com que suas ideias se realizem. O intraempreendedorismo surgiu como uma decorrência natural do empreendedorismo e se impôs como uma maneira saudável para se reagir aos novos desafios das empresas. Dentro das empresas existem os empreendedores e os intraempreendedores. Pinchot (1989 apud BERTO; JUNQUEIRA, 2009) afirma que sempre houve estes intraempreendedores, mas que existem diferenças significativas entre empreendedores e intraempreendores. Essas diferenças podem ser analisadas no quadro 4 a seguir: 45 Quadro 4 - Diferenças entre empreendedores e intraempreendedores Empreendedor Intraempreendedor Usa capital próprio; Utiliza o capital da empresa; Cria toda a estrutura operacional; Usa a estrutura da empresa; Tem poder de ação sobre o ambiente; Depende da cultura da organização Qualquer fracasso significa perda de Fracasso parcial significa apenas um dinheiro; Fracasso total significa falência; erro; Fracasso total significa no máximo É o chefe; Monta sua equipe; Necessita de demissão; apenas uma o salário produção. É subordinado; Não tem poder para escolher equipe; oportunidade; Possui onde está inserido conforme sua Necessita de mais oportunidades para poder mostrar o seu trabalho; Possui salário certo no final do mês. Fonte: Adaptado de Pinchot (1989 apud BERTO; JUNQUEIRA, 2009, p. 7). Quando o indivíduo é intraempreendedor, ele utiliza do capital da empresa para realizar as suas atividades, um comportamento diferente daquele empreendedor que necessita criar todo o seu espaço. Sendo assim, esse intraempreendedor depende de uma cultura organizacional que já existe, e o empreendedor é quem terá o poder de agir e fazer dentro de sua empresa. O intraempreendedor não tem tanto medo de fracassar, pois todo o esforço está voltado para algo que não é propriamente dele; é subordinado e não terá poder de escolha de sua equipe para desenvolver projetos e objetivos. Já o empreendedor é o chefe, é quem manda, é quem escolhe a equipe e, destas forma, seu sustento depende somente de suas oportunidades e resultados. O indivíduo empreendedor cria as oportunidades para desenvolvimento de sua criação, e o intraempreendedor depende das condições oferecidas pela empresa ou por terceiros. Grousbeck (1997 apud BRINGHETI et al, 2007) afirma que, para se tornar intraempreendedor, a pessoa necessita ser empreendedora, ter desejo intenso de empreender, inovar. É necessário ser reconhecido como um líder, ter um bom relacionamento com os superiores, trabalhar em uma direção pré-estabelecida, saber visualizar a ideia e todas as 46 etapas de sua realização, conseguir manipular o sistema para adequar aos seus interesses. Tudo isso leva apresentação de um Marketing Pessoal. 2.5 Marketing Pessoal Os indivíduos estão inseridos em organizações e sistemas. Cada organização possui seu próprio comportamento, e este pode interferir ou não na motivação das pessoas. Estas, se forem bem geridas, apresentarão um bom desempenho e por suas competências poderão desenvolver-se e destacar-se frente aos colegas. Para demonstrar as competências e o desenvolvimento, faz-se necessária a utilização de ferramentas de Marketing Pessoal, que contribuirão para alavancar sua imagem pessoal e profissional. As ferramentas de Marketing Pessoal são aplicáveis à formação de uma imagem pessoal. Elas contribuem, inclusive, para a formação de estratégias profissionais que visam obter sucesso. Colombo (2005, p. 225) afirma que: O Marketing Pessoal é, ao mesmo tempo, simples e complexo. É complexo porque envolve mudança e estabilidade, baseia-se em competências e é avaliado pelos comportamentos e pelas ações, utiliza atributos pessoais e requer relacionamentos interpessoais, respeita o passado e foca o futuro, estipula uma visão e busca resultados em ações, requer aprender e desaprender. É simples porque representa o seu “eu interior” em sintonia harmônica com o seu “eu exterior”, reúne um conjunto de ações e mostra a essência do indivíduo. O referido autor explica que Marketing Pessoal é uma competência desenvolvida e exposta por meio do comportamento dos indivíduos, dentro e fora das organizações. Envolve relacionamento duradouros. É um processo interpessoal voltado para projetos e planos do futuro. É simples por demonstrar apenas que o indivíduo é, e pode ser complexo por envolver uma rede de relacionamentos através de comportamentos (COLOMBO, 2005). O Marketing Pessoal utiliza os conceitos e os instrumentos do Marketing em benefício da carreira profissional e da vida pessoal dos indivíduos, valorizando os seus diferenciais mercadológicos, suas vantagens competitivas e direcionando os processos que facilitam o melhor posicionamento no mercado. Dessa forma, tem destaque quando aplicado por profissionais como uma ferramenta estratégica de promoção pessoal e, da organização a que presta serviço, como no caso das instituições educacionais (PETERS, 2000). É importante analisar a história do Marketing para se proceder um estudo sobre o Marketing Pessoal. 47 O Marketing surgiu quando o homem procurou realizar a primeira troca, a primeira intenção comercial, tendo como berço os Estados Unidos. Sua essência é, a relação de troca transformada ao longo dos anos (KOTLER, 2000). Introduzido com o nome de Mercadologia, foi com o passar do tempo, substituído pelo termo Marketing, hoje reconhecido internacionalmente. Sua história está vinculada à história da humanidade e de sua evolução e, da mesma forma, tem sofrido transformações cada vez mais rápidas, modificando conceitos, valores, crenças e reformulando os paradigmas no que se refere ao modo de produção e às relações de troca (UCHOA; SILVA 2006). Segundo Kotler (2000), dos séculos XVII a XIX nos Estados Unidos e na Europa, as empresas desenvolveram a capacidade de criar produtos em grande escala e baixo preço, enfatizando o produto. As opções eram poucas, compravam o que estava disponível. Em função disso toda orientação era voltada para o produto. Assim surgiu o conceito de Marketing orientado para o produto. A evolução do conceito de Marketing, de acordo com Cobra (2003), ocorreu em quatro períodos distintos: a era da produção; a era das vendas; a era do Marketing e a era do Marketing digital. É na era do Marketing que ocorre maior preocupação com o cliente e, com clara intenção de conquistá-los. O autor afirma que, quando o mercado não consegue absorver os produtos e há excedente e quando o esforço de venda não dá conta de colocar tais produtos no mercado, surge a preocupação com o cliente, ou seja, com o Marketing e, consequentemente com o Marketing Pessoal. Cobra (2003) afirma que na era da produção, até meados de 1920, muitas empresas nas economias mais desenvolvidas do Oeste Europeu e dos Estados Unidos estavam orientadas pela produção. Não havia preocupação com a venda, uma vez que praticamente tudo que se produzia era vendido. Já em 1925, a maior parte dos produtos utilizavam ferramentas de Marketing para chegar até os consumidores, afirma Kotler (2000). Em muitos casos, a oferta excedia a demanda, existia competição crescente entre os produtores de produtos similares. Assim, o produtor precisava encontrar clientes para aquilo que vendia. Daí surgiu o conceito de Marketing orientado para a venda. A busca era promover e vender seus produtos e serviços o objetivo era localizar clientes potenciais e utilizar-se do poder de persuasão de massa através da propaganda e o poder de persuasão individual da venda pessoal para vender quantidade cada vez maior. Nesse momento já era utilizado o Marketing Pessoal. No início dos anos 50, as técnicas de produção já estavam dominadas, e na maioria das nações desenvolvidas a preocupação era com o escoamento dos excedentes de produção. Para subsidiar o trabalho dos vendedores, as empresas passam a anunciar seus produtos, na 48 expectativa de que os consumidores abrissem suas portas para receber os vendedores, principalmente os de venda domiciliar. De acordo com Pavan (2007), em 1954, Peter Drucker, lança seu livro A Prática da Administração, que apresenta o Marketing como uma força poderosa a ser considerada pelos administradores. Foi o primeiro registro escrito que cita esta ferramenta como uma força. Para Kotler (2000), primeira grande mudança foi introduzida em 1960 por Theodore Levitt, professor da Harvard Business School, mais tarde intitulado o pai do marketing. Seu artigo na revista Harvard Business Review, "Miopia de Marketing", revelou uma série de erros de percepções mostrou a importância da satisfação dos clientes e transformou para sempre o mundo dos negócios. O vender a qualquer custo deu lugar à satisfação garantida. A partir disso, pesquisas e artigos científicos começaram a aparecer e viu-se a necessidade de um estudo de mercado. Em 1967 Philip Kotler lança a primeira edição de seu livro “Administração de Marketing”, no qual reuniu, revisou, testou e consolidou as bases do que, até hoje, formam Marketing. Nos anos 70, começaram a aparecer departamentos de Marketing nas grandes empresas, pois se tratava de uma questão de sobrevivência no mercado. Com o avanço tecnológico nos anos 90, o Marketing teve um forte impacto no mundo. Com tantas inovações, as opiniões e satisfações dos consumidores passaram a ligar-se diretamente à participação das organizações no desenvolvimento e aprimoramento do marketing pessoal dos colaboradores, que sempre serão a força motriz de uma empresa e critério de vantagem competitiva. De acordo com Richers (1994), o Marketing se integrou rapidamente na sociedade brasileira devido ao processo de substituição de importações pela adoção de tecnologia inovadora de novos métodos e sistemas administrativos e pela difusão da inovação por escolas superiores e de cursos especiais. Além disso, pela preocupação com o cliente que, tornando-se encantado, assume o produto ou o serviço como o ideal para atender às suas necessidades e desejos. Este autor, afirma que o Marketing tornou-se importante não apenas para as organizações mas também para as pessoas que buscam apresentar-se como valiosas dentro e fora dessas organizações, pela da exposição e do reconhecimento de suas habilidades profissionais no mercado. Assim, nasce o Marketing Pessoal, foco deste estudo. É possível afirmar que o Marketing evoluiu e tornou-se uma ferramenta importante e valiosa para as empresas. Com o Marketing Pessoal não foi diferente. Uma análise de toda essa história que envolve o passado e o presente pode confirmar que o Marketing Pessoal 49 sempre esteve presente nos indivíduos, porém, agora está em evidência dentro das empresas e para os gestores. O Marketing Pessoal valoriza o ser humano em todos os seus atributos e características. Visa possibilitar a utilização plena das capacidades e potencialidades humanas na área profissional e na vida pessoal. Segundo Oliveira Neto (1999, p. 22), O marketing pessoal não trata nem reduz as pessoas a um objeto. Ao contrário, valoriza o ser humano em todos os seus atributos e características inclusive em sua complexa estrutura física, intelectual e espiritual. Na verdade possibilitar a utilização plena, divulgar e demonstrar cada uma de nossas capacidades e potencialidades é sua principal tarefa. A cada dia, o tema ganha importância. Sua capacidade de auxiliar a inserção de profissionais no mercado é efetivamente uma vantagem competitiva que deve ser buscada numa economia em que o verdadeiro diferencial competitivo das organizações é a natureza, a qualidade e a capacidade dos homens e mulheres que as fazem. 2.5.1 Conceituando o Marketing Pessoal Analisando os conceitos e a história, pode-se afirmar que o objetivo do marketing é conhecer e compreender o cliente muito bem, de modo que o produto, serviço (ou pessoa marketing pessoal) se ajuste e se venda por si próprio (FREIRE; SOUZA, 2001). Para Santos (2002), os conceitos de Marketing podem ser comparados à pessoa como produto, no momento em que esta pessoa possui uma estratégia com o objetivo de levar a sua imagem profissional (produto - pessoa) até o consumidor final, o cliente, que, no caso de produtopessoa é o chefe, amigo, colega de trabalho, esposa. É Marketing Pessoal. Limeira (2004) limita a definição de Marketing Pessoal quando afirma que seria apenas a aplicação do composto de Marketing para gerar interesse e preferência em relação a uma pessoa. Normalmente seria adotado por políticos, artistas e outros profissionais que necessitam de reconhecimento popular. Kotler (2000) diz que o Marketing Pessoal é um novo conceito e instrumento do marketing em benefício da carreira e das vivências pessoais dos indivíduos, valorizando o ser humano em todos os seus atributos, características e complexa estrutura. Hoje, o Marketing Pessoal converte-se em uma vantagem competitiva, já que facilita a inserção de profissionais no mercado de trabalho, que se revela cada vez mais competitivo. Sobretudo, vem ganhando importância porque as empresas estão valorizando, mais do que simplesmente a experiência profissional de seus colaboradores. 50 Marketing Pessoal é uma nova disciplina. Ela usa os conceitos e instrumentos do marketing em benefício da carreira profissional e da vida pessoal dos indivíduos, valorizando os seus diferenciais, suas vantagens competitivas, catalisando os processos que facilitam o melhor posicionamento de mercado. Para Kotler (2000), o Marketing Pessoal é um processo que inclui a concepção, o planejamento e a execução de ações que viabilizem a projeção das pessoas e dos profissionais. O conceito central do Marketing é a troca, e o do Marketing Pessoal é a transformação. O Marketing Pessoal analisa a imagem e as características que o aspirante possui e quais o setor deseja e promove as transformações necessárias para aproximar os dois lados e, dessa forma, ocorrer a troca. A transformação da imagem promove mudanças de atitudes, hábitos, comportamento, valores e desejos (KOTLER, 2000). Para Cunha (2006), assim como no Marketing convencional, em que a empresa antes de lançar um produto busca entender o seu mercado, no Marketing Pessoal o profissional deve fazer o mesmo: entender as expectativas do seu mercado de atuação, planejando, de forma estratégica, a sua carreira. O profissional deve possuir características que o levem a ser considerado um verdadeiro talento por aqueles com quem convive. Também são esperados desse profissional conhecimentos múltiplos e que ele saiba trabalhar em diferentes estruturas. Persona (2005) afirma que relacionar o Marketing Pessoal com a carreira é um desafio, pois é um tema bastante recente e pouco estudado em bases teóricas sólidas. É visto como um conjunto de ações que fazem com que o indivíduo se posicione melhor no mercado e tenha as melhores atuações. O Marketing Pessoal envolve um conjunto de competências que são fundamentais para diferenciar os indivíduos, com o objetivo de criar valor e relacionamentos para serem entregues ao mercado de trabalho na forma de serviços (CORTEZ, 2004). Na visão de Martins (2008), o Marketing Pessoal pode ser uma técnica eficaz para o sucesso global, se utilizada de forma correta e bem intencionada, valorizando as pessoas no caminho para o sucesso pessoal e profissional. O marketing pessoal utiliza os conceitos e os instrumentos do marketing em benefício da carreira profissional e da vida dos indivíduos, valorizando os seus diferenciais mercadológicos, suas vantagens competitivas e catalisando os processos que facilitem o seu melhor posicionamento no mercado. No contexto individual, o Marketing Pessoal surgiu da necessidade de se ter uma ferramenta eficaz na diferenciação de um profissional no mercado de trabalho. É o ponto de partida para projetar imagem, ou seja, a marca da pessoa, com o objetivo de desenvolver seus conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA). 51 Marketing Pessoal é a técnica de aplicar aos propósitos pessoais ou profissionais dos indivíduos os princípios mercadológicos e institucionais de adequação das empresas às necessidades e expectativas de seus vários públicos. É uma transposição de conceitos oriundos de campos das pessoas jurídicas para o campo das pessoas físicas (VAZ, 1995). Ainda para o autor, o principal objetivo do marketing pessoal é o sucesso, destacar-se dos demais concorrentes e atingir uma posição de evidência. Matarazzo (2002) afirma que a prática do marketing pessoal consiste em mostrar, por meio da aparência física, um conjunto de informações que possibilitem resultados positivos na concretização do sucesso. Esse conjunto pode ser interpretado como a adição do profissional com o marketing pessoal adequado, que gera a competência e a experiência. O Marketing Pessoal é uma estratégia individual para atrair e desenvolver contatos e relacionamentos interessantes do ponto de vista profissional e pessoal, bem como para dar visibilidade a características e competências relevantes na perspectiva da aceitação e do reconhecimento por parte dos outros (RITOSSA, 2009). Durante a era industrial, os ativos físicos de uma empresa, como maquinaria, instalações industriais e mesmo terrenos, determinavam sua força de competição. Hoje, na era do conhecimento, o capital intelectual define a vantagem competitiva de uma empresa. Segundo Carvalhal (2005 apud GONZALES, 2009), o Marketing Pessoal foca o indivíduo, como um produto comercial no competitivo mercado de trabalho, comprável, entre outras características, pela sua capacidade de resolver os problemas inerentes a uma organização. Envolve diretamente o elemento humano. O homem é o foco, vende-se a si mesmo. O Marketing Pessoal é o processo de estar em evidência. Rein (2004) explica que algumas pessoas ganham fama, atingindo o topo do sucesso, enquanto outras permanecem obscuras mesmo tendo capacidade para realizar um excelente trabalho. Visibilidade é o que todo executivo em início de carreira quer, e o que todo profissional incógnito almeja. Algumas pessoas têm a capacidade de atrair os outros. Elas são espirituosas, animadas e comunicativas. Em qualquer lugar, conseguem se enturmar facilmente, porque sabem como causar uma excelente primeira impressão. São risonhas, confiantes, por isso as pessoas gostam de ficar ao lado delas. Em qualquer relação, seja ela pessoal ou profissional, é necessário reforçar os laços de confiança dia após dia, para ter mais crédito, caso contrário, a pessoa será esquecida. Além disso, as pessoas estão na era das redes e dos relacionamentos em que a sua integridade é colocada a toda prova (MATARAZZO, 2002). Para o profissional que exerce o Marketing Pessoal, o grande problema limitado às suas oportunidades ou se ele deve adquirir forças para explorar oportunidades melhores. O 52 Marketing Pessoal deve ser utilizado no dia-a-dia, em diversas situações. Para isso pode ser definido um roteiro, e uma das premissas do roteiro é identificar os pontos fracos e torná-los fortes. Gerir si mesmo requer esforço e dedicação, pois a persistência na ação é fundamental para obter os resultados almejados. Costa (2002) afirma que os pontos fortes, pontos fracos e pontos a melhorar são características internas, reais da organização, e o indivíduo pode utilizar-se delas para colocar-se em posição vantajosa ou desvantajosa frente ao cliente e seu próprio gerente. Matarazzo (2002, p. 15) propõe que: Por melhor que seja a sua primeira impressão, ela é superficial. Se você foi sorridente e educado, pensarão que é simpático. Se falar duas ou três coisas interessantes, poderá se sair com uma imagem de inteligente. Se estiver bem vestido e exalar um bom perfume, será lembrado como bem-sucedido. Enfim, a pessoa recebe um ou mais rótulos, em função do seu desempenho naqueles poucos segundos, minutos ou horas em que se relacionou. Percebe-se assim a importância do Marketing Pessoal. Minarelli (2009) afirma que se houver inteligência e equilíbrio, a comunicação estruturada é uma maneira de se manter vivo na memória das pessoas para quais foi prestado algum serviço. A partir dessa afirmação, é possível concluir que, na dose certa e de forma planejada, é possível desenvolver um Marketing Pessoal, decisivo frente aos clientes. Doin (2002 apud TASCIN; SERVIDONI, 2005) afirma que uma pessoa que possua talento e competência suficientes para exercer a sua atividade, praticando e aperfeiçoando constantemente o seu Marketing Pessoal, pode maximizar os seus objetivos profissionais, elevando o seu nível de notoriedade de imagem e, assim obter recompensa por esse fato. No entanto, esta é uma tarefa que exige paciência, disciplina, perseverança, elevada autoestima, determinação e um conjunto de crenças e valores que orientam as atitudes e comportamentos de forma a dar um uso correto das habilidades inatas e das habilidades que podem ser construídas e aperfeiçoadas. 2.5.2 Composto de Marketing Pessoal O estudo do composto de marketing e a inter-relação imediata com as ações de Marketing Pessoal são necessárias. Kotler (2000) define as quatro variáveis do composto de Marketing como de mix do marketing, que é definido como um conjunto de ferramentas utilizadas pelas empresas para auxiliar o indivíduo na busca dos objetivos perante os 53 mercados-alvos. Essas ferramentas formam os 4ps do marketing: produto, preço, praça e promoção. Segundo Oliveira Neto (1999), as recomendações básicas para os 4P’s no que se refere ao Marketing Pessoal são: • Produto: o profissional. Trata-se da formação profissional, capacidade de trabalho, experiência, cursos, habilidades e histórico de sucesso. • Preço: os valores dos salários e benefícios pagos aos profissionais na praça. • Praça/Distribuição: o mercado. O profissional precisa ser um alvo móvel, atuando de maneira a ser visto por todas as pessoas que possam necessitar de seus produtos ou serviços. Isso significa estar nos lugares certos na hora certa. • Promoção: o currículo, contato com profissionais da área, assessoria de imprensa profissional. A experiência, os contatos, a técnica, a maneira correta para o profissional colocar-se na mente dos clientes. O profissional pode ser tudo o que quiser desde que os outros acreditem. Xavier (2004 apud BATISTA, 2008) justifica que os profissionais orientados para o seu mercado empregam as mesmas estratégias de Marketing aplicadas a uma empresa: eles se sustentam em valores e crenças, de forma consciente e deliberada; desenvolvem práticas especiais de monitoramento e sondagem do seu mercado para se manterem atualizados; procuram formas de reforçar o seu valor ao cliente como um elemento intrínseco no seu raciocínio estratégico; e se estruturam com o propósito de manter esses clientes fiéis no mais longo prazo possível. Assim, entende-se que o Marketing Pessoal utiliza os conceitos do Marketing Tradicional em benefício da carreira do profissional. Dessa maneira, o profissional deve valorizar os seus diferenciais, as suas qualidades, focar em seus potenciais e direcionálos para obter o melhor posicionamento no mercado. Para realizar o Marketing Pessoal com êxito, é necessário identificar as praças onde ele será colocado em prática. A praça está relacionada ao lugar onde se vende o produto. Conforme Santos (2002), quanto maior o número de canais de distribuição ou ambientes frequentados, seja ele profissional, social ou familiar, maiores serão as oportunidades e condições de negociar o seu produto. Para a autora, aqueles que conseguem estabelecer corretamente os canais de distribuição do produto evitam o desgaste da imagem e otimizam as ações. Para o profissional, assim como no caso do produto, é necessário agregar valor e qualidade aos serviços que serão oferecidos para alcançar competitividade. O quadro 5 apresenta um o demonstrativo da comparação entre produto e pessoa, conforme o Composto ou Mix de Marketing para os autores Constante e Maino (2007). 54 Quadro 5 - Comparativo do mix de Marketing para produto e pessoa MIX DE MARKETING Produto Promoção Ponto de Venda PRODUTO Mercadoria ou Serviço Propaganda Distribuição/praça Preço Valor pago pela aquisição PESSOA Conhecimento, habilidades e atitudes Ser, saber fazer e conquistar seu público Ambiente de trabalho e Redes de contato Remuneração pela competência e pelo trabalho desenvolvido. Fonte: Adaptado Constante e Maino (2007). Vaz (1995) discorda dessa comparação e afirma que não se deveria confundir pessoa com produto. A analogia correta é da pessoa com a empresa, ou com a instituição, de modo geral. Produto é o serviço, ou melhor, o benefício que a pessoa pode proporcionar ao seu público. No entanto, dadas as fortes vinculações que se armam entre as atividades de uma pessoa e a sua personalidade, produto e produtor acabam fundindo-se em um elemento único referencial, que é a pessoa. Daronco et al (2011) analisam a embalagem relacionando o Marketing Pessoal ao indivíduo. O conteúdo é o seu currículo, fonte de informações para o desenvolvimento da carreira; ações realizadas e que demonstram a sua preocupação com o próximo, a facilidade de se comunicar e, principalmente, o seu estado emocional. Este pesa muito para a efetividade no cargo. A embalagem mostra quem é o indivíduo, e o que ele veste é o que se vê a olho nu e que pode formar a primeira impressão. Está relacionado à vitalidade, e a tudo que pode ser observado. A marca pessoal é fator determinante para o composto de Marketing Pessoal. O desafio para estabelecer uma marca consiste em desenvolver profundas associações positivas em relação a ela. Os profissionais necessitam decidir em que níveis irão ancorar suas identidades. Os significados mais permanentes de uma marca são seus valores, sua personalidade e, sua essência, pois os atributos e benefícios podem ser alterados ao longo do ciclo de vida da marca (KOTLER, 2000). Esses são descritos como: Atributos: São a descrição do que é a marca e as características racionais/funcionais do produto/serviço ou pessoa. Deve-se procurar ancorar a marca selecionando um ou mais atributos que caracterizem a sua importância para o mercado-alvo. Benefícios: São as consequências desejáveis para o consumidor dos atributos do produto/serviço ou pessoa (expectativas emocionais e racionais). A recompensa que o consumidor terá ao utilizar determinado produto/serviço. 55 Valores: São fatores importantes que regem os princípios fundamentais da empresa/marca. Estão, inter-relacionados com a cultura e subculturas do mercado-alvo e traduzem o que a marca significa, valores humanos básicos e sentimentos conferidos a ela. Há valores autênticos e valores fabricados. O consumidor nem sempre consegue estabelecer a diferença, mas é sensível a tudo que parece pouco autêntico. Personalidade: São os traços salientes da psicologia da marca, seus traços de caráter. Essa projeção da imagem não deve ser demasiado complexa, e é inútil querer dar-lhe grande número de dimensões psicológicas. Os consumidores farão rapidamente a triagem, simplificando os excessos. Pode-se definir a personalidade de uma marca mediante a associação das semelhanças e dessemelhanças da marca com pessoas, animais, flores, plantas, cidades, instituições, personagens, música, esporte, estilo plástico, literário etc. A personificação de uma marca humaniza o produto/serviço, favorecendo o vínculo emocional do consumidor com o objeto. Essência: É uma ideia singular que resume toda a alma da marca. Deve refletir o que é fundamental para o mercado-alvo, ou seja, o que se quer que se sinta e saiba sobre a marca. Um trabalho eficiente de Marketing demanda cuidadosa pesquisa de mercado, planejamento do produto, embalagem, preço, promoção e distribuição. É isso, nas devidas proporções, é válido para as pessoas. No entanto, Cunha (2006) ressalta que existem dificuldades em gerir uma marca pessoal pelo fato de as pessoas serem conduzidas pela emoção. Essa barreira emocional pode ser justificada porque os indivíduos são educados para ressaltar suas qualidades e pontos fortes. Muitas vezes as estratégias de Marketing Pessoal são confundidas com exibicionismo, e as pessoas têm medo de serem rejeitadas, de ouvirem um não. Por isso, o investimento no crescimento pessoal poderá ser um importante diferencial. 2.5.3 Ciclo de vida do produto pessoa Levitt (1990, p. 176) esclarece que “a história da vida da maioria dos produtos de sucesso é uma história da sua passagem através de certos estágios reconhecíveis” que ocorrem na seguinte ordem: desenvolvimento, crescimento, maturidade e declínio de mercado. Os estágios do ciclo de vida do produto são: a) desenvolvimento (ou introdução): ocorre quando um novo produto é colocado no mercado pela primeira vez, antes que haja uma demanda provada por ele, frequentemente, antes de ele ter sido tecnicamente testado sob todos os aspectos; 56 b) crescimento de mercado: a demanda aumenta gradualmente, e o tamanho do mercado se expande. Este estágio poderia também ser chamado de estágio da decolagem; c) maturidade de mercado: a demanda nivela-se e cresce, em sua maior parte, somente à taxa de reposição e de formação de novas famílias. O primeiro sinal de sua chegada é a evidência da saturação de mercado; d) Saturação e declínio de mercado: o produto começa a perder apelo para o consumidor e as vendas diminuem. Os fabricantes, gradualmente, retiram os produtos de suas linhas e buscam alternativas. A maturidade pode durar muito. Assim como existe o ciclo de vida de um produto, Santos (2002) apresenta o ciclo de vida do produto pessoa. Assim, torna-se possível realizar adequações necessárias do produto às mudanças. O Gráfico 1 apresenta este ciclo. Gráfico 1 – Ciclo de vida do produto pessoa Fonte: Elaboração da autora, 2014. Introdução: É o estágio em que se inicia a visibilidade do profissional no mercado, as oportunidades são existentes ou poucas, ocorre um crescimento lento de procura e venda devido ao fato de o círculo de relacionamento ser pequeno e o custo com vestimenta, 57 cursos, contatos e divulgação, alto. É o período de apresentação para o mercado, período que exige visibilidade. Crescimento: É o momento do crescimento na procura e venda da imagem do profissional devido à evidência alcançada. Gera crescimento nas oportunidades de trabalho apresentadas pelo mercado, consequentemente diminui o investimento pessoal. Neste estágio é necessário melhorar a aparência física, adaptar a vestimenta. Maturidade: As oportunidades permanecem estáveis, os investimentos apresentam um ligeiro aumento, observa-se uma parada na procura. As variáveis que definem este estágio apresentam-se aparentemente estabilizadas. Neste momento pode acontecer a acomodação e descanso. Saturação: Inicia-se a queda na procura como reflexo da perda do público preferencial. Ocorre uma queda no aparecimento de oportunidades que são ocupadas pelos concorrentes, e o investimento passa a ficar negativo, pois o foco se volta para a procura de oportunidades, dificultando o investimento no próprio produto. Logo que uma pessoa é contratada, ela chama a atenção, mas com o passar do tempo sua imagem torna-se familiar. Declínio: Observa-se uma forte queda na procura. O público preferencial reduz-se sensivelmente, as oportunidades desaparecem e os custos tornam-se elevados. Para o produto pessoa, neste momento, os profissionais entram em depressão e stress (SANTOS, 2002). Nascimento (2003 apud VIEIRA, 2003) ensina que no Marketing Pessoal o processo de desenvolvimento passa necessariamente pelos três primeiros ciclos de vida: nascimento, crescimento e maturidade. O declínio não existe. Não existe, porque um indivíduo, através do marketing pessoal, tem de ser capaz de manter e continuar desenvolvendo suas qualidades e habilidades pessoais e profissionais de tal forma que a idade não o impeça de continuar a fazer parte da vida das outras pessoas e de realizar-se pessoalmente. O autor reforça o conceito de que, no Marketing Pessoal a marca pessoal ficará para sempre na mente e no coração das pessoas, independentemente da presença fisica. Boone e Kurtz (1998) afirmam que os estágios do processo de adoção pelo consumidor de determinado produto são classificados como: Conscientização inicial do produto; Interesse (buscam informações sobre o produto); Validação (ponderam o produto é benéfico ou não); Experimentação (compram para determinar sua utilidade); 58 Adoção/rejeição: se a compra experimental for satisfatória, decidem sobre o uso regular do produto. É possível fazer uma relação com o Marketing Pessoal. Se o indivíduo souber utilizarse de suas competências dentro ou fora das organizações, será possível que seus clientes e colegas quando se referirem a Marketing Pessoal dentro da empresa, o adotem como referência. As pessoas encantam-se pelo profissional na fase de conscientização e se interessam pelo seu serviço, por terem boas referências ou pelo simples fato de ele ter se apresentado bem. Assim validam a ideia de que agora estão bem atendidas. Os gestores percebem que o seu colaborador é o melhor, analisam sua trajetória do mesmo e adotam a ideia que ele mesmo transmitiu através do seu Marketing Pessoal. A taxa de adoção de novos produtos é influenciada por cinco características da inovação, citadas pelos autores: Vantagem relativa: grau de superioridade da inovação em relação ao produto anterior; Compatibilidade: grau com que o novo produto se mostra consistente com o sistema de valores dos compradores potenciais; Complexidade do novo produto: dificuldade relativa em entender a inovação; Possibilidade de teste e uso: grau com que se torna possível fazer compra de teste em pequena escala; Possibilidade de ser observado: grau com que os resultados do uso do produto podem ser observáveis por outros (BOONE; KURTZ, 1998). Ao realizar uma relação entre as características das taxas de adoção dos produtos com o produto-pessoa é possível compreender que seja o momento quando o individuo estará apresentando um diferencial no serviço prestado e de que forma isso é visto para os seus gestores, a compatibilidade ocorrerá se houver uma comunicação clara e eficaz e este conseguir ser transparente quanto ao seu desenvolvimento. Não haverá dificuldade em entender o diferencial do indivíduo que realizar um trabalho diferenciado, visto que ele apenas coloca em evidência o seu Marketing Pessoal e em alguns momentos isso é natural da própria pessoa. O teste acontece no momento em que algo dá errado ou quando é possível dar algum exemplo, neste momento, todo o processo estará sendo analisado e julgado. Quando se pratica o Marketing Pessoal passa a não deixar o seu próprio ciclo de vida desvalorizar-se, são necessárias ações direcionadas para uma determinada demanda, que é definida por Kotler (2000) como pessoas com desejos por produtos e atendimentos específicos, respaldados pela habilidade e pela disposição de comprá-los. Todo esforço 59 pessoal na divulgação das características deve ser focado em uma determinada demanda, provocando nela valor e satisfação e não deixando o ciclo entrar em declínio. Aqueles que praticam Marketing Pessoal devem focalizar suas características de tal forma, estas geram valor a outrem. 2.5.4 Estratégias de Marketing Pessoal Cortez (2004) revela que as estratégias de Marketing Pessoal devem ser desenvolvidas para alcançar objetivos e destaque profissional, buscando ter o próprio nome aliado à imagem de competência e criatividade. Isso fará com que a empresa possa delegar tarefas com responsabilidade fazendo do indivíduo o melhor profissional. Pinheiro, Salles Neto e Barbosa (2005) afirmam que existem técnicas verbais e não verbais de construir uma imagem positiva. Essas se resumem em 12 tópicos que seguem: Convício social fora do ambiente de trabalho: para as pessoas que utilizam o marketing pessoal, mesmo o tempo livre é um meio de criar uma imagem pública, pois qualquer coisa que se faça publicamente afeta a sua imagem. O envolvimento social desenvolve a liderança e proporciona novas responsabilidades. Relacionamentos hoje podem gerar futuros negócios de amanhã. Participação em eventos e publicação de artigos e livros: comunicar-se bem pode ser sinônimo de sucesso. A imagem pessoal, a forma como a pessoa transmite mensagens (falando, escrevendo, participando e reuniões profissionais ou sociais), revelam como ela é para os outros, quem é a pessoa. Aparência dos Pertences: um bom currículo, um impactante cartão de visitas causam uma boa impressão. Uma aparência criativa demonstra um alto grau de profissionalismo. Aproveitamento do primeiro contato: o primeiro contato é o momento de mostrar-se para as pessoas que lhe interessam; trocar cartões significa permissão para estabelecer contatos e pode ser uma ótima ideia para um primeiro momento. A pessoa que recebeu o cartão estará sempre se lembrando daquela que lhe deu abertura para procurá-la. Habilidade em lida com outras pessoas: desenvolver bons relacionamentos é uma das mais valiosas estratégias do marketing pessoal. Saber qual é o tipo de pessoa com a qual irá relacionar-se é relevante. A humildade e a empatia são importantes para alguém ser bem visto e admirado. Pedir conselhos, tirar dúvidas, ajudar o próximo no âmbito profissional 60 mostram que a pessoa é flexível, com visão aberta. As pessoas que prestarem os favores se sentirão importantes, e quem for ajudado se sentirá muito grato, criando vínculos fortes. Aparência física e postura: é importante ao profissional cuidar da sua imagem física e do seu estilo. O uso de roupas adequadas, higiene pessoal, hábitos saudáveis, a postura correta e a forma de se portar publicamente são elementos decisivos para a formação da imagem do profissional no meio em que está inserido. Assim como somos atraímos pela embalagem de um produto, o mesmo acontece quando vemos um profissional, a maneira como se apresenta externamente. Deve, então, na medida do possível, investir no seu visual. Comportamento: o modo de agir, a maneira de sentar diante do interlocutor, a postura profissional são importantes para apresentar a imagem pessoal. Conduta ética: a conduta ética do profissional deve ser a mesma tanto no âmbito do trabalho quanto no pessoal. Ética esta relacionada com o comportamento moral do individuo e sua postura no meio social. Projeção do próprio valor financeiro: um profissional com vasta bagagem e que realiza um bom trabalho deve saber que precisa valer muito, pois produtos e serviços de qualidade não são e não devem ser baratos. Custam exatamente o que valem. Autopromoção: vender o “próprio peixe” é fundamental. Divulgar a própria marca e nome fará com que as pessoas saibam quem é o individuo. Demonstrar confiança e segurança na hora de vender os próprios serviços são normas para quem quer ascender profissionalmente. Aprimoramento educacional: a atualização profissional e o aprendizado multidisciplinar envolvendo outras áreas do conhecimento mostram-se decisivos na diferenciação e crescimento profissional. A constante educação, a leitura assídua, o contato com outros profissionais da área são vitais pra a continuação de uma carreira bem sucedida. Planejamento de carreira: a definição do plano de carreira é de fundamental importância para o sucesso profissional. Devem ser definidos os objetivos a serem alcançados nos próximos dois anos ou em outro período dentro do plano escolhido. Para a construção de uma carreira de sucesso, deve–se ter em mente sempre um planejamento estruturado, traço característico do marketing. Devem ser definidos objetivos e metas para futuro da carreira. O convívio social possibilita qualidade de vida e demonstra espírito de liderança. Essa qualidade pode ser desenvolvida por meio do conhecimento que é fundamental para facilitar a comunicação. Assim, apresentar um bem organizado currículo com um cartão de visitas, que será o primeiro contato, a pessoa causa uma ótima impressão (PINHEIRO; SALLES NETO; 61 BARBOSA, 2005). A mais valiosa estratégia de Marketing Pessoal é a capacidade de desenvolver bons relacionamentos. A humildade e a empatia são importantes para que alguém possa ser admirado tanto no aspecto emocional quanto pela aparência física e postura. Essas são as embalagens do produto pessoa, e que serão primeiramente analisadas. Esses autores afirmam que o modo de agir tem importância no primeiro momento e com o passar do tempo também, pois se reflete na sua conduta ética tanto dentro da empresa quanto fora. Saber precificar-se tem um valor muito grande, pois produtos e serviços de qualidade não são e não devem ser baratos. Isso demonstra que está sendo feito um serviço de qualidade que pode ser promovido. Sem dúvida, para que tudo isso possa acontecer, é fundamental que exista aprimoramento educacional com leitura assídua e contato com outros profissionais. Isso trará bagagem para que seja possível desenvolver um planejamento de carreira e difusão do Marketing Pessoal (PINHEIRO; SALLES, NETO; BARBOSA, 2005). Padilha (2001) afirma que a imagem profissional é construída e sustentada a partir de políticas de relacionamento. Estas devem ser trabalhas integralmente em uma estratégia de Marketing Pessoal para assim gerar uma imagem de sucesso. São elas: Nome: quando se ouve o nome de determinada pessoa, é possível que logo sua imagem venha à cabeça, ou seja, os valores que se atribuem a ela conforme a percepção. O nome tem um significado para o seu público, é a marca que permanecerá ativa qualquer que seja a sua atividade. Agregadas ao nome de uma pessoa estão as suas virtudes, suas experiências, habilidades e valores. Aparência física: é preciso dar importância a essa questão, pois a imagem de uma pessoa é construída a partir do que os outros estão enxergando nela. Gestos e postura: é importante desenvolver e manter gestos que reforcem as melhores qualidades e uma postura que inspire confiança e tranquilidade às outras pessoas. Os gestos e a postura dizem muito do que a pessoa é. O corpo em movimento transmite mensagens. Voz e vocabulário: se possuir vocabulário pobre, é necessário que sejam realizadas leituras para que a conversa não se torne repetitiva. Ter uma boa voz ajuda a construir uma boa imagem. Conhecimentos e habilidades específicas (profissionais): esses conhecimentos e habilidades dizem respeito àqueles relacionados com a área de atuação. São intrínsecos à pessoa e a base da sua reputação. Para criar uma boa imagem, a pessoa deve dominar os 62 conhecimentos da profissão que são fundamentais para esta ser desenvolvida. Deve investir na sua capacitação profissional, ter muita dedicação e disciplina e fazer cursos e treinamentos. Conhecimentos e habilidades gerais: são aqueles que não fazem parte das qualidades fundamentais para exercer a profissão. São atividades comuns que a pessoa sabe fazer e que a valorizam por isso, como tocar um instrumento musical, cozinhar pratos especiais, dominar outros idiomas. Visibilidade e disponibilidade: o Marketing Pessoal só funciona quando a pessoa conhece o seu público e permite que este a conheça. Marcas de personalidade: são aquelas coisas feitas sempre do mesmo jeito. Marcas de caráter: são qualidades intrínsecas de cada pessoa e mais difíceis de serem incorporadas ou eliminadas. Aquelas que a pessoa tem ou não tem. Bidart (2000) destaca três passos fundamentais que devem ser consideradas quando se deseja a construção de um bom Marketing Pessoal: Posicionamento: conhecer a si mesmo para superar o medo de ser rejeitado. Deve-se fazer uma análise profunda para saber que tipo de “produto” (serviço) pode oferecer ao mercado e como estará posicionado para este. Produto: levantamento dos conhecimentos, descoberta dos pontos fracos e fortes profissionalmente. Esse levantamento possibilita verificar o que pode ser feito para melhorar pontos fracos. Promoção: O indivíduo deve verificar qual a mensagem que pretende veicular, e decidir como e para quem vai mostrar seu produto (serviço). Para isso, será necessário realizar um planejamento prévio e a criação de um roteiro que enfatize as suas melhores características. Leite (2008) afirma que o Marketing Pessoal é um conjunto de estratégias e ações que aumentam a aceitação e fortalecem a imagem de uma pessoa pelo público, evidenciando as suas competências. É necessário compreender que existem elementos que favorecem as ações proveniente das ferramentas do Marketing Pessoal, o corpo é a primeira delas. Nele é possível interpretar relações e expressões contidas por representação verbal e não verbal. A autora apresenta os elementos que compõem o Marketing Pessoal da seguinte forma: Educação do corpo: relacionado aos hábitos quanto às expressões corporais; Realidade social: o Marketing Pessoal é construído de acordo com a realidade social do individuo; Estética: está relacionado ao que é belo e bem apreciado pelos olhos; 63 Processo de racionalização: trata-se de um processo que organiza os meios em função dos fins; é necessário saber para que público a imagem pessoal será destinada; Mensagem verbal, não-verbal: a mensagem embutida na imagem pessoal de um sujeito mediante os símbolos é essencial na construção de Marketing Pessoal. Este se fortalece pela mensagem divulgada pelo corpo e acessórios destinados a interação humana; Carisma: uma pessoa carismática consegue despertar sensações variadas em outros indivíduos devido ao reconhecimento que estes encontram no carisma demonstrado; Persuasão: a persuasão é uma espécie de convencimento para a ação (LEITE, 2008). Já para Davidson (2000), os elementos do Marketing Pessoal, estão relacionados à adequação às exigências do mercado, às relações interpessoais, ao planejamento de metas pessoais, à administração do tempo e à valorização de competências. Com tantos diferenciais que os profissionais precisam ter, o Marketing Pessoal veio como uma ferramenta para ajudar esses profissionais a se manterem e progredirem profissionalmente e na vida pessoal. Spinelli (2003) contribui com as estratégias enfatizando as ações necessárias para o equilíbrio do Marketing Pessoal. São elas: Desenvolver de talentos e habilidade com disciplina e dedicação, visando ao atingimento de metas e objetivos. Acreditar na capacidade de realização, pois só depende do indivíduo buscar e realizar. Assim estará mostrando a sua força e que acredita em si mesmo. Manter o bom humor, a gentileza e a generosidade em todos os ambientes que frequentar, pois pessoas bem humoradas atraem outras que desejam ser iguais a elas. Cuidar do corpo e da mente, pois essa é a primeira impressão que fica. Sonhar, criar, ser corajoso, ter objetivos e ser feliz. Para Spinelli (2003), o conhecimento da dimensão humana e seu aprimoramento pessoal são fundamentais no Marketing Pessoal, pois é um processo de desenvolvimento pessoal e o sucesso é apenas consequência (SPINELLI, 2003). O profissional ideal é aquele que faz a diferença, ou seja, faz as coisas acontecerem, sabe gerar negócios para a empresa, para si e para o mercado. Investir na carreira profissional, para vender a imagem pessoal, a imagem da empresa e soluções para os clientes. Para o profissional atual são imprescindíveis, ter novas habilidades. Deve ser versátil, capaz de relacionar-se com as pessoas e ter liderança (CARVALHAL, 2005 apud GONZALES, 2009). 64 2.5.5 Ferramentas do Marketing Pessoal Doin (2006 apud TASCIN; SERVIDONI, 2005) afirma que o Marketing Pessoal tornou-se uma ferramenta estratégica essencial no processo de se conduzir com sucesso uma marca pessoal. É por isso que, na dose certa e de forma planejada, é possível criar e desenvolver uma imagem coerente e consistente, envolta em associações psicológicas positivas que deem a visibilidade necessária para que uma pessoa se transforme numa referência no seu ambiente vivencial, e possa fazer parte dos projetos de vida das outras pessoas. Para que seja possível o desenvolvimento pleno do Marketing Pessoal, faz-se necessário o uso de algumas ferramentas. O currículo, as competências, a apresentação e o Networking são as ferramentas de Marketing Pessoal que visam contribuir para o aperfeiçoamento pessoal e profissional das pessoas. a) Currículo Para Fry (apud DARONCO et al, 2011, p. 73), o currículo “é um documento escrito ou eletrônico, digitalizado, enviado por e-mail, com a intenção de convencer um empregador de que suas competências se encaixam perfeitamente nas necessidades dele”. Um currículo precisa: Atender às necessidades do empregador: empresas contratam pessoas que possam preencher suas necessidades específicas, que deixem claro que elas têm atributos esperados e só deve enviar currículo a organizações se ele preencher os requisitos solicitados. Mostrar ao empregador de que modo ele irá se beneficiar: ressaltar as realizações e mostrar ao futuro empregador que o profissional é um excelente candidato. Oferecer informações sobre os resultados obtidos anteriormente, demostrando que se saiu bem em empregos anteriores. Ser claro e conciso: os empregadores precisam lidar com centenas de currículos todos os dias, e geralmente gastam de 30 segundos a um minuto com cada um. Portanto, é necessário que seja feita uma apresentação clara, concisa e de fácil leitura. Ser objetivo: o currículo precisa comunicar um objetivo bem definido, ligado a uma carreira específica. Elaborar um currículo para cada proposta de trabalho. Sustentar as promessas de desempenho com os motivos pelos quais é o melhor candidato: informar claramente as competências. 65 Ser realista: o currículo deve descrever uma pessoa qualificada e adequada para uma carreira específica. Por exemplo, pessoas tímidas e introvertidas não devem se apresentar como vendedores excelentes. Ser honesto: a verdade sempre vem à tona, portanto não é possível tentar esconder informações ou ajustá-las a outra realidade, bem como “criar” informações. Organizar sua busca por emprego: um bom currículo ajuda o candidato a dar um enfoque nas realizações e nos seus objetivos de carreira. Também o auxilia a organizar os pensamentos para uma eventual entrevista, para que se dê conta de tudo que já realizou e o que ainda tem para contribuir (FRY apud DARONCO et al, 2011). b) Competências Leme (2005) divide as competências em dois grupos: competências técnicas e competências comportamentais. As primeiras consistem em tudo o que o profissional precisa saber (conhecimento) e saber fazer (habilidade) para desempenhar sua função, por exemplo, formação técnica/universitária, idiomas, cursos realizados, entre outros. Já as competências comportamentais (atitudes, querer fazer) precisam demonstrar como seu diferencial competitivo tem impacto nos resultados, por exemplo: criatividade, iniciativa, flexibilidade, foco em resultados, liderança, relacionamento interpessoal, entre outros. Costa (2011) define competência inserida no contexto de mercado de trabalho como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes. Logo, Marketing pessoal é a expressão direcionada e intencional das competências e das incompetências do indivíduo (CARVALHAL, 2005 apud GONZALES, 2009). Com esta afirmação, o autor quis dizer que as competências podem ser definidas como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que permitem ao indivíduo desempenhar, com eficácia, determinadas tarefas. As atitudes correspondem ao conjunto de valores, crenças e princípios formados ao longo da vida. Para atingir um objetivo, é necessário agir, ter atitude que caracteriza a iniciativa, o primeiro passo para o desenvolvimento de alguma tarefa. O conhecimento é o conjunto de informações que a pessoa articula e das quais se utiliza quando precisa. O desenvolvimento da pessoa depende dos conhecimentos desenvolvidos. Quanto mais conhecimento, mais a competência se fortalece. Já as habilidades são o conhecimento adquirido e colocado em prática de forma a gerar bons resultados. A habilidade está relacionada à capacidade de colocar em prática os conhecimentos para gerar os resultados desejados e necessários. c) Aparência pessoal 66 Quando se refere à apresentação, Ciletti (apud DARONCO et al, 2011) oferece algumas sugestões de como pode ser desenvolvido melhor o “produto”, nas mais diversas situações, tanto pessoais quanto profissionais: Educação: a educação pode ajudar na mudança de atitudes. Pesquisas descobriram que, ao estarem expostos a novas experiências e práticas, os indivíduos podem adaptar seus comportamentos e modificar suas atitudes. Pensamento e hábito positivo: Um otimista sente confiança e é positivo, acreditando que as coisas vão funcionar, enquanto um pessimista tem sempre uma visão escura e negativa da vida. Desenvolver hábitos positivos no trabalho pode ajudar o candidato a se comportar positivamente, mesmo que não esteja se sentindo assim. Falar de maneira positiva consigo mesmo: as pessoas frequentemente falam para si mesmas sobre os eventos do dia e avaliam ou se arrependem de suas ações. Concentrar-se nessa conversa para motivar, reconhecer as realizações e lembrar de seus pontos fortes. Linguagem corporal positiva: algumas vezes o corpo pode falar mais alto que a voz; ter cuidado para que a linguagem corporal não comunique algo que não gostaria de dizer. Comunicação positiva: a habilidade de comunicar-se bem é um fator importante na impressão que a pessoa passa às outras pessoas. Falar de forma delicada e polida tende a fazer com que os outros a levem a sério, pois demonstra mais respeito. A habilidade de articular claramente seus objetivos, ideias e pensamentos é de muita ajuda na vida pessoal e profissional. Fatores como a higiene e o cuidado são essenciais: Tomar banho diariamente, lavar as mãos regularmente, escovar os dentes ao menos duas vezes ao dia, usar desodorante, manter as unhas limpas e curtas para os homens, assim como apresentar-se bem barbeado, as mulheres usar maquiagem suave, perfumes com moderação, manter os cabelos limpos e bem penteados, fazem toda a diferença. d) Rede de Relacionamentos - Networking Networking é a expressão em inglês para definir uma rede de relacionamentos, ou seja, pessoas que criam vínculos que permitem a divulgação imediata daquilo que somos e fazemos. Souza (2003) afirma que Networking, ou rede de relacionamentos, é um conjunto de técnicas e atitudes cuja aplicação requer um comportamento natural de solidariedade e de ajuda recíproca de todos aqueles que tomam consciência de que estamos em permanente interdependência nas redes de relacionamento – grupo, sociedade e humanidade. 67 Para construir uma rede de relacionamentos ou networking, segundo Minarelli (2001), é necessário inicialmente criar uma base de dados organizada com nomes e telefones, estruturar uma lista de empresas-alvo e de pessoas-alvo, além de preparar um plano de contatos e de visitas, bem como um roteiro de entrevistas. Fin (2011) enfatiza que uma rede de relacionamentos bem organizada é considerada um grande capital, uma vez que contribui para abrir caminhos, multiplicar probabilidades advindas de dados e informações das pessoas que fazem parte dessa rede. Porém, uma rede de relacionamentos deve ser estabelecida ao longo da trajetória, ou seja, quanto mais cedo o profissional começar, maiores serão suas chances de obter sucesso. Nos dias de hoje, o Marketing Pessoal e o Networking estão se tornando uma necessidade para a conquista de uma carreira profissional que busca sucesso e reconhecimento do mercado. Almeida (2013) descreve na no quadro 6 os cinco ingredientes essenciais para alguém se destacar através do Marketing Pessoal. São eles: positividade com a ideia de que estar próximo de pessoas positivas e ser positivo atrai pessoas positivas; ser flexível para poder abraçar novos desafios; possuir organização; ser criativo e inovador, pois torna um individuo diferenciado frente aos outros; e possuir foco com pensamento positivo. Dessa forma, o melhor acontecerá. Quadro 6 - Ingredientes essenciais para o Marketing Pessoal Positividade Flexibilidade Organização Criatividade e Foco Inovação Estar próximo de pessoas positivas, que contribuam para o nosso bemestar. Evitar pessoas negativas e, caso não se consiga, não se deixar influenciar com energia negativa de pessoas negativas. Para alcançar sucesso dentro da organização, temos de compreender e aceitar mudanças, abraçar novas ideias e procurar aliados para o sucesso. Fonte: Almeida (2013, p. 27). Organizar-se, trabalhar e ir à procura do que realmente é importante. Fator de diferenciação de um indivíduo dentro de uma organização. Ser criativo é ter ideias diferentes, novas e solucionar problemas. E ter coragem de ousar, sem medo de errar. Coisas boas acontecem, quando se iniciam coisas novas e, para isso, é preciso saber o que realmente se quer e se espera alcançar na vida. 68 Spinelli (2003) reafirma a ideia de Almeida (2013) de que os valores que elos capazes de transformar o Marketing Pessoal em desenvolvimento capaz de promover pessoas: Excelência: ser o melhor, pois todo profissional que deseja realmente contribuir com as empresas necessita fazer seu trabalho com excelência para que seja reconhecido e recompensado, tornando-se uma pessoa bem vista e tranquila por ter feito tudo que deveria ser feito e que seus ensinamentos estão sendo seguidos por seus sucessores. Motivação: ter energia sempre para atingir objetivos. É ela que faz com que os indivíduos deem o melhor de si, façam o possível para conquistar o que almejam. A motivação é um elemento essencial para o desenvolvimento do ser humano. Oportunidade: saber aguardar a oportunidade certa para agir. É vista como um acontecimento capaz de melhorar o estado atual de um indivíduo, uma situação nova que traz benefícios. Valorização e autoestima: confiar em si mesmo oportuniza ao individuo valorizar-se frente a pessoas e situações e isso fará com que seu ego seja massageado e o profissional sempre tente ser o melhor. Confiança: acreditar que vai dar certo e confiar em si mesmo, fundamental para um profissional que deseja ser exemplo de competência e comprometimento em uma empresa. Comunicação: fluir e ouvir, estar atento ao ambiente e às situações para identificar qual é o melhor momento e forma de comunicar-se. Clareza: ser objetivo com as ideias e com as informações que está passando para que o ouvinte possa entender. Criatividade: ter ideias novas sempre. Ser criativo é essencial para fazer com que as atividades do dia-a-dia não se tornem monótonas e rotineiras. Fazer a mesma coisa de forma diferente faz com que o indivíduo seja visto de forma diferente por seus colegas e chefes. Solidariedade: espírito de equipe, característica fundamental para o profissional que deseja ser um líder. Ética: ser sincero na equipe e possuir comportamentos que possam fazer com que as pessoas confiem no que se está fazendo. Cidadania: pró-atividade comunitária para participar de eventos, ter atitudes que façam o bem ao próximo. Isso fará com que o individuo seja bem visto por todo o seu círculo de relacionamento. 69 Talento: são as aptidões naturais de uma pessoa para a realização de determinadas atividades. Devem ser bem aproveitadas para que o indivíduo possa se destacar a partir delas. Melhoria contínua: estar em constante aprendizagem é fundamental. Estudar, ler livros, revistas, jornais, sempre há algo novo para ser aprendido e que fará toda diferença para o desenvolvimento pessoal e profissional. Coerência: estar em sintonia com os objetivos, missão e valores da empresa sem perder de vista aquilo em que se acredita é importante. Ter visão critica quando trata-se de si próprio e ser coerente no que se diz são importantes para que as pessoas acreditem no caráter. Comprometimento: trabalhar pela causa, pela empresa e por si mesmo. É preciso gostar do que se faz caso contrário estará trabalhando apenas pela realização financeira e esse fato não fará com que o profissional seja completo e realizado e o impedirá de demonstrar todas as aptidões que possui. Para possuir e desenvolver o Marketing Pessoal, o indivíduo necessita possuir uma boa educação comportamental, deve ser observador, coerente, estar atento e atualizado no que se refere às informações do mundo relacionadas à cultura entre outros. É importante que aprofunde conhecimentos sobre a sua área de atuação e possua conhecimentos práticos que possibilitem adaptar-se ao meio, sendo flexível e ajustável às necessidades do meio. O crescimento profissional e técnico deve ser uma busca constante, e neste processo deve haver ética, pois esta pode elevar a autenticidade do profissional através de valores, verdade e gentileza (SPINELLI, 2003). 70 3 METODOLOGIA Este capítulo apresenta a metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa, a classificação da pesquisa, o universo amostral, os sujeitos da pesquisa, os procedimentos técnicos da coleta de dados, e as formas de análise e interpretação dos dados com a finalidade de atingir os objetivos propostos. 3.1 Tipo de pesquisa Segundo Vergara (2009), existem vários tipos de pesquisa. No entanto, a autora propõe dois critérios básicos. São eles: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, uma pesquisa pode ser exploratória, descritiva, explicativa, metodológica, aplicada, intervencionista. Segundo Vergara (2009), a investigação exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses. Visa prover o pesquisador de maior conhecimento sobre o tema e o problema de pesquisa. Vergara (2009) afirma que a pesquisa explicativa visa esclarecer quais fatores contribuem para a ocorrência de determinado fenômeno, justificando os motivos pelos quais ele existe. Gil (2010) justifica que este tipo de pesquisa é o tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso, é o tipo mais complexo e delicado. A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Embora não tenha o compromisso de explicar o que descreve, levanta informações sobre situações específicas e relacionadas de forma a proporcionar a visualização de uma totalidade. Uma de suas peculiaridades está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010). Conforme Malhotra (2001), pesquisa descritiva tem o objetivo de descrever alguma coisa, normalmente características ou funções. No que se refere à pesquisa metodológica, Vergara (2009) afirma que é o estudo que se refere a instrumentos de captação ou manipulação da realidade. Ela sempre está associada a caminhos, formas, maneiras, procedimentos para atingir determinado fim. A pesquisa aplicada é motivada a resolver problemas concretos, mais imediatos. Tem por finalidade a curiosidade intelectual do pesquisador situada sobre o nível de especulação 71 (VERGARA, 2009). Objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais (GIL, 2010). Vergara (2009) afirma que a pesquisa intervencionista tem como principal objetivo interpor-se, interferir, e não se satisfaz em apenas explicar, tem por objetivo propor soluções ao problema, participar e resolve-las. Dada às características da pesquisa, é adequado classificar este estudo como descritivo e exploratório. Descritivo porque vai descrever o perfil demográfico dos colaboradores da empresas representantes do setor da indústria, comércio e serviços. E exploratório, porque busca identificar se o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional dos colaboradores pertencentes a empresas dos setores da indústria, comércio e serviços. Quanto aos meios, Vergara (2009) classifica a pesquisa como pesquisa de campo, de laboratório, documental, bibliográfica, experimental, ex post fact, o participante, pesquisaação e estudo de caso. Esses tipos de pesquisa, segundo a autora, não são mutuamente excludentes. A pesquisa de campo é descrita por Vergara (2009) como sendo realizada no local onde ocorrem os fenômenos ou onde há elementos para explicá-los. Gil (2010) justifica que ela procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações que ocorrem naquela realidade. Vergara (2009) descreve a pesquisa de laboratório como experiência realizada em um local circunscrito. A pesquisa de laboratório é um procedimento de investigação mais difícil, porém mais exato. Ela descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações controladas. Exige instrumental específico, preciso, e ambientes adequados. Na pesquisa de laboratório, as experiências são efetuadas em recintos fechados (casas, laboratórios, salas) ou ao ar livre; em ambientes artificiais ou reais, de acordo com o campo da ciência em que está se realizando. A pesquisa de laboratório pode ser feita com pessoas, animais, vegetais ou minerais. Gil (2010) afirma que a pesquisa documental é muito parecida com a bibliográfica. A diferença está na natureza das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Além de analisar os documentos de “primeira mão” (documentos de arquivos, igrejas, sindicatos, instituições etc.), existem também aqueles que já foram processados, mas podem receber outras interpretações, como relatórios de empresas, tabelas etc. Vergara (2009) reafirma a ideia de Gil de que as pesquisas são feitas em documentos conservados no interior de órgãos públicos ou privados. 72 A pesquisa bibliográfica abrange toda teoria já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, entre outros. Envolve teorias que já receberam um tratamento científico. Vergara (2009) conceitua este tipo de pesquisa como sendo o estudo sistematizado, desenvolvido com base em material publicado. A pesquisa experimental é aquela que manipula deliberadamente algum aspecto da realidade a partir de condições anteriormente definidas. Este tipo de pesquisa procura responder “por que” um fenômeno ocorre. Para desenvolver uma pesquisa experimental é preciso realizar um experimento, que deverá acontecer mediante uma das seguintes alternativas: em ambiente natural (pesquisa de campo) ou em laboratório (pesquisa de laboratório). Para Vergara (2009), é uma investigação empírica na qual o pesquisador manipula e controla variáveis independentes e observa as variações dessas manipulações. Investigação ex post facto refere-se a um fato já ocorrido. Aplica-se quando o pesquisador não pode controlar ou manipular variáveis, seja porque suas manifestações já ocorreram ou não são controláveis (VERGARA, 2009). Segundo Gil (2010), a pesquisa participante, assim como a pesquisa-ação caracterizam pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas. A importância da pesquisa participante está no fato de os objetos estudados serem sujeitos ativos e não sujeitos de pesquisa no sentido passivo de fornecedores de dados, mas sujeitos de conhecimento. A pesquisa-ação é conceituada por Vergara (2009) como sendo um tipo particular de pesquisa participante e de pesquisa aplicada que supõe intervenção participativa na realizada social. O estudo de caso é para Vergara (2009) circunscrito e em poucas unidades. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Gil (2010) descreve o estudo de caso como um estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetivos, de maneira que permita seu conhecimento amplo e detalhado. Caracterizado por ser um estudo intensivo, é levada em consideração a compreensão de um todo. Todos os aspectos são investigados. Desta forma, é possível afirmar que este estudo quanto aos meios, utilizou a pesquisa de campo através da aplicação de questionários nas empresas em estudo e a pesquisa bibliográfica, que permitiu realizar a revisão de literatura disponível sobre o tema em um capítulo específico, o qual tem como objetivo estabelecer a base teórica da pesquisa. A pesquisa também é documental, pois, utilizou o cadastro de colaboradores das empresas para definir a amostra da pesquisa. 73 3.2 Universo amostral e sujeitos da pesquisa O universo amostral e os sujeitos da pesquisa podem ser identificados através de técnicas amostrais ou técnicas de amostragem que são divididas em amostragem não- probabilística e amostragem probabilística. A figura 4 apresenta o organograma deste processo: Figura 4 - Organograma da amostra não-probabilística e da amostra probabilística Fonte: Elaboração da autora, 2014. As amostras não probabilísticas dividem-se em: por conveniência, por julgamento e por cotas. Na amostragem não-probabilística por conveniência, o pesquisador seleciona membros da população mais acessíveis. Já na amostragem não-probabilística por julgamento, o pesquisador usa o seu julgamento para selecionar os membros da população que são boas fontes de informação precisa. Por último, na amostragem não-probabilística por cotas, o pesquisador entrevista um número predefinido de pessoas em cada uma das várias categorias. A amostragem probabilística divide-se em aleatória simples, sistemática, estratificada e por conglomerado. Na amostragem probabilística aleatória simples existe exatidão e eficácia na amostragem, além de ser o procedimento mais fácil de ser aplicado, pois todos os elementos da população têm a mesma probabilidade de pertencerem à amostra. Na amostragem probabilística sistemática, existe um processo em que se selecionam os sujeitos a serem incluídos na amostra utilizando um critério (um intervalo entre sujeitos 74 selecionados) que é aplicado de forma sistemática a uma lista com os nomes dos sujeitos incluídos na população. Já a amostragem probabilística estratificada acontece quando a literatura científica evidencia que existem diferenças significativas entre subgrupos da população que se pretende estudar. É vantajoso fazer uma amostragem que garanta que esses subgrupos (estratos) vão estar representados na amostra de forma proporcional ao seu peso nessa população. A amostragem probabilística por conglomerado (ou cluster) é um conjunto de unidades elementares da população. Se as unidades amostrais definidas na população, para efeito do sorteio para obtenção da amostra, forem conglomerados, ter-se-á uma amostragem por conglomerados. Nesta amostra, cada conglomerado é visualizado como uma espécie de miniatura da população, e será tanto melhor quanto maior a heterogeneidade da população. O estudo foi realizado considerando uma amostragem não probabilística por tipicidade ou julgamento na qual não se utiliza seleção aleatória. Também não se permite representatividade (com níveis de confiança e margens de erro), mas, sim, confia-se no julgamento pessoal do pesquisador e nos colaboradores que desejam respondê-la. 3.2.1 Definição da amostra das empresas As empresas foram selecionadas considerando o fato da autora possuir alguma afinidade com algum membro ou gestor delas. No setor da indústria, foi possível o contato com um dos responsáveis por um dos setores da empresa devido ao fato de que foram colegas na disciplina de Administração da Produção e Operações II. Já no comércio, a empresa foi escolhida devido à presença na economia da região e contato com o gerente da loja do município de Ijuí o qual é uma pessoa cativante, espontânea e disposta a colaborar. E quanto ao setor de serviços, a autora atua como colaboradora da empresa objeto do estudo. 3.2.2 Definição da amostra relacionada aos sujeitos pertencentes às empresas A amostra desta pesquisa é não-probabilística por julgamento ou tipicidade visto que esta se constitui em selecionar um subgrupo da população que com base nas informações disponíveis possa ser representativo de toda a população. Na indústria, para a aplicação dos questionários, o critério de seleção para os colaboradores considerou a aqueles que trabalham nas atividades operacionais do processo de produção, e para a entrevista, o responsável pela área de Gestão de Pessoas, na pessoa da psicóloga da empresa. Já no comércio, o critério de 75 seleção para a aplicação de questionários foi feito com vistas a pesquisar somente os vendedores da empresa. A entrevista com o responsável pela área de Gestão de Pessoas, foi feita com o psicólogo da empresa. Quanto à empresa prestadora de serviços, foram escolhidos somente os colaboradores que atuam no atendimento direto ao público, tais como caixas, assistentes de atendimento, assistentes de negócios, gerentes de negócios pessoa física e pessoa jurídica. Para a entrevista, optou-se pelo psicólogo responsável pela área de Gestão de Pessoas. Cabe aqui justificar o tamanho da amostra com a opinião de Vergara (2009, p. 47): Amostra não-probabilística é aquela selecionada por acessibilidade e por tipicidade. A acessibilidade é a amostra que fica longe de qualquer procedimento estatístico, seleciona elementos pela facilidade de acesso a eles. A amostra por tipicidade é constituída pela seleção de elementos que o pesquisador considere representativos da população-alvo, o que requer profundo conhecimento dessa população. Para calcular amostragem ideal para a população referente ao estudo, considera-se uma margem de erro de 5% (para mais ou para menos), considerando a totalidade dos colaboradores que trabalham na indústria nas atividades operacionais do processo de produção da empresa representante deste setor. Segue o cálculo: n= 1/(0,05)2 n= 1/0,0025 n= 400 A=400x410/400+410 A= 202 Para o setor do comércio, considerando somente os vendedores da empresa representante deste setor, obtém-se a seguinte amostra: n= 1/(0,05)2 n= 1/0,0025 n= 400 A=400x180/400+180 A= 125 E, para o setor de serviços, considerando somente os colaboradores que atuam no atendimento direto ao público, tais como caixas, assistentes de atendimento, assistentes de negócios, gerentes de negócios pessoa física e pessoa jurídica da empresa representante deste setor, obtém-se a seguinte amostra: 76 n= 1/(0,05)2 n= 1/0,0025 n= 400 A=400x199/400+199 A= 133 Foram aplicados no total 460 questionários fechados aos colaboradores e 3 roteiros de entrevista aos gestores da área de gestão de pessoas das empresas. As entrevistas foram realizadas somente para as pessoas responsáveis pelo processo de gerir pessoas, pois são estas funções que estão à procura de talentos, analisam perfis e obtém os resultados dos processos de seleção nos quais é possível aplicar o Marketing Pessoal como fator determinante para o crescimento ou desenvolvimento de indivíduos nas organizações. Os objetivos específicos desta pesquisas foram: a) Identificar quais são as práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores das empresas pertencentes ao setor da indústria, do comércio e de prestação serviços; b) Verificar quais são as práticas de Marketing Pessoal valorizadas pelos gestores das empresas pertencentes ao setor da indústria, do comércio e da prestação de serviços; c) Encontrar gaps entre as práticas de Marketing Pessoal dos colaboradores e as práticas valorizadas pelos gestores; d) Mostrar semelhanças e diferenças entre os setores, relacionadas ao Marketing Pessoal. e) Sugerir ações de Marketing Pessoal aos colaboradores para desenvolver suas carreiras profissionais; Para alcançar os objetivos “a”, “c”, “d” e “e” foram aplicadas os questionários aos colaboradores e para atingir os objetivos “b”, “c” e “d” foram realizadas as entrevistas aos gestores da área de gestão de pessoas. Essa informação está resumida na tabela 1. 77 Tabela 1 - Objetivos específicos e sujeitos da pesquisa Objetivos Específicos Sujeitos da pesquisa Identificar quais são as práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores das empresas pertencentes Colaboradores pertencentes as empresas do setor da indústria, comércio e serviços; ao setor da indústria, do comércio e de prestação serviços; Verificar quais são as práticas de Marketing Pessoal valorizadas pelos gestores das empresas pertencentes ao Gestores da área de gestão de pessoas das empresas representantes do setor da indústria, comércio e serviços; setor da indústria, do comércio e da prestação de serviços; Encontrar gaps entre as práticas de Colaboradores pertencentes as Marketing Pessoal dos colaboradores e as empresas do setor da indústria, comércio e práticas valorizadas pelos gestores; serviços; Gestores da área de gestão de pessoas das empresas representantes do setor da indústria, comércio e serviços; Mostrar semelhanças e diferenças entre os setores, relacionadas ao Marketing Pessoal. Colaboradores pertencentes as empresas do setor da indústria, comércio e serviços; Gestores da área de gestão de pessoas das empresas representantes do setor da indústria, comércio e serviços; Sugerir ações de Marketing Pessoal Colaboradores pertencentes as aos colaboradores para desenvolver suas empresas do setor da indústria, comércio e carreiras profissionais; serviços; Fonte: Dados pesquisa, 2014. 78 3.3 Coleta de dados A coleta de dados constitui-se em etapa importante do estudo, pois contribuiu para a definição do caminho da pesquisa. As técnicas, fontes e principais formas de coleta de dados aplicadas no desenvolvimento da pesquisa foram questionários aplicados aos colaboradores das empresas pertencentes aos setores da indústria, comércio e serviços e entrevistas aos gestores da área de gestão de pessoas destas empresas. A coleta de dados foi realizada entre os meses de julho e agosto de 2014, quando foi entregue aos colaboradores das empresas um questionário com questões fechadas (APÊNDICE A), e para os gestores da área de Gestão de Pessoas foi realizada uma entrevista com questões abertas (APÊNDICE B). Na empresa representante do setor da indústrial, um dos funcionários foi o responsável por aplicar e recolher os questionários. No setor de comércio, o gerente da loja de Ijuí, disponibilizou-se em aplicar e realizar o recolhimento. Já na empresa representante do setor de serviços, na qual a pesquisadora trabalha, foi a mesma quem realizou a aplicação e recolhimento dos questionários respondidos. Em ambas as empresa, os questionários foram aplicados no mês de agosto de 2014. As entrevistas foram realizadas na semana de 08 à 15 de agosto de 2014, separadamente com os gestores responsáveis pela área de Gestão de Pessoas de cada empresa. . 3.4 Análise e interpretação dos dados Após a coleta de dados, ocorreu a etapa de análise e interpretação das informações obtidas. Os questionários foram reunidos e tabulados pela pesquisadora com critério de estatística descritiva básica do programa Microsoft Office Excel, mais precisamente pelo programa Google Drive. Assim foi possível apresentar em gráficos com a finalidade de facilitar a compreensão dos leitores e também para a realização de uma interpretação mais eficiente para o entendimento de todos. Para a entrevista, foi criada uma planilha também no programa Microsoft Office Excel na qual estão descritas as perguntas e as respostas por sequência e por setor para que realizar a análise. A análise dos dados foi realizada de forma qualitativa quando da utilização do resultado das entrevistas, e quantitativa quando realizada a tabulação dos questionários. 79 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Este capítulo apresenta a análise dos resultados e está dividido por setor de atividade. Caracteriza-se a empresa em estudo; o perfil demográfico dos colaboradores; a forma como esses colaboradores realizam o seu Marketing Pessoal e de que forma utilizam as ferramentas, como currículo, competências, apresentação pessoal e rede de relacionamentos para conseguir sucesso pessoal e profissional. Também são apresentadas as práticas de Marketing Pessoal valorizadas pelos gestores das empresas e uma análise comparativa dos gaps entre as práticas realizadas e valorizadas pelos gestores. Também são descritas sugestões de ações de Marketing Pessoal para os colaboradores, bem como as semelhanças e diferenças das percepções dos colaboradores e gestores dos setores das empresas, relacionadas ao Marketing Pessoal. 4.1 Caracterização da empresa representante do setor industrial O presente estudo foi realizado em uma indústria representante do setor da indústria localizada em Panambi – RS. Está indústria iniciou suas atividades em 1926, quando um imigrante alemão instalou no município uma oficina para reparos de balanças, fogões a lenha, arados e outros utensílios domésticos. Nas décadas seguintes, a pequena empresa deu início à fabricação de janelas de aço, dobradiças para sofás-cama e carrocerias para transporte de carnes. Em 1956, em plena expansão, essa indústria passa a ser administrada por um administrador, o qual dá continuidade às atividades do pai. Dedica-se, então, ao desenvolvimento de novos projetos, vislumbrando atuação em outras áreas. Em meados de 1970, uma fábrica maior é construída, possibilitando a expansão para os segmentos agrícola e industrial. Passou a fabricar plataformas de descarga de grãos a granel, estruturas metálicas e equipamentos para empilhadeiras. Na década de 1980, as dobradiças e as esquadrias de aço deixam de ser fabricadas, dando lugar ao incremento das divisões agrícola e industrial, bem como a inserção no setor automotivo. Esse investimento rendeu frutos e levou a empresa, em 1997, a ampliar sua indústria e a construir mais uma nova área, a Fábrica II, totalizando cerca de 13.370 m² de área, equipada com modernos equipamentos de produção. A atuação no segmento florestal se deu no início do ano 2000. A partir de 2009, visando oferecer produtos comais qualidade e tecnologia firmou parceria com empresas europeias, ampliando a tecnologia e a gama de equipamentos para movimentação de cargas. 80 Atualmente, esta indústria é líder na comercialização de equipamentos para empilhadeiras e sistemas de descarga para granéis, bem como referência na produção de equipamentos para as áreas automotiva, construção civil e florestal. Os equipamentos produzidos pela empresa garantem segurança e eficiência nas operações logísticas dos mais variados setores que movimentam a economia nacional e internacional. A empresa conta com 590 colaboradores, distribuídos na área administrativa e no processo de produção. A empresa possui como missão desenvolver, produzir e comercializar equipamentos para movimentação de cargas e materiais, com tecnologia, profissionalismo e competitividade global, assegurando a satisfação dos clientes, colaboradores, acionistas e a preservação do meio ambiente. Sua visão é ser líder em equipamentos para empilhadeiras e sistemas de elevação e descarga, na América Latina, e referência em soluções de movimentação na logística. Seu negócio busca soluções em movimentação de cargas e materiais com propósito de crescimento e participação no desenvolvimento global. Para isso possui como princípios: • Cliente – principal atenção; • Tecnologia e Qualidade – referência; • Imagem – resultado do que é feito; • Lucro – garantia de sobrevivência e crescimento; • Visão e Gestão estratégicas – comando e suporte de ações; • Ética e Responsabilidade – compromisso de todos; • Consciência Social e Ambiental – valorização das pessoas e da vida. A política de qualidade da empresa visa fornecer soluções logísticas, para satisfazer as expectativas de seus clientes através da melhoria contínua dos seus produtos, processos e serviços. Objetiva atender às necessidades do mercado; executar os processos com eficiência e eficácia; desenvolver fornecedores que sejam comprometidos com a sua política da qualidade; propiciar condições para que seus colaboradores se realizem como profissionais e indivíduos no exercício de suas funções; e assegurar solidez e rentabilidade ao negócio. O mercado dessa empresa, do ponto de vista geográfico, localiza-se em toda a América Latina com venda para vários países tais como Rússia, Colômbia, Panamá, Equador, Uruguai e Paraguai. Também existem clientes em todo o Brasil, e as filiais estão em Valinhos no estado de São Paulo e Cuiabá, no estado de Mato Grosso. 81 4.1.1 Perfil dos colaboradores da empresa representante do setor industrial Inicialmente é importante destacar de que forma os colaboradores estão se desenvolvendo profissionalmente e como têm demonstrado seu interesse e suas decisões no que se refere à sua carreira dentro e fora da empresa, e como eles estão realizando o seu Marketing Pessoal. Para isso é importante conhecer o perfil demográfico dos mesmos em termos de gênero, faixa etária, escolaridade e tempo na empresa. A partir dessas informações foi realizado um estudo com o intuito de perceber de que forma os colaboradores que trabalham nas atividades operacionais do processo de produção realizam suas práticas de Marketing Pessoal. a) Gênero dos colaboradores da empresa representante do setor industrial. Verificou-se que o gênero masculino é predominante, sendo 99% do total da amostra. Essa predominância deve-se ao fato de que em muito casos, é necessário força física para a realização das tarefas. O gráfico 2 registra esses dados. Gráfico 2 - Gênero dos colaboradores da empresa representante do setor industrial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 82 b) Faixa etária dos colaboradores da empresa representantes do setor industrial No gráfico 3, é possível perceber que existe uma distribuição uniforme entre as faixas etárias, desde aqueles que estão iniciando suas carreiras até aqueles que estão em pleno desenvolvimento buscando aperfeiçoamento. Do total da amostra, 12% correspondem aos jovens até 20 anos, ou seja, aqueles que possuem pouca experiência e que podem estar no período de desenvolvimento e escolha das suas profissões. Os jovens de 21 a 25 anos correspondem a 22%, e os colaboradores de 26 a 30, 21%. Os colaboradores que possuem de 31 a 35 anos representam 25% da amostra, e aqueles mais experientes, com mais de 36 anos representam 25% Gráfico 3 – Faixa etária dos colaboradores da empresa representante do setor industrial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. c) Escolaridade dos colaboradores da empresa representante do setor da industrial Parte desses colaboradores, 18% possuem apenas o ensino fundamental completo, e 54% o ensino médio completo. Esses dados demonstram que, do total da amostra, 72% ainda não ingressaram no ensino superior ou concluíram a graduação. Isso pode ser preocupante para a empresa, pois uma graduação agregaria conhecimento e competência às atividades e as 83 pessoas. Essa amostra conta com 8% dos colaboradores com ensino superior completo, e 20% cursando. Gráfico 4 – Escolaridade dos colaboradores da empresa representante do setor industrial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. d) Tempo em que os colaboradores da empresa representante do setor industrial permanecem em suas funções Apesar de esses colaboradores apresentarem um grau de escolaridade relativamente baixo, é possível perceber que 58% permanecem na empresa por mais de 3 anos, o que demonstra que, em muitos casos, a experiência é fundamental para a profissão. De 2 a 3 anos, estão apenas 4%; e de 1 a 2 anos, 15%; menos de 1 ano, 23%. Para a empresa esses dados são relevantes em função do baixo índice do turnover, o que representa uma menor despesa com treinamento, seleção, desligamentos e outras despesas. Para o colaborador é possível afirmar que ele estará inserido em um ambiente com tranquilidade e com horizonte de tempo que lhe possibilita olhar para um projeto de carreira profissional. 84 Gráfico 5 - Tempo em que os colaboradores da empresa representante do setor industrial permanecem em suas funções Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 4.1.2 Marketing Pessoal e sua relação com os colaboradores da empresa representante do setor industrial Peters (2000) explica que o Marketing Pessoal fortalece o crescimento pessoal e profissional da marca da pessoa. Trata-se da capacidade individual de atrair e manter relacionamentos pessoais e profissionais entre a equipe, com clientes, com gerentes, diretores, de forma permanente para que através e por meio deles se realizem ciclos de atendimento de necessidades mútuas, gerando satisfação a todos. O Marketing Pessoal surgiu como uma ferramenta imprescindível na diferenciação de um profissional no mercado de trabalho. É o ponto de partida para projetar a imagem, ou seja, a marca da pessoa, com o objetivo de desenvolver seus conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA). Para compreender a relação do Marketing Pessoal com os colaboradores foi importante questioná-los sobre quais ferramentas lembram o Marketing Pessoal, bem como quais ferramentas são utilizadas por eles para diferenciação frente aos colegas, e, na opinião deles, no que se refere ao que a empresa considera mais importante e valoriza em seus colaboradores. 85 a) Ferramenta que lembra o Marketing Pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor de industrial Quanto ao entendimento por parte desses colaboradores do que é o Marketing Pessoal e de que forma ele é lembrado, é possível realizar algumas afirmações como mostra o gráfico 6. É possível afirmar que, do total da amostra, 51% acreditam que o Marketing Pessoal lembra competências, ou seja, uma pessoa estará realizando seu Marketing Pessoal se for realmente competente. Somente 4% relacionam o Marketing Pessoal com a aparência, e 7% com as redes de relacionamentos que se formam dentro e fora da empresa. Já 38% acreditam que apresentar um bom currículo profissional é demonstrar que está realizando Marketing Pessoal com sucesso. Gráfico 6 – Ferramentas que lembram o Marketing Pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor industrial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. b) Ferramentas utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor de industrial para diferenciação frente aos colegas 86 Além de procurar entender como o Marketing Pessoal é visto para esse grupo de colaboradores, é preciso entender como estes se destacam entre aos colegas com relação às ferramentas do Marketing Pessoal. Para esses colaboradores, Marketing Pessoal é sinônimo de competência, como explica Leme (2005), ou seja, são os conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA), diferenciais que as pessoas apresentam e que têm impacto no seu desempenho e, obviamente, no seu Marketing Pessoal. Para 59% dos colaboradores, as competências individuais são fatores que podem proporcionar certo destaque dentro da empresa; para 4%, as aparências; para 24% as relações estabelecidas; e para 13% o currículo que apresentam. Essas informações estão apresentadas pelo gráfico 7. Gráfico 7 – Ferramentas utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor industrial para diferenciação frente aos colegas Fonte: Dados da pesquisa, 2014. c) Opinião dos colaboradores da empresa representante do setor industrial no que se refere ao que a empresa considera mais importante e valorizado em seus colaboradores 87 Os colaboradores foram questionados sobre o que as empresas consideram mais importante em seus colaboradores, nas suas opiniões. As competências continuam sendo o foco na opinião dos respondentes, reveladas em 60% das contribuições. O currículo tem importância para 32%; a aparência pessoal para apenas 1%; e as redes de relacionamento para 7%. Certamente as empresas estão interessadas nas competências de seus colaboradores. É preciso destacar que no momento de contratação, um bom currículo e uma boa aparência pessoal, são fatores determinantes. Também é importante estar inserido em uma rede de relacionamentos que possam influenciar positivamente decisões e oportunidades. Esses dados estão representados no gráfico 8. Gráfico 8 – Opinião dos colaboradores da empresa representante do setor industrial no que se refere ao que a empresa considera mais importante e valorizado em seus colaboradores Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 4.1.3 Práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor industrial As ferramentas de Marketing Pessoal são aplicáveis à formação de uma imagem pessoal e contribuem para a formação de estratégias profissionais para se obter sucesso. É a partir delas que os colaboradores colocam em prática o seu Marketing Pessoal. Essas 88 ferramentas são definidas como: currículo, competências, aparência pessoal, rede de relacionamentos – Networking. a) Currículo No que se refere ao currículo, 69% possuem currículo atualizado; e 31% não revelaram essa preocupação. Sabe- se que, em muitos casos, o currículo é fator determinante para contratações. O gráfico 9 representa essas informações. Gráfico 9 – Percentual de currículos dos colaboradores da empresa representante do setor industrial que estão atualizados Fonte: Dados da pesquisa, 2014 b) Competências Segundo Dutra (2002), a valorização da competência é uma importante mudança de paradigma, com relação a conceitos e valores. Ela exerce influência nos destinos das organizações e nas carreiras das pessoas. Dessa forma, foi necessário saber qual competência esses colaboradores elegem como a sua própria competência. Para uma empresa ter em seu quadro colaborativo pessoas com experiência é de fundamental importância, habilidade para 89 lidar com pessoas sempre será fator determinante tanto para quem deseja possuir um cargo de gestão quanto para quem deseja permanecer em seu cargo atual, pois todos precisam uns dos outros no seu dia-a-dia. No entanto, muitas vezes, as pessoas chegam com seu nível de stress elevadíssimo, o que dificulta a convivência. Nesse momento, é necessário saber lidar com situações e demonstrar controle. A liderança está atrelada ao intrampreendedorismo quando acontece dentro das empresas. Esse é fruto de comportamentos dos indivíduos e da sua capacidade de criatividade e inovação, guiados por um sentido de visão e integração, determinação e competitividade, por meio de um processo de liderança e iniciativa, voltado para resultados e para busca de oportunidades. Também se enquadram a visão estratégica e a atitude que faz crescer, desenvolver e criar. A experiência foi definida como a competência por 40% desses colaboradores que em sua maioria, possuem mais de 3 anos na empresa. Atitude apresentou um índice de 33%; visão estratégica 13%; habilidade para lidar com pessoas 9%; e liderança apenas 5%. Conforme gráfico 10, as competências desses colaboradores estão distribuídas da seguinte forma: Gráfico 10 – Competências dos colaboradores da empresa representa do setor industrial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 90 c) Apresentação Pessoal Outra ferramenta do Marketing Pessoal é apresentação pessoal. Esta pode ser realizada através de uma boa aparência, com cuidados e elegância, bem como pelo hábito de vestir-se com padrões profissionais adequados e de falar corretamente. Alguns colaboradores procuram trabalhar sua imagem profissional e pessoal. Têm preocupação com o que os outros estão pensando e de que forma estes analisam suas atitudes e ações. Matarazzo (2002) afirma que a prática do marketing pessoal consiste em mostrar, por meio da aparência física, um conjunto de informações que possibilitam resultados positivos na concretização do sucesso. Ao questionar esses colaboradores de que forma eles estão realizando sua apresentação pessoal, 71% afirmaram que estão trabalhando a sua imagem pessoal e profissional; 18% vestem-se conforme os padrões profissionais adequados; 10% falam corretamente; e apenas 1% possui aparência adequada ao local de trabalho. Dificilmente uma empresa contrata uma pessoa com uma aparência desagradável aos olhos de seus clientes, porém foi possível perceber que esses colaboradores afirmam que estão trabalhando a sua imagem pessoal e profissional, porém, não estão cuidando de suas aparências. Há divergência nas informações, imagem é um conjunto de características de um ser humano e aparência é apenas uma característica, o gráfico apresenta essa informação. 91 Gráfico 11 – Padrões de apresentação Pessoal dos colaboradores da empresa representante do setor industrial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. d) Redes de relacionamento ou Networking Ao abordar as ferramentas de Marketing Pessoal, é necessário destacar que as redes de relacionamento são um grande capital para os indivíduos visto que, a partir delas, podem surgir muitas oportunidades de crescimento e desenvolvimento. Divulgar a imagem em redes sociais pode facilitar o contato com desconhecidos. Porém, é necessário ter cautela ao realizar esse ato, visto que as pessoas podem compreender de várias formas o seu jeito de ser, seus objetivos e desejos com essa exposição. Persona (2010) diz que o Marketing Pessoal deve gerar impressões positivas na mente das pessoas, e para isso não há nada melhor do que criar experiências de satisfação e de busca por experiências de satisfação. Isso faz com que muitos recorram às novas formas de abordagem e técnicas de aproximação, de modo consciente e planejado. Para algumas pessoas, relacionar-se com profissionais de outras áreas também pode ser entendido como uma rede de relacionamento, e sem dúvida o é. Nesse momento, é possível criar vínculos, trocar experiência e traçar caminhos que possam abrir os horizontes 92 de tempo e desejos. Porém, é preciso olhar para dentro de “casa”, e participar de festas e confraternizações da empresa. Conforme gráfico 12, 73% dos colaboradores que responderam o questionário estão realizando suas redes de relacionamento fora da empresa e se relacionando com profissionais de outras áreas; 21% comparecem a confraternizações da empresa; e 6% divulgam sua imagem em redes sociais. Gráfico 12 – Técnicas de aproximação com objetivo de criar redes de relacionamentos dos colaboradores da empresa representante do setor industrial 80% 73% 70% 60% 50% 40% 30% 21% 20% 10% 6% 0% Divulgo minha imagem nas redes sociais Me relaciono com Compareço a festas e profissionais de confraternizações da outras áreas empresa Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 4.1.4 Gestão de Carreira: o que os colaboradores da empresa representante do setor industrial consideram como sucesso de carreira Para esses colaboradores que possuem um currículo atualizado, adquirem e desenvolvem competências, trabalham sua imagem pessoal e profissional e criam redes de relacionamento, é necessário que estejam motivados a seguir em frente e possuam um plano de gestão de carreira que possa lhes trazer sucesso e vitórias vinculadas ao seu Marketing Pessoal. 93 No questionário aplicado aos colaboradores foi feita uma indagação referente ao que eles estariam considerando como sucesso de carreira: ser reconhecido profissionalmente através do alcance de metas pessoais e profissionais ou somente pelas remunerações; conseguir um bom cargo por meio de relações estabelecidas ou Networking, ou mesmo somente planejando o destino de sua profissão ou cargo. Constatou-se que 65% desses colaboradores desejam ser reconhecidos profissionalmente através de seu trabalho, atitude, conhecimento, habilidades. Planejar o destino da profissão ou do cargo através de estudo ou de autodesenvolvimento faz parte dos objetivos de sucesso em suas carreiras para 20%; 8% afirmam que, para se ter sucesso na carreira, desejam aumentar sua remuneração, sem planejar destinos ou ser reconhecidos; e 7% desejam o caminho mais fácil que é conseguir um bom cargo por meio das relações estabelecidas. O gráfico 13 registra esses dados. Gráfico 13 – Entendimento de sucesso de carreira para os colaboradores pertencentes à empresa representante do setor industrial Fonte: Dados da pesquisa, 2014 Também foi questionado se os colaboradores possuem um plano de desenvolvimento de carreira, 56% afirmam que sim e 44% que não, conforme ilustra o gráfico 14. 94 Gráfico 14 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor industrial que possuem um plano de desenvolvimento de carreira Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Após identificar qual percentual de colaboradores que possuem um plano de desenvolvimento de carreira e estão utilizando o Marketing Pessoal para desenvolvê-lo, foi questionado qual seria este plano. É possível verificar que existem vários desejos e objetivos a serem alcançados, alguns querem atingir nível e cargo da gerencia dentro da indústria, outros apenas esperam participar da implementação do plano de cargos e salários que está em etapa final. Adquirir o nível máximo na função de soldador, ser serralheiro, qualificar-se e dar o melhor de si, fazer um curso técnico relacionado a sua área, voltar a estudar, logo se formar no ensino médio, estudar e aprimorar experiências e capacidades. Há alguns colaboradores que desejam trabalhar na área de segurança do trabalho ou fazer o melhor que puder para poder se aperfeiçoar na área em que atuam, terminar o curso técnico e continuar estudando, realizar o curso técnico em Mecânica ou simplesmente aprender com os erros. Crescer dentro desta indústria e ser reconhecido pelo esforço, ser eletricista e um profissional bem sucedido ou ser um engenheiro ou montador interno, trabalhar na área de ferramentária. Alguns desejam realizar um curso superior e utilizar conhecimentos que obtiveram dentro da indústria para criar o seu próprio negócio. Se o desejo for permanecer dentro da empresa, que seja para ser líder de setor e Engenheiro Mecânico, adquirir mais competências para melhorar e remuneração e concluir a graduação e passar em um concurso público. 95 Junto ao plano de desenvolvimento de carreira estão vinculados alguns objetivos profissionais e a maioria, ou seja, 78% afirma que sim, costumam estabelecer objetivos profissionais e somente 22% não, conforme gráfico 15. Gráfico 15 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor industrial que possuem um currículo atualizado Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Os objetivos profissionais que essa equipe costuma estabelecer são metas financeiras; reconhecimento profissional; chegar ao nível máximo de determinado cargo dentro da empresa como soldador; dedicar-se a uma atividade que não utilize tanto força física; buscar aperfeiçoamento; subir de cargo dentro da empresa; fazer bem feito suas atividades diárias. Os profissionais que desejam adquirir mais conhecimento visam contribuir com seu desenvolvimento pessoal e da empresa; trabalhar em outras áreas; realizar cursos; destacar-se pelos serviços prestados; ser eletricista; respeitar quem sabe; aprender com os erros; adquirir realização financeira e pessoal; ser reconhecido e aprimorar conhecimentos, adquirir novas competências, trabalhar na usinagem, dentre outros. Para realizar um plano de desenvolvimento de carreira em que possa ser utilizado o Marketing Pessoal para atingir os objetivos propostos, é preciso buscar conhecimento. O gráfico 16 apresenta o percentual de colaboradores que estão buscando conhecimento pensando em suas carreiras. 96 Gráfico 16 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor industrial que estão em busca de conhecimento pensando em suas carreiras Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Nesse sentido, 80% dos respondentes afirmam que, estão buscando conhecimento pensando em suas carreiras e Marketing Pessoal através de cursos de pós-graduação; cursos profissionalizantes; cursos na área de gestão de pessoas; técnico em mecânica; curso em gestão de empresas; graduação; curso de línguas; bacharel em Engenharia Mecânica; conhecimentos sobre a ISO 14.000; atualizações periódicas através de cursos e seminários; aperfeiçoamento na área de usinagem entre outros. Apenas 20% não estão buscando conhecimento, pois desejam permanecer nos cargos em que estão. Conhecimento técnico, currículo atualizado, competências, apresentação pessoal e rede de relacionamento são fundamentais para qualquer profissional em todas as áreas de atuação, mas o que diferencia quem chega ao topo da carreira e consegue permanecer em uma empresa são garra, criatividade, ousadia e senso de oportunidade. A maioria, ou seja, 92% dos colaboradores que responderam aos questionários, deseja permanecer e crescer nesta empresa, e apenas 8% não. O gráfico 17 apresenta essas informações. 97 Gráfico 17 – Percentual de colaboradores que desejam crescer na empresa representante do setor industrial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Para que seja possível adquirir competências, destacar-se na empresa e crescer, alguns colaboradores estão se reciclando, realizando pós-graduação, cumprindo horários, fazendo as peças conforme lhes é solicitado, se dedicando ao setor e estudando, voltando a estudar, assimilando conhecimento e adquirindo experiência, dando o melhor de si, tendo compromisso e sendo responsável, sendo esforçado, concluído a graduação, sendo competente, tendo atitude e trabalhando com qualidade, obedecendo normas e horários, sendo objetivo e eficiente entre outros. Porém, para crescer tanto dentro da empresa quanto em outra é necessário competências. Para esses colaboradores, 94% afirmam que competências são importantes, apenas 6% não. O gráfico 18 demonstra essas informações. 98 Gráfico 18 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor industrial que consideram as competências importantes Fonte: Dados da pesquisa, 2014. As competências desses colaboradores podem ser descritas como: dinamismo, atitude, fazer peças com qualidade no trabalho, ser um bom soldador, ser proativo, transparente e companheiro, trabalhar para satisfazer o cliente, ser pontual, ter boa memória, facilidade em aprender e criatividade, habilidade, inteligência, força, confiança, respeito, dedicação, visão, atitude, ser eficiente, soldar bem, ter educação, ser comunicativo, ser atencioso, relacionar-se bem, ser solidário, ser esforçado, possuir boa postura, ser honesto, ético, comprometido, experiência, ser humilde para reconhecer seus erros, entre ouros. A postura profissional é o comportamento adequado dentro das organizações. Busca seguir os valores da empresa para um resultado positivo. Ao questionar esses colaboradores se eles acreditam que postura profissional é importante, 94% afirmaram que é importante para a carreira e que a, partir dela, também é possível realizar o seu Marketing Pessoal. Alguns avaliam suas posturas como objetiva, boa, ótima, educada, procurando não se deixar levar pelos outros, regular, muito séria, aquela que passa confiança e respeito, em desenvolvimento, de acordo com o esperado. Outros 6% não acreditam que a postura profissional seja importante para a sua carreira conforme gráfico 19. 99 Gráfico 19 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor industrial que acreditam na importância da postura profissional Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Atrelada à postura profissional, foi analisada a opinião dos respondentes quanto às suas aparências, se em suas carreiras essas são ou não são importantes. É possível verificar, conforme gráfico 20, que 66% julgaram que sim, a aparência pessoal é importante. Porém, para 34% a aparência não é importante talvez por julgarem que experiência e competência sejam mais consideradas na avaliação. 100 Gráfico 20 – Importância da aparência pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor industrial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. A aparência desses colaboradores é construída pelos seguintes elementos: cabelo bem arrumado, barba feita, se vestindo adequadamente, utilizando roupas e sapatos limpos, cuidando seus EPIS e higiene pessoal, tendo bons hábitos, cuidando da saúde, entre outros. Uma ótima apresentação pessoal e competência são importantes para construir redes de relacionamentos. Por esse motivo foram questionados aos respondentes sobre suas carreiras, se o comprometimento é importante. O resultado foi de que 99% concordam que comprometimento é importante para as suas carreiras, conforme registra o gráfico 21. 101 Gráfico 21 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor industrial que acreditam que comprometimento é importante Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Esses colaboradores avaliam seu comprometimento como bom, sempre em busca de melhores resultados, o que inclui cumprir normas da empresa, fazer suas atividades com responsabilidade, sendo pontual, não faltando, cumprindo suas tarefas diárias, como sendo promissor, de acordo com o esperado, excelente, interessado em aprender mais a cada dia, integral, responsável. Sem comprometimento não será possível cumprir nenhuma atividade bem como desenvolver Marketing Pessoal. As relações interpessoais surgem interligadas ao comprometimento, à postura profissional, ao conhecimento e ao desejo de desenvolver-se dentro da empresa e no momento em que é iniciado o processo de autoconhecimento. Elas podem modificar o ambiente de trabalho, resolver conflitos e problemas que as pessoas enfrentam em seu no dia-a-dia, tanto na empresa quanto no ambiente organizacional ou em família O processo das relações interpessoais é fundamental no desenvolvimento profissional. Atualmente, as empresas de recrutamento e seleção fazem testes específicos para determinar se o candidato tem capacidade de relacionar-se consigo mesmo através de um processo de autoconhecimento e de manter relações saudáveis com seus colegas de trabalho. Em razão disso, foi perguntado aos respondentes se acreditam na importância das relações interpessoais 102 em suas carreiras, se estas estão ligadas ao desenvolvimento de seu Marketing Pessoal. O gráfico 22 apresenta o resultado. Gráfico 22 – Importância das relações interpessoais para os colaboradores da empresa representante do setor industrial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. A pesquisa apontou que 86% acreditam na importância das relações interpessoais. Consideram suas relações entre muito boas, boas, ótimas, em espírito de equipe, com respeito, fracas, de acordo, mantendo um bom relacionamento, médias. As respostas foram expressas nesses termos por que os colaboradores não possuem o conhecimento sobre relações interpessoais. Sendo assim, 14% afirmaram que as relações interpessoais não são importantes em suas carreiras. Após identificar o perfil demográfico e profissional dos entrevistados, buscou-se saber de que forma o Marketing Pessoal é lembrado pelos entrevistados. De que maneira esses indivíduos se destacam diante dos colegas, e qual elemento segundo estes, as empresas consideram mais importantes em seus colaboradores, como administram as ferramentas de Marketing Pessoal, e como pensam em utilizar essas ferramentas em sua carreira. Buscou-se saber se acreditam realmente que o Marketing Pessoal é fator determinante para o seu crescimento profissional. No gráfico 23, é possível identificar as diferentes opiniões: 103 Gráfico 23 – Marketing Pessoal como fator determinante para o crescimento profissional dos colaboradores da empresa representante do setor industrial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. O Marketing Pessoal é uma estratégia individual para atrair e desenvolver contatos e relacionamentos interessantes do ponto de vista profissional e pessoal, bem como para dar visibilidade a características e competências relevantes na perspectiva da aceitação e do reconhecimento por parte dos outros (RITOSSA, 2009). Dos entrevistados, 68% acreditam que o Marketing é fator determinante para o crescimento profissional, já 18% não veem relevância para a execução de suas atribuições diárias, ou seja, acreditam que, no seu local de trabalho ninguém está olhando para eles com intuito de lhes oportunizar algo através do Marketing Pessoal que apresentam. Logo, 14% não acreditam que o Marketing Pessoal é fator determinante. Para concluir essa etapa, perguntou-se a esses colaboradores o que os mesmos acham que seus chefes pensam sobre eles, o que os colegas pensam e como eles se definem, com intuito de verificar a coerência de suas atitudes dentro do ambiente de trabalho e a imagem que estes representam para seus gestores imediatos e seus colegas; se está vai ao encontro da sua percepção de possibilidade de sucesso profissional com ajuda do Marketing Pessoal. As respostas estão no quadro 7. 104 Quadro 7 - Percepção dos colaboradores quanto à visão de seus gestores e colegas e sobre si mesmo O que você acha que seus chefes pensam sobre você... Competente Profissional Dedicado Esforçado Responsável Bom Comprometido Bem Regular Bom profissional Determinado Regular Honesto Número O que você acha que de os colegas pensam respostas: sobre você... 17 6 5 5 4 4 4 2 2 2 2 2 2 Número Como você se de define... respostas: Diferente Confiável Capacidade Trabalhador 1 1 1 1 Compenheiro Competente Bom colega Colega Confiável Bem Experiente Mala Pró-ativo Disposto a ajudar Exemplo Ético Nervoso Alguém a ser Superado Amizade Humilde Entendido Pró-ativo Desenvolvido Um número Prestativo 1 1 1 1 Bem relacionado Chato Trabalho em equipe Ótimo 1 1 1 1 Trabalhador Com vontade Irrelevante Com capacidade 1 1 1 1 Me odeiam Comprometido Regular Preocupado 1 1 1 1 Um colaborador Disposto Habilidade Com conhecimento Atitude Bom funcionário 1 1 1 1 1 1 Parceiro Amigo compromisso Bom Profissional Cooperante Transparente 1 1 1 1 1 1 Desinteressado Honesto 1 Prestativo 2 Tranquilo Número de respostas: 6 5 5 3 2 2 1 1 1 1 1 1 1 Amigo Comprometido Companheiro Responsável Competente Dedicado Focado Sincero Honesto Sincero Amigo Calmo Determinado 8 7 6 6 5 5 4 3 3 3 3 2 3 1 1 1 1 Legal Normal Humilde Tranquilo Bom profissional Humilde Calmo Inteligente Visão profissional Inteligente tranquilo Normal visão profissional Dinâmico Sonhador Pontual Feliz Humilde 3 2 2 2 1 Capaz 1 Criativo 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 Continua página seguinte... 105 Bom trabalhador Sincera Inteligente Capacitado Uma pessoa esforçada Tranquilo Faz o serviço bem feito Descartável Ótimo profissional Eficiente Com futuro Coringa 1 1 1 1 1 1 Ótimo Esforço Bem qualificado Empenhado Bom Otimista 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Bem Simples Prestativo Colega Correto Irmão Experiente Ótimo Funcionário Bem sociável Um profissional Exigente Regular Batalhador Decidido Esperto 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 4.1.5 Práticas de Marketing Pessoal valorizadas pela gestora da área de gestão de pessoas da empresa representante do setor industrial Segundo Chiavenato (2008), a Gestão de Pessoas é uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações. É um papel delicado, que deve ser desenvolvido pelas pessoas que têm sob sua responsabilidade e seu comando os colaboradores. Por essa razão, ela é contingencial, estratégica e situacional. Depende das características do ambiente, do negócio da organização, das políticas internas e externas adotadas pela organização, das suas funções e processos e de uma gama enorme de outras variáveis importantes, que podem afetar a estrutura organizacional de cada empresa. Possuir grandes capitais financeiros, estruturas físicas modernas, máquinas e equipamentos de última geração com alta tecnologia, localizações privilegiadas, matériasprimas de primeira qualidade, sistemas e computadores de última geração não são os únicos fatores que fazem a diferença num mercado competitivo e globalizado em que se encontram as empresas. Sendo assim, essa etapa do trabalho tem como principal objetivo verificar quais 106 são as práticas de Marketing Pessoal valorizadas pela gestora da empresa. No quadro 8 está apresentado um resumo das respostas. Quadro 8 - Pontos principais da entrevista com gestora da área de Gestão de Pessoas da empresa representante do setor industrial A gestora conhece o perfil demográfico dos colaboradores o que facilita identificar oportunidades e realocar pessoas em setores, sabe da demanda da empresa; A gestora afirma que o desenvolvimento dos colaboradores depende somente de suas próprias escolhas; A empresa oferece oportunidades para o desenvolvimento das competências tais como conhecimento, habilidades e atitudes são diariamente avaliadas; A gestora afirma que as competências dos colaboradores são as ferramentas mais importantes em seus colaboradores, na visão da empresa; Aparência é desnecessário para a empresa representante do setor industrial; Desempenho é fator determinante para o desenvolvimento de carreira; Força de vontade e foco em resultados são elementos para evitar a rotatividade. Fonte: Dados da pesquisa, 2014. O que realmente faz a diferença são as pessoas que trabalham na empresa. São elas que dão o impulso necessário para que as empresas possam ser competitivas e consigam alcançar seus principais objetivos: qualidade, eficiência, produtividade e lucratividade. Essa é a opinião da responsável pela gestão de pessoas da indústria representante deste setor. As práticas orientadas ao desenvolvimento do Marketing Pessoal adotadas por esta empresa, segundo a gestora de Gestão de Pessoas, são bastante claras aos seus colaboradores. O perfil demográfico da empresa é expresso, em sua grande parte por trabalhadores do sexo masculino, com grau de instrução limitado, em sua maioria, trabalhadores que não terminaram o ensino médio. As exceções se dão na área administrativa da empresa onde grande parte dos colaboradores possui formação em nível superior e ainda a presença do público feminino é em maior escala. A empresa prega que o Marketing Pessoal é fator crucial para o crescimento dentro da organização, uma vez que as oportunidades de crescimento existem e são disponibilizadas a todo colaborador, porém somente aqueles que se destacam de seus colegas em suas 107 atribuições diárias são promovidos. Não necessariamente um colaborador de maior tempo de casa será promovido, porém aquele assíduo, pontual e que executa com qualidade suas atribuições. Independente do período em que está na empresa, pode estar apto a galgar uma promoção interna. Para a escolha desse colaborador algumas competências são levadas em consideração e têm maior peso, como a busca por qualificação, através de cursos de aperfeiçoamento. Fica evidenciada na indústria que as principais ferramentas são as competências, principalmente o “fazer bem feito” uma vez que, como se trata de uma rotina pré-estabelecida pela empresa, a necessidade da correta execução das rotinas diárias torna-se determinante para o sucesso do colaborador. A repetição deve levar à excelência na execução da tarefa. Como ferramenta de menor peso na indústria, é apontada a aparência, uma vez que os colaboradores estão todos uniformizados, seja por normas de segurança, ou por identificação da empresa. Isso demonstra uma preocupação da organização com a padronização de seu corpo funcional. O mas o mais importante argumento sobre valorização da aparência fica no fato de que os trabalhadores do chão de fábrica não possuem contato com o cliente externo, e suas atividades referem-se basicamente à execução de determinadas tarefas rotineiras. O colaborador recém-contratado que demonstra interesse e entra na empresa pensando em seguir carreira na organização define objetivos de médio prazo, utiliza-se de algumas ferramentas mais específicas do Marketing Pessoal para buscá-los. A gestora da área de Gestão de Pessoas da empresa representante do setor industrial afirma que o fazer bem executar as tarefas é vital para a manutenção no cargo. Mas aqueles que buscam a ascensão profissional, ou ainda fazer carreira na empresa têm a necessidade de chamar a atenção de seus gestores imediatos e a liderança exercida no dia-a-dia, o relacionamento entre colegas, são fatores que comprovam que o profissional é diferenciado e merece uma atenção especial de seu gestor. Nessa indústria, a concepção de Marketing Pessoal não é entendida por parte dos trabalhadores do chão de fábrica. Porém, dentre aqueles do setor administrativo que possuem um grau de instrução mais elevado, ele é posto em prática de modo pontual. Os colaboradores que trabalham na parte operacional da empresa, limitam-se ao uso das competências, pois estas são valorizadas pelos gestores e o fato de executar as tarefas de modo adequado com assiduidade e pontualidade no dia-a-dia da empresa geram benefícios significativos para o colaborador. Para a gestora da área de Gestão de Pessoas, o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento dos colaboradores. Em grande parte das movimentações que se referem à 108 promoção, os candidatos que acabam ocupando as novas posições são aqueles que melhor dominam o Marketing Pessoal como prática diária, e acabam se destacando dos demais candidatos para estas avaliações, através de competências que são seus conhecimentos sobre a área, suas habilidades para lidar com situações e problemas e a atitude frente às oportunidades e demandas de trabalho. Para que o colaborador alcance o sucesso dentro da empresa a qual foi realizado o levantamento do setor indústria, segundo o gestor de pessoas, o foco no resultado é a principal qualidade que este deve apresentar. 4.1.6 Gaps existentes entre as práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores e as práticas valorizadas pelos gestores na empresa representante do setor industrial O Marketing Pessoal de cada indivíduo é avaliado por seus comportamentos e ações. Requer relacionamentos interpessoais e visão de futuro. Dessa forma, é possível afirmar que todos os indivíduos que estão inseridos em organizações estão sendo avaliados constantemente. Seus gestores, no entanto, possuem sua própria visão, a qual seria ideal que fechasse com o desejo e ambição de seus subordinados. Foi diagnosticada a visão dos empregados e de seus gestores para poder descrever os gaps que ocorrem na comparação entre as práticas de Marketing Pessoal realizadas pelos colaboradores e as práticas de Marketing Pessoal valorizadas pelos gestores. Os gaps identificados foram os seguintes: Quanto à relevância do Marketing Pessoal por parte da empresa, a gestora da área de Gestão de Pessoas afirma que esse é sim fator determinante para o crescimento do colaborador porém, nem todos os colaboradores compreendem que o Marketing Pessoal pode auxiliá-los no processo de promoção na empresa e é fator determinante para o seu crescimento profissional. Já os colaboradores acreditam que somente fazer o certo lhe renderá promoções. Os colaboradores mais participativos desejam ter maior autonomia em suas atividades e cooperar com as decisões dos seus gestores, pois possuem facilidade na interação, aprendizagem; conhecem a empresa e participam dos negócios. A gestora afirma que eles apenas precisam ter força de vontade e foco nos resultados. No entanto, como suas atividades diárias são sempre as mesmas, fazendo-as bem e sem erros estarão se destacando. Na questão da aparência, constata-se que há uma incompatibilidade entre a situação proposta pela empresa e o entendimento dos colaboradores, pois segundo a empresa, 109 a aparência, vestir-se adequadamente, higiene pessoal adequada, barba feita, cabelo cortado, não são fatores determinantes para a permanência e ascensão dos colaboradores na empresa. Porém, a maioria dos respondentes acreditam que a aparência é relevante, mesmo para os trabalhadores que não mantém contato direto com o público externo. A gestora da área de Gestão de Pessoas afirma que, não necessariamente um colaborador de maior tempo de casa será aquele a ser promovido, porém aquele que é assíduo, pontual e que execute com qualidade suas atribuições independente do período em que está trabalhando na empresa pode estar apto a galgar uma promoção interna. Na pesquisa com os colaboradores foi possível perceber que a experiência foi definida como competência da maioria dos respondentes. Os colaboradores desejam autonomia, responsabilidade e um trabalho interessante na linha de produção. Porém eles precisam estar cientes de que nas linhas de produção a autonomia é menor, uma vez que determinados padrões e operações são repetidos, e só em trabalhos mais administrativos há espaço para maior autonomia. Novamente o perfil de cada tipo de trabalhador em cada área pode explicar as diferenças. Esses gaps podem indicar que mesmo uma empresa que tenha política de recursos humanos eficiente, quanto a entender exatamente o que seus colaboradores querem, ainda há “pontos cegos”, aqueles que não estão sendo analisados e que podem estar atrapalhando melhores resultados, que merecem atenção. Para escolher os colaboradores e alocá-los em suas devidas funções, algumas competências são levadas em consideração. Para a empresa, tem maior peso para a tomada de decisão a busca por qualificação, porém, a poucos colaboradores realizando cursos profissionalizantes ou disponíveis para eventuais desafios. O fator reconhecimento do trabalho apresenta divergências entre a opinião dos colaboradores e a opinião da gestora. Enquanto os colaboradores, em sua maioria, acreditam que sucesso de carreira está relacionado a ser reconhecido profissionalmente, a gestora afirma que eles só serão reconhecidos se souberem se destacar. Assim serão valorizados para participar de seleções para outros cargos, e como resultado terão a oportunidade desenvolver carreira e crescer através do seu próprio desempenho. Ninguém será reconhecido se estiver sempre na mesma posição fazendo as mesmas coisas. Estes foram os gaps identificados entre a percepção de utilização ou não das ferramentas do Marketing Pessoal na empresa representante do setor industrial para com seus colaboradores e a real concepção dos trabalhadores em suas práticas diárias que servirão de 110 base para uma eventual tomada de decisão em um processo seletivo. A seguir, são apresentados os dados referentes ao estudo realizado no setor comercial. 4.2 Caracterização da empresa representante do setor de comércio Em 1964, a empresa em estudo representante do setor do comércio iniciou sua história. Primeiramente no ramo da alfaiataria, que permitiu uma maior proximidade e conhecimentos no ramo de tecidos e costuras. No final dos anos 60, com a empresa prosperando, surge a oportunidade de ampliação através da abertura de filiais focadas na venda de vestuário, calçado e também tecido em metro. Nos anos 70, a empresa amplia o número de filiais mostrando sua força no mercado. Nos anos 80, a empresa adquire o primeiro computador, aprimorando o controle e a gestão do estoque. Ao mesmo tempo, a estrutura organizacional se modernizava com o surgimento da supervisão comercial, facilitando o acompanhamento das filiais. Na década de 90, a informática passa a fazer parte da empresa, facilitando e agilizando todos os sistemas da organização. No final dessa época, surge o crediário nas filiais. Em 2000, a empresa abandona a venda de tecidos em metro. Em 2011, adota o conceito “RENOVE-SE”, focada na inovação. Ideias diferenciadas e modernas trouxeram mudanças que passaram a ser o alicerce dessa renovação. Parte desse processo, a implementação do seu super-cartão revolucionou as vendas e a maneira de concessão de crédito para os clientes. No ano de 2012, ocorrem grandes avanços. Surge o Programa Trainee, que é um programa de treinamento para a formação de gerentes para as filiais. A entrada de consultorias é outro destaque da empresa, buscando obter crescimento e tornando-se mais agressiva e competitiva no mercado, visando alcançar os resultados desejados. Em 2013, com a criação da Universidade Corporativa, gerentes, caixas e vendedores passaram a receber treinamentos mensais, com o intuito de preparar melhor as equipes para receber os clientes nas lojas. Com o sucesso do Programa Trainee, em 2013 realiza-se a segunda edição, focada no treinamento de pessoas que desejam se destacar no mundo da moda, liderando equipes nas filiais da loja. A renovação e a modernização da marca estão ligadas e alinhadas ao bom atendimento. A empresa preza a satisfação dos clientes. Essa loja é uma das maiores redes de lojas de departamento de vestuário feminino, masculino e infantil do Rio Grande do Sul. Ao longo de toda a sua história, primou pelo 111 excelente atendimento e bom preço. Em seus pontos de venda, são comercializadas marcas conhecidas, com uma ampla variedade de produtos de qualidade, de acordo com as últimas tendências da moda, a preços atrativos e condições de pagamento facilitadas. Além do vestuário, trabalha também com calçados, malas, sacolas e uma grande linha em cama, mesa e banho. Esta empresa possui 62 filiais ou lojas localizadas nos seguintes municípios do Rio Grande Do Sul: Alegrete, Alvorada, Bagé, Cachoeira do Sul, Cachoeirinha, Caçapava do Sul, Camaquã, Candelária, Canguçu, Carazinho, Cerro Largo, Cruz Alta, Dom Pedrito, Encruzilhada do Sul, Erechim, Frederico Westphalen, Getúlio Vargas, Giruá, Horizontina, Ibirubá, Ijuí, Itaqui, Jaguarão, Júlio de Castilhos, Lajeado, Marau, Montenegro, Nova Prata, Palmeira das Missões, Panambi, Parobé, Passo Fundo, Quaraí, Rio Grande, Rio Pardo, Rosário do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Santana do Livramento, Santiago, Santo Ângelo, Santo Augusto, São Borja, São Francisco de Assis, São Gabriel, São Lourenço do Sul, São Luiz Gonzaga, São Pedro do Sul, São Sebastião do Caí, São Sepé, Sapiranga, Sarandi, Soledade, Taquara, Três de Maio, Três Passos, Tupacieretão, Uruguaiana, Vacaria e Venâncio Aires. 4.2.1 Perfil dos colaboradores da empresa representante do setor comercial É importante conhecer qual é o perfil demográfico da equipe, ou seja, o gênero, a faixa etária, a escolaridade e o tempo do colaborador na empresa. A partir desta constatação, foi realizada uma pesquisa com o intuito de perceber como os colaboradores vendedores realizam suas práticas de Marketing Pessoal. Para tanto foi escolhido uma amostra de 125 colaboradores. a) Gênero dos colaboradores da empresa representante do setor comercial Verificou-se que o gênero feminino é predominante, correspondendo a 81% do total da amostra. É possível perceber que, para o cargo de vendedor, a empresa prefere mulheres, já para o cargo de gestão, a maioria são homens, porém estes não fizeram parte desta pesquisa, pois ela aconteceu somente com vendedoras. Mesmo a preferência da empresa por vendedoras, existe 19% que representam a força e a habilidade masculina no momento da venda. O gráfico 24 apresenta essas informações. 112 Gráfico 24 - Gênero dos colaboradores da empresa representante do setor comercial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. b) Faixa etária dos colaboradores representantes do setor comercial No gráfico 25, é possível perceber que existe uma distribuição uniforme entre as faixas etárias, desde aqueles que estão iniciando suas carreiras até aqueles que estão em pleno desenvolvimento buscando aperfeiçoamentos. Desses 4% correspondem aos jovens até 20 anos. Os jovens de 21 a 25 anos correspondem a 18%, e os colaboradores de 26 a 30, 43%. Os colaboradores que possuem de 31 a 35 anos representam 13% da amostra e aqueles mais experientes, com mais de 36, anos representam 22%. 113 Gráfico 25 – Faixa etária dos colaboradores representantes do setor comercial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. c) Escolaridade dos colaboradores representantes do setor da indústria Quanto à escolaridade, 11% dos colaboradores da empresa possuem apenas o ensino fundamental, e 58% possuem o ensino médio. Essa amostra conta com 21% dos colaboradores com ensino superior completo, e apenas 10% cursando o ensino superior. Logo, o gráfico 26 apresenta a escolaridade desta amostra. 114 Gráfico 26 – Escolaridade dos colaboradores representantes do setor comercial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. d) Tempo em que os colaboradores da empresa representante do setor comercial permanecem em suas funções O tempo que os colaboradores desta empresa permanecem em suas funções está representado no gráfico 27. Apesar desses colaboradores apresentarem um grau de escolaridade relativamente baixo, é possível perceber que 62% estão na empresa de 2 até 3 anos, o que demonstra que a experiência é fundamental para a sua profissão. Mais de 3 anos estão 9%, e de 1 até 2 anos, 10%. Menos de 1 ano 19%. 115 Gráfico 27 – Tempo em que os colaboradores da empresa representante do setor da comercial permanecem em suas funções Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 4.2.2 Marketing Pessoal e sua relação com os colaboradores da empresa representante do setor comercial Para compreender a relação do Marketing Pessoal com os colaboradores foi importante questioná-los sobre quais ferramentas lembram o Marketing Pessoal, bem como quais ferramentas são utilizadas por eles para diferenciação frente aos colegas, e, na opinião deles, no que se refere ao que a empresa considera mais importante e valoriza em seus colaboradores. a) Ferramenta que lembra o Marketing Pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor comercial Quanto ao entendimento desse grupo de colaboradores sobre o que é o Marketing Pessoal, é possível realizar algumas afirmações a partir da análise do gráfico 28. Do total da amostra, 47% relacionam o Marketing Pessoal a competências, ou seja, uma pessoa estará realizando seu Marketing Pessoal se for realmente competente e utiliza seus conhecimentos, suas habilidades e atitudes para se promover. 14% pensam que o Marketing Pessoal está 116 relacionado com a aparência, e 19%, com as redes de relacionamentos que se formam dentro e fora da empresa. Já 20% acreditam que apresentar um bom currículo profissional é demonstrar que está realizando Marketing Pessoal com sucesso. Gráfico 28 – Ferramenta que lembra o Marketing Pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor comercial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. b) Ferramentas utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor de serviços para diferenciação frente aos colegas Além de entender como o Marketing Pessoal é visto por esse grupo de colaboradores é preciso entender como eles julgam que se destacam dos demais colegas com relação às ferramentas do Marketing Pessoal. Conforme mostra o gráfico 29, em sua maioria, 56% acreditam que as competências individuais são fatores que fazem um se destacar perante o outro, 11%, através de suas aparências, 22% através de suas relações estabelecidas e 11% através do currículo que apresentam. 117 Gráfico 29 – Ferramentas utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor comercial para diferenciação frente aos colegas Fonte: Dados da pesquisa, 2014. c) Opinião dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços no que se refere ao que a empresa considera mais importante e valorizado em seus colaboradores Esses colaboradores foram questionados sobre o que eles acreditam que as empresas consideram mais importante em seus colaboradores para futuras promoções. As competências continuam sendo o foco, na opinião dos respondentes com 71% das contribuições. O currículo passa a ter importância para 12%; a aparência pessoal para 2%; e as redes de relacionamento para 15%. No momento de contratação, um bom currículo e uma boa aparência pessoal são fatores determinantes, da mesma forma, a inserção em uma rede de relacionamentos duradoura para influenciar em decisões e oportunidades. Esses dados estão representado pelo gráfico 8. 118 Gráfico 30 - Opinião dos colaboradores da empresa representante do setor da comercial no que se refere ao que a empresa considera mais importante e valorizado em seus colaboradores Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 4.2.3 Práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor comercial As ferramentas de Marketing Pessoal são aplicáveis à formação de uma imagem pessoal e contribuem para a formação de estratégias profissionais para se obter sucesso. É a partir delas que os colaboradores põem em prática o seu Marketing Pessoal. Essas ferramentas são definidas como: currículo, competências, aparência pessoal, rede de relacionamentos – Networking. Currículo Foi possível analisar que 87% possuem um currículo atualizado e apenas 13% não se preocupam em possuir esse documento atualizado. Em muitos casos, o currículo é fator determinante para contratações. Esses dados estão representados pelo gráfico 31. 119 Gráfico 31 – Percentual de currículos que estão atualizados dos colaboradores da empresa representante do setor comercial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Competências A habilidade em lidar com pessoas foi definida como a competência de 60% desses colaboradores. A atitude apresentou um índice de 9%; visão estratégica de 6%; experiência 18%; e liderança apenas 7%. Importante saber tratar pessoas por que neste setor realiza-se diariamente o atendimento direto ao público, e equipe unida consegue alcançar maiores resultados. Conforme gráfico 32, as competências destes funcionárias estão distribuídas da seguinte forma: 120 Gráfico 32 – Competências dos colaboradores da empresa representante do setor comercial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Apresentação Pessoal Ao questionar esses colaboradores como estão realizando sua apresentação pessoal, 67% afirmaram que estão trabalhando a sua imagem pessoal e profissional; 16%, ao se vestir, seguem os padrões profissionais adequados; 11% falam corretamente e apenas 6% possuem boa aparência. Dificilmente uma empresa contrata uma pessoa com uma aparência desagradável aos olhos de seus clientes, porém foi possível perceber que esses colaboradores afirmam que estão trabalhando a sua imagem pessoal e profissional, porém, não estão cuidando de suas aparências. Há divergência nas informações, imagem é um conjunto de características de um ser humano e aparência é apenas uma característica, o gráfico 33 apresenta essa informação. 121 Gráfico 33 – Padrões de apresentação pessoal dos colaboradores da empresa representante do setor comercial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Redes de relacionamento Conforme gráfico 34, 58% dos colaboradores que responderam ao questionário estão realizando suas redes de relacionamento fora da empresa, relacionando-se com profissionais de outras áreas. 38% comparecem a confraternizações da empresa, e apenas 4% divulgam sua imagem em redes sociais. 122 Gráfico 34 – Técnicas de aproximação com objetivo de criar redes de relacionamentos dos colaboradores da empresa representante do setor industrial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 4.2.4 Gestão de Carreira: o que os colaboradores da empresa representante do setor comercial consideram como sucesso de carreira O gráfico 35 informa que 58% dos colaboradores desejam ser reconhecidos profissionalmente pelo seu trabalho, atitude, conhecimento, habilidades, ou seja, pelo reconhecimento de suas competências. Planejar o destino da profissão ou do cargo através de estudo ou de autodesenvolvimento faz parte dos objetivos de sucesso em suas carreiras para 28%. 12% afirmam que, para se ter sucesso na carreira, desejam aumentar sua remuneração, sem planejar destinos ou ser reconhecidos; e 2% desejam o caminho mais fácil, que é conseguir um bom cargo por meio das relações estabelecidas. 123 Gráfico 35 – Entendimento de sucesso de carreira para os colaboradores pertencentes a empresa representante do setor industrial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Ao questionar sobre suas ambições, 78% afirmaram que possuem um plano de desenvolvimento de carreira, e 22% não, conforme ilustra gráfico 36. Gráfico 36 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor comercial que possuem um plano de desenvolvimento de carreira Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 124 Os colaboradores que afirmaram possuir um plano de desenvolvimento de carreira, também informaram qual é esse plano. Foi possível verificar que existem vários desejos e objetivos a serem alcançados, tais como concluir a graduação, ser empreendedor em um negócio próprio, buscar aperfeiçoamento profissional, trabalhar na área de serviço social ajudando as pessoas, ser a primeira a estar no quadro de metas e cartaz dos sonhos da loja, crescer profissionalmente, delimitar tempo para conquistas profissionais, buscar contínuo crescimento e desenvolvimento pessoal, participar de cursos de Gestão de Pessoas e Vendas, concluir a formação em Gestão Comercial, concluir a graduação em Administração, crescer junto com a empresa, trabalhar na área de Gestão de Pessoas, ser gerente de loja, concluir a graduação no curso de Matemática e buscar motivação. É possível afirmar que possuem um objetivo porém não o plano que estão desenvolvendo para atingir esse objetivo. Em conjunto com esse plano de desenvolvimento de carreira, estão vinculados alguns objetivos profissionais. 94% afirmam que costumam estabelecer objetivos profissionais, e somente 6% não, conforme gráfico 37. Gráfico 37 – Percentual de currículos dos colaboradores que estão atualizados da empresa representante do setor comercial Fonte: Dados da pesquisa, 2014 125 Os objetivos profissionais estabelecidos por essa equipe são: obter satisfação profissional com possibilidade de crescimento e desenvolvimento; cumprir metas pessoais de curto prazo; enriquecer a vida das pessoas; trabalhar honestamente; crescer como profissional de vendas; trocar de cargo; majorar a remuneração; adquirir conhecimento; ser capaz de atingir níveis mais altos dentro da empresa; ser mais criativa em seu trabalho. Alguns colaboradores deste setor também buscam adquirir credibilidade dentro da empresa para poder tomar decisões, bem como estar em constante aprendizado através de cursos e especializações. Muitos desses colaboradores afirmam que seus objetivos são atingir as metas propostas pela empresa, pois assim terão retorno financeiro. Porém ainda, existem aqueles que buscam apenas o crescimento profissional. Para poder realizar um plano de desenvolvimento de carreira na qual possa ser utilizado o Marketing Pessoal para atingir os objetivos propostos, é preciso buscar conhecimento. O gráfico 38 apresenta o percentual de colaboradores que estão buscando conhecimento para alavancar suas carreiras. Gráfico 38 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor comercial que estão em busca de conhecimento pensando em suas carreiras Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Desses colaboradores, 90% dos respondentes afirmaram que estão buscando conhecimento pensando em suas carreiras através de formação acadêmica e experiência, 126 atualização sobre tendência da moda acompanhando o site da empresa, qualificações através de cursos, realizando metas para o futuro, cursos de venda e de Gestão de Pessoas, bem como pós-graduação na área, aperfeiçoamentos proporcionados pela própria empresa, curso de informática, leituras, entre outros. Esses colaboradores acreditam que currículo, competências, apresentação pessoal e rede de relacionamentos são importantes. 95% desejam permanecer e crescer nesta empresa, e apenas 5% não. O gráfico 39 apresenta essas informações. Gráfico 39 – Percentual de colaboradores que desejam crescer na empresa representante do setor comercial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Para que isso aconteça, alguns estão sendo proativos. Trabalham em equipe, realizam cursos de informática, buscam um bom relacionamento com a equipe para liderar, dedicamse, participam dos cursos que a empresa disponibiliza, buscam alcançar resultados planejados e ter conhecimento da posição que ocupa bem como destaque na função exercida. Além disso, estão dando o melhor de si, tentando desenvolver habilidades e encontrar soluções para adquirir experiência. Alguns acreditam que, para crescer dentro da empresa, é necessário atingir as metas e saber mais sobre suas atividades, estudar mais e ler muito, além de saber motivar a equipe para que todos possam trabalhar juntos. Porém, para crescer dentro da empresa, é necessário ter competências. 99% desses colaboradores afirmam que 127 competências são importantes, e apenas 1% não acredita que elas sejam relevantes. O gráfico 40 demonstra essas informações. Gráfico 40 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor comercial que consideram as competências importantes Fonte: Dados da pesquisa, 2014. As competências demonstradas pelos colaboradores são: organização; responsabilidade; pro atividade; atender bem os clientes e ter boa relação com a equipe; ser dinâmica; carismática; com atitude e foco; saber desenvolver todas as tarefas; conviver em harmonia; possuir habilidades com vendas; estar preocupado em aprender sempre; estar constantemente adquirindo conhecimento; ser ágil; possuir um espírito de liderança; ser pontual nas entregas; possuir credibilidade tanto com os gestores; colegas e clientes; saber delegar e ensinar; ser uma pessoa flexível; demonstrar confiança. Alguns afirmaram que suas competências são demonstradas através do compromisso e da produtividade, objetividade, do conhecimento da empresa, da lealdade com a organização, do preparo para saber realizar uma promoção. Quanto à postura profissional, 100% afirmaram que é importante para a carreira, e que a partir dela também é possível realizar o Marketing Pessoal, pois é o cartão de visitas pessoal e profissional, conforme gráfico 41. 128 Gráfico 41 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor comercial que acreditam que a postura profissional é importante em suas carreiras Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Alguns colaboradores avaliam sua postura como proativa, de acordo com a função que desempenham, equilibrada, sempre tentando fazer o melhor possível, sendo um profissional sério e dedicado, correto em todas as atividades, ético, com postura de vendedor, concentrada naquilo que faz, educada e com bom relacionamento com todos, com caráter, com postura de liderança. Atrelada à postura profissional, foi analisada a opinião dos respondentes quanto à sua aparência, se em suas carreiras essa é ou não importante, 100% julgaram que a aparência pessoal é importante, conforme gráfico 42. 129 Gráfico 42 – Importância da aparência pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor industrial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. . Esta aparência para esse grupo de colaboradores, é administrada através da preocupação em estar vestida adequadamente, cuidando da higiene pessoal, do cabelo e da maquiagem, buscando uma alimentação saudável, com exercícios físicos, mantendo roupas limpas e bem passadas, sempre com sorriso no rosto, seguindo os padrões da empresa, com bom senso para se sentir bem no dia-a-dia. Outras afirmam que necessitam estar com uma boa aparência pois trabalham com a moda e por esse essencial motivo devem estar informadas quanto as tendências, cuidando com zelo e atenção pois os respondentes afirmam que vendem sua aparência. Estar comprometido é demonstrar uma ótima apresentação pessoal, muita competência e é um ótimo caminho para traçar redes de relacionamentos. Por esse motivo foi questionado aos respondentes se em suas carreiras o comprometimento é importante, obtendo o resultado de que 100% concordam que comprometimento é importante para as suas carreiras. O gráfico 43 apresenta essa informação. 130 Gráfico 43 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor industrial que acreditam que comprometimento é importante Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Esses colaboradores avaliaram seu comprometimento como sendo responsável, sempre à disposição, pensando em melhorar e aprender, bom, disposta a ajudar o grupo, comprometida com o crescimento da empresa, e com tudo que faz, procurando ser pontual, envolvida, apoiando a empresa. Afirmaram que, para ter credibilidade, é preciso estar comprometida. Alguns respondentes afirmaram que estão 100% voltados para o local onde estão inseridos e são comprometidos, pois batem as metas. Outros estão comprometidos além do necessário, pois vestem a camiseta dentro e fora da empresa. Sem comprometimento não é possível cumprir nenhuma atividade nem desenvolver Marketing Pessoal. As relações interpessoais aparecem interligadas ao comprometimento, à postura profissional, ao conhecimento e ao desejo de desenvolver-se dentro das empresas. Dessa forma fez-se importante questionar os respondentes sobre as relações interpessoais, se elas são importantes em suas carreiras, visto que estão diretamente ligadas ao desenvolvimento do Marketing Pessoal. Segue gráfico 44, o qual apresenta esse resultado. 131 Gráfico 44 – Importância das relações interpessoais para os colaboradores da empresa representante do setor comercial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Nesta pesquisa, verificou-se que 99% dos colaboradores acreditam que as relações interpessoais são importantes para as suas carreiras justificando que suas relações estão ótimas, que participam de palestras e eventos para desenvolvê-las; que estão boas mas que podem melhorar; que são excelentes; que interagir e ensinar é muito importante; que é uma pessoa querida por todos; que está buscando melhorar cada dia mais; que está se desenvolvendo; que esta atrelada a habilidade de reconhecer as pessoas. Sendo assim, apenas 1% afirmou que as relações interpessoais não são importantes em suas carreiras. Após identificar o perfil demográfico e profissional dos entrevistados, conhecer de que forma o Marketing Pessoal é lembrado, como esses indivíduos se destacam entre os colegas e qual elemento eles acreditam que as empresas consideram mais importantes em seus colaboradores, como administram as ferramentas de Marketing Pessoal, e como pensam em utilizar essas ferramentas em suas carreiras para que possam ter sucesso, faz-se necessário saber se esses colaboradores acreditam que o Marketing Pessoal é fator determinante para o seu crescimento profissional. Conforme gráfico 44, é possível identificar as diferentes opiniões. 132 Gráfico 45 – Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional colaboradores da empresa representante do setor comercial Fonte: Dados da pesquisa, 2014. É possível concluir que 88% dos entrevistados acreditam que o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional; 9% não veem relevância para a execução de suas atribuições diárias, ou seja, acreditam que em seu local de trabalho ninguém está olhando para eles com intuito de lhes oportunizar algo através do Marketing Pessoal que apresentam; 3% afirmaram que o Marketing Pessoal não é fator determinante. Para concluir esta etapa foi necessário perguntar a esses colaboradores o que os mesmos acham que seus chefes pensam sobre eles, o que os colegas pensam e como eles se definem para verificar a coerência de suas atitudes no ambiente de trabalho e a imagem que representam para seus gestores imediatos e seus colegas. Vai-se ao encontro da possibilidade de sucesso profissional com ajuda do Marketing Pessoal. Segue respostas no quadro 9. 133 Quadro 9 - Percepção dos colaboradores quanto aos gestores, colegas e suas próprias definições O que você acha que seus chefe pensam sobre você... O que você acha que Número de os colegas pensam respostas: sobre você... Número Como você se de define... respostas: Competente Profissional Dedicada Esforçada Batalhadora Dinâmica Comprometido Batalhadora Ótima profissional Trabalhadora Responsável Positiva Carismática Dedicado Empenhada Ótimo Ansiosa Honesto Comprometida 7 5 3 3 3 3 3 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Alegre Amiga Amigo Competente Comprometida Companheiro Dedicada Líder Correta Acessível Focada Batalhadora Comunicativa Sincera Esforçada Atenciosa Equilibrada Carismática Calma 5 4 3 3 3 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 Bom profissional Confiável Séria Flexível Motivador Direto Excelente profissional Sou profissional 1 1 1 1 1 1 Boa colega Paizão Verdadeira Feliz Colega profissional Idôneo 1 1 1 1 1 1 Funcionária exemplar Motivada 1 Colaboradora 1 Honesta 1 Amável 1 Corajoso Espontânea Carismática Colega Inteligente Dedicada Humilde Comprometida Carismática Esforçada Dinâmica Profissional Calma Sincera Responsável Realizada Determinada Competente Honesta Amiga Comunicativa Feliz Solidária Persistente Em crescimento Querida Leal Otimista Ouvinte Comunicativa 1 Preocupada 1 Dedicada Capaz de chegar aos 1 seus objetivos Profissional 1 objetiva 1 Discreta 2 Pontual 1 Organizada 1 Alegre Número de respostas: 4 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Continua página seguinte... 134 Sou interessada Determinada 1 Justa 1 Entusiasmada Gosto do meu trabalho Do bem Motivada Sincero Pró-ativa Extrovertida Perseverante Sério Dedicado Talentoso Comunicativo Comprometido Ótima profissional Líder Vencedora Lutadora 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 4.2.5 Práticas de Marketing Pessoal valorizadas pelo gestor da área de gestão de pessoas da empresa representante do setor comercial Nessa etapa do trabalho foi realizada uma entrevista com o gestor da área de Gestão de Pessoas da empresa, com o principal objetivo de verificar quais são as práticas de Marketing Pessoal valorizadas pela empresa. No quadro 10 está apresentado um resumo dessas respostas: Quadro 10 – Pontos principais da entrevista com gestor da área de Gestão de Pessoas da empresa representante do setor comercial O gestor conhece o perfil demográfico dos colaboradores o que facilita identificar oportunidades e realocar pessoas em setores, sabe da demanda da empresa; O gestor de Pessoas reconhece que os colaboradores são determinados e os motiva a serem sempre assim; O Marketing Pessoal está diretamente ligado à aparência de suas colaboradores, pois esta é fundamental para atrair confiança clientes; Continua página seguinte... 135 Competências e rede de relacionamento são as ferramentas mais bem avaliadas pela empresa em seus colaboradores; Os colaboradores da empresa praticam o Marketing Pessoal e são avaliados; Os atributos que os profissionais devem ter para trabalhar na empresa são humildade, vontade e atitude. Fonte: Dados da pesquisa, 2014 Na empresa do setor de comércio, escolhida para aplicação dos questionários, é possível perceber que o gestor da área de Gestão de Pessoas conhece o perfil demográfico de seus colaboradores, pois afirma que a predominância de trabalhadoras são do sexo feminino, com idade entre 25 e 40 anos. De modo geral, apresentam grau de escolaridade de nível médio, em sua grande maioria casadas e com filhos. Quanto ao Marketing Pessoal, este vem ganhando espaço entre os colaboradores, e aqueles que dominam as ferramentas do Marketing Pessoal se sobressaem nos momentos em que disputam promoções com troca de cargo ou ainda aumento na remuneração. Acredita-se que muitos colaboradores não possuam um completo entendimento do que envolve o Marketing Pessoal. Porém, quando se trata de abertura de vagas internas e promoções, a ferramenta mais utilizada é a competência, ou o conjunto delas. Quanto às ferramentas do Marketing Pessoal, as principais são as competências, definidas como conhecimento, habilidades e atitude dos colaboradores também a aparência, pois as funcionárias e colaboradores assumem um papel de consultora da cliente em potencial. Para que isso seja possível, a funcionária deve ter assimilado bem seu papel na empresa, para orientar, sugerir, enfim atuar verdadeiramente como consultoras e não como uma simples vendedora, preocupadas apenas com o atingimento de suas metas. Ao encontro dessa situação também vai a questão da aparência, pois, como esses colaboradores tratam diariamente e diretamente com o consumidor final, uma boa apresentação é necessária para um adequado atendimento. Dessa forma, a boa higiene pessoal, o trato com os cabelos, unhas e uniforme são indispensável. Além das ferramentas supracitadas, também há uma preocupação com a formação dos colaboradores, principalmente por meio de cursos voltados à área de vendas, atendimento ao consumidor, visto que essa atividade é o carro chefe da empresa. Porém, também existem os cursos voltados aos gestores das filiais da empresa, com o objetivo de abordar a gestão de equipes e desenvolvimento pessoal. Essas atitudes visam, além do desenvolvimento dos 136 colaboradores e da empresa, a fidelização do público interno, ou seja, a diminuição do turn over da empresa. Quanto ao fato de o Marketing Pessoal ser fator determinante para o crescimento do colaborador dentro da empresa, pode-se dizer que é um dos grandes fatores, visto que o colaborador que se destaca normalmente apresenta uma série de competências diferenciadas dos demais como, cuidados com a aparência, postura profissional, enfim a soma de várias ferramentas utilizadas pelo Marketing Pessoal. Porém outros fatores também são importantes, como conhecer a filosofia da empresa, força de vontade e estar sempre disposto a aprender. A partir dessas características e com foco no resultado, o colaborador pode ter um futuro promissor dentro da organização. 4.2.6 Gaps existentes entre as práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores e as práticas valorizadas pelo gestor na empresa representante do setor comercial Após identificar quais são as práticas de Marketing Pessoas dos colaboradores desta empresa e verificar quais são as práticas valorizadas pelo gestor da área de gestão de pessoas foi possível diagnosticar os seguintes gaps entre o que se é praticado e o que é valorizado: Ao questionar os colaboradores de que forma o Marketing Pessoal é lembrado por eles, a maioria relaciona com competências. Porém, o gestor afirmou que suas equipes não têm o entendimento do que é Marketing Pessoal. Informação equivocada visto que, grande parte da amostra selecionada acredita que o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional, demonstrando assim que entendem a que se refere. O elemento ou ferramenta em que a maioria afirma se destacar diante dos colegas são as competências, e em segundo lugar, as redes de relacionamento. Por outro lado, o elemento que eles acreditam ser considerado mais importante pelas empresas em relação a seus colaboradores também são as competências e as redes de relacionamento. O gestor afirma que a aparência é a ferramenta mais importante. O gestor afirma que há uma preocupação com a formação dos colaboradores, principalmente cursos voltados à área de vendas, atendimento ao cliente. Alguns respondentes possuem seus currículos atualizados, estão buscando conhecimento pensando na carreira e desejam crescer dentro da empresa porém possuem apenas objetivos e não planos de como chegar lá. Ambos, gestor e colaboradores, acreditam que o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional, porém o gestor afirma que, além dele, é 137 necessário conhecer a filosofia da empresa, ter força de vontade e estar sempre disposto a aprender. Visão estratégica contemplaria essa visão do gestor, porém, quando questionados sobre suas competências, poucos colaboradores afirmaram que é necessário possuir uma visão estratégica do negócio. Para o gestor, os seus colaboradores estarão realizando seu Marketing Pessoal se estiverem sendo pró-ativos, com atitudes condizentes e construtivas, as quais somam forças para um resultado cada vez melhor. Porém, foi possível identificar que esses colaboradores possuem pouca liberdade para realizar seus projetos, visto que necessitam da aprovação do gestor, e este muitas vezes não lhes dá o direito de ser o líder da vez, por questão de hierarquia. Os dados demonstram que a maioria dos colaboradores atuam na empresa há menos de três anos, e isso pode representar a alta rotatividade de pessoal. Na visão do gestor, o tempo estava coerente com a realidade de cada indivíduo dentro da empresa. O gestor deixou bem claro em sua entrevista que a empresa prima pelo desenvolvimento de seus colaboradores e que já desenvolve a Universidade Corporativa e o Programa de Trainee. É possível afirmar que muitos colaboradores não estão tendo acesso a essas oportunidades e, por esse motivo, estão saindo da empresa. A comunicação entre gestores e colaboradores deve ser clara e informativa, visto que a empresa apresenta alta rotatividade. No momento da contratação, são consideradas como características essenciais a humildade, a vontade de crescer e a atitude para fazer acontecer. No entanto, o fato da empresa buscar essas características nos novos colaboradores nem sempre corresponde à realidade dos profissionais que atuam no comércio local. Há uma necessidade de desenvolver tais características nos novos colaboradores, e a Universidade Corporativa da empresa pode contribuir com a qualificação e capacitação da mão-de-obra que atua no segmento. É preciso que a empresa tenha paciência, pois o colaborador não vem pronto. Estes foram os gaps identificados entre a percepção de utilização ou não das ferramentas do Marketing Pessoal na empresa representante do setor industrial para com seus colaboradores e a real concepção dos trabalhadores em suas práticas diárias que servirão de base para uma eventual tomada de decisão em um processo seletivo. A seguir, estará estruturado os dados referentes ao estudo realizado no setor comercial. 138 4.3 Caracterização da empresa representante do setor de serviços Este estudo também foi realizado em uma cooperativa de crédito como representante do setor de serviços. Este sistema de crédito cooperativo iniciou suas atividades em 28 de dezembro de 1902 quando foi constituída a primeira cooperativa de crédito brasileira, na localidade de Linha Imperial, município de Nova Petrópolis – RS. A partir dessa data grandes foram as conquistas desta empresa. Em 1925, foi criada a primeira Central de Caixas Rurais. Porém, com a aprovação da reforma bancária - Lei 4595/64 - e a institucionalização do crédito rural - Lei 4829/65, as restrições normativas e a perda de competitividade fazem desaparecer mais de 50 cooperativas de crédito no Rio Grande do Sul, mais precisamente no período compreendido entre 1970 e 1980. Acreditando que esse sistema daria certo, as cooperativas não param de crescer em vários municípios do Rio Grande do Sul. Em 03 de junho de 1996 iniciaram-se as operações do Banco Cooperativo. Em 13 de dezembro desse ano, as cooperativas do Paraná e do Rio Grande do Sul unem-se para fortalecer o Banco Cooperativo, tornando-o, assim, um banco interestadual. Em 2000, foi constituída a Confederação (objetivo de prestar serviços ao Sistema e entidades conveniadas) e a Corretora de Seguros Ltda. Em 30 de novembro desse mesmo ano, o Conselho Monetário Nacional aprovou a resolução nº 2788/00, facultando aos bancos cooperativos transformarem-se em bancos múltiplos. A Participação S.A. foi constituída em 10 de outubro 2008 para propiciar a participação direta e formal das cooperativas de crédito na gestão corporativa e, ao mesmo tempo, para dar aos associados, à sociedade, aos órgãos de regulação, aos grandes fundos de investimento e às demais instituições financeiras que operam em âmbito nacional e internacional maior transparência na estrutura de governança da empresa. Essas cooperativas possuem como missão ser um sistema cooperativo, valorizar o relacionamento, oferecer soluções financeiras para agregar renda e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos associados e da sociedade. Seus valores são a preservação irrestrita da natureza cooperativa do negócio, respeito à individualidade do associado, valorização e desenvolvimento das pessoas, preservação da instituição como sistema, respeito às normas oficiais e internas, eficácia e transparência na gestão. Esta empresa está organizada em cooperativas, distribuídas por vários estados, porém para realização desta pesquisa foi escolhida a cooperativa que está presente no município de 139 Ijuí, a qual possui 199 colaboradores, distribuídos em 16 unidades de atendimentos situadas nos seguintes municípios: Jóia, Ijuí, Coronel Barros, Bozano, Augusto Pestana, Ajuricaba, Coronel Bicaco, Panambi, Condor, São Valério, Chiapeta, Nova Ramada. Esses profissionais realizam a venda de produtos e serviços tais como cartões Visa Electron, Classic, Touch e Gold, antecipação de recebíveis, credenciamento de rede, domicílio bancário, operações de crédito rural, pessoa física e jurídica, investimentos em poupança, depósito a prazo, funcos de investimento, CDB/RDB, seguros de vida, residencial e de automóveis bem como rural. Possui a conveniência de possuir em sua conta corrente os débitos de água, luz, telefone entre outros, internet, caixas eletrônicos, agentes credencias, DDA, consórcios de imóveis, automóveis, motos, caminhão e serviços, previdência. 4.3.1 Perfil dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços Para apresentar tal desenvolvimento, faz-se necessário contar com pessoas com qualidade eficiência e eficácia. Perceber de que forma esses colaboradores estão se desenvolvendo demonstram seu interesse e suas decisões quanto a sua carreira dentro ou fora da empresa, realizando o seu Marketing Pessoal. Para isso é importante saber qual é o perfil demográfico da equipe: o gênero, a faixa etária, a escolaridade e o tempo na empresa. A partir desse fato foi realizado um estudo com o intuito de perceber como os colaboradores vendedores realizam suas práticas de Marketing Pessoal. a) Gênero dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços Verificou-se que o gênero feminino é predominante, 73% do total da amostra. Esta amostra é composta por colaboradores e funcionárias dos cargos de caixas, assistentes de atendimento, assistentes de negócios, gerentes de negócios pessoa física e pessoa jurídica os quais atuam diretamente com o atendimento aos clientes. Apenas 27% dos que responderam aos questionários são homens. O gráfico 46 demonstra essa informação. 140 Gráfico 46 - Gênero dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços Fonte: Dados da pesquisa, 2014. b) Faixa etária dos colaboradores representantes do setor de serviços No gráfico 47, é possível perceber que existe uma distribuição uniforme entre as faixas etárias, desde aqueles que estão iniciando suas carreiras até aqueles que estão em pleno desenvolvimento, buscando aperfeiçoamentos. Destes, 1% são jovens até 20 anos, ou seja, aqueles que possuem experiência de no máximo 3 ou 4 anos e que podem estar em um período de desenvolvimento e escolha das suas profissões. Os jovens de 21 a 25 anos correspondem a 38%, e os colaboradores de 26 a 30 anos, 31%. Os colaboradores que possuem de 31 a 35 anos representam 15% da amostra, e aqueles mais experientes com mais de 36 anos representam 15%. 141 Gráfico 47 – Faixa etária dos colaboradores representantes do setor de serviços Fonte: Dados da pesquisa, 2014. c) Escolaridade dos colaboradores representantes do setor de serviços Foi possível perceber a preocupação desses colaboradores com o desenvolvimento de suas carreiras, visto que 30% estão cursando a graduação, e 70% já estão formados. Importante ressaltar que essa empresa dá total incentivo, tanto financeiro quanto motivacional, para aqueles colaboradores que se dedicam a aperfeiçoamentos. O gráfico 48 apresenta essas informações. 142 Gráfico 48 – Escolaridade dos colaboradores representantes do setor de serviços Fonte: Dados da pesquisa, 2014 d) Tempo em que os colaboradores da empresa representante do setor de serviços permanecem em suas funções Por apresentarem um grau de escolaridade relativamente alto, é possível afirmar que muitos desses colaboradores almejam o desenvolvimento de suas carreiras e adquirem experiência através do tempo acumulado em cada função. Sendo assim, 63% estão na empresa por mais 3 anos, e 13% de 2 até 3 anos. Apenas 12% foram contratados de 1 até 2 anos, e também 12% a menos de um ano. O gráfico 49 apresenta essas informações. 143 Gráfico 49 – Tempo em que os colaboradores da empresa representante do setor de serviços permanecem em suas funções Fonte: Dados da pesquisa, 2014 4.3.2 Marketing Pessoal e sua relação com os colaboradores da empresa representante do setor de serviços Para compreender a relação do Marketing Pessoal com os colaboradores foi importante questioná-los sobre quais ferramentas lembram o Marketing Pessoal, bem como quais ferramentas são utilizadas por eles para diferenciação frente aos colegas, e, na opinião deles, no que se refere ao que a empresa considera mais importante e valoriza em seus colaboradores. a) Ferramenta que lembra o Marketing Pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor de serviços Quanto ao entendimento do que é o Marketing Pessoal, é possível realizar algumas afirmações a partir do gráfico 50. Do total da amostra, 43% acreditam que Marketing Pessoal está relacionado com suas competências (conhecimentos, habilidades e atitudes), ou seja, uma pessoa estará realizando seu Marketing Pessoal se for realmente ativo e atento às oportunidades. 23% pensam que o Marketing Pessoal está relacionado com a aparência, e 21%, com as redes de relacionamentos que se formam dentro e fora da empresa. Já 13% 144 acreditam que apresentar um bom currículo profissional é demonstrar que está realizando Marketing Pessoal com sucesso. Gráfico 50 – Ferramenta que lembra o Marketing Pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor de serviços Fonte: Dados da pesquisa, 2014. b) Ferramentas utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor de serviços para diferenciação frente aos colegas Desses colaboradores que lembram que Marketing Pessoal é sinônimo de competência, 69% acreditam que as competências individuais são fatores que fazem um se destacar perante o outro; 3% através de suas aparências; 23% através de suas relações estabelecidas; e 5% através do currículo que apresentam. O gráfico 51 apresenta essas informações. 145 Gráfico 51 – Ferramentas utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor de serviços para diferenciação frente aos colegas Fonte: Dados da pesquisa, 2014. c) Opinião dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços no que se refere ao que a empresa considera mais importante e valorizado em seus colaboradores Também esses colaboradores foram questionados sobre o que eles acreditam que as empresas consideram mais importante em seus colaboradores. Conforme gráfico 52, as competências continuam sendo o foco na opinião de 89% dos respondentes. O currículo tem importância para 3%; a aparência pessoal para 2%; e as redes de relacionamento 6%. 146 Gráfico 52 - Opinião dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços no que se refere ao que a empresa considera mais importante e valorizado em seus colaboradores Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 4.3.3 Práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores da empresa representante do setor de serviços As ferramentas de Marketing Pessoal são aplicáveis à formação de uma imagem pessoal e contribuem para a formação de estratégias profissionais para se obter sucesso. É a partir delas que os colaboradores colocam em prática o seu Marketing Pessoal. Estas ferramentas são definidas como: currículo, competências, aparência pessoal, rede de relacionamentos – Networking. Currículo Foi possível analisar que a maioria, 81%, possui um currículo atualizado, e apenas 19% não se preocupam em possuir esse documento atualizado com as últimas informações de sua carreira profissional. Sabe- se que, em muitos casos, o currículo é fator determinante para contratações. Esses dados estão representados pelo gráfico 53: 147 Gráfico 53 – Percentual de currículos dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços que estão atualizados Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Competências A habilidade em lidar com pessoas foi definida como a competência de 48% desses colaboradores. Visão estratégica de 10%; experiência 19%; e liderança apenas 7%. Importante saber tratar as pessoas nesse setor, pois realizam o atendimento direto ao público, e equipe unida consegue alcançar maiores resultados. Essas informações estão representadas no gráfico 54. 148 Gráfico 54 – Competências dos colaboradores da empresa representa do setor de serviços Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Apresentação Pessoal Ao questionar esses colaboradores sobre como estão realizando sua apresentação pessoal, 79% afirmaram que estão trabalhando a sua imagem pessoal e profissional; 17% ao se vestir seguem os padrões profissionais adequados; 2% falam corretamente; e apenas 2% possuem boa aparência. Dificilmente uma empresa contrata uma pessoa com uma aparência desagradável aos olhos de seus clientes, porém foi possível perceber que esses colaboradores afirmam que estão trabalhando a sua imagem pessoal e profissional, porém, não estão cuidando de suas aparências. Há divergência nas informações, imagem é um conjunto de características de um ser humano e aparência é apenas uma característica, o gráfico 55 apresenta essa informação. 149 Gráfico 55 – Padrões de apresentação Pessoal dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Redes de relacionamento Dos colaboradores que responderam ao questionário, 57% estão realizando suas redes de relacionamento fora da empresa, relacionando-se com profissionais de outras áreas; 35% comparecem a confraternizações da empresa; e apenas 8% divulgam sua imagem em redes sociais, conforme gráfico 56. 150 Gráfico 56 – Técnicas de aproximação com objetivo de criar redes de relacionamentos dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 4.3.4 Gestão de carreira: o que os colaboradores da empresa representante do setor de serviços consideram como sucesso de carreira No gráfico 57, foi possível perceber que 56% desses colaboradores desejam ser reconhecidos profissionalmente pelo de seu trabalho, atitude, conhecimento, habilidades. Planejar o destino da profissão ou do cargo através de estudo ou de autodesenvolvimento faz parte dos objetivos de sucesso em suas carreiras para 35%. Apenas 7% afirmam que, para ter sucesso na carreira, desejam aumentar sua remuneração, sem planejar destinos ou ser reconhecidos; e 2% desejam o caminho mais fácil, que é conseguir um bom cargo por meio das relações estabelecidas. 151 Gráfico 57 – Entendimento de sucesso de carreira para os colaboradores pertencentes à empresa representante do setor de serviços Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Dos colaboradores que responderam ao questionário, 55% possuem um plano de desenvolvimento de carreira, e 45% não. Possuir colaboradores que não sabem para onde desejam ir, ou quais objetivos desejam alcançar é prejudicial tanto para a empresa quanto para o indivíduo. O gráfico 58 ilustra essas informações. 152 Gráfico 58 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor de serviços que possuem um plano de desenvolvimento de carreira Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Para essa amostra, os 55% que responderam que possuem um plano de desenvolvimento de carreira também informaram qual é esse plano. É possível verificar que existem vários desejos e objetivos a serem alcançados, conforme segue, escolhidos alguns planos: crescer profissionalmente, realizar nova especialização na área, mudar de cargo dentro da empresa até 06/2015, obter conhecimento para ser excelente no cargo ocupado, ser gerente de negócios, aprender diariamente outros setores para posteriores oportunidades, ser coordenado da área de crédito do Back Office, ser bacharel em contabilidade, adquirir conhecimentos, habilidade e atitudes, realizar diversos cursos. Subir de cargo graças ao profissionalismo, trabalhar em alguma área relacionada a finanças, ocupar o currículo profissional que já possui, foco no atingimento de metas e planejamento para mudar de cargo, desenvolvimento e reconhecimento profissional, assumir uma carteira de fundos de investimento devido ao mestrado, por meio de competências, chegar a gestão de uma carteira PJ, concluir a graduação e iniciar o mestrado e ser coordenador de alguma área do Back Office. Esses colaboradores afirmaram o que querem ser, porém, não deixaram claro o que estão fazendo para que isso aconteça. Em conjunto com o plano de desenvolvimento de carreira, estão vinculados alguns objetivo profissionais. A maioria, ou seja, 84%, afirmam que costumam estabelecer objetivos profissionais; e somente 16% não. O gráfico 59 ilustra essas informações. 153 Gráfico 59 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor de serviços que possuem objetivos profissionais Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Os objetivos profissionais que essa equipe costuma estabelecer são os seguintes: modificação de função, mudança de área de atuação e novos desafios, metas, atingir um cargo de gestão em um novo projeto, possuir clareza nas decisões através da experiência já adquirida, manter-se atualizado com a política do mercado financeiro, realizar um concurso público e ser aprovado, crescer dentro da empresa, focar sempre o benefício e o crescimento profissional em conjunto com o da organização. Existem colaboradores nesta empresa que possuem objetivos semanais outros querem a cada período ser promovido de cargo e função, adquirir formação na graduação e logo pósgraduação, ser professor de graduação, adquirir mais conhecimento na área, ter estabilidade profissional, desenvolver-se profissionalmente para aumentar a remuneração, ser a melhor gerente PJ da empresa para cuidar das melhores contas, aumento salarial, promoções e reconhecimento. Para que tudo isso possa acontecer, alguns possuem como objetivo sempre buscar a satisfação pessoal e profissional através de um bom atendimento prestado. Para poder realizar um plano de desenvolvimento de carreira em que possa ser utilizado o Marketing Pessoal para atingir os objetivos propostos, é preciso buscar conhecimento. O gráfico 60 apresenta o percentual de colaboradores que estão buscando conhecimento pensando em suas carreiras. 154 Gráfico 60 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor de serviços que estão em busca de conhecimento pensando em suas carreiras Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Do total da amostra, 84% afirmaram que estão buscando conhecimento pensando em suas carreiras, e 16% não estão fazendo nada. Essa busca de conhecimento está sendo realizada através de cursos, treinamentos na área de liderança e visão estratégica, especializações, experiências em outras áreas da empresa, leituras sobre vários assuntos da atualidade, graduação, pós-graduação, adquirindo conhecimento dos produtos oferecidos pela cooperativa, troca de conhecimento com gestores e estudo de manuais, curso de idiomas (Inglês), MBA na FGV, conclusão do curso de Gestão Empresarial, mestrado. Esses colaboradores acreditam que currículo, competências, apresentação pessoal e rede de relacionamentos são importantes. 90% também desejam permanecer e crescer nesta empresa, apenas 10% não. O gráfico 61 apresenta essas informações. 155 Gráfico 61 – Percentual de colaboradores que desejam crescer na empresa representante do setor de serviços Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Para que aconteça o crescimento dos colaboradores estes estão sendo assertivos nas entregas solicitadas desenvolvem ações e discussões sobre visão estratégica, esforçam-se, desempenham um bom trabalho, buscam constantemente conhecimento, participam de treinamento e de novos desafios. São comprometidos e responsáveis. Alguns acreditam que realizam corretamente o seu serviço, buscar conhecer todos os produtos das cooperativas, sempre com a ambição de chegar a um cargo superior, são ações importantes. Outros estão focados nos objetivos, são competentes, apresentam resultados, buscam conhecimento além da área em que atuam. Buscam especialização, estão dedicados em pensar estratégias diferentes, são proativos e investem em formação. Desempenham, da melhor maneira possível o seu trabalho e buscam se destacar. Acreditam que através do esforço e excelência poderão fortalecer a sua marca pessoal dentro da organização, e assim criar relações duradouras para que, quando as vagas estiverem disponíveis, possam estar preparados. Porém, para crescer tanto dentro da empresa quanto em outra, é necessário ter competências. Desses colaboradores, 95% afirmam que competências são importantes, e para 5% elas não são importantes. O gráfico 62 demonstra essas informações. 156 Gráfico 62 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor de serviços que consideram as competências importantes Fonte: Dados da pesquisa, 2014. As competências para esse grupo de colaboradores incluem suas habilidades, experiência, facilidade de relacionamento, organização, ética, visão estratégica, realização das atividades com coerência e responsabilidade, espírito de liderança, comprometido, organização, trabalho em equipe, delegação de atividades, traços de seriedade, ser flexível, ter atitude, ser honesto. Para outros, suas competências estão atreladas à comunicação, criatividade, ética, focada no grupo de trabalho, possuir postura, respeito, conhecimento e visão estratégica. Possuir a habilidade de se relacionar com as pessoas, ter personalidade e atenção concentrada, motivação, segurança, sabedoria e humildade, para acreditar em si e ser o mais assertiva possível, possuir habilidades comerciais, técnicas organizacionais, sociais e comportamentais, busca de qualificação, sigilo. Quanto à postura profissional, 95% afirmam que esta é importante para a carreira e que a partir dela também será possível realizar o Marketing Pessoal. A postura profissional é o cartão de visitas da empresa. Apenas 5% não concordam que a postura profissional seja importante, conforme ilustra o gráfico 63. 157 Gráfico 63 - Percentual de colaboradores da empresa representante do setor de serviços que acreditam que a postura profissional é importante em suas carreiras Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Alguns colaboradores avaliam suas posturas como sendo humilde, boa, transparente e eticamente correta, adequada ao setor, de acordo com as normas da empresa, positiva, dentro do esperado pela empresa, bem apresentado, organizado, receptivo, gentil e educado. Alguns afirmam que possuem uma postura omissa; outros, justa. Uma relação cordial com os colegas, e dependendo do momento e da situação, atendendo a reação dos clientes. Importante afirmar que para alguns respondentes suas carreiras são condizentes com o cargo ocupado. São pontuais no momento devido, com atitude, boa índole, às vezes imparcial. Para alguns, a postura deve ser alegre para buscar excelência nas atividades. Atrelada à postura profissional, foi analisada a opinião dos respondentes quanto às suas aparências, e se, em suas carreiras, essas são ou não são importantes. 97% julgaram que a aparência pessoal é importante, e 3% não acreditam que aparência seja importante, conforme mostra o gráfico 64. 158 Gráfico 64 – Importância da aparência pessoal para os colaboradores da empresa representante do setor de serviços Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Para alguns colaboradores, suas aparências podem ser administradas através de cuidados especiais, sem exageros, atendendo às normas da empresa, vestindo-se adequadamente, buscando segundas opiniões. Esta empresa adota uniforme obrigatório diariamente, e este ajuda a demonstrar maior organização e nivelamento entre os colaboradores. Para parte da amostra, é importante estar de acordo com as exigências da empresa demonstrando higiene pessoal e cuidados com o corpo. Estar bem vestido garante motivação e eleva o ego de alguns colaboradores. Estar vestido discretamente é um desejo de muitos, e existem colaboradoras que diariamente utilizam maquiagens, ou vestem-se conforme tendência do momento. Já os colaboradores se apresentam com suas barbas bem feitas, cabelo curto e sapatos brilhantes. Afirmam que a aparência influencia no que os clientes vão pensar. Estar comprometido é demonstrar uma ótima apresentação pessoal, muita competência e é um ótimo caminho para traçar redes de relacionamentos. Por esse motivo foi questionado aos respondentes se para eles em suas carreiras, o comprometimento é importante. Obteve-se o seguinte resultado: 98% concordam que comprometimento é importante para as suas carreiras, e 2% discordam. O gráfico 65 apresenta essas informações. 159 Gráfico 65 – Percentual de colaboradores da empresa representante do setor de serviços que acreditam que comprometimento é importante Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Esses colaboradores avaliaram seu comprometimento como sendo alto, o principal, suficiente, considerável, bom. Vestem a camiseta da empresa em cada ação. Alguns afirmaram que essa profissão requer muita responsabilidade e o comprometimento é a competência mais valorizada, pois faz com que a empresa crie confiança em seu colaborador. Outros colaboradores identificam-se com um ótimo ou excelente comprometimento pois este gera resultados. O processo das relações interpessoais é fundamental no desenvolvimento profissional. Atualmente as empresas de recrutamento e seleção fazem testes específicos para determinar se o candidato tem capacidade de relacionar-se consigo mesmo através de um processo de autoconhecimento e de manter relações saudáveis com seus colegas de trabalho. Dessa forma, faz-se importante questionar os respondentes se estes acreditam que relações interpessoais são importantes em suas carreiras, visto que estas estão diretamente ligadas ao desenvolvimento de seu Marketing Pessoal, ou seja, da forma como as pessoas as analisam. Segue gráfico 65 o qual apresenta o resultado. 160 Gráfico 66 – Importância das relações interpessoais para os colaboradores da empresa representante do setor de serviços Fonte: Dados da pesquisa, 2014 Nesta pesquisa, verificou-se que 95% dos colaboradores acreditam que as relações interpessoais são importantes para as suas carreiras. Consideram relações como boas, adequadas ao momento, tentando se relacionar mais com as pessoas, normais, participando de grupos para desenvolver amizades. Alguns têm facilidade em desenvolver relações interpessoais e são comunicativos, buscam respeitar cada um em suas particularidades. Existem aqueles que desejam melhorá-las, outros que não conhecem bem que o sentido desta palavra transmite. Após identificar o perfil demográfico e profissional dos entrevistados, procurou-se saber de que forma o Marketing Pessoal é lembrado, de que maneira esses indivíduos se destacam entre os colegas e qual elemento acreditam que as empresas consideram mais importantes em seus colaboradores, como administram as ferramentas de Marketing Pessoal, e como pensam em utilizar essas ferramentas em suas carreiras para que possam gerar sucesso, fez-se necessário saber se esses colaboradores acreditam que o Marketing Pessoal é fator determinante para o seu crescimento profissional. Conforme gráfico 67, é possível identificar as diferentes opiniões. 161 Gráfico 67 - Marketing Pessoal como fator determinante para o crescimento profissional dos colaboradores da empresa representante do setor de serviços Fonte: Dados da pesquisa, 2014. O Marketing Pessoal é uma estratégia individual para atrair e desenvolver contatos e relacionamentos interessantes do ponto de vista profissional e pessoal, bem como para dar visibilidade a características e competências relevantes na perspectiva da aceitação e do reconhecimento por parte dos outros (RITOSSA, 2009). Pelas resposta obtidas, pode se concluir que, 87% acreditam que o Marketing é fator determinante para o crescimento profissional; 8% não veem relevância para a execução de suas atribuições diárias, ou seja, acreditam que no seu local de trabalho ninguém está olhando para eles com intuito de lhes oportunizar algo através do Marketing Pessoal que apresentam. 5% não acreditam que o Marketing Pessoal é fator determinante. Para concluir a pesquisa, perguntou-se a esses colaboradores o que os mesmos acham que seus chefes pensam sobre eles, o que os colegas pensam e como eles se definem para verificar a coerência de suas atitudes dentro do ambiente de trabalho e a imagem que estes representam para seus gestores imediatos e seus colegas. O resultado foi ao encontro da percepção de possibilidade de sucesso profissional com ajuda do Marketing Pessoal. Seguem respostas no quadro 11. 162 Quadro 11 - Percepção dos colaboradores quanto à visão de seus gestores e colegas e sobre si mesmo O que você acha que Número de seus chefe pensam respostas: sobre você... O que você acha que Número Como você se os colegas pensam de define... sobre você... respostas: Comprometido Competente Responsável Determinada Dedicada Prestativa Eficiente Sério Ético correto Com atitude Potencial Relacionamento Ágil Atenciosa Comunicativa Experiente Profissional Feliz Dedicado Cuidadosa Atenta Esforçado Persistente Pessoa de bem Bom profissional Objetivo Focado Carismática Proativo Centrada Ativa Personalidade forte Competente Companheira Responsável Comprometida Amigo Companheiro Alegre Organizada Comprometido Disposta Legal Com atitude Equipe Referencia Experiente Empenhada Extrovertida Corajosa Disposta a auxiliar Simpática Flexível Ágil Amigável Criativa Focada Divertida Parceiro Líder Positiva Inteligente Comprometimento Dedicada Possuo iniciativa Sociável Objetiva Organizado Colaboradora Otimista 19 10 10 9 10 4 3 3 2 2 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 8 6 5 5 4 3 3 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Comprometida Responsável Competente Determinada Dedicada Focada Esforçada Batalhadora Feliz Assertiva Comprometida Estrategista Pontual Amigo Solidária Profissional Atenciosa Persistente Atenciosa Humilde mas ligada Motivada Ambiciosa Autentico Honesto Perfeccionista Dinâmica Pessoa interativa Possuo iniciativa Independente Leal Organizada Criativa Confiável Estudiosa Cuidadosa Comprometimento Dedicado Verdadeira Número de respostas: 20 9 6 5 5 4 3 3 3 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Continua página seguinte... 163 Verdadeira Solidário Confiável Séria Esforçado Possuo conhecimento Preocupada Com visão Amiga Interessada Determinado Bom profissional Carismática Humilde Focado Elegante Feliz Prestativa Conhece o sistema Com poder de influencia Persistente Determinada 1 1 1 1 1 Amiga Preocupada Esforçado Jogador em equipe Equilibrado 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Alegre Bem humorada Pessoa pra frente Ética Guerreira Sempre a disposição Aprendendo Muito determinada Batalhadora Objetiva Busca de resultados Determinada De bem com a vida Com atitude 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Focado 1 Realizada 1 Fonte: Dados da pesquisa, 2014. 4.3.5 Práticas de Marketing Pessoal valorizadas pelo gestor da área de gestão de pessoas da empresa representante do setor de serviços Nesta etapa do trabalho foi realizado uma entrevista com gestora da área de Gestão de Pessoas da empresa e teve como principal objetivo verificar quais são as práticas de Marketing Pessoal valorizadas pela empresa. No quando 12, está apresentado um resumo dessas respostas: 1 1 164 Quadro 12 – Pontos principais da entrevista com gestora da área de Gestão de Pessoas da empresa representante do setor da indústria O gestor da área de Gestão de Pessoas da empresa representante do setor de serviços conhece o perfil demográfico dos colaboradores; Para ele, Marketing Pessoal é uma postura e uma competência que o profissional deve assumir para passar uma imagem positiva (e verdadeira) aos colegas, aos gestores e à empresa; Em uma ordem de importância para esse gestor, o mais importante é possuir competências, que são conhecimentos, habilidades e atitudes para fazer a diferença entre os colegas e aparecer; em seguida, possuir uma rede de relacionamentos, depois demonstrar uma boa aparência e por último apresentar um currículo. Em geral, o gestor afirma que vê as pessoas cuidando a forma como realizam o seu Marketing Pessoal para que não pareça ‘forçado’. Por outro lado, avalia também que algumas pessoas têm maior dificuldade em realizá-lo, em parte pela timidez. O Marketing Pessoal orienta a 1ª impressão do gestor para pensar em movimentos dentro da empresa. Na opinião do gestor, os atributos que os colaboradores devem possuir para fazer parte do quadro de colaboradores são: relacionamento, capacidade de aprendizado, comunicação, comprometimento, flexibilidade para mudanças e senso crítico. Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Segundo o gestor de pessoas, a empresa apresenta em seu quadro de colaboradores uma divisão bastante significativa em relação ao perfil demográfico. 70% dos colaboradores são do sexo feminino, destes em torno de 65% são casadas, ou possuem união estável. 75% possuem formação acadêmica, este último número referindo-se ao total de colaboradores, não somente ao público feminino; 30% dos colaboradores têm entre 20 e 25 anos. Quanto à concepção em relação ao Marketing Pessoal, o entendimento da empresa passa pela interpretação de que postura e determinadas competências são explicitadas aos colaboradores nos primeiros treinamentos de inserção na empresa. Entende-se que a partir daí o profissional deva cultivar uma imagem positiva (e verdadeira) perante colegas, gestores e a empresa. Acredita-se que o Marketing Pessoal torna-se evidente tanto ao colaborador quanto a seus gestores a partir do momento em que alcança um status de referência principalmente 165 entre os colegas, e estes passam a ter expectativas com relação ao desempenho desse profissional. Em outras palavras, quando a expectativa sobre o profissional é adequada. Desta forma, ele tem mais chances de receber projetos e responsabilidades adequados às suas competências, de ser observado para futuros cargos e/ou promoções; de ser lembrado para vagas dentro ou fora da empresa; receber apoio e cooperação de colegas; ter mais chances de construir relações duradouras e fieis. As ferramentas mais utilizadas pelo Marketing Pessoal e mais observadas na empresa do setor de serviços são as competências, que se referem ao conhecimento, às habilidades e às atitudes dos colaboradores, rede de relacionamento e aparência. Competências são de fundamental importância em função de que possibilitam ao colaborador fazer uma leitura das possibilidades que possui e tomar a melhor decisão para ele e para a empresa. A rede de relacionamento não se refere apenas aos colegas, superiores ou diretoria, mas também ao público usuário do serviço disponibilizado pela empresa. Assim quanto maior a credibilidade que o cliente deposita na pessoa do colaborador, maior a possibilidade de efetividade nos negócios e sucesso em sua carreira profissional. Quanto à aparência, não cabe apenas a análise de aparência na essência da palavra, mas também dos cuidados com o modo de se vestir, a postura e forma de falar. Enfim, tudo o que contribui para passar segurança ao cliente para que este não tenha dúvidas de que trabalha com uma empresa séria. O currículo também é importante, mas tem menor impacto, visto que para ingressar e ascender na empresa não necessariamente o currículo do colaborador definirá sua contratação ou promoção, ele tem um papel sim de auxilio na tomada de decisão. A prática do Marketing Pessoal por parte dos colaboradores existe diariamente. Podese identificar que para realização de algumas tarefas, as competências são exigidas ao extremo, e quem está mais preparado é quem acaba se sobressaindo. Também é possível notar a preocupação com a aparência, dentro do consenso citado anteriormente com maior amplitude. Muito da preocupação e uso dessa ferramenta deve-se ao elevado percentual de mulheres trabalhando na empresa, que se preocupam mais com este aspecto que os homens. Mas a principal ferramenta, é a rede de relacionamento, muito com o público externo devido às possibilidades de negócio para a empresa e também para o cliente. Possibilita que o próprio colaborador apareça e possa forjar sua carreira profissional. O Marketing Pessoal apresenta-se como fator determinante para o crescimento profissional na empresa, pois o uso adequado de suas ferramentas permite àqueles colaboradores que mais o praticam que se destaquem perante os demais, fazendo com que sejam lembrados no momento das promoções ou ainda aumento de remuneração. 166 Para que um colaborador alcance o sucesso dentro da empresa, vários fatores são importantes, com destaque para a capacidade de aprendizado, o comprometimento, a flexibilidade e a adaptabilidade a novos cenários. 4.3.6 Gaps existentes entre as práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores e as práticas valorizadas pelos gestores da empresa representante do setor de serviços Foi diagnosticado a visão dos empregados e de seus gestores e com isso foi possível encontrar os seguintes gaps: As ferramentas mais utilizadas para realizar o Marketing Pessoal e mais observadas na empresa são as competências relacionadas ao conhecimento, habilidades e atitudes dos colaboradores, rede de relacionamento e aparência. Em ordem de importância, para os colaboradores, são as competências, rede de relacionamentos, currículos e por último aparência. A empresa acredita que competências são de fundamental importância em função de que possibilitaram ao colaborador fazer uma leitura das possibilidades que possui e tomar a melhor decisão para ele e para a empresa. A grande maioria dos colaboradores afirma que como competência necessitam ter habilidades em lidar com pessoas. A rede de relacionamento não se refere apenas aos colegas, superiores imediatos ou diretoria, mas também ao público usuário do serviço disponibilizado pela empresa. Por isso, quanto maior a credibilidade do cliente na pessoa do colaborador maior possibilidade de efetividade nos negócios e sucesso em sua carreira profissional, afirma o gestor. Os colaboradores, em sua maioria, se relacionam com profissionais de outras áreas, o que se torna fator determinante para uma possível alteração de empresa ou cargo. Sobre a aparência não cabe apenas a análise de aparência na essência da palavra, segundo opinião da empresa, mas também dos cuidados com o modo de se vestir, postura e forma de fala. Enfim, tudo o que contribui para passar segurança ao cliente para que este não tenha dúvidas de que trabalha com uma empresa séria. A pesquisa revelou que a maioria dos respondentes trabalham sua imagem pessoal e profissional, porém a minoria considera que possui boa aparência quando a pergunta se refere a apresentação pessoal. Com isso, conclui-se que mesmo sendo importante para a empresa e para a maioria da amostra composta por mulheres, a aparência em si, é pouco relevante. Pode-se afirmar que isso é um resultado equivocado visto que normalmente mulheres cuidam-se muito e buscam uma ótima apresentação pessoal. 167 Para a empresa, o currículo também é importante mas tem menor impacto, visto que, para ingressar e ascender na empresa não necessariamente o currículo do colaborador definirá sua contratação ou promoção. Ele tem um papel de auxiliar na tomada de decisão. Os colaboradores acreditam que antes mesmo de possuir uma boa aparência é necessário ter um currículo atualizado, pois este é um elemento importante para a empresa e a maioria possui um currículo atualizado. A empresa acredita que a principal ferramenta, no sentido mais usual por parte dos colaboradores, é a rede de relacionamento, muito com o público externo devido às possibilidades de negócio para a empresa e também para o cliente, possibilitando também que o próprio colaborador apareça e possa forjar sua carreira profissional. Porém, em sua maioria, os respondentes acreditam que a principal ferramenta sejam suas competência. É possível identificar que o gestor da área de Gestão de Pessoas da empresa representante do setor de serviços percebe que os colaboradores praticam o Marketing Pessoal e que são características muito particulares. Em geral, esses colaboradores têm o cuidado de fazer o Marketing Pessoal adequado, sem parecer forçado, e o demonstram tanto no relacionamento, na aparência pessoal e em suas competências. Por outro lado constatou-se que algumas pessoas têm mais dificuldade em realizá-lo, em parte pela timidez. Analisando a opinião dos colaboradores que estão inseridos em uma cooperativa de crédito a qual compete com instituições financeiras, é possível identificar que, muitas vezes não é questão de timidez, mas de não ter a possibilidade de ser líder de sua própria atividade e projetos visto que tudo deve passar por análise de diretoria, e as ordens estão para serem cumpridas. 4.4 Semelhanças e diferenças das percepções dos colaboradores e gestores dos setores da indústria, comércio e serviços relacionados ao Marketing Pessoal Esta etapa da pesquisa tem como propósito encontrar as semelhanças e diferença das percepções dos colaboradores e gestores das empresas em estudo relacionadas ao Marketing Pessoal e encontram-se resumidas no quadro 13. 168 Quadro 13 - Semelhanças e diferenças das percepções dos colaboradores e gestores dos setores da indústria, comércio e serviços relacionados ao Marketing Pessoal Semelhanças relacionadas ao Marketing Pessoal Indústria Trabalham sua imagem pessoal e profissional e acreditam que o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional; Marketing Pessoal é fator determinante pois os colaboradores que se destacam serão valorizados; Comércio Serviços Opinião dos Trabalham sua Trabalham sua colaboradores imagem pessoal e imagem pessoal e profissional e profissional e acreditam que o acreditam que o Marketing Pessoal é Marketing Pessoal é fator determinante fator determinante para o crescimento para o crescimento profissional; profissional; Opinião dos gestores Marketing Pessoal é Marketing Pessoal é fator determinante fator determinante pois é parte do pois neste setor é a processo está primeira impressão relacionado aos para a realização de conhecimentos, mudanças e habilidades e realocações; atitudes; Diferenças relacionadas ao Marketing Pessoal Indústria Comércio Serviços Opinião dos Competências estão Competências estão Competências estão colaboradores relacionadas com relacionadas a relacionadas a experiências; habilidades de se habilidade de lidar conduzir bons com os colegas da relacionamentos com empresa e com os clientes; clientes; Opinião dos gestores Competências são Competências Competências estão relacionadas ao ato ligadas a habilidade acompanhadas da de fazer corretamente de conseguir bons postura do as atividades diárias resultados através profissional seu equilíbrio emocional e racional Fonte: Dados da pesquisa, 2014. Cada setor apresenta uma realidade, exposto a situações diferentes diariamente. Para o setor da indústria, foi possível identificar que a gestora da área de gestão de pessoas acredita que as competências de seus colaboradores estão diretamente ligadas a experiências de fazer diariamente as sua atividades com excelência, e isso basta. Força de vontade e foco em resultados são importantes para o seu desenvolvimento dentro da empresa. Sendo assim, as competências dos colaboradores da empresa industrial são: 169 Habilidades na operações (fazer certo as operações diárias); Atingir metas de produção de determinada peça; Não errar nenhum processo; Cumprir horários; Alta assiduidade; No setor de comercial, o gestor da área de gestão de pessoas relaciona as competências com a habilidade de se tornar um exemplo de colaborador, tanto no aspecto cognitivo (conhecimento de causa) nas situações racionais, quanto na forma humana de tratar as situações emocionais. Afirma que essas pessoas que diariamente estão em contato com os clientes muitas vezes além de fisicamente, se cansam emocionalmente. É nesse momento que ele consegue analisar as competências de seus colaboradores, ou seja, aqueles que conseguem se utilizar de conhecimentos, habilidades e atitudes e não se deixam levar pelos problemas do dia-a-dia. Sendo assim, as competências das vendedoras são: Habilidade para vender; Empatia; Conhecimento do produto; Boa aparência; Foco no fechamento da venda; Já o gestor da área de Gestão de Pessoas da empresa representante do setor de serviços, afirma que as competências estão acompanhadas da postura do profissional. Os atributos essenciais para que os colaboradores possam fazer parte do quadro funcional da empresa são: Relacionamento Capacidade de aprendizado Comunicação Comprometimento Flexibilidade para mudança Senso crítico. Portanto Os colaboradores dessas empresas também avaliaram suas competências. No setor da indústria, bem ao encontro do que a gestora afirmou, eles acreditam que possuir experiência seria seu diferencial frente aos colegas. Já no setor de comércio, também ao encontro do que o gestor afirmou possuir habilidade para lidar com pessoas foi a resposta escolhida pela maioria 170 dos colaboradores. No setor de serviços, também por se ter o contato direto ao cliente, os colaboradores escolheram a habilidade para lidar com pessoas como seu principal diferencial. Ao falar em Marketing Pessoal, é preciso relacionar a ideia de aparência pessoal. Quanto a essa ferramenta, a gestora da área de Gestão de Pessoas foi sincera ao dizer que não se preocupa com isso, pois todos utilizam uniformes e estão dentro da fábrica. Já no setor comercial, o gestor afirmou que o mais importante é os colaboradores se tornarem exemplos e terem gosto para que os clientes possam se espelha positivamente neles. O nível de exigência quanto a aparência sempre será alto. Para o setor de serviços, o gestor afirma que a aparência não só vestindo-se bem, mas no sentido de transmitir aos outros uma impressão de como é (por dentro e por fora), da sua personalidade e características pessoais. Ambos possuem diferentes objetivos quando se referem às aparências de seus colaboradores. Os colaboradores de ambos os setores, afirmam que trabalham suas imagens pessoal e profissional com o objetivo de transferir positivamente suas características e personalidades e que, em suas carreiras aparência é importante. Em todos os setores os colaboradores responderam que o Marketing Pessoal é fator determinante para o seu crescimento profissional. Para a gestora da área de Gestão de Pessoas do setor da indústria, o Marketing Pessoal é determinante, pois os colaboradores que mais se destacarem sempre são valorizados e indicados para seleções com o objetivo de conseguir outros cargos, o que faz com que consigam desenvolver carreira e crescer por seu próprio desempenho. O gestor da área de Gestão de Pessoas do setor comercial acredita que é parte do processo, pois o fato de o Marketing Pessoal ser algo de grande valor está relacionado ao conhecimento e às habilidades dentro do ambiente de trabalho. Esses fatores em nada seriam proveitosos se não houvesse a atitude proativa, responsável pelo modo pelo qual o funcionário se faz presente no trabalho. Ser ativo, ter atitudes condizentes e construtivas é um fator fundamental em relação ao Marketing Pessoal, somando forças para um resultado cada vez melhor. O colaborador será percebido pelo gestor se estiver utilizando correntemente o seu Marketing Pessoal, afirma o gestor da área de Gestão de Pessoas do setor de serviços. Os colaboradores desta empresa estão em constante avaliação do quadro de pessoas, transferências, promoções, trocas de função ou desligamentos. O Marketing Pessoal é a primeira impressão do gestor para pensar nesses movimentos. Tanto o gestor quanto a área de Gestão de Pessoas não devem tomar como base somente sua percepção. Essas decisões devem 171 ser tomadas com base em uma avaliação mais completa. É nessa avaliação que pode ser percebido se o Marketing Pessoal é verdadeiro, condizente com suas competências. Portanto, através desta pesquisa, foi possível identificar as diferentes percepções tanto dos colaboradores quanto dos gestores em diferentes situações relacionadas ao Marketing Pessoal, considerando que cada empresa está inserida em diferentes contextos. Algumas já foram elencadas quando se falou sobre os gaps, mas tornaram-se importantes para a realização das conclusões desse trabalhos de conclusão de curso, pois contempla um dos objetivos propostos. 4.5 Sugestões de ações de Marketing Pessoal para os colaboradores pertencentes a empresas do setor da indústria, comércio e serviços Todo e qualquer profissional, para ter sucesso, precisa que o seu valor seja efetivamente percebido por seus superiores imediatos e pelo mercado. Para que isso ocorra, é preciso ir além das competências que compõem o perfil profissional, saber utilizar técnicas de comunicação e Marketing. Todos possuem uma contribuição humana e profissional para oferecer ao mundo. Quanto maior o número de pessoas para as quais possam se oferecidas essas contribuições, melhor. Após realizada a pesquisa e os dados analisados, é possível propor sugestões para esses colaboradores visando desenvolver o Marketing Pessoal. Sugerem-se ações para os colaboradores da indústria, do comércio e do setor de serviços. 4.5.1 Sugestões para os colaboradores do setor da indústria desenvolverem seu Marketing Pessoal O Marketing Pessoal não é um culto ao ego ou à vaidade pessoal. É uma necessidade profissional. Excelentes profissionais têm seu reconhecimento e sua demanda prejudicados aos olhos do mercado por deixarem de lado o seu Marketing Pessoal sendo assim sugere-se que sejam realizadas as seguintes ações para desenvolver o Marketing Pessoal dos colaboradores: Os colaboradores devem procurar saber o que a empresa valoriza no seu trabalho se necessário sugerir mudanças e mecanismos de valorização que estejam claros para todos os indivíduos; 172 Resgatar a autoestima através de ações que fomentem a valorização da boa apresentação pessoal. Pode ser através dos cuidados com o uniforme, equipamentos de trabalho, barba, cabelo, itens de higiene pessoal, visto que podem haver visitas na área de produção da empresa; Os colaboradores devem ser criativos nos detalhes da atividade diárias pois a gestora afirmou que a competência mais avaliada é a habilidade de fazer corretamente, sem erros, as atividades diárias; Utilizar-se da experiência para desenvolver produtos de qualidade que possam ser inovadores. Da mesma forma fluxos de atividades; Solicitar feedback entre gestores e colaboradores e manter o canal de comunicação aberto; Possuir força de vontade e foco nos resultados diários. Esta pesquisa permite afirmar que as competências, descritas como conhecimentos, habilidades e atitudes dos colaboradores apresentaram-se como o elemento principal quando se fala em Marketing Pessoal. Também a forma como esses indivíduos se destacam entre seus colegas as empresas consideram importante em seus colaboradores. Tanto para a empresa quanto para os colaboradores, em sua maioria, o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional. Sendo assim, é necessário que se busque fazer tudo com maestria e paixão. Quando é colocado amor nas atividades diárias, o trabalho é realizado com dedicação. Quando o trabalho é feito apenas pelo retorno financeiro, os colaboradores permanecem em um universo limitado e mecânico. Dessa forma, os colaboradores que se identificam com suas atividades buscam o seu desenvolvimento. O baixo nível de escolaridade caracteriza-se como um ponto fraco dos colaboradores da empresa, também à pouca preocupação quanto a aparência pessoal. Portanto, é necessário resgatar a autoestima através de ações que fomentem a valorização da boa apresentação pessoal. Pode ser através dos cuidados com o uniforme, equipamentos de trabalho, barba, cabelo, itens de higiene pessoal, visto que podem haver visitas na área de produção da empresa. Tanto a empresa quanto os colaboradores apresentam certa indiferença quanto à aparência pessoal. Segundo a responsável pela área de gestão de pessoas, os colaboradores não estão muito preocupados com essa ferramenta, pois eles não estão em contato direto com o cliente. Isso pode fazer com que eles não se motivem a cuidar deste aspecto. “Dress to 173 impress” esta expressão do mercado corporativo americano possui o seguinte significado: “vista-se para ser visto”. Sem exageros, sem extravagância, com discrição, mas desenvolvendo um estilo pessoal facilmente reconhecível, mesmo utilizando uniforme. Vestirse de maneira a que a presença seja agradável aos olhos também proporcionará outra visão dos gestores sobre seus colaboradores bem como dos próprios clientes. Em suas respostas, a maioria está na empresa há mais de três anos. Para a gestão de pessoas nem sempre a experiência será levada em consideração no momento de uma promoção. Dessa forma, é necessário utilizar-se de competências e ser criativo para, diante de poucos recursos, desenvolver a melhor solução possível frente a um desafio. As pessoas mais bem colocadas no mundo dos negócios ousaram improvisar. Possuir talentos dentro de “casa” é um diferencial para a inovação. Levar em consideração a experiência dos colaboradores pode ser também fator decisivo para a qualidade de seus produtos. É importante ressaltar que a maioria da amostra acredita que o sucesso em suas carreiras será reconhecido profissionalmente. Porém, a empresa não consegue reconhecer todos os seus colaboradores, e alguns podem estar procurando esse reconhecimento em outro lugar. Dar e receber um feedback ao gestor poderá ser muito interessante e conveniente, pois demonstrará interesse em ser um profissional ainda mais competente e preocupado em apresentar melhores resultados à empresa. Muitos acreditam que devem esperar uma reunião exclusiva para isso, mas os melhores e mais sinceros feedbacks são obtidos informalmente no dia-a-dia. É através desses feedbacks informais que o profissional terá uma prévia de como poderá ser sua avaliação de desempenho. Quanto às relações interpessoais, a maioria consideram importantes. É necessário que a empresa esteja atenta a esse dado, pois pessoas que estão bem consigo mesmas poderão desenvolver um trabalho de qualidade e liderar equipe, bem como motivá-las. Para os colaboradores também se faz necessário melhorar o relacionamento interpessoal e buscar sempre proporcionar bons resultados no trabalho bem como maior interação com os colegas de trabalho. O bom relacionamento contribuirá para que um maior número pessoas que se interessem pelo trabalho e pelo profissional e auxiliem na obtenção de feedbacks mais positivos, o que irá auxiliar tanto a realização profissional quanto a consequência, que será o reconhecimento dos gestores e colegas de trabalho. Foi identificado alguns colaboradores não veem relevância do Marketing Pessoal em suas funções. No entanto, seria importante que esses colaboradores tivessem o conhecimento de que o Marketing Pessoal existe como uma tendência inovadora e é ponto importante em 174 processos de seleção interna e externa. Pessoas capacitadas e que sabem se promover saberão desenvolver e alavancar setores e empresas. 4.5.2 Sugestões para os colaboradores do setor de comércio desenvolverem seu Marketing Pessoal O Marketing Pessoal tem o poder de ampliar a visualização do talento dos colaboradores aos olhos de seus gestores. Pois, um bom vendedor sem Marketing Pessoal é um vendedor desconhecido, sem habilidade de negociação, apenas um atendente. Desta forma, sugere-se as seguintes ações para os colaboradores desenvolverem o seu Marketing Pessoal: Desenvolver projetos que proporcionem melhorias nas atividades diárias das lojas e que possam se tornar cases de sucesso para outras lojas também; Os colaboradores necessitam ter disponibilidade para aprender; Promover reuniões internas entre a equipe para viabilizar discussões e trocar experiências; Solicitar feedback entre gestores e colaboradores mensalmente, no momento do fechamento das metas; Utilizar a experiência como fator de diferencial frente aos colegas par ampliar e rede de relacionamentos e capitanear novos projetos da empresa; Conhecer a visão e missão da empresa; Manter a criatividade e o bom humor sempre; Demonstrar humildade para com colegas e clientes; Ter vontade a atitude. Existe uma preocupação muito grande por parte da empresa quanto à formação de seus colaboradores. Com esta pesquisa foi possível identificar que o grau de escolaridade é médio, porém a própria empresa possui o Programa Trainee que nada mais é que um tipo de treinamento para a formação de gerentes para as filiais. Também possui um programa denominado Universidade Corporativa, para gerentes, caixas e vendedores que recebem treinamentos mensais, com o intuito de preparar melhor as equipes para receber os clientes nas lojas. Para fomentar a ideia de realizar um curso superior e formar-se na graduação. Como sugestão aos colaboradores, estes devem utilizar-se de conhecimentos da própria universidade 175 para desenvolver projetos que proporcionem melhorias nas atividades diárias das lojas e que possam se tornar cases de sucesso para outras filiais também. Tanto para a empresa quanto para os colaboradores, em sua maioria, o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional dos colaboradores desta amostra. Portanto, os colaboradores devem valorizar o trabalho e apresentar bons resultados para ter boa visibilidade. Sempre que tiverem oportunidade, devem, além dos resultados, apresentar seus projetos e ideias, mesmo que informalmente. Esse fato demonstrará interesse e comprometimento com a empresa. Promover reuniões internas entre a equipe para viabilizar discussões e trocar experiências. No setor de comércio, apresenta-se um menor índice de tempo na função. Esse colaboradores que estão começando uma carreira ou uma nova etapa precisam demonstrar disposição para aprender. Precisam deixar claro o quanto é importante aprender com as pessoas e com a empresa. O gestor de pessoas afirma que a sua equipe não possui o completo entendimento do que trata o Marketing Pessoal, porém essa mesma equipe, em sua maioria acredita que, o Marketing Pessoal é fator determinante para o seu crescimento dentro da empresa e utiliza várias ferramentas para melhor desenvolvê-lo. Novamente se faz necessário sugerir um feedback entre gestores e colaboradores, pois a partir desse retorno será possível ajustar ideias individuais e eventuais deficiências apontadas pelo gestor. Como oportunidade, identifica-se que as competências são tão importantes para os colaboradores quanto a sua percepção de destaque frente aos colegas, bem como a forma que a empresa estará considerando como mais importante para o desenvolvimento destes. Levar em consideração a experiência dos colaboradores pode ser também fator decisivo para a qualidade no atendimento de venda de seus produtos perceber e motivar esses colaboradores a possuir uma boa aparência, visto que 100% da amostra afirma que possui boa aparência. Essa ferramenta pode ser um fator de diferencial para as lojas pois os clientes observam as funcionárias bem arrumadas, e assim será possível ver nelas as consultoras de moda que a empresa busca, não apenas vendedoras. As ameaças para a empresa podem ser relacionadas com a forma como desejam reter talentos, e para os colaboradores a busca de novas oportunidades. Sendo assim, foi possível analisar através dos dados da pesquisa que grande parte dos colaboradores desejam ser reconhecidos profissionalmente, mas em alguns casos podem estar buscando esse reconhecimento através de relacionamento com profissionais de outras áreas. Não pode ser 176 subestimado um profissional dentro de uma empresa, nem mesmo quando se refere ao seu entendimento sobre Marketing Pessoal. O responsável pela Gestão de Pessoas afirmou em suas resposta que o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento do colaborador dentro da empresa. O colaborador que se destaca normalmente apresenta uma série de competências diferenciadas dos demais: cuidados com aparência, postura profissional, enfim a soma de várias ferramentas utilizadas pelo Marketing Pessoal. Porém, também outros fatores são importantes, como conhecer a filosofia da empresa, força de vontade e estar sempre disposto a aprender. A partir dessas características e com foco no resultado, o colaborador pode ter um futuro promissor dentro da organização. No entanto, a visão estratégica é elencada pela minoria dos colaboradores como sua competência dentro da empresa. Identificou-se que grande parte não acredita serem necessários alguns fatores, os quais para o gestor são importantes. Esses colaboradores necessitam de direcionamento para que tanto os desejos da empresa quanto os individuais possam estar em foco no ambiente de trabalho. Vivemos em uma era de muita competitividade e de muita pressão, por isso resistência física, mental e emocional são fundamentais. Na loja não é diferente. São muitas horas em pé, caminhando, vendendo, isto significa que é necessário cuidar do corpo, da mente e do espírito. Esses colaboradores precisam se fortalecer nos três níveis, assim, quando algumas pessoas estiverem fisicamente esgotadas, outras ainda terão fôlego extra, ponto para o seu Marketing Pessoal. Quando elas estiverem cansadas demais para pensar em soluções, alguém terá criatividade de sobra para dar ideias mais um ponto para o Marketing Pessoal. Quando as pessoas estiverem com raiva ou depressão, outras irão manter a paz e a vontade de viver, ponto para a vida, e para o seu Marketing Pessoal. 4.5.3 Sugestões para os colaboradores do setor de serviços desenvolverem seu Marketing Pessoal Sugere-se as seguintes ações para os colaboradores da empresa representante do setor de serviços desenvolverem o seu Marketing Pessoal: Desenvolvimento de redes de relacionamentos; Entregar resultados superiores aos desejados pela empresa; Apresentação de currículo atualizado; Investir sempre em aperfeiçoamento e graduações; 177 Solicitar auxílio da área de Gestão de Pessoas para desenvolver um plano de desenvolvimento de carreira; Desenvolver uma marca pessoal utilizando-se de uma boa postura, aparência pessoal, redes de relacionamento e competências necessárias para a realização das atividades neste setor; Trabalhar sempre em equipe e saber resolver conflitos; Demonstrar capacidade de aprendizado; Comunicar-se com clareza e objetividade; Estar comprometido; Possuir flexibilidade para mudanças e senso crítico no momento oportuno. Sugere-se para esses colaboradores, a construção de várias redes de relacionamento Networks, pois é essa ferramenta que a empresa analisa. Dedicar-se a formar diferentes redes de relacionamentos dentro e fora da empresa, pois através dos relacionamentos as pessoas conhecem e são conhecidas, reconhecem e são reconhecidas e, principalmente, compartilham interesses em comum. Esses colaboradores precisam identificar quais são as áreas de interesse que os aproximam de outras pessoas. É preciso aproximar-se das pessoas e construir relacionamentos de longo prazo. Foi identificado que as competências são importantes tanto para os colaboradores quanto a sua percepção de destaque diante dos colegas, bem como a forma que a empresa considera mais importante para o desenvolvimento dos seus colaboradores. Sendo assim, esses colaboradores devem entregar sempre um resultado superior ao esperado, dedicar-se a superar as expectativas das pessoas. Isso demonstrará competências superiores a dos seus colegas. Outra oportunidade que pode ser observado e que no momento não se dá muita importância é o currículo dos colaboradores, visto que muitos deles devem estar buscando aperfeiçoamento e desenvolvimento e no momento isso não está sendo tão importante. Para realocações e promoções também deve-se atribuir pontuação, pois demonstra a dedicação e o objetivo do colaborador. Se a empresa não ver, outra verá. Outro fator muito importante e que abre portas para muitas oportunidades refere-se ao grau de escolaridade dos colaboradores, o mais expressivo deste estudo. Foi possível perceber que todo o quadro funcional da empresa ou já possui ensino superior completo, ou estão cursando. A empresa possui um grande capital intelectual em potencial, e os colaboradores que estão inseridos neste setor não podem para de estudar. Porém, pode chegar o momento 178 que não haverá oportunidades para todos nessa empresa mas, o conhecimento adquirido é algo que outras empresas poderão estar avaliando e então disponibilizando outros desafios para esses colaboradores. Quanto ao plano de desenvolvimento de carreira, esses colaboradores utilizam as ferramentas para apresentação de seu Marketing Pessoal, porém não são todos que possuem um plano de desenvolvimento de carreira, o que pode tornar-se preocupante em virtude do fato de que a maioria possui curso superior e não possui ambições quanto à sua carreira. Ao questionar esses colaboradores quanto ao seu desejo de crescer na mesmo empresa, 10% afirmam que não. Como sugestão, é importante para esse grupo de colaboradores que descubram o ponto mais marcante da sua personalidade, sua maneira de se comunicar, sua alegria, seu bom senso, e foque a ”divulgação” do seu ponto marcante. Ele será para o indivíduo o que uma marca é para uma empresa. Com o tempo, essa ”marca pessoal” ficará conhecida e desejada por este e por outros atributos que o tempo vai mostrar. Assim será possível atrelar a ela um plano de desenvolvimento de carreira com desejos de crescer na empresa. Saber trabalhar em equipe e administrar conflitos é necessário para colaboradores de empresas que estão inseridas neste setor. Mesmo que esses colaboradores possuam habilidades em determinadas atividades, é necessário que colaborem para o desenvolvimento de seus colegas de trabalho. Afinal, uma equipe coesa produz mais, melhor e com maior satisfação. 179 CONCLUSÃO Marketing Pessoal é fazer-se notar pelas competências e habilidades É uma ferramenta muito importante para se chegar ao sucesso pessoal e profissional. Para Kotler (2003), Marketing Pessoal é uma nova disciplina, que utiliza conceitos e instrumentos do Marketing em benefício da carreira e das vivências pessoais dos indivíduos, valorizando o ser humano em todos os seus atributos, características e complexa estrutura. Portanto, fica claro que Marketing pessoal não é estar falando o tempo todo sobre si mesmo e suas conquistas, mas sim desenvolver todo o seu eu para que seus atributos e características possam ser valorizados. O Marketing Pessoal existe como uma tendência inovadora e é ponto importante em processos de seleção interna e externa. O tema do estudo foi o Marketing Pessoal nos três setores da economia: indústria, comércio e serviços, espaços em que foi possível identificá-lo como uma ferramenta de promoção pessoal. A questão de estudo buscou responder se o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional dos colaboradores pertencentes a empresas dos setores da indústria, comércio e serviços. Nos três setores, as respostas foram positivas e tanto os colaboradores quanto os gestores acreditam que o Marketing é fator determinante para o crescimento profissional. Os objetivos específicos foram identificar quais as práticas de Marketing Pessoal utilizadas pelos colaboradores das empresas pertencentes a esses setores, verificar quais são as práticas de Marketing Pessoal valorizadas pelos gestores dessas empresas para encontrar gaps entre as práticas de Marketing Pessoal dos colaboradores e as práticas valorizadas pelos gestores. Logo, mostrar semelhanças e diferenças entre os setores relacionados ao Marketing Pessoal e sugerir ações de Marketing Pessoal aos colaboradores para desenvolver suas carreiras profissionais. Os colaboradores da empresa representante do setor industrial possuem em sua maioria um currículo atualizado, e para por em prática o seu Marketing Pessoal utilizam-se de experiência, trabalham sua imagem pessoal e profissional e se relacionam com profissionais de outras áreas. Já os colaboradores da empresa representante do setor comercial, também possuem seus currículos atualizados e possuem a prática de desenvolver habilidade para lidar com pessoas, trabalham suas imagens pessoais e profissionais de modo a atrair clientes e tem como objetivo relacionar-se com profissionais de outras áreas para criar redes de relacionamento. 180 No setor de serviços, a principal prática também é possuir um currículo atualizado, desenvolver a habilidade para lidar com pessoas e destacar-se frente a elas, trabalhando a imagem pessoal e profissional para obter resultados que satisfaçam e empresa e o seu próprio ego. Comparecem a festas e confraternizações bem como relacionam-se também como profissionais de outras áreas seja pensando em seu futuro, ou em prósperos negócios dentro da empresa. A gestora de pessoas da empresa representante do setor industrial afirma que o desenvolvimento de seus colaboradores depende única e exclusivamente de suas próprias escolhas visto que a empresa oferece oportunidades para o desenvolvimento das competências, e que a prática mais importante para desenvolver o Marketing Pessoal é somente fazer corretamente as atividades diárias que sempre são rotineiras. Para ela a aparência desses colaboradores não é avaliada, mas o desempenho é fator determinante, para vencer, a força de vontade e o foco nos resultados são elementos que podem evitar a monotonia e a rotatividade. O gestor da empresa representante do setor comercial afirma que a empresa estará atenta a prática de possuir uma boa aparência pois esta será decisiva para atrair a confiança dos clientes e que os principais atributos que os colaboradores devem possuir são humildade para aprender, vontade para desenvolver e atitude para fazer acontecer. Na empresa representante do setor de serviços, o gestor afirma que em uma ordem de importância, a pratica mais importante para desenvolver o Marketing Pessoal é possuir competências para fazer a diferença entre os colegas e assim aparecer, depois, desenvolver um considerável rede de relacionamentos e para isso será necessário apresentar uma boa aparência e por último será feita a análise de currículo. Para esse gestor, ao realizar uma análise de perfil de seus colaboradores, estará atento para o relacionamento que apresenta dentro e fora da empresa, a capacidade de aprendizado, a comunicação, o comprometimento, a flexibilidade para mudanças e o senso crítico. Os principais gaps encontrados entre a opinião do gestores e colaboradores na empresa representante do setor industrial, estão relacionados a competências visto que a gestora acredita que eles apenas devam realizar suas atividades diárias que são sempre as mesmas, corretamente sem erros, assim já estarão se destacando. Porém, os colaboradores prezam muito pelas suas experiências. Outro ponto a ser analisado refere-se a aparência destes indivíduos visto que e empresa não está preocupada com isso e os colaboradores ao responder o questionário demonstram preocupação quanto a esse ponto. 181 Na empresa representante do setor comercial, os gaps encontrados estão relacionados aparência pessoal, visto que para a empresa está é a prática mais importantes, e as competências, pois a empresa criou uma Universidade Corporativa para desenvolver os conhecimentos, habilidades e atitudes de seus colaboradores, mas poucos souberam descrever quais são seus planos de desenvolvimento de carreira e tampouco permanecem muito tempo na empresa. Os colaboradores afirmam conhecer e desenvolver o seu Marketing Pessoal porém o gestor os subestima afirmando que suas equipes não tem o real entendimento do que se trata. Já na empresa representante do setor de serviços, os principais gaps estão relacionados a aparência, visto que para a empresa, ela estará sempre relacionada com o modo de vestir, a postura e a forma de falar porém, poucos colaboradores afirmam possuir uma boa aparência mas estão tentando trabalhar suas imagens pessoais e profissionais. O gestor deixou bem claro que o currículo de seus colaboradores não definirá contratações nem promoções, somente tem papel de auxiliar na tomada de decisões porém, grande parte da amostra demonstrou preocupação com este documento. Resumindo a prática mais importante para a empresa é as redes de relacionamento e para os colaboradores são suas competências. Os resultados indicam que os gestores dessas empresas estão cientes em relação às motivações intrínsecas dos seus colaboradores, uma vez que houve pouca divergência ou gaps identificados. Isto pode ser uma evidencia de que os gestores estão mais sensibilizados e propensos a compreender seus colaboradores Quanto as semelhanças e diferenças entre os setores, é possível afirmar que cada setor está inserido em uma realidade diferente e que principalmente as competências necessárias para cada ramos de atividade serão diferentes, estas já foram citadas anteriormente. Tanto para gestores quando na opinião dos colaboradores. Quanto a aparências, somente no setor industrial ela não terá relevância, porém no setor comercial e de serviços serão muito importantes para a contratação e permanência na atividade. relacionada as competências. Para todos os setores, o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional dos colaboradores, tanto na opinião dos gestores quanto do seu quadro funcional. Quanto as ações sugeridas para o desenvolvimento do Marketing Pessoal destes colaboradores, é possível afirmar que elas estão ligadas aos gaps encontrados e tem como objetivo desenvolver os colaboradores de modo que possam ser vistos pelos seus gestores através de suas atividades, pois em algumas situações foi possível verificar que os colaboradores possuíam uma visão porém, o gestor estava focada em analisar outras situações. Outro objetivo destas sugestões é desenvolver o colaborador para que seu 182 Marketing Pessoal possa lhe trazer benefícios e que tanto o gestor quanto seus próprios colegas possam encontrar referencia no individuo que estará desenvolvendo as atividades. Estas sugestões estão citadas no capítulo anterior. Enfim, procurou-se com esta pesquisa afirmar que o Marketing Pessoal é importante para a vida profissional e pessoal dos colaboradores nos três setores da economia e que as empresas estão atentas a esse movimento que ganha mais força a cada dia que passa. O Marketing Pessoal propõe um comportamento adequado e a ideia de que imagem não está representada somente pelo físico das pessoas, que este ajuda mas que competências, rede de relacionamentos (Networks) e currículos também sempre serão importantes para reafirmar a postura, os planos de desenvolvimento e os objetivos de cada indivíduo com desejo de sucesso na gestão de carreira. A conclusão a que se chega é que o Marketing Pessoal não é uma decisão de projeção de imagem que se toma num instante específico da carreira do profissional, mas sim um conjunto de ações que devem ser incorporadas ao dia-a-dia de todo profissional, acrescentando esse procedimento às suas qualificações. Dessa forma, os profissionais poderão obter resultados significativamente melhores em suas carreiras profissionais. 183 REFERÊNCIAS AKTOUF, Omar. A administração entre a tradição e a renovação. São Paulo: Atlas, 1996. ALMEIDA, Diana. 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Escolaridade: a) ( ) Ensino Fundamental Incompleto b) ( ) Ensino Fundamental Completo c) ( ) Ensino Médio Incompleto b) ( )Ensino Médio Completo c) ( )Ensino Superior Incompleto d)( ) Ensino Superior Completo PERFIL PROFISSIONAL 4. Tipo de organização em que trabalha: 5. Tempo que está na função: a) ( ) Indústria a) ( ) menos de 1 ano b) ( ) Comércio b) ( ) de 1 até 2 anos c) ( ) Serviços c) ( ) de 2 até 3 anos d) ( ) mais de 3 anos 192 MARKETING PESSOAL (Marque somente uma opção) 6. Marketing Pessoal lembra: 7. Assinale um elementos em que você se a) ( ) Currículo destaca frente aos colegas: b) ( ) Competências a) ( ) Currículo c) ( ) Aparência Pessoal b) ( ) Competências d) ( ) Rede De Relacionamentos c) ( ) Aparência Pessoal (Networking) d) ( ) Rede De Relacionamentos (Networking) 8. Assinale um elemento que você entende que as empresas consideram mais importante em seus colaboradores: a) ( ) Currículo b) ( ) Competências c) ( ) Aparência Pessoal d )( ) Rede De Relacionamentos (Networking) FERRAMENTAS DE MARKETING PESSOAL (Marque somente uma opção|) 9. No que se refere ao meu currículo: 10. No que se refere a competências, Possuo um currículo atualizado: acredito que possuo: a) ( ) Sim a) ( ) Experiência b) ( )Não b) ( ) Habilidade para lidar com pessoas c) ( ) Liderança d)( ) Visão estratégica e) ( ) Atitude 11.No que se refere a minha apresentação 12. No que se refere a minha rede de pessoal: relacionamentos: a) ( ) Trabalho a minha imagem pessoal e a) ( )Divulgo minha imagem nas redes profissional sociais b) ( ) Falo corretamente b ) ( ) Me relaciono com profissionais de c) ( ) Possuo boa aparência outras áreas d) ( ) Meu modo de vestir segue os c) ( ) Compareço a festas e 193 padrões profissionais adequados confraternizações da empresa CARREIRA (Marque somente uma opção) 13. Gestão de carreira, o que considero como sucesso de carreira: a) ( ) Ser reconhecido profissionalmente b) ( ) Aumento na remuneração. c) ( ) Conseguir um bom cargo por meio das relações estabelecidas. d) ( ) Planejar o destino da profissão e/ou cargo. 14.Possuo um plano de desenvolvimento de carreira: a) ( )Sim b)( )Não Se sim, qual?....................................................................................................................... 15.Costumo estabelecer objetivos profissionais: a) ( )Sim b)( )Não Se sim, quais? ..................................................................................................................... 16. Atualmente estou buscando conhecimento pensando em minha carreira: a) ( )Sim b)( )Não. Se sim, o que estou buscando? ............................................................................ 17.Quero crescer na mesma empresa em que trabalho: a) ( )Sim b) ( )Não. Se sim, o que estou fazendo para que isso aconteça?............................................................................. 18.Na minha carreira competências são importantes: a)( )Sim b) ( )Não. Se sim, Quais são as minhas competências?............................................................................................. 19.Na minha carreira postura profissional é importante: a) ( )Sim b)( )Não. Se sim, como avalio minha postura? ............................................................................................... 20.Na minha carreira o comprometimento é importante: a) ( )Sim b)( )Não. Se sim, como avalio meu comprometimento? ........................................................................... 21.Na minha carreira as relações interpessoais são importantes: a) ( )Sim b)( )Não. Se sim, como estão as minhas relações interpessoais?...................................................... 22.Na minha carreira a aparência é importante: a) ( )Sim b) ( )Não. Se sim, como administro a minha aparecia?............................................................................................. 23. O Marketing Pessoal é fator determinante para o meu crescimento profissional? a) ( )Sim b) ( )Não c)( ) Não vejo relevância para a execução das minhas atribuições 24. Defina com uma palavra, o que você acha que seus chefes pensam sobre você: .......................................................................................................................................... 25. Defina com uma palavra o que seus colegas de trabalho pensam sobre você: ......................................................................................................................................... 26)Defina com suas palavras como você se define? ......................................................................................................................................... 194 APÊNDICE B Prezado Gestor, Estou desenvolvendo meu Trabalho de Conclusão de Curso vinculado ao assunto Marketing Pessoal. Solicito sua colaboração no sentido de responder às questões a seguir. Saliento que sua identidade será preservada, e os dados serão utilizados exclusivamente para fins acadêmicos. Nairana Radtke Caneppele Acadêmica do Curso de Administração 1. Você conhece o perfil demográfico dos colaboradores da empresa na qual atua como responsável pela área de Gestão de Pessoas, gostaria de saber se a maioria é homem, mulher, faixa etária, estado civil, escolaridade. Não desejo saber números exatos gostaria que me descrevesse algumas características dos colaboradores que estão sob a sua gestão. 2. Qual seu entendimento em relação ao Marketing Pessoal? 3. As ferramentas do Marketing Pessoal são descritas pelo autores como sendo o currículo, as aparências, as competências e as redes de relacionamentos. Na sua opinião, qual delas é a mais importante e qual não possui relevância na função em que seus colaboradores estão alocados? 4. Como você analisa cada uma delas? Quais são os pontos principais em que a empresa prima e vê com outros olhos os colaboradores no que se refere ao Marketing Pessoal? 5. Percebe que os colaboradores da empresa do setor de serviços a qual você é o responsável pela Área de Gestão de Pessoas praticam o Marketing Pessoal? Se sim, como praticam? 6. Você acredita que o Marketing Pessoal é fator determinante para o crescimento profissional dos colaboradores desta empresa? Por que? 7. No seu entendimento, quais atributos o colaborador deve ter para trabalhar nesta empresa?