CAP. 18 – A influência da Missão Artística Francesa na Arte brasileira

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A influência da Missão Artística
Francesa na Arte brasileira
H. Oliveira
A coroação de D. Pedro I, de J. B. Debret.
Em 1816, durante a estada da família real
portuguesa no Brasil, chega ao Rio de Janeiro
um grupo de artistas franceses com a missão
de ensinar artes plásticas na cidade que era,
então, a capital do Reino unido de Portugal e
Algarves. O grupo ficou conhecido como
Missão Artística Francesa.
O convite teria partido de Antonio Araújo
Azevedo, Conde da Barca, ministro de dom
João VI. Preocupado com o desenvolvimento
cultural da colônia que havia se transformado
em capital, o rei trouxe para cá material para
montar a primeira gráfica brasileira, onde
foram impressos diversos livros e um jornal
chamado "A Gazeta do Rio de Janeiro".
Já a missão tinha o objetivo de estabelecer
o ensino oficial das artes plásticas no Brasil, e
acabou influenciando o cenário artístico
brasileiro, além de estabelecer um ensino
acadêmico inexistente até então.
A missão foi organizada por Joaquim
Lebreton e composta por um grupo de artistas
plásticos. Dela faziam parte os pintores JeanBaptiste Debret e Nicolas Antoine Taunay, os
escultores Auguste Marie Taunay, Marc e
Zéphirin Ferrez e o arquiteto Grandjean de
Montigny. Esse grupo organizou, em agosto de
1816, a Escola Real das Ciências, Artes e
Ofícios, transformada, em 1826, na Imperial
Academia e Escola de Belas-Artes.
Os artistas da Missão Artística Francesa
pintavam,
desenhavam,
esculpiam
e
construíam à moda europeia, obedecendo ao
estilo neoclássico.
Principais pintores da missão:
• Nicolas-Antonine Taunay: (1775-1830) pintor
francês de grande destaque na corte de
Napoleão Bonaparte e considerado um dos
mais importantes da Missão Francesa.
Durante os cinco anos em que esteve no
Brasil, retratou várias paisagens do Rio de
Janeiro.
Largo da Carioca (1816), Museu Nacional de Belas Artes - Rio de Janeiro.
• Jean-Baptiste Debret: (1768-1848) foi
chamado de "a alma da Missão Francesa". Era
desenhista, aquarelista, pintor cenográfico,
decorador, professor de pintura e organizador
da primeira exposição de arte no Brasil (1829).
Em 1818, trabalhou no projeto de
ornamentação da cidade do Rio de Janeiro
para os festejos da aclamação de dom João VI
como rei de Portugal, Brasil e Algarves.
Interior de uma casa cigana, Jean-Baptiste Debret.
Famille d’un Chef Camacan se préparant pour une Fête, Debret.
Joueur d'Uruncungo (Player of Uruncungo) - Berimbau, Debret.
Em "Viagem Pitoresca ao Brasil", coleção
composta de três volumes com um total de
150 ilustrações, Debret retrata e descreve a
sociedade brasileira. Seus temas preferidos
são a nobreza e as cenas do cotidiano
brasileiro.
Montigny e a arquitetura brasileira
Grandjean de Montigny (Paris, 1776 - Rio
de, 1850) foi um arquiteto de prestígio na
Europa, tendo executado projetos na Itália, na
França e na Alemanha. Ele veio para o Brasil
em 1816, como integrante da Missão Artística
Francesa, com a incumbência de projetar e
construir o prédio da Academia Imperial de
Belas Artes, que foi inaugurado em 1826. Na
academia, foi professor de arquitetura - o
primeiro do Brasil.
Solar Grandjean de Montigny.
Colégio Pedro II – reforma conduzida por Grandjean de Montigny.
Academia de Belas-Artes.
Casa França Brasil.
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