INTERFERÊNCIA DO TRANSPORTE E USO DOS DIFERENTES ANTICOAGULANTES NA CONTAGEM DE PLAQUETAS, NO VOLUME PLAQUETÁRIO MÉDIO (VPM) E NO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO DO VOLUME PLAQUETÁRIO (PDW) Carolina Carvalho BUDAG e Guilherme Augusto CADORE Orientadora: Profa. Dra. Anna Paula de Borba Batschauer Defesa em: junho de 2013 Resumo: O transporte de amostras biológicas é um procedimento de rotina nos laboratórios clínicos, em decorrência de postos de coleta, coletas domiciliares e empresariais. Padronizar as condições de transporte e uso de anticoagulantes podem garantir uma contagem de plaquetas mais segura. O presente trabalho teve como objetivo analisar o uso dos anticoagulantes EDTA e Citrato de Sódio, e sua interferência na contagem eletrônica de plaquetas, volume plaquetário médio (VPM) e o coeficiente de variação do volume plaquetário (PDW), assim como o tempo de contato do sangue com tais anticoagulantes nas condições de transporte e repouso. Participaram do estudo 55 indivíduos saudáveis com a faixa etária entre 18 e 53 anos, que não faziam uso de medicamentos e sem histórico de plaquetopenia. Foram coletados dois tubos a vácuo (Vacutainer®) com 3 mL de sangue para cada voluntário, sendo o tubo 1 com anticoagulante EDTA e o tubo 2 com Citrato de Sódio e processados após 2 horas (T0) em equipamento Cell-Dyn® 3000 (Abbott®). As amostras com EDTA, assim como as com Citrato de Sódio, foram divididas em duas alíquotas. Uma dessas alíquotas foi transportada por um serviço de moto-taxi nas condições estabelecidas pela RDC nº 302/2005 por aproximadamente 20 Km, sendo que após o transporte permaneceu em repouso até completar o período de 7 horas da coleta, a outra foi submetida a uma condição de repouso durante o período de 8 horas da coleta. Após esses períodos, foram realizadas as seguintes contagens eletrônicas: amostra com EDTA e Citrato de Sódio transportada (Tt) e amostra com EDTA e Citrato de Sódio em repouso (Tr). Os resultados mostraram uma diferença significativa entre as amostras com EDTA e Citrato de Sódio (p<0,0001) sendo as contagens de plaquetas diminuídas quando coletadas com Citrato. As amostras coletadas com EDTA nos diferentes tempos e em transporte e repouso não apresentaram diferenças significativas nas contagens de plaquetas (p=0,8451). As amostras com Citrato de Sódio apresentaram diferenças entre os tempos e entre condição de transporte e repouso na contagem de plaquetas (p<0,0001). Quanto ao VPM e o PDW avaliados nos dois anticoagulantes, houve diferença significativa entre as amostras no tempo zero (p<0,0001 e p=0,0153 respectivamente). Porém, quando comparado o VPM e PDW nas diferentes condições e anticoagulantes, foi observado diferença significativa apenas para o PDW em Citrato de Sódio (p=0,0312). A partir dos dados obtidos, concluiu-se que o anticoagulante de escolha deve ser o EDTA, pois apresentou melhor estabilidade em todas as condições analisadas; e o transporte de sangue em um período entre 7 e 8 horas não comprometeu a contagem de plaquetas em EDTA. Palavras-chave: Anticoagulante. Plaquetas. Transporte.