CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E FISIOLÓGICAS DE SEMENTES DE Stryphnodendron microstachyum Poepp. & Endl. (LEGUMINOSAEMIMOSOIDEAE) Ângela Maria da Silva MENDES; Professora/Pesquisadora da Escola Superior de Tecnologia – EST/UEA; Maria da Glória Gonçalves de MELO; Professora/Pesquisadora da Escola Superior de Tecnologia – EST/UEA; Ioná Farias dos SANTOS; Discente do Curso de Engenharia Florestal – EST/UEA. ([email protected]) Introdução Os aspectos tecnológicos e fisiológicos de sementes são de grande importância para a silvicultura e comercialização de sementes e mudas de espécies florestais. Alguns estudos sobre o gênero Stryphnodendron indicam que as sementes apresentam dormência tegumentar, sendo necessário a aplicação de tratamento para a sua superação. Stryphnodendron mycrostachium é uma leguminosa heliófita de rápido crescimento, podendo ser utilizada com sucesso na recuperação de áreas degradadas, apresentar potencial energético, além de algumas espécies serem exploradas, tradicionalmente pelas propriedades medicinais e para o aproveitamento de tanino (Felfili e Borges Filho, 2004). Este trabalho teve como objetivo avaliar os aspectos tecnológicos de sementes de Stryphnodendron microstachyum procedentes de Porto Urucu, Coari - AM. Material e Métodos As sementes de Stryphnodendron microstachyum foram coletadas de matrizes selecionadas em área de floresta natural da Província Petrolífera de Porto Urucu, Coari, localizado a 623 km de Manaus em linha reta. Do material botânico fértil das matrizes, foram confeccionadas exsicatas identificadas e incorporadas à coleção do herbário da Escola Superior de Tecnologia – EST/UEA. Os testes físicos realizados foram biometria, peso de mil sementes, número de sementes por quilo e teor de água, segundo Brasil (1992). Os testes de germinação foram feitos sob condições de laboratório e viveiro. A germinação foi avaliada nos substratos papel germitest e vermiculita média em câmara de germinação a 30ºC, areia lavada e terriço de floresta em viveiro a 50% de luz. Os tratamentos prégerminativos testados foram desponte, água quente (80oC por dois minutos) e ácido sulfúrico concentrado por cinco minutos. As características avaliadas foram porcentagem de germinação e índice de velocidade de germinação para emissão de raiz e formação de plântula segundo Santana e Ranal (2004). Resultados e Discussão S. microstachyum apresenta semente com média de 0,11g, 8,4 mm de comprimento, 5,9 mm de largura e 3,5 mm de espessura. O peso de 1000 sementes é em média 104,0 g, o número de sementes por quilo 9.615 e teor de água 11,6%. No laboratório, a porcentagem de germinação para emissão de raiz primária não apresentou diferença significativa nos substratos testados, sendo o desponte o melhor tratamento pré-germinativo com 91,0% e 92,5% para rolo de papel e vermiculita respectivamente. Os resultados foram semelhantes para formação de plântula normal com 81,0% e 87,5% (Tabela 1). O parâmetro Índice de Velocidade de Germinação (IVG) para emissão de raiz e formação de plântula mostrou melhores resultados com escarificação mecânica por desponte e não houve influência do substrato (Tabela 2). No viveiro a maior porcentagem de germinação para emergência de hipocótilo (93,8%) e formação de plântula (87,5%) foi obtida com desponte no substrato terriço (Tabela 3). Conclusão O tratamento pré-germinativo mais eficiente para superação da dormência das sementes de Stryphnodendron microstachyum foi escarificação mecânica por desponte, tanto para a emissão de raiz primária como para formação de plântula, nos dois substratos testados (rolo de papel e vermiculita). Em viveiro, recomenda-se para a germinação o tratamento escarificação mecânica por desponte e a semeadura no substrato terriço. Agradecimentos Agradecemos à equipe de campo da Parente Andrade pelo apoio nas coletas de sementes e à FINEP/CTPETRO e UEA. Referências Bibliográficas Brasil. 1992. Regras para Análise de Sementes. Brasília: Ministério da Agricultura e Reforma Agrária, 365p. Felfili, J. M.; Borges Filho, H. C. 2004. Extrativismo racional da Casca do barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart) Coville). Brasília: Universidade de Brasília, Departamento de Engenharia Florestal, 32p. Santana, D. G.; Ranal, M. A. 2004. Análise estatística na germinação: um enfoque estatístico. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 248p. Tabela 1. Germinação (%) em laboratório de Stryphnodendron microstachyum sob diferentes tratamentos pré-germinativos e dois substratos. Critério de germinação: emissão da raiz primária e formação de plântula. Tratamentos *Raiz primária Rolo de papel Vermiculita **Plântula Rolo de papel Vermiculita Desponte 91,0 A a 92,5 A a 81,0 A a 87,5 A a Água quente (80oC por 2’) 11,0 A c 6,0 A c 11,0 A c 0,0 A c T3 – H2SO4 (5 minutos) 41,0 A b 47,5 A b 41,0 A b 33,8 A b *CV = 19,3% **CV = 15,8% Tabela 2. Índice de Velocidade de Germinação (IVG) em laboratório de Stryphnodendron microstachyum (%) sob diferentes tratamentos pré-germinativos e dois substratos. Critério de germinação: emissão da raiz primária e formação de plântula. Tratamentos *Raiz primária Rolo de papel Vermiculita **Plântula Rolo de papel Vermiculita Desponte 4,56 A a 4,63 A a 1,15 A a 1,12 A a Água quente (80oC por 2’) 0,53 A c 0,02 A c 0,02 A c 0,00 A c T3 – H2SO4 (5 minutos) 1,69 A b 0,55 A b 0,55 A b 0,41 A b *CV = 14,5% **CV = 3,5% Tabela 3. Germinação (%) em viveiro de Stryphnodendron microstachyum sob diferentes tratamentos pré-germinativos e dois substratos. Critério de germinação: emissão da raiz primária e formação de plântula. Tratamentos *Raiz primária Rolo de papel Desponte Água quente (80oC por 2’) T3 – H2SO4 (5 minutos) *CV = 17,0% **CV = 20,1% Vermiculita **Plântula Rolo de papel Vermiculita 82,5 A a 93,8 A a 66,0 A a 87,5 A a 5,0 A c 2,5 A c 3,8 A c 0,0 A c 21,0 A b 27,5 A b 17,5 A b 18,8 A b