1 FUNDAÇÃO DOM CABRAL Programa de Especialização em Gestão GESTÃO DE PRAZOS EM PROJETOS Sabrina Souza de Almeida Belo Horizonte 2015 2 GESTÃO DE PRAZOS EM PROJETOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à conclusão do Programa de Especialização em Gestão com ênfase em Projetos da Fundação Dom Cabral. Belo Horizonte 2015 3 RESUMO O presente trabalho busca mostrar o que é o gerenciamento de prazo em projetos, como realiza-lo e a importância da aplicação dos processos de gerenciamento de prazo nos projetos. Neste sentido foi desenvolvida uma revisão teórica sobre o tema com o objetivo de esclarecer os conceitos envolvidos e as metodologias de gerenciamento de prazo existentes. Em seguida foi discutida a aplicação da gestão do prazo em projetos sob a ótica das experiências vivenciadas no Simulador Empresarial do instituto PMI oferecido pelo Programa de Especialização em Gestão da Fundação Dom Cabral (FDC). Por último foi abordada a capacidade de interação entre a gestão de projetos e as demais ênfases de formação do Programa de Especialização em Gestão da FDC. Os resultados assinalam a importância de se realizar uma efetiva gestão do prazo desde a fase de planejamento até o encerramento do projeto. Palavras-chave: Gerenciamento de projetos; Gerenciamento de prazos em projetos, gerenciamento do tempo. 4 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANVI - Agência Nacional de Vigilância Industrial AWC - Air Water Conversion BMI - Brazilian Management Institute BSC - Balanced Scorecard CPV - Custo do produto vendido EAP – Estrutura Analítica de Projeto EBIT - Earning Before Interest and Taxes FDC – Fundação Dom Cabral FTI – Full Time Internship GRI - Global Resources International IDP - Índice de desempenho de prazo MDP - Método do diagrama de precedência SBPS - Strategic Perspectives Business Simulation VPR - Variação de prazo WBS - Work Breakdown Structure 5 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Grupos de processos de gerenciamento de projeto ............................ ....10 Figura 2: Visão Geral do Gerenciamento do Tempo do Projeto ............................... 12 Figura 3: Visão Geral do Desenvolvimento do Cronograma .....................................13 Figura 4: Exemplo de estrutura analítica de projeto (EAP) com entregas principais...15 Figura 5: Método do diagrama de precedência (MDP) – Tipo de relações ...............18 Figura 6: Diagrama de rede do cronograma do projeto .............................................19 Figura 7: Exemplo de método do caminho crítico ......................................................25 Figura 8 – Exemplo de método de corrente crítica.....................................................25 Figura 9 – Balanced Scored Card do grupo B5 .........................................................30 Figura 10 – Projeções de vendas do 1º ano do grupo B5 ..........................................36 Figura 11 – Índices globais de satisfação interna do grupo B5 ..................................36 Figura 12 – Controle de DRE do grupo B5 .................................................................37 Figura 13 – Controle de Caixa do grupo B5 ...............................................................37 Figura 14 – Controle de Produção do grupo B5 .........................................................38 6 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7 2. DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 9 2.1. O GERENCIAMENTO DE PROJETOS ............................................................ 9 2.2. O GERENCIAMENTO DE PRAZOS EM PROJETOS .................................... 11 2.2.1 Planejar o gerenciamento do cronograma ................................................... 12 2.2.2 Definir as atividades....................................................................................... 15 2.2.3 Sequenciar as atividades............................................................................... 16 2.2.4 Estimar os recursos das atividades ............................................................. 19 2.2.5 Estimar as durações das atividades ............................................................. 20 2.2.6 Desenvolver o cronograma ........................................................................... 22 2.2.7 Controlar cronograma.................................................................................... 26 2.3. VIVÊNCIA NO SIMULADOR........................................................................... 27 2.4. IMPACTO DO TEMA NAS OUTRAS ÊNFASES ............................................ 35 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 40 4. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 41 7 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo desenvolver uma análise sobre a Gestão de Prazos em Projetos envolvendo o Strategic Perspectives Business Simulation (SBPS), simulador de negócios da Brazilian Management Institute (BMI) disponibilizado pela Fundação Dom Cabral. O SPBS é uma ferramenta de gestão com foco em práticas sustentáveis que nos permite simular o gerenciamento de uma empresa dentro dos parâmetros que definem a matriz de um modelo de empresa sustentável envolvendo todas as áreas de Gestão/Negócios: Projetos, Finanças, Marketing, Negócios e Pessoas. O principal objetivo deste trabalho é demonstrar a importância da Gestão de Prazos em Projetos, pois o sucesso de um projeto depende do gerenciamento de seu tempo. Os atrasos na conclusão dos projetos são normalmente danosos aos mesmos, pois, além de quase sempre comprometer o custo, retardam a entrega dos seus produtos e, consequentemente, a disponibilidade de iniciar a utilização dos mesmos e/ou entrarem em operação, logo o mesmo precisa de um efetivo controle e gestão. Para que um projeto seja concluído dentro do prazo, o mesmo requer disciplina e controle eficientes, para permitir corrigir em tempo hábil os possíveis problemas com prazos, objetivando impedir que se tornem graves e, muitas vezes, irreversíveis no decorrer da execução dos projetos. Projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objeto claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade. (VARGAS, 2005, p.7). Para Meredith, citado por Ricardo Vargas (2005), um projeto é uma atividade única e exclusiva com um conjunto de resultados desejáveis em seu término. É também complexo o suficiente para necessitar de uma capacidade de coordenação específica e um controle detalhado de prazos, relacionamentos, custos e desempenho. De acordo com o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013), Projetos são esforços empreendidos em um determinado espaço de tempo com o objetivo de criar produtos, serviços ou resultados exclusivos. 8 Para este estudo, foi realizada a simulação de uma empresa que trabalha com a tecnologia AWC (Air Water Conversion), que gera água potável através das partículas de água presentes no ar. Existe uma Holding, GRI (Global Resources International) que controla a AWC e o grupo será responsável pela gestão da empresa por dois anos e, consequentemente, responsável pela entrega dos indicadores para a controladora. A linha de produto é composta por dois modelos: C350 que gera até 350 litros de água por hora, direcionados para clientes rurais e agrícolas e o modelo C2000 que produz até 2000 litros de água por hora e introduzido para satisfazer a necessidade grandes empresas e até pequenas cidades. Estes produtos são segmentados por regiões: Densa e Esparsa. A região Densa é um mercado maduro, com uma infraestrutura comercial e industrial. Já a Esparsa abrange áreas onde há menos infraestrutura urbana e industrial e as condições econômicas em geral não são tão sólidas como nas regiões Densas. Diante deste cenário, foi criado um Plano de Negócios com os objetivos e metas da empresa, assim como sua estratégia para alcançar estes resultados. Foram 10 grupos compostos por uma média de 6 pessoas divididos entre diversas áreas de gestão para competir pelos melhores resultados do Balanced Scorecard (BSC). A Problemática a ser desenvolvida é: Qual a melhor forma de concluir projetos dentro do prazo acordado? O trabalho foi construído em três capítulos. O primeiro capítulo é a Introdução, onde é abordado o objetivo e a relevância do tema. O segundo é designado ao Desenvolvimento composto pela Fundamentação teórica, onde é explicado como funciona o Gerenciamento de Prazo em Projetos, pela Vivência no Simulador, que consiste na análise das situações vividas pelo grupo junto ao simulador e pelo Impacto do Tema onde será demonstrado o impacto do tema nas outras ênfases que contribuíram para o desenvolvimento do trabalho. E por fim, as Considerações Finais. 9 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. O GERENCIAMENTO DE PROJETOS De acordo com SMITH e DERRY(2011), um projeto é uma série de atividades com o intuito de obter um resultado específico dentro de um orçamento e de um cronograma definido. Um projeto pode ser definido como “um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”. O término é alcançado quando os objetivos do projeto são atingidos ou quando o projeto é encerrado porque os seus objetivos não serão ou não podem ser alcançados ou quando a necessidade do projeto deixar de existir. Um projeto também poderá ser encerrado se o cliente (cliente, patrocinador ou financiador) desejar encerrá-lo. Temporário não significa necessariamente de curta duração. O termo se refere ao engajamento do projeto e à sua longevidade. O termo temporário normalmente não se aplica ao produto, serviço ou resultado criado pelo projeto; a maioria dos projetos é empreendida para criar um resultado duradouro. Por exemplo, um projeto de construção de um monumento nacional criará um resultado que deverá durar séculos. Os projetos também podem ter impactos sociais, econômicos e ambientais que terão duração mais longa que os projetos propriamente ditos (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013). Cada projeto cria um produto, serviço ou resultado único. O resultado do projeto pode ser tangível ou intangível. Embora elementos repetitivos possam estar presentes em algumas entregas e atividades do projeto, esta repetição não muda as características fundamentais e exclusivas do trabalho do projeto. Por exemplo, prédios de escritórios podem ser construídos com materiais idênticos ou similares e pelas mesmas equipes ou equipes diferentes. Entretanto, cada projeto de prédio é único, com uma localização diferente, um design diferente, circunstâncias e situações diferentes, partes interessadas diferentes, etc (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013). Para que os projetos obtenham sucesso, é preciso que sejam bem planejados e acompanhados a partir do momento de sua implementação até seu encerramento, através de um processo de gerenciamento de projetos. O gerenciamento de projetos permite que os gerentes se concentrem nas prioridades, monitorem o desempenho, superem dificuldades e se adaptem à mudança. Ele oferece mais controle aos gerentes e fornece ferramentas e técnicas 10 comprovadas para ajudá-los a liderar equipes a fim de cumprir os objetivos no prazo e dentro do orçamento (SMITH e DERRY, 2011) Segundo o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013), o gerenciamento de projetos é composto por cinco processos principais: a iniciação, o planejamento, a execução, o monitoramento e controle e o encerramento. Os cinco grupos de processos podem ser mais bem compreendidos através da figura apresentada a seguir. Figura 1 – Grupos de processos de gerenciamento de projetos Fonte: PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013 De acordo com o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013), o Gerenciamento de Projetos é divido em dez áreas de conhecimento, são elas: Gerenciamento da integração; Gerenciamento do escopo; Gerenciamento do tempo; Gerenciamento de custos; Gerenciamento da qualidade; Gerenciamento dos recursos humanos; Gerenciamento das comunicações; Gerenciamento dos riscos; Gerenciamento das aquisições; Gerenciamento das partes interessadas. 11 Cada uma dessas áreas é integrada com os cinco grupos de processo. Dadas estas diversas interações, após o planejamento inicial do projeto, qualquer modificação em uma das áreas afetará o equilíbrio do projeto e resultará em necessidade de mudanças em algumas das demais áreas. 2.2. O GERENCIAMENTO DE PRAZOS EM PROJETOS O Tempo constitui uma das áreas mais difíceis de gerenciar dentro de um projeto, pois é impactada por diversas áreas. É também a área que mais apresenta problemas, gerando assim uma necessidade de monitoramento constante. Os atrasos na conclusão dos projetos são normalmente danosos aos mesmos, pois, além de quase sempre comprometer o custo, retardam o uso de seus recursos e, consequentemente, a entrega dos seus produtos. Conforme o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013), o gerenciamento do tempo em projetos está estruturado em sete processos para gerenciar o término pontual do projeto: Planejar o Gerenciamento do cronograma, Definir as atividades, Sequenciar as atividades, Estimar os recursos das atividades, Estimar as durações das atividades, Desenvolver o cronograma e Controlar o cronograma. A seguir é apresentado uma Visão Geral do Gerenciamento do Tempo do Projeto: 12 Figura 2 – Visão Geral do Gerenciamento do Tempo do Projeto Fonte: PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013 2.2.1 Planejar o gerenciamento do cronograma O primeiro dos processos de gerenciamento do tempo é o planejamento do cronograma. De acordo com o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013), este é o momento de estabelecer as políticas, os procedimentos e a documentação para o planejamento, desenvolvimento, gerenciamento, execução e controle do cronograma do projeto. O interessante deste processo é o fornecimento de orientação e instruções sobre como o cronograma do projeto será gerenciado ao longo de todo o projeto. A figura a seguir retrata a Visão Geral do Desenvolvimento do Cronograma. 13 Figura 3 – Visão Geral do Desenvolvimento do Cronograma Fonte: PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013 Conforme cita o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013), o Gerenciamento do Cronograma é composto pelas seguintes entradas: Plano de gerenciamento do projeto – composto pela Linha de Base do escopo, que consiste na especificação do escopo e no detalhamento da estrutura analítica do projeto (EAP) e por outras informações, que podem ser relacionadas a decisões sobre custos, riscos e comunicações referentes ao cronograma. 14 Termo de abertura do projeto – documento que apresenta o resumo do cronograma de marco se os requisitos de aprovação do projeto. Fatores ambientais da empresa – fatores como estrutura, cultura, disponibilidade de recursos, software de planejamento, informações comerciais publicadas, sistemas organizacionais, entre outros, podem influenciar o processo de planejar o gerenciamento do cronograma. Ativos de processos organizacionais – ativos como informações históricas, ferramentas de controle, modelos, diretrizes, procedimentos, entre outros, podem influenciar o processo de planejar o gerenciamento do cronograma. Para o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013), as ferramentas e técnicas geralmente utilizadas para o gerenciamento do cronograma são Opinião especializada, que pode ser guiada por informações históricas, Técnicas analíticas, tais como: metodologia de elaboração do cronograma, ferramentas e técnicas de cronograma, abordagens e formatos de estimativa, e software de gerenciamento de projetos e por último Reuniões que podem incluir o gerente do projeto, o patrocinador do projeto, membros selecionados da equipe do projeto e das partes interessadas, qualquer pessoa com responsabilidade no planejamento ou execução do cronograma, e outros, conforme necessário. A última etapa é o Plano de Gerenciamento do Cronograma como saída, que pode estabelecer o seguinte segundo o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013): • O desenvolvimento do modelo do cronograma do projeto; • Nível de exatidão; • Unidades de medida; • Associações com procedimentos organizacionais; • Manutenção do modelo do cronograma do projeto; • Limites de controle. 15 2.2.2 Definir as atividades O segundo dos processos de gerenciamento do tempo é a definição das atividades, que de acordo com o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013) “é o processo de identificação das ações específicas a serem realizadas para produzir as entregas do projeto”. Segundo Xavier (2006) a verificação do escopo é o processo de obtenção da aprovação formal desse instrumento por parte dos envolvidos (stakeholders) responsáveis pela aceitação dos subprodutos do projeto. O objetivo é obter a aceitação. A gestão de escopo nos fornece três itens de importância para a definição de atividades de um projeto: a declaração de escopo, a estrutura analítica de projeto (EAP) e o dicionário de EAP, que traz informações tais como descrição, critérios de aceitação, estimativa de duração, recursos e custos necessários, sendo a EAP de primordial importância neste processo. A EAP, também conhecida pelos termos ingleses Work Breakdown Structure (WBS), é a subdivisão das entregas e do trabalho do projeto em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013). Figura 4 – Exemplo de estrutura analítica de projeto (EAP) com entregas principais Fonte: PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013 16 Os pacotes de trabalho de um projeto são subdivididos em atividades. Estas atividades correspondem aos esforços necessários para que se possa completar a entrega prevista de um pacote de trabalho. A lista de atividades em atividades fornece uma base para estimar, programar, executar, monitorar e controlar os trabalhos do projeto (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013). Para definir estas atividades, o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013) diz que é necessário elaborar: Plano de gerenciamento do cronograma (nível de detalhe necessário prescrito para gerenciar o trabalho); Linha de base do escopo (versão aprovada de uma especificação de escopo do projeto); Fatores ambientais da empresa (estrutura, cultura, etc); Ativos de processo organizacionais (políticas, processos padronizados, etc). 2.2.3 Sequenciar as atividades O terceiro dos processos de gerenciamento do tempo é a definição das atividades, que de acordo com o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013) “é o processo de identificação e documentação dos relacionamentos entre as atividades do projeto. O principal benefício deste processo é definir a sequência lógica do trabalho a fim de obter o mais alto nível de eficiência em face de todas as restrições do projeto. Para o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013), todas as atividades e marcos, com exceção do primeiro e do último, devem ser conectados a pelo menos um predecessor com uma relação lógica término para início ou início para início e a pelo menos um sucessor com uma relação lógica término para início ou término para término. As relações lógicas devem ser projetadas para criar um cronograma de projeto realista. O uso de tempo de antecipação ou de espera pode ser necessário entre as atividades para dar suporte a um cronograma de projeto realista e executável. O sequenciamento pode ser executado através do uso de software de gerenciamento de projetos ou do uso de técnicas manuais ou automatizadas. 17 Para sequenciar estas atividades, o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013) diz que é necessário elaborar: Plano de gerenciamento do cronograma (nível de detalhe necessário prescrito para gerenciar o trabalho); Lista de atividades (contém todas as atividades do cronograma necessárias no projeto); Atributo das atividades (podem descrever uma sequência necessária de eventos ou relações definidas de predecessores ou sucessores); Lista de marcos (pode conter datas agendadas para marcos específicos); Especificação do escopo do projeto (contém a descrição do escopo do produto, que inclui as características do produto que podem afetar o sequenciamento das atividades); Fatores ambientais da empresa (padrões governamentais, sistema de informações, etc); Ativos de processo organizacionais (políticas, processos padronizados, etc). Quando as atividades são sequenciadas, devem ser levados em consideração as antecipações e atrasos inerentes a cada atividade, para dar suporte ao desenvolvimento posterior de um cronograma do projeto realista e alcançável. Para o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013) existem, basicamente, quatro formas de dependência entre as atividades de um projeto, utilizando o Método do diagrama de precedência (MDP): Término – início (TI): a atividade predecessora precisa terminar para a sucessora poder iniciar; Início – término (IT): a atividade sucessora só pode ser finalizada quando se der o início da atividade predecessora; Início – início (II): a atividade sucessora apenas se inicia após o começo da atividade predecessora; Término – término (TT): a atividade sucessora só pode terminar com a finalização da atividade predecessora. 18 Figura 5 – Método do diagrama de precedência (MDP) – Tipo de relações Fonte: PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013 O PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013) define, ainda, quatro tipos de dependência utilizados para a definição da sequência entre as atividades: Dependências obrigatórias ou hard logic: são aquelas que são inerentes à natureza de um trabalho ou fruto de exigências contratuais; Dependências arbitradas ou soft logic: são fundamentadas no conhecimento das melhores práticas em uma determinada área de atuação e definidas pela equipe do projeto, mesmo que existam outras sequências de trabalho aceitáveis; Dependências externas: envolvem uma relação entre as atividades do projeto e as não pertencentes ao projeto; Dependências internas: envolvem uma relação de precedência entre as atividades do projeto e estão geralmente sob o controle da equipe do projeto. O sequenciamento de atividades de um projeto e o modo como elas se interrelacionam podem ser mais bem compreendidos por meio da elaboração de diagramas. Um deles é o Diagrama de rede do cronograma do projeto, que é uma representação gráfica das relações lógicas, também chamadas de dependências, entre as atividades do cronograma do projeto. A seguir é apresentado um modelo de Diagrama de rede do cronograma do projeto. 19 Figura 6 – Diagrama de rede do cronograma do projeto Fonte: PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013 2.2.4 Estimar os recursos das atividades Estimar os recursos das atividades é o processo de estimativa dos tipos e quantidades de material, pessoas, equipamentos ou suprimentos que serão necessários para realizar cada atividade. O principal benefício deste processo é identificar o tipo, quantidade e características dos recursos exigidos para concluir a atividade, permitindo estimativas de custos e de duração mais exatas. (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013). Para sequenciar estas atividades, o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013) diz que é necessário gerar: Plano de gerenciamento do cronograma (identifica o nível de exatidão e as unidades de medida para a execução da estimativa dos recursos); Lista de atividades (identifica as atividades que necessitarão recursos); Atributos das atividades (fornecem as principais entradas de dados para o uso na estimativa dos recursos necessários para cada atividade da lista de atividades); 20 Calendários de recursos (identifica os dias úteis e turnos em que cada recurso específico encontra-se disponível. Informações sobre quais recursos (tais como pessoal, equipamento e material) estão potencialmente disponíveis durante um período de atividades planejado são usadas para a estimativa de utilização dos recursos); Registro dos riscos (podem impactar a seleção e a disponibilidade dos recursos); Estimativa dos custos das atividades (o custo dos recursos pode impactar a sua seleção); Fatores ambientais da empresa (localização, disponibilidade e competências do recurso); Ativos de processos organizacionais (Políticas e procedimentos relativos à mobilização, desmobilização de pessoal, informações históricas, etc). 2.2.5 Estimar as durações das atividades Segundo o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013), “estimar as durações das atividades é o processo de estimativa do número de períodos de trabalho que serão necessários para terminar as atividades específicas com os recursos estimados”. Para estimar a duração destas atividades, o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013) diz que é necessário gerar: Plano de gerenciamento do cronograma (define o método usado e o nível de exatidão juntamente com outros critérios requeridos para estimar as durações das atividades) Lista de atividades (fornecem as entradas principais de dados para serem usados na estimativa das durações) Atributos das atividades (fornecem as principais entradas de dados para o uso na estimativa dos recursos necessários para cada atividade da lista de atividades); Requisitos de recursos das atividades (terão um efeito na duração da mesma, já que o nível de atendimento dos requisitos pelos recursos 21 designados influenciará significativamente a duração da maioria das atividades); Calendários dos recursos (influenciam a duração das atividades do cronograma devido à disponibilidade de recursos específicos, tipo de recursos, e recursos com atributos específicos); Especificação do escopo do projeto (são as premissas e restrições da especificação do escopo do projeto); Registro dos riscos (fornece a lista de riscos, juntamente com os resultados da análise dos riscos e o planejamento das respostas aos riscos); Estimativa dos custos das atividades (o custo dos recursos pode impactar a sua seleção); Fatores ambientais da empresa (localização, disponibilidade e competências do recurso); Ativos de processos organizacionais (Políticas e procedimentos relativos à mobilização, desmobilização de pessoal, informações históricas, etc). Quanto melhor e mais certeira é a estimativa de recursos, maiores as chances de que o planejamento realizado reflita a realidade de execução do projeto. Desta forma o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013) sugere técnicas a serem utilizadas para a obtenção de boas estimativas de utilização de recursos, tais como: Criar na organização uma base de dados com histórico de projetos, onde devem constar estimativas, premissas, restrições, perfil de recursos utilizados e os pontos onde as estimativas de recursos foram ultrapassadas, de forma a se ter um material rico disponível para consultas nos momentos de planejamento de novos projetos; Opinião de especialistas: fazer contato direto com as pessoas que irão realizar as tarefas para que sejam fornecidas estimativas de duração das atividades; Aplicação da técnica Delphi: realização de consulta a uma série de especialistas, que responderão individualmente sobre a estimativa de duração das atividades para um moderador. São realizadas em que são 22 apresentadas as opiniões médias do grupo de entrevistados, para que novas estimativas sejam enviadas e, após cerca de três rodadas, há a definição de um valor médio de duração das atividades; Aplicação de estimativa três pontos: são feitas estimativas com base em três cenários distintos, o otimista, o pessimista e o mais provável. É realizada uma média ponderada, em que os cenários pessimista e otimista valem 1 e o mais provável vale 4, determinando assim a estimativa de duração; Aplicação de estimativas paramétricas: através da aplicação de parâmetros quantitativos por meio de modelos matemáticos e fórmulas, é realizada previsão do tempo e duração necessária para se completar uma atividade; Estimativa análoga: é quando se infere a duração de atividades baseada em outras similares já desenvolvidas em outros projetos; Utilização de reservas: estabelecer valores percentuais ou fixos, oriundos de análises de riscos, para cobrir eventualidades ou contingências do projeto. 2.2.6 Desenvolver o cronograma Segundo o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013), é o processo de análise de sequências das atividades, suas durações, recursos necessários e restrições do cronograma visando criar o modelo do cronograma do projeto. O principal benefício deste processo é que a inserção das atividades do cronograma, suas durações, recursos, disponibilidades de recursos e relacionamentos lógicos na ferramenta de elaboração do cronograma gera um modelo de cronograma com datas planejadas para a conclusão das atividades do projeto. Com o intuito de se desenvolver um cronograma é preciso que já tenham sido desenvolvidos de acordo com o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013): Plano de gerenciamento do cronograma (identifica o método de elaboração do cronograma e a ferramenta usada para criá-lo, e como o cronograma será calculado); 23 Lista de atividades (identifica as atividades que serão incluídas no modelo do cronograma); Atributos das atividades (fornecem os detalhes usados para criar o modelo do cronograma); Diagramas de rede do cronograma do projeto (contêm as relações lógicas de predecessores e sucessores que serão usadas para calcular o cronograma); Requisitos de recursos das atividades (identificam os tipos e quantidades de recursos exigidos para cada atividade usada para criar o modelo do cronograma); Calendários dos recursos (contêm informações sobre a disponibilidade de recursos durante o projeto); Especificação do escopo do projeto (são as premissas e restrições da especificação do escopo do projeto); Estimativas das durações das atividades (contêm as avaliações quantitativas do número provável de períodos de trabalho que serão necessários para completar uma atividade que será usada para calcular o cronograma); Especificação do escopo do projeto (fornece os detalhes de todos os riscos identificados e suas características que afetam o modelo do cronograma); Designações do pessoal do projeto (especificam os recursos que serão designados para cada atividade); Estrutura analítica dos recursos (fornece os detalhes para a realização da análise dos recursos e elaboração dos relatórios organizacionais); Fatores ambientais da empresa (padrões, canais de comunicações e ferramenta de cronograma a ser usada no desenvolvimento do modelo do mesmo); Ativos de processos organizacionais (metodologia de elaboração de cronograma e calendário(s) do(s) projeto(s)). 24 Segundo o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013), há uma série de técnicas que podem ser utilizadas durante o desenvolvimento de um cronograma, são elas: Análise de rede do cronograma: é a utilização de técnicas de análise para gerar as inter-relações existentes no cronograma de projeto; Método do caminho crítico: método em que se avaliam as datas de início e término para todas as atividades, sem considerar limitações de recursos, visando identificar as folgas totais das atividades. As atividades com folga total igual a zero indicarão o caminho no qual se terá a menor flexibilidade, uma vez que o atraso em uma destas atividades gerará atrasos em todo o projeto; Método da corrente crítica: é o método que modifica o cronograma do projeto, levando-se em conta as limitações de recursos. Após a determinação do caminho crítico, os recursos são alocados, o que pode gerar um novo caminho crítico restrito pelos recursos, conhecido como corrente crítica. Nivelamento de recursos: é uma técnica de análise que deve ser utilizada quando um mesmo recurso foi distribuído em excesso, designado para diversas atividades em um mesmo período de tempo, quando recursos só estão disponíveis em certos momentos, em quantidades limitadas, ou quando é preciso manter a utilização dos recursos em um nível constante. O nivelamento de recursos também pode acarretar modificações no caminho crítico original; Análise de cenário “E-se”: tem como objetivo verificar se o cronograma de projeto é viável sob condições adversas e preparar planos contingenciais para solucionar ou mitigar o impacto que situações adversas podem causar ao projeto; Aplicação de antecipações e esperas: a utilização de antecipações e esperas visa estabelecer relações lógicas entre atividades sem, contudo, substituir a lógica de desenvolvimento do cronograma; Compressão de cronograma: tem como objetivo encurtar o cronograma com a utilização de técnicas como a de compressão, em que a utilização de recursos adicionais pode encurtar a duração da tarefa, ou de 25 paralelismo, na qual atividades normalmente executadas em sequência passam a ser executadas paralelamente para encurtar sua duração. As técnicas de compressão podem resultar em aumento de custos; Ferramentas para desenvolvimento de cronograma: a utilização de ferramentas automatizadas podem acelerar o processo de criação do cronograma e ajudar em suas análises. Figura 7 – Exemplo de método do caminho crítico Fonte: PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013 Figura 8 – Exemplo de método de corrente crítica Fonte: PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013 26 2.2.7 Controlar cronograma Após o fechamento do cronograma do projeto, é preciso que o mesmo seja acompanhado e controlado durante toda sua duração. Segundo o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013) controlar o cronograma “é o processo de monitoramento do andamento do projeto para visualização do seu progresso e gerenciamento das mudanças feitas na linha de base do cronograma” e relaciona-se com a situação atual do cronograma, com as interferências e com o gerenciamento das modificações conforme estas ocorrem. Para controlar o cronograma, o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2013) diz que é necessário gerar: Plano de gerenciamento do cronograma (contém o plano de gerenciamento do cronograma e a linha de base do mesmo); Cronograma do projeto (versão mais recente com anotações indicando atualizações, atividades terminadas e atividades iniciadas até a data dos dados indicada); Dados de desempenho do trabalho (referem-se às informações sobre o progresso do projeto); Calendários do projeto (são as atividades para o cálculo das previsões de cronograma); Dados do cronograma (serão revisados e atualizados no processo Controlar o cronograma); Ativos de processos organizacionais (políticas, procedimentos e diretrizes existentes, ferramentas de controle do cronograma); Fatores ambientais da empresa (padrões, canais de comunicações e ferramenta de cronograma a ser usada no desenvolvimento do modelo do mesmo). Existem ferramentas que podem auxiliar no controle do cronograma. Uma delas é a Análise de desempenho, que pode ser feita através de diversos métodos, entre eles: Análise das tendências (examina o desempenho do projeto ao longo do tempo para determinar se o mesmo está melhorando ou piorando); 27 Método do caminho crítico (pode ajudar a determinar a situação do cronograma); Método da corrente crítica (ajuda na determinação da situação do cronograma); Gerenciamento do valor agregado (Medições do desempenho do cronograma, tais como variação de prazo (VPR) e índice de desempenho de prazo (IDP) são usadas para avaliar a magnitude de variação em relação à linha de base do cronograma. Além da Análise de desempenho, existem também outras ferramentas tais como: software de gerenciamento de projetos, técnicas de otimização de recursos, técnicas de desenvolvimento de modelos, antecipações e esperas, compressão de cronograma e ferramenta de cronograma. 2.3. VIVÊNCIA NO SIMULADOR O Strategic Perspectives Business Simulation (SBPS), simulador de negócios da Brazilian Management Institute (BMI) foi projetado para ajudar a consolidar a visão sistêmica empresarial dos alunos do Programa de Especialização em Gestão da Fundação Dom Cabral (FDC), através de desafios compostos por decisões nas áreas de finanças, pessoas, marketing, negócios e projetos, mostrando o contexto do mundo corporativo. O desafio proposto à todas as equipes foi o gerenciamento de uma unidade de negócios de conversores de água do ar (AWC), com o objetivo de alcançar os melhores índices de desempenho nas métricas do Balanced Scorecard (BSC), que incluem o Earning Before Interest and Taxes (EBIT), Participação de Mercado, Satisfação do Cliente e o Clima Organizacional da Equipe, ao longo de oito trimestres. Eram produzidos os seguintes equipamentos na companhia: C350 Densa: Este equipamento é o produto original que gera até 350 litros de água por hora para usuários rurais e agrícolas e atende regiões já consolidadas com comércio e indústria, servindo principalmente de apoio para regiões de conflito, onde esteja comprometido a distribuição de água; 28 C2000 Densa: Este equipamento produz até 2000 litros de água por hora para atender as necessidades de grandes empresas para regiões consolidadas; C350 Esparsa: Atendem a regiões onde não tenham infraestrutura consolidada e são utilizadas para diversos fins para aquisição de água, como este modelo produz 350 litros por hora, atenderiam por exemplo, a pequenos agricultores; C2000 Esparsa: Da mesma forma que o modelo acima, atendem às regiões onde não tenham infraestrutura consolidada e são utilizadas para diversos fins para aquisição de água, a principal diferença é porque produz uma quantidade bem maior de água, assim atendendo a demandas bem maiores, como grandes produtores rurais; Nossa equipe (B5) ficou distribuída em: 1 pessoa da ênfase de projetos, 2 de negócios, 1 de finanças, 1 de marketing e 1 de pessoas. Todas as equipes iniciaram com os mesmos índices e participação de mercado. A empresa inicialmente encontrava-se em uma situação financeira frágil com muitos problemas internos e externos a serem resolvidos. Nosso primeiro desafio foi a entrega do Plano de Negócios com a definição de uma estratégia competitiva de atuação que contemplasse: estratégias ofensivas e defensivas, modelo de atuação comercial, modelo de receitas e estratégia de preço, análise da estrutura atual, iniciativas e atividade chave, projeções dos resultados operacionais e financeiros e o BSC. Analisando as necessidades atuais dos clientes, observa-se que os critérios de decisão da compra mais importantes de acordo com cada segmento de mercado são: C350 Densa: Preço e condições são definidores para a compra desse produto nessa região; C350 Esparsa: Além do preço e condições, o marketing e a reputação da empresa e produto são fortes definidores da compra para os clientes; 29 C2000 Densa: O produto apresenta como características mais importantes para os clientes a inovação e sofisticação; C2000 Esparsa: Nessa região, o marketing e a reputação da empresa e produto tonam-se definidores da compra. De acordo com a divisão do mercado por volume de vendas, o produto C350 Densa possui o maior market share (43%), seguido pelo C350 Esparsa (25%), o C2000 Densa (21%) e por último o produto C2000 Esparsa (11%). Porém, a taxa trimestral de crescimento do mercado para o C350 Densa, não se mostra tão atrativa, apenas 1% de crescimento. Já o mercado para produto C2000 Densa apresenta a maior taxa de crescimento trimestral para o próximo ano, 5,4%. Segundo informações disponibilizadas, o potencial de crescimento para o modelo C2000 Densa é significativo dada a crescente demanda por água potável nessa região. Portanto, acreditamos que trata-se de um mercado promissor com a possibilidade de conquistar novos clientes e aumentar o market share. Os clientes do produto C2000 buscam sofisticação, inovação, confiabilidade e qualidade de serviço. Sendo assim, a estratégia a ser abordada para este produto, será a de liderança de mercado. Para que o nosso produto C2000 Densa lidere o segmento de mercado, serão priorizados investimentos em pesquisa e desenvolvimento, na equipe comercial e no pós-venda. O mercado para o produto C350, para ambas regiões, já mostra-se mais maduro, e consequentemente maior. Porém, esse mercado também se mostra de certa forma sedimentado, apresentando baixa projeção de crescimento para o produto C350 Densa (1%). O produto C350 Esparsa apresenta uma taxa de crescimento maior (4,1%) sendo o escolhido como alvo dos esforços da empresa. A estratégia da empresa será focada em manter seu market share, em relação aos demais players deste segmento, porém buscando aumentar sua margem através de ações que almejam a redução do seu custo de produção. A linha de produção do produto C350 Esparsa terá como foco a excelência operacional objetivando a redução do custo desse produto. Considerando esse cenário e o portfólio de produtos da AWC, a proposta de valor será baseada numa estratégia mista que se dará pela liderança de mercado do produto C2000 Densa e excelência operacional do produto C350 Esparsa. É 30 importante ressaltar que a empresa continuará atuando nos outros segmentos de mercado, C2000 Esparsa e C350 Densa, porém com esforços reduzidos. A holding GRI pretende investir seriamente em pesquisa e desenvolvimento para que dessa forma possa oferecer o que há de melhor em conversores de ar em água para seus clientes, considerando as diferentes necessidades desses, o que consequentemente aumentará a nossa reputação e market share. Da mesma forma, serão feitos esforços para a busca da excelência operacional. Para a implementação das disciplinas estratégicas e propostas de valor apresentadas até aqui, as quatro perspectivas que irão refletir a visão e estratégia da empresa estão apresentadas na imagem abaixo: Figura 9 – Balanced Scored Card do grupo B5 Fonte: Integrantes do grupo B5 31 Primeiro Trimestre: No primeiro trimestre, não soubemos avaliar bem quais seriam as consequências das alterações que faríamos no simulador. Fizemos muitos inputs de dados no escuro, pois não sabíamos a calibração ideal de investimentos. Nesta rodada, ficamos em 4º lugar dos 10 grupos. Fomos muito bem no EBIT (8,4%), mas não tão bem nos demais indicadores: participação de mercado (19,3%), satisfação de clientes (76,1%) e clima organizacional (63%). A nossa equipe investiu muito em Produção e P&D, porém não investimos nada em Marketing e Vendas, com isso produzimos muito, mas não fomos capazes de vender tudo o que produzimos, aumentando o nosso estoque. Um outro fato que impactou bastante foi termos deixado a equipe como mista e não como experientes, comprometendo o desempenho das equipes. O nosso grupo não estava engajado no projeto, com muitos participantes faltando aos encontros e/ou não contribuindo com o projeto. Segundo Trimestre No segundo trimestre surgiu um novo fator, a necessidade da escolha de um projeto de redução de forma significativa do consumo de energia e emissões de CO2 da empresa. Foram apresentadas 5 opções de escolha: Projeto 1: Embalagem de Biofoam; Projeto 2: Reforma da Fábrica; Projeto 3: Células de combustível Microbiológicas; Projeto 4: Gerador Aeólico com PHES Isentrópico; Não implantar nenhum projeto. Nossa equipe optou pelo projeto mais ousado: Gerador Aeólico com PHES Isentrópico, pois era o que prometia maior retorno e redução de custo além de permitir à AWC atingir o nível 4 de sustentabilidade proposto pela ANVI. 32 Neste trimestre a equipe optou por praticamente dobrar todos os investimentos em Projetos estratégicos feitos no semestre anterior, além de aumentar a equipe experiente. No entanto, nossos concorrentes investiram muito mais e isso fez com que caíssemos para a 6ª posição. Além disso, outro fator que impactou diretamente nossa caída no ranking foi o investimento pesado que fizemos na escolha do projeto de sustentabilidade, o que fez com que a empresa se endividasse mais com a necessidade de empréstimos. Houve melhorias nas relações da nossa equipe, porém o mesmo ainda não se encontrava 100% comprometido com o projeto. Por causa disso, foi elaborado com cronograma com reuniões periódicas com delegação de tarefas de acordo com a especialidade de cada um. Este cronograma permitiu estabelecer prazos e responsáveis por cada tarefa do projeto. Terceiro Trimestre: No Terceiro trimestre, fizemos uma análise mais criteriosa dos resultados obtidos pelos concorrentes e quais foram seus principais investimentos. Com isto avaliamos se nossos investimentos estavam compatíveis com o mercado e se estávamos alinhados com nosso planejamento estratégico. Neste trimestre tivemos o desconto do IR referente ao Projeto de Sustentabilidade o que fez reduzir consideravelmente nosso custo com o projeto e também o nosso CPV (custo do produto vendido). Em especial destacamos a grande redução de custos de produtos vendidos, na ordem de $ 33 milhões, contribuindo para o aumento de margem bruta neste último ano e também para a redução da taxa de rejeição. As despesas administrativas e o índice de qualidade e confiabilidade se mantiveram, porém o índice de satisfação dos clientes caiu bastante. Aumentamos os preços de nossos produtos com o intuito de igualar com o da concorrência, pois investimos bastante em pesquisa e qualidade tornando o nosso produto diferenciado e com uma melhor qualidade. Isso resultou em uma queda na participação do mercado de uma forma geral e do índice de satisfação do cliente. Neste trimestre também iniciou a negociação com o sindicado sobre o reajuste salarial. Tínhamos as seguintes opções: 33 - Sem reajuste; - Reajuste de 3% para cobrir inflação (conforme cálculo da AWC); - Reajuste de 5% para cobrir inflação (conforme cálculo do sindicato); - Reajuste de 7,5% para recuperar o poder de compra dos empregados; - Reajuste de 10% conforme proposto pelo sindicado. Vimos como uma boa solução, sugerir um ajuste mediano, mas que fosse de acordo com as demais empresas do mercado pois assim minimizaríamos o risco de greves, uma vez que todo o mercado estaria praticando a mesma taxa de reajuste. Infelizmente isto não foi possível, pois algumas empresas não estavam dispostas a negociar. Portanto para não corrermos o risco de greves e piora do clima organizacional, reajustamos em 10% que era o teto. Quarto Trimestre: No quarto trimestre tivemos uma decepção muito grande quanto aos resultados financeiros: caímos para a 9ª posição no ranking do EBIT (3,9%) fazendo com que ficássemos na 5ª posição no ranking geral. Isso fez com que nosso time se sentisse desafiado e o comprometimento do grupo aumentasse. Intensificamos as reuniões periódicas e aumentamos o nosso controle. Tomamos decisões mais ousadas com o objetivo de obter resultados mais rápidos e satisfatórios. Investimos mais em projetos estratégicos, chegando ao limite máximo que o sistema permitia. Aumentamos o número de FTI´s e de investimento em Marketing. Quinto Trimestre: No quinto trimestre houve um fato importante que foi o envio do Relatório anual e o encontro com o investidor. Esta foi a oportunidade de realizar nossa prestação de contas e tivemos o desafio de incentivá-lo a não solicitar o capital investido, e também de não adquirir mais investimentos, pois tínhamos consciência que o seu dinheiro era menos vantajoso que um empréstimo na atual conjuntura financeira da empresa. Conseguimos demonstrar a evolução que a empresa passou nos últimos trimestres, 34 o convencendo que as projeções futuras eram favoráveis com muito crescimento e que seu dinheiro estava bem aplicado com uma projeção de rendimento bem significativa para os próximos trimestres. Assim ele manteve os investimentos. Como resultados das tomadas de decisões mais agressivas no trimestre anterior, nossas vendas aumentaram de forma significativa, gerando um EBIT de 10,1%. Da mesma forma a receita, a capacidade produtiva, o market share, o clima organizacional e a satisfação do cliente também aumentaram. Tivemos uma redução enorme da taxa de rejeição de ambos os produtos chegando a quase zerar. Isso fez com que o time se sentisse mais motivado, pois estavam vendo que os esforços estavam valendo a pena. Sexto Trimestre: No último trimestre da nossa gestão estávamos colhendo os esforços dos trimestres anteriores e estávamos muito mais preparados para as tomadas de decisões. Tínhamos realocado o tempo da liderança de forma mais coesa alocando maior tempo em coaching e outras atividades, diminuindo o tempo gasto com atividades rotineiras. Mantínhamos um alto grau de satisfação organizacional dos nossos colaboradores. Nossa produção havia melhorado bastante diminuindo praticamente a 0 nossa taxa de rejeição. Havíamos melhorado bastante as características do produto e satisfação dos clientes, da mesma forma no alinhamento das tomadas de decisões. Alcançamos assim o segundo lugar no ranking da turma e quinto lugar no ranking geral. No balanço final do BSC o grupo B5 o segundo lugar no ranking do mercado B e quinto lugar no ranking geral, impactado principalmente pelo EBIT (13,4%) frente a 19,5% do grupo vencedor. O Gerenciamento do tempo foi feito de forma rígida, mas ao mesmo tempo saudável. Eu como gestora de projetos, criei cronogramas para cada rodada com reuniões, tarefas, datas e responsáveis. Houve muita cobrança no início, pois o time ainda não estava engajado o suficiente, mas com o surgimento de bons resultados e de uma boa gestão, a cobrança foi naturalmente sendo reduzida, pois foi surgindo o auto comprometimento por parte dos participantes. Deste modo, fica evidente que um processo de planejamento sério e cuidadoso de um projeto, bem como o seu acompanhamento e controle durante toda a sua 35 duração são fundamentais para que projetos sejam concluídos dentro do prazo acordado. 2.4. IMPACTO DO TEMA NAS OUTRAS ÊNFASES O Gerenciamento de prazo impacta diretamente em todas as demais ênfases. Marketing, Pessoas, Finanças e Negócios precisam gerenciar o seu tempo se quiserem ter sucesso em qualquer tipo de atividade. Para tornar mais clara esta diversidade de atuações dos projetos, a seguir são dados alguns exemplos de aplicação nestas diversas áreas: Área de Marketing – execução de um projeto para o lançamento de um novo produto no mercado; Área de Pessoas - execução de um projeto para melhoria do clima organizacional na empresa; Área de Finanças - execução de um projeto para diminuição dos custos com fornecedores; Área de Negócios - execução de um projeto para desenvolvimento de um novo produto ou de novos processos de gestão. Na área de Marketing e Vendas, o foco era entregar as projeções de mercado e as estratégias para melhorar a satisfação dos clientes dentro do prazo negociado. Estabelecemos prazos para o responsável de marketing realizar uma projeção de market share para inserirmos no Plano de Negócios. O profissional de marketing apresentou as projeções dentro do prazo estabelecido e o grupo sugeriu pequenas alterações que no final representaram mais a realidade do projeto. A figura a seguir mostra, ao fim do primeiro ano, as projeções do volume de vendas para cada produto em cada região. 36 Figura 10 – Projeções de vendas do 1º ano do grupo B5 Fonte: Integrantes do grupo B5 Na área de Pessoas, o principal objetivo era estabelecer o número de FTI´s em cada área da empresa além de elaborar estratégias para melhorar o clima organizacional dentro do prazo estabelecido pelo grupo. O responsável por esta área teve muitas dificuldades, principalmente de comprometimento para realizar tudo dentro do prazo, foi necessária a ajuda de alguns membros do grupo para que pudéssemos entregar sem atrasos e penalidades. A figura a seguir mostra o controle dos índices de satisfação interna: Figura 11 – Índices globais de satisfação interna do grupo B5 Fonte: Integrantes do grupo B5 Na área Finanças, o esforço foi voltado para as projeções financeiras de vendas voltado para as metas de EBIT. Esse foi o trabalho mais difícil a ser feito, pois 37 inicialmente não tínhamos dados suficientes para realizar estas previsões. Com o tempo, fomos alcançando resultados incríveis. O responsável por esta área, criou uma planilha de controle com os dados possíveis para realizar qualquer tipo de cruzamento de informações e de projeções. Obtivemos uma planilha super dinâmica para realizar qualquer tipo de cálculo para a empresa. Todas as projeções foram entregues sem dificuldades dentro do prazo e com altíssima riqueza de detalhes. A seguir, exemplos do nosso controle financeiro: Figura 12 – Controle de DRE do grupo B5 Fonte: Integrantes do grupo B5 Figura 13 – Controle de Caixa do grupo B5 Fonte: Integrantes do grupo B5 38 Na área de Negócios, a meta era realizar as projeções de produção dentro do prazo. Tivemos dificuldades para mensurar quanto deveríamos produzir em casa trimestre para alcançar os índices de participação de mercado almejados. O responsável por esta área conseguir atingir seus objetivos junto com o time, entregando tudo dentro do prazo, porém as projeções não eram muito assertivas, dificultando o atingimento das demais metas. A seguir, um exemplo do nosso controle de produção: Figura 14 – Controle de Produção do grupo B5 Fonte: Integrantes do grupo B5 No Gerenciamento de projetos, todas estas áreas são trabalhadas concomitantemente com a gestão do projeto em si. O gerenciamento de projetos, permite gerenciar qualquer tipo de projeto, seja ele de grande ou pequeno porte ou para uma grande ou pequena empresa. O gestor deve estar preparado para gerenciar áreas em que não possui conhecimento técnico, como finanças, pessoas, etc. Esta característica de multidisciplinaridade dos projetos foi demonstrada pelo próprio Simulador Empresarial oferecido pela FDC, que previa projetos nas áreas de Marketing, Vendas, Suporte ao Cliente, Produção, Pesquisa e Desenvolvimento e na Área Administrativa e Financeira. Eram vários os projetos em andamento na AWC, atendendo às mais diferentes áreas de atuação. Os investimentos nestes projetos, realizados através da alocação de recursos e de mão-de-obra, trouxeram benefícios importantes em diversos indicadores da empresa. 39 As experiências aqui relatadas comprovam a capacidade dos projetos de serem aplicados e impactar nas mais diversas áreas das organizações. O Gerenciamento dos Prazos em projetos tem papel de fundamental importância neste processo, uma vez que visa garantir a finalização dos contratos nos prazos estabelecidos, o que dá segurança às diversas áreas envolvidas no projeto de que o mesmo estará implementado na data combinada. O sucesso de um projeto depende principalmente de ser realizado dentro do prazo estabelecido. 40 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que o Gerenciamento do prazo está presente em todas as áreas de gestão de uma empresa. A vivência no simulador mostrou que todos os departamentos precisam ter um controle de tempo de suas entregas e que isso é fundamental para o sucesso de uma empresa. A capacidade da gestão de projetos de interagir com as diversas áreas das organizações e causar impacto nas mesmas, tendo sido vivenciada através de exemplos advindos da Simulação Empresarial. Ficou claro que a melhor maneira de concluir projetos dentro do prazo acordado está na implantação de um processo de gerenciamento de tempo efetivo, desde a fase de planejamento até o encerramento do projeto. Assumindo-se a importância da gestão do tempo em projetos, dados os constantes atrasos nos prazos dos projetos, e a dificuldade de se encontrar literatura específica sobre o tema, recomenda-se que sejam realizadas mais pesquisas na área de gestão do tempo de forma a ajudar a esclarecer a importância do tema para os Gestores de Projeto e fornecer a eles metodologias e instrumentos para o efetivo gerenciamento do tempo em seus projetos, para que o quadro de constantes atrasos em projetos possa ser modificado. Deste modo, tem sido verificada a dificuldade de se finalizar projetos dentro dos prazos acordados. Para mudar este panorama os projetos dependem de um efetivo gerenciamento do prazo, que se inicia desde o processo de definição e sequenciamento das atividades de projeto, passa pela estimativa de recursos a serem utilizados e durações das atividades, até o desenvolvimento do cronograma. No entanto, o trabalho de gerenciamento do tempo não deve nunca se encerrar nesta etapa. É necessário que, durante toda a duração do projeto, o acompanhamento e controle do cronograma sejam realizados continuamente. O desempenho do projeto também deve ser monitorado e medido de forma a se gerar ações corretivas para as falhas e problemas diagnosticados. Sem a implantação de um processo como o descrito acima, a conclusão de projetos dentro do prazo acordado é praticamente impossível. 41 4. REFERÊNCIAS MARTINELLI, Fernando Baracho. Fundamentos de Projetos.Curitiba:1ª edição, IESDE Brasil S.A, 2009. 116p. POSSI, Marcus. Gerenciamento de projetos Guia do profissional: fundamentos técnicos. Volume 3. Rio de Janeiro: Brasport, 2006. 340p PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE - PMI. Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK). 5. ed. Pennsylvania: PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE – PMI, 2013. 567p. SMITH, Patrick Harper e DERRY, Simon. Via expressa para o sucesso em Gerenciamento de Projetos. Porto Alegre: 1ª edição, Bookman, 2011. 227p. VARGAS, Ricardo. Gerenciamento de Projetos: estabelecendo competitivos. São Paulo: 6ª edição, Brasport, 2005. 250p. diferenciais XAVIER, Carlos Magno da S. – Gerenciamento de Projetos: como definir e controlar o escopo do projeto. São Paulo: Saraiva, 2006. .