Compreender o Plano de Lição

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Conservação do Solo
Plano de Lição para Machambas para
Instrução de Grupos de Camponeses
Módulo Nº 1
1
Conservação do Solo
Índice:
Compreender o Plano de Lição ..................................................................... 2
Lição Nº 1: Estrutura e Identificação do Solo ................................................. 6
Lição Nº 2: Plantar em Curvas de Nível para Reduzir a Erosão ....................... 15
Lição Nº 3: Densidade das Plantas para Aumentar a Produtividade ................. 25
Lição Nº 4: Vedação com Arbustos para Evitar o Arrastamento do Solo .......... 33
Lição Nº 5: Culturas de Cobertura para Proteger o Solo ................................ 43
Lição Nº 6: Cobertura com Palha para Aumentar a Produtividade das Culturas 54
Lição Nº 7: Adubar para Aumentar a Matéria Orgânica ................................. 63
Lição Nº 8: Intercultura para Futuras Épocas de Plantio ................................ 74
Pós Teste ................................................................................................ 83
Compreender o Plano de Lição
Cada lição começa com objectivos. Eles são os objectivos no comportamento,
conhecimento e crença. Reforce cada um desses objectivos durante a lição.
Existem quatro tipos de objectivos. Cada objectivo vem descrito abaixo.
A nossa principal meta é para que os camponeses adoptem práticas
agrícolas que levem ao aumento da produtividade e melhor nutrição para
as suas famílias. Por esse motivo, a maior parte dos objectivos são
objectivos comportamentais escritos como declarações de acção para cada
camponês.
Poucos objectivos são os objectivos no conhecimento. Queremos que os
camponeses sejam capazes de mencionar as medidas necessárias para o
plantio das sementes assim como que sejam capazes de explicar os
benefícios de práticas específicas.
A maior parte das lições contêm o objectivo da crença. Sabemos que as
crenças e atitudes afectam as nossas práticas. Miuitas vezes, a crença
incorrecta duma pessoa ou de todo mundo impede as pessoas de fazerem
uma mudança nas suas práticas de cultivo. Neste módulo, estamos a
reforçar o princípio de recompensa. Esta é a crença de que a terra foi
projectada para produzir recompensa e abundância.
A prática da
agricultura não é um sistema fechado onde o ganho duma pessoa provoca
a perda do vizinho.
As práticas agrícolas podem beneficiar cada
camponês e ajudá-lo a alcançar a abundância que a terra e a sua semente
foram projectadas para trazer.
2
A Lição Nº 3 contém os objectivos da determinante comportamental.
As determinantes comportamentais são os motivos que fazem com que
uma pessoa pratique (ou não pratique) um determinado comportamento.
Existem oito determinantes comportamentais tal como foi identificado nos
inquéritos de Análise de Barreira1 feitos em cada região. O inquérito para
a Lição Nº 3 identificou as determinantes mais importantes para o plantio
em linhas.
Reforçando os motivos que ajudaram os praticantes
(camponeses que já plantam as suas culturas em linhas), estamos em
condições de encorajar e mudar o comportamento dos não praticantes
(camponeses que ainda não tentaram ou não continuaram a plantar em
linhas).
Por baixo dos objectivos, vem alistados os materiais para a lição.
facilitador/moderador deve levar todos esses materiais para a lição.
O
A primeira actividade em cada lição é a secção de registo de Presenças e
Identificação e Resolução de Problemas. Todos facilitadores irão registar as
presenças. As perguntas de resolução de problemas aplicam-se apenas para os
facilitadores que estiverem a treinar Camponeses Líderes.
O facilitador
aprofunda quaisquer dificuldades que os Camponeses Líderes tiveram ao ensinar
as lições anteriores nas suas Machambas para Instrução de Grupos de
Camponeses (MIGCs).
Ao longo de toda a lição usa-se o método ASPIRE, um método de ensino
participativo. Este é um método desenvolvido para o programa de saúde do
MYAP. Cada letra do método ASPIRE significa uma acção diferente que o
facilitador deve seguir. As descrições vem alistadas abaixo.
A significa PERGUNTAR. No princípio de cada lição, o facilitador usa
uma história ou actividade para perguntar aos camponeses acerca do seu
actual comportamento. Por exemplo na Lição Nº 1, pequenos grupos
analisam uma amostra do solo e usam o tempo de partilha para fazerem
uma avaliação da qualidade do solo. Isso permite ao facilitador ouvir
acerca do actual conhecimento e crenças dos camponeses sobre a
qualidade do solo. O facilitador deve conhecer as partes da lição que ele
deve enfatizar com base nas crenças incorrecas dos camponeses, e que
pontos ele pode rever resumidamente por causa do actual conhecimento
dos camponeses.
S significa MOSTRAR.
No meio da lição, o facilitador partilha
informações relacionadas com o tópico da lição. Esta secção contém
perguntas de debate, pontos de ensinamento e actividades.
As
actividades são exercícios “práticos” para ajudar os participantes a
entenderem e aplicarem o que eles aprenderam. A maior parte dessas
actividades requerem materiais e preparações específicos.
P significa SONDAR. Na secção Sondar, o facilitador pergunta acerca
dos obstáculos que impedem os camponeses de tentarem usar novas
práticas. Eles debatem esses obstáculos aos pares.
1
Para mais informações visitem:
http://barrieranalysis.fhi.net.
3
I significa INFORMAR. O facilitador Informa aos camponeses as
formas de superar as suas preocupações. Juntos, com a ajuda dos outros
camponeses nas MIGCs, o facilitador dá mais informações e diferentes
perspectivas para ajudar os camponeses a superarem as suas dúvidas e
preocupações.
R significa PEDIR. E significa EXPLICAR. Neste módulo, estas duas
secções estão sob o título, “Debater os Compromissos em Pequenos
Grupos.” Pequenos grupos de cinco camponeses formam um grupo de
responsabilidade. No final de cada lição, o facilitador pede para que cada
camponês assuma um compromisso para começar a usar uma das novas
práticas agrícolas debatidas na lição. Cada camponês assume o seu
próprio compromisso, com base na sua experiência e desejos. Cada
camponês vai assumir o seu compromisso verbal diante dos outros no seu
grupo de responsabilidade. Os camponeses não devem ser forçados a
assumir um determinado compromisso. Se um camponês não estiver
convencido com o ensinamento, ele pode não assumir o compromisso.
Depois de cada camponês ter assumido um compromisso, o grupo de
responsabilidade vai examinar o compromisso anterior assumido por
cada camponês. Cada camponês fala do seu compromisso assumido na
lição anterior. Eles conseguiram cumprir com o compromisso? Eles tem
praticado os comportamentos que aprenderam na última lição? O grupo
de responsabilidade apoia e encoraja para ajudar cada camponês a
cumprir com os seus compromissos.
Ao longo de todas as secções a Informação Adicional para o Formador está
inclusa em caixas de texto. A informação adicional não precisa de ser debatida
durante a lição salvo se ela estiver directamente relacionada com as perguntas
feitas pelos participantes. Essa caixa dá informação adicional ao facilitador para
ajudá-lo a ensinar a matéria.
A secção de Prática e Acompanhamento é necessária para o treinamento dos
Camponeses Líderes.
Queremos nos assegurar que eles compreendem a
matéria e podem apresentá-la aos outros. Nesta actividade, o facilitador vai
observar os Camponeses Líderes a medida que eles vão praticando aos pares. O
facilitador vai fazer o acompanhamento dos que estiverem a ter dificuldades e
voltar a ensinar qualquer matéria que esteja a causar/provocar dificuldades.
As lições não devem exceder duas horas de duração. Porém, algumas lições
podem ser mais longas que as outras. O tempo sugerido para cada secção vem
indicado na tabela abaixo.
4
Nome da Secção
Presenças e Identificação e Resolução
de Problemas
Perguntar
Partilhar
Sondar
Informar
Prática e Acompanhamento
Pedir
e
Examinar
(Grupos
de
responsabilidade)
Tempo necessário para esta secção
5 - 15 minutos
20 minutos
90 minutos
5 minutos
15 minutos
30 minutos
15 minutos
2 – 2¼ horas
Citação Sugerida: Hanold, Mitzi J., Goff, Samuel N. (2010) Conservação do
Solo. Washington DC. Food for the Hungry (FH), tornado possível através do
apoio prestado pelo Office of Food for Peace, Bureau of Democracy, Conflict, e
Humanitarian Assistances, e a Agência Norte Americana para o Desenvolvimento
Internacional (USAID) sob os termos FFP-A-00-08-00072. As opiniões aqui
expressas pertencem aos autores e não reflectem necessariamente os pontos de
vista da USAID. O desenho da capa é da autoria do Octávio Gonzales.
5
Lição Nº 1: Estrutura e Identificação do Solo
Objectivos:
 Os camponeses serão capazes de identificar as quatro coisas necessárias em
solos saudáveis para se obter plantas saudáveis e altos rendimentos das
culturas:
o O solo saudável tem pulgões vivos e insectos e (vermes, escaravelhos,
acarídeos e térmites, etc.) que ajudam a aumentar o ar e repor os
alimentos no solo.
o O solo saudável tem plantas apodrecidas e material animal (raízes e
partes de plantas podres, insectos mortos e fezes de animais) que se
transformam em alimento para as plantas.
o O solo saudável tem bolsas de ar que permitem que o ar penetre no
solo e espaço para permitir que as raízes cresçam.
o O solo saudável contém água que alimenta as plantas e ajuda a
aumentar a matéria orgânica.

Os camponeses serão capazes de identificar areia e argila (matope)
manejando o solo nas suas mãos.
o A argila é: macia quando estiver seca e pegajosa ou como plástico
quando estiver molhada. Vocês podem moldar a argila com os vossos
dedos; ela não se desintegra facilmente. A argila não retém muitos
nutrientes. Alguns tipos de argila podem reter muita água. A argila é
compacta e a água e o ar nem sempre conseguem atingir as plantas.
o A areia é: áspera, saibrosa e solta. É difícil fazer uma bola com areia.
Ela desfaz-se facilmente. Ela não retém muitos nutrientes ou água.
o O sedimento é: macio, escorregadio, parcialmente saibroso e
pegajoso. O sedimento forma uma bola que se desintegra facilmente.

Os camponeses vão acreditar que a sua terra é susceptível à infertilidade do
solo. Sem cuidados e atenção à qualidade do solo, todo solo perde nutrientes
e produtividade (elevada percepção da susceptibilidade).2
Os camponeses vão levar duas amostras do solo das suas machambas e
analisar a estrutura e “saúde” do solo.

Materiais:
1. Registo de Presenças
2. Três sacos, sacos de 1kg de solo das machambas locais na área (ver a caixa
abaixo para informação sobre levar a amostra do solo).
a. Um saco plástico contendo solo arenoso
b. Um saco plástico contendo solo com muita argila
c. Um saco plástico contendo solo rico (o melhor solo que se poder
encontrar – de cor escura, mistura de solo e argila com matéria
orgânica rica.
3. Um balde de água
2
A susceptibilidade percebida é uma determinante comportamental na análise de barreira. Para
mais informações, visitem: www.varrieranalysis.com.
6
4. Colocar um sítio onde os participantes possam lavar as mãos (Sistema gotaa-gota)3.
5. Pá
Antes de iniciar a aula:
Recolha três sacos de 1kg de solo.
Materiais necessários: Três sacos plásticos e uma pá (ou outro instrumento para
cavar)
1. Façam um buraco em forma de V, tão profundo como a cabeça da pá.
2. Cortem uma “fatia” de solo intacto com 10 cm de espessura num dos lados
do V.
3. Removam o lado da fatia para que possam ficar apenas com a porção central
da amostra.
4. Removam quaisquer pedaços de pedras e matérias orgânicas (ex.: galhos,
folhas, raízes, etc.).
5. Coloquem a vossa amostra num saco plástico.
Seleccione amostras de solo de machambas que sejam MUITO diferentes uma da
outra. Por exemplo, levem uma amostra de solo dum solo muito usado, pobre e
outra dum solo muito fértil que nunca foi cultivado. Seleccionem uma amostra
de solo arenoso, uma amostra muito argilosa, uma amostra com solo rico (areia
escura com matéria orgânica rica). 4
Presenças e Identificação e Resolução de Problemas
15 minutos
1. Preencha o registo de presenças dos que estiverem presentes e de cada
formando que faz parte das machambas para instrução de grupos de
camponeses.
3
Os sistemas gota-a-gota são estações para lavar as mãos que são pendurados e que são
desenvolvidos por famílias que participam nos grupos de cuidados de saúde com as Mães Líderes.
Caso não hajam os sistemas gota-a-gota, podem usar bacias de água.
4
Actividade adaptada do seguinte recurso da FAO: FARM Programme.
Integrada do Solo. Manual do facilitador e Guião de Referência, 1998.
7
MIGC’s sobre Gestão
Resolução de Problemas: Só para os formadores que ensinam os outros nas
MIGCs:
2. Pergunte a cada formador acerca dos problemas que eles tiveram no seu
último encontro.
3. Ajude aos formadores a resolverem os problemas que eles mencionarem.
4. Agradeça a cada participante pelo seu trabalho e encorage-os a continuarem.
História: O Camponês Semeando a Sua Semente ─ 20 minutos
Conte a seguinte história. A história foi adaptada da passagem bíblica de Lucas
8: 5-8. Use a história e as perguntas de debate para conhecer as actuais
crenças e práticas dos camponeses relacionadas com a lição de hoje.
Andava um camponês a semear. Quando lançava a semente; houve alguma que
caiu à beira do caminho; foi pisada e os pássaros comeram-na toda. Outra caiu
em terreno pedregoso e, quando rompeu, secou, por não haver humidade.
Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram com as plantas e abafaram-na.
Mas houve outra parte que caiu em terra boa. As plantas desenvolveram-se e
produziram fruto à razão de cem grãos por semente.
?
O que é que podemos aprender desta história?
Acrescente qualquer um dos seguintes pontos que os camponeses não
mencionarem:
 O solo é igual em toda machamba; um camponês pode escolher onde semear
e como semear as suas sementes.
 O meio ambiente (pássaros e ervas daninhas) destroem algumas das
sementes.
 O lugar onde o camponês lança a sua semente afecta o crescimento das
sementes.
 Um camponês descuidado (o que lança a sua semente num lugar errado)
pode destruir o potencial das suas sementes.
 Se o camponês tiver plantado toda a sua semente num solo bom, ele pode
ter uma grande produção.
?
Como é que a história podia ter mudado se o camponês tivesse plantado
TODA a sua semente num solo bom?
?
Como é que a vossa prática de cultivo difere da do camponês da história?
Como é que ela se assemelha?
Resumo:
Sempre que um camponês semeia a sua cultura, ele está fazendo uma escolha.
Se espalhar a sua semente sem pensar muito, muitas das sementes vão morrer
e não. A lição de hoje vai focalizar no “bom solo.” Queremos ser camponeses
que se concentram em plantar num bom solo para ter bons rendimentos da
cultura, centenas de vezes mais do que se semeou!
8
Partilhar: Identificação do Solo ─ 90 minutos
Actividade em Pequenos Grupos: Analisar o Solo
1. Divida os participantes em três grupos pequenos.
2. Dê à cada grupo um saco plástico de solo.
3. Cada grupo deve manejar o solo nas suas mãos e debater a sua fertilidade
dentro do pequeno grupo durante cinco minutos:
d. Sintam o solo com as vossas mãos.
É saibroso, macio ou
pegajoso?
e. Acrescentem água ao solo, é brilhante ou sem brilho? Qual é a sua
aparência?
f. Podem transformá-lo numa pasta e formar um círculo?
g. Racha-se? É quebradiço ou solto?
h. Existe alguma matéria viva no solo (insectos, vermes, etc.)?
i. Qual é o cheiro?
j. É bom solo? Este solo continuará a dar culturas grandes?
4. Depois de cinco minutos, o grupo vai passar para outro saco plástico de solo
e debater. Depois de 15 minutos, cada grupo terá testado cada um dos trés
sacos plásticos com diferentes solos e falado acerca da fertilidade do solo
dentro dos seus pequenos grupos.
5. Volte a agrupar todos os participantes para fazerem um debate com todo
grupo. Tente descobrir o que é que os camponeses já sabem acerca da
estrutura do solo. Permita que as pessoas de cada grupo respondam.
k. Qual dos solos é o mais fértil? Porquê?
l. De que é composto o solo? Quais são as diferentes partes que
constituem o solo?
m. Quais são os diferentes tipos de solos?
6. Depois de os participantes terem partilhado e debatido as suas crenças sobre
o solo, faça a revisão dos pontos seguintes. Use os sacos plásticos com solo
para salientar cada princípio.
Tipos de Solos e Estrutura do Solo
Solos Arenosos (segure solo arenoso nas suas mãos):
 Os solos arenosos têm a sensação de serem soltos e saibrosos.
 Eles não se moldam nas vossas mãos. Eles escapam-se entre os dedos.
 Por causa da sua estrutura, eles não retêm água ou nutrientes. O solo seca
muito rapidamente. A maior parte das plantas “esforçam-se” por sobreviver
e produzir bem na areia.
 Os solos arenosos são soltos, para que o ar possa entrar na planta. As raízes
podem crescer facilmente e estenderem-se na areia.
9

A chuva tem tendência de arrastar o solo. A chuva provaca erosão, tirando
os nutrientes do solo à superfície.
Solos de Argila Vermelha (segure solo de argila vermelha nas suas mãos):
 A argila é macia quando estiver seca e é pegajosa, como plástico, quando
estiver molhada.
 É fácil moldar a argila, mas é quebradiça.
 As raízes, água e ar podem penetrar no solo, mas a água e nutrientes não
ficam no solo.
 A chuva torna a superfície lamacenta e fica sem solo. A chuva retira os
nutrientes do solo e leva-os.
Solo argiloso (segure solo fértil nas suas mãos):
 Os solos argilosos têm uma mistura de argila e areia.
 A mistura de areia e argila é sedimento. O sedimento tem uma sensação
macia, saibrosa e pegajosa.
 Quando estiver molhado tem uma sensação macia, mas não pegajosa como a
argila.
 É fácil formar uma bola, mas estilhaça-se facilmente.
 Ele também permite que a planta se movimente a vontade e cresça como na
areia.
 A água da chuva consegue penetrar no solo e atinge as raízes.
 Os solos argilosos são os melhores para o crescimento da planta.
O solo rico deve ter estas quatro coisas para ajudar a planta a crescer bem:
 Ar: para permitir que as raízes cresçam
 Água: para alimentar as plantas. Os solos ricos têm bolsas que retêm água
para fornecerem as plantas durante os períodos de seca.
 Insectos, escaravelhos e vermes vivos: Estas criaturas escavam o solo
permitindo que o ar e a água atinjam as plantas. Elas também digerem o
solo deixando fezes que ajudam a aumentar alimentos para o solo.
 Plantas em decomposição e materiais animais:
?
Como é que as plantas em decomposição e materiais animais ajudam o solo?
Acrescente qualquer um dos seguintes pontos que os camponeses não
mencionarem:
 As folhas velhas, fezes de animais, insectos mortos e raízes decompoem-se
no solo. Eles acrescentam nutrientes e alimentos para o solo.
 Quanto mais alimentos tiver o solo, mais escuro é o solo. As plantas que
crescem em solos escuros são mais robustas, saudáveis e geram maiores
rendimentos que as que crescem em solos ligeiramente coloridos.
 À estas plantas em decomposição e material animal chamamos matéria
orgânica.
 Aumentar a matéria orgânica pode melhorar a capacidade do solo de reter a
água e alimentos para as plantas.
 Os solos com muita matéria orgânica retêm humidade. As plantas têm
menos probabilidades de sofrer durante o período de seca.
 Quanto mais matéria orgânica o solo tiver, melhor crescerão as culturas.
10
?
Que amostras de solo tem a maior parte da matéria orgânica? Como é que
vocês sabem? (Podia se ver alguma matéria em decomposição e o solo
estava húmido e com uma cor escura).
?
Qual das amostras de solo é melhor para a produção de culturas? (O solo
com muita matéria orgânica).
?
A machamba de onde foi retirado este solo será sempre mais fértil que as
outras?
Acrescente qualquer um dos seguintes pontos que os camponeses não
mencionarem
 Não. A chuva pode arrastar a matéria orgânica do solo.
 O fogo pode queimar a matéria orgânica do solo.
 O vento pode arrastar a matéria orgânica do solo.
 Cultivar a mesma cultura todos anos pode reduzir a matéria orgânica.
Resuma:
 Todo solo tem boas e más qualidades. Na natureza poucos solos têm uma
fertilidade perfeita.
 Como camponeses, podemos aprender novas práticas para aumentarmos a
saúde do solo.
Tais práticas também vão proporcionar-nos melhores
culturas.
 Precisamos de trabalhar todos anos para aumentarmos a saúde do nosso
solo, durante todas épocas de plantio e entre as culturas.
 Ao longo das próximas semanas, iremos aprender práticas para mantermos a
saúde do solo.
Demonstração: Retirar uma Amostra do Solo
Mostre aos participantes como retirar uma amostra do solo. Use as instruções
que estão no princípio da lição e uma pá para mostrá-los. Peça um ou dois
participantes para demonstrarem como retirar uma amostra do solo.
Informação Adicional para o Treinador :
Nutrientes do Solo
 Quando o solo tiver um fraco equilíbrio de nutrientes, as plantas mostram
sinais visíveis de fraqueza. A saúde do solo vai influenciar a cor da planta, o
tamanho do caule e o tamanho das folhas, a quantidade de frutos, sementes
e das flores produzidas.
Conteúdo do Solo na RDC
 O solo de Moba é arenoso. O solo de Kalemie tem alta concentração de
argila (ferralsols), especialmente ao longo de Axis Tabac.
 Normalmente as argilas conseguem reter nutrientes. Todavia, as argilas
vermelhas, vermelho-amalerada e as amarelas têm uma estrutura especial
que retêm muito poucos nutrientes ou água.
11
Equilíbrio da Matéria orgânica
 A maior parte dos solos contêm 2-10% de matéria orgânica. Mesmo em
pequenas quantidades, a matéria orgânica é importante para o solo e para a
saúde das culturas.5
 Muitas práticas comuns tais como o arado, lavoura e queimadura da
vegetação reduzem rapidamente a matéria orgânica do solo. Elas deixam o
solo susceptível à erosão pelo vento e água.
 Para aumentar a quantidade e produção de culturas, os camponeses devem
maximizar a retenção e reciclagem da matéria orgânica e plantas com
nutrientes e minimizar as perdas por filtração, escoamento e erosão.
 Combinando a lavoura reduzida, cobertura da cultura, rotações de culturas, e
outras práticas de conservação, a matéria orgânica e a saúde do solo pode
ser grandemente aumentada melhorando a qualidade e abundância da
cultura.
Queimar Culturas
 As queimadas destroem a matéria orgânica no solo e matam os insectos e
vermes.
 A princípio, as queimadas parece que ajudam o crescimento da planta. As
queimadas aumentam o potássio no solo estimulando dessa forma a
germinação da semente.
 Contudo, a perda de nutrientes, matéria viva e morta tem consequências
severas e duradoiras na redução dos rendimentos e produção da cultura.
Prática e Acompanhamento ─ 30 minutos
Apenas para os Treinadores de Treinadores:
1. Pedir a cada participante para formar um par com a pessoa que estiver
sentada ao lado dele/a. Cada participante vai usar o plano de lição para
ensinar a 1ª metade do plano de lição ao seu parceiro. Os participantes
devem repetir a lição exactamente tal como a ouviram.
2. A pessoa que estiver a escutar deve fazer perguntas e simular que é um novo
participante/aluno.
3. O moderador deverá visitar cada par.
Ele deve escutar, fazer o
acompanhamento e corrigir os que precisam de ajuda ou tenham se
esquecido de partes importantes da lição.
4. Depois de dez minutos, peça aos pares para trocarem de papéis. O que
esteve a escutar agora passa a ensinar a segunda metade da lição ao seu
parceiro.
5. Quando todos tiverem acabado de ensinar, responda as perguntas que os
formandos tiverem acerca da lição de hoje.
5
Bot, Alexandra, Benites, José. A importância da matéria orgânica no solo: Chave para a produção
de alimentos resistentes à seca e sustentáveis. FAO: Boletim sobre Solos, Nº 80. FAO. Roma
2005.
Disponível em: ftp://ftp.fao.org/agl/agll/docs/sb80e.pdf
12
Sondar ─ 5 minutos
?
Vocês acreditam nas coisas que debatemos hoje? Vocês acreditam que a
qualidade do solo pode afectar a qualidade e rendimento das vossas culturas?
Peça aos camponeses/participantes para conversarem com a pessoa que estiver
sentada ao lado deles durante cinco minutos. Eles devem partilhar quaisquer
perguntas que tiverem para fazer acerca desta crença. Se eles não acreditam
que a qualidade do solo é importante, eles devem partilhar essas preocupações
com a pessoa que estiver sentada ao lado deles. Juntos eles devem procurar
encontrar soluções para tais preocupações ou perguntas.
Informar ─ 15 minutos
Peça aos camponeses para partilharem as preocupações que não conseguiram
resolver com os seus parceiros. Discutam tais preocupações com todo grupo.
Trabalhem juntos para ultrapassar as dúvidas e receios deles. Encorage os que
não estiverem seguros de experimentar a prática.
Possíveis preocupações:
 Alguns camponeses podem pensar que a qualidade da semente é mais
importante, ou a chuva é mais importante que a qualidade do solo. Explique
que cada uma dessas coisas é importante. Todavia, devemos focalizar em
coisas que o camponês pode controlar. Um camponês não pode controlar a
chuva ou a qualidade da semente. Contudo, um camponês pode usar a sua
mente para identificar bom solo e ajudar a repor nutrientes de volta para um
solo que seja pobre. Estamos a focalizar em coisas que o camponês pode
mudar.
 Nota: Por favor, acrescente quaisquer outras preocupações que devem ser
mencionadas e conselho sobre como o moderador pode responder.
Pedir para Assumirem Novos Compromissos ─ 15 minutos
Obtenha dos camponeses o compromisso de que eles vão observar atentamente
o solo nas suas machambas antes do próximo encontro. Cada camponês vai
escolher uma outra pessoa para no grupo para trabalhar com ele. Cada par vai
analisar duas amostras de solo nas suas próprias machambas. Eles devem
observar o solo das áreas da machamba onde as plantas parecem ser mais
robustas e áreas da machamba onde as plantas parecem ser mais débeis.
Eles devem responder as seguintes perguntas:
?
?
Algum solo é mais fértil que o outro na minha machamba, porquê?
O solo é mais arenoso, ou argiloso?
13
?
Quais dos seguintes elementos estão em falta na minha machamba (ar,
água, animais vivos, plantas em decomposição e materiais de animais)?
?
Quais são as coisas que tornam o meu solo menos saudável? Chuva, vento,
insectos ou práticas agrícolas?
No próximo encontro os camponeses/participantes vão partilhar o que eles
constataram.
14
Lição Nº 2: Plantar em Curvas de Nível para Reduzir a Erosão
Objectivos:
 Os camponeses irão debater a análise do solo que eles fizeram com os seus
parceiros nas últimas duas semanas. Eles partilham as suas crenças sobre as
práticas e os padrões do tempo que reduzem a qualidade dos seus solos.
 Os camponeses serão capazes de identificar como é que as práticas agrícolas
podem diminuir a qualidade do solo e produção de culturas.
o Queimar as machambas: Matar todas plantas, arbustos e árvores que
mantêm o solo no lugar. As queimadas matam a matéria orgânica no
solo, reduzindo a capacidade do solo de reter e absorver água. Isso
aumenta a quantidade do solo arrastado pela chuva.
o Desflorestamento: Abater todas as árvores para obter combustível
(lenha). As árvores ajudam a manter o solo no lugar. Isso aumenta a
quantidade do solo arrastado pela chuva e diminui a matéria orgânica
do solo.
o Linhas Verticais: Plantar em linhas verticais colina abaixo aumenta a
quantidade da matéria orgânica arrastada pelas chuvas.



Os camponeses serão capazes de construir uma estrutura em forma de “A”
para marcar as curvas no declive. As estruturas em forma de “A” formam
uma linha uniforme a volta da ladeira para que as linhas possam ser
plantadas para não agravar a erosão do solo.
Antes de plantar, os camponeses irão medir a curva da sua terra em
preparação para aumentar barreiras (vedação com arbustos, valas, terraços,
curvas de nível ou plantas ajudam a reter o solo e aumentam a produtividade
da cultura).
o As curvas de nível reduzem a erosão (perda de matéria orgânica e solo
fresco com chuvas fortes).
o As curvas de nível ajudam a reter a água da chuva e humidade para
que ela penetre no solo.
o As curvas de nível aumentam a saúde e produtividade da planta.
Os camponeses vão acreditar que eles devem ser produtivos e serem
recompensados pela produção da machamba (princípio de recompensa).
Materiais:
1. Materiais para construir a Estrutura “A”:
 Duas estacas rectas, cerca de 2 metros de comprimento
 Uma estaca recta, cerca de 1 metro de comprimento
 Uma pedra pequena ou garrafa
 Uma caneta, lápis ou pedra aguçada
 Um pouco de fio ou corda que pode ser usada para amarras as
estacas.
 Estacas ou pedras grandes para marcar os contornos das linhas.
2. Machamba piloto onde ainda não tenham sido marcadas as curvas de nível.
Se a machamba já tiver sido marcada, pergunte a um camponês que ainda
não tiver plantado se podem marcar linhas na sua machamba. Pode decidir
marcar um encontro na machamba dele para o treinamento/actividade.
15
Presenças e Identificação e Resolução de Problemas ─ 15 minutos
Preencha o registo de presenças dos que estiverem presentes, e de cada
formando que faz parte das machambas para instrução de grupos de
camponeses.
Resolução de Problemas: Só para os formadores que ensinam os outros nas
MIGCs:
1. Pergunte a cada formador acerca dos problemas que eles tiveram no seu
último encontro.
2. Ajude aos formadores a resolverem os problemas que eles mencionarem.
3. Agradeça a cada participante pelo seu trabalho e encorage-os a continuarem.
Revisão do Trabalho de Casa
Peça a cada par de camponeses para partilhar o que descobriram quando
estavam a analisar os solos nas suas machambas. Eles devem responder as
seguintes perguntas:
?
?
?
Algum solo é mais fértil que o outro na minha machamba? Porquê?
?
Qual das seguintes coisas reduz a qualidade do meu solo?
insectos, práticas agrícolas?
O meu solo é mais arenoso ou argiloso?
Qual dos seguintes elementos está em falta na minha machamba (ar, água,
insectos vivos, plantas em decomposição e materiais de animais)?
Chuva, vento,
Tente descobrir o que é que os camponeses já sabem acerca das práticas que
aumentam e diminuem os nutrientes no solo. Reforce que a chuva, vento,
insectos e pobres práticas agrícolas afectam a terra. As machambas podem
variar na sua fertilidade. Os camponeses devem ter atenção para manter a
qualidade do seu solo.
16
Perguntar: História do Camponês Zangado ─ 20 minutos
Conte a seguinte história – adapte
conforme necessário para reflectir os
hábitos locais. Use a história e as
perguntas de debate para debater
práticas agrícolas que diminuem a
produtividade.
Havia um camponês chamado David.
Em cada época chuvosa, David
lançava a semente. As culturas dele
sofreram e produziram pouco. Em
todos
anos
ele
queimava
a
machamba. De ano para ano a sua
machamba ia se tornando mais
rochosa e mais difícil de arar.
Começaram a surgir grandes sulcos
ladeira abaixo originando riachos quando chovesse.
David culpou a fraca produção de culturas ao vento. O vento arrastou o solo.
Ele culpou as suas fracas culturas a chuva. A chuva arrastou as suas plantas
ladeira abaixo. Ele culpou a sua fraca produção de culturas ao sol que secou o
solo. Na maior parte dos dias, ele sentava-se na sua machamba e resmungava.
Um dia um homem sábio chegou e sentou-se ao lado dele. O homem sábio
disse-lhe para observar as machambas que estavam a volta da sua. Eles
também tiveram as mesmas chuvas, ventos e sol como ele. Todavia, as
machambas deles produziram culturas em abundância. Estás a culpar a tudo e
todos por causa das tuas pobres culturas. Provavelmente destruiste a terra.
6
David não gostou desse conselho, mas ele olhou a sua volta. Havia muitas
machambas na mesma colina. Os camponeses que estavam a trabalhar a terra
a volta da sua machamba tiveram uma produção abundante e culturas
saudáveis. As suas terras não eram rochosas, mas tinham solo escuro e
culturas saudáveis.
Debatam as seguintes perguntas:
?
?
O que havia de errado com a machamba do David?
?
O que foi que o David fez de errado?
Os outros que plantaram na colina a volta do David sofreram os mesmos
problemas?
6
Ilustração adaptada de: Contour Farming for Cropland in the Pacific.
Departamento de
Agricultura dos EUA. Desenhador: N. Hulbirt. Disponível em: www.pb.nrcs.usda.gov.
17
Permita que muitos participantes deiam as suas opiniões. Escutes as respostas
deles. Encorage um debate. Reforce os seguintes pontos:





?
?
?
David desbravou da sua machamba todas as árvores e arbustos. Todos os
anos ele fazia queimadas na sua machamba, não havia nenhumas árvores ou
arbustos para reterem o solo.
Uma machamba queimada não pode reter água. Ela fica sem matéria
orgânica. [Lembrem-se que a matéria orgânica retém água e ajuda o solo a
manter-se junto (não há dispersão do solo).] O solo do David estava solto.
Ele voou para as machambas vizinhas.
David lançou as suas sementes.
Quando choveu, as plantas foram
arrastadas colina abaixo.
A machamba do David era rochosa. Todo o seu solo bom foi arrastado para
as machambas vizinhas. Tudo o que ficou na sua machamba era um solo
rochoso.
As suas pobres decisões “amaldiçoaram” a terra. Os seus vizinhos usavam
boas práticas agrícolas que os ajudavam a produzir culturas abundantes.
David não produzia culturas abundantes.
Como é que David devia mudar as suas práticas para salvar a sua terra?
Vocês debatem-se com problemas similares aos do David?
Vocês acreditam que a terra na RDC pode produzir rendimentos abundantes?
Vocês acreditam que a vossa terra em capacidade de produzir rendimentos
em abundância?
Dues projectou a semente e o solo para trazerem abundância. Em Génesis, dizse que Deus produziu a vegetação a partir da terra, Ele permitiu que a terra
gerasse sementes de plantas com rendimento, e árvores de frutas que
suportassem frutas com sementes dentro delas. Ele projectou as árvores e
sementes para trazerem abundância. Mesmo a semente mais pequena quando
plantada pode produzir uma árvore grande que produz frutos e dá sombra.
Devemos aprender a usar práticas que ajudam a trazer a abundância que Deus
colocou em cada coisa viva.
Permita que muitos participantes deiam as suas opiniões. Escutes as respostas
deles. Encorage um debate. Reforce as respostas positivas que os camponeses
mencionarem. Use as respostas deles para introduzir um debate sobre o cultivo
em curvas de nível.
Informação Adicional para o Formador:
Solos Arenosos
 Os solos arenosos são muito sensíveis à erosão. Eles precisam de plantas
com raízes muito profundas para evitar que sejam arrastados. Os solos com
agrila avermelhada retêm pouca água e tornam-se muito lamacentos com
fortes chuvas, permitido que a superfície do solo se misture com a chuva e
seja arrastado.
 A matéria orgânica ajuda o solo a ficar compacto. Quanto melhor compacto
estiver o solo, menos facilmente a erosão pode ocorrer. A matéria orgânica
18
também ajuda a abosrver a água. Quanto mais água ela absorver, menos
água irá escorrer-se e provocar erosão.7
Partilhar: Plantar em Curvas de Nível: 90 minutos
Debate: Plantar em Curvas de Nível com Barreiras
Hoje, vamos debater uma prática que podia ajudar David a recuperar a sua
terra. David tem de impedir que o seu solo seja arrastado colida abaixo. Ele
precisa de colocar barreiras do lado da colina para conter a água e o solo.



?
Tais barreiras também vão reduzir a velocidade das águas da chuva a medida
que vão escorrendo colina abaixo.
Tais barreiras devem ser horizontais – ou cuzadas como o horizonte. Se as
barreiras não forem horizontais, como o horizonte, a chuva vai arrastar as
barreiras e continuar a arrastar o solo.
Ele pode usar vedações de plantas pequenas ou linhas de pedras. Ele pode
abrir sulcos ao lonto do horizonte para ajudar a conter o solo.
O que mais ele pode usar para conter o solo e água?
Permita que muitos participantes deiam as suas opiniões.Reforce as respostas
positivas que os camponeses mencionarem.
Hoje vamos focalizar na medição das curvas de nível ao longo da machamba.
Estas linhas são as que vocês vão usar para formar barreiras.
Informação Adicional para o Formador:
Declive
 A prática da agricultura em curvas de nível funciona melhor numa terra que
não seja mais de 10% ígreme e com uma distância superior a 100m. Para
uma terra que seja mais de 10% íngreme, recomenda-se a prática de cultivo
em faixas em vez de outras medidas de conservação do solo.
Barreiras
 Qualquer coisa que torne o solo mais nivelado ou que divida um declive em
comprimentos menores, vai reduzir a velocidade do escoamento das águas.
A fraca velocidade do movimento das águas reduz os efeitos da erosão – isso
permite igualmente mais tempo para penetrar no solo.
 Em áreas com fortes tempestades, construam barreiras fortes e criem canais
controlados para canalizarem o excesso de água para segurança.
 A erosão do solo pode ser reduzida quer pelos métodos de cobertura do solo
e métodos de barreiras. Muitos destes métodos serão debatidos no presente
módulo.
7
Kuypers, H., Mollema, A., e Topper, E. Controlo da Erosão nos Trópicos. Agrodok 11.Wageningen:
Fundação Agromisa, 2004.
19


Os métodos de cobertura incluem: culturas de cobertura, estrume verde,
intercultura, plantio antecipado, resíduos de culturas, agro-silvicultura e
pouca lavoura.
Os métodos de barreira incluem: curvas de nível com faixas de capim, curvas
de nível com arbustos e árvores, curvas de nível com arado, curvas de nível
com leiva e valas, curvas de nível plantando culturas e disposição em
terraços.8
Medição das Curvas de Nível com a Estrutura em “A”
Explique:
 Não podemos observar facilmente a terra e saber onde colocar as linhas.
 Precisamos dum instrumento que nos ajude a fazer linhas rectas ao longo da
encosta.
 O instrumento que iremos usar hoje é uma Estrutura em forma de “A”.
Usando este instrumento, o camponês pode marcar facilmente uma linha em
toda a sua machamba e identificar quantas barreiras são necessárias.
Mostre em frente dos outros os materiais necessários para construir a Estrutura
“A”.9
1. Amarre duas estacas juntas no topo com uma corda ou fio.
2. Amarre uma estaca menor no meio das duas estacas,
formando um “A.” Amarre bem as estacas para que não
possam movimentar-se.
3. Amarre uma garrafa (ou pedra) numa extremidade do fio.
Amarre a outra extremidade no topo do “A”, para que a
garrafa/pedra possa baloiçar livremente pouco abaixo da
estaca transversal.
4. Coloque a Estrutura em “A” num terreno plano. Coloque
as duas extremidades das estacas no chão. Segure a
Estrutura “A” sem abanar. Quando a garrafa parar de
baloiçar, marque o ponto em que o fio toca a estaca
transversal.
5. Deixe as duas estacas no chão. Levante a Estrutura “A” e
vire para que a base da estaca esquerda toque a estaca onde estava antes a
base da estaca direita. Segure a Estrutura “A” sem abanar. Quando a
garrafa parar de baloiçar, marque o ponto em que o fio
toca a estaca transversal.
8
Carter, Mike. Como Ocorre a Erosão do Solo. Tear Fund
http://tilz.tearfund.org/Publications/Footsteps+1120/Footsteps+15/How+soil+erosion+happens.htm
9
Ilustração e orientação adaptadas de REAP Teaching Leaflet #24. “Usando a Estrutura em ‘A;’
para Marcar as Curvas de Nível. Disponível em: http://reap-eastafrica.org/reap/?p=18
20
6. Agora compare as duas marcas nos dois lados da barra transversal.
Provavelmente as duas marcas não estarão no mesmo lugar, por isso faça
uma outra marca GRANDE no meio das duas marcas anteriores. Esta é a
MARCA DO NÍVEL. Marque em ambos lados da barra transversal. Quando a
marca for colocada ao nível do chão, o fio vai pender contra a marca do
nível.
Actividade: Marcar a Terra
Demonstre no declive duma terra não estruturada, como usar a Estrutura “A”
enquanto explica o processo. Leve pelo menos 30 pedras ou pequenas estacas
para usar como marcas.
Explique:
 A Estrutura “A” ajuda-vos a encontrar a linha de nível transversal ao lado da
colina.
 A MARCA DO NÍVEL ajuda o camponês a saber onde colocar as barreiras.
1. Vá ao ponto mais alto na machamba. Comece a primeira linha da curva de
nível entre os 10 – 20 metros para baixo a partir do ponto mais alto da
machamba. Para declives ígremes, comece a linha da curva de nível aos 10
metros. Para os declives moderados, comece a primeira linha da curva de
nível aos 15 metros. Para os declives suaves, comece a linha da curva de
nível aos 20 metros a partir do ponto mais alto.
2. Vá à beira da machamba mais próxima desse ponto. Empurre a estaca para
o chão. Coloque uma perna da Estrutura “A” em frente da estaca, para que
ela fique contra a estaca. Agora movimente a outra perna, rodando a
estrutura até o fio parar e tocar a marca do nível na barra transversal.
Coloque a segunda estaca atrás da segunda perna da estrutura.
3. Levante a estrutura e movimente-a de forma a que a perna esquerda da
estrutura fique em frente da segunda estaca. Movimente a perna esquerda,
rodando a estrutura até o fio parar e tocar a
barra transversal.
Coloque a nova estaca
atrás da segunda perna.
4. Continue assim na machamba, deixando uma
linha de estacas para marcar a curva de nível.
Se uma das pernas da Estrutura “A” calhar
dentro dum pequeno buraco, ela não vai medir
bem. Encha o buraco com um pouco de areia
e volte a medir.
5. Quando tiver terminado de marcar em toda machamba, você pode ver curvas
nítidas nas linhas das curvas de nível. As linhas devem estar em declive e
macias.
Ajustem algumas das estacas para que tenham uma linha
constante.
21
10
1. Quanto mais ígreme for o declive, mais barreiras de curvas de nível serão
necessárias para evitar a erosão. Por forma a saber onde marcar a próxima
linha, siga esta simples orientação.
a. Pare recto com um braço esticado para a frente. Caminhe para
trás, declive abaixo, na sua machamba, olhando para o seu braço
estendido.
b. Continue caminhando até conseguir ver a curva de nível anterior no
fim da sua mão. (Assegure-se que o seu braço mantém-se no
mesmo nível). Comece a linha da curva de nível a seguir onde você
está parado agora. 11
2. As linhas marcadas na machamba serão os sítios onde é necessário colocar
as barreiras para reduzir os efeitos da erosão. Como já mencionamos
anteriormente as barreiras podem ser pedras, rochas ou plantas.
3. No nosso próximo encontro, vamos debater o plantio ao longo das curvas de
nível. Em duas semanas, iremos substituir todas estas estacas com vedação
de arbustos como barreiras. Iremos deixar estas marcas na machamba e
continuar a debater o plantio e vedação com arbustos nos nossos próximos
dois encontros.
Barreiras
 O solo argiloso não vai absorver água facilmente, por isso as barreiras devem
estar ligeiramente mais próximas uma da outra. Se o solo for arenoso ou
tiver muita matéria orgânica, ele vai absorver a água facilmente e as
barreiras podem estar mais distanciadas (Hesperian)
10
Fonte da imagem: Loedeman, Jan H.. Construção Simples Medindo Para Aplicações Rurais.
Agrodok 6.Wageningen: Fundação Agromisa, 2005.
11
Carter, Isabel. Linhas de Curvas de Nível. Footsteps 15. Tear Fund. (2005) Disponível em:
http://tilz.tearfund.org/Publications/Footsteps+11-20/Footsteps+15/Contour+Lines.htm
22
Prática e Acompanhamento ─ 30 minutos
Apenas para os Treinadores de Treinadores:
1. Pedir a cada participante para formar um par com a pessoa que estiver
sentada ao lado dele/a. Cada participante vai usar o plano de lição para
ensinar a 1ª metade do plano de lição ao seu parceiro. Os participantes
devem repetir a lição exactamente tal como a ouviram.
2. A pessoa que estiver a escutar deve fazer perguntas e simular que é um novo
participante/aluno.
3. O moderador deverá visitar cada par.
Ele/a deve escutar, fazer o
acompanhamento e corrigir os que precisam de ajuda ou tenham se
esquecido de partes importantes da lição.
4. Depois de dez minutos, peça aos pares para trocarem de papéis. O que
esteve a escutar agora passa a ensinar a outra metade da lição ao seu
parceiro.
5. Quando todos tiverem acabado de ensinar, responda as perguntas que os
formandos tiverem acerca da lição de hoje.
Sondar ─ 5 minutos
?
Acreditam que a erosão é um problema nas vossas machambas? Acham que
plantar em curvas de nível vai ajudar a reduzir a perda de solo e de materiais
orgânicos nas vossas machambas?
Peça aos camponeses/participantes para conversarem com a pessoa que estiver
sentada ao lado deles durante cinco minutos. Eles devem partilhar quaisquer
perguntas que tiverem acerca desta prática. Se eles não acreditam que a
erosão é um problema, eles devem debater tais crenças com a pessoa que
estiver ao lado. Juntos eles devem procurar encontrar soluções para tais
preocupações ou perguntas.
Informar─ 15 minutos
Peça aos camponeses para partilharem as preocupações que não conseguiram
resolver com os seus parceiros. Discutam tais preocupações com todo grupo.
Trabalhem juntos para ultrapassar as dúvidas e receios deles. Encorage os que
não estiverem seguros de experimentar a prática.
Possíveis preocupações:
 Nota: Por favor acrescentem quaisquer preocupações que podem ser
mencionadas e conselho sobre como o facilitador deve responder.
23
Debatento os Compromissos em Pequenos Grupos ─ 15 minutos
Divida os participantes em grupos de cinco. Pode ser melhor juntar camponeses
vizinhos – ou pedir aos camponeses para formarem os seus próprios grupos.
Esses grupos servirão de grupos de responsabilidade para os camponeses.
Explique:
1. Para que possamos experimentar novas práticas, precisamos de nos
encorajar uns aos outros. No final de cada encontro, vocês vão se reunir
nestes pequenos grupos e fazer duas coisas:

Assumir um compromisso verbal de algo novo que irão fazer nas próximas
duas semanas com base nesta lição. Cada camponês assume o seu próprio
compromisso verbal em frente dos outros. Ele pode escolher a prática que é
mais revelante para ele.
o Por exemplo, um camponês pode dizer, “Vou comprometer-me a
procurar sinais de erosão na minha machamba amanhã.”
o Outro camponês pode dizer, “Vou comprometer-me a construir uma
Estrutura “A” com o meu filho depois de ele voltar do mercado.”
o Outro camponês pode dizer, “Comprometo-me a medir as curvas de
nível na minha machamba nas próximas duas semanas.”

Depois de cada camponês ter assumido um compromisso nos pequenos
grupos, cada camponês vai comunicar o seu compromisso do último
encontro.
o Por exemplo, um camponês pode dizer, “No último encontro
comprometi-me a retirar uma amostra do solo e analisá-la. Analisei-a
logo após o nosso encontro. Constatei que o meu solo não era tão
saudável quanto eu pensei que fosse.”
o Outro camponês pode dizer, “Eu comprometi-me a retirar uma
amostra do solo, mas esqueci-me. Farei isso hoje depois de sair deste
encontro.”
1. O grupo deve encorajar os que tiveram problemas em cumprir com os seus
compromissos e sugerir que eles voltem a tentar.
Peça um voluntário para repetir o que cada grupo deve fazer. Quando todos
tiverem compreendido, deixe que os grupos trabalhem juntos durante o tempo
que ainda sobrar.
O facilitador deve andar a volta e visitar cada grupo, ajudando os camponeses a
assumirem compromissos e ajudar o grupo a acompanhar de perto os
compromissos anteriores assumidos pelo facilitador.
24
Lição Nº 3: Densidade das Plantas para Aumentar a
Produtividade
Objectivos:
 Antes do plantio, os camponeses irão sachar a terra, revirar a erva daninha e
soltar a terra para aumentar a circulação da água e do ar e facilitar que as
raízes penetrem no solo.
 Os camponeses serão capazes de plantar milho, mandioca e feijões usando
medidas dos pés e das mãos em dimensões apropriadas ao longo das curvas
de nível:
o Para o milho, 80cm entre as linhas (comprimento de três pés) e 50 cm
entre cada semente (comprimento de dois pés).
o Para o amendoim, 30 cm entre as linhas (comprimento de um pé) e 30
cm entre cada semente (comprimento de um pé).
o Para a mandioca, um metro (comprimentos de quatro pés) entre cada
linha e um metro (comprimento de quatro pés) entre cada semente.

Os camponeses serão capazes de alistar pelo menos três das vantagens de
plantar em linhas:12
o Rendimentos de boa qualidade
o Aumento da produção
o Circulação de ar nas machambas (?)
o Fácil de trabalhar na extração da erva daninha, cobertura com
materiais vegetais, etc.

Os camponeses serão capazes de declamar um poema, cântico ou rima
memorizada das medidas de cereais, milho e mandioca.
Os camponeses vão acreditar que eles devem ser produtivos e produzir em
abundância da terra (princípio de recompensa).

Materiais:
1. Nota: Preparar um cântico, canção ou poema usando as medidas das culturas
para ensinar aos camponeses.
2. Materiais necessários para trabalhar a terra:
 Enxadas e sementes que serão usadas para o plantio.
Presenças e Identificação e Resolução de Problemas ─ 15 minutos
Preencha o registo de presenças dos que estiverem presentes, e de cada
formando que faz parte das machambas para instrução de grupos de
camponeses.
Resolução de Problemas: Só para os formadores que ensinam os outros nas
MIGCs:
12
Para mais informações sobre a Análise de Barreira, visite: http://barrieranalysis.fhi.net/
25
1. Pergunte a cada formador acerca dos problemas que eles tiveram no seu
último encontro.
2. Ajude aos formadores a resolverem os problemas que eles mencionarem.
3. Agradeça a cada participante pelo seu trabalho e encorage-os a continuarem.
Perguntar: A Semente Esfomeada ─ 20 minutos
Na bíblia, no livro de Isaías (Capítulo 28:23-26) fala acerca dum camponês
lançando sementes. Ele diz:
Escutem-me bem e prestem atenção! Ouçam o que tenho para vos dizer.
Porventura o camponês que vai semear passa todo o tempo a arar e a abrir
regos na terra? Não! Depois de ter preparado a terra, ele semeia os grão de
nigela e depois os de cominho, semeia o trigo, o milho miúdo e a cevada, nos
regos convenientes, e o trigo duro nas bordas. Assim o instruiu Deus e lhe
ensina as regras a seguir.
?
O que acham que este versículo significa quando diz que Deus instruiu o
camponês?
?
O que é que o camponês está a fazer neste versículos?
Encorage um debate.
Resuma:
Estes versículos falam acerca do facto de que o camponês deve adaptar as suas
práticas agrícolas para cada planta. A terra não é arada continuamente – ela é
arada para que seja plantada nela. O camponês não semeia grãos e herbsin da
mesma maneira. Cada planta requer um cuidado diferente e deve ser plantada
da sua maneira.
?
Como é que os camponeses nesta região mudam as suas práticas com base
nos diferentes tipos de sementes?
?
Porque é que eles fazem isso?
tratamento diferente?
Porque é que cada semente precisa dum
Acrescente qualquer um dos seguintes pontos que os camponeses não
mencionarem:
 Cada semente tem necessidades diferentes a medida que vai crescendo.
Algumas plantas estendem-se ao longo do chão e precisam de espaço para
crescerem na lateral. Outras plantas crescem em altura e finas e precisam
de espaço para as suas raízes e caules altos.
 Algumas plantas são muito sedentas. Elas não podem crescer durante o
período de seca.
 Outras plantas são muito famintas e precisam de muitos alimentos no solo
para produzirem frutos.
26


Cada planta precisa dum tratamento diferente se o camponês quiser ter
culturas abundantes.
Na semana passada dissemos que a semente e a terra foram projectadas
para produzir abundância. Contudo, o camponês também deve ajudar a dar
a cada semente o cuidado que ela necessita para que a semente possa viver
até ao seu potencial.
?
Os campones pensam acerca da fertilidade do solo quando plantam? Como?
O que é que eles fazem?

O camponês deve regar cada planta ou acrescentar fertilizantes para cada
planta.
O camponês pode deixar um espaço entre as plantas porque sabe que as
plantas não podem crescer bem quando estiverem a disputar alimentos e
água.

Como diz o versículo da bíblia, os camponeses devem prestar atenção para as
necessidades de cada semente quando plantam.
Partilhar: Plantio em Linhas ─ 90 minutos
Debate: Espaçamento entre as Plantas
Explique: Os camponeses estudaram as quantidades de alimentos, água e
nutrientes que cada semente precisa. Para o milho, eles descobriram que o
espaçamento entre as sementes é a prática mais importante para determinar o
rendimento a sua cultura.13
Benefícios de plantar de acordo com as medições específicas:
 As sementes plantadas de acordo com as medições específicas são de melhor
qualidade que as espalhadas ou amontoadas.
 As sementes plantadas dessa maneira, permitem a circulação do ar entre as
plantas.
 As sementes plantadas dessa maneira tornam fácil de manté-las (retirar as
ervas daninhas e executar outros trabalhos).
 Plantadas com um espaçamento apropriado, as sementes não disputam água
ou alimentos.
?
Quais são as coisas que um camponês pode fazer na sua machamba antes de
plantar?
Acrescente qualquer um dos seguintes pontos que os camponeses não
mencionarem:
13
Sangoi, Luis. Compreender a densidade da planta afecta o crescimento e desenvolvimento do
milho: Uma questão importante para maximizar o rendimento do grão. Ciência Rural, Santa Maria,
v. 31, n.1, p. 159-168, 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/
27

Revolver a terra, arar a crosta (superfície dura) da terra, para que as
sementes possam brotar e crescer facilmente.
Para solos com alta concentração de argila, é melhor arar apenas a camada
superficial da terra.
Partir os grandes torrões de areia para que as sementes possam ser
plantadas uniformemente na superfície plana.
Revolver a erva daninha para baixo da terra para evitar que ela choque com
as plantas.
É importante arar a terra pouco antes de lançar a semente. Se as chuvas
vierem com antecedência e baterem a terra antes de plantar, o solo será
arrastado.




Explique:
Existem três medições importantes para o espaçamento da semente:
 Profundidade da semente na terra
 Espaçamento entre cada semente
 espaçamento entre cada linha
?
Que medidas usam para plantar o milho?

Estudos mostram que a melhor medida para o milho é de 80 centímetros
entre as linhas e 50 centímetros entre cada semente.
Por forma a facilitar isso, podem usar os vossos pés como medida.
O espaço entre cada semente deve ser do comprimento de dois pés. O
espaço entre as linhas deve ser do comprimento de três pés.
As sementes devem ser plantadas a 5-7 centímetros de profundidade. Isso
significa que as sementes devem ser empurradas para a terra a uma
profundidade de aproximadamente o comprimento do dedo indicador.



14
?
Porque é que o milho precisa de ser plantado dessa maneira?

Para que as plantas possam obter todos os nutrientes, água e espaço que
precisam para aumentar a produtividade.
?
Que medidas usam para plantar a mandioca e amendoim?
Explique:
14
Desenhador: Octávio Gonzales.
28





Para aumentar a produção da cultura de mandioca, as plantas devem
ser colocadas a 1 metro entre cada linha e 1 metro entre cada planta.
Isto é, a um comprimento de quatro pés entre cada planta e a mesma
distância entre cada linha.
Para aumentar a produção do amendoim, as plantas devem ser
colocadas a 30 centímetros entre cada linha e 30 centímetros entre cada
planta.
Isto é aproximadamente um pé entre cada planta e um pé entre cada linha.
As sementes devem ser plantadas a 5-7 centímetros de profundidade. Isto
significa que as sementes devem ser empurradas para o solo a uma
profundidade de aproximamente o comprimento do vosso dedo indicador.
?
No nosso último encontro, medimos as curvas de nível na machamba. Como
é que o camponês deve plantar nas curvas de nível?

As curvas de nível mostram onde as linhas da barreira devem ser colocadas
depois de plantar. Essas linhas também dão uma orientação ao camponês
para as linhas de plantio do milho, mandioca ou amendoim.
O camponês lança a sua semente em linhas ao longo dessa linha. Todas
linhas do camponês devem estar na horizontal, como o horizonte. Ele vai
deixar uma linha em branco na linha da curva de nível.

Desenhe no chão ou num quadro para que os camponeses possam ver.
1. Desenhe uma encosta.
2. Desenhe quatro linhas de curvas de nível representando onde serão
colocadas as barreiras depois do plantio.
3. Explique que os camponeses irão colocar as culturas em linhas ao longo da
curva de nível – mas deixar a linha da curva de nível vazia.
4. Responda as perguntas.
Cântico sobre o Espaçamento entre as Plantas
Ensine aos camponeses uma curta canção ou poema para que eles possam
recorder-se das medidas. O poema, cântico ou canção deve ser algo como isto:
Um, um, dois, três, quatro, quatro.
Plantar amendoim um pé entre cada semente; fazer linhas de um pé a
parte.
Plantar milho de dois em dois pés, assegurar-se que as linhas estejam a
três pés a parte.
Plantar mandioca de quatro em quatro pés, fazer linhas de quatro pés a
parte.
29
Repetir o cântico muitas vezes. Pedir aos campneses individualmente no grupo
para repetirem o cântico memorizado em frente dos outros. Repetir até que
cada camponês consiga transmitir as mensagens apropriadas.
Informação Adicional para o Formador:
Profundidade da Semente
 Uma regra geral para a profundidade da semente é que a semente deve ser
plantada a uma profundidade dupla do diâmetro da semente. Esta regra é
melhor para sementes de alta qualidade (alta taxa de germinação) e solo
com humidade adequada.
 A profundidade da semente deve ser suficiente para que a semente absorva
água, seja protegida dos pássaros mas seja capaz de ter acesso aos
nutrientes no solo à superfície.
Lavoura
 A lavoura permite que a chuva penetre melhor no solo. Ela torna mais fácil
que as raízes penetrem no solo.
 O cultivo repetitivo a mesma profundidade pode causar uma camada de solo
compacta a formar-se no fundo da camada lavrada. As raízes da planta não
conseguem penetrar nessa camada e reduz-se a capacidade do solo de
armazenamento da água.
 Os solos com alta concentração de argila ficam com uma crosta na superfície
quando chove. A mondagem ou arar na superfície é suficiente para quebrar
a crosta e permitir que a água entre no solo. A mondagem profunda em
solos com alto conteúdo de argila pode provocar sérios danos com a água
quando as chuvas chegam e os grandes torrões são arrastados pela chuva.
 Constatou-se que a lavoura profunda é benéfica em solos densamente
arenosos no Botswana.
Zero Lavoura
 A zero lavoura é uma prática de conservação onde somente se fazem
covachos para as sementes, em vez de arar toda a machamba ou linha.
 Esta prática reduz os efeitos da erosão e é uma possibilidade para futuros
programas. Com base neste módulo introdutório, não iremos debater a zero
lavoura até que outros princípios tenham sido dominados (cobertura com
material vegetal, intercultura, estrume verde, etc.).
Actividade: – Plantio em Linhas
1. Vão à uma machamba marcada com curvas de nível. Determinem onde cada
cultura será plantada. Se tiverem planos de fazer intercultura, diga à cada
grupo como eles devem plantar para que as suas plantas sejam entremeadas
com as linhas das outras culturas. Deixe linhas de curvas de nível vazias
para que uma vedação com arbustos possa ser acrescentada no próximo
encontro.
2. Divida os participantes em grupos de cinco. Por exemplo, se houver 20
participantes, haverá quatro grupos de cinco participantes cada.
3. (Opcional se a machamba ainda não tiver sido sachada) Cada grupo vai
sachar a machamba, revirando a erva daninha e quebrando os grandes
torrões de areia.
30
4. Um grupo vai plantar milho de acordo com as medidas dadas, usando os seus
pés e mãos para medir.
5. Um grupo vai plantar mandioca de acordo com as medidas dadas.
6. Um grupo vai plantar amendoim de acordo com as medidas dadas.
7. O facilitador vai fazer a supervisão e orientar os participantes a medida que
eles vão plantando e certificar-se que estão a seguir as linhas de orientação
da lição.
Prática e Acompanhamento ─ 30 minutos
Reúna todos os participantes para a última parte da sessão.
Apenas para os Treinadores de Treinadores:
1. Pedir a cada participante para formar um par com a pessoa que estiver
sentada ao lado dele/a. Cada participante vai usar o plano de lição para
ensinar a 1ª metade do plano de lição ao seu parceiro. Os participantes
devem repetir a lição exactamente tal como a ouviram.
2. A pessoa que estiver a escutar deve fazer perguntas e simular que é um novo
participante/aluno.
3. O moderador deverá visitar cada par.
Ele deve escutar, fazer o
acompanhamento e corrigir os que precisam de ajuda ou tenham se
esquecido de partes importantes da lição.
4. Depois de dez minutos, peça aos pares para trocarem de papéis. O que
esteve a escutar agora passa a ensinar a outra metade da lição ao seu
parceiro.
5. Quando todos tiverem acabado de ensinar, responda as perguntas que os
formandos tiverem acerca da lição de hoje.
Sondar─5 minutos
Reúna todos os participantes para a última parte da sessão.
?
Acreditam que o plantio em linhas ajuda a aumentar a produtividade da
cultura?
?
Acreditam que vocês têm habilidades para plantar o vosso milho, mandioca
ou amendoim nas vossas próprias machambas com estas medidas?
Peça aos camponeses/participantes para conversarem com a pessoa que estiver
sentada ao lado deles durante cinco minutos. Eles devem partilhar quaisquer
perguntas que tiverem acerca desta prática. Se eles não acreditam que plantar
em linhas é eficiente, eles devem debater tais crenças com a pessoa que estiver
a seu lado.
Juntos eles devem procurar encontrar soluções para tais
preocupações ou perguntas.
31
Informar─ 15 minutos
Peça aos camponeses para partilharem as preocupações que não conseguiram
resolver com os seus parceiros. Discutam tais preocupações com todo grupo.
Trabalhem juntos para ultrapassar as dúvidas e receios deles. Encorage os que
não estiverem seguros de experimentar a prática.
Possíveis preocupações:
 Nota: Por favor acrescentem quaisquer preocupações que podem ser
mencionadas e conselho sobre como o facilitador deve responder.
Debater os Compromissos em Pequenos Grupos ─ 15 minutos
?
Quais são as duas coisas que farão nos vossos grupos de responsabilidade?

Assumir um compromisso verbal de algo novo que irão fazer nas próximas
duas semanas com base nesta lição.
Cada camponês vai comunicar o compromisso que assumiu no último
encontro.

1. Escolha cinco camponeses aleatoriamente. Peça-os para se levantarem e
dizer à todo grupo os compromissos que eles irão assumir hoje.
2. Se os camponeses quiserem ajuda, eis abaixo três exemplos:
c. Comprometo-me a plantar o meu milho em linhas.
d. Comprometo-me a usar os meus dedos para medir a profundidade
de cada semente e não lançá-las como eu estive habituado a lançálas.
e. Comprometo-me a lavrar a terra e revolver a erva daninha na
próxima semana.
3. Escolha outros cinco camponeses. Peça-os para se levantarem e partilhar
com todo grupo o compromisso que eles assumiram no último encontro e o
seu progresso nesse compromisso.
f. Elogie os que respeitaram os seus compromissos. Encorage os que
não respeitaram os seus compromissos para continuarem a tentar.
4. Diga aos camponeses para se reunirem nos seus grupos de responsabilidade
para que os outros camponeses possam partilhar os seus compromissos e o
progresso do compromisso assumido no último encontro.
5. O facilitador vai visitar cada grupo, ajudando os camponeses a assumirem
compromissos e ajudando o grupo a fazer o acompanhamento dos
compromissos anteriores assumidos pelo facilitador.
32
Lição Nº 4: Vedação com Arbustos para Evitar o
Arrastamento do Solo
Objectivos:
 Os camponeses serão capazes de identificar pelo menos duas plantas que
podem ser usadas como vedação com arbustos.
o O capim vetiver é a mais eficiente vedação com arbustos. Ele também
tem raízes profundas que puxam água do nível baixo de humidade
usada para alimentar culturas tais como milho, mandioca e amendoim.
Ele não se propaga e é resistente à doenças.
o O capim elefante (Capim Napier) também é eficiente. Ele cresce até 3
metros de altura e serve de quebra vento. Ele é resistente à seca e
pode crescer em altitudes até 2.400 metros. Ele é invasor e propagase facilmente na machamba.
o Nota: Acrescente aqui plantas adicionais que são recomendadas para a
vedação com arbustos.

Os camponeses vão plantar derrocadas (pequenos maciços de capim) ao
longo das curvas de nível para evitar o escoamento de nutrientes e do solo a
superfície.
o Os camponeses vão desenterrar capim saudável (Vetiver e Napier)
com verduras verde escuras e livrá-las dos danos por pestes.
o Os camponeses irão dividir capim saudável em derrocadas para
plantio.
o As derrocadas serão plantadas em linhas únicas com 10-15cm entre
cada planta ao longo das curvas de nível na machamba.

Os camponeses serão capazes de mencionar pelo menos dois benefícios de
plantar uma vedação com arbustos:
o A vedação com arbustos minimiza que a chuva “lave” a machamba.
Isso reduz o arrastamento do solo.
o A vedação com arbustos ajuda a reter água na machamba, para
aumentar a absorção da água e humidade do solo.
o A vedação com arbustos ajuda a aumentar a produtividade da cultura
acrescentando matéria orgânica de volta para o solo.
o A vedação com arbustos proporciona cobertura com material vegetal e
composto para repor nutrientes no solo mais tarde ao longo do ano.
o A vedação com arbustos pode ser podada de duas em duas semanas
para proporcionar alimentos para o gado.

Os camponeses vão acreditar que eles devem ser produtivos e produzir em
abundância da terra que lhes foi dada (princípio de recompensa).
Materiais:
1. Maciço saudável de capim Vetiver ou capim elefante que será dividido em
derrocadas durante o treinamento.
2. Machamba para teste com a principal cultura já plantada e curvas de nível
vazias prontas para se colocar vedação de capim.
3. Machados para cortar capim e pás e enxadas para cada grupo de
responsabilidade/Registo de Presenças
33
Presenças e Identificação e Resolução de Problemas ─ 15 minutos
Preencha o registo de presenças dos que estiverem presentes, e de cada
formando que faz parte das machambas para instrução de grupos de
camponeses.
Resolução de Problemas: Só para os formadores que ensinam os outros nas
MIGCs:
4. Pergunte a cada formador acerca dos problemas que eles tiveram no seu
último encontro.
5. Ajude aos formadores a resolverem os problemas que eles mencionarem.
6. Agradeça a cada participante pelo seu trabalho e encorage-os a continuarem.
Perguntar ─ 15 minutos
Conte a seguinte história – Adapte conforme necessário para reflectir os hábitos
locais. Use a história e as perguntas de debate para conhecer as actuais crenças
e práticas dos camponeses relacionadas com a lição de hoje.
David aprendeu do camponês sábio que devia plantar em arcos (ou curvas de
nível) a volta do lado da sua colina. Com ajuda do camponês ele construiu a
Estrutura “A” e mediu as linhas de curvas de nível ao longo da ladeira. Todavia,
quando as chuvas começaram a cair, David começou a resmungar. Como é que
estas linha podem salvar o solo na minha machamba? Mesmo que eu are ao
longo das curvas de nível, a chuva continua a arrastar o meu solo. Não
compreendo como isto faz alguma diferença.
?
?
?
Qual é o propósito das linhas de curvas de nível?
Como é que elas vão proteger a terra?
Quatos de vós prepararam linhas de curvas de nível? Como é que irão usar
essas linhas?
Procure saber o que os camponeses já sabem acerca de plantar uma vedação
com arbustos. Encorage um debate. Permita que pelo menos cinco ou mais
participantes deiam uma opinião. Este é o momento para você (o facilitador)
sondar o que os camponeses já sabem. Escute as falsas crenças que precisam
de ser corrigidas durante a lição.
Notas adicionais para o Treinador:
 Esperamos que os camponeses respondam às perguntas desta maneira:
 As curvas de nível orientam os camponese como plantar em linhas. Depois,
o camponês coloca barreiras nessas linhas para ajudar a reter e enriquecer o
solo.
34

As barreiras vão conter o solo fisicamente e travar as água a medida que elas
vão correndo na machamba. Quando as águas correm rapidamente elas
arrastam o solo consigo. Se as águas correrem devagar, parte dela é
absorvida no solo. Ela vai levar menos água a medida que vai escorrendo
ladeira abaixo.
David precisa de acrescentar uma barreira na curva de nível. Pode ser uma
barreira viva (árvores, arbustos ou vedação feita de plantas) ou barreira de
terra (leivas, diques ou valas).

Partilhar: Barreiras e Vedação com Arbustos ─ 90 minutos
Tipos de Barreiras
Acrescente qualquer das seguintes práticas que não tenham sido mencionadas
acima.
 As leivas e valas reduzem a velocidade de escoamento da água.
 Os terraços reduzem a velocidade da água e ajudam-na a penetrar na terra.
Para construir um terraço, o camponês deixa a terra fazer superficies planas
e depois uma elevação e outra superfície plana, que vão descendo colina
abaixo.
?
Quanto trabalho é necessário para estas práticas? (Estas práticas requerem
muito trabalho e são muito difíceis se usarem instrumentos locais).
?
As cercas vivas (árvores, plantas ou arbustos) requerem menos trabalho?
Porquê?
Explique:





15
Fazer uma vedação de plantas vivas requer trabalho no princípio, mas não
requer movimentação de muito solo, escavação
intensa ou nivelamento.
Depois de a vedação com plantas vivas estiver
concluida, ela cria um terraço natural na parte
superior da colina de capim.
Quando a água lamacenta se encontra com a vedação
de plantas vivas, as águas diminuem a velocidade e
espalham-se.
A água da chuva passa através da vedação de
plantas, deixando para trás a água que leva consigo.15
Com esse solo forma-se um terraço natural.
Orientação Vetiver dum terreno por explorar, John, Grimshaw, R.G. Capim Vetiver
Vedação feita de plantas contra a erosão. Washington, Banco Mundial, 1993
35
Informação Adicional para o Facilitador:
 Se estiver a ensinar onde existe vedação feita de plantas/capim, visite uma
machamba para mostrar como o capim formou um terraço natural.




?
A vedação viva feita de plantas não precisa de ser regada ou fertilizada.
A vedação feita de plantas vai tornar-se espessa e crescer retendo mais e
mais solo por mês. Ela ficará completamente crescida depois de dois ou três
anos.
A vedação viva feita de plantas também pode ser usada como cobertura feita
de matéria vegetal, composto de alimento para animais.
Estamos a promover a vedação de capim feita de plantas porque ela tem
usos múltiplos e proporciona uma barreira completa ao longo das curvas de
nível na machamba.
Alguém tem uma vedação de capim feita de plantas na sua machamba?
Como é que essa vedação feita de plantas melhorou as vossas culturas?
Resumo: A medida que vamos cuidando da terra, proteger o solo e ajudar a
nutrí-lo, podemos começar a ver um aumento na abundância da terra.
Lembrem-se, a terra e a sua semente foram criadas para proporcionar
abundância.
É nosso trabalho usar práticas que ajudam a soltar essa
abundância.
Tipos de Capim
O Capim vetiver é a mais eficiente vedação de capim feita de plantas.
 Ele tem raízes profundas que puxam a água das profundezas da terra (até
três metros) por isso os nutrientes não são retirados das principais culturas
na machamba.
 As raízes mais crescidas têm apenas uma largura de 50 centímetros.
 Ele vai à semente (não é invasora) e é resistente à doenças.
?
Gostariam de colocar uma ou mais linhas da vossa machamba se soubessem
que o solo havia de reter mais água e mais nutrientes?
?
Gostariam de colocar uma ou mais linhas da vossa machamba se soubessem
que as vossas culturas seriam de melhor qualidade e obtêm melhor qualidade
no mercado?
?
Gostariam de colocar uma ou mais linhas da vossa machamba se soubessem
que a vossa machamba poderia dar alimentos mais saudáveis para as vossas
famílias?
O Capim elefante (Capim Napier) também é eficiente.
 Ele cresce até 3 metros de altura.
 Ele é um bom quebra vento. Se a vossa machamba recebe fortes rajadas de
vento que retira o solo, plantem uma fila de capim elefante para evitar que a
vossa machamba sofra os efeitos dos ventos fortes.
36



Esse capim alto dá sombra para as vossas culturas e reduz a temperatura do
solo.
Ele é resistente à seca e pode crescer em altitudes até de 2.400 metros.
Vão precisar de podar o vosso capim para que ele não se propague na vossa
machamba.
Nota: Acrescente aqui outro tipo de capim relevante que pode ser usado.
Resumo: Colocando uma pequena faixa de terra, irão ganhar uma melhor
qualidade e produtividade da cultura. Isso requer algum trabalho, mas vai
enriquecer o vosso solo e também vai proporcionar outros produtos necessários
para alimentar os vossos animais e proteger as vossas culturas.
Colher o Capim
Explique o seguinte enquanto estiver a demonstrar em frente do grupo.


O capim vetiver deve ser plantado com pequenos maciços (derrocadas) de
capim vivo.
Ele raramente floresce e quando floresce, a semente é estéril.
1. Desenterrar um maciço de capim saudável com uma pá. Cavar pelo menos
um pé de profundidade (24 cm)16 para que as raízes possam sair com o
capim.
2. Separe o capim em pequenas derrocadas, puxando uma mão cheia de capim,
raízes e tudo do maciço. Essas derrocadas serão usadas como plantas
iniciais.
3. Corte folhas de uma mão de comprimento a partir da base (15-20 cm), e
raízes de cerca de ½ mão de comprimento a partir da base (10 centímetros).
Isso irá ajudar a planta a sobreviver sem secar muito depressa.
4. Plante o capim no princípio da época chuvosa para que ele se beneficie das
chuvas.
Plantar Capim nas Curvas de Nível
Explique enquanto estiver a demonstrar com uma planta inicial.
5. Faça um buraco suficientemente profunto para ajustar as raízes da planta.
6. Empurre a derrocada para dentro do buraco. Procure não curvar as raízes
para cima.
7. Firme a derrocada com areia.
16
A média do comprimento da mão dum homem (da palma à ponta dos dedos) é de 189 mm (ou
19 cm). A média do comprimento da mão duma mulher é de 172mm (ou 17 cm). A média do
comprimento do pé (para os europeus) estima-se que seja de 24 cm. Para este modulo, iremos
usar as medidas da mão e do pé com a maior regularidade quanto possível para ajudar os
camponeses que não têm instrumentos de medida.
37
8. Plante as derrocadas do comprimento de uma mão a parte (10-15 cm) umas
das outras. Plante-as numa única linha na linha que marcou para a curva de
nível. O capim vai preencher o espaço a medida que for crescendo.
17
9. Continue a desenterrar o capim e acrescente-o nas suas curvas de nível
conforme necessário.
10. Se não tiver um capim, use outro tipo de capim para completar todas as
linhas na sua machamba. Quanto mais ígreme for a encosta, mais linhas vai
precisar.
11. Se não tiver capim suficiente, use outro tipo de barreiras até o seu próprio
capim crescer e poder ser colhido para uma futura linha.
12. Manter a vedação feita de plantas:
a. Se algumas derrocadas morrerem, remova-as. Divida algumas das
plantas grandes ou as que estiverem a crescer bem, para substituir
as plantas que tiverem morrido.
b. Se houver uma folga na vedação feita de plantas (a água domina
algumas plantas ou algumas plantas morrem), repare a folga
imediatamente com outro tipo de barreira ou acrescente pedras
para preencher o vazio até que a vedação feita de plantas cresça no
tamanho certo.
?
Onde pode encontrar capim para a sua machamba? Existe capim a crescer
no mato que você pode colher para proteger a sua machamba? Onde é que
existe?
Debata com os camponeses lugares onde se pode colher capim para fazer uma
vedação com arbustos.
17
Orientação Vetiver dum terreno por explorar, John, Grimshaw, R.G. Capim Vetiver – Vedação
feita de plantas contra a erosão. Washington, Banco Mundial, 1993.
38
Informação Adicional para o Formador:
Derrocadas Vetiver
 Quando as derrocadas de capim são plantadas a 10-15 cm a parte, a erosão
não será problema para o interplante. As raízes juntam-se no primeiro ano
para formar uma barreira debaixo da terra.
 Pedras ou outras barreiras naturais podem ser acrescentadas para ajudar a
reduzir a velocidade da água na superfície da machamba para os primeiros
seis meses do crescimento da planta, se desejar.
Prática na Machamba: Plantação da Vedação com Arbustos
1. Divida os camponeses pelos seus grupos de responsabilidade.
a. Os grupos de camponeses irão quer colher capim junto e separá-lo
em derrocadas ou
b. Plantar o capim colhido na machamba piloto onde a principal
cultura já tenha sido plantada. A vedação com arbustos será
colocada ao longo das curvas de nível vazias na machamba.
2. Assegure-se que as plantas sejam devidamente compassadas com ½ mão de
comprimento (10-15 centímetros) entre cada planta inicial.
3. Assegure-se que os camponeses estão a cortar devidamente as plantas e a
plantá-las sem colocar as raízes dobradas para cima.
4. Observe os camponeses. Faça o acompanhamento dos que não estiverem a
dividir ou plantar de acordo com as medidas correctas.
5. Responda as perguntas conforme necessário.
Informação Adicional para o Formador:
Outros Usos para Vetiver
 Na Índia, os camponeses podam a sua vedação feita de plantas de duas em
duas semanas ao longo do ano para darem de alimento as folhas tenras para
o seu gado. As folhas novas são tenras. As folhas velhas têm muito óleo
para serem comidas, mas são melhor usadas para formar composto.18
 O capim Vetiver pode ser usado como cobertura de colmo em telhados de
casas, alpendres e abrigos. Ele faz uma boa cama para o gado porque
absorve a urina e fica seco por muito tempo.
 A palha pode ser trançada em cestos, e as nervuras da folha e o caule de
flores fazem excelentes vassouras.
 Quando a vedação com arbustos for podada, ela não reduz a eficiência da
vedação com arbustos de controlar a inundação e erosão. O facto de podar a
vedação feita de plantas não afecta as raízes.
Capim Vetiver
 O capim Vetiver pode crescer sob quaisquer condições de solo e clima; ele
pode resistir à seca, fogo, crescer por cima da vegetação, ficar
completamente submerso durante meses, solos inférteis, pestes e doenças, e
18
Orientação Vetiver dum terreno por explorar, John, Grimshaw, R.G. Capim Vetiver – Vedação
feita de plantas contra a erosão. Washington, Banco Mundial, 1993.
39
é tolerante à níveis extremamente altos de tóxicos, metais pesados, nitratos
e fosfatos.
 O capim vetiver tem um cheiro forte a óleo que torna o capim insuportável
para os roedores e outras pestes. Os camponeses indianos dizem que ele
também faz com que os ratos não criem ninhos na área.
Produtividade
 Um estudo feito na China demonstrou que as culturas de chá plantadas atrás
da vedação Vetiver produziram 40% de aumento no rendimento das
culturas.19
 Nos declives de 6% na Nigéria, resultados de ensaios feitos durante um
período de três anos usando faixas de Vetiver mostraram que as condições
físicas e químicas do solo melhoraram numa distância de 20 metros acima
das faixas de Vetiver.20
 Os rendimentos das culturas aumentaram entre 11-26% para ervilhas e 50%
para o milho sob gestão da Vetiver. A perda de solo e o escoamento da água
até aos 20 metros o escoamento em canteiros era de 70% e 130% mais alto
em canteiros sem Vetiver do que em canteiros com Vetiver,
respectivamente.21
 Para mais informações acerca do capim Vetiver e seus usos, observem um
vídeo em: http://www.vetiver.org/g/soil_erosion.htm#ethiopiaerosion
Sondar ─ 5 minutos
?
Vocês acreditam nas coisas que debatemos hoje? Acreditam que a vedação
de capim feita de plantas vai impedir a erosão e aumentar a qualidade das
vossas culturas?
Peça aos camponeses/participantes para conversarem com a pessoa que estiver
sentada ao lado deles durante cinco minutos. Eles devem partilhar quaisquer
perguntas que tiverem acerca desta prática. Se eles não acreditam que a
vedação com arbustos funcina para conserver o solo e a água, eles devem
partilhar essas preocupações. Juntos eles devem procurar encontrar soluções
para tais preocupações ou perguntas.
Informar ─ 15 minutos
Peça aos camponeses para partilharem as preocupações que não conseguiram
resolver com os seus parceiros. Discutam tais preocupações com todo grupo.
Trabalhem juntos para ultrapassar as dúvidas e receios deles. Encorage os que
não estiverem seguros de experimentar a prática.
19
Ding Guan Min. Bureau de Conservação do solo e da água, Província de Fujian, China. inThe Vetiver Network
Newsletter, No. 18. Dezembro de 1997. Disponível em: http://www.vetiver.com
20
Babalola, O.S.C. Jimba, O. Maduako e A.O. Dada 2003. Uso de faixas de capim vetiver para a conservação
do solo e da água na Nigéria, In: Troung, P. e Xia, H.P. (eds). Condutas da 3ª Conferência Internacional sobre
Vetiver e Exibição: Vetiver e Água, Guangzhou, China. Outubro de 2003. China Agriculture Press, Beijing pp.
293 – 299.
21
Ibid.
40
Possíveis preocupações:
 Nota: Por favor, acrescente quaisquer outras preocupações que devem ser
mencionadas e conselho sobre como o moderador pode responder.
 Alguns podem estar apreensivos que a vedação feita de plantas vai competir
por alimentos e a água no solo. As raízes do capim Vetiver podem atingir até
3 metros três metros de profundidade retirando alimentos e nutrientes
debaixo da profundidade da superfície. O capim Vetiver pode crescer em
períodos de seca assim como em períodos de inundações. Mesmo que alguns
nutrientes sejam partilhados durante os primeiros meses, os benefícios da
vedação feita de plantas vão trazer um ganho sobre o que se pode esperar se
não tiver sido plantada uma vedação feita de plantas.
Prática e Acompanhamento ─ 30 minutos
Apenas para os Treinadores de Treinadores:
1. Pedir a cada participante para formar um par com a pessoa que estiver
sentada ao lado dele/a. Cada participante vai usar o plano de lição para
ensinar a 1ª metade do plano de lição ao seu parceiro. Os participantes
devem repetir a lição exactamente tal como a ouviram.
2. A pessoa que estiver a escutar deve fazer perguntas e simular que é um novo
participante/aluno.
3. O moderador deverá visitar cada par.
Ele/a deve escutar, fazer o
acompanhamento e corrigir os que precisam de ajuda ou tenham se
esquecido de partes importantes da lição.
4. Depois de dez minutos, peça aos pares para trocarem de papéis. O que
esteve a escutar agora passa a ensinar a outra metade da lição ao seu
parceiro.
5. Quando todos tiverem acabado de ensinar, responda as perguntas que os
formandos tiverem acerca da lição de hoje.
Debater os Compromissos em Pequenos Grupos22─ 15 minutos
6. Escolha cinco camponeses. Peça-os para se levantarem e dizer à todo grupo
os compromissos que eles irão assumir hoje com base nos ensinamentos que
eles ouviram até agora.
7. Se os camponeses quiserem ajuda, eis abaixo três exemplos:
a. Vou comprometer-me a desenterrar capim em terra descoberta
para usar as derrocadas para a minha vedação com arbustos.
22
Esta prática deve encorajar os camponeses a manterem a sua palavra. Se comprometerem-se
para uma determinada prática e depois serem perguntados no encontro seguinte acerca desse
compromisso, com todos participantes a ouvirem, é muito provável que eles mantenham o seu
compromisso e esforcem-se por manter tal compromisso. Se o grupo de camponeses da MIGCs
for pequeno (10 à 15 camponeses), peça à todos participantes para partilharem os seus
compromissos com todo grupo.
41
b. Vou plantar capim em curvas de nível na minha machamba antes
de iniciar o período chuvoso.
c. Vou plantar capim elefante como quebra vento para proteger a
minha machamba.
8. Escolha outros cinco camponeses. Peça-os para se levantarem e partilhar
com todo grupo o compromisso que eles assumiram no último encontro e o
seu progresso nesse compromisso.
d. Elogie os que respeitaram os seus compromissos. Encorage os que
não respeitaram os seus compromissos para continuarem a tentar.
9. Diga aos camponeses para se reunirem nos seus grupos de responsabilidade
para que os outros camponeses possam partilhar os seus compromissos e o
progresso do compromisso assumido no último encontro.
10.O facilitador vai visitar cada grupo, ajudando os camponeses a assumirem
compromissos e ajudando o grupo a fazer o acompanhamento dos
compromissos anteriores assumidos pelo facilitador.
Nota para o Facilitador e Gerente do Programa de Saúde: Na preparação
para a Lição Nº 7, o/a gerente do programa de saúde e o pessoal da FH vão
abrir um buraco de adubo seguindo as directrizes dadas na Lição Nº 7.
Acrescentar os materiais apropriados e revolver a pilha (montão) tal como foi
debatido no plano de lição. Isso vai permitir que o adubo comece a decomporse para que o buraco (e a experiência do pessoal) possa ser debatida na Lição
Nº 7 com os camponeses.
42
Lição Nº 5: Culturas de Cobertura para Proteger o Solo
Objectivos:
 Os camponeses serão capazes de fazer uma lista de culturas que podem ser
usadas como culturas de cobertura: Legumes rastejantes tais como feijões
fava, alfalfa, ervilhas, feijão lablab, feijão trepador e feijões de veludo.
(Nota: Por favor, adapte a lista apagando qualquer que não exista
localmente.)
 Os camponeses vão plantar legumes rastejantes usando as medidas do pé e
da mão em dimensões apropriadas ao longo das curvas de nível entre as
linhas de culturas altas.
o Nota: Podem acrescentar dimensões apropriadas para os feijões fava,
ervilhas, feijões de veludo ou outras culturas de cobertura
recomendadas pela Fh.

Os camponeses serão capazes de fazer uma lista das vantagens de usar
legumes nas suas machambas para cobrir a superfície da terra.
o Os legumes rastejantes cobrem a terra, protegendo o solo dos danos
provocados pelo vento e chuva.
o Os legumes rastejantes dão sombra ao solo, mantendo-o fresco para
melhorar o crescimento e conservar a humidade.
o Os legumes rastejantes ajudam a sufocar o crscimento da erva
daninha.
o Os legumes rastejantes aumentam a matéria orgânica e melhoram a
produtividade das culturas.
o Os legumes rastejantes ajudam a reduzir os danos provocados por
pestes na machamba.

Os camponeses vão acreditar que eles devem ser produtivos e produzir em
abundância da terra (princípio de recompensa).
Materiais:
1. Materiais para a demonstração:
 Dois pedaços de papel ou tecido limpo
 Um regador ou uma lata velha com pequenos furos no fundo
 Água para o regador/lata
 Terra com solo em bruto e terra coberta com uma leguminosa.
2. Materiais para plantio
 Machamba plantada com a principal cultura, pronto para ser
acrescentada com culturas de cobertura.
 Enxadas para cada grupo revolver a terra
 Sementes da cultura de cobertura
3. Uma leguminosa com bolas de nitrogénio nas raízes.
4. Registo de Presenças
43
Presenças e Identificação e Resolução de Problemas─ 15 minutos
Preencha o registo de presenças dos que estiverem presentes, e de cada
formando que faz parte das machambas para instrução de grupos de
camponeses.
Resolução de Problemas: Só para os formadores que ensinam os outros nas
MIGCs:
1. Pergunte a cada formador acerca dos problemas que eles tiveram no seu
último encontro.
2. Ajude aos formadores a resolverem os problemas que eles mencionarem.
3. Agradeça a cada participante pelo seu trabalho e encorage-os a continuarem.
Perguntar: David e a Machamba Queimada ─ 20 minutos
Conte a seguinte história – Adapte conforme necessário para reflectir os hábitos
locais. Use a história e as perguntas de debate para conhecer as actuais crenças
e práticas dos camponeses relacionadas com a lição de hoje.
David parou de resmungar. Ele demarcou a sua machamba em curvas de nível.
Ele arou-a, revolvendo as ervas daninhas. Ele até fez uma vedação com
arbustos que vão crescer numa vedação volumosa feita de plantas na
transversal no meio da sua machamba. “As culturas deste ano serão iguais às
vossas,” disse David ao camponês sábio. O camponês sábio abanou a cabeça,
“Não, mesmo isso não é suficiente. Olha, o sol vai queimar a terra entre a tua
linha de areia até a humidade no solo. O solo continua vulnerável à erva
daninha e à erosão. Ainda não concluiste o teu trabalho.”
?
?
O que mais o David pode fazer para proteger o solo da erosão e do sol?
?
Que medidas vocês tomam para proteger as vossas machambas do sol,
chuva e erva daninha?
Existem porções de terra nas vossas machambas que continuam vulneráveis
à erosão e em risco de serem queimadas pelo sol?
Tende sondar o que os camponeses já sabem acerca da cobertura com material
vegetal e culturas de cobertura. Encorage um debate. Permita que pelo menos
cinco ou mais participantes deiam uma opinião. Este é o momento para você (o
facilitador) sondar o que os camponeses já sabem. Escute as falsas crenças que
precisam de ser corrigidas durante a lição.
Notas adicionais para o Treinador:
 Esperamos que os camponeses respondam às perguntas desta maneira:
 David precisa de algo para cobrir o solo a volta de cada planta e entre as
linhas. Ele pode usar cobertura feita de matéria vegetal ou uma cultura de
cobertura para proteger o solo.
44

Encorage os camponeses a partilharem acerca das vulnerabilidades nas suas
machambas e as práticas que eles usam.
Partilhar: Culturas de Cobertura ─ 90 minutos
Existem muitas práticas que o David pode implementar incluindo culturas de
cobertura, intercultura (acrescentar uma segunda cultura que cubra a terra) ou
cobertura com material vegetal. Hoje estamos a debater culturas de cobertura.
As culturas de cobertura são usadas para cobrir o solo.
Demonstração: Chuva Numa Terra Desprotegida
1. Leve o grupo para um pequeno canteiro onde não estejam a crescer plantas
ou erva daninha – só solo em bruto (virgem).
2. Coloque um pedaço de papel ou tecido limpo no chão.
3. Segure um regador bem por cima do chão e entorne água no chão ao lado do
papel ou tecido.
Essa água é tal como a chuva caindo no solo em bruto na vossa machamba.
?
Quanta água lamacenta fez paragens no tecido onde a água foi salpicada?



Isto é o que acontece quando a chuva cai num chão bruto.
O solo em bruto retém a chuva e ela salpica e escorre no chão.
O solo junta-se com água e escorre da machamba.
1. Leve o grupo para um pequeno canteiro que esteja coberto por uma cultura
de cobertura.
2. Coloque um novo pedaço de papel ou tecido limpo perto da cultura de
cobertura.
3. Repita a simulação da queda de chuva com um regador por cima da cultura
de cobertura.
?
Quanta água lamacenta fez paragens neste tecido onde a água foi salpicada?
4. O segundo papel ou tecido deve ter menos água lamacenta parada, que no
primeiro. As plantas cobrem o solo, retêm a água e ajudam a absorvé-la
para o solo.
?
?
?
No final da época chuvosa, qual destes solos será mais saudável?
Qual dos solos tem mais matéria viva?
Qual dos solos está protegido do sol e da erosão? Porquê?
45
Explique:
 Isso é o que o camponês inteligente viu com a machamba do David.
 Ele tinha uma boa vedação com arbustos para poteger a sua terra, mas o
solo a volta de cada uma das suas plantas também precisava de estar
porotegido.
 David precisa de usar diferentes práticas contra a erosão que funcionem
juntas para proteger a sua machamba.
 As queimadas e outras práticas locais que reduzem trabalho, também tornam
o solo altamente vulnerável à erosão e perda de nutrients importantes.
Definição de Culturas de Cobertura
Explique:
 O principal objectivo das culturas de cobertura é de cobrir o solo. Ao cobrir o
solo, elas ajudam a aumentar a produtividade.
o Seguram o solo no local. As raízes protegem o solo de ser arrastado
pelas chuvas fortes e ventos fortes. O solo desprotegido tem mais
probabilidades de ser arrastado.
o Fazer sombra no solo para ajudá-lo a reter a água. Um solo com
sombra é capaz de reter mais água, que um solo exposto à radiação
directa do sol.
Isso permite que a principal cultura tenha mais
humidade.
o Fazer sobra no solo reduz a temperatura do solo. Se o solo estiver
muito quente, as plantas não germinam bem. A sombra permite
melhor crescimento da principal cultura.
o Um solo com sombra, humidade e fresco terá mais matéria viva e
orgânica no solo. Isso trará maiores rendimentos que as plantas
desprotegidas do sol na machamba.
o Reduzir a capacidade de a erva daninha crescer. Ela retira a luz e o
espaço necessário pela erva daninha.
Algumas culturas também
desprendem o solo com as suas raízes profundas, reduzindo a erva
daninha que vive num solo compacto.
o Os legumes rastejantes são o melhor tipo de cultura de cobertura a
usar com o milho. Os legumes rastejantes estão embaixo no chão e
não interferem com os grãos.
?
Quais são alguns legumes rastejantes que ficam embaixo no chão e crescem
rapidamente?
Debatam as variedades locais que podem ser cultivadas na RDC.
?
Como é que os camponeses usam os legumes colhidos?
Acrescente qualquer das seguintes que não tenham sido mencionadas pelos
camponeses:
46


Podem ser acrescentado nas papas das crianças para melhorar a nutrição das
crianças. Quanto mais variedade existir na dieta da família, mais saudável
ela será.
Podem ser vendidos no mercado como uma cultura secundária acrescentando
rendimentos extra.
Informação Adicional para o Formador:
Pestes
 Comunidades de insectos associadas com culturas de cobertura podem
funcionar para os camponeses obterem vantagens ou desvantagens.
Algumas culturas de cobertura atraem insectos úteis que comem os insectos
que prejudicam a principal cultura. Outras culturas de cobertura atraem
insectos prejudiciais provocando danos em ambas culturas.
 Os nematódios são atraidos por certos legumes que vivem em solos arenosos
e podem provocar grandes danos.
 Testem combinações de culturas para tentar descobrir quais é que funcionam
melhor na vossa região.
Temperatura do solo:
 As raízes absovem mais água a altas temperaturas do solo até 35 graus
Celsius.
 Temperaturas excedendo 40 graus Celsius podem diminuir o crescimento da
cultura e também diminuir organismos vivos no solo.
 Estudos mostram que temperaturas acima dos 35 graus Celsius reduzem
drasticamente o desenvolvimento das sementes de milho. Temperaturas
acima de 40 graus podem impedir por completo a germinação da semente do
rebento da soja.23
Pluviosidade e Conservação do Solo24
 Em regiões com chuva ao longo de todo ano, as culturas de cobertura são
geralmente melhores que a cobertura feita de matéria vegetal. A cultura de
cobertura leva os nutrientes que a chuva poderia de outro modo arrastar
quando não existir uma cultura principal a crescer.
 Em áreas sub-húmidas onde não existe chuva durante todo ano a cultura de
cobertura pode disputar a água com a principal cultura. Devem ser feitos
ensaios em cada região para se descobrir a melhor prática.
 A cobertura feita de matéria vegetal é uma boa alternativa em áreas subhúmidas porque ela não disputa com a principal cultura. A intercultura
também é eficiente. Isso evita a erosão e dá ao camponês duas culturas
para rendimento e alimentação.
 Em áreas semi-áridas ou com savana seca onde a época chuvosa é curta, a
água é um factor limitante. A erosão provocada pelo vento ou água pode
destruir toda cultura. A cobertura feita de matéria vegetal é a melhor opção
para manter a humidade e evitar a perca do solo e água por causa do sol e
vento.
 Em áreas montanhosas, é importante evitar a erosão com culturas de
cobertura. Em áreas com precipitação suficiente, pode ser usado o estrume
23
Bot, Alexandra e Benetis José. A importância da matéria orgânica no solo: Chave para a
produção de alimentos resistentes à seca e sustentáveis. FAO: Boletim sobre Solos, Nº 80. Roma:
FAO, 2005.
24
Gestão da Fertilidade do Solo Agrodok 2.Wageningen: Fundação Agromisa, 2004.
47
verde e a intercultura. Para áreas mais secas, a cobertura com material
vegetal é a melhor alternativa.
Legumes: Aumentar Nutrientes no Solo





Uma vantagem de usar legumes como cultura de cobertura é que os legumes
adicionam nutrientes importantes de volta para o solo.
As plantas precisam de três ingredientes principais: Nitrogénio, fósforo e
potássio. Se alguma vez tiverem de comprador um saco de fertilizantes caro
vocês podem ver três letras no saco: N, P e K.
Isso significa nitrogénio (N), fósforo (P) e potássio (K).
Os legumes são um fertilizante natural.
Os legumes retiram o nitrogénio do ar e colocam-no no solo, tornando o solo
mais fértil.
1. Segure uma planta leguminosa.
2. Apente os nódulos nas raízes.




As pequenas bolas (nódulos) nas raízes retêm o nitrogénio.
O nitrogénio é um nutriente muito importante usado pelo milho e outras
culturas para crescerem e amadurecerem.
Quando a cultura leguminosa é colhida e os legumes são cortados ao nível do
chão, os nódulos libertam nitrogénio para as futuras culturas.
Se os legumes florirem e derem sementes, o nitrogénio foi absorvido para a
planta. O nitrogénio só existe usando a planta para cobertura feita de
matéria vegetal ou composto.
Cronometragem do Plantio



Planificar a colheita da cultura de cobertura e a principal cultura para que
futuramente possam usar o nitrogénio com sabedoria.
Plantar DEPOIS da principal cultura, a cultura de cobertura não disputa água
e nutrientes no solo.
O escalonamento do plantio é melhor para que o legume seja colhido
primeiro dando nitrogénio à planta que precisa de solos mais ricos (quer seja
a actual cultura ou a cultura da época seguinte).
Estrume Verde
 Quando a cultura de cobertura for lavrada depois da colheita (como uma
planta verde, não decomposta) isso é conhecido como estrume verde. O
estrume verde aumenta matéria orgânica no solo e melhora a fertilidade do
solo.
Fixação do Nitrogénio
 Se os camponeses nunca tiverem plantado feijões na machamba, a bactéria
necessária para acrescentar nitrogénio de volta para o solo pode não estar
presente.
48


A solução mais fácil é trazer alguma terra duma machamba onde já foi
plantado feijões anteriormente para a nova machamba onde estão a ser
produzidas culturas.
Para aprender mais, vejam a Lição Nº 8.
Actividade em Pequenos Grupos: Escolher a Cultura de Cobertura
1. Peça cada camponês para se juntarem em grupos com base na principal
cultura que eles estão a produzir. (Isto é, todos camponeses que tenham
plantado milho irão formar um grupo. Todos camponeses que tenham
plantado mandioca irão formar outro grupo. Se algum grupo tiver mais de 8
camponeses, eles devem divider-se em dois grupos menores.)
2. Cada grupo deve escolher uma ou duas culturas de cobertura que funciona
bem com a principal cultura que eles plantaram.
3. Cada grupo terá 20 minutos para debater e escolher duas culturas de
cobertura.
4. Considere as seguintes coisas:
o Escolher uma cultura de cobertura que é altamente benéfica (pode
ser vendida no mercado, usada como cobertura feita de matéria
vegetal, usada para alimentar os animais ou boa para ser consumida
com os alimentos da família).
o Escolher uma cultura que cresce rapidamente para ela proporcionar
sombra rapidamente e proteger a vossa principal cultura dos efeitos da
erosão.
o Escolher uma cultura que não irá competir com a principal cultura pelo
espaço ou luz do sol. (Se a vossa principal cultura for alta, escolham
uma cultura rastejante. Se a vossa principal cultura precisar de muita
água, não escolham uma cultura de cobertura que também precisa de
muita água). Se a vossa principal cultura precisa de muito sol, não
escolham uma cultura de cobertura que seja alta e ultrapasse a vossa
principal cultura.
o Escolher uma cultura onde as raízes não compitam com as da
principal cultura.
Se a principal cultura tiver raízes profundas,
escolham uma cultura de cobertura com raízes de pouca profundidade.
o A cultura de cobertura não deve atrair pestes ou doenças para a
principal cultura. Escolher culturas de diferentes famílias (grão com
um legume, etc.).
Nota: Por favor, acrescentem combinações apropriadas de culturas locais de
cobertura que complementem o milho, mandioca, amendoim ou outras culturas
abaixo que geralmente são produzidas em Moçambique. Isto servirá como
chave de resposta para o facilitador.
49
Informação Adicional para o Formador:
Profundidade da Planta
 Use a seguinte informação para ajudar os camponeses a compararem os
sistemas de raízes de diferentes plantas.
 Plantas com raízes pouco profundas: trevo da pradaria, feijão
 Plantas com raízes médias: batata, milho, trigo e amendoim
 Plantas com raízes muito profundas: planta de beterraba, girassol, alfalfa,
mapira e mandioca.


As culturas de cobertura serão plantadas entre cada linha da principal
cultura.
As culturas de cobertura não precisam de ser plantadas entre a principal
cultura e a vedação com arbustos. Essas linhas podem ser saltadas.
?
Quais são os benefícios de plantar em linhas?

As sementes plantadas de acordo com as medidas específicas são de melhor
qualidade que as sementes espalhadas ou amontoadas.
As sementes plantadas dessa maneira, permitem a circulação do ar entre as
plantas.
Se plantadas com o espaçamento apropriado, as semente não disputam água
ou alimentos.


?
Como é que o camponês deve preparar a terra para a cultura de cobertura?
Acrescente qualquer um dos seguintes pontos que os camponeses não
mencionarem:
 Revolver a terra, arar até a quebar a crosta (superfície dura) da terra, para
que as sementes possam brotar e crescer facilmente.
 Quebrar os grandes torrões de areia para que as sementes possam ser
plantadas uniformemente na superfície plana.
 Revolver a erva daninha para evitar que ela choque com as plantas.
Eis as medidas para as culturas de cobertura que nós debatemos:
Nota: Inclua as seguintes medidas para as culturas de cobertura mencionadas
na página 45:
 Espaçamento entre as plantas,
 A profundidade das sementes (se for diferente das abaixo)
 Espaçamento entre a principal cultura e a cultura de cobertura.
(por
exemplo, é apenas uma fila de legumes rastejantes, ou mais de uma fila
entre cada fila de milho?)
 As sementes devem ser plantadas a 5-7 centímetros de profundidade. Isto
significa que as sementes devem ser empurradas para o solo a uma
profundidade de aproximadamente o tamanho do dedo indicador.
50
Prática na Machamba: Plantar Culturas de Cobertura
1. Divida os camponeses em pequenos grupos.
2. Cada grupo vai preparar o solo numa ou mais linhas da principal cultura, ser
cuidadoso para não pisar ou prejudicar a principal cultura.
3. Cada grupo vai plantar a cultura de cobertura de acordo com as medidas
dadas, da mão e do pé.
4. Observe os camponeses e ajude a acompanhar os que não estiverem a fazer
a monda ou a plantar de acordo com as dimensões debatidas acima.
5. Responda as perguntas conforme necessário.
Sondar ─ 5 minutos
?
Vocês acreditam nas coisas que debatemos hoje? Acreditam que culturas de
cobertura travam a erosão e aumentam a humidade e matéria orgânica no
solo?
Peça aos camponeses/participantes para conversarem com a pessoa que estiver
sentada ao lado deles durante cinco minutos. Eles devem partilhar quaisquer
perguntas que tiverem acerca desta prática. Se eles não acreditam que culturas
de cobertura funcionam para conservar o solo e a água, eles devem partilhar
essas preocupações com a pessoa que estiver sentada ao lado. Juntos eles
devem procurar encontrar soluções para tais preocupações ou perguntas.
Informar ─ 15 minutos
Peça aos camponeses para partilharem as preocupações que não conseguiram
resolver com os seus parceiros. Discutam tais preocupações com todo grupo.
Trabalhem juntos para ultrapassar as dúvidas e receios deles. Encorage os que
não estiverem seguros de experimentar a prática.
Possíveis Preocupações:
 Nota: Por favor, acrescente quaisquer outras preocupações que devem ser
mencionadas e conselho sobre como o moderador pode responder.
 Alguns podem estar preocupados que as culturas de cobertura irão disputar
os alimentos e água no solo. Quando o camponês está a usar o seu
conhecimento acerca das necessidades de espaço, luz do sol e raízes de cada
planta, ele vai aumentar muito os rendimentos da sua cultura se acrescentar
uma cultura de cobertura. Se ele não plantar bem, a sua principal cultura
pode sofrer. Juntos, precisamos de partilhar a nossa própria experiência para
que como uma comunidade possamos aprender as melhores combinações de
culturas para esta região.
51
Prática e Acompanhamento ─30 minutos
Apenas para os Treinadores de Treinadores:
1. Pedir a cada participante para formar um par com a pessoa que estiver
sentada ao lado dele/a. Cada participante vai usar o plano de lição para
ensinar a 1ª metade do plano de lição ao seu parceiro. Os participantes
devem repetir a lição exactamente tal como a ouviram.
2. A pessoa que estiver a escutar deve fazer perguntas e simular que é um novo
participante/aluno.
3. O moderador deverá visitar cada par.
Ele/a deve escutar, fazer o
acompanhamento e corrigir os que precisam de ajuda ou tenham se
esquecido de partes importantes da lição.
4. Depois de dez minutos, peça aos pares para trocarem de papéis. O que
esteve a escutar agora passa a ensinar a outra metade da lição ao seu
parceiro.
5. Quando todos tiverem acabado de ensinar, responda as perguntas que os
formandos tiverem acerca da lição de hoje.
Debater os Compromissos em Pequenos Grupos ─ 15 minutos
?
Quais são as duas coisas que farão nos vossos grupos de responsabilidade?
1. Assumir um compromisso verbal de algo novo que irão fazer nas próximas
duas semanas com base nesta lição.
2. Cada camponês vai comunicar o compromisso que assumiu no último
encontro.
1. Escolha cinco camponeses. Peça-os para se levantarem e dizer à todo grupo
os compromissos que eles irão assumir hoje.
2. Se os camponeses quiserem ajuda, eis abaixo três exemplos:
 Comprometo-me a acrescentar trevo da pradaria como uma
cultura de cobertura para a minha machamba de mandioca.
 Comprometo-me a falar com o meu vizinho acerca da sua
cultura de cobertura para procurar saber como isso melhorou a
sua machamba.
 Comprometo-me a comprar sementes de plantas leguminosas
para plantar com os meus grãos.
3. Escolha outros cinco camponeses. Peça-os para se levantarem e partilhar
com todo grupo o compromisso que eles assumiram no último encontro e o
seu progresso nesse compromisso.
 Elogie os que respeitaram os seus compromissos. Encorage os
que não respeitaram os seus compromissos para continuarem a
tentar.
52
4. Diga aos camponeses para terem encontros nos seus grupos de
responsabilidade para que os outros camponeses possam partilhar os seus
compromissos e o progresso do compromisso assumido no último encontro.
5. O facilitador vai visitar cada grupo, ajudando os camponeses a assumirem
compromissos e ajudando o grupo a fazer o acompanhamento dos
compromissos anteriores assumidos pelo facilitador.
53
Lição Nº 6: Cobertura com Palha para Aumentar a
Produtividade das Culturas
Objectivos:
 Os camponeses serão capazes de definer a cobertura feita de matéria
vegetal: a prática de propagar materiais de plantas no solo bruto a volta da
principal cultura. A cobertura feita de matéria vegetal é uma alternativa para
as culturas de cobertura e é melhor para as épocas chuvosas curtas onde não
existe água suficiente para suportar as culturas de cobertura.
 Os camponeses serão capazes de identificar materiais de plantas que podem
ser usados como cobertura feita de matéria vegetal.
o Cortar a vedação com arbustos de capim
o Palha ou capim seco

Os camponeses vão aplicar a cobertura feita de matéria vegetal a volta
raízes da principal cultura alimentar e cobrir todo o solo exposto
machamba para protegé-lo do sol, chuva e vento.
o Aplicar uma camada uniforme de 5-10 cm de profundidade
materiais de plantas verdes ou materiais de plantas mortas
o Deixar um pequeno círculo de espaço (do raio duma mão) a volta
raízes da planta para evitar que as raízes apodreçam.
das
na
de
das

Os camponeses serão capazes de explicar o benefício de acrescentar
cobertura feita de matéria vegetal nas suas machambas:
o Aumenta matéria orgânica no solo
o Evita que as águas das chuvas provoquem erosão (erosão por borrifo)
o Evita a formação da crosta no solo
o Mantém o solo húmico e fresco
o Reduz as ervas daninhas

Os camponeses vão acreditar que eles devem ser produtivos e produzir em
abundância da terra que lhes foi dada (princípio de recompensa).
Materiais:
1. Experiência de cobertura feita de matéria vegetal:
a. Dois regadores ou latas velhas com pequenos furos no fundo e
água para encher as latas.
b. Duas garrafas grandes, baldes ou latas para apanhar água da pá
c. Duas pás
d. Duas mãos cheias de cobertura feita de matéria vegetal
2. Machamba para teste com solo bruto pronto para receber cobertura feita de
matéria vegetal.
3. Cortar o capim ou a vedação com arbustos que pode ser podada e usada
como cobertura feita de matéria vegetal.
54
Presenças e Identificação e Resolução de Problemas ─ 15 minutos
4. Preencha o registo de presenças dos que estiverem presentes, e de cada
formando que faz parte das machambas para instrução de grupos de
camponeses.
Resolução de Problemas: Só para os formadores que ensinam os outros nas
MIGCs:
5. Pergunte a cada formador acerca dos problemas que eles tiveram no seu
último encontro.
6. Ajude aos formadores a resolverem os problemas que eles mencionarem.
7. Agradeça a cada participante pelo seu trabalho e encorage-os a continuarem.
Perguntar: David com o Camponês Inteligente ─ 20 minutos
Conte a seguinte história – adapte conforme necessário para reflectir os hábitos
locais. Use a história e as perguntas de debate para conhecer as actuais crenças
e práticas dos camponeses relacionadas com a lição de hoje.
David acrescentou ervilhas à sua machamba de milho. Ele esperou algumas
semanas e as ervilhas brotaram e começaram a cobrir a terra. Contudo, havia
certos lugares na sua machamba onde as ervilhas não cresceram. O solo nessa
área está expostos à chuva, sol e erva daninha. A chuva provocou sulcos no
chão e arrastou o solo.
?
?
Como é David sabe que a terra corre perigo?
?
O que é que David deve fazer? O que é que vocês fariam?
Toda a machamba do David corre perrigo, ou apenas a zona exposta? Como
é que vocês sabem?
Encorage um debate. Permita que pelo menos cinco ou mais participantes
deiam uma opinião. Não corrija as “respostas erradas.” Permita que todos
deiam uma opinião. Este é o momento para você (o facilitador) saber o que é
que os participantes já sabem acerca other água conservation practices. Escute
as falsas crenças que precisam de ser corrigidas durante a lição.
Notas adicionais para o Treinador:
 Esperamos que os camponeses respondam às perguntas acima desta
maneira:
 David sabe que a terra corre perigo. O solo tem sulcos provocados pela
chuva. Ele pode ver que a chuva arrastou o solo. Ele pode ver que o solo
está em bruto.
 As culturas de cobertura protegem o outro solo da sua machamba. Só o solo
em bruto corre perigo.
55

Algumas formas de proteger a terra incluem: replantar a cultura de cobertura
ou acrescentar a cobertura feita de matéria vegetal. A cobertura feita de
matéria vegetal cobre o solo e evita que o calor e a chuva danifiquem o solo.
Partilhar: Acrescentar Cobertura Feita de Matéria Vegetal ─ 90
minutos
Demonstração: Arrastamento do Solo e Cobertura Feita de Matéria
Vegetal
1. Peça seis voluntários.
2. Deia uma pá à dois voluntários. Deia as latas ou garrafas à outros dois
voluntários.
3. Deia regadores aos últimos dois voluntários.
4. Peça aos dois voluntários para encherem a pá com lixo. Cada um deles deve
ter a mesma quantidade de solo. Assegure-se de acrescentar ou retirar o
solo para que ambas pás tenham a mesma quantidade de solo.
5. Os dois voluntários com latas devem acocorar-se no chão segurando as latas.
Segurar as garrafas ou latas com firmeza no chão para que elas não virem
com a pressão das pás.
6. Cada voluntário com a pá segura a pá num ângulo apoiando na beira duma
lata ou garrafa grande no chão.
7. Explique que as pás representam a parte inclinada da terra.
a. (Aponte para uma pá) Um
lado da terra está exposta ao
sol e à chuva. Ela não tem
capim
nem
culturas
a
crescerem nela.
b. (Aponte para outra pá) esta
parte da terra foi coberta
com
cobertura
feita
de
matéria vegetal. (Coloque 510 cm de palha ou capim
cortado numa camada fina
por cima do solo que está na
pá).
?
Quando iniciar a época chuvosa, que solo sofrerá maior escoamento?
Deixe que os participantes expliquem como é que eles acham que a água irá
afectar o solo.
56
8. Peça cada voluntário com lata de água para segurá-la no alto, no ar. Um
voluntário vai deitar água no solo com a sua lata. O outro voluntário vai
deitar água na cobertura feita de matéria vegetal com a sua lata. Encha os
regadores e peça cada um dos voluntários para deixar a água gotejar nas
pás.
9. Peça os voluntários que esviverem a segurar as latas para compararem a
quantidade de solo e água em cada lata.
?
?
?
A água tem a mesma cor ou é diferente em cada lata?
Quanto solo e água existe em cada lata?
Que solo foi protegido?
Explique:
 O solo sem cobertura foi arrastado e enlodou as águas.
 Uma grande porção de solo perdeu-se e foi arrastada.
 Mais água corre do solo bruto que da cobertura feita de matéria vegetal. A
cobertura feita de matéria vegetal ajuda a água a penetrar lentamente e a
afundar-se para o solo. A água corre rapidamente no solo em bruto.
?
Se toda esta quantidade de solo perdeu-se numa pá cheia de solo, quanto
solo se perde numa porção de terra limpa de cada vez que chove? (Perde-se
muito sempre que cove! É por isso que os camponeses precisam de
conhecer pelo menos duas ou três práticas para proteger o solo.)
Definição de Cobertura Feita de Matéria Vegetal
Explique:
 A cobertura feita de matéria vegetal é uma camada de matéria orgânica
colocada na superfície do solo. Ela acrescenta de volta para o solo alimentos
para as plantas.
 A cobertura feita de matéria vegetal cobre o solo e evita a perda de solo de
ser arrastada pela chuva e vento.
 A cobertura feita de matéria vegetal dá sombra ao solo para manté-lo fresco.
 A cobertura feita de matéria vegetal controla e erva daninha que compete
com a principal cultura por alimentos e água.
 A cobertura feita de matéria vegetal evita que a superfície do solo fique rija
(como uma crosta). A crosta impde que a água e nutrientes penetrem no
solo.
 A cobertura feita de matéria vegetal aumenta a produtividade da cultura.
?
Que outras práticas por nós debatidas têm benefícios similares? (culturas de
cobertura)
?
Quando é que um camponês deve usar a cobertura feita de matéria vegetal
em vez da cultura de cobertura?
57


?
A cobertura feita de matéria vegetal é melhor durante as épocas chuvosas
curtas. Quando a chuva escasseia e a principal cultura pecisa de grandes
quantidades de chuva, a cobertura feita de matéria vegetal pode ser usada
no lugar dela.
Se um camponês não tiver dinheiro para comprar sementes para a cultura de
cobertura, ele pode cortar a vedação com arbustos para ser usada como
cobertura feita de matéria vegetal.
Que plantas vivas fazem a melhor cobertura feita de matéria vegetal?
Opções para a Cobertura Feita de Matéria Vegetal
Capim Vetiver como Cobertura Feita de Matéria Vegetal
 O capim vetiver faz uma excelente cobertura feita de matéria vegetal.
 O forte cheiro a óleo nas folhas repele roedores e insectos e o gado.
 Quando o capim Vetiver atinge o seu pleno crescimento, as folhas podem ser
cortadas ao nível do chão durante a época seca e usadas como cobertura
feita de matéria vegetal.
 O capim vetiver pode atingir 3 metros de altura. Isso proporciona uma
grande quantidade de cobertura feita de matéria vegetal que pode ser usada
livremente durante todo o ano.
 O capim não vai para a semente, isso evita que capim “vadio” cresça a volta
da principal cultura.
Capim elefante como Cobertura Feita de Matéria Vegetal
 O capim elefante proporciona uma densa cobertura da terra.
 O capim elefante pode ser mais propenso à doenças e infestação por insectos
que o capim vetiver, mas continua a fazer uma boa cobertura feita de
matéria vegetal.
 O capim napier é muito rico em nutrientes chave necessários para a saúde do
solo (potássio, cálcio e magnésio) que se acrescenta de volta para o solo
quando é revolvido debaixo do solo depois da principal cultura ter sido
colhida.
Produtos de plantas
 Produtos de plantas vivas e não lenhosos tal como caules de milho, videiras e
capim podem ser usados como cobertura feita de matéria vegetal.
 Essa cobertura feita de matéria vegetal pode aumentar o número de insectos
e pestes prejuduciais.
 Esses produtos são melhor usados como cobertura do solo depois de ter sido
colhida a cultura.
 Esses produtos depois são trabalhados no solo para proporcionar nutrientes
para a cultura seguinte.
58
Cortar a Vedação com Arbustos
Explique a medida que vai demonstrando a prática de cortar a vedação com
arbustos.
1. Cortar o capim imediatamente acima do nível do chão. Cortar o capim não
vai afectar as raízes que ajudam a manter o solo no lugar.
2. O nível do corte depende da idade da planta. Para toda a vedação pequena
feita de plantas, deixem pelo menos o comprimento de uma mão de capim no
solo. Para uma vedação feita de plantas plenamente crescidas, o capim pode
ser cortado logo acima da coroa.
3. Deitar o capim cortado numa camada volumosa no topo do solo em bruto e a
volta dos caules da principal cultura.
4. Deixar um pequeno círculo de espaço (raio duma mão) a volta das raízes da
planta para evitar o apodrecimento da planta e térmites.
5. O capim não deve ter mais de 10 cm de espessura (1/2 mão). Se a
cobertura feita de matéria vegetal for muito volumosa, ela vai reter muita
água e pode provocar bolor e doenças para a planta.
6. Depois de colher a principal cultura e a cultura de cobertura, a cobertura feita
de matéria vegetal pode ser revolvida no solo para repor a matéria orgânica
no solo.
Informação Adicional para o Formador:
Cobertura Vetiver Feita de Matéria Vegetal
 O capim vetiver, cobertura feita de matéria vegetal melhora a textura do solo
e conteúdo de carbono (C), um nutriente necessário para se ter um solo
saudável.
 Onde foram usadas folhas Vetiver como cobertura feita de matéria vegetal
em pomares adjacentes de culturas (Província de Jiangxi, China) houve
aumentos notáveis na matéria orgânica para o solo (de 0.04% para 1.8% em
dois anos, mais um aumento significativo em Nitrogénio, fósforo e potássio e
outros elementos menores).25
Fogo
 A cobertura com material vegetal de capim seco pode aumentar a
possibilidade de a machamba pegar fogo se a machamba estiver num local
onde as queimadas descontroladas são frequentes. A cobertura feita de
matéria vegetal pode ser revolvida no solo ou podem ser feitos atalhos de
fogo a volta da machamba para evitar a destruição da cultura.
Controlo da erva daninha
25
2Ding Guan Min. Bureau de Conservação do solo e da água, Província de Fujian, China. in The Vetiver
Network
Newsletter, No. 18. Dezembro de 1997. Disponível em: http://www.vetiver.com
59

O capim elefante é usado como cobertura feita de matéria vegetal na África
Oriental onde é necessária uma cobertura feita de matéria vegetal de 25-cm
de profundidade para o bom controlo da erva daninha.26
Prática na Machamba: Cortar a Vedação com Arbustos para a
Cobertura Feita de Matéria Vegetal
1. Divida os camponeses em pequenos grupos.
2. Cada grupo vai cortar porções de vedação com arbustos de acordo com a
medida acima concordada.
3. Os camponeses devem ser cuidadosos para não pisar ou prejudicar a
principal cultura ou cultura de cobertura.
4. Cada grupo vai estender a cobertura feita de matéria vegetal no solo em
bruto numa determinada machamba.
5. Observe os camponeses e ajude a acompanhar os que não cortam o capim
nos locais apropriados ou colocam uma camada muito fina ou muito grossa
de cobertura feita de matéria vegetal.
6. Usando o seu dedo e mão, meça a profundidade da cobertura feita de
matéria vegetal em cada linha para assegurar-se que é adequada.
7. Responda as perguntas conforme necessário.
Sondar ─ 5 minutos
Volte a reunir todos os participantes para a última parte da sessão.
?
Acreditam que cobertura feita de matéria vegetal vai aumentar a
produtividade da cultura? Existe algo que pode impedir-vos de acrescentar
cobertura feita de matéria vegetal na vossa machamba?
Peça aos camponeses/participantes para conversarem com a pessoa que estiver
sentada ao lado deles durante cinco minutos. Eles devem partilhar quaisquer
perguntas que tiverem acerca desta prática.
Juntos eles devem procurar
encontrar soluções para tais preocupações ou perguntas.
Informar ─ 15 minutos
Peça aos camponeses para partilharem as preocupações que não conseguiram
resolver com os seus parceiros. Discutam tais preocupações com todo grupo.
26
Nishimoto, R.K. 1994. Controlo da erva daninha em plantações de café. In: R. Labrada, J.C.
Caseley, e C.
Parker, eds. Gestão da erva daninha para países em desenvolvimento. FAO: Produção e Protecção
da Planta
Paper 120. FAO. Roma. p. 354-359.
60
Trabalhem juntos para ultrapassar as dúvidas e receios deles. Encorage os que
não estiverem seguros de experimentar a prática
Possíveis preocupações:
 Nota: Por favor acrescentem quaisquer preocupações que podem ser
mencionadas e conselho sobre como o facilitador deve responder.
Prática e Acompanhamento ─30 minutos
Apenas para os Treinadores de Treinadores:
1. Pedir a cada participante para formar um par com a pessoa que estiver
sentada ao lado dele/a. Cada participante vai usar o plano de lição para
ensinar a 1ª metade do plano de lição ao seu parceiro. Os participantes
devem repetir a lição exactamente tal como a ouviram.
2. A pessoa que estiver a escutar deve fazer perguntas e simular que é um novo
participante/aluno.
3. O moderador deverá visitar cada par.
Ele/a deve escutar, fazer o
acompanhamento e corrigir os que precisam de ajuda ou tenham se
esquecido de partes importantes da lição.
4. Depois de dez minutos, peça aos pares para trocarem de papéis. O que
esteve a escutar agora passa a ensinar a outra metade da lição ao seu
parceiro.
5. Quando todos tiverem acabado de ensinar, responda as perguntas que os
formandos tiverem acerca da lição de hoje.
Debater os Compromissos em Pequenos Grupos ─ 15 minutos
6. Escolha cinco camponeses aleatoriamente. Peça-os para se levantarem e
dizer à todo grupo os compromissos que eles irão assumir hoje.
7. Se os camponeses quiserem ajuda, eis abaixo três exemplos:
 Comprometo-me a cortar capim para usá-lo como cobertura
feita de matéria vegetal para a minha machamba de mandioca.
 Comprometo-me a procurar o solo descoberto e acrescentar
cobertura feita de matéria vegetal nessas áreas.
 Comprometo-me a falar com o meu vizinho acerca da
importância da cobertura feita de matéria vegetal.
8. Escolha outros cinco camponeses. Peça-os para se levantarem e partilhar
com todo grupo o compromisso que eles assumiram no último encontro e o
seu progresso nesse compromisso.
 Elogie os que respeitaram os seus compromissos. Encorage os
que não respeitaram os seus compromissos para continuarem a
tentar.
61
9. Diga aos camponeses para terem encontros nos seus grupos de
responsabilidade para que os outros camponeses possam partilhar os seus
compromissos e o progresso do compromisso assumido no último encontro.
10.O facilitador vai visitar cada grupo, ajudando os camponeses a assumirem
compromissos e ajudando o grupo a fazer o acompanhamento dos
compromissos anteriores assumidos pelo facilitador.
62
Lição Nº 7: Adubar para Aumentar a Matéria Orgânica
Objectivos:
 Os camponeses vão escolher um canteiro de três metros (3 metros X 3
metros), bem drenado, debaixo duma árvore ou duma cobertura protectora
perto da sua machamba para a pilha de composto.
o O canteiro deve ter sombra e estar protegido do vento para manter a
humidade do composto.
o O canteiro deve estar perto duma fonte de água para facilitar os
camponeses regarem o composto.

No final da colheita, os camponeses irão juntar os resíduos de plantas da
machamba e fazer uma cova de composto nas seguintes camadas:
o Na base da pilha (10 cm ou comprimento de meia mão) uma camada
de substâncias lenhosas (galhos, rebentos de cana, caules de cana).
As substâncias lenhosas volumosas permitem que o ar circule por
baixo da pilha.
o Acrescentar 10 cm de materiais castanhos no topo da base. Os
materiais castanhos incluem: resíduos de culturas secas que já não
sejam verdes, papel ou capim seco.
o Uma camada de 2 cm de materiais verdes. Os materiais verdes
incluem: materiais frescos, húmidos tais como folhas verdes ou aparas
de capim verde, resíduos de frutas e de vegetais, cascas de ovo,
resíduos de café ou chá e estrume fresco de animais (fezes de vaca,
cabrito ou outro gado).
o Uma camada fina, húmida de solo da camada superior da terra (por
exemplo a camada superior de solo por baixo duma árvore. À isto
acrescentam-se insectos vivos e pequenos organismos vivos (tão
pequenos que não é possível ver a olho nú).
o Continue a acrescentar uma camada de materiais castanhos, materiais
verdes e solo à pilha até ela atingir 1.5-2 metros de altura.

Os camponeses vão deitar água na pilha duas vezes por dia durante a época
seca. A pilha deve ser sentida como um tecido que foi encharcado com
excesso de água e expremido. Se a pilha estiver a gotejar, ela está muito
molhada.
Os camponeses irão revolver a pilha de 2 em 3 semanas. A pilha é
desarranjada e arrumada novamente.
As camadas são misturadas e
empilhadas outra vez perto da primeira pilha.
o A base da pilha é a camada de substâncias lenhosas volumosas que
não se decompôs.
o A seguir acrescente materiais de plantas secas e pouco decompostos
no meio da pilha. Estes são os materiais fulcrais (centrais).
o Acrescente água à esses materiais do núcleo.
o Depois use o resto do material para cobrir os materiais do núcleo.



Os camponeses irão continuar a deitar água, revirar e testar a temperatura
da pilha até o solo se tornar numa massa preta/escura.
Os camponeses irão acrescentar composto orgânico nas covas das sementes,
misturá-lo com o solo à superfície ou espalhá-lo uniformemente no topo da
machamba em áreas onde o solo tenha sido empobrecido.
63

Os camponeses vão acreditar que eles devem ser produtivos e produzir em
abundância da terra que lhes foi dada (princípio de recompensa).
Materiais:
1. Registo de Presenças
2. Materiais para a demonstração:
 Duas amostras de solo:
 Uma amostra de solo rico escuro tirado do fundo da pilha do
composto.
 Uma amostra de solo “pobre” tirado duma machamba onde não
existe água ou onde não foram usadas práticas de conservação
do solo.
3. Materiais para a prática na machamba:
 Uma machamba pronta para a construção duma cova para o
composto.
 Ou uma machamba pronta para plantar onde pode ser
acrescentado composto.
Presenças e Identificação e Resolução de Problemas ─ 15 minutos
1. Preencha o registo de presenças dos que estiverem presentes, e de cada
formando que faz parte das machambas para instrução de grupos de
camponeses.
Resolução de Problemas: Só para os formadores que ensinam os outros nas
MIGCs:
2. Pergunte a cada formador acerca dos problemas que eles tiveram no seu
último encontro.
3. Ajude aos formadores a resolverem os problemas que eles mencionarem.
4. Agradeça a cada participante pelo seu trabalho e encorage-os a continuarem.
Perguntar: Falta Algo na Machamba do David ─ 20 minutos
Conte a seguinte história – adapte conforme necessário para reflectir os hábitos
locais. Use a história e as perguntas de debate para conhecer as actuais crenças
e práticas dos camponeses relacionadas com a lição de hoje.
David desloca-se com o camponês sábio para a periferia da aldeia, para uma
grande floresta. A floresta está cheia de árvores frondosas. Ele inclina-se e
cava no solo. O solo é escuro e húmido. Não é muito arenoso. Não contém
muita argila. É fértil, húmido e escuro. Ele perguntou ao camponês sábio,
“Porquê este solo é mais saudável que o solo da minha machamba?”
O camponês sábio disse à David. “As plantas e animais mortos ajudam a
fertilizá-lo e a acrescentar nutrientes de volta para o solo. As folhas, ramos
64
secos e ossos caem para o solo da floresta. Eles apodrecem e lentamente
libertam nutrientes para o solo. Os mesmos nutrientes são os nutrientes
encontrados nos sacos caros de fertilizantes. Se usassemos os recursos que
Deus projectou na natureza, não haviamos de precisar de fertilizante caros.”
?
Como é que o solo da floresta se compara com o solo da machamba do
David? Porquê?
?
Como é que o David pode proporcionar estes mesmos “fertilizantes naturais”
para a sua machamba?
?
Como é que vocês fertilizam a vossa terra?
Encorage um debate. Não corrija as “respostas erradas.” Permita que todos
deiam uma opinião. Este é o momento para você (o facilitador) saber o que é
que os participantes já sabem acerca composting and natural fertilizantes.
Escute as falsas crenças que precisam de ser corrigidas durante a lição.
Partilhar: Preparação do Composto ─ 90 minutos
Actividade: Comparando Solos
1. Mostre as duas amostras de solo (uma amostra de solo rico em composto,
uma amostra de solo pobre em composto, uma amostra de solo duma
machamba recentemente queimada).
2. Peça aos camponeses para examinar os diferentes solos durante alguns
minutos.
?
?
?
Que solo parece ter mais matéria orgânica (organismos vivos e mortos)?
Que solo deve produzir culturas mais robustas? Porquê?
Que solo se parece com o das vossas machambas? Porquê?
Explique:
Solo Nº 1 – Solo Pobre
 Este solo foi danificado pelo sol, vento e chuva. O camponês não usa
nenhuma prática de conservação do solo e água: vedação com arbustos,
culturas de cobertura ou cobertura com material vegetal.
 O solo tem muito pouca matéria orgânica. Ele não retém muita água.
 Os nutrientes foram arrastados.
 Ele produz culturas pequenas.
Solo Nº 2 – Machamba Queimada
 O segundo solo é duma machamba queimada. O solo não tem organismos
vivos. Toda matéria viva foi morta pelo fogo.
 As cinzas dos resíduos são ricas em dois nutrientes: potássio e cálcio.
Todavia, o solo é muito fino e macio e muitos desses nutrientes serão
65
rapidamente arrastados pelo vento e chuva.
uma cultura/época apenas.
Os nutrientes vão servir para
Solo Nº 3 – Solo com Composto
 Este solo está cheio de nutrientes como o solo da floresta.
 O solo é fertilizado naturalmente pelas folhas, resíduos de culturas, ramos
mortos e capim.
 Este solo tem a maior quantidade de matéria orgânica. Ele retém uma
grande quantidade de água.
 Ele irá produzir culturas grandes durante muitos anos.
Resumo: O último solo tem a maior quantidade de nutrientes e matéria
orgânica comparado com os outros solos. Ele também retém melhor a água que
os outros solos. Este solo é feito de composto, resíduos reciclados de plantas
velhas, capim e outros desperdícios da machamba do camponês.
?
Algum de vocês jé preparou um composto antes? Quais são as vantagens de
usar o composto?
Acrescente qualquer dos seguintes pontos que não tenham sido mencionadas:
 Ele não custa dinheiro e pode ser feito com coisas que existem na vossa
machamba.
 O composto aumenta a absorção da água e matéria orgânica no solo.
 O composto melhora a qualidade da cultura e aumenta os rendimentos.
Preparando o Acima - Pilha de Composto no Chão
Quando inicar a pilha:
 Construir a pilha depois da colheita para que tenha resíduos suficientes de
plantas.
 A pilha deve ser construida rapidamente em 7 dias.
 Construir a pilha pelo menos três meses antes da época de plantio seguinte
para que o novo composto seja usado para o plantio.
 Preparar a pilha quando não estiverem muito ocupados a trabalhar a terra.
Preparar o composto exige um tempo extra.
O camponês precisa de
dispensar um tempo extra todas semanas para cuidar da pilha.
Onde construir a pilha:
 Escolher uma área de 3 metros X 3 metros.
 Perto da machamba ou canteiro. Isso facilita o camponês levar os resíduos
de culturas e cuidar do composto quando estiver a voltar da machamba.
 Numa porção de terra bem drenada ou encosta para que o composto não
fique muito molhado.
 Num lugar com sombra (debaixo duma árvore frondosa ou debaixo dum
telhado de colmo) para que o composto não seque com o sol.
 Perto duma fonte de água para que o camponês possa “regar” facilmente a
pilha.
66

Longe de locais onde os homens e animais dormem e longe de áreas de
repouso. A pilha pode atrair
roedores e pestes.
O que acrescentar à pilha:
 Na base da pilha coloquem uma
camada
volumosa
de
substâncias lenhosas (galhos,
rebentos de cana, caules de
cana).27
 Esses
materiais
volumosos,
lenhosos vão permitir que o ar
circule debaixo da pilha.
 Acrescentar 10 cm de materiais
castanhos ou resíduos de
culturas velhas secas numa
camada plana.
o Os materiais castanhos incluem resíduos de culturas, palha, e caules
secos e capim Vetiver ou Napier velho (pode ser usada a velha
cobertura feita de matéria vegetal deixada na machamba como
resíduos secos de culturas).
o Lançar salpicos de água por cima dos materiais até terem um aspecto
húmido.

Acrescentar 2cm de materiais verdes ou produtos de plantas frescas,
húmidas.
o Os materiais verdes incluem folhas verdes, capim cortado ao fresco,
cortar uma vedação com arbustos, cascas de fruta e vegetais, cascas
de ovo, resíduos de café ou chá.
o Os materiais verdes também incluem estrume de animais (fezes de
vaca, cabrito ou outro gado) ou animais mortos.
o Lançar salpicos de água por cima dos materiais verdes até terem um
aspecto húmido.

Acrescentar uma camada fina de solo do topo do solo.
o Procurar um solo saudável que não tenha muita argila ou areia.
o O solo retém a humidade e reduz o odor e moscas.
o O solo acrescenta insectos vivos e organismos pequenos (tão pequenos
que não é possível ver a olho nú). Esses organismos vivos ajudam o
composto a fragmentar-se.
o Salpicar água no topo da camada do solo até ele parecer húmido.
o Repetir as camadas de materiais castanhos e solo até a pilha atingir
pelo menos 1.5 à 2 metros de altura. Aacrescentar água em cada
camada.

Durante a época seca, faça a camada superior lisa. Durante a época
chuvosa, faça a camada superior arredondada para que o excesso de água
escorra da pilha.
27
Fonte da Ilustração: Aboli, Albert and Scully, John. Preparação do composto para pequenos
camponeses: Como fazer fertilizantes a partir de disperdícios orgânicos (FSDA- UNEP), Nairobi,
1993.
Disponível
em:
http://www.agripinoy.net/how-to-make-organic-fertilizer.html
67

Para ajudar o ar a chegar nas camadas, levem uma estaca longa e
empurrem-na na profundidade da pilha debaixo da segunda camada da
matéria.
Revolvam a estaca para que haja espaço a volta da estaca
permintindo dessa forma que o ar entre na pilha.
?
Que coisas NÃO devem ser acrescentadas à pilha do composto?
Acrescente qualquer um dos seguintes pontos que os camponeses não
mencionarem:
 Plástico, metal ou vidro.
 As plantas que envenenam as pessoas ou outras plantas, como a mamona,
folhas de acácia e de eucalípto não são bons fertilizantes.
 Plantas que tenham sido pulverizadas com substâncias químicas perigosas ou
fertilizantes.
 Resíduos de plantas doentes ou infestadas com insectos. Os ovos de pestes
podem não morrer no processo de formação do composto.
 Não acrescentem fezes de cães e gatos. Acrescentem apenas fezes de
animais herbívoros.
 Cinzas de carvão. Estas cinzas reduzem o ar na pilha e reduzem a velocidade
do processo de formação do composto.
Cuidados a ter com a Pilha de Composto
Por forma a que os materiais se dividam rapidamente, o camponês deve
observar três coisas na pilha:
1. Humidade
2. Ar
3. Temperatura
Humidade:
 A pilha do composto deve ter um aspecto húmido, como roupa que tenha
sido enxugada.
 Se a pilha estiver muito molhada, ela vai apodrecer. Se a pilha estiver muito
seca, os materiais não irão fragmentar-se.
 Durante a época seca, devem deitar água à pilha todas as manhãs e no final
da tarde. Cobrir a pilha com plástico ou construir um telhado de colmo por
cima da pilha para manté-la húmida.
 Quando a pilha tiver um aspecto muito molhado, misturem mais materiais
castanhos secos na pilha.

Ar:
 A pilha precisa de ar para se decompor. Revolvam a pilha de 2 em 3
semanas.
 Façam uma pilha nova perto da antiga reciclando os materiais.
 Coloquem substâncias lenhosas volumosas que não tenham apodrecido no
fundo da pilha.
68




A seguir acrescentem materiais de plantas secos e pouco decompostos no
meio da pilha. Estes são os materiais nucleares.
Acrescentem água à esses materiais.
Usem o resto dos materiais da pilha velha para cobrir os materiais nucleares.
Empurrem a estaca de ar para o centro da pilha. Revolvam para permitir que
se formem pequenas bolsas de ar.
Temperatura:




A pilha do composto vai aquecer e fermentar a medida que os materiais se
fragmentam.
Testem a temperatura da pilha, cinco dias depois de revolver a pilha.
o Para testar a temperatura da pilha, removam a estaca da pilha. Façam
um novo buraco no meio da pilha. Deixem a estaca durante pelo
menos 10 minutos.
o Removam a estaca. Ela deve ter um estado muito quente em contacto
com a vossa pele (mais quente que a temperatura do vosso corpo).
Se a pilha não estiver quente, os materiais não estão a decompor-se.
Assegurem-se que existe água e ar suficiente chegando na pilha.
Nas fases finais de decomposição, a temperatura da pilha vai baixar.
O solo estará pronto se tiver um aspecto quebradiço, se tiver um cheiro
adocicado e tiver a aparência dum solo castanho/preto saudável.
Informação Adicional para o Formador:
Níveis de Nutrientes
 Dum modo geral, a matéria verde decompõe-se com mais rapidez e contém
baixos níveis de carbono e altos níveis de nitrogénio.
 A matéria castanha (materiais de plantas rijas, mortas) decompõem-se
lentamente. Ela contém grandes quantidades de carbono e baixos níveis de
nitrogénio.
 Muito pouco nitrogénio significa que o processo de composição será lento;
muita matéria castanha e cobertura feita de matéria vegetal tornar-se-á
ácida e malcheirosa.28
Composto na Época Seca
 Quando se estiver a preparar um composto em áreas secas ou durante a
época seca, a pilha pode ser iniciada num buraco que tenha 60-70 cm de
profundidade para manter os materiais húmidos.
Ar
 Caso não haja ar suficiente na pilha os pequenos organismos não irão
sobreviver. Os pequenos organismos usam oxigénio e libertam dióxido de
carbono. O dióxido de carbono precisa de ser libertado da pilha mudando-o
regularmente.
28
Nickel, Madeleine, De Smet, Peter, Tersmette, Tim, Veldkamp, Tom. Preparação e uso do
composto.
Agrodok
8.Wageningen:
Fundação
Agromisa,
2005.
Disponível
em:
http://www.agromisa.org/agrodoks/Agromisa-AD-8-E.pdf
69
Resolução de Problemas – Pilhas de Composto
Pergunte aos camponeses quem já preparou um composto:
?
?
Que problemas tiveram ao preparar um composto?
Como foi que vocês resolveram o problema?
Acrescente qualquer um dos seguintes pontos que os camponeses não tenham
mencionado:
 A pilha cheira a ovos podres:
o Muita humidade e sem ar suficiente.
o Revolvam a pilha com maior regularidade. Acrescentem mais buracos
abertos com estacas.
o Acrescentem mais materiais castanhos. Se estiverem a preparar o
composto durante a época chuvosa, cubram a pilha para evitarem
muita mais humidade das chuvas.

Se a pilha não estiver a decompor-se (muito lento):
o Falta de humidade e falta de nitrogénio.
o Acrescentem água conforme necessário. Acrescentem materiais com
alto teor de nitrogénio como cascas de alimentos.
o A cinza de madeira e a rocha de fosfato irão catalizar o processo.

Se a pilha não aquece:
o Tem muita ou pouca água. Revolvam a pilha com uma pá.
o Se necessário, acrescentem água.


Se o composto tiver formigas, acrescentem água.
Se atrair moscas, aacrescentem mais solo.
Informação Adicional para o Formador:
Pluviosidade e Preparação do Composto
 Em áreas com fortes quedas de chuva, quando a cobertura feita de matéria
vegetal e estrume verde são usados com a principal cultura, o composto não
é necessário. A decomposição ocorre rapidamente na machamba e os
resíduos podem ser arados para baixo da terra para a época seguinte.29
 A preparação do composto é melhor para as regiões secas onde os resíduos
de culturas decompõem-se muito lentamente na machamba. Nesta situação
a preparação do composto proporciona maiores rendimentos para o
camponês.
 O composto também dá melhores resultados que os fertilizantes químicos. O
composto contém mais nutrientes. O composto aumenta a capacidade do
solo de reter a água e melhora a estrutura do solo.
29
Gestão da Fertilidade do Solo. Agrodok 2.Wageningen: Fundação Agromisa, 2004.
Disponível em: http://www.agromisa.org/agrodoks/Agromisa-AD-2-E.pdf
70
Aplicação do Composto na Machamba
Pergunte aos camponeses quem tem alguma experiência na preparação do
composto:
?
Como é que aplicam o composto que vocês preparam?
Acrescente qualquer um dos seguintes pontos que os camponeses não tenham
mencionado.
 Misturem uma mão cheia de composto com solo nas covas de plantação
quando estiverem a plantar as sementes.
 Acrescentem uma pá cheia de composto no fundo das covas de plantação
antes de plantar árvores de frutas.
 Espalhem uma camada de composto no topo do vosso solo antes de revolvélo para o plantio.
 Enquanto as plantas estiverem a crescer, façam um círculo de composto a
volta do caule da planta.
o Para as árvores, façam um círculo onde a beira da sombra da árvore
cai ao meio do dia. Cubram com pouco solo. Isso irá alimentar a planta
lentamente a medida que a água leva os nutrientes para as raízes.
Prática na Machamba: Preparação do Composto
1. Divida os camponeses em pequenos grupos.
2. Cada grupo deve trabalhar numa das seguintes actividades (escolha a
actividade que se ajusta no actual ciclo de plantio).
3. Junte e prepare a pilha do composto:
 Remova os resíduos de culturas da machamba e agrupe-os em
três pilhas (materiais volumosos de madeira, materiais verdes e
materiais castanhos).
 Os camponeses irão juntar o estrume de gado e solo fértil da
superfície para usarem para a pilha do composto.
 Os camponeses irão cortar a vedação feita de plantas para
proporcionarem materiais necessários para a pilha do composto.
4. Visitem as pilhas do composto pertencentes a vários camponeses.
 Testem a temperatura das pilhas.
 Revolvam as pilhas juntas.
 Analisem a quantidade de humidade na pilha.
 Debatam os resíduos de culturas usados para preparar a pilha.
5. Usem o composto para encher as covas enquanto plantam a nova cultura.
71
Sondar ─ 5 minutos
?
Vocês acreditam nas coisas que debatemos hoje? Acreditam que podem criar
uma pilha de composto para aumentar a produtividade da cultura na vossa
machamba?
Peça aos camponeses/participantes para conversarem com a pessoa que estiver
sentada ao lado deles durante cinco minutos. Eles devem partilhar quaisquer
perguntas que tiverem acerca desta prática ou os benefícios da prática. Se eles
pensam que preparar um composto requer muito trabalho ou se tiverem outras
preocupações, eles devem partilhar essas preocupações com a pessoa que
estiver sentada ao lado. Juntos eles devem tentar encontrar as soluções.
Informar ─ 15 minutos
Peça aos camponeses para partilharem as preocupações que não conseguiram
resolver com os seus parceiros. Discutam tais preocupações com todo grupo.
Trabalhem juntos para ajudar os camponeses a superarem as suas dúvidas e
receios acerca da prática.
Possíveis preocupações:
5. Nota: Por favor, acrescente quaisquer outras preocupações que devem ser
mencionadas e conselho sobre como o moderador pode responder.
Prática e Acompanhamento ─ 30 minutos
Apenas para os Treinadores de Treinadores:
1. Pedir a cada participante para formar um par com a pessoa que estiver
sentada ao lado dele/a. Cada participante vai usar o plano de lição para
ensinar a 1ª metade do plano de lição ao seu parceiro. Os participantes
devem repetir a lição exactamente tal como a ouviram.
3. A pessoa que estiver a escutar deve fazer perguntas e simular que é um novo
participante/aluno.
4. O moderador deverá visitar cada par.
Ele/a deve escutar, fazer o
acompanhamento e corrigir os que precisam de ajuda ou tenham se
esquecido de partes importantes da lição.
5. Depois de dez minutos, peça aos pares para trocarem de papéis. O que
esteve a escutar agora passa a ensinar a outra metade da lição ao seu
parceiro.
6. Quando todos tiverem acabado de ensinar, responda as perguntas que os
formandos tiverem acerca da lição de hoje.
72
Debater os Compromissos em Pequenos Grupos ─ 15 minutos
2. Escolha cinco camponeses. Peça-os para se levantarem e dizer à todo grupo
os compromissos que eles irão assumir hoje.
3. Se os camponeses quiserem ajuda, eis abaixo três exemplos:
 Comprometo-me a abrir uma cova para o composto perto da
minha machamba.
 Comprometo-me a fazer o composto em vez de queimar os
resíduos de plantas na machamba.
 Comprometo-me a regar a minha pilha do composto diariamente
e a revolvé-la de duas em duas ou de três em três semanas.
4. Escolha outros cinco camponeses. Peça-os para se levantarem e partilhar
com todo grupo o compromisso que eles assumiram no último encontro e o
seu progresso nesse compromisso.
 Elogie os que respeitaram os seus compromissos. Encorage os
que não respeitaram os seus compromissos para continuarem a
tentar.
5. Diga aos camponeses para terem encontros nos seus grupos de
responsabilidade para que os outros camponeses possam partilhar os seus
compromissos e o progresso do compromisso assumido no último encontro.
6. O facilitador vai visitar cada grupo, ajudando os camponeses a assumirem
compromissos e ajudando o grupo a fazer o acompanhamento dos
compromissos anteriores assumidos pelo facilitador.
73
Lição Nº 8: Intercultura para Futuras Épocas de Plantio
Objectivos:
 Os camponeses irão fazer a intercultura: plantar duas ou mais culturas juntas
para aumentar a fertilidade do solo e o rendimento das culturas. Diferentes
tipos de culturas usam diferentes tipos de nutrientes no solo. Usar duas
culturas de diferentes famílias, ajuda a reabastecer o solo. A machamba em
que se planta a mesma cultura por ano é menos fértil que a machamba em
que se plantam diferentes culturas (ou se faz a rotação de culturas) por ano.
 Os camponeses irão identificar plantas apropriadas para fazer a intercultura.
As plantas seleccionadas irão formar diferentes variedades de plantas e não
irão disputar o sol, nutrientes ou água: as plantas altas emparelhadas com as
plantas baixinhas, plantas com raízes profundas emparelhadas com plantas
com raízes pouco profundas, plantas de ciclo curto com plantas de ciclo
longo.
 Os camponeses serão capazes de explicar aos outros as vantagens da
intercultura:
o As machambas com intercultura protegem o solo dos danos da chuva,
vento e sol. O solo fica com sombra e coberto durante toda a época de
crescimento.
o O solo protegido retém mais nutrientes para as plantas.
o A intercultura aumenta a variedade da de alimentos família
melhorando o estado nutricional e de saúde da família.
o A intercultura dá ao camponês a possibilidade de levar duas culturas
para o mercado.
o A intercultura pode reduzir as pestes e doenças.
o A intercultura proporciona uma variedade de produtos de plantas para
a cobertura com material vegetal pós colheita.


Os camponeses vão acreditar que produzir mais de uma cultura para os
alimentos da família vai proporcionar melhor saúde e nutrição para a família.
Os camponeses vão acreditar que eles devem ser produtivos e produzir em
abundância da terra que lhes foi dada (princípio de recompensa).
Materiais:
1. Registo de Presenças
2. Materiais necessários para a prática na machamba:
 Enxadas e catanas para limpeza ou sementeira.
 Estrutura “A” para fazer curvas de nível se a machamba ainda
não estiver marcada
 Sementes para plantas em intercultura
Presenças e Identificação e Resolução de Problemas ─ 15 minutos
3. Preencha o registo de presenças dos que estiverem presentes, e de cada
formando que faz parte das machambas para instrução de grupos de
camponeses.
74
Resolução de Problemas: Só para os formadores que ensinam os outros nas
MIGCs:
4. Pergunte a cada formador acerca dos problemas que eles tiveram no seu
último encontro.
5. Ajude aos formadores a resolverem os problemas que eles mencionarem.
6. Agradeça a cada participante pelo seu trabalho e encorage-os a continuarem.
Perguntar ─ 20 minutos
Conte a seguinte história – adapte conforme necessário para reflectir os hábitos
locais. Use a história e as perguntas de debate para conhecer as actuais crenças
e práticas dos camponeses relacionadas com a lição de hoje.
O milho da machamba do David começou a amadurecer. Ele está muito
orgulhoso do trabalho que fez. Ele passeia pela machamba do camponês sábio e
olha para a sua machamba. Ele nota que o camponês sábio continua a ter
plantas maiores e mais férties. De facto, o camponês sábio tem muitas culturas
diferentes plantadas na sua machamba. Ele não tem apenas linhas de milho
mas também tem linhas de ervilhas.
O camponês sábio viu o David e foi falar com ele. “Aprendi da natureza”, disse o
homem sábio.
“Na natureza, muitas plantas diferentes crescem juntas,
partilham juntas o sol, solo e a terra. Eu planto as minhas culturas para se
ajudarem umas as outras. As ervilhas acrescentam nutrientes para o solo para
alimentarem o milho. Juntas, as minhas plantas ajudam-se umas às outras a
melhorar a fertilidade do solo.”
?
?
?
O que foi que David viu na machamba do camponês sábio?
Porque foi que o camponês sábio plantou tais culturas juntas?
Algumas vez plantaram duas ou três culturas juntas? Porquê ou porquê não?
Encorage um debate. Não corrija as “respostas erradas.” Permita que todos
deiam uma opinião. Este é o momento para você (o facilitador) saber o que é
que os participantes já sabem acerca intercultura. Escute as falsas crenças que
precisam de ser corrigidas durante a lição.
Partilhar: Intercultura ─ 90 minutos
Definição e Benefícios da Intercultura
O camponês sábio fez intercultura.
 Ele produz duas ou mais culturas na mesma machamba.
75

A intercultura trás muitos benefícios para o solo, rendimentos da cultura para
o camponês e para a sua família.
Solo Mais Saudável:
 Ter muitas culturas na machamba reduz os danos causados pela chuva,
vento e sol.
 O solo é retido pelas raízes das plantas.
 O solo fica com sombra se tiver muitas plantas. Ele fica protegido de muita
radiação solar.
 O solo mantém-se húmido o que aumenta a matéria viva e em decomposição
no solo.
 As machambas com interculturas têm menos ervas daninhas e exigem menos
cuidados que as machambas com apenas uma cultura.
 As machambas com interculturas quando aradas para o solo proporcionam
mais nutrientes para o solo que as machambas com apenas uma cultura.
Aumento de Rendimentos:
 O camponês com mais de uma cultura na machamba tem um solo mais
saudável que produz plantas mais saudáveis e maiores rendimentos.
 O camponês é capaz de levar mais de uma cultura para o mercado.
 Os camponeses com apenas uma cultura terão maiores danos por pestes,
que os camponeses que praticam a intercultura. Geralmente as pestes e
doenças são atraidas por uma cultura e não por outras. O camponês com
uma cultura apenas pode perder toda a sua cultura por causa de pestes ou
doenças.
Famílias Mais Saudáveis:
 Comer uma variedade de alimentos em cada refeição melhora a saúde da
família.
 Quando os camponeses praticam a intercultura e levam para casa mais de
um alimento para a família, as suas famílias alimentam-se melhor.
 Consumir milho e feijões é mais nutritivo para as vossas famílias que tomar
uma refeição com milho apenas.
Menos Trabalho:
 O camponês que fez a intercultura na sua machamba tem menos ervas
daninhas que o camponês cuja machamba tem apenas uma cultura.
 Quando os períodos de colheita e de sementeira diferem, o camponês é capaz
de dividir o seu trabalho.
Tipos de Intercultura
Intercultura em Faixas:
 O camponês planta cada cultura em faixas.
 Por exemplo, plantar três linhas de grãos, perto de três linhas de ervilhas,
perto de três linhas de grãos e três linas de amendoim.
 Plantar em faixas ajuda a limitar a propagação de insectos prejudiciais entre
as culturas.
76
Intercultura em Linhas:
 Plantar diferentes tipos de culturas em todas linhas.
 Cada linha é separada por outra planta, como uma cultura de cobertura.
 O camponês pode plantar três culturas dessa maneira, cada cultura separada
por duas linha de outras plantas.
 A cultura em linha ajuda a limitar a propagação de insectos prejudiciais entre
as culturas.
Intercultura em Linha
Intercultura em Faixas
30
Intercultura Misturada:
 Plantar duas ou mais culturas em linhas, com outras plantas dispersas entre
as linhas.
 Isso é eficiente, quando se acrescentam plantas para travar as pestes.
Intercultura Revezada:
 Plantar uma segunda cultura dentro da cultura permanente duma vez quando
a cultura permanente está quase no fim da sua época de cultivo.
 Isso é eficiente quando as chuvas são escassas e plantar na mesma altura
pode provocar muita disputa.
 Quando uma cultura amadurece e é colhida antes da sua planta concorrente,
existe menos disputa entre as plantas pelos nutrientes e água.
?
?
Quais são as vantagens do cultivo em faixas?
?
Quais são as vantagens da intercultura revezada?
Quais são as vantagens intercultura mista comparada com a intercultura em
faixas?
Acrescente qualquer um dos seguintes que não tenham sido mencionados:
 A intercultura em faixas facilita a colheita das culturas quando se usa a
maquinaria.
30
Fonte da Ilustração: Van Wolfswinkel, Martine. Intercultura de culturas alimentares anuais.
Agrobrief
No.
4.
Wageningen:
Fundação
Agromisa.
Disponível
em:
www.allindiary.org/pool/resources/intercropping.pdf
77


Para os camponeses que fazem a colheita a mão, o plantio em linhas é o
melhor método na redução de pestes e dá à cada planta os nutrientes que ela
necessita.
O cultivo revezado é útil quando a época de plantio é suficientemente longa
para fornecer água para duas culturas ou quando existem duas épocas de
plantio.
Cooperação, não Disputa


?
O camponês deve ser muito inteligente quando escolhe o plantio em
intercultura.
Se um camponês fizer escolhas fracas, as plantas vão roubar sol, nutrientes e
água umas das outras.
Quais são as coisas que um camponês deve tomar em consideração quando
estiver a escolher os tipos de plantas para praticar a intercultura?
Acrescente qualquer das seguintes coisas que não tenham sido mencionadas
pelos camponeses.
Luz do sol
 Seleccione plantas que têm diferentes necessidades de luz do sol.
 Plante culturas altas com culturas baixinhas que desenvolvem-se bem na
sombra.
 Dum modo geral os grãos como o milho precisam de tanto sol quanto
possível, enquanto os feijões e outros legumes crescem bem na sombra.
Nutrientes do Solo
 Seleccione plantas cujas raízes crescem em diferentes profundidades.
 Plantar culturas com raízes profundas com plantas com raízes menos
profundas. Cada cultura será capaz de ter acesso aos nutrientes que ela
precisa em diferentes níveis no solo.
 Seleccione plantas que amadurecem em diferentes variações.
 Plantar plantas de ciclo longo com plantas de ciclo curto vai permitir que as
plantas levem nutrientes em diferentes momentos para que cada planta
tenha o que ela precisa para o seu pleno crescimento.
Controlo de Pestes
 Seleccione plantas que sofrem com diferentes predadores. Acrescente plantas
que repelem predadores.
 Por exemplo num canteiro, a cebola vai repelir as pestes atraidas pela
cenoura.
 Os grãos servem como uma barreira para a propagação de insectos nas
ervilhas e amendoim.
78
Actividade em Pequenos Grupos: Escolher Plantas para Intercultura
1. Peça aos camponeses para formarem grupos de cinco pessoas que estejam
sentadas perto umas das outras. Cada grupo deve ser composto por cinco
pessoas.
2. Cada grupo tem 20 minutos para debater e escolher três culturas que podem
crescer bem juntas. Eles devem ter em consideração o seguinte a medida
que eles forem a escolher:
 Luz do sol necessária por cada planta.
 Profundidade das raízes de cada planta.
 Período de crescimento para cada planta.
 Pestes atraidas por cada planta.
 Variedade da cultura. Acrescentem novas culturas que podem
ser consumidas com os alimentos das vossas famílias para
aumentar a nutrição.
3. Depois de 20 minutos, peça cada grupo para apresentar as suas ideias aos
outros.
4. Algumas possíveis combinações incluem o seguinte:
Nota: Por favor, acrescentem combinações apropriadas de culturas locais que
funcionam bem juntas. Retire as culturas não disponíveis localmente.
 Milho, feijões e abóbora
 Arroz, milho e mandioca
 Milho e mandioca
 Milho e amendoim
Informação Adicional para o Formador:
Profundidade da Planta
 Para rever a profundidade de várias plantas veja informação adicional na
Lição Nº 5: Culturas de Cobertura.
Espaçamento das Plantas para Intercultura
A medida que vai explicando, demonstre as medidas usando pedras, rochas ou
outros objectos.


O camponês precisa de reduzir o número de sementes que ele planta para
cada cultura.
As plantas precisam de ser plantadas em linhas e espaçadas para que elas
não disputem umas com as outras.
Recomendamos as seguintes combinações para a intercultura.
79

Nota: Por favor, adaptem a recomendação conforme necessário.
Acrescentem uma ou duas outras recomendações e as medidas apropriadas,
da mão e do pé, para cada uma delas.
Plantar milho e legumes usando o sistema MBILI31
 Alternar as filas de milho entre 50 cm e 100 cm.
 Ao alternar as linhas permite que o sol penetre e deia luz aos legumes.
32
Informação Adicional para o Formador:
Pestes
 As pestes têm uma maior oportunidade de alimentarem-se, de
movimentarem-se e reproduzirem-se em machambas com uma única cultura
que em machambas com múltiplas culturas.
 Os inimigos das pestes naturais vivem em machambas em que se tenha
praticado a intercultura. Pelo facto de existir uma mistura de alimentos
(néctar, pólen e presa), as pestes são tratadas naturalmente pela natureza.33
 Alguns insectos procuram plantas pelo cheiro.
A cebola plantada com
cenoura disfarça o cheiro da cenoura para que as moscas não sintam o cheiro
da cenoura e procurem outras machambas para infestarem.
Rotação de culturas
31
Gerir Interacções Benéficas em Intercultura de Legumes (MBILI) como se usa no Quénia. Os
legumes usados no MBILI são os feijões vulgares (Phaseolus vulgaris), grão de bico (Vigna
radiate), amendoim (Arachishypogaea) e soja (Glycine max). Fonte: Van Wolfswinkel, Martine.
Intercultura de culturas alimentares anuais.Agrobrief No. 4. Wageningen: Fundação Agromisa.
Disponível em: www.allindiary.org/pool/resources/intercropping.pdf
32
Source: Van Wolfswinkel, Martine. Intercultura de culturas alimentares anuais. Agrobrief No. 4.
Wageningen:
Fundação
Agromisa.
Disponível
em:
www.allindiary.org/pool/resources/intercropping.pdf
33
Sullivan, Preston. Princípios de Intercultura e Práticas de Produção. Transferência Apropriada de
Tecnologias para as Áreas Rurais.
Guião para Sistemas de Agronomia.
Disponível em:
www.attra.org/attra-pub/intercrop.html
80

Se os camopneses não conseguirem fazer a intercultura, ou julgarem que a
prática é muito difícil, a rotação de culturas é uma alternativa que ajuda a
reverter a diminuição da nutrição do solo.
Prática na machamba
1. Divida os camponeses em pequenos grupos.
2. Cada grupo deve trabalhar numa das seguintes actividades (escolha a
actividade que se ajusta no actual ciclo de plantio).
 Marcar a machamba com rochas ou pedras para mostrar onde
fazer a intercultura das plantas (cultivo misto ou em faixas).
 Marcar as medidas apropriadas com a mão ou com o pé entre
cada linha de plantas e plantar as sementes ao longo dessas
medidas.
 Acrescentar uma segunda ou terceira cultura na machamba já
plantada (intercultura revezada).
 Visitar uma machamba em que os camponeses locais já tenham
feito a intercultura e compará-la com uma machamba com uma
cultura apenas.
 Analisar o tamanho e saúde das plantas nas duas machambas.
 Analisar a qualidade do solo de cada machamba.
 Analisar a quantidade de pestes em cada machamba.
Sondar ─ 5 minutos
?
Vocês acreditam nas coisas que debatemos hoje?
Acreditam que a
intercultura pode aumentar a fertilidade e rendimento da cultura?
Peça aos camponeses/participantes para conversarem com a pessoa que estiver
sentada ao lado deles durante cinco minutos. Eles devem partilhar quaisquer
perguntas que tiverem acerca desta prática ou os benefícios da prática. Eles
devem partilhar essas preocupações com a pessoa que estiver sentada ao lado.
Juntos eles devem tentar encontrar as soluções.
Informar ─ 15 minutos
Peça aos camponeses para partilharem as preocupações que não conseguiram
resolver com os seus parceiros. Discutam tais preocupações com todo grupo.
Trabalhem juntos para ajudar os camponeses a superarem as suas dúvidas e
receios acerca da prática.
Possíveis preocupações:
81
Nota: Por favor, acrescente quaisquer outras preocupações que devem ser
mencionadas e conselho sobre como o moderador pode responder.
Prática e Acompanhamento ─ 30 minutos
Apenas para os Treinadores de Treinadores:
3. Pedir a cada participante para formar um par com a pessoa que estiver
sentada ao lado dele/a. Cada participante vai usar o plano de lição para
ensinar a 1ª metade do plano de lição ao seu parceiro. Os participantes
devem repetir a lição exactamente tal como a ouviram.
4. A pessoa que estiver a escutar deve fazer perguntas e simular que é um novo
participante/aluno.
5. O moderador deverá visitar cada par.
Ele/a deve escutar, fazer o
acompanhamento e corrigir os que precisam de ajuda ou tenham se
esquecido de partes importantes da lição.
6. Depois de dez minutos, peça aos pares para trocarem de papéis. O que
esteve a escutar agora passa a ensinar a outra metade da lição ao seu
parceiro.
7. Quando todos tiverem acabado de ensinar, responda as perguntas que os
formandos tiverem acerca da lição de hoje.
Debater os Compromissos em Pequenos Grupos ─ 15 minutos
8. Escolha cinco camponeses. Peça-os para se levantarem e dizer à todo grupo
os compromissos que eles irão assumir hoje.
9. Se os camponeses quiserem ajuda, eis abaixo três exemplos:
 Na próxima época comprometo-me a praticar a intercultura com
leguminosas.
 Comprometo-me a falar com a minha família acerca da
intercultura e obter o seu apoio para esta prática.
 Comprometo-me a comprar ervilhas para fazer a intercultura na
próxima época.
10.Escolha outros cinco camponeses. Peça-os para se levantarem e partilhar
com todo grupo o compromisso que eles assumiram no último encontro e o
seu progresso nesse compromisso.
 Elogie os que respeitaram os seus compromissos. Encorage os
que não respeitaram os seus compromissos para continuarem a
tentar.
11.Diga aos camponeses para terem encontros nos seus grupos de
responsabilidade para que os outros camponeses possam partilhar os seus
compromissos e o progresso do compromisso assumido no último encontro.
12.O facilitador vai visitar cada grupo, ajudando os camponeses a assumirem
compromissos e ajudando o grupo a fazer o acompanhamento dos
compromissos anteriores assumidos pelo facilitador.
82
Pós Teste
Eis abaixo duas perguntas de cada lição. Depois de ensinar os conteúdos dos
materiais ao pessoal e para os formadores, faça um pós teste para avaliar os
seus conhecimentos. Para os que obtiverem uma pontuação abaixo dos 75%,
dê-lhes mais treinamento para ajudá-los a compreender o principal conteúdo.
1. Quais são as quatro coisas que o solo precisa para ser saudável?
a. ____________________
b. ____________________
c. ____________________
d. ____________________
2. Mencione duas maneiras em que a matéria orgânica (matéria viva e morta no
solo) ajuda o camponês a aumentar os rendimentos das culturas?
a. ____________________
b. ____________________
3. Mencione uma prática local que diminui a fertilidade do solo.
a. _______________________________________________
4. Descreva como um camponês mede as curvas de nível da sua machamba.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
5. Quais são as medidas recomendadas entre cada planta e cada linha de milho
semeado?
________________________________________________________________
6. Quais são as medidas recomendadas entre cada planta e cada linha de
amendoim semeado?
________________________________________________________________
7. Mencione dois benefícios da vedação com arbustos.
a. _____________________________________________________
b. _____________________________________________________
8. Como é que um camponês decide quantas vedações com arbustos são
necessárias na sua machamba?
________________________________________________________________
83
________________________________________________________________
9. Mencione duas culturas que podem ser usadas como culturas de cobertura.
a. ____________________
b. ____________________
10. Mencione duas maneiras em que as culturas de cobertura ajudam os
camponeses a protegerem as suas machambas.
a. ____________________
b. ____________________
11. Qual das seguintes práticas é mais eficiente para reter humidade na terra
durante uma época chuvosa CURTA? (Circule a sua resposta)
a. Intercultura
b. Cobertura com material vegetal
c. Culturas de cobertura
d. Preparação do composto
12. Qual é a espessura que a cobertura feita de matéria vegetal deve ser
colocada no chão?
________________________________________________________________
13. Qual é a diferença entre os compostos de materiais verdes e castanhos?
________________________________________________________________
14. Quais são as três coisas que um camponês deve fazer para a sua pilha de
composto desintegrar-se?
a. ____________________
b. ____________________
c. ____________________
15. Verdadeiro ou Falso. (Circule a sua resposta). A machamba em que se
planta a mesma cultura todos anos é menos fértil que a machamba onde se
pratica a intercultura (ou machamba em que se faz a rotação de culturas) por
ano.
84
16. Mencione os nomes de três culturas que podem ser usadas na intercultura.
Mencione as medidas recomendadas entre cada planta e cada linha dessas
culturas.
85
Correcção do Pós Teste
Para os que tiverem uma pontuação abaixo dos 75%, dê-lhes mais treinamento
para ajudá-los a compreender o principal conteúdo.
1. Quais
a.
b.
c.
d.
são as quatro coisas que o solo precisa para ser saudável?
Pulgões e insectos vivos
Insectos, animais e materiais de plantas em decomposição
Ar para permitir que as raízes cresçam e para o ar penetrar
Água para alimentar as plantas
2. Mencione duas maneiras em que a matéria orgânica (matéria viva e morta no
solo) ajuda o camponês a aumentar os rendimentos das culturas.
a. Ajuda o solo a reter água
b. Acrescenta nutrientes de volta para o solo
3. Mencione uma prática local que diminui a fertilidade do solo.
Qualquer prática local negativa correcta incluindo:
Cortes e queimadas
Aradar em linhas verticais correndo declive abaixo da machamba
Plantar a mesma cultura ano após ano na machamba
Não praticar a conservação do solo e da água (culturas de cobertura, cobertura
com material vegetal, intercultura, vedação com arbustos, preparação do
composto, etc.)
4. Descreva como um camponês mede as curvas de nível da sua machamba? O
camponês usa uma Estrutura “A” para marcar uma linha horizontal ao longo do
declive dessa machamba.
5. Quais são as medidas recomendadas entre cada planta e cada linha de milho
semeado? O milho é plantado num comprimento de três pés entre cada linha e
dois pés de comprimento entre cada semente.
6.
Quais são as medidas recomendadas entre cada planta e cada linha
amendoim semeado? O amendoim é plantado num comprimento de um pé
entre cada linha e num comprimento de um pé entre cada semente.
86
7. Mencione dois benefícios da vedação com arbustos para o camponês.
Qualquer uma das seguintes respostas está correcta:
a. A vedação com arbustos atenua os efeitos da água da chuva de
arrastar a machamba.
b. A vedação com arbustos ajuda a reter água na machamba
c. A vedação com arbustos aumenta a fertilidade do solo.
d. A vedação com arbustos proporciona materiais para cobertura feita de
matéria vegetal e composto.
e. A vedação com arbustos proporciona alimento para o gado.
8. Como é que um camponês decide quantas vedações com arbustos são
necessárias na sua machamba?
A primeira vedação com arbustos é colocada a 10-20 metros a partir do ponto
mais alto da sua machamba. Depois ele caminha para trás declive abaixo com
um dos seus braços estendidos. Quando já estiver a ver as anteriores curvas de
nível no fim do braço estendido, nível do braço, ele acrescenta outra vedação
com arbustos. Ele repete esse exercício até ele alcançar o ponto mais baixo da
machamba.
9. Mencione duas culturas que podem ser usadas como culturas de cobertura.
Quaisquer duas das seguintes resposta estão correctas:
a. Feijões fava
b. Alfalfa
c. Ervilhas
d. Feijões lablab
e. Feijões rastejantes
f. Feijões de veludo
10. Mencione duas maneiras em que as culturas de cobertura ajudam os
camponeses a protegerem as suas machambas.
Quaisquer duas das seguintes resposta estão correctas:
a. Cobrir a terra e proteger o solo do vento (erosão).
b. Proteger o solo da chuva (erosão).
c. Proteger o solo do calor (proporcionar sombra).
d. Reduzir a erva daninha
e. Acrescentar matéria orgânica (nitrogénio) de volta para o solo.
11. Quais das seguintes práticas é mais eficiente para reter humidade na terra
durante uma época chuvosa CURTA?
a. Intercultura
b. Cobertura com material vegetal
c. Culturas de cobertura
d. Preparação do composto
87
12. Qual é a espessura que a cobertura feita de matéria vegetal deve ser
colocada no chão? A cobertura feita de matéria vegetal deve ter 5-10 cm de
profundidade.
13. Qual é a diferença entre os compostos de materiais verdes e castanhos?
Os materiais verdes são frescos e húmidos. Os materiais castanhos são velhos,
secos e normalmente são acastanhados.
14. Quais são as três coisas que um camponês deve fazer para a sua pilha de
composto desintegrar-se?
a. Revolver a pilha do composto (dá ar ao composto)
b. Monitorar a temperatura da pilha; assegurar-se que ela aquece
c. Regar o composto (manté-lo húmido)
15. Verdadeiro ou Falso. (Circule a sua resposta). A machamba em que se
planta a mesma cultura todos anos é menos fértil que a machamba onde se
pratica a intercultura (ou machamba em que se faz a rotação de culturas) por
ano.
16. Mencione os nomes de três culturas que podem ser usadas na intercultura.
Mencione as medidas recomendadas entre cada planta e cada linha destas
culturas.
Nota: Por favor, acrescente um grupo de plantas recomendadas para a prática
da intercultura e as suas medidas recomendadas.
88
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