Enfermagem em Saúde Mental - Colégio Técnico São Bento

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COLÉGIO TÉCNICO
SÃO BENTO
“Tradição em formar Profissionais com Qualidade”
Enfermagem
em
Saúde Mental
Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405
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"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”
Sumário
História da Psiquiatria................................................................................................01
Doença Mental...........................................................................................................03
TOC – Transtorno Obsessivo – Compulsivo.............................................................04
Síndrome do Pânico....................................................................................................07
Fobias – Transtornos Fóbicos – Ansiosos..................................................................08
Transtornos de Ansiedade..........................................................................................09
Depressão...................................................................................................................10
Síndrome de Burnout.................................................................................................13
Esquizofrenia.............................................................................................................15
Transtorno Afetivo Bipolar.......................................................................................18
Distúrbios Alimentares..............................................................................................21
Anorexia Nervosa......................................................................................................21
Bulimia Nervosa........................................................................................................24
Epilepsia.....................................................................................................................25
Mal de Alzheimer......................................................................................................27
Alcoolismo.................................................................................................................28
Tratamento das Doenças Mentais..............................................................................32
Relacionamento Terapêutico no cuidado de Enfermagem na Saúde Mental............33
Tratamento Medicamentoso.......................................................................................35
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Terapia Eletroconvulsivante......................................................................................36
Psicoterapia................................................................................................................36
Emergências Psiquiátricas..........................................................................................37
Referências Bibliográficas..........................................................................................46
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História da Psiquiatria
Os primeiros hospitais psiquiátricos
As instituições para loucos, ao decorrer da história, receberam diversas denominações tais
como hospícios, asilos, manicômios, hospitais psiquiátricos; mas independente do nome como
eram conhecidas, todas elas tinham a mesma finalidade: esconder o que não se desejava ser
visto. As primeiras instituições com a finalidade de esconder aquilo que não se queria mostrar
datam do século XV, iniciadas na Europa, particularmente na Espanha em Zaragoza, e na
Itália em Florença, Pádua e Bérgamo.
Vale ressaltar que muitas bibliografias apontam o primeiro hospício sendo o fundado pelo
Frei Jofré, em Valência, na Espanha, em 1410. Na verdade, esta instituição não passava de um
hospital geral com caráter de albergues para pobres. No século XVII os manicômios
abrigavam além dos doentes mentais também os demais marginalizados da sociedade, que
igualmente perturbavam a ordem social, dentre os quais se cita os mendigos, desempregados,
criminosos, prostitutas, doentes crônicos, alcoólatras e pessoas sem domicílio. E o
enclausuramento coletivo destas pessoas, consideradas incômodas à sociedade, ocorreu no
intuito de esconder a miséria que era gerada pela desordem social e econômica da época. O
cuidado, nestas instituições era prestado por religiosas que almejavam o perdão de seus
pecados.
Com essa mistura de doentes e não-doentes, estes locais tornaram-se depósitos de
marginalizados, que excluídos e enclausurados, não eram cidadãos. Mas com a nova ordem
social que se instalava, era preciso uma nova conceituação da loucura e, principalmente, de
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suas formas de atendimento. A partir desta nova concepção social de loucura, a clausura deixa
de ser sinônimo de exclusão e passa a assumir um caráter terapêutico: era necessário isolar o
paciente em locais adequados – nos manicômios – afastando-o do meio do qual gerava os
distúrbios.
Início das instituições hospitalares no Brasil
A loucura no Brasil só começa a ser objeto de intervenção do Estado a partir da chegada da
família Real. Então muitas mudanças ocorrem no período que segue, exigindo um controle
efetivo sobre o crescimento da sociedade. Desta forma, a medicina, enquanto mecanismo
reordenador do social passa a desenhar o projeto do qual emerge a psiquiatria brasileira. O
tratamento oferecido aos loucos era de péssima qualidade. Os doentes mentais ficavam sob a
responsabilidade das santas casas de misericórdia, sendo abrigados em porões. O atendimento
oferecido não incluía cuidados médicos, visto que a principal finalidade era fornecer abrigo,
alimento e cuidados religiosos aos alienados. Era necessário reestruturar o atendimento
prestado a estas pessoas.
Em 1830, a Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro realizou um diagnóstico da situação dos
loucos na cidade. Sendo assim, os loucos passaram a ser reconhecidos como doentes mentais,
e como tal mereciam um espaço próprio para tratamento e recuperação. Assim, a medicina
reivindicava os espaços para tratar a doença mental, e solicitava a abertura de instituições
específicas para esta clientela, com o lema: “Aos loucos o hospício!”. Isso ocorreu na
intenção do que os loucos, de fato, tivessem o direito ao tratamento médico e cuidado de
saúde. Na intenção de expor uma posição crítica da classe médica e entendendo a clausura
como forma de tratamento, foi iniciada a luta pela abertura dos hospitais psiquiátricos. O
isolamento de Pinel ainda permanecia em voga, sendo compreendido como uma boa e
adequada terapêutica.
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Este movimento pela criação de instituições específicas para doentes mentais resultou na
instalação do primeiro hospital psiquiátrico brasileiro. Este foi inaugurado em 1852, durante o
Segundo Reinado, denominado Hospício de Alienados Pedro I, no Rio de Janeiro.
Posteriormente, por seu grande porte e pelas decorações de luxo que possuía ficou conhecido
como “palácio dos loucos”. E no período de 1852 a 1886 muitas instituições psiquiátricas
foram criadas em todo território nacional, devido a necessidade de atender a esta demanda.
Vale aqui apresentar alguns nomes importantes deste período.
Os hospitais psiquiátricos hoje
Como já vimos no decorrer do texto, algumas mudanças tem sido realizadas nos hospitais
psiquiátricos. Em alguns locais, no momento da internação, o paciente não é mais obrigado a
deixar todos os seus pertences pessoais com os familiares. Pode permanecer com aqueles que
não representam risco de vida como relógios, pulseiras, brincos, as próprias roupas, visto que
em muitos lugares não se utiliza mais o uniforme. Outra mudança observada em alguns locais
é a convivência entre homens e mulheres. As alas são separadas, mas há espaços em comum a
ambos os sexos. Isto favorece o seu reconhecimento enquanto homem ou mulher, permitindo
relacionarem-se entre si. Reconhece-se a transformação da instituição hospitalar, mas no
ponto mais crítico do tratamento o hospital não apresentou nenhuma mudança ou avanço:
continua segregando, excluindo e estigmatizando o doente mental. As mudanças que têm
ocorrido somente são observadas no interior da instituição; a sociedade não percebe essas
mudanças. Então a imagem do paciente psiquiátrico como louco perigoso e incapaz ainda é
muito presente, persistindo a antiga idéia do isolamento. Não há ações efetivas no hospital
psiquiátrico de reinserção na sociedade, de retorno do paciente ao seu meio familiar e social.
Tanto isso é verdade que o número de reinternações é muito elevado, mostrando e
reafirmando a ineficiência deste modelo excludente. Chegamos ao momento de repensar essa
prática que não vê o paciente como o ator principal e, por isso, não o valoriza enquanto
beneficiário do sistema. As ações desenvolvidas devem atender às necessidades do paciente e
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não ser aquelas que a equipe, a sociedade e a instituição determinam que seja importantes e
suficientes.
Doença Mental
Popularmente há uma tendência em se julgar a sanidade da pessoa, de acordo com seu
comportamento, de acordo com sua adequação às conveniências sócio-culturais como, por
exemplo, a obediência aos familiares, o sucesso no sistema de produção, a postura sexual, etc.
Medicamente, entretanto, Doença Mental pode ser entendida como uma variação mórbida do
normal, variação esta capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social,
ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com quem convive. Organização Mundial
de Saúde diz que o estado de completo bem estar físico, mental e social define o que é saúde,
portanto, tal conceito implica num critério de valores (valorativo), já que, lida com a idéia de
bem-estar e mal-estar
Quanto a forma de manifestação
Há duas classificações básicas de doenças mentais:
A. Neuroses
B. Psicoses
A - Neurose é chamada neurose toda a psicopatologia leve, onde a pessoa tem a noção
(mesmo que vaga) de seu problema.
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Ele tem contato com a realidade, porém há manifestações psicossomáticas, que são notadas
por este, e que servem de aviso para a pessoa procurar um tratamento psicológico, ou
psiquiátrico. É um fator comum a ansiedade exacerbada. Existe inúmeras classificações
menores; para citar algumas temos:
1) TOC - Transtorno obsessivo-compulsivo: é a repetição de algum ato diversas vezes ao
dia, não controlável e causador de grande ansiedade;
2) Síndrome do pânico: causa grande aflição, e medo perante alguma situação.
3) Fobias:
é o medo a alguma situação. Pode ser medo de ambientes fechados
(claustrofobia), medo de água (hidrofobia), medo de pessoas (sociofobia), etc.
4) Transtornos de andiedade: o indivíduo têm ataques de ansiedades antes ou depois de
realizar algo, ou muitas vezes nem realizá-lo. É comum em pequena escala na maioria das
pessoas, porém seu excesso é denominado como patológico.
5) Depressão: também chamada de distimia, ou depressão maior. Se caracteriza por intenso
retraimento e medo do mundo exterior. Causa baixa auto-estima e pode levar ao suícidio.
6) Síndrome de burnout: é a conseqüência de um grande estímulo estressor, como conflitos
no trabalho ou família. Causa apagamento e falta de vontade.
Obs: FREUD citou, em uma de suas obras, que todas as pessoas têm um pouco de neurose em
si. É normal no ser humano ser um pouco neurótico, sendo apenas o excesso chamado de
patológico.
TOC - Transtorno obsessivo-compulsivo
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TOC, ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade, que se
caracteriza pela presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões. Entende-se por
obsessão pensamentos, idéias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela
queira. Como um disco riscado que se põe a repetir sempre o mesmo ponto da gravação, eles
ficam patinando dentro da cabeça e o único jeito para livrar-se deles por algum tempo é
realizar o ritual próprio da compulsão, seguindo regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas
que ajudam a aliviar a ansiedade. Alguns portadores dessa desordem acham que, se não
agirem assim, algo terrível pode acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos
obsessivos tende a agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode transformar-se
num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida da família inteira.
Classificação
Existem dois tipos de TOC:
a) Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico – as obsessões e rituais se repetem com
frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa;
b) Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões persistem até o exercício
da compulsão que alivia a ansiedade.
Causas
As causas do TOC não estão bem esclarecidas. Certamente, trata-se de um problema
multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas
zonas cerebrais que utilizam a serotonina. Fatores psicológicos e histórico familiar também
estão entre as possíveis causas desse distúrbio de ansiedade.
Sintomas
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Em algumas situações, todas as pessoas podem manifestar rituais compulsivos que não
caracterizam o TOC. O principal sintoma da doença é a presença de pensamentos obsessivos
que levam à realização de um ritual compulsivo para aplacar a ansiedade que toma conta da
pessoa. Preocupação excessiva com limpeza e higiene pessoal, dificuldade para pronunciar
certas palavras, indecisão diante de situações corriqueiras por medo que uma escolha errada
possa desencadear alguma desgraça, pensamentos agressivos relacionados com morte,
acidentes ou doenças são exemplos de sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo.
Frequência
Em geral, só nove anos depois que manifestou os primeiros sintomas, o portador do distúrbio
recebe o diagnóstico de certeza e inicia do tratamento. Por isso, a maior parte dos casos é
diagnosticada em adultos, embora o transtorno obsessivo-compulsivo possa acometer crianças
a partir dos três, quatro anos de idade. Na infância, o distúrbio é mais frequente nos meninos.
No final da adolescência, porém, pode-se dizer que o número de casos é igual nos dois sexos.
Tratamento
O tratamento pode ser medicamentoso e não medicamentoso. O medicamentoso utiliza
antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. São os únicos que funcionam. A
terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem não medicamentosa com comprovada
eficácia sobre a doença. Seu princípio básico é expor a pessoa à situação que gera ansiedade,
começando pelos sintomas mais brandos. Os resultados costumam ser melhores quando se
associam os dois tipos de abordagem terapêutica.
Recomendações
* Não há quem não tenha experimentado alguma vez um comportamento compulsivo, mas se
ele se repete a ponto de prejudicar a execução de tarefas rotineiras, a pessoa pode ser
portadora de transtorno obsessivo-compulsivo e precisa de tratamento;
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* Crianças podem obedecer a certos rituais, o que é absolutamente normal. No entanto, deve
chamar a atenção dos pais a intensidade e a frequência desses episódios. O limite entre
normalidade e TOC é muito tênue;
* Os pais não devem colaborar com a perpetuação das manias e rituais dos filhos. Devem
ajudá-los a enfrentar os pensamentos obsessivos e a lidar com a compulsão que alivia a
ansiedade;
* O respeito a rituais do portador de TOC pode interferir na dinâmica da família inteira. Por
isso, é importante estabelecer o diagnóstico de certeza e encaminhar a pessoa para tratamento;
* Esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo caminho. Quanto mais se
adia o tratamento, mais grave fica a doença.
Síndrome do pânico
A síndrome do pânico, na linguagem psiquiátrica chamada de transtorno do pânico, é uma
enfermidade que se caracteriza por crises absolutamente inesperadas de medo e desespero. A
pessoa tem a impressão de que vai morrer naquele momento de um ataque cardíaco porque o
coração dispara, sente falta de ar e tem sudorese abundante. Quem padece de síndrome do
pânico sofre durante as crises e ainda mais nos intervalos entre uma e outra, pois não faz a
menor idéia de quando elas ocorrerão novamente, se dali a cinco minutos, cinco dias ou cinco
meses. Isso traz tamanha insegurança que a qualidade de vida do paciente fica seriamente
comprometida.
Sintomas físicos de uma crise de pânico
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Os sintomas físicos de uma crise de pânico aparecem subitamente, sem nenhuma causa
aparente (apesar de existir, mas fica difícil de se perceber). Os sintomas são como uma
preparação do corpo para alguma "coisa terrível". A reação natural é acionar os mecanismos
de fuga. Diante do perigo, o organismo trata de aumentar a irrigação de sangue no cérebro e
nos membros usados para fugir - em detrimento de outras partes do corpo, incluindo os orgãos
sexuais. Eles podem incluir:
Contração / tensão muscular, rijeza
Palpitações (o coração dispara)
Tontura, atordoamento, náusea
Dificuldade de respirar (boca seca)
Calafrios ou ondas de calor, sudorese
Sensação de "estar sonhando" ou distorções de percepção da realidade
Terror - sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes a acontecer e de
que se está impotente para evitar tal acontecimento
Confusão, pensamento rápido
Medo de perder o controle, fazer algo embaraçoso
Medo de morrer
Vertigens ou sensação de debilidade
Uma crise de pânico dura caracteristicamente vários minutos e é uma das situações mais
angustiantes que podem ocorrer a alguém. A maioria das pessoas que tem uma crise terá
outras (se não tratar). Quando alguém tem crises repetidas ou sente muito ansioso, com medo
de ter outra crise, diz-se que tem transtorno do pânico.
Tratamento
Existe uma variedade de tratamentos para o T.P. O mais importante neste aspecto é que se
introduza um tratamento que vise restabelecer o equilíbrio bioquímico cerebral numa primeira
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etapa. Isto pode ser feito através de medicamentos seguros e que não produzam risco de
dependência física dos pacientes. Numa segunda etapa prepara-se o paciente para que ele
possa enfrentar seus limites e as adversidades vitais de uma maneira menos estressante. Em
última análise, trata-se de estabelecer junto com o paciente uma nova forma de viver onde se
priorize a busca de uma harmonia e equilíbrio pessoal. Uma abordagem psicoterápica
específica deverá ser realizada com esse objetivo.
O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao engajamento do paciente com o mesmo. É
importante que a pessoa que sofre de T.P. entenda todas as peculiaridades que envolvem este
mal e que queira fazer uma boa "aliança terapêutica" com seu médico no sentido de juntos
superarem todas as adversidades que poderão surgir na busca do seu equilíbrio pessoal.
Fobias (transtornos fóbico-ansiosos)
O medo é um sentimento comum a todas as espécies animais e serve para proteger o
indivíduo do perigo. Todos nós temos medo em algumas situações nas quais o perigo é
iminente. A fobia pode ser definida como um medo irracional, diante de uma situação ou
objeto que não apresenta qualquer perigo para a pessoa. Com isto, essa situação ou esse
objeto são evitados a todo custo. Essa evitação fóbica leva muito freqüentemente a limitações
importantes na vida cotidiana da pessoa. As fobias são acompanhadas de ansiedade
importante e também freqüentemente de depressão. Os transtornos fóbico-ansiosos
constituem um grupo de doenças mentais onde a ansiedade é; ligada predominantemente a
uma situação ou objeto. Há três tipos principais de fobia:
1. Agorafobia: inclui medo de espaços abertos, da presença de multidões, da dificuldade de
escapar rapidamente para um local seguro (em geral a própria casa). A pessoa pode ter medo
de sair de casa, de entrar em uma loja ou shopping, de lugares onde há; multidões, de viajar
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sozinho. Muitas pessoas referem um medo aterrorizante de se sentirem mal e serem
abandonadas sem socorro em público. Muitas pessoas com agorafobia apresentam também o
transtorno de pânico.
2. Fobia social: neste caso a pessoa tem medo de se expor a outras pessoas que se encontram
em grupos pequenos. Isto pode acontecer em reuniões, festas, restaurantes e outros locais.
Muitas vezes elas são restritas a uma situação, como por exemplo, comer ou falar em publico,
assinar um cheque na presença de outras pessoas ou encontrar-se com alguém do sexo oposto.
Muitas pessoas apresentam também baixa auto-estima e medo de criticas. Usualmente a
pessoa nessas situações apresenta rubor na face, tremores, náuseas. Em casos extremos pode
isolar-se completamente do convívio social.
3. Fobias especificas (ou isoladas): como o próprio nome diz, são fobias restritas a uma
situação ou objeto altamente específicos, tais como, animais inofensivos (zoofobia), altura
(acrofobia), trovões e relâmpagos (astrofobia), voar, espaços fechados (claustrofobia),
doenças (nosofobia), dentista, sangue, entre outros. A incapacitação da pessoa no dia a dia
depende do tipo de fobia e de quão fácil é evitar a situação fóbica.
Tratamento
O tratamento das fobias se faz com a associação de medicamentos com psicoterapia. Os
medicamentos mais utilizados pertencem ao grupo dos antidepressivos; os ansiolíticos
também são freqüentemente indicados. A psicoterapia auxilia na compreensão de fatores que
podem agravar ou perpetuar os sintomas fóbicos.
Transtornos de Ansiedade
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Todos os Transtornos de Ansiedade têm como manifestação principal um alto nível de
ansiedade. Ansiedade é um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim
aconteça acompanhado por várias reações físicas e mentais desconfortáveis.
Os principais Transtornos de Ansiedade são: Síndrome do Pânico, Fobia Específica, Fobia
Social, Estresse Pós-Traumático, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Distúrbio de Ansiedade
Generalizada. É comum que haja comorbidade e assim uma pessoa pode apresentar sintomas
de mais de um tipo de transtorno de ansiedade ao mesmo tempo e destes com outros
problemas como depressão. No geral, os transtornos de ansiedade respondem muito bem ao
tratamento psicológico especializado.
Estresse Pós Traumático:
Estado ansioso com expectativa recorrente de reviver uma experiência que tenha sido muito
traumática. Por exemplo, depois de ter sido assaltado, ficar com medo de que ocorra de novo,
ter medo de sair na rua, ter pesadelos, etc. Geralmente após um evento traumático a ansiedade
diminui logo no primeiro mês sem maiores consequências. Porém, em alguns casos, os
sintomas persistem por mais tempo ou reaparecem depois de um tempo, levando a um estado
denominado como Estresse Pós Traumático.
Distúrbio de Ansiedade Generalizada:
Estado de ansiedade e preocupação excessiva sobre diversas coisas da vida. Este estado
aparece frequentemente e se acompanha de alguns dos seguintes sintomas: irritabilidade,
dificuldade em concentrar-se, inquietação, fadiga e humor deprimido.
Sinais e sintomas
A pessoa pode sentir tremores, inquietação, dor de cabeça, falta de ar, suor em excesso,
palpitações, problemas gastro-intestinais, irritabilidade e facilidade em alterar-se. Esses
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sintomas podem ocorrer na maioria dos dias por pelo menos seis meses. É muito difícil
controlar a preocupação, o que pode gerar um esgotamento na saúde física e mental do
indivíduo.
Tratamento
O especialista utiliza técnicas psicoterápicas de apoio. Muitas vezes faz-se necessário o uso de
medicação (antidepressivos e/ou ansiolíticos) por um determinado período. A maioria das
pessoas experimenta uma acentuada redução da ansiedade quando lhes é oferecida a
oportunidade de discutir suas dificuldades com um profissional experiente.
Depressão
A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada,
perda de interesse por atividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia
ou cansaço fácil. Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou
situações que nos afetam de forma negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e
perduram por mais de duas semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar
ajuda. A depressão pode afetar pessoas de todas as idades, desde a infância à terceira idade, e
se não for tratada, pode conduzir ao suicídio, uma consequência frequente da depressão.
A depressão pode ser episódica, recorrente ou crónica, e conduz à diminuição substancial da
capacidade do indivíduo em assegurar as suas responsabilidades do dia-a-dia. A depressão
pode durar de alguns meses a alguns anos. Contudo, em cerca de 20 por cento dos casos
torna-se uma doença crónica. Estes casos devem-se, fundamentalmente, à falta de tratamento
adequado.
Fatores de risco
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Pessoas com episódios de depressão no passado;
Pessoas com história familiar de depressão;
Pessoas do género feminino – a depressão é mais frequente nas mulheres, ao longo de
toda a vida, mas em especial durante a adolescência, no primeiro ano após o parto,
menopausa e pós-menopausa;
Pessoas que sofrem um qualquer tipo de perda significativa, mais habitualmente a
perda de alguém próximo;
Pessoas com doenças crónicas - sofrendo do coração, com hipertensão, com asma,
com diabetes, com história de tromboses, com artroses e outras doenças reumáticas,
SIDA, fibromialgia, cancro e outras doenças;
Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e crónica (por
exemplo, pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer);
Pessoas com tendência para ansiedade e pânico;
Pessoas com profissões geradoras de stress ou em circunstâncias de vida que causem
stress;
Pessoas com dependência de substâncias químicas (drogas) e álcool;
Pessoas idosas.
Sintomas da depressão
A depressão diferencia-se das normais mudanças de humor pela gravidade e permanência dos
sintomas. Está associada, muitas vezes, a ansiedade e/ou pânico.
Os sintomas mais comuns são:
Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);
Perturbações do sono (sonolência ou insónia);
Fadiga, cansaço e perda de energia;
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Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de
culpa e sentimento de incapacidade;
Falta ou alterações da concentração;
Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
Desinteresse, apatia e tristeza;
Alterações do desejo sexual;
Irritabilidade;
Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, enjoo.
Causas da depressão
As causas diferem muito de pessoa para pessoa. Porém, é possível afirmar-se que há fatores
que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios depressivos. Por exemplo,
condições de vida adversas, o divórcio, a perda de um ente querido, o desemprego, a
incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar obstáculos, etc.
Determinar qual o fator ou os fatores que desencadearam a crise depressiva pode ser
importante, pois para o doente poderá ser vantajoso aprender a evitar ou a lidar com esse fator
durante o tratamento.
Diagnóstico
Pela avaliação clínica do doente, designadamente pela identificação, enumeração e curso dos
sintomas bem como pela presença de doenças de que padeça e de medicação que possa estar a
tomar. Não existem meios complementares de diagnóstico específicos para a depressão, e a
bem da verdade, tão pouco são necessários: o diagnóstico clínico é fácil e bastante preciso,
um médico psiquiatra faz o diagnóstico e a orientação terapêutica (o medicamento a usar, a
dose, a duração, a resposta esperável face ao tipo de pessoa, a indicação para um tipo
específico de psicoterapia, a necessidade de outros tipos de intervenção, etc.).
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Tratamento
Normalmente, através do uso de medicamentos, de intervenções psicoterapêuticas, ou da
conjugação de ambas.
As intervenções psicoterapêuticas são particularmente úteis nas
situações ligeiras e reativas às adversidades da vida bem como em associação com
medicamentos nas situações moderadas e graves. Os medicamentos usados no tratamento das
depressões são designados por antidepressivos.
Síndrome de burnout
A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico
descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano. O transtorno está registrado no
Grupo V da CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde). Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse
crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.
A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento
interpessoal direto e intenso.
Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes
penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco
maior de desenvolver o transtorno.
Sintomas
O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional que
se reflete em atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento,
mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória,
ansiedade, depressão, pessimismo, baixa autoestima.
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Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares,
insônia, crises de asma, distúrbios gastrintestinais são manifestações físicas que podem estar
associadas à síndrome.
Diagnóstico
O diagnóstico leva em conta o levantamento da história do paciente e seu envolvimento e
realização pessoal no trabalho.
Tratamento
O tratamento inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Atividade física regular e
exercícios de relaxamento também ajudam a controlar os sintomas.
Recomendações
* Não use a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos e não desfrutar
momentos de descontração e lazer. Mudanças no estilo de vida podem ser a melhor forma de
prevenir ou tratar a síndrome de burnout;
* Conscientize-se de que o consumo de álcool e de outras drogas para afastar as crises de
ansiedade e depressão não é um bom remédio para resolver o problema;
* Avalie quanto as condições de trabalho estão interferindo em sua qualidade de vida e
prejudicando sua saúde física e mental. Avalie também a possibilidade de propor nova
dinâmica para as atividades diárias e objetivos profissionais.
B - PSICOSE: se caracteriza por uma intensa fuga da realidade. É, como a filosofia e as artes
chamam, a loucura, propriamente dita.
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Pode ser classificada de três formas:
A) pela manifestação,
B) pelo aspecto neurofisiológico,
C) pela intensidade
A - Manifestação: se divide em dois tipos principais:
a) Esquizofrenia: tem como aspectos principais a fuga da realidade, as manias de
perseguição, as alucinações, entre outros. Têm ainda subdivisões, que são a esquizofrenia
paranóide, a esquizofrenia desorganizada (ou hebefrênica), a esquizofrenia simples, a
catatonia ou a esquizofrenia indiferenciada;
b) Transtorno de afeto bipolar: tem por característica picos muito grandes de humor, em
pouco espaço de tempo, para o lado da depressão (ou distimia ou disforia), e pro lado da
mania (euforia ou eutimia). Por estes dois aspectos também conhecemos este transtorno como
psicose maníaco-depressiva. O doente sofre de mudanças de humor constantes, sendo
perigoso e gastador em fases maníacas, e retraído, podendo se suícidar, no estado depressivo.
B - Aspecto neurofisiológico:
1) Funcional: age apenas no funcionamento do aparelho psiquico, em suas ligações.
2) Orgânica: tem como característica mudanças ocorridas na química do cérebro, ou em
mudanças fisiológicas e estruturais.
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C - Intensidade:
Como intensidade entendemos a agressividade e impulsividade do doente em:
1) Aguda: também chamada de fase de surto; é quando o doente se torna violento, impulsivo
e fora da realidade. É necessária observação psiquíatrica constante, pois o doente oferece risco
para si, para outros e para o patrimônio.
2) Crônica: é a fase de relaxamento do doente, onde ele está fora da realidade, mas não põe
em risco os outros e sua vida. Este estágio é permanente, e resulta de algum caso onde não há
cura.
Esquizofrenia
A esquizofrenia é uma doença mental crônica que se manifesta na adolescência ou início da
idade adulta. Sua freqüência na população em geral é da ordem de 1 para cada 100 pessoas,
havendo cerca de 40 casos novos para cada 100.000 habitantes por ano. No Brasil estima-se
que há cerca de 1,6 milhão de esquizofrênicos; a cada ano cerca de 50.000 pessoas
manifestam a doença pela primeira vez. Ela atinge em igual proporção homens e mulheres,
em geral inicia-se mais cedo no homem, por volta dos 20-25 anos de idade, e na mulher, por
volta dos 25-30 anos.
Sintomas
A esquizofrenia apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do funcionamento
psíquico. Os principais sintomas são:
1. delírios: são idéias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta. Por exemplo, ele se
acha perseguido ou observado por câmeras escondidas, acredita que os vizinhos ou as pessoas
que passam na rua querem lhe fazer mal.
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2. alucinações: são percepções falsas dos órgãos dos sentidos. As alucinações mais comuns na
esquizofrenia são as auditivas, em forma de vozes. O paciente ouve vozes que falam sobre
ele, ou que acompanham suas atividades com comentários. Muitas vezes essas vozes dão
ordens de como agir em determinada circunstancia. Outras formas de alucinação, como
visuais, táteis ou olfativas podem ocorrer também na esquizofrenia.
3. alterações do pensamento: as idéias podem se tornar confusas, desorganizadas ou
desconexas, tornando o discurso do paciente difícil de compreender. Muitas vezes o paciente
tem a convicção de que seus pensamentos podem ser lidos por outras pessoas, ou que
pensamentos são roubados de sua mente ou inseridos nela.
4. Alterações da afetividade: muitos pacientes tem uma perda da capacidade de reagir
emocionalmente às circunstancias, ficando indiferente e sem expressão afetiva. Outras vezes o
paciente apresenta reações afetivas que são incongruentes, inadequadas em relação ao
contexto em que se encontra. Torna-se pueril e se comporta de modo excêntrico ou indiferente
ao ambiente que o cerca.
5. Diminuição da motivação: o paciente perde a vontade, fica desanimado e apático, não
sendo mais capaz de enfrentar as tarefas do dia a dia. Quase não conversa, fica isolado e
retraído socialmente.
Outros sintomas, como dificuldade de concentração, alterações da motricidade, desconfiança
excessiva, indiferença, podem aparecer na esquizofrenia. Dependendo da maneira como os
sintomas se agrupam, é possível caracterizar os diferentes subtipos da doença. A
esquizofrenia evolui geralmente em episódios agudos onde aparecem os vários sintomas
acima descritos, principalmente delírios e alucinações, intercalados por períodos de remissão,
com poucos sintomas manifestos.
Causa da esquizofrenia
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Não se sabe quais são as causas da esquizofrenia. A hereditariedade tem uma importância
relativa, sabe-se que parentes de primeiro grau de um esquizofrênico tem chance maior de
desenvolver a doença do que as pessoas em geral. Por outro lado, não se sabe o modo de
transmissão genética da esquizofrenia. Fatores ambientais (p. ex., complicações da gravidez e
do parto, infecções, entre outros) que possam alterar o desenvolvimento do sistema nervoso
no período de gestação parecem ter importância na doença. Estudos feitos com métodos
modernos de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética mostram
que alguns pacientes tem pequenas alterações cerebrais, com diminuição discreta do tamanho
de algumas áreas do cérebro. Alterações bioquímicas dos neurotransmissores cerebrais,
particularmente da dopamina, parecem estar implicados na doença.
Diagnóstico
O diagnóstico da esquizofrenia é feito pelo especialista a partir das manifestações da doença.
Não há nenhum tipo de exame de laboratório (exame de sangue, raio X, tomografia,
eletroencefalograma etc.) que permita confirmar o diagnóstico da doença. Muitas vezes o
clínico solicita exames, mas estes servem apenas para excluir outras doenças que podem
apresentar manifestações semelhantes à esquizofrenia.
Tratamento
O tratamento da esquizofrenia visa ao controle dos sintomas e a reintegração do paciente. O
tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens: medicamentosa e psicossocial. O
tratamento medicamentoso é feito com remédios chamados antipsicóticos ou neurolépticos.
Eles são utilizados na fase aguda da doença para aliviar os sintomas psicóticos, e também nos
períodos entre as crises, para prevenir novas recaídas. A maioria dos pacientes precisa utilizar
a medicação ininterruptamente para não ter novas crises. Assim o paciente deve submeter-se a
avaliações médicas periódicas; o médico procura manter a medicação na menor dose possível
para evitar recaídas e evitar eventuais efeitos colaterais. As abordagens psicossociais são
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necessárias para promover a reintegração do paciente à família e à sociedade. Devido ao fato
de que alguns sintomas (principalmente apatia, desinteresse, isolamento social e outros)
podem persistir mesmo após as crises, é necessário um planejamento individualizado de
reabilitação do paciente. Os pacientes necessitam em geral de psicoterapia, terapia
ocupacional, e outros procedimentos que visem ajudá-lo a lidar com mais facilidade com as
dificuldades do dia a dia.
Os familiares são aliados importantíssimos no tratamento e na reintegração do paciente. é
importante que estejam orientados quanto à doença esquizofrenia para que possam
compreender os sintomas e as atitudes do paciente, evitando interpretações errôneas. As
atitudes inadequadas dos familiares podem muitas vezes colaborar para a piora clínica do
mesmo. O impacto inicial da noticia de que alguém da família tem esquizofrenia é bastante
doloroso. Como a esquizofrenia é uma doença pouco conhecida e sujeita a muita
desinformação as pessoas se sentem perplexas e confusas. Freqüentemente, diante das
atitudes excêntricas dos pacientes, os familiares reagem também com atitudes inadequadas,
perpetuando um circulo vicioso difícil de ser rompido. Atitudes hostis, criticas e
superproteção prejudicam o paciente, apoio e compreensão são necessários para que ele possa
ter uma vida independente e conviva satisfatoriamente com a doença.
Transtorno afetivo bipolar
O transtorno afetivo bipolar era denominado até bem pouco tempo de psicose maníacodepressiva. Com a mudança de nome esse transtorno deixou de ser considerado uma
perturbação psicótica para ser considerado uma perturbação afetiva. A alternância de estados
depressivos com maníacos é a tônica dessa patologia. Muitas vezes o diagnóstico correto só
será feito depois de muitos anos. Uma pessoa que tenha uma fase depressiva, receba o
diagnóstico de depressão e dez anos depois apresente um episódio maníaco tem na verdade o
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transtorno bipolar, mas até que a mania surgisse não era possível conhecer diagnóstico
verdadeiro. O termo mania é popularmente entendido como tendência a fazer várias vezes a
mesma coisa. Mania em psiquiatria significa um estado exaltado de humor que será descrito
mais detalhadamente adiante.
A depressão do transtorno bipolar é igual a depressão recorrente que só se apresenta como
depressão, mas uma pessoa deprimida do transtorno bipolar não recebe o mesmo tratamento
do paciente bipolar.
Características
O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, iniciando gradualmente
ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já com sintomas psicóticos o
que muitas vezes confunde com síndromes psicóticas. Além dos quadros depressivos e
maníacos, há também os quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos) o
que muitas vezes confunde os médicos retardando o diagnóstico da fase em atividade.
Tipos
Aceita-se a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: o tipo I e o tipo II. O tipo I é a
forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados com os
depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases
depressivas, nem as depressivas por maníacas. O tipo II caracteriza-se por não apresentar
episódios de mania, mas de hipomania com depressão.
Fase maníaca
Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado pode durar meses.
O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma
irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como elevação
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da auto-estima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de
grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades únicas como
telepáticas por exemplo. Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e
apesar disso com uma diminuição da necessidade de sono. O paciente apresenta uma forte
pressão para falar ininterruptamente, as idéias correm rapidamente a ponto de não concluir o
que começou e ficar sempre emendando uma idéia não concluída em outra sucessivamente: a
isto denominamos fuga-de-idéias. Aumento do interesse e da atividade sexual. Perda da
consciência a respeito de sua própria condição patológica, tornando-se uma pessoa
socialmente inconveniente ou insuportável.
Fase depressiva
É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a auto-estima em baixa
com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta comprometida, pois a sensação de
cansaço é constante. As idéias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser
mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer na realização
daquilo que antes era agradável. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário
da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda
indisposto. Quando não tratada a fase maníaca pode durar meses também.
Sintomas (maníacos):
Sentimento de estar no topo do mundo com um alegria e bem estar inabaláveis, nem
mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis diretamente ligados ao
paciente podem abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da
própria desgraça.
Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui habilidades
especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder
político. Inicialmente quando os sintomas ainda não se aprofundaram o paciente sente27
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se como se fosse ou pudesse ser uma grande personalidade; com o aprofundamento do
quadro esta idéia torna-se uma convicção delirante.
Sente-se invencível, acham que nada poderá detê-las.
Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, sentados por
mais do que alguns minutos ou relaxar.
O senso de perigo fica comprometido, e envolve-se em atividade que apresentam tanto
risco para integridade física como patrimonial.
O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo promíscuo tendo
numerosos parceiros num curto espaço de tempo.
Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, para quem
olha de fora a grande confusão de idéias na verdade constitui-se na interrupção de
temas antes de terem sido completados para iniciar outro que por sua vez também não
é terminado e assim sucessivamente numa fuga de idéias.
A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um gesto
freqüente nesses pacientes.
A necessidade de sono nessa fase é menor, com poucas horas o paciente se restabelece
e fica durante todo o dia e quase toda a noite em hiperatividade.
Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente provocadas
por algum motivo externo, mas da mesma forma como aparece se desfaz.
A fase depressiva
Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com sentimentos
irrealistas de tristeza, desespero e auto-estima baixa. Não se interessa pelo que
costumava gostar ou ter prazer, cansa-se à-toa, tem pouca energia para suas atividades
habituais, também tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a
permanecer na cama por várias horas. O começo do dia (a manhã) costuma ser a pior
parte do dia para os deprimidos porque eles sabem que terão um longo dia pela frente.
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Apresenta dificuldade em concentra-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos,
lentificados, faltam idéias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas. Da mesma
forma a memória também fica prejudicada. Os pensamentos costumam ser negativos,
sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter perda
significativa de peso.
Tratamento
O lítio é a medicação de primeira escolha, mas não é necessariamente a melhor para todos os
casos. Freqüentemente é necessário acrescentar os anticonvulsivantes como o tegretol, o
trileptal, o depakene, o depakote, o topamax.
Nas fases mais intensas de mania pode se usar de forma temporária os antipsicóticos. Quando
há sintomas psicóticos é quase obrigatório o uso de antipsicóticos. Nas depressões resistentes
pode-se usar com muita cautela antidepressivos.
Distúrbios Alimentares
1. Anorexia nervosa
2. Bulimia
Anorexia Nervosa
A anorexia nervosa é um distúrbio caracterizado por uma distorção da imagem corporal, um
medo extremo da obesidade, a rejeição de manter um peso normal e, nas mulheres, a ausência
de menstruação. Cerca de 95% das pessoas que sofrem desse distúrbio são mulheres. Em
geral, começa na adolescência, às vezes antes, e com menos frequência na idade adulta. A
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anorexia nervosa afeta principalmente as pessoas de classe socioeconômica média e alta. Na
sociedade ocidental o número de pessoas com esse distúrbio tende a aumentar.
A anorexia nervosa pode ser leve e transitória ou grave e duradoura. Fala-se em taxas de
óbito de 10% a 20%. No entanto, como os casos leves muitas vezes nem são diagnosticados,
ninguém sabe exatamente quantas pessoas têm anorexia nervosa ou qual a porcentagem que
morre dela. A causa é desconhecida, mas os fatores sociais parecem importantes. O desejo de
ser magro é frequente na sociedade ocidental e a obesidade é considerada pouco atraente,
doentia e indesejável. Mesmo antes da adolescência, as crianças já estão envolvidas nessas
convenções sociais e 70% das adolescentes seguem alguma dieta ou adotam outras medidas
para controlar o peso. Porém, só uma pequena parte destas meninas desenvolvem anorexia
nervosa.
Sintomas
Muitas mulheres que desenvolvem anorexia nervosa são meticulosas e compulsivas, com
metas e expectativas muito elevadas de realização e sucesso. Os primeiros sinais de uma
anorexia iminente são a crescente preocupação com a alimentação e o peso corporal, inclusive
entre aquelas que já são magras, como é o caso da maioria das pessoas com anorexia nervosa.
A preocupação e a ansiedade intensificam-se à medida que emagrecem. Mesmo quando
magra, a pessoa declara que se sente obesa, nega ter qualquer problema, não se queixa da falta
de apetite ou da perda de peso e, geralmente, resiste ao tratamento. A pessoa não costuma ir
ao médico até que os familiares a obriguem.
Anorexia significa "falta de apetite", mas as pessoas com anorexia de fato sentem fome e se
preocupam com a alimentação, estudando dietas e calculando calorias; acumulam, escondem
e desperdiçam a comida; colecionam receitas e cozinham pratos elaborados para outras
pessoas. Cerca de 50% das pessoas com anorexia nervosa ingerem uma quantidade excessiva
de comida e a seguir provocam o vômito ou tomam laxantes ou diuréticos. A outra metade
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simplesmente restringe a quantidade de comida que ingere. A maioria pratica também
exercício em excesso para controlar o peso.
Sintomas
As mulheres deixam de menstruar. Observa-se tanto nos homens quanto nas mulheres uma
perda de interesse sexual. As pessoas com anorexia nervosa têm uma frequência cardíaca
lenta, pressão arterial baixa, baixa temperatura corporal, inchaços por acúmulo de líquidos e
cabelo fino e suave, ou então, excesso de pelos na face e no corpo. As pessoas com anorexia
que emagrecem muito tendem a manter uma grande atividade, incluindo a prática de
programas de exercícios intensos. Não têm sintomas de deficiências nutricionais e estão
surpreendentemente livres de infecções. A depressão é comum e as pessoas com esse
distúrbio mentem acerca do que comeram e escondem os seus vômitos e os seus hábitos
alimentares peculiares.
As alterações hormonais que resultam da anorexia nervosa incluem valores de estrogênios e
de hormônios tireoidianos acentuadamente reduzidos e concentrações aumentadas de cortisol.
Se uma pessoa está gravemente desnutrida, é provável que todos os órgãos principais sejam
afetados. Os problemas mais perigosos são os relacionados com o coração e com os líquidos e
os eletrólitos (sódio, potássio, cloro). O coração fica debilitado e bombeia menos sangue. A
pessoa pode ficar desidratada e desmaiar. O sangue pode ficar ácido (acidose metabólica) e os
valores de potássio no sangue podem diminuir. Vomitar e tomar laxantes e diuréticos pode
piorar a situação. Pode ocorrer uma morte súbita devido a uma arritmia cardíaca.
Diagnóstico e Tratamento
A anorexia nervosa é geralmente diagnosticada com base numa perda de peso acentuada e
nos sintomas psicológicos característicos. A anoréxica típica é uma adolescente que perdeu
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pelo menos 15% do seu peso corporal, teme a obesidade, deixou de menstruar, nega estar
doente e parece saudável.
Geralmente, o tratamento é feito em duas fases. A primeira é a restauração do peso normal. A
segunda é a psicoterapia, muitas vezes completada com remédios. Quando a perda de peso foi
rápida ou intensa (por exemplo, mais de 25% abaixo do peso ideal), a recuperação de peso é
crucial; essa perda de peso pode pôr em perigo a vida da pessoa. O tratamento inicial é
geralmente feito num hospital, onde profissionais experientes animam de forma calma mas
firmemente, a paciente a comer. Raramente, a paciente é alimentada por via endovenosa ou
através de SNG.
Quando o estado nutricional estiver aceitável, começa o tratamento a longo prazo, que deve
ser feito por especialistas em distúrbios alimentares. Esse tratamento pode incluir psicoterapia
individual, de grupo e familiar, bem como medicamentos. Se houver o diagnóstico de
depressão, a pessoa poderá tomar antidepressivos. O tratamento tende a estabelecer um
ambiente tranquilo, estável e focado na pessoa, animando-a a ingerir uma quantidade
adequada de comida.
Bulimia Nervosa
A bulimia nervosa é um distúrbio caracterizado por episódios constantes de apetite voraz
seguidos por vômitos autoinduzidos ou utilização de laxantes ou diuréticos, dietas rigorosas
ou excesso de exercício para compensar os efeitos das refeições exageradas. Tal como na
anorexia nervosa, as pessoas que têm bulimia nervosa são, em geral, mulheres;
profundamente preocupadas com a sua aparência e peso e que pertencem a um nível
socioeconômico médio e alto. Embora a bulimia nervosa tenha sido considerada uma
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epidemia, somente 2% das jovens universitárias, consideradas como o grupo de maior risco,
são verdadeiramente bulímicas.
Sintomas
A ingestão excessiva de alimentos é seguida de um intenso sofrimento e do uso de laxantes,
dieta rigorosa e excesso de exercício. Muitas vezes, o estresse emocional desencadeia o
apetite voraz, geralmente satisfeito em segredo. Embora as pessoas com bulimia tenham a
preocupação de se tornarem obesas (algumas são), o seu peso tende a voltar ao normal. Os
vômitos autoinduzidos podem causar erosão do esmalte dentário, dilatar as glândulas salivares
(parótidas) e inflamar o esôfago. Os vômitos podem diminuir os níveis de potássio no sangue,
provocando arritmia cardíaca. Existem relatos de morte súbita por superdoses de ipeca, para
induzir os vômitos.
Em comparação com os indivíduos que apresentam anorexia nervosa, aqueles com bulimia
nervosa tendem a ser mais conscientes de seu comportamento e sentem remorso ou culpa.
Eles apresentam maior tendência a admitir suas preocupações ao médico ou a um outro
confidente. Geralmente, os bulímicos são mais extrovertidos e mais propensos a um
comportamento impulsivo (p.ex., abuso de drogas ou álcool).
Diagnóstico e Tratamento
O médico suspeita de bulimia nervosa quando uma pessoa está muito preocupada com o
aumento de peso, que apresenta grandes flutuações, em especial se existem sinais evidentes
de uma utilização excessiva de laxantes. Outros indícios incluem o inchaço das glândulas
parótidas, cicatrizes nos nós dos dedos por terem sido utilizados para induzir o vômito e
erosão do esmalte dentário. No entanto, o diagnóstico vai depender da descrição do paciente.
As duas abordagens de tratamento são a psicoterapia e os medicamentos. A psicoterapia pode
ser muito eficaz, principalmente se for feita por um terapeuta com experiência em distúrbios
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alimentares. Muitas vezes, um medicamento antidepressivo pode ajudar a controlar a bulimia
nervosa, inclusive quando a pessoa não parece deprimida. Porém, o distúrbio pode reaparecer
quando a pessoa para de tomar o medicamento.
Epilepsia
A epilepsia é uma doença do sistema nervoso que provoca mudanças súbitas, breves e
repetidas na atividade cerebral. Durante uma crise epiléptica, popularmente conhecida como
convulsão, os neurônios do cérebro podem funcionar, de forma incontrolável, até quatro vezes
mais rápido que o normal, afetando temporariamente a forma com que a pessoa se comporta,
locomove, pensa ou sente. A causa pode ser uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte
pancada na cabeça, uma infecção (meningite, por exemplo), neurocisticercose ("ovos de
solitária" no cérebro), tumores cerebrais, condições genéticas (esclerose tuberosa, por
exemplo), problemas circulatórios no cérebro, abuso de bebidas alcoólicas, de drogas, etc.
Sintomas
Os sintomas da epilepsia variam conforme as áreas do cérebro que são afetadas, sendo
divididas em crises generalizadas e crises parciais. A crise convulsiva é a forma mais
conhecida pelas pessoas e é identificada como "ataque epiléptico". É uma crise generalizada
porque envolve todas as áreas do cérebro. Nesse tipo de crise a pessoa pode cair ao chão,
apresentar contrações musculares em todo o corpo, morder a língua, ter salivação intensa,
respiração ofegante e, às vezes, até urinar.
A crise do tipo "ausência" é conhecida como "desligamentos". A pessoa fica com o olhar fixo,
perde contato com o meio por alguns segundos. Por ser de curtíssima duração (questão de
segundos), muitas vezes não é percebida pelos familiares e/ou professores. Também é
considerada uma crise generalizada e, geralmente, se inicia na infância ou na puberdade.
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Há um tipo de crise que se manifesta como se a pessoa estivesse "alerta" mas sem o controle
de seus atos, fazendo movimentos automaticamente. Durante esses movimentos automáticos
involuntários, a pessoa pode ficar mastigando, falando de modo incompreensível ou andando
sem direção definida. A crise se inicia em uma área do cérebro. Em geral, a pessoa não se
recorda do que aconteceu quando a crise termina. Esta é a chamada crise parcial complexa.
Porém, se a atividade elétrica se espalhar para outras áreas do cérebro, ela pode se tornar uma
crise generalizada.
Na condição chamada status epilepticus (SE), a pessoa tem uma crise epiléptica generalizada
que dura de 20 a 30 minutos, ou mais; ou a pessoa tem uma série de crises nas quais não
consegue recobrar completamente a consciência. Essa é uma emergência médica que pode ser
fatal.
Existem outros tipos de crises que podem provocar quedas ao solo sem nenhum movimento
ou contrações ou então, ter percepções visuais ou auditivas estranhas ou ainda, alterações
transitórias da memória.
Assistência de enfermagem durante as crises epilépticas
Coloque a pessoa em decúbito dorsal, em lugar confortável, retirando de perto objetos com
que ela possa se machucar, como pulseiras, relógios, óculos;
Não introduza objetos na boca
Levante o queixo para facilitar a passagem de ar;
Afrouxe as roupas;
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Caso a pessoa esteja salivando muito, mantenha-a deitada com a cabeça voltada para o lado,
evitando que ela se sufoque com a própria saliva;
Quando a crise passar, deixe a pessoa descansar;
Verifique se existe pulseira ou outra identificação médica de emergência que possa sugerir a
causa da convulsão;
Nunca segure a pessoa (deixe-a debater-se);
Não dê tapas;
Não jogue água sobre ela.
Tratamento da Epilepsia
O tratamento da epilepsia é feito através de medicamentos que evitam as descargas elétricas
cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas. Entre esses medicamentos estão a
carbamazepina, clonazepam, ethosuximida, felbamato, gabapentina, lamotrigina, fenobarbital,
fenitoína, primidona, topiramato e valproato. O tipo de medicamento depende do tipo de crise
epiléptica a ser tratada.
Acredita-se que pelo menos 25% dos pacientes com epilepsia no Brasil são portadores de
estágios mais graves, ou seja, com necessidade do uso de medicamentos por toda a vida,
sendo as crises frequentemente incontroláveis e, portanto, candidatos a intervenção cirúrgica.
Mal de Alzheimer
O mal de Alzheimer é uma doença progressiva e irreversível que afeta o cérebro. Ela atinge
primeiramente a memória e, progressivamente, as outras funções mentais, tirando toda a
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autonomia da pessoa, que passa a depender completamente de outras pessoas. É uma doença
muito relacionada com a idade, afetando as pessoas com mais de 50 anos. A estimativa de
vida para os pacientes varia de 2 a 15 anos.
Causa do Mal de Alzheimer
Ainda não se sabe qual é a causa do mal de Alzheimer. No entanto, há um consenso entre os
especialistas de que o mal de Alzheimer é uma doença genética, embora não seja
necessariamente hereditária. Isto é, nem todos os casos são transmitidos entre familiares,
principalmente dos pais para os filhos.
Diagnóstico
Não existe nenhum exame que permita diagnosticar, de modo inquestionável, o mal de
Alzheimer. A única forma de fazer o diagnóstico é examinando o tecido cerebral obtido por
uma biópsia ou necrópsia. Dessa forma, o diagnóstico do mal de Alzheimer é feito pela
exclusão de outras causas de demência, pela análise do histórico do paciente, por exames de
sangue, tomografia ou ressonância, entre outros exames.
Sintomas do Mal de Alzheimer
A princípio, observam-se pequenos esquecimentos e perdas de memória que vão se agravando
progressivamente. Os pacientes tornam-se confusos e, às vezes, agressivos, passando a
apresentar alterações de personalidade, com distúrbios de conduta. Acabam por não
reconhecer os próprios familiares e nem a si mesmos quando colocados de frente a um
espelho. À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, até
mesmo para as atividades elementares do dia-a-dia como alimentação, higiene, vestuário, etc.
Tratamento
O mal de Alzheimer não tem cura e o tratamento consiste de duas variáveis:
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Aspectos comportamentais. Nesta vertente, além da medicação, convém também
contar com a orientação de diferentes profissionais de saúde;
Desequilíbrios químicos que ocorrem no cérebro. Existem remédios que ajudam a
corrigir esses desequilíbrios e que são mais eficazes na fase inicial da doença.
Todavia, tais remédios, infelizmente, têm efeito temporário. Por enquanto, não
existem medicamentos que impeçam a progressão da doença.
Alcoolismo
O alcoolismo é o conjunto de problemas relacionados ao consumo excessivo e prolongado do
álcool; é entendido como o vício de ingestão excessiva e regular de bebidas alcoólicas, e todas
as conseqüências decorrentes. O alcoolismo é, portanto, um conjunto de diagnósticos. Dentro
do alcoolismo existe a dependência, a abstinência, o abuso (uso excessivo, porém não
continuado), intoxicação por álcool (embriaguez). Síndromes amnéstica (perdas restritas de
memória), demencial, alucinatória, delirante, de humor. Distúrbios de ansiedade, sexuais, do
sono e distúrbios inespecíficos. Por fim o delirium tremens, que pode ser fatal.
Problemas Psiquiátricos causados pelo Alcoolismo
Abuso de Álcool
A pessoa que abusa de álcool não é necessariamente alcoólatra, ou seja, dependente e faz uso
continuado. O critério de abuso existe para caracterizar as pessoas que eventualmente, mas
recorrentemente têm problemas por causa dos exagerados consumos de álcool em curtos
períodos de tempo. Critérios: para se fazer esse diagnóstico é preciso que o paciente esteja
tendo problemas com álcool durante pelo menos 12 meses e ter pelo menos uma das seguintes
situações: a) prejuízos significativos no trabalho, escola ou família como faltas ou
negligências nos cuidados com os filhos. b) exposição a situações potencialmente perigosas
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como dirigir ou manipular máquinas perigosas embriagado. c) problemas legais como
desacato a autoridades ou superiores. d) persistência no uso de álcool apesar do apelo das
pessoas próximas em que se interrompa o uso.
Dependência ao Álcool
Para se fazer o diagnóstico de dependência alcoólica é necessário que o usuário venha tendo
problemas decorrentes do uso de álcool durante 12 meses seguidos e preencher pelo menos 3
dos seguintes critérios: a) apresentar tolerância ao álcool -- marcante aumento da quantidade
ingerida para produção do mesmo efeito obtido no início ou marcante diminuição dos
sintomas de embriaguez ou outros resultantes do consumo de álcool apesar da continua
ingestão de álcool. b) sinais de abstinência -- após a interrupção do consumo de álcool a
pessoa passa a apresentar os seguintes sinais: sudorese excessiva, aceleração do pulso (acima
de 100), tremores nas mãos, insônia, náuseas e vômitos, agitação psicomotora, ansiedade,
convulsões, alucinações táteis. A reversão desses sinais com a reintrodução do álcool
comprova a abstinência. Apesar do álcool "tratar" a abstinência o tratamento de fato é feito
com diazepam ou clordiazepóxido dentre outras medicações. c) o dependente de álcool
geralmente bebe mais do que planejava beber d) persistente desejo de voltar a beber ou
incapacidade de interromper o uso. e) emprego de muito tempo para obtenção de bebida ou
recuperando-se do efeito. f) persistência na bebida apesar dos problemas e prejuízos gerados
como perda do emprego e das relações familiares.
Abstinência alcoólica
A síndrome de abstinência constitui-se no conjunto de sinais e sintomas observado nas
pessoas que interrompem o uso de álcool após longo e intenso uso. As formas mais leves de
abstinência se apresentam com tremores, aumento da sudorese, aceleração do pulso, insônia,
náuseas e vômitos, ansiedade depois de 6 a 48 horas desde a última bebida. A síndrome de
abstinência leve não precisa necessariamente surgir com todos esses sintomas, na maioria das
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vezes, inclusive, limita-se aos tremores, insônia e irritabilidade. A síndrome de abstinência
torna-se mais perigosa com o surgimento do delirium tremens. Nesse estado o paciente
apresenta confusão mental, alucinações, convulsões. Geralmente começa dentro de 48 a 96
horas a partir da ultima dose de bebida. Dada a potencial gravidade dos casos é recomendável
tratar preventivamente todos os pacientes dependentes de álcool para se evitar que tais
síndromes surjam. Para se fazer o diagnóstico de abstinência, é necessário que o paciente
tenha pelo menos diminuído o volume de ingestão alcoólica, ou seja, mesmo não
interrompendo completamente é possível surgir a abstinência. Alguns pesquisadores afirmam
que as abstinências tornam-se mais graves na medida em que se repetem, ou seja, um
dependente que esteja passando pela quinta ou sexta abstinência estará sofrendo os sintomas
mencionados com mais intensidade, até que surja um quadro convulsivo ou de delirium
tremens. As primeiras abstinências são menos intensas e perigosas.
Delirium Tremens
O Delirium Tremens é uma forma mais intensa e complicada da abstinência. Delirium é um
diagnóstico inespecífico em psiquiatria que designa estado de confusão mental: a pessoa não
sabe onde está, em que dia está, não consegue prestar atenção em nada, tem um
comportamento desorganizado, sua fala é desorganizada ou ininteligível, a noite pode ficar
mais agitado do que de dia. A abstinência e várias outras condições médicas não relacionadas
ao alcoolismo podem causar esse problema. Como dentro do estado de delirium da
abstinência alcoólica são comuns os tremores intensos ou mesmo convulsão, o nome ficou
como Delirium Tremens. Um traço comum no delírio tremens, mas nem sempre presente são
as alucinações táteis e visuais em que o paciente "vê" insetos ou animais asquerosos próximos
ou pelo seu corpo. Esse tipo de alucinação pode levar o paciente a um estado de agitação
violenta para tentar livrar-se dos animais que o atacam. Pode ocorrer também uma forma de
alucinação induzida, por exemplo, o entrevistador pergunta ao paciente se está vendo as
formigas andando em cima da mesa sem que nada exista e o paciente passa a ver os insetos
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sugeridos. O Delirim Tremens é uma condição potencialmente fatal, principalmente nos dias
quentes e nos pacientes debilitados. A fatalidade quando ocorre é devida ao desequilíbrio
hidro-eletrolítico do corpo.
Intoxicação pelo álcool
O estado de intoxicação é simplesmente a conhecida embriaguez, que normalmente é obtida
voluntariamente. No estado de intoxicação a pessoa tem alteração da fala (fala arrastada),
descoordenação motora, instabilidade no andar, nistagmo (ficar com olhos oscilando no plano
horizontal como se estivesse lendo muito rápido), prejuízos na memória e na atenção, estupor
ou coma nos casos mais extremos. Normalmente junto a essas alterações neurológicas
apresenta-se um comportamento inadequado ou impróprio da pessoa que está intoxicada.
Uma pessoa muito embriagada geralmente encontra-se nessa situação porque quis, uma leve
intoxicação em alguém que não está habituado é aceitável por inexperiência mas não no caso
de alguém que conhece seus limites.
Wernicke-Korsakoff (síndrome amnéstica)
Os alcoólatras "pesados" em parte (10%) desenvolvem algum problema grave de memória.
Há dois desses tipos: a primeira é a chamada Síndrome Wernicke-Korsakoff (SWK) e a outra
a demência alcoólica. A SWK é caracterizada por descoordenação motora, movimentos
oculares rítmicos como se estivesse lendo (nistagmo) e paralisia de certos músculos oculares,
provocando algo parecido ao estrabismo para quem antes não tinha nada. Além desses sinais
neurológicos o paciente pode estar em confusão mental, ou se com a consciência clara, pode
apresentar prejuízos evidentes na memória recente (não consegue gravar o que o examinador
falou 5 minutos antes) e muitas vezes para preencher as lacunas da memória o paciente
inventa histórias, a isto chamamos fabulações. Este quadro deve ser considerado uma
emergência, pois requer imediata reposição da vitamina B1(tiamina) para evitar um
agravamento do quadro. Os sintomas neurológicos acima citados são rapidamente revertidos
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com a reposição da tiamina, mas o déficit da memória pode se tornar permanente. Quando
isso acontece o paciente apesar de ter a mente clara e várias outras funções mentais
preservadas, torna-se uma pessoa incapaz de manter suas funções sociais e pessoais. Muitos
autores referem-se a SWK como uma forma de demência, o que não está errado, mas a
demência é um quadro mais abrangente, por isso preferimos o modelo americano que
diferencia a SWK da demência alcoólica.
Síndrome Demencial Alcoólica
Esta é semelhante a demência propriamente dita como a de Alzheimer. No uso pesado e
prolongado do álcool, mesmo sem a síndrome de Wernick-Korsakoff, o álcool pode provocar
lesões difusas no cérebro prejudicando além da memória a capacidade de julgamento, de
abstração de conceitos; a personalidade pode se alterar, o comportamento como um todo fica
prejudicado. A pessoa torna-se incapaz de sustentar-se.
Tratamento das doenças mentais
CAPS
Seu objetivo é oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a
reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e
fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre todos os dispositivos de atenção à saúde
mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Com a criação desses
centros, possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país.
Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que oferecem atendimento
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diário. Os CAPS podem ser de tipo I, II, III, Álcool e Drogas (CAPS AD) e Infanto-juvenil
(CAPSi).
É função dos CAPS:
- prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em
hospitais psiquiátricos;
- acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando
preservar
e
fortalecer
os
laços
sociais
do
usuário
em
seu
território;
- promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações
intersetoriais;
- regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação;
-
dar
suporte
a
atenção
à
saúde
mental
na
rede
básica;
- organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios;
- articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num determinado território
- promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos
direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
Estes serviços devem ser substitutivos e não complementares ao hospital psiquiátrico. De fato,
o CAPS é o núcleo de uma nova clínica, produtora de autonomia, que convida o usuário à
responsabilização e ao protagonismo em toda a trajetória do seu tratamento.
Os projetos desses serviços, muitas vezes, ultrapassam a própria estrutura física, em busca da
rede de suporte social, potencializadora de suas ações, preocupando-se com o sujeito e a
singularidade, sua história, sua cultura e sua vida cotidiana.
O perfil populacional dos municípios é sem dúvida um dos principais critérios para o
planejamento da rede de atenção à saúde mental nas cidades, e para a implantação de centros
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de Atenção Psicossocial. O critério populacional, no entanto, deve ser compreendido apenas
como um orientador para o planejamento das ações de saúde. De fato, é o gestor local,
articulado com as outras instâncias de gestão do SUS, que terá as condições mais adequadas
para definir os equipamentos que melhor respondem às demandas de saúde mental de seu
município.
Relacionamento terapêutico no cuidado de enfermagem na saúde mental
É baseado na comunicação, não há possibilidade de haver o relacionamento terapêutico sem a
comunicação, essa comunicação se apresenta de forma verbal e não-verbal a partir do
momento em que o sujeito emite uma mensagem seja ela verbal ou não-verbal e há outro
sujeito que interpreta essa mensagem podemos dizer que aí existe uma comunicação.
Podemos
dizer
que
a
comunicação
é
a
base
do
relacionamento
terapêutico.
Entretanto apesar de ser a base para o relacionamento terapêutico, ela não constituí em si
mesma o relacionamento terapêutico, a comunicação não é sinônimo de relacionamento
terapêutico é preciso acrescentar a essa comunicação algumas habilidades entre aqueles que
emite mensagens e os que recebem a mensagem que no relacionamento terapêutico recebem o
nome de ajudador e ajudado, é importante ressaltar que essas habilidades não são exclusivas
dos profissionais da saúde, existem pessoas que já possuem pela própria SENSIBILIDADE
pela forma de encarar a vida e de lidar com as outras pessoas, já possuem essas habilidades,
entre os profissionais de saúde infelizmente também encontramos aqueles que não possuem
qualquer habilidade. A partir do momento que o sujeito se dispõem ao outro através da
comunicação e acredita nessa possibilidade essas habilidades podem ser treinadas.
O ajudador é convocado a assumir a sua responsabilidade no processo de ajuda e adquiri
habilidade para lidar melhor com suas dificuldades, contribuindo para uma vida mais plena e
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satisfatória, ou seja, a abordagem terapêutica pressupõem uma postura ativa tanto do ajudador
quanto
do
ajudado.
Vejamos
então
algumas
habilidades:
Habilidades do ajudador
* Atender - Comunicar disponibilidade e interesse.
*Responder -Demostrar compreensão,
*Personalizar- Ajudar o outro a se responsabilizar pelo que está vivendo,
*orientar - Avaliar com o outro as alternativas.
Habilidades do ajudado
*Envolver-se - Disponibilidade para enfrentar seus problemas,
*Explorar - Avaliar a situação a qual está,
*Compreender - Estabelecer ligações de causa e efeito e estabelecer metas.
*Agir - Viabilizar as metas através de ações.
O relacionamento terapêutico no cuidado de enfermagem:
As ações de enfermagem são pautadas no cuidado ao cliente. Podemos entender o cuidado
como algo bastante abrangente que não se restringe apenas nas execuções técnicas, mas sim a
tudo que leve esse sujeito, a aprender a fazer por si mesmo, assim a abordagem terapêutica faz
parte do cuidado de enfermagem, nesse sentido podemos perceber que a abordagem
terapêutica,
contribui
para:
* Adesão ao tratamento - No momento em que o cliente é chamado a participar ativamente e
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intensamente do seu processo de tratamento, se sente comprometido, dando o melhor de si,
permanecendo empenhado inclusive em traçar metas para a sua vida, que evitem o
adoecimento.
* Recuperação - É claro que o relacionamento terapêutico irá contribuir para a sua
recuperação, principalmente s ele se comprometer em cumprir suas metas para evitar o
adoecimento.
* Qualidade na sobrevida - Mesmo que a morte seja inevitável o cliente pode se sentir melhor,
mais amparado e menos sozinho, se puder compartilhar a sua dor e sofrimento nesse
momento e irá permanecer vivo com mais dignidade.
Tratamento Medicamentoso
Durante os últimos quarenta anos, foram desenvolvidos vários medicamentos psiquiátricos de
eficácia comprovada e amplamente utilizados pelos psiquiatras e outros médicos.
Frequentemente, esses medicamentos são classificados de acordo com o distúrbio para o qual
foram prescritos inicialmente. Por exemplo, os antidepressivos (p.ex., imipramina, fluoxetina
e bupropiona) são utilizados no tratamento da depressão, enquanto que os antipsicóticos
(p.ex., clorpromazina, aloperidol e tiotixeno) são úteis no tratamento de distúrbios psicóticos
como a esquizofrenia. Novos medicamentos antipsicóticos (p.ex., clozapina e risperidona),
são úteis para alguns pacientes que não respondem a outros medicamentos antipsicóticos.
Por sua vez, os medicamentos contra a ansiedade (ansiolíticos), como o clonazepam e o
diazepam, são os indicados no tratamento dos distúrbios da ansiedade (p.ex., síndrome do
pânico e fobias). Os estabilizadores do humor (p.ex., lítio e carbamazepina) vêm sendo
utilizados com algum êxito em pacientes com doença maníaco-depressiva.
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Medicamentos essenciais na área da saúde mental
Ácido
valproico
+
Valproato
de
Sódio
500mg Depakene; Valpakine
comprimidos
Ácido Valproico xarope 100ml frascos
Depakene; Valpakine
Amitiptilina 25mg comprimido
Tryptanol; Limbitrol
Biperideno 2mg comprimido
Akineton
Carbamazepina 200mg comprimido
Tegretol
Carbonato de Lítio 300mg comprimido
Carbolatium; Carbolim
Clomipramina 25mg comprimido
Anafranil
Clonazepan 2mg comprimido
Rivotril
Clorprmazina 25mg comprimido
Amplicitil
Cloridato de Prometazina 25mg comprimido
Fenergan
Cloridato de Tioridazina 50mg comprimido
Melleril
Diazepan 5mg comprimidoprax
Vallium
Fenitoína 100mg comprimido
Hidantal
Fenorbabital 100mg comprimido
Gardenal; Fenocris
Fenorbabital gotas
Gardenal
Fluoxetina 20mg comprimido
Fenocris Eufor; Prozac; Deprax
Haloperidol 5mg comprimido
Haldol
Haloperidol 4% gotas
Haldol
Haloperidol decanoato injetável
Haldol
Mirtazapina 30mg comprimido
Remerron
Nortiptilina 25mg comprimido
Pamelor
Nortriptilina 50mg comprimido
Pamelor
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Terapia Eletroconvulsivante
Na terapia eletroconvulsivante, eletrodos são fixados à cabeça do paciente e é realizada uma
série de descargas elétricas no cérebro visando induzir convulsões. Já foi claramente
demonstrado que esse procedimento é o mais eficaz para a depressão grave. Ao contrário do
que é propagado pelos meios de comunicação, a terapia eletroconvulsivante é segura e
raramente causa qualquer complicação grave. O uso moderno de anestésicos e miorrelaxantes
(relaxantes musculares) reduziu enormemente qualquer tipo de risco para o paciente.
Psicoterapia
Nos últimos anos, têm sido obtidos avanços significativos no campo da psicoterapia. A
psicoterapia é o tratamento que o terapeuta aplica ao paciente através de técnicas psicológicas,
fazendo uso sistemático da relação terapeuta-paciente. Os psiquiatras não são os únicos
profissionais de saúde mental especializados na prática da psicoterapia. Também estão
incluídos os psicólogos clínicos, os assistentes sociais, os enfermeiros, alguns conselheiros
religiosos e muitos profissionais paramédicos. No entanto, os psiquiatras são os únicos
profissionais de saúde mental que podem prescrever medicamentos.
Embora a psicoterapia individual seja praticada de muitas formas diferentes, quase todos os
profissionais de saúde mental estão filiados a uma das quatro escolas de psicoterapia: a
dinâmica, a cognitiva-comportamental, a interpessoal ou a comportamental.
A psicoterapia dinâmica deriva da psicanálise e a sua base é ajudar o paciente a
compreender as estruturas e padrões inconscientes que podem estar criando sintomas e
dificuldades de relacionamento.
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A escola cognitiva-comportamental centraliza-se principalmente nas distorções do
pensamento do paciente.
A terapia interpessoal enfoca como uma perda ou uma alteração em uma relação afeta o
paciente.
A terapia comportamental visa ajudar os pacientes a modificarem as maneiras
condicionadas de reagir a eventos que ocorrem ao seu redor.
Na prática, muitos psicoterapeutas combinam técnicas, de acordo com as necessidades do
paciente. A psicoterapia é adequada em uma grande variedade de condições. Mesmo os
indivíduos que não apresentam qualquer distúrbio psiquiátrico podem considerar que a
psicoterapia lhes é útil para enfrentar problemas como, por exemplo, dificuldades no trabalho,
perda de um ente querido ou uma doença crônica na família. A psicoterapia de grupo e a
terapia familiar também são amplamente utilizadas.
Emergências Psiquiátricas
Qualquer situação de natureza psiquiátrica em que exista um risco significativo (vida) para o
paciente (cliente) ou para outros, necessitando de uma intervenção terapêutica imediata.
Atendimento de emergência psiquiátrica
Diagnóstico diferencial:
Emergência – situação de risco grave – intervenções imediatas e inadiáveis ( minutos ou
horas);
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Urgência – situação de um risco menor – intervenções a curto prazo ( dias ou semanas).
Principais objetivos de um atendimento de emergência
1. Estabilização do Quadro;
2. Hipóteses diagnósticas;
3. Exclusão de causa orgânica
4. Encaminhamento.
1. Estabilização do quadro
Abordagem + Controle (verbal, medicamentoso e físico) simultaneamente – os demais
processos de atendimento vão se desenvolvendo (história, exame do paciente)
2. Hipóteses diagnósticas
Idéia do que está acontecendo: quadro orgânico, psicótico, de humor, de ansiedade, de
personalidade (hipótese provisória) – referência para a condução do atendimento.
3. Exclusão da causa orgânica
Exames laboratoriais de imagem
Indícios de causa orgânica:
História do paciente;
Exame físico;
Exame do estado mental (consciência, atenção, sensopercepção, orientação e memória).
4. Encaminhamento
50
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Raramente o atendimento de emergência se encerra em si mesmo.
Estabilização do Quadro + Controle de risco – Sequência do tratamento
Local de atendimento da emergência psiquiátrica
Com maior privacidade possível – facilita que o paciente fale livremente;
Evitar exposição física e moral.
Seguro – acesso a materiais cortantes ou que possam ser utilizados para agredir.
Paciente com risco de violência:
Acesso de outros profissionais de saúde e de segurança;
Ficando sozinho – manter a porta do consultório aberta e permanecer perto dela;
Ser prudente.
Se possível saber com antecedência que tipo de paciente será atendido :
Preparação do material para a contenção mecânica;
Medicação – agitação motora;
Suporte de pessoal para o atendimento
Serviços diagnósticos e auxílio de outros profissionais
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"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”
Detalhes da avaliação na emergência
Limitação do tempo;
Quanto mais informações, melhor;
Relacionamento médico/paciente:
Entrevista psiquiátrica (saber ouvir e observar)
Transmitir a idéia de que o profissional da saúde está no controle e agirá decisivamente para
protegê-lo de lesões a si mesmo e aos outros
Ser franco, honesto, calmo e não ameaçador
Erro do psiquiatra de emergência: ignorar uma doença física como causa de uma alteração de
comportamento.
Características que indicam suspeita de organicidade
Início agudo;
Primeiro episódio;
Idade avançada;
Doença atual;
Abuso significativo de substâncias;
Alucinações não auditivas;
Sintomas neurológicos;
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Alterações no estado mental (desorientação, alteração de memória, da atenção);
Apraxia construtiva – dificuldade para desenhar relógio, cubo...)
Características catatônicas (mutismo, negativismo, rigidez na postura)
Situações específicas
1. Paciente deprimido grave;
2. Tentativa de suicídio;
3. Paciente psicótico;
4. Paciente violento;
5. Paciente ansioso.
1. Paciente deprimido grave
Sempre indagar sobre idéias suicidas
- falar sobre ideação ou tentativa de suicídio = alívio para o paciente;
- falar sobre suicídio não vai “dar uma idéia” para ele se matar.
Maior privacidade possível, com tempo para uma avaliação adequada
Na tentativa do suicídio: tentar reconstruir eventos que o desencadearam.
2. Tentativa de suicídio
Quem tenta suicídio nem sempre quer morrer:
Pode ser para que os outros sintam pena e culpa;
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Mostrar o quanto está desesperado;
Influenciar outras pessoas a mudar de idéia;
Escapar de um sofrimento psíquico muito grande;
Buscar ajuda;
Testar se alguém gosta dela;
Escapar de uma situação intolerável.
Objetivos da avaliação:
O paciente continua com ideação suicida após a tentativa?
Quais são os problemas atuais do paciente que poderiam ter desencadeado a tentativa?
Existe algum diagnóstico psiquiátrico associado
Obs: Prestar atenção no relato de como ele lidou com outras situações de crise em sua vida e
ao apoio recebido.
CUIDADO COM A IDÉIA:
“QUEM QUER SE MATAR, NÃO AVISA!
NÃO É VERDADE. Não realizar comentários, em relação a este momento do paciente.
Paciente psicótico
Reconhece-se um prejuízo grosseiro no contato com a realidade, manifestado em uma
percepção inadequada e persistente do mundo externo (alucinações e delírios), com ausência
de juízo crítico ou com conduta intensamente desorganizada.
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Manejo
Atenção às possíveis interpretações delirantes do próprio papel do médico, dos objetivos das
perguntas feitas e da conduta;
Linguagem clara e frases curtas, explicando na medida do possível os procedimentos a serem
realizados e o fato de que tudo está sendo feito para ajudá-lo;
Entrevista com a família – esclarecer a extensão do problema, o comprometimento funcional
do paciente, os riscos existentes.
Principais dificuldades
Não adesão ao tratamento farmacológico;
Falta de crítica;
Falta de suporte familiar e social;
Agitação motora.
Atitudes alucinatórias – inquietação.
Possíveis agressões
Geralmente mais voltadas aos familiares;
Geralmente para se defender (delírio) – Internação/encaminhamento
Paciente violento
Pacientes podem estar violentos por muitas causas e razões – tentar determinar a causa
(relação com o contexto em que se expressa) – tratamento.
Situações mais comuns:
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Transtornos mentais – delirium e intoxicação/abstinência de drogas;
Transtornos cerebrais – epilepsia (alterações dos lobos frontal e temporal);
Transtornos de personalidade – anti-social, paranóide e borderline;
Transtornos psicóticos – esquizofrenia, psicose puerperal
Preditores de comportamento violento
O próprio comportamento do paciente durante a consulta;
História de consumo de álcool ou drogas excessivos;
Histórias de atos violentos;
História de abuso na infância;
Baixa tolerância a frustrações, baixa auto-estima, impulsividade.
Manejo
Deixar o paciente falar livremente, sem pressioná-lo com muitas perguntas;
Não ser confrontativo e nem negar a gravidade da situação;
Deve-se ser claro, firme e conciso nas suas intervenções, mover-se calmamente e manter suas
mãos em local visível pelo paciente;
Não tocar o paciente ou realizar movimentos bruscos.
Contenção mecânica
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Instrumento importante para o controle de pacientes violentos – quando bem indicada e
conduzida;
Indicações:
- Prevenir danos físicos iminentes à equipe, aos outros pacientes, a si mesmo e também ao
ambiente;
- Diminuir a quantidade de estímulos que o paciente está recebendo;
- Atender a solicitação do paciente.
Técnica de contenção mecânica
Equipe de 5 pessoas – apenas 1 conversa com o paciente;
A faixa utilizada deverá ser de material resistente;
Posição decúbito dorsal e com a cabeça levemente elevada;
Se a contenção for na sala de admissão – revistar o paciente em busca de droga ou arma;
Monitorização frequente em relação ao nível de consciência e aos sinais vitais;
Os motivos e particularidades do procedimento devem ser registrado adequadamente no
prontuário médico;
Assim que o paciente estiver controlado, as faixas devem ser retiradas.
Tranquilização rápida – tratamento farmacológico;
Estabilização do quadro com a terapêutica correta - encaminhamento
Paciente ansioso
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Fundamental – boa relação profissional/paciente ( norteia o diagnóstico e manejo);
A entrevista não precisa ser longa e detalhada;
Ter uma postura de interesse e respeito pelas queixas do paciente, tendo sempre em mente que
os sintomas da ansiedade são sempre involuntários.
Após escutar a descrição dos sintomas mapear:
Histórias das manifestações psicológicas e fisiológicas da ansiedade;
Evento que precedeu essa manifestação;
Uso de álcool ou droga;
História familiar de doença mental;
Vínculo afetivo, profissional e social;
Internação;
Estimular o paciente a falar
Ataque do pânico
Extremamente comuns nas emergências (cardiologia);
Sensações de palpitações, falta de ar, sudorese, náusea, sensação de morte iminente ou perda
de controle;
Tendem a desaparecer em no máximo 1h
Indicações de internação psiquiátrica
Risco de suicídio;
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Risco de agressão;
Risco de homicídio;
Autonegligência grave;
Patologia de difícil controle em ambulatório;
Paciente sem suporte familiar;
Piora dos sintomas.
Referências Bibliográficas
AMARANTE, P. (org) (1994). Psiquiatria social e Reforma Psiquiátrica. Rio de Janeiro,
FIOCRUZ.
AMARANTE, P. e BEZERRA (1992). Psiquiatria sem hospício. RJ, Relume/Dumará.
AMARANTE, P. (1996). O homem e a serpente – outras histórias para a loucura e a
psiquiatria. Rio de Janeiro, FIOCRUZ.
ANGERAMI, Valdemar Augusto (org) (1983) Crise, Trabalho e Saúde Mental no Brasil.
Série Psicoterapias Alternativas. São Paulo, Traço Editora.
BARBALET, J.M (1991) A cidadania. Lisboa, Estampa.
BARNES, Mary e BERKE, Joseph. (1983). Viagem Através da Loucura. Rio de Janeiro,
Francisco Alves.
BASAGLIA, Franco. (1985). A instituição negada. Rio de Janeiro, Graal.
BENOIT, Jean-Claude. (1994). Angústia Psicótica e Sistema Familiar. Campinas. Editorial
Psy II.
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BERCHERIE, P. (1989) Os fundamentos da clínica, história e estrutura do saber psiquiátrico.
Rio de Janeiro, Zahar.
Agradecimentos
Agradecemos a toda equipe do Colégio Técnico São Bento e em especial a Professora
Débora Cristina de Jesus Costa que participou da revisão desta apostila.
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